RetrĂ´ Glam - Inverno 2017
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
OS ANOS DOURADOS: A influência dos anos 50 na cidade do Rio de Janeiro representada na moda Gabriela Ribeiro Luana Gonçalves
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de Projeto Experimental do Instituto de Comunicação e Artes/Centro Universitário UNA como pré-requisito para a obtenção do título de bacharel em moda. Professora Orientadora: Maria Augusta Amaral Campos
Belo Horizonte 2016 3
Dedicatória Dedicamos este nosso trabalho aos nossos familiares, amigos e parceiros que nos apoiaram em todas as nossas escolhas e nos deram suporte para que chegássemos até aqui. A vocês, dedicamos hoje e para sempre esta vitória tão importante em nossas vidas.
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Agradecimentos Colaboradores: Aline Fernandes Designer/ Publicitária Andressa Castro Designer Gabriela Ramos Designer Pedro Kubitschek Designer Thiago Alcantra Designer/Publicitário Valdeci Ribeiro Designer
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Resumo Pode-se dizer que os anos 50 são considerados um dos períodos mais emblemáticos da história, no contexto histórico, social e cultural, em relação ao universo da moda não seria diferente. O objetivo do presente estudo é apresentar a influência dos anos dourados, na cidade do Rio de Janeiro. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, em livros de renomados autores e artigos disponíveis na base de dados online com foco em histórias e relatos contextualizados desse período. Conclui-se que o contexto sociocultural dos anos 50, denominado anos dourados, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, deixou um legado significativo para o universo da moda. Como produto final desse trabalho, será realizada uma coleção inspirada nos Anos Dourados.
Palavras-chave: Rio de Janeiro. Anos 50. Moda. Comportamento.
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Abstract It can be said that the 50s are considered one of the most emblematic periods of history, in the historical, social and cultural context, in relation in the world of fashion it to be no different. The aim of this study is to present the influence of the golden years in the city of Rio de Janeiro. To this end, we carried out a literature search in renowned authors of books and articles available on the online database focusing on contextualized stories and reports in that period. We conclude that the socio-cultural context of the 50s, called golden years, mainly in the city of Rio de Janeiro, left a significant legacy to the world of fashion. As a final product of this work, a collection inspired in the Golden Years will be held.
Key words: Rio de Janeiro. The 50’s. Fashion Behavior.
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Sumário 12 14 16 17 17 17 17 18 20 17 23
CURRÍCULOS BRIEFING DE NEGÓCIOS Descrição Elementos de Estilo Nicho Segmento Gênero Painel de Estilo da Marca Canais de Distribuição Margem de Preços Concorrentes Diferenciais da Marca no Produto
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PÚBLICO-ALVO Painel de Público-Alvo
33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 46
IDENTIDADE DA MARCA Justificativa do Nome Justificativa da Fonte Justificativa da cor Logotipo Monocromia Tipografia Escala de Cores Área de Proteção e Redução Miníma Malha de Ampliação Usos devidos Usos indevidos Aplicações da marca Brindes
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48 50 54 56 60 82 88 95 100 116 125 131
BRIEFING DE COLEÇÃO Release Macrotendência Painel Macrotendência Tendências da Estação Cartela de Cor Cartela de Tecidos Cartela de Aviamentos Cartela de Matérias Mapa de Coleção Painel de formas e silhuetas Famílias
227 Painel Artístico 231 Painel de segmentação 237 Looks Selecionados 240 REFERÊNCIAS 244 APÊNDICE
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Curriculum Vitae GABRIELA RIBEIRO SALGADO COSTA Rua Castelo de Ajuda, 228, Castelo. Belo Horizonte-MG, Brasil. Telefone: 31 3476-6935 31 9272-7234 Data de Nascimento: 31/05/1994 Email: gabi_ribeiro1@hotmail.com
Formação acadêmica Centro Universitário UNA (2013/1- em curso/7ºPeríodo). Moda (manhã)-Conclusão prevista para Julho/ 2016. Colégio Padre Eustáquio (2009-2011). Ensino Médio. Colégio Pedro Segundo (2012). Ensino Médio.
Experiência profissional 5º Unatrendsetters - Desfile realizado pela empresa Fhouse (2013-Julho). Trabalhou no backstage do desfile: organização e produção de modelos. 7º Unatrendsetters- Desfile realizado pela empresa Fhouse (2014-Julho). Trabalhou no backstage do desfile: organização e produção de modelos. Revista Viver Fashion (Outubro/ 2014) Trabalhou como assistente de produção para a Andreia Pimenta, desenvolvendo a atividade de procura de vestuários para o editorial sobre o evento.
Outras experiências Youth Exchange Program- MG-(Fevereiro 2011-Maio 2011 ) Participou do treinamento de liderança com a finalidade de fazer intercambio cultural para EUA.
Cursos de qualificação Idiomas: Inglês: TFLA IDIOMAS-Intermediário (20 -2011) Workshop Coloração Instituto Rio Moda (Fevereiro/2016) Curso realizado na fábrica da FARM pelo departamento de coloração da empresa, com o intuito de pesquisa das cores, harmonização e simbologia.
Pesquisa de Campo Curso Viagem de pesquisa e cultura de Moda “LONDON CONNECTION” Realizado em Londres-Inglaterra (2014), direcionado a ferramentas e táticas para as pesquisas de tendências.
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Curriculum Vitae LUANA TAMARA GONÇALVES Rua Carmelita Faria Garofalo, 68/402 CEP: 31155 760 – Belo Horizonte - MG Tel: (31) 99223-7537 (Cel.) Email: luanatgon@gmail.com Brasileira, 21 anos, Solteira
Histórico profissional Estágio no 5º Unatrendsetters – evento de novos talentos da moda (ano:2013) Estágio no 7º Unatrendsetters – evento de novos talentos da moda (ano:2014) Participação da Produção do Editorial da Revista Viver Fashion no Minas Trend Preview (ano:2014) Estágio voluntário no evento: THE STREET STORE BH – 3a edição (ano:2015) Estágio no NUP – Núcleo de Pesquisa do Centro Universitário UMA (ano:2015)
Formação acadêmica Graduanda em Moda pelo Centro Universitário Una Início: Janeiro: 2013 Término: Julho: 2016
Histórico acadêmico Curso CoolHunting na Empresa CoolHow Oficina de Moda e Criatividade - Desenvolvimento de Figurino no Centro de Referência da Moda BH/MG Curso de Consultoria de Imagem SENAC – MG Curso de Coloração INSTITUTO RIO MODA - RJ Trabalho como vendedora Graf Brasil (showroom) no Prado, BH - MG.
Certificados de idiomas - Certificados dos exames da Universidade de Cambridge - Starters Emissão: Novembro de 2005 - Movers Emissão: Novembro de 2006 - Flyers Emissão: Novembro de 2007 - Preliminary English Test (PET) * Os certificados acima correspondem aos níveis A1, A2 e B1 de acordo com a classificação do Council of Europe’s Common European Framework.
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Briefing de Negócios
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Briefing de negócios
A marca Mesclô possui como nicho principal o Prêt-a-Pôrter de difusão já que é uma marca voltada para um público mais amplo, jovem, com preços mais acessíveis e com a utilização de materiais mais casuais. Valoriza todo tipo de arte, materiais artesanais, mas também faz uso de técnicas mais desenvolvidas. Dessa forma, transmite através da roupa as várias formas de destacar e diferenciar a peça uma das outras, mas sem fazer com que ela perca as características da marca, que englobam uma modelagem leve e casual. A Mesclô pretende vender juntamente com suas roupas, um estilo de vida, em que haverá troca de vivências, momentos felizes e descontraídos compartilhados com o nosso público. Busca-se que de alguma forma a Mesclô possa estar inserida, fazendo parte das boas lembranças dos nossos clientes.
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Estilo da marca Estilo Dominante: Criativo. Complementar: Romântico e Moderno. Elementos de estilo: Atributos Espirituais: Eclética, contemporânea, étnica, artística, intuitiva. Atributos Físicos: Mistura de tecidos, estampas digitais, estampas étnicas, tecidos pintados manualmente, mistura de tecidos. Nicho: Prêt-à-porter de difusão. Segmento: Casualwear. Gênero: Feminino.
Canais de distribuição A marca possuirá lojas próprias, em vários pontos onde seu perfil de público alvo costuma frequentar. Existirá também um site e um perfil em redes sociais, nos quais os clientes poderão comprar o nosso produto e interagir com a marca.
Margem de Preços Margem de preço no varejo: Vestidos: De R$ 300,00 a R$ 680,00; Jaquetas/Casacos: De R$180,00 a R$ 300,00; Camisas/ Batas/ Blusas: De R$ 150,00 a R$ 400,00; T-Shirts: De R$ 89,00 a R$ 200,00; Calças: De R$ 200,00 a R$ 600,00; Shorts/ Bermudas/ Saias/ Macacões: De R$ 180,00 a R$ 470,00.
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Concorrentes
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Concorrentes
Diferencial: A Espaço Fashion é uma marca que representa o estilo moderno, apresenta características urbanas, cosmopolitas e contemporâneas, o que a direciona para as mulheres que gostam de estar bem vestidas, na moda, e antenadas ao que acontece ao seu redor. A Mesclô considera a Espaço Fashion sua concorrente quanto ao modelo cosmopolita e moderno de apresentar suas roupas para seus clientes.
Diferencial: A marca FARM iniciou seu histórico de mercado com a identificação de seus clientes, a partir de um stand de feira. O estilo de vida sugerido por ela é o lifestyle carioca, não só como um registro de nascimento, mas também de espírito. Suas roupas são diferenciadas pelas estampas exclusivas. Através delas a marca consegue transmitir o seu DNA, que se expressa por estampas com flores, animais, étnicas e modelagem casual. Como a marca não vende só produtos, mas também um estilo de vida, que é o seu diferencial, ela diversifica seus produtos, oferecendo objetos como skates, patins, pranchas de surf, entre outros, o que reforça a relação dos seus clientes com a prática de esportes. A Mesclô considera a FARM como sua principal concorrente devido a criatividade da marca em escolher as estampas e os temas que serão utilizados em suas coleções. Sua intensa relação de fidelidade com seu cliente, e principalmente seu planejamento de marketing e comunicação com seu público, garantem uma venda que ultrapassa a mercadoria em si, e incorpora um estilo de vida autoral.
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Concorrentes
Diferencial: A Dress to com seu estilo criativo, propõe a ideia de variação de peças para usar. Seu slogan defende a ideia de que a mulher que usa a marca estará sempre pronta, está sempre vestida para alguma finalidade: dress to, dress to fun, dress to relax, dress to love, dentre outras situações. A marca aposta na criatividade da sua cliente para vestir, tornando isso uma brincadeira. A Mesclô considera a Dress To como sua concorrente quando se trata da forma despojada, colorida e alegre com que a marca trabalha as cores, modelagens e estampas. Os estilos criativo e romântico (hippies) são percebidos na Dress To e é semelhante ao que a Mesclô pretende oferecer ao seu público.
Diferenciais da marca
A marca tem como principal característica as estampas exclusivas sempre trazendo referências históricas, além de estampas florais e animais, há as estampas geométricas e com pinturas artísticas feitas nos tecidos. Outro diferencial encontra-se nos materiais usados na confecção das peças, que são feitas através de trabalhos manuais, como tricô, bordado e crochê, incluindo o acréscimo de aplicações. A marca tem sempre como objetivo buscar formas diferenciadas na elaboração de suas peças, valorizando a arte do trabalho manual. Os temas abordados nas coleções sempre possuem relações diretas com o público, gerando uma forte identificação entre eles. A modelagem é simples e leve. Facilidade de acesso aos produtos através do site e as redes sociais. Venda não só do produto em si, mas existe a proposta de um compartilhamento de estilo de vida entre a marca Mesclô e seus clientes.
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Público-alvo
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Público-alvo
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Mulheres de 18 a 28 anos da classe B. São estudantes ou profissionais inseridas no mercado de trabalho, a área de atuação pode ser qualquer uma, o estilo de vida Mesclô não limita uma área específica de profissão. Gastam a maioria do seu dinheiro com viagens, pois gostam de conhecer novas pessoas, culturas e costumes de diversos lugares. Viajam desde o litoral brasileiro ao exterior, como para o México, Londres, EUA, Tailândia e etc. Gostam de frequentar restaurantes de culinária gourmet ou mais artesanais, valorizam a culinária de outros países, pois acreditam que a cultura seja manifestada na comida. Alguns exemplos são: Akemi Fusion (BH), Manekinenko (RJ), Si Señor (BH), Paris 6 (RJ), Balada Mix (RJ), Deli Handmade (BH), Aprazível (RJ) e food trucks. Gostam de frequentar bares como BHAR (BH), Meet Me at the Yard (BH), Studio bar (BH), Entre Folhas (BH), Belmonte (RJ), Void (RJ), Meza Bar (RJ) e Venga (RJ). Quando se trata de música, seu gosto é eclético, escuta desde rock ao funk. Costumam frequentar eventos musicais como Lollapalooza, Rock In Rio, bailes funks como o Baile da Favorita (RJ), festivais ao ar livre, rodas de samba e etc. Escutam sempre diversos estilos musicais diferenciados, como Caetano e Gilberto Gil, Mumford and Sons, Bom Jovi, Karol Conká, Skank, Capital Inicial, Tim Maia e etc. Possuem como uma referência de mulher a atriz Thayla Ayala, pelo o estilo de vida que ela leva. Os seus sonhos e aspirações são destacar-se na sua profissão e também nas relações interpessoais, tanto entre familiares quanto entre amigos. Preza pela sua liberdade e luta sempre pelo objetivo de conquistar sua autonomia. Seu maior sonho seria conseguir equilibrar durante as fases da vida, sua evolução pessoal, suas conquistas profissionais e sua paz espiritual.
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Público-alvo 28 Mesclô Inverno 2017
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Identidade da Marca
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Identidade da Marca
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Justificativa do nome O nome Mesclô surgiu à partir da ideia de mesclar, de misturar diferentes pessoas, o nosso público alvo por serem pessoas curiosas não tem uma tribo especifica. A Mesclô visa atingir essa mistura de pessoas e interesses.
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Justificativa da fonte A tipografia usada Petita, onde o fato de ser sem serifa facilita ainda mais a visualização do público quanto ao nome, e junto ao símbolo conseguimos o equilíbrio ideal de cores e formas, sem deixar a marca como um todo muito poluída visualmente.
Letras da mesma altura, passam estabilidade para o símbolo e a marca em sí Sem serifa, possibilitando fácil leitura independente da escala que a marca for aplicada
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Justificativa da cor A harmonia de cor utilizada visa ressaltar e trabalhar com as características do público e mercado que a Mesclô visa atingir. O roxo traz refinamento e sofisticação, representa produtos de alta qualidade romântica e jovial que são pensados para as mulheres jovens e autênticas que buscam usar tendências, conforto e sofisticação; O laranja representa toda a criatividade, alegria e confiança que as clientes tem com a empresa. Representa um espírito jovem. Para se ter essas cores é preciso a mesclagem de cores primárias, o que remete muito ao conceito da marca, por isso as cores secundárias utilizadas na marca (roxo e laranja) possui alto contraste dando mais destaque aos elementos da marca.
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Logotipo
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Monocromia
Versão preta
Versão laranja
Versão branca
Versão roxa
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Tipografia
Petita Medium ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUV WYXZ abcdefghijklmnopqrstuvwyxz 0123456789 ‘ “ @$%&*
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Escala de Cores
C =22 M= 67 Y=0 K=0 Hex= #F7SEFA
C = 56 M= 89 Y = 45 K = 36 Hex= #SC2847
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Área de proteção e Redução Mínima Medida X
2x
2x
Redução mínima de 16mm
1 cm
27,187 pt 1,24 cm
35,107 pt
0,23 cm 0,92 cm
40 Mesclô Inverno 2017
6,479 pt 26,127 pt
Malha de ampliação
7 6 5 4 3 2 1 1
2
3
4
5
6 7
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Usos devidos
A tipografia usada Petita, onde o fato de ser sem serifa facilita ainda mais a visualização do público quanto ao nome, e junto ao símbolo conseguimos o equilibrio ideal de cores e formas, sem deixar a marca como um todo muito poluída visualmente.
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Usos incorretos
MesclĂ´
A marca em nenhuma circunstância pode ser aplicada sem as cores estipuladas; somente com contornos; distorcida nem na vertical. Pois dessa forma se quebra a identidade da marca de modo geral.
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Aplicações da marca
Cartão de visita - 9x5cm - Couche 90g - Fosco - Corte simples
Papel timbrado - A4 - Couche Fosco - 90g Corte simples
Etiqueta - 4x6cm - Couche 90g - Fosco - Corte especial
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Envelope vertical Fechamento reto 43cm x 31cm Couche - Fosco 90g
Aplicações da marca
Sacola modelo 2 43cm x 27cm x 9cm
Sacola modelo 1 45cm x 33cm x 12cm
Anúncio 33cm x 42cm Digital - Led
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Brindes Os brindes selecionados foram o lenço e o Cristo Redentor dourado. O lenço foi escolhido por retratar um acessório muito utilizado pelas mulheres nos anos 50, foi feito com uma das estampas exclusivas da marca Mesclô, que se refere a família Brotos na coleção. Já o Cristo Redentor foi designado por representar a cidade referente ao tema e é onde se encontra parte do público da marca, e a cor dourada faz alusão aos Anos Dourados.
Cristo redentor dourado
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Brindes
Lenço
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Briefing da coleção
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Release
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Retrô Glam Mesclô apresenta a coleção inspirada nos Anos Dourados da cidade do Rio de Janeiro
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A marca MESCLÔ trouxe como inspiração para a coleção do Inverno de 2017 os Anos 50 na cidade do Rio de Janeiro. Essa década, conhecida como os Anos Dourados, foi marcada pelo resgate do otimismo, da euforia e do glamour em um período pós-guerra. A coleção tem como objetivo relembrar às mudanças e os costumes dessa época, além de retratar o seu legado para a história. Nessa coleção são trabalhadas com três silhuetas. A X, que valoriza o corpo feminino, foi utilizada na década de 50 por Christian Dior e atualmente é uma tendência. Já as silhuetas A e a H serviram para modernizar e atender ao estilo despojado do público da marca. A gama das cores utilizadas é bastante ampla. Inicialmente foram com cores mais sóbrias como azul- marinho, verde militar, entre outras. Já ao longo da coleção, para dar mais movimento e deixá-la mais colorida, foram utilizadas cores mais tranquilas e vibrantes, como o rosa claro, azul claro, laranja e o pink. Foram trabalhados tecidos mais leves, como a musseline, a seda gloss, o crepe, e os outros mais voltados para o inverno, representando a elegância da época, como por exemplo, o veludo, a pele sintética e a renda. A marca apresenta na coleção novas estampas originais florais, formas geométricas, listras, além de uma estampa feita a partir de uma pintura que retrata Copacabana. Como um diferencial, as estampas das pin-ups trazem para coleção a importância dos direitos femininos, que não eram valorizados na década de 50 mas que atualmente são um dos assuntos mais discutidos em todo o mundo. Algumas peças da coleção contam com trabalhos manuais como os bordados e tricô, para a valorização do feito à mão. Como remodelagem é utilizada uma combinação de listras de tule e veludo, além de aplicações de rebites, rendas e pompons. Há também a grande inovação de um novo tipo de veludo, denominado falso – veludo, pois é uma malha aveludada, que dá uma aparência molhada. O conceito da Retrô Glam mescla não apenas vários estilos, mas também diversas referências de música, idade e gêneros. Com a coleção Retrô Glam, a MESCLÔ tem como objetivo resgatar a memória dos Anos Dourados. Segundo as estilistas Gabriela Ribeiro e Luana Gonçalves, “o Rio de Janeiro é uma cidade muito rica, presente na nossa história, e sempre acaba servindo com muitas inspirações”. Elas acreditam que a coleção conseguirá emocionar, seguindo a proposta da marca de encantar, informar e materializar os acontecimentos da história nas peças. Contatos: Gabriela Ribeiro – (31) 9 92727234 gabi_ribeiro1@hotmail.com Luana Gonçalves – (31) 9 92237537 luanatgon@gmail.com
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Macrotendência
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Macrotendência
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As macrotendências aqui citadas são movimentos comportamentais presentes na sociedade atual, que para o público Mesclô possuem relevância e, de certo modo causam impacto na vida do mesmo. A valorização do feminino, a importância da mulher e suas lutas sociais como o Feminismo, por exemplo, são ideias defendidas pela mulher Mesclô. A ideologia de que o lugar da mulher é onde ela quiser, é o que o público da marca acredita. Mulheres livres dos padrões patriarcais estabelecidos, autônomas com seus direitos e deveres garantidos sem preconceitos de gêneros é a realidade que elas anseiam. Todo e qualquer movimento social e histórico atrelado ao artístico encanta a cliente Mesclô. Por isso, a valorização do handmade (feito à mão) é muito apreciado pelo público da marca. Não só nas roupas, mas também na forma de levar a vida, as práticas mais simples, o ecofriendly (valorização da natureza e cautela com a mesma), que demonstram o resgate as origens são o que as mulheres Mesclô buscam. A quebra de estereótipos já convencionais e tradicionais da sociedade, é um assunto que chama a atenção do público Mesclô. A juventude empoderadora, é um dos assuntos mais comentados atualmente, na qual a idade não limita e não caracteriza mais as gerações. Há jovens que estão se tornando influentes, não só demonstrando beleza física, como também, mostrando conteúdo, pois já conseguem transmitir originalidade não só na maneira de se vestirem como na forma de agirem. Uma forte aliada dessa geração, são as redes sociais, pois por meio delas as informações viralizam e geram uma legião de fãs. Também é percebido que cada vez mais pessoas da terceira idade vem mostrando que o peso da idade é representado apenas nos números, já que é possível alcançar a juventude em qualquer idade. O público Mesclô acredita que a idade não funciona como um limitador. As pessoas através do seu lifestyle podem fazer parte de qualquer tribo, desde que seja uma mudança e uma aceitação de dentro para fora, prezando sempre o seu bem-estar e o equilíbrio.
Mesclô Inverno 2017
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Macrotendência 58 Mesclô Inverno 2017
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Tendências da estação
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Tendências da estação
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As tendências foram selecionadas a partir de uma pesquisa entre fontes de fóruns de tendências e a análise dos desfiles das últimas semanas de moda voltadas para o inverno 2017. Elas baseiam-se em três conceitos, são eles: o retrô, o cotidiano e o de movimento. O conceito retrô está representado pelo Dourado que além de representar ostentação, ele remete ao luxo da época e ao nome do tema “Anos Dourados”e traduz na coleção um sentimento de glamour. O xadrez além de ser muito visto nas passarelas, representa de forma clara o conceito retrô como superfície, ou seja, estampa. Para completar esse conceito, as cores que complementam e remetem a essa ideia são: o Pink, Rosa claro e Azul claro. O conceito de movimento será representado pelo Veludo, tecido muito presente nos desfiles atuais. E para remeter a ideia do cotidiano os principais elementos utilizados serão: o Verde militar, também muito presente nas passarelas, além das estampas geométricas, listras e quadriculados, remetendo a modernidade e ao despojamento do público. Além dos conceitos apresentados anteriormente, há também duas das principais tendências vistas nas semanas de moda, são elas: o plissado e a silhueta X. Dessa forma, além de representarem a década abordada, são as apostas para a coleção de Inverno 2017 da marca Mesclô.
Mesclô Inverno 2017
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RETRÔ
Mesclô Inverno 2017
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PINK
Jeremy Scott, Inverno 2017.
Tendências 66 Mesclô Inverno 2017
Public School, Inverno 2017.
Stella Mccartney, Inverno 2017.
DOURADO
Off White, Inverno 2017 RTW.
Chanel, Inverno 2017 RTW.
Hermés, Inverno 2017 RTW.
Mesclô Inverno 2017
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XADREZ
Victoria Backham, Inverno 2017.
Tendências 68 Mesclô Inverno 2017
Chanel, Inverno 2017.
Coach, Inverno 2017.
AZUL CLARO
Carolina Herrera, Inverno 2017.
MIU MIU, Inverno 2017.
Versace, Inverno 2017.
Mesclô Inverno 2017
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70 MesclĂ´ Inverno 2017
COTIDIANO
Mesclô Inverno 2017
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LISTRAS
Carolina Herrera, Inverno 2017.
72 MesclĂ´ Inverno 2017
Tommy Hilfiger, Inverno 2017
Victoria Backham, Inverno, 2017.
VERDE MILITAR
Phiilip Lim, Inverno 2017 RTW.
Public School, Inverno 2017 RTW.
Emilio Pucci, Inverno 2017 RTW.
Mesclô Inverno 2017
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74 MesclĂ´ Inverno 2017
MOVIMENTO
Mesclô Inverno 2017
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VELUDO
Givenchy, Inverno 2017.
Valentino, Inverno 2017.
Stella Mccartney, Inverno 2017.
Tendências da estação
76 Mesclô Inverno 2017
MesclĂ´ Inverno 2017 77
78 MesclĂ´ Inverno 2017
TENDÊNCIAS DOS DESFILES INTERNACIONAIS
Mesclô Inverno 2017
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Tendências dos Desfiles Internacionais Inverno 2017
SILHUETA X
Diesel Black Gold, Inverno 2017.
80 Mesclô Inverno 2017
Carolina Herrera Inverno 2017.
Fausto Puglisi, Inverno 2017.
Tendências dos Desfiles Internacionais Inverno 2017
PLISSADO
Givenchy, Inverno 2017.
Stella Mccartney, Inverno 2017.
Valentino, Inverno 2017.
Mesclô Inverno 2017
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82 MesclĂ´ Inverno 2017
Cartela de cor
MesclĂ´ Inverno 2017
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Cartela de cor
84 MesclĂ´ Inverno 2017
A escolha das cores resultou de uma mistura entre as cores que fazem referência ao tema, cores das tendências da estação do Inverno 2017 e cores referentes ao “DNA” da marca. Entre elas foram escolhidas: Preto, Branco Honey*, Mazarine Blue*, Cypress*, Bombay brown*, Chocolate brown*, Rutabaga*, Blue atoll *, Raspberry rose*, Serenity *, Rosa quartz*, Persimmon*, Spicy mustard*, Scarlet sage*, Magenta purple*. (*Nomenclatura de acordo com a PANTONE). As cores mais sérias e sóbrias são para retratar a maturidade da década de 50, principalmente a das mulheres mais velhas. Já as cores mais alegres, representam a juventude e a espontaneidade dos jovens da época. E por fim, as cores mais vivas, são as representantes do “DNA” da marca englobando o espírito descontraído e despojado da cidade do Rio de Janeiro.
Mesclô Inverno 2017
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Cores Dominantes
PLUMAS C = 00 M = 54 Y = 02 K = 00 NAVY C = 100 M = 74 Y = 32 K = 68
GLAM C = 85 M = 55 Y = 88 K = 69 BLUSH C = 18 M = 90 Y = 24 K = 00 CHIC C =00 M = 00 Y = 00 K = 00
BLACK C = 92 M = 79 Y = 62 K = 98 BIQUINI C = 00 M = 89 Y = 81 K = 00
86 Mesclô Inverno 2017
Cores Tonalizantes MISS C = 84 M = 100 Y = 39 K = 59
KIT C = 00 M = 54 Y = 02 K = 00
NATURAL C = 28 M = 73 Y = 100 K = 27 PALACE C = 37 M = 72 Y = 84 K = 21 HONEY C = 00 M = 35 Y = 93 K = 00
Cores Intermediárias STAR C = 00 M = 50 Y = 93 K = 00
KISS C = 26 M = 100 Y = 98 K = 27 AREIA C = 12 M = 18 Y = 38 K=1
Mesclô Inverno 2017
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Cartela de Tecidos
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Cartela de Tecidos
90 MesclĂ´ Inverno 2017
Os tecidos utilizados para a coleção de inverno 2016 foram escolhidos de acordo com o tema e DNA da marca. Serão usados tecidos leves, já que o público vive em um país tropical. São eles: a musseline, o tule com efeito de transparência, a Seda Gloss e o crepe com o toque um pouco mais encorpado. No entanto, há alguns que são característicos do inverno, como o Veludo, que faz parte das tendências da coleção, a pele sintética e o tricô. O Shantung, apesar de ser mais utilizado para peças de festas, ganhou espaço na coleção por ser um tecido elegante e de tonalidade cintilante, fazendo referência ao tema Anos Dourados. Outro tecido como Alpa Seda e Crepe Camile foram utilizados como forro. Já a Renda e o Tule bordado de poá foram introduzidos para incrementar os detalhes e a beleza dos looks. Quanto a sarja e ao linho, ambos são utilizados para dar um aspecto jovial à coleção.
Mesclô Inverno 2017
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PELE SINTÉTICA Composição: 100% Poliéster Fornecedor: Visual Tecidos Preço: R$ 80,00-1m
SHANTUNG Composição: 100% Poliéster Fornecedor: Casa das Fábricas Preço: R$ 21,90 – 1m.
TULE Composição: 100% poliamida Fornecedor: Casa das Fábricas Preço: R$ 60,00-1m.
92 Mesclô Inverno 2017
MUSSELINE Composição: 100% Poliéster Fornecedor: Casa das Fábricas Preço: R$ 7,90 – 1m.
SEDA GLOSS Composição: 96% Poliéster 4% elastano Fornecedor: Gama Têxtil Preço: R$ 15,90 – 1m.
RENDA Composição: 100% Poliéster Fornecedor: Casa das Fábricas Preço: R$ 69,90 – 1m.
CREPE Composição: 100% Poliéster Fornecedor: Gama Textil Preço: R$ 15,90 – 1m.
LINHO Composição: 100% Linho Fornecedor: Casa das Fábricas Preço: R$ 29,90 – 1m.
SARJA Composição: 100% Algodão Fornecedor: Visual Tecidos Preço: R$ 30,00 – 1m.
VELUDO Composição: 100% Poliéster Fornecedor: Visual Tecidos Preço: R$29,90- 1m.
ALPA SEDA Composição: 100% Acetato Fornecedor: Casa das Fábricas Preço: R$ 14,80
TRICO Composição: 80% acrílico 20% poliester Fornecedor: Absoluta Textil Preço: R$19,90 – 1m.
MALHA TWEED Composição: 97,5 % Elastano, 2,50 % Viscose Fornecedor: Absoluta Textil Preço: R$ 49,90 – 1m.
Mesclô Inverno 2017
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Cartela de Aviamentos Cartela de Aviamentos
MesclĂ´ Inverno 2017
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Cartela de Aviamentos
96 MesclĂ´ Inverno 2017
Os aviamentos foram utilizados para o melhor acabamento das peças, conferindo-lhes beleza para os detalhes e a delicadeza do feito à mão, representado pelos bordados, linhas e miçangas, além de remodelagens. Para estruturação dos tecidos foram utilizados entretelas. O fechamento das peças foi realizado por botões fixos em calças de sarja, botões pequenos e zíperes invisíveis para resultar em acabamentos graciosos. Há também formas aplicadas representando o Rock, como os rebites que brincam com cores entre si, trazendo mais leveza e harmonia para as peças.
Mesclô Inverno 2017
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BOTÕES FIXOS Fornecedor: Aldas Preço: R$ 0,20 - 1 Unidade.
ENTRETELA Fornecedor: Aldas Preço: R$ 3,80 – 0,30 m.
CORDÃO DE SÃO FRANCISCO Fornecedor: Aldas Preço: R$ 10,00 -1m.
98 Mesclô Inverno 2017
BOTÕES PEQUENOS Fornecedor: Aldas Preços: R$ 0,30 - 5 Unidades.
CORDA ACETINADA Fornecedor: Aldas Preço: R$ 4,00-1m
REBITES COLORIDOS Fornecedor: Scápole Preço: R$ 10,00- 1 cartela
REBITES CALÇA JEANS Fornecedor: Armarinho Mar-tins Preço: R$ 2,00- 1 unidade.
ELÁSTICOS Fornecedor: Aldas Preço: R$ 2,40 - 0,50 m.
CORDA CAMURÇA Fornecedor: Armarinho Martins Preço: R$ 20,00-5m
ZÍPER INVISÍVEL Fornecedor: Aldas Preço: R$ 1,75 – 0,20 m.
COLCHETE DE GANCHO Fornecedor: Aldas Preço: R$ 2,79 – 20 unidades
ZÍPER COMUM Fornecedor :Aldas Preço: R$ 1,20 – 0,20 m
MIÇANGAS Fornecedor: Aldas Preço: R$ 3,00 – 1 pacote.
Mesclô Inverno 2017
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Cartela de Matérias
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Cartela de MatĂŠrias
As matérias de superfície adicionadas à coleção foram escolhidas primeiramente pela delicadeza e glamour, representados pelo bordado, valorizando o feito à mão. Há também aplicação de pele sintética, que foi traduzida para o estilo do público. Outro material que simboliza uma parte do tema é a aplicação de rebites, que faz referência ao rock, porém de forma alegre e com cores. E por fim, a aplicação de tranças como cintos para marcação da cintura. As remodelagens foram utilizadas como uma brincadeira de listras com transparências e o tricô que se adequam ao inverno, o patchwork de rendas para dar elegância e as pregas, dando volume e movimento às peças. E como principal matéria, as matérias de beneficiamento representada pelas estampas, começando com as com cores e formas mais sérias e rígidas e aos poucos se destacando com cores vivas e dando mais movimento as imagens. As estampas da família primor possuem cores mais sóbrias, para representar a maturidade, com flores retrô e o xadrez. As estampas da família Brotos retratam o estilo navy e a estampa de lenço, simboliza o acessório mais utilizado na década. Para caracterizar os estilos musicais, a família Bossa Rock, tem a estampa de violão que faz referência ao Rock e a Bossa Nova, e a estampa de quadradinhos que representa a alegria trazida pela música. A família Buxixos é caracterizada pelas pin-ups nomeadas de “Garotas Mesclô”, que fazem referência às “Garotas do Alceu” e a estampa da revista Mesclô com o conteúdo feminista. E por último a família Fuzarca com as ondas reproduzindo o morro dois irmãos e a pintura de Copacabana que foi traduzida para uma foto antiga dando o aspecto retrô.
104 MesclĂ´ Inverno 2017
Superfície
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Bordado Colorido Tecido: Veludo
Bordado Corrente Tecido: Veludo
Aplicação Pele Sintética e Renda Tecido: Shantung
Pompons Tecido: Pelé sintética
106 Mesclô Inverno 2017
Bordado colorido flores miçangas Tecido: Veludo
Bordado de linha branco Tecido: Sarja e linho
Cinto Tranças
Pin-up Nara
Tule bordado
Estampa Elvis
Pin-up Cindi
Pin-up Bela
Estampa Revista Mesclô
Aplicação dos rebites coloridos
Mesclô Inverno 2017 107
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Beneficiamento
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Estampa flores no xadrrez Estampa Listras Flores
Xadrez militar Estampa Listras Azul Estampa Violão Boss Rock
Flores retrô Estampa Lenço
Estampa onda de flores
Estampa flores moças
Estampa lenço
Estampa listras flores
Estampa listra azul
Estampa Violão bossa rock
110 Mesclô Inverno 2017
Estampa quadro musical
Estampa ondas do Rio
Estampa Garotas MescĂ´
Xadrez Girls
Estampa Rio Old
Tingimento Rosa
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112 MesclĂ´ Inverno 2017
Remodelagem
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Patchwork Rendas Patchwork Patchwork Patchwork rendas rendas rendas
Patchwork Patchwork rendas rendas
Tiras Veludo e Tule
Tiras Veludo e Tiras Tiras Veludo Veludo ee Tule Tule Tule
Tiras Veludo e Tiras Veludo e Tule Tule
Plissado Plissado Plissado
Pregas Pregas Pregas
Plissado Plissado Plissado Tecido: Musseline
PregasPregas Pregas
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Tricô Tricô Tricô Tricô Ponto meia, canelado
Tricô Tricô
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Mapa da coleção
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Formas e Silhuetas
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Formas e Silhuetas
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Os anos 50, denominados “ Anos dourados”, foi uma década marcada pelo período pós-guerra. Os anos reflexos foram muitos, em vários inclusive no Brasil, principalmente em 50, deixados denominados “ Anos dourados”, foi países, uma década marcada pelo período pós-guerra. cidades maisdeixados populosas e desenvolvidas como era o caso do RionodeBrasil, Janeiro. Neste contexto, Os reflexos foram muitos, em vários países, inclusive principalmente em surgiu uma silhueta que se associou fortemente desse valorizando o corpo cidades mais populosas e desenvolvidas como as eramulheres o caso do Rio período, de Janeiro. Neste contexto, feminino e resgatando e o glamour das mulheres. silhuetavalorizando X (New Look) foi surgiu uma silhueta queasefeminilidade associou fortemente as mulheres desse A período, o corpo criada poreChristian Dior,a efeminilidade logo virou moda entre as mulheres da época. A busca feminino resgatando e o glamour das mulheres. A silhueta X pelo (Newresgate Look) da foi feminilidade, é o motivo no qual essa silhueta será utilizada. Além dela, também serão utilizadas criada por Christian Dior, e logo virou moda entre as mulheres da época. A busca pelo resgate da também as silhuetas H no e aqual A, que noutilizada. final dosAlém anosdela, 50, também expressando ideia de feminilidade, é o motivo essaapareceram silhueta será serãoautilizadas contemporaneidade Além disso, no elasfinal representam o “DNA” adaideia marca. também as silhuetase Hmodernidade. e a A, que apareceram dos anos também 50, expressando de contemporaneidade e modernidade. Além disso, elas representam também o “DNA” da marca.
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Coleção Retrô Glam: Processo criativo das Famílias e a coleção.
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Coleção Retrô Glam: Processo criativo das Famíliase a coleção.
132 Mesclô Inverno 2017
A coleção Retrô Glam foi dividida de acordo com o comportamento social, mídias, música e moda relacionados aos anos 50. Ela possui 5 famílias, entre elas a Primor retratando as mulheres mais velhas, a família Brotos referente as mulheres mais jovens, a família Bossa Rock representando o estilo musical da época, a família Buxixos fazendo uma alusão as revistas da década e por fim a família Fuzarca evi-denciando os lugares que foram cenário para esse período.
Mesclô Inverno 2017 133
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Família Primor
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Família Primor
136 Mesclô Inverno 2017
A família primor tem como objetivo representar as mulheres da época, consideradas mais experientes. Recatadas e mães de família, tinham como exemplo, na moda, as grandes grifes do exterior e com o ideal de estilo de vida as damas estrangeiras e as damas cariocas da alta sociedade, que viajavam ao exterior e traziam as novidades para o Rio de Janeiro. Todo esse glamour e elegância foram representados nas peças com tecidos, que além de elegantes, são utilizados no inverno e valorizados tanto na década de 50 quanto pelo público da marca, como por exemplo a renda e a pele artificial. Os bordados e o patchwork foram introduzidos para ressaltar ainda mais a delicadeza das peças. A principal característica da família Primor, são as cores mais sóbrias, que realça a ideia de maturidade, já o dourado, faz alusão ao nome da coleção: “ Os Anos Dourados”, evidenciando o glamour dessa década. A silhueta X também está presente, valorizando o corpo feminino e representando o New look, criado para evidenciar a volta da feminilidade no período pós-guerra. Por fim, a família Primor juntou elementos elegantes traduzindo de forma jovial e deixando o visual romântico, revertendo a modelagem e o estilo dos looks para o público da marca.
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Família Brotos
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Família Brotos
156 Mesclô Inverno 2017
As jovens cariocas da década de 50 tinham como espelho as mulheres mais velhas, mães, tias e avós, porém devido ao período de guerra as mulheres tiveram que se tornar mais independentes, trabalhar e ao mesmo tempo cuidar do lar. Neste contexto, algumas mulheres não se contentaram em voltar ao cotidiano como donas de casa e algumas se rebelaram, com o objetivo de perpetuar e ampliar suas conquistas. Com essas novas ideologias rondando a cabeça de algumas mulheres, as jovens, chamadas de Brotos na época, também começaram a se espelharem nesse comportamento, buscando sempre a inovação e transgredindo os costumes desse período, tanto na forma de se vestirem como na forma de agirem. O estilo dessas moças era marcado visualmente por óculos de gatinho, lenços no pescoço, estilo navy e maquiagens delineadas com bocas vermelhas. Devido a esse contexto a família Brotos contém estampas delicadas e coloridas usando o rosa claro, mostarda, branco, em uma mistura de listras e florais, sendo traduzidas para um estilo praiano. A silhueta X, também é representada nessa família por ser uma silhueta característica da época. Já a silhueta H que foi mais utilizada no final dos anos 50, mostrando a forma como as jovens gostariam de se vestir a frente de seu tempo. Os tecidos mais leves, como seda gloss, foram introduzidos de forma que deixe os looks mais descontraídos. Já o veludo representa o inverno, além da sarja e do linho, dando um aspecto jeans. A calça cigarrete, a gola alta e canoa, eram valorizadas na época e atualmente também é uma grande tendência. Os Brotos foram representados pelo meio termo da moça mulher, que guarda em si os costumes da família, porém quer sempre mais. É a garota carioca, descontraída e autônoma.
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Família Bossa Rock
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Família Bossa Rock
174 Mesclô Inverno 2017
Os anos 50 ficaram conhecidos pela seriedade que dominava a personalidade das pessoas da época e por músicas melancólicas, como era conhecido o Bolero, cujo estilo não agradava aos jovens dessa década. A juventude estava cada vez mais ávida por diversão, buscando inovação e a incorporação da contemporaneidade em sua rotina. Em decorrência disso, os jovens criaram vários estilos musicais. No exterior, surgiu o Rock, com o famoso Rei Elvis Presley, enquanto no Rio de Janeiro, nascia a Bossa Nova, criada por um grupo de jovens que gostavam de falar sobre as belezas naturais do Rio, os amores e quaisquer ideias que remetessem à felicidade e tranquilidade. A família Bossa Rock busca ter como característica principal a transmissão da modernidade. A estampa do violão está presente na coleção, já que era o instrumento símbolo da Bossa Nova e o Rock. A estampa quadriculada transmite a ideia de modernidade e alegria, representando a visão dos jovens que pensavam a frente do seu tempo. As cores Azul claro, Rosa claro, complementadas pelo Azul marinho, Roxo e Vermelho, tem o objetivo de transmitirem o espírito leve, descontraído, moderno e inovador da Bossa Nova. Já o Preto e Branco, representam o Rock clássico. A mistura de elementos desses dois estilos musicais é o que traz irreverência e originalidade para essa família. A silhueta, assim como nas outras famílias, são X e H. A modelagem é básica e leve, já os tecidos utilizados são: Crepe, Seda Gloss e por fim o Veludo que caracteriza o inverno. Dessa forma, a inspiração para essa família veio a partir do estilo das mulheres da Bossa Nova, como por exemplo, Nara Leão e a Garota de Ipanema, e também o primeiro cantor de Rock Elvis Presley.
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Família Buxixos
Mesclô Inverno 2017 191
Família Buxixo
192 Mesclô Inverno 2017
A história da imprensa possui um papel muito importante a serviço de toda uma sociedade. No século XX, principalmente na segunda metade, devido aos avanços tecnológicos, o formato de levar a informação para a população modernizou-se. Dessa forma, reproduzir e compartilhar notícias tornou-se um hábito cada vez mais presente na vida das pessoas. Dentre todos os veículos de âmbito comunicacional, as revistas impressas merecem destaque. Elas influenciavam diretamente na vida e na forma de pensar das pessoas desse período, principalmente para as mulheres, por servirem como verdadeiros guias de comportamento. Dentre as várias revistas, a família Buxixos enfatizou a revista O Cruzeiro, principal revista brasileira ilustrada do século XX, juntamente com a presença das Garotas do Alceu. O nome Buxixos remetese a nomenclatura da época para definir os fuxicos, fofocas e boatos retratados nas revistas. Nessa família, o objetivo foi criar looks muito coloridos, com a presença de muitas estampas. Com a ideia de trazer a função das revistas da época para o contexto atual, foram criadas frases e estampas feministas, contrapondo a ideia do machismo muito imposto às mulheres e vivenciado pelas mesmas na década de 50. No contexto atual, foi defendida a ideia de que a mulher deve sentir-se livre para ser e viver da forma como quiser, sem depender da aprovação de terceiros. Foram utilizadas cores mais vibrantes e coloridas que também fazem alusão às Garotas do ilustrador Alceu Penna. Já as silhuetas escolhidas foram a A e a H, tornando os looks mais despojados e dando fluidez para coleção.
Mesclô Inverno 2017 193
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Família Fuzarca
Mesclô Inverno 2017 209
Família Fuzarca
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Os lugares que mais marcaram os anos 50 no Rio de Janeiro foram fundamentais para a inspiração da família, desde os pontos mais elegantes, como Copacabana Palace, Casa Canada, aos pontos turísticos e pontos de encontro entre os jovens ao som das músicas dessa década. A principal característica da família são as estampas, representando as praias do Rio, o pão de açúcar e o morro dois irmãos, que além de retratar os lugares, tem traços retrô. As cores utilizadas são mais quentes dando um maior destaque a essa família, já que os lugares evidenciados e a paisagem do Rio de Janeiro transmitem alegria. A silhueta se mantem na X, e também utilizando o tecido veludo, transmitindo a ideia de elegância dos anos 50 e o inverno. A modelagem utilizada foi inspirada pelo DNA da marca. O objetivo é retratar o Rio de Janeiro e sua beleza natural e trazer daquela época o ar revigorante que era transmitido pelos lugares marcados pela euforia.
Mesclô Inverno 2017 211
Família Fuzarca
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226 MesclĂ´ Inverno 2017
Painel Artístico
Mesclô Inverno 2017 227
Painel Artístico
228 Mesclô Inverno 2017
MesclĂ´ Inverno 2017 229
230 MesclĂ´ Inverno 2017
Painel de Segmentação
Mesclô Inverno 2017 231
Painel de Segmentação Contagem de peças masculino Família Primor Família Brotos Família Bossa Rock Família Buxixo Família Fuzarca Total
Calças Camisetas Jaqueta Blusa Bermuda de Frio 1 1 1 1 1 1 1
1
-
-
-
1
1
1
-
-
1
-
-
1
-
4
4
3
1
1
232 Mesclô Inverno 2017
Painel de Segmentação Contagem de peças Femininas Família Primor Família Brotos Família Bossa Rock Família Buxixo Família Fuzarca Total
Vestidos Calças Short Cropped Colete Hot Macacão Saia Camisa Jaqueta Pant / kimono 1 1 1 4 1 1 1 5 1 2 4 3 1 1
Blusa de frio 2 4
Short/ calça Saia 1 1
3
2
-
1
-
-
3
1
-
3
2
-
3
1
1
3
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-
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2
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3
3
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2
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4
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3
2
-
-
-
1
9
10
2
15
1
1
7
11
1
7
11
3
Mesclô Inverno 2017 233
234 MesclĂ´ Inverno 2017
TIPO DE APRESENTAÇÃO: DESFILE
Mesclô Inverno 2017 235
236 MesclĂ´ Inverno 2017
Looks Selecionados
MesclĂ´ Inverno 2017 237
Looks Confeccionados
238 MesclĂ´ Inverno 2017
MesclĂ´ Inverno 2017 239
Referências
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Apêndice
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INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE GRADUAÇÃO EM MODA
OS ANOS DOURADOS: A influência dos anos 50 na cidade do Rio de Janeiro representada na moda
ALUNOS: Gabriela Ribeiro Luana Gonçalves PROFESSORA ORIENTADORA: Geanneti Silva Tavares Salomón ÁREA DE PESQUISA: Historicidade, Cultura e Sociedade LINHA DE PESQUISA: História da Moda Brasileira
BELO HORIZONTE 2015 / 2º Semestre
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Gabriela Ribeiro Luana Gonçalves
OS ANOS DOURADOS A influência dos anos 50, na cidade do Rio de Janeiro, representada na moda
Artigo apresentado como requisito de avaliação do Curso de Graduação em Moda do Centro Universitário UNA, para aprovação parcial na disciplina TIDIR VI. Professora: Geanneti Tavares Salomon Produto final TCC: Coleção
BELO HORIZONTE 2015/ 2º Semestre
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OS ANOS DOURADOS: A influência dos anos 50, na cidade do Rio de Janeiro, representada na moda*
Gabriela Ribeiro1 Luana Gonçalves2
RESUMO
Pode-se dizer que os anos 50 são considerados um dos períodos mais emblemáticos da história, no contexto histórico, social e cultural, em relação ao universo da moda não seria diferente. O objetivo do presente estudo é apresentar a influência dos anos dourados, na cidade do Rio de Janeiro. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, em livros de renomados autores e artigos disponíveis na base de dados online com foco em histórias e relatos contextualizados desse período. Conclui-se que o contexto sociocultural dos anos 50, denominado anos dourados, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, deixou um legado significativo para o universo da moda. Como produto final desse trabalho, será realizada uma coleção inspirada nos Anos Dourados.
Palavras-chave: Rio de Janeiro. Anos 50. Moda. Comportamento.
1
* Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação para obtenção do titulo de bacharel no curso de moda, do Instituto de Comunicação e Artes do Centro Universitário UNA. Graduando em moda, no Instituto De Comunicação e Artes – ICA. E-mail: gabi_ribeiro1@hotmail.com
2
Graduando em moda, no Instituto De Comunicação e Artes – ICA. E-mail: luanatgon@gmail.com
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1 INTRODUÇÃO O tema desse artigo tem como proposta pesquisar os anos 50 e todo o contexto dessa época, como todos os fatos importantes que impactaram a vida das pessoas nesse momento histórico e influenciaram a construção da identidade da moda nacional. A década de 50 foi um período de grande efervescência cultural. Diversos acontecimentos geraram grandes mudanças na vida e no modo de pensar das pessoas da época. Compreender as fases desse período contribui para o entendimento da evolução histórica, social e cultural a partir desse momento. Tal evolução englobam as questões comportamentais, sociais, a influência dos meios de comunicação e da música que ocorreram na cidade do Rio de Janeiro e, por conseguinte, influenciaram não só a sociedade da época, mas também os dias atuais. Assim, tem-se como objetivo geral apresentar a influência dos anos dourados no universo da moda, na cidade do Rio de Janeiro. Como objetivos específicos tratou-se de: identificar como as mulheres desse período se vestiam; o que faziam e, principalmente, os seus costumes; demonstrar a influência das mídias de comunicação: imprensa, televisão; revistas e jornais; evidenciar a influência da Bossa Nova e do Rock na moda. Justifica-se a motivação da presente pesquisa, a possibilidade de reconhecer a importância da grande influência que a década de 50 teve e que se perpetuou em vários setores da sociedade, além de favorecer o resgate de momentos históricos importantes que foram essenciais para a inspiração da moda nacional. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica em livros de renomados autores e artigos disponíveis na base de dados online com foco em histórias e relatos contextualizados desse período, bem como alusão a trabalhos já realizados com maestria, como é o caso da pesquisa de mestrado realizada por Gabriela Penna sobre Alceu Penna no ano de 2007, no Centro Universitário SENAC, São Paulo. Dessa forma, tratou-se dos anos 50 como inspiração para a coleção do Inverno 2017, na qual apresentaremos como trabalho de conclusão de curso da Graduação em Moda do Centro Universitário UNA. 2 ANOS DOURADOS Os anos 50 são reconhecidos até hoje como “Os Anos Dourados”, uma época marcada pelo pós-guerra, na qual se pôde perceber a chegada de novos avanços tecnológicos e científicos. É conhecido como os Anos Dourados, pois foi o período no qual as pessoas tornaram-se mais otimistas, com o fim da 2ª Guerra Mundial, as mulheres despertaram-se para a feminilidade e o glamour envolvido em eventos sociais, bailes e casas noturnas vieram à tona. As revistas retomaram assuntos otimistas e o principal marco foi a chegada da TV no Brasil, a qual proporcionou às pessoas uma nova forma de acesso à informação e ao entretenimento, modificando assim o modo de agir e pensar dos novos telespectadores. Os novos estilos musicais também provocaram mudanças nessa época. Surgiu a Bossa Nova, estilo musical que revolucionou a música popular brasileira.
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2.1 As mulheres dos anos 50 Os Anos 50, segundo Prado e Braga (2011), foi um período muito marcante para as mulheres em relação ao comportamento e ao estilo de vida. Enquanto no Brasil deslumbrava-se com os detalhes da alta costura, no exterior, no período pós-guerra os países tentavam se reerguer, criando uma nova forma de produção, o prêt-à-porter, fato que revolucionou o mundo da moda. O Brasil também sofreu consequências com a guerra, o que ocasionou diversos acontecimentos no final desse período que marcaram o país. Segundo os autores citados anteriormente, surgiram novas oportunidades de melhorias econômicas com a abertura de grandes empresas nacionais, que se destacaram no mercado mundial. Tais melhorias repercutiram no cotidiano da população e, sendo o Rio de Janeiro a capital da República nessa década, as consequências das novidades deixavam seus resultados primeiramente lá. Uma das indústrias que trouxe profundas mudanças para a vida das mulheres cariocas foi a indústria da moda. De acordo com Prado e Braga (2011), nesse período surgiu o prêt-à-porter na Europa, com um conceito de “ready-to-wear”, uma forma de fabricação maior e mais rápida que a da alta-costura. As peças não eram tão perfeitas como as feitas à mão, mas também não eram tão ruins quanto às de confecção em série. De acordo com os autores, “Iniciava-se um processo que muitos definem como democratização da moda, ou seja, a transposição da moda – antes vinculada ao status de produção única e sofisticada para a roupa industrializada” (PRADO; BRAGA, 2011, p.191). Ainda de acordo com os autores acima citados, a moda ganhou espaço nesse período e começou a ser valorizada. Os grandes costureiros da Europa eram imitados em todo o mundo, inclusive no Brasil. As mulheres da época aprendiam a costurar, pois era um costume de família. Além disso, as moças deveriam saber cozinhar, cuidar da casa e zelarem por uma boa reputação. Com o aprendizado da prática da costura, surgiu o ofício de costureiro, que buscava inspiração em modelos internacionais, o que satisfazia o desejo das clientes da época, para as quais era sempre importante estarem bem vestidas e elegantes. Um dos costureiros internacionais que se destacou na década de 50 foi Christian Dior, sendo uma grande inspiração para os costureiros cariocas, revolucionando a moda da época com o seu New Look, a sua coleção em silhueta ampulheta e as saias rodadas até os joelhos, sempre afinando a cintura, além de blusas estruturadas. O New Look foi um marco na vida das mulheres, indo contra a masculinização das mesmas e defendendo a volta da feminilidade e sofisticação feminina. “A maquiagem, até então leve, passou a ser bem delineada, com batom marcando os lábios, olhos desenhados com rímel, sombra variando do marrom ao verde-jade e sobrancelhas arqueadas” (PRADO; BRAGA, 2011, p. 193). Um dos ícones da moda no Brasil, que apresentava ao Rio de Janeiro toda a moda estrangeira, foi Danuza Leão. Jovem de classe média, frequentadora dos locais que faziam parte do cotidiano da alta sociedade tornou-se popular na época. Danuza gostava de ser o centro das atenções e sendo irreverente, conquistou a fama, e foi capa de todas as revistas nacionais de destaque dos anos 50 (PRADO; BRAGA, 2011). Mesclô Inverno 2017 249
As mulheres desse período eram bem recatadas, não podiam sair sozinhas na rua, apenas acompanhadas. Ir para a rua era quase um evento, no qual as mulheres se arrumavam e mantinham-se graciosas. Apesar de a época exigir uma postura recatada das moças, eram inevitáveis as mudanças ocorridas a cada década, e com elas a chegada de novidades, como por exemplo, os biquínis que surgiram nas praias do Rio de Janeiro. Segundo Prado e Braga (2011), já se usavam biquínis mais cavados, que destacavam as mulheres mais encorpadas. Os sutiãs eram bem armados realçando os seios das mulheres, ou seja, havia uma necessidade de evidenciar as curvas femininas com exuberância. Enquanto as mulheres mais velhas eram requintadas, as mais jovens da época se inspiravam na moda descolada proveniente dos Estados Unidos, como citam os autores:
Detalhe importante eram os óculos ‘gatinho’, repuxados, tendo os modelos mais exóticos formato de asas pontudas de borboleta. Para as mocinhas que pegavam carona nas lambretas, era indispensável o lencinho no pescoço (PRADO; BRAGA, 2011, p.196).
Nas palavras dos autores citados acima, graças às confecções nacionais, o Brasil se destacou no exterior exportando muito algodão, principalmente para os países europeus que eram grandes importadores desse produto. No entanto, esse tecido não era muito valorizado nacionalmente. Com a tentativa de valorizá-lo, as fábricas começaram a promover desfiles e concursos beneficentes com roupas feitas de algodão. Logo os desfiles alcançaram o seu êxito e repercutiram em todo o Brasil.
De acordo com Ibrahim Sued, repórter da revista Manchete, “De agora em diante, o título Miss Elegante Bangu é uma preocupação de todas as jovens do Brasil” (SUED, 2011, p. 202 apud PRADO; BRAGA, 2011). Com isso, surgiram os concursos de Misses, desfiles, eventos de beleza, bailes, dentre outros. Os concursos eram disputadíssimos no Rio de Janeiro, onde esses eventos iniciaram-se. Havia o Glamour Girl, Charm Girl e o Miss Brasil, que eram realizados no Golden Room do Copacabana Palace. A beleza e a elegância das candidatas eram fundamentais para que vencessem o concurso. Geralmente as concorrentes eram damas da alta sociedade e várias das ganhadoras tornavam-se ícones e inspiração a serem seguidos entre as mulheres daquela época.
As colunas sociais descreviam a vida de glamour que levavam as mulheres da alta sociedade. Elas falavam sobre a cultura e beleza dos lugares que visitavam e enfatizavam os vestidos vindos de Paris, os produtos de beleza, como as maquiagens. Além de descreverem a roupa com seu preço e maison comprada, descreviam também sobre a virtude dessas mulheres, e fotografavam-nas de corpo inteiro, ou em poses que remetiam ao cotidiano (PRADO; BRAGA, 2011). Alceu Penna, famoso ilustrador mineiro, que viveu nesse período no Rio de Janeiro, foi o criador da garota padrão do Rio. Ele se incomodava com a cópia e a falta de competência dos brasileiros de não terem capacidade de valorizar a autenticidade das mulheres brasileiras. Na opinião de Alceu, 250 Mesclô Inverno 2017
as mulheres brasileiras precisavam escapar da cópia dos vestidos importados, porque elas, por si só, apresentavam uma elegância sem igual e que as mais jovens tinham uma beleza notável, a qual não existia em nenhum outro lugar do mundo (GONÇALO JUNIOR, 2011). Nas palavras de Prado e Braga (2010), era crucial para as mulheres dos anos 50 conseguirem um bom casamento e para isso elas precisavam, além dos dotes domésticos, apresentarem uma postura e conduta impecáveis. Partindo desses quesitos, Maria Augusta Nielsen (1923-2009) que trabalhava no Ministério da Cultura no Rio de Janeiro, criou a Socila (Sociedade Civil pela Integração Literária e Artística), uma empresa de etiqueta, refinamento e beleza. Tal sociedade era tão famosa que seu nome na época era usado como adjetivo pelas moças. Após preparar as filhas de Juscelino Kubitschek, presidente da república na época, para debutar, a Socila foi legalizada pelo presidente por não existir outra empresa de etiqueta que se comprometesse a tratar da boa conduta das mulheres da época. A instituição foi a primeira da América Latina a reunir as moças de família da alta sociedade. As mulheres da década de 50, segundo Mary Del Priore (2004), costumavam ler revistas como Querida, Vida Doméstica, O Cruzeiro e Jornal das moças, as quais traziam reportagens referentes à moda, dicas de beleza, como cuidar da casa e dicas de como se ter uma conduta exemplar. O acesso feminino ao lazer aumentou e as mulheres mais influentes frequentavam tanto os clubes, como em geral as praias, principalmente a de Copacabana. Apesar do cenário do pós-guerra ter mudado a postura feminina, os homens deixavam nítido que ainda havia a diferença entre os gêneros, e as mulheres que lutavam pelos seus direitos eram mal vistas pela sociedade. Eram deveres das mulheres cuidarem do lar, de suas ocupações domésticas, e do bem estar dos seus respectivos filhos e maridos. O segredo da felicidade consistia em ter um casamento duradouro, no qual elas acatavam quaisquer que fossem as atitudes dos maridos, até mesmo as relações extraconjugais. Eram considerados quesitos determinantes para a qualificação da virtude de uma mulher: ser pura e casar-se virgem. O Brasil também sofreu consequências com a guerra, o que ocasionou diversos acontecimentos no final desse período que marcaram o país. Segundo os autores citados anteriormente, surgiram novas oportunidades de melhorias econômicas com a abertura de grandes empresas nacionais, que se destacaram no mercado mundial. Tais melhorias repercutiram no cotidiano da população e, sendo o Rio de Janeiro a capital da República nessa década, as consequências das novidades deixavam seus resultados primeiramente lá. Uma das indústrias que trouxe profundas mudanças para a vida das mulheres cariocas foi a indústria da moda. De acordo com Prado e Braga (2011), nesse período surgiu o prêt-à-porter na Europa, com um conceito de “ready-to-wear”, uma forma de fabricação maior e mais rápida que a da alta-costura. As peças não eram tão perfeitas como as feitas à mão, mas também não eram tão ruins quanto às de confecção em série. De acordo com os autores, “Iniciava-se um processo que muitos definem como democratização da moda, ou seja, a transposição da moda – antes vinculada ao status de produção única e sofisticada para a roupa industrializada” (PRADO; BRAGA, 2011, p.191).
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Ainda de acordo com os autores acima citados, a moda ganhou espaço nesse período e começou a ser valorizada. Os grandes costureiros da Europa eram imitados em todo o mundo, inclusive no Brasil. As mulheres da época aprendiam a costurar, pois era um costume de família. Além disso, as moças deveriam saber cozinhar, cuidar da casa e zelarem por uma boa reputação. Com o aprendizado da prática da costura, surgiu o ofício de costureiro, que buscava inspiração em modelos internacionais, o que satisfazia o desejo das clientes da época, para as quais era sempre importante estarem bem vestidas e elegantes. Um dos costureiros internacionais que se destacou na década de 50 foi Christian Dior, sendo uma grande inspiração para os costureiros cariocas, revolucionando a moda da época com o seu New Look, a sua coleção em silhueta ampulheta e as saias rodadas até os joelhos, sempre afinando a cintura, além de blusas estruturadas. O New Look foi um marco na vida das mulheres, indo contra a masculinização das mesmas e defendendo a volta da feminilidade e sofisticação feminina. “A maquiagem, até então leve, passou a ser bem delineada, com batom marcando os lábios, olhos desenhados com rímel, sombra variando do marrom ao verde-jade e sobrancelhas arqueadas” (PRADO; BRAGA, 2011, p. 193). Um dos ícones da moda no Brasil, que apresentava ao Rio de Janeiro toda a moda estrangeira, foi Danuza Leão. Jovem de classe média, frequentadora dos locais que faziam parte do cotidiano da alta sociedade tornou-se popular na época. Danuza gostava de ser o centro das atenções e sendo irreverente, conquistou a fama, e foi capa de todas as revistas nacionais de destaque dos anos 50 (PRADO; BRAGA, 2011). As mulheres desse período eram bem recatadas, não podiam sair sozinhas na rua, apenas acompanhadas. Ir para a rua era quase um evento, no qual as mulheres se arrumavam e mantinham-se graciosas. Apesar de a época exigir uma postura recatada das moças, eram inevitáveis as mudanças ocorridas a cada década, e com elas a chegada de novidades, como por exemplo, os biquínis que surgiram nas praias do Rio de Janeiro. Segundo Prado e Braga (2011), já se usavam biquínis mais cavados, que destacavam as mulheres mais encorpadas. Os sutiãs eram bem armados realçando os seios das mulheres, ou seja, havia uma necessidade de evidenciar as curvas femininas com exuberância. Enquanto as mulheres mais velhas eram requintadas, as mais jovens da época se inspiravam na moda descolada proveniente dos Estados Unidos, como citam os autores: Detalhe importante eram os óculos ‘gatinho’, repuxados, tendo os modelos mais exóticos formato de asas pontudas de borboleta. Para as mocinhas que pegavam carona nas lambretas, era indispensável o lencinho no pescoço (PRADO; BRAGA, 2011, p.196).
Nas palavras dos autores citados acima, graças às confecções nacionais, o Brasil se destacou no exterior exportando muito algodão, principalmente para os países europeus que eram grandes importadores desse produto. No entanto, esse tecido não era muito valorizado nacionalmente. Com a tentativa de valorizá-lo, as fábricas começaram a promover desfiles e concursos beneficentes com roupas feitas de algodão. Logo os desfiles alcançaram o seu êxito e repercutiram em todo o Brasil
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De acordo com Ibrahim Sued, repórter da revista Manchete, “De agora em diante, o título Miss Elegante Bangu é uma preocupação de todas as jovens do Brasil” (SUED, 2011, p. 202 apud PRADO; BRAGA, 2011). Com isso, surgiram os concursos de Misses, desfiles, eventos de beleza, bailes, dentre outros. Os concursos eram disputadíssimos no Rio de Janeiro, onde esses eventos iniciaram-se. Havia o our Girl, Charm Girl e o Miss Brasil, que eram realizados no Golden Room do Copacabana Palace. A beleza e a elegância das candidatas eram fundamentais para que vencessem o concurso. Geralmente as concorrentes eram damas da alta sociedade e várias das ganhadoras tornavam-se ícones e inspiração a serem seguidos entre as mulheres daquela época. As colunas sociais descreviam a vida de glamour que levavam as mulheres da alta sociedade. Elas falavam sobre a cultura e beleza dos lugares que visitavam e enfatizavam os vestidos vindos de Paris, os produtos de beleza, como as maquiagens. Além de descreverem a roupa com seu preço e maison comprada, descreviam também sobre a virtude dessas mulheres, e fotografavam-nas de corpo inteiro, ou em poses que remetiam ao cotidiano (PRADO; BRAGA, 2011). Alceu Penna, famoso ilustrador mineiro, que viveu nesse período no Rio de Janeiro, foi o criador da garota padrão do Rio. Ele se incomodava com a cópia e a falta de competência dos brasileiros de não terem capacidade de valorizar a autenticidade das mulheres brasileiras. Na opinião de Alceu, as mulheres brasileiras precisavam escapar da cópia dos vestidos importados, porque elas, por si só, apresentavam uma elegância sem igual e que as mais jovens tinham uma beleza notável, a qual não existia em nenhum outro lugar do mundo (GONÇALO JUNIOR, 2011). Nas palavras de Prado e Braga (2010), era crucial para as mulheres dos anos 50 conseguirem um bom casamento e para isso elas precisavam, além dos dotes domésticos, apresentarem uma postura e conduta impecáveis. Partindo desses quesitos, Maria Augusta Nielsen (1923-2009) que trabalhava no Ministério da Cultura no Rio de Janeiro, criou a Socila (Sociedade Civil pela Integração Literária e Artística), uma empresa de etiqueta, refinamento e beleza. Tal sociedade era tão famosa que seu nome na época era usado como adjetivo pelas moças. Após preparar as filhas de Juscelino Kubitschek, presidente da república na época, para debutar, a Socila foi legalizada pelo presidente por não existir outra empresa de etiqueta que se comprometesse a tratar da boa conduta das mulheres da época. A instituição foi a primeira da América Latina a reunir as moças de família da alta sociedade. As mulheres da década de 50, segundo Mary Del Priore (2004), costumavam ler revistas como Querida, Vida Doméstica, O Cruzeiro e Jornal das moças, as quais traziam reportagens referentes à moda, dicas de beleza, como cuidar da casa e dicas de como se ter uma conduta exemplar. O acesso feminino ao lazer aumentou e as mulheres mais influentes frequentavam tanto os clubes, como em geral as praias, principalmente a de Copacabana. Apesar do cenário do pós-guerra ter mudado a postura feminina, os homens deixavam nítido que ainda havia a diferença entre os gêneros, e as mulheres que lutavam pelos seus direitos eram mal vistas pela sociedade. Eram deveres das mulheres cuidarem do lar, de suas ocupações domésticas, e do bem estar dos seus respectivos filhos e maridos.
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O segredo da felicidade consistia em ter um casamento duradouro, no qual elas acatavam quaisquer que fossem as atitudes dos maridos, até mesmo as relações extraconjugais. Eram considerados quesitos determinantes para a qualificação da virtude de uma mulher: ser pura e casar-se virgem. Os anos 50 foram um período marcante para as mulheres brasileiras, principalmente as cariocas. De acordo com Prado e Braga (2011), as indústrias cresciam através da valorização da mulher. A forma com a qual se comportavam perante a sociedade, suas funções de dona de casa e esposa exemplar, fez com que surgissem aquelas que não concordavam com essa submissão feminina. Nesse sentido, o Rio de Janeiro também era composto pelas jovens rebeldes e as mulheres elegantes, que disputavam o destaque na sociedade. Assim, elas eram o centro de um contexto histórico que mostravam a essência e a importância da geração feminina dos anos dourados.
2.2 A imprensa e sua influência nos anos 50 De acordo com Marialva Barbosa (2007), a construção da história da imprensa, segue o mesmo movimento da “escrita da história”, entendendo o quão complexo é esse processo, no qual estão interligadas as relações sociais, culturais, falas e até mesmo aquilo que não foi dito, ou sequer publicado. A história da imprensa na cidade do Rio de Janeiro surgiu em 1808, é muito antiga. Mas foi no século XX, principalmente na segunda metade, que a questão tecnológica entrou em vigor e consequentemente trouxe inúmeras mudanças significativas no cenário do jornalismo impresso. Segundo a pesquisadora Marialva Barbosa (2007), é necessário perceber o quão a imprensa possui um papel importante a serviço de toda uma sociedade, é uma estrutura de poder e age como um vetor de manutenção da ordem vigente. O período dos anos 50 pode ser considerado como a década de maior modernização do jornalismo carioca, foi nessa época que os jornais ganharam poder, espaço e destaque. Transformaram-se assim, em verdadeiras ‘fábricas de notícias’. O modo de pensar e agir da sociedade da época se modificou e consequentemente o formato de transmitir as informações para os mesmos também. De acordo com Rodrigues (1977), os jornais foram atacados de uma doença grave: a objetividade, ou seja, possuíam como principal função: serem porta-vozes da modernização. No cenário de crescente expansão dos centros urbanos, o cotidiano das pessoas se tornava mais intenso e com isso a notícia não podia ser dada de forma literária, ela deveria então ser objetiva, direta e neutra. Essa última característica por sua vez, consistia na soma da imparcialidade e a padronização da linguagem. Para Ana Paula Goulart (2000), esse novo momento é onde o jornalismo adquire uma fala autorizada em relação à construção do real. Outro fato importante, citado por Barbosa (2007), para a execução das matérias jornalísticas foi o surgimento do LEAD, proveniente da expressão inglesa, que significa liderar. Essa regra inovou a maneira de se fazer notícia na imprensa brasileira dos anos 50 e perdura até os tempos atuais. 254 Mesclô Inverno 2017
Para Cláudia Mesquita (2007) citada por Marialva Barbosa (2007), a sociedade da década de 50 foi movida pela crença de serem capazes de construir uma nova sociedade, realizando uma reconstrução nacional. Dessa forma, houve espaço para as influências culturais e artísticas. O rádio se tornou mais popular, a TV chegou ao Brasil, as revistas, o teatro e o cinema ganharam espaço. A publicidade começou a sofisticar-se, utilizando de uma linguagem direta, com apelo visual maior, estimulando cada vez mais o consumo. Dentre todos esses veículos de âmbito comunicacional, as revistas impressas merecem destaque. As revistas influenciavam diretamente na vida e na forma de pensar da sociedade dos anos 50, principalmente para as mulheres. As revistas eram consideradas umas das mais significativas formas de entretenimento das mulheres da época, serviam como verdadeiros guias de comportamento. A revista O Cruzeiro, chegou às bancas no ano de 1928. A principal revista ilustrada brasileira do século XX, nasceu com o objetivo de se tornar um grande apelo editorial para as mulheres, ela inovou e introduziu novos meios gráficos e visuais na imprensa nacional (GONÇALO JUNIOR, 2010). Em 1938 estreiam “As Garotas” que segundo Gonçalo Junior (2010) foi um dos maiores hits de O Cruzeiro, das seções mais populares e influentes durante 26 anos interruptos, marcando e inovando o novo ritmo de vida moderna da sociedade. “As Garotas” eram sempre representadas por mocinhas alegres, inteligentes, levemente irônicas, irreverentes e verdadeiras representantes da emancipação da mulher ocidental. De acordo com a pesquisadora Márcia Trejo, “os anos de 1950 as pin-ups se tornaram a materialização de um ideal lúdico, amoroso e paradoxalmente, cotidiano” (TREJO, 2010 apud GONÇALO, 2010 p.106). Com isso, todas as jovens se espelhavam nessas garotas, tanto no jeito de vestir quanto na forma de agir. A revista O Cruzeiro nas palavras de Gonçalo Junior (2010), tinham como foco de público principal as mulheres, sendo que as seções de moda eram as mais lidas. Dessa forma, o autor afirma “Os anos de 1950 representariam para Alceu a consolidação do seu trabalho como pioneiro da moda no Brasil” (JUNIOR, 2010, p. 238).
2.3 A influência da música nos anos 50 O fim da 2ª Guerra Mundial também foi responsável pela mudança na forma de expressar os sentimentos através da música. Segundo Domenico (2008), os jovens brasileiros não tinham razões diretas para se conformarem com as trilhas sonoras melancólicas, as famosas “músicas de fossa” como era denominado o Bolero. Assim, com o objetivo de modificar e de se adequarem à colorida paisagem brasileira e ao clima otimista que rondava a década de 50, os jovens da época fundaram um novo formato de fazer música popular brasileira. Quando nasceu no Rio de Janeiro a Bossa Nova, a letra era composta, em sua maioria, por músicas que tinham como inspiração a própria cidade. O Rio de Janeiro, além de ser a capital política e cultural do Brasil, abrigava os cariocas que eram considerados a síntese da leveza do povo brasileiro, isto é, eram verdadeiros representantes da mistura de raças e culturas que caracterizavam o Brasil (DOMENICO, 2008). Mesclô Inverno 2017 255
De acordo com Domenico (2008), o estilo da Bossa Nova procurava integrar a harmonia, o ritmo e a melodia a toda obra do intérprete. O berço desse ritmo era o bairro de Copacabana, o que para Fonte e Menescal (2012), era o ponto de encontro dos bossanovistas, mais especificamente os encontros aconteciam no apartamento de Nara Leão (1942-1989), cantora considerada musa da Música Popular Brasileira (MPB). Esses encontros faziam com que a turma de jovens aprendesse a tocar o violão, que era um instrumento facilmente transportado de um local para o outro. Tanto o violão quanto o canto aveludado tornaram-se ícones característicos desse novo formato musical. Nas palavras de Domenico (2008), a música ‘Chega de Saudade’, composta por João Gilberto, foi considerada o marco zero da Bossa Nova. Outros compositores como Tom Jobim, Newton Mendonça e Sylvinha Telles foram responsáveis pela existência desse estilo musical. Dessa forma, a Bossa Nova renovou a autoestima do brasileiro, visto que é impossível resistir à beleza da sua melodia e da sua ginga sofisticada. A Bossa Nova surgiu na década de 50, e se fez presente como a mais legítima tradução da moderna música brasileira. Suas influências e seu legado perduram até os dias atuais. Em 1955, um fato revolucionou a vida dos jovens da década de 50 Era a chegada do Rock ao Brasil em um período, no qual o objetivo era representar toda uma geração de jovens loucos, ansiosos e que lutavam pela liberdade e igualdade de todos. Nesse contexto, surgiu o rock na versão carioca, tendo como principal intérprete Nora Ney, considerada símbolo da MPB. Seu papel foi de grande relevância para a influência no comportamento da maioria dos jovens da época. Já as influências externas, vindas dos EUA eram divulgadas pela revista O Cruzeiro que trazia para seus leitores todo esse universo do rock, com sua crueza e rebeldia, representadas pelos seus maiores ícones como: Elvis Presley (1935-1977), Bill Haley (1925-1981) na música e James Dean (1931-1955) no cinema (MORIZE, 1998). Entretanto, o Brasil valorizava jovens de bem e garotas de família para consolidar o ritmo nacional, e dessa forma, Tony e Celly Campello se tornaram “a cara” do rock brasileiro. Já a primeira banda desse estilo musical surgiu em 1957, no Rio de Janeiro e denominou-se: Turma do Matoso e era composta por Tim Maia, Erasmo Carlos, Arlênio Trindade e Roberto Carlos. Apresentavam-se no programa Clube do Rock, comandado por Carlos Imperial na TV Rio (MORIZE, 1998). Os anos 50, apenas marcam o início do rock e de suas infinitas influências, não só na maneira de fazer música, mas também nas questões comportamentais. O legado do rock é imenso, marcando não só uma década, mas uma geração. É um ritmo que se consolidou pelo seu grande impacto cultural e social, não só no Brasil, como no mundo todo.
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2.4 A influência da moda nos anos 50
As mudanças e as inovações dessa década, como já foram analisadas anteriormente, ocasionaram a chegada de novos costumes e comportamentos. Tais mudanças refletiram diretamente no modo como as pessoas se vestiam. A moda era o principal meio de representar e consequentemente de caracterizar os acontecimentos dessa época. Dessa forma, podemos relacionar a importância da moda para essa geração, pois, de acordo com Benarush (2012), as roupas são a materialização de um tempo, cultura e costumes. Os desfiles e as indústrias têxteis tiveram papéis fundamentais para ditar a moda, a elegância e a exuberância das mulheres com tecidos e modelagens que evidenciavam o corpo feminino, o deslumbre causado pela alta-costura com o surgimento do prêt-à-porter, o glamour dos bailes e dos eventos. Essas foram consideradas as características que marcaram esse período. Por outro lado, havia os jovens que se rebelavam, almejavam a liberdade e transgrediam as regras. Eles usavam roupas muito diferentes das quais eram consideradas o padrão da época, como por exemplo, as mulheres usavam calças cigarretes, rabos de cavalo e T-shirts buscando a liberdade que não tinham. Já os homens, denominados bad-boys, usavam jaquetas de couro, tênis, topete e óculos escuros (PRADO; BRAGA 2011). A imprensa da época também trouxe muitas referências para a moda, uma delas foram as Garotas do Alceu, publicadas na revista O Cruzeiro. De acordo com Gonçalo Junior (2010), essas Garotas eram a representação da mulher brasileira, que apesar dos traços americanos, inspiravam as mulheres da época não só no modo de vestir como nas ideologias e nas questões comportamentais representadas por elas. Com referência aos estilos de moda associados às músicas que representavam o espírito do tempo da juventude dos anos 50, pode-se dizer que a música influenciou diretamente a moda dos jovens se vestirem. O Rock era um estilo musical que transmitia aquilo que o jovem queria dizer para a sociedade, buscando a liberdade de expressão. A Bossa Nova também tinha esse mesmo objetivo, mas era realizada de uma forma mais suave e delicada, ambos os estilos, compartilhavam o objetivo de manifestar e apoiar a transgressão e, consequentemente, as vestimentas eram bem distintas. Em função dessas influências será realizado pelas autoras desse estudo uma coleção de moda da marca MESCLÔ para o Inverno de 2017. Pretende-se reunir e transmitir em suas roupas o comportamento dos anos 50. A coleção será dividida em cinco famílias: Primor, Broto, Buxixos, BossaRocky e Fuzarca. Cada uma contendo nove looks e ao final totalizando quarenta e cinco looks. Na coleção pretende-se trabalhar com estampas referentes a cada tema, com imagens e ilustrações inspiradas na época. A modelagem utilizada continuará seguindo o estilo da marca, com o formato mais simplificado. As silhuetas serão a X, evidenciando o corpo feminino, e a silhueta A e a H. Os tecidos serão além dos de algodão, que foram rdiais para a moda desse período, os de veludo, rendas e peles que retratarão de forma despojada, o luxo da época.
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A melhor forma de interpretar um tempo é reproduzi-lo e traduzi-lo para o presente. Pretende-se reavivar de forma clara e simples esse período tão importante da história, não se esquecendo de valorizar o DNA da marca MESCLÔ.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para compreender, a razão de comportamentos e atitudes vistos na sociedade atual é essencial resgatar as mudanças socioculturais e suas repercussões no passado. A oportunidade de poder relembrar a importância da década de 50 e de todo o seu impacto não só para a época, mas do seu legado para os dias atuais, foi de extrema relevância para inspirar o tema abordado.
Os Anos Dourados englobaram uma elevada efervescência cultura no Rio de Janeiro, que trouxe para a vida das pessoas e, consequentemente, para o universo da moda uma nova visão de mundo, com influência de vários setores para a moda, como por exemplo: a imprensa, a música, bem como os locais frequentados pela sociedade que se tornaram ícones da época.
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ABSTRACT
It can be said that the 50s are considered one of the most emblematic periods of history, in the historical, social and cultural context, in relation to the world of fashion would be no different. The aim of this study is to present the influence of the golden years in the city of Rio de Janeiro. To this end, we carried out a literature search in renowned authors of books and articles available on the online database focusing on contextualized stories and stories that period. We conclude that the socio-cultural context of the 50s, called golden years, mainly in the city of Rio de Janeiro, he left a significant legacy to the world of fashion. As a final product of this work, an inspired collection will be held in the Golden Years.
Key words: Rio de Janeiro. The 50â&#x20AC;&#x2122;s. Fashion Behavior.
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REFERÊNCIAS
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BENARUSH, Michelle. A memória das roupas. dObra[s] , v. 5, p. 113-117, 2012.
DOMENICO, Guca. Breve História da Bossa Nova. 1ª ed. São Paulo: Editora Claridade LTDA, 2008.
JUNIOR, Gonçalo. Alceu Penna e as garotas do Brasil Moda e Imprensa 1933 a 1975. 1ª ed. São Paulo: Amarilys Editora Manole, 2010.
MENESCAL, Roberto; FONTE, Bruna. Essa Tal de Bossa Nova. 1ª ed. São Paulo: Editora PRUMO, 2012.
MESQUITA, Cláudia. A cidade “Ao Rés do Chão”: Os cariocas por Sérgio Porto e Stanislaw Ponte Preta. Disponível em: <http://www.revistafenix.pro.br/vol13CMesquita.phb>. Acesso em: 21 jun. 2015.
MORIZE, André. Rock Brasileiro da década de 50. Disponível em: <http://whiplash.net/materias/biografias/000087.html>. Acesso em: 01 dez. 2015.
PRADO, Luís André do; BRAGA, João. História da Moda no Brasil “Das influências às autorreferências”. 2ª ed. São Paulo: Disal Editora, 2011.
PRIORE, Mary Del. História das Mulheres no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Editora Contexto, 2004.
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APÊNDICE FIGURA 1 – LOGOTIPO DA MARCA MESCLÔ
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FIGURA 2 – PAINEL DE PÚBLICO-ALVO DA MARCA MESCLÔ
FIGURA 3 – PAINEL DE ESTILO DA MARCA
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FIGURA 4– PAINEL DE INSPIRAÇÃO DE TEMA DA COLEÇÃO
FIGURA 5 - PAINEL DE INSPIRAÇÃO DE TEMA DA COLEÇÃO
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V
FIGURA 6 - PAINEL DE INSPIRAÇÃO DE TEMA DA COLEÇÃO
FIGURA 7 - PAINEL DE INSPIRAÇÃO DE TEMA DA COLEÇÃO
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FIGURA 8 - PAINEL DE INSPIRAÇÃO DE TEMA DA COLEÇÃO
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ANEXOS FIGURA 1 – NEW LOOK DIOR 1950
FONTE: <http://awhitecarousel.com/tag/christian-dior/> Acesso em: 07 de Dez. 2015, 08:19.
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FIGURA 2 – MISS BANGU DÉCADA DE 50
FONTE: <https://www.pinterest.com/pin/432978951652739335/> Acesso em: 07 de Dez. 2015, 08:26.
FIGURA 3 – GAROTAS DO ALCEU
FONTE: <http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/31790-as-garotas-do-alceu> Acesso em: 07 de Dez. 2015, 08:35.
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FIGURA 4 – REVISTA O CRUZEIRO
FONTE: <http://sobrearte-marcuspeixoto.blogspot.com.br/2011/05/revista-o-cruzeiro-deu-licoes-de-bom.html> Acesso em: 07 de Dez. 2015, 08:40.
FIGURA 5 – TOM JOBIM E JOÃO GILBERTO
FONTE: <http://smoothfm.iol.pt/artistas/biografia.aspx?id=1285> Acesso em: 07 de Dez. 2015, 08:42.
FIGURA 6 – ELVIS PRESLEY
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FONTE: <https://news.artnet.com/market/elvis-presleys-first-recording-sells-for-300000-216464> Acesso em: 07 de Dez. 2015, 08:49.
FIGURA 7 – PRAIA DE COPACABANA ANOS 50
FONTE: <http://farm4.static.flickr.com/3447/3241195310_23faaba7f7.jpg> Acesso em: 07 de Dez. 2015, 08:51.
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FIGURA 8 – BECO DAS GARRAFAS ANOS 50
FONTE: <http://www.rioquepassou.com.br/2012/09/07/rua-carvalho-de-mendonca-ou-beco-da-chave-anos-50/> Acesso em: 07 de Dez. 2015, 08:57.
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