editorial
Leonidas Verneque Guedes
Pertencer à Igreja: privilégio único ertencer à Igreja de Deus significa que somos membros de uma grande família da qual Jesus Cristo é a cabeça. Contudo esta não é a única maneira de vermos a igreja. Ela deve ser vista também como um corpo (I Coríntios 12:13), como templo (I Coríntios 3:9-16), como noiva (II Coríntios 11:2), como Jerusalém celestial (Hebreus 12:22), como alicerce da verdade (I Timóteo 3:15), como exército (Apocalipse 12:12 e 17). É verdade também que na igreja você vai encontrar pessoas com defeitos e problemas. A Igreja é como um hospital onde os pacientes (membros) internam-se para serem curados de suas enfermidades (pecado). Cristo é o Grande médico da alma. Mas há pacientes que resistem e necessitam de cuidados especiais, muita simpatia, tato e compreensão para serem salvos. Seja cortês para com todos, mas não se aborreça se alguém não lhe parecer tão amável como você gostaria que fosse, talvez, seja uma alma carente de auxílio espiritual. O Apóstolo Paulo fala da comunhão que devemos ter “com o Pai e com o Seu Filho Jesus Cristo” (I João 1:3), nos exorta a termos “comunhão uns com os outros” (I João 1:7). Além disso lembre-se de que Deus quer usá-lo como instrumento em Suas mãos para encaminhar pessoas aos pés do Salvador. Portanto, desafio você a, como membro da igreja, um exército militante, compartilhar com outros a salvação em Cristo (João 1:41 a 44). É quase certo que há familiares em sua própria casa, parentes, vizinhos, amigos e colegas de trabalho que não conhecem Jesus. Peça orientação ao seu pastor ou ao diretor do ministério pessoal de sua igreja e leia com atenção o artigo “Tornando um Discípulo”. Há vários métodos de evangelização, leve Jesus aos seus amigos, parentes e às pessoas que vivem ao seu
novo membro
redor. Ser cristão é participar. Lembre-se, você é uma testemunha viva do Salvador para este tempo. Seu pastor conta com a sua entusiasta participação nas atividades da igreja. Para ajudá-lo, procure identificar qual é o seu dom nos artigos, “Descubra seus Dons” e “Refletindo Sobre os Dons”. Ir à Igreja é outro fator indispensável para o cristão, o próprio salmista Davi, reconhecendo esta necessidade declarou: “Alegrei-me quando me disseram: vamos à Casa do Senhor” (Salmo 122:1). E em outra ocasião, os filhos de Coré, num estado de desabafo e de saudades do templo, assim se expressaram: “Quão amáveis são Teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos... pois um dia nos Teus átrios vale mais que mil, prefiro estar a porta da casa do meu Deus a permanecer nas tendas da perversidade” (Salmo 84:1 e 10). Confira sobre a importância de ir à igreja e suas reais implicações no artigo “Vamos à Casa do Senhor”. Lembre-se que para obter a vitória na vida cristã, você precisa estar ligado intimamente ao nosso Senhor e Mestre (João 15:5), vigiando e orando sem cessar. Jesus vive em você e, pelo Espírito Santo, Ele mora em Seu coração. Ao ler toda a revista encontrará, durante sua leitura, a razão da nossa Fé, Crença, Esperança... a razão de sermos Adventistas do Sétimo Dia. Ela foi feita com muito carinho pensando em você. Um forte abraço,
Leonidas Verneque Guedes, é pastor e secretário geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia para os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Foto: BSK
P
Sumário 2
Editorial
Leonidas Verneque Guedes
5
Mensagem do Presidente Maurício Pinto Lima
história 6 9
Adventismo: História e Crenças Alberto R. Timm
A Ordem Começa com Você Leonidas Verneque Guedes
doutrinas 10 O que é Dom de Profecia Renato Stencel e Milenna Vieira 12 O Santuário e Sacerdócio de Cristo no Céu
Elias Brasil de Souza
16 As Finanças Pessoais e o Relacionamento com Deus Antonio Oliveira Tostes 18 Adorando a Deus com as Ofertas Elmir Pereira Santos 20 Sábado, o Santo Dia do Senhor Sara Guimarães Lima
Foto: Nikolaj Bourguignon
23 Nisto Cremos Secretaria da Igreja Adventista 24 Os Dez Mandamentos Secretaria da Igreja Adventista
novo membro
estilo de vida 25 Passos para a Devoção
Ozeas C. Moura
28 A Influência da Igreja no Mundo
Berndt Dietrich Wolter
31 Cristão em Todas as Horas
Michelson Borges
34 Segredos para Uma Vida Saudável
Sidionil Biazzi e Elisa Biazzi
38 Um Modelo de Família Adventista
Natanael B. P. Moraes
41 Vamos à Casa do Senhor
Joel Sarli
Editor Leonidas Verneque Guedes Editores Associados Aroldo Ferreira de Andrade, Claudiney Cândido dos Santos, Evanir da Rocha Pires, Itamar Lelis Rodrigues, Izair de Souza Costa, Jair Soares de Lima, Joel Fernandes de Carvalho e José Marcos Nunes de Oliveira. Colaboradores Alberto R. Timm, Antonio Oliveira Tostes, Berndt Dietrich Wolter, Elias Brasil de Souza, Elisa Biazzi, Elmir Pereira Santos, Emílio Abdala, Heraldo Vander Lopes, Joel Sarli, Michelson Borges, Maurício Pinto Lima, Milenna Vieira, Natanael B. P. Moraes, Ozeas Caldas Moura, Renato Stencel, Sidionil Biazzi, Sara Guimarães Lima e Vanderlei Dorneles da Silva. Revisão de texto Fabiola Canedo Guedes Foto de capa JurgaR Projeto Gráfico Eduardo Olszewski
comportamento 44 Permanecendo na Igreja de Cristo
Impressão e acabamento Casa Publicadora Brasileira Tiragem: 35.000 exemplares
Heraldo Vander Lopes
48 Tornando um Discípulo
Emílio Abdala
51 Membro ou Discípulo
Berndt Dietrich Wolter
52 A Certeza da Vinda de Cristo
Vanderlei Dorneles
55 Descubra Seu Dom
Berndt Dietrich Wolter
UNIÃO ESTE BRASILEIRA da Igreja Adventista do Sétimo Dia Av. Sete de Setembro, 69 Icaraí CEP 24.230-250 Niterói – RJ Fone (21) 2199-1000
Presidente Maurício Pinto Lima Secretário Leonidas Verneque Guedes Tesoureiro Antonio Oliveira Tostes
56 Refletindo sobre os Dons
Berndt Dietrich Wolter
57 O Adventista e a Política
novo membro
Secretaria da Igreja Adventista
Distribuição Gratuita Dirigida Todos os direitos reservados à: União Este Brasileira dos Adventistas do Sétimo Dia
mensagem do presidente
Maurício Pinto Lima
Mesagem do Presidente
Foto: Penny Mathews
Querida (o) Irmã (o), Assim como uma família fica feliz ao receber um bebê como seu mais novo membro, a Igreja Adventista do Sétimo Dia se sente muito feliz ao receber você como um novo membro dessa grande família mundial. Você começa a escrever um novo capítulo na história de sua vida, e o mais importante é que Jesus estará ao seu lado. Ele deseja que você tenha mais saúde, mais alegria, mais amigos, mais esperança e muitas outras coisas boas. Porém é necessário estar atento porque há alguém que quer atrapalhar sua caminhada. Ele não descansa um único momento e tentará de todas as formas afastar você de Jesus. Para obter vitória, você precisa estar sempre ligado (a) ao Senhor. Algumas maneiras de cultivar essa ligação são: • Oração • Estudo Diário da Bíblia • Estudo da Lição da Escola Sabatina • Estudo do Espírito de Profecia • Freqüência aos programas da Igreja • I nteresse em compartilhar essas bênçãos com outros que ainda não a conhecem.
Colocando isso em prática, sua caminhada não estará livre de obstáculos. Mas ainda assim será crescente e feliz porque, como diz Isaias 52:12, o Senhor estará à sua vanguarda e à sua retaguarda. Além de contar com a direção do Senhor, o fato de caminharmos juntos, como uma família, será de grande importância. Como irmãos mais velhos, queremos nos colocar à sua disposição para ajudar no que for necessário. Conte conosco. Não se esqueça de algo: Estamos aqui provisoriamente esperando e nos preparando para irmos morar em nosso lar definitivo, a Nova Jerusalém. O mais importante será lá, não aqui. Portanto, mantenha seus olhos e pensamentos nessa promessa. Desejo-lhe muitas bênçãos no poder de Deus.
Mauricio Pinto Lima, é pastor e presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia para os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. novo membro
história
Adventismo
História e crenças
O
presente artigo fornece informações úteis ao novo membro adventista acerca da origem, desenvolvimento histórico e crenças fundamentais dos adventistas. Neste artigo, o termo “adventista” refere-se especificamente aos adventistas do sétimo dia. Raízes mileritas – O final do século 18 e o início do 19 viram um reavivamento mundial de interesse nos ensinamentos bíblicos sobre a segunda vinda de Cristo. Muitos intérpretes protestantes ficaram convencidos, mediante estudos das profecias bíblicas, de que Cristo voltaria provavelmente ao redor da década de 1840. Foi, contudo, o batista Guilherme Miller, de Low Hampton, Nova Iorque, que proveu um dos cálculos cronológicos mais precisamente elaborados das profecias bíblicas, sugerindo que Cristo retornaria à Terra por volta do ano religioso judaico de 1843 d.C. Miller começou a pregar suas idéias em 1831, e em setembro de 1833, as igrejas batistas de Low Hampton (da qual Miller era membro) e de White-Hall, Nova Iorque, deram-lhe uma licença para pregar que lhe concedia qualificação ministerial. Isso foi segui-
novo membro
do por uma credencial interdenominacional assinada por 17 clérigos de várias denominações. Foi, porém, a partir do final da década de 1830, que o movimento milerita recebeu novo impulso pela adesão de vários ministros evangélicos que se uniram a Miller na pregação da esperança do advento. Líderes evangélicos como o conexionista-cristão Josué V. Himes, o metodista Josias Litch e o presbiteriano-congregacionalista Carlos Fitch desempenharam um papel crucial em transformar o milerismo em um dos movimentos religiosos mais influentes na América do Norte naquela época. Cerca de 200 ministros ordenados e aproximadamente dois mil pregadores voluntários proclamavam a esperança da iminente volta de Cristo. Historiadores da religião americana estimam que o milerismo chegou a ter entre 50 mil e 100 mil adeptos formais, sem contar, de acordo com W. R. Cross, um milhão ou mais de espectadores cépticos. Miller jamais marcou uma data específica para a segunda vinda de Cristo, mas quando indagado a respeito do que entendia ser o ano religioso judaico de 1843 d.C., ele afirmou
que tal ano se estenderia, em nosso calendário gregoriano, provavelmente de 21 de março de 1843 a 21 de março de 1844. Cálculos mais detidos das 2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14 levaram o ex-congregacionalista Samuel S. Snow à conclusão, já no início de 1844, de que esse período profético terminaria no “décimo dia do sétimo mês” do calendário religioso judaico daquele ano, ou seja, no dia 22 de outubro de 1844. O próprio Miller acatou a idéia de Snow apenas no dia 6 de outubro, sendo o último dos líderes mileritas a aceitar a sugestão de uma data específica para a volta de Cristo. O fato de Cristo não haver retornado em 1844, como esperavam os mileritas, fez com que esse movimento se dividisse em várias direções. Muitos abandonaram a esperança da segunda vinda de Cristo. Os que a mantiveram, no entanto, subdividiram-se entre aqueles que continuaram aceitando a data de 1844 para o término das 2.300 tardes e manhãs, e aqueles que passaram a marcar novas datas para o término daquele período profético. Foi dentre aqueles que continuaram aceitando a data de 1844 que surgiram os adventistas do sétimo dia.
Foto: DSA
A l b e r t o R . Ti m m
Formação do sistema doutrinário adventista – A não concretização da esperança milerita de 1844 fez com que os fundadores do movimento adventista sabatista estudassem mais detidamente as Escrituras para encontrarem uma resposta satisfatória para o fato de Cristo não haver retornado como esperado. Desse estudo, concluíram que o término das 2.300 tardes e manhãs apontava, não para a segunda vinda de Cristo, mas para o início de uma nova fase no sacerdócio de Cristo no santuário celestial (Dan. 7:9-14; Apoc. 11:19), bem como para o começo da proclamação das três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12 sobre a Terra. Os temas do santuário celestial e das três mensagens angélicas formaram o núcleo básico ao redor do qual passaram a gravitar as demais doutrinas distintivas da fé adventista. Entre essas doutrinas figuravam a perpetuidade da lei de Deus e do sábado, o ministério celestial de Cristo, a segunda vinda de Cristo, a imortalidade condicional da alma e o dom profético de Ellen G. White. O mais importante agente integrador do sistema doutrinário adventista, nos primórdios do movimento, foi sem dúvida José Bates. Tiago White e Ellen White também contribuíram no processo de burilação desse sistema, composto, quase que exclusivamente, por doutrinas herdadas de outros movimentos religiosos. Por exemplo, a ênfase adventista na iminente volta de Cristo derivou do batista Guilherme Miller e de seus associados. A doutrina da perpetuidade da lei de Deus e do sábado proveio dos batistas do sétimo dia. Já o conceito da inconsciência dos mortos na sepultura foi introduzido em alguns círculos mileritas, contrário à vontade de Miller, pelo ex-metodista George Storrs, mas esse mesmo conceito já havia sido advogado por Lutero, Tyndale e outros cristãos. A noção de um juízo investigativo pré-advento
foi primeiro advogada em 1838 pelo metodista-milerita Josias Litch. Por sua vez, a doutrina do santuário celestial foi desenvolvida por Hiram Edson, O. R. L. Crosier e F. B. Hahn. Apenas a manifestação moderna do dom profético é que se desenvolveu com Ellen G. Harmon (depois White). Alguns podem ser tentados a imaginar que as doutrinas distintivas adventistas se originaram com Ellen White, mas tal teoria não é corroborada por estudos mais detidos da literatura milerita-adventista contemporânea. É certo que Ellen White exerceu uma influência marcante sobre o pensamento adventista, mas essa influência foi, de acordo com George R. Knight, mais de confirmação do que de iniciação das doutrinas. A singularidade da mensagem adventista não reside tanto na originalidade de cada uma de suas doutrinas, mas na configuração do sistema doutrinário como um todo. Guilherme Miller, Samuel Snow e a maioria dos outros líderes mileritas jamais se tornaram adventistas do sétimo dia. Foi somente no início da década de 1860 que a estrutura organizacional básica da Igreja Adventista do Sétimo Dia se desenvolveu. De especial relevância nesse processo foram a escolha do nome “adventistas do sétimo dia”, em 1860, e o estabelecimento da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, em 1863. A familiaridade com a literatura adventista inicial é indispensável para se conhecer as origens do adventismo, mas não é suficiente para se entender o desenvolvimento posterior do pensamento doutrinário adventista. Se durante as primeiras quatro décadas de existência do movimento adventista do sétimo dia muitos de seus pregadores enfatizavam mais as doutrinas adventistas distintivas do que as doutrinas evangélicas, a partir de 1888 essa tendência sectária e legalista passou a ser reequilibrada por uma maior
ênfase na salvação pela graça mediante a fé, definida como sendo “não de obras” mas “para boas obras” (Efé. 2:810). É fundamental, portanto, que o estudante do adventismo leve em consideração que, após 1888, as doutrinas adventistas distintivas continuaram sendo enfatizadas como antes, mas permeadas mais nitidamente pelos componentes evangélicos da verdade centralizada em Jesus (Efé.4:21) Os adventistas e Ellen White – Não se pode negar a possibilidade de existirem entre os adventistas alguns indivíduos fanáticos que, distorcendo o pensamento adventista, acabam considerando os escritos de Ellen White uma segunda Bíblia, em substituição ao próprio Cânon Sagrado. Mas essa não é a posição oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Os adventistas crêem que Ellen White foi uma profetisa verdadeira e que seus escritos foram inspirados pelo Espírito Santo, mas crêem também que ela possui o mesmo status profético dos demais profetas verdadeiros do período bíblico que não participaram na formação do Cânon Sagrado. Base bíblica para a aceitação de um profeta pós-canônico é encontrada pelos adventistas nas convicções de que (1) o dom profético é apresentado no Novo Testamento como um dos dons concedidos pelo Espírito Santo, não apenas aos apóstolos, mas também à igreja cristã em geral (Rom. 12:6; I Cor. 12:10 e 28; Efé. 4:11-14); (2) os crentes não deveriam rejeitar qualquer manifestação desse dom sem suficientes evidências de ser uma manifestação falsa (I Tess. 5:19-21; I João 4:1); e (3) o dom profético voltaria a se manifestar antes da segunda vinda de Cristo (Joel 2:28-31 [cf. Atos 2:16-21; Mat. 24:2931]; Apoc. 12:17 [cf. 19:10]). A necessidade de uma manifestação moderna do dom profético é justificada pelos adventistas através do fato de novo membro
que o cristianismo (e mesmo o mundo evangélico) se encontra hoje subdividido em inúmeras denominações diferentes, todas elas reivindicando embasamento bíblico para seus credos e posições doutrinárias conflitantes entre si. Longe de conspirar contra o princípio protestante da Bíblia como “única regra de fé e prática” e como “intérprete de si mesma”, o dom profético manifesto através da vida e obra de Ellen White é visto, pelos adventistas, como procurando levá-los de volta a uma leitura imparcial das Escrituras, destituída das tradições humanas impostas à Bíblia ao longo da história do cristianismo. Evidências disso podem ser encontradas no fato de que os adventistas são tradicionalmente conhecidos como dedicados estudantes da Bíblia. J. N. Andrews, um dos pioneiros adventistas, foi indagado certa ocasião a respeito de quanto da Bíblia ele havia memorizado. Sua resposta foi: “Não ousaria dizer que poderia repetir todo o Antigo Testamento, mas tenho certeza de que se o Novo Testamento fosse perdido, eu o poderia reproduzir palavra por palavra.” Muitos adventistas seguem também a prática de ler a Bíblia completa pelo menos uma vez por ano. Haroldo P. de Castro Lobo, por exemplo, leu a Bíblia inteira 60 vezes, e Sérgio Vieira de Araújo chegou a ler a Bíblia toda 116 vezes. A mesma dedicação às Escrituras contribuiu para que vários adventistas brasileiros vencessem concursos nacionais e internacionais da Bíblia realizados no Brasil, bem como para que alguns deles obtivessem boas colocações na fase final do famoso Concurso Internacional da Bíblia, em Jerusalém. Destacaram-se, no concurso de Jerusalém, os brasileiros Irene Santos, em 1958; Yolanda Anversa da Silva, em 1961; José Ribamar de Menezes, em 1964; e Francisco Alves de Pon-
novo membro
tes (conhecido popularmente como “Chico Bíblia”), em 1981. Se porventura algum adventista usa os escritos de Ellen White como um substituto à Bíblia, ele está negando a própria função desses escritos, e não representa devidamente a posição de sua denominação em relação a eles. Uma das obras mais elucidativas, em português, sobre o relacionamento dos adventistas com o dom profético de Ellen White, é a de Herbert E. Douglass, intitulada Mensageira do Senhor: O Ministério Profético de Ellen G. White (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001). Essa obra trata não apenas da forma como os adventistas encaram a manifestação moderna desse dom, mas também como eles respondem às principais críticas levantadas contra ele. A natureza do adventismo – Uma das indagações mais frequentes sobre os adventistas diz respeito à própria natureza do adventismo: São os adventistas do sétimo dia uma igreja ou uma seita? A resposta a essa indagação depende de como se define uma seita. O termo “seita” é geralmente um rótulo apologético e pejorativo, usado por líderes religiosos como um mecanismo de autodefesa, destinado a inibir as pessoas de se relacionarem com pretensos hereges. Alguns apologetas consideram como seita todo grupo religioso que ensina doutrinas não contempladas pelos credos evangélicos, ou que aceita qualquer manifestação pósapostólica do dom profético. Cremos, no entanto, que o referido termo deveria ser usado especificamente em relação a grupos religiosos que restringem a salvação exclusivamente aos adeptos do seu próprio movimento religioso, e cuja ênfase nos componentes distintivos de sua fé acaba obliterando verdades básicas da fé cristã como a Trindade e a salvação pela graça mediante a fé.
À semelhança de outros movimentos religiosos, os adventistas do sétimo dia surgiram com características sectárias. Na tentativa de justificar a sua existência, grande ênfase era colocada sobre os elementos distintivos da fé adventista, relegando os componentes básicos da fé evangélica a um plano secundário. Além disso, os primeiros adventistas sabatistas criam, até o início da década de 1850, na teoria da “porta fechada” (Mat. 25:10), que restringia o acesso à salvação quase que exclusivamente aos ex-mileritas. Como já mencionado, foi apenas a partir de 1888 que os adventistas conseguiram superar sua ênfase sectária, reequilibrando os elementos distintivos da fé adventista com os componentes básicos da fé evangélica. Considerações finais – Sempre é oportuno seguirmos o exemplo dos bereanos, que examinavam as Escrituras “para ver se as coisas” são, “de fato, assim” como as pessoas pretendem que tais coisas sejam (Atos 17:11). Hoje, mais do que nunca, o cristianismo contemporâneo se encontra subdivido por diferentes credos e interesses particulares. Existe uma tendência natural, mesmo no âmbito religioso, de promovermos aqueles com quem simpatizamos e de denegrirmos a imagem daqueles dos quais discordamos. Quão diferente, porém, seria o mundo se, a despeito das divergências existentes, os cristãos mantivessem uma postura respeitosa para com aqueles que discordam de sua fé. Isso, porém, só ocorreria se todos considerassem mais seriamente o conselho sagrado, exemplificado por Cristo, de amarmos uns aos outros como Ele próprio nos amou (João 13:34). ◆ Alberto R. Timm, é pastor e atualmente trabalha como reitor das Universidades Adventistas para América do Sul, Brasília - DF
A ordem começa com você L e o n i d a s Ve r n e q u e G u e d e s
A
gora que você é membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia fique atento à alguns detalhes importantes.
◼ Informe à secretaria o falecimento de membros da igreja, mencionando o nome completo e a data do acontecimento.
◼ Ao você ser batizado, o seu nome fica registrado no livro da igreja onde você foi recebido. Entretanto, se um dia você se mudar para outra localidade, não se esqueça de procurar a secretaria da igreja onde você passou a ser membro, para a solicitação de transferência do registro. Informe a cidade ou local de onde vem, para a igreja onde irá assistir solicitar sua transferência.
◼ Assista, além dos cultos normais da semana, Sábado, domingo e quarta, a todas as reuniões administrativas devidamente convocadas, e participe das grandes decisões de sua igreja.
◼ Caso você não compareça à sua igreja de registro num período acima de 2 anos, e não tenha dado nenhuma notícia para a igreja por onde andas durante este tempo, poderá correr o risco de ter seu nome retirado do livro da igreja, como membro desaparecido. ◼ Se você está chegando em uma nova cidade e certamente será membro desta nova Igreja Adventista, solicite à secretaria que providencie sua carta de transferência junto à igreja onde você era registrado como membro. Informe de que cidade você vem e a igreja a qual frequentava. ◼ Se você casou recentemente, comunique à secretaria o seu novo sobrenome de casada para a atualização da sua ficha de membro.
Foto: BSK
◼ Se você vai se ausentar desta igreja por um período superior a 60 dias, comunique à secretaria a sua ausência, mesmo que temporariamente. ◼ Comunique à secretaria o nome de pessoas da igreja que estão ausentes por motivo de enfermidades, quer sejam parentes ou conhecidos.
◼ Procure junto à secretaria, nomes de pessoas afastadas ou que necessitam de uma visita especial e participe da equipe de visitação de sua igreja.
NOSSA MISSÃO: A missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia é comunicar a todas as pessoas o Evangelho eterno do amor de Deus no contexto das mensagens angélicas de Apocalipse 14:6 a 12, conforme reveladas na vida, morte, ressurreição e ministério sacerdotal de Jesus Cristo, convidando-as a aceitarem a Jesus como seu Salvador pessoal e a unirem-se à Sua Igreja, e assistindo-as e edificando-as espiritualmente em preparação para Sua breve volta.
NOSSA VISÃO: Em harmonia com as grandes profecias das Escrituras, entendemos que o clímax do plano de Deus é restaurar toda a Sua criação à completa harmonia com sua perfeita vontade e justiça.
Leonidas Verneque Guedes, é pastor e secretário geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia para os Estados, MG, ES e RJ. novo membro
doutrinas
Dom de Profecia Renato Stencel e Milenna Vieira
N
o princípio Deus criou os Céus, a Terra e tudo o que neles há. Dentre todas as Suas obras, o ser humano é considerado a obra-prima de Deus, pois Ele criou à Sua imagem e semelhança. Tudo o que o homem precisava estava à disposição – alimentos saudáveis, trabalho, contato com a natureza e um perfeito companheirismo com o próprio Criador. O plano de Deus sempre foi que a família humana vivesse feliz e se tornasse semelhante a Ele também no caráter.
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novo membro
Apenas Adão e Eva tiveram o privilégio de desfrutar constante comunhão com Deus face a face. Foi dessa maneira que aprenderam a cuidar de todas as criaturas vivas e a suprir as próprias necessidades. Mas, após o pecado, eles perderam esta condição de falar com Deus face a face. Não porque Deus houvesse mudado, mas porque o primeiro casal mudou – o pecado deformou sua mente e emoções. A iniquidade separou o homem de Deus e encobriu Seu rosto (Is 9:2.) Desta maneira, Deus teve que mudar Sua forma de comunicação. Passou a “falar” por meio de sonhos (Gn 40 e 41; Jz 7; Dn 2 e 4), animais (II Pe 2:16), plantas (Êx 3), pedras (Êx 28:30; Nm 27:21; I Sam 22:10; 28:6); enviou anjos (Gn 19:15; Jz 6:11-14; Sl 34:7; Mt 1:18-25) e Seu próprio Filho Jesus Cristo (Hb 1:1 e 2; Jo 14, 9; Ap 1:1; Jo 3:16). Ele também estabeleceu contato através da “consciência” (Rm 2:15). De forma significativa, o Espírito Santo trabalha até hoje na mente dos seres racionais ajudando-os a fazerem a escolha correta, sempre. Embora Deus tenha empregado
muitos métodos, a forma mais reconhecida de comunicação divina é pelos profetas. De tempos em tempos, Ele escolheu homens e mulheres comuns para tornarem-se portadores do dom profético. Por meio desse dom – também chamado Espírito de Profecia e Orientação Profética – a humanidade tem sido levada à compreensão do conflito cósmico que se desenrola, a guerra entre Cristo e Seus anjos e Satanás e seus anjos. Recebe entendimento acerca desse combate e dos meios providos por Deus para cuidar de Sua obra e aperfeiçoar o caráter de Seu povo. Por meio desse importante dom, Deus resgata Seu povo para o plano original e o guia para a Vida Eterna. Ao estudar a vida e obra dos profetas, podemos observar que Deus lhes designou certas tarefas especiais. Dentre elas, destacamos oito: 1. Preparar o caminho para o primeiro advento de Cristo; 2. Mostrar ao povo que Deus valoriza os seres humanos a ponto de escolher dentre eles homens e mulheres para representá-Lo; 3. Manter o ser humano informado quanto à vontade de Deus para sua vida; 4. Estabelecer uma comunicação pessoal entre Criador e criatura; 5. Ser exemplo vivo da graça transformadora do Espírito Santo na vida humana; 6. Desafiar o povo a uma experiência de constante reavivamento espiritual; 7. Ser um veículo mediador no plano da redenção, auxiliando a humanidade perdida a encontrar o caminho da Vida Eterna; 8. Contribuir com a produção da Bíblia, a Palavra de Deus. (O resultado mais notável da atividade dos profetas é sua contribuição à Palavra Escrita).
Foto: L&F
O que é
Dom de Profecia nos dias atuais
Foi o dom profético que deu origem à própria Bíblia. Deus falava com os profetas por meio de sonhos e visões (Nm 12:6) e eles utilizaram-se de toda capacidade, oral e escrita, para transmiti-los fielmente. O Novo Testamento concede ao dom de profecia um lugar de destaque entre os dons do Espírito Santo, colocando-o nos primeiros lugares entre os ministérios de maior utilidade para a igreja (Rm 12:6; I Cor 12:28; Ef 4:11). O NT também aponta que os profetas prestaram assistência na fundação da Igreja (Ef 2:20 e 21; 4:12-14; I Cor 14:4 e 3); advertiram quanto à dificuldades futuras (At 11:27-30; 20:23; 21:4; 10-14) e confirmaram a fé em tempos de controvérsia (At 15). A lista de nomes é longa. Nela constam, por exemplo, Enoque, o sétimo homem depois de Adão (Jd 14); Abraão (Gn 20:7); Moisés, que escreveu seis livros da Bíblia (Dt 18:15; Os 12:13); Samuel (I Sm 3:19 e 20). João Batista, mesmo antes de seu nascimento, já estava destinado a ser um porta-voz de Deus (Lc 1:1317). João tinha a missão de anunciar o primeiro advento de Jesus. Mulheres também foram escolhidas. Miriã foi a primeira profetisa (Êx 15:20, Mq 6:4). Débora foi juíza e profetisa (Jz 4:4). Ela foi uma líder espiritual tão convincente que, quando o general Baraque foi convidado a liderar o ataque de um exército, ele não quis ir sem ela.
No período pós-bíblico, o dom de profecia não deve superar as Escrituras ou acrescentar algo a elas, uma vez que o cânon sagrado já está completo. Seu objetivo é destacar a Bíblia como base de fé e prática, explicar seus ensinamentos e aplicar seus princípios ao viver diário. Ele se acha envolvido no estabelecimento e edificação da Igreja, habilitando-a a desempenhar sua missão divinamente-apontada. No plano de Deus, quando a igreja da profecia – a Igreja Adventista do Sétimo Dia – viesse a existir em meados do século 19, uma voz seria ouvida dizendo: “Deus me mostrou em santa visão.” Essas palavras foram a expressão de uma moça de 17 anos que havia sido chamada para falar em nome de Deus. Durante 70 anos de fiel ministério, essa voz foi ouvida guiando, corrigindo, instruindo. E é ouvida ainda hoje através de páginas escritas pela mensageira escolhida do Senhor, Ellen G. White. Ellen White cria e ensinava que a Bíblia representa a norma final da Igreja. Em seu primeiro livro, publicado em 1851, ela escreveu: “Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus como regra de vossa fé e prática. Por essa Palavra seremos julgados” (Primeiros Escritos, p. 78). Ela recebeu mais de 2 mil visões e sonhos e escreveu mais de 100 mil páginas. O Senhor transmitiu-lhe
conselho em assuntos como saúde, educação, vida familiar, temperança, evangelismo, ministério de publicações, dieta adequada, obra médica e muitas outras áreas. Seus escritos e revelações influenciaram no estabelecimento das atividades da igreja nos setores de publicações, escolas, obra médico-missionária e o desenvolvimento missionário de extensão mundial, que tornou a Igreja Adventista do Sétimo Dia uma das organizações missionárias de maior extensão e mais rápido crescimento.
Conclusão O plano de Deus para nossos primeiros pais ainda hoje continua possível de se realizar em nós, que buscamos viver em harmonia com o plano de Deus neste mundo. Todas as formas que Deus se utilizou e utiliza para se comunicar conosco, Suas mensagens já reveladas e as que ainda serão dadas, têm como finalidade nos advertir contra as ciladas de Satanás e nos levar para o novo Éden que Ele está preparando para os que guardam Seus mandamentos e têm o testemunho de Jesus – o Espírito de Profecia. (cf. Apocalipse 12:17 e 19:10). ◆ Renato Stencel, é pastor e professor de teologia, Diretor do Centro de Pesquisas Ellen White no UNASP-EC; e Milenna Vieira, é Jornalista e secretária do Centro de Pesquisas E. White (Brasil).
Fotos: Andrew Hildebrand / L&F
Dom de Profecia na Bíblia
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Elias Brasil de Souza
Foto: Csaba J. Szabo / Justyna Furmanczyk
O Sistema de Sacrifícios A entrada do pecado em um mundo perfeito, criado por Deus, marca a implementação do plano divino para a salvação dos seres humanos. Ali, no jardim do Éden, Deus manifestou sua graça ao cobrir a nudez de Adão e Eva com peles de animais (Gn 3:21) e estabeleceu um sistema de sacrifícios, mediante o qual através da morte de inocentes animais – o transgressor recebia perdão. Ensinava-se aos pecadores a malignidade do pecado e, ao mesmo tempo, a maravilhosa graça divina ao perdoar o pecador. Quanta tristeza devem ter sentido nossos primeiros pais após serem expulsos do Jardim do Éden. Como consequência de seu pecado, precisavam agora sacrificar as vítimas inocentes. Nos primórdios da história humana, cabia ao chefe da família liderar o culto expiatório ao oferecer sacrifícios por si e pelos demais familiares. Este é o quadro que nos é apresentado nas histórias patriarcais de Noé (Gn 8:20) e Abraão (Gn 12:7), por exemplo. Contudo, mais tarde, após a estada dos descendentes de Jacó no Egito, agora denominados filho de Israel tornou-se necessário um sistema mais elaborado para ensinar ao povo de Deus as grandes lições do plano da salvação e prefigurar a obra salvadora de Jesus Cristo. Deus ordenou que os israelitas construíssem um santuário.
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O Santuário Israelita
diante de Deus, intercedendo por eles. Ensinava-se assim que o perdão dos pecados e a reconciliação com Deus só eram possíveis devido ao sacrifício e à mediação sacerdotal. Um aspecto importante dos ritos realizados no santuário era a manipulação do sangue do sacrifício. A Bíblia nos informa que o sacerdote aplicava o sangue sacrifical no interior do primeiro compartimento do santuário, mais precisamente diante do véu que separava o lugar santo do santíssimo e no altar de incenso que estava diante do mesmo véu. Este rito simbolizava a transferência dos pecados para o santuário. Notemos que no sacrifício sobre o altar, no pátio, Deus aceitava a vida do animal em lugar da vida do pecador, e este recebia perdão. Livre da culpa, o transgressor podia voltar para casa salvo e feliz. O pecado, porém, era registrado no santuário mediante a aplicação do sangue sacrifical. Uma vez ao ano, no Dia da Expiação, o santuário deveria ser purificado dos pecados ali registrados (Lv 16). Dois bodes eram sorteados: um para o Senhor e outro para Azazel. O bode para o Senhor era sacrificado e seu sangue utilizado nos ritos de purificação do santuário. O bode para Azazel, porém, era mantido vivo no pátio do santuário. O sumo-sacerdote então aden-
trava o tabernáculo com o sangue do bode sacrificado, para realizar os ritos de purificação no lugar santíssimo e no lugar santo. Concluída a purificação do santuário, o sumo-sacerdote saía para o pátio e impunha as mãos sobre o bode para Azazel e confessava sobre ele os pecados do povo. Em seguida, o bode, carregando os pecados do povo, era despachado vivo para o deserto, onde era abandonado à própria sorte. O bode para Azazel representava o causador e originador dos pecados. Por isso, sobre ele recaía a responsabilidade final pelas transgressões do povo. E ao ser o bode despachado para o deserto removia-se definitivamente os pecados do meio do acampamento israelita. Este era um rito de remoção e eliminação do pecado, e não um rito de expiação substitutiva, pois o bode para Azazel não era sacrificado. Livres agora da presença do pecado no santuário, os israelitas preparavam-se para celebrar a festa dos tabernáculos, que começava cinco dias mais tarde, no dia quinze do sétimo mês. Assim, o santuário israelita, com seu sistema de ritos, sacrifícios e ministério sacerdotal, ensinava ao povo o plano da salvação. Todo este sistema de culto cerimonial prefigurava o sacrifício definitivo de Cristo no Calvário e sua obra em nosso favor como sumosacerdote no santuário celestial.
Ilustração: JoCard
Deus mostrou a Moisés um modelo do santuário e concedeu instruções precisas para que os filhos de Israel o construíssem (Ex 25:9, 40). Tais instruções incluíram orientações sobre as qualificações dos sacerdotes, bem como explicações detalhadas sobre os sacrifícios, ritos e cerimônias a serem realizados por eles. Através de diferentes tipos de sacrifícios, ensinavase ao povo de Deus a malignidade do pecado (Lv 1-7). A morte dos animais revelava ao pecador que o perdão era concedido à custa de uma vítima inocente. Assim, o sacrifício ensinava o conceito de substituição. A vida do pecador era poupada porque o sangue de uma vida inocente - o animal sacrifical - era derramado no altar. Importantes e indispensáveis no sistema de culto do santuário israelita eram os ritos realizados pelo sacerdote diariamente. Ao pecador permitia-se apenas impor a mão sobre o animal, confessar os pecados e sacrificá-lo sobre o altar. Os ritos subsequentes eram prerrogativas do sacerdote. A este cabia aplicar o sangue do animal sobre o altar ou, se necessário, levá-lo para dentro do santuário para aspergi-lo diante do véu e no altar de incenso. Ao ministrar no santuário, o sacerdote representava os pecadores
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Foto: Ana Schaeffer
O Sacerdócio de Cristo no Santuário Celestial Cristo veio revelar e cumprir as verdades que o santuário israelita expressava em ilustrações e símbolos. A morte de Cristo na cruz do calvário cumpriu as realidades prefiguradas no sistema sacrifical do antigo santuário. Já não há mais necessidade de sacrifícios de animais, visto que o sacrifício perfeito e definitivo de Cristo na cruz cumpriu, de uma vez por todas, as exigências de reconciliação do pecador arrependido com Deus. Assim, podemos ter certeza de que Deus nos aceita com base nos méritos de Seu Filho, Jesus Cristo. Tendo se oferecido como o sacrifício perfeito, Cristo “se assentou nos céus à direita do trono da Majestade, ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, que o Senhor fundou, e não o homem.” (Hb 8:1-2). Como a Escritura reitera: “Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Hb 9.24). No santuário celestial, o salvador iniciou uma obra de intercessão em favor dos pecadores. Por isso Cristo “pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles” (Hb 7:25). Assim como o sacerdote adentrava diariamente o santuário israelita com o sangue do sacrifício, Cristo, após sua morte sacrifical, entrou no santuário celestial para aplicar os méritos de seu sangue aos que se arrependem e crêem (Rm. 8:34; 1 Tm. 2:5). Portanto por meio de Cristo os seres humanos são trazidos à presença de Deus e têm contínuo acesso a Ele (Ef 2:18; 1 Pe 3:18). Devemos notar que o sacrifício de Cristo na cruz foi completamente suficiente e perfeito para redimir os pecadores arrependidos. O ministério intercessório de Cristo no santuário celestial, portanto, não visa complementar ou suprir alguma deficiência de seu sacri-
fício na cruz, mas aplicar aos pecadores penitentes os benefícios de seu sacrifício perfeito realizado no calvário. Como prefigurado pelo Dia da Expiação no sistema israelita, onde havia um ministério anual para a purificação do santuário, o ministério de Cristo no Santuário celestial também inclui a importantíssima obra de purificação do santuário celestial, denominada de juízo investigativo. Ao profeta Daniel, Deus revelou o tempo em que esta obra de purificação ocorreria: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então o santuário será purificado” (Dn 8;14). De acordo com o calendário profético de Daniel, esta obra começou no dia 22 de outubro de 1844, quando Cristo entrou no lugar santíssimo do santuário celestial para dar início ao juízo investigativo. Esta cena é descrita em Daniel 7:9-14. Daniel contemplou uma cena celestial em que tronos foram postos, um Ancião de Dias se assentou para o juízo e livros foram abertos. Havia um rio de fogo que manava de diante do trono e um como filho do homem dirigiu-se ao Ancião de Dias. O Ancião de Dias, nesta cena profética, representa Deus, o Pai, e o Filho do Homem, Jesus Cristo. É uma cena de julgamento que corresponde à purificação do santuário celestial referida em Daniel 8:14. A obra de juízo investigativo realizada por Cristo desde 1844 tem como objetivo efetuar a purificação e vindicação do santuário celestial. Tomando como base a função ilustrativa do santuário terrestre, podemos afirmar que os pecados dos crentes são perdoados no momento do arrependimento e aceitação de Cristo como Salvador pessoal (Mc 16:16). Como ilustrado nos sacrifícios e ritos diários efetuados no santuário israelita, o pecador que aceita a salvação em Cristo está livre e perdoado para viver uma nova
vida; quando, porém, recai no pecado, o pecador arrependido é novamente purificado e perdoado com base nos méritos do sangue de Cristo. Não obstante, os pecados perdoados são de alguma forma, registrados no santuário celestial. A Bíblia fala em livros celestiais para expressar esta idéia (Dn 7:10; Ap 20:12). Ao perdoar o pecador com base nos méritos de Cristo, Deus assume a responsabilidade pelo pecado. A função do juízo investigativo corresponde ao rito anual do Dia da Expiação no Santuário israelita. Este juízo consiste em examinar os registros celestiais a fim de verificar se os crentes realmente confiaram em Cristo lhes perdoar os pecados e removê-los do santuário celestial. Finalmente os pecados serão “transferidos” para Satanás, seu grande autor e originador. Esse evento estava claramente simbolizado no rito de eliminação do pecado, no Dia da Expiação, quando o sumo-sacerdote confessava os pecados do povo sobre a cabeça do bode Azazel. Por meio do juízo investigativo, Deus vindica Seu caráter e justifica diante do universo a salvação de pecadores arrependidos. Concluído o juízo investigativo, precipitam-se os últimos acontecimentos que culminarão na resolução do Grande Conflito entre o bem e o mal (Ap 15:5-8). As sete últimas pragas serão derramadas sobre a terra e Cristo voltará para levar seus filhos a um lar de paz e eterna felicidade. Após o milênio, Satanás será destruído, e os salvos viverão com Cristo pela eternidade no “tabernáculo de Deus entre os homens,” a Nova Jerusalém (Ap 21-22). ◆ Elias Brasil de Souza, é pastor e professor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, no campus das Faculdades Adventistas da Bahia em Cachoeira, BA novo membro
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As finanças pessoais e o relacionamento com Deus Um caminho seguro para a estabilidade financeira pessoal A n t o n i o To s t e s
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Palavra de Deus, cuidando do nosso corpo, o templo do Espírito Santo. A maioria dos problemas de saúde que enfrentamos surge por causa de maus hábitos na vida. Deus nos deu remé dios naturais, como a água, ar, sol, fru tas, verduras, legumes. Se os usarmos adequadamente, eles se tornarão uma segurança para nosso bem-estar físico e mental. Na área financeira, não é diferen te. Deus nos deixou conselhos apro priados e um caminho a seguir. Ele não promete riqueza ou acumulação de bens. O que Ele promete é a certeza de que não vai nos abandonar, de que não vai per mitir que falte nada para
nossa manutenção. Uma vida estável financeiramente trará segurança emo cional, alegria e felicidade para todos os membros da família. O principal conselho bíblico sobre esse assunto foi deixado por Jesus no Sermão da Montanha, que se encontra em Mateus 6:25 e 26; 28 a 32, com des-
Foto: Steve Woods
xistem vários versos bíblicos que mostram o desejo de Deus pelo bem-estar dos Seus filhos, inclusive na vida financeira. Em João 10:10, Jesus diz: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” Essa “abundância”, a que Jesus se refere, começa na questão espiritual. “Onde abundou o pecado, superabun dou a graça.” Romanos 5:20. Jesus deseja que O busquemos de todo o coração e recebamos Sua graça, amor e misericórdia. O desejo de Deus para que tenha mos vida em abundância, também abrange outras áreas de nossa vida, como a saúde e a vida material. Mas, para que isto se torne realidade, deve mos seguir Seus sábios conselhos. Se desejamos ter boa saúde, deve mos seguir os conselhos contidos na
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taque para o verso 33: “Pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Observemos que as promessas de Deus são condicionais. Ele diz que todas as coisas nos serão acrescentadas se bus carmos o Seu reino em primeiro lugar. Portanto, se desejamos ter a certeza do auxílio divino, temos que “buscar Sua justiça”, conhecer Sua vontade e colocá-la em prática. Precisamos reco nhecer a soberania de Deus em nossa vida e nos sujeitarmos a ela, permitin do que Ele dirija nossos caminhos. Qual é a maneira de demonstrar mos nossa submissão à vontade de Deus? Naturalmente, é sendo obedien tes aos Seus mandamentos e aos Seus ensinos. Quanto à questão financeira, existe um clássico verso bíblico encontrado em Malaquias 3:10: “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na Minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exér citos, se Eu não vos abrir as janelas do Céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.” Deus deseja ser nosso sócio. Se for mos fiéis a Ele, receberemos as bên çãos espirituais e materiais que nos foram prometidas. Mas precisamos compreender o verdadeiro sentido do dízimo para nossa vida. Deus não criou o dízimo para a manutenção da pregação do evangelho. Assim como, lá no Jardim do Éden, Deus colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal provendo uma oportunidade para nossos primeiros pais demonstrarem fidelidade e lealdade ao Deus que o criou, Ele instituiu o Dízimo. Podemos até dizer que, de certa forma, o dízimo substituiu a árvore do conhecimento do bem e do mal. Através da devolução fiel a Deus, nós demonstramos nossa dependência de Deus, nossa obediên-
cia e fidelidade. Temos que entender também que, depois que o dízimo foi instituído, Deus o “destinou” para uma obra específica, que é manter a pregação do evangelho. “Todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos fru tos das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor.” Levítico 27:30. Dízimo quer dizer a décima parte; portanto, devemos devolver a Deus a décima parte de tudo aquilo que Ele nos concede. Se alguém não devolve a Deus a décima parte de suas rendas, está transgredindo os mandamentos de Deus, a Sua santa lei moral e, mais especificamente, o oitavo mandamen to: “Não furtarás” (Êxodo 20:15). Por que o dízimo é do Senhor, Lhe perten ce, e Ele o pediu de volta. Na questão das finanças pessoais, nosso relacionamento com Deus se estende também através de nossas ofertas, mas com uma grande diferença: dízimo está relacionado com “obediência”; oferta, com “gratidão”. Antes da vinda de Jesus, as ofertas eram imprescindíveis no plano da salvação. Ao ofertar a Deus, o povo reconhecia a promessa da vinda do Messias, pois as ofertas apontavam para algo maior que viria no futuro, o genuíno e verdadeiro “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. As ofertas sacrificais apontavam para a redenção que viria na pessoa de Jesus. Após a cruz, as ofertas continuaram, não apontando para a obra de redenção que seria realizada, mas como gratidão pela obra de redenção que foi realizada. Entre as ofertas que entregamos a Deus como gratidão pela salvação em Cristo, está a oferta financeira, para ajudar a pregação do evangelho em cada igreja e ajudar os mais pobres e necessitados, cumprindo o conselho de Jesus em Mateus 25:31-45. Assim como, no antigo testamento, as ofertas tinham que ser sem defeito para que fossem aceitas (Lev. 22:21-
22), hoje nossas ofertas financeiras têm que ser perfeitas, pois apontam para Jesus, a oferta de Deus (João 3:16). Uma oferta perfeita é a oferta dada na proporção da benção financeira que recebemos de Deus (Deut. 16:17) e preparada com antecedência, com planejamento (I Cor. 16:2). O povo de Deus passou por mui tas dificuldades na terra, não porque Deus não os quisesse abencoar, mui to pelo contrário, a questão era que o povo fugia da atmosfera de proteção e das bênçãos divinas e, por isso, sofria as conseqüências. O mesmo acontece hoje. Quando somos fiéis a Deus na questão dos dízimos e ofertas, estamos sob a atmosfera de proteção dEle, ou seja, sob Suas bên çãos. Ele mesmo disse: “Vou abrir as janelas do Céu e derramar sobre vocês bênção sem medida.” Temos que entender que essa pro messa não se refere apenas à prospe ridade material. Deus nos dá a medi da certa do que precisamos para a manutenção de nossa vida e de nossa família. Ele permite que nossa prospe ridade material seja proporcional às nossas necessidades, e cuida para que essa prosperidade não prejudique nos sa vida espiritual. A promessa das bênçãos contida em Malaquias 3:10 refere-se, primei ramente, à vida espiritual, mas Deus também deseja abençoar nossa saúde, nosso lar, nossos filhos, tanto quanto, nossa vida material. Dizimar é fazer uma sociedade material com Deus. Reconhecemos nossa dependência dEle e demonstra mos que queremos estar amparados por Suas mãos. Com certeza, Ele fará a parte dEle. Devemos confiar e nos lembrar do que Ele disse: “Provai-Me.” Portanto, prove e veja! ◆ Antonio Oliveira Tostes, é pastor e Diretor Financeiro da Igreja Adventista do Sétimo Dia para os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. novo membro
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Adorando a Deus com as
ofertas
Elmir Pereira dos Santos
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Foto: Weliton slima
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omo foi visto no tema anterior, Deus orientou-nos sobre a devolução e emprego do dízimo. O dízimo não pode ser usado para a manutenção da igreja local ou para fazer ajuda humanitária. Para esse fim, Deus deixou as ofertas, que também constituem uma porção sagrada, separada por Ele, com um fim diferente dos dízimos. As ofertas, assim como os dízimos, também são de propriedade de Deus – “E celebrarás a Festa das Semanas ao Senhor, teu Deus, com ofertas voluntárias da tua mão, segundo o Senhor, teu Deus, te houver abençoado” (Dt.16:10).
Foto: iStockphoto
Depois que devolvermos o dízimo ao Senhor, devemos separar do restante da nossa renda, uma oferta voluntária, como um ato sincero de adoração e gratidão; fazendo isto em íntima comunhão com Deus, e tendo no coração o mesmo sentimento que havia em Cristo Jesus, o de entrega total. Entregando uma porção ao Senhor, segundo as bênçãos recebidas, “cada um oferecerá na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o Senhor, seu Deus, lhe houver concedido” (Dt.16:17). Temos em nós o direito, dado por Deus, de decidir quanto vamos oferecer a Ele em oferta. A nossa motivação em ofertar deve ser o amor a Deus, pois esse ato é uma resposta de amor Àquele que nos amou primeiro, “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos’’ (I Jo 3:16). Jesus é a oferta de Deus; sendo assim, devemos dar ofertas motivados em Cristo. Paulo diz: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Ef 5:1-2). Ao entregarmos a oferta, estamos dizendo a Deus que nossa vida está ao Seu serviço. O que Ele espera, é que ofereçamos a nós mesmos como oferta – “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformaivos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:1-2). Dentro deste contexto de amor, entrega e adoração é
que devemos ofertar, não como uma obrigação, mas fazendo de boa vontade e de forma generosa – “visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos” (II Co 9:13). O que o crente deve ter em mente, é que ofertar é uma atitude que brota de um coração puro, limpo, movido pelo verdadeiro espírito de adoração e gratidão, acompanhado pelos frutos do Espírito Santo que são: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gal.5:22-23). Um grande exemplo foi deixado pela viúva pobre: “Assentado diante do ofertório, observava Jesus como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no ofertório mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Mc 12:41 a 44). Podemos ver, através desse exemplo, que o importante para Deus não é o valor dado na oferta, mas a disposição do coração
contrito, movido em adoração sincera ao Deus Criador da terra e dos céus. Deus aceitou a oferta da viúva pobre, pois, por menor que fosse, representava o máximo que podia fazer. Nesta oferta, estava o espírito de sacrifício, um exemplo para nós ao ofertarmos, pois a oferta verdadeira representa o sacrifício de Cristo Jesus por todos nós. Cristo abriu mão de viver nas mansões celestiais, para se tornar a oferta de Deus pela humanidade. Por isso podemos dizer, que os braços de Cristo, abertos na cruz, nos desautorizam a vivermos de braços cruzados. Não podemos usar nossas dificuldades financeiras como motivo para não trazermos ao senhor as nossas ofertas, pois estas dificuldades sempre existirão, e é justamente na crise, que provamos a nossa fidelidade. Deus está procurando homens tementes a Ele para serem canais, pelos quais, Seus recursos cheguem aonde existam as necessidades. “Deus nos permite usar Seus bens somente para a sua glória, para abençoar , afim de que possamos abençoar aos outros” (Conselhos Sobre Mordomia, 141). Seja, por amor a Cristo, um distribuidor de bênçãos, um fiel ofertante. ◆ Elmir Pereira dos Santos, é pastor e Diretor de Mordomia Cristã para a Igreja Adventista do Sétimo Dia nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. novo membro
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Sábado,
o santo dia do Senhor Sara Guimarães Lima
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Foto: iStockphoto
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o estudarmos sobre o Sábado, precisamos refletir primeiro nas palavras do próprio Deus que se encontra em Êxodo 20 verso 10: “O Sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus.” Ao enfatizar o Sábado, Ele também está dizendo que esse dia não nos pertence. Sábado é uma palavra hebraica que significa “descanso”. O nosso Senhor não estava cansado ao término de sua magnífica criação, mas descansou , santificou e abençoou o Dia de Sábado. Seguindo o exemplo do Criador, o homem deveria repousar neste santo dia. Deus criou o sábado para que o homem desviasse sua mente das coisas seculares e contemplasse Sua glória. Para que, ao se reunir, pudessem com outros adoradores trocar idéias sobre as verdades bíblicas. Vivemos em um mundo de correria, de stress pelo acúmulo de atividades, por isso esse dia é de suma importância para maior aproximação entre criatura e criador. O Senhor nos diz: “Lembra-te do Dia de Sábado, para o santificar, seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas, o sétimo é o Sábado do Senhor teu Deus.” Êxodo 20:8-10 “Lembra-te” porque Deus inicia este mandamento desta forma? O homem tem dificuldade em buscar e se lembrar das coisas de Deus, se envolvendo com coisas passageiras deste mundo. Deus continua a dialogar, Ele deixa claro que não devemos fazer nenhum trabalho que costumeiramente fazemos durante a semana e não podemos permitir que aqueles que nos servem trabalhem para nós neste dia.
O sábado como um sinal para o povo de Deus Podemos contemplar, na Bíblia, uma magnífica história na qual Deus libertou o seu povo da escravidão do Egito. “E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no Monte Sinai) as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.” Êxodo 31:18 Este era um sinal de Deus, uma aliança entre seu povo. “Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou e achou refrigério.” Êxodo 31:17. Observe que, neste verso 17, Deus fala que, “este será um sinal para sempre.” O Sábado traça uma linha de separação entre nós e o mundo, {...} o Sábado é a prova; não é exigência humana, mas prova divina. É o que há de distinguir entre os que servem a Deus e os que não servem; e, em torno deste ponto, girará o último e grande conflito entre a verdade e o erro. (Lar Cristão, 150) Como povo de Deus, ainda hoje devemos testemunhar ao mundo que temos uma aliança com o Senhor do Sábado. “Todo o céu celebra o Sábado, mas não de maneira ociosa e negligente. Nesse dia, todas as energias da alma devem estar despertas; pois não temos que nos encontrar com Deus e com Cristo, nosso Salvador?” (Conselho para Igreja, 272)
Foto: Daniel Oliveira
Fidelidade ao Senhor do sábado Como servos de Deus, devemos ser fiéis na aliança que temos com o Senhor, honrando o Seu santo dia. Certamente, muitos dos filhos de Deus passam por provações para serem fiéis ao Senhor quando no emprego é exigido que se trabalhe nas horas do Sábado. Quantos jovens têm sofrido perseguições em suas faculdades por serem guardadores do Sábado? Muitos, não
é verdade! Infelizmente, muitos têm cedido às provações, deixando de ser testemunhas do Senhor. O Sábado é um sinal de obediência. Estamos dispostos a obedecer a Deus, mesmo que as provações e as dificuldades cheguem até nós através das exigências humanas? “Isso é que distingue os que honram a Deus dos que O desonram. Temos que provar nossa lealdade. A história do relacionamento de Deus com seu povo, em todos os tempos, tem demonstrado que Ele espera completa obediência.” (Conselho para a Igreja, 274)
Como nos preparar para receber o santo sábado? O Sábado deve tornar-se uma benção para você e toda sua família. Todos devem considerá-lo como um dia deleitoso, agradável, desejável, um dia de alegria e esperança. A preparação para o Sábado deve iniciar com o término do Sábado que acabamos de vivenciar. Durante toda a semana, devemos ter em mente o desejo de receber o outro Sábado, mas a sexta-feira é o dia por excelência de preparação. “Na sexta-feira, deverá ficar terminada a preparação para o sábado. Tenhamos o cuidado de pôr toda a
roupa em ordem e deixar cozido o que houver para cozer. Escovar os sapatos e tomar o banho antes das horas do sábado. É possível deixar tudo preparado, caso se tome isso como regra. O sábado não deve ser empregado em consertar roupa, cozer o alimento, nem em divertimento ou quaisquer outras ocupações mundanas. Antes do pôr-do-sol, coloquemos de parte todo trabalho secular, e façamos desaparecer os jornais profanos. Os pais devem explicar aos filhos esse procedimento e induzi-los a ajudarem na preparação, a fim de observar o sábado segundo o mandamento. Devemos observar cuidadosamente os limites do sábado.” (Conselho para a Igreja, 268). “Embora deva a gente abster-se de cozinhar aos Sábados, não é necessário ingerir a comida fria. Em dias frios, convém aquecer o alimento preparado no dia anterior. As refeições, posto que simples, devem ser apetitosas e atraentes. Trata-se de arranjar qualquer prato especial, que a família não costuma comer todos os dias.” (Conselho para Igreja, 273). Neste dia, todas as divergências existentes entre irmãos, tanto como na igreja, devem ser removidas. Afaste-se do coração toda amargura, ira ou ressentimento. (Conselho para Igreja, novo membro
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