Dayanna Isis Gomes Lima
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I want to be a Z-Boy
Belo Horizonte, Julho de 2013
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Trabalho para a obtenção parcial de nota na disciplina Projeto Experimental, ministrada pelo orientador Aldo Clécius Néris da Silva, no 6º período de Moda do Centro Universitário – UNA. Acadêmica: Dayanna Isis Gomes Lima
Belo Horizonte, Julho de 2013
AGRADECIMENTOS
Agradecer é uma tarefa difícil, pois muitas pessoas me ajudaram nesses três anos da faculdade, algumas vezes de maneira simplória com o incentivo de suas palavras, já outras vezes arcaram com alguma despesa de um trabalho que não pude pagar. Primeiramente agradeço aos meus pais Antônio e Silvânia que sempre estiveram ao meu lado e me propuseram a chance de estudar, sempre preocupados com a minha educação desde o início da minha alfabetização, me oferecendo uma educação que eles por consequência da vida não tiveram. Ao meu pai quero agradecer infinitamente seu apoio financeiro, pois apesar das dificuldades ele sempre me deu tudo o que estava a seu alcance, à minha tão inspiradora mãe, quero agradecer toda a sua luta pra me manter de pé nessa longa jornada, pois ela é a principal fonte de tudo o que eu faço, se eu consegui concluir essa etapa da minha vida hoje foi por incentivo dela e por ela, à minha avó Maria Benedicta quero agradecer infinitamente sua disposição em me ajudar em tudo que meu pai e eu não puderam arcar financeiramente, além do seu
carinho e sua força dedicados à essa grande família, já aos meus amigos um muito obrigado a todo apoio, incentivo e carinho, além do bom humor que me levantava sempre nos dias mais difíceis dessa trajetória, um obrigado especial aos que estiveram mais próximos de mim nesses últimos meses e aos que nunca se afastaram, mesmo que distantes: Alaíde, Ana, Andréia, Bárbara, Cabelo, Camila, Carla, Daniela, Didi, Eliza, Jonatan, Larissa, Leomar, Luciana, May, Míriam, Pedro, Rafa, Rafaelle, Rodrigo, Rogério e Vinícius, além de todos aqueles que participaram de alguma maneira na minha vida durante esses três anos, por fim, quero agradecer infinitamente aos meus professores, em especial à Renata Canabrava que me deu a oportunidade de estagiar na faculdade e ter um nova e construtiva experiência, à Fabiana Ballesteros e Juliana Barbosa que dedicaram parte do seu tempo dentro e fora do horário de aula às minhas dúvidas e á Aldo Clécius, Jane Leroy e Maria Adircila por suas excelentes dicas e por acreditarem no potencial do meu trabalho. A todos meu sincero muito obrigado!
RESUMO
Dayanna Lima nos três anos da faculdade de Moda no Centro Universitário UNA, desenvolveu uma marca de streetwear nomeada Northwest 71 ainda inativa no mercado. Seu trabalho de conclusão de curso é o ponto de partida para o início das atividades da Northwest 71 no mercado brasileiro online, a primeira coleção chamada “I want to be a Z-Boy” atravessa o hemisfério e volta no tempo, uma viagem para a California dos anos 70, onde um grupo primeiramente de surfistas chamado de Z-Boys, aprimora a prática do skate já popular nos anos 60 com manobras do surf, dando ao skate um novo estilo agressivo e único. Com referências tropicais e esportivas, Dayanna propõe em seu trabalho de conclusão de curso e ao mercado uma marca masculina de streewear nada tradicional ao mercado, com muitas cores, estampas, recortes, uso e mistura de tecidos não convencionais acompanhados do principal DNA da marca: o conforto.
Palavras-chave: Northwest 71; Z-Boys; Surf; Skate; California.
ABSTRACT
During three years of Fashion College at UNA - University Center, Dayanna Lima developed a streetwear brand called Northwest 71, still inactive in market. Her graduation project is the start of Northwest 71 activities in brazilian online market. The first collection named “I want to be a Z-Boy” crosses hemispheres and go back in time, a trip to 70’s California where a group initially formed by surfers, called Z-Boys, improves skateboarding practice, popular around 60’s, with surf stunts, creating an angressive and unique skateboarding style. With tropical and esportive references, Dayanna proposes in her graduation project and to market, a nontraditional streetwear brand for men, with a lot of colors, prints, clippings, use and mix of unconventional fabrics along with the brand’s main DNA: comfort.
Key-words: Northwest 71; Z-Boys; Surf; Skate; California.
SUMÁRIO
MEMORIAL DESCRITIVO // 14-15 Currículo BRIEFING DE NEGÓCIO // 16-27 Descrição geral da marca: estilo, atributos subjetivos, atributos físicos, nicho, segmento, gênero, concorrentes, canais de distribuição, margem de preço, diferenciais PÚBLICO ALVO // 24-27 Painel de público-alvo IDENTIDADE VISUAL // 28-49 Logotipo e símbolo Apresentação Logotipo e símbolo: versões positiva e negativa, tipografia, padrão cromático, área de proteção e redução mínima, grade de ampliação, usos indevidos APLICAÇÃO EM PAPELARIA // 44-49 Cartão de visita, timbrado, envelope ofício, tag, sacola de compra, sacola promocional, brindes
BRIEFING DE COLEÇÃO // 50-137 Z-BOYS: O ESTILO DE VIDA DOS Z-BOYS E SUA RELAÇÃO COM A MODA // 52-71 I WANT TO BE A Z-BOY // 72-137 Painel de inspiração Macrotendências Painel de macrotendências Tendências Painel de tendências Cores, cartela de cores Tecidos, cartela de tecidos Matérias, cartela de matérias Aviamentos, cartela de aviamentos Famílias Mapa de coleção Formas e silhuetas Desenvolvimento de coleção Apresentação final COLEÇÃO // 138-193 SURF CONCRETE // 140-151 SAVAGE STREET // 152-165 TROPICAL WAVE // 166-179 CALIFORNIA LOVE // 180-191 Painel de segmentação // 192-193 PAINEL ARTÍSTICO // 194-197 CROQUIS EXECUTADOS E FICHA TÉCNICA // 198-231 REFERÊNCIAS // 232-235
14
MEMORIAL DESCRITIVO Currículo
Dayanna Isis Gomes Lima, 21 anos, natural de Belo Horizonte – Minas Gerais, Bacharel em Moda. Filha única de família humilde, nascida no dia 6 de outubro de 1991, desde pequena Dayanna teve contato com a Moda, por conta da situação financeira de seus pais, as roupas usadas por ela eram confeccionadas por sua avó Maria Benedicta, sua tia Célia e a mãe, aos 10 anos já se interessava pela costura e criava suas próprias bonecas de pano, as roupas das bonecas e bolsinhas de maneira precária, feito à mão sem nenhuma instrução, assim aprendeu a costurar sozinha olhando sua mãe e sua tia utilizando a máquina de costura. No ano de 2005 fez um curso de computação básica na escola ETIMIG, iniciou curso de Francês na Oficina de idiomas em 2008, porém teve que sair para trabalhar, no mesmo foi jovem aprendiz a Auxiliar Administração na Fundação CDL, pode também participar do programa da Junior Achivement em parceria com a Fundação CDL, programa que lhe proporcionou experiência prática na construção e funcionamento de uma empresa, ocupando o cargo de gerente de produção. Iniciou o curso de Bacharel em Moda no Centro Universitário UNA no segundo semestre de 2012, por seis meses em 2011 teve a oportunidade de estagiar nos laboratórios da faculdade, assim obteve maior contato com os professores da faculdade e um grande aprendizado com costura e comunicação pessoal, já em 2012 trabalhou na loja Chari, empresa em
15
que aprimorou seus conhecimentos sobre Moda, aprendeu a estampar camisetas e outros ofícios com o controle de estoque e vendas, parte importante para o seu crescimento profissional. O ano de 2013 em que conclui seu curso pretende dar início ao funcionamento de sua empresa, uma marca de streetwear chamada Northwest 71, planejada durante um ano e meio, além disso, tirar carteira de motorista e estudar inglês para possivelmente fazer uma pós graduação no exterior e por conhecimento de uma língua estrangeira, futuramente quer iniciar uma pós graduação em Modelagem na cidade de Santa Catarina e em aproximadamente um ano e meio após a conclusão da faculdade, tem a pretensão de voltar a estudar, pois acredita que o futuro e o sentido da vida estão nos estudos. Por fim estuda a possibilidade de dar aulas no Peru a convite de um amigo por um curto período, afim de experiência de vida e profissional. Esse memorial descritivo é um trabalho de conclusão do curso de bacharelado em Moda; referente às disciplinas de Projeto experimental, Técnicas de apresentação e Seminários avançados; Sob avaliação dos Professores: Mariana Rodrigues, Jane Leroy, Geanneti Tavares e o Orientador Aldo Clécius. O conteúdo desse manual é referente à criação de uma coleção de moda inspirada nos Z-Boys, um grupo de surfistas da Califórnia na década de 70, que revolucionou o skate, onde as manobras do surf tiveram grande papel na criação de um estilo único para o esporte, hoje chamado de Dogtown.
BRIEFING DE NEGÓCIO
18
BRIEFING DE NEGÓCIO A marca
A Northwest 71 é uma marca de streetwear criada em 2013 por Dayanna Lima com intenção de abrir novos caminhos para o segmento em Belo Horizonte e no Brasil, atendendo o gênero masculino. A marca de estilo alternativo, urbano, jovem e descontraído tem influências da cultura e arte de rua, dos movimentos culturais contemporâneos e está intimamente ligada com a música, com o Hip-Hop, o hardcore e o punk. A marca segue o princípio de igualdade dos seres e por isso não usa materiais que sejam de origem animal, além disso, tem o propósito de ser democrática e se comunicar com seus clientes a todo o momento, portanto uma das formas de fazer isso foi adotar modelagens mais amplas e tamanhos especiais, além de criar roupas que interajam com o seu público, como estampas que podem ser modificadas pelos próprios compradores e até mesmo oferecendo o serviço de customização da peça após um período de seis meses de utilização, tudo isso para que haja uma reutilização da peça antes de um descarte final, já que a moda tem uma grande incidência em produção de resíduos e por ter um ciclo curto, o que demonstra uma preocupação com o meio ambiente e com a comunicação com seus consumidores.
19
Estilo Criativo e esportivo.
Atributos Subjetivos: Conforto, criatividade, descontração, urbanismo e funcionalidade.
Atributos Físicos: Estampas e tingimentos diferenciados, modelagens amplas e conforto.
Nicho: Fashion
Segmento: Streetwear
Gênero: Masculino
20
Concorrentes
Criada na Califórnia. Ela foi a primeira a apoiar o skate e o surf. No Brasil existem diversas lojas físicas e online que revendem a marca, sendo que as lojas físicas abrangem apenas as regiões Sul e Sudeste e o estado de Goiás, e agora uma loja inaugurada no Shopping Iguatemi JK em São Paulo. Os preços variam a partir de R$85,00.
Marca voltada mais para o segmento esportivo, mas referência em estilo streetwear. No Brasil possui lojas próprias, outlets e multimarcas que a revendem. Os preços variam a partir de R$50,00.
Marca paulista de streetwear de estilo totalmente urbana que vem se destacando no meio, possui loja própria em São Paulo e também realiza vendas online. Os preços da Storvo variam entre camisetas de R$65,00 e jaquetas a R$319,00.
21
Empresa também paulista de streetwear que vende apenas camisetas, bonés e gorros, que vem ganhando grandes adeptos até mesmo famosos do meio underground de São Paulo. A marca só vende pela internet e vemos como o principal concorrente direto do mesmo canal de vendas, os preços variam entre R$55,00 uma camiseta a R$69,00 o boné mais caro.
Marca de streetwear criada em Belo Horizonte no ano de 2012, carrega em suas camisetas um estilo alternativo e urbano com referências no rock tem ganhado notoriedade na cidade, com muitos adeptos abriu sua primeira loja em BH em 2013 além de já vender para multimarcas de todo o Brasil. Seus preços variam entre R$65,00 A R$76,00.
Marca mineira fundada em 2012 pelo Dj Vitor Sobrinho, conhecido em Belo Horizonte e no Brasil pelo seu trabalho com a festa PUSH, a marca de camisas e camisetas caiu no gosto dos Belo Horizontinos e ganhou espaço na Store 31, loja do editor do site de streetstyle The Hype Br. A nephew além de vender para multimarcas também vende através do seu E-commerce, suas camisetas custam R$79,90 e suas camisas xadrez R$139,90.
22
Canais de distribuição A Northwest 71 é uma empresa inicialmente online, mas com pretensão de abrir seu espaço físico, assim além de atuar no mercado online, a marca trabalhará com venda em atacado para multimarcas que atendam ao perfil do cliente e em pop up stores (lojas temporárias) em períodos estratégicos.
Margem de preço O preço praticado está entre R$50,00 um boné a R$300,00 uma jaqueta de couro sintético, que seria a peça mais sofisticada da marca, que pretende atender a classe C, já que as maiorias das marcas de streetwear com estilo parecido são para classe A e devido ao crescimento da classe C. Os preços são tipificados a partir do tipo de produção da peça, além de materiais empregados, tipo de beneficiamento, linha do produto e quantidade de peças, pois algumas terão número limitado.
23
Diferenciais A Northwest 71 tem como diferencial em suas coleções a confecção de roupas com modelagens mais amplas dando conforto ao cliente, tamanhos especiais para alcançar o mercado carente do plus size, além disso, cria estampas personalizadas e tingimentos manuais, sempre carregando o D.I.Y. (Do It Yourself) como conceito intrínseco na marca, a Northwest também leva a comunicação com o cliente como um diferencial, buscando sempre fornecer conhecimento, entretenimento e os próprios valores, como a questão ambiental, do consumo consciente e a da fabricação de peças que não utilizam materiais de origem animal, assim interagindo a todo momento com seus consumidores.
24
PÚBLICO-ALVO
Os consumidores da Northwest 71 são homens e mulheres, com idade entre 20 e 30 anos, casados ou solteiros com filhos ou não, de classe C2 e B1, com renda entre R$93,00 a R$2.327,00 (De acordo com dados da ABEP de 2010), são estudantes, tatuadores, fotógrafos, designers, publicitários, músicos, cineastas, artistas plásticos, grafiteiros e historiadores. Moram com os pais ou sua família incluindo marido ou esposa e filhos, em bairros de classe média e classe média alta como Padre Eustáquio, Carlos Prates, Coração Eucarístico, Castelo, Floresta e Santa Tereza, além disso ao fazer compras de vestuário gastam seu dinheiro em bonés, tênis, camisetas, calças, bermudas, jaquetas e moletoms. Freqüentam bares na região da Savassi e no Santa Tereza; shows no Music Hall, Matriz, Granfinos e Chevrolet Hall; boates como Major Lock, Deputamadre, Velvet Club e DDuck; restaurantes e lanchonetes como San Ro, Subway e Assacabrasa; cinemas; teatros; parques a
25
exemplo do parque Mangabeiras, Municipal, Ecológico e Lagoa do Nado; galerias de arte e eventos culturais no Palácio da Artes, Sesc Palladium e espaços encontrados no edifício Maleta; gostam de tatuagem; de sair com os amigos e família; de jogar sinuca; de andar de skate; patins ou bicicleta; de viajar para lugares mais urbanos como Nova York e Londres, além de conhecer outras culturas e de comer fast-food e tomar coca-cola no Mac Donalds. Escutam músicas de estilo agressivo e com mensagens de protesto como Rap, Hardcore e punk e são fascinados por arte de rua e intervenções urbanas que interajam com o público sem ter que pagar por ela, a exemplo do graffiti. Admiram e tem como ídolos Mandela, Ghandi, Malcom X e Martin Luther King, aspiram por constituir uma família por independência financeira, conhecimento e aprendizado, prezam por valores como amizade, família, liberdade e são livres de preconceito, participam de projetos sociais e lutam por um mundo mais humanitário.
26
Painel de pĂşblico-alvo
27
IDENTIDADE VISUAL
30
IDENTIDADE VISUAL Logotipo
31
SĂmbolo
32
33
Apresentação
O nome Northwest 71 faz referência a localidade da residência da fundadora da marca Dayanna Lima, escolhido por ser uma demarcação de área, representa o conceito de rua que a marca quer levar à seus clientes e ao segmento de atuação. A fonte Whatka tem padrões relacionados com os Graffitis e as pixações, movimentos urbanos que serão inspiração constante, o símbolo foi inspirado na rosa dos ventos, lembrando novamente ao conceito demarcação e reconhecimento de área, e é a maneira marcante de fazer com que seus clientes lembrem da marca, já o padrão cromático passa o conceito de urbanismo com seus concretos e poluição em meio às metrópoles, e por fim a utilização da estampa de muro por ser o suporte para arte de rua, é também o suporte de comunicação da marca.
34
Logotipo VersĂľes positiva e negativa
35
SĂmbolo VersĂľes positiva e negativa
36
Tipografia
Whatka!
abcdefghijklmn opqrstuvwxyz 0123456789
Zapf Humanist BT A B C D E F G H I J K L M N bold italic O P Q R S T U V W X Y Z abcdefghijklmnop qrstuvwxyz 0123456789
37
Padrรฃo cromรกtico
PANTONE 325-2 C
C0 M0 Y0 K 70
PANTONE BLACK C
C0 M0 Y0 K 100
38
Logotipo Área de proteção e redução mínima
U
U U
1 cm 1,9 cm
39
Símbolo Área de proteção e redução mínima
U
U U
1 cm 0,8 cm
40
Logotipo Grade de ampliação
9 8 7 6 5 4 3 2 1 1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14 51
41
Símbolo Grade de ampliação
8 7 6 5 4 3 2 1 1
2
3
4
5
6
7
42
Logotipo Usos indevidos
Alteração do posicionamento do número
Exclusão de elemento
Substituição de elementos
Alteração da ordem das palavras
43
Símbolo Usos indevidos
Inversão de posição
Posicionamento incorreto
44
APLICAÇÃO EM PAPELARIA Cartão de visita
5 X 9 cm
45
Timbrado e envelope ofĂcio
11,4 x 23 cm
Formato A4
46
Tag
Quantidade de tecido Tempo para confecção
Quantidade de funcionários que trabalharam na peça Este produto não foi produzido com materiais de origem animal
9 x 4 cm
47
Sacola de compra (papel)
48
Sacola promocional (tecido)
49
Brindes
Bottons
Chaveiro
BRIEFING DE COLEÇÃO
52
Z-BOYS: O ESTILO DE VIDA DOS Z-BOYS E SUA RELAÇÃO COM A MODA
Resumo O estilo de vida dos Z-Boys, um grupo de skatistas e surfistas da década de 1970 que surgiram na Califórnia, bem como sua relação com a Moda é o principal objetivo deste artigo, relacionando suas vestimentas e a aparência física de acordo com a Moda, além de comprovar a relação entre a prática do surf e do skate, sob suportes imagéticos e teóricos como as fotografias de Hugh Holland no livro Locals Only, as imagens e entrevistas do livro Dogtown – The legend of the Z-Boys de Craig Stecyk e Glen E. Friedman, o vídeo documentário Dogtown and Z-Boys dirigido por Stacy Peralta e entre outras referências como auxílio ao desenvolvimento da pesquisa, a fim de criar e produzir uma coleção de Moda masculina inverno 2014 da marca Northwest 71 e obter o título de Bacharel em Moda.
Palavras-chave: Z-Boys. Dogtown. Skate. Surf. Califórnia. Anos 70. Moda.
53
Z-BOYS: LIFESTYLE OF THE Z-BOYS AND THEIR RELATION WITH FASHION
Abstract The lifestyle of the Z-Boys, a group of skaters and surfers of 1970’s from California, as their relation with Fashion, is the main objectiv of this article, relatin their clothes and physical appearance according to Fashion, in addition to prove the relation between surf and skate practices, beneath imagery and theoretical supports as Hugh Holland’s photos on the book Locals Only, images and interviews from the book Dogtown - The legend of the Z-Boys, of Craig Stecyk and Glenn E. Friedman, video-documentary Dogtown and Z-Boys directed by Stacy Peralta and other references as assistance on research development, to create and produce a winter 2014 male fashion collection of the brand Northwest 71 and otain the bachelor degree in Fashion.
Key Words: Z-Boys. Dogtown. Skate. Surf. Califórnia. 70’s. Fashion.
54
Lista de figuras Figura 1: Equipe Zephyr Team 58 Figura 2: Capa do livro Locals Only de Hugh Holland 62 Figura 3: Danny Kwock, 1975 62 Figura 4: Orange County, 1975 62 Figura 5: Green Coping, 1976 62 Figura 6: Jay Adams no skatepark de Reseda, 1977 63 Figura 7: Stacy Peralta na piscina de Coldwater Canyon, 1977 63 Figura 8: “Apenas os moradores. Não vales”, 1976 63 Figura 9: Espectadores em Torrance, 1975 63 Figura 10: “Jesus Salva” em Marina Del Rey, 1977 63 Figura 11: Capa do livro Dogtown – The legend of the Z-Boys de 64 Craig Stecyk e Glen E. Friedman Figura 12: Imagem do livro 65 Figura 13: Shogo Kubo 1977, Paul Constantineau 1976, Tony Alva 65 1977 e Jay Adams 1977
55
Sumário INTRODUÇÃO 56 CAPÍTULO I - O SURF SE DESLOCA DO MAR 58 1.1 Z-Boys e a nova representação do skate 58 1.2 Locals Only e Dogtown – The legend of the Z-Boys 61 CAPÍTULO II – A RELAÇÃO DA MODA NO ESTILO DE 66 VIDA DOS Z-BOYS CAPÍTULO III – Z-BOYS, CALIFÓRNIA E A MODA 70 CONCLUSÃO 71
56
INTRODUÇÃO
A pesquisa proposta tem o objetivo de analisar e interpretar o estilo de vida dos Z-Boys¹ relacionando-o com a Moda anterior e subsequente à existência do grupo, utilizando como principal aporte teórico as imagens do livro fotográfico do autor Hugh Holland, intitulado Locals Only, e o livro Dogtown – The legend of the Z-Boys, que também tem como conteúdo fotografias do grupo, porém de autoria de Craig Stecyk² e Glen E. Friedman; bem como o vídeo documentário Dogtown and Z-Boys, dirigido por Stacy Peralta, integrante do grupo que o filma. Além deste, o artigo A cidade e a tribo skatista: juventude, cotidiano e práticas corporais na história cultural, de Leonardo Brandão, e o artigo de Renato Moreira de Andrade de nome O skate e o comportamento da juventude, para descrever e justificar a história do skate e do grupo Z-Boys. O texto O que é contracultura?, de Carlos Alberto Messeder Pereira e o artigo Interpretações sobre a contracultura: Questões espaço – temporais, de Leon Frederico Kaminski, serviram como apoio para a análise de história da Moda onde o livro História do vestuário no ocidente, de François Boucher, e o livro História da Moda do século XX foram usados como suporte primordial para a construção da relação da moda com estilo de vida dos Z-Boys. Como pesquisa do “estado da arte”, os Z-Boys já foram tema e referência da coleção de verão 2011 da marca brasileira Reserva, utilizando – se da estética dos anos 1970 através de roupas masculinas. Os Z-Boys foram muito importantes para a história do skate mundial, até hoje são inspiração para criação de produtos
¹ Z-Boys que traduzido ao português quer dizer Garotos Z, o nome é uma abreviação de Zephyr Team (Equipe Zephyr) dado aos integrantes da equipe. ² Craig Stecyk era fotógrafo esportivo e foi um dos fundadores da loja Zephyr e da equipe Zephyr Team. ³ Traduzido ao pé da letra street em portugês é rua e wear o mesmo que usar ou vestir, então trata-se de nada menos que roupa para se usar na rua.
57
relacionados ao mesmo, assim como para apreciadores do esporte e consumidores de moda de rua ou também chamada streetwear³. Surfe + skate + Califórnia + streetwear dos anos 1970. É essa a fórmula do verão 2011 da Reserva. Nesta temporada, Rony Meisler e sua equipe de estilo acionam a veia esportiva da marca, injetando energia na coleção. Olham para os Z-Boys californianos e de seu estilo híbrido entre praia e asfalto pegam a licença para misturar um pouco de tudo. Dos esportes radicais emprestam os tecidos sintéticos (náilon e neoprene) e alguns aviamentos – como os zíperes aparentes, às vezes substituindo costuras. Dos anos 70 vem o clima retrô e outras modelagens que transformam bermudas em dolphin shorts (aqueles bem curtinhos), ampliam barras de calças e aprofundam cavas de regatas. (TORRE, 2010)
A problematização que orienta este artigo gira em torno do processo de análise e interpretação do estilo de vida dos garotos do grupo Z-Boys como objetivo geral desta pesquisa, afim de, observar suas vestimentas e a aparência fisionômica do grupo a partir do estudo da sua relação com a moda, como fator fundamental na construção de um código identitário do grupo, assim como, comprovar a relação do surf4 e do skate5 como contribuição na elaboração da estética da coleção a exemplo de formas e tecidos, por fim, investigar ícones e símbolos de identificação utilizados pelos Z-Boys como comunicação e expressão individual e coletiva dos integrantes do grupo, de modo que possam ser representados no vestuário a ser desenvolvido.
Traduzido ao português: Ressaca; Rebentação; Onda. Esporte aquático praticado mar sobre uma prancha, onde os esportistas se deslocam e fazem manobras através das ondas do mar. 5 Traduzido ao português: Patim; Arraia; Patinar. Esporte urbano em que no Brasil representa por uma base com quatro rodinhas, já nos Estados Unidos além da mesma representação no Brasil também caracteriza o que chamamos de patins, um par de tênis com quatro rodinhas cada. 4
58
CAPÍTULO I: O SURF SE DESLOCA DO MAR 1.1 Z-Boys e a nova representação do skate
Segundo o documentário Dogtown and Z-Boys, de Stacy Peralta, Z-Boys é a escrita abreviada para denominar os integrantes que faziam parte da equipe da Zephyr Team. Zephyr Surf Shop era o nome de uma loja criada por Jeff Ho, Skip Engblom e Craig Stecyk, destinada a produtos de surf e skate, que decidiram montar sua própria equipe para competir em eventos e campeonatos do mesmo. Fazer parte deste grupo era sonho e desejo de muitos, mas apenas doze garotos integravam esta equipe, eram eles: Allen Sarlo, Bob Biniak, Chris Cahill, Jay Adams, Jim Muir, Nathan Pratt, Paul Constantineau, a única mulher entre os onze homens Peggy Oki, Shogo Kubo, o produtor do documentário Dogtown and Z-Boys Stacy Peralta, Tony Alva e Wentzel Ruml.
Figura 1: Equipe Zephyr Team Disponível em: http://www.skatecuriosidade.com/curiosidadeskatisticas/livro-dogtown-the-legends-of-the-z-boys
59
“Surgiu então definitivamente a primeira equipe profissional de skate que se tem notícia a: Zephyr, e os Z-boys que eram os garotos patrocinados por esta loja de skates e pranchas de surf.” (ANDRADE, 2008, p. 13) De acordo com o vídeo documentário Dogtown and Z-Boys, a equipe da Zephyr Team podia ser encontrados em Los Angeles na Califórnia, especificamente em um bairro chamado Dogtown, localizado na região sul de Santa Mônica, região esta pertencente à parte mais pobre da cidade. Os surfistas/skatistas de ‘Dogtown’ pertenciam à parte sul de Santa Mônica, a região mais pobre (ou menos rica) da cidade. No vídeo documentário, a alternância de imagens entre a parte rica e a pobre é feita de modo que o espectador passa compreender melhor o espaço por onde circulavam esses personagens. (BRANDÃO, 2011, p. 39 e 40)
Esses garotos que na primeira parte do seu dia dedicavamse ao surf, agora passavam também a dedicar suas tardes à manobras no skate. Com a invenção das rodinhas de poliuretano foi possível dedicar-se ainda mais à pratica, conseguiram unir os dois esportes, recriando os movimentos e as manobras do surf no skate, revolucionando assim a forma de andar de skate até então sem alterações desde a década de 60. Mas se o skate foi pouco praticado durante a segunda metade da década de 60, a partir de 1972 com as rodas de poliuretano inicia-se uma nova faze nessa atividade. Mas não há como entender esse ‘renascimento’ do skate na Califórnia sem compreender sua articulação com o surf. Por isso o vídeo tem início com está prática, apresentando antes dos skatistas, os surfistas de ‘Dogtown’, em especial aqueles que trouxeram novos movimentos para o skate e que passaram a inventar manobras e construir novas apresentações sobre os espaços urbanos. (BRANDÃO, 2011, p.41)
60
Com as secas na Califórnia em 1970 as piscinas das mansões ficaram vazias, o que proporcionou aos Z-Boys novas experiências ao invadirem estes lugares, assim, foi possível explorar e recriar novos movimentos e manobras originadas do estilo do surf, o que antes dos anos 70 era visto como uma brincadeira, tornou-se negócio e hoje modalidade de campeonatos, como o vertical. Várias piscinas foram exploradas por eles até que Tony Alva conseguiu “passar por cima da luz”6, segurando o shape com as mãos ele conseguiu tirar todo o skate do chão e passar por cima da borda da piscina onde a luz aparecia, assim nascia a manobra chamada frontside air, assim como exibido no documentário Dogtown and Z-Boys. Como narrado em Dogtown and Z-Boys, cada garoto tinha um estilo único, ninguém no grupo se repetia, mas havia três Z-Boys que se destacaram na equipe, principalmente quando o esporte passou a ser comercializado: Stacy Peralta, Jay Adams e Tony Alva. A apropriação dos movimentos do surf na arte de andar de skate trouxe mudanças significativas para esta prática, redirecionando seu uso cultural e social. No entanto, a palavra ‘estilo’, tão enfocada e reverenciada pelos ‘Z-Boys’, embora se aplique fundamentalmente à graciosidade e leveza dos movimentos sobre pranchas e skates também indicava formas de se vestir. (BRANDÃO, 2011, p. 58)
Stacy Peralta em 1977 foi o primeiro skatista a ser reconhecido mundialmente e em 1979 se tornou campeão. Stacy era o mais disciplinado e profissional entre todos eles e por fim o mais bem sucedido, criou junto com Craig Stecyk sua equipe a Bones Brigade e a Powel Peralta, aumentando seus lucros e redescobrindo novos talentos do skateboard a exemplo de Tony Hawk. (Dogtown and Z-boys, 2002) Apesar de Stacy Peralta ser o mais bem sucedido foram Jay Adams e Tony Alva os mais destacados entre a equipe, como assim dito em Dogtown and Z-boys. Jay Adams era louco, livre, sem malícia, gostava de surfar e andar de skate por diversão, tinha um estilo admirável por não se repetir em nenhuma manobra e se reinventar num futuro desastre, era genioso, irreverente e talentoso, tinha energia, porém era contra a comercialização do esporte, gostava apenas de se divertir, assustado com as obrigações da profissionalização ele não se deu bem como Stacy, mas é lembrando como o mais genial e original dentre eles, por mostrar ter o estilo mais agressivo e surpreendente.
6 O trecho “passar por cima da luz” foi como os entrevistados no documentário Dogtown and Z-Boys se referiram à manobra realizada por Tony Alva, que ganhou o nome de frontside air.
61
Por fim, no documentário Dogtown and Z-Boys dizia ser Tony Alva o egocêntrico dos Z-Boys, homem de frente do grupo, cheio de personalidade, querendo sempre ser o centro das atenções, possuía linha e estilo avançados em relação ao resto dos grupo, era sempre competitivo e em 1977 foi o primeiro vencedor do skate moderno, com 19 anos foi o primeiro a ter sua própria marca e criou a então chamada Alva Skates, além disso, foi pioneiro na execução perfeita do frontside air, elevando o skate para fora da piscina colaborando ainda mais para a evolução do esporte.
1.2 Locals Only e Dogtown – The Legend of the Z-Boys
Locals Only é o nome do livro do fotógrafo Hugh Holland, que fez registros fotográficos dos Z-Boys e de outros garotos admiradores e praticantes do esporte entre o ano de 1970 e 1978. As fotos captadas por Holland demonstram os integrantes da Zephyr Team e outros skatistas em atividade, nas piscinas esvaziadas pela seca das mansões da Califórnia, nas ruas de Santa Monica, ruas de Del Mar, skateparks7 e em Dogtown bairro que ficou famoso pelo nascimento da então equipe que popularizou a pratica do skate, além disso, é possível observar detalhes do estilo de vida dos garotos, assim como visualizar os espaços ocupados por eles e as representações gráficas e culturais expostas nas fotos, como pixações e o próprio vestuário, influenciado pela década vigente, o surf e o clima do verão californiano. Cativado pelo esporte recém surgido, o fotógrafo Hugh Holland documentou por três anos a crescente cena do skate no Sul da Califórnia durante os anos 70. Capturado em tons suaves e lavados as fotografias de Holland são testemunho do espírito e impacto da época. Depois de ser apresentado com sucesso em 2006 em Los Angeles na galeria M + B as fotos foram compiladas em um livro chamado Locals Only. (FIRMO, [20-?])
7
Parques de skate construídos com rampas e obstáculos para a prática do mesmo.
62
Figura 2: Capa do livro Locals Only de Hugh Holland Fonte: http://www.figurama.com.br/2011/09/06/ locals-only-x-hugh-holland/
Figura 3: Danny Kwock, 1975 Fonte: http://www.mbart.com/artists/_Hugh%20Holland/_other%20 works/_5271,1/
Figura 5: Green Coping, 1976 Fonte: http://www.mbart.com/artists/_Hugh%20Holland/_other%20works/_5300,11/
Figura 4: Orange County, 1975 Fonte: http://www.mbart.com/artists/_Hugh%20Holland/_other%20works/_5265,7/
63
Figura 6: Jay Adams no skatepark de Reseda, 1977 Fonte: http://www.mbart.com/artists/_Hugh%20Holland/_other%20works/_5276,12/
Figura 8: “Apenas os moradores. Não vales”, 1976 Fonte: http://www.mbart.com/artists/_Hugh%20Holland/_other%20works/_1364,47/
Figura 7: Stacy Peralta na piscina de Coldwater Canyon, 1977 Fonte: http://www.mbart.com/artists/_Hugh%20Holland/_other%20works/_1093,27/
Figura 9: Espectadores em Torrance, 1975 Fonte: http://www.mbart.com/artists/_Hugh%20Holland/_other%20works/_5266,5/
Figura 10: “Jesus Salva” em Marina Del Rey, 1977 Fonte: http://www.mbart.com/artists/_Hugh%20Holland/_other%20works/_1366,55/
64
O livro Dogtown – The Legend of the Z-Boys de Craig Stecyk um dos criadores da Zephyr Surf Shop e da Zephyr Team, trás em seu conteúdo 240 páginas de fotografias e artigos da revista Skateboarder, relacionados ao grupo de garotos que revolucionou e deu notoriedade ao skate, entre o período de 1975 e 1985. Com imagens exclusivas do acervo de Glen, é possível sob seu olhar, analisar as manobras, os movimentos reinventados do surf, o vestuário e até mesmo o comportamento dos garotos através de elementos visuais de comunicação, contribuindo para o enriquecimento imagético da pesquisa, que em seu principal objetivo é analisar o estilo de vida dos Z-Boys através de registros fotográficos. In the Dogtown area of west Los Angeles, a group of young surfers known as the Zephyr Team (Z-Boys) was experimenting with new and radical moves and styles in the water which they translated to the street. When competition skateboarding returned in 1975, the Z-Boys turned the skating world on its head. Dogtown The Legend of the Z-Boys is a truly fascinating case study of just how an underground sport ascended on the world. These are the stories and images of a time that not only inspired a generation but changed the face of sport forever. (BOOK DESCRIPTION,2002)8 Figura 11: Capa do livro Dogtown – The legend of the Z-Boys de Craig Stecyk e Glen E. Friedman Fonte: http://www.skatecuriosidade.com/curiosidade-skatisticas/livro-dogtown-the-legends-of-the-z-boys
8 Na região de Dogtown no oeste de Los Angeles, um grupo de jovens surfistas conhecidos como o “Zephyr Team (Z-Boys)” estava experimentando novos movimentos radicais n’água o qual eles traduziram para a rua. Quando a competição de skate retornou em 1975, os “Z-Boys” viraram o mundo do skate de cabeça para baixo. Dogtown, a lenda dos “Z-Boys” é um caso de estudo verdadeiramente fascinante de como um esporte “underground” ascendeu no mundo. Estas são as histórias e imagens de um tempo que não só inspirou uma geração mas mudou a cara do esporte para sempre. (DESCRIÇÃO DO LIVRO, 2012) Traduzido por Míriam Cândido Souza.
65
Figura 12: Imagem do livro Fonte: http://pinterest.com/ pin/280982464222537076/
Figura 13: Shogo Kubo 1977, Paul Constantineau 1976, Tony Alva 1977 e Jay Adams 1977 Fonte: http://www.skatecuriosidade.com/ curiosidade-skatisticas/livro-dogtown-thelegends-of-the-z-boys
66
CAPÍTULO II: Z-BOYS E SUA RELAÇÃO COM A MODA
Os Z-Boys nasceram na década de 1970 como datado no vídeo documentário Dogtown and Z-Boys, porém o skate já era praticado nos anos 50 e se tornara popular nos anos 60. Nos dois anos anteriores aos 70, períodos de pós e entre guerras, como o fim da segunda guerra mundial, da guerra fria e a guerra do Vietnã em andamento nos anos 60, jovens inconformados com o consumismo desenfreado dos Estados Unidos e ao conservadorismo da época, se rebelaram contra a cultura vigente, assim nascera o termo contracultura definido por Pereira (1984) e citado por KAMINSKI (2009) “Criado pela imprensa norte-americana, nos anos 1960, para denominar os novos movimentos culturais que surgiram na Europa e nos EUA, o termo ‘contracultura’ ganhou espaço e foi apropriado por esta juventude”. Os Beatniks que surgiram na década de 50 quando também nascera o skate, podem ser considerados os precursores da contracultura, segundo PEREIRA (2005) os Beatniks eram uma espécie de rebeldes e marginais, poetas e escritores que viajavam por toda a América e usavam os fatos que aconteciam em seus livros. Os Estados Unidos são o primeiro país onde se manifesta esse movimento – um país rico onde os adolescentes que não conheceram a penúria dos anos de guerra e desprezam a sociedade de consumo na qual estão imersos, dão mostras de seu desagrado com o conforto adotando o traje das classes mais pobres: o jeans, a camisa sem gravata e a jaqueta. É o traje usado nas universidades americanas pelos estudantes dos dois sexos, quase o uniforme de combate da beat generation (BOUCHER, 2010, P. 413)
O jeans traje que virou Moda entre os estudantes das universidades americanas, influenciados pela Beat Generation9, foi também utilizado pelos Z-Boys nos anos 70, (figura: 5 e 8), usado não somente pelo grupo de skatistas, mas até mesmo o público que assistiam às competições do esporte (figura: 9 - Espectadores em Torrance,
9 Geração Beat, que em português significa bater, espancar, derrotar, vibrar e tocar, porém nesse caso corresponde à abreviação de Beatniks.
67
1975), tinham o jeans como uma opção também de vestuário o que deduz ser um opção comum entre os jovens da época. Ainda nos anos 60 outro grupo surgiu em meio ao movimento da contracultura, chamados de Hippies eles nasceram posteriormente aos Beatniks. Segundo BOUCHER (2010) os Hippies nasceram nos Estados Unidos em torno de 1966 e 1967, era um grupo de adolescentes pacifistas e amantes da música, revoltados com a burguesia, eles exprimiam por meio da combinação de peças de roupas de todos os períodos e origens, e seus cabelos longos e soltos, sua rejeição às coerções da vida urbana. Analisando as figuras retiradas dos livros Locals Only e Dogtown – The Legend of Z-Boys, podemos dizer que os Z-Boys sofreram grandes influências do movimento hippie, BOUCHER (2010) diz que “As roupas importadas, que vinham da Índia ou do Afeganistão, do Marrocos ou da América do Sul, formam o fundo do guarda-roupa hippie: coletes ou casacos em carneiro bordados no avesso, lenços e túnicas indianas, a que se somam os chapéus de feltro com as abas flexíveis, as camisetas tie and dye, as calças jeans délavés ou rasgadas, as velhas camisolas desencavadas nos sótãos, os uniformes do exército descoberto nos brechós.”, já LEHNERT (2001) diz que “Tanto os homens como as mulheres andavam descalços, tinham o cabelo comprido e usavam bijutarias, calças de ganga e camisas de padrões de flores coloridas.”, BOUCHER (2010) sobre a calça jeans diz “A calça comprida mais usada pela juventude durante o período 1965-1975 é o jeans, cuja moda assinalamos anteriormente no momento em que ela nasceu nos Estados Unidos. Trata-se do tipo de calça resistente de operários e caubóis do oeste norte-americano fabricada por Oscar Levi Strauss com o brim azul conhecido como ‘denim’ (...) os jeans oferecem a vantagem de ser baratos e resistentes.” que justifica a presença de elementos usados pelos hippies, assim como, os cabelos longos dos garotos, as calças jeans ou também chamadas de ganga usadas por eles, o andar descalço e motivos florais estampados no vestuário (Figura 3: Danny Kwock, 1975).
68
“As blusas camisaria e tipo polo eram as mais usadas, tendo mais tarde sido substituídas por T-shirts e românticas blusas à avozinha, que se inspiravam de uma forma muito livre nas blusas da viragem do século.” (LEHNERT, 2001, p.75). A camisa mais usada nos anos 70 foram as polos que podem ser presenciadas no vestuário do público em Torrance (figura 9: Espectadores em Torrance, 1975), porém as mesmas polos que fizeram tanto sucesso foram substituídas mais tarde por T-shirts10, essas mais vistas no vestuário dos Z-Boys, o que parecem ser um preferência dada por eles (figura 13: Shogo Kubo, 1977 e Paul Constantineau, 1976). Sobre as cores que influenciaram as roupas da época LEHNERT (2001) diz “As cores garridas dos anos 60 – verde alface, amarelo e cor de laranja – mantiveram-se na moda ainda durante algum tempo. Mas a pouco e pouco, foram sendo substituídas por tons mais escuros e sombrios. O castanho frequentemente combinado com cor-de-laranja e verde-musgo, dominou, nas várias tonalidades possíveis (...). Depois houve uma época em que a cor mais usada foi o tom berinjela.” Por meio de análise das figuras dos livros, é possível identificar algumas das cores dos anos 60 presentes nas roupas dos Z-Boys, assim como o verde alface na camiseta de Jay Adams e o amarelo em seu short (figura 6: Jay Adams no skatepark de Reseda, 1977), a combinação de castanho com cor-de-laranja assim chamado por LEHNERT na camiseta de um dos garotos (figura 5: Green Coping, 1976) e também o verde musgo no short de Tony Alva (figura 13: Tony Alva, 1977), entretanto, o vermelho é também uma cor bastante presente no vestuário de acordo com as figuras. Existem outros elementos em comum com os Z-Boys como a meia de cano longo, os shorts curtos e o uso de tênis, que pelo estilo nas fotos seriam da marca Vans11 (figura 7: Stacy Peralta na piscina de Coldwater Canyon, 1977), elementos que demonstram um estilo mais esportivo. Nos anos 80 começou uma verdadeira onda de fitness. A aeróbica tornou-se num desporto da moda, para o qual era também necessário usar o equipamento adequado: calças coloridas e brilhantes, maillots justos, faixas para a testa, legwarmers e sapatos especiais. Todo o vestuário era muito colorido e brilhantes. Esta moda desportiva não tardou a influenciar a moda do dia-a-dia. Não era necessário ter um corpo bem feito, nem sequer era preciso praticar desporto. Pessoas de todas as idades usavam este tipo de vestuário Termo em inglês que traduzido para o português equivalem ao mesmo que camisetas A Vans nasceu em 1966 na cidade de Anaheim na Califórnia e foi a primeira marca a investir no skate e no surf. 10 11
69
desportivo com sapatos de salto alto ou blazer eram possíveis e aceites. Os tênis tinham-se tornado no calçado de lazer por excelência, e, quando usadas com calças de ganga, podiam ser usados em quase todas as ocasiões. (LEHNERT, 2001, p. 87)
LEHNERT (2001) também disse que “A moda norte-americana tinha tido desde sempre tendência para o desportivo e funcional. Já na viragem para o século XX era habitual adaptarem-se às criações da Alta-Costura europeia ao gosto mais objetivo das clientes americanas.”. Observando-se o início da moda esportiva dos anos 80.
70
CAPÍTULO III: Z-BOYS, CALIFÓRNIA E A MODA
O estilo de vida dos garotos do grupo Z-Boys, em contrapartida às influências dos anos 70, são uma das fontes de pesquisa para elaboração da coleção de inverno 2014 da marca de streetwear Northwest 7112, entretanto as principais inspirações fazem referência ao clima tropical, ao verão californiano e aos elementos que compõem esse cenário como o surf e o skate, determinando a base para a construção visual das peças da coleção passível da obtenção de título de Bacharel em Moda. As imagens dos livros Locals Only e Dogtown – The legend of the Z-Boys participam do processo de identificação do vestuário, estética, cores e elementos visuais gráficos como as pixações feitas pelos garotos, bem como a influência dos anos 70 que contribuirá para a definição de algumas formas da coleção, como os shorts curtos usados por eles (figura: 3 Danny Kwock,1915), meias de cano longo e camisetas, retrabalhadas de uma nova forma. O cenário escolhido para transpor o conceito do verão e tropicalismo californiano é Venice Beach, trata-se da praia mais famosa da Califórnia, onde imagens captadas da própria se transformarão em estampas para a coleção, assim como a cartela de cores definida por meio das fotografias de Hugh Holland, Craig Stecyk e Glen E. Friedman. No decorrer da pesquisa a concepção da relação entre surf e skate se torna nítida, já que os Z-Boys, antes surfistas, adaptaram as manobras do surf ao skate, assim, tecidos como o neoprene13 e atoalhado serão usados na construção das roupas representando essa relação com os dois esportes, além desta concepção, formas oriundas da Moda dos anos 70, cores obtidas a partir da análise dos registros fotográficos da época, estampas relacionadas ao meio cultural onde vivem e o clima de verão são transformados na coleção de inverno 2014 Northwest 71, traduzidas em peças masculinas conceituais, fashions e comerciais, onde o design e a inovação na mescla de diferentes tecidos serão elementos principais a concepção dos produtos da marca.
12 13
Marca de streetwear criada em 2012 por Dayanna Lima, autora do artigo. Tecido tipicamente usado na confecção de roupas para surfistas.
71
CONCLUSÃO
A partir deste artigo, constata-se uma presente relação do surf e skate dentro do grupo Z-Boys, que revolucionaram o esporte ao representar e aplicar os movimentos do surf às práticas do skate, dando a esse esporte um estilo único e agressivo, onde mais tarde passaria a ser conhecido como Dogtown, nome do bairro em que os Z-Boys surgiram, além disso, analisa sua relação com a Moda dos anos 60, 70 e 80, que tiveram influência da contracultura, ou seja, da beat generation e do movimento hippie, a exemplo da calça jeans símbolo dos jovens beatniks e tão usadas pelos hippies, assim como as polos, que foram substituídas mais tarde pelas T-shirts, entretanto os Z-Boys também fizeram parte do início do surgimento da Moda esportiva tão vista nos anos 80, justificada pelos pequenos shorts usados por eles, os tênis da Vans e as meias de cano médio. A coleção que será elaborada por meio desta pesquisa, afirma como o surf se interliga ao skate na Califórnia da década de 1970 e ao estilo praiano e tropical dos Z-Boys mostrado nas fotos de Holland, Friedman e Stecyk, estas principais fontes de inspiração. A coleção de segmento streetwear masculina propõe um novo olhar sobre este mercado, com intenção de desmitificar preconceitos pré-estabelecidos pela sociedade e pelo próprio homem, a fim de propor novas modelagens dentre elas a triangular invertida, a ovalada e retangular, para que o novo homem e consumidor da marca arrisquem-se à novidade, além das modelagens, os tecidos como o atoalhado e o neoprene mais específico para roupas de surfistas e banhistas, ganharão novas utilizações e formas em recortes nas peças, misturados a tecidos comuns ao streetwear e ao público alvo da marca, como moletom, jeans, sarja, tactel e malha de algodão, por fim, as cores serão trabalhadas de forma singular para representar o verão Californiano e as películas utilizadas nas fotografias pesquisadas, bem como estampas coloridas aplicadas a tecidos que não são comumente estampados como o plush, juntamente com tingimentos manuais. Conclui-se com esse artigo que a relação surf e skate, o estado da Califórnia, o clima de verão, o tropicalismo e a Moda entre os anos 60 e 80 são os pilares da coleção masculina inverno 2014 da Northwest 71, que através do design e a utilização de tecidos não convencionais à moda, tem como intenção exercer um novo olhar à Moda masculina tão carente de produtos e ao preconceito imposto pelo homem sobre o homem.
72
I WANT TO BE A Z-BOY
O universo dos Z-Boys é o tema da coleção de Inverno 2014 da Northwest 71, um grupo de surfistas e mais tarde também skatistas da década de 70, que surgiram na Califórnia, mais especificamente na cidade de Santa Monica, no bairro Dogtown. Onde a principal fonte de pesquisa pra essa coleção foram os livros “Locals Only” e “Dogtown – The legend of the Z-Boys”. O nome Z-Boys é uma abreviatura de Zephyr Team, equipe que os patrocinava, faziam parte desta: Allen Sarlo, Bob Biniak, Chris Cahill, Jay Adams, Jim Muir, Nathan Pratt, Paul Constantineau, a única mulher entre os onze homens Peggy Oki, Shogo Kubo, Stacy Peralta, Tony Alva e Wentzel Ruml.O nome “I want to be a Z-Boy” que traduzido ao português significa “Eu quero ser um Z-Boy”, faz referência ao estilo e à importância que
73
esses garotos tiveram no mundo do skate, que apesar de não serem os primeiros skatistas do mundo, foram os responsáveis por revolucionar o esporte, já que incorporaram as manobras e a agressividade do surf aos movimentos do skate, estilo que hoje é conhecido como “Dogtown”, além disso foram os primeiros a andar em piscinas, ato que originou no estilo “Vertical”. A principal inspiração dessa coleção além dos Z-Boys, é a interação e conectividade do surf e o skate através de tecidos, formas, cores e estampas, além disso, o verão Californiano também se tornou fonte de inspiração e Venice Beach a praia mais badalada da Califórnia, foi eleita a paisagem, o clima e o lifestyle perfeito para nossas peças e o nosso público.
74
Painel de inspiração
75
76
Macrotendências
Por meio de pesquisas disponibilizadas por Bureaus de moda, duas macrotendências foram escolhidas por estarem ligadas com os materiais e os princípios utilizados na coleção, que seriam as macrotendências Hacktivate e Inventor, De acordo com o WGSN a macrotendência Hacktivate está ligada ao Do It Yourself, o famoso faça você mesmo, a personalização, desconstrução, reparação, recriação e reinvenção do que já foi criado de uma maneira melhorada, uma adaptação às novas necessidades do consumidor, traduzido para a moda através de uma estética futurista e esportiva, demonstrada por meio da utilização da mistura de materiais, tecidos e acabamentos brilhantes, além de, cores fortes e vibrantes. A macrotendência Inventor que no
77
português a mesma ortografia, porém a pronuncia é alterada, recebe o mesmo significado o de invenção, foi apontada pela Heimtextil como uma das macrotendências de consumo para o ano de 2013 e 2014, diz respeito à experimentação para soluções criativas e divertidas, à invenção de novas composições descontraídas de vestuário e à inovação tecnológica, onde sua aplicação vêse em tecidos com recortes a laser, malha telada, tecidos macios e espumosos, de materiais com aparência e toque confortável ao corpo e a pele, onde o usuário interage com a própria roupa despertando os sentidos de quem veste, além de silhuetas e formas orgânicas com origens futuristas e cores terroras em contrapartida a cores frias e ao tradicional preto e branco.
78
Painel de macrotendĂŞncias
79
80
Tendências
As tendências da coleção “I want to be a Z-Boy”, Outono/Inverno 2014 da Northwest 71 foram escolhidas a partir de uma análise dos desfiles internacionais, com isso cinco tendências se destacaram e se aproximaram do estilo e das roupas produzidas pela marca para esta coleção. A primeira tendência chamada de “Baseball Jacket” (Jaqueta de Baseball), como já diz o próprio nome consiste na famosa jaqueta dos jogadores de baseball, tão exibidas em filmes americanos que retrataram a adolescência, esta tendência pôde ser vista nos desfiles de Dries Van Noten, Kenzo e Missoni traduzida em novos recortes, tecidos, texturas e estampas, assim como será exibida na coleção da Northwest 71. A segunda tendência denominada “Conjuntos” diz respeito à utilização de peças com mesma padronagem, tecido ou textura em um mesmo look, como apresentado também no desfile de Dries Van Noten, Kenzo e na passarela de Vivienne Westwood, onde Dries Van Noten apostou em um conjunto de mesmo tecido sem destaque para uma padronagem forte como Kenzo e Vivienne
81
Westwood, que além de trabalhar a mesma estampa no look, apostou na textura brilhante do tecido, porém nos conjuntos da coleção de Outono/Inverno 2014 da Northwest, não só estampas identificarão um conjunto mas também a utilização de uma mistura de tecidos e recortes. A terceira tendência chamada de “Esportivo” é a principal tendência da coleção e também um DNA que a marca carrega, com tecidos tecnológicos e usados na prática de atividades esportivas como o moletom e tactel, além de formas e modelagens retiradas dessas roupas usadas por esportistas, tornaram-se ponto de partida para a criação de Issey Miyake, novamente Kenzo e Alexander Wang que criaram uma estética de roupas utilitárias e inovadoras para o dia-a-dia. Por fim as tendências “Estampa de Onça” e “Azul” apresentadas na passarela respectivamente por Dries Van Noten, Jeremy Scott, Alexis Mabile e Costume National, Issey Miyake e Emporio Armani, tanbém estarão na coleção da Northwest, entretanto a estampa de oncinha ganha flores e o azul novos tecidos.
82
Painel de tendĂŞncias
Jaqueta de Baseball
Conjunto
Dries Van Noten, Kenzo e Missoni
Dries Van N e Vivienne W
Noten, Kenzo Westwood
83
Esportivo
Issey Miyake, Kenzo e Alexandre Wang
84
Painel de tendĂŞncias
Estampa de onça
Burberry Prorsum, Jeremy Scott e Alexis Mabile
85
Azul
Costume National, Issey Miyake e Emporio Armani
86
87
Cores
As cores escolhidas para representar a coleção estão diretamente ligadas com o tema e a preferência do público da marca, como as não cores ou cores neutras preto e branco características dos clientes e do segmento da Northwest 71, já a azul e verde foram inspirados nas roupas dos surfistas e nas fotografias de Glenn E. Friedman e Hugh Holland, além destas, as cores alaranjada, amarela e vermelha foram retiradas do pôr do sol, do clima e das flores da Califórnia, assim como o rosa na flor da estampa da família “Savage Street”.
88
Dominantes
Dogtown
Zephyr
California
Venice
PANTONE BLACK C
PANTONE 281-2 C
PANTONE 662 C
PANTONE 1585 C
C0 M0 Y0 K 100
C 87 M 25 Y 100 K 13
C 100 M 82 Y0 K0
C0 M 58 Y 81 K0
89
Intermediรกria
Santa Monica PANTONE 1585 C C0 M0 Y0 K0
Tonalizantes
Adams
Peralta
Alva
PANTONE PANTONE PANTONE YELLOW C 1797 C MAGENTA C C0 M0 Y 100 K0
C0 M 100 Y 100 K0
C0 M 97 Y 15 K0
90
91
Tecidos
Os tecidos da coleção de inverno 2014 da Northwest 71 foram escolhidos de acordo com a estação, o tema da coleção, o público alvo e o segmento da marca. Tecidos como o moletom, sarja, tricoline, tactel, malha de algodão e jeans são recorrentes em todas as coleções, por serem característicos da marca e identificarem um público tão exigente em conforto e praticidade, já o tule de malha, atoalhado e a malha arrastão e os considerados não tecidos como o neoprene e neoprene light são tecidos que transmitem o conceito da coleção “I want to be a Z-Boy”, que propõe a junção do surf, skate e o tropicalismo Californiano, por isso a utilização de tecidos comuns a surfistas e banhistas, além de malhas que são tecidos confortáveis para a prática de esportes urbanos como o skate, que faz parte do tema e é praticado pelo público alvo da marca.
92
Brim colorido Composição: 100% Algodão Fornecedor: Malharia Aliança Preço: R$11,00 o metro
Tule de malha Composição: 100% Poliéster Fornecedor: Visual Tecidos Preço: R$15,90 o metro
93
Moletom Composição: 100% Algodão Fornecedor: Malharia Aliança Preço: R$25,90 o quilo Rendimento: 2 metros
Malha de Algodão Composição: 100% Algodão Fornecedor: Malharia Aliança Preço: R$23,90 o quilo Rendimento: 3,5 metros
94
Cetim Composição: 97% Poliéster 3% Elastano Fornecedor: Casa das Fábricas Preço: R$19,90 o metro
Plush Composição: 94% Poliéster 6%Elastano Fornecedor: Kanto da moda Preço: R$39,90 o quilo Rendimento: 2,5 a 3 metros
95
Sarja Composição: 100% Algodão Fornecedor: Kanto da moda Preço: R$14,90 o metro
Malha Nuvem Composição: 100% Poliéster Fornecedor: Kanto da moda Preço: R$32,90 o quilo Rendimento: 4 metros
96
Jeans Criff Composição: 100% Algodão Fornecedor: Malharia Aliança Preço: R$12,90 o metro
Tricoline Composição: 97% Algodão 3% Elastano Fornecedor: Ponto dos tec Preço: R$7,90 o metro
97
Malha lesie ou Malha arrastão Composição: 100% Poliéster Fornecedor: Kanto da moda Preço: R$33,99 o quilo Rendimento: 3,5 a 4 metros
Tactel Composição: 100% Poliéster Fornecedor: Malharia Aliança Preço: R$9,90 o metro
98
Neoprene Composição: 100% Nylon Fornecedor: CIA dos plásticos Preço: R$35,90 o metro
Neoprene Light Composição: 90% Poliéster 10% Elastano Fornecedor: Kanto da Moda Preço: R$39,90 o quilo Rendimento: 2 metros
99
Macro tule Composição: 100% Algodão Fornecedor: Visual Tecidos Preço: R$19,90 o metro
Suplex Composição: 90% Poliamida 10% Elastano Fornecedor: Bazar da Cida Preço: R$39,90 o quilo Rendimento: 2 metros
100
Veludinho Composição: 96% Poliéster 4% Elastano Fornecedor: Retalhão Aguiar Preço: R$29,90 o quilo Rendimento: 3 metros
Atoalhado Composição: 100% algodão Fornecedor: Jotalira Tecidos Preço: 15,90 o metro
101
Matérias
A partir de uma pesquisa de tendências, um estudo sobre o tema e a estação que no caso inverno, foram desenvolvidas maquetes de matérias exclusivas para a coleção de inverno 2014 da Northwest 71, com forte inspiração no surf, skate, o tropicalismo californiano e as necessidades e desejos do público alvo da marca. Superfície: Desenhos exclusivos desenvolvidos para a coleção serão aplicados em camisetas por meio de estamparia localizada em Silk Screen; tachas serão aplicadas como complemento das estampas da família “Savage Street” e “California Love” nas peças conceituais e fashion, assim como a aplicação de tachas, um termocolante em formato de folhas de palmeiras, será aplicado ao neoprene e neoprene light sob tie dye formando a estampa da família “Tropical Wave”. Remodelagem: Recortes de tecidos diferentes serão utilizados nessa e em outras coleções como identidade da marca, assim como a sobreposição de tecidos, criando uma nova textura para as peças, por fim, foi criado um tricô convencional, mas feito de cadarço inspirado nos tênis dos Z-Boys. Beneficiamento: O Tie Dye borrifado já falado anteriormente, formará a estampa da família “Tropical Wave” juntamente com a aplicação do termocolante será feito nas cores azul, vermelho, verde e amarelo, criando uma estampa de maneira diferente, por outro lado haverá o uso de estamparia digital, maneira mais comum de estamparia corrida porém com desenho exclusivo da marca, por fim a flocagem será utilizada sob o neoprene e neoprene light, criando um novo aspecto para o não tecido., caracterizando o tema da coleção.
102
Superfície
Estamparia localizada com Silk Screen Aplicação: Malhas.
Aplicação de tachas Aplicação: Plush e Neoprene Light.
103
Aplicação de termocolante Aplicação: Neoprene light.
104
Remodelagem
Recortes Aplicação: Malhas, tecidos planos e não tecidos (neoprene e neoprene light)
Sobreposição de tecidos Aplicação: Malha Lesie, Malha de algodão e malha nuvem.
105
Tricô de cadarço Aplicação: Tricô s em peças conceituais
106
Beneficiamento
Estamparia digital Aplicação: Plush.
Flocagem Aplicação: Neoprene e Neoprene Light.
107
Tie Dye Aplicação: Neoprene light
108
109
Aviamentos
Os aviamentos foram escolhidos depois de um estudo para definir o mix de produtos da coleção, de acordo com o tema e a necessidade das peças, como entretela e botões para camisaria; zíperes, botões de pressão e jaquetas para coletes, jaquetas, calças, bermudas e shorts, estes essenciais na construção do vestuário proposto pela Northwest 71 e na transformação do tema em roupa, além destes, alguns aviamentos são de exclusividade dos dez acessórios desenvolvidos especialmente para a coleção de inverno 2014 “I want to be a Z-Boy”, como a corrente, o fecho mosquetão, fecho de mochila e a argola de chaveiro.
110
Argola para chaveiro Fornecedor: Ornatos Preรงo: R$0,30 cada
Fecho Mosquetรฃo Fornecedor: Ornatos Preรงo: R$0,68 cada
111
Corrente prateada Fornecedor: Ornatos Preço: R$3,50 o metro
Botão de pressão fixo Fornecedor: Comércio de Ferragens Preço: R$3,00 cada com aplicação na peça
112
Botão de pressão prata e preto Fornecedor: Comércio de Ferragens Preço: R$2,00 cada com aplicação
Zíper de plástico 45cm Fornecedor: Alvorada das rendas Preço: R$2,80 cada
113
Fecho para bolsas e mochilas Fornecedor: Alvorada das rendas Preรงo: R$1,50 cada
Ponte para cadarรงo Fornecedor: Alvorada das rendas Preรงo: R$0,60 cada
114
Cadarço fino Fornecedor: Aldas Preço: R$2,00 o par
Zíper de metal 15cm Fornecedor: Aldas Preço: R$2,00 cada
115
Botão de imã Fornecedor: Aldas Preço: R$1,50 cada
Elástico Fornecedor: Aldas Preço: R$2,00 o metro
116
Botรฃo de camisaria Fornecedor: Aldas Preรงo: R$0,20 cada
Cadarรงo grosso 50 metros Fornecedor: FAMA Preรงo: R$6,00
117
Tacha preta com 1.000 peรงas Fornecedor: FAMA Preรงo: R$16,50
Entretela Fornecedor: Alvorada das rendas Preรงo: R$16,90
118
119
Famílias
O tema foi responsável pela criação de quatro famílias de vestuário e acessórios, a primeira família chamada “Surf Concrete” explica a união do surf e skate, a junção de dois esportes que originou hoje numa nova modalidade de skate chamada Dogtown, além do que os Z-Boys eram surfistas antes de se tornarem skatistas; a segunda família foi nomeada de “Savage Street” onde representa o estilo agressivo e selvagem do surf imposto no skate Califoniano, por isso a utilização da estampa de oncinha exemplificando o estilo selvagem e as flores características da Califórnia; a terceira família caracteriza o tropicalismo Californiano, por meio das folhas de palmeiras ressaltando as cores do tie dye na estampa da família “Tropical wave”, por fim, a última família de nome “Califórnia love” descreve o amor pela Califórnia, já que os Z-Boys, tema dessa coleção nasceram lá, assim foi desenvolvida uma estampa com desenhos de tatuagens Old School de acordo com o tema para simbolizar o amor escrito na pele, já que a tatuagem é algo que se mantém pra sempre no corpo.
120
Mapa de coleção
Surf Concrete
Conceitual
Moletom
1
Legging
1
Macacão
2
Colete
1
Short Corrida
1
Jaqueta
1
Calça Comprida
1
Calça Capri Regata Bermuda Short 70’s - Dolphin Camisa manga longa Camisa manga curta Camiseta manga curta Camiseta manga longa
Camiseta manga 3/4 Camisetão 3/4
121
Fashion
Comercial 1
1 1 1
1
1
1 2
1 1
1 1
1
1
1
1 1 2
122
Mapa de coleção
Savage Street
Conceitual
Moletom
1
Legging
2
Macacão Colete Short Corrida
1
Jaqueta
1
Calça Comprida Calça Capri Regata
1
Bermuda Short 70’s - Dolphin Camisa manga longa Camisa manga curta Camiseta manga curta Camiseta manga longa Camiseta manga 3/4 Camisetão 3/4
1
123
Fashion
Comercial
1 1
1 2 1
1 1
1
2 2
1
1
1 1 1 1
1
1
1
1
124
Mapa de coleção
Tropical Wave
Conceitual
Moletom
1
Legging
1
Macacão
1
Colete
1
Short Corrida Jaqueta Calça Comprida
Calça Capri Regata Bermuda
1
Short 70’s - Dolphin
1
Camisa manga longa
1
Camisa manga curta Camiseta manga curta Camiseta manga longa Camiseta manga 3/4 Camisetão 3/4
1
125
Fashion
Comercial
1
2
1
1 1
2
1
1
1
1
1 1
1
1
1 1 1
1
1
1
2
1
126
Mapa de coleção
Califórnia Love
Conceitual
Moletom Legging
2
Macacão Colete
1
Short Corrida Jaqueta
1
Calça Comprida Calça Capri Regata Bermuda
1
Short 70’s - Dolphin
1
Camisa manga longa
1
Camisa manga curta
1
Camiseta manga curta Camiseta manga 3/4 Camiseta manga longa Camisetão 3/4
1
127
Fashion
Comercial
1
1
1
1
1
1 2 1
2
1 1
2 1 1 1 1
128
Mapa de coleção
Acessórios
Conceitual
Sapato Boné Touca
1
Viseira Mochila Colar Corrente para carteira
1
129
Fashion
Comercial 2
1
1
1 1 1 1
130
131
Formas e silhuetas
A marca tem como proposta criar peças mais amplas, descoladas do corpo, que deem conforto aos clientes, a silhueta escolhida para ser predominante na coleção foi a retangular, que implica em formas retilíneas que não precisam estar coladas ao corpo, além desta as formas triangulares invertidas e ovaladas também serão usadas, porém em menor escala, por meio de recortes ou na própria forma da roupa, que podem ser encontradas em camisas, camisetas, calças, bermudas, shorts, saias, vestidos, coletes e macacões.
132
Triângulo invertido
Retân
ngulo
133
Oval
134
Desenvolvimento da coleção
A partir de uma foto do livro “Locals Only” de Hugh Holand acessada na internet e por meio da procura de quem ele havia retratado naquela incrível imagem, surgiram os Z-Boys, um grupo de surfistas e skatistas californianos da década de 1970, assim, surgiu também a vontade de retratálos em uma coleção da Northwest 71. As primeiras informações para a construção da coleção foram dadas, era preciso maior conhecimento e aprofundamento da história dos Z-Boys para se pensar e desenhar uma coleção coerente, em que fosse observado claramente um estudo para a concepção dos mesmos. Em uma pesquisa na internet além do livro “Locals Only” de Hugh Holand, foram encontradas duas novas referências em que os Z-Boys também fossem retratados, como o livro chamado “Dogtown – The legend of the Z-Boy” de autoria de Craig Stecyk e Glen E. Friedman, bem como o vídeo documentário “Dogtown and Z-Boys” dirigido por Stacy Peralta, um ex integrante do grupo que por sua vez não existe mais. Através das fontes de pesquisa utilizadas, foi possível destacar duas grandes referências para o desenvolvimento da coleção, que são a ligação do surf e skate, já que os Z-Boys antes de skatistas eram surfistas e assim agregaram as manobras e o estilo agressivo do surf à pratica do skate, e a outra grande referência foi o tropicalismo da Califórnia, possivelmente visível nas fontes de pesquisa. Já se sabia qual era a inspiração e qual o ponto de partida para a construção da coleção, então antes de começar a desenhar as peças foram escolhidos os tecidos, as silhuetas da coleção, por fim os beneficiamentos e os aviamentos não menos importantes, mas sem nenhuma inovação. Os tecidos foram escolhidos pela sua
135
representatividade dentro do tema da coleção, como o neoprene, o neoprene light e o atoalhado por serem tecidos usados por banhistas, caracterizando o surf e o clima praiano e tropical da coleção, além disso, os tecidos também foram escolhidos por meio do que o público alvo da marca consome, como o moletom, o tricoline, o tactel, a sarja, a malha de algodão e o jeans, comumente utilizados por eles. As silhuetas também foram escolhidas para se adequarem ao público alvo da marca e também por meio das tendências internacionais, assim três silhuetas foram escolhidas, a triangular invertido que proporciona um volume maior na parte superior das peças, a silhueta retangular que aparenta um alongamento e equilíbrio da forma, por último a silhueta ovalada, utilizada em menor volume na coleção, ela acrescenta volume nas laterais das peças. Os beneficiamentos também não fogem à regra do tema, como o tie dye com as cores destacadas pelas fotos de Holland, Friedman e Stecyk; aplicação das folhas de palmeiras tão vistas nas fotografias; a estamparia digital com as flores típicas da Califórnia em junção com pintas de oncinha, retratando a agressividade do surf imposto ao skate e o tricô de cadarço representando os cadarços dos tênis dos Z-Boys. Com um roteiro definido desenhar ficou um pouco mais fácil, a coleção de sessenta looks, sendo cinquenta de vestuário e dez peças de acessórios foi dividida em quatro famílias: Surf Concrete, Savage Street, Tropical Wave e California Love, onde todas ela recebiam um beneficiamento exclusivo da família, além da mistura de tecidos e os recortes característica de toda a coleção e também da marca.
136
137
Apresentação final
A coleção “I want to be a Z-Boy” ao ser concluída será apresentada em foto editorial e através de um desfile de formatura proposto pelo Centro Universitário UNA, onde as duas formas de apresentação tem como conceito o tropicalismo Californiano e a união do surf e skate, assim de maneira divertida e descontraída os modelos serão maquiados como se estivessem bronzeados e protegidos do sol com marcas de protetor solar, além disso, gotículas de água serão borrifadas em seus rostos e cabelos para representar o suor provocado pelo calor Californiano. Com relação à produção de moda, os modelos calçarão tênis Vans e alguns deles meias de cano médio, além da utilização de acessórios desenvolvidos pela marca como mochilas, gorros e bonés e acessórios para caracterizar o tema do desfile que são os skates. A ambientação será definida pela própria faculdade, entretanto duas músicas foram escolhidas para a trilha sonora do desfile, são elas ”Nervous Breakdown” da banda de Black Flag e “Wild in the Streets” dos Circles Jerks, banda formada pelo ex – vocalista do Black Flag e ambas surgiram na California na mesma década em que os Z-Boys, respectivamente em 1976 e 1979.
138
139
COLEÇÃO
140
141
SURF CONCRETE
142
Conceitual
143
144
Fashion
145
146
Comercial
147
148
Comercial
149
150
Comercial Acessรณrios
151
152
153
SAVAGE STREET
154
Conceitual
155
156
Fashion
157
158
Fashion
159
160
Comercial
161
162
Comercial
163
164
Fashion Acessรณrios
165
166
167
TROPICAL WAVE
168
Conceitual
169
170
Fashion
171
172
Fashion
173
174
Comercial
175
176
Comercial
177
178
Comercial Acessรณrios
179
180
181
CALIFORNIA LOVE
182
Conceitual
183
184
Fashion
185
186
Comercial
187
188
Comercial
189
190
Comercial Acessรณrios
191
Conceitual Acessรณrios
192
Painel de segmentação
Vestuário
Conceitual
Moletom
3
Legging
6
Macacão
3
Colete
3
Short Corrida
2
Jaqueta
3
Calça Comprida
1
Calça Capri Regata
1
Bermuda
2
Short 70’s - Dolphin
2
Camisa manga longa
2
Camisa manga curta
1
Camiseta manga curta Camiseta manga longa
Camiseta manga 3/4
1
Camisetão 3/4
2
193
Fashion
Comercial
3
4
3 1 3 3
6
4
3
1
6
2
7
3
4
2
4
2
2
1
3
1
5
2
6 2
1 2
2
194
195
PAINEL ARTÍSTICO
196
197
198
199
CROQUIS EXECUTADOS E FICHA TÉCNICA
200
201
202
203
204
205
206
207
208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
218
219
220
221
222
223
224
225
226
227
228
229
230
231
232
233
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
247
248
249
250
251
252
253
254
255
256
257
258
259
260
261
262
263
EDITORIAL
264
265
266
267
268
269
270
271
272
273
274
275
276
277
278
279
280
281
282
283
284
285
286
287
288
289
290
291
292
293
294
295
296
297
REFERÊNCIAS
298
ANDRADE, Renato Moreira. O skate e o comportamento da juventude. 2008. Disponível em: <http://pt.scribd.com/ doc/79032718/O-Skate-e-o-Comport-Amen-To-Da-Juventude> Acesso em: 15 de Set. de 2012 BOOK Description. Amazon, 2012. Disponível em: <http://www. amazon.com/DogTown-C-R-Stecyk-III/dp/0964191644/ref=sr _1_7?ie=UTF8&qid=1352752808&sr=8-7&keywords=Dogtown> Acesso em: 12 de Nov. de 2012. BOUCHER, François. História do vestuário no ocidente. São Paulo, SP. Cosac Naify, 2010. BRANDÃO, Leonardo. A cidade e a tribo skatista: juventude, cotidiano e práticas corporais na história cultural. Dourados: Ed. UFGD, 2011. Disponível em: < http://www.ufgd.edu.br/editora/ catalogo/a-cidade-e-a-tribo-skatista-juventude-cotidiano-e-praticas-corporais-na-historia-cultural/?searchterm=A%20cidade%20 e%20a%20tribo%20skatista> Acesso em: 15 de Set. de 2012. DOGTOWN and Z-Boys. Produção de Stacy Peralta. USA: SONY, 2002. Disponível em: <http://www.dailymotion.com/video/xrrqc3_dogtown-and-z-boys-legendado-parte-1-2_lifestyle> Acesso em: 7 de Set. de 2012. FIRMO, Wallam. Locals Only x Hugh Holland. Figurama. Disponível em: <http://www.figurama.com.br/2011/09/06/localsonly-x-hugh-holland/> Acesso em: 12 de Nov. de 2012.
299
KAMINSKI, Leon Ferreira. Interpretações sobre a contracultura. Questões espaço-temporais. 2009. Disponível em: <http:// pt.scribd.com/doc/51509471/Artigo-Interpretacoes-sobre-acontracultura-leon-frederico-kaminski-SNHH-2009> Acesso em: 10 de Nov. de 2012. LEHNERT, Gertrud. História da Moda do século XX. Colónia. Könemann, 2011. MONTES, Luiz Paulo. Vans off the wall com muito estilo. 2009. Disponível em: < http://www.fashionbubbles.com/moda/vans-offthe-wall-com-muito-estilo/> Acesso em: 04 de Nov. de 2012. PEREIRA, Carlos Alberto Messeder. O que é Contracultura? 2005. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/49170476/Acontracultura-e-sua-poesia-dos-beats-aos-marginais-a-margemdo-canon> Acesso em: 10 de Nov. de 2012. TORRE, Luigi. FFW. Reserva. 2010 Disponível em: <http://ffw. com.br/desfiles/sao-paulo/verao-2011-rtw/reserva/1173/default> Acesso em: 11 de Set. de 2012
300