Revista Adentista - Maio 2010

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Evangelismo na Semana Santa marca a arrancada missionária do ano Rio: Adventistas contam como vivenciaram a tragédia que comoveu o País Casa entrega milhões de livros e revistas e populariza o preço dos materiais missionários Flash mob em SP promove a doação de sangue e de medula óssea

Um jornal a serviço da igreja

Editor: Wendel Lima

A igreja de farda Enquanto editava esta matéria especial sobre os desbravadores, encontrei na internet uma entrevista do pastor Cláudio Belz, um dos pioneiros da agremiação no País, concedida à TV Novo Tempo em 2005. Ele conta que, por ser um dos primeiros a usar o uniforme no Brasil, enfrentou resistência de alguns adventistas na ocasião. O receio deles, talvez, fosse de que o clube trouxesse para a igreja o militarismo e, por tabela, o “mundanismo”. Sem entrar no mérito histórico da discussão, o fato é que nem o mais otimista defensor da agremiação imaginaria que após 50 anos de história no Brasil, esse ministério seria um dos mais eficazes na conservação de membros e na evangelização de adolescentes e jovens. A solidez do clube de desbravadores pode ser medida de modo direto e indireto. De concreto, temos os números que falam por si: são mais de 140 mil adeptos no Brasil, divididos em mais de 4.800 clubes. Anualmente, milhares de pessoas são atraídas para o evangelho e batizadas por causa do programa relevante de desenvolvimento integral praticado pelos clubes. Além disso, a agremiação tem recebido o reconhecimento formal e informal de governantes e entidades civis que veem como exemplar o trabalho dos adventistas em prol dessa faixa etária. No entanto, existem outras contribuições do clube que são difíceis de mensurar com estatísticas, mas que possuem valor eterno. Como no caso de um desbravador que descobre por meio de uma especialidade sua profissão e dedica a vida a estudar e a servir à sociedade nesse campo de atuação. Também no caso daquele adolescente que tem no clube sua única motivação para continuar a frequentar a igreja e que após algum tempo descobre a vocação pastoral. Ou mesmo ainda aquele líder mais experiente, “que já passou da idade de acampar”, mas que enxerga no clube um ministério voluntário para toda a vida. Na reportagem especial deste mês, você verá que essas histórias são reais e Págs. 22 a 24 inspiradoras. – Wendel Lima

Retratos do Adventismo O Estado de São Paulo é conhecido como a locomotiva do País, por seu papel estratégico na economia nacional e por sua relevância na produção tecnológica e cultural. Por isso, é natural que a Igreja Adventista dessa região concentre muitas instituições denominacionais e financie projetos de grande impacto. No entanto, o que talvez o restante do Brasil não saiba é que o território paulista abriga desigualdades sociais e desafios evangelísticos tão grandes quanto seu desenvolvimento. A cultura secularizada dos grandes centros e os bolsões de pobreza e de violência das periferias marcam essa região em que mais de 200 mil adventistas vivem e testemunham. – Págs. 32 e 33 Entrelinhas

“Linha dura, coração mole”, desbravadora veterana explica como liderar adolescentes. Pág. 24 mais notícias Acesse: www.portaladventista.com Revista Adventista I maio • 2010

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Especial

Paixão pelo lenço

Histórias da contribuição profissional, social e espiritual do Clube de Desbravadores e de como o programa da agremiação tem alcançado várias gerações e classes sociais

Da redação

bíblica. Todos os domingos, andavam quatro quilômetros para estudar uma série sobre profecias da Bíblia. Apesar da oposição dos pais, poucos meses depois, foram batizados. Porém, Deus tinha mais bênçãos para Anderson. Seria o gosto do então adolescente pelas especialidades (bótons conferidos aos desbravadores para indicar a aquisição de uma habilidade ou conhecimento específico) que influenciaria sua escolha profissional e um ministério voluntário. Ao contrário da maioria dos desbravadores que escolhem estudar inicialmente sobre gatos, cães ou atividades recreativas, Anderson se interessou pela especialidade de Química, a primeira que ele conquistou das 128 que possui (existem 180 especialidade regulamentadas pelo manual do clube). A curiosidade virou profissão. Foram três anos de estudo no curso técnico e mais cinco anos de dedicação para obter o diploma de Engenharia Química. Aos 18 anos, quando terminava a primeira parte dos seus estudos, recebeu uma proposta para trabalhar numa empresa de cabos elétricos. No ambiente de trabalho, percebeu como o senso de liderança e disciplina aprendidos no clube foram importantes para seu desenvolvimento profissional. Em apenas cinco anos já chefiava a pessoa que o entrevis-

tara quando recémformado. “Minha vocação, a primeira oportunidade de emprego e meu sucesso profissional devo ao clube”, avalia. Na igreja, Anderson fez do clube dos desbravadores seu ministério voluntário. Já são 21 anos de liderança como regional, diretor local ou instrutor de especialidades, como tem atuado ultimamente na Igreja O engenheiro químico Anderson Azevedo deve muito ao clube de desbravadores. Foi por meio da Central de São José agremiação que ele entrou para a Igreja Adventista, dos Pinhais, na re- descobriu uma profissão, conheceu sua esposa Sara gião metropolitana e aprendeu noções de liderança e disciplina. Hoje, de Curitiba. Hoje, ele deseja transmitir esses mesmos valores para a aos 38 anos, é ca- filha, Jennifer, de 9 anos sado com Sara, quem conheceu dedicado à divulgação científica, em um campori. Sua filha Jennitem tudo a ver com a proposta da fer, de 9 anos, participa do cluagremiação. Por isso, cerca de 30 be de aventureiros e deve seguir juvenis da região metropolitana os passos dos pais como desbrado Recife participaram de um vadora. Seu irmão Emerson, por treinamento diferente nos dias influência do cumprimento da 13 e 14 de março, no Espaço Ciespecialidade de Contabilidade, ência, um dos maiores museus a hoje é contabilista. céu aberto da América Latina. Num cenário tomado por um Curiosidade científica – Se belo espelho d’água, uma hidreo desenvolvimento mental é um létrica gerando corrente, planedos pressupostos do clube e uma tário, cavernas, laboratórios, um de suas maiores contribuições para os desbravadores, passear por um espaço

O engenheiro químico Anderson Azevedo deve tudo o que tem e é ao clube de desbravadores. Essa afirmação pode soar exagerada até que se entenda a forte identificação que ele e sua família têm com a agremiação. Tudo começou em 1987, na cidade de Arujá, região metropolitana de São Paulo. A convite de amigos, ele e seu irmão Emerson, contrariando a vontade dos pais, foram participar da primeira de muitas reuniões de desbravadores. Os garotos, na época com 14 e 15 anos, respectivamente, ficaram encantados com as atividades, como a ordem unida, e com o companheirismo encontrado nas reuniões, que costumavam ser encerradas com uma partida de futebol. Para Anderson e Emerson o clube foi a porta de entrada para a Igreja Adventista. Depois de acompanharem a programação de Sema- As atividades do clube atendem a curiosidade intelectual dos adolescentes. Foi por isso que Agrinaldo Nascimento Jr., na Santa daquele ano, deci- doutorando em Química pela UFPE, levou um grupo de 30 juvenis para conhecer o Espaço Ciência, em Recife, um dos diram assistir à uma classe maiores museus ao ar livre da América Latina 22

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Em Natal, RN, os desbravadores iniciaram um clube com 18 adolescentes na Casa de Passagem III, entidade que atende menores vítimas de maustratos. A iniciativa partiu da secretária municipal de Trabalho e Assistência Social, Rosy de Sousa

gigantesco vulcão, um simulador de terremoto, réplicas gigantes de dinossauros, giroscópio, avião e foguete, a garotada pôde vivenciar muitas teorias científicas. A ideia do encontro foi do estudante Agrinaldo Jacinto do Nascimento Júnior, 26 anos, doutorando em Química na Universidade Federal de Pernambuco. Apaixonado por ciência e estudioso do criacionismo, Júnior viu o espaço como uma oportunidade de orientar e motivar lideranças de desbravadores. O que parecia apenas um passeio cultural teve implicações espirituais. Afastado do clube de desbravadores e da igreja adventista que frequentava, o jovem Fábio de Oliveira foi surpreendido com a proposta do encontro. Decidiu ali mesmo voltar a participar do clube. Semanas depois, consolidou o retorno à igreja ao ser batizado novamente, em cerimônia do dia 4 de abril. Ação social – Por ter um programa de atividades sério e consolidado, a participação das crianças no clube de desbravadores é vista como uma prevenção ao ingresso de adolescentes na vida de vícios e crimes. E talvez a melhor maneira de estimular os jovens a fazer boas escolhas, seja envolvê-los no auxílio a quem foi vítima da violência ou das injustiças da vida. Em Natal, RN, os desbravadores iniciaram um clube na Casa de Passagem III, atendendo a crianças e adolescentes que se recuperam de maus-tratos. A iniciativa partiu da secretária municipal

de Trabalho e Assistência Social, Rosy de Sousa. Os contatos com a sociedade e o poder público na capital potiguar deram notoriedade aos desbravadores. Eles participam ativamente de eventos como o Mutirão de Natal e são acionados em casos de emergência, como ocorreu com as chuvas do ano passado. Nesse abrigo emergencial, 18 meninos e meninas participam, todas as segundas-feiras, das reuniões do clube, nas quais recebem orientações sobre cidadania, amor ao próximo e a Deus, meio ambiente, habilidades manuais, entre tantos assuntos importantes. Com o clube, as crianças e adolescentes também aprendem ordem unidade, têm orientações sobre valores morais e espirituais, e participam de atividades variadas, tudo em prol da inclusão social desses menores. Os primeiros resultados já trouxeram esperança. “Fazer parte dos desbravadores trouxe mais alegria para o meu dia”, disse Ana F. (nome fictício), uma empolgada garota de 11 anos trazida da rua para o espaço. Para as autoridades, esse é um exemplo de como os desbravadores são importantes para a cidade. “É importante a presença dos desbravadores no espaço, nos ajudando desde a inauguração para o desenvolvimento humano de cada acolhido. Somos gratos por esse trabalho com nossos jovens”, declarou a secretária Rosy de Sousa. “A partir de agora eles saberão que tudo o que fizerem, na escola, na Casa, na rua, onde quer que

estejam, deverá ser feito com excelência, da melhor maneira possível”, explicou o pastor Erinaldo Costa, coordenador dos desbravadores do Estado. Em São Luís, MA, a agremiação deu outra prova de sua relevância social. Munidos com panfletos e muito conhecimento, cerca de 200 desbravadores participaram do projeto “Agente de saúde por um dia”, em parceria com a Vigilância Sanitária. As casas do bairro Salina Sacavém foram visitadas pelos juvenis que orientaram os moradores sobre a prevenção contra a dengue. Para o coordenador regional dos desbravadores, Domingos Carlos, a participação dos juvenis em trabalhos sociais é importante no processo de formação do caráter e “o clube dos desbravadores existe para trabalhar em harmonia com a sociedade e contribuir no que for necessário”, complementou. A iniciativa teve repercussão nas emissoras de TV da Rede Globo e SBT.

aprendido a conviver melhor com a natureza e em equipe. Segundo Adriana, no início as crianças mostraram muita insegurança e falta de sociabilidade, talvez devido à desconfiança natural de quem pertence a classes sociais mais elevadas e por estarem muito familiarizadas com jogos eletrônicos. No entanto, depois de algum tempo, elas passaram a se relacionar com mais espontaneidade e a desenvolver as tarefas com maior habilidade. Para o pastor Juvenildo Silva Rego, diretor associado dos desbravadores da região sul de São Paulo, esta foi uma grande oportunidade para mostrar que a missão do desbravador vai além de ações de cidadania para a sociedade de baixa renda. “Não podemos esquecer as pessoas de classe média alta e classe alta. Suas crianças e seus adolescentes também têm carências que precisam ser supridas com nossos princípios e valores”, ressalta.

Contribuição – Para AnderPara todas as classes – A son, é fundamental que as crianorganização de uma agremiaças e adolescentes adventistas ingressem num clube. “Esse proção no Clube Hípico de Santo Amaro, na região sul da capital grama da igreja faz muita coisa paulista, mostra que o programa pelo caráter da criança, promopode ser uma ponte missionáve um triplo desenvolvimento: fíria para alcançar também classico, mental e espiritual. Por isso, ses sociais mais privilegiadas. fico triste quando as crianças não Em 2009, numa conversa inforparticipam do clube, quando permal com outras mães de crianças que praticam o hipismo, a esposa do presidente do clube hípico declarou sentir falta de uma atividade social saudável para seus filhos. Uma das senhoras presentes, sendo adventista, propôs que as demais conhecessem o funcionamento de um clube de desbravadores. A ideia foi aceita e logo em seguida o administrador de empresas, Renato Vargas, e sua irmã, a psicóloga Adriana Vargas, ambos da Igreja do Morumbi, apresentaram a filosofia do clube para as mães interessadas. Resultado, pelo segundo ano conse- No Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo, cutivo, cerca de 30 crian- 30 crianças se reúnem semanalmente. Os ças entre 8 e 14 anos têm Desbravadores alcançam todas as classes sociais Revista Adventista I maio • 2010

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Entrelinhas

Linha dura, coração mole

Formação de líderes: O clube foi fundamental para que o pastor Ericson Danese continuasse na igreja e descobrisse a vocação ministerial. Hoje, ele lidera os desbravadores da parte ocidental do Rio Grande do Sul, região que ele ajudou a representar desenhando o brasão da Missão (no detalhe)

dem a oportunidade de crescer num ambiente cristão”, adverte. Para ele, já na adolescência, o desbravador pode confirmar sua inclinação profissional, ao invés de postergar essa decisão para o período da faculdade. No entanto, Anderson acredita que a maior contribuição do clube é resgatar numa geração high-tech e urbana, o contato com a natureza e seu Criador. “Quando esses meninos, muito preocupados com tecnologia e comunicação, perdem o contato com aquilo que Deus criou, deixam de certa maneira de ter intimidade com Ele”, pondera. Formação de líderes – No início da década de 1990, no interior gaúcho, Ericson era um garoto de 10 anos tímido e com poucos amigos na igreja. Sua congregação não tinha um programa forte para a juventude, o que levava muitos jovens a abandonar a fé adventista. Diante desse quadro, sabiamente, o pastor distrital decidiu organizar um clube de desbravadores em sua igreja. Relutante no princípio, aceitou participar. Foi amor a primeira vista. Nunca mais deixou de dedicar os domingos aos desbravadores. A razão? Está na ponta da língua: “Nos anos seguintes eu experimentei as con24

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quistas, conhecimentos e o fortalecimento da autoestima que o clube oferece para seus membros. Fiz muitas especialidades, conheci lugares que eu nunca teria ido se não fosse o clube, desenvolvi grandes amizades que me ajudaram a vencer minha timidez e a fazer de mim um líder. Foi nas semanas de oração promovidas pelo clube que aprendi a pregar, foi no clube que encontrei pessoas que me valorizavam e descobri muitas maneiras de ser útil.” Não bastasse todo esse crescimento pessoal e espiritual, Ericson tem mais uma razão para se identificar com os desbravadores. Depois de tornar-se líder, quando a Missão Ocidental Sul-Rio-Grandense (MOSR), com sede em Ijuí, estava sendo organizada, Ericson participou de um concurso para a definição do brasão que identificaria os juvenis da região. Acostumado a desenhar os banderins das unidades (pequenos grupos de até oito desbravadores), seu desenho foi escolhido e hoje é costurado na manga dos uniformes dos desbravadores que lidera. O pastor Ericson Danese se considera presenteado por Deus, por ser hoje o diretor do departamento de Jovens e Desbravadores da MOSR. Ele avalia que sua permanência na igreja e escolha pelo ministério se deve ao exemplo de seus líderes de desbravadores e ao do pastor distrital. Ericson, que também conheceu sua esposa num acampamento da agremiação, diz que hoje pode devolver aos que orientaram suas escolhas um pouco do carinho e da dedicação que recebeu. E ao fazer isso, ele vai garantir que a próxima geração siga seu exemplo. No Brasil, existem 140.030 desbravadores divididos em 4.855 clubes. – Com reportagem de Heron Santana, Tatiane Lopes, Suellen Timm, Ágatha Lemos, Vivian Vergílio, Luciene Bonfim e Wendel Lima.

Ela aceitou o desafio de organizar um clube de desbravadores aos 50 anos de idade e sem saber muita coisa sobre a agremiação. Mas como costuma não rejeitar desafios, aceitou. Depois de contar com a orientação de Fernando Guimarães, referência em desbravadores em São Paulo, ajudou a fundar um dos clubes mais conhecidos do Brasil: o Luzeiros do Vale, de Jacareí, SP. Perto de completar 30 anos de liderança e 80 de idade, Maria Lúcia de Souza é um dos símbolos da paixão por esse ministério que encanta pessoas de todas as faixas etárias e segmentos sociais. Nessa entrevista, ela fala sobre o desafio de liderar a geração atual. Quais são as peculiaridades dos adolescentes de hoje? Hoje, a molecada só quer saber de internet e de computador, não são muito acostumados com o mato. A disciplina também é diferente, antes éramos mais rígidos. Mas, mesmo assim, temos trabalhado com muita garra e eles valorizam isso. No ano passado, tivemos uns quatro ou cinco garotos que foram batizados. E como liderar a geração atual? A primeira coisa é que tenho a fama de brava, sou meio sargentona. Existe um morcego nos Estados Unidos que enquanto suga o sangue da vítima, abana sua refeição. Então, a gente tem que ser mais ou menos assim. Pegar no pé da garotada, mas, não deixar de ganhar a simpatia deles. É uma geração difícil. Eles são vaidosos e querem ficar de namorico o tempo todo. Nos nossos acampamentos temos um lema: “Qualquer deslize, mochilinha nas costas.” Por que o clube atrai essa garotada? É o companheirismo. A questão do grupo é muito forte. Qual é o segredo para um clube dar certo? O segredo é ter uma diretoria coesa e fazer um trabalho perseverante. Temos pessoas que estão conosco desde crianças e hoje são o esteio do clube. De onde a senhora tira tanta energia? Todos me fazem essa pergunta. Acho que em primeiro lugar é viver de acordo com princípios bíblicos de saúde e ter fé em Deus. E eu sempre gostei da vida no campo, tanto que moro numa chácara. Acordo cedo e estou sempre envolvida em várias atividades. Também gosto de assistir e jogar futebol. Não sei o que é novelas e filmes, mas a TV Novo Tempo eu acompanho sempre. Além disso, gosto de pescar e procuro estar sempre bem-humorada.

MEC recomenda curso de pós-graduação a distância do Unasp Em fevereiro, uma equipe avaliadora do Ministério da Educação autorizou o Unasp, Engenheiro Coelho, a oferecer cursos de pós-graduação (lato-sensu) a distância. Depois da análise de três critérios – infraestrutura, corpo docente e projeto de curso – a pós-graduação recebeu nota 4, em uma escala de 0 a 5. A expectativa é que a primeira turma comece em 2011, no curso Métodos e Técnicas de Ensino. O programa é realizado em parceria com os campi de Hortolândia e São Paulo.


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Brasil

A esperança tem endereço Na Semana Santa, adventistas utilizaram todos os recursos para pregar em todos os lugares as boas-novas sobre o santuário

Pastor Fernando Iglesias falou para todo o Brasil durante a Semana Santa, por meio do satélite, da Igreja do Setor Coimbra, em Goiânia. Neste ano, os adventistas sul-americanos utilizaram 25.487 pontos de pregação para alcançar 167.843 interessados e levar ao batismo 7.746 pessoas Da redação

Via satélite ou com pregadores em carne e osso, a tradicional programação de Semana Santa no território da Divisão Sul-Americana (DSA) ampliou sua área de abrangência. Para alcançar mais pessoas e causar maior impacto, a estratégia foi usar a comunicação (TV, satélite e internet) e contar com o esforço de adventistas que receberam interessados em seus pequenos grupos ou que se deslocaram à praças e aldeias indígenas para compartilhar o significado mais relevante da Páscoa: Jesus. Em 2010, o tema “Lugar de Esperança” teve duplo sentido. Primeiramente, as mensagens chamaram a atenção para a doutrina do santuário celestial e as boasnovas sobre a intercessão de Jesus em favor do homem. A segunda e inevitável proposta da série foi fazer de cada ponto de pregação um endereço da esperança. E não foram poucos os pontos de pregação: 25.487. Neles, 167.843 pessoas tiveram contato com a mensagem bíblica e 7.746 foram batizadas. A tendência de se pregar nos lares para se evitar o preconceito de muitos que não iriam à igreja foi confirmada pelos números: 13.802 pequenos grupos participaram da programação, número mais expressivo do que as 10.590 26

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igrejas. “O resultado em relação ao interesse das pessoas é maior nos pequenos grupos”, confirma o pastor Jolivê Chaves, coordenador do programa para a América do Sul. Satélite – Diretamente de Goiânia, da Igreja de Setor Coimbra, o pastor Fernando Iglesias, orador do programa Está Escrito, juntamente com o quarteto Arautos do Rei, pregou para todas as regiões brasileiras e, em espanhol, o mesmo ocorreu com o pastor Moises Rivero, evangelista da Nuevo Tiempo, de Lima, Peru. A equipe da emissora literalmente se desdobrou a fim de atender simultaneamente as duas produções. “Isso prova que as programações de Santiago, no Chile, e Maringá, no Brasil, serão realmente possíveis”, afirmou o pastor Odailson Fonseca, diretor da TV adventista, referindo-se ao evangelismo via satélite do segundo semestre. Esforço compensado por histórias de conversão como a de Rômulo Marcell Paulino, 28 anos. Um pouco antes do penúltimo sermão do pastor Fernando Iglesias, Rômulo estava com os olhos cheios de lágrimas. Na vida, havia tentado muitas coisas. Foi cantor sertanejo e formava dupla com o irmão, Robson, com quem chegou a gravar um CD, mas não alcan-

çou o sucesso esperado. Costumava tocar em barzinhos. Tentou encontrar Deus em muitas igrejas cristãs, mas nada o satisfazia. Nesse contexto, conheceu uma moça adventista. Foi o primeiro passo para estudar a Bíblia. Mudou de vida, passou a frequentar a igreja e a trabalhar de vigilante. No fim da Semana Santa foi batizado porque se sentiu tocado por uma das mensagens do pastor Iglesias. De cantor sertanejo, passou a cantar os suaves hinos da congregação local: “Meu maior sonho é poder cantar esse tipo de música, sem gritos ou barulhos. Louvar realmente o Senhor”, projeta o recém-batizado. Por sua vez, outros decidiram voltar para o convívio da igreja, como Jeferson Breda, ex-radialista da Cultura FM de Brasília. Durante uma visita à rádio Novo Tempo de Maringá, PR, foi convidado por duas funcionárias da sede da Igreja Adventista no norte do Paraná a participar da Semana Santa. Ao acompanhar a programação na cidade de Apucarana, sentiu-se inclinado a voltar para a igreja. Decisão que tomou e que tem dado novo sentido para sua vida. Impacto – Em Goiânia, a distribuição de 300 mil livros missionários, às vésperas da Semana Santa, já deu resultado. Fábio Jorge Tavares Silva, um jovem moto-taxista que aguardava ser chamado na central em que trabalha, andava insatisfeito com a vida que levava, mas não sabia ao certo o que fazer. Ao lado da cadeira em que descansava, um livro de capa verde despertou sua atenção: Tempo de Esperança: 24 horas para você renovar suas energias, era o título. A leitura das primeiras linhas o fez entender que ali estavam as respostas que buscava. Quando ele viu que se tratava de uma publicação da Igreja Adventista, lembrou-se de que já havia passado na frente de um templo adventista.

Rômulo Marcell Paulino, de 28 anos, foi batizado em Goiânia. O ex-cantor de música sertaneja, com CD gravado com o irmão, tem novos planos: “Meu maior sonho é poder cantar esse tipo de música, sem gritos ou barulhos. Louvar realmente o Senhor”

Lucimar do Carmo Barros, 47 anos, batizada no evangelismo realizado em Juiz de Fora, MG, pelo pastor Luís Gonçalves. Sua conversão é fruto da programação da TV Novo Tempo em canal aberto na cidade

Fábio Jorge Tavares Silva recebeu um dos 300 mil livros Tempo de Esperança distribuídos em Goiânia uma semana antes da Páscoa. A leitura deu um sentido para a vida do moto-taxista


Marilene Gomes Alves (à dir.) quis ler O Grande Conflito depois de perceber o impacto dessa literatura na vida do filho Edivaldo, preso no Estado do Amazonas. Nesse mês, ao ele deixar a prisão e rever a mãe, terá a grata surpresa de que ela também professa agora a fé adventista

No dia 3 de abril, o primeiro sábado que Fábio guardou, foi recebido pela primeira vez na Igreja do Setor Pedro Ludovico. Ele pediu o batismo naquele mesmo dia. Depois de uma longa conversa com o pastor local, em que seu conhecimento das doutrinas adventistas foi verificado, Fábio foi batizado no dia seguinte. Marilene Gomes Alves, batizada na Igreja Central de Goiânia teve sua vida mudada pela literatura. Sua conversão será uma das melhores surpresas para o filho Edivaldo. Neste mês ele sairá de uma prisão no Estado do Amazonas, onde cumpre pena. Porém, foi na reclusão que ele e a mãe encontraram a verdadeira liberdade. No presídio, distante da família e dos amigos, Edivaldo conheceu os adventistas, leu o livro O Grande Conflito e foi batizado. Emocionada com a transformação do filho, ficou curiosa em ler o mesmo material. Ao encontrar a loja da Casa, no centro da cidade, Marilene percebeu que não tinha dinheiro suficiente para a compra

Na zona sul de São Paulo, o Coral Projeto Volta dramatizou os últimos dias de Cristo pelas ruas do bairro Capão Redondo

do material. Porém, Walti Nascimento Oliveira, que ali estava, decidiu dar o livro para a desconhecida e convidá-la para ir à igreja. Quando Edivaldo viajar para Goiânia, voltará para os braços da mãe, depois de ter encontrado os braços de Jesus. Mais de trinta pastores e funcionários da Associação Brasil Central, União Centro-Oeste Brasileira, Divisão Sul-Americana, Novo Tempo e Casa Publicadora Brasileira estiveram presentes nas programações realizadas na capital goiana. Cantores como Laura Morena, Sonete Costa, Joyce Carnassale, Thiago Weber e Robson Fonseca também participaram das programações. Em Maceió, AL, a palavra “impacto” tem sido o grito de guerra da igreja desde fevereiro. O batismo de 350 pessoas e a distribuição de 16 mil livros Tempo de Esperança durante o programa de Semana Santa representa a boa expectativa dos membros para com o projeto denominado Impacto Maceió, que conta com 70 pontos de pregação. Toda a equipe de pastores das sedes administrativas do Estado e da Região Nordeste participou. E no sábado de Páscoa, uma celebração no ginásio do Colégio Adventista de Maceió reuniu quase 1,5 mil pessoas. Juiz de Fora – Outra cidade que tem sentido a intensidade do evangelismo é Juiz de Fora, município com mais de 500 mil habitantes que agora conta com a TV Novo Tempo em canal aberto. De janeiro a abril as igrejas da cidade se empenharam para que nos dias 9 a 11 de abril uma grande festa espiritual fosse realizada. Num

auditório, foram reunidas quatro mil para testemunhar o batismo de 75 pessoas. Ao todo, o projeto havia chegado aos 200 batismos. Entre dezenas de conversões, algumas chamaram mais a atenção. Como a de Jorge, que surpreendeu a filha Verônica, ao entrar no tanque batismal. Ela havia orado por seu batismo durante dez anos. Lucimar do Carmo Barros, 47 anos, é outro exemplo. Ela buscava compreender melhor a Bíblia desde 1988. Passou por várias igrejas procurando respostas, mas foi somente em fevereiro deste ano que a vontade de Deus ficou mais clara para ela. Num sonho que teve, Deus escrevia, com Seu próprio dedo, uma linda mensagem em duas tábuas de pedra. “O que isso significa, Senhor?”, Lucimar perguntava a Deus. No dia seguinte, Agrimaldo, seu esposo, numa conversa na barbearia descobriu que havia uma emissora de TV diferente na cidade. Ao chegar em casa, eles sintonizaram a TV Novo Tempo (canal 54). Era o que o casal precisava ver e ouvir. O pastor Luís Gonçalves falava que os Dez Mandamentos foram escritos pelo dedo de Deus. “Agora já sei o que significa a visão que Deus me enviou! Como não enxerguei essa clara mensagem durante 22 anos?”, Lucimar ficou surpresa. Depois de localizar a igreja adventista mais próxima, ela e o marido estudaram a Bíblia com o pastor Wagner Piazze e sua esposa Cátia Cecília. E, no dia 10 de abril, foram batizados.

DVDs e livros evangelísticos. Ao que tudo indica esse foi um passo importante para uma aproximação evangelística. Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, uma praça foi utilizada como ponto de pregação. Acomodados nos bancos improvisados ou até mesmo sentados no chão, interessados de todas as partes aprenderam canções bem diferentes das seculares e puderam entender o real significado da Páscoa. O êxito da iniciativa se deve ao envolvimento dos membros e aos preparativos começados em fevereiro. Também na Baixada Fluminense, a liderança da Igreja de Santo Elias, em Mesquita, utilizou um caminhão de som para chamar a atenção dos transeuntes para a programação evangelística. Das janelas e calçadas, pessoas assistiam aos louvores, sorteios e mensagens apresentadas pelo pastor Jairo Batista Silva. No fim de semana, duas pessoas foram batizadas, coroando a iniciativa e empenho da igreja. Na zona sul da capital paulista, outro grupo também tomou as ruas de um bairro. O coral Projeto Volta, da Igreja do Capão Redondo realizou encenações sobre a vida e morte de Jesus, na vizinhança da congregação. O personagem que representou Cristo carregou a cruz até chegar ao cenário da crucifixão, local em que será construído o novo templo adventista do bairro. E se pregar em locais públicos é um desafio, o que dizer de evangelizar uma comunidade indígena? Esse é o objetivo do Ministério Nativo da Missão do

Igreja, praça e aldeia – Como seria uma Semana Santa dirigida por adventistas, mas realizada em uma igreja católica? Alguns membros da Igreja Adventista de Andradas, MG, tiveram essa experiência. Segundo Paulo Ansani, um dos organizadores, a oportunidade surgiu depois que o padre, numa missa assistida por 1.500 pessoas, elogiou o trabalho dos adventistas na cidade. Na programação, o público chegou O batismo de Jorge surpreendeu e emocionou a a 68 pessoas em uma filha Verônica, que orou dez anos pela conversão do pai. A cerimônia foi realizada diante de 4 mil noite. Foram exibidos pessoas, no encerramento de uma campanha filmes sobre a vida de missionária em Juiz de Fora, que já levou 200 Cristo e distribuídos pessoas ao batismo Revista Adventista I maio • 2010

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vista Um Dia de Esperança gravada em áudio na sua língua.

Em Bragança Paulista, SP, Marco Antônio Violetti utilizou seu ônibus para transportar interessados na Bíblia. Violetti foi batizado durante a programação

Tocantins, criado em dezembro do ano passado. O diretor do projeto, pastor Matson Santana e o instrutor bíblico Bituare Karajá, aceitaram o desafio de pregar para os índios javaés. Cerca de 50 pessoas, em sua maioria mulheres, compareceram às reuniões e cantaram músicas do Hinário Adventista em

seu próprio dialeto. O projeto foi estendido à comunidade karajá, que assistiu aos sermões às margens do Rio Araguaia. Eles receberam 20 exemplares do Novo Testamento, traduzidos pelo linguista David Fortune, e 30 CDs com músicas do hinário adventista traduzidos para o dialeto iny. Neste mês, os indígenas receberão a re-

Igreja inaugura sede no Sudoeste da Bahia Fiéis, empresários, autoridades civis e eclesiásticas prestigiaram a inauguração da sede da Missão Bahia Sudoeste. A expectativa é que o novo escritório atenda melhor os 21.817 membros da região, que estão distribuídos em 352 igrejas, 133 cidades e 28 distritos pastorais. No ano passado, 2.433 pessoas foram batizadas nesse território, onde a igreja ainda tem o desafio de alcançar 33 municípios.

Ônibus missionário – O veículo usado para fins evangelísticos pertence a um dos mais novos membros da Igreja Adventista da região central de Bragança Paulista, SP. Marco Antônio Violetti foi um dos três batizados na programação da Semana Santa, que atraiu 150 pessoas a cada noite. Boa parte dessas pessoas foi transportada por Violetti, que utilizou seu próprio ônibus para levar até a igreja os moradores dos bairros mais afastados assistidos pela ADRA.

O eletricista de automóveis conta que comprou o veículo há cerca de um ano, a fim de transportar o coral jovem local. Casado há 15 anos com uma adventista, os filhos e a esposa sempre oraram por sua conversão. “Desde o princípio eu via minha esposa se ajoelhando e orando para eu me entregar verdadeiramente a Jesus e, graças a Ele, esse dia chegou”, relata. – Com reportagem de Felipe Lemos, Ruth Albuquerque, Vivian Vergílio, Wagner Piaze, Dina Karla Miranda, Luzia Paula, Paulo Carneiro, Paulo Ansani, Francis Matos, Danúbia França, Érica Marinho, Suellen Timm, Rafaella Oliveira, Márcia Ebinger.

Nosso Amiguinho ganha versão americana A partir de maio, a já tradicional publicação brasileira vai alcançar também as crianças dos Estados Unidos. O periódico, com o mesmo conteúdo e personagens usados na edição da Casa, terá tiragem de 10 mil exemplares e periodicidade bimestral. A iniciativa da Review and Herald, editora adventista norte-americana, pretende testar a aprovação do mercado dos Estados Unidos. Segundo o pastor Tércio Marques, diretor nacional de vendas da instituição, a revista My Best Friends contará com a divulgação de promotores, vendas pela internet e por telefone. Acesse www.mybestfriendsmagazine.com.

Niterói – RJ

Debaixo d’água e da lama A tragédia contada por adventistas que viveram momentos de incerteza e medo no bairro do Fonseca, o mais atingido de Niterói

Vivian Vergílio

Colaboradora

Na segunda-feira, 5 de abril, a chuva forte e o trânsito parado mudaram os planos e destino de milhares de moradores da re28

Revista Adventista I maio • 2010

gião metropolitana do Rio de Janeiro. Foi o caso de Marly Marília Figueiredo, 19 anos, que voltava da faculdade de ônibus. Ela teve que passar a noite no coletivo com mais dez pessoas, mesmo estando

a uma rua da sua casa. “Foi horrível. Eu estava tão perto de casa, mas não tinha como ir embora. A gente não podia sair do ônibus porque o nível de água na rua estava muito alto”, conta. Ela conseguiu chegar em casa somente na manhã de terça-feira. Enquanto isso, Maria Antônia Rocha da Silva assistia ao resgate de moradores soterrados por duas casas que haviam desmoronado. “De madrugada, por volta das 3 horas, escutei gente gritando na rua. Os vizinhos pediam pá e enxada para remover os escombros. Uma casa foi toda ao chão. Nela moravam uma senhora, a filha e três netinhos. Na casa ao lado, que foi cortada ao meio pelo barro que desceu da rua de cima, um jovem ca-

sal e um bebê de um ano também morreram. As casas foram invadidas pela lama enquanto todos dormiam. Ninguém teve a chance de fazer nada para continuar vivendo”, Maria Antônia relata mostrando o que sobrou das casas, emocionada ao lembrar dos vizinhos e das crianças que via brincar na rua. Durante todo o dia, ela passou observando o trabalho dos bombeiros e da Defesa Civil. Juntamente com o marido tentou conter a lama que entrava em seu quintal. Com medo de ter o mesmo fim que os vizinhos, ela e a família passaram a noite na casa de um parente. E como eles, dez famílias que frequentam a Igreja do Caramujo, um bairro próximo, tiveram que se refugiar fora de casa, por causa do risco de deslizamentos.


Maria Santos Machado, da frente da sua casa, mostra o morro que virou vale. “Quando ouvi o estrondo, saímos correndo de casa para ver o que estava acontecendo. Lixo e lama desciam e engoliam tudo. Começamos a gritar. Achamos que tudo aquilo ia chegar até aqui e engolir a gente também”, conta

Na quarta-feira pela manhã, o número de casas abandonadas aumentou. Ivânio Evaristo da Silva, morador do morro do Bumba, comunidade vizinha à de Maria Antônia, deixou sua casa depois que um deslizamento de terra matou algumas pessoas que moravam a poucos metros de sua residência. Ivânio, com medo ou também por providência divina, deixou o local interditado. No início daquela noite, um deslizamento de terra e lixo riscou do mapa o morro do Bumba. Cerca de 65 casas desapareceram. Um trecho da rua de Ivânio também foi soterrado e parte do morro foi “escorado” pela

terceira casa acima da casa dele. Desse ponto para cima não existe mais nada, senão lixo. “Estávamos em casa quando ouvimos um barulho muito forte. Saímos e olhamos pela varanda. As casas vinham rolando e sendo cobertas por terra. Ouviase muitos gritos, muito choro. Foi de apavorar”, lembra Maria Santos Machado, que mora bem de frente para o lugar em que existe apenas restos do Bumba. Maria, que tem um pequeno comércio na rua, conhece todos os vizinhos. Com lágrimas ela comenta: “Dos meus clientes, os que estão vivos é porque foram embora, e os que ficaram, morreram.” Maria Cícera, de 26 anos, o marido e uma garotinha, filha do casal, dormem tristes, mas aliviados. Eles moravam no Bumba até que o morro virasse um vale. Eles perderam tudo, menos a vida. Tudo por que a irmã de Maria Cícera, Francisca Bezerra de Medeiros, que mora no quintal da Maria Maria Antônia observa as casas destruídas na Machado (membro rua em que morava. Alguns vizinhos foram da Igreja do Fonsesoterrados enquanto dormiam. Todos os imóveis da vizinhança foram condenados pela Defesa Civil ca), insistiu para que

Maria Cícera dormisse na casa dela já na noite anterior à tragédia. “Minha irmã dormiu em casa na terça-feira, mas teimava em ir embora. Na quarta-feira, ela foi trabalhar normalmente, mas avisou que ia passar na casa dela para pegar roupas e DVDs para a gente assistir. Insisti com ela para que não fosse, dizendo que emprestava roupa para ela e resolvia tudo em casa mesmo. Ela teimava, mas atendeu meu pedido e voltou do trabalho para minha casa, por volta das 16 horas. Mas não sossegou, alegando que precisava buscar algumas coisas na casa dela. Eu implorei para que não saísse, mas não teve jeito e ela foi. Ao passar pelo portão da minha casa, por volta das 19 horas, uma forte chuva caiu do nada, e ela voltou correndo para dentro de casa. A chuva não parava, então decidimos jantar. Quando nos levantamos e colocamos os pratos na pia, escutamos um estrondo. O marido dela falou: ‘Acho que tem uma casa caindo’. Saímos para ver. Era o morro do Bumba caindo, e levando com ele todas as casas, inclusive a de minha irmã e tudo o que havia dentro dela”, Francisca narra, com lágrimas de alívio e gratidão nos olhos. As duas irmãs não são adventistas.

Diante desse caos, membros da igreja se mobilizaram e, logo cedo, na quinta-feira, foram até o morro do Bumba para servir centenas de pães, frutas e litros de leite, aos bombeiros e demais voluntários que trabalhavam nas buscas por sobreviventes. À noite, membros da igreja do Fonseca prepararam lanches e marmitas, que foram distribuídos para os desabrigados e voluntários. A partir daí, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) lançou uma campanha de arrecadação nas igrejas. Segundo o pastor Valmor Ricardi, diretor da ADRA no Sudeste, a instituição se colocou à disposição da Defesa Civil para atuar nas regiões mais atingidas e com as necessidades mais urgentes. “Nesse primeiro momento, vamos doar cestas básicas, colchões, lençóis, roupas íntimas feminina, absorventes e fraldas descartáveis, que é a maior necessidade deles. Vamos receber ajuda da ADRA internacional também”, explica o líder. Institucionalmente, a Igreja Adventista também tem se mobilizado, como no caso da Casa, que enviou no fim de abril, cerca de 600 cestas básicas para as vítimas. A doação foi resultado da parceria entre a editora e seus funcionários.

Equipe de resgate trabalha sobre os escombros da casa de Maria Cícera. Ela, o marido e a filhinha foram salvos porque estavam na casa da irmã dela, Francisca, que mora no quintal da casa de Maria Machado, da Igreja do Fonseca

Rápidas Ineditismo e profissionalização. O primeiro foi o feito: reunir 550 voluntários do Pará e Maranhão para um treinamento com os líderes de comunicação da Divisão Sul-Americana, Rede Novo Tempo e Casa Publicadora Brasileira. O segundo tem a ver com o efeito do encontro: capacitar esse grupo para a produção de notícias e fotos mais profissionais. Tudo isso foi realizado no fim de março, sob o tema “Pontes de Esperança”, durante um treinamento de 12 horas, no Instituto Adventista Grão-Pará, em Belém. Os participantes saíram com o desejo de aplicar e multiplicar o conhecimento adquirido.

Em março, o Colégio Adventista de Tatuí, no interior paulista, completou 25 anos. A festa contou com a presença de 500 convidados, entre autoridades, funcionários, famílias de alunos e ex-alunos, além, da apresentação de um coral local. E no interior mineiro, no início de abril, a festa foi dos adventistas de Coronel Fabriciano, pelos 45 anos da igreja local. Renato Lacerda, um dos organizadores do encontro, ancião da congregação e professor de História na Unileste, pretende lançar em outubro um livro sobre a história do adventismo na cidade. Revista Adventista I maio • 2010

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Tatuí – SP

A serviço da igreja

Casa entrega milhões de livros e revistas e populariza o preço dos materiais missionários Da redação

Às vésperas da distribuição massiva das revistas e livros missionários de 2010, a linha de produção da Casa Publicadora Brasileira, editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada em Tatuí, SP, funcionava a todo o vapor a fim de imprimir milhares de exemplares do material evangelístico destinado à distribuição do mês de maio. No fim de março, esses livros e revistas saíram do prelo na mesma velocidade com que a igreja se mobiliza para causar um impacto na América do Sul. E para que você e sua igreja saíam para evangelizar neste mês, o trabalho da editora começou há um ano, com a tradução, edição e diagramação do livro Tempo de Esperança. Dois meses depois foi a vez de a revista Um Dia de Esperança sair do rascunho para ganhar forma e cor no papel impresso. E haja papel. Foram necessárias 983 toneladas para imprimir 7.238.000 exemplares do livro e mais 390 toneladas para imprimir 19.518.500 milhões de revistas, volume suficiente para encher 106 caminhões. Expectativa para quem faz – E se a produção de todo esse volume demandou meses, a expectativa de quem ajudou a escrever e diagramar é grande desde o início do projeto. Para o pastor Guilherme Silva, editor da Casa e autor do penúltimo artigo da revista missionária, a perspectiva é de que a campanha deste ano seja tão bemsucedida quanto à primeira, em 2008. “Temos tudo à nossa disposição para repetir em curto espaço de tempo o que antigas gerações sempre sonharam: em um só dia alcançar todo o Brasil com a literatura adventista”, estima. Para o designer gráfico Eduardo Olszewski, que trabalhou na diagramação da revista missionária, a campanha deste ano vai contar com um apoio maior dos 30

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À esquerda: O impressor Márcio Machado, que trabalha há 24 anos na editora, considera-se um “coobreiro” dos anjos no trabalho que realiza. À direita: “Nos 15 anos em que trabalho aqui acho que nunca vi um trabalho como este”, comenta Leandro Lóia, em referência à abrangência do projeto missionário

membros: “Creio que a igreja está mais preparada em relação aos anos anteriores. Todos já abraçaram o projeto e com certeza muitos lugares e pessoas que não foram alcançados o serão agora. Deus espera uma igreja unida na pregação do evangelho e é isso que poderemos vivenciar.”

estabelecimento. Abraão pegou um livro Tempo de Esperança que tinha no carro, tomou empresta-

De Tatuí para o Brasil

da uma caneta para fazer uma dedicatória na obra e a entregou ao desconhecido. Surpreso, o comerciante perguntou se Abraão estava vendendo ou doando aquele livro. Abraão respondeu que aquele material era um presente que poderia ser-lhe muito útil. Com grande interesse, o comerciante e a esposa leram o livro durante aquele feriado. Intrigado com algumas questões, ele procurou seus novos amigos adventistas, pedindo a eles apenas que lhe dedicassem 20 minutos para responder suas perguntas. Marcado o primeiro encontro, o estudo bíblico durou duas horas. “Sou católico desde criança”, ele começou a contar, “e não queria mudar de igreja. Mas, fiz uma reunião com meus funcionários e eles aceitaram que eu não abra mais a loja aos sábados”. Depois dessa conversa, Sérgio Guarnier, sua família e mais alguns amigos católicos estão participando de um pequeno grupo adventista.

Felicidade para quem entrega – Se os envolvidos na produção do material têm a expectativa de que o mesmo transforme vidas, os adventistas que o distribuem podem ver o impacto dessa mensaSede administrativa Livros Revistas gem face a face. Foi a experiên- União Noroeste Brasileira (Unob) 420.000 1.817.000 cia de Abraão de União Norte Brasileira (UNB) 540.000 2.070.000 Freitas, de Ven1.432.000 4.500.500 da Nova do Imi- União Nordeste Brasileira (Uneb) grante, ES. Na União Centro-Oeste Brasileira (Ucob) 1.475.000 2.100.000 véspera do feUnião Este Brasileira (UEB) 881.000 3.650.000 riado de Carnaval deste ano, União Central Brasileira (UCB) 1.350.000 3.000.000 enquanto se pre- União Sul-Brasileira (USB) 900.000 2.331.000 parava para um Divisão Sul-Americana (DSA) e CPB 250.000 50.000 acampamento, observou que o Total 7.248.000 19.518.500 dono de uma loja de material elétrico estava assentado triste em frente ao próprio

Unob

UNB Uneb Ucob DSA UCB USB

UEB


De mãos dadas Numa breve entrevista, o pastor José Carlos de Lima, diretor da Casa, explica qual é a participação da editora no projeto e o que ele espera da campanha deste ano. Qual é o envolvimento da Casa nesse projeto?

É uma inspiração muito grande para nós que trabalhamos aqui participar desse projeto tão grandioso. Participar de algo assim é evangelizar de modo direto, abreviando a volta de Cristo à Terra. Como instituição é um privilégio oferecer esse livro à igreja por um real. Assim, todos os membros podem participar. Com esse valor, não há desculpa para não se evangelizar através dos livros. Qual é sua expectativa para a campanha deste ano?

Eu li duas vezes esse livro, que tem 112 páginas escritas por um excelente autor. Boa parte desses mais de 7 milhões de exemplares encomendados já foi distribuída. Portanto, tenho certeza de que centenas ou milhares de pessoas serão tocadas com a mensagem desse material. Tempo de Esperança é o quarto livro missionário lançado pela editora em anos consecutivos. Essa é uma iniciativa consolidada?

Como Casa, nós estamos dispostos a participar do projeto da Divisão Sul-Americana. O pastor Erton Köhler, presidente da Divisão Sul-Americana, já tem falado sobre a campanha de 2011 que, creio eu, será tão grandiosa ou mais do que as anteriores.

Ao viajar pelo País, o que o senhor tem percebido quanto à resposta da igreja referente ao projeto?

Uma resposta muito positiva. Desde o lançamento do livro Tempo de Esperança, tenho notado o apoio total da parte dos líderes das instituições, Uniões e Associações. E creio que, por isso, temos tido um retorno tão favorável da igreja.

“As pessoas estão sedentas, querendo conhecer a Bíblia e se entregar a Deus. Precisamos estar atentos a isso e ter sempre em mãos um folheto ou um livro desses,

que tem um custo acessível para gente, mas tem grande valor para quem precisa dele”, apela Abraão. – Com reportagem de Vivian Vergílio.

Igreja se mobiliza às vésperas do Impacto 2010 Em 2008, os adventistas sulamericanos literalmente invadiram as ruas para distribuir 23 milhões de revistas Viva com Esperança. O impacto dessa mobilização ainda pode ser sentido dentro e fora da igreja. Porém, para este mês a expectativa é maior. Desta vez, serão distribuídas 30 milhões de revistas missionárias sobre o sábado. E para que isso aconteça, a igreja tem mostrado comprometimento com o projeto. Em São Paulo, uma das mais importantes rodovias, a Régis Bittencourt, já conta com um outdoor estrategicamente posicionado. Em Santa Catarina (foto), já foram encomendados pela Associação Catarinense 150 anúncios para outdoor, busdoor e cardoor. Dois sites, em português e espanhol, gerenciados pela área de web da Rede Novo Tempo, já estão no ar para tirar dúvidas de usuários e divulgar o assunto. E milhares de exemplares do livro Tempo de Esperança já foram distribuídos em várias regiões do Brasil. E para que a igreja saia motivada para testemunhar, as congregações que possuírem a TV Novo Tempo em canal executivo, poderão acompanhar, no dia 15 de maio, o sermão motivacional do pastor Luís Gonçalves, evangelista para a América do Sul, das 8 às 10h30, com repetições a cada meia hora. Com a revista Um Dia de Esperança serão entregues à comunidade convites para a Semana da Família, que será realizada nos dias 16 a 22 de maio, com opção de as igrejas acompanharem a programação via satélite, com sermões do pastor Ivan Saraiva, evangelista da TV Novo Tempo.

Cid Moreira fala sobre seu carinho pela Bíblia e pelos adventistas O livro Boa Noite, uma biografia de Cid Moreira, o dono de uma das vozes mais peculiares e conhecidas do país, foi lançado no dia 23 de março, no Shopping Morumbi, em São Paulo. A obra, escrita pela esposa, a jornalista Fátima Sampaio, destaca a trajetória do apresentador no Jornal Nacional, seu trabalho de narração de textos bíblicos e o apreço de Cid Moreira pela igreja, literatura e música adventistas. Acompanhe a breve entrevista que ele concedeu à jornalista Charlise Alves. Como foi trabalhar no Jornal Nacional, telejornal que inspirou o título de sua biografia e que lhe consagrou?

O Jornal Nacional marcou muito o meu trabalho e com o prestígio do JN tive a possibilidade de levar a Palavra de Deus através da gravação da Bíblia na íntegra. Sinto-me feliz com os resultados. Durante esses 65 anos de trabalho, o que mais marcou sua carreira?

O momento mais especial foi o lançamento da Bíblia em CD.

O que você aprendeu ao gravar a Bíblia em áudio?

Eu não sabia quase nada. Nasci com a Bíblia na mão, mas sentia muita dificuldade de entendê-la, devido ao tamanho da letra e a linguagem. Quando recebi o convite da CPB (Casa Publicadora Brasileira) para gravar um audiolivro da obra Caminho a Cristo, da escritora Ellen G. White, resolvi ter

mais contato com as Escrituras. Conheci a Bíblia na Linguagem de Hoje, o que fez toda a diferença. Desde então, a cada dia, procuro saber mais sobre as belas histórias que a Bíblia apresenta. Para você e sua esposa, qual é a primeira atividade do dia?

O segredo está em buscar a Deus em primeiro lugar. Em casa, costumamos ler a meditação diária da Igreja Adventista. Temos um momento especial com Jesus. Lemos uma passagem bíblica e refletimos sobre ela tentando aplicá-la ao nosso dia. O que pretende ainda realizar?

Sonho com um DVD com passagens bíblicas. Sempre quero mostrar a mensagem da Bíblia. Atualmente, estou gravando mini-sermões para veiculação no telefone. A pessoa disca um número e houve sermões. Em breve, com o lançamento do aparelho I-Pen Mac Toch, o usuário terá toda a emoção de ouvir e ver pelo telefone, além de mandar e receber e-mails. Citações à Bíblia e aos adventistas são recorrentes no livro: (1) ele comenta o texto de 1 Coríntios 13 (p. 16); confessa que foi influenciado a adotar o regime vegetariano por causa do Manual de Saúde, da Casa (p. 65); fala de sua amizade com o pastor e jornalista Siloé de Almeida, que o ajudou a viabilizar e divulgar a gravação da Bíblia em CD (p. 70, 71); explica que contou com a ajuda do Dr. Rodrigo Silva para contextualizar algumas passagens bíblicas (p. 179); revela seu apreço pelas mensagens do pastor Alejandro Bullón (p. 111) e pelas músicas do quarteto Arautos do Rei (p. 188, 189). E, por fim, ao fazer referência à sabedoria de Salomão no livro de Eclesiastes, questiona o conceito secular de sucesso e se mostra comprometido a usar o talento que tem para levar esperança ao próximo (p. 182, 183). – Com colaboração de Dina Karla Miranda. Revista Adventista I maio • 2010

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Estado de São Paulo

ismo série – Retratos do Advent

a ç n a r e p s e la e p s Unido Conheça os desafios e necessidades dos adventistas que vivem e testemunham no Estado mais cosmopolita do Brasil

Suellen Timm

Colaboradora

Adventista. O desafio de Artur é grande. Ele faz parte da mais nova sede da Igreja Adventista no Estado, a Associação Paulista Sudoeste, que iniciou suas atividades este ano. “Queremos crescer no evangelismo e na colportagem a fim de fazer com que no sudoeste do Estado muitos aguardem a breve volta de Jesus”, almeja.

priEm maio de 1893, Albert Stauffer foi o Brano r pisa a a ntist adve r orto meiro colp alemãs sil. E ao passar por algumas colônias núclens algu ou deix ista do interior paul Bachrto Albe , inte segu ano No . fiéis os de rso, onve m-c recé ão meyer, marinheiro alem livro o eram vend os junt e ffer se uniu a Stau gariO Grande Conflito para a senhora Mar Jr., Stein e herm Guil foi , da Krähenbühl. Mas esinter se que a, garid Mar de neta da marido mesou mais pela literatura e por conhecer ciPira Rio no ista, paul solo Em lhor a igreja. ntista caba, em 1985, ele foi o primeiro adve brasileiro a ser batizado. EduCento e dezessete anos depois, Artur orcolp da alho ardo Pinto continua o trab a o, ilégi priv o to “Sin ba. cica tagem em Pira inuar o cont em ade bilid onsa resp a e ria aleg de. Saio trabalho dos pioneiros em minha cida za de certe a o tend r alha trab para todos os dias ffer Stau com e que o mesmo Deus que estev aca. dest ”, alho trab no me acompanha a Colportor há mais de 20 anos, Artur cont o Cert s. ante cion emo que já viveu experiências uma fadia, ao visitar seus clientes, encontrou mais mília em grande desespero porque a filha a alta, to mui febre com a nova do casa l estav a ver para i “Ped o. ulsã conv uma ter de ponto iras e mãe a com menina, orei por ela junto e a memãs. E, milagrosamente, a febre passou nina foi curada”, relata. a e, Essa família começou a estudar a Bíbli ja Igre da e part m faze s filha as e mãe hoje, a

Capital – Jae Sook An faz parte dos mais de 1.156 membros que frequentam Paloma Brito (no detalhe), de apenas 14 30 igrejas étnicas no Estado de anos, coordena um pequeno grupo com oferecer uma alternativa de o ideia é A , ças. anos 93 crian Aos o. Paul São já lazer como um método evangelístico membro mais idoso da Co- de mo de três juvenis batis no tou resul munidade Coreana. A idade sábasas feições fizeram parnão impede essa senhora de, todos os ar cheg te do seu cotidiano dute mor a “Até a. igrej a dos, comparecer ena”, rante os nove anos em quero ter força para freqüentar a igrej que administrou um ano. core fatiza a idosa que só fala fugiu Jae dos núcleos da Agência dial, Mun rra Gue nda Após a Segu tal capi , Adventista de DesenSeul da região norte-coreana e foi para Sup volvimento e Recursos Jong ido mar seu onde da Coreia do Sul, ntisAssistenciais (ADRA). Lee, já falecido, trabalhou no hospital adve el casa Em razão do seu trabalho, Renato perc o , 1971 Em . ta como técnico em radiologia ndisti bem cas ômi econ s dade reali somenbeu duas resolveu mudar-se para o Brasil, onde, ente na anos. tas no Estado de São Paulo, especialm core mil 50 hoje vivem o, Paul São em te quase com vivia que e gent de 80 região central. Viu Assim como Jae, a cada sábado cerca que, mas ro, futu o para va ctati expe auma Core nenh pessoas se reúnem na Comunidade ssuce o u uisto conq prapor influência do núcleo, na, com sua Bíblia, lição, hinário e um r maio sua m, Poré oal. pess e al o culto so profission to típico do seu país a fim de que após espe am tinh ume emoção é ver pessoas que não se confraternizem num almoço. O cost ragua que o grup ao as s tamrança, hoje, estar unid que une o grupo e forta lece as tradiçõe parfaz da a volta de Jesus. não a aind quem ndo atrai a bém acab te da comunidade. or de or Norte e Leste – A história desse senh Para os coreanos, a saúde tem sido a melh famísua do quan , 1935 a ete rem nos reanos 80 ponte para o evangelismo. Em 2009, foram 1947, tarialia conheceu a mensagem adventista. Em alizados cinco cursos de culinária vege eira prim a aram fund lias famí as outr e , sua mãe na e um seminário de saúde. Além disso SP. pos, Cam dos igreja adventista de São José mensalmente são distribuídas 500 revis mar o eiros pion eles da daqu to Arru O pastor Gerson O desprendimen tas Sinais dos Tempos e Vida e Saúde, ene finanoal pess r bora cola a trabalha no oeste paulista, ivou mot o dos e cou viadas da Coreia. Com o empenho região em que a distância de Jesus ceiramente para o avanço da igreja. entre as igrejas é um desafio membros, a esperança da volta 40 Benedicto Rasquini, que trabalhou por tem sido compartilhada com os que escode légio privi anos como empresário, teve o tão longe de sua pátria. to insnhecer melhor o dinamismo do crescimen várias u icipo part uini Rasq a. igrej da l rda iona tituc Centro – Renato Leria ainda reco eira prim na as rativ vezes das reuniões administ muitos olhares e sorrisos estampados na o Paul São de o Estad do a rativ sede administ no rosto das crianças, simplesmente por na região lese ista paul al capit da ral cent o uma regiã ção, receberem um minuto de aten de forde te e norte. Ele também esteve na reunião oportunidade de passear, um gesto íba. Para do Vale o para a Igrej da sede da Esmação carinho ou mesmo algo para comer.

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o troutor que lhe disse que o Espírito Santo receele te, men xera até aquele local. Posterior r sua sacia a aram ajud que riais beu vários mate co. bíbli ento ecim conh de e tant cons ade vont do estu ao ado som Um ambiente receptivo mupara isava prec o Paul que o era da Bíblia ado, ele dar de vida. Antes mesmo de ser batiz o vocom a igrej da s dade já ajudava nas ativi de Jarja Igre da ão anci é ele , Hoje . ário lunt do seu dim América, em Jacareí. E por meio bém tam la caçu filha a e sa espo a testemunho, amigos foram batizadas e a filha mais velha e estão estudando a Palavra de Deus.

cada “A igreja no Estado de São Paulo é mar pastopela dinâmica. A liderança, o grupo de senres e os membros todos se unem para apre epequ nos que enfo O s. Deu de vra tar a Pala o lece forta que nos grupos também é algo . reve desc do”, Esta no evangelismo da CapiSul – Cajati fica a 230 quilômetros Levar o es. tant habi mil 35 de a cerc tal e tem a cidapois , fácil a evangelho até lá não é taref do Esntes care mais es regiõ de está numa das so às aces o e árias prec são das estra As . tado a. aind il difíc mais é a igrejas em dias de chuv de ina men uma que exto cont e ness Porém, é grupo. apenas 14 anos coordena um pequeno nativa alter uma iões reun das Ela decidiu fazer lazer. de o opçã têm não que ças crian as para ma Palo a, orist mot Filha de uma babá e um nesce adol de al norm da agen Brito tem uma à noite, te, com exceção das segu ndas-feiras e 14 quando ela reúne 30 crianças entre três as com fico a; turm a i divid eu ano, “Este anos. conelas para e , crianças de três a seis anos uanto to histórias e mostro ilustrações. Enq vemin ha mãe estuda a Bíbl ia com as mais lhas”, conta. sua Ela ressa lta que o trabalho realizado em jutrês de mo casa, o qual já resu ltou no batis um se tives ela se z efica mais venis, poderia ser históflanelógrafo para colocar as figuras das eriqu a ia, iron Por ças. rias que conta às crian batichão o com rasta cont ão miss za de sua ando do de terra de sua rua sem asfalto. “Qu uma de r icipa part o quer a, estiver mais velh com paro só lá, até mas ria, ioná miss la esco batiforem s todo do o pequeno grupo quan planezados, inclusive os pais das crianças”, ja entusiasmada.

Jae Sook An, aos 93 anos, é a mais idosa ade unid adventista dos 80 membros da Com Coreana, na Capital. Os almoços de e saúde confraternização e os seminários sobr o. No grup do ticas gelís evan s tégia estra as são 6 membros Estado, as igrejas étnicas reúnem 1.15

do desaNos quatro ventos – Num Esta na e urba ada, lariz secu ra cultu fiador por sua poder cosmopolita, o evangelho avança pelo advende Deus e o esforço de mais de 204 mil Anco Mar nio, Antô José o com te tistas. Gen Paudito, Bene tônio, Gerson, Artur Eduardo, Estado, lo e Paloma, que moram no mesmo os une que O s. ente difer s dade reali vivem mas riexpe uma é , rafia geog é muito mais do que a har mun teste de sa pres a e s Jesu com ência real tece, Sua volta à Terra. Enquanto isso não acon lhar espa para nte elme nsav eles trabalham inca ista. paul tório terri no a ntist adve m sage a men ro Sand os, Lem ha – Com reportagem de Ágat t. Stau ndro Ferreira e Lisa

UTI, Após dois dias de internamento na três e al Aline foi levada para um quarto norm asem duas Em . casa em dias depois já estava norlar esco vida a com a estav já ina nas, a men gre que malizada. Todos perceberam o mila prepara se e Alin , Hoje . zado Deus havia reali seus ante Dur . icina Med de r bula vesti o para riênexpe u vive da Arru 20 anos de trabalho, ebeu a cias marcantes como essa em que perc atuação divina. iAtua lmente, ele trabalha sob o lema “Dim rança”, espe ndo enta aum e ncia distâ do nuin ja no na maior região administrativa da Igre mee quas a nde espo corr que e, Estado, a oest igretade do território paulista. Uma das oito metros jas que Arruda atende fica a 62 quilô região. da a típic dade reali ito, distr do da sede marca uma é que , Outro desafio do ministro que a de oas pess as r ence conv é , dos paulistas ele se vida é mais do que o trabalho. Para isso, s noite 60 de ticas gelís vale de campanhas evan va alha trab da po. Arru Tem o on Nov Gers or Rede past da O – nce Oeste e do alca sua esno Hospital Adventista de São Paulo e Paunte de posa na Escola Adventista de São Miguel Vale do Paraíba – Certo dia, o gere prol morauma ando busc , Silva o Paul tos, imen lista, na zona leste da Capital. O casa supr dia, depa Um s. se TV, filho sua seus em e com va em frente à escola gramação de qualidad da ou Arru cham de lhe filha a que e, ente Alin difer gio, l colé cana do um voltando rou com o se o a sofoi atropelada por um ônibus. Foi com a atenção: um pastor de voz branda falav asuma sobr só criou e esse asse inter oron O desm cas. or mundo do past bre doutrinas bíbli ava de percheg foi o al Paul inici do ico quan nóst diag dias O os s. os Deu Tod e a. ele se rotin or 30 past l o o, cana o sper va dese niza No da de massa encefálica. em casa, em Jacareí, sinto gas de clamou a Deus. Familiares, amigos, cole da TV Novo Tempo. Ele sentiu que, fibros da classe, funcionários da escola e mem nalmente, na programação da emissoa. . ente sam inten am igreja também orar ra ele havia encontrado o que procurav otelef um ou anot ele a, ram prog do No fim o Nov TV da sede a ne divu lgado e ligou para somais o pouc um r sabe ia quer o Tempo. Paul ao inverErramos na edição de abril, na página 33, bre os adventistas do sétimo dia. box “Avando item ndo segu do es orçõ prop as ter até a habi “237 é ta Informado sobre os dias de culto, foi corre o maçã infor ço no Sudeste”. A a ênci resid sua de ima tido próx come foi mais erro ção o congrega tantes por adventista”. O mesm a estav TV da o mainfor na época. Um rosto conhecid na edição de março, na página 37, cuja çalGon Aina”. Luís ntist or adve past O por s dia. tante ele pregando naqu ção correta é “133 habi na página mericada na edição de abril, outro equívoco ves, responsável pelo evangelismo sul-a , adas batiz foram o bem e oas entre pess 11 ito MG, confl bá, de 29: Em Itaju no, falava sobre o gran 11 ex-crio pasurou proc o Paul , sendo duas ex-traficantes, ao invés de culto do fim o mal. No

Errata

minosos, como informado.

Avanço em São Paulo

204.456 membros 203 habitantes por adventista 1.596 igrejas e grupos 7.588 pequenos grupos 8 sedes administrativas 87 funcionários no escritório da UCB 483 pastores al 2.349 funcionários na área educacion 340 funcionários na área de saúde 54.223 alunos na rede educacional

APO Apac APV

Apso AP

APL

APS

do Rio Preto) APO – Associação Paulista Oeste (São José ) pinas (Cam al Centr sta Pauli iação Assoc – Apac caba) Apso – Associação Paulista Sudoeste (Soro dos Campos) APV – Associação Paulista do Vale (São José ) Paulo (São Leste sta Pauli APL – Associação AP – Associação Paulistana (São Paulo) ) APS – Associação Paulista Sul (São Paulo Revista Adventista I MAIO • 2010 33


Brasil

Versão 2.0

Jovens organizam flash mob para divulgar a campanha que tem duplo objetivo em 2010: incentivar a doação de sangue e de medula óssea

São Paulo: Num shopping da zona leste da Capital, cem jovens participaram de um flash mob (mobilização instantânea) para chamar a atenção do público para o projeto Vida por Vidas Da redação

Dia 27 de março, sábado à tarde num shopping na zona leste de São Paulo. Pessoas comprando e vendendo, crianças aos risos pelos corredores, casais de namorados passeando, quando surge um homem caracterizado de Jesus carregando uma cruz, olhares curiosos observam a cena. Uma música ecoa pelo shopping, uma pessoa começa a cantar, outra voz se junta à primeira, mais uma e, num instante mais de cem vozes enchem o ambiente. Com criati-

vidade e música um grupo de jovens adventistas paulistanos deu o recado de solidariedade da campanha Vidas por Vidas, de uma maneira que tem se popularizado nos grandes centros: o flash mob. O flash mob é uma aglomeração instantânea de pessoas em um local público para fazer uma ação inusitada, porém previamente combinada, geralmente acertada pela internet. Depois de realizada, a mobilização ganha repercussão na web. Se você procurar no site YouTube pelo termo vai encontrar

mais de 5 mil vídeos. Rogério Carnieto, um dos responsáveis pela iniciativa, conta como a ideia surgiu: “Assistimos a alguns vídeos e tivemos a ideia de fazer algo semelhante, mas para divulgar algum projeto ou evento da igreja. E depois demos sequência às ideias”, revela. Em razão de o ensaio pela internet ser inviável, eles reuniram os jovens de cinco igrejas no bairro da Freguesia do Ó para treinar a encenação. Mobilizações como essa que promovem o projeto Vida por Vidas, enchem de esperança o coração de Bruna Lopes, 15 anos, estudante do Colégio Adventista de São Miguel Paulista, na Capital. Bruna está com leucemia, diagnóstico dado pelo médico após sentir um mal-estar enquanto subia apressadamente as escadas da escola. Há seis meses a adolescente faz tratamento com quimioterapia. “Conheci os adventistas quando comecei a estudar em São Miguel, admiro as ações solidárias que o colégio promove e agora estou feliz por essa campanha. Vejo no tratamento muitas pessoas como eu, que não conseguem encontrar um doador. Estou tentando vencer a doença sem precisar do transplante, mas nem

Como fazer?

todos os casos são como o meu. Muitos estão à beira da morte, é muito triste”, conta. A campanha – Criado em 2005, e premiado pela Organização Mundial da Saúde no ano seguinte, o projeto já faz parte do calendário anual da Igreja Adventista na América do Sul, continente no qual já mobilizou 300 mil doadores. Inicialmente, a intenção era suprir a demanda dos estoques de sangue nos hospitais e hemocentros, ao promover a conscientização sobre o tema e estimular a doação sistemática de sangue. Porém, a partir de 2010, a campanha terá mais uma bandeira: a doação de medula óssea. E para tanto, será preciso desvincular esse nobre gesto do medo e falta de informação que impendem muitos brasileiros de fazer o bem (ver box “Como fazer?”). Segundo dados do Ministério da Saúde, hoje o Brasil tem o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, com um milhão de pessoas inscritas. Os números podem parecer expressivos até se considerar que encontrar algum doador compatível nesse universo é muito difícil. “O projeto tem crescido a cada ano e esperamos que o número de doadores sistemáticos de sangue e, também, de medula cresça. Tão importante quanto as mobilizações pontuais são as doações regulares”, afirma o pastor Otimar Gonçalves, coordenador da campanha sul-americana. Na região sul do Estado de São Paulo, a regularidade na doação

Para você não ser impedido de doar por causa do medo ou da falta de informação, abaixo vão algumas dicas que mostram que esse gesto é simples, seguro e nobre:

Brasília, DF: Elvis Magalhães (dir.) recebeu a medula do próprio irmão Elder (esq.), um caso raro. Elder reconhece que a extração da medula dói um pouco, mas nada comparado à alegria de salvar uma vida. Os irmãos compareceram ao lançamento da campanha 34

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(1) Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde pode doar. A medula, que é retirada do interior dos ossos da bacia por meio de punções, recompõe-se em apenas 15 dias. (2) O cadastro no banco de dados nacional de doadores é feito mediante a coleta de informações pessoais e de uma amostra de 5ml de sangue. O teste sanguíneo vai revelar as características genéticas do doador. (3) A cada solicitação de transplante, os dados de doadores de todo Brasil são cruzados, a fim de encontrar alguém que apresente compatibilidade com o doente. (4) Quando é encontrado um doador, o mesmo é chamado para exames complementares e para realizar a doação. (5) A chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de uma em cem mil. Por isso, quanto mais doadores cadastrados, mais possibilidades existem de salvar vidas. (6) Para se cadastrar como doador, basta procurar o hemocentro mais próximo. Mais informações no site www.inca.gov.br.


Manaus: 500 jovens se apresentaram no hemocentro. Eles coletaram 50 bolsas de sangue e cadastraram 40 candidatos a doador de medula

é uma das principais ênfases. “O hospital Albert Einstein, por exemplo, já se acostumou a enviar um ônibus para a coleta de sangue quando o número de doadores é maior que 15”, destaca o pastor Helbert Roger, coordenador da campanha na região. A igreja mantém uma parceria com o Clube de Doadores ADV, cujo fundador e diretor Alfredo Quiroz, já familiarizado com a doação de sangue, encaminha grupos a hospitais específicos que apresentam maior carência de estoque em determinados períodos. Ações pelo Brasil – Em Manaus, AM, cerca de 500 jovens dedicaram o sábado, 20 de março,

para a doação de sangue e cadastro de doadores de medula. Foram coletadas 50 bolsas de sangue de doadores aptos e mais 40 cadastros para o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Na cidade, uma segunda mobilização está prevista para o dia 15 de maio, data do projeto Impacto Esperança. Segundo o Hemoam, hemocentro local, mensalmente são registrados 4 mil doadores e anualmente são coletadas 50 mil bolsas de sangue na região. Quatro dias depois foi a vez dos jovens de Brasília se deslocarem até o hemocentro para o lançamento da campanha na cidade. Elvis Silva Magalhães teve ane-

mia falciforme e foi um dos nove pacientes dessa doença a ser submetido ao transplante de medula no Brasil. Ele participou do lançamento e disse agora viver uma vida normal. “Eu fui agraciado por ter alguém compatível na família, mas isso é muito raro”, explicou. O doador foi seu irmão, Elder: “Dói um pouco, mas o benefício é muito grande, mesmo que seja para um desconhecido. Vai salvar uma vida e é isso que importa. Todo sacrifício vale a pena.” Argemiro Rosa Ferreira Neto concorda e por isso é doador regular de sangue e plaquetas. Por ter ouvido uma matéria sobre o projeto na rádio CBN decidiu também se cadastrar no Redome. “Esta campanha esclareceu a dúvida de todo mundo. Se me recupero em quinze dias, isso

não é nada. Todo mundo deveria doar”, incentivou. No ano passado, a campanha mobilizou 4,5 mil doadores de sangue no norte do Maranhão e para este ano a meta é recolher 5.500 bolsas de sangue. Por isso, no sábado de Páscoa, 3 de abril, o Colégio Adventista de São Luís virou posto de coleta. A estratégia dos organizadores foi estabelecer um calendário de doações, o que fez do projeto um dos grandes parceiros do hemocentro local. A iniciativa teve repercussão nas emissoras de TV da Rede Globo, Bandeirantes, Record e SBT, além do maior jornal local, O Estado do Maranhão. – Com reportagem de Jeanne Moura, Dayse Bezerra, Felipe Lemos, Tatiane Lopes, Ágatha Lemos, Lene Salles e Thiago Campossano.

Maranhão: Em São Luís, os jovens adventistas são os maiores parceiros do hemocentro. Resultado: a campanha tem destaque garantido na mídia local

Rápidas

Centro de Evangelismo Jovem é lançado pela TV

Mais de quatrocentos líderes de pequenos grupos, duplas missionárias, classes bíblicas e diretores do Ministério da Mulher e do Ministério Pessoal do centro-sul do Espírito Santo, reuniram-se no dia 20 de março no Centro Adventista de Treinamento e Recreação (Catre), de Guarapari, ES. O objetivo foi único: saber como usar as reuniões familiares e o trabalho em duplas para cumprir a missão. O orador foi o pastor Paulo Godinho, responsável pelos projetos missionários na Região Sudeste.

As igrejas adventistas paulistas se reuniram no sábado, 17 de abril, para algo que esperavam desde o início do ano: o lançamento do Centro de Evangelismo Jovem. Artur Nogueira, Hortolândia, São Paulo, Osasco, Guarulhos, Campinas, Cotia e Bauru foram algumas das cidades que acompanharam a transmissão ao vivo pela TV Novo Tempo. O Centro de Evangelismo Jovem é um site que reúne todas as atividades de evangelismo e serviço à comunidade realizadas pelos aventureiros, desbravadores e jovens. Além disso, disponibiliza materiais específicos para evangelismo e pequenos grupos de jovens. Durante o lançamento, foram apresentadas maneiras pelas quais os jovens podem se envolver na agenda do ministério para 2010, como no projeto Vida por Vidas e Reencontro. Para 18 de setembro, sábado em que se comemora o dia da juventude adventista, está prevista uma grande mobilização dos jovens paulistas no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, com a participação de cantores, grupos musicais e corais. Acesse www.evangelismojovem.com.br.

Em março, a educação adventista se mostrou preocupada com as questões sociais. Pelo menos foi o recado dado pelo colégio de Londrina, PR, que arrecadou 24 mil peças de roupas e calçados por meio de seus 1,2 mil alunos. A doação foi entregue ao Programa do Voluntariado no Paraná (Provopar). Atitude nobre tiveram também os alunos da Escola Adventista Alvorada, em São Paulo, que, em duas semanas, arrecadaram mais de 2 toneladas de alimentos para a população carente do Vale do Ribeira. Sistematizar, padronizar e informatizar o registro dos milhares de membros que congregam na Região Sudeste. Por causa desse desafio é que os responsáveis de secretaria das igrejas foram convocados a um treinamento. Sob a coordenação do pastor Leônidas Guedes, o encontro mostrou a relevância do trabalho desses voluntários, que inclui a identificação de quantos e quem são os membros, por exemplo.

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Gente

Secretário estadual recebe Tempo de Esperança

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Xico Graziano, recebeu do jornalista adventista José Maria de Lima, membro da Igreja Central de Conchal, SP, o livro Tempo de Esperança. A entrega foi feita por ocasião da visita da autoridade à cidade para a assinatura de um convênio intermunicipal.

A Folha de São Paulo publicou no dia 2 de abril, sexta-feira da Páscoa, um artigo do jornalista Michelson Borges, editor de livros da Casa. A reportagem “59% dos brasileiros acreditam em Deus e também em Darwin” procurou analisar uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha sobre a compreensão dos brasileiros acerca da origem da vida. O breve artigo de Michelson explica os pressupostos da teoria criacionista e mostra a incoerência de tentar conciliar o evolucionismo com o relato bíblico. A matéria informa que os adventistas do sétimo dia são um dos poucos grupos protestantes que ainda ensinam o criacionismo bíblico.

Documentário americano destaca hospitais adventistas

Horta comunitária da ADRA é premiada em Maringá No início de abril, representantes das hortas comunitárias de Ma-

Um documentário sobre a mensagem e o ministério de saúde da Igreja Adventista foi lançado no início de abril, nos Estados Unidos. Os Adventistas explora o que o cineasta independente Martin Doblmeier considera um paradoxo: uma comunidade de fé conservadora na 36

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No fim de março uma equipe da Rede Bandeirantes de Comunicação (Band) visitou a Associação Paulista Leste, em São Paulo, para entrevistar o pastor Josué de Castro sobre a Semana Santa. O ministro adventista foi um dos líderes religiosos consultados pela jornalista Eleonora Paschoal, na produção da reportagem que falou sobre o modo que Jesus tratou as mulheres. A matéria, foi exibida numa série especial sobre a vida de Cristo no Jornal da Band, principal telejornal da emissora. Na ocasião, a equipe de TV foi presenteada com os livros Vida de Jesus e Sinais de Esperança.

Vice-presidente do Senado recebe portfólio adventista

O corpo administrativo do Instituto Adventista Brasil Central (IABC), localizado em Abadiânia, GO, visitou o vice-presidente do Senado, Marconi Ferreira Perillo Júnior. Na ocasião, o senador foi presenteado com o livro Esperança Viva e convidado a realizar uma palestra para os alunos do internato. No dia 9 de março, ele visitou o IABC e falou aos alunos sobre o tema: “O jovem no século 21 e seus desafios”.

Nosso Amiguinho Júnior

Ano 6 Número

11

Maio de 2010

Ninguém pode ver o ar – Você pode? Mas ele existe, porque podemos senti-lo. Na verdade, ele está conosco o tempo todo einguém pode viver sem ar. : R$ 7,25 E XEMPLAR A VULSO

Do pastor João Batista e Maria Silva Macedo, na Igreja de Vila Nova, em Goiânia, GO, pelo pastor José Rosa. O casal tem uma filha.

Editor da Casa publica artigo no maior jornal do Brasil

Nosso Amiguinho

Aventuras da turma – Visitamos uma fábrica de lápis para contar pra você como é que o grafite vai parar no meio de um cilindro de madeira Página da Luísa – Com o segundo domingo de maio chegando, não perca a sugestão da Luísa para presentear sua mãe Bom sinal – Seção nova na área. A partir de agora, todo mês, você vai aprender algo em Libras, a Língua Brasileira de Sinais – Junho de 2010

De Irving e Wilma Hertlein, da Igreja de Lincoln, em Roseville, Califórnia (EUA). O casal tem dois filhos e dois netos.

TV Bandeirantes entrevista pastor sobre a Semana Santa

Vida e Saúde

Alergias – Quase três bilhões de pessoas têm, e você pode ser uma delas. Aproveite as dicas de combate e prevenção TOC – Não deixe que ele consuma seu tempo e energia Glutamato monossódico – Todo alimento industrializado salgado o contém. Fique longe disso!

ensina brincando

Do pastor Alcides e Zuila Rodrigues, em Florianópolis, SC, pelo pastor Gilvan Brito Correia. O casal tem três filhos e quatro netos.

Revistas de maio

a revista que

Bodas de Ouro (50 anos)

linha de frente da tecnologia médica. Saber por que os adventistas, que creem na breve volta de Jesus, preocupam-se com a longevidade e a qualidade de vida é o objetivo da produção. O filme conta a história dos pioneiros e o início da igreja, bem como o desenvolvimento dos principais centros médicos adventistas do país. Doblmeier, que se disse impressionado pela cultura do sábado, cogita filmar um próximo documentário em que aborde a rede educacional adventista mundial. Para comprar o DVD, acesse: www.journeyfilms.com.

Nosso Amiguinho,

De Arthur e Talita Iraíldes Schultz, na Igreja de Liberdade II, em Teófoli Otoni, MG. O casal tem cinco filhos, 15 netos e 13 bisnetos.

ringá, PR, foram homenageados na prefeitura local. Entre os participantes esteve a assistente social da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), Caroline Neves. O prefeito de Maringá, Silvio Barros, que é adventista, recebeu o Prêmio Nacional Rosani Cunha de Desenvolvimento Social, instituído pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) e parabenizou os coordenadores do projeto. A iniciativa, voltada para o público de baixa renda, foi premiada por prover segurança alimentar, inclusão social e geração de renda. Em Maringá, das 13 hortas que beneficiam 250 moradores, três são administradas pela ADRA.

: R$ 9,20 E XEMPLAR A VULSO

Bodas de Diamante (60 anos)

Colégio Adventista de Salvador ganha prêmio Top of Mind

Pelo segundo ano consecutivo, o Colégio Adventista de Salvador, BA, recebeu o prêmio como a marca mais lembrada do setor de educação no Estado. Este ano, na 15ª edição do prêmio, o colégio recebeu a premiação em duas categorias: ensino básico e ensino fundamental. Fundado em 1971, a escola tem investido cada vez mais em tecnologia.


F A L E CIM E N T O S “Bem-aventurados os que desde agora morrem no Senhor” Ap 14:13

Adail Juventino da Cunha – Aos 57 anos, em São Paulo, assassinado. Batizado havia três anos, atuou como diácono e responsável pelo patrimônio da igreja de Guaraú, em Peruíbe, litoral paulista. Deixa uma filha e um neto. Alfredo de Sousa – Aos 97 anos, vitima de parada cardíaca. Batizado havia 70 anos, frequentou as Igrejas do Ipiranga, Vila Alpina, na Capital paulista e São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo e Bauru, no interior paulista. Algumas de suas poesias foram publicadas na Revista Adventista, Mocidade e Nosso Amiguinho. Deixa sua esposa Nair, filhas, netos, bisnetos e dois trinetos. Amaro Manoel de Santana – Aos 66 anos, em Cabo de Santo Agostinho, PE, vítima de acidente. Batizado havia 46 anos, foi um dos pioneiros do adventismo na cidade. Deixa esposa, quatro filhos e seis netos. Anderson Júnior de Souza – Aos 35 anos, em Aimorés, MG, vítima de acidente automobilístico. Formou-se em Teologia no Iaene, em 1998. Atuou como pastor auxiliar nos distritos de Grão Pará e Central de Governador Valadares. Foi pastor distrital em Águas Formosas, Guanhães, São Jacinto e, atualmente, liderava o distrito central de Governador Valadares, MG, todos na Associação Mineira Leste. Deixa a esposa Geusane e dois filhos. Antônio dos Santos Pereira – Aos 77 anos, em Conchal, SP. Batizado havia 52 anos, atuava como diácono na Igreja Central. Deixa a esposa Eunice e duas filhas e dois netos. Antonio Scarpelli – Aos 92 anos, em Santo André, SP, vítima de insuficiência respiratória. Batizado havia 43 anos, atuou como diácono. Frequentou as Igrejas de Príncipe de Gales e Jardim Bom Pastor, em São Caetano do Sul, SP. Deixa a esposa Ana, uma filha e dois netos. Avenila Quirino da Silva – Aos 89 anos, em Hortolândia, SP. Batizada havia 70 anos, foi uma das pionei-

ras da Igreja da Fazenda Cachoeira, em Jaraguá, GO. Deixa três filhos, uma nora, oito netos e um bisneto. Auredes de Paula Toledo – Aos 90 anos, vítima de insuficiência respiratória. Batizada havia 75 anos, deixa oito filhos; 20 netos e 20 bisnetos. Edmundo Soares – Aos 91 anos e Iraídes Barbosa Soares, aos 86 anos, ambos vítimas de falência múltipla de órgãos, em Itajubá, MG. Casados por 63 anos e batizados há 51 anos, foram pioneiros do adventismo na cidade onde ajudaram a construir a Igreja Central. Deixaram três filhos, três netos e um bisneto. Geraldo Rodrigues de Oliveira – Aos 99 anos. Batizado havia 80 anos, frequentou igrejas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Deixa filhos, netos, bisnetos e trinetos. Herondino Rodrigues – Aos 87 anos, em Goiânia, GO, vítima de AVC. Batizado havia 46 anos, atuou como tesoureiro e diácono na Igreja Central de Pires do Rio, GO. Deixa oito filhos, 12 netos e cinco bisnetos. Ilza Ferrari – Aos 81 anos, em Goiânia, GO, vítima de AVC. Batizada havia 62 anos, atuou no ministério infantil e na ADRA. Era membro da Igreja Central de Caldas Novas, GO. Deixa o esposo Rubens, nove filhos, 19 netos e cinco bisnetos. José Carlos Martins Ribeiro – Aos 71 anos, vítima de parada cardíaca. Batizado havia 32 anos, atuou como diácono da Igreja de Vila Nova Aliança, RO. Deixa a esposa Ana Maria, seis filhos e nove netos. Maria Aparecida Garcia – Aos 97 anos, em Barbosa, SP, vítima de AVC. Batizada havia 41 anos, foi uma das pioneiras do adventismo na cidade. Deixa um filho, seis netos, 16 bisnetos e 17 trinetos.

Maria do Carmo Zulai – Aos 68 anos. Batizada havia 43 anos, frequentou as Igrejas Central, Horto Florestal e Iguatemi, todas em Maringá, PR. Marli Cecília Azambuja dos Santos – Aos 50 anos, vítima de câncer. Era membro da Igreja Central de Chapecó, SC. Martha Sartoti Hisi – Aos 88 anos, em São Paulo, SP. Foi uma das pioneiras da Igreja do Capão Redondo. Deixa dois filhos e dois netos. Maurílio Pereira Leal – Aos 61 anos. Batizado havia 47 anos, deixa esposa, três filhos e quatro netas. Neuza Coelho de Mello – Aos 76 anos. Foi pioneira do adventismo . Deixa quatro filhos e oito netos. Nilsa Kümpel Pimentel – Aos 67 anos, em Belo Horizonte, MG, vítima de câncer no sistema linfático. Era membro da Igreja do Jaraguá, em Belo Horizonte, MG. Filha de Carlos Kümpel, um dos pioneiros do adventismo no Rio Grande do Sul, deixa quatro filhos e quatro netos. Noêmia Silva de Castro – Aos 95 anos, vítima de infecção pulmonar. Batizada havia 26 anos, era membro da Igreja de Moinho Velho, em São Paulo, SP. Deixa seis filhos, 15 netos e dez bisnetos. Osley Belezi Lima – Aos 30 anos, em Curitiba, PR, vítima de acidente de trânsito. Era médico e trabalhava nos Hospitais Santa Cruz e de Clínicas. Nascido em lar adventista, frequentava a Igreja Central e deixa a esposa Alana. Ozorina de Almeida – Aos 80 anos, em Taquara, RS. Batizada havia 64 anos, era membro da Igreja do Instituto Adventista Cruzeiro do Sul. Deixa seis filhos (entre eles o pastor Siloé de Almeida), 11 netos e dois bisnetos. Pedro Dias – Aos 90 anos, vítima de problemas respiratórios. Batizado havia 51 anos, atuou por 40

anos como ancião da Igreja Central de Santo Angelo, RS, além de diretor do Ministério Pessoal e instrutor bíblico. E Maria Eva Dias, aos 86 anos, vítima de parada cardíaca. Atuou como diaconisa e vicediretora da ADRA. O casal deixa três filhos, 11 netos e 11 bisnetos. Roberto Gums – Aos 39 anos, em São Gabriel da Palha, ES, vitima de choque elétrico. Nascido em lar adventista, era membro da Igreja de Córrego Fartura, onde atuava como líder dos jovens. Deixa mãe e irmãos. Ronaldo Rodrigues Madeira – Aos 62 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de câncer. Batizado havia 51 anos, era membro da Igreja de Santa Bárbara, em Niterói, RJ, onde atuou como tesoureiro. Deixa esposa e três filhos. Rubens Teixeira dos Santos – Aos 33 anos, em Rio Bananal, ES, vítima de câncer. Batizado havia 11 anos, atuou como professor de Escola Sabatina, ancião, colportor e instrutor bíblico. Deixa os pais e dez irmãos. Sebastião Inácio de Souza – Aos 77 anos, em Periquito, MG. Era diácono e vice-diretor do grupo local. Deixa a esposa Euli, cinco filhos, 13 netos e oito bisnetos. Simão Benedito Castelo – Aos 89 anos, em Cuiabá, MT, vítima de câncer de pele. Batizado havia 40 anos, ajudou na construção da Igreja de Santa Helena, na qual atuou como diácono. Deixa esposa, seis filhos (entre eles o pastor Juracy Castelo), dezoito netos e onze bisnetos. Ubirajara Alves da Costa – Aos 83 anos, em Cerquilho, SP, vítima de edema pulmonar. Batizado havia 12 anos, deixa a esposa Rivanda e dois filhos. Tereza Teixeira de Freitas – Aos 81 anos, em Conchal, SP, de insuficiência respiratória. Batizada havia 41 anos, durante oito anos trabalhou na Clínica Adventista de Campinas, SP. Deixa quatro irmãos. Revista Adventista I maio • 2010

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