INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE GRADUAÇÃO EM MODA
A MÃE QUE PARIU O MUNDO
Portfólio de conclusão de curso apresentado à disciplina de Projeto Experimental como requisito para obtenção do grau de bacharel em Moda do Centro Universitário Una.
Aluna: Shantal Lana Stoppa Professor Orientador: Aldo Clécius Área De Pesquisa: História, Imagem e Cultura Linha De Pesquisa: Criação – Coleção Vestuário Produto final TCC: Coleção Feminina (Moda Materna)
BELO HORIZONTE 2017/1
Dedicatória A Teynha Valverde Stoppa, que me lembrou, ao seguir rumo ao infinito, dos sonhos adormecidos. À minha mãe, Márcia, que me ensinou, desde o primeiro dia de vida, que sonhos não envelhecem. À amiga Cristiane Duque, que foi principal inspiração deste.
“Meu poema vem da tripa vem de dentro, visceral quando o verso se emancipa sinto dor descomunal misto de choro e prazer um calor que faz ferver é uma bala que engatilho que por dentro me corrói tanto é gozo quanto dói é como parir um filho.”
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Cordel Umbilical - Mariane Bigio
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Agradecimentos
G
ratidão é uma palavra que se acentuou na minha vida, ironicamente, a partir de uma grande perda. Entendendo que até memso as maiores dores trazem algum tipo de aprendizado, ser grata é uma escolha diária. Durante este processo, que começou há cerqua de quatro anos, muitos foram os agentes responsáveis pelo hoje. Aqui, neste trabalho, deixo meus agradecimentos especiais a:
Rafa, companheiro de aventuras, que entendeu ser possível cursar exatas com ênfase em Moda. Obrigada pelo apoio, incentivo e mão na massa sempre e depois. Professor Chico, o orientador escolhido, que conseguiu entender, desde o início, a alma deste projeto.
RESUMO A maternidade real é, em diversos aspectos, diferente da maternidade retratada na literatura, mas ainda cobrada pela sociedade como a dos contos e fantasias. A literatura de cordel é importante referência na obra artística cultural brasileira e é tida como uma forma antiga de expressar a realidade e os mitos perpetuados pela população. Para a construção do artigo objetivou-se: entender sobre como o papel social de mulher mãe é tratado em vistas da sociedade brasileira e compará-lo à possível “romantização” da maternidade na literatura de cordel. Estudo descritivo, exploratório, de caráter analítico, realizado através de através da análise do poema de cordel A mãe que pariu o mundo, bem como busca bibliográfica de poemas da Literatura de cordel nordestina. A análise destes poemas revelou que a mulher materna retratada na literatura carrega características virtuosas e que, para além da arte, a sociedade brasileira, desde sua colonização, espera os mesmos aspectos da mãe real, trazendo influências inclusive para o mundo da moda. Para a finalização do projeto, criou-se uma coleção de vestuário de moda materna, onde foram desenvolvidos quarenta e cinco looks inspirados no poema título deste trabalho. Palavras-chaves: literatura de cordel, moda materna, xilogravura
Rodolfo Oliveira, por me escolher de uma forma que eu ainda não sei explicar, e tornar material e belo o que morava só nas minhas ideias. Milton Lira, o grande achado, que me abriu as portas das técnicas da xilogravura e me fez encantar ainda mais por esse universo. As amigas de luta, Lud, Malu e Gabi, por chorarem e sorrirem comigo as pitangas do TCC. Minha grande inspiração na Una, Cristiane Duque, para quem “amiga” é um termo pequeno. Minha madrinha e melhor costureira que já conheci, Marilene, por encarar comigo, mesmo no sufoco, as modelagens e costuras desta coleção. Finalmente, a maior responsável por eu nunac ter deixado de ser eu mesma: minha Mãe, Márcia, que me transforma todos os dias, desde o primeiro.
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ABSTRACT The real maternity is different from the maternity pictured in literature in so many aspects, instead it is still demanded by society that it should be like a fairy tale. The twine literature is an important reference in the cultural artistic Brazilian literary work and it is considered and antique manner to express reality and myths perpetuated by people. The main goal to the construction of this article is to understand how the social position of the woman as a mother is seen in front of Brazilian society and compare it to a possible “romanticisation” od the maternity in twine literature. Descriptive study, exploratory, of analytical character, accomplished through an analysis of the twine poem The mother who gave birth to the world, as well as bibliographic research of poems from the Brazilian northern twine literature. The analysis of the poems showed that the mother woman portrayed in literature carries virtuous characteristics, and beyond the art, Brazilian society, since its colonization, expects for those same aspects in the real mother, also influencing the fashion world. For the closure of this project, it was idealized a collection of nursing wear, and forty five looks were developed, being inspired by the title poem of this work. Key-words: twine literature, nursing wear, woodcut
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SUMÁRIO
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Curriculum - 10
Macrotendência - 50
Briefing de negócio (DNA da marca) - 13
Tendências da estação - 52
Descrição geral da marca - 14
Cartela de cor - 56
Estilo - 14
Cartela de tecidos - 58
Elementos de estilo - 15
Cartela de matérias -c60
Nicho - 15
Cartela de aviamentos - 64
Segmento - 15
Processo criativo das famílias - 66
Gênero - 15
Mapa de coleção - 68
Concorrentes - 16
Painel de formas e silhuetas - 70
Diferenciais da marca no produto - 18
Descritivo do processo de desenvolvimento de coleção - 72
Canais de distribuição - 19
Tipo de apresentação final - 74
Margem de preço - 19
Coleção - 76
Público-Alvo - 20
Fichas técnicas - 128
Estilo - 24
Painel de segmentação - 140
Identidade da marca - 28
Painel artístico - 142
Briefing de coleção - 44
Referências - 144
Release - 46
Apêndices - 148
Painel de inspiração - 48
Anexos - 154
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CURRICULUM
SHANTAL LANA STOPPA Idade: 28 anos Natural de Belo Horizonte/ MG Curso: Bacharelado em Moda
Estudante de moda, técnica em Administração, ex-estudante de Letras, leitora voraz, escritora por paixão. Largou cinco anos de faculdade para ir atrás do sonho e começar de novo. Iniciou a vida acadêmica em 2004, com o curso técnico em Administração pela Escola Técnica de Formação Gerencial do SEBRAE. Cursou Letras de 2008 a 2013, na UFMG, escolhendo pausar o processo para reviver um sonho antigo: cursar Moda. Traz consigo o amor pelas Letras, aplicando sua essência literária nas coleções que se propõe a criar. Tem a pretensão de levar a Duli para além dos muros da Una, iniciando, efetivamente, sua carreira no mercado fashion.
Experiências na Moda: Backstage desfile acadêmico – 2014 Destaque Tidir 2014/1 – Moda Protesto de Zuzu Angel Destaque Tidir 2014/2 – Desconstrução de Dirk Bikkembergs Núcleo de Pesquisa de Tendências – 2016/2017
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E D G N I F E I R B O I C Ó G E N 12
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Descrição geral da Marca
A
Duli é uma marca de moda feminina voltada para o público materno, puérpero e pós puérpero, pensada através da percepção das necessidades da mulher mãe em vista aos produtos oferecidos pelo mercado. Dúli é o termo clássico do grego para a palavra doula, que significa “aquela que serve”. A Duli, como o significado da palavra diz, serve à mulher mãe tanto no acolhimento a uma de suas necessidades sociais, que é a do vestir, de forma a entender o momento em que está vivendo, como procura servir ao seu corpo, tão oscilante nesta fase da vida. As roupas da Duli são pensadas com a preocupação de facilitar a movimentação e a amamentação, prezando pelo conforto sem perder o estilo. O principal valor da marca é o acolhimento.
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Elementos de estilo
ESPIRITUAIS/ INTAGIVEL/ SUBJETIVO
Acolhimento Alegria Liberdade
FÍSICO/ TANGÍVEL/ OBJETIVO
Modelagem pensada para as necessidades maternas (movimento/amamentação) Cores e estampas que estimulam o contato da criança Modelagem ampla
Nicho Prêt-à-porter Segmento Maternity/nursing-wear: roupas voltadas para as necessidades maternas Casualwear: Roupas menos formais e mais práticas Ready-to-Wear: Prêt-à-porter, pronto para vestir.
Estilo
Gênero
Dominante - Criativo Complementar – Natural/Esportivo e Romântico
Casual
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Concorrentes
CIA Láctea:
Em atividade desde 2009. Trabalha com roupas e acessórios para amamentação, predominantemente blusas e vestidos. Utiliza somente roupas confeccionadas em malha. A loja online é o único meio de distribuição.
Criando Gente (SP):
Trabalha com roupas para gestantes e lactantes. Variação de cartela de cores de acordo com a tendência. Ateliê próprio em São Paulo e venda online. Em atividade desde 2008.
Agora Sou Mãe:
Em atividade desde 2011, é uma loja online que trabalha com roupas para gestantes e lactantes, com um mix de produtos que abrange acessórios para amamentação e carregadores de bebês.
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Diferenciais da Marca
A
s roupas da Duli são pensadas de acordo com as necessidades da mulher no pós parto, seja do primeiro filho ou depois de ter outros filhos. Por esse motivo, a modelagem das peças é desenvolvida de forma a facilitar a amamentação em qualquer lugar, além de contar com tecidos leves e modelagens amplas, que favorecem o movimento, tão fundamental nesta etapa da vida da mulher mãe. A Duli se preocupa também com o público gestante, mas tem como foco o público lactante. As estampas e as cores, condizentes com temas que buscam explorar cultura e a diversidade, são trabalhadas pensando também na criança e na atratividade que elas pedem. As peças são desenvolvidas em tamanhos reguláveis, de forma a atender a mãe em diversos momentos, entendendo a oscilação de medidas que vem com a maternidade. Os produtos da Duli buscam unir a delicadeza da maternidade com a força ancestral que mora dentro de cada mulher.
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Canais de distribuição Inicialmente os principais canais de distribuição serão a venda online e através de feiras colaborativas em belo Horizonte e região metropolitana.
Margem de preço (Varejo) R$ 60,00 – camiseta de malha canelada R$ 1.800,00 – vestido luxo artesanal
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O C I L B PÚ O V AL 20
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Público Alvo O
público-alvo da Duli são mulheres preocupadas com o consumo consciente, na faixa etária de 25 a 35 anos, das classes C1, B2 e B1. São mulheres em sua maioria com hábitos de vida práticos, que se preocupam com o seu conforto e o bem estar dos filhos. Mães de primeira viagem ou já com outros filhos, são mulheres que participam do dia a dia das crianças, seja na vida doméstica ou na escolar. Cozinham, dançam, fazem suas próprias compras e carregam a prole consigo em todo lugar. As mulheres Duli tentam passar o máximo de tempo possível em casa e tem profissões majoritariamente flexíveis com tendência às artes. Quando não é o caso de trabalharem em cargas horárias flexíveis, são mães que aproveitam o máximo do tempo livre com as crianças, seja na preparação de seu alimento, em momentos de brincadeira, entre outros. Têm como ídolos outras mulheres, sejam do ramo artístico (cinema, teatro, música) ou literário, que são representantes da humanização na maternidade (da gestação ao pós-parto) e conseguem conciliar a maternidade e a vida social. A mulher da Duli tem espírito independente e sonha com uma casa com quintal e árvores e uma rotina de trabalho que permita a livre maternidade. Tem tendência a aderir a uma educação alternativa na escolha da escola dos filhos. Este público possui hábitos de consumo sustentáveis e concientes. Gostam de pensar no processo pelo qual suas peças passam antes de chegar ao mercado final. Buscam hábitos de vida saudáveis e evitam a compra em excesso. Prezam por qualidadade sobre quantidade.
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O L I T
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E D A D I T N E D A I C R A M A D 28
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A Marca
O
nome Duli vem de dúli, que é o termo grego para a palavra doula, e tem como significado aquela que serve. Atualmente, o termo doula é usado para uma profissão que, apesar de ainda não regulamentada, tem ganhado muito espaço entre gestantes e parturientes que intentam por vivenciarem o momento do parto de forma natural e bastante fisiológica. Sendo assim, a Duli, como a doula, quer servir à mulher mãe tanto no sentido do acolher a mulher que até então não encontra muito espaço no mercado, como servir ao seu corpo, com roupas que entendam suas novas vivências. Tendo o acolhimento como principal valor, a Duli pretende ser uma marca transformadora no mercado de moda materna.
Fonte e Tipografia
Aller Light - Legibilidade, clareza e classe ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
Mossy - Remete à letra bastão manuscrita, represen-
tando o toque humano no serviço oferecido
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz C: 35 M: 75 Y: 90 K: 40 C: 20 M: 25 Y: 35 K: 0 C: 5 M: 10 Y: 20 K: 0 C: 10 M: 70 Y: 25 K: 0
Marrom | Remete a espaços construídos em madeira, expressando, assim, acolhimento, ninho, conforto e segurança. Bege | Representa classe e elegância. Remete a raízes, transmitindo solidez e vínculo. Rosa | Expressa o feminino. Transmite bondade, ternura, amor e afeto.
C: 0 M: 50 Y: 15 K: 0
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monocromia Permitido aplicação em 01 cor com todas as cores que compõem o logotipo.
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Grade Malha de ampliação
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Área de Proteção
Variação
E redução mínima
Caixa delimitadora de proteção com espaço mínimo padrão de duas vezes a altura da grade padrão de espaçamento, em sua proporção.
Variação na vertical, permitido o uso quando necessário.
2,5cm de altura (proporcional largura) para materiais impressos 34
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Usos
Indevidos
A marca Duli nunca deve ser alterada, seja na letra, na cor ou na forma. NĂŁo se deve usar os formatos da logomarca para qualquer outra finalidade, como textos, tĂłpicos , etc.
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Papelaria Assinatura de e-mail
TAGS
Arte para Facebook
CartĂŁo de Visita
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39
Papel de Carta
(31) 99150.1947
shantal.duli@gmail.com
@dulimaterna
fb.com/dulimaterna
Envelope saco - A4 (31) 99150.1947
shantal.duli@gmail.com
@dulimaterna
fb.com/dulimaterna
Envelope carta
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Brinde: Ecobag Duli Personalizada
Sacolas
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E D G N I F E I R B O Ã Ç E L CO 44
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E
A MÃE QUE PARIU O MUNDO
m sua primeira coleção, A Duli se inspirou no poema A mãe que pariu o mundo, da cordelista Mariane Bigio, tendo com influências a cultura artesanal nordestina e a arte da xilogravura e do cordel. No poema, Bigio conta uma versão mitológica para a criação do mundo, trazida dos contos populares passados pelas gerações de mulheres de sua família. Com uma mescla de cores terrosas e vivas, a coleção enaltece as diferenças belezas da cultura e da vida sertaneja nordestina. Serão trabalhados tecidos confortáveis e de caimento leve, com modelagem ampla e ajustável, com recortes especiais, prezando o máximo possível o uso de materiais naturais, que também se relacionam com a proposta buscada pela cartela de cores. Além disto, a marca preza pela sustentabilidade social no incentivo e valorização da mão de obra feminina e materna, tanto em suas inspirações temáticas, como na execução de suas peças e desenvolvimento de marca. A beleza das peças está também no avesso das roupas, com o cuidado e a preocupação de um acabamento que valorize cada detalhe. Prezou-se pelo uso de aviamentos de uso comum no artesanato brasileiro, como fitas, rendas e sianinhas.
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Foram elaborados quarenta e cinco looks divididos em cinco famílias, sendo elas: A Estrela, O Vento, A Mulher, O Amor, O Mundo. As famílias representam elementos importantes no poema inspiração, e trazem de forma valorizadora a representação da mulher e as transformações advindas da maternidade. Esta é uma coleção pensada de acordo com as necessidades da mulher mãe, com foco na mulher que acabou de parir e encontra-se no período obscuro, ainda tratado como tabu pela sociedade, que é o puerpério. Foi também levado em conta as necessidades em relação à movimentação e à facilidade para amamentação em público, buscando conforto tanto para a mãe quanto para a criança. O projeto da coleção “A Mãe que Pariu o Mundo” conta ainda com a parceria do xilogravador brasiliense Milton Lira, que desenvolveu ilustrações originais a partir do conceito da coleção e aplicou a estampa em tecido com base na técnica de xilogravura. Para as demais estampas, a técnica escolhida é a serigrafia, a ser executada pela Ong Casa de Mãe, localizada em Nova Lima/MG e busca, através de um ateliê social, o desenvolvimento humano e econômico de jovens mães de baixa renda.
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Painel de Inspiração
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Macro
tendência A
Raízes e Regionalismo
busca pelas raízes de cada um tem se mostrado forte em todo o mundo. Pode-se, por exemplo, encontrar na grande web sites voltados para a criação de árvores genealógicas, com grande facilidade de acesso e uso. A busca pelo “faça você mesmo” (diy - do it yourself) tem tomado conta dos trendings de pesquisa. O crescimento das feiras colaborativas e da mão de obra combinada, um escambo moderno, tem estado cada vez mais evidente. No Brasil, pode-se perceber que o regionalismo tem voltado a aparecer, com orgulho e maestria, nas mais diversas formas de arte e expressão. Com a realização das Olímpiadas Rio 2016, a cultura regional brasileira se fez evidenciada em todo o mundo e a música, as cores, as danças e o artesanato, especialmente nordestino, mostraram-se muito fortes. Na grande mídia, a Rede Globo tem usado deste tema sem medo, colocando ao ar, sequencialmente, novelas - incluindo horário nobre – que tratam da estética regional nordestina e rural. É a volta para às nossas origens ascendendo no cotidiano urbano.
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Tendências da Estação
Modelagem Ampla
C
onforme pode-se observar nos desfiles das coleções de Outono/Inverno 2018 das coleções internacionais, a próxima estação está carregada de elementos como cores vibrantes e texturas. A sobreposição de tecido e as peças com camadas demarcadas também aparecem como aposta para o Outono/Inverno. Aliado a esse conceito, outro fator de destaque são as peças desenvolvidas com modelagem ampla e cintura menos demarcada, transmitindo uma ideia de conforto e satisfação ao vestir.
Gucci NYFW A/W 2018
Kolor NYFW A/W 2018
Vivienne Westwood NYFW A/W 2018
Cores Vibrantes
Na linha da modelagem ampla, percebe-se também o uso comum de calças com barras menos marcadas e mais largas. O aspecto sensorial tem sido bastante trabalhado nessa estação, com roupas carregadas em texturas diversas, que pulam da roupa, atraindo sentidos como tato e visão. Apesar de mastante colorido, amplo e sensorial, o Outono/ Inverno 2018 traz também a elegância e sensualidade com a presença de tecidos fluidos e da transparência nas peças desfiladas. Percebe-se, a partir destes aspectos, que será uma estação que mesclará conforto e sensualidade, características fundamentais para a época mais fria do ano. 52
Gucci NYFW A/W 2018
Prada NYFW A/W 2018
Miu Miu NYFW A/W 2018
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Estamparia Vibrante
Vivienne Westwood NYFW A/W 2018
Christopher Kane NYFW A/W 2018
Calรงas com barras largas
Gucci NYFW A/W 2018
Christopher Kane NYFW A/W 2018
Texturas
Miu Miu NYFW A/W 2018
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Dior NYFW A/W 2018
Prada NYFW A/W 2018
Chanel NYFW A/W 2018
Camadas
Prada NYFW A/W 2018
Gucci NYFW A/W 2018
Elie Saab NYFW A/W 2018
Kolor NYFW A/W 2018
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Cartela de Cores
DOMINANTES
A
carela de cores escolhida para a coleção teve como base fatores como a cartela de tendências da estação, além da inspiração advinda da própria cultura nordestina, através de suas festas e selebrações típicas. Ademais, cores vibrantes são também uma forma de estreitar relações e olhares entre mãe e bebê, uma vez que a criança é convidada e estimulada a interagir com o look da mãe. O uso de tons específicos, como o dourado, trazem para a coleção elementos fundamentais do poema inspiração. As cores também atuam na função de traduzir poesia em formas.
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Céu Negro 19-0506 TPX C: 0 M: 0 Y: 79 K: 53
Raíz 16-1432 TPX C: 0 M: 30 Y: 54 K: 33
Sertanejo 13-5304 TPX C: 10 M: 0 Y: 56 K: 19
Senhor do Infinito 11-4800 TPX C: 0 M: 0 Y: 1 K: 8
TONALIZANTES
INTERMEDIÁRIAS Vermelho Âmago 18-1555 TPX C: 0 M: 78 Y: 78 K: 28
Brilhante Pó 15-0927 TPX C: 0 M: 24 Y: 48 K: 58
Floresta 18-6018 TPX C: 48 M: 0 Y: 19 K: 56
Sol Maior 13-0945 TPX C: 0 M: 22 Y: 61 K: 0
Águas 17-4432 TPX C: 100 M: 23 Y: 0 K: 28
Laranja Infinito 15-1153 TPX C: 0 M: 39 Y: 81 K: 5
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Cartela de Tecidos
A
base para a seleção dos tecidos utilizados na coleção se deu a partir da união de dois conceitos: conforto e inspiração. Por isso, meslou-se tecidos naturais e sintéticos que permitem movimentação e suavidade no toque. A aparência rústica dos tecidos também foi um fator de interesse na escolha da cartela, buscando representar as raizes da vida sertaneja nordestina, bem como fazer analogia ao papel utilizado para a impressão das tradicionais estórias em cordel. A fluidez do Gazar foi a escolha para a representação da volatilidade do Vento, descrito como importante personagem no poema que inspirou esta coleção. A Viscolycra é utilizada como aliada à modelagem voltada para a amamentação, devido à sua elasticidade.
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Tela Metalizada 85% Poliamida /15% Poliéster R$29,90/M Gazar Fornecedor: 100%Poliéster TCA Com Ltda R$20,00/M Fornecedor: Máximus Tecidos
Linho Mescla 25% Linho /75% Poliéster R$42,50/M Fornecedor: Fiama Tecidos
Viscolycra 63%Poliéster/32%Viscose/ 5% Elastano R$24,90/M Fornecedor: Center Fabril
O linho é trazido como uma busca à alternativas para a execução de roupas maternas que, em sua maioria, são confeccionadas com tecidos entrelaçados em malha. A busca por tecidos planos foi um fator fundamental para esta coleção.
Bordado Inglês 100% Algodão R$54,90/M Fornecedor: Têxtil LT Ltda
O tecido 100% Algodão continua sendo uma das principais opções na confecção dos carregadores de bebê, devido à sua estabilidade e firmeza nas amarrações, por isso, foi a opção para os slings desta coleção.
Rústico de Verão 55% Linho/45%Viscose R$44,90/M Fornecedor: Têxtil e Trend Ltda
Tricoline Shints 100%Algodão R$29,90/M Fornecedor: Têxtil AN Ltda
Linho Fantasia 55% Linho /45%Algodão R$29,90/M Fornecedor: Jumpra Com Imp Exp Ltda
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Cartela de Matérias
P
ara a seleção de matériais, considerou-se a importância da cultura de raiz nordestina, que é a base da inspiração desta coleção.
Para Remodelagem, o artesanato feito à mão é representado nas flores de tecido e nos trabalhos de patch work aplicados às peças. O entrelaçamento de fitas, busca lembrar a cultura e as cores das festas nordestinas. Ademais, o trabalho manual remete também ao cuido materno, ao significado do toque do que é feito com amor. Os Beneficiamentos trabalhados unem artesanato e tecnologia. O tingimento natural feito com chá, busca trazer à tona as cores dos solos, bem como a imagem do papel antes utilizado nas obras de cordel. O tingimento em ombrè e a plissagem trabalham em consonância com o poema, representando o Vento em suas diversas formas e volatilidade, assim como sua transformação ao longo do conto. Em Superfície, o trabalho feito à mão buscou ainda mais as raízes nordestinas. Juntamente com o artista e xilogravador Milton Lira, foram desenvolvidas duas telas originais, cravadas em madeiras, a fim de estampar o tecido com a técnica da xilogravura, tão essencial quando se fala em poesia de cordel. O bordado, culturamente forte na região, é também um dos principais elementos, representando a mulher em sua forma de Estrela, trazendo para coleção seu rastro de brilho.
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Remodelagem
Entrelaçamento de fitas em passa-fita
Flores artesanais de tecido
Patchwork
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Beneficiamento
Superfície
Tingimento Ombrè Xilogravura em tecido
Xilogravura em tecido Plissagem
Tingimento com chá
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Bordado
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Cartela de Aviamentos
P
A escolha dos aviamentos uilizados nesta coleção levou em consideração o processo artesanal de sua confecção. Foram escolhidos materiais de simples e comumente utilizados no artesanato brasileiro, especialmente no tradicional regional. Passa-fitas, sianinhas, fitas de cetim e rendas são os principais ítens que compõem a cartela de aviamentos. Dentre os aviamentos, estão também os materiais necessários para costura em máquina reta, overloque e galoneira. Utiliza-se elástico para auxiliar na regulagem das cinturas e possibilitar a flexibilidade da utilização das peças em manequins diversos. Zíperes são utilizados para abertura e fechamento das roupas, bem como botões. Utilizou-se também a linha dourada especial para bordados mais aparentes, feitos à mão. As fitas de 10mm foram especialmente escolhidas para o acabamento das peças, finalizando com carinho e cuidado, de forma a assegurar a beleza também no interior de cada roupa.
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Fita de Cetim Gitex 10MX7MM R$ 1,70 PC Fornecedor: Lojas Bibelô
Renda Najar Nº 2 50MX10MM R$12,20 RL Fornecedor: Lojas Bibelô
Passa Fita Bordado Inglês 13,7MX20MM R$10,40 PC Fornecedor: Lojas Bibelô
Linha Princesa Moda 500M R$8,90 RL Fornecedor: Favorita das Rendas Sianinha HAK 543/3 10MX7MM R$5,40 PC Fornecedor: Lojas Bibelô
Linha para costura 120 Wlamar 1.828M R$3,20 RL Fornecedor: Favorita das Rendas
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Famílias
O
processo de criação e divisão das famílias da coleção “A Mãe que Pariu o Mundo” partiu da leitura e absorção dos principais elementos presentes no poema título desta pesquisa. O poema da cordelista Mariane Bigio trata de um conto mitológico para explicar a criação do mundo. Em seus versos, nos deparamos com uma estrela que é transformada em mulher e ganha a importante missão de gestar o mundo. Temos também a presença viceral do vento, que atua como antagonista nesta estória e é o principal responsável pelos desamores vividos pela humanidade. Bigio também trata com delicadeza e altivez as formas e as alterações sentidas no corpo da mulher gestante, bem como o amor transformador ao parir a criança que conhecemos como nosso mundo. Tendo em mente tais elementos de importância no poema, foram desenvolvidos quarenta e cinco looks, divididos em cinco famílias, as quais foram chamadas “A Estrela, “O Vento”, “A Mulher”, “O Mundo” e “O Amor”. A ideia é, de alguma forma, dar forma aos versos de Mariane Bigio, unindo literatura, arte regional e moda, num mesmo trabalho. A ilustração destas famílias se deu de forma digital, através de softwares como Corel Draw e Photoshop, buscando representar as matérias utilizadas para traduzir materialmente as inspirações advindas da obra literária.
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A ESTRELA Personagem principal, “A Estrela” é a escolhida para ser transformada em mulher e carregar dentro de si a primeira memória do mundo. Deixa seu rastro de brilho por onde passa, poisapesar de se tornar mulher mãe, jamais desvencilhou-se de sua identidade de estrela. Este mesmo brilho que atrai olhares de inveja e rancor do Vento. Os looks desta família valorizam o brilho eterno da estrela e a luz que irradia sobre o universo, representando a mãe que nunca deixará de ser mulher. O VENTO Antagonista, “O Vento” tem uma função na história do mundo que não pode deixar de ser considerada. A maldição colocada sobre o ventre da Estrela é responsável pela existência dos males do mundo, entretanto, é também responsável pela força do cuidado materno e do eterno aprendizado humano sobre as nuances do bem e do mal. Esta família é retratada com looks fluidos como o vento, com tonalidades que se dispersam e variam, conforme o humor do persnagem. A MULHER “A Mulher” é a grande genitora. Precisou-se transformar estrela em mulher para se gestar o mundo. Suas formas voluptuosas dão estrutura à criança criada, enquanto suas raízes crescem nas veias do novo bebê. A Mulher é lembrada em toda a natureza e, nesta família, é retratada através das cores da terra e das florestas, com flores que representam o desabrochar de cada vivência no caminho da maternidade. O MUNDO “O Mundo” representa a criança recém nascida, com seus anseios e novidades, suas cores e poesia. É a família que traz a mistura entre literatura, cultura regional e festividades. A família “O Mundo” busca as sensações do novo e da vida. O AMOR Esta família foi concebida com base no principal valor da Duli: acolhimento. “O Amor” é a família que mais trata a importância do toque o do colo para a criança. Tem como objetivo o incentivo ao conhecimento quanto à exterogestação, que compreende os três primeiros meses da criança, período também conhecido como puerpério materno. Nesta fase de descobertas mútuas entre bebê e mãe, esta família entende o uso dos carregadores como uma forma ímpar de conhecimento e contato.
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Mapa de Coleção FAMÍLIAS A Estrela
O Vento
A Mulher
O Mundo
O Amor
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Mapeamento de Coleção – A Mãe que Pariu o Mundo CORES TECIDOS Bege Linho Fantasia Dourado Tela de Malha com brilho Viscolycra
LOOKS Saia + camisete + vestido (conceito) Vestido (conceito) Vestido (fashion) Calça + blusa manga longa + colete longo (fashion) Calça + camisete + blusa manga longa (fashion) Calça + camisete + cropped manga longa (comercial) Calça+ blusa manga longa + colete (comercial) Vestido + casaco (comercial) Calça + blusa manga longa + pouch sling (comercial masculino) Vestido (conceito) Vestido (conceito) Vestido (fashion) Vestido + cropped manga longa (fashion) Calça + blusa manga longa (fashion) Calça + blusa manga ¾ + colete (comercial) Saia + blusa meia manga (comercial) Vestido + jaqueta (comercial) Bermuda + camisa manga longa + wrap sling (comercial masculino) Jaqueta + vestido (conceito) Saia + camisete + cropped manga longa (conceito) Vestido (fashion) Calça + blusa manga longa + colete longo (fashion) Calça + camisete + blusa manga longa (fashion) Calça + camisete + cropped manga longa (comercial) Calça+ blusa manga longa + colete (comercial) Vestido + casaco (comercial) Bermuda + blusa manga 3/4 + pouch sling (comercial masculino) Vestido + colete (conceito) Blusa manga longa + saia (conceito) Vestido (fashion) Calça + blusa manga longa + colete longo (fashion) Vestido + cropped meia manga (fashion) Saia + blusa meia manga + colete (comercial) Calça+ blusa meia manga (comercial) Vestido + colete (comercial) Calça + blusa manga longa + sling de argola (comercial masculino) Macacão + blusa manga longa (conceito) Jardineira + blusa manga longa (conceito) Vestido + pouch sling (fashion) Calça + blusa manga longa + wrap sling (fashion) Vestido + sling de argola (fashion) Saia + camisete + cropped meia manga (comercial) Calça+ blusa meia manga (comercial) Vestido + cropped meia manga (comercial) bermuda + blusa manga longa + mei tai sling (comercial masculino)
FORMAS Reta Cintura no lugar Triângulo
MATÉRIA Bordado em tela
UNIFICADOR Cor Bordado Tela com brilho
Azul Preto Branco
Gazar Viscolycra Linho
Reta Cintura no lugar Triângulo
Tingimento Drapeado Plissado
Cores
Vermelho Verde Marrom
Linho mescla Organza Viscolycra
Reta Cintura no lugar Triângulo
Flores de tecido Tecido desfiado Estampa
Cores
Branco Bege Laranja Vermelho Azul Verde Amarelo
Bordado Inglês Viscolycra Rústico de verão
Reta Cintura no lugar Triângulo
Estamparia Bordado Entrelaçamento de Inglês/passa fitas fita
Vinho Nude Amarelo Rosa
Viscolycra Rústico de verão Tricoline Bordado Inglês
Reta Cintura no lugar Triângulo
Estampa em Cores Xilogravura Slings Entrelaçamento de fitas Tingimento
69
Formas e Silhuetas
70
71
Processo de Desenvolvimento
72
73
Apresentação Final A
apresentação final ocorrerá em forma de performance, no dia 07 de julho de 2017, a partir das 20:00h, no Mineirão. Será a 12ª edição do Unatrendsetters, onde serão expostos todos os trabalhos de graduação em Moda deste Semestre. Ainfraestrutura do evento será disponibilizada pelo Centro Universitário Una, bem como os serviços de maquiagem e cabelo. As modelos que atuarão na performance serão apresentadas a convite da Duli. O plano de style conta com cabelos presos de forma natural ou cotidiana, bem como a maquiagem, que deverá ser leve, contendo apenas pontos de brilho para ilustrar a ideia do poema que inspirou a coleção. Serão apresentados cinco looks da coleção A Mãe Que Pariu O Mundo, sendo dois da família A Estrela, dois da família O Mundo e um da família O Amor. Todos os looks foram trabalhados e confeccionados de forma artesanal, desde o tingimento dos tecidos ao acabamento.
74
75
O Ã Ç E
L O C 76
77
ESTRELA A
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
VENTO O
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
LHER U
M A
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
O D
N U
M O
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
OR M
A O
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
FICHAS TÉCNICAS
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA FICHA TÉCNICA
COLEÇÃO / FAMÍLIA
DESCRIÇÃO DA PEÇA
A Mãe Que Pariu o Mundo / A ESTRELA
Vestido longo de tela metalizada para sobreposição.
MODELO
Vestido A Estrela
EMPRESA
ANO
DULI - Moda Materna
2017
CÓD.
FORNECEDOR
TCA Com Ltda
TELA METALIZADA
COR
bege
2,50 m
PREÇO UNIT.
29,90
PREÇO TOTAL
DESCRIÇÃO / COMPOS.
74,75 MEADA PARA BORDAR
CÓD.
FORNECEDOR
ÂNCORA
COR
307
1 un
GRADE DE TAMANHO
128
MEDIDAS (CM) EM TAM:
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
REF. ESTRELA01S
2017
AVIAMENTOS / CONSUMO
TECIDOS / CONSUMO PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
2,75 2,75
DESCRIÇÃO / COMPOS.
CÓD.
LINHO FANTASIA
FORNECEDOR
COR
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
Jumpra Com Imp
-
0,80 m
29,90
23,92 ELÁSTICO BORDADO
Bordado da tela previamente à junção das partes
DESCRIÇÃO / COMPOS.
GRADE DE TAMANHO
MEDIDAS (CM) EM TAM:
A
B
C
D
A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
I
J
K
L
I
J
K
L
M
N
O
P
DETALHES / OBSERVAÇÕES
M
N
O
P
Q
R
S
T
Q
R
S
T
U
V
X
Z
Bordado de estrelas na tela (frente) Adaptação frontal para amamentação
U
V
X
Z
PP
P
M G GG XG
CÓD.
FORNECEDOR
FAV. DAS RENDAS
COR
cru
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
0,8m 9,00 7,20
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
TECIDO / COR
Saia tamanho midi.
ANO
DULI - Moda Materna
GASTO/ QTD.
DESCRIÇÃO DA PEÇA
A Mãe Que Pariu o Mundo / A ESTRELA
Saia A Estrela
AVIAMENTOS / CONSUMO
GASTO/ QTD.
COLEÇÃO / FAMÍLIA MODELO
EMPRESA
REF. ESTRELA01V
TECIDOS / CONSUMO DESCRIÇÃO / COMPOS.
FICHA TÉCNICA
TECIDO / COR
PP
P
M G GG XG
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Aplicação do elástico na cintura após a costura da peça.
DETALHES / OBSERVAÇÕES
129
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA FICHA TÉCNICA
COLEÇÃO / FAMÍLIA
DESCRIÇÃO DA PEÇA
A Mãe Que Pariu o Mundo / A ESTRELA
COLEÇÃO / FAMÍLIA
DESCRIÇÃO DA PEÇA
Blusa manga longa meio linha, meio tela bordada.
A Mãe Que Pariu o Mundo / A ESTRELA
Calça de Linho Fantasia com tela metalizada bordada sobreposta
MODELO
Blusa Longa A Estrela
EMPRESA
ANO
DULI - Moda Materna
CÓD.
2017
FORNECEDOR
Jumpra Com Imp TCA Com Ltda
LINHO FANTASIA TELA METALIZADA
FICHA TÉCNICA
Calça A Estrela
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
-
0,80 m
29,90
23,92 MEADA PARA BORDAR
0,30 m
29,90
8,97
DESCRIÇÃO / COMPOS.
CÓD.
ANO
DULI - Moda Materna
AVIAMENTOS / CONSUMO
COR
MODELO
EMPRESA
REF. ESTRELA04B
TECIDOS / CONSUMO DESCRIÇÃO / COMPOS.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA
FORNECEDOR
ÂNCORA
COR
307
GASTO/ QTD.
1 un
PREÇO TOTAL
2,75 2,75
DESCRIÇÃO / COMPOS.
CÓD.
FORNECEDOR
Jumpra Com Imp TCA Com Ltda
LINHO FANTASIA TELA METALIZADA
TECIDO / COR
130
MEDIDAS (CM) EM TAM:
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Confecção das parte em linho. Bordado da tela Junção das partes
A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
DETALHES / OBSERVAÇÕES
Q
R
S
T
Bordado de estrelas na tela (frente)
U
V
X
Z
PP
P
M G GG XG
AVIAMENTOS / CONSUMO
TECIDOS / CONSUMO PREÇO UNIT.
COR
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
-
1,30 m
29,90
38,87 MEADA PARA BORDAR
1,30 m
29,90
38,87
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
GRADE DE TAMANHO
REF. ESTRELA04C
2017
DESCRIÇÃO / COMPOS.
CÓD.
FORNECEDOR
ÂNCORA
COR
307
GASTO/ QTD.
1 un
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
2,75 2,75
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
GRADE DE TAMANHO TECIDO / COR
MEDIDAS (CM) EM TAM:
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Confecção das parte em linho. Bordado da tela Junção das partes
A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
DETALHES / OBSERVAÇÕES
Q
R
S
T
Bordado de estrelas na tela (frente)
U
V
X
Z
PP
P
M G GG XG
131
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA COLEÇÃO / FAMÍLIA
A Mãe Que Pariu o Mundo / A ESTRELA
FICHA TÉCNICA
MODELO
Camisete Estrela
EMPRESA
ANO
DULI - Moda Materna
CÓD.
2017
VISCOLYCRA
FORNECEDOR
COR
Center Fabril
bege
DESCRIÇÃO DA PEÇA
COLEÇÃO / FAMÍLIA
DESCRIÇÃO DA PEÇA
Camisete com alças removíveis na frente.
A Mãe Que Pariu o Mundo / O MUNDO
Colete em bordado inglês, forrado. Detalhe de fitas coloridas trespassadas.
FICHA TÉCNICA
Colete Mundo 08
0,50 m
PREÇO UNIT.
24,90
PREÇO TOTAL
DESCRIÇÃO / COMPOS.
12,45 Gancho para alça
CÓD.
ANO
DULI - Moda Materna
AVIAMENTOS / CONSUMO
GASTO/ QTD.
MODELO
EMPRESA
REF. ESTRELA00C
TECIDOS / CONSUMO DESCRIÇÃO / COMPOS.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA
FORNECEDOR
FAV. DAS RENDAS
COR
-
GASTO/ QTD.
REF. MUNDO08C
2017
AVIAMENTOS / CONSUMO
TECIDOS / CONSUMO PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
02 un 0,25 0,50
DESCRIÇÃO / COMPOS.
CÓD.
FORNECEDOR
COR
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
54,90
43,92 FITA CETIM 10MX7MM
28,90
23,12 FITA CETIM 10MX7MM
BORDADO INGLÊS
Têxtil LT Ltda
branco
0,80 m
RÚSTICO DE VERÃO
Têxtil e Trend Ltda
cru
0,80 m
DESCRIÇÃO / COMPOS.
FITA CETIM 10MX7MM FITA CETIM 10MX7MM FITA CETIM 10MX7MM
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
GRADE DE TAMANHO TECIDO / COR
132
MEDIDAS (CM) EM TAM: A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
PP
P
M G GG XG
Q
R
S
T
U
V
X
Z
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Enviezar e pregar o gancho após a confecção das partes.
DETALHES / OBSERVAÇÕES
Fechamento das alças frontais com gancho
CÓD.
FORNECEDOR
GITEX GITEX GITEX GITEX GITEX
COR
110 115 121 107 123
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
01 pç 01 pç 01 pç 01 pç 01 pç
1,70 1,70 1,70 1,70 1,70
1,70 1,70 1,70 1,70 1,70
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
GRADE DE TAMANHO TECIDO / COR
MEDIDAS (CM) EM TAM: A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
PP
P
M G GG XG
Q
R
S
T
U
V
X
Z
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Entrelaçar as fitas no bordado inglês e, então costurar as partes da peça.
DETALHES / OBSERVAÇÕES
Ordem das cores das fitas: Horizontal (dir/ esq): amarelo - azul - vermelho - verde - laranja Vertical (cima/baixo): amarelo - laranja - verde - vermelho - azul
133
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA FICHA TÉCNICA
COLEÇÃO / FAMÍLIA
DESCRIÇÃO DA PEÇA
A Mãe Que Pariu o Mundo / O MUNDO
Saia tamanho midi com pintura à mão.
MODELO
Saia A Mãe
EMPRESA
ANO
DULI - Moda Materna
CÓD.
2017
FORNECEDOR
Têxtil e Trend Ltda
RÚSTICO DE VERÃO
cru
0,80 m
PREÇO UNIT.
28,90
PREÇO TOTAL
DESCRIÇÃO / COMPOS.
23,12 ELÁSTICO BORDADO TINTA PARA TECIDO
CÓD.
FAV. DAS RENDAS
ACRILEX
COR
GASTO/ QTD.
TECIDO / COR
134
MEDIDAS (CM) EM TAM: A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
PP
P
M G GG XG
I
J
K
L
M
N
O
P
Q
R
S
T
U
V
X
Z
Pintura à mão do desenho previamente à costura.
DETALHES / OBSERVAÇÕES
Estampa: A Mãe e o Mundo
REF. MUNDO08B
2017
AVIAMENTOS / CONSUMO
TECIDOS / CONSUMO PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
cru 0,8m 9,00 7,20 preto 01un 2,50 2,50
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Blusa meia manga com decote em V trespassado.
Blusa V Mundo
DESCRIÇÃO / COMPOS.
CÓD.
VISCOLYCRA
FORNECEDOR
COR
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
Center Fabril
laranja
0,50 m
24,90
12,45 Colchete de Pressão
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
GRADE DE TAMANHO
DESCRIÇÃO DA PEÇA
A Mãe Que Pariu o Mundo / O MUNDO
ANO
DULI - Moda Materna
FORNECEDOR
COLEÇÃO / FAMÍLIA MODELO
EMPRESA
AVIAMENTOS / CONSUMO
GASTO/ QTD.
COR
FICHA TÉCNICA
REF. MUNDO08S
TECIDOS / CONSUMO DESCRIÇÃO / COMPOS.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA
DESCRIÇÃO / COMPOS.
CÓD.
FORNECEDOR
FAV. DAS RENDAS
COR
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
preto 01 un 0,15 0,15
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
GRADE DE TAMANHO TECIDO / COR
MEDIDAS (CM) EM TAM: A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
PP
P
M G GG XG
I
J
K
L
M
N
O
P
Q
R
S
T
U
V
X
Z
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Frente - Costas - Mangas
DETALHES / OBSERVAÇÕES
Fechamento do decote com colchete
135
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA COLEÇÃO / FAMÍLIA
A Mãe Que Pariu o Mundo / O MUNDO
MODELO
Colete Mundo 01
EMPRESA
ANO
DULI - Moda Materna
REF. MUNDO01C
2017
CÓD.
FORNECEDOR
COLEÇÃO / FAMÍLIA
DESCRIÇÃO DA PEÇA
Colete curto em bordado inglês, forrado. Detalhe de fitas coloridas trespassadas.
A Mãe Que Pariu o Mundo / O MUNDO
Vestido camponesa com aplicação de xilogravuras em cordel.
FICHA TÉCNICA
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
COR
GASTO/ QTD.
54,90
43,92 FITA CETIM 10MX7MM
28,90
23,12 FITA CETIM 10MX7MM
BORDADO INGLÊS
Têxtil LT Ltda
branco
0,80 m
RÚSTICO DE VERÃO
Têxtil e Trend Ltda
rústico
0,80 m
DESCRIÇÃO / COMPOS.
FITA CETIM 10MX7MM FITA CETIM 10MX7MM FITA CETIM 10MX7MM
CÓD.
FORNECEDOR
GITEX GITEX GITEX GITEX GITEX
COR
110 115 121 107 123
MODELO
Vestido Cordel
EMPRESA
ANO
DULI - Moda Materna
AVIAMENTOS / CONSUMO
TECIDOS / CONSUMO DESCRIÇÃO / COMPOS.
DESCRIÇÃO DA PEÇA
TECIDO / COR
136
MEDIDAS (CM) EM TAM:
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
01 pç 01 pç 01 pç 01 pç 01 pç
1,70 1,70 1,70 1,70 1,70
1,70 1,70 1,70 1,70 1,70
A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
PP
P
M G GG XG
Q
R
S
T
U
V
X
Z
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Entrelaçar as fitas no bordado inglês e, então costurar as partes da peça.
DETALHES / OBSERVAÇÕES
Ordem das cores das fitas: Horizontal (dir/ esq): amarelo - azul - vermelho - verde - laranja Vertical (cima/baixo): amarelo - laranja - verde - vermelho - azul
AVIAMENTOS / CONSUMO
TECIDOS / CONSUMO
GASTO/ QTD.
FORNECEDOR
COR
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
RÚSTICO DE VERÃO
Têxtil e Trend Ltda
rústico
2,00 m
28,90
57,80 ELÁSTICO BORDADO
LINHO MESCLA
Fiama Tecidos
cru
0,30 m
42,50
12,75 TINTA PARA TECIDO
DESCRIÇÃO / COMPOS.
CÓD.
DESCRIÇÃO / COMPOS.
FITA CETIM 10MX7MM COLA PANO
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
GRADE DE TAMANHO
REF. MUNDO01V
2017
Lorem ipsum
FICHA TÉCNICA
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA
CÓD.
FORNECEDOR
FAV. DAS RENDAS
ACRILEX GITEX ACRILEX
COR
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
cru 0,8m 9,00 preto 01un 2,50 diverso 01un 1,70 01un 2,00 -
PREÇO TOTAL
7,20 2,50 1,70 2,00
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
GRADE DE TAMANHO TECIDO / COR
MEDIDAS (CM) EM TAM: A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
PP
P
M G GG XG
Q
R
S
T
U
V
X
Z
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Colar na frente da saia os recortes de xilogravura, com as fitas, previamente à costura.
DETALHES / OBSERVAÇÕES
09 desenhos xilogravados
137
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA FICHA TÉCNICA
COLEÇÃO / FAMÍLIA
DESCRIÇÃO DA PEÇA
COLEÇÃO / FAMÍLIA
DESCRIÇÃO DA PEÇA
A Mãe Que Pariu o Mundo / O AMOR
Jardineira com sling Mei Tai acoplado.
A Mãe Que Pariu o Mundo / O AMOR
Blusa meia manga com decote em V trespassado.
MODELO
Jardineira Amor
EMPRESA
ANO
DULI - Moda Materna
CÓD.
2017
FORNECEDOR
Têxtil e Trend Ltda Têxtil AN Ltda
RÚSTICO DE VERÃO TRICOLINE
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
DESCRIÇÃO / COMPOS.
Blusa V Amor
ANO
DULI - Moda Materna
CÓD.
FORNECEDOR
COR
cru
cru
1,50 m
28,90
43,35 ELÁSTICO BORDADO
verde bandeira
3,00 m
18,90
56,70 TINTOL
GUARANY
09 - vermelho
TINTOL
GUARANY GUARANY
05 - laranja
Lorem ipsum
TINTOL
MODELO
EMPRESA
AVIAMENTOS / CONSUMO
GASTO/ QTD.
COR
FICHA TÉCNICA
REF. AMOR01J
TECIDOS / CONSUMO DESCRIÇÃO / COMPOS.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES FICHA TÉCNICA - DESENHO DE MODA
FAV. DAS RENDAS
03 - amarelo
GRADE DE TAMANHO
138
MEDIDAS (CM) EM TAM: A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
Q
R
S
T
U
V
X
Z
PP
P
M G GG XG
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Tingimento das nesgas com Tintol. Costura do Sling Costura da saia Junção com o elástico na cintura
DETALHES / OBSERVAÇÕES
Aplicação de xilogravura na frente do sling
AVIAMENTOS / CONSUMO
TECIDOS / CONSUMO
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
0,8m 01un 01un 01un
9,00 2,50 2,50 2,50
7,20 2,50 2,50 2,50
DESCRIÇÃO / COMPOS.
CÓD.
VISCOLYCRA
FORNECEDOR
COR
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
Center Fabril
bege
0,50 m
24,90
12,45 Colchete de Pressão
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
TECIDO / COR
REF. AMOR01B
2017
DESCRIÇÃO / COMPOS.
CÓD.
FORNECEDOR
FAV. DAS RENDAS
COR
GASTO/ QTD.
PREÇO UNIT.
PREÇO TOTAL
preto 01 un 0,15 0,15
DESENHO TÉCNICO DA PEÇA
GRADE DE TAMANHO TECIDO / COR
MEDIDAS (CM) EM TAM: A
B
C
D
36 38 40 42 44 46 48 50 E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
Q
R
S
T
U
V
X
Z
PP
P
M G GG XG
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
Frente - Costas - Mangas
DETALHES / OBSERVAÇÕES
Fechamento do decote com colchete
139
PAINEL DE SEGMENTAÇÃO
Conceituais
Fashions
Comerciais
Total Blusa manga 3/4 Blusa manga longa Blusa meia manga Calça Camisete Casaco Colete Colete Longo Cropped Manga Longa Cropped meia manga Jaqueta Jardineira Macacão Pouch Sling Saia Sling Argola Vestido Vestido Meia manga Wrap Sling
140
FEMININO Blusa manga longa Camisete Colete Cropped Manga Longa
3 2 1 1
Jaqueta Jardineira Macacão Saia Vestido Blusa manga longa Calça Camisete Casaco Colete Longo Cropped Manga Longa Cropped meia manga Pouch Sling Sling Argola Vestido Vestido Meia manga Wrap Sling Blusa manga 3/4 Blusa manga longa Blusa meia manga Calça Camisete Casaco Colete Cropped Manga Longa Cropped meia manga Saia Vestido
1 1 1 3 4 7 8 2 1 2 1 1 1 1 8 1 1 1 3 3 7 4 1 4 3 1 2 6
MASCULINO
Comercial
Comercial
Calça Bermuda Blusa manga longa
2 3 3
Blusa meia manga Camisa Pouch Sling Wrap Sling Sling Argola
1 1 1 1 1
Sling Mei Tai Total 14
1
Total Conceituais Fashions Comerciais
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PAINEL ARTÍSTICO
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S A I C N
Ê R E F
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ASSIS, Regiane Alves de; TENÓRIO, Carolina martins; CALLEGARO, Tânia. Literatura de cordel como fonte de informação. CRB-8 Digital, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 3-21, jan. 2012. BIGIO, Mariane. A mãe que pariu o mundo. Disponível em: <https://marianebigio. com/2010/12/27/salve-jorge/>. Acesso em: 22 de jul. 2016. DEL PRIORI, Mary. Ao Sul do Corpo: Condição feminina, maternidades e mentalidades no Brasil Colônia. Brasília, Rio de Janeiro: EdUnB, José Olímpio, 1993. DESPERTAR DO PARTO. O que é doula? Disponível em: <http://www.despertardoparto.com. br/doula---o-que-eacute.html>. Acesso em: 07 de nov. 2016. JÚNIOR, José Maria de Aguiar Sarinho; QUEIROZ, Rosângela Maria Soares de. A mulher e o folheto de cordel: perfeita combinação da literatura popular. Campina Grande: Editora Realize. Revista Fiped. 20??. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/enlije/ trabalhos/Modalidade_1datahora_24_05_2014_19_02_23_idinscrito_567_e49b4acb22da52cb54d35410a185593c.pdf>. Acesso em: 26, jul. 2016. MENEZES, E. Diatahy B. de. Para uma leitura sociológica da literatura de cordel. Revista de Ciências Sociais (Fortaleza), v.8, p. 7-87, 1977. NOGUEIRA, Angela Maciel. Origem e características da literatura de cordel. Ariquemes: Facudades Integradas de Ariquemes; 2009. SANTOS, Ivanaldo. A virgem maria na literatura de cordel. Revista da Cultura Teológica, v. XXII, p. 209-231, 2014. SOUZA, Daryane Ariel; KAZMIERCZAK, Marília; COUTO, Rafaella. Mulher e sociedade: Como podemos compreender as mulheres à luz de seus direitos sociais na contemporaneidade? Revista Eletrônica Materializando Conhecimentos, Porto Algre, v. 3, set. 2012. Disponível em: <http:// colegiomaededeus.com.br/revistacmd/revistacmd_v32012/artigos/A6_Mulher_Sociedade.pdf>. Acesso em 25, jul. 2016. STRAPASSON, M.R; NEDEL,M.N.B. Puerpério Imediato: desvendando o significado da maternidade. Revista Gaúcha Enferm., Porto Alegre. RS. 2010 set;31(3):521-8.
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A MÃE QUE PARIU O MUNDO (1) Essa história é contada Pela crença popular Duma vila abandonada Na Estrada do Pilar Da cidade de Tetéu Distrito de Cachumbá. (2) Antes era o universo Um vão negro de dar dó Tinha nada, só estrelas Feitas de brilhante pó Espalhadas pelo Vento Que então reinava só. (3) O Senhor do Infinito Cansou da escuridão Teve ideia de fazer A grande rebelião: Roubou uma das estrelas E a pôs em sua mão (4) Disse: estrela!oh, estrela! Me cansei de ser sozinho Nem o Vento é meu amigo Pois é rei e é mesquinho E também cansei do preto, Que enegrece meu caminho (5) Sou Senhor do Infinito! Quero muito colorir! O universo é a tela E de ti há de surgir A mais prima obra-prima O Mundo irás parir! (6) Nessa hora, emocionado O Senhor lacrimejou Uma água doce , cálida Pela face lhe rolou
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Pranto-sumo, seiva bruta À estrela alimentou. (7) Esta fez-se então mulher Com os seios volumosos Com as ancas abarcantes Os quadris voluptuosos Já no âmago levava Os pinguinhos preciosos… (8) O choro fertilizante Já a tinha invadido O seu corpo estremecia Totalmente possuído Por prazer e por torpor, Por um caos enternecido. (9) A estrela-mulher feita Adornou a sua testa Com as flores lactosas Das galáxias em festa Recolheu-se a um canto Pra tirar a sua sesta (10) Bem longe da proteção Daquele que lhe criou Ela descansava leve Quando o Vento a rondou: Sinto falta duma estrela Acho que Ele roubou! (11) Amaldiçoada seja, Tua cria ao nascer! Vejo brilho no teu rastro! És estrela, posso ver! No Mundo que vai chegar Vis desgraças hão de ter! (12) O Senhor ao escutar Acudiu em seu favor Fez do Vento simples brisa Pra soprar quando calor Acalmou a prenha-astral
E beijou-lhe com amor. (13) [Aliás, o sentimento Que acabo de citar Foi apenas nomeado Muito tempo após chegar A tão esperada cria Como logo vou narrar…] (14) O feto desenvolveu-se, Era grande e saudável, Tão redondo e pulsante! E a mãe de tato afável Acarinhava a barriga De maneira muito amável (15) De repente houve um estrondo A mulher soltou um grito… Uma água caudalosa Pingou do ventre contrito Cheia de sal e de vidas (Eis o Mar aqui descrito) (16) Logo após a enxurrada veio então a dor imensa pois o sólido doía de maneira muito intensa a mulher acocorou fez dos braços uma prensa (17) [uma música ao longe começou-se a escutar… canto lúdico entoado uma flauta a tocar o Senhor entrou em transe começando a meditar] (18) E ao mesmíssimo tempo que a mulher empurrava quanto mais forte a dor mas a música aumentava! E uma ponta de luz do seu sexo emanava.
(19) Finalmente um grito mudo. Era um “ai” do coração Uma gota de suor Gotejou na imensidão E o Mundo foi expulso Com enorme profusão… (20) As cores se misturavam Água e terra se fundiam Com o fogo e o ar As vidas verdes cresciam Do mar apontavam bípedes Caminhantes, que caminham (21) A mulher aliviada Ali mesmo adormeceu Com o peito apertado Que nem ela entendeu Queria afagar o Mundo Tê-lo sempre ao lado seu (22) Era o Amor que ali nascia Com tamanha intensidade Aliou-se à Alegria, Ao Respeito, à Verdade, Ao Carinho, ao Cuidado, Calma e Serenidade. (23) Aliou-se às Virtudes Que em verdade brotavam Dos seios da Mãe do Mundo (e) as bocas dele sugavam o Leite cheio de Bem e assim se saciavam (24) O Senhor , pra terminar sua imensa aquarela fez com a ponta do dedo mais uns pontos nessa tela fez o Sol, astro maior bola de fogo-amarela (25)
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E assim o Mundo segue com o Mal e com o Bem pois a maldição do Vento fez-se fato aqui também mesmo que sua mãe vele a tristeza vive aquém (26) Brisa negra ainda sopra dentro do ouvido humano empoeira corações e sobre a paz joga um pano faz a guerra olho a olho, Dente a dente, mano a mano. (27) Quase ao fim, urge lembrar O Mundo é bom em essência Fruto de vontade pura Colorindo a existência Foi nutrido com o líquido Da bondade em excelência (28) Há desgraças é verdade Mas há muita alegria Seus filhos conhecem dor Mas o Amor em primazia Reina no fundo do ser Em cada um, cada dia. (29) À mulher que aqui me pôs Dedico essa poesia Ela em muito se parece Com a mãe que eu descrevia Fato é feita da brancura Do Leite que escorria. (30) Com ele me amamentou Me cuidou, me fez sorrir Fez chorar e fez calar, Levantar após cair Me mostrou o alicerce Para a vida construir. (31) Já vou acabando então
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Versando assim o que sinto *Entrou na boca do pato saiu na boca do pinto Pra terminar quem quiser Se vire e conte mais cinco! *(adaptação de versos ouvidos na infância, depois minha de avó, ou minha mãe, contar uma história) Mariane Bigio Nascimento
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A MÃE QUE PARIU O MUNDO: A Romantização da Maternidade na Literatura de Cordel* Shantal Lana Stoppa1
RESUMO A maternidade real é, em diversos aspectos, diferente da maternidade retratada na literatura, mas ainda cobrada pela sociedade como a dos contos e fantasias. A literatura de cordel é importante referência na obra artística cultural brasileira e é tida como uma forma antiga de expressar a realidade e os mitos perpetuados pela população. Objetivou-se: entender sobre como o papel social de mulher mãe é tratado em vistas da sociedade brasileira e compará-lo à possível “romantização” da maternidade na literatura de cordel. Estudo descritivo, exploratório, de caráter analítico, realizado através de através da análise do poema de cordel A mãe que pariu o mundo, bem como busca bibliográfica de poemas da Literatura de cordel nordestina. A análise destes poemas revelou que a mulher materna retratada na literatura carrega características virtuosas e que, para além da arte, a sociedade brasileira, desde sua colonização, espera os mesmos aspectos da mãe real, trazendo influências inclusive para o mundo da moda. Palavras-chaves: literatura de cordel, maternidade, romantização
INTRODUÇÃO
Tendo origem nas canções populares portuguesas, a literatura em folhetos, comumente conhecida como “literatura de cordel”, chegou ao Brasil através da colonização, enraizando-se no Nordeste, tornando-se referência da poesia e da cultura literária da região. O folheto de cordel é tido como uma forma de expressar a realidade e também os mitos perpetuados pela população, retratando, neste acaso, as mais diversas personagens do cotidiano nordestino e, como objeto de estudo deste trabalho, tratando da percepção da imagem da mulher nesse contexto, em especial o da figura da mãe. Sabe-se que a maternidade real é deveras diferente da maternidade contada nos contos populares. A literatura tende a romantizar o papel da mãe, retratando-a apenas como a “super mulher” que exala amor em todos os seus atos. Entretanto, na vida real, muitas mulheres têm sofrido pressões sociais ao tentarem “desromantizar” o papel de mãe, tentando mostrar os dilemas e as dificuldades da mãe que também é mulher. Faz-se necessário, então, entender o ponto de vista literário, que pode, inclusive, elucidar quanto à tendência social de aceitar melhor a mãe romântica. Tendo como base o poema de cordel A mãe que pariu o mundo, da cordelista e contadora de histórias Mariane Bigio, que trata de uma versão mitológica para a criação do mundo, tem-se o 1
* Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação para obtenção do título de bacharel no curso de Moda, do Instituto de Comunicação e Artes do Centro Universitário Una. Graduando em Moda, no Instituto de Comunicação e Artes - ICA. E-mail: shantal.modauna@gmail.com
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objetivo de entender como o papel social da maternidade é retratado através do folheto de cordel, os objetivos específicos são aprender as origens e os objetivos advindos da criação da literatura de cordel; analisar as referências à maternidade em poemas de cordel, tendo como principal fonte o poema “A mãe que pariu o mundo”, de Mariane Bigio; e entender sobre como o papel social de mulher mãe é tratado em vistas da sociedade brasileira e compará-lo à possível “romantização” da maternidade na literatura de cordel. Para este artigo utilizou-se pesquisa exploratória com métodos qualitativos, através da busca bibliográfica dentro do universo da Literatura de cordel nordestina, utilizando-se, ainda, de uma busca biográfica, sobre o universo literário da autora da obra fonte desta pesquisa, Mariane Bigio. A fundamentação teórica deste artigo se dá através da leitura e discussão de artigos científicos e literaturas que tratam dos aspectos sociológicos da literatura de cordel, bem como do posicionamento da sociedade perante a figura feminina. Além disso, utilizou-se de uma pequena amostragem de poemas desta categoria, de forma a assinalar a mãe referenciada nesta literatura. Não tendo encontrado autores que tratem exatamente do tema proposto, no que tange especificamente à romantização da maternidade na literatura de cordel, tem-se como “Estado da arte” nesta pesquisa autores que tratam de assuntos adjacentes ao objetivo principal. Mary Del Priore, historiadora, possui 37 livros de história publicados, além de colaborar em jornais e revistas científicos e não científicos, tendo ainda especialidade nas questões histórico-culturais que envolvem o papel da mulher na sociedade. Ivanaldo Santos é doutor em estudos da linguagem pela UFRN, filósofo, com pós-doutorado em estudos da linguagem pela USP, professor do Departamento de Filosofia e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), tendo seus principais estudos voltados para as questões sociológicas implicadas na literatura de cordel. E Mariane Bígio, escritora, iniciou seu processo como cordelista em 2007, com a obra “A mãe que pariu o mundo”, tendo trilhado sua carreira na contação de histórias com ênfase nos cordéis autorais, apresentando-se em diversas feiras literárias de renome, passando por todo o Brasil.
A LITERATURA DE CORDEL
Originada no Brasil através da colonização portuguesa, a literatura de cordel tem origem na península Ibérica, sendo a forma de expressão oral da literatura dos romanceiros e, “devido as suas origens Ibéricas e cristãs, a forte presença da cultura popular e por estar tão perto do homem simples e comum, existe um forte conteúdo místico e religioso dentro da literatura de cordel” (SANTOS, 2014). Esse formato de literatura encontrou espaço e se enraizou na região nordestina, abordando, essencialmente “quase todos os problemas, mitos, encantamentos e dilemas da vida humana. Trata-se de uma expressão literária onde se encontra o que existe de mais nobre e característico da vida e da natureza humana” (SANTOS, 2014). [...] na Península
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Ibérica, séculos atrás, Essa arte teve início Com narrativas orais Recitadas nos castelos E nos palácios reais. E foi com os portugueses Que essa arte aqui chegou, Instalou-se no nordeste E se aperfeiçoou, Modernizou-se e, em seguida, Pelo Brasil se espalhou [...] (ACOPIARA apud ASSIS at all... 2009, p. 14).
Apesar de ser um formato singelo de literatura, o cordel também tem uma preocupação quanto à questão estética e estrutural, conforme explicado por Santos: [...] a literatura de cordel é um tipo de poema popular, oral e impresso em folhetos, geralmente expostos para venda e pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome cordel. Ela é escrita em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, além de fazerem as leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. (MAXADO apud SANTOS, 2014)
Diferente da estética da literatura em prosa e mesmo da poesia tradicional, a literatura de cordel, ainda que preocupada com alguma estética dentro do seu meio, é um processo artístico cultural que nasce do imaginário popular, da época em que as palavras eram escritas na voz e não no papel. É conveniente ressaltar que a literatura de folhetos originou-se da literatura oral, dos contos, adivinhações, parlendas, lendas, provérbios, cantos, danças, que, através dos tempos, foram reaproveitados e tematizados na forma escrita. Nesse sentido, a literatura popular vem expressar os sentimentos e a cosmovisão de um povo, empregando uma linguagem regional e pouco rebuscada, popular, simples, mas melodiosa. Assim, entre tantas formas de expressão literária, é a que melhor traduz o sentir do povo nordestino; graças à cultura, num certo sentido subterrâneo da tradição oral que nada anota e nada esquece, é que o Cordel e o Romanceiro Ibérico sobreviveram no Nordeste. Portanto, sua riqueza se dá através de neologismos, simbolismos, arcaísmos, modismos e formas de expressão regionais, servindo como importante instrumento de comunicação. (JÚNIOR; QUEIROZ, 20??)
Conforme descrito por Júnior e Queiroz, a riqueza deste formato de literatura está em sua simbologia e no regionalismo, atuando como uma maneira de comunicação e, também, de exportação da cultura nordestina para outras regiões do país. No Brasil, a literatura de cordel passa então a ser uma forma de expressão da realidade e das crendices de uma sociedade. Além disso, o folheto de cordel se torna objeto de consumo, transformando-se em um sistema literário com editoras próprias, bem como um impulsionador da atividade comercial no país. A partir de 1893, a literatura de folhetos constitui, aos poucos, um conjunto complexo e independente do sistema literário institucionalizado com seus poetas e suas editoras que, até os anos 1960, pertencem freqüentemente a poetas. Esta literatura tem suas próprias redes de comercialização (os mascates), sendo vendida nas feiras, nas estações ferroviárias e rodoviárias, e até nas ruas. (SANTOS apud NOGUEIRA, 2009)
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A mãe na literatura de cordel
Por conter uma forte influência espiritual majoritariamente cristã, percebe-se que a mulher retratada na literatura de cordel é prioritariamente pudica, recatada e honrosa. Tratando-se disso, os poemas com tendências católicas, espelham a mulher mãe na sagrada Virgem Maria. [...] se a mulher é um ente de bondade Como mãe poderá chamar-se arcanjo Como esposa a mulher é quase um anjo (ATHAYDE, 19??)
Em outro poema de cordel, Os martírios de Genoveva, da autoria de José Galdino da Silva Duda - popularmente conhecido como Zé Duda -, e que, em algumas vezes é confundidamente atribuído a José Bernardo da Silva, a mulher e a maternidade também ão tratadas com base na virtude. [...]
Genoveva era dotada de inteligênia e engenho nas feições dela se lia o mais perfeito desenho a natureza em orná-la se esmerou e fez empenho Além dessas qualidades em tudo era preciosa modesta e trabalhadora cortês e religiosa graças a educação de sua mãe extremosa (DUDA, 19??)
Nesta passagem pode-se perceber que, mesmo Genoveva não sendo ainda mãe, tem todas as suas características advindas do exemplo e dos ensinamentos de sua mãe. Entende-se então que é papel da mulher e, em consequência, da mãe ser “modesta e trabalhadora, cortês e religiosa”. Suas qualidades naturais de beleza e inteligência somam à preciosidade das virtudes aprendidas através da educação dada por sua genitora, percebe-se também, neste ponto, a responsabilidade da mulher enquanto mãe de catequizar e educar os filhos. Em outro trecho do poema, Duda descreve a vida de Genoveva, já casada, com maior endosso do papel de mãe: [...] Fazia vezes de mãe boa e cariciosa para os doentes e pobres era ativa e caridosa os indigentes chamavam-lhe a nossa mãe carinhosa (DUDA, 19??)
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Logo, vê-se mais uma vez que a mulher ideal é a mãe que aspira carinho e caridade, a fonte de amor que faz o bem sem olhar a quem. Diante disto, pode-se pensar que o padrão de mulher a ser considerado como positivo é a que se doa e, ao mesmo tempo, ao se tornar mãe, tem que tornarse, consequentemente, o exemplo de virtude a ser passado para a sociedade, em nome da honra. No poema de Mariane Bigio, a autora relata uma versão mitológica para a criação do mundo, em que o Senhor do Infinito, entendendo que precisa ampliar sua criação, escolhe uma estrela para transformar em mulher, fazendo dela a responsável por parir o planeta Terra. Bigio consegue abrir as fronteiras e fugir de alguma forma da romantização costumeira ao tratamento da mulher mãe, mas há aspectos enraizados, que são base na ideia do que é a mulher materna. (4) Disse: estrela! oh, estrela! Me cansei de ser sozinho Nem o Vento é meu amigo Pois é rei e é mesquinho E também cansei do preto, Que enegrece meu caminho (5) Sou Senhor do Infinito! Quero muito colorir! O universo é a tela E de ti há de surgir A mais prima obra-prima O Mundo irás parir! (6) Nessa hora, emocionado O Senhor lacrimejou Uma água doce, cálida Pela face lhe rolou Pranto-sumo, seiva bruta À estrela alimentou. (7) Esta fez-se então mulher Com os seios volumosos Com as ancas abarcantes Os quadris voluptuosos Já no âmago levava Os pinguinhos preciosos… (BIGIO, 2007)
Pelo trecho acima, percebe-se a alusão feita à mulher materna em detalhes como as formas e silhuetas do corpo, dos volumes e curvas voluptuosas. Entende-se a mulher como aquela que carrega um tipo de joia ou preciosidade, que é a criança a ser nascida. É importante atentar-se também para o fato de a mulher que vai parir ser a protegida de um senhor maior que, entediado, descobre a necessidade de criar algo novo. Pode-se perceber, ao mesmo tempo, um contraponto na narrativa poética de Mariane Bigio quanto à submissão da mulher, uma vez que esta se fez a partir de uma estrela, uma figura brilhante, um astro de brilho próprio. (23) Aliou-se às Virtudes Que em verdade brotavam Dos seios da Mãe do Mundo (e) as bocas dele sugavam
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o Leite cheio de Bem e assim se saciavam (24) O Senhor, pra terminar sua imensa aquarela fez com a ponta do dedo mais uns pontos nessa tela fez o Sol, astro maior bola de fogo-amarela (25) E assim o Mundo segue com o Mal e com o Bem pois a maldição do Vento fez-se fato aqui também mesmo que sua mãe vele a tristeza vive aquém (BIGIO, 2007)
Nesse trecho do poema de Bigio, percebe-se a relação da mãe com as virtudes e o bem saindo de seus seios. Mais uma vez a mãe é retratada com um simbolismo de pureza e sacralidade, como a referência de bondade. A autora volta também na ideia da criação feita pelo seu senhor, que molda cada detalhe desta nova mulher. A autora retrata também o mal que acompanha o mundo, traçando um paralelo com o bem que o equilibra, sendo este fornecido através da mãe, numa possível alusão à responsabilidade da mulher de velar pelo bem do mundo criado, preservando-o ao máximo das tristezas advindas do mal que o acomete. Em contrapartida, faz-se necessário pontuar que o poema de Bigio traz em seus versos a menção ao protagonismo da mulher no momento que é fisiologicamente dela, ou seja, o parto. (15) De repente houve um estrondo A mulher soltou um grito… Uma água caudalosa Pingou do ventre contrito Cheia de sal e de vidas (Eis o Mar aqui descrito) (16) Logo após a enxurrada veio então a dor imensa pois o sólido doía de maneira muito intensa a mulher acocorou fez dos braços uma prensa (17) [uma música ao longe começou-se a escutar… canto lúdico entoado uma flauta a tocar o Senhor entrou em transe começando a meditar] (18) E ao mesmíssimo tempo que a mulher empurrava quanto mais forte a dor mas a música aumentava! E uma ponta de luz do seu sexo emanava.
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(19) Finalmente um grito mudo. Era um “ai” do coração Uma gota de suor Gotejou na imensidão E o Mundo foi expulso Com enorme profusão… (BIGIO, 2007)
Por mais que o Senhor do universo entre em transe durante o trabalho de parto da mãe que parirá o mundo, é a mulher que passa pela transformação das etapas que se seguem. O rompimento da bolsa e a vazão do líquido amniótico, a dor das contrações, o acocoramento, os empurrões, o expulsivo e, finalmente, o nascimento. Um processo tão feminino que nem o Senhor pode sentir, somente imaginar. É possível entender que a romantização da mãe pós parto venha justamente da falta de entendimento masculina quanto ao processo fisiológico do gestar e do parir. Uma sensação ainda inalcançável que somente permite a idealização do que se passa e, advinda da imagem do sofrimento do parto, a ideia de que passar por tal processo com vitória santifica a mulher.
A MULHER MÃE VISTA PELA SOCIEDADE
Característica que acompanha a sociedade patriarcal, a misoginia é um dos fatores responsáveis por marcar e estigmatizar a mulher perante a sociedade ao longo dos tempos. Pertencente a um campo pouco conhecido pelos homens, a mulher, “ao mesmo tempo capaz de atrair e seduzir os homens, ela os repelia através de seu ciclo menstrual, seus cheiros, secreções e sucos, as expulsões do parto. Estas impurezas cercavam a mulher de interdições e ritos purificatórios” (DEL PRIORE, 1990). A mulher é vista como uma categoria de ser humano inferior ao sexo masculino, característica essa endossada pela Igreja e pelas leis dos homens e dos céus: Textos bíblicos e jurídicos davam caução à menoridade da mulher, e a Igreja valia-se da eloquência dos sermões - meios eficazes de cristianização - para difundir a ideia da mulhersereia, da mulher-diaba, da mulher perigosa. A piedade mariológica, que tivera penetrante alcance na vida colonial, colaborava para esvaziar ainda mais qualquer conteúdo de sedução que se quisesse enxergar nas mulheres. O modelo de feminilidade que vicejava era ditado por esta devoção à Nossa Senhora e correspondia a comportamentos ascéticos, castos, pudibundos e severos. Cultuava-se a virgindade, e o tratamento divino dispensado às “onze mil virgens” devia ser almejado por todas as mulheres. (DEL PRIORE, 1990).
A idealização da mãe romântica, sem defeitos, enquadrada em um estereótipo de santidade, beleza e, ao mesmo tempo, um certo tom de velação, enraizou no imaginário social o conceito de que a mãe não faz parte da movimentação cotidiana da sociedade, sendo uma figura imaculada que, de alguma forma, está obrigada a viver à margem, no cuidado com a cria, na execução dos afazeres de seu novo papel. A mulher deixa então de ser mulher e passa a ser vista somente como a mãe.
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A partir deste pensamento, é possível entender a marginalização da mulher mãe que permite-se alguns direitos sociais comuns, como a convivência geral no seu meio social. A amamentação em público, por exemplo, começa a ser vista como afronta ou mesmo libidinosidade, gerando diversos preconceitos e apontamentos para com esta mulher. Dentro do casamento cristão, a mulher era magnificada e a criança sacralizada. Revestidos de dignidade sacramental, os efeitos de ordem espiritual e civil do matrimônio resultavam na legitimação sistemática dos filhos das esposas, mesmo dos concebidos antes do casamento. Além da proteção à prole, o sacramento obrigava a coabitação e a indissolubilidade. Esta dimensão do casamento, por certo, representou uma enorme dose de estabilidade para mulheres que bracejavam nas perigosas marés de sobrevivência, que tinham filhos considerados ilegítimos ou adulterinos e que viam seus companheiros partirem, sistematicamente empurrados pelos vários momentos econômicos da colonização. (DEL
PRIORE, 1990).
No trecho acima, Del Priore relata como mulher e criança tornam-se obrigação, quase um fardo, para o homem, uma vez que para a igreja o filho torna-se algo sagrado. Percebe-se, ainda assim, que o que magnifica a mulher é a existência da criança. Nos tempos atuais, a sociedade já passou por diversos processos de aceitação e independência da mulher enquanto dona do próprio corpo e da independência materna. Ainda assim, em épocas de redes sociais, percebe-se claramente que a mulher mãe ainda é duramente julgada quanto aos seus atos de mulher comum que podem não condizer com o que se espera da maternidade. Diz-se da postura, dos relacionamentos, até mesmo das possíveis escolhas quanto à forma de maternar. Culturalmente, a mulher deve cuidar do seu lar, como dona de casa ou mulher de família, além de pertencer ao mercado de trabalho, de cuidar de seus filhos, do relacionamento amoroso, dos afazeres domésticos e de sua própria saúde e beleza. Infelizmente, apesar de todo o progresso alcançado, permanece ainda aquela visão que associa à mulher as funções de organizadora do lar ou de reprodutora. (SOUZA at all... 2012)
Importante também ressaltar que a religião e a igreja ainda ditam os pensamentos e os passos da sociedade e, consequentemente, seus julgamentos perante o mundo e as atitudes de outrem. Nesse aspecto ainda é esperado da mãe a postura mariológica de antes, ainda que de forma menos explícita. A consciência quanto à esta posição é um dos impulsionadores para os movimentos sociais que buscam a libertação da mulher de tais amarras históricas.
A ROMANTIZAZAÇÃO DA MULHER E SUA INFLUÊNCIA NA MODA MATERNA
Desde o início da sociedade brasileira, nos tempos da colonização e da massiva influência da Igreja neste meio, a mulher já apresentava este conceito pré-definido, conforme aponta Del Priore: Importante, finalmente, era fazer da mãe um exemplo, e da maternidade uma tarefa, um projeto árduo que, como que prolongando as dores do parto por uma vida inteira, elevasse e notabilizasse a mulher numa espécie de via-crucis doméstica. (DEL PRIORE, 1990).
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Entende-se assim que o papel da mãe é doméstico, obrigatório e sem pretensão de prazer, portanto, quando pensa-se nesta mulher em termos de moda, dificilmente encontra-se alguma especificidade para este público, além de roupas de formas básicas, silhuetas amplas e uma total falta de preocupação estética. A mulher mãe não foi criada para ser exposta. Como mulher-esposa, seu valor perante a sociedade estava diretamente ligado à “honestidade” expressa pelo seu recato, pelo exercício de suas funções dentro do lar e pelos inúmeros filhos que daria ao marido. Muitas mulheres de trinta anos, presas no ambiente doméstico, sem mais poderem passear – porque “lugar de mulher honesta é no lar”, perderam rapidamente os traços de beleza e deixaram-se ficar obesas e descuidadas. (FALCI apud JÚNIOR; QUEIROZ, 20??)
A mulher que deseja sair do estereótipo da mãe doméstica encontra dificuldades para apresentarse à sociedade no que diz respeito ao vestuário, uma vez que as peças do mercado de prêt-à-porter são padronizadas para o corpo da mulher que não está ainda não gestou ou que já conseguiram voltar ao corpo que tinham anteriormente à gestação. O espaço para a moda voltada ao público materno e suas necessidades é um campo pouco desbravado e ainda não difundido na sociedade. A partir desta lacuna no mercado fashion e dos estudos realizados neste artigo, será desenvolvido um projeto de criação e coleção voltado para o desenvolvimento de peças de vestuário pensados de acordo com ás necessidades da mulher mãe, com foco na mulher que acabou de parir e encontrase no período obscuro, ainda tratado como tabu pela sociedade, que é o puerpério. Será levado em conta as necessidades em relação à movimentação e à facilidade para amamentação em público, buscando conforto tanto para a mãe quanto para a criança. Juntamente com este perfil de vestuário, o projeto final se dará na criação da marca Duli, a qual será responsável por oferecer produtos de moda materna. Pensada e gestada há dois anos, a Duli é um projeto de marca com o intuito de sair da academia e seguir para o mercado real. O nome Duli vem de dúli, que é o termo grego para a palavra doula, que tem como significado aquela que serve. Atualmente, o termo doula é usado para uma profissão que, apesar de ainda não regulamentada, tem ganhado muito espaço entre gestantes e parturientes que intentam por vivenciarem o momento do parto de forma natural e bastante fisiológica. A doula tem a missão de oferecer à parturiente suporte físico e emocional antes, durante e após o parto, promovendo encorajamento, informação, alívio não farmacológico da dor, se preocupando em sempre manter o ambiente do parto aconchegante e acolhedor, auxiliando no processo de transformação vivido pela mulher. Sendo assim, a Duli, como a doula, quer servir à mulher mãe tanto no sentido do acolher a mulher que até então não encontra muito espaço no mercado, como servir ao seu corpo, com roupas que entendam suas novas vivências. Tendo o acolhimento como principal valor, a Duli pretende ser uma marca transformadora no mercado de moda materna. Serão trabalhados tecidos confortáveis e de caimento leve, com modelagem ampla e ajustável, com recortes especiais, prezando o máximo possível o uso de materiais naturais. Além disto, a marca preza pela sustentabilidade social no incentivo e valorização da mão de obra feminina e materna,
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tanto em suas inspirações temáticas, como na execução de suas peças e desenvolvimento de marca, desde a criação de sua identidade visual. Em sua primeira coleção, inspirada no poema A mãe que pariu o mundo, tendo com influências a cultura artesanal nordestina e a arte da xilogravura e do cordel, serão desenhados quarenta e cinco looks que serão divididos em cinco famílias, sendo elas: A Estrela, O Vento, A Mulher, O Amor, O mundo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS O cordel, enquanto fonte de informação e de arte literária, tem aspectos fundamentais para a análise e entendimento da sociedade em tempos históricos que refletem na realidade atual. A maneira como a literatura de cordel retrata a mulher no âmbito da maternidade é um recorte de como a arte em geral retrata esta mesma mulher e ao buscar entender o posicionamento dos poemas em relação às mães, percebe-se que muito mantém-se o mesmo na sociedade contemporânea. Vêse também que, desde a colonização, a sociedade brasileira pensa e julga sob influência da igreja e das escrituras bíblicas, enquadrando a mulher em um cenário frágil de virtuosidade obrigatória. O poema de Mariane Bigio, que conta com poesia e fantasia a criação do mundo, em alguns aspectos consegue colocar a par quanto à realidade materna no que tange ao processo fisiológico de parir, mas ainda é perceptível a cultura intrínsica de que a mulher existe à sombra da existência de um ser masculino maior. Esta ideia formada da mulher mãe ser diferente da mulher comum influencia em diversos âmbitos da vida social, sendo a moda um deles. Essa influência existe quando percebe-se a lacuna de mercado para atender às mães, que ainda são consideradas, de uma forma ainda que sutil, pessoas à margem da sociedade. Portanto, faz-se necessário cobrir esse espaço mercadológico como uma forma, inclusive, de incluir a mulher materna na sociedade como um todo, como a mulher que ela nunca deixou de ser.
REFERÊNCIAS
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