SWOON - Alice Oliveira, Lívia Pacheco

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INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MODA

Alice Gonçalves de Castro Oliveira Lívia Maria Pacheco e Corrêa

Rock na Moda: A influência dos ícones do estilo musical no consumo de moda Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a

disciplina de Projeto Experimental para obtenção do grau de bacharel em Moda. Orientadora: Flávia Virginia Santos Teixeira Área: Produção Produto final: Vídeo Belo Horizonte 2016-1




RESUMO


ABSTRACT


SUMÁRIO


SUMÁRIO


ATIVIDADES COMPLEMENTARES –

– –

– – –

OBJETIVOS EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS – –

FORMAÇÃO ACADÊMICA

– –

7


ATIVIDADES COMPLEMENTARES –

Í –

OBJETIVOS EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS º –

FORMAÇÃO ACADÊMICA – –

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BRIEFING DE

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DNA DA MARCA

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CONCORRENTES

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CHÁ GELADO

Á

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MILÍMETRO

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COMPOTA IMAGE PRODUCTIONS

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Ã

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PÚBLICO ALVO

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18


PÚBLICO ALVO Do cliente ATENDIDO

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20



identidade VISUAL

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SIGNIFICADO

FONTE & COR

– –

23


TIPOGRAFIA

TIPOGRAFIA

24


MONOCROMIA P&B

ESCALA DE COR

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ÁREA DE PROTEÇÃO

REDUÇÃO MÍNIMA

GRADE DE AMPLIAÇÃO

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USOS INDEVIDOS

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PAPEL TIMBRADO/EVELOPE/CARTA

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CARTÕES DE VISITA

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ADESIVOS/TAGS

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BRINDES

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BRIEFING DO PLANO DE

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18.06.2016 20:00 LOCAL: MEETME

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CANAIS DE

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FACEBOOK

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FACEBOOK ANÚNCIO

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YOUTUBE

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VIMEO

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INSTAGRAM

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SITE

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Projeto de imagem de MODA

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– –

RELEASE

Rock n’ FashioN

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PAINEL DE

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de style

– –

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48

ALEXANDER WANG

FENTY X PUMA BY RIHANNA

RALPH LAUREN

CHOKER

BATOM ESCURO

MARNI

DIOR

RODARTE


49

VIVIENNE WESTWOOD

MAISON MARGIELA

BALENCIAGA

PLATAFORMA

TOPMAN DESIGN

JASON WU

ALEXANDER WANG

90’s


50

GUCCI

GIVENCHY

PRADA

BOLSA TIRACOLO

ISABEL MARANT

ANTHONY VACCARELLO

ACNE STUDIOS

VINIL


51

GUCCI

HELO ROCHA

ALEXANDER WANG

DSQUARED2

TACHAS/APLICAÇÕES


Proposta de

– –

– –

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ROTEIRO

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STORYBOARD

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PLANO DE

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CABELO

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CABELO

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CABELO

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MAKE

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MAKE

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UNHAS

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ACESSÓRIOS E ADEREÇOS DE CENA

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ACESSÓRIOS E ADEREÇOS DE CENA

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ACESSÓRIOS E ADEREÇOS DE CENA

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ACESSÓRIOS E ADEREÇOS DE CENA CARTELA DE MATERIAIS

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ACESSÓRIOS E ADEREÇOS DE CENA CARTELA DE MATERIAIS

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ACESSÓRIOS E ADEREÇOS DE CENA CARTELA DE MATERIAIS

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FICHAS TÉCNICAS

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FICHAS TÉCNICAS

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FICHAS TÉCNICAS

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ROMANEIOS

Ã

Ó Ó Ó Ó Ó

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ROMANEIOS

Ã

Ã

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CASTING

89


CASTING

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TABELA DE CUSTOS

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CRONOGRAMA

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• • • •

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• •

    

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–

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INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE GRADUAÇÃO EM MODA

Rock na Moda: A influência dos ícones do estilo musical no consumo de moda

ALUNOS: Alice Gonçalves de Castro Oliveira Lívia Maria Pacheco e Corrêa PROFESSOR(A) ORIENTADOR(A): Flávia Virgínia Santos Teixeira

BELO HORIZONTE 2016/ 1º Semestre


Alice Gonçalves de Castro Oliveira Lívia Maria Pacheco e Corrêa

Rock na Moda: A influência dos ícones do estilo musical no consumo de moda

Artigo apresentado como requisito de avaliação do Curso de Graduação em Moda do Centro Universitário Una para aprovação parcial na disciplina Pré-TCC.

Professora: Teixeira

Flávia

Virgínia

Produto final TCC: Vídeo histórico

Belo Horizonte 2016/ 1º Semestre

Santos


Rock na Moda: A influência dos ícones do estilo musical no consumo de moda Alice Gonçalves de Castro Oliveira Lívia Maria Pacheco e Corrêa

Resumo O artigo discorre em uma análise de como ícones do rock, ao longo das décadas, foram impactantes no consumo de moda. Após ser explicado o surgimento do estilo musical, é analisado como os elementos de estilo significativos de seus condutores influenciaram no vestuário do público atingido e nas tendências de moda partindo da década de 50 até os dias atuais. O objetivo será criar um vídeo histórico que mostra a influência visual das principais vertentes do rock. PALAVRAS-CHAVE: Rock; Moda; Influência; Estilo musical; Cronologia. Abstract The article discusses information of how rock icons, over the decades, had an impact in fashion consumption. After being explained the appearance of the musical style, the article will analyze how the significant elements of style from it’s leaders had influenced in the affected public in the clothing and fashion trends starting from the 50s to the present day. The goal is to create a historical video showing the visual influence of the main strands of rock. KEY-WORDS: Rock; Fashion; Influence; Musical style; Chronology.


1. Introdução É notória a influência da cultura do rock no nosso modo de vestir. Este fenômeno acontece visivelmente desde a década de 1950 até os dias de hoje, começando por Elvis Presley e seu cabelo com gel, calça jeans e jaqueta de couro; partindo para David Bowie e seu glam rock andrógino na década de 70; seguindo com a banda Sex Pistols com seu visual punk anarquista na década de 80 e Kurt Cobain com sua camisa xadrez de flanela e seu all star e jeans desgastados na década de 90; além de diversos outros exemplos a serem mostrados ao longo deste trabalho. O estilo e a personalidade desses artistas impulsionaram-os para se tornarem grandes ídolos da música e da moda. Pode-se observar que cada década possui uma vertente marcante do rock e isso é refletido na moda criada e complementada a cada novidade no cenário musical. A busca e a afirmação da identidade pessoal adquiriram novas ferramentas e o vestuário tornou-se uma delas pois transcendeu seus significados básicos. Um look pode transmitir diversos significados relacionados à identidade do sujeito. A moda não é um conjunto de tendências ditadas pelo mercado, mas é uma forma de expressar a individualidade, ou seja, a diferenciação de um todo através do conjunto do vestuário e beleza – entre seus outros papéis sociais. Sendo assim, a moda comunica-se diretamente com a música, que também é uma forma de expressão. A vestimenta por trás de um artista musical afeta significantemente em sua ascensão. A influência que um artista do rock pode inspirar no consumo de moda é extremamente visível quando os “fãs”, ou seja, o público atingido conecta-se com o ídolo, tornando-se um ícone de estilo. O anseio é em possuir peças de vestuário e compondo-as no look de forma semelhante à do ídolo musical. Observando a influência do rock na moda ao longo do tempo as pesquisadoras sentiram-se curiosas para procurar compreender como a música e seus condutores refletem no consumo de moda do público atingido, ou seja, no estilo que imprimem ao se vestirem. O objetivo deste trabalho é analisar quais são os elementos de estilo significativos do rock a partir da década de 50 até a atualidade através de pesquisas imagética e do estudo do estilo de figuras icônicas do rock e suas vertentes. Através de pesquisa imagética no banco de fotos online Pinterest, serão montados painéis de cada década, referentes aos artistas e bandas citados no


desenvolvimento do artigo. Será analisado nas imagens as roupas, cabelos, acessórios e – quando houver - maquiagem. Como produto final será desenvolvido um vídeo histórico mostrando como os grandes ídolos do rock influenciaram a moda a partir da década de 50 até os dias atuais. A representação dos looks de cada década será exibida por um ator e uma atriz ao decorrer do vídeo. Para a realização do filme, será criada uma produtora de moda, elaborados roteiro e painéis de referência do mesmo. O cliente desta produção será o Centro de Referência de Moda de Belo Horizonte. Esta pesquisa se faz relevante como uma contribuição em formato textual e representativo para a moda, sendo material de pesquisa para alunos e profissionais da área, além de uma referência para produções de moda. Por fim, este trabalho serve como documentação para a área de moda. 2. Da contracultura à indústria cultural: a moda do Rock O rock origina-se de três estilos musicais: pop music, rhythm and blues e country and western music. Apesar de serem estilos distintos e seus públicos diversificados, o rock consegue capturar a fluidez dos três campos, transformando os elementos unificados no que ele é. A pop music era a música conservadora herdada da cultura branca que glorificava vitória na Segunda Guerra Mundial, o American Way of Life e o status quo. O country and western music é um estilo de sucesso quase isolado nas sociedades rurais americanas e representou, segundo Chacon em seu livro “O que é rock” (1982) “(...) a versão branca para o sofrimento dos pequenos camponeses”, devido a dominância das classes conservadoras aos pequenos proprietários rurais. O estilo musical criado por músicos negros rhythm and blues mesclava os estilos de blues, gospel e jump band jazz e era o abrigo dos negros em uma época repleta de racismo. A dança tornou-se uma forma de expressão de uma sociedade marginalizada. Apesar da junção dos três estilos musicais, pode-se afirmar que o rhythm and blues é a mais forte influência para o rock ‘n roll, como diz Chacon: (...) a verdade é que o Rock se embriagou mesmo foi da música negra. A pop e a country music forneceram elementos que impediram que o rock se transformasse apenas na “versão branca do rhythm and blues” e criasse assim sua própria proposta. É nesse contexto que Alan Freed, um discjóquei de Cleveland, Ohio, percebeu que a música negra era um filão


mercadológico consumido pelo branco desde que se trocasse o nome de rhythm and blues, demasiadamente negro, por algo mais branco: surgia assim o rock and roll (...) (CHACON, pág. 26, 1985)

Devido a influência de tais ritmos, os músicos Little Richard, Jerry Lee Lewis, Bill Haley e Chuck Berry foram alguns dos pioneiros do gênero nomeado como Rock n Roll que começou a ganhar força no meio da década de 50 (MAIA, 2013). O ideal conhecido como “American Way of Life”, apesar da raiz capitalista, demonstrava um ideal conservador. Ao misturar estilos essencialmente brancos e negros, o rock surge como uma quebra de paradigmas social e conservadorismo. Elvis Presley foi o portador do estilo musical pois, além da beleza, era talentoso e branco, portanto de fácil aceitação na América na década de 1950. Porém, o modo como dançava e cantava se assemelhava aos negros, o que dificultou a aceitação da sociedade norte-americana, a ponto de, segundo Barcinski (2004) “Em uma de suas primeiras apresentações na TV, as câmeras o filmaram apenas da cintura para cima, sem mostrar aquele quadril que teimava em rebolar.” Apesar disso, o sucesso de Presley, além de inevitável, foi o início da quebra desses paradigmas sociais. A indústria cultural conseguiu tornar esse estilo contraditório irresistível ao consumo, segundo Corrêa (1989): (...) servindo-se do recurso da música para induzir ao sonho e à fantasia enquanto forma de burlar o aparato dos padrões e da tradição existentes. E é precisamente nisso que reside a força do rock, na medida que, ao produzir a ruptura dos padrões musicais anteriores, também rompe com as convenções que os cercam. (CORRÊA, 1989)

Muito mais do que um gênero musical concreto, o rock atravessou fronteiras e ao mesmo tempo em que é uma indústria, é também um estilo de vida que se define por um público fiel e extremamente questionador assim como as características do próprio rock ‘n roll. 3. A moda do Rock através das décadas A história do rock pode ser dividida em décadas, cada uma com características que foram determinantes para especificá-las. Assim como a moda, o rock também possui suas tendências e à medida que cresce, novas vertentes surgem juntamente à novas estéticas. Dessa forma, são desenvolvidos os novos subgêneros atrelados de novas características, tanto quanto o estilo musical quanto seus próprios artistas percursores, podem se tornar impactantes para descrever um período.


3.1. Década de 1950: topetes, jaquetas de couro e muita dança A década de 50 é marcada por Elvis Presley, um dos percursores da onda rockabilly, que mistura country com rhythm and blues. Elvis influenciou na beleza com topete e costeletas fartas, look que é copiado até hoje por novos artistas como Bruno Mars e Alex turner (Arctic Monkeys). Nessa época Elvis se diferenciava dos demais artistas ao usar camisetas, calça jeans (que até então eram usadas apenas por operários) e jaqueta de couro estilo aviador. Quando usava terno era de maneira despojada, o blazer que aparentava ser mais folgado, com a cor quase sempre contrastando com a da calça e a camisa por baixo ou estava com vários botões abertos ou era substituída por uma camisa polo (PACCE, 2015; MARCON, 2014; A INFLUÊNCIA..., 2015). Seu estilo transmitia rebeldia e atitude com um toque sexy que se assemelhava ao estilo de atores como Marlon Brando e James Dean cuja influência foi confirmada pelo próprio Elvis num encontro com o cineasta hollywoodiano Nicholas Ray: “(...) recitou para ele passagens inteiras de “Juventude Transviada”, contando como aprendeu a nunca sorrir e como adotou a expressão meio carrancuda de James Dean.” (MAZZOLENI, pág 175, 2012). 3.2. Década de 1960: rebeldia simétrica O foco de atenção do rock até então estava concentrado nos Estados Unidos quando bandas como The Beatles, Rolling Stones e The Who começaram a ganhar destaque no cenário musical britânico, atravessando fronteiras e conquistando a América. Ternos justos sem lapela e chelsea boots eram os principais elementos que compunham o visual dos Beatles, além do cabelo mop-top que também era usado pelos integrantes das bandas Rolling Stones e The Who. O mop-top consistia em um corte simétrico e alinhado e recebeu esse nome por assemelhar-se a um esfregão molhado. Considerado revolucionário – até então os cabelos masculinos eram curtos, sempre bem penteados e perfeitamente estruturados – o sucesso do corte alcançou âmbito mundial e chegou a ser proibido na Rússia por ser associado a rebeldia (FERNANDES, 2012). O norte-americano Bob Dylan trouxe nessa época uma nova vertente do rock, o folk rock caracterizado visualmente pela jaqueta de camurça, as botas de cowboy


e ternos justos. Usava camisas jeans ou camisas abotoadas até o colarinho além de estampas como poá, listras ou xadrez. Ao trazer a nova vertente, Dylan contribuiu com um novo visual usando os cabelos desgrenhados, óculos Ray-Ban Wayfarer (MARCON, 2014). 3.3. Década de 1970: paz, amor & rock ‘n roll No final dos anos 60 e início dos anos 70, com o gênero já difundido, a Guerra do Vietnã se tornando um dos assuntos mais importantes dos noticiários e a popularização de drogas sintéticas como o LSD, o rock entrou na sua fase psicodélica ganhando cores, função de protesto além de novos riffs de guitarra com distorções. O movimento hippie se fundiu ao rock trazendo a público o discurso de “paz e amor” e sendo simbolizado pelos artistas em icônicos festivais como Woodstock. Artistas como Janis Joplin e Jimi Hendrix, percursores da moda hippie, eram adeptos ao mix de estampas coloridas e acessórios, uso de lenços e calças de veludo. Joplin era visualmente despojada, usava muitos coletes de crochê, tecidos fluidos e seus clássicos óculos redondos. Segundo Blackman (pág. 248, 2012) “Ela era a roqueira hippie mais chique de todas e misturava cetins, veludos e rendas com echarpes de penas e chapéus desestruturados.” Já Hendrix inspirado pela avó, que era dançarina e cantora, ousava usar inúmeras informações em um mesmo look. Sua peça consagrada era a jaqueta de estética militar adquirida em um mercado de pulgas. A estética militar também foi adotada pelos Beatles em sua nova fase psicodélica (CAMARGO, 2015). Também no início dos anos 70, David Bowie glamourizou o rock n’ roll ao se transformar em Ziggy Stardust: alterego que apresentava um visual extravagante com muito glitter, paetês, maquiagem inconfundível e trajes futuristas. Elvis Presley seguiu a linha do glam rock quando passou a se apresentar com macacões brilhantes que se tornaram as peças mais clássicas da carreira do cantor além de usar muitas joias e o cabelo maior. As botas de plataforma também tornaram-se símbolo do glam rock ao serem usadas por Bowie e Presley. Outros músicos e bandas representantes desse estilo são: Alice Cooper, Kiss, Poison (MARCON, 2014; MARASIGAN, 2014).


Em 1975, o empresário de rock Kim Foyley une cinco garotas e cria a banda The Runways. Com idades entre 15 e 17 anos, as adolescentes foram apresentadas à mídia americana com apelo sexy e, segundo Zorzetto (2006), o som ser “cru e quase amador”. Por esses aspectos, o início da banda teve diversas dificuldades em relação a aceitação da mídia, mas após alguns CDs, a turnê feita pelo Japão – onde faziam bastante sucesso – a banda começa a se tornar bastante conhecida. A vocalista Cherie Currie se apresentava com peças de lingerie, como corpetes, acompanhados de cinta liga, apesar da pouca idade. A maquiagem da cantora destacava os olhos, que estavam sempre delineados e com o característico “gatinho”, quando o delineado vai em direção às têmporas. O cabelo de Currie e da guitarrista da banda Joan Jett eram repicados e possuíam uma franja que se dividia no meio da testa. Ao longo dos anos, as roupas do grupo adquirem um toque glam quando utilizam macacões com cores metalizadas. A banda terminou em 1979, por problemas com drogas, integrantes e empresários (ZORZETTO, 2006). 3.4. Década de 1980: anarquia punk O final dos anos 70 é marcado por uma Inglaterra em crise econômica e jovens ingleses que glorificavam a anarquia, pois não se sentiam representados pelo atual sistema político. Os denominados punks: (...) opunham-se aos valores de uma sociedade burguesa e tradicional. Sentindo-se sem futuro, rejeitando a filosofia dos hippies (...) os jovens decidiram protestar e lançar a sua filosofia da não-esperança e de um total descrédito e desilusão ao momento e ao sistema em que viviam. (SABINO, Marco, pág. 504, 2007)

Como símbolo do movimento tem-se a banda emblemática Sex Pistols, juntamente ao seu empresário Malcom Mclaren e sua companheira Vivianne Westwood. Com músicas rápidas e um estilo carregado de jaquetas de couro, jeans detonados, cabelos espetados, o visual transgressor da banda transmitia a filosofia anárquica dos punks. A boutique SEX, de Mclaren e Westwood, tornou-se a assinatura da moda punk ao misturar vários estilos como Teddy Boys1, roqueiro e roupas fetichistas (BLACKMAN, pág. 284, 2012).

“Movimento juvenil originado na Inglaterra anos 50, com espírito contestador. Os teddy boys costumavam usar casacos compridos com ombros largos, calças justas, gravatas extremamente finas, sapatos pontudos e cabelos curtos com topete gomalinado.” (SABINO, pág. 574, 2007). 1


O movimento punk permaneceu durante a década de 80 e até hoje influencia estilistas da Alta Costura além de ser a mola propulsora do sucesso de Vivianne Westwood. (SABINO, pág. 632, 2007). Os britânicos da banda The Clash e os norte-americanos dos Ramones trouxeram um visual composto de skinny jeans, camisetas justas, jaquetas de couro e tênis, que foi copiado pelo seu público. A bandana de Axl Rose, da banda Guns ‘n Roses, tornou-se também ícone de moda (MARCON, 2014). 3.5. Década de 1990: grunge Nirvana, Pearl Jam e Sonic Youth exerceram grande influência na moda no início dos anos 90. O cenário musical de Seattle e sua estética grunge2, trouxe para a moda diversos elementos como camisas de flanela xadrez, gorros de lã e coturnos com meias caídas. (BLACKMAN, 2012; SABINO, 2007). Kurt Cobain, líder do Nirvana, foi um dos percursores da moda grunge. All star detonados, cardigã, jeans rasgados, T-shirts listradas com aparência gasta, eram alguns dos elementos principais do vestuário do músico. (VESILIND, 2013). Segundo Sabino (pág. 305, 2007), o estilista Marc Jacobs, inspirado por essas bandas, lançou em 1993 a coleção “Grunge”, para a marca Perry Ellis, que continham vestidos florais acompanhados de camisas xadrez e coturnos. Mesmo sendo nomeado como “guru do grunge”, Jacobs foi demitido da marca por ter ousado em excesso na coleção. Além do estilista, a moda grunge influenciou certamente os fãs do estilo musical: “(...) os fãs dessas bandas mesclavam roupas de brechó com workwear (camisas lenhador xadrez e coturnos pesados) para conseguirem o efeito de uma aparência geralmente descuidada.” (BLACKMAN, pág. 298, 2012). 3.6.

Ano 2000 O final da década de 90 e início dos anos 2000 miscigenaram diversas

vertentes do rock como o pop/punk, o gótico e o emo. Green Day, Avril Lavigne e Blink 182 são os principais representantes do pop/punk e compunham seu vestuário com elementos dos skatistas como meias erguidas até a metade da canela, 2

“Palavra de origem inglesa que significa sujo.” (SABINO, pág. 305, 2007).


estampadas ou lisas, t-shirts e bottom3 largos, cabelos espetados e tênis de skate. A cantora Avril Lavigne complementava seu visual com gravatas usadas por cima de camisetas lisas, vários braceletes de couro com aplicações de tachas, lápis preto marcado nos olhos, e cabelos soltos e lisos (WALLER, 2015). O estilo gótico – que se originou na arquitetura da Idade Média e também esteve presente na moda da década de 1980 difundido por bandas como The Cure, Cult e Sisters of Mercy – surge agora através de artistas como Marilyn Manson e a banda Evanescence. O estilo era composto por peças em sua maioria de cores escuras transmitindo ar sombrio e eram elas corpetes, sobretudo, crucifixos e caveiras. Apesar do peso do visual os góticos, ao contrário dos punks, são pacíficos e, segundo Sabino (pág. 302, 2007), “busca inspiração na morbidez, é romântico, cultua a tristeza, a melancolia e a imagem que, comumente, é ligada a vampiros, feiticeiras e a determinados fetiches.” Amy Lee, vocalista da banda Evanescence, era um símbolo do estilo no novo milênio pois, além de sua aparência (pele pálida, olhos claros e cabelos pretos e longos), suas roupas eram – quase sempre – de cores escuras e utilizava bastante corpetes com saias de tules ou xadrez. A saias de tule que a cantora usava muita das vezes apresentavam aspecto detonado e com rasgos. Os acessórios eram: botas pesadas, correntes, cintos com aplicações de metal e munhequeiras nos braços. Ao optar por vestidos, esses possuíam um ar medieval, que é outra característica do gótico. A cantora Avril Lavigne, já citada, também adquiriu elementos do visual do gótico, como crucifixos e corpetes (AMY..., 2014). Ainda inspirados pela morbidez e romantismo do gótico, mas dessa vez com aspecto

urbano,

surge

o

emocore

que

possui

como

características

o

sentimentalismo, vulnerabilidade e angústia. Roupas pretas, sapatos, cintos e munhequeiras com estampas quadriculadas. Os cabelos costumavam ter franjas longas, bastante repicados resultando em volume excessivo no topo da cabeça. My Chemical Romance e Good Charlotte são algumas das bandas difusoras do estilo com canções melódicas e sentimentais. Green Day também aderiu ao estilo emo em seu visual, diferente da banda Simple Plan que manteve sua estética, mas transitou pelo estilo musical.

3

Expressão usada para designar peças de roupa usadas da cintura para baixo, como calças, saias e bermudas.


3.7.

Ano 2010 até os dias atuais O retorno de festivais de música pelo mundo, como Coachella, Rock in Rio,

Lollapoalooza, Festival de Glastonbury e Summer Sonic Festival possibilita a apresentação de novas bandas abrindo ainda mais o leque de vertentes do rock e novas tendências de moda. O ícone feminino do rock atualmente é a cantora Taylor Momsem, vocalista da banda de rock The Pretty Reckless que mistura elementos do gótico, roqueiro e complementos burlescos: corpetes, jaquetas de couro, meias arrastão, meias 7/8, saltos plataforma, botas de cano longo e coturnos, aplicações de spike e tachas, crucifixos, peças de roupa com aspecto detonado, camisetas de bandas de rock e lingerie exposta. Ao usar corpetes, Taylor Momsen resgata o estilo da, já citada, Cherie Currie da banda The Runways. O leque de cores é pequeno, transita por preto, branco, cinza e tons nude. A maquiagem é sempre carregada, olhos bem marcados com sombra preta e na boca uma variação de tons nude e cores escuras como bordô. (TRASHY..., 2010) No aspecto masculino, Adam Levine, vocalista da banda de pop/rock Maroon 5 vem resgatando o estilo de Elvis Presley, da década de 50, usando blusas lisas justas ao corpo, calças também justas ao corpo, jaquetas pretas de couro e ocasionalmente o icônico topete. Seu toque contemporâneo aparece no uso dos coturnos e diferenciações nas calças como a lavagem e os rasgados, decotes V. Alex Turner, líder da banda de indie/rock Arctic Monkeys, mescla o visual de Elvis Presley e Bob Dylan: cabelo com topete levemente bagunçado, jaquetas pretas de couro, blusas justas ao corpo, calças justas ao corpo, sapatos sociais, blazers e camisas sociais estampadas. Seu toque de contemporaneidade está nos coturnos, oxfords e o óculos aviador. O músico Josh Homme de bandas como Queens Of The Stone Age, Them Crooked Vultures e Eagles Of Death Metal, adota poucos elementos do estilo de Elvis e Bob Dylan como o topete, jaquetas de couro, calças justas e camisas xadrez ou jeans. Bob Dylan é também a fonte de inspiração para o visual dos músicos da banda The Black Keys. (INSPIRAÇÃO..., 2015; O ESTILO..., 2015) 4. Conclusão


Conclui-se através da análise feita sobre a moda difundida pelos ícones do rock, ao longo das décadas, que os estilos disseminados por cada vertente contribuíram perceptivelmente no consumo de moda de forma que os elementos de vestuário são adotados primeiramente pelo público que aprecia o estilo musical. Esse público que se identifica com artistas do rock sente a necessidade de expressar a identidade, além da música, através do vestuário. Portanto percebe-se um alinhamento entre a música e a moda. O Rock é um estilo que se dissemina com facilidade devido a sua autenticidade tanto musical, quanto visual dos condutores. Não se trata de um estilo fabricado pela mídia, mas de letras e melodias que traduzem de forma legítima sentimentos e ideias atrelados a visuais condizentes com os quais o público se identifica. Ultimamente o estilo vem sendo massificado a ponto de pessoas que não ouvem ou produzem o estilo musical adotam elementos desse vestuário para si. Rihanna, Madonna, Lady Gaga, Lil Wayne, Miley Cyrus, Lucas Lucco, P!nk, Harry Styles, Charlie XcX, Manu Gavassi, Bruno Mars, entre outros, são alguns dos artistas de outras vertentes musicais que usufruem de peças como jaquetas de couro, spikes, coturnos, maquiagem (olhos esfumados de preto, batons escuros) e alguns tipos de body modification – que é característicos do rock por ser sinônimo de transgressão. Portanto, no intuito de adquirir identidade visual, o vestuário passou a ser elemento crucial para a expressão da individualidade. A autenticidade e rupturas trazidas pelo rock e seus intérpretes se transformou em tendência, além de ser sinônimo da cultura jovem, o que impactou diretamente no consumo de moda e na afirmação da identidade pessoal sendo essa ligada ou não ao estilo musical.


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http://revistadonna.clicrbs.com.br/moda/dia-mundial-do-rock-como-o-estilo-inspiroua-moda-decada-a-decada-de-elvis-ao-grunge/. Acesso em: 24 de set. de 2015. MAZZOLENI, Florent. As raízes do rock. São Paulo: Companhia Editora Nacional. 2012. O

ESTILO

de

Alex

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2015.

Disponível

em:

http://www.vogue.xl.pt/estilo/personalidades/detalhe/o_estilo_de_alex_turner.html. Acesso em: 07 de nov. de 2015. PACCE,

Lilian.

Elvis

Presley:

o

rei

do

rock!

2015.

Disponível

em:

http://www.lilianpacce.com.br/moda/fashionteca/80-anos-elvis-presley/. Acesso em: 25 de set. de 2015. SABINO, Marco. Dicionário da moda. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda. 2007. TRASHY Momsen: el talento de Gossip Girl, nueva imagen de la esencia de John Galliano. 2010. Disponível em: http://www.vogue.es/moda/news/articulos/elestilo-de-taylor-momsen/9211. Acesso em: 09 de nov. de 2015. VESILIND, Emili. Rock and Roll Hall of Fame 2014: how Nirvana made grunge fashion good. 2013. Disponível em: http://www.hollywoodreporter.com/news/rockroll-hall-fame-2014-666496. Acesso em: 07 de nov. de 2015. WALLER, Phoebe. 9 Pieces Of Clothing And Accssories Every Former Skater Kid Has Ever Owned (Long Live Early ‘00s Subcultures!). (2015). Disponível em: http://www.bustle.com/articles/82366-9-pieces-of-clothing-and-accessories-everyformer-skater-kid-has-ever-owned-long-live-early. Acesso em: 07 de nov. de 2015.


ZORZETTO,

Fernanda.

Runways.

2006.

DisponĂ­vel

em:

http://whiplash.net/materias/biografias/038750-runaways.html. Acesso em: 24 de nov. de 2015.


APÊNDICE A - Painel da década de 1950

Figura 1 – painel da década de 1950 – imagens retiradas do banco de imagens online Pinterest.


APÊNDICE B – Painel da década de 1960

Figura 2 – painel da década de 1960 – imagens retiradas do banco de imagens online Pinterest.


APÊNDICE C – Painel da década de 1970

Figura 3 – painel da década de 1970 – imagens retiradas do banco de imagens online Pinterest.


APÊNDICE D – Painel da década de 1970

Figura 4 – painel da década de 1970 – imagens retiradas do banco de imagens online Pinterest.


APÊNDICE E – Painel da década de 1980

Figura 5 – painel da década de 1980 – imagens retiradas do banco de imagens online Pinterest.


APÊNDICE F – Painel da década de 1990

Figura 6 – painel da década de 1990 – imagens retiradas do banco de imagens online Pinterest.


APÊNDICE G – Painel do ano 2000.

Figura 7 – painel do ano 2000 – imagens retiradas do banco de imagens online Pinterest.


APÊNDICE H – Painel do ano 2000.

Figura 8 – painel do ano 2000 – imagens retiradas do banco de imagens online Pinterest.


APÊNDICE I – Painel do ano 2010 até hoje.

Figura 9 – painel do ano 2010 até hoje – imagens retiradas do banco de imagens online Pinterest.


ANEXO A – Ficha técnica para desenvolvimento de produto (vídeo) Marca: Swoon – Produtora audiovisual de moda

Público Alvo: A Swoon, sendo uma empresa direcionada ao campo da moda, atende a marcas de moda (vestuário, acessórios, moda íntima, beachwear), lojas multimarcas e museus. Neste trabalho, o cliente será o Centro de Referência da Moda de Belo Horizonte. Descrição do produto: Fashion film: a produção que tem pauta rock n’ roll, com um casal que mostra como a música quebra barreiras e como ela influencia os elementos de vestuário e cenário que representam imageticamente as épocas e a transgressão trazida pelo estilo. Os personagens se aventuram em diferentes passagens de tempo em que o rock teve – e ainda tem – grande influência sobre a moda.

Cronograma:

MESES

CRONOGRAMA

Fevereiro

Criação do roteiro e correção final do artigo

Março

Edição do roteiro, montagem de portfólio, criação da logomarca e identidade, montagem da identidade visual, criação dos acessórios

Abril

Edição do roteiro, montagem do portfólio, montagem da identidade visual, elaboração e montagem dos acessórios, visita a locação do vídeo, casting

Maio

Edição do roteiro,finalização do portfólio, montagem dos acessórios, gravação do vídeo, execução do brinde, banca acadêmica

Junho

Entrega do portfólio e vídeo


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