2018
Talissa Gonรงalves da Siva
INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE GRADUAÇÃO EM MODA
VISÃO UTÓPICA DA SOCIEDADE ACERCA DA DEPRESSÃO Talissa Gonçalves da Silva
Trabalho de conclusão de curso apresentado a disciplina de projeto experimental como pré-requisito para obtenção do título de bacharel em moda.
ORIENTADORA: Maria Adircila Starling Sobreira ; ÁREA DE PESQUISA: Criação; PRODUTO FINAL: Coleção.
BELO HORIZONTE 2018/1
Dedico o presente trabalho a minha família, por sua capacidade de acreditar e investir em mim. Minha mãe com seu cuidado e dedicação foi quem me inspirou e deu esperança para seguir; meu pai com seu cuidado e sua presença significou segurança, me atribuindo motivação e certeza de que não estaria sozinha nessa caminhada; meus irmãos que me proporcionaram todo apoio e carinho; e a todos aqueles que de alguma forma estiveram e estão próximos de mim.. Destino este trabalho também a todas as pessoas que sofrem ou que já sofreram de distúrbios psicológicos e as que se interessam pelo assunto em busca de auxiliar pessoas em situações análogas; e que através deste trabalho as pessoas possam ter uma nova percepção da vida e do mundo e possam sempre encontrar dentro de si uma esperança para prosseguir. Por fim, dedico a todos os professores do curso, que foram de extrema importância em minha vida acadêmica e me deram recursos e ferramentas para evoluir um pouco mais a cada dia.
AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido saúde, força e disposição para enfrentar essa longa jornada, pois sem ele nada disso seria possível; e também sou grata a ele por ter dado saúde aos meus familiares e tranquilizado o meu coração nos momentos mais difíceis da minha trajetória acadêmica até então. Serei eternamente grata aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional, que foi muito importante para mim; a minha admirável mãe Jane de Fátima, que foi minha fonte de inspiração e força e quem sempre em encorajou nos momentos de desânimo e cansaço; ao meu queridíssimo pai José Luciano que com muito zelo e carinho, não mediu esforços para que eu chegasse até essa etapa da minha vida, me amparando e fortalecendo a cada desafio; aos meus amados irmãos Henrique Gonçalves e Matheus Lucas Gonçalves que acreditaram e apoiaram meu sonho e que nos momentos da minha ausência dedicados ao estudo superior, sempre me fizeram entender que o futuro é feito a partir da constante dedicação no presente. Manifesto a minha imensa gratidão a todos os professores do curso de moda do Centro Universitário UNA, que com gigantesco esforço se dedicaram a mim e me proporcionaram imensurável conhecimento nesta caminhada, sou grata não somente por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender de forma eficiente os conteúdos propostos e por me mostrarem o quanto estudar é agradável. Deixo uma palavra de gratidão a esta universidade por ter me recebido de braços abertos e por ter me proporcionado um ambiente criativo, inspirador e amigável para os estudos. Agradeço à cada membro do corpo docente dessa instituição, à direção, a administração e a dileta coordenadora Renata Canabrava que nos acompanhou com muito primor e atenção. Os meus eternos agradecimentos irão também os meus estimados professores Geanneti Tavares e Aldo Clécius que participaram e colaboraram grandemente para o desenvolvimento deste estudo e a minha orientadora Maria Adircila pelo empenho em orientações incansáveis e que excepcionalmente me auxiliou muito na otimização deste trabalho. Concluindo, pelo incentivo e constante apoio, gostaria de gratificar os meus queridos amigos e companheiros de trabalhos que fizeram parte da minha formação, a todas as pessoas que direta ou indiretamente fizeram parte desta inesquecível etapa da minha vida, e todos os que de uma alguma forma me ajudaram a acreditar em mim e no meu potencial
RESUMO O presente trabalho exibe o memorial descritivo da marca autoral Talissa Gonçalves, que será lançada em 2018 e pretende conquistar o seu lugar de vanguarda no mercado a partir da percepção de seu público por produtos bem elaborados utilizando de recursos nobres e inovadores. Com um público alvo jovial e que se mobiliza com ações de cunho social, a primeira coleção da marca será inspirada na visão utópica da sociedade acerca da depressão. Para isto, um estudo aprofundado sobre os preceitos da doença foi desenvolvido, facilitando a composição de um visual estético marcante, com o objetivo central de atrair o olhar da sociedade para a doença, promover a discussão e defender que o debate sobre a doença é dever de toda a sociedade. Palavras-chaves: Talissa Gonçalves. Coleção. Depressão. ABSTRACT The present work presents the descriptive memorial of the authorial brand Talissa Gonçalves, which is launched in 2018 and intends to conquer its place of vanguard in the market from the perception of its public by well elaborated products, using noble and innovative models. With a youthful target audience that is mobilized with social actions, a first collection of the brand and inspiration in the utopian vision of society about depression. For an in-depth study on the precepts of the developed disease, for a composition of a striking aesthetic visual, with the central aim of attracting society's gaze to a disease, to promote a discussion and advocate of the debate about the disease is a duty of a whole society . Palavras-chaves: Talissa Gonçalves. Collection. Depression.
SUMÁRIO
1 Curriculum 2 1 Briefing de negócios 4 1.1 Estilo 4 1.2 Elementos de estilo 1.3 Painel de estilo da marca 5 6 1.4 Nicho 6 1.5 Segmento 6 1.6 Canais de distribuição 6 1.7 Diferenciais 7 1.8 Gênero 8 1.9 Concorrentes 10 1.10 Preços 10 2. Público alvo 12 3. Identidade de marca 25 4. Briefing de coleção 44 5. Coleção 109 6. Bibliografia 110 7. Apêndices 121 8. Anexos
CURRÍCULUM Talissa Gonçalves da Silva 22 anos, feminino, solteira; Rua dos Tupis, 728, apartamento, Centro30190-060, Belo Horizonte; (33) 98866-6057; talissa_goncalves@outlook.com; Categoria B.
PERFIL PROFISSIONAL Técnica em contabilidade, com cursos profissionalizantes de administração, introdução ao direito, comunicação empresarial, consultoria de moda , empreendedorismo e graduanda em moda pelo Centro Universitário UNA..
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Escrevente Substituta Cartório de Registro de Títulos e Documentos e Civil das Pessoas Jurídicas de Guanhães - MG (10/2013 - 02/ 2015) Exercício de atividades próprias do cartório, quais sejam, atendimento ao público, serviços bancários, digitalização de documentos, análise de requisitos segundo o código civil e registro dos mesmos, sendo estes: notificações extrajudiciais e suas diligências, contratos em geral, declarações, letras de músicas e projetos, procurações particulares, atas, estatutos, regimentos internos, regulamento de licitação de pessoas jurídicas, entre outros. Estágio técnico Filha Única - Belo Horizonte, MG (11/2015/12 de 2015) Execução de modelagem, corte e costura de peças para o desfile UNA trendsetter. 05/2016 - Modelagem corte e costura de peças para exposição a "Cerejeira e o tempo" da marca Filha Única, realizada no Centro de Referência da Moda.
ATUALMENTE Desenvolvimento de produto Pluriforme - Indústria de Uniformes - Belo Horizonte Desenvolvimento e cadastro de fichas técnicas de produto acabado.
CURSOS Comunicação Empresarial Novembro de 2013; Técnico em Contabilidade Abril de 2014; Administração de Empresas Outubro de 2015; Consultoria de Moda Janeiro de 2016; Introdução ao Direito Janeiro de 2016 Empreendedorismo Abril de 2016;
HABILIDADES E FERRAMENTAS Excel; Google Chrome; Informática; Internet Explorer; Mídia Social; Outlook; Pacote Office; Photoshop e Corel Draw; PowerPoint; Word;
IDIOMAS
Inglês básico; espanhol básico;
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1. BRIEFING DE NEGÓCIOS
DNA DA MARCA
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A marca autoral TALISSA GONÇALVES ou “TG” é sinônimo de luxo e exclusividade e carrega em seu DNA uma ênfase à estética através da confecção de peças com referências do estilo natural associadas a alfaiataria moderna, com uma cartela de cores monocromáticas e shape próximo do corpo. As roupas são atemporais e versáteis tendo em foco o público do gênero feminino, mas com uma extensão de linha masculina no seguimento street wear e casual chique.
A marca tem um toque minimalista e surge com o objetivo de vestir com inovação clientes “antenadas” e exigentes, valorizando os distintos biotipos, contemplando uma valorização do corpo. Importante relatar a utilização de tecidos nobres e confecção de roupas duráveis partindo para uma possível relação com o slow fashion..
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1.1 ESTILO Dominante: natural; Complementar: moderno.
1.2 ELEMENTOS DE ESTILO
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1.3 PAINEL DE ESTILO DA MARCA
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1.4 NICHO Prêt-à-porter de luxo: Produção em escala industrial, com materiais nobres e poucas quantidades de peça, o que torna a peça quase exclusiva.
1.5 SEGMENTO Street wear + casual chique. 1.6 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO A marca TG conta a princípio com uma loja física localizada no Real Center Shopping de Guanhães-MG, cidade interiorana a qual a estilista nasceu e viveu por muitos anos, com previsão de expansão para outras cidades, e loja virtual.
1.7 DIFERENCIAIS A marca pretende conquistar o seu lugar de vanguarda no mercado a partir da percepção de seu público por produtos bem elaborados, utilizando de recursos nobres e inovadores para a execução dos mesmos, referenciando a exclusividade. Modelagens avançadas, com riqueza de detalhes serão características fortes e perceptíveis, visando um melhor encaixe nas curvas do corpo e automaticamente ao conforto da cliente. Outro diferencial está ligado ao acabamento das peças, que será impecável, de forma que a roupa dê para ser vestida ao avesso.
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1.8 GÊNERO
O gênero predominante na marca Talissa Gonçalves é o feminino, mas possuirá uma extensão de linha com peças curingas do vestuário masculino
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1.9 CONCORRENTES A seguir, dois concorrentes locais e um concorrente “aspiracional” da marca Talissa Gonçalves:
1.9.1 PLURAL A marca Plural começou em 2006 como uma loja de multimarcas, com uma pequena oficina de customização, mas rapidamente sentiram a necessidade de confeccionar peças próprias devido à alta demanda. O estilo é assinado por Gláucia Fróes e Letícia Leão, e esta carrega um DNA aproximado ao da marca Talissa Gonçalves diferindo no tocante a grande utilização de estampas. (PLURAL,2017)
Logotipo da marca Plural
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1.9.2 JARDIN A estilista e proprietária da marca, Bharbara Renault, está há sete anos no mercado mineiro da moda propondo uma moda casual chique e versátil com o conceito apoiado em materiais modernos que visam um caimento sem marcar o corpo, o que diferencia da TG, visto que ela enfatiza a valorização das formas. (JARDIN, 2017)
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Logotipo da marca Jardin
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1.9.3 SANDRA KANAYAMA Milano (aspiracional) Sandra Kanayama é a designer criativa da marca que leva seu nome e decidiu criá-la no ano de 2013, primando pelo estilo clássico da alfaiataria italiana, com um toque moderno, e peças atemporais. Sandra Kanayama difere da Talissa Gonçalves pelo predominante estilo clássico presente em algumas peças. (KANAYAMA, 2017)
Logotipo da marca Sandra Kanayama
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9 9
1.10 PREÇOS A seguir, uma tabela de previsão de preços das peças desenvolvidas pela marca:
2. PÚBLICO ALVO O público Alvo da TG é composto por jovens mulheres e homens de 20 a 30 anos, que se dedicam aos estudos, seja em uma universidade ou para prestar concurso público, mas que também trabalham e estão em busca de sua independência. Este público pertence à baixa classe alta social com renda mensal média entre R$ 1.019,00 e R$ 2.480,00. São jovens que estão sempre conectados, se preocupando em atualizar as redes sociais e interagir ao máximo com as novidades oferecidas pelas mídias sociais; estão sempre antenadas à política e economia, se preocupando com o desenrolar do desenvolvimento do país; para isto, acompanham os jornais e revistas, sobretudo os virtuais. Este grupo está atento as séries do momento e gosta de dedicar tempo em assisti-las, dentre elas, séries de ficção científica, ação, aventura, drama, suspense e terror. Quanto ao gênero musical mais apreciado por eles, pode-se dizer que são ecléticos, mas predomina a admiração pelo rock mais “lento” e antigo. Pertence a este público também, pessoas que se preocupam com sua a aparência, saúde e bem estar, que se alimentam de forma saudável e praticam atividades físicas. Estes jovens são amantes da arte, da literatura e gostam de viajar geralmente nas férias ou durante intercâmbios para destinos que lhe agreguem cultura, como Portugal, Espanha, Japão, Itália, dentre outros; seja com a família e amigos ou de “mochilão”. Por fim, ressalta-se que é um público que se envolve e se mobiliza frequentemente com ações de cunho social, apoiando instituições de caridade e se importando com o bem estar do próximo. São pessoas que gostam de estar rodeadas de amigos mas sempre dedicam um tempo para o relacionamento e para e família.
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2.1 PAINEL DE PÚBLICO ALVO
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3. IDENTIDADE DA MARCA
IDENTIDADE VISUAL
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3.1 lOGOMARCA E MONOGRAMA
Desenvolvida pela designer com mesmo nome, a identidade da marca propõe um estilo natural com referências no moderno. Elementos como a junção das letras TG, trazem referência ao nome da estilista, fazendo alusão a uma marca autoral. As cores escolhidas foram o preto e branco visto que a marca tem como característica forte a monocromia e um toque minimalista. A fonte principal utilizada, norwester, possui grafia simples, sem rebuscamento e traz o toque de modernidade presente na marca.
3.2 JUSTIFICA
Logomarca
Monograma
jhgscf
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3.2 MONOCROMIA
3.2 JUSTIFICA Negativo O padrão monocromático determina como a marca deve ser utilizada em uma única cor. Ao lado, a marca Talissa Gonçalves está representada em preto (representa todas as cores escuras possíveis) e em branco (representa todas as cores claras possíveis).
Negativo
Positivo
Positivo
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3.3 TIPOGRAFIA
NORWESTER
A logomarca da Talissa Gonçalves foi criada com a fonte Nowester. A fonte secundária da marca, utilizada para títulos é a Segoe UI Black e a fonte terciária é a Candara, utilizada em textos e demais aplicações.
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SS EE GG O O EI U I UI B L A C K
Utilizada para títulos
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C AD ND CAN AARR AA
Utilizada em textos e demais aplicações.
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3.4 CORES
Pantone 000C (Write) RGB: 237 241 254 HEX HTML EDF1FE
Pantone 14-3903 (Lilac Marble) RGB: 157 153 148 HEX HTML: 9D9994 CMYK/OGV: 11 13 18 33
Pantone 19-4305 (Pirate Black) RGB: 39 37 31 HEX HTML:27251F CMYK/OGV:000 100 000
Pantone 17- 1564 (Fiesta) RGB: 164 41 46 HEX HTML: A4292E
A escala de cores determina quais cores poderão ser utilizadas para composição da marca. Acima, estão as opções de cores para a marca Talissa Gonçalves..
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3.5 ÁREA DE PROTEÇÃO E REDUÇÃO MÍNIMA
Para assegurar a boa leitura da marca Talissa Gonçalves, foi criada uma área de proteção especificada, permitindo um espaço mínimo necessário para que a marca não sofra a interferência de outros elementos. Nunca aproxime ou ultrapasse qualquer outra informação da área de proteção.
3.6 MALHA DE AMPLIAÇÃO
Em situações que seja impossível a reprodução, ampliação ou redução da marca, utilize a grade de construção. Afim de garantir uma boa leitura da marca.
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3.7 USOS INDEVIDOS
A marca Talissa Gonรงalves nunca deve ser alterada, seja na letra, na cor ou na forma. Nรฃo se deve usar os formatos da logomarca para qualquer outra finalidade, como textos, tรณpicos, etc
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3.8 APLICAÇÃO EM PAPELARIA A seguir, a aplicação em papelaria da logomarca da Talissa Gonçalves.
3.81 CARTÃO DE VISITA
Em todas as opções de cartão da marca Talissa Gonçalves deve ser aplicado o tamanho de 70 x 30 mm, no papel Duo Design, cor 1x1, cortado com faca especial, laminação fosca e aplicação de verniz localizado no monograma.
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3.8.2 TAG
Tags 2 x 2 em papel Duo Design, tamanho 15 x 86,5 mm, com faca especial e laminação fosca.
3.8.3 PAPEL DE CARTA
Papel de carta em offset 90g, 1x0, no formato A4 (210x297 mm) .
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3.8.4 ENVELOPE
Papel de carta em offset 90g, 1x0, no formato A4 (210x297 mm) e envelope saco em papel offset 150g, 1x0 no formato final de 229 x 324 mm.
3.8.5 EMBALAGEM
Sacolas da marca feitas em couchĂŠ fosco 170g, na cor preta, com o monograma branco;
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3.8.6 BRINDES
Bolsa confeccionada em couro e forro de failete com estampa personalizada. e monograma bordado no punho
Correntes
Couro
Estampa do forro
Protetor de olhos para dormir, confeccionado em neoprene, com elรกstico e monograma da marca
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4. BRIEFING DE COLEÇÃO
VISÃO UTÓPICA DA SOCIEDADE ACERCA DA DEPRESSÃO
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Release
DEPRESSED BUT WELL DRESSED A marca autoral Talissa Gonçalves estreia o inverno 2019, com DNA voltado para o estilo esportivo, associado a alfaiataria moderna e com tema inusitado; a depressão foi o ponto de partida da marca. A cor preta será dominante na coleção e fará uma associação ao luto, ao medo e ao desconhecido, já a cor cinza atuará como intermediária entre o preto e o branco, representando os dias cinzentos, além do isolamento ou solidão e o branco representará a paz interior reconquistada. Por fim, as cores nude e vermelho escuro representarão a pele e a degradação de si. Modelagens avançadas, visando um melhor encaixe nas curvas do corpo, primorosos acabamentos e utilização de tecidos nobres clássicos da alfaiataria, como o linho e lã fria são diferenciais relevantes da marca; e ela conta ainda com uma extensão de linha que trás peças curingas do vestuário masculino. Sugerindo a utilização da moda como fenômeno social e força criativa, a proposta da marca tem o objetivo de desconstruir a visão utópica da sociedade acerca da depressão e estimular a busca pelo tratamento.
Att: Talissa Gonçalves Rua dos Tupis, 728, Belo Horizonte-MG Contato: 33 988666057
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4.1.1 PAINEL DE INSPIRAÇÃO
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4.2 MACROTENDÊNCIA As macrotendências são todos os grandes movimentos ou correntes socioculturais que influenciam as sociedades, a cultura e o consumo durante longos períodos de tempo, e através delas, podemos observar os comportamentos que irão guiar as escolhas futuras; que caminham para o cenário de um mundo inteiramente conectado, com fortes divisões políticas e para o fim das tradicionais temporadas de moda. (ESPINDOLA, 2006) Noturno é uma forte macrotendência que não dá destaque apenas à escuridão da noite, mas fala de sentimentos e situações sombrias, como a melancolia – que pode trazer o autoconhecimento, o pessimismo, e até a morte. É a 'reunião" de comportamentos que buscam um equilíbrio estratégico entre o otimismo exagerado e o pessimismo saudável, assim, não só as pessoas vão se voltar aos seus medos e encará-los, mas também as corporações, afim de atacar a falsa sensação de otimismo e explorar o poder de um grau saudável de pessimismo. . (ESPINDOLA, 2006) Buscada por muitos, a solidão será encarada, tendo um reforço do ‘Viajante Solitário’, que troca viagens rápidas por longos períodos, em lugares onde o tempo parece que não passa, como Finlândia, Alaska, Norte do Canadá e Noruega. (ESPINDOLA, 2006) Cada vez mais vista como um momento ativo, a noite será valorizada para a prática de esportes; skatistas, surfistas, praticantes de mountain e bike por exemplo, estão bem familiarizados com a superação dos medos – cada manobra, onda e obstáculo traz um elemento de perigo, mas basta acrescentar a escuridão para a experiência se tornar ainda mais desafiadora.(ESPINDOLA, 2006)
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4.2.1 PAINEL DE MACROTENDÊNCIA
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4.3 TENDÊNCIAS DA ESTAÇÃO
.
MONOCROMIA IMAGEM 1 INVERNO 2019 RTW / MILÃO MSGM IMAGEM 2 INVERNO 2019 RTW / MILÃO JIL SANDER IMAGEM 3 MILÃO, INVERNO 2019 RTW GIORGIO ARMANI SUPER CASACOS IMAGEM 1 MILÃO, INVERNO 2019 RTW JIL SANDER IMAGEM 2 MILÃO, INVERNO 2019 RTW MARNI IMAGEM 3 MILÃO, INVERNO 2019 RTW GUCCI HEADWEAR IIMAGEM 1 MILÃO, INVERNO 2019 RTW GUCCI IMAGEM 2 MILÃO, INVERNO 2019 RTW MONCLER IMAGEM 3 MILÃO, INVERNO 2019 RTW MARNI
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4.4 CARTELA DE CORES Dominante PANTONE BLACK PROCESS RGB: 39 37 31 HEX/HTML: 27251F CMYK:0 0 0 1000/000 Tonalizantes PANTONE BEIGE PQ - 14 1118TCX RGB: 213 183 152 HEX/HTML: D5BA98 CMYK: vaues not available
PANTONE POMPEIAN RED RGB: 164 41 46 HEX/HTML: A4292E CMYK:vaues not available
Intermediárias PANTONE BLACK 0961 U RGB: 157 153 148 HEX/HTML: 9D9994 CMYK: 11 13 18 33
A cor preta será dominante na coleção e fará uma associação ao luto, ao medo e ao desconhecido (o escuro), já a cor cinza atuará como intermediária entre o preto e o branco, representando os dias cinzentos, além do isolamento ou solidão e o branco que representará a paz interior. Por fim, as cores nude e vermelho serão tonalizantes, representando a pele e a degradação de si.
PANTONE BLACK 7 XGC RGB: 61 60 56 HEX/HTML: 3D3C38 CMYK: 000 91/000
PANTONE BRILLIANT WRITE 11-4001 TCX RGB: 237 241 HEX/HTML: EDF1FE CMYK:vaues not available
14 31
4.5 CARTELA DE TECIDOS
Tecido: Couro Preço: $ 79,90; Fornecedor: Ramiro Couros; Rendimento: 1 pele.
Tecido: Linho Brasperola 100% linho natural; Preço: $ 99,80; Fornecedor: Center Fabril; Rendimento: 1 metro.
Tecido:Renda com fitas 100% poliéster; Preço: $ 29,90; Fornecedor: Loja do primo; Rendimento: 1 metro.
Tecido: Sarja encerada 97% Algodão/3% Elastano; Preço: $ 19,90; Fornecedor: Loja do primo; Rendimento: 1 metro.
Tecido: Renda 100% poliamida; Preço: $ 39,90; Fornecedor: Center Fabril; Rendimento: 1 metro.
Tecido: Cambraia 100% poliéster; Preço: $ 49,90; Fornecedor: Loja do primo; Rendimento: 1 metro.
Tecido: Failete 100% poliéster; Preço: $ 4,90; Fornecedor:Loja do primo; Rendimento: 1 metro.
Tecido: Renda 100% poliéster; Preço: $ 89,90; Fornecedor: Loja do primo; Rendimento: 1 metro.
Tecido: Veludo 100%Algodão; Preço: $ 29,90; Fornecedor: Loja do primo; Rendimento: 1 metro.
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4.6 CARTELA DE MATÉRIAS 4.6.1 Superfície
Bordado com pedraria em renda
Estamparia digital em microfibra 1
Estamparia digital em microfibra 2
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4.6 CARTELA DE MATÉRIAS 4.6.2 Remodelagens
Fita Grega costurada no vinil incolor
Fita Grelot Pompom Britânnia costurada em sarja
Fita cinza costurada em vinil incolor
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4.6 CARTELA DE MATÉRIAS 4.6.3 Beneficiamentos
Plissado em organza
Tingimento em renda.
Tingimento em degradĂŞ.
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4.7 CARTELA DE AVIAMENTOS
Linha: Bonfio ; Rendimento: 120/2000 jardas; Preço: $ 18,99; Fornecedor: Armarinho São José.
Linha: Bordado Rendimento: 10 uni; Preço: $ 9,90; Fornecedor: Armarinho São José.
Agulha: Máquina Rendimento: 10 uni; Preço: $ 4,59; Fornecedor: Armarinho São José.
Zíper: Aluminizado Rendimento: 1 uni, 10 cm; Preço: $ 0,97; Fornecedor: Armarinho São José.
Metais: Rendimento: 250 uni; Preço: $59;99 Fornecedor: Armarinho São José.
Botões: 24 mm Rendimento: 144 uni; Preço: $ 32,99; Fornecedor: Armarinho São José.
Correntes e argoas
Correntes
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4.8 DIVISÃO DE FAMÍLIAS A primeira família recebeu o nome de Anedonia, que é a perda da capacidade de sentir qualquer tipo de prazer por todo o tempo, onde o sujeito se encontra em uma situação de total indiferença consigo mesmo, não têm apego por nada, nem mesmo pela própria vida. Essa família terá a utilização de casacos longos, capuz ou máscaras que transmitirão a ideia do isolamento e identidade indefinida.
4.8.1 PAINEL DE INSPIRAÇÃO - FAMÍLIA 01 Anedonia
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4.8.2 PAINEL DE INSPIRAÇÃO - FAMÍLIA 02 Degradation
4.8.1 PAINEL DE INSPIRAÇÃO - FAMÍLIA 01 Verklempt
A família - Degradation; representa o processo de degradação de si, a automutilação, denotação de que a cor física é mais fácil de lidar do que a dor emocional.
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4.8.3 PAINEL DE INSPIRAÇÃO - FAMÍLIA 03 Gray days
Gray days está ligada aos "dias cinzentos", onde o sujeito sente-se aprisionado a solidão, mas começa a entender que há uma possibilidade de sair de tal posicionamento e ocorre uma oscilação entre dias "bons e ruins".
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4.8.4 PAINEL DE INSPIRAÇÃO - FAMÍLIA 04 Reconstruction
Nomeada de Reconstruction,essa família simboliza o reconhecimento do sujeito de que é possível se refazer e reconstruir a sua vida. A utilização da cor nude nessa família demonstra a cicatrização da pele e o reencontro do eu.
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4.8.5 PAINEL DE INSPIRAÇÃO - FAMÍLIA 05 Resilience
Por fim, a quinta família é denominada Resilience, palavra estrangeira que expressa a capacidade de voltar ao seu estado natural após alguma situação crítica e fora do comum. O branco é a cor dominante da família, juntamente com formas retas e sem rebuscamentos, que fazem alusão ao alcance da paz interior e o reconhecimento da possibilidade se voltar ao ciclo social.
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4.9 MAPA DE COLEÇÃO
Pàra melhor visualização, utilizar ferramenta zoom.
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4.10 FORMAS E SILHUETAS
Desenvolvida pela designer com mesmo nome, a identidade da marca propõe um estilo As silhuetas H e X natural com referências no serão predominantes moderno. Elementos como a junção dasna letras TG, trazem coleção, com o referência apoio ao nome da estilista, da silhueta A. fazendo alusão a uma marca autoral. As cores escolhidas foram o preto e branco visto que a marca tem como característica forte a monocromia e um toque minimalista. A fonte principal utilizada, norwester, possui grafia simples, sem rebuscamento e traz o toque de modernidade presente na marca.
3.2 JUSTIFICA
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4.11 DESCRITIVO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO O objetivo inicial do trabalho era desenvolver peças versáteis que trouxessem o conceito de limpeza por fora e trabalho com texturas internas. A proposta foi realizada com destreza, utilizando de bordados e estamparias para o detalhe interno, fazendo alusão as feridas escondidas e ao fato de não saber ao certo como a pessoa está internamente (a pessoa depressiva se apresenta como Desenvolvida pela designer com mesmo nome, a identidade uma pessoas normal, mas sofre no secreto, e tem um interior “imprevisível”.da A marca propõe um estilo natural com referências no partir desse pressuposto, os looks Elementos como a remetem a uma certa “limpeza” por fora moderno. (à junção das letras TG, trazem primeira vista), mas quando abertos e analisados apresentam uma riqueza de referência ao nome da estilista, fazendo alusão a uma marca detalhes. autoral. Alguns desafios de modelagens As cores escolhidas foram o surgiram, como algumas dúvidas em relação a utilização ou não do cabide nopreto e branco visto que a marca look branco (depois de vários testes, viu-tem como característica forte a e um toque se a necessidade de colocá-lo para que monocromia o minimalista. A fonte principal decote ficasse mais estruturado e se utilizada, norwester, possui grafia mantivesse a ideia inicial) e quanto a gola simples, sem rebuscamento e do look cinza (desde o início sabíamos que traz o toque de modernidade era uma gola desafiadora, mas persistimos em seu desenvolvimento e através da presente na marca. moulage cheguei a um resultado agradável. Prezando pelo conceito primordial, a versatilidade e usabilidade das peças, elas foram feitas com primorosos acabamentos, para atender as exigências inerentes à marca. Por fim, todas as questões foram solucionadas e os looks foram desenvolvidos com êxito e serviram de grande valia para o meu aprendizado e crescimento em diversas áreas.
3.2 JUSTIFICA
4.12 APRESENTAÇÃO FINAL: Desfile.
44
5. COLEÇÃO
VISÃO UTÓPICA DA SOCIEDADE ACERCA DA DEPRESSÃO
FamĂlia 01 Anedonia
45
FamĂlia 02 Degradation
46
FamĂlia 03 Gray days
47
FamĂlia 04 Reconstruction
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FamĂlia 05 Resilience
49
Anedonia Look 01
50
Anedonia Look 02
51
Anedonia Look 03
52
Anedonia Look 04
53
Anedonia Look 05
54
Anedonia Look 06
55
Anedonia Look 07
56
Anedonia Look 08
57
Anedonia Look 09
58
Anedonia Look 10
59
Degradation Look 11
60
Degradation Look 12
61
Degradation Look 13
62
Degradation Look 14
63
Degradation Look 15
64
Degradation Look 16
65
Degradation Look 17
66
Degradation Look 18
67
Degradation Look 19
68
Gray days Look 20
69
Gray days Look 21
70
Gray days Look 22
71
Gray days Look 23
72
Gray days Look 24
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Resilience Look 43
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Executados
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5.1 PAINEL DE SEGMENTAÇÃO
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5.2 FICHAS TÉCNICAS A ficha técnica de produto para confecção de roupas é um recurso de comunicação primordial para a informação fluir entre as distintas etapas do ciclo produtivo da peça de vestuário. Nesse documento, são colocados diversos pontos para garantir que as informações necessárias ao desenvolvimento do modelo cheguem aos responsáveis de cada etapa e aumentem a agilidade e a entrega de resultados com qualidade. 5.2.1 VESTIDO PRETO
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5.2.2 CAPA PRETA
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5.2.3 MACACÃO VERMELHO
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5.2.4 CAPA VERMELHA
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5.2.5 TRENCH COAT MASCULINO
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5.2.6 CAMISA MASCULINA
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5.2.7 CALÇA MASCULINA
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5.2.8 GRAVATA
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5.2.9 COLETE
105
5.2.10 SAIA
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5.2.11 BLUSA
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5.2.12 VESTIDO BRANCO
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6. BIBLIOGRAFIA ESPINDOLA, Marina. WGSN aponta: Quatro macrotendências para 2018. Costanza Pascolato: 2016. Disponível em: <http://costanzawho.com.br/business/wgsn-4-tendencias-2018/>. Acesso em: 03 nov.2017. HESS, Francieli. Macrotendências 2018/19 – Ideias que vão influenciar o universo da moda nos próximos anos. Fashion Bubbles, 2017. Disponível em:<http://www.fashionbubbles.com/trends/macrotendencias-201819-conheca-as-grandes-ideias-que-vao-influenciar-o-universo-damoda-nos-proximos-anos/>. Acesso em 03 nov 2017. JARDIN. O conceito Jardin. Belo Horizonte, 2017. Disponível em: <http://use-jardin.com.br/>. Acesso em 23 out 2017. KANAYAMA, Sandra. Descubra Sandra Kanayama. 2017. Disponível em: <http://www.sandrakanayama.com/descubra-sandra-kanayama/>. Acesso em 23 out 2017. PLURAL. A marca. 2017. Disponível em: <https://www.pluralestilo.com.br/amarca>. Acesso em 23 out 2017.
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7.0 APÊNDICE 1 Artigo RESUMO O objetivo deste trabalho é entender a depressão na sua totalidade, evidenciando a gravidade e a necessidade de se abordar sobre ela na pós-modernidade e incentivar o tratamento, exprimindo a tangível possibilidade de restituição ao sujeito deprimido. A partir da coleta de dados e informações de livros e trabalhos científicos realizados e através de experiência com relatos de voluntários dispostos a se pronunciar sobre o assunto, os conceitos da doença serão esclarecidos sendo de grande utilidade tanto para pessoas que passam por estes transtornos como para outros que defendem a causa e entendem a gravidade do caminho para o qual a sociedade tem se direcionado. Palavras-chaves: Depressão. Pós-modernidade. Restituição. ABSTRACT The objective of this work is to understand the presentation of its own totality, evidencing a seriousness and a need to approach it in postmodernity and to encourage treatment, expressing the tangible possibility of restitution to the depressed subject. Through the collection of data and information through books and scientific work carried out and through the experience with reports of volunteers willing to pronounce on the subject, the concepts of the disease are clarified being of great use for people who go through these disorders as for others who defend a cause and understand the gravity of the path to which a society has been directed. Keywords: Depression. Postmodernity. Restitution.
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Visão utópica da sociedade acerca da depressão
7.1 INTRODUÇÃO A partir de uma percepção peculiar, observa-se a necessidade de tratarmos de um assunto que é pouco enfatizado e ainda tratado com receio como tantos outros transtornos psiquiátricos e em alguns casos nota-se uma abordagem equivocada com base no senso comum, sem a utilização de pressupostos científicos. Este assunto deve ser debatido para desconstruir a visão utópica da sociedade acerca da doença e para estimular a busca pelo tratamento. A falta de conhecimento faz com que este assunto se torne um “tabu” e muitas vezes é visto nos extremos: como fraqueza ou como frescura, por isso, deve ser discutido e tratado com delicadeza. Quem está “por fora” desse universo geralmente possui preconceito, argumentando ser “falta do que fazer”, preguiça, ociosidade, passividade, e assim surgem diversos rótulos, e a doença passa despercebida, inclusive, pelas pessoas mais próximas e queridas. Os sujeitos deprimidos, por vergonha ou preconceito por parte da sociedade, tendem a se afastar do meio social. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa acerca dos conceitos da depressão a partir de revisão bibliográfica sobre algumas obras de Sigmund Freud e artigos científicos que discorrem sobre o tema, pretendendo responder qual é a real visão da sociedade acerca da doença e por que a depressão tem sido considerada o mal-estar do século XXI. Os capítulos seguintes serão fundamentais para o entendimento das questões levantadas e em seguida a relação da doença com a força criativa como inspiração para o desenvolvimento de uma coleção conceitual de vestuário. Esta coleção artística performática trará nas roupas e na produção, a partir de beneficiamentos e remodelagens que remetam ao conceito, a representação das fases e transtornos psíquicos apresentados no sujeito deprimido, a partir da visão social, trazendo algumas referências intrínsecas à marca, como modelagens avançadas, traços da alfaiataria e primorosos acabamentos. O objetivo central é atrair o olhar da sociedade para a doença, promovendo a discussão e defendendo que o debate sobre a doença é dever de toda a sociedade.
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7.2 DEPRESSÃO Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de pessoas que vivem com depressão, cresceu 18% entre 2005 e 2015. A estimativa é de que, atualmente, mais de 322 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença no mundo. Ainda segundo a OMS, no pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio e é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Outro dado relevante é o da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) 2013 apontando que a depressão é a terceira doença mais comum entre a população brasileira. (G1, 2017) Segundo Siqueira (2007), a doença surge quando o sujeito se acovarda frente ao seu desejo. Este fenômeno clínico aponta para uma estrutura: neurose ou psicose (medicamento – fala) e o tratamento é abordado de forma diferente pelo discurso analítico e pelo discurso psiquiátrico. Na psiquiátrica o paciente gera a doença e o médico profere a cura, medicando-o, e na psicanálise o tratamento se baseia na singularidade do paciente, dando a ele a possibilidade de remediar o próprio sofrimento através da fala. Verifica-se que a psiquiatria entende a depressão como um transtorno cujas causas são atribuídas a fatores biológicos e sociais, e com diagnóstico a partir da presença de diversos sintomas descritos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV (1995) e a Classificação Internacional de Doenças CID-10 (1993), sendo eles: humor deprimido, alterações do sono, alterações no apetite, agitação ou retardo psicomotor, fadiga, culpa excessiva, pensamentos de morte, ideação suicida, tentativa de suicídio, dentre outros. O tratamento segue determinada padronização. (FERREIRA, at.all, 2014) Opondo-se à psiquiatria, a psicanálise desconsidera a depressão com uma estrutura psíquica e a compreende como um sintoma inerente ao sujeito que pode se manifestar em qualquer estrutura e ocorrer em algum momento da vida. O tratamento psicanalítico privilegia a singularidade, o caso a caso, e trata a depressão como um sinal e um substituto de uma satisfação pulsional que foi recalcada. (FERREIRA, at.all, 2014) Freud foi o principal estudioso das psicoses, preocupado em descobrir os mecanismos e suas causas, e defendia a necessidade de distinção das patologias para melhor compreendê-las. Os estudos apontaram que a depressão tem sido abordada de forma equivocada, visto que atualmente a palavra melancolia tem sido substituída pela palavra depressão sem preocupações com diagnóstico diferencial e causando uma confusão no entendimento. (MENDES, at.all, 2014)
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É uma confusão comum ao se deparar com autores que fizeram esta fusão das doenças ao decorrer dos anos, por terem sintomas parecidos. Esclarecendo, para Freud a melancolia é uma psiconeurose narcísica e afirma que o afeto que corresponde a ela é o luto pela perda da libido, podendo ser uma reação a perda inconsciente de um objeto amado ou uma perda idealizada, onde o objeto de amor não morreu, mas foi perdido enquanto objeto de amor. Por fim, conclui-se que é um conflito entre o eu e o supereu. (MENDES, at.all, 2014) Já a depressão segundo Freud, é a um sintoma que pode estar presente em qualquer estrutura psíquica e está ligada a um conflito entre o eu e o ideal do eu, onde devido a um acontecimento traumático, como o luto, dificuldades profissionais e/ou separações, o indivíduo se sente impossibilitado de lidar com as frustrações. Outra característica relevante é a perda da imagem de si, uma perda que se deu num tempo que não volta mais. (MENDES, at.all, 2014) A partir destes conceitos, vê se a necessidade de especificação de cada termo para esclarecer o entendimento e revelar as origens que culminam a depressão. Uma doença que tem se destacado cada vez mais na contemporaneidade devido ao alto índice de diagnósticos, levando a crer que a geração futura estará contaminada e predominantemente depressiva, termo utilizado por Kehl (2009).
7.3 VISÃO DA SOCIEDADE Sabe-se que a depressão é um tema recorrente e que precisa ser abordado cada vez mais, seja nas escolas, na publicidade, nas redes sociais ou em qualquer meio que se veja eficiência. O índice de pessoas deprimidas, com estresse contínuo e usuários de drogas vem crescendo, assim como o número e suicídios relatados, principalmente envolvendo jovens, tudo em decorrência de uma população hiperativa. (BRASIL, 2016) Segundo Lipovetsky (2004), uma das características da nossa sociedade é a hiperatividade que impede a tranquilidade na vivência de experiências, acarretando na impossibilidade de se refletir, relembrar e rememorar e sendo inadmissível a dor, o sofrimento e a angústia. A condição de vida pós-moderna exige um excesso de atividades que acaba diminuindo a troca de experiências e causando uma pobreza interior, trazendo consigo o vazio presente na depressão.
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Leonardo Boff (1997), em seu livro Águia e galinha uma metáfora para a vida humana, menciona sobre uma população que valoriza uma “hamburguerização” da cultura culinária e uma “rockiquização” dos estilos musicais, justificando que os que detêm o monopólio do ter, do poder e do saber, controlam os mercados e decidem sobre o que se deve produzir, consumir e exportar. Anos após tal observação verifica-se na pósmodernidade a intensificação destes conceitos. O grande problema da atualidade está ligado ás demandas culturais e ás exigências sociais que determinam um superinvestimento no eu, no consumo desenfreado e na aparência, no culto ao corpo, termos que podem fazer referência a uma atual cultura do espetáculo que exige de cada um o ideal de vida perfeita, e a intolerância social em relação ao sofrimento, a falta e a dor. A impossibilidade de atingir tais exigências faz com que o indivíduo se sinta imobilizado e com dificuldades para lidar com as situações corriqueiras e, por vergonha, acaba se afastando do ciclo social. (MENDES, at.all, 2014) Esta visão da obrigatoriedade de alcançar o estereotipado ideal de vida perfeita deve ser desconstruída, e a sociedade precisa entender o que Boff (1997) menciona, que na vida como em qualquer jornada há riscos. Ele cita, portanto, as incompreensões dos familiares, traições dos amigos, frustrações profissionais e fracassos no amor, mas deixa claro que também há conquistas, como a descoberta da amizade, o florescimento do amor, a felicidade de experiências produtivas, o lento amadurecimento e o despontar da sabedoria da vida. Boff (1997) utiliza a metáfora da águia e a galinha para fazer um paralelo com a condição humana e a ideia central da metáfora é o entendimento sobre cada um destes animais enfatizando que o homem escolha ser galinha e águia (realista e utópico) enraizado no concreto e aberto ao possível ainda não ensaiado, andando no vale, mas tendo os olhos nas montanhas. Por fim, o autor (p. 103) recomenda um conselho dos antigos: (...) “se não buscarmos o impossível, jamais conseguiremos o possível.”. Conclui-se até então que a depressão tem sido considerada o mal-estar do século XXI, mas com a devida abordagem este malestar pode ser amenizado, desde que haja uma percepção e o reconhecimento do sujeito deprimido. BOFF (1997, p.129) deixou como ensinamento: “Podemos assumir a queda como um desafio para nos auto superar. Para nos tornar herói/heroína e assim crescer como podemos ficar tão somente na lamúria, na fuga ilusória e no encaramujamento sobre nós mesmos.”.
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7.4 SOCIEDADE E DOENÇA COMO FORÇA CRIATIVA A fim de otimizar as discussões acerca do tema, uma coleção conceitual sem compromisso comercial será desenvolvida com o objetivo de causar impacto visual e atrair o olhar da sociedade em direção a este tema que é de suma importância para a sociedade contemporânea. A ideia central dessa coleção está na representação da doença através da percepção da sociedade, frisando a importância do conhecimento sobre o assunto, combatendo os prejulgamentos, estimulando a discussão e frisando que a libertação começa na nossa consciência e no resgate da nossa própria dignidade, conforme Boff (1997) menciona. Mediante a realização da revisão bibliográfica, foi possível identificar que a real visão da sociedade pós-moderna em relação à depressão é de que se deve a manter em sigilo. As pessoas depressivas a todo instante se sentem exiladas do mundo e possuem uma recorrente tendência a se privar do convívio social, de se auto degradar, e por vergonha, ou até medo de serem incompreendidas preferem se trancar dentro de si mesmo. Existem muitos trabalhos científicos desenvolvidos relacionados a este tema, mas nota-se a necessidade de fazer de forma inovadora e inusitada, uma fusão entre a moda como fenômeno social, força criativa e as perturbações psicológicas para chamar a atenção da sociedade e desconstruir esta visão da sociedade, anteriormente mencionada como utópica. As pesquisas têm demonstrado que a depressão é uma perturbação do humor, ou afetiva, que pode ocorrer em decorrência de diversos fatores, criando sintomas e reações diferentes a cada paciente. Tendo em vista que o caso a caso predomina para o diagnóstico, algumas reações mais comuns, como a automutilação de diferentes formas serão representados através do vestuário que será desenvolvido e a produção que irá compor um visual estético marcante. As cores predominantes na coleção serão: preto, cinza, branco, vermelho e nude, seguindo uma cartela monocromática, referência muito presente na marca autoral Talissa Gonçalves. A cor preta fará uma associação ao luto, ao medo e ao desconhecido (o escuro), a cor cinza atuará como intermediária entre o preto e o branco representando o isolamento ou a solidão, e o branco representará a paz interior, denotando a possibilidade de restituição. O vermelho escuro também será muito utilizado para representar o sangue e a degradação de si.
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A primeira família representará as fases extremas de depressão, utilizando o preto em grande proporção, percorrendo para a segunda família que utilizará o vermelho e o nude simbolizando o sangue na pele e as feridas da automutilação (denotação de que a dor física é mais fácil de lidar do que a dor emocional). Essas “feridas” estarão escondidas por outras peças, trazendo o conceito de que para responder às demandas sociais da pós-modernidade de ter uma vida perfeita, as pessoas devem se camuflar e esconder a dor e a fraqueza. A próxima família refletirá na transição do sujeito que está saindo da depressão, na cicatrização e no entendimento que a doença deve ser debatida, mostrada e refletida, para que com o exemplo de um, outros possam seguir caminhos diferentes com perseverança e esperança. Já a última família recorre à utilização do branco simbolizando o encontro da paz interior e o sentimento de satisfação e restituição do indivíduo.
7.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho foi uma tentativa de evidenciar ao leitor um conhecimento sobre o conceito e os sintomas presentes na depressão, frisando a importância do debate sobre o assunto e promovendo a discussão. A depressão e a ansiedade são os transtornos psíquicos mais frequentes encontrados na pósmodernidade marcada pela exacerbada “hiperatividade”. Ao percorrer esta revisão bibliográfica foi possível perceber que a depressão é um transtorno/sintoma transitório ou permanente que faz o indivíduo refém de si mesmo, sofrendo interferências no sono, na alimentação e até na energia, portanto, os diagnósticos das pessoas deprimidas geralmente descrevem sensações físicas incômodas, pensamentos negativos constantes, sentimento de culpa, sensação de inutilidade, dificuldade em realizar as atividades corriqueiras e uma perda da capacidade de planejar o futuro. Conhecer os preceitos da doença facilita ao sujeito deprimido o auto reconhecimento, o estímulo e a esperança no reencontro do “eu” ou até mesmo amparar pessoas em situações análogas. Através desse projeto, o assunto é abordado com clareza e delicadeza por meio da utilização da doença como inspiração para uma coleção de moda que levantará a temática de forma atípica, para melhor entendimento da sociedade.
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7.6 REFERÊNCIAS BOFF, Leonardo. Águia e Galinha: Uma metáfora para a vida humana. Petrópolis, RJ. Editora vozes,1997. BRASIL, agência. É preciso falar sobre depressão e suicídio, alertam especialistas. São Luís – MA: SDC - Sistema Difusora de Comunicação, 2016. Disponível em:<http://www.ma10.com.br/2017/04/29/e-precisofalar-sobre-depressao-e-suicidio-alertam-especialistas/>. Acesso em 03 out 2017. FERREIRA, Rayanne Cordeiro, GONÇALVES, Charlisson Mendes, MENDES, Patrícia Guedes. Depressão: do transtorno ao sintoma. Psicologia, o portal dos psicólogos (2014). Disponível em: <www.pscologia.pt/artigos/textos/A0828.pdf.>. Acesso em 07 out 2017. G1, Bem-Estar. Depressão cresce no mundo, segundo OMS; Brasil tem maior prevalência da América Latina. Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/noticia/depressão-cresce-no-mundosegundo-oms-brasil-tem-maior-prevalencia-da-america-latina.ghtml>. Acesso em 03 out 2017. KEHL, Maria Rita. O tempo e o cão: a atualidade das depressões. São Paulo. Boitempo editorial, 2009. LIPOVETSKY, Gilles; CHARLES, Sébasti. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Bacarolla, 2004. MANUAL Diagnóstico e estatístico e transtornos mentais: DSM-IV (trad. Cláudia Dornelles, 4ed. ver. Porto Alegre, RS: Artmed, 2002. Disponível em:<https://www.saraiva.com.br/manual-diagnostico-e-estatistico-detranstornos-mentais-dsm-v-5-ed-2014-7536763.html>. Acesso em 08 out 2017. MENDES, Elzilaine Domingues; VIANA, Terezinha de Camargo; BARA, Olivier. Melancolia e Depressão: Um estudo Psicanalítico. Psicologia: Teoria e Pesquisa (2014). Vol. 30n. 4. Pp.423-431. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v30n4/v30n4a07.pdf>. Acesso em 08 out 2017. SIQUEIRA. É.S.E.A. A depressão e o desejo na psicanálise. Estudos e pesquisas em psicologia, Rio de Janeiro (2007). Disponível em: <http://www.epublicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/10949/8663>. Acesso em: 07 out 2017.
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7.7 DETALHES DO PROCESSO PRODUTIVO
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7.8 FOTOS
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8. ANEXOS 8.1PAINEL DE INSPIRAÇÃO DE MAQUIAGEM
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