KAIO MULLER - Adilson Pereira

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA Instituto de Comunicação e Artes

Adilson Pereira Queiroz

Cartas de Mário e Tarsila Amor nas entrelinhas

Belo Horizonte (MG) 2013.2


Adilson Pereira Queiroz

Cartas de Mário e Tarsila Amor nas entrelinhas

Portfólio de conclusão de curso apresentado à disciplina de Projeto Experimental como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Moda. Área: criação - Coleção Feminina. Professor orientador: Mariana Christina de Faria Tavares Rodrigues.

Belo Horizonte (MG) 2013.2



“A

força se consegue com fracassos e não com os sucessos”. Coco Chanel


Agradeço primeiramente a meus familiares, que me apoiaram durante este curso superior, amigos e todos que estiveram juntos nesta jornada; ao corpo docente da faculdade, que me trouxe conhecimento, e ao orientador, que me auxiliou academicamente, e a todos que foram essenciais para a conclusão deste curso.


RESUMO O objetivo deste artigo é estudar a vida de Mário de Andrade, um dos mais importantes escritores da literatura brasileira e Tarsila do Amaral, através do estudo das cartas trocadas entre eles. Tarsila foi uma das mais expressivas pintoras da semana de 22. A relação através das cartas trocadas entre Tarsila e Mário de Andrade envolve o marido da pintora, Oswald de Andrade. Foram feitos estudos sistemáticos das obras buscando nas entrelinhas, averiguando nas minúcias as palavras, conjugando sentimentos. Neste contexto, o resultado do amor platônico intrínseco aparece. Concluímos que há um sentimento de amor platônico. Da parte de Mário para Tarsila e que isto pode ser observado na correspondência que mantiveram entre si e também através das observações de amigos comuns.

Palavras chaves: Cartas, amor platônico, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral e moda.

ABSTRACT The purpose of this article is to study the life of Mário de Andrade and the correspondence during his life between himself and one of the most important writers of Brazilian literature: Tarsila do Amaral. She`s one of the most significant painters of the 22 week of Modern Art. It´s done through systematic studies of work (letters from Tarsila do Amaral to Mário de Andrade) by searching between the lines, checking with thoroughness the words, therefore the result of combining platonic feelings intrinsically appears. We conclude that there is a sense of platonic love from Mário towards Tarsila and this can be observed through the mails they exchanged and also through observation of common friends.

Key words:Letters, platonic love, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Fashion.


SUMÁRIO Currículo ................................ 07 DNA da Marca ............................. 09 Público-Alvo ............................. 18 Brieffing de Coleção ...................... 28 Desenvolvimento .......................... 34 Coleção .................................. 52 Coleção (croquis) ........................ 76 Bibliografia ............................. 140 Apêndice ................................ 141


CURRÍCULO

Meu nome de registro é Adilson Pereira Queiroz. Adoto o nome artístico de Kaio Müller. Sou natural de São Paulo capital e estou cursando Moda no Centro Universitário UNA. Há 13 anos já me sinto familiarizado com a moda. O que mais gosto na moda é a possibilidade de renovação a cada estação. O novo, o que está por vir me fascina. A estabilidade me apavora. Gosto de mudanças cíclicas. Meu objetivo desde que iniciei o curso foi trabalhar em estilo ou coordenar equipe de estilo como diretor criativo de uma marca e, a longo prazo, estabelecer a marca KAIO MÜLLER. Fui selecionado entre os 23 finalistas, de um total de 391 projetos na categoria moda, em dezembro de 2012, pelo Movimento Hot Spot (MHS). Esta seleção foi feita através do projeto postado no portal do MHS, com a coleção denominada “Viagens Pitorescas de Debret” por “Kaio Müller e Agnaldo Rocha“. A coleção selecionada no MHS mostra o jogo de cena do século XVIII entre a aristocracia e os escravos, porém sem o olhar de preconceito tradicionalmente abordado pelos brasileiros. Foi trabalhado o olhar do pintor Jean Baptiste Debret que retratou os negros em seus afazeres e ofícios em equidade de etnias sem qualquer preconceito. A coleção foi vista em 9 capitais com cobertura de mídia local e regional. A coleção passou pelo crivo dos curadores do projeto - Susana Barbosa (Editora de Moda da Revista Elle) e Paulo Martinez (Editor da Revista ffw_MAG). Iniciei em 2013 uma parceria com a ONG “Associação Viva à Vida” do Aglomerado da Serra, zona sul de Belo Horizonte. O projeto denominado FFD Favela Fashion Day (FFD) tem o objetivo de resgatar a cidadania dos moradores do Aglomerado. Atuo como estilista voluntário, juntamente com outros profissionais da área de Moda. A coleção foi executada com tecidos doados por indústrias têxteis. Estamparia digital, design gráfico e peças gráficas também foram feitas por parceiros do evento. A coleção trabalhou o universo do morro, configurações, ofícios e cotidiano vivenciado pelos moradores. Neste projeto de conclusão de curso desenvolverei a coleção de verão 2014/2015, denominada “Amor nas Entrelinhas”. Com foco na tríade dos personagens, trabalharei as cartas em primeiro lugar e depois o triângulo amoroso abordando a pintura “Margaridas” de Tarsila do Amaral, Mário de Andrade e Oswald de Andrade.


BRIEFING DE NEGÓCIO (DNA DA MARCA)

A KAIO MÜLLER é uma marca “Prét-à-Porter “ segmento premium, criada para atingir o público de mulheres da classe A2, B1, B2 , entre 30 e 45 anos que são contemporâneas e possuem cultura de moda. Para criar a marca meu foco foi a mulher contemporânea com informação de moda. Isso porque em estudos sistêmicos dos principais institutos de pesquisas nacionais, fica evidente que a mulher brasileira é mais escolarizada que seus pares do sexo oposto, e atualmente chega mais rapidamente aos cargos de chefia - já temos até uma presidenta mulher. Este segmento se expande por todo o território nacional, mostrando que os hábitos da contemporaneidade exigem uma mulher sempre elegante. Embora este nicho já seja explorado, o seu foco se encontra muito no segmento “shopping”. O diferencial da marca será a venda exclusiva através das lojas multimarcas em cidades com mais de 200 mil habitantes e participação em feiras de negócios como “Salão Bossa Nova Moda e Negócios”.

Salão Bossa Nova de Moda e Negócios / Rio de Janeiro / Verão 2014


DESCRIÇÃO GERAL DA MARCA A marca KAIO MULLER vem preencher uma lacuna no mercado de moda atemporal, focada na mulher madura que mora nos grandes centros. Devido ao fechamento de várias marcas do mesmo segmento, o idealizador da marca vislumbrou uma oportunidade neste nicho. Seu diferencial será a comercialização somente no atacado, para multimarcas e, posteriormente, venderá via e-comerce.

ESTILOS Estilo dominante: minimalismo Estilo complementar: atemporal

ELEMENTOS DE ESTILO Espirituais e objetivos: elegância, poder e cultura Físicos: conforto, construção e design.

NICHO Vestuário Premium.

SEGMENTO Pret-à-porter.

GÊNERO Feminino.


CONCORRENTES Eles estão localizados nas ruas mais badaladas do comércio varejista de moda, em bairros de classe AB das grandes cidades brasileiras, mais precisamente no Sudeste, em multimarcas e em cidades com mais de 200 mil habitantes. Maria Bonita - marca carioca criada pela saudosa Maria Cândida Sarmento já falecida. Possui loja na Rua Tomaz Gonzaga 531, no bairro de Lourdes em Belo Horizonte com produtos de qualidade e design excepcionais. A modelagem tem caimento perfeito e padronagens exclusivas em sua maioria leves e com visual clean, algumas peças handmade (aplicações feitas a mão, tecidos, paetês etc.). A marca tem uma concepção clean e sofisticada. Utiliza tecnologia têxtil que contempla desde os tecidos opacos até os brilhantes dependendo da coleção e da estação. A variação envolve a seda, palha de seda, linho, tafetá, malhas e tricô. Apresenta cores diversificadas, tons de preto, bege, além de variações de terrosos, azul. Cores como rosa ou vermelho aparecem, porém em pontuação mínima. O mix de produtos está dividido entre roupas, calçados, bolsas e acessórios. As peças estão subdivididas em tonalidades, e iniciamse no básico e evoluem para o fashion distribuídos entre t-shirts, vestidos, saias, blusas, macacões, calças, blazer e casaquetos. Os preços variam de R$ 280,00 a R$ 2.500,00.

SPFW – Verão 2011


Mara Mac - Marca carioca de Clara Vasconcelos trabalha o conceito clean com destaque para a construção e sofisticação da roupa e materiais utilizados. Possui 7 lojas, sendo 3 na capital do Rio de Janeiro e mais 4 em outras capitais. O perfil da cliente é contemporâneo e das classes AB das grandes cidades. Em Belo Horizonte a loja Mara Mac está situada no Pátio Savassi, lojas 221 e 222 na Av. do Contorno 6061, no bairro São Pedro na região denominada Savassi - point da cidade onde circulam pessoas com maior poder aquisitivo. A marca apresenta qualidade idêntica às outras duas concorrentes: Maria Bonita e Huis Clos. Utiliza em sua concepção de estilo tecidos naturais e tecnológicos, maquetes têxteis exclusivas, padronagens clean e minimalista para atender a um público elegante e sóbrio. Utiliza formas ora geométricas, ora totalmente lisas trazendo para a marca o minimalismo característico da cliente sofisticada. O mix varia de vestidos retos, com mangas e sem mangas, saias secas, calças retas e pantalonas. Cores pastéis, tons mais claros adequando ao gosto da cliente que é a mulher contemporânea que preza minimalismo e cores suaves. Os preços variam de 180,00 a 2.800,00 e as peças são comercializadas em lojas monomarcas.

Fashion Rio - Verão 2010


Huis Clos - Marca paulista de Clô Orozco, estilista que trouxe a elegância para a roupa desnudando tendências. A marca traz uma roupa para a mulher contemporânea, bem sucedida e com informação de moda. Considerada player da moda nacional em termos de estilo. Concorre pelo estilo, ou seja, moda com informação e design, e pela cliente que tem o mesmo poder aquisitivo. Participa do line up São Paulo Fashion Week (SPFW) e traz sempre a elegância em conjunto com as formas simples e sofisticadas, registro da marca. Vende em 2 lojas monomarcas e 23 multimarcas e veste a mulher contemporânea. Concorre por cliente e por estilo já que trabalha a construção das peças focada na modelagem com recortes. Em Belo Horizonte vende nas multimarcas Mary Caetano, Fata Morgana e Audrey.

SPFW - Verão 2012


Canais de distribuição Os produtos da marca serão ofertados exclusivamente no atacado para lojistas multimarcas em show room em São Paulo, onde os lojistas poderão conferir as coleções. Nestes locais se encontram o público lojista que se enquadra no perfil da marca: proprietários de multimarcas estabelecidas em grandes e médias cidades brasileiras. Feiras de negócios do segmento Fashion Businness e São Paulo Prèt-a-Porter. A qualificação do lojista será feita por uma seleção que avaliará critérios como localização, marcas comercializadas e distância entre as cidades que vendem a marca objetivando a distribuição seletiva do produto. Para o futuro próximo pretende-se comercializar a marca em show room no Nordeste, Sul e Centro Oeste e também através do e-commerce via farfetch.com.


Margem de preço O preço foi definido levando em consideração que a marca traz consigo valores intrínsecos como qualidade de matéria prima, modelagem precisa e de qualidade e técnicas utilizadas na confecção das peças, algumas em quantidades reduzidas uma vez que o produto é direcionado para uma clientela exigente. A comunicação que deverá ser muito bem realizada carrega um custo elevado. A peça tem que passar valores mais que puramente físicos ao seu cliente. O conceito da coleção deve ser percebido através do produto exposto no ponto de venda multimarcas onde as peças serão comercializadas. O preço não difere muito dos concorrentes, porém trabalharemos apenas com multimarcas em princípio, o que nos torna mais competitivos. Essa estratégia elimina o custo de manter uma loja monomarca em operação. A faixa de preços da marca varia entre R$ 180,00 (cento e oitenta reais) t-shirt e R$ 3.000,00 (três mil reais) vestidos para venda via e.commerce. No show-room os preços decrescem 50% oscilando de R$ 90,00 para uma tshirt à R$ 1.500,00, um vestido. Preço médio praticado no varejo, R$ 1.590,00 (hum mil quinhentos e noventa reais) . Preço médio praticado no atacado R$ 790,00 (setecentos e noventa reais). As peças remanescentes de coleção ficarão alguns poucos meses em liquidação em pontos de vendas online como farfetch.com e também em feiras como grife show, focadas mais em moda.

Construção (moulage)


Diferenciais da marca no produto A marca Kaio Müller se diferencia pelo conceito arrojado no que diz respeito às coleções que trarão temas como a valorização da cultura brasileira, além do desenvolvimento de têxteis exclusivos com fibras naturais e inovação na mistura de algumas fibras o que se traduz em exclusividade na concepção de um produto com valor sentimental mais original, desde o toque até o design das peças. A marca trabalha o estilo pret- á- porter premium, com foco em informação de moda. O estilo minimalista aparece em algumas peças com trabalhos feitos a mão – handmade - além das coleções apresentarem sempre algum elemento da cultura brasileira.

Première Vision


Estratégia de comunicação A estratégia de comunicação se dará através do lançamento das coleções em show room, seminários em São Paulo para proprietários de multimarcas onde será definido o conceito da coleção, além da criação de um site com lookbooks, catálogos impressos para lojas e merchandising de corners para aplicação em multimarcas. Através da assessoria de imprensa será feita a ponte com os meios de comunicação cujo objetivo é expandir a divulgação da marca, junto a formadores de opinião e ao público alvo pretendido. Será utilizada a newsletter para o mailing list dos clientes que serão alimentados via cadastro das multimarcas ou mesmo no hot site da marca. A comunicação através de redes sociais será feita de forma eficiente com atualização quase diária de conteúdo de forma a conjugar os anseios da cliente com a marca.


Público alvo A cliente que consome a marca Kaio Müller, é contemporânea, madura, tem boa cultura geral, se situa na faixa etária entre 30 e 45 anos. A maior parte delas já constituiu família ou se divorciou. Por ser dinâmica na vida cotidiana e na vida profissional - já que trabalha fora em cargos de chefia ou de gerência nos setores público ou privado - valoriza muito o conforto ao se vestir, uma vez que no seu dia-adia executa diferentes tarefas, dentre elas reuniões e encontros com clientes. A mulher que veste Kaio Müller valoriza a roupa com design e conforto conjugados à diferenciação das configurações de têxteis e de estamparia. A cliente não vislumbra tendências que estão por vir, mas aquelas construídas a partir da configuração do seu guarda roupa, já que pretende uma roupa tanto para o trabalho quanto para um happy hour, encontro de negócios ou mesmo para compor o guarda roupa para suas viagens de negócios ou até congressos. A cliente Kaio Müller ocupa cargos de liderança que exigem uma imagem de elegância e bom gosto. São também profissionais liberais, da área médica e odontológica com renda mensal que gira entre 5 e 12 mil reais. Reside em bairros de classe média e média alta das cidades de médio e grande porte do território nacional e a maioria está em cidades com população superior a 200 mil habitantes. Gosta de fazer compras em ruas que concentram varejo do comércio premium situadas em bairros considerados referência das cidades tais como: Jardins em São PauloSP, Ipanema Rio de Janeiro – RJ, Lourdes Belo horizonte- MG, Batel Curitiba –PR, Asa sul Brasília – DF. Prefere esses pontos de vendas, pois conta com atendimento mais formal onde conhece as vendedoras e se sente á vontade para criticar ou elogiar a coleção que está nas araras. Algumas por possuírem famílias aproveitam as idas a estas lojas que possuem variedade de produtos - na sua maioria multimarcas – para comprar roupas para filhos e maridos e adquirir objetos para casa (home), decoração para casa de praia ou de campo variando conforme a região. Consome cultura e compra livros de autores nacionais que abordam temas sobre o universo feminino e também de escritores de difícil compreensão que requerem um nível intelectual mais refinado. Frequenta teatros, espetáculos de dança e gosta de música popular brasileira. Nesse contexto cantores como Caetano Veloso, Nana Caymmi, Gilberto Gil e Elis Regina podem ser citados. Algumas se engajam em projetos ambientais ou sociais através da participação em ONG`s. Viaja pelo menos duas vezes ao ano dentro do território nacional, sempre para lugares onde a cultura e a história locais acrescentem algum repertório à sua vida. Esses locais variam do litoral a cidades que têm valor cultural incorporado ao seu dia a dia, seja na arquitetura,


na culinária ou mesmo através do seu folclore e vivências locais. Viaja ao exterior pelo menos uma vez ao ano e prefere destinos exóticos como África, Índia, Turquia entre outros como o circuito Elizabeth Arden, Paris, Nova York, Londres e Milão. Frequenta festas ligadas à sua profissão, e as do meio social e familiar. É uma mulher exigente quanto às celebrações. Gosta de festas onde o público seja restrito e é avessa a lugares que comportem mais de 200 pessoas. Aprecia restaurantes e cardápios diversos que vão desde a comida francesa até a brasileira e regional. Dom e Fasano, em São Paulo; Fasano Al Mare, no Rio de Janeiro; Vechio Sogno, em Belo Horizonte; e Gero, em Brasília, são bons exemplos. Gosta de cuidar da beleza, mas sem aquele ar de “perua”, é mais sóbria e prefere um make inspirado em uma paleta de tons terrosos. Valoriza muito o tratamento da pelo e recorre a dermatologistas renomados para ter uma imagem coerente com seu cotidiano. Utiliza a tecnologia como aliada, mas não adere a moda tão facilmente, é mais conservadora neste quesito. Para a cliente Kaio Müller as novas tecnologias servem para a comunicação com seu círculo profissional e pessoal através de e-mails, por exemplo. Busca sempre atualização na sua área de atuação através da participação em simpósios, congressos, feiras ou workshops. A roupa minimalista, com design e confortável traz para ela o contemporâneo sublinhado pela conotação fashion de materiais utilizados na configuração da peça, por isso se insere na categoria pret-àporter premium.


PÚBLICO-ALVO


Identidade da marca

Logomarca

A logomarca remete à forma triangular de uma das letras do nome do designer; utiliza-se da fonte Staccato 222 BT em formato vertical e da figura de um triângulo, que, juntos, formam a letra K.

Justificativa do nome, cor e fonte

O nome Kaio Müller vem do criador da marca, já que o mesmo preza por cultura de moda, cultura brasileira e traz todo repertório para o guarda roupa da sua cliente. Cor utilizada: preto, que simboliza sofisticação e contemporaneidade, ou seja, o universo da cliente da marca. A fonte (Staccato 222 BT) remete a assinatura, conferindo um estilo autoral à logomarca.


Monocromia (p&b)

As razões item acima.

Tipografia

para a opção por uma única cor estão expostas no


Escala de Cores com Pantone e CMYK

à rea de Proteção e Redução Mínima


Usos indevidos

Kaio Müller

Kaio Muller

Fonte indevida

Aplicação sem trema

Kaio Müller

kaio müller

Cor não-padronizada

Iniciais minúsculas

Kaio Müller

Kaio Müller

Fonte italizada

Formatação inadequada


Aplicação em Papelaria Sacola em papel kraft (impressão em off-set)

Papel de Seda - 80x40cm (impressão em off-set)


Adesivo / TAGS

Adesivo (3x5cm) em papel colante

TAG em papel reciclado (6x4cm) ImpressĂŁo off-set

Papel de Carta / Envelope

Papel reciclado (impressĂŁo em off-set)


Etiqueta em Seda (Estamparia Digital) - 5x1 cm

Cartão de Visita em papel kraft - 9x5 cm

Brinde

Caixa Ballet em papelão Paraná forrada com estampa margaridas, recheada com três sachets internos no formato de margaridas.


Brieffing da Coleção


Coleção “Amor nas Entrelinhas” Verão 2015


Memorial Descritivo INTRODUÇÃO Este artigo pretende fazer estudos sistematizados das obras citadas nas referências da obra de Mário de Andrade e Tarsila do Amaral, o sentimento intrínseco, porém, não revelado aos olhos do leitor que não se aprofunda nas obras destas personalidades. Mário de Andrade foi um dos mais expressivos artistas do grupo dos cinco da Semana de Arte Moderna de 1922, da qual Tarsila do Amaral participou como artista plástica. Pretendemos mostrar que havia um embate entre Mário de Andrade e Oswald de Andrade, denominado pelo primeiro por Osvaldo, uma vez que gostava de “abrasileirar” (AMARAL, 2003, p.268) as palavras. Esse embate se deu pois Oswald foi marido de Tarsila do Amaral e, talvez percebesse o sentimento de amor revelado nas cartas de Mário de Andrade para sua mulher. As cartas revelam e pontuam um sentimento partindo de Mário de Andrade para Tarsila, algumas entrelinhas sinalizam correspondência afetiva entre eles. Parece, ás vezes, correspondência entre amigos que querem manter-se sempre antenados com o desenrolar do tempo, já que as cartas o meio de comunicação mais utilizado á época, delineia, ás vezes admiração, afeto e uma amizade profunda.


OBJETIVOS Objetivo geral: Através de análises das cartas, verificar e inferir, mesmo que subjetivamente, que nas entrelinhas dessas cartas havia aspectos intrinsecos de Mário de Andrade e o casal Tarsivaldo. Objetivos específicos: a) Ao aprofundar o tema, já que existe um trabalho abordando as cartas, porém com outro enfoque, focado no modernismo, pretendo investigar os aspectos afetivos apontados; b) Através do recorte da vida de Mário de Andrade e de sua correspondência trocada á época 1920 á 1940 com Tarsila do Amaral apontar que nas entrelinhas aparecem sentimentos de admiração, amizade, engrandecimento, endeusamento, retórica voltada para o engrandecimento do eu e do outro. c) Através do guarda roupa de Mário de Andrade mostrar aspectos da moda no seu repertório como homem erudito. d) Investigar Paul Poiret o estilista preferido de Tarsila do Amaral.


JUSTIFICATIVA O presente estudo se fundamenta em obras já publicadas sobre o tema e em temáticas já abordadas com outros enfoques. A correspondência trocada entre 1922 á 1940 entre Mário de Andrade e Tarsila do Amaral permite inferir minuciosamente nas entrelinhas, mesmo que para leitores que não se aprofundam não seja percebido, que Mário de Andrade nutria por Tarsila do Amaral algo mais do que a amizade declarada nas cartas e que Tarsila ás vezes mostrava-se muito aberta aos galanteios sutis de Mário de Andrade. O fim da amizade deste e de seu marido Oswald de Andrade seria somente pelas críticas aos textos publicados por Mário de Andrade ou também teria um caráter de repúdio às diversas investidas de Mário sobre sua esposa? Através de críticas constantes Oswald consegue de Mário um sentimento até então considerado não muito nobre, o ódio. Sentimento esse gerado devido á comentários maldosos e desrespeitosos direcionados á ele, que

chega a reclamar com Tarsila como na passagem desta

carta de 04 de Julho de 1929 enviada a Tarsila relatando sua amargura com Oswald. Mas devo confessar a você que sob o ponto-de-vista de amizade, único que me pode interessar como indivíduo, nada absolutamente nada se acabou em mim. (...)pedi aos meus companheiros de vida e até ao amigos que nem Couto de Barros, que não me falassem certos assuntos.(...) E quanto a mim Tarsila, esses assuntos, criados por quem quer que seja (essas pessoas não me interessam), como será possível imaginar que não me tenham ferido crudelissimamente? Asseguro a vocês—tenho todo o meu passado como prova e vocês me conhecem espero que bem—que as acusações, insultos, caçoadas feitos a mim não podem me interessar. (...) e paro porque afinal tudo isso é muito triste e pouco digno dos seus olhos e coração que só podem merecer felicidade. (AMARAL, 2001 p.106).

Mário cortou definitivamente o relacionamento com Oswald de Andrade que se utiliza de Tarsila do Amaral e Anita Mafaltti para uma reaproximação. Mário, por sua vez, o rechaça veementemente. (...) Quando foi da primeira vez, em que êle se serviu la com Anita, pra ver se eu fazia as pazes com êle e amizade antiga, já foi assim. E assim foi da segunda ra. (...) terísticas do Osvaldo, pouco aparente no ar

de Tarsivoltava á e terceiagressivo


(mas sempre de caçoada...) do que êle escreve é a covardia moral (...). (DUARTE, 1971, p.317)

Essa amizade tão próxima entre os dois, e entre Tarsila e Anita Mafaltti, é evidenciada nas telas das margaridas de Mário de Andrade reproduzidas pelas duas pintoras. Mas Tarsila se sai melhor, pois Mário de Andrade se “derrete” pelo seu quadro e rechaça publicamente Anita Mafaltti, chegando a prejudicar sua carreira artística, um trauma para ela. (AMARAL, 2001). A presente proposta é validada por Amaral (2001). A obra Correspondência Mário de Andrade & Tarsila do Amaral (destaque para a beleza do material gráfico) que organiza as cartas cronologicamente, permite perceber que as cartas deixam transparecer subjetivamente em cumprimentos de saudação e despedidas, relatos de passagens entre ambos que Mário de Andrade,

ao misturar textos lite-

rários os funde com seu sentimento mais profundo e parece revelar às vezes mais que uma amizade ou até seu amor platônico por Tarsila. Já na obra da mesma autora Tarsila sua obra e seu tempo, vemos na trajetória da pintora sentimentos muito importantes da sua infância que podem ser utilizados para configurar sua reação às investidas de Mário e também apontar o seu deleite ao ser endeusada pelo escritor mais significativo da Semana de 22. Ao falar de Mário de Andrade, embora sejam várias as suas obras, o recorte específico vai utilizar-se dos relatos de Duarte (1981), Mário por ele mesmo, onde há pequenos trechos, mas que vêm dar uma configuração mais real e não tão subjetiva de que Mário de Andrade sentia algo mais que amizade por Tarsila do Amaral. Em relação à moda e aspectos da época em análise, focaremos na década de 1920, e também na elegância de Tarsila, uma mulher vinda da aristocracia colonial e seu estilo, inclusive com foco no seu designer favorito, Paul Poiret. E Mário de Andrade com seu eruditismo e seu guarda roupa tão peculiar será focado. Todos esses aspectos justificam essa pesquisa.


DESENVOLVIMENTO Vida Mário de Andrade Mário de Andrade foi um dos mais expressivos dos cinco da Semana de 22. Escritor ícone da literatura brasileira, formado em história da Arte e Filosofia da Arte, erudito, culto, amava tudo que se relacionava com cultura e arte. Estudou História da Arte e Filosofia da Arte, num só curso; o que chamaríamos de Filosofia da Arte, através de sua história, ou melhor, por síntese, uma história filosófica da arte. (DUARTE, 1971) Em São Paulo de 1893 a 1945, viveu um dos expoentes da literatura e cultura brasileiras do século XX. De formação erudita estudou piano quando criança e lança seu primeiro livro em 1917:

Há uma gota

de sangue em cada poema. Lecionou as disciplinas Estética e História da Música á partir de 1922. Ano em que lança Paulicéia Desvairada e passa a faz parte dos cinco da Semana de aArte Moderna de 1922. (DUARTE, 1971) Ensaísta, transitou por todas as áreas importantes na formação da cultura brasileira:

literatura, música, estética, folclore e

artes plásticas. Foi um dos escritores que mais contribuíram para a literatura brasileira. Autor da rapsódia Macunaíma, fruto do conhecimento de lendas, mitos indígenas e folclóricos, em que o autor busca retratar a construção do nosso povo inclusive seu caráter. Dirigiu o Instituto de Cultura de 1935 a 1938 e foi um dos precursores em fichar, arquivar, documentar todo acervo cultural e artístico de todos os gêneros desde o folclore, artístico, arquitetônico, entre outros. Neste cargo, amava o que fazia e foi graças ao seu minucioso e singular trabalho que até hoje temos alguns dos bens culturais mais importantes do país catalogados e preservados.A expulsão do departamento de Cultura deixa o profundamente magoado. Os que viveram intimamente com Mário de Andrade sabem que até ali por volta de 1936 costumava êle repetir como um estribilho isto: sou um homem feliz!”Pois o documentado com as suas cartas, o resto de suas cartas que não se perderam e com o


conhecimento que melhor do que ninguém tive pelo menos desses últimos vinte anos antes de sua morte, posso afirmar que Mário deixou de ser feliz no dia em que o expulsaram do Departamento de cultura. Em 1938 portanto. (DUARTE,1971, p.6)

Mário foi um dos escritores mais cultos do século XX, com sua vasta obra escreveu e documentou uma variedade enorme de gêneros, entre poesia, ficção, ensaio e correspondência e quando esteve no departamento de Cultura, sua contribuição paraa documentação do patrimônio artístico e cultural do país.”(...) Num país onde era discriminado entre “culto” e “popular”. Tanto mais culto quanto mais alienígena, e tanto mais popular quanto “canhestro”, “ingênuo”, ”rude”, “imperfeito” e “Pitoresco”. (ANDRADE, 1981, p.22). Segundo Duarte (1971), Mário de Andrade quando da sua passagem como diretor do Departamento de Cultura, trabalhou para que não só a elite do país tivesse acesso a bens culturais, daí a importância deste para a preservação de todo o acervo cultural deste país e acesso á cultura. (...) Há que forçar um maior entendimento mútuo, um maior nivelamento geral de cultura que, sem destruir a elite, a torne mais acessível a todos, e em consequência lhe dê uma validade verdadeira funcional. Está claro, pois, que o nivelamento não poderá consistir em cortar o tope ensolarado das elites, mas em provocar com atividade o erguimento das partes que estão na sombra, pondo-as em condições de receber mais luz. Tarefa que compete aos governos. (DUARTE, 1971, p.153)

Segundo o autor, Mário de Andrade era muito tímido e erudito “a timidez e erudição de Mário se confrontavam com a ausência de leituras e desinibição de Oswald”. (AMARAL, 2003, p.169) A própria e copiosíssima correspondência que Mário manteve tanto como os companheiros de geração como desconhecidos principiantes, que lhes escreveriam ao longo dos anos sem nunca deixar de receber atenção generosa exigente, tinha para ele a utilidade dupla da troca da experiência e da fixação da memória. Desde que as cartas possuíssem, como dito a Paulo Duarte, “alguma coisa mais nuclear e objetiva que arroubos sentimentais sobre o espírito do tempo” (1974:332). (ANDRADE, 1981, p. 24)

Mário foi um dos maiores escritores de cartas do século XX, utilizava delas com maestria para corresponder com seus amigos e foi através delas que tivemos um acervo que traz para a história do Bra-


sil toda a importância e contribuição de um dos maiores escritores do país. Êle dizia nas cartas que precisava muito de mim, mas eu êle. Até hoje faço esforço para reaver esses papéis, porque tais cartas, no seu conjunto e na sua continuidade, são elementos indispensáveis ao estudo aprofundado de sua psicologia, de suas inquietações, do seu estado de espírito, durante os seusúltimos anos de vida. São cartas dolorosas, (...) Mário se despia para escrevê-las. Os seus tormentos, os seus entusiasmos, passageiros embora, as suas aflições de doença e de espírito, tudo está nelas, nuas e cruas, em desabafos que ás vêzes se entrechocam com alguns palavrões com que nós todos aliviamos muitas vêzes, diante da maldade e da miséria moral de certos homens. (DUARTE, 1971, p.3)

As cartas trazem para o artigo os registros documentais de sentimentos, ideias e, sobretudo processos inerentes vividos pelos personagens citados nas entrelinhas. De acordo com Duarte (1971), Mário de Andrade amava a terra da garoa, e a forma como foi desligado do cargo que ocupava no departamento de Cultura, cargo este que tanto amava, provoca um abalo profundo. E ainda, para potencializar o sentimento, junta-se a transferência para o Rio de Janeiro. O sentimento de desamparo faz com que o escritor se enverede pelo alcoolismo para

curar suas dores.

Basta de sentimento. Mas, a não ser sentimento, vejo que não tenho nada a, lhe contar, sinão coisas tristes. Estou literalmente desesperado, não aguento mais esta vida no Rio, e eu ou acabo comigo ou não sei. Prá disfarçar as máguas, vivo bêbado. Tomo porres colossais, dois, três por semana. Os outros dias me trato.o último médico me examinou, poucos dias faz, me garantiu que tenho tôdas as vísceras atrapalhadas e estou condenado a morte.Morte, milhor que a vida, quem não te ama! Diante da condenação, tomei um porre tão fabuloso que, além de pela segunda vez perder completo acôrdo de mim, não saber o que faço, ainda fiquei dois dias de cama imóvel. (DUARTE, 1971, p. 132.) Sempre

mencionava seu desejo de voltar para sua querida São

Paulo, principalmente em seus porres constantes quando a nostalgia da terra da garoa passa a ser uma constante no seu dia a dia. “(...) bastou que numa noite de porre imenso eu batesse com o punho na mesa do bar e me falasse prá mim mesmo; vou-me embora prá São Paulo, morar na minha casa.” (DUARTE, 1971, p.133) Mário evoca sempre o desejo de retornar á sua casa em São Paulo, remonta as dores da ausência de sua mãe. “Bom às vezes sinto que


a única salvação é voltar prá São Paulo de uma vez. Lá eu tenho perto a imagem da minha mãe, que de longe não é suficiente forte prá vencer meus desespêros. Antes os aumenta, pela própria ausência dela que não posso suportar”.

(DUARTE, 1971, p. 132)

Segundo Duarte era pertinente sua volta para São Paulo e sempre remontava às suas dores nas idas e vinda, problemas com alcoolismo e certa solidão. O sonho de retornar a São Paulo figurava como a solução mais palpável. Andei sofrendo por demais e me esqueci completamente de você, me esqueci de toda gente, só interessado em digerir o meu bôlo cotidiano de desgraça. Desgraça que era mais ou menos um ovo-de colombo, (...)bastou que numa noite de porre imenso eu batesse com o punho na mesa do bar e me falasse prá mim mesmo; vou-me embora prá São Paulo, morar na minha casa. E eis que záz, num átimo e de sopetão minha desgraça diminuiu de sete-décimos--que os outros três décimos são a dor humana, universal e eterna pelos outros homens, coisa sem cura nem ovo possível. (DUARTE, 1971, p.133)

Mário tinha relacionamento de amizade com os mais expressivos da época, apesar de problemas com finanças, alcoolismo e algumas raras exceções pelas drogas quando da passagem de um carnaval em Recife, a amizade com seus pares traz para ele um convívio excepcional. O escritor esteve durante sua vida ao lado dos mais expressivos das artes, literatura e música. Apesar de ter sido amigo de Oswald vários anos, chegará um período da vida do escritor em que ele começa a ter aversão a Oswald de Andrade, não ficando claro, se essa rixa vem de embates literários pelos quais Mário de Andrade sofria ataques constantes na Revista Klaxon, na qual Oswald de Andrade era o editor, ou se vem da admiração sutil para o casal “Tarsivaldo” “Eu cismo e ao meu pensamento vem de leve pousar uma andorinha a recordação de Tarsivaldo.” (AMARAL, 2001, p.95) O escritor usa de investidas nas entrelinhas com sua pintora preferida, sendo perceptível nas linhas e entrelinhas das cartas analisadas para o objeto deste artigo, segundo o autor em cartas a Sérgio Milliet onde ele vai relacionar as brigas e desentendimentos com Oswald de Andrade. As entrelinhas da carta de cunho revelador mostram e eviden-


ciam a clara aversão ao Oswald, ou melhor, Osvaldo no seu “abrasileirar”, Mário detestava que importassem palavras, amava o Brasil e era enfático até nas críticas ao casal “Tarsivaldo”, como aos novos deslumbrados da Europa. Havia sim uma disputa mais que intelectual algo intrínseco que permeava a relação dos dois, até que no final eles se tornam grandes desafetos, não se suportando.

Mário de Andrade apesar

das investidas de Oswald de Andrade para fazerem as pazes refuta veemente isso. Evidentemente que Tarsila do Amaral entra nessa briga e vai tentar apaziguar a guerra entre os dois sobrenomes Andrade, expressivos e icônicos para a Semana de Arte Moderna de 22. “(...) Quanto ao caso de Alcântara não sei se você está lembrado, quando ia ser a resposta final deste e depois só bala, entraram pessoas no meio, “não por causa do Osvaldo, mas por causa de Tarsila!” coitada essa covardia sutil é, aliás, o que prejudicou pra sempre esse infeliz e lhe matou a obra da criação (...)”. (DUARTE, 1971, p. 318) 6 (MA)são Paulo, 16 de junho de [1923] Querida amiga Foi bom deixar que passassem dois dias depois do recebimento da tua carta, para te escrever. Já agora passou a primeira forte irritação que me causou o procedimento de Oswaldo. (...) Mas quem não sabe que a imaginativa de Oswaldo é um microscópio [?] Faz dos micróbios, mastodentes. (...)Um dia irrompe pelo escritório da Klaxon.vem temeroso e furibundo.(...)Oswaldo tropeça. Diz o que sente. Magoa-me com três ou quatro injustiças pesadas. (...) Mas o que ninguém poderá apagar de mim é a amargura de tantas experiências. Depois, no Rio, ainda Oswaldo, meu amigo, tenta desacreditar-me. (...) O Oswaldo é ser feliz. Nasceu iludido com a genialidade. (AMARAL 2003, p.74)

A perda do seu pai foi terrível para o escritor. Mário que tinha três irmãos exemplares sente profundamente a morte do pai, apesar deste lhe nutrir um sentimento profundo não o demonstrava explicitamente. Consta ainda que sempre teve seu apoio financeiro. Mário sente-se desamparado e perdido, porém não demonstrava amor familiar e era distante do seu pai. (...) Lá pelas três horas fomos todos chamados, meu pai agonizava, sufocado, nos olhou com olhos abertíssimos de desespero e foi sossegando. Num quarto de hora morreu. Sofri horrivelmente. Hoje imagino que havia bastante egoísmo naquele sofrimento, porque embora já trabalhasse e ganhasse regularmente, ainda vivia na sombra de meu pai, covardemente ou preguiçosamente


(é o mesmo...) aceitando mesada. Tive a perfeita sensação do desamparo, de me perder infantilmente bruta multidão (...)Tudo isso me fez pensar num egoísmo qualquer, recôndito, porque sempre sube estimar meu pai muito lucidamente sem muitos amóres. Éle mesmo aliás soubera criar entre nós e êle um sentimento muito profundo, sempre nobre, mas sem demonstrações físicas de amor... .êle não podia me estimar muito não, pois eu não era nada, e na família era considerado, mais ou menos com razão, como um perdido. Isso entre três manos exemplares, imagine o contraste que fazia. (DUARTE, 1971, p.320)

Mário retrata com clareza a sensação de desamparo ao perder seu pai e isso lhe traz lembranças remanescentes do vazio existencial já que mesmo sem demonstrar carinhos afetuosos ao pai agora se considera sem proteção. As relações entre Mário de Andrade e Tarsila do Amaral De acordo com Amaral (2001), as cartas foram a forma usada para manter os dois modernistas da Semana de 22, mais próximos um do outro, já que intelectualmente se entendiam e tinham gosto muito refinado. Mário de Andrade um erudito e conhecedor de Artes e filosofia e excepcional escritor e Tarsila do Amaral com formação multidisciplinar e intelectualmente avançada para sua época, remanescente da aristocracia agrária paulista. (...) As primeiras cartas de Mário para Tarsila, encantado com sua personalidade, parecem poemas em prosa, elogiosos, desfazendo-se em saudades tomadas fantasias. Ao mesmo tempo, a limitada correspondência de Tarsila para Mário, em todo esse período – e claro que Mário não desconhecia a ligação dela com Oswald de Andrade – pode ser descrita como distante, breve, lacônica, quando não irônica em relação ao próprio Mário. Essas características se dissipam nas cartas depois da longa estada no Brasil de Tarsila em 1924, quando o s vínculos de amizade entre ela e Mário se fortalecem. (AMARAL, 2001, p.20)

Através das cartas percebe se que na correspondência trocada entre Mário de Andrade e Tarsila do Amaral, havia algo mais que amizade, apesar de Tarsila já estar casada com Oswald e residindo em Paris, há uma troca de correspondência entre ambos, porém mais por parte de Mário já que em algumas passagens Tarsila fica um espaço curto sem lhe dar respostas. Em algumas cartas as encomendas constantes seriam um aporte


para ter a atenção da pintora respondendo suas cartas. 4(MA)São Paulo 20 de maio de [1923]. Querida amiga. Esta é a terceira carta que te escrevo. Ficará ainda sem resposta?Contoume Oswald que é amigo de Lhote e Juan Gris (...)5 Bravo! Mas não te esqueças que ser modernista não implica esquecer dos amigos! Escreve me alguma coisa. Conta me de ti!Teus projeto, anseios e vitórias. Sabes perfeitamente quanto me interessa qualquer coisa que te diga a respeito. (...) (AMARAL, 2001, p.64)

A cultura permeia as entrelinhas dessas correspondências, percebemos o quanto as artes plásticas, a literatura e a música é motivo recorrente entre ambos, já que conviviam com os mais talentosos em cada área da época. Manda-me um desenho teu. Queres? Será uma correspondência originalíssima. Tu com desenhos, eu com poemas. Para começar, mando te esta impressão do Tédio da Alvorada de Villa-Lobos.(...) Que tal? Dá um grande beijo em Paris por mim. E o meu beijo nas tuas mãos. Mário. (AMARAL, 2001, p.64)

Mas a troca sistemática de cartas de Tarsila em Paris mostra a preocupação de ambos em manter uma relação estreita, seja ela de amizade por parte de Tarsila do Amaral e até mesmo enveredando para o amor platônico nas entrelinhas das frases que pontuam a admiração do escritor pela pintora. Segundo Amaral (2001), seus companheiros perceberam o amor platônico, o trecho da carta vem endossar tal sentimento. Em suas constantes viagens nos anos 20, Tarsila sempre se corresponderia com Mário-_independentemente das brigas deste com Oswald, ambos se complementavam no movimento modernista, se espiavam “intelectualmente” e sempre se acompanharam, apesar do rompimento depois de 1929. Mas a correspondência de Mário com Tarsila inicia-se praticamente depois de sua volta a Paris em fins de 1922. Em 11 de Janeiro de1923, saudoso da pintora, por quem fora tomado de amor platônico, segundo os companheiros do tempo, escrevia-lhe de São Paulo. (AMARAL, 2003, p.81).

Há nesta passagem anterior a singularidade no que tange a relação Mário de Andrade e Tarsila do Amaral, ele vindo de todos os excessos, descontroles financeiro, emocional quando abusa frequentemente do álcool chegando a prejudicar sua saúde, quando da passagem de Tarsila por São Paulo, traz para sua vida o equilíbrio refere-se a ela como a única capaz de eliminar os excessos, aos quais se entrega,


quando se distancia dele deixando o extremamente frágil emergindo em porres colossais, problemas de saúde, financeiro etc, reverberando em demandas como álcool, sexo, drogas etc. Mário passa pelo Largo do Arouche em São Paulo e compra todo o estoque de margaridas e as envia a Tarsila. As margaridas da pintura tinham sido presente de Mário de Andrade: “vieram me entregar em casa, na rua Vitória, margaridas sem fim. O entregador disse-me que fora moço que comprara todas que encontrara na Feira do Arouche, e tive o trabalho imenso para encontrar vasos para todas”. (AMARAL, 2003, p. 69)

Tarsila reproduz as margaridas em quadro e Anita Malfatti também as reproduz posteriormente. Desta fase (...) Tarsila realizou paquita (A Espanhola) e Margaridas de Mário de Andrade. (...) um trabalho que lembra Bonnard, na despreocupação de perspectiva, ou, como diria Maurice Denis, em outras palavras, na disposição de formas e cores, assunto e fundo num mesmo plano, à plat. (AMARAL, 2003, p. 69) Anita Malfatti, frequentadora do ateliê de Tarsila pintaria o mesmo motivo de outro ângulo em tela hoje na Coleção Mário de Andrade, no Instituto de Estudos Brasileiros da USP. (AMARAL, 2003, p. 70).

Mário de Andrade e Tarsila do Amaral amor nas entrelinhas. Ao ler a obra de Amaral (2001), pudemos perceber que sutilmente Mário de Andrade nutria pela pintora modernista Tarsila do Amaral um sentimento mais forte que a ligação de amizade explicita em todas as cartas. Através da obra Amaral (2003), escolhi as quatro mais representativas cartas que reverberam o amor intrínseco, mas platônico de Mário escritor para Tarsila pintora, estes dois ícones da Semana de Arte Moderna de 1922.

Segundo o autor Mário nutria um amor platônico por Tarsila, até

por ser um homem erudito e que se achava feio e esquisito. (...) Tarsila, a pintora Tarsila do Amaral, foi outro amor platônico de Mário nos tempos heróicos do modernismo, época em que era casada com Oswald. O episódio Carolina ilustra como Mário era “um homem difícil, que só lentamente rompia suas barreiras defensivas”, como escreveu o crítico Mário da Silva Brito. (...) (COUTO, 2013)

Carta quando da passagem de Tarsila para uma exposição em São


Paulo após sua estada em Paris, onde analogamente Mário compara á passagem como sulcos que se abrem no mar quando a barca passa, ou seja, Tarsila marca-o profundamente. 2- [MA] São Paulo, 10 de Dezembro [1922] A exma. Sra. Tarsila Amaral. Querida amiga,Suponho, na minha natural vaidade, que ficou surpreendida não encontrando em Paris a carta que eu lhe prometera3. Que tristeza! Todas as minhas cartas destes últimos tem pos começam como esta, contando doenças e pedindo perdões. Peço-lhe primeiro o perdão. Terá assim ocasião de demonstrar sua linda bondade, perdoando-me sem conhecer as razões porque mereço o perdão... As dores vão se apagando. Sinto que se afasta de mim, o ruído antipático da carriola da morte. E escrevolhe.Escrevo-lhe para lhe dizer que evoco de vez em quando sua imagem. É um prazer sinto-se me tão feliz ao seu lado. Essa felicidade que vem da confiança mútua... uma amizade muito grande, lindo oásis nesta vida de lutas, de ambições, inveja e ... segundo intenções.Tarsila, você não imagina e bem que me faz sua passagem foi tão leve no meio de nós, não há dúvida, minha amiga mas... pese um pouco nordestino dos sulcos das bracas no imenso mar. Segue uma barca sem rumo. Em torno tudo e mar oceano. E a braca faz um leve sulco nas águas movediças... de forma , Tarsila, que se poderá dizer sem erro, um pequeno sulco modificou o aspecto exterior do mar. Você foi como um sulco será vaidade comparar minha alma de poeta a um mar?Mário de Andrade. (AMARAL, 2003, p. 52-53)

Carta ícone do amor platônico, nesta [3] terceira carta da obra Amaral (2003), Mário compara a pintora á Nêmesis, deusa grega que “cuidava da distribuição uniforme da justiça e da boa sorte na vida humana e que aplicava castigos devidos por más ações e pela arrogância. Reverberando que Tarsila era o porto seguro para o escritor, que quando de sua proximidade havia o equilíbrio, continha todos os excessos, aos quais o pintor se entregava como alcoolismo, drogas etc., quando a pintora estava distante dele. 1923 3[MA] Exma. Sra. Tarsila do Amaral Paris São Paulo, 11 de janeiro de 1923. Querida amiga Se é mesmo verdade que os gregos e os romanos trataram seus deuses com familiaridade amiga, creio que foi o cristianismo que trouxe para os homens ocidentais o temor pelas entidades divinas. Aproximo – me temeroso de ti. Creio que és uma deusa. NÊMESIS, senhora do equilíbrio e da medida, inimiga dos excessos. Quando um homem da terra era demasiado feliz, via crescerem-lhe terras e riquezas, e tinha em torno de si braços, lábios de amor, coroas de glória e alegrias somente, Nêmesis aparecia. Vinha lenta, com seu passo lento, sem rumor. Mas ao homem da terra fugiam-lhe riquezas, alegrias, perdia amor, glória e riso. És Nêmesis, sem dúvida. Eu era são. Alegre, confiante, corajoso. Mas Nêmesis aproximouse de mim, com seu passo lento, muito lenta. Depois partiu Doenças. Cansaços. Desconsolos. Ainda todo o final de dezembro


estive de Cama. Venho agora da fazenda onde repousei 10 dias. Mas será mesmo Nêmesis? Que és deusa, tenho certeza disso: Pelo teu porte, pela sua inteligência, pela tua beleza. Mas a deusa que reprime o excesso dos prazeres? Não creio. Tua recordação só me inunda de alegria e suavidade. És antes um consolo que um pesar. A verdadeira, a eterna Nêmesis, são as horas implacáveis que passam dia e noite, dia e noite, sol escuridão, estou nos meses de escuridão. Foi a fraqueza que me fez pensar que eras tu Nêmesis. Perdão. Estou a teus pés, de joelhos. Mais uma vez: perdão! Espero tua carta longa, contando coisas breves de Paris. Já estou a imaginar a lindeza do meu Picasso. Obrigado. (...) Adeus. Mário de Andrade. (AMARAL, 2003, p.57-58)

Tarsila é mais que uma amiga para o escritor, é um porto seguro das suas carências e excessos. “(...) com a súbita partida de Tarsila sente a privação de sua amizade, de sua presença, e assim, a comparação com Nêmesis procede, posto que une seus males - doenças, cansaços – á partida de Tarsila. “Tua recordação só me inunda de alegria e suavidade”. (AMARAL, 2003, p.57) 24 (MA) São Paulo, 28 de agosto de 1931. Tarsila, Não sei se pego você ainda em Paris, mas assim mesmo vai esta saudade, sodade! Jogada até paris. Recebi carta e Cartão. Carta de Osorio que logo botei em obedecimento, mandei os meus livros pro tal de escritor russo, os do Alcântara, mandei recado pro Manuel Bandeira, que também se incumbiu de mandar de outros do Rio. O Gui também manda. Pelo lado de você, talvez você tenha recebido uma carta minha, falando sobre as dúvidas que me tinha posto na cachola, Lolita, achando que em vez de mandar o conto de réis, quardasse pra você aqui. Mas depois veio o telegrama de você pedindo cobres, pelo que me falaram, e como corretamente seu conto estava guardado, separado e ás ordens, seguiu imediatamente. Paguei uma dívida, mas graças a Deus que paguei só a dinheiro. Isso inda me permite ficar nesta adoração de endividado pra sempre, fabuloso escravinho a vossos pés, Sá dona! (O mano que sossegue isto não é declaração de amor). (...). (AMARAL, 2003, p.116)

Gilda de Mello e Souza, prima de Mário, relata que já percebera quando estava junto de ambos após um concerto no teatro municipal de São Paulo que havia algo mais entre o escritor e a pintora. 8. Gilda de Mello e Souza, prima de Mário de Andrade, recordase do primeiro encontro com Tarsila, em 1938, em um concerto no Teatro Municipal de São Paulo. Naquela ocasião Gilda, já aluna da Faculdade de Filosofia da USP, acompanhava Mário. Após o concerto foram os três tomar chá na Confeitaria Seleta, ou vienense, à rua Barão de Itapetininga. Tarsila pareceu-lhe uma relação muito especial para Mário de Andrade, por sua doçura com a pintora. (AMARAL, 2003 P.108)

Nesta carta, podemos perceber que mesmo sendo o amor platôni-


co oriundo do escritor para a pintora, a Tarsila gosta das investidas e nesta carta insinua corresponder ao amor platônico que vem dele para ela. 8 [TA] Paris, 13 de outubro de 1923. Mário P. Scriptum Pintura, música, literatura e meu atelier cheio de artistas. Serge e Oswald maravilhosos. Villa-Lobos nervoso. Souza Lima gordo. Paulo Prado estupendo. Amanhâ 2 sessão (só tenho seis copos e bebo na xícara) Anita, Brecheret, Di e famílias.—3 sessão: Cocteau, Léger, Cendrars e saudades do Mário( não acredite demais)20. Paris é um rebocador. Saudades (agora acredite). Tarsila.20. Tarsila, consciente de seus encantos, escreve, “coquete” como se escondendo detrás de um leque: Saudade do Mário ( não acredite demais)”. (AMARAL, 2003, p.77)

Guarda roupas de Mário de Andrade De acordo com Duarte (1971), Mário de Andrade era um dos mais expressivos, e considerados o escritor mais culto do século XX e gostava sempre de estar elegante.

Para introduzir as modas preferidas do escritor erudito, confuso

e que amava e valorizava a nossa cultura vamos pontuar o que era valor para a moda masculina á época do recorte deste artigo. Na década de 1920 o guarda roupa masculino mantem o mesmo aspecto com algumas inovações, o smocking é utilizado para ocasiões mais formais; o tecido príncipe-de-gales; sapatos bicolores, e também as knickerbockers (calças esportivas de golfe que eram fofas e curtas, logo abaixo dos joelhos, presas por uma espécie de cós e usadas com meias xadrezadas, o paletó com abotoamento duplo eternizado por Charles Chaplin

e

e o chapéu coco

o colete que cai em desuso.(BRAGA,

2004, p.75) Mas imaginem só, levanto ali pelas nove horas. E não posso mais trabalhar! Fico nisto: faço barba já? Tomo banho já? Trabalho? Tenho que me vestir... bom, então escrevo aquela carta. Mas o tempo não dá. Então leio um pouco. Bom, vou fazer a barba mesmo. Mas o tempo já não dá mais! Tomo banho depressa, de chuveiro. Mas me faz mal. Bem: o milhor é me vestir, depois vejo o que faço. Me visto. (DUARTE, 1971, p. 337, 338 e 339)

Mário de Andrade adorava peças clássicas do guarda roupa masculino do século XX. Em uma das suas cartas relata sua coleção de gravatas e suas peças preferidas do guarda roupa: camisas de diversos


tecidos em sua maioria sofisticados, silhouette e a bengala. Com a partida de Tarsila, a animação de Oswald de Andrade sofre um hiato. Escreve-lhe da saudade que deixou “No momento em que o Paulistano vai dar uma sova na Equipe de France...”. Lembrandose da coleção de gravatas de Mário de Andrade (curioso com a competição mútua entre esses dois pólos opostos do modernismo no Brasil ultrapassava o campo literário), pede que lhe conte de suas camisas ---de Sulka, Fifth Avenue, New York, Rue de castiglione, Paris”. E repete o pedido, na carta seguinte:”... gravatas, bengalas,e sobretudo minha “silhouette” de18 janeiros que vão matá-lo de inveja...”.(AMARAL, 2003, p.190)

Sulka & Co., loja referência em Nova York sinônimo de guarda roupa clássico e de alto padrão de qualidade, “nada de Sulka nunca sai de moda.” Escreveu Anne Marie Schiro, loja de destaque entre os ricos de Nova York, tendo clientes estrelados como Winston Churchill, Henry Ford, Clark Gable, duque de Windsor e o clã Rockefeller.(...)Na década de 1920 a 1930 que o curativo Sulka ao qual um vestido-túnica ganhou destaque, trabalha vários estilos desde brocado de seda pesada, jacquard com desenhos abstratos, flanelas com listras horizontais largas e cinto faixa com franjas. Confecciona roupões com grandes lapelas. http://asuitablewardrobe.dynend.com/2012/08/the-fall-of-houseof-sulka.html. Mário de Andrade o homem culto, erudito, tinha na ligação com a moda o mesmo refinamento que expressava no culto à literatura e às artes, gostava de camisas e ternos sempre confeccionados numa modelagem perfeita e tecidos de excelente qualidade como casimira inglesa e linho S-120. Nota-se no seu guarda roupa um bom gosto e elegância peculiar, digo um lorde na década.” Era vaidoso, sensual, gostava de tomar seus porres, experimentava drogas “com um interesse apaixonado” e dizia ter uma “espécie de pansexualismo”. Só usava ternos de casimira inglesa ou linho branco S-120. (COUTO; CARVALHO, 2013) A moda em 1922 Período entre guerras, os modos de vestir são afetados por este evento, até então uma mulher que se ornamenta em camadas, frufrus e metros de tecidos sobrepostos sobre o espartilho, a partir de 1920


em função das condições impostas pela situação vigente, adota o estilo mais despojado de vestir. A mulher agora é livre passa a adotar os esportes no seu cotidiano, apesar do novo guarda roupa não valorizar a cintura nem o busto, em detrimento da supressão do espartilho e do encurtamento do tamanho das saias. Nesta fase, os cabelos curtos são a moda vigente. (...) da mudanças das condições de vida, de estão de espírito e meios de produção. A partir de 1920 até 1925 a roupa se adapta á situação, em seu conjunto, aceitando um estilo despojado evocativo da belle époque. Para uma mulher mais livre, acostumada ao trabalho, adepta do esporte e da dança, a moda se pretende prática, negligencia a cintura e o busto, encurta a sai, suprime o espartilho em prol da cinta liga, inova no pijama, corta os cabelos curtos. É essa moda, encontrada pelos homens desmobilizados em suas companheiras de formas delineadas, voluntariamente jovens e com certo ar masculino, que os surpreende, mas lhe proporciona a sedução do imprevisto, o da garcçonne de amanhã. (BOUCHER, 2010, p.397)

Assim como hoje temos a introdução para depois ser adotada pela maioria dos consumidores a evolução do vestuário a partir dos anos 20. Nem todos os costureiros vão aderir a moda vigente, já que muitos deles perderem parcela significativa das clientes que não queriam aderir a nova moda, alguns chegam a fechar suas portas: Maisons Douce, Doeuillet, Poiret e Drecoll

enquanto outras serão criadas.

Como sempre acontece durante os períodos de pesquisas e sondagens, vemos surgir então (...) tentativas de reminiscências de períodos anteriores, que constituem focos de resistência a essa nova corrente. (...) Essas tentativas encontram mulheres em posição difícil de vencer, com a moda dos cabelos curtos, e se chocam com a voga das mulheres modernas (...) (BOUCHER, 2010, p. 398)

A introdução das atividades ao ar livre traz uma demanda para roupas para praticar esportes e para os deslocamentos dentro das cidades, praticamente todos os costureiros apresentam modelos esportivos e para a prática de esportes nas montanhas e o maiô além do tricot. (...) ver o surgimento de modelos de roupas especialmente (...) para os deslocamentos como para a prática de esportes: para o tênis, o golfe, o automóvel e a prática de esportes no inverno (...) suas formas são folgadas em primeiro lugar, de uma preocupação com (...) liberdade de movimentos, leveza ou adaptação ás estações, ás vezes em detrimento da elegância. (...) (BOU-


CHER, 2010, p. 398)

Se em geral a roupa do dia a dia perde força, os tecidos adotados tem apuro técnico. A tendência da época era cetim fosco e brilhante e a introdução de tecidos novos kashas, musselina com apliques de metal, lã da Escócia entre outros, além da imposição dos tons preto e branco que reverbera nos tons fortes para as toaletes de soirée, e também para foulards e echarpes. Paul Poiret é destaque por manter a exuberância das cores vistosas e sólidas, segundo suas próprias palavras e é precursor ao utilizar-se de artistas da época á exemplo de Paul Iribe e Raoul Dufy para artes em seus mantôs. Neste período outros costureiros introduzem modas significativas Whorth manda tecer os peixes de Dunand sobre telas de laca e Mme. Vionnet recorre aos drapeados na construção da roupa. A roupa de baixo feminina se sofistica e a camisola, a seda juntamente com as meias de seda se impõe. Outras matérias da década éclair, entra em cena o feltro, mentar,

material rudi-

juntamente com as penas de avestruz em adereços. Expedições

patrocinadas aos continentes como o africano patrocinado por André Citroen, as danças em voga, black-bottom, Charleston que introduz as saias curtas, camisas do Texas, e bordados da Romênia além dos mocassins indígenas.

Exposições das Artes Decorativas de Paris em 1925

traz para a indústria da arte e do luxo, a oportunidade de manifestar, se não se estabelece no vestuário vai mudar os parâmetros de uma época. Vedetes de music-hall e do cinema influenciam os gostos dos detalhes, desde cabelos curtos e franja barrando a testa e maquiagem. A crise de 1929 marca o retorno a um guarda roupa do classicismo na indumentária, ou seja, vestidos longos para a noite. (BOUCHER, 2010, p. 398) O estilo e o estilista de Tarsila do Amaral Tarsila, uma mulher culta, letrada e bem relacionada da década em questão advinda da aristocracia cafeeira paulista, é considerada elegante nos círculos que frequenta, onde a elite brasileira á época mandava seus filhos completar os estudos na Europa. Tarsila com seu círculo de amizades entre artistas parisienses através de Léger vai


conhecer seu estilista e amigo Paul Poiret. Gleizes e sua mulher, a poetisa Juliette Roche, freqüentam também seu ateliê, Tarsila faz a “canja” brasileira, da qual Juliette Roche pede a receita,é a época em que Tarsila se torna grande cliente Paul Poiret,o costureiro-criador, amigo de Léger, de quem todos só sabem dizer: “Um artista,uma personalidade!”. (AMARAL, 2001, p.183)

Segundo Amaral (2001), Tarsila adora o estilo de Poiret por ele ser sensível á cor Legeriana, não se limitava ao design e também se utilizava de estampas. Fica claro nesta predileção que a pintora gosta de utilizar nas suas excepcionais obras a paleta de cor mais acentuada, o que vai ser sua marca registrada. Poiret adorava os motivos orientais, viajando para o Marrocos e Argélia para buscar novos lugares exóticos inspiração para suas criações. Influenciado, sobretudo pela arte de Léger, segundo Tarsila, Poiret era sensível á cor Legeriana. Não se limitava, entretanto, apenas á criação dos modelos, mas fazia estampar tecidos especialmente para a maison! (AMARAL, 2001, p.183)

O guarda roupa de Tarsila é muito interessante e rico.Nas entrelinhas das obras nos deparamos com vestidos belíssimos ora descritos como bordados em forma de paisagem, ora estampados. Flávio de Carvalho, referindo-se em depoimento á excentricidade do guarda-roupa de Tarsila, menciona um seu vestido com uma paisagem na frente, que,segundo ele, fora bordada por Tarsila, mas a artista retifica: “Mas o desenho era de Poiret, bem como o bordado, de sua casa”. Poiret não significava apenas alta-costura, mas reunia também em sua casa perfumes de sine, sapatos Perugia, móveis Martine. (AMARAL, 2001, p.183 e 184)

Pela sua elegância o seu estilista predileto traz para seu guarda roupas peças suntuosíssimas como nessa passagem segundo a autora uma capa escarlate, forro de cetim branco, sofisticação desde a escolha dos tecidos até a cor que na década em questão era das leis suntuárias uma cor reservada á nobreza. “(...) Foi Poiret o responsável pela imagem de Tarsila que fez á época em Paris como no Brasil, por suas roupas e adereços: “Lembro-me dela no teatro, no Trocadero com uma capa escarlate, forrada de cetim branco, um chapéu de vidrilhos, grande e negro.” (AMARAL, 2001, p.184)


Há uma passagem de um vestido muito suntuoso onde cor preta com friso de espelhinhos na barra drapeada traz para Tarsila o olhar de deleite de seus pares. “(...) Acrescentando que lhe ficou gravado também um vestido de Tarsila, preto com friso de espelhinhos quadrados na barra drapeada. “Elle étair si belle!”, recorda Mme. Raymone cendrars, falando daquele tempo. (AMARAL, 2001, p.185) A própria Tarsila tinha consciência de seu sucesso como mulher bonita: “Ontem fui com Betita a um baile na Ópera. Fiz sucesso como mulher linda e dei um passo importantíssimo na minha carreira artística.” (AMARAL, 2001, p.185)

Poiret se utilizava muito do trabalho handmade, Tarsila em uma das passagens aparece com um vestido todo bordado. “(...) O vestido era todo preto, na frente um finíssimo bordado chinês sobre o fundo com mangas brancas, compridas e justas, recobertas de rendinhas franzidas superpostas.” (AMARAL, 2001, p.187) Poiret, estilista favorito da pintora, chega a figurar em poemas, o poema “atelier” publicado em pau-brasil em que Oswald homenageia Tarsila e seu estilista favorito. Trecho publicado no livro pau Brasil, é a seguinte: “(...) Caipirinha vestida por Poiret (...).” (Oswald de Andrade. Poesias reunidas. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1974, p.123) Poiret trabalhava a forma ampla, vestidos, chemisiers optando sempre pelo conforto e torna o universo das cores do século 19 mais colorido. Até então adotava-se as cores pálidas, optava-se pela não cor, drapeados sendo visionários em técnicas que a alta costura

se

apropria anos mais tarde. (...) Poiret deu a ela uma nova silhueta com vestidos soltos e chemisiers, enlaçando-a com retângulos de tecido sem costura, livrando-a das cores pálidas do século 19 e transformando-a numa colorida Sherazade ocidental. Criador do look boêmiochique, no auge de sua carreira, antes da 1ª Guerra Mundial, Poiret era o rei da moda. (CHAGAS, 2007)

Poiret é visionário e inovador sendo o primeiro criador a usar ferramentas de marketing e pioneiro ao lançar com seu nome perfumes,


cosméticos e objetos decoração. (...) Com muita sensibilidade também para o marketing, Poiret foi o primeiro costureiro a pôr sua marca em perfumes, cosméticos e objetos de decoração, estratégia que hoje é o pilar financeiro de grandes estilistas. (...) Com muita sensibilidade também para o marketing, Poiret foi o primeiro costureiro a pôr sua marca em perfumes, cosméticos e objetos de decoração, estratégia que hoje é o pilar financeiro de grandes estilistas. (CHAGAS, 2007)

Poiret traz para sua roupa técnicas que vão ser adotadas pela maioria dos seus pares, primeiro elimina o espartilho, herança da idade média,

e um transtorno para as mulheres.

Outra novidade na

forma do vestuário surge de uma situação vivida por Poiret pela musa inspiradora Denise que estava

sua

grávida. Utilizando de seus co-

nhecimentos e pioneirismo lança um vestido amplo e em forma de “T” o tão conhecido chemisier, que junto ao drapeado também utilizado traz modernidade para o guarda roupas feminino da década. Uma coleção inspirada em Mário e Tarsila A coleção terá uma paleta de cores que virá da inspiração das entrelinhas da viagem de Tarsila e Mário de Andrade ao nosso estado na década de 20, viagem que vai contribuir para a adoção de cores de forma singular na sua trajetória como pintora. Criada na fazenda, a menina Tarsila tinha antural predileção pelas cores que lhe falavam do calendário de festas populares do interior paulista; “ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. (...) para as minhas telas: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, tudo em gradações mais ou menos fortes, conforme a mistura do branco. Pintura limpa, sobretudo, sem medo de cânones convencionais.(..)” (AMARAL, 2003, p. 150.)


CONCLUSÃO A partir do recorte do artigo parte-se das cartas trocadas entre o escritor e a pintora na década de 1920. As cartas sugerem o design e a configuração da primeira família que vai através do incômodo do marido de Tarsila á época Oswald de Andrade que vivia trocando farpas com Mário de Andrade o que sugere e se transfigura na segunda família que denomina-se triângulo, trazendo a configuração dos triângulos de partes diferentes já que cada um da tríade tem um universo particular. A terceira família trata da questão de Tarsila, uma mulher elegante e a frente da sua época,

trazendo tessituras que na parte das maquetes

têxteis representa a dificuldade de lidar com esses problemas na década em que inserem estes episódios. A quarta família parte do momento em que Mário de Andrade compra no largo do Arouche, em São Paulo, margaridas e presenteia Tarsila. Margaridas essas que serão pintadas por Tarsila e também Anita Malfatti. Contudo, Mário de Andrade se “derrete” em elogios pra a obra de Tarsila e rechaça a obra de Anita Malfatti. Esse episódio permite trazer para a família as formas, cores e design têxtil que configuram a tríade porém agora com Anita Malfatti. A quinta família devido as investidas partirem de Mário para Tarsila traz o guarda roupa masculino em consonância com o universo feminino e por fim o guarda roupa elegante, refinado e contemporâneo do escritor. A coleção terá 60 looks desenhados, porém, para confecção, serão somente 8 peças síntese, que amarrarão o conceito proposto e extraído do recorte feito a partir da parte escrita.


Painel de Inspiração


Painel de Inspiração


Macrotendências Macrotendências apontadas pelo bureaux WGSN: Modern Myth: Uma tendência cercada por criatividade, sonhos, mitologia, folclore e storytelling, misturando referências religiosas de diversos cultos e criando um novo caminho para a plenitude emocional e espiritual. Reconhecem os benefícios de uma vida tranquila e a importância do descanso físico e mental para a saúde humana. Industrial Revolution: Uma nova revolução industrial liderada de forma única por cada indivíduo. Com a rápida disseminação das impressoras 3Ds nos últimos anos o mundo se encheu de possibilidades e, cada vez mais, as pessoas se transformam em artesãos autosuficientes em relação às suas necessidades de consumo. A tendência reforça a ideia do “faça você mesmo” e possibilita a reinvenção do ser humano frente ao domínio das máquinas. Rendering Reality: Gadgets, aplicativos, celulares e computadores. A vida contemporânea navega pelos trajetos do real e do virtual. A tendência dialoga com a dependência humana com as parafernálias digitais, apresentando consumidores conectados integralmente, mas que buscam cada vez mais humanizar a tecnologia, valorizando o real e o autêntico. Para minha cliente, a macrotendência que vem conjugar valores e estilo de vida é a Modern Myth que foi a escolhida trazendo para ela a busca espiritual, o conhecer a si mesmo, os benefícios do descanso seja numa praia pouco frequentada, seja em contato com a natureza já que esta mulher urbana, sofisticada gosta de contatos contemplativos seja com a fauna ou flora nativa de espaços preservados e valoriza para sua plenitude emocional o repertório de preservar–se Isso inclui até seus cosméticos que são de empresas que tecem ao mesmo tempo o conceito de industrialização mas geram mão de obra nas comunidades inseridas em regiões distantes como Amazônia por exemplo onde estes princípios ativos para os cosméticos são tirados de áreas cultivadas em clusters preservando a floresta e gerando renda, a exemplo das empresas Natura e L’Occitane que agora criou a linha L’Occitane Au Brésil. Esta mulher engajada se preocupa com o futuro do planeta e por isso seu carro fetiche é o Smart Ecológico, as viagens aéreas encurtam o tempo entre o urbano e o isolado, preservado da floresta. Traduzindo a macro para as futuras coleções o uso de tecidos naturais, com tingimentos naturais, modelagens amplas e confortáveis já que esta é uma macrotendência, ou seja, desvincular do aprisionamento urbano em contrapartida reverberando em trabalhos manuais porém no estilo mais clean, tramas e tessituras que exigem uma mão de obra local e que gere renda, a preocupação com as têxteis em não poluir os rios.


Painel de MacrotendĂŞncia


Tendências da Estação Primavera/Verão 2014 Minimalismo: Roupas que prezam pelo conforto e estilo totalmente limpo, aparecem nos desfiles internacionais de primavera verão 2014 de Jil Sander, Calvin Klein Collection e Ralph Lauren. Florais: estampas aparecem em profusão em tecidos fluidos, ora maxi, ora miniaturas e em versões explodidas, cores que se fundem desfilado por Mulberry, ruffian e Zimmermann no verão 2014. Azul Klein: Cor hit do verão 2014 aparece nos desfiles dos estilistas Marissa Webb, Ralph lauren e Vera Wang no verão 2014, ora em tecidos fluidos e até em tecidos mais estruturados. Assimetria: pontas e mais pontas se misturam ora nas barras das saias ora nas partes frontais de vestidos, estilistas que desfilaram a tendência Celine, MM6 maison Martin Margiela e David Koma no verão 2014. Tecidos etéreos: Tecidos fluidos e que parecem desaparecer em formas com os ventos, são tecidos leves e sofisticados, aparecem nas versões liso e estampados desfilados nas coleções de fendi, Antonio Berardi e blumarine no verão 2014. Das tendências todas aparecem na coleção verão 2015 da Marca KAIO MÜLLER, ou seja começa pela configuração das peças que em sua maioria adota o minimalismo com poucos detalhes e configuração em consonância com sua cliente, a cor azul aparece em algumas famílias ora em separados, ora com aplicações de margaridas sobrepostas, em tecidos que vão do linho a seda, a assimetria aparece em algumas peças como o design vindo das formas dos envelopes, e ate mesmo em pontas em configurações de formas triangulares sobrepostas, e em toda a coleção tem pontuações de tecidos fluidos e o étereo aparece como no organza de seda em tons que se acentuam numa paleta que vai do amarelo, laranja e degradê, tudo isso vindo de uma coleção que permeia um recorte de um artigo escrito, me empenhei em configurar os elementos do contexto inserido, amarrando com o público alvo e tendências da estação já que hoje em dia todo cliente preza e muito por estar em sintonia com o que as passarelas internacionais desfilam e os meios de comunicação propagam sejam através da rede mundial e até mesmo dos blogs de moda tão em voga atualmente.


Painel de TendĂŞncias


Cartela de Cores Partindo da premissa de que Tarsila do Amaral é cor me inspirei num trecho do livro Tarsila: sua obra e seu tempo em consonância com o painel de inspiração. “Mas depois vinguei-me da opressão , passando- as para as minhas telas: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, tudo em graduações mais ou menos fortes, conforme a mistura de branco, pintura limpa, sobretudo, sem medo de Cânones convencionais” (Amaral sua obra e seu tempo) pg 150 DOMINANTES A cor principal é o vermelho escarlate pinçado do quadro autoretrato manteau rouge, de 1923 pintado por Tarsila do Amaral. A cor traz para a coleção o aspecto de hora representar uma das cores dos envelopes da França já que Tarsila correspondia com Mário de Andrade estando radicada na capital francesa. O laranja antropofagia vem da cor mais em evidência neste quadro da pintora que compõe o painel de inspiração e juntamente com a tela “As Margaridas de Mário de Andrade por Tarsila, 1922.” Além disso, a cor traz as nuanças de tons alaranjados juntamente com a obra antropofagia da pintora. Azul purissíssimo vem do fundo da foto de Mário de Andrade, configurado na coleção desde o duo azul e vermelho da França na família envelopes até no cetim de seda azul com aplicações de margaridas multicoloridas, e no guarda roupa masculino ora em camisas ora em riscas de giz e até em bermudas de linho. Amarelo Vivo, retirado de uma frase da citação acima, está na família triângulos e representa Oswald de Andrade, ora em tessituras idas e vindas da pintora e até mesmo as cores da nação onde o escritor Mário de Andrade residia quando das trocas de correspondência com a pintora, fazendo duo com o verde que representa o Brasil. INTERMEDIÁRIA Branco sujo: vem das configurações dos envelopes que adquirem aspecto sujo devido ao manuseio e, em contraponto em paleta de cores traz ora suavidade, ora contraste formando duplas ora com azuis, ora com vermelhos e até mesmo com três cores: azul, vermelho e branco sujo. Verde cantante: traz todo o pontuar do fundo de algumas obras e a cor acentuada pela pintora, aparece em poucas peças , algumas vezes


em tons de cores formando pares para representar países nas famílias das cartas, algumas pontuações de peças masculinas. TONALIZANTES Branco margaridas: cor que vem do quadro pintado por Tarsila e Anita Malfatti, aparece em algumas peças, e também em detalhes como por exemplo partes superiores de vestidos, e até mesmo nas margaridas confeccionadas em organza de seda. Preto Anita Malfatti: Aparece ora no design das estampas, ora no detalhe de algumas peças, fazer arremates de configurações estilísticas, não pude adotá-lo fielmente apesar da sua elegância, por ser uma coleção de verão 2015 reverberando também que Tarsila é cor.


Cartela de Cores Vermelho Scarlate Pantone 18-1662TCX 711C C: 0 - M: 100 - Y: 100 - K: 0

TONIFICANTE

INTERMEDIÁRIA

DOMINANTE

Azul Puríssimo Pantone 16-4134TCX 7688C C: 100 - M: 100 - Y: 0 - K: 0 Laranja Antropofagia Pantone 16-1359TCX 164C C: 0 - M: 60 - Y: 100 - K: 0 Amarelo Vivo Pantone 13-0746TCX 129C C: 0 - M: 0 - Y: 100 - K: 0 Branco Cartas Pantone 12-0304TCX 7527C C: 7 - M: 4 - Y: 16 - K: 0 Verde Cantante Pantone 15-6340TCX 7479C C: 100 - M: 0 - Y: 100 - K: 0 Preto Anita Malfatti Pantone Black C: 25 - M: 25 - Y: 0 - K: 100 Branco Margaridas Pantone White C: 0 - M: 0 - Y: 0 - K: 0


Tecidos Partindo das cartas em torno de diálogos o linho é o tecido eleito. Ele vem como carro chefe, pois apresenta aspectos liso e amassado. Os tecidos da família triângulo tem a organza de seda que traz a leveza e contraste de cores paleta essa em gradações do mais suave para o mais acentuado. Entra também o cetim Chanel de seda que traz a delicadeza e maciez ao delicado universo dos personagens. Mas são as cores e configurações que emprestam para a tríade os signos da família. Na família da pintora por ela mesma a palha da seda traz o aspecto sedoso porém em trabalhos de remodelagem joga as tessituras que se entrelaçam, trazendo as dificuldades enfrentadas pela pintora com assédios e a tentativa de equilíbrio no casamento, já que é uma mulher a frente do seu tempo e influente e que vem da aristocracia cafeeira paulista. O universo de Mário de Andrade traz os tecidos de alfaiataria com padronagens onde o risca de giz aparece juntamente com o linho tecido de aspecto macio e que tem um frescor no toque. Mário era um homem culto embora difícil por embates onde devia rebater os ataques sofridos, preza pelo bom vestir, traz para a contemporaneidade cores que juntamente com os tecidos celebram a elegância no vestir e uma certo desprendimento, ou seja um verdadeiro Dândi contemporâneo.


Cartela de Tecidos FORNECEDOR: LESLIE CASA DAS FÁBRICAS LINHO PURO LISO LARGURA: 1,40 M COR: OFF WHITE COMPOSIÇÃO: 100% CL (LINHO) R$ 59.90 m

FORNECEDOR: CONTETTI CASA DAS FÁBRICAS CETIM CHANNEL LARGURA: 1,40 M COR: AZUL ROYAL COMPOSIÇÃO: 100% S (SEDA) R$ 109.90 m

FORNECEDOR: SERICI TÊXTIL CASA DAS FÁBRICAS ORGANZA DE SEDA LARGURA: 1,40 M COR: LARANJA COMPOSIÇÃO: 100% S (SEDA) R$ 69.90 m

FORNECEDOR: CASA DAS FÁBRICAS CETIM CHARMUSSE LARGURA: 1,40 M COR: AMARELO COMPOSIÇÃO: 100% PES (POLIÉSTER) R$ 9.50 m


FORNECEDOR: LITORAL CASA DAS FÁBRICAS SARJA RISCA DE GIZ LARGURA: 1,40 M COR: PRETO E BRANCO COMPOSIÇÃO: 100% CO (ALGODÃO) R$ 49.90 m

FORNECEDOR: EUROTÊXTIL CASA DAS FÁBRICAS TRICOLINE MAQUINETADA LARGURA: 1,40 M COR: AZUL COMPOSIÇÃO: 100% CO (ALGODÃO) R$ 29.90 m

FORNECEDOR: VISUAL TÊXTIL CREPE ROMANO LARGURA: 1,40 M COR: VERDE COMPOSIÇÃO: 100% PES (POLIÉSTER) R$ 19.90 m

FORNECEDOR: LITORAL CASA DAS FÁBRICAS TROPICAL RISCA DE GIZ LARGURA: 1,40 M COR: CINZA E BRANCO COMPOSIÇÃO: 100% CO (ALGODÃO) R$ 49.90 m


Materiais Superfície 1: Aplicações de margaridas recortadas do design da estampa digital e aplicadas uma a uma em ponto manual sobre cetim Chanel. Superfície 2: Recortes que remetem aos triângulos aplicados próximos às alças dos vestidos sobrepondo ao tecido inferior. Superfície 3: Costuras que sobem simetricamente e descem em aplicações de pedras em formatos de cristais que fazem o desenho de um triângulo sobre o tecido da camada inferior.

APLICAÇÃO DE MARGARIDAS RECORTADAS SOBRE CETIM DE SEDA

APLICAÇÃO DE TRIÂNGULO DE CETIM DE SEDA SOBREPOSTO

COSTURA EM JUNÇÃO COM CRISTAIS FORMANDO TRÊS TRIÂNGULOS


Remodelagem Remodelagem 1: uma prega aplicada próximo ao cós das calças masculinas e femininas. Remodelagem 2: formatos triangulares de tamanhos diferentes sobrepostos em tecidos em camadas de organza, configurando numa forma mais maleável como no look da família triângulo confeccionado para a banca acadêmica. Remodelagem 3: tessitura de palha de seda, idas e vindas que viram nós que se encontram e desencontram remetem ao universo Tarsila. Administrar o entorno do qual ela é a personagem principal.

PREGA MASCULINA ÚNICA

TRIÂNGULOS SOBREPOSTOS EM TRÊS TONS DE CORES

TESSITURA EM PALHA DE SEDA


Beneficiamento Opção 1: Estampa digital de micro margaridas configuradas em 4 cores, em design em fileiras alternando as cores vermelha que remete a Tarsila, azul a Mário de Andrade, preto a Anita Malfatti e as amarelas que são as margaridas em si em tons amarelo vivo. Opção 2: Estampa digital margaridas em configurações de tamanhos maxi, mini, micro onde os contornos se fundem com intervalos. Apresenta fundo branco, a parte interna tem cores similares a anterior vermelho de Tarsila, azul de Mário e preto de Anita Malfatti. Opção 3: Estampa digital em fundo preto com contornos de margaridas em 3 cores: branco, azul e amarelo.

Opção 4: Estampa digital de cartas em linho.

Opção 5: tingimento de organza de seda para um amarelo mais intenso.


ESTAMPA DIGITAL DE QUATRO CORES (MARGARIDAS)

ESTAMPA DIGITAL MAXI, MICRO E MINI (MARGARIDAS AGRUPADAS)

ESTAMPA DIGITAL MARGARIDA TRÊS CONTORNOS

TINGIMENTO ORGANZA DE SEDA PARA AJUSTAR O TOM

ESTAMPA CARTAS


Aviamentos Os aviamentos utilizados na coleção são todos os considerados básicos na confecção e execução de qualquer peça de qualidade, partindo das linhas que são de algodão para costura reta, algumas mais resistentes de composição de algodão e poliéster. Zíperes invisíveis de tamanhos variados, ora para fechamento laterais ora para fechamentos na parte das costas. Todo esse zelo para que a peça tenha um ar mais sofisticado e apresente um acabamento mais condizente com a cliente da marca. Utilizo 3 tipos de botões: botões para camisaria, com madrepérola ao centro em configurações circulares, e botões de forrar, onde o tecido estampado da família margaridas torna o botão aviamento uma peça mais contemporânea e ao mesmo tempo amarra o conceito da coleção. Há também margaridas confeccionadas artesanalmente com pétalas de organza de seda, peça utilizada na família triângulo e aparecem também algumas na família que origina o acessório, ás vezes para efeito de styling que passeia por famílias da coleção. Entretelas para reforçar estruturas internas de algumas peças, e utilização deforro interno nas configurações estilísticas dos colarinhos, punhos e max lapelas da coleção masculina.


LINHA DE COSTURA FORNECEDOR: ALPINO AVIAMENTOS COMPOSIÇÃO: 100% CO (ALGODÃO) R$ 1,50

ZÍPER FORNECEDOR: ALPINO AVIAMENTOS COMPOSIÇÃO: 100% PES (POLIESTER) R$ 1,00

BOTÃO PARA FORRAR FORNECEDOR: ALPINO AVIAMENTOS COMPOSIÇÃO: LATÃO/PLÁSTICO R$ 0,60

BOTÃO DE PLÁSTICO FORNECEDOR: ALPINO AVIAMENTOS COMPOSIÇÃO: PLÁSTICO R$ 0,30

BOTÃO PARA COSTURAR FORNECEDOR: ALPINO AVIAMENTOS COMPOSIÇÃO: LATÃO/PLÁSTICO R$ 1,00

ENTRETELA COLANTE FORNECEDOR: ALPINO AVIAMENTOS COMPOSIÇÃO: 85% PUE (POLIAMIDA) 15% PES (POLIÉSTER) R$ 3,20 m


Descritivo de processo criativo das famílias O ponto de partida desta coleção foi o artigo inspirado no recorte de fragmentos das cartas trocadas entre Mário de Andrade e Tarsila do Amaral no período 1922/1940 escrito no primeiro semestre de 2013. Partindo do desdobramento das cartas, onde se percebe um valor intrínseco e uma amizade velada com investidas sistêmicas de Mário de Andrade sobre Tarsila e a consequente inimizade de Mário e Oswald, marido de Tarsila (antes amigos) que percebe os meandros destas correspondências é que vamos contextualizar o recorte. Os desenhos e croquis foram desenvolvidos pensando em palavras chave e visualização do painel de inspiração e formas adotadas para a cliente, inserindo elementos que permeiam o universo da parte escrita no artigo anteriormente recortando e chegando a conclusão com a ajuda da minha orientadora a cinco famílias que abraçam e costuram o universo delineado. 1 - FAMÍLIA DAS CARTAS O viés geográfico é trazido para a coleção através da apropriação do design das cartas, associado às cores dos envelopes França e Brasil uma vez que Tarsila estava na França (Paris) e Mário na América do Sul (São Paulo). As cores azul royal e vermelho representam a França e as cores amarelo e verde representam o Brasil no contexto dos envelopes oriundos das duas nações. As formas são simétricas, inspiradas nos formatos dos envelopes. Os tecidos de linho puro, linho amassado, tingido com tons acentuados tão presentes na paleta da pintora. Alguns tecidos trazem o aspecto envelhecido, desgastado e às vezes manchado ou seja a correspondência antiga corroída pelo tempo. 2- FAMÍLIAS TRIÂNGULO Partindo da tríade Mário de Andrade, casal Tarsilvaldo (Tarsila e Oswald), trouxe para esta família aspectos de cada um desses personagens. Tarsila é refinada, parisiense e uma mulher à frente do seu tempo. Mário de Andrade é difícil, erudito e muito sofisticado e Oswald, um burguês de temperamento forte e sofisticado. As formas triangulares aparecem em todas as famílias, triângulo de tamanhos variados denotam o espaço ocupado por cada um dos personagens na configuração da época e do recorte que serve de inspiração. Algumas peças apresentam margaridas que simbolizam a feminilidade e delicadeza desta flor ofertada a Tarsila por Mário. Aplicações de design em costura e cristais swarovisk no tecido se sobrepõem formando triângulos irregulares.


3- FAMÍLIA TARSILA POR ELA MESMA Os laços configuram seu tempo e suas idas e vindas: casada e ao mesmo tempo sendo assediada por Mário. Os laços representam a elegância e simbolizam ainda a dificuldade enfrentada por Tarsila. Nesta época era necessário ter “jogo de cintura” já que dificilmente era permitido à mulher ter amigos homens. 4- FAMÍLIA MARGARIDAS A obra “Margaridas” de Anita Malfatti e Tarsila do Amaral gera em Mário de Andrade uma reação antagônica: ele elogia Tarsila e critica Anita. Esse antagonismo inspira a criação desta família que foi transformado em design têxtil e traz três cores representando os artistas: margaridas vermelhas (Tarsila), azuis (Mário) e com fundo preto- a cor da rejeição- que represente Anita Malfatti. São quatro design têxteis: flores em configuração amarela, azul, vermelha e preta. Aviamentos, botões forrados com tecido com estampa de margaridas, aplicações de margaridas com pontos feitos à mão. As roupas trazem formas que remetem às margaridas, ora ovaladas , ora em recortes com pontas retangulares. 5 - O GUARDA ROUPA DE MÁRIO DE ANDRADE Toda a elegância e contemporaneidade de Mário de Andrade se traduz nos tecidos de alfaiataia e do linho, através de design e estilo adotados pelo escritor como sua preferência por max lapelas, coletes e blazer de dois botões. Todas as preferências tem uma releitura no contemporâneo e através de cores mais ousadas no guarda roupa masculino quebrando com a sisudez tradicional do universo masculino.



Formas e Silhuetas As formas são todas inspiradas no story board e palavras que são tão familiares ao universo da coleção. Partindo das cartas as configurações são da silhueta H, vestidos que delineiam o corpo da mulher porém em sobreposições de assimetrias que configuram os formatos dos envelopes. Já na família do triângulo aparece a silhueta ( A) pois alguns vestidos tem a base mais alargada, e as sobreposições de triângulos que acabam fazendo a silhueta do quadril para baixo ficar mais larga. Na família Tarsila a silhueta adotada é I (i), em formas de vestidos com tramas de tecidos que se entrelaçam, formando volumes ora abaixo do busto, lateral e na base das peças, próximo às costuras laterais. Na família Margaridas as silhuetas são (o) e (x) que em alguns looks tem a forma ampla na parte superior e inferior em alguns aspectos circulares. Na família Mário é predominante a silhueta (T) nos terninhos estruturados, blazers e a H onde os formatos das peças superiores e inferiores são quase que um desenho da silhueta masculina.


Descritivo do Processo de Desenvolvimento de Coleção Ao iniciar o tema confesso que estava decidido a abordar o amor platônico, já que havia lido vários livros no semestre anterior e tive até mesmo uma citação extraída de um livro que amigos próximos confirmam o que havia escrito no artigo finalizado no semestre anterior. Em princípio pensava em abordar Nemesis deusa que Mário compara a Tarsila nas suas cartas, porém o material que existe em relação á esse tema é raso. Então, minha orientadora me levou a direcionar o olhar para os personagens. Já que as cartas são o ponto de partida pensei nos três como uma tríade e como havia embates e o casal Tarsivaldo era nesse caso a esposa Tarsila sempre correspondendo com Mário de Andrade, comportamento muito avançado á época e ao contexto histórico. Comecei desenhando e com ideias e design de formas com ajuda do orientador as famílias foram se incorporando uma á outra. De ínicio foi pensado até em fazer uma família inspirada no estilista preferido da pintora: Poiret, mas posteriormente descartado. Optou-se então pelas famílias das cartas, fundindo com a tríade e, abordando o universo dos personagens Tarsila por ela mesma, e para trazer as abordagens dele para com ela o guarda roupa masculino conversando com o feminino e como a instituição de ensino exige para todos os discentes da disciplina em questão que faça uma família do gênero masculino acabei por desenvolver uma família pensando no universo do escritor Mário de Andrade mas apoderando dos aspectos de elegância e suas preferências estilísticas trazendo isso para o homem contemporâneo. Todos os croquis foram desenhados a mão, e depois coberto por canetinhas para incorporar as cores da paleta e também tinta á base de água diluída para bases com cores como branco sujo, e como posteriormente todos foram vetorizados para trazer para o book um efeito estético em conformidade com o universo ao qual o trabalho se insere, pois todos sabemos que na moda a imagem tem um peso maximizado. A banca já determinou que as oito maiores notas desfilarão e as seis remanescentes farão exposição ou desfile solo. Devido ao custo, optei por apresentação em manequins, já que não demandam prova, calçados, maquiagem, cabelo e cachê das modelos.


Tipo de Apresentação Final O trabalho final será apresentado para um auditório de 250 pessoas, no ICBEU da Rua da Bahia, no dia 10 de dezembro, à noite. Será apresentado em 5 minutos, de forma oral, além de oito peças, em manequins de pose branco - a banca escolheu quatro looks da família Cartas e quatro da família Margaridas para representar a coleção. O look 1 será um vestido conceitual em três cores (vermelho e azul e estampado com design do mapa mundi e cartas sobrepostas), em linho. O look 2, um vestido com formas que remetem aos envelopes, em duo de cores (linho azul e linho estampado design cartas). O look 3, composto de blusa em duo de cores (vermelho e azul e saia lápis em três cores em linho). O look 4, um vestido estampado com design de cartas com três recortes sobrepostos a partir da cintura em direção ao colo em linho). O look 5, um vestido conceitual que remete às formas das margaridas em duas estampas de margaridas (estampa 1: fundo branco; estampa 2: quatro margaridas em design diferenciado e cores). O look 6, um vestido tubinho, decote V, em duo de cores (parte 1: estampa margaridas em fundo azul, fundindo com o tecido liso branco). O look 7, uma blusa e uma saia em duo de cores (azul e estampa com margaridas em fundo branco); O look 8, uma camisa estampada com margaridas em fundo preto e saia lápis estampa margaridas em fundo azul royal com linho vermelho. E, representando a família Mário, colete de linho azul com recorte superior em risca de giz.


Coleção

Cartas de Mário e Tarsila Amor nas Entrelinhas






























































Painel de Segmentação


Looks Confeccionados


Painel ArtĂ­stico


BIBLIOGRAFIA AMARAL, Aracy (org.). Correspondência Mário de Andrade & Tarsila do Amaral. São Paulo: EDUSP, 2001. _________________. Tarsila: sua obra e seu Tempo. São Paulo: EDUSP, 2003. ANDRADE, Mário de. Cartas de Trabalho. Rio de Janeiro: Sphan/prómemória, 1981. BAUDOT, François. Moda do século. São Paulo: Cosac e Naif, 2002. BOUCHER, François Historia do vestuário ocidental: São Paulo: Cosac e Naif, 2010. BRAGA, João. História da moda. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2004. CHAGAS, Tonica. Paul Poiret, o estilista que criou a silhueta feminina do século 20. São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.estadao.com. br/noticias/arteelazer,paul-poiret-o-estilista-que-criou-a-silhuetafeminina-do-seculo-20,20395,0.htm>. Acesso em: 16 de jun. de 2013. COUTO, Geraldo; CARVALHO, Mário Cesar. Vida do escritor foi um vulcão de complicações. Disponível em: <http://www.febf.uerj.br/pesquisa/ semana_22.html >. Acesso em: 19 de Jun. de 2013. DUARTE, Paulo. Mário de Andrade por ele mesmo. São Paulo: Edart, 1971. OHARA, Georgina. Enciclopédia da moda: São Paulo: Cia das letras, 1999. RODRIGUES, Leandro Garcia. Escrevendo Cartas, Escrevendo a Vida: A Correspondência de Mário de Andrade e Tarsila do Amaral. Juiz de Fora: Darandina revisteletrônica Disponível em: <http://www.ufjf.br/darandina/files/2010/01/artigo091.pdf>. Acesso em: 19 de Jun. de 2013.


Apêndice

FOTO LOOK 01


FOTO LOOK 02


FOTO LOOK 03


FOTO LOOK 04


FOTO LOOK 05


FOTO LOOK 06


FOTO LOOK 07


FOTO LOOK 08




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