Revista da Unimed 1º Trimestre de 2012

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Revista da

Unimed ANO 36 | Nº 175 | Trimestre 02 - 2012 | www.unimedvtrp.com.br Av. Benjamin Constant, 1058 - 5º andar - CEP 95900-000 - Lajeado/RS

Hábitos saudáveis A prática de atividades físicas deve vir de berço

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Terceira Idade É preciso saber viver

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Prevenção Cuide do seu coração

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Expediente Unimed – Cooperativa de Serviços de Saúde dos Vales do Taquari e Rio Pardo Ltda. Revista da Unimed – publicação que substitui o Jornal da Unimed, lançado em agosto de 1977 – circulação trimestral

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A prática de atividades deve vir de berço

físicas

Fotos: Alexandre Borges (capa), divulgação e arquivo pessoal

Modelo da capa: Ruben Inácio Beck e Severa Borowsky Projeto gráfico e diagramação: TaoS Comunicação e Marketing

A hora de tirar o bebê do ninho

Redação: Daniel Silveira, Josiane Rotta Jornalistas responsáveis: Daniel Silveira (Mtb/RS 9758) Josiane Rotta (Mtb/RS 11834) Equipe editorial: Dr. Paulo Roberto Jucá, Danielle Harth, Daniel Silveira, Josiane Rotta, Aline Tonini e Viviane Bertolo. Impressão: Grafocem Impressos Gráficos Tiragem: 30.000 exemplares Circulação dirigida: distribuição gratuita para cooperados, empresas conveniadas, clientes de planos familiares, serviços credenciados, co-irmãs, entidades médicas, entidades culturais. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a opinião dos responsáveis por este jornal.

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É preciso

De inspiração a caso de saúde pública

www.unimedvtrp.com.br SAC: 0800 051 1166

Comercialização e Administração de Planos de Saúde Assistenciais. Comercialização de Programas de Saúde Ocupacional.

saber viver

Nem todo cisto no ovário é preocupante

E-mail: imprensa@unimedvtrp.com.br

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editorial

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Cuide do seu coração

Notícias Unimed

O aumento mundial da expectativa de vida tem aberto uma nova perspectiva para as pessoas da terceira idade. O que fazer com os anos que virão após a aposentadoria e a saída dos filhos de casa? Como cuidar da saúde nesta etapa e como chegar bem até ela? Estes questionamentos e outros estão retratados na reportagem de capa dessa edição. Em outra matéria, a Revista da Unimed de maio apresenta os benefícios da prática

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de atividades físicas para as crianças e também dá dicas das modalidades esportivas adequadas para cada faixa etária. Além disso, os leitores poderão conhecer a nova composição do Conselho de Administração, que reelegeu para os cargos de presidente e vice-presidente os médicos Carlos Antonio da Luz Rech e Aldo Pricladnitzki, respectivamente. Uma boa leitura a todos!


hábitos saudáveis

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A prática de

atividades físicas deve vir de berço

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ustavo Henrique Cornélius, de 6 anos, já tem no currículo mais tempo de atividade física do que muita gente grande. Desde os 2 aninhos o menino faz aula de natação. Inicialmente foi uma sugestão médica, para o tratamento de uma bronquite asmática. Mas o guri pegou gosto pelo esporte e não largou. É um compromisso certo, nas segundas e nas sextas-feiras. O pai, o professor de Educação Física Paulo Henrique Cornélius, 39 anos, que no começo só acompanhava o garoto, com o tempo também se sentiu motivado a entrar na piscina e dar suas braçadas, prática que mantém três vezes por semana. “Sabemos dos benefícios da atividade física e por isso ela foi incorporada à rotina da nossa família”, comenta Cornélius, acrescentando que a esposa, a professora de Biologia Fernanda Cornélius, 28 anos, vai todos os dias à academia. Gustavo até já experimentou outros esportes, como o futebol, mas preferiu manter a natação. Segundo o pai, é um menino bastante ativo, gosta de brincar e de andar de bicicleta. Mas como nem todas as crianças de hoje em dia são ativas ou se exercitam como as de outrora – com brincadeiras de rua ou deslocamento a pé para a escola - é bom que desde cedo os pais e/ou cuidadores coloquem os pequenos para se mexer. O pediatra Luiz Alberto Mattiello, de Teutônia, diz que as atividades físicas servem não só para trazer benefícios à saúde física das crianças – como o controle da massa de gordura no corpo - mas também para desenvolver sua estrutura psicológica, habilidades psico-

motoras e intelectuais. A prática esportiva sempre será um excelente estímulo para o desenvolvimento do corpo e da mente. De acordo com o pediatra, a infância é o período mais adequado para iniciar e consolidar a prática de atitudes e comportamentos saudáveis, porque neste período o ser humano está em processo de aprendizado constante e aberto a novos conceitos. Os pais e adultos que convivem a criança devem ter isso em mente, pois elas se espelham nos adultos de suas relações. Ou seja, segue prevalecendo a máxima que “educa-se pelo exemplo”. Toda criança pode e deve praticar atividades físicas, salvo poucas contraindicações. Desde os 6 meses já existem exercícios que estimulam o desenvolvimento: o próprio cercado permite à criança observar o ambiente, brincar e se apoiar para ficar de pé. Nesta fase, já podem fazer natação, que estimula o desenvolvimento da psicomotricidade. Entretanto, é contraindicada se ela sofre de otite e rinite-sinusite crônica. A partir dos 10 meses ela deve ter espaço para engatinhar e depois começar a andar com apoio. Na criança de 1 a 3 anos, deve ser estimulada a atividade física lúdica (brincadeiras). O pediatra Luiz Alberto Mattiello observa que o direcionamento para um único esporte pode privar o desenvolvimento de certos grupos musculares. Por isso, faz uma ressalva: “Permita que seu filho tenha o maior número de experiências esportivas antes de canalizar sua atividade para uma só”.

Segundo ele, devemos respeitar o desenvolvimento neurológico e motor da criança e proporcionar atividades prazerosas e adequadas para a faixa etária, de forma repetida, com a participação ativa e afetiva dos pais. Pais presentes estimulam mais seus filhos: o sorriso, o elogio, o afago e o abraço fazem a diferença.


Atividades devem ser

prazerosas

Além de pensar na saúde física, devemos ter em mente algo que para a criança é o que mais importa: ao praticar uma determinada atividade física, ela não pensa em seus benefícios fisiológicos, mas aproveita a satisfação prazerosa do momento. Então ela deve fazer algo que lhe dê prazer.

Os pais devem procurar qualquer atividade que a criança se identifique, sem jamais se preocupar com competições e resultados. “Vale lembrar que seu filho ainda é uma criança e não um atleta profissional. Se os treinos não servirem para que ela alcance grandes performances, pelo menos podem tor-

ná-la mais saudável física e mentalmente”, comenta o médico. Estimular não significa fazer cobranças excessivas as quais podem associar a ideia de derrota com fracasso, provocar aversão ao esporte quando adulto e até causar transtornos de caráter. Sobrecarregá-lo com múltiplas e

extenuantes atividades também trará problemas. Nos jogos coletivos (brincadeira ou qualquer outra atividade em grupo) as crianças aprimoram seus contatos sociais, sentem-se pertencentes a um grupo (as crianças introvertidas têm grandes benefícios psicológicos), melhoram o autocontrole (os pequenos aprendem

desde cedo que existem regras, limites, que não se pode ganhar sempre), aprendem a valorizar o esforço conjunto, a lidar com a derrota e a frustração, a perseverar e a superar seus próprios limites levando a um crescimento emocional inquestionável. “Além disso, criança que pratica uma atividade física regular acaba deixando

de lado um pouco o computador, a televisão e o video game, trocando inconscientemente estes artefatos tecnológicos por amigos de verdade”, observa o pediatra. O esporte ajuda a crescer, incentiva o trabalho em equipe, “ensina” a lidar com a frustração de perder e com a euforia de ganhar um jogo.


rcitar? xe e e s m ve e d s a ç n Por que as cria

nças precisam Você sabia que as cria s de atividades uto min 90 nos de pelo me o não preciíod per físicas por dia? Esse dividido e ser e pod o, upt terr sa ser inin pensa m que -se espaçado. E engana de tica prá de ndo fala os que estam s. ada aliz eci esp esporte em escolas ples e que sim bem o alg a sej Basta que

er: brincar. “Essa toda a criança sabe faz ca para uma físi de ida ativ r é a melho ela o pediatra rev el”, criança ser saudáv llo. ttie Ma erto Luiz Alb olve a força A atividade física desenv istência; res e de ida ibil flex lar, muscu tora; estimo ão naç rde aperfeiçoa a coo enta a aum eo; mula o metabolismo óss

do dia-a-dia; Satisfação nas atividades s motoras; ade Melhoria em suas habilid ; ões Redução de les arismo; nicas ligadas ao sedent Redução de doenças crô tima; Melhoria em sua autoes ial; sabilidade e senso soc pon res sua em ria lho Me

a e cardíaca; capacidade respiratóri tite, mas previape o e or hum o ra melho go prazo, lon em e, ; ne a obesidade o, nsã erte hip de o risc o i diminu ica uêm isq ia pat dio diabetes e car . se) lero osc teri (ar atividade física A criança que pratica regular obtém:

são pessoal e liberdade; Melhoria em sua expres já comprovama da média. Estudos aci Desempenho escolar gens fazem via e os ent nam disso, trei ram esta relação. Além uma rotina de ade uira a responsabilid idade com que a criança adq ativ a e udo est ar cili siga con escolar para que ela con s. doi dos dimento em nenhum física sem perda de ren

As modalidades mais indicadas para cada

faixa etária

O pediatra Luiz Alberto Mattiello assinala que há diferença entre atividade física e esporte. “Entende-se por esporte a atividade física associada à competição e que visa resultados”, explica ele. O esporte é importante na formação do caráter porque desenvolve a sociabilidade (função do conjunto), respeito às regras (limites), empenho (essencial para o sucesso) e o modo de lidar com a vitória e a derrota. Por outro lado, acarreta riscos de lesões físicas (luxação, fratura, rompimento de ligamentos, entorses), desidratação (pelo calor) e sobrecarga psicológica (conflito emocional). As atividades certas para cada faixa etária dependem do desenvolvimento físico e emocional da criança.

Entre 2 e 5 anos - fase pré-escolar; a criança deve desenvolver atividades físicas que promovam coordenação, orientação espaço-temporal, equilíbrio, ritmo, entre outras. Nesta fase devem praticar brincadeiras e jogos que estimulem a psicomotricidade e o conhecimento de seu próprio corpo. O esporte serve como fator de iniciação à socialização com as demais pessoas e o ambiente em que a criança vive. Atividades: jogos com bolas, danças e canções que envolvam o toque das mãos nas diversas partes do corpo, movimentos de girar, abaixar, subir e correr.

Entre 8 e 11 anos - já se pode indicar uma atividade favorita sem dar ênfase no aspecto competitivo. Trata-se de uma associação de ginástica e jogos. Estimular jogos e brincadeiras que envolvam além do esforço físico, estratégias e raciocínio mais elaborado, como xadrez, mímicas, entre outros. As crianças também devem participar de atividades que as façam raciocinarem rapidamente, como passar a bola e chutar para a pessoa certa, correr e esperar o adversário.

Acima de 11 anos - a fase da iniciação esportiva. Nesta idade a criança adora viver em grupo, sendo assim, estimule os esportes coletivos. Aqui vale prestar atenção no esporte de que a criança mais gosta e, então, incentivar a prática do mesmo. A partir dos 12 anos já se pode iniciar treinamento visando resultados.

Entre 6 e 7 anos - é nessa fase que se desenvolve o maior número de habilidades na criança. É hora de experimentar todos os esportes possíveis: andar, correr, pular, subir, nadar. A criança aqui aprende a viver em grupo e passa a relacionar suas capacidades físicas motoras (força, resistência e velocidade) com suas capacidades físicas coordenativas (equilíbrio e noção de distância) à capacidade física mista (flexibilidade). Estimule jogos que necessitem de habilidades, como queimada e pega-pega.


evento 06

U

m evento especial foi organizado pela Unimed VTRP, entre o final de fevereiro e o início de março, proporcionando uma experiência mágica para seus clientes: um voo de balão cativo. Foram três edições, nas cidades de Charqueadas (no pátio do Centro Clínico), Lajeado (no Parque Professor Theobaldo Dick) e Santa Cruz do Sul (no Parque da Oktoberfest). Centenas de pessoas da comunidade compareceram aos locais, assistiram de perto e fotografaram o inflar do balão. Teve mateada com a Ervateira Santa Cruz e animação dos Doutores P – trupe de artistas que leva alegria e arte aos pacientes do Hospital São Sebastião Mártir, de Venâncio Aires. As crianças puderam se divertir em brinquedos infláveis e no playground da Xalingo. A ação foi voltada a clientes que adquiriram planos de saúde familiares durante a campanha de vendas “Vale a pena ter Unimed”, realizada entre os meses de novembro e dezembro do ano passado. A ação adotou o slogan “Cuide da sua saúde, curta a vida com tranquilidade e ainda ganhe uma experiên-

cia mágica: um voo de balão cativo”. Também puderam voar os clientes antigos que indicaram pessoas que fecharam o negócio no decorrer da campanha, os ganhadores de sorteios promovidos pela Unimed VTRP em parceria com veículos de imprensa e no Facebook, além de pessoas da comunidade que participaram de sorteios durante a atividade. Em grupos de cinco, os convidados puderam embarcar no balão e ficar no ar por cerca de 15 minutos. A experiência agradou os participantes. “Achei que eu ficaria com medo mas foi muito emocionante, ótimo. No momento em que a chama do balão acende, é muito legal”, disse Regina Gheno dos Santos, que participou do evento em Santa Cruz do Sul. Kalina Cariry, que voou em Lajeado, compartilhou da mesma opinião. “Foi uma experiência muito legal, com emoção e movimento. Parecia que estávamos navegando no ar”, afirmou. O trabalho foi conduzido pela empresa JK Balonismo, de Canoas. No voo cativo, o balão fica preso ao solo por cordas, e pode subir a até 30 metros de altura – o equivalente a um prédio de 10 andares.


• O balão tinha aproximadamente 50 metros de circunferência. • Utiliza o gás propano, que é 100% limpo e não prejudica a natureza. • O balão é a forma mais antiga de voar, Santos Dumont viajava nele antes de criar o seu primeiro avião. • Voar de balão também é estar em contato direto com a natureza, com visão panorâmica de 360º.


infância 08

Q

A hora de tirar o

bebê do ninho

ue atire a primeira pedra a mãe que não sentiu um aperto no peito ao virar as costas, para deixar o filho na creche, ao término da licença-maternidade. A maioria sabe dos benefícios para o bebê, da importância de socialização com outras crianças e do estímulo para o seu desenvolvimento. Mas não adianta, ficam o sentimento de culpa, a insegurança e as dúvidas: “Vão tratar bem meu filho? Ele vai receber atenção e se alimentar direitinho? Continuará gostando de mim? Resistirá às famosas viroses?”. Por mais doloroso que seja para algumas mães, esse momento de separação é tão importante quanto necessário. Mas se houver uma preparação, a família poderá passar por esta etapa de uma forma mais tranquila e menos traumática. “O ideal é que antes de o bebê entrar na creche, a mãe já divida com outras pessoas os cuidados com o seu filho e permita o convívio dele com outros familiares”, sugere a psiquiatra Ivone Cláudia Cimatti, de Venâncio Aires. A médica acrescenta que, para que a mãe se sinta mais segura, ela conheça

previamente o estabelecimento onde irá deixar o bebê e passe por um processo de adaptação antes da separação completa. Foi o que fez a funcionária pública Daniela Gusson, 30 anos, mãe do Davi, de 6 meses. Depois de emendar um mês de férias nos quatro meses de licença-maternidade, protelando assim o afastamento, ela matriculou o filho na escolinha em turno integral. Porém, na primeira semana, lá deixava o bebê por apenas algumas horas. “Para mim foi muito triste. No primeiro dia ele ia ficar só duas horas mas acabou ficando toda a manhã. Ele estava super bem, não estranhou, não fez manha. O período de adaptação é mais para a mãe do que para a criança”, comenta ela. Daniela optou por alimentar Davi, até o sexto mês, exclusivamente com leito materno. Por isso, nas primeiras semanas de creche, saía do trabalho duas vezes por turno, para amamentar o rebento. Com essas “escapadinhas”, foi amenizando a saudade até se acostumar à nova rotina. “É difícil para as mães, mas a melhor fase para que os bebês entrem na creche é quando são mais novinhos. Eles ainda não entendem que a mãe está se separando deles. Eu já trabalhei em creche e percebi que os maiores, que já entendiam a situação,

choravam mais e não se adaptavam tão fácil”, lembra a funcionária pública. Apesar de sentir a distância, está feliz por que na creche seu filho convive com outras crianças e, sem ter a atenção exclusiva que tinha em casa, está aprendendo a dividir a atenção dos cuidadores com os coleguinhas. A psiquiatra explica que quando essa separação é realizada adequadamente, o bebê estará sendo preparado para enfrentar o mundo e o desconhecido com mais segurança. “Vai vivenciar na creche um ambiente com mais estímulos, o que acelerará seu desenvolvimento cognitivo, sua socialização e sua capacidade lúdica, habilidades importantes para o sucesso futuro. A relação inicial de dependência é importante no desenvolvimento, mas um dia tem de ser rompida”, analisa Ivone.


Confusão na cabeça das mães

Nunca saia escondido de seu filho

Diminuindo o sentimento de culpa

Depois de carregar seu bebê durante os nove meses de gravidez e de tê-lo por perto todo o tempo da licençamaternidade, a hora de retornar ao trabalho é um choque para a maioria das mulheres. Neste momento elas vivenciam sentimentos ambivalentes: de um lado há o desejo de dar continuidade a uma carreira profissional - com desenvolvimento pessoal e retomada das atividades de lazer -, e de outro, a vontade de seguirem sendo cuidadoras exclusivas de seus bebês. Além disso, em nossa sociedade as mensagens também são opostas: ao mesmo tempo que permanece presente a ideia de que a boa mãe deve dedicar-se integralmente aos cuidados do filho, há um estimulo para que essa mesma mulher seja independente e tenha outras formas de realização que não no papel de mãe, esposa, dona de casa. Outros fatores que podem gerar sentimento de culpa estão relacionados ao planejamento ou não da gravidez, disponibilidade para vivenciar o papel de mãe naquele momento de vida, revivência - mesmo inconsciente - da separação dela mesma da mãe em sua infância. “Neste momento, também pode estar presente o medo de perder o amor do bebê para a cuidadora. Mas é fundamental que fique claro: os papéis são diferentes e a cuidadora não é uma substituta da mãe, mas um terceiro a participar dessa relação que acolherá mãe e bebê neste processo”, completa a médica.

Para as mães fica a impressão de que ninguém cuidará de seu bebê tão bem quanto elas. O que de fato é verdade. Acontece que o cuidado da mãe para com o bebê é singular, mas não quer dizer que ele não será bem cuidado na creche. Segundo a psicóloga Elizabeth Wessel, do Espaço Vida de Lajeado, insegurança, medo, ansiedade, inquietação, dificuldades na concentração são esperados em mães que vivenciam este processo. “O retorno ao trabalho, com a entrada da criança na creche, é um dos momentos mais dolorosos na relação da mãe com o seu bebê”, acrescenta ela. A mãe deve respeitar e seguir as orientações inciais da escolinha e precisa transmitir calma ao seu filho. A psicóloga diz que o choro na hora da separação é frequente e nem sempre significa que a criança não queira ficar no estabelecimento. Assim como a ausência do choro não significa que a criança não esteja sentindo a separação. Também cabe à mãe entregar a criança ao educador, colocando-a no chão e incentivando-a a ficar na escola. Não é recomendável deixar o educador com o encargo de retirar a criança do colo da mãe. “E nunca saia escondido de seu filho. Despeça-se naturalmente. Isso fará com que ele se sinta mais seguro. Caso contrário, ele pode ficar com medo de 'perder' a mãe e não querer mais voltar para a creche”, aconselha a psicóloga. E mais: incentive a criança a procurar a ajuda do seu educador quando necessitar algo, para que crie laço afetivo com ele. Se os pais confiam na creche, sentirão segurança na separação e esse sentimento será transmitido à criança, que suportará melhor a nova situação.

Conheça a creche e seus profissionais, para se sentir mais segura e criar uma cumplicidade com eles, atenuando o sentimento de culpa por deixar seus filhos ali. Afinal, você não está abandonando seu pimpolho, pois a creche também é parte importante para o desenvolvimento infantil; Aceite que estar feliz é importante para ser uma boa mãe - e que isso passa pela realização profissional; Quando o que impele a mãe ao trabalho é uma necessidade financeira, mais que a realização pessoal, ela deve valorizar essa tarefa e essa dedicação como importante para o presente e o futuro de seu bebê; Preocupações e sentimentos conflitantes são considerados normais neste momento. Por mais duro que seja afastar-se do filho durante algumas horas diárias, ou mesmo por várias, essa retomada profissional não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Muitas vezes será preciso fazer escolhas difíceis. Mas, no final, tudo entra nos eixos; Muitas vezes as mães têm múltipla jornada: profissional, mãe, esposa, dona de casa. Portanto, é de extrema importância a participação do pai ou, na ausência desse, de outro familiar na divisão de tarefas, para que ela disponha de tempo livre para o bebê; Lembre-se: assim como o papel social da mulher vem mudando ao longo dos anos, a função e os objetivos das creches também. Se inicialmente esses lugares somente satisfaziam as necessidades fisiológicas básicas dos bebês, hoje são locais com função educativaafetiva, onde cada um é acolhido em sua individualidade e suas famílias têm participação ativa nesta construção dos novos vínculos. As cuidadoras são cada vez mais capacitadas, treinadas e ouvidas, inclusive em suas demandas psicológicas. E contam com supervisão de profissionais de pedagogia e psicologia.

Fontes: psiquiatra Ivone Cláudia Cimatti e psicóloga Elizabeth Wessel


terceira idade 10

É preciso

saber viver H

á algum tempo, a imagem clássica de pacatos avós em cadeiras de balanço vem se tornando desbotada, como uma fotografia em sépia. O aumento da expectativa de vida e a melhoria das condições de saúde com que se chega à terceira idade têm promovido uma mudança na rotina desse grupo de pessoas. Chegar aos sessenta com gás de sobra já é algo bem comum. Mas manter-se ativo e desfrutando deste privilégio não é só uma questão de lazer, mas também uma necessidade física e mental. Conforme a nefrologista Cynthia Caetano, que atua como médica promotora da saúde no Espaço Vida da Unimed em Santa Cruz do Sul, o envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas. “A palavra 'ativo' refere-se à participação contínua dos indivíduos nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho”, esclarece a profissional. Segundo a médica, é importante que aqueles que se aposentam, portadores de doenças ou necessidades especiais possam encontrar formas de se senti-

rem úteis na sociedade. “O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e com qualidade para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados”, explica Cynthia. Entretanto, é preciso encarar essa nova fase da vida de forma positiva. A aposentadoria não deve ser considerada o início de um período de improdutividade mas sim o momento de uma mudança nos interesses e aptidões, de acordo com a capacidade de cada um. “Muito deste sentimento negativo tem a ver com a forma de encarar o envelhecimento. A produção física, social e intelectual na terceira idade pode revelar aspectos novos para a pessoa, como autoconhecimento, voluntariado e motivação”, comenta. De acordo com a médica, houve uma época em que o indivíduo passava a vida inteira trabalhando e, quando se aposentava, tudo o que ele queria mesmo era descansar, passar o dia relaxando em casa sem ter de cumprir com obrigações ou seguir horários. “A palavra de ordem era descanso. Mas o que vem acontecendo ultimamente no segmento da terceira idade é uma sensível mudança de comportamento, de um aposentado inerte e passivo para um cidadão mais atuante na sua comunidade”, avalia.


A manutenção de uma vida social e de outros hábitos saudáveis, como a atividade física regular, pode ajudar as pessoas a enfrentar desafios da terceira idade como os transtornos de humor (depressão e ansiedade), as demências (mal de Alzheimer) e abuso de álcool ou medicamentos. Todos eles, de alguma forma, podem afetar a memória, capacidade de julgamento e autonomia para exercer as atividades de vida diária. No tratamento destes males, são muito importantes as terapias de apoio individual ou em grupo bem como o suporte familiar. “O relativo distanciamento dos filhos à medida que se tornam independentes e a sensação de vazio após a aposentadoria podem ser minimizados quando o idoso trabalha novos projetos de vida, sejam eles direcionados para a promoção da saúde, o lazer, projetos sociais e espiritualidade”, sugere Cynthia Caetano. Dentro desse contexto, as estruturas de apoio ao idoso – família, amigos, grupos e cuidadores – são fundamentais tanto para aqueles que apresentam algum grau de dependência para realizar as atividades diárias como para a troca de experiências, motivação, reforço dos laços afetivos e segurança no processo de envelhecimento. É importante observar que a velhice não é nenhuma surpresa: todos sabem que, seguindo as leis da natureza, a maioria das pessoas vai chegar neste estágio da exis-

tência. Portanto, a adoção de hábitos saudáveis nas etapas anteriores – infância, adolescência e idade adulta – são ações que podem influenciar diretamente sobre a qualidade de vida que se terá quando se ingressar na terceira idade. Além disso, a realização de exames preventivos que detectem doenças crônicas como, por exemplo, diabetes mellitus, hipertensão, dislipidemia (colesterol e/ou triglicerídeos elevados no sangue) em fase inicial são recomendáveis em qualquer faixa etária. “A promoção da saúde, hoje, não é mais considerada um luxo, mas sim um investimento que a médio e longo prazo terá resultados importantes”, defende Cynthia Caetano. A médica usa como referência para sua afirmação o conceito adotado pela Organização Mundial da Saúde, que leva em consideração o bem estar físico, mental e social dos indivíduos, e não somente a ausência de enfermidades. A médica também aproveita para tranquilizar aqueles que se desesperam com o surgimento de cabelos brancos e rugas. “Com o aumento significativo na expectativa de vida dos brasileiros, é importante reconhecer que a idade cronológica não é mais um marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento. Mais importante é a capacidade funcional, ou seja, aquilo que cada pessoa pode realizar no seu cotidiano com autonomia e independência”, afirma.


Viagens, atividades físicas e

palavras cruzadas

As viagens durante o ano são um dos principais hobbies do casal Ruben Inácio Beck, 80 anos, e Severa Borowsky, 78. Ao longo do ano são duas ou três para visitar os filhos que moram em diferentes regiões do Brasil. Por esse motivo, já estão com as passagens compradas para, em agosto, ir até Rio Branco, no Acre. Pela mesma razão, também costumam visitar os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina. Os preços mais acessíveis também têm contribuído para que o casal vá para outros lugares, como Foz do Iguaçu e o litoral da Bahia, ao lado de amigos. “A viagem para Porto Seguro foi uma beleza, com um grupo de pessoas conhecidas”, recorda Ruben. Outro programa do qual o casal não abre mão são as aulas de atividades físicas no Espaço Vida Unimed de Santa Cruz do Sul, duas vezes por semana. “Adoro os encontros, é o nosso hobby principal”, conta Severa. Ela considera o Espaço Vida sua segunda casa e se sente muito à vontade por lá. Ela também destaca que as aulas permitem se relacionar com os demais colegas. “A amizade é muito importante, além de estarmos em contato com outras pessoas”, analisa. A dupla também realiza atividades em separado. Ruben costuma fazer caminhadas e Severa, vez ou outra, toca teclado. Entretanto, o casal ainda guarda um tempinho para, diariamente, resolver juntos as palavras cruzadas dos três jornais que assina.

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A aposentadoria do magistério aos 48 anos de idade foi apenas a oportunidade para que Marlene Therezinha Jungblut Ritt, 75, voltasse a praticar seu hobby. Com mais tempo livre, ela passou a dedicar-se às Marlene (2ª da es querda para a dir atividades da paróquia que frequenta. Como sempre gostou de cantar, eita) considera convívi o no coral impo também retomou a atividade. Atualmente, ela integra dois corais – o dos rtante para sua qualida de de vida grupos de terceira idade Raio de Sol, da Comunidade da Catedral São João Batista, e o Grupo de Canto Arte de Viver. O primeiro é formado só por mulheres e possui um repertório voltado às canções religiosas, apresentadas durante as celebrações da igreja. Já o segundo grupo, misto, possui um repertório mais eclético. “Sempre gostei de cantar. É algo que me traz alegria e realização interior”, conta Marlene, que costumava participar de corais na juventude. Entretanto, os compromissos da vida adulta – casamento, filhos, faculdade e casa, afastaram-na da música por alguns anos. “Não conseguia conciliar tudo”, admite. Durante o período longe das cantorias, Marlene sentiu falta do convívio com as pessoas. Para a aposentada o retorno à música representa a possibilidade de manifestar sentimentos, o que ela considera muito importante. “A gente cria amizades no grupo, faz muito bem para o lado emocional”, justifica.

Sandra G

“Cantar me traz alegria e realização interior”


mulher 13

Nem todo cisto no ovário é preocupante

odos os meses, principalmente no período fértil da mulher, os ovários desenvolvem cistos que são chamados cistos foliculares ou funcionais. Eles têm duas funções: liberam o óvulo no momento da ovulação e produzem hormônios. São eles que, no caso de uma gestação, passarão por uma transformação e serão os responsáveis pela manutenção hormonal até a placenta assumir esta função. Ou

T

seja, nem todo cisto no ovário é preocupante. “Entretanto, caso esta ovulação não ocorra, poderão surgir os cistos disfuncionais que devem ser monitorados”, alerta a ginecologista Fabiana Frey Juruena, de Santa Cruz do Sul. Os cistos foliculares normais geralmente não apresentam sintomas. As queixas mais comuns estão associadas aos cistos que são volumosos, rotos ou naqueles em que ocorre torção (situação grave, que necessita de procedimento cirúrgico de urgên-

Fique atenta

e outros focos de endometriose. “Os cistos ovarianos de qualquer tamanho - com septações ou papilas - e os tumores sólidos ovarianos sempre devem ser investigados, pelo risco de serem malignos. Também necessitam investigação os tumores císticos em meninas que não menstruaram e nas mulheres que já passaram pela menopausa”, completa a médica. As pacientes mais propensas a tumores malignos de ovários são

Somente os cistos funcionais ou foliculares são normais. Os cistos disfuncionais devem ser monitorados e, quando acima de 5 a 7 cm, geralmente necessitam intervenção cirúrgica pelo risco de torção. Nos casos de endometrioma pode ser indicada uma cirurgia para avaliação do cisto

Ovários policísticos Em se tratando de cistos nos ovários, também existe a síndrome dos ovários policísticos. São os casos em que não ocorre a ovulação, chamada de anovulação crônica. Os sintomas são irregularidade menstrual, amenorreia (ausência de menstruação) e hirsutismo (aumento dos pelos). Nestes casos, apesar dos ovários, hipotálamo e hipófise serem funcionantes, ocorre uma falha nas respostas hormonais.

cia). Já nos casos de endometriomas (lesões císticas com conteúdo espesso no seu interior), o principal sintoma é a dor pélvica no período menstrual (relacionada à endometriose). Segundo a ginecologista, a formação de cistos ovarianos pode ser prevenida pelo uso de anticonceptivos hormonais combinados, que bloqueiam o funcionamento ovariano. “Isto diminui a a incidência de cistos ovarianos e está também associado à redução de tumores malignos no ovário”, completa a médica.

mulheres acima de 50 anos, que não engravidaram, não usaram anticonceptivos orais combinados, que têm história familiar de câncer de ovário ou casos de familiares de primeiro ou segundo grau com câncer de intestino e mama, e que consomem carne e gordura animal. O tratamento é indicado dependendo do tipo de lesão ovariana, mas na maioria dos casos a prevenção com anticonceptivos orais é o mais indicado.

Trompa de falópio

Cervix

Ovário Útero

Vagina


tuberculose

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De inspiração a caso de saúde pública

U

m dos versos mais conhecidos de Manuel Bandeira retrata o seu desânimo com um problema de saúde. Em “Pneumotórax”, ele expressa com ironia sua impotência diante da tuberculose. Muitos trovadores e escritores antes de Bandeira conviveram com a doença, vindo até mesmo a morrer em virtude dela. Fonte de sofrimento e inspiração para poetas como Castro Alves, Casimiro de Abreu, Augusto dos Anjos e Álvares de Azevedo, a tuberculose segue atingindo milhares de pessoas no mundo inteiro. A enfermidade é provocada por uma bactéria, o Bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), que atualmente afeta cerca de 2 bilhões de indivíduos no mundo, a grande maioria em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. O Ministério da Saúde divulgou em março deste ano um relatório sobre a situação da doença no Brasil. De acordo com o estudo, o número de casos no país em 2011 teve uma queda de 3,54% em relação ao ano anterior. A taxa de incidência da enfermidade caiu 15,9% na última década – 42,8 casos de tuberculose para cada 100 mil habitantes em 2001 contra 36 casos no ano passado. Também houve queda do número de óbitos de 23,4% no período de dez anos. Apesar das melhorias, a tuberculose ainda é a quarta causa de óbitos por doenças infecciosas e a primeira entre

pacientes com AIDS entre os brasileiros. “O Brasil encontra-se dentre os países de maior incidência da doença. Os fatores que contribuem para isso são a condição socioeconômica, a emergência da AIDS e a presença de um sistema de saúde deficiente no sentido de promoção e cuidados básicos da saúde”, analisa a pneumologista Aline Costa Mathias, de Lajeado. A especialista aponta como principal sintoma a tosse, que pode ser seca inicialmente, mas, com a evolução da doença, passa a produzir expectoração purulenta, acompanhada ou não de escarro hemático (com sangue). A dor torácica é menos frequente e a ocorrência de falta de ar vai depender da extensão do comprometimento pulmonar. A febre está presente em mais de 50% dos pacientes com tuberculose pulmonar, sendo muitas vezes acompanhada de sudorese noturna. Outros sintomas mencionados com frequência são prostração, anorexia e fraqueza. Muitas vezes o inicio do quadro é insidioso, chegando o paciente com história de mais de um mês de evolução. A maior parte deles, quando procura atendimento médico, já apresentou perda de peso. A transmissão da tuberculose dá-se de pessoa para pessoa, pela inalação do bacilo, eliminado em gotículas respiratórias. Depois de inalado, o bacilo poderá chegar até os pulmões. Entretanto, Aline Mathias salienta que o risco de contágio depende de diversos fatores como a

extensão da doença, condições de saúde do indivíduo e tempo de exposição a alguém infectado, entre outros (confira mais informações no quadro). Somente 5% a 10% dos infectados pelo Bacilo de Koch adquirem a doença. Pessoas com AIDS, diabetes, insuficiência renal crônica (IRA), desnutridas, idosos doentes, alcoólatras, viciados em drogas e fumantes são mais propensos a contrair a enfermidade. Aline Mathias explica que o tratamento para tuberculose no Brasil é padronizado, gratuito, com duração aproximada de seis meses, com a medicação distribuída somente pelo sistema público de saúde. Segundo a especialista, o Ministério da Saúde, ao revisar o Plano Nacional de Controle da Tuberculose, recomenda que o tratamento deva ser desenvolvido preferencialmente em regime ambulatorial, supervisionado, com pelo menos três observações semanais do uso dos medicamentos nos primeiros dois meses e uma observação semanal até o seu final. O maior obstáculo para a cura é o abandono da terapia, o que pode ocorrer por vários fatores: etilismo, infecção pelo HIV e baixo nível de escolaridade, entre outros. “O paciente deve estar ciente principalmente sobre a duração do tratamento e dos riscos da interrupção da medicação”, alerta. A pneumologista adverte ainda que os indivíduos que moram com portadores de tuberculose e apresentam sintomas respiratórios devem ser encaminhados para investigação.

O risco de contágio da tuberculose depende: - da extensão da doença (formas extensas têm maior potencial de transmissão em função da maior população de bacilos e maior eliminação dos mesmos);

- da presença de eventos que favoreçam a eliminação de secreções respira-

tórias (espirro, tosse, fala e canto);

- de condições ambientais (ambientes bem ventilados e a luz ultravioleta diminuem a permanência do bacilo e sua viabilidade); - do tempo de exposição entre o doente

e a pessoa sadia (o maior risco de infecção ocorre nos prolongados contatos intradomiciliares);

- das condições de saúde do individuo contaminado – imunidade (a infecção pelo HIV é um dos maiores fatores de risco).


Pneumotórax - Manuel Band

eira

ores noturnos, e, dispneia e su Febre, hemoptis e que não foi. e podia ter sido A vida inteira qu sse. Tosse, tosse, to o médico: Mandou chamar s. - Diga trinta e trê nta e três... trinta e três... tri - Trinta e três... - Respire. erdo e o no pulmão esqu uma escavação m te or nh se O infiltrado. otórax? pulmão direito tentar o pneum não é possível or, ut argentino. o do ng o, ta tã En um fazer é tocar a isa co ica ún - Não. A

Manuel Bandeira

O verdadeiro mal do século: a tuberculose e os poetas românticos Os poetas românticos não são famosos porque “descobriram” o amor. Viraram ícones porque viveram, a sua moda, toda a intensidade do sentimento. De todo o sentimento. O sujeito romântico é um apaixonado pela sensibilidade e sua vida se pauta pelo IDEAL. Não por acaso, portanto, muitos dos grandes poetas, como Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, por exemplo, tiveram pouca ou nenhuma aventura amorosa. Suspeita-se que o Azevedo jamais conheceu qualquer relação que chegasse ao físico. Isso, porém, jamais impediu a grandeza de sentir o amor e o desejo da maneira mais aguda possível. O EU, para o sujeito romântico, é o centro de qualquer poesia.

Assim, até mesmo a maior enfermidade da época, a tuberculose, deixou de ser, no campo literário, um tema de saúde pública para se tornar mote para o amante que suspirava e morria de amor. A doença, famosa para quem estuda o Romantismo, não era uma desgraça. Era a graça para quem vivia à espera da amada perfeita que jamais chegaria. Talvez, no cotidiano, essa convivência não fosse assim tão aceita, como revelam alguns trechos de Azevedo, de Casimiro de Abreu e de Castro Alves, todos vítimas da “dama implacável”. Mas ela foi, sobremodo, elogiada em muitos versos célebres e representou, inúmeras vezes, a saída gloriosa para o amor per-

dido, para o tédio crescente, para a desilusão com o mundo. É curioso observar-se que esse mal tão avassalador possa estar associado a certo charme, a um modo de vida esteticamente privilegiado. Talvez porque não deixa de ser fascinante pensar na vida boêmia de um Edgar Allan Poe, vangloriando-se da depressão, do desalento, do que via além dos outros. A tuberculose tinha um sentido romântico, significava a vida sem regras ou jugos, a longa noite varada de poemas loucos. Virou moda “ser romântico” para poetas e não poetas. E esse estilo de vida levou muita gente ao derradeiro abismo. Com ou sem poesia. Rosane Maria Cardoso Doutora em Letras

romantismo

poesia Castro Alves

Augusto dos Anjos


prevenção

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Cuide do seu

coração

D

ois casos chocantes estarreceram a comunidade esportiva nos últimos dias. Dois jogadores de futebol tiveram o que se chama de parada cardiorespiratória, a qual geralmente é decorrente de arritmia cardíaca ou infarto do miocárdio. No primeiro, a vítima foi o atleta do clube inglês Bolton Wanderers, o congolês Fabrice Muamba, 23 anos, na partida contra o Tottenham, pela Copa da Inglaterra, no dia 17 de março. Até o fechamento dessa edição, seu estado de saúde era considerado grave. Uma equipe médica a postos no estádio e o primeiro atendimento imediato, além do próprio condicionamento físico do jogador, foram considerados fatores fundamentais para que ele não tenha sucumbido no gramado. Quase um mês depois, no dia 14 de abril, o meia Piermario Morosini, do Livorno, da segunda divisão do Campeonato Italiano, não teve a mesma sorte e faleceu logo que chegou ao hospital. O infarto do miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco, acontece quando ocorre a morte de células de uma parte do músculo do coração. Conforme o cardiologista Antônio Volmar Benato, cooperado da Unimed VTRP em Encantado, a necrose das células é causada, geralmente, pelo entupimento de uma artéria coronária. “A parte do coração que recebia sangue desta artéria que entupiu acaba parando de funcionar. Quanto maior é a artéria que entope, mais perigoso é o infarto”, esclarece o especialista. Conforme o cardiologista, os principais sintomas do infarto são dor no

meio do peito, falta de ar, palpitações, suor frio, náuseas e vômitos. As mulheres são menos suscetíveis à doença enquanto não atingem a menopausa, por causa dos hormônios femininos. Quando ingressam nessa fase, a incidência de infarto entre elas iguala-se à dos homens. Muitas causas contribuem para a ocorrência do ataque cardíaco. Algumas delas, como o colesterol, os triglicerídeos, a pressão alta e diabetes, requerem cuidados pela vida inteira. E também é preciso ter cuidados em relação a outros fatores como tabagismo, obesidade, sedentarismo e estresse. “Quem se previne em relação a eles está diminuindo muito a chance de ter infarto. Todos eles podem ser controlados, combatidos”, explica Benato. O médico ressalta que a prática de exercícios como a caminhada, natação, ciclismo e outras modalidades esportivas, com orientação profissional e autorizadas pelo médico assistente, no mínimo três vezes por semana, ajuda a controlar e até anular alguns dos fatores de risco. O cuidado com a alimentação também é outro item importante. Por isso, evite gorduras, frituras e não coma em excesso. Dê preferência para legumes, frutas, verduras e diminua o consumo de carnes vermelhas. “A obesidade é um flagelo mundial. Nós podemos iniciar a combatê-la, orientando as crianças desde tenra idade quanto à alimentação e incentivando a atividade física”, alerta. O atendimento a alguém que sofre um infarto deve ser o mais rápido possível. Ao perceber que a pessoa está apresentando os sintomas da

doença, é necessário conduzi-la imediatamente a um serviço de emergência para que receba o tratamento adequado. “Sabemos que mais ou menos 50% das mortes por infarto ocorrem nas primeiras duas horas após o inicio dos sintomas”, estima o cardiologista. Benato frisa que é possível que uma pessoa leve uma vida normal após sofrer um infarto. Entretanto, é preciso manter acompanhamento médico e tratamento contínuos, prevenindo todos os fatores de risco mencionados anteriormente. Quanto a casos como o do jogador Fabrice Muamba, o cardiologista alerta que todas as pessoas que pretendem praticar atividade física devem fazer uma avaliação médica antes de começar. O médico indicará todos os exames necessários para praticar exercícios com segurança. Além disso, Benato enfatiza a importância da prática de atividade física regular, não apenas no final de semana, e da prevenção. ”As pessoas que tiverem cuidado com os fatores de risco coronariano estarão dando a si mesmas uma oportunidade de viver muito mais”, conclui.


“A doença me ensinou outros valores.” Embora tenha começado a participar das atividades do Espaço Vida de Santa Cruz do Sul em setembro do ano passado, Lauri Lair Lersch, 61 anos, já vem adotando cuidados mais intensos com a saúde desde 2007, quando sofreu um forte infarto. Ele já havia passado pelo problema de maneira mais branda em 2004. Fumante até os 40 anos, Lersch nunca havia tido cuidados com a alimentação. “Sempre fui um bom garfo. Meus churrascos, com picanha e carne gorda, eram famosos lá em casa”, recorda. Ele também não praticava exercícios. No início da vida profissional, como técnico agrícola, ainda fazia algum esforço físico no trabalho. Mas tudo mudou quando começou a trabalhar em escritório. “Tornei-me sedentário e daí comecei a engordar e criar aquela barriguinha”, conta. O segundo infarto forçou Lersch a uma mudança de atitude. Três dias internado em Santa Cruz e outros três em Porto Alegre levaram-no a refletir sobre como estava vivendo. “Resolvi me reeducar. Tomo apenas o remédio para a hipertensão e controlo todos os demais fatores de risco da doença pela dieta, sob a orientação de uma nutricionista”, relata. Os churrascos, antes constantes, agora são realizados uma vez por mês. Lersch também passou a incluir em sua rotina o café da manhã com cereais e o consumo de frutas à noite. Conforme o aposentado, que atualmente dirige um empreendimento próprio, para levar uma vida saudável, é preciso aprender a ter moderação. Lersch foi descobrindo essa necessidade e passou a desfrutar das coisas simples da vida, destinando mais tempo à família e aos amigos, além de dedicar-se a hobbies como a cavalgada, as pescarias e a coleção de cédulas, moedas e selos. “A doença me ensinou a ter outros valores”, conclui.

Lersch agora participa das atividades promovidas pelo Espaço Vida


notícias Unimed

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Mães recebem homenagem da Cooperativa

A Unimed VTRP realizou uma ação especial durante a semana do Dia das Mães. De 09 a 12 de maio, aquelas que compareceram aos pontos de atendimento da Cooperativa receberam uma singela lembrança – um tubete com orégano. Eneida Maria Nunes dos Santos esteve na área de Atendimento ao Cliente da Cooperativa em Lajeado na tarde de 11 de maio. Ela gostou da iniciativa. “Fiquei bastante surpresa. A lembrança desta data é algo muito importante”, comentou. A cliente Suzeti de Oliveira esteve na área de Atendimento da Cooperativa

em Santa Cruz do Sul no mesmo dia. Mãe de um rapaz de 20 anos, ela aguardava o dia 13 de maio para celebrar a data com a própria mãe e o restante da família. Suzeti gostou do presente que recebeu da Unimed VTRP. “Adorei a lembrança. Esse é um tempero que não falta lá em casa”, comentou. A Cooperativa também convidou os filhos de médicas cooperadas e colaboradoras a preparar pequenos vídeos-surpresa com declarações de amor às mães. Os trabalhos foram publicados em um site para que as mães pudessem assisti-los.

Eneida Maria Nunes dos Santos ficou surpresa com a iniciativa

Conselho de Administração é eleito A Unimed VTRP elegeu, no dia 31 de março, durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO), a nova composição de seu Conselho de Administração. O evento foi realizado no Cinema Via Sete, em Venâncio Aires. O Conselho de Administração da Unimed VTRP

tem mandato de três anos e manteve os médicos Carlos Antonio da Luz Rech e Aldo Pricladnitzki nos cargos de presidente e vice-presidente, respectivamente. Além disso, pela primeira vez na história da Cooperativa, duas mulheres

participam do grupo durante o mesmo mandato. Durante a assembleia também foram eleitos os integrantes da Comissão Disciplinar e do Conselho Fiscal. A composição da Diretoria Executiva da Cooperativa também foi mantida (confira no box).

Conselho de Administração da Unimed VTRP (Mandato de 3 anos) Presidente - Carlos Antonio da Luz Rech - Santa Cruz do Sul Vice-Presidente - Aldo Pricladnitzki - Lajeado Conselheiros Vogais Adonis José Brock – Santa Cruz do Sul Berenice Lago Flores Cernicchiaro – São Jerônimo Carlos Renato Dreyer – Teutônia Cláudia Alves da Cunha – Venâncio Aires José Pedro Lahude – Estrela Leonardo Quadros da Motta – Lajeado Fernando Luís Gugel – Encantado Luiz Henrique Poeta Pellegrini – Rio Pardo Marcelo Zanettini Masella – Santa Cruz do Sul Mário Miguel da Silveira Colombo – Taquari Diretoria Executiva Diretor Comercial - Evandro Rocha dos Reis Diretor de Desenvolvimento - Neori José Gusson Diretor de Marketing - Paulo Roberto Jucá Diretor de Operações - Rogério Miguel Di Giorgio Zingano Diretor Técnico - Claidir Luís de Paoli

Integrantes do Conselho de Administração da Unimed cumprirão mandato de três anos


ANS exige Cartão Nacional de Saúde para clientes As operadoras de planos de saúde deverão informar o número do Cartão Nacional de Saúde – o cartão do SUS – de todos os seus beneficiários (titulares e dependentes, maiores ou menores de 18 anos) à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A exigência foi anunciada na resolução normativa 250, de 25 de março de 2011. A iniciativa pretende integrar os cadastros do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Saúde Suplementar. O cartão possibilitará o registro eletrônico único nas bases de dados dos hospitais públicos e

privados, bem como nos planos de saúde, dentre outros objetivos do Governo Federal. Por isso, a Unimed VTRP está solicitando a seus clientes assistenciais que informem o número do Cartão Nacional de Saúde. Isso pode ser feito de maneira simples, ligando para o SAC 24 Horas da Cooperativa – 0800 051 1166 (ligação gratuita). Caso o beneficiário ainda não possua o cartão, pode providenciar a produção do documento na Secretária de Saúde de seu município. No ato da solicitação, é necessário apresentar cópias do

RG, CPF, comprovante de residência e certidão de nascimento (para menores). Vale ressaltar que o Cartão Nacional de Saúde é uma exigência da ANS e que a sua confecção não altera a forma de atendimento e utilização dos planos de saúde da Unimed VTRP. O que é ANS? A ANS é uma agência vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil, que regula o mercado de planos privados de saúde por determinação da Lei nº 9.656 de 03 de junho de 1998.

Parceria com laboratório garantirá acesso a exames genéticos por preços diferenciados A medicina do futuro já está ao alcance dos clientes da Unimed VTRP. Desde 07 de maio, eles podem ter acesso a três exames para a identificação genética de predisposição a várias doenças. A Cooperativa Médica fechou parceria com o Laboratório Qualimune, que garante desconto de 20% a seus clientes na realização dos testes. A assinatura do contrato ocorreu no dia 02 de maio, em Lajeado, e contou com a presença de representantes das duas instituições e da imprensa regional. Os produtos foram apresentados pela diretora técnica do laboratório, a médica Tatiana Michelon, especialista em diagnóstico genético molecular e pós-doutora em imunopatologia. Tatiana destacou a visão estratégica da Unimed VTRP, que abriu a seus clientes a possibilidade de utilizarem a “medicina do futuro”. “Essa iniciativa facilitará o acesso de médicos e pacientes a testes genéticos que permitem ações dirigidas para a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças”, declarou a médica. Conforme Tatiana, os três produtos tornam possível determinar o risco individual do desenvolvimento de patologias, o que garante maior precisão na escolha do tratamento adequado. “Quando sabemos o perfil genético da pessoa, por exemplo, é possível indicar o medicamento mais correto para ela”, explicou. O produto Check-up Genético oferece um diagnóstico de alta tecnologia sobre o risco de desenvolvimento de doenças relacionadas ao envelhecimento, como risco vascular global; de câncer de mama, ovário e próstata;

Dirigentes da Unimed VTRP e do Laboratório Qualimune

osteoporose e fraturas espontâneas; e estresse oxidativo e ambiental. O teste de Hipercolesterolemia Familiar identifica os riscos associados ao colesterol, como infarto e acidente vascular encefálico. Já a Avaliação de Risco de Obesidade verifica a predisposição genética para engordar e manter o excesso de peso ao longo da vida. Como fazer os testes Interessados devem procurar a área Comercial da Unimed VTRP ou médico já capacitado pelo Laboratório Qualimune (relação está no site www.qualimune.com.br) para fazer a solicitação do produto desejado. O teste é simples. Basta ir até o laboratório credenciado para fazer a coleta de sangue (4 ml). Não é necessário jejum. Em 30 dias, o médico recebe o resultado do teste e marca consulta com cliente para fazer as recomendações necessárias, com base no que for observado no laudo. Sobre o Laboratório Qualimune O laboratório Qualimune é pioneiro no Brasil na aplicação da Genética Preventiva por tecnologia de chip de DNA. A empresa foi criada com o objetivo de oferecer testes não realizados pelos laboratórios clínicos convencionais, com o grau de confiabilidade, rapidez e segurança necessário para o diagnóstico médico em casos difíceis. O laboratório participa periodicamente de programas de qualidade externos da Associação Brasileira de Histocompatibilidade e Imunogenética e do Quality Controls for Molecular Diagnosis – controle europeu de Biologia Molecular.

Tatiana Michelon falou sobre as características dos exames que serão oferecidos


Dúvidas do leitor

? ?

Gostaria de incluir dependentes no meu plano familiar. Quais graus de parentesco os mesmos devem ter?

A quais facilidades tenho acesso através do Portal de Serviços ao Cliente?

O cliente titular do plano pode inscrever outras pessoas da família no contrato. Elas serão seus dependentes e podem ter os graus de parentesco a seguir: • cônjuge; • filhos menores de 21 anos; • filhos portadores de necessidades especiais de qualquer idade; • enteado, filho adotivo, menor sob guarda judicial e menor de 21 anos tutelado; • filhos estudantes menores de 24 anos; • companheiro em convívio superior a cinco anos ou em união estável.

Através da ferramenta on line, é possível realizar atualização cadastral, obter informações sobre o plano contratado, emitir segundas vias de boleto, consultar situação financeira, solicitar segunda via de cartão magnético e, ainda, imprimir o formulário para adesão ao débito em conta. Os serviços web estão disponíveis atualmente aos contratantes/titulares de Planos Familiares que receberam a Chave de Ativação através de correspondência.

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Conheça o Espaço Vida Unimed. Um lugar que existe para cuidar da sua saúde. O Espaço Vida Unimed existe para promover a melhoria da qualidade de vida dos clientes Unimed. Trabalha a alimentação saudável, o incentivo à prática da atividade física e o desenvolvimento da saúde emocional. O atendimento é realizado por uma equipe multiprofissional formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e assistente social. Converse com seu médico e venha conhecer os programas oferecidos pelo Espaço Vida Unimed, preparados para cuidar da sua saúde. Estruturas do Espaço Vida Unimed: Lajeado - (51) 3714.7130 Santa Cruz do Sul - (51) 3713.8345 Venâncio Aires - (51) 3741.1419 Encantado - (51) 3751.1972 www.unimedvtrp.com.br


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