COLET NEA
Dedicatória
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que me concedeu o milagre da vida e renovou as minhas forças e minha fé em tempos de caos. Dedico a minha família, minha amada mãe e irmãs que sempre estiveram do meu lado me dando apoio e se sacrificando para que este sonho pudesse ser realizado. Aos amigos e familiares queridos por acreditarem e estarem por perto quando eu mais precisei. Grazielle Damaceno
Para minha mãe, que segurou minha mão a cada palavra; e meu pai, que rezou por cada decisão; meus irmãos, os pertos e os distantes que me ensinaram a inventar e me reinventar todos os dias. Ao corpo docente, coordenação que tanto ensinaram e contribuíram para a conclusão de um trabalho satisfatório. Aos amigos e aos próximos, que incentivaram e apoiaram nas duvidas no decorrer do caminho. Marlon Mendez
Citação
(...) se continuarmos utilizando a linguagem no seu significado corrente, com as suas finalidades correntes, morreremos sem ter sabido o verdadeiro nome do dia. Julio CortĂĄzar
Agradecimentos
Agradeço a Deus por esse ciclo vitorioso que se fecha, e que logo dará lugar a mais um ciclo de vitórias ,conquistas e aprendizados. Agradeço a minha família, minha mãe Rosária, minhas irmãs Lucélia e Elisângela, que nunca deixaram de acreditar em mim, sempre apoiando em momentos bons e ruins, me dando todo o suporte emocional e financeiro ao longo dessa jornada. Agradeço ao meu Pai pela educação. Aos familiares pela lealdade e companheirismo e infinitos momentos de felicidade Di, Luciene, Flávia, Michelle, Eliane, primo Grilo, Tia Tereza, Madrinha Lourdes e Padrinho Chico. Aos meus amigos de longa data, em especial a minha querida amiga Fler, pelos sábios conselhos e bons ouvidos de sempre. As amizades que construí durante essa caminhada e foram essenciais pelo resultado de sucesso, Giselle, Nathália, Vinícius e Iglesias. Agradeço aos abraços fortes e as gargalhadas bobas em momentos de tensão aos meus queridos Marlon, Mayara, Nycole, Bruno, Natália, Bárbara, Dudu, Keyne e Walter. Agradeço ao Rodolfo, Ana Carolina, Carlos e Stephany, que por puro carinho e consideração apoiaram esse TCC doando o seu tempo em prol dessa causa. Agradeço a todos os meus professores e especialmente à Renata Canabrava, Geannetti Tavares, Iza Hadad e ao orientador Aldo Clécius, por tornarem essa experiência ainda mais grandiosa através do seu entusiasmo, competência e dedicação. Grazielle Damaceno A Deus pelo dom da vida e por andar sempre ao meu lado em todos os momentos. A minha mãe Maria, por me mostrar o caminho certo, ensinando-me todos os valores da vida, os quais me constituíram e fizeram com que chegasse até aqui. Ao meu pai, sempre me apoiou em tudo. Aos meus irmãos (as) que me apoiaram em todo trajeto e momentos decisivos, mostrando-me que não há valor maior no mundo, que não seja o amor e união da nossa família. Agradeço também ao meu namorado, pelo apoio e cumplicidade de sempre. A minha madrinha, que contribuiu tão significativa na minha formação, acreditando fielmente no futuro promissor que me aguarda, e me motivando sempre na minha formação. A família Lott, em especial o grande e querido Robertinho, pela força, estimulo e que tanto me apoiaram em todas as etapas do curso, e desejaram o sucesso dessa formação. Em especial a coordenadora Renata Canabrava e o professor e orientador Aldo Clécius que acreditou e aceitou este desafio, e fez com este trabalho se tornasse real. Marlon Mendez
Resumo/ Abstract Esse projeto tem como objetivo, a criação de uma marca de moda que propõe ao movimento Slow Fashion uma nova proposta de valorização da roupa, gerando uma desvinculação da moda com o consumo descartável, fazendo-se valer do ato de colecionar. Uma antiga prática que carrega a essência do apreço e da significação dos objetos, desde os mais simples à grandiosas relíquias. A marca será destinada ao público feminino e masculino, e sempre se fará valer de mecanismos que, garantam que todo o seu processo de criação e confecção vão muito além da qualidade e da exclusividade, ela criará uma relação de entre as roupas e aqueles que a colecionam. Para que isso seja possível a Coletânea sempre adotará técnicas e processos que causem surpresas, e mistérios de modo intimista e pessoal, bebendo sempre das fontes que mais se comunicam de modo peculiar com cada indivíduo, como as artes, a música, a literatura, a psicologia, filosofia dentre tantas outras. Nessa primeira Coleção a marca mergulha-se no universo artístico do Surrealismo e ali se depara com os mistérios do pintor René Magritte que foi além da criação inconsciente e automática do movimento, ele instigou, provou e inquietou o pensamento lógico. Palavras-chave: Moda. Slow. Colecionar. Surrealismo. Inconsciente. Intimista. René Magritte.
Abstract This project aims to create a fashion brand that proposes the movement Slow Fashion a new proposal for the clothing value, generating a fashion untying on the disposable consumption, making it worth the act of collecting. An ancient practice that carries the essence of the case and the significance of objects, from the simplest to the grandest relics. The brand is aimed at the female and male audience, and always will enforce mechanisms that ensure that the whole process of creation and production go beyond the quality and exclusivity, it will create a relationship between the clothes and those who collect. For this to be possible Coletânea always adopt techniques and processes that cause surprises and mysteries of intimate and personal way, drinking always the sources that best communicate in a special way with each individual, such as arts, music, literature, psychology, philosophy, among many others. In this first collection the brand delves into the artistic universe of Surrealism and there is faced with the mysteries of the painter René Magritte which was beyond the unconscious and automatic creation of the movement, he instigated proved and fidgeted logical thinking. Keywords: Fashion. Slow. Collect. Surrealism. Unconscious. Intimate. René Magritte.
Sumário Curriculum 10 Briefing de Negócio (Dna da Marca) 12 Descrição Geral da Marca 13 Estilo 14 Elementos de Estilo 14 Nicho 15 Segmento 15 Gênero 15 Concorrentes 16 Canais de Distribuição 20 Margem de Preço 20 Diferenciais da Marca no Produto 20 Painel de Estio da Marca 22 Público-Alvo 26 Descrição 27 Painel de Público-Alvo 28 Identidade da Marca 30 -Marca Principal 31 -Conceito 32 -Cores Institucionais 33 -Tipografia 34 -Monograma 35 -Monocromia 36 -Construção (Grid) 37 -Área de Proteção 39 -Redução Mínima 40 -Usos Indevidos 41 -Aplicações Cartão de Visita 42 Papel Timbrado 44 Envelope 45 Tags 49 Caixas 53 Sacolas 55 Protetor de Roupa 56 Cartilha de cuidados 57 Brindes 58
Briefing de Coleção Release Painel de Inspiração Macrotendências Tendências Cores Tecidos Matérias Aviamentos Cartelas Descritivo do Processo Criativo das Famílias Mapa de Coleção Formas e Silhuetas Tipo de Apresentação Coleção Fichas Técnicas Painel de Segmentação Painel Artístico Referências Apêndice Artigo Científico Peças Executadas
60 63 64 66 70 74 74 75 75 76 80 81 83 84 85 156 164 165 168 169 170 178
Curriculum Marlon Mendes Brasileiro, solteiro Nascimento: 08/02/1988 E-mail: marlonmendes01@gmail.com 31-99348-9755 Formação: Bacharel em Moda Centro Universitário Una Aprendizagem Industrial Grafico Senai Modatec Inove/ Retes Fotografia Consultor de Solução e Imagem Vide Bula Estilo/provas e vendas Núcleo de moda Una Técnico Instrutor de laboratório Numo - Núcleo de moda Una Técnico Instrutor de Laboratório Estágios: Angel Joy Brasil Costureiro Núcleo de moda Una Instrutor de laboratório Prêmios e Exposições: *Melhor TIDIR (Moda) 2014 *Segunda posição no concurso “Drapping – Uma expressão criativa” MTPW 2014 *Terceira posição no concurso Boulevard Fashion Design 2015
Workshop *Palestra sobre construção de Imagem na empresa PIPE 2014 *Mediador de Figurinos Comunidade Viva 2015 *Beneficiamentos e Customização Criativa CRModa-Centro de Referência da Moda 2015 *Restauração das peças DO Alceu Pena - Exposição “Alceu é 100” – CRModa Complementares: CorelDraw**** Adobe Photoshop** Adobe Ilustrator** Pacote Office**** Objetivo Profissional: Atender a empresas colaborando com o conhecimento adquirido ao longo do curso de moda, em pesquisas e aprendizados extras, exercer funções em equipe de estilo, criação e produção.
Grazielle Damaceno Grazielle Damaceno Costa Brasileira, solteira Nascimento: 27/11/1985 Rua Rio Purús, 462 /Bairro Riacho das Pedras – Contagem – MG Telefone: (31) 99875-8034 / (31) 2559-3658 E-mail: grazielledamaceno@ gmail.com Formação Acadêmica Bacharel em Moda – Centro Universitário Una Cursos Extracurriculares •Costureiro e Modelista – SENAC (2012-2013) •Estilismo - COLTEC/UFMG (Pronatec) (2013) •Moda e Sustentabilidade – Lívia Limp (2012) •Windows/ Word/ Excel/ Power Point/ Internet/ (2004) •Inglês e Francês (em curso) Experiências Profissionais: Monitora - Numo Una 2014 a 2016 •Realizando atividades de modelagem, enfesto, corte, costura, criação controle e preservação de acervos, •Suporte em eventos do curso de moda, como o Unatrendsetters, palestras, worshops e seminários, •Auxílio aos alunos em atividades acadêmicas práticas; modelagem, corte, costura e beneficiamentos têxteis •Exerceu funções de discente supervisor de Pesquisa no Projeto de Extensão, Observatório de Tendências de Comportamento e Consumo TRENDSETTERS, realizado pelo NUP (Núcleo de Pesquisa) do Curso de Moda do Instituto de Comunicação e Artes Una, no período de março a junho de 2016. Assistente de Negócios de Moda - Chico Santoro (Corretor de negócios de Moda) – Nas duas edições de 2015 e 2016
Reconhecimentos e Premiações -Certificado de Melhor Trabalho Interdisciplinar Dirigido (TIDIR) do Curso de Moda – Centro Universitário Una – Fashion filme – Padrão de Beleza (Wig Culture) -Certificado de Melhor Trabalho Interdisciplinar Dirigido (TIDIR IV) do Curso de Moda – Centro Universitário Una – Direção criativa fictícia da marca Osklen Objetivos Profissionais Atuar no setor da moda, ampliando meus conhecimentos na área de criação, produção e estilo, adquirindo crescimento e aprimoramento profissional.
Briefing de Negรณcio
D escrição Geral da Marca
A marca Coletânea, traz ao mercado um novo conceito para o modo de consumo de moda. O descarte e a troca dão lugar a estima e ao imperecível. Todas as peças são criadas com o intuito de oferecer produtos que se relacionem intimamente com os seus consumidores de modo a atingir uma relação sentimental e extremamente conectada com aquele que a possui. A marca prioriza a qualidade, a durabilidade e principalmente a significância de seus produtos para seus clientes. A ideia de consumo pelo consumo está fora de questão, e dá lugar ao que pode ser chamado de consumo consciente, uma vez que cada peça se dialoga de forma intensa com seus consumidores que acabam por se desvincular da ideia de consumistas para colecionadores.
Estilo
Dominante: Moderno Contemporâneo Complementar: Criativo
Elementos de Estilo
Espirituais Colecionáveis
Artesanal
Existencialista
Físicos Temas/maxi estampas e estampas figurativas, modelagem criativa, utilização em detalhes de matérias não convencionais texturas, beneficiamentos e remodelagens criativas Processos manuais, hora na estamparia, hora em professos de beneficiamentos de superfície, tingimentos exclusivos. Escolha dos temas e abordagens das coleções
Nicho
Prêt à Porter Premium
Segmento
Ocasião de uso: Casual e Casual Chic
Gênero
Feminino e Masculino
Concorrentes
Ronaldo Fraga A primeira marca, a de maior proximidade em termos de ideia e de público seria a Ronaldo Fraga: marca conhecida por se diferenciar das demais de sua região. Ronaldo Fraga desvia do que ter-se-ia como “obviedade da moda mineira”, o corriqueiro – a moda festa. Ele segue uma trajetória própria, um caminho não antes traçado; pelo menos não como ele o faz. É exatamente essa a visão de nossa marca: um caminho novo, com possibilidades novas que ultrapassam a fronteira de mercado e de tendência. Esse é o ponto forte que nos aproxima de sua marca a ponto de julgá-la como concorrentes (talvez o maior). Embora creiamos trabalhar um preço um pouco mais acessível, pretendemos a produção de uma roupa bem trabalhada, de qualidade.
João Pimenta Outra marca que se aproxima à nossa, seria a João Pimenta. Ainda que não trabalhemos apenas a moda masculina, João Pimenta tem traços que nós pretendemos trabalhar. Uma modelagem diferenciada e cuidada, uma roupa pensada. Uma das características mais fortes de João Pimenta é a reinvenção do clássico, na passarela podemos observar viagens profundas em seus temas onde tendências são as últimas coisas a serem associadas, o contexto de suas coleções é trabalhado de forma absolutamente criativa, e nos trazem a sensação de uma moda totalmente atemporal.
Maison Margiela (Concorrente Aspiracional)
A marca foi fundada pelo estilista belgo Martin Margiela, um dos vanguardistas de sua geração que teve seu destaque pelo trabalho de desconstrução, reciclagem e transformação. Margiela apresenta em todos seus desfiles fortes referencias de inspiração no universo das artes, carregando consigo um DNA altamente criativo e subjetivamente poético. Hoje a marca é dirigida por John Galliano, um dos maiores nomes da moda atual, estilista ousado e que de fato cria as roupas como verdadeiras obras de arte, devidamente associado com Margiela. O que podemos pontuar como traços em comum com a marca a ser criada é evidentemente o estilo criativo e elegante, que une conceitos de arte a um artigo de moda em alta qualidade. A Maison Margiela, como uma marca de luxo, tem um público financeiramente diferente ao apresentado, porém o perfil tem fortes semelhanças, observando do âmbito da busca por refinamento e afinidade com a arte e uma peça de roupa durável e representativa.
Victor and Rolf (Concorrente Aspiracional) A marca Coletânea aspira em concorrer com a marca Victor and Rolf, uma vez que esta, traz consigo uma proposta de modo de criar independente, pois ela não se preocupa em seguir tendências e estabelece suas próprias regras. Suas criações beiram o exótico esbanjando conceitos impactantes. As produções da Victor and Rolf ultrapassam os significados de um vestuário comum, são verdadeiras obras de arte repleta de efeitos e significados.
Canais de distribuição
A marca Coletânea irá trabalhar com loja conceito e ateliê na região Centro Sul de Belo Horizonte.
Margem de preço (varejo)
Camisas/Blusas: R$ 170,00 a R$ 250,00 Bermudas/Saias/Shorts: R$ 340,00 a R$ 490,00 Macacões/Vestidos: R$ 650,00 a R$ 1.200,00 Coletes/Blazers/Casacos: R$ 400,00 a R$ 700,00 T-Shirts: R$ 150,00 a R$ 220,00
Diferenciais da marca no produto
A marca Coletânea se diferencia das demais por carregar consigo o desejo de fazer a diferença na vida dos seus consumidores, dando a eles uma identificação com o vestuário produzido pela marca, que tem como objetivo principal, despertar em seus clientes sentimentos e sensações que ao mesmo tempo que são comuns, também são muito pessoais. Além de oferecer produtos de alto padrão de qualidade e preços mais acessíveis. Ao colocar sobre o seu corpo as peças da marca Coletânea, ele estará trazendo para si uma experiência tão única de identificação com o objeto sobre o seu corpo, que o descarte e a troca tão comuns nos dias de hoje, não farão mais parte do comportamento dessas pessoas. As roupas confeccionadas pela Coletânea não são apenas roupas, mas sim peças indispensáveis para a materialização da individualidade, a transposição dos sentimentos e uma guardiã de memórias.
Estilo da marca
Masculino
Feminino
PĂşblico- alvo
Quando pensamos na pessoa que veste nossa marca, pensamos em pessoas que têm sensibilidade para arte, que apreciam a vida em seus mínimos detalhes, que tenham visão crítica de mundo e, acima de tudo, valorizam as relações humanas. Por isso, estão sempre rodeadas da família e de bons amigos. São pessoas conectadas e reconhecem a importância que a tecnologia tem no dia-a-dia da vida contemporânea, porém, não se prendem ao virtuosismo tecnológico, pois conseguem equilibrar, de forma inteligente, os excessos que essas dependências causam, uma vez que são muito questionadores e formadores de opinião. O público alvo da marca Coletânea, vai além da categoria de consumidores, são colecionadores por natureza, eles sempre vão ter apreço por objetos e coisas ricas em significados, memórias e histórias. Esse público não adquiri produtos, mas sim sensações e experiências, por tanto investem em durabilidade, e características inusitadas. Os nossos colecionadores se vestem para causar sempre algum tipo de impacto, sem abrir mão do conforto e da criatividade, eles se despem ao se vestir, pois estão sempre contando algo de si em suas roupas. São homens e mulheres de 30 a 40 anos, que escolheram tornar suas vidas um eterno momento de desfrute, uma vez que escolheram suas profissões a partir de suas paixões. Geralmente estão ligados às artes de um modo geral, música, dança, design, arquitetura, moda, e as áreas de comunicação. Em seus momentos de lazer, costumam ir a bares que ofereçam experiências diferentes, com um menu repleto de cervejas, vinhos e comidas de diferentes regiões e partes do mundo, mas que principalmente tenham um processo de produção artesanal. Seus destinos de viagem são preferencialmente aqueles que oferecem paisagens exóticas e que possibilitam programações divertidas e inusitadas. São apaixonados por música e como estão sempre dispostos a experimentar, seu gosto musical é muito diversificado, dentre eles pode-se destacar o Jazz, Soul, Rock Clássico, MPB, Indie e House e quase sempre se fazem presentes em grandes festivais que apresente essas vertentes. Amam ir ao cinema, visitar museus históricos e galerias de arte nacionais e internacionais. Descobrir novos mundos e novas histórias e perspectivas é sempre muito extasiante para esse público. Programas simples como uma reunião entre amigos e familiares, em casa ou em piqueniques no parque são também muito valorizados por essas pessoas.
Identidade da marca
Marc a Principal
COLET NEA
Conceito da marca
Justificativa do nome O nome da marca foi definido através de um longo processo de brainstorn, onde foram levados em consideração toda a essência da marca e seu DNA, encontrando assim no nome Coletânea, a expressão perfeita e fiel do seu sentido de ser. A palavra Coletânea (Etm. Do latim: collectan.ea), significa um conjunto que em um único volume, reúne diferentes trechos selecionados de obras diferentes: coletânea de poesias, de leis, de músicas e etc. Coleção, agrupamento ou conjunto de variadas obras, coisas ou objetos.Todos os significados contidos nessa palavra expressam de forma clara e concisa a marca Coletânea.
Justificativa da Cor As cores em Preto e Branco além de transmitirem sobriedade, força e equilibrio, são cores de alto contraste que se contrapõe de modo intenso e leve ao mesmo tempo. Tais características trazem para a marca significados de credibilidade, sofisticação e versatilidade.
Justificativa da Fonte No Design da marca, é utilizado a fonte Aovel Sans Rouded, básica e sem serifas, gerando uma ideia de poucos excessos, atemporalidade e contemporaneidade simultanemanete. A sequência dos três circunflexos que substituem a letra A na terceira sílaba, remetem a junção de coisas, gerando uma alusão a coleção. A não presence da letra A também sugere a falta de algo, a incompletabilidade na construção da palavra, provova uma necessidade em completer, assim como ocorrem nas coleções.
Cores Institucionais
BLACK
WHITE
Pantone P 179-16 C C 0% M 0% Y 0% K 100% R 29 G 29 B 27
Pantone P 179-1 C C 0% M 0% Y 0% K 2% R 251 G 251 B 251
Tipografia
Fonte Principal Aovel Sans Rounded
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 ! @ # $ % ^& * () _ +
Fonte Secundรกria Anago Book
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 ! @ # $ % ^& * () _ +
Mo nograma
Monocromia
COLET NEA
COLET NEA
Const rução (Grid)
1 cm cada Total de 5x1= 5 cm
5 4
COLET NEA
3 2 1 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
1 cm cada Total de 12x1= 12 cm Área de proteção na construção do grid de 2cmX2cm.
Construção (Grid)
1 cm cada Total de 6x1= 6 cm
6 5 4 3 2 1 1
2
3
4
5
6 1 cm cada Total de 6x1= 6 cm
Área de proteção na construção do grid de 2cmX2cm.
Área de proteção
2 cm
2 cm
C O LE T
NEA 2 cm
2 cm
2 cm
2 cm 2 cm
2 cm
Redução mínima
COLET
NEA
2,5 cm
1 cm 1 cm
Usos Indevidos
COLET NEA
COLET NEA
COLET NEA
COLET NEA
COLET
NEA
COLET
NEA
Aplicações
COLET NEA
( C a rt ã o d e visit a )
Grazielle Damaceno e Marlon Mendes
(31)99875-8034 e (31)99348-9755
Rua Fernandes Tourinho 893- Bairro: Funcionários @acervodecontos Coletânea
COLET NEA
Grazielle Damaceno e Marlon Mendes
(31)99875-8034 e (31)99348-9755
Rua Fernandes Tourinho 893- Bairro: Funcionários @acervodecontos Coletânea
Papel opaline Tamanho: 8cm X 8cm Acabamento: laminação fosca
Aplicações
( C a rt ã o d e visit a )
Grazielle Damaceno e Marlon Mendes
(31)99875-8034 e (31)99348-9755
Rua Fernandes Tourinho 893- Bairro: Funcionários @acervodecontos Coletânea
Grazielle Damaceno e Marlon Mendes
(31)99875-8034 e (31)99348-9755
Rua Fernandes Tourinho 893- Bairro: Funcionários @acervodecontos Coletânea
Papel opaline Tamanho: 8cm X 8cm Acabamento: laminação fosca
Aplicações
( Pa p e l Timb ra d o )
COLET NEA
Rua Fernandes T ourinho 893 - Bairro: F uncionários @acervodeconto s Coletânea
Papel off-set Tamanho: A4 – 210 x297 mm
Rua Fernandes T ourinho 893 - Bairro: F uncionários @acervodecontos Coletâne a
Aplicações
COLET NEA
( E n ve lo p e s)
COLET NEA
Rua Fernandes T ourinho 893 - Bairro: F uncionários
Rua Fernandes T ourinho 893 - Bairro: F uncionários
@acervodecontos
@acervodecontos
Coletânea
Coletânea
Envelope em papel off-set Tamanho: A4 – 210 x297 mm + aba de 3 cm
Aplicações
Rua Fernandes T ourinho 893 - Bairro: F uncionários @acervodecontos Coletânea
Rua Fernandes Tourinho 893 - Bairro: F uncionários @acervodecontos Coletânea
Envelope em papel off-set Tamanho: A4 – 210 x297 mm + aba de 3 cm
( E n ve lo p e s)
Aplicações
COLET NEANEA COLET
( E n ve lo p e s)
COLET NEA NEA COLET
Rua RuaFernandes Fernandes TTourinho ourinho 893 893 -- Bairro: Bairro F: Funcionários uncionários
Rua RuaFernandes Fernandes TTourinho ourinho 893 893 -- Bairro: Bairro F: Funcionários uncionário s
@acer @acervodecontos @acervodecontos vodeconto s
@acervodeconto @acervodecontos @acervodecontos s
Coletâne Coletâne aa
Coletâne Coletâne aa
Envelope em papel off-set Tamanho: A4 – 115 x225 mm + aba de 3 cm
Aplicações
Rua Fernandes T ourinho 893 - Bairro: F uncionários @acervodeconto s Coletânea
Envelope em papel off-set Tamanho: A4 – 115 x225 mm + aba de 3 cm
( E n ve lo p e s)
Rua Fernandes Tourinho 893 - Bairro: F uncionário s @acervodecontos Coletânea
Aplicações
COLET NEA
( T a g s)
COLET NEA
Aplicações
( T a g s)
Aplicações
( T a g s)
Aplicações
( T a g s)
Papel opaline Tamanho: 8cm X 8cm Acabamento: laminação fosca frente e verso.
As Tags da Coletânea trarão nessa coleção algumas seleções das obras de Magritte que serão confeccionadas em Op Arte, gerando um efeito de uma imagem sobre a outra. Isso as tornará tão especiais que colecioná-las ou usá-las como um chaveiro será inevitável.
Aplicações
( C a ixa s)
Caixa de plástico poliondas com logomarca impressa, em três tamanhos diferentes (P, M e G).
Coleção: Peça:
C O LE T NE A
Coleção: Peça:
COL E T N EA
Coleção: Peça:
COLET NEA
Aplicações
( C a ixa s)
Coleção: Peça:
Coleção: Peça:
Coleção: Peça:
Caixa de plástico poliondas com logomarca impressa, em três tamanhos diferentes (P, M e G).
Aplicações
( Sa c o la s)
Sacola de papel com logomarca impressa, em três tamanhos diferentes (P, M e G).
As embalagens da Coletânea serão desenvolvidas de modo a possibilitar que o seu colecionador tenha um verdadeiro acervo que garanta a durabilidade e a integridade de cada detalhe contido em suas peças. Para isso faremos uso de material como o plástico polionda para a caixa e sacola de TNT.
Aplicações
( Pro t e t o r d e ro u p a )
Sacola protetora de TNT.
COLET NEA
Bolso
Bolso
Aplicações
NEA T E L O C
( C a rt ilh a d e c u id a d o s)
is a m e is p re c le c io n á v o c s a ç e dos! Suas p d e c u id a
Na Cartilha de cuidados os colecionadores poderão consultar informações sobre como conservar e manter a qualidade de suas peças. Instruções de lavagem, secagem e armazenagem, para cada tipo de tecido e seus respetivos beneficiamentos. A Coletânea entende que a durabilidade dos produtos, dependem não só da qualidade de suas matérias primas, mas principalmente, com a forma que cuidamos deles.
Brinde
Caixa de mdf com divisรณria interna. Logomarca serรก aplicada com adesivo. Medidas: 22,5cm X 15cm X 7,7cm
Brinde
Material composto de borracha sintética, reciclada e natural. É 100% reutilizável, sendo transformado em pisos, correias e pavimentação. É muito resistente.
MistĂŠrios
Suprarreais
Briefing de Coleção
Release
Marca Mineira lança sua primeira coleção de roupas colecionáveis A Coleção Mistérios Suprarreais da marca Coletânea, para o Verão 2018, buscou inspirações no onirismo Surrealista do artista belgo René Magritte. Suas criações enigmáticas e cheias de provocações, que instigam o nosso pensamento lógico sobre a imagem, a linguagem e a representação das coisas, fizeram com que ele fosse reconhecido por alguns autores, como um artista que estava na borda das vanguardas surrealistas, um gênio que fragilizou os sistemas lúdicos de representação, alterou o conhecimento da cartilha escolar e recriou as formas de enxergar os objetos. As cores dessa coleção foram extraídas através da observação das cores mais utilizadas nas obras do pintor, são elas, o branco, o preto, tons de azul, verde claro, e marrom. Os tecidos vão desde os mais leves como o Monil, Etoile e Crepe de seda, aos mais rígidos da alfaiataria, como o Crepe Monaco coenizado, Prada, Shantung, Linho e malha Prene, gerando silhuetas mais retas, naturais e por vezes marcadas. Para materializar os conceitos das famílias da coleção, faremos uso de técnicas autênticas e especiais, como o plissado 3D desenvolvido especialmente para esta coleção, estamparia localizada feita a mão em parceria com a artista Meire Prates, aplicação de penas de pavão, bordados com canutilhos e bordados de linha, tingimento manual feito com técnica de Tye Dye, Corte a Laser, Capitoné, e Estamparia Digital. A Coletânea deseja criar uma relação íntima com seus colecionadores e por esse motivo temos a certeza de que o resultado desse trabalho, implicará em sensações intimistas materializadas em peças que nunca mais sairão do seu guarda-roupa. Coletânea Tel: (31) 99875-8034 Grazielle Damaceno (31) 99348-9755 Marlon Mendez http://www.coletanea.com.br/ facebook : https://www.facebook.com/acervodecontos Instgram: @acervodecontos
MacrotendĂŞncias
Redefinição dos opostos A representatividade atual consiste na hibridez, os que um dia foram “opostos”, hoje já podem se relativizar, quebrando fronteiras que eram socialmente estabelecidas. A relativização dos “opostos” não para na moda sem gênero, futuramente veremos novas ações na moda seguindo essa proposta. As pessoas já não querem mais viver para trabalhar ou trabalhar no que gostam, agora mais do que nunca todos buscam ser felizes e fazer o que dá prazer. Trabalhar no que se gosta, menos horas por dia e, de preferência, perto de casa. As pessoas estão buscando felicidades cotidianas e equilíbrio pessoal. Uma procura de autodefinição, aceitando suas diferenças e as usando ao seu favor. A maioria das pessoas que um dia já alisou o cabelo, agora, buscam estar de uma forma natural, assumindo os cabelos cacheados ou crespos, por exemplo. As pessoas querem se sentir lindos como são e não querem ninguém dizendo o que é certo ou errado.
TendĂŞncias
Transparência Com um toque de sensualidade, Coach, Prabal Gurung e Rodarte apresentaram em suas coleções vazados e transparência em peças ajustadas, valorizando a silhueta feminina.
Fenda O apelo é sensual e aparece tanto nos looks casuais quanto nos mais festivos. A fenda apareceu em vestidos mídi de fechamento irregular e em saias transpassadas. Carolina Herrera, por exemplo, criou versões mais comportadas, com fendas que iam somente até o meio da coxa.
Silhueta H A silhueta marca presença forte nas coleções de Boss, Calvin Klein e DKNY, trazendo a força feminina em peças de chapes retos, independente do comprimento.
Gola Alta Vários desfiles da semana de moda de Nova Iorque apostaram nas golas altas, muitas delas aparecem em tecidos leves ou transparentes. Esse recorte aparece em peças tanto oversized, justas ou sobrepostas.
TransparĂŞncia
Coach
Rodarte
Prabal Gurung
Silhueta H
Boss
DKNY
Stella Mccartney
Fenda
Vera Wang
Carolina Herrena
Marc Jacobs
Gola Alta
DKNY
Ralph Lauren
Rodarte
Cores
A marca Coletânea seleciona para o Verão 2017, uma paleta de cores de acordo com três aspectos que a marca sempre acredita e também direciona o gosto peculiar de seus clientes, as paletas: Dominantes, que traz uma autoconfiança em si e o gosto pela moda, nos tons de azul escuro, vermelho e verde limão. Como não poderia faltar aos mais tradicionais, a paleta intermediarias com suavidade nos tons azul claro, verde e ocre. Na paleta Complementares entram os tons dominantes e que nunca saem de cena....., o branco preto.
Tecidos
Os tecidos terão uma cartela enxugada, já que a própria estação pede algo mais leve e esvoaçante, porém terá misturas com as opções encorpadas e com técnicas que transmite ar de mais sofisticação às peças trazendo forma para as silhuetas e caimento.
Matérias
Trabalharemos materiais que dê efeito e alusão deformável, algo que aparenta ser, o que de longe for, de perto não é! Plissado estampado, entrelaçamento embaralhado, corte a laser remodelado, vincos estratégicos para causar bifasse diretamente no corpo.
Aviamentos
Os Aviamentos utilizados nesta coleção, e utilizaremos como identidade da marca, será a frequência de singularidades diante das peças mais trabalhadas e detalhadas, já que aparentemente, serão usados de forma que apareçam forrados com o mesmo tecido.
Cores
Tecidos Malha Prene Valor: 19,90 94% Poliéster 6% Elastano Bazar Cida
Dominantes
Nuage Pantone Trans White C 0% M 0% Y 0% K 0%
Monil Valor: 15,90 100% Poliester Visual Tecidos
Nuit Pantone Trans Black C 0% M 0% Y 0% K 100%
Crepe Monaco Valor: 29,90 54% Poliéster 46% Algodão Med Textil
Intermediárias
Etoile Valor: 25,90 100% Poliéster Med Textil Crepe de seda Valor: 20,00 100% Poliéster Maximus tecidos
Mer Ciel Pantone 279C Pantone 290C C 71% M 42% Y 0% K 0% C 35% M 5% Y 4% K 0%
Prada Valor: 35,90 97% Poliéster 3% Elastano Visual Tecidos
Tonalizantes
Shantung Valor: 29,90 91% Poliéster/ 9 % Linho Deccor
Pomme Pipe Pantone352C Pantone 161C C 46% M 70% Y 96% K 59% C 43% M 0% Y 45% K 0%
Linho Valor: 29,90 50% Algodão/ 17% Poliéster/ 13% Viscose/ 20% Linho Lanabella
MatĂŠrias
Remodelagem
Entrelaçamento de tiras
Plissado 3D
Amassado
Escamas Corte a laser
Vinco entretelado
CapitonĂŠ alinhavado
Matérias Superfícies
Bordado de pena de pavão
Aplicação de penas de pavão
Bordado de letras
Intervençoes de canutilho
Beneficiamentos
Estampa Georgette
Estampa xeque mate
Estampa Representação
Estampa mar tingimento manual Estampa céu tingimento manual
Aviamentos Zíper Invisível R$2,00 Unidade Armarinho 25
Linha Sintética R$3,00 Unidade Armarinho Paulo
Botões niquel R$0,80 Unidade Armarinho Paulo
Zíper comum R$1,80 Unidade Armarinho 25
Botões Metal R$3,00 Unidade Armarinho Paulo Entretela R$12,90 o Metro Armarinho Paulo Linha de overloque R$4,00 Unidade Armarinho Paulo Canutilho R$ 1,50 por 10gr Biju Ouvidor Botões Forrados R$10,00 Pacote Armarinho Paulo Linhas para bordado R$ 4,50 unidade Decolores
Processo Criativo das Famílias
O processo criativo das famílias dessa coleção, primeiramente, se fez valer do painel de inspiração principal com a seleção de 5 obras do pintor René Magritte. Posteriormente, foi feito o desmembramento dessas 5 imagens que geraram a chave conceito de cada família, e assim, outras obras com o mesmo fundo conceitual foram atribuídas aos painéis gerando mais referências de cores, formas e ideias. Por mais que o tema da coleção e suas inspirações sejam oriundos de uma vasta e rica referência imagética, a Coletânea escolheu o que há de subjetivo e conceitual por traz das obras selecionadas do artista. Ao observar cada imagem e seus enigmas misteriosos, a marca se inspirou pelo o que acredita ter inspirado o pintor, e se fez valer do conceito que fora retirado a partir dessas interpretações, que se desdobraram em lógicas nada óbvias. Assim como a obra de Magritte instiga o pensamento e confunde o senso, as peças dessa coleção exigem uma interpretação que vá além de olhares que procuram replicações de elementos criativos visuais, é necessário ir além, observar cada detalhe e seus porquês, então pare e observe atentamente cada detalhe, eles tem histórias para contar.
Mapa de Coleção
Formas e Silhuetas
Para a coleção Mistérios Suprarreais verão 2018, fizemos uso de silhuetas mais retas para a grande maioria dos looks, garantindo o conforto e a leveza que a estação pede. Em alguns poucos momentos fizemos uso de uma silhueta sutilmente marcada, trazendo mais feminilidade com movimentos fluidos e leves. Em contrapartida, os shapes foram mais volumosos, dando um toque dramático gerando contrastes que causam efeitos interessantes e inusitados.
Tipo de apresentação
Desfile
Coleção
Ponto de Vista
A inspiração dessa família se deu a partir do desdobramento do conceito de uma das obras de Magritte, Le Point de Vue, (Ponto de Vista), a obra representa uma mesma paisagem, de quatro formas diferentes aos olhares atentos aos detalhes. Há diferenças sutis na incidência de luz, e no contorno que as emoldura, mostrando que uma mesma coisa, nunca é a mesma em absoluto, ela vai sempre estar submetida aos variáveis e infinitos pontos de vista. Deste modo a configuração dessa família faz uso de remodelagens de duplo efeito, aplicações de bordados com penas de pavão, efeito amassado no tecido e linhas que serão trabalhadas que explicitarão pontos de vista divergentes.
LE POINT D
DE VUE
Espelhos falsos
Quando olhamos para a obra de Magritte “Espelho falso”, automaticamente a relacionamos com um provérbio que diz: ”Os olhos são o espelho da alma”, porém , quando observamos as nuvens refletidas na íris do olho da pintura, não há mais certeza se o que está sendo refletido vem de dentro ou de fora. Seria este um simples reflexo de um céu azul, ou o universo infinito que habitamos em nossa alma? Qual desses espelhos Magritte designa como falso? Magritte nos mostra mais uma vez a arbitrariedade que as interpretações podem carregar. Desenvolvemos nessa família reflexos e espelhamentos, seja na repetição de detalhes, espelhamento de formas, recortes a laser, estamparia e técnicas de tingimento.
Sem TÃtulo
Muitas vezes procuramos no título de uma obra a resposta para os enigmas contidos nela, mas nem sempre encontramos essas respostas, principalmente quando de trata de René Magritte. Em Sua obra intitulada “Sem título”, o artista nos força a voltar para a pintura e interpretá-la sem que seja preciso lhe dar nome, ela simplesmente, é o que é. Mas as provocações continuam, e ele brinca com a abstração de um possível mar, ou areias de um deserto que encobrem homens e mulheres, pinta uma mesa em que lhe falta uma de suas pernas, e ainda troca outra delas, pelas de uma mulher, pinta olhos e boca em uma peça de xadrez, e assim Magritte vai nos mostrando que no seu jogo de representação, as formas que são usadas para representar algo, podem ser substituídas, e ao ganharem novas formas, são ressignificadas. E para trazer essa ideia de ressignificações e reconfigurações de formas, utilizamos nesta família além de um tipo de plissado exclusivo que desenvolvemos para esta coleção, estamparia, corte a laser e técnicas de remodelagens.
Georgette
É impossível conhecer Magritte e não saber quem foi Georgette. Além de estar presente em grande parte de suas obras, a esposa do artista sempre foi sua grande companheira, amiga e parceira em suas criações. O artista era declaradamente apaixonado por ela, de fato, era sua musa inspiradora. Seu fascínio pelas curvas do seu corpo, cabelos, olhos e boca são muito enfáticos nas obras em que Georgette é por ele representada. Entretanto, mesmo observando e identificando Georgette a partir de suas feições faciais quando a comparamos com suas imagens reais, não podemos deixar de levar em consideração que o óbvio nunca foi um discurso utilizado pelo artista em suas pinturas, há sempre mistérios a serem desvendados. Diante disso, será que essa representação do corpo nu de Georgette, é mesmo dela? Nenhuma dessas obras foi identificada com o seu nome ou algo que as relacione a ela, a não ser a imagem reconhecida por nós como sendo a de Georgette, e esse reconhecimento a partir da representação pode ser facilmente distorcido. Mais uma vez nos apropriamos desse mistério e criamos uma família que perpetua essas inquietações, com técnicas de estamparia digital, entrelaçamento comum e entrelaçamento 3D, além de recortes e deslocamentos.
Isso não é um cachimbo
O desdobramento dessa família partiu de um dos quadros mais conhecidos do pintor Magritte. Neste quadro ele pinta um objeto que visualmente o reconheceremos como um cachimbo, porém, nega-o com a linguagem escrita abaixo da figura, que diz :(Ceci n’est pas une pipe). Tais questões intrigam quem observa a imagem e geram um certo mistério sobre o que o artista quis passar com essa provocação. Tempos depois o autor responde a tais questionamentos dizendo: “Isto não é um cachimbo, mas sim a representação dele. Eu não posso pegar este objeto e utiliza-lo conforme sua função.” René Magritte então, nos propõe um novo olhar e abre questionamentos sobre a relação que existe entre linguagem escrita, figurativa e suas respectivas funções. Todavia, o artista nunca esteve interessado em afirmar os significados de suas criações, mas aponta a partir delas, o quanto podem ser arbitrárias as coisas e suas formas de representação. E foi nos apropriando dessa arbitrariedade que trouxemos esses questionamentos para as peças criadas nesta família. A partir da desconstrução, remodelamos e unificamos funções que seriam convencionalmente separadas, trocamos as funções e os lugares e as “descrevemos” utilizando de bordados de linha e estamparia.
Fichas tĂŠcnicas
Painel de segmentação
Painel ArtĂstico
Referências
MOURÃO, Rhéa Sylvia. Da influência do Surrealismo na Estética Contemporânea. Rio de Janeiro: Pallas S.A, 1982. FOUCAULT, Michel. Isto não é um Cachimbo. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra S.A, 1988. RIVERA, Tanea. Arte e Psicanálise. São Paulo: Editora Jorge Zahar, 2002. SANTOS, Carolina Junqueira. A ordem secreta das coisas: René Magritte e o jogo do visível. Dissertação – Arte e tecnologia da Imagem, UFMG, Belo Horizonte, 2006. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/VPQZ-6X4PYA/a_ordem_secreta_das_coisas.pdf?sequence=1. Acesso em: 29 Abr. 2016.
ApĂŞndice
Artigo científico
INTRODUÇÃO O presente artigo pretende abordar o movimento Surrealista, através de análises de conteúdos filosóficos e artísticos, tendo como ponto de partida um estudo que se debruça sobre o olhar teórico psicanalítico freudiano, e dos questionamentos quanto a representação das coisas que o pintor belga René Magritte se propõe a realizar em suas obras. O Surrealismo é um movimento artístico e filosófico libertador e extremamente convidativo para a transposição do eu interior para com o mundo externo, como uma forma revolucionária de uma vivência transcendental nas artes e no entendimento humano, em que o subconsciente se une ao consciente na busca pela verdade. O movimento inspira uma produção criativa com maior autenticidade autoral, uma vez que liberta tal ato dos padrões convencionais e abre caminhos para o onirismo inconsciente. Este artigo observa primeiramente o Surrealismo, sua ideologia, em um apanhado geral do que foi tal movimento, isso feito no primeiro capítulo denominado “Realismo Inconsciente”; dando sequência a um estudo em que se permeia a análise entre Arte e Psicanálise, um ponto consideravelmente importante para a pesquisa, uma vez que, permite um paralelo entre as teses freudianas sobre o inconsciente e o movimento artístico Surrealista, sendo esses discorridos no capítulo “Onirismo Freudiano”. As análises das significâncias das obras do Pintor René Magritte, são feitas no capítulo “René Magritte: Les Myteres”, sendo um ponto crucial dentro do processo de criação ao qual este trabalho se propõe, inclinando-se para o tema central do artigo dentro do capitulo “Mistérios Suprareais”, que pretende tornar possível através das conclusões obtidas sobre o Surrealismo por René Magritte e Freud um processo criativo mais interessante e autoral. Os estudos foram feitos por meio de pesquisas bibliográficos e artigos científicos que abordam tais temáticas, dentre elas se destacam, Mourão (1982), Da influência do surrealismo na estética contemporânea, Rivera (2005), Arte e Psicanálise, Foulcault (1988) com Isto não é um cachimbo, e a leitura das principais obras de René Magritte, como, O espelho falso, A traição das imagens, Isto não é um Cachimbo, La cascade, e Le point de vue. As metodologias partirão de pesquisa descritiva do movimento Surrealista de modo geral, suas abordagens psicanalíticas e artísticas com ênfase no artista René Magritte, bem como a moda e arte.
A temática é justificada em detrimento de uma percepção de que estamos passando por um momento de grandes divergências políticas e sociais, que se assemelham às incertezas e inseguranças que desencadearam os questionamentos que geraram o movimento artístico Surrealista vivido no século XX. Há uma grande necessidade e preocupação atual em se rotular coisas, pessoas ou acontecimentos, e estas muitas vezes tomam uma proporção de forças imutáveis. Há uma imposição absolutista sobre a verdade, e se observa sempre uma necessidade em substituir uma pela outra, o que gera distanciamentos cada vez mais impossibilitados de se obter um equilíbrio, com considerações que validem pontos de ambas as partes. Percebe-se diante dos estudos realizados certa distinção entre o Surrealismo vivido na França (que vai de encontro às teses freudianas sobre o inconsciente), com o Surrealismo de René Magritte (que para alguns autores vai além do movimento). O primeiro, se faz valer a partir da utilização do automatismo como modo de criação que se desprende totalmente da razão, para que assim seja possível a plena manifestação do onirismo e do inconsciente. O segundo, apesar de se valer da estética Surrealista, se contrapõe a este automatismo irracional, uma vez que, o mesmo articulava em sua arte, de modo muito peculiar, imagens e linguagens que provocavam muito mais que contemplação, pois geravam uma reflexão sobre aquilo que era apresentado ao espectador. René Magritte de fato foi além, pois, com base em um movimento que prega a liberdade, ele estabeleceu seu modo de fazer arte, que conseguiu ultrapassar as premissas Surrealistas, e fez disso instrumento de “provocações” que nos convidam a transcender, fundindo aquilo que é consciente e inconsciente, provando que ambas se complementam e nos apresentam maiores possibilidades. Diante de tais questões, estas ideias se farão valer por meio da criação de uma coleção de vestuário que pretende provocar no consumidor reflexões sobre as imposições de uma verdade absoluta das coisas. Causar incômodos que levem a procurar respostas que nem sempre serão dadas, pois os significados são muitos e diferentes a partir de cada olhar. A relevância do tema se faz valer ao perceber que outros estilistas já pensaram também na moda como um objeto do Surrealismo; vemos isto com a estilista Elsa Schiaparelli, que se apropriou do Surrealismo de modo explícito, trabalhando em suas coleções a ilusão de ótica, que traz consigo na técnica do fazer, a magia do inconsciente, a tentativa de reproduzir o sonho o para mundo o externo, experimentando, novas modelagens, formas, estampas que compactuam com a estética surrealista que pretende atingir o ápice dos verdadeiros sentidos em tudo que somos e fazemos. REALISMO INCONSCIENTE Nasce o movimento Surrealista de cunho artístico e literário na década de 20, impulsionado por André Breton. Neste momento, tal movimento se deleita com as mágicas fontes do esoterismo e dos romances do século XVIII, que consiste na fundamentação da unidade entre razão e intuição que se faz necessária para o reencontro do homem com seus poderes para com sua manutenção com a totalidade universal. (MOURÃO, 1982) Surge então uma chave para um escapismo de uma crise existencialista de um modo geral, configuradas por um contexto social confuso com as inúmeras diretrizes a serem seguidas e de uma política fraca e falha. Por mais que as metodologias embasadas na razão estivessem em movimento contínuo, a situação era de desconforto e de certa impotência humana em gerar soluções que resultassem em verdades absolutas. (MOURÃO, 1982) Diante disso, Mourão (1982, p.12) afirma que “O objetivo do surrealismo é provocar uma crise de consciência de caráter grave e geral, dependendo deste resultado, seu êxito ou fracasso histórico. ” Assim, percebe-se que as raízes de tal movimento se dão pela necessidade de promover revolução, a fim de modificar drasticamente as lógicas nas razões humanas daquele tempo. A autora ainda afirma que:
Do ponto de vista intelectual e moral, pretende demonstrar e tornar conhecida, a falsidade das antigas antinomias destinadas, hipocritamente, a evitar, por parte do homem, qualquer reação à opressão universal. O espanto causado pela guerra, a morte dos sonhos, o futuro sombrio, tudo isto pesava sobre a humanidade. (MOURÃO, 1892, p. 12).
Ultrapassando as vertentes das artes e da literatura, o Surrealismo passa a ter embasamentos filosóficos, que em sua essência tem o propósito de anular as contrariedades entre as diferenças, portanto, havia uma esperança em transformar tais diferenciações em diálogos que conduziriam a novas possibilidades de uma realidade atual. Nas artes e na literatura a finalidade do Surrealismo está em revolucionar o modo de criação que antes era externo, e passa a ser interno, por meio da transposição de ideias livres que geram imagens e linguagens que são oriundas do universo inconsciente de caráter onírico, utilizando-se do modo de criar automático desprendido de regras. (MOURÃO, 1982) O Surrealismo também possuía fundamentações políticas, uma vez que se pretendia com ele, causar uma verdadeira revolução social com o apoio do Partido Comunista, que buscava soluções para as crises nos anos 29 e 30. Estas ganham ainda mais força com as teses freudianas sobre o inconsciente, que se fazia valer da psicanálise em busca da libertação das condições humanas impostas por meio das arquitetações das grades religiosas, políticas, morais e lógicas. (MOURÃO, 1982) Segundo Mourão (1982), manifestações artísticas com caráter Surrealista já haviam ocorrido antes do Primeiro Manifesto. Em 1919, André Breton e Phillipe Soupault, publicaram Os Campos Magnéticos, pela revista Littérature, a primeira experiência de escrita automática, que permitia uma expressão de pensamentos soltos, livres de regras. E em 1921, Max Ernst oferece uma série de imagens construídas por meio de colagens em sua exposição em Paris, que despertam tanto a atenção a ponto de inspirar profundamente, André Breton e Louis Aragon (dois dos fundadores do movimento, juntamente com Paul Éluard, Phillipe Soupault, Jaques Baron, Robert, Antonim Artaud, Joseph Deteli, André Masson, Pierre Naville) e ainda outros. Breton e Aragon, vendo as colagens ficaram profundamente impressionados ao contemplarem “uma nova espécie de imagem poética que entrava em diapasão com suas ideias. Perceberam em Ernst uma mistura de niilismo e mundanismo cínico que perturbava. A desorientação do espectador diante das colagens provocaria uma mudança na maneira convencional de apreender o mundo. (MOURÃO, 1982, p. 15)
Paralelo a isso, acreditava-se também no uso de métodos hipnóticos como ferramenta de acesso ao subconsciente, tendo como ponto de partida o sono, técnica amparada pelas teorias psicanalíticas sobre o inconsciente freudiano. Acreditava-se que as imagens produzidas pelos sonhos abririam os caminhos para o acesso as criações mais profundas do onirismo. Mesmo tendo Breton prospectado uma união futura que se almejava o equilíbrio entre a razão e a desrazão, ele afirmava que nenhuma fonte do Surrealismo deveria originar-se do consciente, sendo que a lógica não poderia interferir na fonte de tal modo de criação. (MOURÃO, 1982).
Tal método gerou em contrapartida uma negação de alguns pintores mediante a revelação de suas personalidades traduzidas em imagens de seu subconsciente, uma vez que o anonimato fazia parte de sua filosofia artística, gerando uma certa inquietude entre os artistas, pois se viam divididos entre o que os qualificava como meros instrumentos de fruição imagética inconsciente, e aqueles que tinham um senso de estética racional. Diante disto, é compreensível entender que nem todos se fizeram valer desse Surrealismo total, dentre eles, permaneceram Aragon, Baron, Boiffard, Breton, Carrive, Crevel Delteil, Denos, Éluard, Gérard, Limbour, Malkine, Navile, Noll, Péret, Soupault e outros. (MOURÃO, 1982) Indo de encontro às sínteses de Mourão (1982), foi no Primeiro Manifesto que as ideia de libertar a humanidade das amarras racionais, e trazer com essa viagem ao interior do ser uma reflexão poética que traria possibilidades infinitas em várias vertentes das artes, e não só dela, pois as crises políticas em que a sociedade se encontrava também seriam transformadas. Para Mourão (1982, p.16) “Além de desencadear severa crítica contra a cultura burguesa e a civilização ocidental, os surrealistas tomaram posição política, em vista dos últimos acontecimentos que abalaram o mundo.
É ainda no Primeiro Manifesto, que o Surrealismo inicia sua fase que da vazão ao pensamento, uma vez que começam a surgir as questões filosóficas, o grupo sente que o movimento pode revolucionar a política mesmo mantendo um distanciamento partidário, pois isso limitaria a grandeza de sua existência. Foram lançadas várias obras com contextos políticos e sociais, que impulsionaram a mudança de nome da revista Littérature, para Revolução Surrealista, que seguiam com ilustrações dos pintores e prefaciadas pelos escritores surrealistas. (MOURÃO, 1982). Já o Segundo manifesto é marcado pela essência filosófica do Surrealismo, que consistia em gerar respostas que solucionassem de modo a equilibrar as divergências entre todas as grandezas que se contrapõe e inquietam a alma humana, como a morte e a vida, o sonho e a realidade. (MOURÃO, 1982). De acordo com Mourão (1982), é também no Segundo Manifesto que o movimento Surrealista se posiciona definitivamente na política se unindo e aderindo as ideias do Partido Comunista, resultando na criação da revista, O Surrealismo a Serviço da Revolução, optando a partir dessa adesão por uma materialização histórica e não mais apenas simbólica do movimento. Tal acontecimento desencadeou uma série de controvérsias entre os artistas que faziam parte do grupo, uma vez que muitos deles não compactuavam com esse fundo político no qual o Surrealismo estava sendo inserido, este fato gerou a desvinculação de muitos desses artistas e assim o grupo seguiu com frequentes entradas e saídas de membros. Nesse período são colocadas por Breton em Vasos Comunicantes as primeiras ideias das significações do sonho no que diz respeito a sua correlação aos desejos, que foram construídas através de longas correspondências com Freud. Há neste momento as primeiras assimilações que unem Surrealismo e Psicanálise, porém, há muitas discordâncias e negações do Psicanalista para com as associações feitas por Breton entre suas teorias e o Surrealismo. Começam aqui os encontros e desencontros entre Arte e Psicanálise. (MOURÃO, 1982). A Segunda Guerra Mundial também marca de forma significativa o desenvolvimento do movimento Surrealista, uma vez que, as consequências dela como, o exilio de Breton em Nova York, que deu início aos Prolegômenos de um possível Terceiro Manifesto do Surrealismo, e principalmente o rompimento que evolui para uma oposição ao comunismo. A mudança gerou uma série de grandes exposições em Nova York e Milão, São Paulo e Escoltomo no decorrer da década de 60. (MOURÃO, 1982) Ao se propagar em diversos países de culturas distintas, o Surrealismo foi ganhando cada vez mais força e sua estética assimilada as várias vertentes das artes, influenciando na Poesia, Pintura, Cinema, Fotografia, Arquitetura, no Teatro e na Dança. Tal força é justificada quando percebe-se a revolução que o Surrealismo gerou, ao abrir caminhos e mostrar infinitas possibilidades. Partindo de uma proposta nova de fazer arte, se propagou de forma intensa, uma vez que, se aprofundou nas causas sociais, filosóficas, políticas e no conhecimento humano com a ajuda da psicanálise, resultando em uma influência eterna. (MOURÃO, 1982) ONIRISMO FREUDIANO A Arte Moderna e a Psicanálise surgiram de modo quase que simultâneo, e seus encontros e desencontros vem se sequenciando até os dias atuais. Os questionamentos que levaram a uma reformulação da arte clássica começaram com o pintor Paul Cézanne que rearticulou a seu modo a organização estrutural estabelecida na arte clássica, que até então era parâmetro irrefutável no modo de criação. As criações do pintor deixam de seguir tais ordens que foram estabelecidas desde o renascimento e passam a remontar as imagens dentro do espaço no qual é articulada. (RIVERA, 2002)
Paralelamente a isso, a descoberta do inconsciente feita pelas análises de Freud coloca aquele que vê, o sujeito, como o ponto principal dessa inconstância, uma vez que a consciência está dividindo espaço com o inconsciente, e tudo que se vê e se percebe são partes de um todo altamente fracionado. Não há por que ter uma ordem na representação das coisas, se a interpretação de tal visão é variável mediante aqueles que a observam. (RIVERA, 2002) As referenciações feitas pelas vanguardas artísticas à psicanálise, se deram a partir da Primeira Guerra Mundial. A busca por uma estética que nega as regras e revoluciona o modo de fazer arte, se aproxima das teorias de Freud, pois ambas dão vazão ao inconsciente. É a partir do Surrealismo que as teorias freudianas serão divulgadas, mesmo tendo este, rejeitado a associação daquele, por diversas vezes. Curiosamente Freud negava a arte moderna, em suas obras ao apontar a arte, fazia referência as artes clássicas. O termo “automatismo” tão empregado no fazer da arte Surrealista, veio das doutrinas de Freud que diz respeito a liberar as ideias que estão no inconsciente, isso implica em deixar fluir sem ordenar de modo racional, colocando-as para fora aleatoriamente, tal técnica era chamada de “associação livre”. Segundo Breton, o automatismo deve servir de sonda para apreender uma realidade mais profunda que a vida cotidiana, podendo aquela ser pressentida nos sonhos. Isto não significa que a arte surrealista tenha como objetivo a mera fruição dos sonhos. Pretende-se atingir uma realidade mais autêntica. (MOURÃO, 1982, p. 20).
Breton acreditava em uma suprarealidade que essa fusão entre o real e o sonho poderiam gerar, algo que sozinho o raciocínio não tem condições de oferecer, pois a verdade absoluta só seria alcançada através desse contra-senso possibilitado por uma fusão entre significados contrários. Para Breton eis aqui, a esperança de revolucionar as doutrinas da vida humana que a sociedade burguesa sufocava, impedindo-a de viver em sua plenitude, uma vez que, o recalque nos afasta de nossa essência, e isso nos torna fragmentados, perdidos no meio daquilo que é consciente e inconsciente. Diante disso, Breton viu nas teorias de Freud, a possibilidade de fomentar, uma nova filosofia de vida a partir dos processos da Psicanálise. (MOURÃO, 1982) Mourão (1982, p.22) ainda afirma que, “ O mérito de Freud foi ter descoberto o inconsciente e revelado ao mundo os instintos recalcados que habitam no ser humano.” A possibilidade de acessar o inconsciente que a psicanálise oferece, é uma oportunidade de acessar esse eu interior até então inacessível devido a estes recalques. Na busca pelas origens da arte, os vanguardistas do movimento Surrealista, assimilam e se deslumbram com a esse fazer arte de modo intuitivo dos artistas africanos, das obras de loucos, os naifs, e pintores autodidatas. Há que se dar uma atenção especial a essa “atividade plástica de doentes mentais”. Em 1922, um crítico de arte e psiquiatra alemão, Hans Prinzhorn, publicará diversos trabalhos pictóricos recolhidos durante anos em instituições alemãs em seu Bildnerei der Geisteskranken (algo como Atividade plástica de doentes mentais). O livro causará furor nos meios artísticos e, diante de suas páginas, o grande pintor Paul Klee exclamará: “Eis o melhor Klee!. (RIVERA, 2002, p.10)
Essa resignificção da loucura, que traz a estas pinturas um valor artístico, vai de encontro as teses freudianas, e a tudo que fundamenta o Surrealismo, uma vez que o inconsciente é a fonte que valida esse modo de criação e de fruição de “pensamento”. O que difere o patológico do normal, está no quanto nosso racional consegue manter o controle e a ordem nos sentidos do recalque, dos atos falhos, dos lapsos de linguagem e neuroses. (RIVERA, 2002) Segundo Rivera (2002), a busca dessas origens, que discorriam por campos da loucura, primitivismo, ou até mesmo pela ingenuidade, geraram alguns questionamentos quanto a possibilidade de se conseguir de fato chegar a esse automatismo na escrita e na fruição de imagens. Será mesmo possível para aqueles que estão em um estado mental dito ”normal”, realmente deixar que ideias fluam e tomem uma incorporação linguística ou imagética sem qualquer tipo de filtro de censura e inteiramente livre de racionalização? Talvez esse questionamento seja um dos motivos pelo qual Freud negava o Surrealismo o invalidando por muitas vezes como um movimento artístico de grande relevância e importância.
Uma outra fonte da qual o Surrealismo bebe dentro das teorias freudianas é a origem dos sonhos, sendo estes ligados aos desejos que se manifestam de modo disfarçado através do sonho ou de atos falhos na vigília. Para Freud, o inconsciente, dependendo do tipo de neurose, nunca deixará de se submeter ao consciente, suas manifestações ora serão disfarçadas por fenômenos como o sonho, ora de formas indiretas através dos vários sintomas que aparecem muitas vezes imperceptíveis. Dentro destes sintomas, a histeria também foi um tema muito utilizado pelos artistas Surrealistas, principalmente na pintura, afirmavam que havia uma imensa beleza neste, uma vez que se fazia valer através do corpo, sendo considerada por estes artistas uma forma de expressão, que para Freud se desdobra em uma fala que se direciona para lado sexual sempre feminino. (RIVERA, 2002) De acordo com Rivera (2002), vale ressaltar ainda que dentre as teorias de Freud e seus encontros com a arte, em um dado momento em seus textos metapsicológicos, ele associa a criação artística a um tipo de neurose, nomeando tal fenômeno de “sublimação”, que consiste na substituição de um objetivo sexual, por por outro melhor admitido socialmente. Sendo então a neurose um fruto dos escapes do inconsciente a arte se faz intimamente relacionada e parte indispensável em tudo o que pode ser definido até agora enquanto inconsciente e suas manifestações. Podemos considerar a partir disso que arte não se apropria de ideias psicanalíticas quanto ao surrealismo. A arte se mostra pois, desde sempre uma manifestação do inconsciente. RENÉ MAGRITTE: LES MYSTÈRES Indo de encontro as análises de Santos (2006), René Magritte só se encaixa dentro do movimento do Surrealismo por mera questão cronológica, por fazer parte do espírito de um tempo, onde as pessoas estavam sedentas por filosofias que gerassem respostas, e explicações que levariam as razões da vida em toda sua plenitude. Magritte estava a margem, era um vanguardista de si mesmo, do Surrealismo da França, fez parte por um curto período de tempo, pois discordava em diversos pontos, seus questionamentos iam além dos ideais Surrealistas e Freudianos. Acerca de suas obras, elas passaram por diversas mutações, todos os seus desdobramentos levam a perceber o quanto era um artista livre de qualquer amarra estilística, sempre disposto a fundir qualquer estrutura ou lei. Antes ele pintou paisagens. Depois vieram as figuras humanas, as manchas de tinta, as pinceladas pesadas e bem marcadas na tela. Ele chegou em alguns momentos à abstração, às imagens cubistas, uma obra ainda sem identidade sem lugar próprio. Alguns anos depois ele conheceu a obra de Giorgio de Chirico, os cenários arquitetônicos, as estátuas clássicas, a solidão. Ele se encantou e sua obra tomou outros rumos. As imagens tornaram-se mais enigmáticas, misteriosas. As pinturas eram escuras. Alguns elementos começam a se repetir: nuvens, olhos, colunas. Os espaços improváveis. Cabeças independentes dos corpos, cortinas, estátuas. Em 1927, apareceu em sua obra a palavra. (SANTOS, 2006, p.16)
Entre tantas obras de René Magritte, Foucault (1988), se atenta em especial para a La trahison des imagens, (ver figura 1 dos anexos) a qual recebeu algumas versões, sendo a primeira, La pipe em 1926, que recebeu sua clássica versão em 1928, e a versão secundária, de 1966 a qual Foucault direciona suas análises, designada pelo pintor como Les deux mysteres ( ver figura 2 dos anexos). Para Foucault (1988), por mais que Magritte desse a entender em sua polêmica obra, na qual a figura é contradita pela linguagem que a acompanha, uma vez que, a simples conclusão seria de que por mais idêntica que seja a imagem do objeto ao qual se refere, ela jamais poderá ser tal objeto, sendo sempre uma representação deste. Diante disso, Foucault ainda trará indagações que permeiam tal obra, uma vez que ambas as versões são enigmáticas, uma pela sua simplicidade duvidosa e a outra por uma composição mais complexa, que traz novos elementos, inclusive, a presença de um segundo cachimbo que amplia as indefinições dessa verdade que não é tão simples quanto parece. Dentre tantos questionamentos e incertezas:
Eis outras: há dois cachimbos. Não seria necessário dizer, em vez disso: dois desenhos de um mesmo cachimbo? Ou ainda um cachimbo e seu desenho, ou ainda dois desenhos representando cada um deles um cachimbo, ou ainda dois desenhos dos quais um representa um cachimbo mas o outro não, ou ainda dois desenhos que, nem um nem outro são ou representam cachimbos, ou ainda um desenho representando não um cachimbo, mas um outro desenho que, ele, representa um cachimbo, de tal forma que sou obrigado a perguntar: a que se
O que antes era uma imagem somada a um texto explicativo ou de definição da mesma, tornou-se ainda mais enigmático, uma vez que, a primeira versão se faz representada como um dos elementos que compõe essa segunda versão, acompanhada de um segundo cachimbo e um cenário quase óbvio, típico das atividades de um artista, que juntos, desencadeiam tantas incertezas e questionamentos sem respostas que vão se multiplicando ao se observar cada detalhe novo, explicito e implícito na obra. (FOUCAULT, 1988) Se atendo as teorias de Foucault (1988), são as contraposições adversas, as suposições distintas que consomem o pensamento e fundem ideias; um olhar diz muito sobre uma imagem, uma vez que, pode ter inúmeros significados, podendo causar comprometimento com o resultado na mente de cada espectador. Magritte com sua peculiaridade surreal, estava sempre jogando com as imagens e as linguagens. Ele questionava a necessidade humana em nomear, classificar, justificar e representar as coisas. Seja uma representação, falada, ouvida, lida ou sentida. A única certeza que temos das imagens do pintor Belga René Magritte, é de que infinitas leituras são possíveis de serem tiradas de suas obras. Uma nunca será igual a outra, até mesmo de um único olhar pode-se tirar vários ângulos de uma mesma imagem. Na obra Le Point de Vue, de 1927, (ver figura 3 dos anexos), é possível perceber na obra a representação de uma suposta “mesma” paisagem, quando observamos bem percebemos nitidamente que possuem pequenas diferenciações, porém, cabível de aceitação que se trata de uma mesma paisagem em ângulos diferentes. De acordo com as análises de Santos (2006), na obra La Cascade (ver figura 4 dos anexos), nos deparamos com mais um jogo de representações de René Magritte, aqui se percebe a uma alusão, ou seria ilusão de reflexo? Aparentemente há uma uma brincadeira em que o quadro pintado em paisagem se mistura a paisagem “real”, ou não seria um quadro e sim um espelho a refletir a paisagem que o cerca? A obra O espelho falso (ver figura 5 dos anexos), assim como todas as obras de Magritte, coloca diante de uma série de possibilidades, muitas são as verdades desse espelho, podendo significar, um reflexo verdadeiro do que se vê, ou uma alusão ao dizer clássico de que “os olhos são a janela da alma” e a imagem refletida nele é do que se tem internamente. (SANTOS, 2006) Por ora, a provação de que não há uma provação ou critérios para aguçar a existência da arte em algo simples, ou que sejam definidas duas obras em uma só, sendo feita e vista da forma em que foi elaborada, mesmo que desvinculada de tamanha proporção de arte, o mesmo estado de critérios relacionados em tudo existente, já que, socialmente as matérias são idealizadas. (FOUCALT,1988) O Surrealismo tem a capacidade de desprender olhares, sentimentos e expressões de um único ponto de partida, a obra. Inúmeras são as possibilidades perceptivas das figuras, seja imagética ou linguística representadas pelo artista. Isso por que, a construção imagética de cada obra será dependente do contexto que cada indivíduo observador está inserido, tornando-se assim instrumento mutável passível de ressignificações, se alternando a cada leitura. (FOUCALT,1988). refere a frase escrita no quadro? Ao desenho, debaixo do qual ela se encontra imediatamente colocada? (FOUCALT, 1988, p. 13).
MISTÉRIOS SUPRAREAIS A escolha do tema para essa coleção, partiu inicialmente de um gosto pessoal dos criadores pela arte Surrealista, em especial, pelo pintor belga René Magritte, e das filosofias e teorias psicanalíticas que caracterizam esse movimento.
Ao se aprofundar em tais teorias e percepções que norteiam as imagens, percebeu-se uma equiparação de todo o conceito inconstante e controverso ao qual o Surrealismo está inserido. Ora pelo próprio fundo existencial de consciente e inconsciente, ora pelas divergências entre as teorias freudianas e de Breton, e entre os artistas membros e a arte de Magritte, que por mais que tenha sido classificado como surrealista, se encontrava a margem, uma vez que percebe-se em suas obras um racionalismo que provoca e questiona a representação das coisas através da figura e da linguagem, tal racionalização, é contrária ao modo de criar que trem como principal fonte de fruição o automatismo. Todas essas disparidades e incertezas na busca por uma verdade suprarreal foram equiparadas ao que vivenciamos hoje, na política, nos grupos sociais, e nas filosofias de vida de um modo geral. Nos encontramos em um verdadeiro caos no qual estamos sempre afirmando verdades que sempre se chocam, pois são distintas e com isso, nos tornamos incapazes de conseguir chegar a um senso comum que unifique essas divergências e nos dê uma resposta absoluta. Porém, a intenção é provocar e mostrar que não há uma verdade absoluta, pois sempre haverá olhares que partirão de contextos e ângulos diferentes, sempre oferecendo possibilidades que se distanciam, mas que ao mesmo tempo engrandecem as respostas, pois a mesma não é limitada. Assim faremos uso dessas inúmeras possibilidades e provocaremos a partir do uso de materiais que aparentemente apresentam ser algo que na real, não são, e técnicas de modelagem e estamparia que gerem ilusões provocando diferentes impressões do que se vê, pois ele pode simplesmente não ser. A necessidade que temos em rotular, nomear e representar de modo sempre assertivo, será provocada ao ponto de não garantir apostas assertivas, pelo menos não de imediato. Assim como nas obras de Magritte, as interpretações serão infinitas. Tudo poderá ser qualquer coisa, O sujeito dessa questão será o indivíduo, a verdade sobre o que ele vê pertencerá somente ele. CONSIDERAÇÕES FINAIS É possível concluir com a pesquisa feita que o Surrealismo apesar de ter se iniciado no início do século XX, se mostra extremamente contemporâneo aos acontecimentos que vivenciamos hoje. Todos os seus altos e baixos, no processo de desenvolvimento levam a crer que nem mesmo um movimento cujo a filosofia é libertária consegue ser extremamente livre, pois de algum modo as regras que moldam sua essência acabam privando algum tipo de ideia contrária por parte daqueles que o aderem. Talvez essa questão, o próprio conceito de unificação de inconsciente e consciente pela evolução humana possam nos permitir uma possibilidade de reposta. Sendo nós seres autênticos e inegavelmente distintos estaremos sempre processando as informações de modo muito peculiar, o desafio está em transformar esses milhares de peculiaridades em respostas que gerem um bem comum. A busca pela transcendência do ser ainda continua, a evolução humana a partir das artes, da filosofia, da política e da psicanálise ainda tem um longo caminho a percorrer. Magritte nos provoca e ao gerar questionamentos, talvez seja coerente perceber que ele diz nas entrelinhas de suas pinturas multifacetadas que seus mistérios não foram construídos para serem desvendados.
Peรงas Executadas