ICA – Instituto de Comunicação e Artes Bárbara Pereira, Lorrayne Gomes
MEMÓRIAS DE BH: O glamour através do lazer da alta sociedade belo-horizontina nas décadas de 50/60
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a disciplina de Projeto Experimental do Instituto de Comunicação e Arte – Centro Universitário UNA, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Moda.
Professor Orientador: Maria Augusta Área: Criação Produto Final: Coleção Feminina
Belo Horizonte 2016/ 1°
Agradecimento Eu,Bárbara, sou feliz por tudo que ocorreu, durante está minha trajetória. Agradeço primeiramente a Deus por ter dado força para enfrentar os obstáculos; aos meus pais Patrícia e Edimilson, que me inspiraram e foram os maiores colaboradores para concluir essa etapa, e lutaram para que não desistisse do meu sonho, e hoje sei que sem ajuda deles não chegaria até o fim de mais uma etapa de minha vida. Por ter conhecido pessoas tão boas que foram importantes, como a Lorrayne e a Eva, e espero que essa amizade jamais acabe, independente de onde estejamos, pois com os trabalhos descobrimos que juntas poderíamos concluir essa realização. Obrigada por todo carinho, acolhimento e a amizade. Aos professores, que nos ensinaram não só o que desrespeito a matéria, mas também a vida profissional e pessoal.
Eu, Lorrayne, agradeço primeiramente a Deus, por conceder a dádiva de ter em minha vida pessoas tão especiais, que são a minha família e as amigas, que ao longo do tempo passam a fazer parte desta. Serei eternamente grata a todos que estiveram comigo nessa caminhada, principalmente a minha mãe, Eva, a mulher que é a minha inspiração, exemplo e incentivadora, responsável em me possibilitar a base para que alcançasse novos degraus, juntamente a minha avó, Natalina, que me ensinou a amar a profissão escolhida e exercer - lá bem. E também amigos da sala e de outros períodos, backstages, que se tornaram parte do meu dia-a-dia, e claro a minha amiga e parceira de TCC, Bárbara Ellen e família, pelo carinho e consideração. Somos gratas aos familiares e amigos que, de forma direta ou indireta contribuíram para esta realização .
Resumo
Abstract
O tema de estudo deste trabalho é o glamour da alta sociedade belohorizontina nas décadas de 50/60, buscando inspiração através do lazer da mesma, que inclui principalmente grandes bailes e luxuosos clubes. As pesquisas foram realizadas em consultas à artigos, reportagens, livros, documentários, vídeos, museus, bibliotecas, palestra, por meio de contato com profissionais e estudiosos do tema, que contribuíram para a coleta de dados sobre a cidade em si, seus clubes e também sobre a moda nas décadas escolhidas. Há sempre o que ser descoberto e revivido sobre essa cidade, inclusive sobre sua trajetória no mundo fashion, esta é apenas uma parte de um inspirador e lindo momento que Belo Horizonte já presenciou. Palavras-chaves: Moda. Horizonte. Décadas de 50/60. Glamour.
Belo
The subject of study of this work is the glamour of beautiful high – horizontina society in the decades of 50/60, seeking inspiration through the pleasure of it, that included mostly large balls and luxurious clubs. The surveys were conducted in consultations will articles, reports,books,documentaries , videos , museums , libraries, lecture, through contact with professionals and theme scholars who contributed to the collection of data on the city itself , their clubs and also on fashion in the chosen decades. There is always to be discovered and revived about this city, including on his career in the fashion world , this is only part of an inspiring and beautiful moment that Belo Horizonte has ever seen. Keywords: Fashion. Belo Horizonte. Decades of 50/60. Glamour.
Sumário 10– Curriculum
17 – Público Alvo
11- Curriculum
18 – Painel de Público
Briefing de Negócio
Identidade da Marca
13-Descrição Geral
21 – Logomarca
13.1- Estilo
22 – Justificativa do Nome
13.2 – Nicho
22.1 – Cor
13.3 – Elementos de Estilo
22.2 – Fonte
13.4 – Segmentação
23 – Monocromia
13.5 – Gênero
23.1 – Escala de Cores
14 – Concorrentes
23.2 – Tipografia
15 - Canais de Distribuição
24 – Área de Proteção
15.1 – Diferencial
24.1 – Malha de Ampliação
15.2 – Margem de Preço
24.2 – Redução Mínima
16 – Painel de Estilo da Marca
24.3 – Usos Indevidos
Sumário Aplicação Papelaria
39 – Tecidos
27 – Papelaria
39.1 – Cartela de Tecidos
28 – Embalagem e Tag
40 - Cartelas de Tecidos
269– Embalagem
41 - Matérias
30 – Brindes
41.1 – Superfície
Briefing de Coleção
42 – Remodelagem
33 – Release
42.1 – Beneficiamento
34 – Painel de Inspiração
43 – Aviamentos
35 – Macrotendência
43.1 – Cartela de Aviamentos
36 – Painel Macrotendência
Famílias
37 – Tendência
45 – BH 50
37.1 – Painel de Tendência
46 – Fina Flor
38 – Cores
47 – Glamour Retrô
38.1 – Cartela de Cores
48 – Artesanal
Sumário 49 – Baile de Gala
109 – Ficha Técnica
50 – Mapa de Coleção
110 – Ficha Técnica
51 – Mapa de Coleção
111 – Ficha Técnica
52 – Mapa de Coleção
112 – Ficha Técnica
53 – Formas
113 – Ficha Técnica
53.1 – Painel de Formas
114 – Ficha Técnica
Coleção
115 – Ficha Técnica
55 – Croquis BH 50
116 – Painel de Segmentação
65 – Croquis Fina Flor
118 – Painel Artístico
75 – Croquis Glamour Retrô
120 – Apresentação: Desfile
85 – Croquis Artesanal
121 – Fotos Looks Executados
95 – Croquis Baile de Gala
122 – Fotos Looks Executados
106 – Ficha Técnica
123 - Referências
107 – Ficha Técnica
Apêndice
108 – Ficha Técnica
124 - Artigo
Curriculum Graduada Bacharel em Moda pelo Centro Universitário Una 2016 Curso Confecção de Acessórios - 2015 Backstage desfile Barro Preto -2015 Consultoria de Imagem – 2015 Curso Corte e Costura - 2012
Objetivo: Estágio na área de Moda em confecção ou atividades dentro do campo; para aprimorar o conhecimentos já adquiridos.
Bárbara Ellen Evangelista Pereira 20 anos Pedro Ferreira da Silveira, 175 Dom Cirilo Paraopeba – MG 31 – 995273045 Email – barbaravamp@Hotmail.com
Curriculum Graduada Bacharel em Moda pelo Centro Universitário Una – 2016 Estágio – Arrazy Clínica da Moda – 2015 Estágio - Ateliê Lídia Lima – Ladyful Moda Festa - 2013 Modelo/Manequim com certificado e DRT Agência Mega Model - 2015 Agência Thwa – 2011 à 2015 Seminário Imagem e Moda em equilíbrio com Lula Kiah - 2015 Backstages da faculdade – 2013 à 2015 Curso de desenho no Ateliê Simone Zanol – 2012
Lorrayne
Stéfane
20 anos Padre Belchior, 267,Centro Complemento Belo Horizonte – MG 31 - 99658-0317 E-mail: lorrayne.stfanegomes9 @hotmail.com
Gomes 204
Objetrivo: Estágio na área de Moda, como assistente de estilo ou em outras funções no mesmo campo; a fim de somar experiências e obter mais qualificação.
Briefing de Negรณcio
Descrição Geral Elementos de Estilo A Stelle é uma marca mineira de moda festa e é destinada ao público feminino de 18 á 28 anos de classe média alta. A marca acredita que a mulher pode ter um estilo romântico, mas aliado a um toque sexy de forma que seu corpo seja realçado sem abrir mão da delicadeza. Prezando as técnicas artesanais.
Espirituais
Físicos
Delicadeza
Tecidos Fluidos e Cintura marcada;
Glamour Rêtro
Cores ,Estampa, e Silhueta; Bordados;
Sofisticação Sexy
Decotes, Fendas e Corpo Delineado.
Estilo Segmento
Dominante: Romântico Complementar: Contemporâneo e Sexy
Nicho Ateliê Demi – Couture
Moda Festa e Casual Chic
Gênero Feminino
Concorrentes Patrícia Bonaldi - 01 Marca de moda mineira, criada após o trancar da faculdade de sua dona, no qual leva o nome desta, possui peças nas quais passam histórias, busca pela elegância e delicadeza. Além do Brasil, suas coleções estão espalhadas em quatro continentes.
Tutta - 02
Barbara Bela - 03 Criada sobre inspiração nos versos e liras de Alvarenga Peixoto, é uma marca de moda festa e casual chic, iniciada em 1974 por Helen de Carvalho, com uma loja em Belo Horizonte, que traz consigo bordados e materiais importados. Trabalha com a moulage, tendo a roupa feita no corpo.
Seu nome tem como significado “tudo” “toda”, sendo onde a fundadora Mara Campos busca inspiração para criar suas peças, que junto das filhas Shirlene Campos e Shirley Andrade, voltou-se para o segmento luxo, procurando atender os desejos das mulheres. Utiliza matérias - primas exclusivas.
03 01 02
Canais de Distribuição Ateliê em Belo Horizonte Atendimento personalizado em loja própria; Desenvolvendo mini coleção para divulgação; Venda em sua página nas redes sociais mostrando o trabalho e estilo da marca;
Margem de Preço Varejo
Moda Festa Vestidos: R$ 1.600,00 a R$4.500,00 Macacões: R$ 800,00 a R$1,500,00 Blazers: R$ 500,00 a R$ 700,00 Shorts/Saias: R$ 250,00 a R$ 400,00 Blusas/Camisas: R$200,00 a R$ 400,00
Casual Chic
Diferencial A Stelle trabalha o conceito do romântico retrô em suas peças, através de cores, matérias e silhuetas.
Vestidos: R$ 800,00 a R$1.500,00 Macacões: R$ 500,00 a R$ 700,00 Blazers: R$ 350,00 a R$ 450,00 Shorts/Saias: R$ 150,00 a R$ 300,00 Blusas/Camisas: R$100,00 a R$ 300,00
Painel Estilo da Marca
Público Alvo Mulher Stelle Mulheres de 18 á 28 anos de classe C, que trabalham, e possuem uma renda de aproximadamente R$ 2.000,00. Cursam ou são formadas nas áreas de arquitetura, direito, medicina, engenharia, design de interiores ou moda. Românticas, mas que procuram essa feminilidade sem estar dentro do estereótipo de muito infantil, meiga demais e ser extremamente frágil, quer uma delicadeza jovial que a realce e valorize também seu corpo sem que perca sua essência romântica; é determinada.
Gosta ou possui desejo de viajar como Paris e Veneza; mais também sai com os amigos para lugares mais badalados. Tem autoestima e é impecável em suas produções(aparência), prioriza seu bem-estar, possui leitura diversificada, por gostar de estar informada e atualizada; sua playlist vai de eletrônica ao pop, sabe se comunicar, e vai em busca dos seus sonhos.
Painel Público Alvo
Identidade da Marca
Logomarca
Justificativa do Nome Junção do segundo nome das proprietárias – Stéfane e Ellen; Nome feminino ao qual refere seu público – alvo; Fácil de se lembrar e pronunciar, fixando na mente; Em Italiano significa Estrela, ao que se associa a Moda Festa; Stelle, assim somos.
Fonte Edwardian Script Itc Por conter aparência elegante e fluente, características que a marca busca pra si. Desenhada a mão, remetendo o trabalho da Stelle.
Cor Preto remete a sensualidade, sofisticação, força. Amarelo da sinônimo de poder, luxo, trazendo luz, além de ser uma cor ideal para traduzir a Moda Festa.
Agulha Representa o artesanal que a marca pretende trabalhar, e o confeccionar as peças com cuidado, pensando em cada detalhe da peça.
Monocromia
Stelle
Tipografia Fonte: Edwardian Script Itc
A BCD EF GHIJ K LMNOPQRST UVXZW Y
Abcdefghijklmnopqrstu vxzwy 01 2 3 4 5 6 7 8 9
Escala de Cores C : 100 M: 100 Y: 100 K: 100 Black Bean
C:0 M: 20 Y: 100 K: 0 Freesia
Área de Proteção
Redução Mínima
1,5
0,5
1,5
2,0
Malha de Ampliação
Usos Indevidos
Stele
10 09 08 07 06
Stelle
Stelle S te lle Stelle Stelle
05 04 03 02 01
Mínimo Recomendado 3 cm
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Stelle
Aplicação de Papelaria
Papelaria Cartão Visita
Papel Carta
Papel Couchê Fosco - 230g 9 x 5 cm
Papel Polén - 80g A4 - 200 folhas
Envelope Pardo Papel krafit - 80g 250x353 cm
Embalagem e Etiqueta Caixa de Presente
Etiqueta
Papel Duplex(Cartonado) - 370g 40 x 15 x cm
Tecido - Linho Largura - 1,40 m Corda de palha
Sacola Papel Triplex (Cartonado) 280g 35 x 25 x 14 cm
Embalagem Capa para Vestidos Tecido 60 x 100 cm
Brindes Tarรงa com Logomarca Vidro 150 ml
Porta Jรณia Plรกstico 9,5 x 5,5 x 3 cm
Briefing de Coleção
Release ATRAVÉS DAS MEMÓRIAS DE BELO HORIZONTE Marca revisita o glamour dos anos dourados da cidade.
Para a coleção Inverno 2017 – BH Retrô, a Stelle se
A delicadeza e riqueza de detalhes do
inspirou no lazer da alta sociedade
período surgem ao longo das criações por
belo-horizontina nas décadas de 50 e 60,
meio de estampa com e sem aplicação,
resgatando não só lembranças da capital
plissado, bordado com pérolas, nervuras,
mineira, mas toda a beleza da época. Dentro
recortes e armações, aplicação de tule bordado
desse tema, são usados como referências, além
e renda, além da técnica Vintage/Desgasta, que
da própria BH, os bailes, os famosos clubes que
é o descoloramento do tecido, que proporciona
sediavam os mesmos, o vestuário da classe
um efeito especial nas peças.
escolhida e seus acessórios.
Sobre as expectativas, as estilistas
A combinação entre a essência da marca
Bárbara e Lorrayne contam: “Que esse
e do tema resultou na escolha de tecidos fluídos,
trabalho seja uma forma de trazer a história e
como a Musseline, Organza, Cetim, Gazar e
beleza da nossa cidade, um instrumento que
Crepe, para os encorpados, o Gabardine,
incentive a valorizar o que é nosso”. E
Shantung, Veludo, a Renda e o Tule Bordado
completam: “É um tema encantador do início
completam a cartela de tecidos. A partir das
ao fim, e para nós é extremamente gratificante
tendências para a estação, a cartela de cores
interpreta-lo para essa coleção”.
conta com o branco, preto, nude, azul, cinza, dourado e vermelho, e são trabalhadas as
Mais Informações:
silhuetas X, H, Y e Sereia. Bárbara Ellen Evangelista Pereira, (31) 9 9527-3045, barbaravamp@hotmail.com Lorrayne Stéfane Gomes,
(31)99658-0317, lorrayne.stfanegomes9@hotmail.com
Painel de Inspiração
Macrotendência Revolution As pessoas estão falando e dando mais valor ao amor, e isso se estende para a questão da família, das relações, cresce o desejo por afeto e atenção. A volta dos ateliês é um forte sinal, já que o cliente está cercado de maior atenção, pelo atendimento que é personalizado.Isso se transpõe para a moda pelos tecidos aconchegantes e mais encorpados, estampas delicadas e até mesmo com o uso de texturas. Projeto do National Geographic que pediu aos seus leitores que enviassem fotos do que era amor para eles. Marca de Sutiã japonesa, que criou a peça “True Love Tester”. Projeto “Mais amor, por favor”, espalham cartazes nas ruas para chamar atenção para o amor. Campanha da marca “ & Other Stories”, que traz em família, as três filhas de Meryl Streep.
Filmes lançados em 2015 como: Cinderela, e eu ficar, A teoria de tudo, A incrível história de Adaline. Coleção “Mães” - Dolce & Gabbana, inverno 2016, traz para a passarela modelos com crianças, até mesmo grávidas. E coleção inverno 2016 Ronaldo Fraga inspirada no Amor. Em pesquisas na Feira Première Vision - 2015, a volta do veludo e brocado, trazem consigo a ideia da roupa refletir aconchego, família e memórias. E há também o resgate do glamour e o feito a mão.
Painel de MacrotendĂŞncia
Tendência Cores A estação apresenta cores neutras, porém traz consigo cores intermediárias para que as coleções não fiquem sombrias. Pode se observar as silhuetas x e y, trazidas pelas marcas nos desfiles internacionais. E por fim, o comprimento mídi, que assim como na coleção da Stelle, inspira-se no passado. Sendo assim escolhidas, por serem tendências aparentes na coleção inverno 2017 da marca.
Nina Ricci Lanvin
Silhuetas X e Y
Midi
Prada
Issey Miyake
Dior
Acne Diesel Studios Black
Valentino Oscar de Dolce & la Renta Gabbana
Cores Intermediária As cores foram escolhidas, através de imagens trazidas pelos painéis, igualadas a época aqui trabalhada, pensando no segmento e conceito da marca, para que não ficasse carregado. Acompanhando as tendências notadas nas coleções internacionais.
Dominantes
Leveza
Retrô
C:0 M: 20 Y: 40 K: 0 12-0913
C:20 M:13 Y:15 K: 0 13 - 4108
Tonalizante
Elegância
Pureza
Poder
Prestígio
C:100 M:100 Y:100 K: 100 Ganache 19-1018
C:0 M:0 Y:0 K: 0 Bright White 11-0601
C:0 M:100 Y:100 K: 0 18-1355
C:100 M:100 Y:0 K: 0 19-3953
Lux o C: 0 M: 20 Y: 100 K: 0 4 - 0957
Tecidos Os tecidos trabalhados na coleção, foram analisados de acordo com o segmento da Stelle, para trazer a sofisticação, a leveza e o glamour, o qual é o objetivo da marca. Pensou também quais eram utilizados nos anos 50, para que possa representar da melhor forma possível a época .
Brocado 97% poliéster 2% poliamida 1% outras fibras Importado Fornecedor – Ouro Têxtil R$ 69,90 m
Cetim 100% poliéster Importado – China Fornecedor – Ouro Têxtil R$ 21,90 m
Crepe
Gabardine
100% viscose Importado – Japão Fornecedor – Casa Martins R$ 15,90 m
100% algodão Importado – China Fornecedor – Kanto da Moda R$ 14,00 m
Musseline
Organza
100% poliéster Importado – China Fornecedor – Casa Martins R$ 16,90 m
100% poliéster Importado – China Fornecedor – Casa Martins R$ 8,90 m
Tule 100% poliéster Importado – Japão Fornecedor – Belle Fashion R$ 29,90 m
Veludo
Chiffon
100% poliéster Importado – China Fornecedor – Kanto da Moda R$ 90,00 m
100% poliéster Importado – Japão Fornecedor – Premium R$29,90 m
Tule Bordado Renda floral 100% poliéster Importado – China Fornecedor – Casa das Fábricas R$ 200,00 m
100% poliamida Importado – Próprio Fornecedor – Ponto do Tecidos R$ 59,99 m
Gazar
Tafetá
100% seda Importado– China Fornecedor – Ouro Têxtil R$ 16,90 m
100% poliéster Importado – China Fornecedor – Kanto da Moda R$ 17,00 m
Shantung
Seda Gloss
80% poliéster 20% Viscose Importado – China Fornecedor – Casa Martins R$ 24,90 m
100% poliéster Importado – China Fornecedor – Ouro Têxtil R$ 21,90 m
Matérias Superfície As matérias foram pensadas nas técnicas utilizadas no passado como plissado, bordado o qual foi feito exclusivamente para coleção, sendo utilizado pérolas de dois tamanhos, criadas a partir de elementos da cidade e nervuras que lembra as formas das sacadas de clubes da época, acrescentadas atuais para trazer ao contemporâneo, sendo recortes ousados e estampas feita para o tema, inspirada em Belo Horizonte, mostrando todo trabalho da marca.
Aplicação Pedraria
Bordado
Seda Gloss Renda,Cetim Shantung
Cetim, Musseline Gabardine Crepe Etoile
Estampa
Soutache
Seda Gloss
Etoile Cetim Crepe Musseline
Remodelagem
Recortes
Beneficiamento
Tingimento
Tingimento
Vintage/Desgaste Veludo, Crepe
DegradĂŞ Musseline
Gabardine, Cetim,Crepe,Shantung Veludo, Musseline
Tingimento Nervura
Plissado
Gabardine Musseline Tule,Cetim Crepe,Gazar
Seda Gloss,Cetim Shantung,Crepe Gazar
OmbrĂŞ Cetim,Musseline
Aviamento Utilizados os aviamentos característicos de peças moda festa, lembrando sempre do contexto da coleção, escolhendo os que mais caracterizam os anos 50.
Fita Soutache Barbatana Galeria do Ouvidor Metal/Plástica Bazar Cida 50m 10 un R$ 6,00 R$ 2,90 pacote
Botões Linha
Zíper
100% poliéster Bazar Cida 2000m R$ 2,00 un
75% algodão 25% poliéster Galeria do Ouvidor
Elástico 73% poliéster 25% elastano Bazar Cida 25 m R$ 4,45 un
Colchete Metálico Metal Galeria do Ouvidor 10 un R$ 3,90 pct
Plástico e metal Dourado, Vidrilho Galeria do Ouvidor Plástico R$ 0,50 un Preto Galeria do Ouvidor 100 un R$ 1,70 pacote
Pérolas Galeria do Ouvidor Bojo 50 g R$ 5,90 n 4 pct 100% algodão R$ 4,90 n 5 pct Bazar Cida 40 cm R$ 4,50 par
FamĂlias
Bh 50 Inspirada na cidade durante os anos 50. Traz peças inspiradas em seus aspectos físicos, o plissado, estampa com aplicação, desenvolvida a partir de imagem de umas de suas ruas iluminadas a noite.
Fina Flor O termo fina flor quer dizer: a elite de algum lugar, e eram nos clubes mais famosos da cidade, inspiração dessa família, que essa se encontrava. Seus formatos e características estará nas peças a partir dos bordados com pérolas e nervuras.
Glamour Retrô Inspirada nas luvas e chapéus, acessórios utilizados na época. Os recortes e armações serão os responsáveis em dar vida a essa família.
Artesanal A inspiração dessa família são as técnicas artesanais, o bordado, o feito a mão e seus detalhes, e os recortes.
Baile de Gala Inspirado no luxo dos bailes de gala, pretende-se resgatar o espírito dos anos dourados, de sua farta elegância e opulência. O tule bordado, o plissado e os recortes compõe essa família.
Mapa de Coleção MAPA DE COLEÇÃO FAMÍLIA
LOOK
CORES
TECIDOS
FORMA
MATÉRIAS
Vestido Longo (Conceito)
Estampado
Seda Gloss
Y
Aplicação de Vidrilho
Macacão Longo (Conceito)
Preto
Shantung
X
Armação
Blusa/ Saia (Fashion)
Nude e Estampado
Cetim e Seda Gloss
X
Plissado
Macacão Curto (Fashion)
Preto e Nude
Shantung
Y
Armação
Casaco Longo/Saia (Fashion)
Branco e Nude
Cetim e Shantung
X
Armação
Vestido Curto (Básico)
Nude
Cetim
X
Plissado
Blusa/ Calça (Básico)
Estampado e Branco
Seda Gloss e Shantung
A
Estampa
Blusa/ Saia Longa (Básico)
Branco e Preto
X
Armação
Cetim
Vestido Longo (Básico)
Preto
Shantung e Organza
X
Armação
Calça/ blusa com capa (Conceitual)
Preto e Dourado
Cetim e Musseline ou Gazar
H
Vestido Longo (Conceitual)
Preto
Macacão curto c/ capa. (Fashion)
Preto e Nude
Tafetá e Musseline ou Gazar Gabardine, Musseline e Tule.
Blusa/Saia midi. (Fashion)
Nude e Branco.
Gabardine, Cetim e Tule.
X
Vestido curto (Fashion)
Branco e Dourado
Gabardine e Tule.
X
Vestido longo (Básico)
Dourado
Cetim
Macacão longo (Básico)
Nude e Dourado
Cetim
Casaco Midi (Básico) Blusa/Saia longa (Básico)
Branco
Crepe
Branco e Nude
Crepe e Musseline
Nervura, bordado com pérolas e Recorte. Nervura e bordado com pérolas. Nervura, bordado com pérolas e Recorte. Nervura, bordado com pérolas e Recorte. Nervura, bordado com pérolas e Recorte. Bordado com pérolas e Recorte. Nervura e bordado com pérolas. Nervura e Recorte. Nervura e bordado com pérolas e Recorte.
BH 50
FINA FLOR
UNIFICADOR
Silhueta X
X
H
X
H
X H
Silhueta X
Mapa de Coleção MAPA DE COLEÇÃO FAMÍLIA
GLAMOUR RETRÔ
ARTESANAL
LOOK
CORES
TECIDOS
Macacão Longo (Conceito)
Cinza e Branco
Gabardine e Veludo
Y
Recorte
Casaco Midi (Conceito)
Preto
Veludo
X
Desgaste e Recorte
Blusa/Saia Midi (Fashion)
Preto e Cinza
Gabardine e Cetim
X
Recorte
Vestido Curto (Fashion) Blusa com laço/Calça (Fashion)
Preto
Veludo
X
Armação
Preto e Branco
Crepe e Veludo
X
Recorte
Vestido Longo (Básico) Blusa/Saia Longa (Básico)
Cinza
Gabardine
Y
Armação
Cinza e Branco
Gabardine e Veludo
Y
Recorte
Macacão curto (Básico) Blusa Curta/Longa/ Calça (Básico)
Branco e Preto Preto
Gabardine
X
Recorte
Veludo
X
Recorte
Vestido Curto/Saia longa (Conceito) Macacão Longo (Conceito) Blusa/Saia Midi (Fashion) Vestido Longo (Fashion) Vestido Curto (Fashion)
Branco e Azul
Crepe e Renda
X
Aplicação de pérola na Renda e Recorte. Aplicação de pérola na Renda. Aplicação de pérola e renda.
Branco e Azul. Preto, Azul e Dourado.
Cetim. Renda e Shantung.
X
Blusa/Casaquin ho (Básico) Casaco Midi (Básico)
Branco e Azul
Shantung
X
Preto, Azul e Dourado.
Shantung e Cetim.
X
Vestido Curto (Básico)
Preto, Branco Shantung e Azul.
X
Macacão Midi (Básico)
Preto e Dourado.
X
Preto e Dourado
Shantung, Crepe e Renda. Preto, Branco Crepe e e Azul. Cetim
FORMA
X
X Sereia
Cetim
MATÉRIAS
Aplicação de pérola. Aplicação de pérola na renda e Recorte. Aplicação de renda e pérola. Aplicação de renda e pérola. Aplicação de renda, pérola e Recorte. Aplicação de renda e pérola.
UNIFICADOR
Silhueta X
Silhueta X
Mapa de Coleção MAPA DE COLEÇÃO FAMÍLIA
LOOK
CORES
TECIDOS
FORMA
MATÉRIAS
Macacão com capa/Saia Longa (Conceito)
Vermelho e Preto.
Shantung e Crepe.
X
Plissado e Aplicação de tule bordado.
Vestido Longo/Curto (Conceito) Macacão Longo com capa/Saia (Fashion)
Vermelho e Dourado.
Cetim e Tule Bordado.
Sereia
Preto e Dourado,
Crepe e Veludo, Tule bordado.
Preto e Dourado. Preto e Vermelho
Blusa/Saia Longa (Básico) Blusa/Saia Longa (Básico) Vestido Curto (Básico) Macacão Curto com capa (Básico)
Blusa/Calça (Fashion) BAILE DE GALA Blusa/ Saia longa (Fashion)
Recorte
X
Plissado e aplicação de tule bordado.
Brocado e Gazar. Shantung e Gazar
X
Plissado
X
Plissado e aplicação de tule bordado.
Vermelho e Dourado Preto e Dourado.
Veludo e Cetim Crepe e Gazar.
X
Dourado
Crepe e Brocado Crepe e Veludo
Preto e Dourado
UNIFICADOR
Silhueta X
X
Aplicação de tule bordado Aplicação de tule bordado e plissado. Plissado
X X
Aplicação de Tule Bordado.
Formas e Silhuetas As silhuetas foram inspiradas através de pesquisas feitas para coleção, sendo observado a maior presença das Y e X, porém sem deixar de lado a beleza do corpo, representada pela a Sereia.
Y
.
X S
Coleção BH Retrô Para a coleção de inverno 2017 a Stelle se inspirou no glamour da altasociedade belo-horizontina nas décadas de 50 e 60, com foco em seu exuberante lazer; resgatando não só as memórias da cidade, mas a beleza da época.
Dentro desse tema, iremos usar como referências, os bailes, os famosos clubes que sediavam os mesmos e outros eventos, o vestuário da classe escolhida e seus acessórios, os bordados, rendas e pérolas que foram itens característicos do período.
BH 50
Fina Flor
Glamour RetrĂ´
Artesanal
Baile de Gala
Ficha Técnica
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Painel de Segmentação
Peças Conceito Vestido Longo 3 Vestido Curto 2 Saia Longa 2 Saia Midi 0 Casaco Longo 0 Casaco Midi 1 Blusa 1 Calça 1 Macacão Longo 4 Macacão curto 2 Total 16
Fashion 1 3 1 4 1 0 6 2 2 3 23
Básico 3 2 5 0 0 3 8 2 1 2 26
Total 7 7 8 4 1 4 15 5 7 7 65
Baile de Gala
Artesanal
Glamour Retrô Fina Flor BH 50
Painel de Artístico
Fina Flor
BH 50
Baile de Gala
Apresentação : Desfile
Referências CASTILHO, Rodrigo.História e antecedentes da fonte Edwardian Script ITC. Disponível em: << http://www.ehow.com.br/historia-antecedentes-fonteedwardian-script-itc-info_34883/ >>.Acesso em: 22 mar 2016. SBG, Julia. Silhueta Dior. Verdade feminina, 14 dez 2011. Disponível em: << http://www.verdadefeminina.com.br/silhueta-dior/. Acesso em: 22 mar 2016. MONNERAT, Fábio. Caudas e saias sereias dominam tapete vermelho. Uber Fashion, 06 fev2011. Disponível em: <<http://fashionuber.blogspot.com.br/2011/02/caudas-e-saias-sereiasdominam-tapete.html >>. Acesso em : 24 mar 2016. K,Luna. Uber Trend- ombre e tie dye. 12 jul 2012. Disponível em: << http://futilidadeintima.blogspot.com.br/2012/07/uber-trend-ombre-e-tiedye.html >>. Acesso em: 24 mar 2016. MARCHESONI, Roberto.Papeis Gramaturas e principais usos. 30 jun 2010.Disponível em:<<http://tudibao.com.br/2010/06/papeis-egramaturas.html>> . Acesso em: 24 abr 2016. MEDIA, Oliver. Curiosidades - A lavanderia também lava malha, pt, camisaria, entre outros. Dinâmica Lavanderia Industrial. Disponível em: << http://www.dinamicalavanderia.com.br/curiosidades1.php>> Acesso em 24 mar 2016. Datos Marketing Direto. Listas de Classes Sociais IBGE. 08 abr 2016. Disponível em: <<http://www.datosmarketing.com.br/listas-detalhes-classessociais.asp >>. Acesso em: 24 mar 2016. Tutta.com.br>>.Acesso em: 12 mar 2016. barbara bela.com.br>>.Acesso em: 12 mar 2016. patricia bonaldi.com.br>>.Acesso em: 12 mar 2016.
ApĂŞndice
INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE GRADUAÇÃO EM MODA
MEMÓRIAS DE BH: O glamour através do lazer da alta sociedade belo-horizontina nas décadas de 50/60.
ALUNOS: Bárbara Ellen Pereira Evangelista Lorrayne Stéfane Gomes
PROFESSOR (A) ORIENTADOR (A): Geanneti Tavares Salomon
ÁREA DE PESQUISA: Historicidade, cultura e sociedade. LINHA DE PESQUISA: Moda, história e memória.
BELO HORIZONTE 2015 / 2º
Bárbara Ellen Pereira Evangelista Lorrayne Stéfane Gomes
MEMÓRIAS DE BH: O glamour através do lazer da alta sociedade belo-horizontina nas décadas de 50/60.
Artigo apresentado como requisito de avaliação do Curso de Graduação em Moda do Centro Universitário para aprovação parcial na disciplina TIDIR VI (PRÉ-TCC). Professora: Geanneti Tavares Salomon Produto final TCC: Coleção
BELO HORIZONTE 2015 / 2º
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MEMÓRIAS DE BH: O glamour através do lazer da alta sociedade belo-Horizontina nas décadas de 50/60.
Bárbara Ellen Pereira Evangelista Lorrayne Stéfane Gomes
RESUMO O presente estudo tem o objetivo de retratar o glamour da alta sociedade belo-horizontina nas décadas de 50/60, e as influências da moda no lazer e nos grandes bailes realizados nos clubes luxuosos da época, caracterizando as vestimentas vigentes como uma linguagem que traduz cultura, costume e expressão de uma sociedade em um determinado momento. Para a realização das pesquisas bibliográficas, foram feitas consultas à artigos, reportagens, livros, documentários, vídeos, museus, bibliotecas, palestra com profissionais e estudiosos do tema, que conseguiram com competência e sensibilidade coletar dados sobre a cidade, seus clubes e o lazer que envolvia a sociedade glamorosa e requintada das referidas décadas. O tema inspira o aprofundamento da pesquisa, que passa pela trajetória da moda num momento de muito bom gosto e ousadias, que influenciaram não apenas a sociedade mineira, mas a moda brasileira, pelo bom gosto, requinte e riqueza de detalhes. Palavras-chaves: Glamour. Alta sociedade. Moda. Cultura. Trajetória.
INTRODUÇÃO
Beleza e glamour marcaram a sociedade belo-horizontina nos anos 50 e 60. Impulsionado pelo fim da recessão, que marcou o evento do pós-guerra, o bom gosto predominou nos chamados anos dourados, valorizando os grandes eventos e o lazer na capital mineira. Festas e recepções em lugares finos e elegantes serviam de palco e passarela para trajes que caracterizavam a elegância e o bom gosto do “higth society” da época. E assim luxo e
Bárbara Ellen Evangelista Pereira. Graduada em Moda, no Instituto Comunicação e Artes – ICA. Email: barbaravamp@hotmail.com Lorrayne Stéfane Gomes. Graduada em Moda, no Instituto Comunicação e Artes – ICA. Email: lorrayne.stfanegomes9@hotmail.com
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beleza contavam histórias e retratavam o comportamento de uma sociedade emergente e ao mesmo tempo fina e elegante. Sob este prisma, podemos entender que a moda reflete não apenas os costumes de um povo, mas seus anseios e ambições, tal como demonstra Bahia (2005, p. 193), ao descrever a evolução da capital mineira, sua renovação, novos costumes e a busca incessante de uma sociedade em se auto afirmar através de diversas expressões como a arte e a cultura. Vemos então que Belo Horizonte ao crescer, encontra também inspiração para o desenvolvimento artístico com a criação do Museu de Arte Moderna no edifício do Cassino da Pampulha, que já não mais abrigava os jogos, proibidos no início dos anos 50. As pesquisas realizadas buscam conhecimento a respeito da história e condição socioeconômica da cidade nas décadas escolhidas, e as atividades de lazer das pessoas de classe mais alta na época, sendo os bailes uma das principais atrações. Para melhor descrever o comportamento predominante, foram pesquisados os clubes que adotavam esses eventos, como o Minas Tênis Clube, PIC (Pampulha Iate Clube), Automóvel Clube; e pontos que traduziram o brilhantismo e à forma de vida de pessoas, peculiar naquele tempo. Um tempo onde o assunto era vestuário, costureiras, modistas e alfaiates que marcaram época
e
serviram como referência de moda e estilo.
1. BELO HORIZONTE NOS ANOS 50/60
A história de Belo Horizonte é contada a partir de 1701, quando foi fundado o Arraial “Curral Del Rei”. Mais tarde se torna capital de Minas Gerais, sendo denominada Cidade de Minas, em 1897. O nome Belo Horizonte surgiu apenas em 1901. E hoje, com mais de um século de existência e histórias, é considerada uma das principais cidades do país. (THE CITIES, 2015)
Na década de 50, Belo Horizonte se fortalece economicamente, e a possibilidade de se tornar uma metrópole, abre portas para que pessoas de outros lugares e estados do Brasil migrassem em busca de melhores condições e infraestrutura. Durante a década de 60 devido ao alto e acelerado crescimento urbano da cidade, muitas casas e áreas verdes foram derrubadas. (CURRAL DEL REY, 2012) Considerada um centro urbano desde os anos 40, a cidade recebe investimentos, cresce verticalmente na construção de arranha céus, e na popularização de veículos, que já enchiam as ruas. É preciso lembrar que até então, somente a classe alta tinha o direito a ruas
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pavimentadas e ao saneamento. Mas, a população aumentava a cada ano, chegando a ter nos anos 50, 352.000 habitantes. O crescimento também trouxe para a cidade problemas, que refletiam a falta de planejamento e de investimentos. (CURRAL DEL REY, 2012) Belo Horizonte teve como principal construção, o grande centro, que ficou marcado pelos edifícios de comércios e condomínios de moradia, que se tornaram alternativa de moradia para atender ao crescimento da população. No entanto, leis rígidas para a compra de terreno, fizeram com que as pessoas buscassem lugares mais afastados do centro. O desenho da cidade, mantinha a
ligação da região central aos bairros periféricos, através das Av. Amazonas e Antônio Carlos, que era até então uma região ocupada pela classe média. (CURRAL DEL REY, 2012). O progresso e a evolução transformaram a região central, novos bairros foram criados atendendo inclusive a demanda da classe mais abastada, a considerada classe A. A região da Pampulha, inaugurada em 17 de maio de 1943 foi idealiza por Oscar Niemeyer, que influenciou o espaço urbano, incluindo em sua paisagem um lago artificial. O loteamento foi projetado para residências de luxo, e para proporcionar lazer coletivo e social em espaços como Cassino, A Casa do Baile, Iate Clube, e a Igreja de São Francisco, integrando um conjunto arquitetônico bastante arrojados e de grande beleza. (BAIRROS DE BELO HORIZONTE, 2015b)
Já a Savassi, segundo o site (BAIRROS DE BELO HORIZONTE, 2010) também conhecida como bairro Funcionários, pois ali estiveram os primeiros trabalhadores da capital de Minas, foi marcada pelo charme de pessoas importantes e de grande influência cultural. Ficou assim conhecido pela tradição de uma família de comerciantes do ramo de pães e confeitaria, e que em 16 de março de 1940 inauguraram ali uma padaria conhecida como referência para o lugar. O bairro também ficou conhecido como ponto de encontro das pessoas, que se reuniam para contar casos, histórias, ouvir músicas entoadas por cantores de MPB, enfim, um lugar de vida noturna intensa marcada pelo turismo e diversão. (BAIRROS DE BELO HORIZONTE, 2010) O bairro de Lourdes, originalmente formado por famílias mais abastadas, cresce em torno e sob proteção da Basílica de Nossa Senhora de Lourdes. Nos anos 30, é criado o Minas Tênis Clube, que com sua beleza e boa localização é disputado ainda nos dias atuais. O bairro ainda é referência de luxo e sofisticação, com restaurantes premiados, lojas de requintes, Shopping Diamond, faculdade, tudo para agradar aos gostos mais refinados e exigentes. (BAIRROS DE BELO HORIZONTE, 2015a)
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Já o bairro Belvedere, antes conhecido como Fazenda do Capão Pequeno, cresceu em torno da história de Curral del Rey, cujas terras foram desapropriadas pelo Estado de Minas Gerais em 1894. Um espólio de Jacinto Ferreira da Luz, que deu origem ao bairro Belvedere II e III, projetado pelo urbanista e arquiteto Ney Werneck. (BAIRROS DE BELO HORIZONTE, 2015a)
2. O GLAMOUR DOS ANOS DOURADOS
2.1 Vestuário: uma questão de luxo e requinte
O luxo e o requinte costuraram o vestuário da alta sociedade da década de 50 em Belo Horizonte. Inspirações vindas das revistas da época, como a Alterosa, famosa por divulgar a moda parisiense, sugeria tecidos finos como jérsei, seda, linho, chiffon, musseline, gabardine, tafetá, cetim e renda, que eram usados nas ocasiões específicas, como coquetéis e bailes. Geralmente as peças eram lisas, quando estampadas, prevalecia o xadrez e as listras finas. (REVISTA ALTEROSA. 1950) O estilo das roupas destacavam decotes quadrados ou em “V”, mangas largas em estilo quimono, cintura sempre bem marcada e muitas vezes bolsos embutidos. Os detalhes variavam em ricos bordados, além das pregas, plissados, nervuras e drapeados. (REVISTA ALTEROSA. 1950) As peças mais usadas pelas mulheres eram as saias midi rodadas e evasê, vestidos, boleros com mangas curtas e longas com punho, casacos, enriquecidos pelo uso de luvas e chapéus. As cores apareciam nos tons de verde, azul, vermelho, branco, preto e cinza. (REVISTA ALTEROSA. 1950) Algumas imagens encontradas em sites contam um pouco desta história, as roupas masculinas eram de alfaiataria e seguiam a composição calça, camisa, blazer, gravata, e chapéu, nos tons de azul marinho, preto, e cinza, em estilo clássico/social. (UOL, FOTO BLOG. 2004 2015). Sobre o estilo masculino, Lima (1996, p.45), descreve a indumentária como relevante na vida social, dos homens da classe média e alta. Naquele tempo, conforme o autor, por mais modesto que fosse um operário, para os dias de folga ou de festa sempre havia um terno de brim “caki”, considerado um tecido muito usado. Peças como paletó, coletes, gravata e chapéu, eram
fundamentais para uma apresentação social.
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2.2 Referências da moda na época
Por hábito e tradição, as famílias de classe alta costumavam ter uma costureira de confiança. Estas permaneciam realizando seus trabalhos por gerações. Era bem comum também, que as moças procurassem aprender a costurar, para que fossem consideradas “prendadas” (PENNA, 2015a). Costureiras e Alfaiates, principalmente até o surgimento dos primeiros estabelecimentos comerciais de moda, na concepção moderna do termo, eram os nomes para a perpetuação do que era moda em Belo Horizonte. Dentre as costureiras que tiveram certo reconhecimento na capital e em alguns casos até fora do Estado, podemos citar: Amélia Abolt, Maria Flávia Bicalho, Letícia Bossi, Mary Caetano, Emereciana Castelo Branco, Márcia Correia, Merci do Espirito Santo, Amanda Ribeiro Drumond, Élcia Gonçalves Horta, Célia Lacerda, Lígia Nascimento, Nais Rigoto, Terezinha Santos, Lúcia Veado, Violeta Marques, dentre outras. (JÚNIOR, 2011, p. 52)
De acordo com o autor Benvindo Lima (1996) “uma das profissões mais populares de antigamente era a de alfaiate, dado ao grande número de profissionais do ramo existentes na cidade”. O que mostra como as pessoas admiravam e valorizavam o trabalho artesanal; as peças sob medida e exclusivas. Lima (1996) complementa e cita ainda que por sua fama e importância muitos alfaiates possuíam lojas luxuosas, que eram destinadas aos homens mais ricos e aos
executivos. São citados alguns alfaiates importantes como: Albino, Anselmo Rosa, Otílio Prado, Andrade e o Aquino, este o alfaiate mais caro da cidade.
Entre os pioneiros da profissão que ainda exercem, temos o Pinto, no edifício Moreira, e mais alguns poucos remanescentes. Porém, com o advento do crediário, da indústria de roupas feitas, da evolução dos costumes, da roupa esporte e da implantação do clássico “jeans”, a profissão de alfaiate está desaparecendo, como desapareceu a elegância e a exigência da boa apresentação do homem na vida social. (LIMA, 1996, p.45)
Hoje são poucos profissionais que dedicam tempo e atenção para fazer de forma manual as roupas, ou parte delas, sejam os bordados ou acabamentos, se tornando essa uma prática que pode garantir o diferencial de uma peça ou marca, mas que décadas atrás não se imaginava uma melhor maneira de obter os modelos que se desejava. Gabriela Penna citou durante sua palestra que nos anos 50 a 60, as modistas ditaram as
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linhas e arremates das damas da sociedade e faziam a moda. Outras de maior destaque foram Olga Mazeti, Junia Melo, Alice Santos, Ângela Espanhola, entre outras. Sobre os acessórios o nome era o de Hilda Magon, famosa por seus belos chapéus, elementos de grande importância quando o assunto era estilo e elegância. (PENNA, 2015a) (PENNA, 2015b)
2.3 O Comércio de Moda na Capital Mineira
A moda se transformou num elemento de desenvolvimentos do comércio em Belo Horizonte. Muitas lojas se destacaram, a exemplo da Casa Guanabara e a transição do artesanato sob medida, para o comércio prêt-à-porter. Criada no Rio de Janeiro, seu dono Adriano Vaz de Carvalho, fundou a filial em Belo Horizonte em 1912, na rua Rio de Janeiro esquina com Tupinambás, era frequentada pela classe média. Investia muito em anúncios publicitários, com preocupação em difundir a compra a crédito. Para isto, organizava desfiles, e divulgava através de propagandas de rádio (JUNIOR, 2011).
Outro destaque é a Loja Sibéria, que funcionou de 1946 até 1972, e foi considerada como uma das lojas de moda de maior requinte de Belo Horizonte. De propriedade de Efraim e Ida Blas, inicialmente encontrava-se à rua Tamoios, e logo depois mudou para o edifício Acaiaca na Avenida Afonso Pena, que era o chamado coração comercial da cidade. A loja possuía 100m², e era dividida em subsolo, com lingeries e modas, o térreo com bijuterias, moda esportiva e perfumes, e no segundo andar, os calçados. A loja ainda oferecia móveis, tapetes e lustres. (JUNIOR, 2011) Anna Marina, editora do Caderno Feminino do Jornal Estado de Minas, destaca:
A Sibéria era diferente, ela vendia só roupa, vendia sapato também. Mas vendia um negócio que não tinha em Belo Horizonte e que fazia falta, que era a pele. O clima aqui era muito frio. Então a Sibéria foi uma loja que vendia muita pele, casaco de vison, couro.. (Anna Marina Viana de Siqueira – Depoimento Verbal). (JUNIOR, 2011)
Na Doras Modas, gerenciada pela Sra. Fanny, filha dos fundadores, voltada ao público de grande poder aquisitivo, procurava manter relações saudáveis com determinadas pessoas para garantir seu sucesso. Seu público alvo eram as mulheres economicamente privilegiadas. (JUNIOR, 2011). -Informação Verbal – Palestra de Gabriela Penna para o Minas Pensa Moda, realizada no dia 08 de outubro de 2015, onde abordou o tema:”Uma história mineira: cultura,sociedade e moda nos anos dourados (1950- 1960)”.
9 Fanny conta que:
(...) eles começaram a trabalhar aqui e uma cliente os mandava a outra cliente. Foram fazendo amizades e tendo menos dificuldades de falar a língua. Por exemplo, a família Magalhães Drumond, a família Andrada, as famílias muito boas de Belo Horizonte, com pensamentos muito grandes, deram a eles uma oportunidade de trabalhar e condições de trabalho muito boas. E com isso foram se instalando com calma, primeiro trabalharem em casa, recebendo as pessoas, a minha mãe vendia e meu pai trabalhava fazendo, por exemplo, enxovais de famílias muito boas de Belo Horizonte. Principalmente o Benedito Valadares, que naquela ocasião foi governador de Minas. Da família de Delfim de Andrade, que mexiam com cristais em Belo Horizonte. Era o Dr. João Napoleão de Andrade, Dr. Milton de Andrade, Dr. Peres Furlet e assim foram angariando várias amizades. E com essas amizades, o papai trabalhava de carro levando a mamãe com malas também e com isso foram fazendo o pé de meia para abrir uma loja. E abriram a loja na Afonso Pena 1112, em frente ao parque municipal. E começaram a trabalhar com lingerie, com cama, mesa e banho e ampliaram com roupas femininas. Tudo feminino! Nada masculino, nada infantil. Só coisa de muita qualidade. Com isso a loja foi crescendo, crescendo (...). (Fanny Caremmy – Depoimento Verbal) (JUNIOR, 2011)
Referencia de novidade para a classe alta, a Park Royal - Magazine foi inaugurada em 1920, na Rua da Bahia, e para a época foi considerada uma das maiores do Brasil. Seu público alvo era de fato a classe alta , devido ao elevado custo de suas peças (JUNIOR, 2011) A respeito do padrão e estilo da loja, podia-se dizer que:
Era uma casa de moda francesa muito chic! Ficava na Rua da Bahia, (...), onde funcionou durante muito tempo a livraria “Itatiaia”, o prédio está lá até hoje. Vinha tudo da França e elas tinham costureiras aqui para fazer reparos, para fazer tudo. O vestido de casamento da minha tia e da minha mãe era de lá. Eu peguei eles já moça para poder reformar para usar. Umas roupas muito bonitas, como costura francesa e era tudo feito à mão, pois a costura francesa mais fina não usava máquina, era tudo feito à mão. (Anna Marina Viana de Siqueira – Depoimento Verbal) (JUNIOR, 2011)
Já a Maison Antonieta Modas, trazida do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, foi criada em 1957, com localização à Avenida Augusto de Lima, esquina com a rua Espírito Santo. Um estabelecimento de grande requinte com produtos caros e sofisticados, que organizava desfiles, e tinha como clientes pessoas renomadas como as senhoras Diva Dias, Jô Lobato, Ruth Araújo, Zilda Couto dentre outras, atendendo as mulheres de elite.(JUNIOR, 2011) A Nacional Magazine, 1945, situava-se na Avenida Afonso Pena esquina com São Paulo, e comercializava de acordo com sua publicidade produtos como malas, estojos e bolsas para mulheres, e para homens, camisas, gravatas, pijamas, slacks e blusões. (RABÊLO, 2013 - REVISTA ALTEROSA, 1950)
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Para os homens de maior tradição havia a Alfaiataria Collotti e Alessio, localizada na esquina da Av. Afonso Pena e a Rua Rio de Janeiro, caracterizada pela elegância e estilo da época, facilmente
identificáveis através dos vestuários masculinos. (FOTOS ANTIGAS DE BELO HORIZONTE, 2015) No mesmo segmento, a Alfaiataria Aquino – Construída na década de 40, loja tradicional na rua da Bahia entre Rua Tupinambás e Rua Caetés (BH NOSTALGIA, 2012). O que se percebe, é que havia na Belo Horizonte da época e certamente fruto do desenvolvimento da cidade, um comércio com muitas variações, que crescia e se diversificava influenciando o modo de viver da sociedade com uma moda fascinante e que muito representava a vida e o padrão a classe média e alta. (JUNIOR, 2011)
3. O LAZER E A EXUBERÂNCIA NOS GRANDES CLUBES DA CIDADE
Belo Horizonte podia contar com diversos clubes, que eram frequentados por pessoas renomadas. Alguns deles foram planejadas pelos principais nomes do mundo da arquitetura, como Oscar Niemeyer e Luís Signorelli. Dentre estes famosos pontos de encontro da sociedade mineira nos anos dourados podemos citar o Clube Belo Horizonte, criado em 1928, onde as primeiras famílias se reuniam para divertir. Era o mais concorrido, mas foi fechado por falta de verbas. Na mesma linha de oferta de diversão e lazer, surge o Clube Real, que começou sua construção em
1926, localizado à rua da Bahia com Álvares Cabral, e com a direção de Alfredo Santhiago, vive o glamour dos “Anos Dourados”. Com a venda do prédio, passa a ficar a disposição do governo estadual, ocupado em 1997, pela Companhia do 1°Batalhao de Policia Militar de MG. (CLUBE...,1997) O Automóvel Clube de Minas Gerais, com sede projetada por Luís Signorelli, foi fundado em 1925 e a princípio destinado ao desenvolvimento do automobilismo no Estado, mas que movimentou a sociedade mineira como clube social se firmando como ponto de encontro tradicional e sinônimo de status e elegância. Inicialmente era chamado de Clube Central, fundado por cidadãos belo-horizontinos, com função
da prática automobilística, com intuito de melhoria em vários setores da indústria de automóvel, acessórios, autódromo, festas e eventos. Para o clube foi marcante a visita de dois príncipes da monarquia britânica, em 4 de abril de 1931. Um dos salões foi inaugurado com a pompa e o requinte ditados pela etiqueta e receberam o nome de Salão Príncipe de
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Gales, em homenagem a Edward e Albert de Windsor. A inauguração recebeu também a ilustre presença do senhor Presidente do Brasil Juscelino Kubitschek. O Pampulha Iate Clube (PIC), foi inaugurado em 26 de janeiro de 1961, arrastou multidões com festas imponentes. Com privilegiada localização, perto do Museu de Arte da Pampulha (MAP), teve como fundadores os ex-sócios do Iate Golf Clube, sendo o principal, o empresário Múcio Athayde, e foi arquitetado por Oscar Niemeyer. Foi um marco de sucesso com um grande número de cotas, dando vida a Pampulha. Devido a sua importância para a capital, teve uma festa exclusiva de comemoração de 50 anos, sendo um arraso, com shows, e diversos eventos. (CARSALADE, 2007) O Cassino da Pampulha, foi inaugurado em 1942, fazendo parte do conjunto arquitetônico, mas aproveitado por pouco tempo, devido a proibição dos jogos no Brasil. Foi feito com concreto armado, de estilo moderno, mistura arte e bom gosto. Atualmente é a sede do MAP (Museu de Arte da Pampulha), cercado de jardins, e passagens pelo lago, foi replanejado para o turismo, para refletir
o progresso de Belo Horizonte, espelhando a cultura mineira. (CARSALADE, 2007) A Casa do Baile, foi construída em 1943, para realização de bailes populares, possuía uma ponte de onze metros, formas sinuosas nas fachadas, situada numa ilha artificial. Fechou em 1948, afetado pela desativação do Cassino, reabrindo em 2002, após restauração, sendo atualmente espaço arquitetônico, urbanístico e de design moderno. (CARSALADE, 2007) O Clube Libanês, foi criado para ser ponto de encontro da sociedade libanesa de Belo Horizonte. Sua sede localizada na região da Pampulha. O clube restrito a 60 sócios, passou por dificuldades em certo período, mas voltou a ser referência na cidade, com festas e eventos esportivos, na intenção de atrair a geração de libaneses. Pela boa estrutura física, passou a ser um
apart-hotel de alto nível de responsabilidade de uma empresa portuguesa e uma construtora da capital. (SÍRIO..., 2011) Reconhecido pelas grandes festas, o Minas Tênis Clube, tem sede na Rua da Bahia, e ainda oferece o jantar tradicional de aniversário do clube (ÁVILA; MIRANDA, 1999).
4. CULTURA E MEMÓRIA DE BELO HORIZONTE ATRAVÉS DA MODA
Belo Horizonte é muito bem representada no mundo da moda, berço de grandes estilistas, que apesar de se inspirarem em diversos temas para suas coleções não deixam de lado os traços e os aspectos da cidade.
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Algumas marcas mineiras têm destaque reconhecido, como Ronaldo Fraga, que é considerado um dos nomes mais importantes da moda em nível nacional. O estilista estabelece uma forte ligação com a cultura brasileira e a edita de forma contemporânea, preservando e revelando a historia num diálogo constante, mostrando um pouco de cada parte do país, atento a todos os detalhes (DINIZ, Pedro, 2014). Patrícia Bonaldi apresenta em suas peças a delicadeza dos bordados, em um trabalho manual que se baseia nos detalhes e em muita prática. Seu estilo resgata e da continuidade às tradições do estado, que é reconhecido por suas técnicas artesanais (COUTINHO, 2015). A marca Victor Dzenk leva o nome de seu criador, onde se percebe um belo trabalho com estamparia digital, tecidos fluídos e a cidade de Belo Horizonte. Um de seus desfiles foi inspirado na era Disco dos anos 70, trazendo o brilho em detalhes ou na peça inteira. (CONCEITO ATUAL, 2012a) GiG,é um nome criado por Gina e Patrícia Schettino, que tem como ponto forte o tricô, técnica que dialoga com a cultura mineira. Elas se preocupam sempre em mostrar uma forma nova de tecer as peças. (CONCEITO ATUAL, 2012b) Gustavo Lins, criou o projeto OJE XXI, de seu curso no SENAI MODATEC, o único a participar da Semana de Alta Costura de Paris. Teve sua primeira coleção feita em manequim de papelão, manipuladas por alunos do Giramundo, que foram vendidas e o lucro revertido para a própria instituição (CONCEITO ATUAL, 2012c). A Apartamento 03, é a marca do promissor e criativo estilista mineiro, Luiz Cláudio, que retrata a tradição mineira em trabalhados com bordados, drapeados, feitos à mão. (CONCEITO ATUAL, 2012d) Numa reedição de glamour e elegância a Stelle, é uma marca de moda festa criada pelas alunas Bárbara Ellen e Lorrayne Stéfane, que se inspiram nas tendências da sociedade da Belo Horizonte nas décadas de 50/60, para a coleção de inverno 2017. Os tecidos utilizados tem a
proposta de refletir a tradição das famílias mineiras representantes da alta sociedade da época como a seda, linho, cetim, jersey, gabardine, tafetá, organza, chiffon, musseline, crepe, tule, veludo, renda e brocado, nas cores, dourado, branco, azul, preto, vermelho, cinza, e nude. As silhuetas escolhidas foram as X, Y, H e Sereia, nos decotes em V, quadrados e em coração, num mix de técnicas que envolvem o bordado, aplicações, plissados, e nervuras, a fim de resgatar a fineza com que as pessoas se vestiam, ilustrando e transmitindo as características da marca, que preza pelos detalhes e são enriquecidos pela perfeição em acabamentos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ficou perceptível, que a moda tem dentre outros papéis, a possibilidade de caracterizar épocas, padrões, estilo, expressar e descrever a cultura e os anseios de um povo. Após realizar esse estudo, percebemos como a moda era influente na vida social da Belo Horizonte nos anos 50. Mostrava e definia classes, deixando nítidos aqueles que detinham um maior poder aquisitivo, definia costumes de vida das pessoas, o cotidiano, lazer, vestuário, deixando transparecer o glamour e a elegância que eram predominantes na época. Os bailes, aniversários, casamentos, geralmente realizados nos clubes famosos da cidade,
eram eventos de extrema importância para a alta-sociedade, pois nesses locais se encontravam as famílias mais tradicionais e pessoas importantes. Com isso buscavam em suas costureiras de confiança, modistas e alfaiates modelos exclusivos e principalmente luxuosos que as diferenciavam das demais. O glamour e a elegância serviram de inspiração, e por esta razão foram incorporados na coleção inverno 2017 da marca de moda festa Stelle, como elementos de referência a uma fase da cidade que deve pela beleza, ser lembrada e valorizada, usando a fluidez de tecidos com técnicas como o plissado, nervuras, bordado, além de materiais que possam fazer ligação com passado, pérolas, e botões, nos tom do ouro velho.
A proposta final deste projeto é resgatar a memória de Belo Horizonte na década de 50 e 60, através da moda, numa forma de reflexão que chame a atenção das pessoas para que reconheçam o local onde moram, suas tradições e história, que deve ser lembrada e respeitada também através e na influência na moda.
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ABSTRACT
The subject of study of this work is the glamour of beautiful high - horizontina society in the decades of 50/60, seeking inspiration through the pleasure of it, that included mostly large balls and luxurious clubs. The surveys were conducted in consultations will articles, reports , books , documentaries , videos , museums , libraries, lecture, through contact with professionals and theme scholars who contributed to the collection of data on the city itself , their clubs and also on fashion in the chosen decades. There is always to be discovered and revived about this city, including on his career in the fashion world, this is only part of an inspiring and beautiful moment that Belo Horizonte has ever seen.
Keywords: Fashion. Belo Horizonte. Decades of 50/60. Glamour.
15 REFERÊNCIAS
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APÃ&#x160;NDICE
Figura 1: Logomarca.
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APÊNDICE I
Descrição Geral A Stelle é uma marca mineira de moda festa e é destinada ao público feminino de 18 á 28 anos de classe média alta. A marca acredita que a mulher pode ter um estilo romântico, mas com personalidade bem definida, trazendo de forma sutil o sexy; realçando assim o seu corpo sem abrir mão da delicadeza. Prezando as técnicas artesanais.
ESTILO Dominante: Romântico Complementar: Contemporâneo e Sexy
ELEMENTOS DE ESTILO
ESPIRITUAIS Delicadeza Glamour Retrô Sofisticação Sexy
FÍSICOS Tecidos Fluidos e Cintura marcada Cores e Estampa Bordados Decotes, Fendas e Corpo Delineado
NICHO
SEGMENTO
GÊNERO
Ateliê Demi - Couture
Moda Festa e Casual Chic
Feminino
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APÊNDICE II
CONCORRENTES
Patrícia Bonaldi Marca de moda mineira, criada após o trancar da faculdade de sua dona, no qual leva o nome desta, possui peças nas quais passam histórias, busca pela elegância e delicadeza. Além do Brasil, suas coleções estão espalhadas em quatro continentes.
Figura 2: Vestido da marca Patrícia Bonaldi.
Tutta Seu nome tem como significado “tudo” “toda”, sendo onde a fundadora Mara Campos busca a inspiração para criar suas peças, e junto das filhas Shirlene Campos e Shirley Andrade voltou-se para o segmento luxo, procurando atender os desejos das mulheres. Utiliza matérias - primas exclusivas.
Figura 3: Peças da marca Tutta.
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Barbara Bela Criada sobre inspiração nos versos e liras de Alvarenga Peixoto, Ê uma marca de moda festa e casual chic, iniciada em 1974 por Helen de Carvalho, com uma loja em Belo Horizonte, que traz consigo bordados e materiais importados. Trabalha com a moulage, tendo a roupa feita n corpo.
Figura 4: Desfile Barbara Bela.
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APÊNDICE III
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Ateliê em Belo Horizonte; Trabalhando com atendimento personalizado em loja própria, desenvolvendo mini coleção para divulgação e venda em sua pagina nas redes sociais, mostrando o trabalho e estilo da marca.
MARGEM DE PREÇO
Vestidos: De R$ 800,00 a R$1.500,00 (Casual Chic) De R$ 1.600,00 a R$10.000,00 Macacões: De R$ 700,00 a R$ 1.500,00 (Casual Chic)
De R$ 1.600,00 a R$4.000,00 Blazers: De R$ 500,00 a R$ 1.100,00 Shorts/Saias: De R$ 300,00 a R$ 900,00 Blusas/Camisas: De R$200,00 a R$ 900,00
DIFERENCIAL NO PRODUTO
A Stelle trabalha o conceito do romântico retrô em suas peças, através de cores, matérias e silhuetas.
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APÊNDICE IV
PÚBLICO ALVO
Mulher Stelle Mulheres de 18 á 28 anos de classe B, que mesmo com boa situação econômica de família, trabalham, possuem uma renda acima de R$ 2.000,00 e cursam ou são formadas nas áreas de arquitetura, direito, medicina, engenharia, design de interiores e moda. Românticas, mas que procuram essa feminilidade sem estar dentro do estereótipo de muito infantil, meiga demais e ser extremamente frágil, quer uma delicadeza jovial que a realce e valorize também seu corpo sem que perca sua essência romântica; é determinada. Gosta ou possui desejo de viajar como Paris e Veneza; mais também sai com os amigos para lugares mais badalados. Tem autoestima e é impecável em suas produções (aparência), prioriza seu bem-estar, possui leitura diversificada, por gostar de estar informada e atualizada; sua playlist vai de eletrônica ao pop, é comunicativa, sonhadora, e vai atrás da sua realidade.
Figura 5: Painel de Público Alvo.
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APÊNDICE IV
BH RETRÔ
Para a coleção de inverno 2017 a Stelle se inspirou no glamour da alta-sociedade belohorizontina nas décadas de 50 e 60, com foco em seu exuberante lazer; resgatando não só as memórias da cidade, mas a beleza da época. Dentro desse tema, iremos usar como referências, os bailes, os famosos clubes que sediavam os mesmos e outros eventos, o vestuário da classe escolhida e seus acessórios, os bordados, rendas e perolas que foram itens característicos do período.
Figura 6: Painel de Inspiração da Coleção
25 APÊNDICE VI
Figura 7: Painel dos Clubes – Automóvel Clube, Casa do Baile, e Minas Tênis.
Figura 8: Painel de Belo Horizonte na década de 50.
26 APÊNDICE VI
Figura 9: Recortes da Revista Alterosa de 1950.
Figura 10: Acessórios utilizados na década de 50.
27 APร NDICE VII
Figura 11: Informativo de um show no jantar danรงante, comum nos anos 50; Capa da Revista Alterosa 1950.
28 ANEXO
Entrevista com Gabriela Penna
Centro Universitário UNA Professora Orientadora: Geanneti Tavares Salomon Nomes: Bárbara Ellen Evangelista Pereira, Lorrayne Stéfane Gomes Curso: Moda Tema: O glamour através do lazer da alta sociedade belo-horizontina nas décadas 50/60 1.
Quais são em sua opinião as principais características do vestuário na época (elementos chaves) com foco na alta sociedade, e como o glamour se manifestava no mesmo? A moda mineira na década de 1950 e 1960 seguia as principais linhas do vestuário da
época que, invariavelmente, se baseava nos lançamentos da Alta Costura francesa e da moda norte-americana, que ganhou bastante espaço no pós-guerra. Apesar do centro de referência cultural do país ser o Rio de Janeiro – São Paulo também começa a exercer influência também – a moda do país, de forma geral, ainda era regida, essencialmente, pelos ditames internacionais. Lembrando que o país vai começar a ter criadores de moda com grifes estabelecidas, apenas a partir da década de 1960, como Zuzu Angel, Guilherme Guimarães, Clodovil entre outros. Antes disso, não se falava em labels nacionais. No contexto belo-horizontino as mulheres da sociedade, normalmente, abasteciam seu guarda-roupa com costureiras de renome – que ainda eram muito requisitadas frente a crescente indústria de roupas prontas que começava devagar a despontar. Essas gozavam de enorme prestígio tais como Alice Santos (uma das primeiras costureiras de renome da cidade e fez o vestido de noiva de D. Sara K.), Olga Mazzeti, Junia Melo, Ângela Espanhola entre outras. Havia, também, a chapeleria Hilda Magon, que treinou a sua filha Lenice Bismarquer para trabalhar criando os chapéus mais exclusivos da cidade. Talvez seja esse o diferencial do cenário mineiro de moda da época - as costureiras tinham status de criadoras de moda e as mulheres exibiam seus vestidos assinados por elas como símbolo de status, pois suas criações tinham um quê de exclusivo, algo que a mineira sempre valorizou. O glamour da moda usada pelas mulheres belo-horizontinas residia na exclusividade, no atendimento personalizado que recebiam, na escolha de tecidos finos e rendas importadas – fielmente abastecidas pela principal loja de tecidos finos da cidade – a Casa da Sogra. Seguindo os costumes parisienses, as mulheres mineiras usavam peles, assim como as cariocas e paulistas, à despeito do clima desfavorável a esse tipo de adereço. O principal
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comércio de peles de BH era a boutique Sibéria. Era lá que as mulheres da sociedade compravam roupas um pouco mais selecionadas, que as encontradas nas lojas de departamento da cidade como a Casa Guanabara e Sloper.
1.
Quais as atividades ou lugares, eram mais presentes na vida das pessoas da classe alta de Belo Horizonte?
Em meio a um cenário de urbanização da cidade há, paralelamente, uma ampliação dos espaços de lazer e encontro: O footing. Os footings eram feitos, aos domingos, depois das matinês. A principal passarela era a Avenida Afonso Pena e a Praça da Liberdade. Um dos espaços de convívio social mais tradicional da cidade eram os clubes. Os bailes promovidos pelo Automóvel (Centro), Minas Tênis Clube (Rua da Bahia), Pampulha Iate Clube – PIC (Pampulha), Clube Belo Horizonte. Os clubes realizavam em seus salões os bailes de debutantes, que representavam a introdução das moças à vida em sociedade. Eram promovidos por algum colunista social como Wilson Frade e Eduardo Couri e, tinha,
cobertura da imprensa.
1.
Em relação a moda e estilo, nomes que não podem deixar de serem citados, desse período. Os colunistas sociais Wilson Frade e Eduardo Couri – este último idealizou o
concurso de beleza mais emblemático de MG, o Glamour Girl e o Showçaite, que era uma série de quadros em que as damas da sociedade desfilavam seus talentos múltiplos, por exemplo. A locomotiva social Zilda Couto, que estava por trás dos grandes eventos da cidade e idealizou os primeiros desfiles de moda da cidade, a pantera mineira Ângela Diniz, Neném Gutierrez, Jane Penna entre outras. As costureiras eu já mencionei anteriormente e os alfaiates preferidos eram Romeu e Aquino.