Jornal da UNISC

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Segundo o colunista Adriano Silva, grandes profissionais não trabalham para empresas, para chefes, para marcas ou corporações. Grandes profissionais devem satisfação somente para si PÁG. 15

JORNAL DA

AGORA VICE-PREFEITO Ex-reitor da Unisc, Luiz Augusto Costa a Campis toma posse como vice-prefeito de Santa Cruz do Sul. Professor da Instituição há 28 anos, ele vai continuar ministrando aulas na Universidade PÁG. 7

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WWW.UNISC.BR

JORNAL DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL, ANO XV, NÚMERO 88, DEZEMBRO DE 2008

UNIVERSIDADE E MEIO AMBIENTE

EAD AMPLIADO

Aumento na procura por cursos a distância faz com que a Unisc prepare 13 novas opções para 2009 PÁG. 14

(Ceter), inaugurada no dia 10 de novembro, é a mais recente entre tantas outras iniciativas de gestão ambiental da Instituição, que possui ainda diversos projetos aliando tecnologia, conhecimento e educação ambiental PÁGs. 8 e 9

CENTRAL ANALÍTICA

Setor completa 20 anos de serviços prestados a todo o País PÁG. 6

Divulgação

Jô Nunes

Há muito tempo a Unisc vem demonstrando que é possível promover o desenvolvimento sem prejudicar o meio ambiente. Por isso, a Universidade alia seus projetos à preservação ambiental, trabalhando de forma sustentável. A Central de Tratamento de Resíduos

Jô Nunes

TRABALHE PARA SI MESMO

HISTÓRIA E GEOGRAFIA Cursos comemoram 40 anos de atuação na Instituição

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LIVROS EM SÉRIE

Divulgação

Pesquisador da Unisc lança livros no Canadá, na Alemanha e no Brasil PÁG. 11

COOPERA BOM JESUS Mostras culturais, feiras comunitárias e agora uma cooperativa no ramo do vestuário. A cada ano, projeto da Unisc no bairro Bom Jesus aumenta seu leque de possibilidades com o apoio de empresas e da própria comunidade, gerando trabalho e renda à população do bairro que é considerado o mais populoso de Santa Cruz do Sul PÁG. 10

UNISC-ESCOLA

Cerca de 140 estudantes do ensino médio de toda a região participam de grupo de estudos PÁG. 10


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NÚMERO 88 DEZEMBRO DE 2008

PÁGiNA

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CARTA AO LEITOR

PALAVRA DO REITOR Estamos encerrando um 2008 de muitas conquistas para a comunidade acadêmica da Unisc. No ano em que a Universidade completou 15 anos, vários fatos consolidaram a qualidade da Instituicão, fazendo com que a Unisc se destacasse como a 4ª melhor universidade comunitária do Estado e a 8ª do País, segundo avaliação do Ministério da Educação. Em 2006 a Unisc já havia obtido o conceito máximo na avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Este ano a Unisc ainda foi certificada pela Revista Exame como uma das 150 melhores empresas do País para se trabalhar. E entre os objetivos da Universidade para os próximos anos, e que constam no Plano de Desenvolvimento Institucional, está o de manter a qualificação do pessoal docente e técnico-administrativo, investindo também em acervo bibliográfico, na instalação e na manutenção de modernos laboratórios e na infra-estrutura dos seus campi. É nosso objetivo aprimorar cada vez mais a relação com a comunidade, buscando ampliar a inserção social junto às escolas, nos bairros e no meio rural; junto às empresas, além de prestar assessoria à gestão pública, ampliando o papel da Unisc como protagonista no desenvolvimento da região. Nesse sentido, as ações extensionistas foram e continuarão sendo executadas para que possamos permanentemente reafirmar os nossos vínculos e o nosso comprometimento como uma Universidade verdadeiramente comunitária. No ensino, a meta é ampliar ainda mais o acesso a bolsas e financiamentos, visando sempre à qualidade na formação dos estudantes. Hoje são mais de 40% de alunos que estudam na Unisc com algum destes benefícios, como bolsas de ensino, pesquisa e extensão, financiamentos, convênios com empresas e descontos voltados a alunos, ex-alunos, membros da mesma família, entre outros. A Unisc também apresentou crescimento em termos de cursos, tanto de graduação como de pós-graduação. Foi um ano que ficará marcado pela oferta dos primeiros cursos na modalidade a distância, no nível de especialização. Na graduação, os vestibulares apresentaram o Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmetologia e os cursos de Engenharia Elétrica e de Relações Internacionais. Na pós-graduação stricto sensu o foco foi na qualificação, consolidação e implementação dos programas. Citamos, como exemplo, o início da oferta do Mestrado em Educação, a ampliação no número de projetos de cooperação com outras universidades e o encaminhamento com aprovação do nosso 1º Mestrado Interinstitucional em Desenvolvimento Regional. Na pesquisa observamos a ampliação do número de professores que alcançaram bolsa produtividade do CNPq, bem como o incremento na busca de captações de recursos externos para fomento à pesquisa. A ampliação da cota institucional de bolsas pelo programa Pibic/CNPq foi uma das grandes conquistas no ano de 2008. Enfim, foi um ano muito positivo para a Unisc. Por isso queremos agradecer a dedicação dos coordenadores de cursos de graduação e de programas de pós-graduação stricto sensu, dos chefes de departamento, dos professores, dos técnicos administrativos, dos estudantes e estagiários pelo comprometimento que demonstraram para que a Unisc atingisse o nível em que se encontra hoje. Desejamos àqueles que irão ingressar na Unisc em 2009 um período promissor de muita dedicação e de conquistas. A todos, um Feliz Natal e um ano novo repleto de realizações pessoais e profissionais. Que o próximo ano seja muito feliz para todos, com muita saúde e paz de espírito para conseguirmos juntos contribuir para o desenvolvimento da Unisc e do País. Vilmar Thomé Reitor da Unisc

Na última edição do Jornal da Unisc abordamos aqui neste espaço os esportes de aventura desenvolvidos em meio à natureza. Destacamos os seus benefícios para os praticantes, mas, especialmente, a importância para o meio ambiente. Todavia, é necessário ressaltar que uma coisa está ligada a outra, ou seja, para que a aventura ocorra é preciso ter um palco, neste caso, a natureza pura, limpa e preservada. E é pela preocupação ambiental demonstrada pela Unisc que novamente esse assunto está em pauta. Nesse contexto, nosso Jornal deste mês traz na sua página central matérias que destacam algumas iniciativas de gestão ambiental realizadas pela Universidade de Santa Cruz do Sul. São ações que ganham cada vez mais importância tanto interna como externamente. O gancho para tratar desse tema é a Central de Tratamento de Resíduos (Ceter), inaugurada no dia 10 de novembro. A instalação dessa unidade representa mais um passo no caminho trilhado há anos pela Instituição, no sentido de sensibilizar e despertar para uma forma

correta de agir em relação ao reaproveitamento, armazenamento e tratamento de resíduos. Dessa forma, a Unisc mostra que a prática deve acompanhar o discurso. Por isso, é sempre importante recapitular esse tema para comprovar essa tese. Por meio dessas iniciativas a Unisc confirma o seu papel de Universidade comunitária. A Ceter, a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), a Coleta Seletiva e Compostagem de resíduos orgânicos, além da Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) prestam serviços incalculáveis para o bem da comunidade em geral. Para a Instituição, preservar a natureza é pensar no bem-estar de toda a humanidade. É importante ressaltar que, cada vez que iniciativas como essas são realizadas e divulgadas, paralelamente ocorre, também, a sua disseminação e a expansão dessas ações. Aqui na Unisc, por exemplo, o trabalho ganhou diversos adeptos voluntários e conscientes do seu papel na sociedade, porque todo cidadão de bem procura seguir os bons exemplos.

Projeto de Lei das Instituições Comunitárias O ano de 2008 foi de retomada do debate sobre o caráter público não-estatal das instituições comunitárias. Esse debate, que até hoje não ganhou intensidade no país, esteve particularmente fragilizado nos últimos anos. O momento mais significativo foi o da Constituinte de 1986-1987, que culminou no reconhecimento da educação comunitária como distinta da pública e da privada. Desde então, poucos avanços houve. Neste ano que finda, as universidades comunitárias retomaram o tema, com a participação ativa da Unisc. Uma proposta de projeto de lei das instituições públicas não-estatais foi formulada e apresentada ao Ministério da Justiça em julho. O ministro Tarso Genro mostrou grande interesse pela proposta e determinou a análise técnica por parte da Consultoria Jurídica do ministério. O parecer da Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça é favorável à proposta e traz uma série de sugestões para o seu aperfeiçoamento, visando criar condições favoráveis para sua apreciação no Congresso Nacional. Esse parecer é de fundamental importância para solidificar a iniciativa, pois indica a viabilidade de uma legislação que ampare as comunitárias. Em 2009, a perspectiva é que o debate ganhe impulso, em três níveis. O primeiro é a ampliação da discussão nas pró-

prias instituições comunitárias, incluindo as universidades, mas também as escolas, os hospitais e outras entidades caracterizadas pelo viés comunitário. O segundo nível é o das instituições políticas: Congresso Nacional, Governo Federal, Judiciário e demais esferas. O terceiro é o da sociedade civil: é essencial a busca de aliados nas organizações sociais que partilham a idéia de que tão importante quanto revitalizar o Estado é assegurar a vitalidade da sociedade (e do mercado), na linha da cooperação e da complementaridade. O lançamento no início do próximo ano do livro Instituições Comunitárias: instituições públicas não-estatais, patrocinado pelo Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas e pela Associação Catarinense das Fundações Educacionais, ajudará a dar consistência teórica à iniciativa política, cujo êxito depende fundamentalmente do convencimento dos agentes políticos e da opinião pública de que a cooperação entre o Estado brasileiro e as instituições comunitárias será altamente benéfica para o país em termos de inclusão social e de desenvolvimento. João Pedro Schmidt Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Unisc

Onde encontrar o Jornal da Unisc A Banca Aquarius Hotel Flat Residence Biblioteca Municipal Casa das Artes Colégio Luiz Dourado Escola Ernesto Alves Escola Willy Carlos Fröhlich Escola Goiás Escola Santa Cruz

Escola Nossa Sra. Rosário Galeria Farah Hospital Santa Cruz Iluminura Livraria Café Shopping Center Santa Cruz Sine Virtua House Zaffari

Campus Venâncio Aires Campus Sobradinho Campus Capão da Canoa Campus Santa Cruz: Central de Informações Centro de Convivência Clínica de Fisioterapia Blocos 8, 12, 18 e 53 Reitoria

EXPEDIENTE Conselho Editorial: Reitor: Prof. Vilmar Thomé Vice-Reitor: Prof. José Antônio Pastoriza Fontoura Pró-Reitora de Graduação: Profª Carmen Lúcia de Lima Helfer Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Profª Liane Mählmann Kipper Pró-Reitor de Extensão e Relações Comunitárias: Prof. Luiz Augusto Costa a Campis Pró-Reitor de Administração: Prof. Jaime Laufer Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional: Prof. João Pedro Schmidt Editor: Luciano Pereira, reg. prof. 9234 Reportagem e Redação: Josemar Santos, reg. prof. 13.267; Luciano Pereira, reg. prof. 9.234; e Ana Paula Greine (estagiária) Projeto Gráfico e Capa: Agência da Casa Editoração Eletrônica: Assessoria de Imprensa Revisão: Roque Neumann e Beatriz Menezes Sperb JORNAL DA UNISC: Órgão Informativo da Universidade de Santa Cruz do Sul. Entidade filiada ao Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), ao Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub) e à Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc) Tiragem: 8 mil exemplares Versão On-Line: Erion da Silva Lara Site: www.unisc.br/jornaldaunisc Endereço: Av. Independência, 2293, bloco 3, sala 309. Santa Cruz do Sul/RS. CEP: 96.815-900. Telefone: (51) 3717-7466. E-mails: lpereira@ unisc.br ou josemarsantos@unisc.br Este material é produzido em papel reciclável.


ENSiNO

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA COMPLETAM 40 ANOS Josemar Santos

Diversas atividades marcaram a data Os cursos de História e Geografia da Unisc estão completando 40 anos em 2008. Para marcar a data, várias atividades estão sendo organizadas pelas duas graduações. A trajetória iniciou em 1968, quando foi criado o curso de Estudos Sociais com habilitações em História e Geografia. A partir de 2001 foi criado o curso de História, propriamente dito, com uma concepção pedagógica e acadêmica atualizada e inovadora, o que foi reconhecido pelo MEC três anos após, quando o curso tirou nota máxima em todos os quesitos. Em 2002, o curso de Geografia - Licenciatura também passa a ser oferecido pela Unisc e, a partir de 2005, o de Geografia - Bacharelado. “Pelo contexto de criação do curso de História, podemos entender que a ditadura militar foi competente em diluir dois cursos da área de humanas, com todas as suas enormes especificidades, num único curso”, relata o coordenador do curso de História da Unisc, professor Mozart Linhares da Silva. “Fazia parte da estratégia de desmonte da área de Humanas no Brasil, fardo histórico que carregamos até os anos 1990”, lamenta. Mozart lembra ainda que, nessa época, o curso já possuía um corpo docente altamente qualificado e titulado, com ampla produção científica e inúmeras publicações nacionais e internacionais. “O currículo foi amplamente atualizado em 2007, mantendo, entretanto, as diretrizes do projeto original de 2001”, explica o professor. O coordenador do curso destaca, ainda, que os alunos participam de pesquisas coordenadas pelos docentes por meio de bolsas de iniciação científica, geralmente financiadas pela Fapergs, pelo CNPq e pela própria Unisc. “Esses alunos participam de congressos nacionais onde apresentam trabalhos acadêmicos e publicações”, finaliza. O mesmo ocorre com os estudantes de Geografia. Conforme a coordenadora Erica Karnopp, o curso forma profissionais hábeis em explicar a realidade local e global e suas interações com as novas tecnologias, para atuar em atividades de ensino, pesquisa e consultoria. “Esses profissionais têm o domínio de técnicas cartográficas e da elaboração de projetos de pesquisa e visão crítica do mundo, considerando o espaço

como produto das relações sociais”, explica. Erica diz também que os alunos das duas áreas devem ter interesse em conhecer e atuar na realidade, na perspectiva da inclusão dos setores sociais não privilegiados ou menos privilegiados. “Ênfase especial é dispensada ainda às problemáticas das realidades regionais, nacionais e mundiais, bem como à compreensão, ao domínio e à aplicação das novas tecnologias inerentes ao processo de globalização”, conclui. Atividades Para comemorar os 40 anos, os cursos de História e Geografia da Unisc realizaram um coquetel no dia 20 de novembro, na Sede da Associação dos Docentes da Unisc (Adunisc). Antes, no dia 7, o curso de História promoveu a mesa-redonda GT acervos: história, memória e patrimônio e curso de História da Unisc: o papel dos historiadores e os acervos, com os palestrantes Zita Possamai e Claudira Cardoso, coordenadoras do Grupo de Trabalho (GT), e José Remedi, da Unisc. De 10 a 14 de novembro ocorreu também a 3ª Semana Acadêmica do Curso de História, com o tema Ditadura Militar e 40 anos do Curso de História. O destaque da programação foi a professora Helga Picollo, da Ufrgs, que falou sobre os 40 anos de história no Rio Grande do Sul. O professor Artur Barcelos, da Furg, palestrou sobre o tema Cinema e Ditadura Militar na América Latina. Ainda ministraram palestras os professores da Ufrgs Enrique

O chefe do Departamento de História e Geografia, José Martinho Rodrigues Remedi; Erica Karnopp; o vice-reitor José Antônio Pastoriza Fontoura; e Mozart Linhares da Silva

Serra Padrós, sobre Direitos Humanos, Ditaduras e Arquivos Repressivos no Cone Sul, e Marçal de Menezes Paredes, com o tema Movimento Estudantil e Ditadura Militar. O último dia foi dedicado às oficinas sobre Patrimônio Histórico e Cultural - Equipe Museu de Venâncio Aires e Raça, Ciência e Sociedade. Já o curso de Geografia promoveu, no dia 22 de outubro, uma palestra com a professora Maria Laura Silveira, da USP, sobre Gestão territorial e desenvolvimento regional. Participaram alunos, ex-alunos, docentes da Unisc e comunidade.

Possibilidades profissionais História Hoje o historiador tem um campo significativo de atuação, podendo trabalhar com o ensino fundamental e médio, ensino superior para aqueles que seguirem com os cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado, pesquisa em universidades e centros de pesquisa, memoriais, museus e arquivos. Também pode atuar com assessoria política, cultural e de imprensa, mercado editorial e em empresa privada de prestação de serviços em pesquisa, entre outros. Geografia Atua nas escolas da rede pública e privada, no ensino fundamental e médio. Desenvolve projetos de estudos do meio geográfico em atividades práticas de ensino e pesquisa. Também pode coordenar e realizar trabalhos pedagógicos de educação ambiental e atuar em projetos de formação pedagógica voltadas para o ensino de Geografia. Ainda, ministra aulas e desenvolve linhas de pesquisa como professor universitário, mediante titulação.

Curso atualiza alunos em Química Orgânica Numa promoção do curso de Química Industrial e do Departamento de Química e Física da Unisc foi realizado, nos dias 3 e 4 de novembro, o curso de aperfeiçoamento e formação continuada, Tópicos Modernos em Química Orgânica. Participaram das atividades 44 alunos, entre Químicos, Farmacêuticos, formados ou estudantes, além de professores de ensino médio das escolas das redes pública e particular. As aulas foram ministradas pelo ex-aluno da Unisc, bolsista de Iniciação Científica (PibicCNPq-Unisc) e doutorando da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Ricardo Samuel Schwab. De acordo com ele, ministrar as aulas foi uma experiência nova e extremamente gratificante. “É sempre bom poder retornar a

sua casa, neste caso a Unisc, onde eu iniciei a minha vida acadêmica como aluno. Foi muito interessante essa oportunidade que o Departamento de Química e Física me forneceu, pois assim como os alunos aprenderam com o curso, ao mesmo tempo, eu aprendi também com eles”, frisou. Já o coordenador do curso, professor Wolmar Alípio Severo Filho, disse que o objetivo foi estudar a revisão histórica da evolução da Química Orgânica, sua importância e aplicações e o reconhecimento da síntese orgânica e das técnicas analíticas disponíveis aos químicos orgânicos. O curso propôs, ainda, contextualizar a Química Orgânica como ciência, demonstrando sua aplicação na sociedade e a sua relação com diversos produtos químicos

utilizados em escala industrial. “Entre eles, destaque para os produtos de origem natural, fármacos sintéticos e feromônios. Ao final da unidade, foi realizado ainda o estudo de métodos teóricos e práticos envolvidos na síntese de compostos orgânicos, bem como das análises físico-químicas envolvidas na caracterização de compostos orgânicos”, comentou. Para as acadêmicas do quarto semestre do curso de Química Industrial da Unisc, Mariana Berlt, Andressa Habekost e Ana Carolina Goldschmidt, o curso constituiu-se numa ótima oportunidade de revisão e aprofundamento de inúmeros tópicos específicos em Química Orgânica. As estudantes destacaram, ainda, que o grande diferencial do curso foi a aborda-

gem numa linguagem informal, adotada pelo doutorando, facilitando a compreensão do conteúdo a qualquer estágio de conhecimento dos participantes na área. Elas disseram também que iniciativas como essas deveriam ocorrer com maior freqüência, abordando outros temas para ampliar o conhecimento do futuro profissional, tais como Química Forense, Química Ambiental, Química de Fármacos, Nanotecnologia, entre outras tantas das quais se tem curiosidade em adquirir maior conhecimento. Para o próximo ano a idéia é reeditar o curso, visando proporcionar, aos estudantes e egressos das áreas afins, atualização conceitual e metodológica nas diferentes interfaces da Química Orgânica.


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360º

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Fernando Mallmann

DESTAQUE EM COMUNICAÇÃO A Unisc e a Escola de Educação Básica Educar-se foram premiadas na sexta edição do Prêmio Destaque em Comunicação, promovido pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado no Estado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS). O evento ocorre todos os anos e premia as melhores iniciativas de comunicação das instituições particulares de ensino do Estado. A campanha dos 15 anos da Unisc, produzida pela Assessoria de Comunicação e Marketing da Instituição, foi ouro na categoria Mídia Eletrônica – Ensino Superior (www.unisc.br/15anos), enquanto a Escola Educar-se foi

prata na categoria Mídia Digital – Até 500 alunos. A Educar-se foi premiada com a revista Armazém de idéias que, em 2007, já havia concorrido na categoria de mídia impressa e ganhou ouro. Este ano o Armazém concorreu na categoria mídia digital com o seu blog (www.blogarmazem.blogspot.com. A Universidade ficou ainda como finalista do 3º Prêmio Sinepe/RS de Responsabilidade Social - Público Interno, com o trabalho Capacitar para Transformar, que trata do plano de capacitação e desenvolvimento dos funcionários da Unisc.

CEPRO NO ENCONTRO DO COREN CONCURSOS DE CRÔNICAS E DE FOTOS A foto Luzes, de Fernando Mallmann, foi a vencedora do 5º Concurso Fotográfico da Unisc. O concurso Unisc, um outro olhar teve como tema neste ano o universo acadêmico. Sinfonia luminosa, de Jackson Raul Gerhardt, foi a segunda colocada. A premiação em dinheiro para o primeiro lugar é de R$ 1 mil e, para o segundo, de R$ 700. Já o 5º Concurso de Crônicas Unisc: uma trajetória e muitas lembranças teve como vencedor Jansle Appel Junior, com a crônica O vô Fernando. Em 2º lugar ficou Lucimar Bresciani, com o texto Professor de encantamentos. Eles receberão os prêmios de R$ 1,5 mil e R$ 800, respectivamente. Outras 20 crônicas foram selecionadas para constar no livro do 5º Concurso de Crônicas da Unisc que será publicado em março.

Itunisc As empresas Agência Web, Tecniagro Sistemas e Certificações Agropecuários e Procware, da Incubadora Tecnológica da Unisc (Itunisc), participaram no dia 25 de novembro do Workshop Venture Capital, em Porto Alegre. A promoção foi do Centro de Empreendimentos em Informática (CEI) da Ufrgs.

Portugal Um grupo de quatro alunos realizou, entre novembro e início de dezembro, um intercâmbio de três semanas em Portugal. São acadêmicos de Jornalismo, de Publicidade e Propaganda e de Produção em Mídia Audiovisual que estiveram na Escola Superior de Tecnologia Abrantes (Esta), na cidade de Abrantes. Há vários anos o curso de Comunicação Social tem parceria com a Esta, enviando e recebendo alunos. Nesta edição, participaram os alunos Pedro Piccoli Garcia, de Jornalismo; Vanessa Boettcher e Camilo Almeida Moraes, de Publicidade e Propaganda; e Luiza Cobalchini Damásio, de Produção em Mídia Audivisual. Lá eles freqüentaram as aulas teóricas e práticas e desenvolveram materiais da sua área de estudos.

LITERATURA BRASILEIRA... O curso de Letras promoveu, no dia 4 de novembro, uma palestra com o professor italiano Brunello Natale De Cusatis. Ele falou sobre uma das figuras mais emblemáticas dos primórdios da literatura e da cultura brasileira: Padre Antônio Vieira. O professor teceu considerações sobre o percurso profético e messiânico do polêmico intelectual. Brunello é professor associado da Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade de Perugia, onde atualmente é docente responsável pelas cátedras de Literaturas portuguesa e brasileira e de Língua e tradução – línguas portuguesa e

brasileira. Na mesma faculdade, ocupa o cargo de presidente da Comissão Didática dos cursos de graduação e de pósgraduação de línguas e literaturas estrangeiras. De passagem pelo Rio Grande do Sul, onde teve compromissos com a Universidade de Caxias e com a Feira do Livro de Porto Alegre, incluiu em seu roteiro presença na Unisc, onde inclusive integra o Conselho Editorial da revista Signo, do Departamento de Letras. A palestra foi mais uma promoção de caráter internacional do curso de Letras da Unisc, aberta a todos os interessados.

...E PRÁTICAS DISCURSIVAS A Unisc, por meio do Departamento e do Curso de Letras e do Mestrado em Letras, promoveu em novembro o Seminário Avançado Práticas discursivas, linguagem oral e escrita. Na oportunidade foi prestada uma homenagem especial ao fundador da revista Signo, professor Ingo Voese. Também ocorreu a premiação do Concurso de textos: 100 anos de morte de Machado de Assis e 100 anos do nascimento de Guimarães Rosa e Cyro Martins. O evento contou ainda com a palestra O poder e a gramática na história brasileira da disciplina Língua Portuguesa. O tema foi abordado pelo professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), João Wanderley Geraldi, um dos nomes mais importantes das discussões e dos rumos na questão do ensino da Língua Portuguesa no Brasil. A programação teve ainda as palestras A pesquisa em linguagem na contemporaneidade e A questão do sujeito em Bakhtin. O encontro foi uma oportunidade para rever conceitos, refletir sobre ensino e atualizar pontos de vista.

Uma turma de 10 alunos do Curso Técnico de Enfermagem do Centro de Educação Profissional da Unisc (Cepro) prestigiou, no dia 7 de novembro, o 4º Encontro de Estudantes e Profissionais de Enfermagem do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) em Lajeado. O encontro teve como tema A importância dos registros da prática assistencial x Questões éticas no cotidiano da Enfermagem. A professora e também enfermeira Fabiane Bastos acrescentou que os registros de enfermagem são fundamentais na prática da profissão. “Eles são subsídios importantes de comunicação que contemplam a assistência prestada, direcionados à equipe multiprofissional e, principalmente, de enfermagem”, revela. “Sem contar o valor jurídico que esse documento revela aos profissionais de saúde, à instituição e ao próprio cliente”.

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Dois eventos na Unisc marcaram a passagem do Dia Nacional da Consciência Negra. O primeiro foi exatamente na data oficial da comemoração, 20 de novembro, conforme estabelece a Lei Federal 10.639, de 2003. O 6º Encontro Universitário de Negros e Negras (6º Eunegro) contou com relatos de vida, bate-papo e música ao vivo. O outro evento foi o Painel Mídia e Racismo, no dia 27 de novembro, também com entrada franca. O evento teve a presença da jornalista Sátira Machado, da Coordenadoria das Políticas de Igualdade Racial do Governo do Estado, e de outros profissionais

da área da história e da comunicação social. Além de exposições de idéias e experiências sobre o papel da imprensa na superação de preconceitos e do racismo, os painelistas responderam a questionamentos da platéia. Os dois eventos foram promovidos pelo Grupo de Trabalho pela Promoção da Comunidade Negra em Santa Cruz do Sul (GT-Afro), com o apoio do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), do Diretório Central de Estudantes (DCE) e da Pró-Reitoria de Extensão e Relações Comunitárias (Proext) da Unisc.

ATUALIZAÇÃO EM COMPUTAÇÃO Numa promoção do Departamento de Informática da Unisc, foi promovida, entre os dias 17 e 21 de novembro, a 2ª Jornada de Atualização em Computação (JAC). A jornada foi composta por cinco workshops, centrados na área da computação. Cada workshop incluiu palestras e minicursos nas áreas de desenvolvimento de software, microeletrônica, redes de computadores, informática na educação e computação gráfica. A programação da jornada teve ainda um minicurso em cada um dos workshops e 18 palestras no total, ministrados por professores de diversas instituições brasileiras e profissionais da área da computação. Durante o evento também foi realizado o Seminário de Integração Universidade/Empresas de Tecnologia. O objetivo era oferecer um espaço para discussão sobre as diversas alternativas de possibilitar a integração entre a universidade e as empresas da área de computação da região.


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Luciano Pereira

SICREDI E EDUCAR-SE

Os 20 formandos do Projeto Pupilo receberam os certificados em evento realizado no Tênis Clube Santa Cruz

PROJETO PUPILO Os 20 jovens que participaram do Projeto Pupilo, iniciativa do Instituto Pioneer Semear Amigos em parceria com a Unisc e com o Grupo Prato Feito, tiveram sua formatura no dia 14 de novembro. Eles receberam seus certificados de conclusão do curso de 500 horas iniciado em maio deste ano. O evento ocorreu no Tênis Clube, com a presença dos formandos e de seus familiares, de autoridades convidadas, de representantes das empresas envolvidas e de gestores do projeto. O objetivo do projeto foi capacitar jovens em serviços administrativos, com ênfase em informática, buscando facilitar sua inserção no mercado de

trabalho. Para o seu desenvolvimento foram selecionados 20 estudantes com idade entre 16 e 24 anos, observando critérios como estar cursando o 3º ano do Ensino Médio em uma escola estadual – próxima à empresa Pioneer – e ter renda familiar per capita de até meio salário mínimo. O desenvolvimento do curso foi feito em duas partes. Na primeira, houve 384 horas/ aula teóricas, com disciplinas de formação integral. Depois, os alunos tiveram 116 horas de estágio desenvolvido na empresa Pioneer Sementes e na Unisc. Além da formação profissional, os jovens receberam benefícios como transporte, lanches e uniformes. Josemar Santos

Participantes receberam certificados e vencedores também terão a oportunidade da pré-incubação na Itunisc

Um convênio assinado no dia 31 de outubro entre a Associação Pró-Ensino em Santa Cruz (Apesc) e a Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados do Vale do Rio Pardo (Sicredi) permitirá, para os associados e dependentes do Sicredi, o desconto sobre o valor das mensalidades na Escola Educarse a partir de janeiro de 2009. A reunião ocorreu na sala de reuniões da reitoria da Unisc. Na oportunidade, a diretora da Escola Educar-se, Cristiane Iserhard Machado, explicou que a parceria surgiu do interesse em oferecer melhores possibilidades de estudos para os filhos dos associados da

cooperativa. “É nesse sentido que a Escola Educar-se buscou ampliar as suas ações para também atender a alunos do meio rural”, adiantou. Já o presidente do Sicredi Vale do Rio Pardo, Mário Kuntz, que participou da solenidade acompanhado do assessor de crédito Márcio Algayer, afirmou ser essa mais uma excelente parceria entre as entidades. “Como cooperativa, nosso objetivo principal é agregar renda aos associados”, afirma Kuntz. “Convênios como esse proporcionam não somente um desconto na mensalidade, mas a oportunidade de um ensino de qualidade aos filhos de nossos sócios”.

CENTRO DE LÍNGUAS E CULTURAS No dia 28 de novembro, um grupo de jovens alunos do Centro de Línguas e Culturas da Unisc estiveram no Shopping Santa Cruz para autografar o livro escrito no segundo semestre de 2008. Intitulado Wide Writers, o livro é uma produção exclusivamente escrita pelos alunos, sob a orietação da professora Virginia Klein. Exercitando a escrita em língua inglesa, os alunos criaram diferentes textos conforme seu nível de aprendizado. Por isso, o livro é composto desde pequenas descrições a diálogos, curiosidades, informações e debates sobre temas polêmicos. Os exemplares do livro foram distribuídos entre os alunos e outros estarão no Centro de Línguas e Culturas, no bloco 3 do campus da Unisc, para serem lidos.

MESTRADO EM TECNOLOGIA AMBIENTAL O programa de PósGraduação em Tecnologia Ambiental – Mestrado da Unisc segue com inscrições até dia 5 de janeiro para a turma 2009. A seleção será realizada nos dias 8 e 9 de janeiro e, a matrícula, no período de 15 a 19 de janeiro. Os novos alunos ingressarão em fevereiro. O Programa possui como Área de Concentração Gestão e Tecnologia Ambiental e duas Linhas de Pesquisa: Tecnologias de Prevenção e Remediação da Poluição; Reciclagem, Tratamento e Disposição de Resíduos Sólidos. As inscrições podem ser feitas na Secretaria do Programa, sala 5342, bloco 53, ou pelo site www.unisc.br/ppgta. Para isso é necessário apresentar ficha de

inscrição (disponível no site), curriculum vitae documentado (padrão Lattes, cujo modelo está disponível em www.cnpq.br), comprovante de pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 80, uma foto 3x4 recente e cópia do diploma de graduação, do histórico escolar, da identidade e do CPF. No site também constam informações específicas sobre o curso e suas linhas de pesquisa, além de dados sobre o processo de seleção, vagas, bibliografia recomendada, documentação necessária para inscrição, corpo docente, estrutura curricular, entre outras. Mais informações na Secretaria do Programa, pelo telefone (51) 3717-7545 ou pelo e-mail ppgta@unisc.br.

CONCURSO PLANO DE NEGÓCIO

15 ANOS DO CURSO DE PSICOLOGIA

O Núcleo de Empreendedorismo da Unisc e a Aracruz Celulose realizaram, no dia 1º de dezembro, a premiação do 1° Concurso Plano de Negócio Unisc 2008. O Plano de Negócio Virtú ficou em primeiro lugar e recebeu um prêmio de R$ 1,5 mil. O segundo foi o Plano de Negócio Compranet, que recebeu o valor de R$ 1 mil. Na oportunidade também foram entregues os certificados aos participantes classificados. São eles Rodolfo Luiz Overbeck e Vitor Ângelo Pozzatti Righi, da Virtú; Luis Henrique do Nascimento Souza, da Compranet; Leonardo Teixera da Sunday, Jesus Edemir Rodrigues, Priscila Von Vietrich, Ricardo Reichenbach e Gustavo Röhsig, da Boa Dica; e Cheryl Maureen Daehn, da Sustentabilidade em Engenharia. Os vencedores também terão a oportunidade da pré-incubação ou incubação de seu projeto na Incubadora Tecnológica da Unisc, nas unidades de Vera Cruz, Santa Cruz do Sul ou Venâncio Aires.

O curso de Psicologia da Unisc, em comemoração aos seus 15 anos, promoveu no dia 5 de dezembro um curso sobre Psicogerontologia, com a professora espanhola Maria Concepción Menèndez Montañes. A atividade foi destinada aos interessados na área de envelhecimento humano. Maria Concepción é professora titular do Departamento de Psicologia Evolutiva e da Educação da Universidade de Barcelona, Espanha, e é membro do Grupo de Investigação em Psicogerontologia. Sua vinda a Santa Cruz do Sul se deu graças a uma parceria do curso de Psicologia com a PUC/RS, com patrocínio do CNPq. O curso abordou os aspectos psicológicos do envelhecimento, envelhecimento ativo e também as demências ligadas a esse processo. No dia 6 de dezembro, a professora também falou aos alunos do curso de pós-graduação em Avaliação Psicológica da Unisc.

Espaço Aberto Apoio: Charrua Hotel Local: Centro de Convivência Dia 10 de dezembro - 12h15 às 13h Wladi Silva - Violão e voz Música Dia 14 de dezembro - 20h Orquestra Jovem Unisc Regência: Leandro Schaefer Entrada franca Local: Catedral São João Batista, em Santa Cruz do Sul Dia 20 de dezembro - 20h30 Orquestra Jovem Unisc Local: Esquina da Casa de Cultura Marco Mallmann, em Candelária Dia 21 de dezembro - 20h Orquestra Sinfônica de Santa Maria Regência: Enio Guerra Entrada franca Local: Catedral São João Batista, em Santa Cruz do Sul Patrocínio: Eny Calçados Financiamento: LIC-RS Realização: Cida Planejamento Cultural Co-promoção: Unisc Aos sábados - 13h30 às 17h30 Ensaios da Orquestra Jovem Unisc Abertos ao público Local: Anfiteatro do bloco 18

Exposições Exposição permanente Telas e estudos de Regina Simonis Local: Casa das Artes Regina Simonis, 2º piso Visitação: De segunda a sexta, das 13h30 às 17h30 e aos sábados, das 9h às 12h Agendamento para grupos: telefone (51) 3056-2086 Até 18 de dezembro Exposição de Telas de Eliana Baumhardt Local: Saguão do bloco 1 Inscrições: Secretaria de Pós-Graduação e Extensão da Unisc - Bloco 1, sala 110 Informações: Telefones (51) 3717-7346 ou 3717-7343 e msn: centralinfo@unisc.br


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GERAL

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Para celebrar a data, foi promovida uma palestra aos clientes com a jornalista Ana Amélia Lemos, sobre agronegócios Tecnologia que gera resultado, resultado que gera desenvolvimento. Este é o slogan da Central Analítica da Unisc que, em 2008, está completando 20 anos de atuação. Nesse período o setor já realizou mais de 2 milhões de análises em seus nove laboratórios, além de milhares de laudos, expedidos para clientes de várias regiões do Brasil. Localizada no campus de Santa Cruz do Sul, no bloco 11, a Central Analítica presta serviços científicos e tecnológicos, em especial análises químicas, físicoquímicas e biológicas, além de dar apoio técnico às atividades de ensino, pesquisa e extensão da Instituição. Para isso conta com uma área construída de aproximadamente 1.000 m2, onde estão instalados os seus laboratórios. A idéia de implantar uma central analítica dentro da Universidade surgiu em 1987, quando professores e laboratoristas ligados ao Departamento de Ciências constataram que praticamente todas as análises de solos das propriedades rurais da região eram feitas fora de Santa Cruz do Sul. Sendo assim, resolveram testar a rotina básica de análises de solos aproveitando a infra-estrutura dos laboratórios já existentes. Confirmadas as metodologias, organizado o espaço físico e com os padrões internos suficientemente testados, iniciou-se, em abril de 1988, um trabalho de extensão por meio da prestação de serviços à comunidade. Em agosto do mesmo ano, o Laboratório de Análise de Solos da Fisc ingressou na Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (Rolas). Em 1990 foi elaborado um projeto de ampliação do laborató-

rio de análises, com o objetivo de se criar uma Central Analítica. Com o apoio total da comunidade, vários outros laboratórios passaram a ser criados com o intuito de atender às demandas do setor produtivo local. Em abril de 1997, os laboratórios foram transferidos para o novo prédio localizado no campus-sede da Unisc. No ano de 2000, a Central Analítica da Unisc ingressou no Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), visando qualificar seu sistema de gestão por meio da utilização de conceitos da área da qualidade. Atualmente, seus laboratórios realizam mais de 250 mil análises anualmente, para cerca de 3 mil clientes de diversas regiões, inclusive de outros estados, contando com uma experiência acumulada de 2 milhões de análises. De forma pioneira, o setor opera de modo centralizado, reunindo seus laboratórios em células de acordo com eixos temáticos. São realizadas análises de águas, de alimentos, de efluentes industriais e domésticos, de materiais polimétri-

cos, de peixes, de solos e de vegetais. Atualmente, a Central Analítica possui mais de 400 equipamentos analíticos instalados e em operação, além de uma equipe de mais de 30 profissionais vinculados diretamente às atividades do setor. Reconhecimento A qualidade dos serviços da Central Analítica foi reconhecida, em nível federal, com o credenciamento junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o atendimento exclusivo na realização de análises fiscais de fertilizantes (RS e PR). A maioria dos serviços prestados está credenciada ou cadastrada junto aos órgãos governamentais em nível estadual e federal, que regulamentam e autorizam as atividades do setor. Palestra Para marcar as comemorações alusivas aos seus 20 anos, a Central Analítica da Unisc promoveu uma palestra com a jornalista Ana Amélia Lemos, no dia 24 de novembro. Ela falou para cerca de 600 pessoas, no auditório central da Instituição, sobre O impacto da crise mundial no agronegócio. O evento teve o apoio da RBS TV e da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Vale do Rio Pardo (Aeavarp).

Nos seus 20 anos de existência, a Central Analítica já realizou mais de 2 milhões de análises em seus nove laboratórios

Coleta e análise de balneabilidade Como ocorre anualmente, a Central Analítica da Unisc foi contratada pela Fepam para realizar a coleta e a análise de balneabilidade na temporada de verão 2008/2009. A novidade deste ano é a Lagoa dos Patos que, pela primeira vez, terá suas praias analisadas pela Unisc. O Projeto Balneabilidade é executado pela Fepam anualmente, no período que vai da segunda quinzena de novembro até a primeira semana de março. Ao todo são 19 balneários no Estado analisados

pela Central Analítica da Unisc. Ela é a responsável pelas regiões 4 e 5, lotes 4 e 5, que incluem os municípios de Rio Pardo, Restinga Seca, Santa Maria, Nova Palma, Candelária, Cachoei-

Fotos: Divulgação

CENTRAL ANALÍTICA COMEMORA SEUS 20 ANOS

ra do Sul, Cacequi, Mata, São Vicente do Sul, Dom Pedrito, Rosário do Sul, Tapes, Arambaré, Cristal e São Lourenço do Sul. As informações estão disponibilizadas no site www.fepam.rs.gov.br.

Atendimento O atendimento da Central Analítica ocorre de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 12h e das 13h30 às 17h. Mais informações pelo telefone (51) 3717-7500 ou pelo e-mail central@unisc.br. O recebimento de amostras (sob consulta) também pode ser feito nos campi da Unisc em Sobradinho, Venâncio Aires e Capão da Canoa.

A Central Analítica em números: - 20 anos de atuação - Mais de 1 mil m2 de área instalada - 9 laboratórios - 30 profissionais - Mais de 400 equipamentos - Mais de 3 mil clientes no Brasil - Mais de 2 milhões de análises realizadas

Áreas de atuação Agronegócios - Análises de Solos: Realiza análises químicas e físicas de solo e o laboratório é integrante da Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (Rolas). Pelos excelentes índices de exatidão nos resultados, o laboratório obtém o selo de qualidade desde 1989. Os prazos de entrega de resultados são feitos no prazo combinado com o cliente. - Análises de Fertilizantes: Realiza análises fiscais em fertilizantes e corretivos para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento oriundas do serviço de fiscalização deste órgão. - Análise Fitossanitária: No laboratório de Fitopatologia, credenciado pelo Mapa, são feitas análises de identificação de fungos e de insetos em vegetais e emitidos laudos oficiais de diagnóstico fitossanitário, utilizados para exportação. Meio Ambiente - Análises de Água: Serviço especializado de análises para verificação de potabilidade, controle de qualidade de água de piscinas e de processo industrial, balneabilidade, registro comercial, indústrias, irrigação e piscicultura. Monitoramento ambiental e análises ecotoxicológicas em águas superficiais. - Análises de Efluentes: em efluentes industriais e domésticos, para caracterização e monitoramento, parâmetros exigidos pelo Conama, pela Fepam e pela Sema. - Análises de Peixes: Para piscicultura, por meio de análise do peixe e interpretação das características físico-químicas da água. Alimentos - Análises Microbiológicas: Análises em produtos alimentícios e suas matériasprimas, para o controle de qualidade, registro ou verificação das condições higiênicosanitárias.


ENTREViSTA

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Na Unisc pretendo continuar como professor e ministrar aulas pelo menos uma vez por semana. Sempre ministrei disciplinas de Sociologia. Meu vínculo com a Universidade é para sempre

JOSEMAR SANTOS Eleito vice-prefeito de Santa Cruz do Sul pela coligação A força do Povo (PTB, PT, PDT, PSB, PRB, PC do B, PV e PT do B), encabeçada pela prefeita eleita, Kelly Moraes, o ex-reitor da Unisc, Luiz Augusto Costa a Campis, inicia uma nova etapa de sua vida. No entanto, ele revelou que pretende manter o vínculo com a Universidade e, para isso, vai tentar conciliar a atividade no cargo público com a de professor na Universidade. Campis é graduado em Estudos Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e mestre pela Universidade Federal da Paraíba. Sua carreira profissional na Instituição iniciou em julho de 1981, quando foi contratado para trabalhar como professor de Sociologia nos cursos de férias das Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul (Fisc). Uma de suas maiores contribuições para a Instituição ocorreu em 1986, quando participou ativamente da grande revolução pelas eleições diretas. O movimento era contrário ao sistema de escolha dos dirigentes das Faculdades, realizado na época apenas pela mantenedora. A mobilização iniciou com os professores, mas contou com o apoio dos estudantes e de alguns funcionários, que enfrentaram muitas dificuldades já que havia uma forte repressão contra eles. Campis lembra que foi um ato ousado, pois se o mesmo movimento não saísse vencedor, perderia o emprego. Entretanto, o resultado foi positivo e a academia passou a ter autonomia por meio das eleições diretas. Em entrevista ao Jornal da Unisc, ele falou da sua trajetória de 28 anos dentro da

Luciano Pereira

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DA UNISC PARA A PREFEITURA Instituição, onde foi chefe do Departamento de Ciências Sociais, vice-diretor geral das Faculdades Integradas, primeiro coordenador de Extensão, primeiro pró-reitor de PósGraduação, Pesquisa e Extensão, vice-reitor, reitor por oito anos e pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias. Campis foi ainda presidente da Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc), entre 1999 e 2007, quando ocorreu a aquisição do Hospital Santa Cruz. Jornal da Unisc – Como ocorreu o ingresso na vida política, que resultou com a sua eleição para vice-prefeito de Santa Cruz a partir de 2009? Luiz Augusto Costa a Campis - A minha vida política iniciou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), onde, nos anos 70, durante a ditadura militar, fui para a rua juntamente com os estudantes lutar pelas liberdades democráticas e contra o regime. Também estive dentro do Diretório Acadêmico do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Ufrgs, considerado o setor mais politizado da Universidade, participando de movimentos importantes para o país. Então fiz política minha vida inteira. Entretanto, temos que saber separar a política partidária da política em si. Passei a fazer política partidária quando me filiei ao PMDB e, depois, ao Partido dos Trabalhadores (PT), em 1990. Mas, como cidadão, sempre participei das atividades políticas, com a idéia de que, se você não participar, vai continuar apenas se queixando e colocando a culpa nos outros. Meu lema na política é um ditado que eu ouvi pela primeira vez nas palavras de Martin Luther King, que dizia o seguinte: “o que me assusta não é o

grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Acho que isso é importante para que os cidadãos de bem participem da política. Não dá para ficar discutindo política tão-somente em mesa de bar; é importante que a gente coloque a mão na massa. Esse sempre foi o meu impulso e a minha grande vontade que me levou para a política partidária. JU – O que muda na sua vida a partir de agora? Campis – O que muda na minha vida agora é que vou ter uma experiência que nunca tive antes,

Meu lema na política é um ditado de Martin Luther King: “o que me assusta não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”

{ { a de ocupar um cargo eletivo público. Eu ocupei cargo eletivo dentro da Universidade, não público estatal. Acho que vai ser uma experiência nova e muito enriquecedora. Estou muito aberto a aprender e quero levar a experiência que obtive dentro da Universidade para a Prefeitura. Aqui na Unisc pretendo continuar como professor e ministrar aulas pelo menos uma vez por semana. Sou professor há 28 anos e pretendo me aposentar na profissão. Nunca deixei de dar aulas, sempre ministrei disciplinas de Sociologia. Além disso, não quero perder meu vínculo com a Universidade. Esse vínculo é para sempre.

JU – Politicamente, o que você projeta para o futuro? Campis – Eu projeto um início de trabalho bastante complexo, porque nós vamos assumir uma prefeitura sem um período de transição. Como todos sabem, a administração atual optou por nos receber somente no final do mandato. De qualquer maneira, estamos com muito ânimo para colocar em funcionamento o nosso plano de governo que apresentamos durante a campanha, especialmente quanto a melhorias para a área da saúde. Acho que no primeiro ano já vamos conseguir mostrar nosso trabalho. Tenho certeza de que as mudanças, que vamos acionar já nos primeiros cem dias do nosso governo, vão dar um salto de qualidade em relação ao que nós temos hoje em Santa Cruz, com a criação de novas alternativas de renda para a comunidade e um novo impulso para o turismo. Será um trabalho efetivo com as entidades, sejam elas empresariais ou de trabalhadores. Então, nós estamos com muita expectativa de poder fazer um governo que, de fato, venha com esse ânimo de fazer uma Santa Cruz do Sul progressista desenvolvida. JU – O que representa para o PT fazer parte da administração municipal pela primeira vez na história? Campis – É uma oportunidade de mostrarmos a qualidade das nossas idéias e dos nossos quadros políticos. Como já disse anteriormente, é muito simples fazer um discurso a respeito de uma situação, mas é bem diferente quando você tem que praticar. Eu acho que é uma oportunidade importante para o nosso partido ter conseguido chegar ao governo municipal. Isso mostrou o acerto da nossa decisão em fazer uma co-

ligação política com um bom espaço de atuação, pois nós vamos ocupar secretarias importantes e, com isso, o PT poderá mostrar para que veio. JU – Como vai ser a relação entre a Prefeitura e a Unisc? Campis – Acho que é importante a gente aproveitar o potencial que existe dentro da Universidade em todas as áreas. Seja na área da educação, da saúde, das tecnologias ou das humanas. A gente pode trabalhar as ciências sociais aplicadas e utilizar esse potencial existente dentro da Unisc pelo bem do município e da comunidade. Então, esperamos uma nova era nas relações, pois acredito que essas duas instituições, conectadas, poderão fazer muito mais por Santa Cruz. JU – O que você gostaria de falar e que não foi perguntado? Campis – Eu também carrego comigo uma grande expectativa de poder unir a prefeitura municipal, a Universidade e o Hospital Santa Cruz para fazer, de fato, uma grande coligação de forças. E dessa maneira, constituir uma verdadeira teia que coloque essas entidades trabalhando em conjunto pelo bem do nosso município. Eu tenho certeza de que, com o tamanho que temos hoje de Universidade, nós vamos poder fazer uma diferença muito grande e que Santa Cruz vai ganhar muito. Penso que esse seja um sonho que esteja prestes a se realizar. O sonho de a gente poder sintonizar todas essas e outras grandes instituições que temos aqui no município. Estou falando da Unisc porque é a minha referência, mas tenho certeza de que com os outros hospitais e as outras instituições de ensino, nós também poderemos fazer o mesmo para construir uma Santa Cruz, de fato, com uma nova visão de futuro.


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CENTRAL

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Jô Nunes

DESENVOLVIMENTO, EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE Central de Tratamento de Resíduos é a mais recente das iniciativas de gestão ambiental da Unisc JOSEMAR SANTOS LUCIANO PEREIRA A Unisc inaugurou, no dia 10 de novembro, a Central de Tratamento de Resíduos (Ceter). O objetivo é armazenar temporariamente os resíduos químicos gerados na Universidade para posterior tratamento nos laboratórios ou encaminhamento para disposição final adequada, fora da Instituição. Os cinco prédios da Ceter possuem um total de 270 metros quadrados e estão localizados na área nordeste do campus-sede da Instituição. A Central será gerida pela área de gestão ambiental da Unisc, criada neste semestre e que está ligada ao setor de Coordenação do Campus. “A Ceter tem capacidade para tratar resíduos sólidos ou líquidos, desde que seja tecnica e economicamente viável e de acordo com o respectivo licenciamento ambiental”, explica o engenheiro ambiental Fabrício Weiss. Além do engenheiro, a Ceter também contará com o trabalho de um assistente técnico. A Unisc já possui licença de operação para os dois laboratórios montados, que são as plantas de tratamento de resíduos contendo formol e de resíduos contendo solução sulfocrômica. Ambos os equipamentos empregados foram desenvolvidos em conjunto por professores do Departamento de Engenharia, Arquitetura e Ciências Agrárias e do Departamento de Química e Física, alunos e funcionários dos laboratórios de engenharia. Outra inovação, que está sendo testada em um dos laboratórios da Ceter, é o sistema de aspersão de água sobre o telhado, que visa à redução de temperatura no interior do prédio. O sistema conta com o aproveitamento de água da chuva, que é armazenada em reservatório específico, sendo mais um diferencial ambiental adotado pela Unisc. “A Ceter faz parte de um projeto maior da Instituição que abriga outras iniciativas de gestão ambiental, como a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), a coleta

seletiva de lixo e a compostagem de resíduos orgânicos”, cita o coordenador do setor de Coordenação do Campus, Gilson Alves. “Esse conjunto de ações torna mais concreto e evidente o compromisso da Unisc com o meio ambiente”, finaliza. Preocupação ambiental A Unisc sempre buscou aliar, em seus projetos, desenvolvimento com preocupação ambiental. Por isso, procura diagnosticar potencialidades e problemas, desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão e disseminar o conhecimento tecnológico e ambiental nas regiões onde atua, tornando-se referência em desenvolvimento tecnológico e ambiental comprometido com a qualidade, participação e cooperação. Em 2005, a Unisc tornou-se a primeira universidade no País a possuir uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). A área de mata nativa, destinada à manutenção da biodiversidade e ao estudo de espécies vegetais e animais da região do Vale do Rio Pardo, está instalada em uma área de 221,39 hectares de terra doada pela empresa Souza Cruz. A região onde se encontra a RPPN é localizada próximo ao Salto do Rio Pardinho, no município de Sinimbu, a 48 km de Santa Cruz do Sul. Alguns pontos da reserva são destinados à preservação total e à pesquisa, enquanto outros abrigam projetos de educação ambiental e atividades de ecoturismo. Somente em 2008, a área já recebeu cerca de 900 visitantes de escolas, de cursos da Unisc e da comunidade. “Neste ano priorizamos as visitações e foram criadas mais três trilhas”, informa a gestora da Reserva, Deise Schwengber Breunig. Segundo ela, três monitores do curso de Ciências Biológicas atuam na área e orientam as visitas, coordenados pelo professor Jair Putzke. “Houve também melhorias no acesso da Reserva, licenciadas pela Fepam no final de 2007, permitindo a entrada de ônibus até o Centro de Visitantes”, conta.

Já o processo de criação da RPPN da Unisc, conforme Deise, está em tramitação no Ibama desde abril de 2007. “Nesse momento o processo está em fase final junto ao Instituto Chico Mendes, em Brasília, aguardando a sua conclusão para a publicação da Portaria de criação da RPPN ainda neste mês de dezembro”, explica a gestora. “Com a RPPN criada oficialmente será possível acessar os editais para buscar recursos que permitirão ampliar a infra-estrutura da Reserva e oferecer novas atividades voltadas à educação ambiental, ao ecoturismo e aos esportes de aventura”, esclarece. Desde outubro, a Unisc integra ainda a Associação de RPPNs do Rio Grande do Sul, sendo Deise integrante a diretoria. Outras iniciativas Na Central Analítica da Unisc, os impactos ambientais provenientes das análises realizadas pelos seus nove laboratórios são mapeados e gerenciados. Todos os resíduos agressivos ao meio ambiente são armazenados ou tratados. A Central Analítica também desenvolve um projeto social na área de qualidade da água com crianças e adolescentes. Outro setor da Unisc que atua na área de meio ambiente é o Núcleo de Planejamento e Gestão Territorial, que tem por objetivo propor, elaborar e participar de projetos de ensino, pesquisa e extensão, além de prestar assessorias e/ou consultorias às organizações governamentais e não-governamentais no processo de planejamento e de gestão territorial. As áreas de atuação do núcleo são as de educação ambiental, de geoprocessamento, de gestão de recursos hídricos, de gestão rural, de planejamento e gestão ambiental e de planejamento e gestão urbana. O Núcleo de Planejamento e Gestão Territorial da Unisc está localizado no bloco 13 do campus de Santa Cruz do Sul, na sala 1312. Mais informações pelo telefone (51) 3717-7517, pelo fax (51) 3717-7460, ou pelo e-mail npg@unisc.br.

RPPN é destinada à manutenção da biodiversidade e ao estudo de espécies vegetais e animais da região

Projeto promove a reciclagem de plásticos Um trabalho desenvolvido pelo Grupo de Pesquisas em Reciclagem de Plásticos da Unisc comprovou que é possível transformar o plástico já utilizado em um produto novo e de qualidade. O projeto é coordenado pelas professoras Adriane Lawisch Rodriguez, do Departamento de Engenharia, Arquitetura e Ciências Agrárias, e Cláudia Mendes Mählmann e Liane Mählmann Kipper, do Departamento de Química e Física. Durante o trabalho foram produzidos tensores e organizadores de mesa. Inicialmente foi realizado um estudo quali-quantitativo dos resíduos plásticos gerados em Santa Cruz do Sul. A segunda etapa foi elaborar formulações para a composição dos reciclados e avaliá-las, considerando os tipos de plástico mais freqüentes na usina de triagem do município. Experiências foram desenvolvidas na Planta-Piloto de Reciclagem de Plásticos. Com base nessas informações, o grupo optou por desenvolver três novos produtos com resíduo plástico, avaliando a viabilidade econômica da produção. A partir daí, foram fabricados perfis para revestimen-

to de residências, organizadores de mesa e tensores manuais para exercícios fisioterápicos. Os produtos, apesar de feitos com plástico reutilizado, não perdem em qualidade para aqueles feitos com material novo. “Em relação à qualidade, os produtos confeccionados a partir de plástico pós-consumo se mantêm similares à qualidade de produtos confeccionados com matéria-prima virgem, desde que o processo produtivo transcorra dentro dos padrões”, observam as professoras. A pesquisa teve o apoio da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul e contribuiu para a montagem da Planta-Piloto de Reciclagem de Plásticos da Unisc. Nessas instalações podem ser desenvolvidos estudos sobre diferentes tipos de resíduos plásticos, criação de novos produtos e treinamento para a comunidade regional. “Esse trabalho contribui para a redução do consumo de materiais não-renováveis, minimização dos resíduos e aumento da vida útil dos aterros e lixões. Tudo isso influi na qualidade de vida das pessoas”, salientam as professoras.


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Logo ao ingressar no campus pelo pórtico principal de acesso, é possível ter uma mostra do compromisso ambiental da Unisc. É a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), criada em 2006 para o descarte dos efluentes sanitários gerados no campus-sede. A ETE está situada ao lado do pórtico de entrada do campus, onde foi instalada uma rede coletora de 3 mil metros de extensão. A localização se deve ao aproveitamento da Lei da Gravidade para a vazão dos efluentes até a estação, reduzindo custos de operação. Além disso, serve para mostrar à comunidade regional que é possível tratar os efluentes e preservar o meio ambiente de forma sustentável. “Se esse sistema atende a uma demanda de 12 mil pessoas da Universidade, pode ser perfeitamente aplicado em pequenos municípios”, explica a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Unisc, Liane Mählmann Kipper. Além do benefício ao meio ambiente, a Estação permite ainda atividades de ensino e pesquisa. “Os alunos dos cursos de Engenharia

e Química ou dos cursos de pósgraduação podem desenvolver atividades de pesquisa”, comenta. O material tratado na ETE e lançado na rede pública possui acompanhamento e é permanentemente analisado, estando em conformidade com as especificações da Legislação Ambiental Estadual. Após o tratamento, por meio do sistema conhecido como UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket), a água é finalmente lançada na rede municipal de esgoto. Em português, a sigla UASB significa Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente. Em outras palavras, é um sistema de tratamento de efluentes que utiliza bactérias anaeróbias - que não precisam de oxigênio - para fazer a degradação da matéria orgânica. Esse princípio, segundo o professor do Departamento de Engenharia, Arquitetura e Ciências Agrárias e do Mestrado em Tecnologia Ambiental da Unisc, Diosnel Antonio Rodriguez Lopez, apresenta algumas vantagens, entre elas a baixa geração de lodo. “O lodo gerado também é consumido pelas

Josemar Santos

Exemplo de preservação para a comunidade

Projeto de reaproveitamento das águas de esgoto é desenvolvido na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da Universidade

bactérias”, explica Lopez. Outras vantagens do sistema UASB, apontadas pelo professor, são a alta eficiência de remoção da matéria orgânica, o bai-

Reaproveitamento das águas a baixo custo A Unisc oferece à comunidade um projeto alternativo de saneamento urbano e rural com baixo custo. A inovação contempla o desenvolvimento de sistemas de tratamento de esgotos domésticos onde são priorizados os baixos consumos energéticos, além da isenção de insumos químicos rotineiros e a integração de métodos capazes de possibilitar a reutilização de águas utilizadas nos banheiros e nas cozinhas das residências. O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e conta com o apoio do Pólo de Modernização Tecnológica do Vale do Rio Pardo (PMT/VRP) e do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede). Sob a coordenação dos professores Diosnel Rodriguez Lopez e Ênio Leandro Machado, o projeto-piloto foi desenvolvido na Estação de Tratamento de Efluentes da Unisc (ETE). “São sistemas de tratamento dos efluentes, ou seja, daquelas águas utilizadas na cozinha e no banheiro das residências, geradas a partir das necessidades fisiológicas das pessoas”, explica Rodriguez. Ele lembra, ainda, que o sistema pode ser aplicado tanto nas residências particulares como em condomínios. “Essas águas do esgoto doméstico vão direto para a rede de esgoto fluvial e vão parar

no rio Pardinho, por isso é uma questão de preservação ambiental”, frisa. O sistema criado para a área rural não necessita do uso de energia elétrica para ser implantado nas propriedades. O processo é chamado de Reator Anaeróbio e pode ser construído sem oxigênio no seu interior. O tamanho dos reatores depende do volume de esgoto produzido em cada residência. O tanque é similar a uma fossa séptica convencional. Os poluentes orgânicos são armazenados no primeiro reator, durante 24 horas, para tratamento da matéria orgânica. Depois disso, o líquido é encaminhado para outros dois reservatórios chamados de Áreas Alagadas Construídas, onde fica armazenado por mais 12 horas em cada um deles. Passado esse período, o processo de tratamento dos efluentes está concluído e a água pode ser reutilizada. “A água sai do sistema com excelente qualidade, muitas vezes até melhor do que a água dos rios”, afirmou Diosnel. Segundo o professor, nessas áreas alagadas construídas são colocadas plantas, pois elas são capazes de eliminar os nutrientes eutrofizantes das águas que são o Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K). “As plantas retiram esses nutrientes, pois precisam deles para o seu crescimento e,

com isso, a planta realiza o papel de um filtro. Assim, a água que entrou com uma carga orgânica e com nutrientes é depurada e purificada para ser reutilizada”, lembrou. Na área rural, o investimento é de cerca de R$ 1 mil, podendo o reator ser adaptado numa caixa d’água. O sistema permite o tratamento de 1,5 mil litros de efluentes por dia. Já o sistema desenvolvido para ser utilizado na área urbana é mais compacto para ocupar menos espaço. Ele é diferente do sistema utilizado hoje nas residências, que agrupa uma fossa séptica e um filtro que nunca são limpos. É um sistema aeróbio, construído com oxigênio no seu interior. Ele também possui a vantagem de ser mais rápido e funciona de forma automática. Diferente do reator utilizado no meio rural, esse equipamento utiliza energia elétrica, pois existe um motor acoplado e em oito horas é capaz de tratar 3 mil litros de efluentes. O sistema é composto por uma caixa, um motor e um mecanismo de controle. O investimento gira em torno de R$ 3 mil. Os dois protótipos estão à disposição da comunidade na Estação de Tratamento de Efluentes da Unisc (ETE). O sistema pode ser adquirido de forma individual ou por meio de convênios e parceiras.

xo consumo de energia e a nãonecessidade de uma equipe para o seu funcionamento. Lopez diz ainda que, no final do processo, a

água passa por um filtro biológico, responsável por remover os gases e a matéria orgânica restantes antes de ser lançada na rede municipal.

Coleta seletiva e compostagem Por meio de uma parceria entre o Núcleo de Planejamento e Gestão Territorial, a Coordenação do Campus e o Grupo de Pesquisa em Reciclagem de Plásticos, são desenvolvidos no campus da Unisc o Projeto de Coleta Seletiva e o Sistema de Compostagem. O trabalho iniciou em 2002 e visa à destinação correta e à separação dos resíduos gerados na Universidade. Outro objetivo é conscientizar a comunidade acadêmica quanto ao retorno social, ambiental e econômico da destinação adequada de resíduos sólidos recicláveis gerados no campus. Materiais como plástico, papel, papelão, metal e vidro são separados e destinados à reciclagem por meio de uma empresa credenciada. As lâmpadas usadas são encaminhadas às empresas que fazem o recolhimento desse material. Já o resíduo orgânico tem como fim a compostagem, realizada no interior do campus. O projeto, para seu planejamento, obedece a três elos da coleta seletiva: educação ambiental, logística e destinação. Em 2005, foi adicionado ao Projeto Reciclagem de Resíduos Plásticos o sistema de compostagem, onde, por meio de um processo biológico de decomposição, os resíduos orgânicos se transformam em um composto que é utilizado como condicionador do solo nos jardins da Universidade, melho-

rando as propriedades do solo. O Projeto de Coleta Seletiva e o Sistema de Compostagem proporcionam um destino correto aos materiais, aumentando sua vida útil e evitando que estes sejam encaminhados ao aterro sanitário. Para aprimorar as ações da coleta seletiva e desencadear novas ações de conscientização e participação, são promovidas atividades de educação ambiental. Da mesma forma, é realizado o mapeamento dos locais de consumo e produção dos resíduos para otimizar o fluxo de capacitação e recolhimento dos mesmos. São monitorados quali-quantitativamente a produção dos distintos resíduos, em especial o orgânico, o qual é encaminhado para o sistema de compostagem. Um dos resultados obtidos foi o coletor especial de latinhas, com a finalidade de diminuir as perdas de metais no caminho da coleta seletiva. Ele consiste em um tonel de 1m de altura, com a tampa fechada. Nessa tampa foi inserido um cano de PVC onde as latinhas são colocadas. O coletor impede a retirada das latinhas e a sua estrutura assemelha-se a uma lata de refrigerantes. Para dar um fim mais nobre aos materiais orgânicos, foi desenvolvida ainda uma planta de compostagem, onde o adubo resultante do processo é utilizado na jardinagem do campus.


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EXTENSÃO

UNISC NA COMUNIDADE Ações no bairro Bom Jesus geram trabalho e renda à comunidade Divulgação

O Projeto Unisc com a Comunidade, por meio de seu subprojeto Coopera Bom Jesus, realizou no dia 21 de novembro, no Centro Ocupacional do bairro, as formaturas dos cursos de Gestão para o Cooperativismo e de Corte e Costura Industrial. A solenidade contou com a presença do reitor da Unisc, Vilmar Thomé, e do presidente da Alliance One, Nestor Mähler. A iniciativa é vinculada às atividades de economia solidária desenvolvidas pelo projeto com a comunidade do bairro Bom Jesus. A idéia é direcionar as ações no bairro para uma iniciativa de geração de trabalho e renda por meio da constituição de uma cooperativa no ramo do vestuário. Para isso, o trabalho aproveita as atividades e a infra-estrutura já existentes no bairro. O Coopera Bom Jesus teve início em maio de 2008 com o estabelecimento de um contrato de parceria entre a Universidade, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, que cedeu o espaço para a cooperativa, e a Alliance One, que disponibilizou os recursos financeiros necessários para a constituição da cooperativa, fundada no dia 13 de novembro. “O objetivo fundamental é proporcionar uma alternativa de trabalho e renda no bairro”, reforça o pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Luiz Augusto Costa a Campis. Parceria A Alliance One aderiu ao Projeto Coopera Bom Jesus em dezembro de 2007. A partir daí, representantes da empresa participaram de reuniões sistemáticas com lideranças da comunidade para

Cooperativa no ramo do vestuário aproveita as atividades e a infra-estrutura já existentes no bairro

planejamento e organização do espaço de formação e de capacitação para a cooperativa de vestuário. De acordo com o presidente da Alliance One, Nestor Mähler, a decisão de investir no Bairro Bom Jesus teve um significado especial. “Temos muitos colaboradores que residem no bairro e que a cada safra são fundamentais para que a nossa empresa alcance seus objetivos”, destaca ele. Além do acompanhamento das atividades de criação e estruturação da cooperativa e de motivação dos moradores, a Alliance One também viabilizou a compra de móveis e equipamentos necessários à implantação do projeto. O projeto O Projeto Unisc com a Comunidade / Bairro Bom Jesus vem sendo desenvolvido desde 2004 por professores e alunos do curso de Serviço Social da Universidade. O projeto multidisciplinar busca, essencialmente, promover o trabalho de extensão na linha do desenvolvimento de comunidade, tendo

como público-alvo a população do bairro que é considerado o mais populoso de Santa Cruz do Sul. “Esse projeto demonstra o caráter comunitário da Unisc, estreitando os laços entre a Universidade e as comunidades de Santa Cruz do Sul, especialmente aquelas mais vulnerabilizadas”, acrescenta Campis. “Visa, principalmente, construir atividades no sentido de trabalhar a organização, a autoestima, a participação, a emancipação, a autonomia, entre outras categorias, a fim de que eles busquem a garantia de seus direitos por meio de um projeto de geração de renda”, completa a professora Rosângela da Silva Almeida, coordenadora do projeto desde 2007. As atividades contam com o trabalho de diversos atores sociais, dentre eles professores da Unisc, representantes da Alliance One e representantes da comunidade, como o Padre José Renato Back, o presidente da associação de moradores Clairton Ferreira e a coordenadora do grupo de jovens Unidos pela Paz, Alaides Nopez.

Grupo de Estudos encerra atividades Uma prova simulada de concurso e um coquetel encerraram as atividades da primeira turma do Grupo de Estudos e Aprofundamento de Conteúdos de Ensino Médio, promovido pelo Programa Unisc-Escola. Cerca de 140 estudantes de toda a região participaram das aulas que iniciaram em abril. O grupo oferece aos participantes a revisão de conteúdos, propiciando-lhes habilidades para ampliar os conhecimentos das diferentes disciplinas do Ensino Médio. O curso é gratuito, com 3 a 4 encontros por semana realizados nas dependências da Unisc. As aulas são ministradas por professores voluntários, bolsistas e monitores da Universidade. “O principal objetivo do trabalho é melhorar o rendimento escolar desses estudantes e prepará-los para a prova do Enem, necessária para concorrer à bolsa do ProUni”, aponta a coordenadora do Programa Unisc-Escola, pro-

fessora Liane Wendling Roos. “Também prepara para outros processos seletivos, como o vestibular”, complementa. Jonathan Augustus Kellermann Kaercher, 17 anos, participou das aulas desde o início e fez todas as disciplinas. “Contribuiu muito para melhorar o meu rendimento e para interagir com os colegas”, diz o estudante do 3º ano da Escola Guia Lopes, de Candelária. Agora, ele quer prestar o vestibular para o curso de Medicina da Unisc. “Foi bom, importante, e agora me sinto mais preparado”, afirma. Para Janaína Caroline de Lara, 18 anos, as aulas foram uma fonte de conhecimento favorável para o futuro. Estudante da Escola Vera Cruz, ela fez três módulos do curso e agora se prepara para cursar Ciências Biológicas na Unisc. “Espero que os próximos alunos também aproveitem a oportunidade”, opina. Luciano Pereira

Grupo de Estudos e Aprofundamento de Conteúdos de Ensino Médio reuniu cerca de 140 estudantes

Projeto doa computadores ao presídio

Recursos, mostra cultural e feira comunitária No dia 8 de novembro, o projeto Unisc com a Comunidade/ Bairro Bom Jesus promoveu a 4ª Mostra Cultural e a 4ª Feira Comunitária no bairro. A Mostra Cultural é um espaço de socialização das aptidões culturais da população do bairro Bom Jesus e seu objetivo é identificar e disseminar para a sociedade aptidões culturais das crianças, dos jovens e dos adultos que moram no bairro, com apresentações musicais e de dança. A Feira Comunitária, que desde 2007 ocorre junto com a Mostra Cultural, é um espaço de venda de produtos confeccionados pelos membros do bairro Bom Jesus, como o artesanato local e

as peças de roupas confeccionadas pela cooperativa de costureiras. “O objetivo é mostrar, de forma lúdica, por meio da socialização e da interatividade, o quanto a comunidade do bairro tem potencialidades que podem se tornar referência na cidade”, salienta a professora Rosângela. Recentemente o subprojeto Unisc com a Comunidade – Bairro Bom Jesus: capacitando jovens e adultos para o mercado de trabalho recebeu ainda a aprovação de recursos destinados por meio de edital da Embaixada da Suíça. Após primeira avaliação do projeto e visita do cônsul honorário do Consulado da Suíça de Porto Ale-

gre, Gernot Haeberlin, às dependências da Unisc e ao bairro Bom Jesus, o projeto da Unisc foi aceito e receberá o valor de R$ 17 mil. Os recursos ajudarão a dar continuidade às ações desenvolvidas até o momento no bairro, com o objetivo de promover a inserção social das famílias por meio das ações e práticas de geração de trabalho e renda a partir da reciclagem do lixo. O projeto também oportuniza o aprendizado de um ofício, a fim de gerar uma alternativa econômica para as famílias, proporcionando cursos de qualificação profissional para criar oportunidades de inserção da comunidade no mercado de trabalho.

A Unisc, por meio da pró-reitoria de Extensão e Relações Comunitárias, entregou em novembro três computadores para o Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. A ação também integra o Projeto Unisc com a Comunidade/Bairro Bom Jesus. De acordo com o coordenador de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Ângelo Hoff, a doação é uma das iniciativas de ampliação no processo de aproximação da Unisc com o Presídio Regional de Santa Cruz, trabalho esse que já vem sendo desenvolvido há dois anos. “Essa entrega simboliza o comprometimento da Instituição com o presídio Regional. O objetivo é intensificar as atividades, embora saibamos que a demanda é bem maior”, afirma. “Mas vamos trabalhar no sentido de oferecer nossos serviços nas mais diversas áreas para beneficiar a comunidade carcerária”. Já o diretor do Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, Antônio Carlos Gonçalves, disse que os equipamentos serão de extrema importância, pois vão auxiliar e melhorar o desenvolvimento das atividades da casa. “Essa aproximação vai representar um incremento sob todos os aspectos, na medida em que a Unisc se coloca à disposição para nos auxiliar na infra-estrutura por meio das suas atividades acadêmicas”, explicou.


PESQUiSA

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Pesquisador é co-autor de livros no Canadá

Divulgação

Além de dois livros publicados recentemente no Canadá e outro previsto para 2009, Sílvio Correa participa de publicação na Alemanha Dois livros publicados recentemente no Canadá coroaram em 2008 a produção científica em nível internacional do pesquisador e professor Sílvio Marcus de Souza Correa. O primeiro deles aborda a juventude no Brasil e foi escrito por um grupo multidisciplinar de pesquisadores. Os jovens do Brasil (Les jeunes du Brésil) foi publicado numa série editorial do Instituto do Québec de Pesquisa Científica (IQRC), em conjunto com a Universidade Laval. Nessa série já foram publicados outros números sobre jovens do Canadá, da Europa, da África e da América Central. Trata-se da primeira coletânea canadense sobre esse tema no Brasil. O livro teve seu lançamento oficial em julho, no Congresso da Associação Internacional dos Sociólogos de Língua Francesa (AISLF), que ocorreu em Istambul, Turquia. Dos 11 capítulos da coletânea, o professor da Unisc é o único autor a assinar dois deles. O seu primeiro capítulo introduz o leitor de língua francesa à sociedade brasileira contemporânea e destaca a importância da juventude diante das mudanças sociais que se operam no contexto da globalização. O outro capítulo de autoria de Sílvio Correa trata dos jovens numa cidade de porte médio no sul do país. A publicação do livro em língua portuguesa está prevista para o final deste ano e conta com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro. O segundo livro foi lançado em outubro no Québec. Sob a direção dos sociólogos canadenses Madeleine Gauthier e Patrice Leblanc, essa coletânea aborda a migração dos jovens e sua relação com as dinâmicas territoriais no mundo contemporâneo. As trajetórias e motivações dos jovens migrantes em países da Ásia, da África, da Europa e das Américas, os impactos sobre a dinâmica territorial da mobilidade espacial dos jovens em várias regiões do globo e o contexto minoritário de jovens migrantes, especialmente nos países do Hemisfério Norte, são os temas abordados por pesquisadores de vários países no livro Jovens e dinâmicas territoriais (Jeunes et dynamiques territoriales). Correa é o autor do capítulo “mobilidade espacial dos jovens e a dinâmica territorial no Brasil meridional”.

Publicações previstas O professor Sílvio Correa também participa de outro livro que será publicado na Alemanha, cujo tema é juventude e integração social em contexto multicultural. O projeto da coletânea Caminhos da integração em sociedades heterogêneas – estudos comparados (Wege der Integration in heterogenen Gesellschaften – vergleichende Studien) está sob a direção dos pesquisadores alemães Josef Held e Karin Sauer e reúne artigos de pesquisadores de vários países. Para 2009 há previsão de outra coletânea internacional, da qual o professor da Unisc é organizador junto com a canadense Annie Pilote. O tema versa sobre a identidade de jovens em contexto minoritário no Rio Grande do Sul e no Québec. O lançamento está previsto para o próximo Congresso Internacional da ACFAS, em Ottawa, Canadá, no mês de maio. Publish or Die! “As publicações científicas em nível internacional são também uma decorrência da minha trajetória de vida”, declara o professor Sílvio Correa, que fez a maior parte da sua formação acadêmica no exterior. Com doutorado na Alemanha e estágios de pós-doutorado no Canadá, o pesquisador é membro de várias associações científicas internacionais e mantém colaboração com colegas e grupos de pesquisa no exterior. “Em nível internacional não há muita escolha para um cientista: Publish or Die!”, sentencia o professor e pesquisador da Unisc. Na Feira do Livro de Porto Alegre deste ano, Sílvio Correa participou ainda do lançamento do livro Desenvolvimento Regional: Democracia Local e Capital Social”, sob a coordenação dos cientistas políticos Marcelo Baquero, da Ufrgs, e Dejalma Cremonese, da Unijuí. Nessa coletânea, o professor e a pesquisadora alemã Karin Sauer dividem a autoria de um capítulo sobre capital social, diversidade cultural e juventude. Nos últimos anos, Correa tem sido autor, co-autor e/ou organizador de livros com lançamento na Feira do Livro de Porto Alegre. Em 2003 lançou o livro Capital Social e Desenvolvimento Regional. Em 2006 houve o lançamento da

coleção História Geral do Rio Grande do Sul, volumes Colônia e Império. Nesse último volume, ele foi autor de um capítulo. No mesmo ano, também foi publicado o livro Terra de Promissão, no qual o professor dividiu a autoria com Juliana Bublitz. Em 2007, os professores Sílvio Correa e René Gertz, da PUC/ RS, foram os organizadores do livro Historiografia alemã pós-muro: experiências e perspectivas e tradutores dos textos dos autores que colaboraram nesta coletânea. “Tenho livros em parceria com historiadores, cientistas políticos, sociólogos brasileiros e estrangeiros. Esse diálogo ‘sem fronteiras’ é possível quando a pesquisa se pauta pelo princípio científico da universalidade”, avalia o pesquisador.

Sílvio Correa é professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional - Mestrado e Doutorado

Resultados atraem estagiários para a Unisc A publicação dos resultados de pesquisa em nível internacional tem atraído para a Unisc pesquisadores de outros países e de outros estados do Brasil. Alguns deles chegam a fazer estágios de pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR), onde o professor Sílvio Correa atua e desenvolve suas pesquisas. A primeira pesquisadora a realizar seu estágio de pós-doutorado junto ao PPGDR, sob a supervisão de Correa, foi a alemã Karin Elinor Sauer, doutora em Educação pela Universidade de Tübingen. Por meio do convênio internacional entre os estados de Baden-Württemberg (Alemanha)

e do Rio Grande do Sul, Karin Sauer atuou doze meses junto ao Centro de Pesquisa em Desenvolvimento Regional (Cepeder) do PPGDR. O segundo pesquisador a fazer estágio em nível de pós-doutorado é o catarinense Ancelmo Schröner, doutor em História pela UFSC. Com bolsa de pesquisa da Capes, ele desenvolve uma análise comparativa entre a migração regional nas últimas décadas e seu impacto na organização social do espaço urbano em cidades de médio porte no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Para o professor da Unisc, os estágios de pós-doutorado sob a sua supervisão decorrem do interesse dos pesquisadores em

sua linha de pesquisa e nos resultados de seu trabalho. Esses últimos são divulgados em congressos internacionais e publicados em periódicos especializados, revistas científicas e livros acadêmicos. “Recebo e-mails de pesquisadores de vários países interessados em meu trabalho”, conta. “Recebi um e-mail de um estudante de doutorado em antropologia da Indiana University (EUA) que soube das minhas pesquisas sobre identidade étnica. Ele leu minha tese de doutorado, pois estuda manifestações culturais alemãs em contexto de imigração, e gostaria de fazer um estágio comigo”, informa o professor da Unisc.

Pesquisadora é 1º em Programa da UFPel A bióloga Patrícia Lovatto, mestre em Desenvolvimento Regional pela Unisc, conquistou em novembro o primeiro lugar no Programa de Doutorado em Sistemas de Produção Agrícola Familiar da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, da Universidade Federal de Pelotas. Ela concorreu com pesquisadores das áreas de Agronomia e Engenharia Agrícola. O primeiro lugar garante a Patrícia a obtenção de bolsa federal por aproximadamente cinco anos, período em que desenvolverá suas pesquisas com plantas fitotóxicas para o controle de pragas agrícolas em hortaliças, trabalho que será

co-orientado pelo professor Eduardo Lobo Alcayaga, da Unisc. A linha de pesquisa específica de Patrícia consiste no estudo dos processos biológicos nos sistemas de produção, tendo como objetivos o desenvolvimento e a avaliação de sistemas de produção agrícola quanto aos aspectos de manejo, práticas culturais, novos desafios e perspectivas futuras relacionadas à ciência e à tecnologia da produção vegetal das culturas de maior importância socioeconômica para a agricultura familiar na região sul do Brasil. Nesse sentido, a maior ênfase é dada ao cultivo de hortaliças, flo-

res e plantas ornamentais, plantas medicinais, forrageiras, lavouras de subsistência e espécies florestais adaptadas às condições edafo-climáticas da região e às interações deste com o meio, numa perspectiva sustentável. Na dissertação de mestrado, Patrícia Lovatto, orientada pela professora Virgínia Elisabeta Etges, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Unisc, abordou a Percepção Ambiental de Agricultores Familiares da Região do Vale do Rio Pardo, RS. O trabalho contribuiu significativamente para o resultado positivo obtido na seleção em Pelotas.




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INSTiTUCiONAL

Cursos a distância serão ampliados em 2009 Josemar Santos

EAD tem alunos do Brasil e do exterior Desde outubro deste ano, a Unisc oferece cursos na modalidade a distância (EaD). São cerca de 600 alunos em todos os estados brasileiros e, inclusive, de fora do país (França, Angola, Estados Unidos, Turquia e Japão) que freqüentam os quatro cursos oferecidos pela Instituição. Os cursos de pós-graduação lato sensu em andamento são Gestão de Pessoas, Direito do Trabalho e Processual do Trabalho, Direito Penal e Processual Penal e Direito Processual Civil. Os cursos da área do Direito são realizados em parceira com a Escola Nacional de Advocacia (ENA) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A primeira certificação ocorre em 2010. No entanto, como a procura pela modalidade vem aumentando, a Unisc prepara 13 novos cursos que serão oferecidos em 2009, nas áreas da Educação, da Gestão e do Direito. Conforme o assessor para Educação a Distância, Paulo Roberto Marcolla Araujo, o sistema de parcerias vai continuar, já que, segundo ele, esses convênios contribuem para dar maior credibilidade aos cursos. “Além de a Unisc ser uma Instituição de renome Estadual, por ter obtido nota máxima do MEC e reconhecimento na modalidade de Educação a Distância, também os convênios foram firmados com entidades que inspiram confiança pela sua credibilidade e solidez”, revela. Para os alunos, essas parcerias também são importantes. “Na condição de dirigente

Procura pela modalidade vem aumentando e a Unisc prepara 13 novos cursos para serem oferecidos em 2009

da OAB em Jaboatão dos Guararapes e Moreno (PE), fui um dos primeiros a tomar conhecimento da parceria realizada entre a ENA e a Unisc e, levando em consideração os rigorosos critérios exigidos pela OAB para os cursos de Direito, resolvi apostar nessa idéia”, destaca Edilson Fernando Tavares de Araújo, aluno do curso de especialização em Direito Processual Civil. Marcolla disse ainda que considera importante o trabalho de supervisão que o Ministério da Educação (MEC) vem realizando junto aos centros de ensino superior que se dedicam a essa modalidade. Conforme o professor, a Unisc, por exemplo, já recebeu inúmeras visitas de avaliadores do MEC que aprovaram a infra-estrutura oferecida nos quatro campi da Instituição. Nills Alex Oliveira Wilken, 59 anos, de Teresópolis (RJ), aluno do curso de pós-graduação em Direito Processual Civil, diz que desde a primeira vez que acessou o site da EaD Unisc

teve a demonstração da seriedade com que o trabalho é desenvolvido. “A qualidade do material e a quantidade de informações disponibilizadas me conduziram a não ter dúvidas na minha escolha”, adianta. Para o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito a distância, professor Edison Botelho Silva Junior, o grande diferencial da Unisc em relação aos demais centros é a excelente estrutura disponibilizada para oferta de cursos nessa modalidade. Outra vantagem é que o aluno pode participar das aulas em qualquer lugar, já que não há a necessidade de se deslocar até uma sala de aula presencial. “Ele pode escolher o melhor momento e local para administrar seus estudos, além de interagir com colegas, professores e tutores na sala virtual para aprofundar o debate sobre todos os assuntos”, frisa o professor. “A freqüência do aluno no curso é efetivada através da realização das atividades individuais ou coletivas pro-

Unisc negocia criação de campus na capital A Unisc aprovou, no dia 30 de outubro, em reunião do Conselho Universitário, a proposta de continuidade das negociações com o Grupo Unificado para a criação de um campus no município de Porto Alegre. A parceria possibilitaria o uso das instalações físicas do Grupo por parte da Universidade. O novo campus da Unisc funcionaria nas dependências do Colégio Leonardo da Vinci – Beta, na Avenida Icaraí, zona sul de Porto Alegre, e seria destinado à instalação de cursos de graduação e de pós-graduação. Também será avaliada a possibilidade de cooperação em outros projetos de educação e de oferta de cursos técnicos. Conforme o pró-reitor de Administração da Universidade,

Jaime Laufer, a responsabilidade dos cursos será da Unisc. “Todas as atividades se darão em nome da Unisc/Apesc, pelo seu projeto educativo de ensino superior e credenciamento de Universidade”, garante. “A intenção seria iniciar a oferta dos cursos no primeiro semestre de 2010”, adianta Laufer. Os primeiros cursos a serem oferecidos em Porto Alegre deverão ser os de Administração, de Ciências Contábeis e de Ciência da Computação. Os cursos e o próprio campus passarão por processo natural de autorização. O Unificado entrará com a área e o prédio que abrigará inicialmente os cursos. A Unisc providenciará as reformas do prédio, adequando-o às necessidades da educação su-

perior, bem como os equipamentos, a biblioteca e os laboratórios utilizados no primeiro ano, responsabilizando-se, ainda, pelas despesas decorrentes do processo de autorização dos cursos. Este seria o sexto campus da Universidade no Estado. A Unisc já possui, atualmente, quatro campi nos municípios de Santa Cruz do Sul (sede), Capão da Canoa, Sobradinho e Venâncio Aires. Em 2009, a previsão é de que deva ocorrer o primeiro vestibular no campus de Montenegro, cujas obras terão sua primeira fase finalizada até final de dezembro com a conclusão da estrutura pré-moldada de concreto. O prédio terá dois pavimentos, com uma área total de 1.171,44 metros quadrados.

postas para cada semana de aula, o que exige uma participação qualitativa”, frisa Sobre essa constatação, o aluno do curso de Direito Penal e Processual Penal, Crivaldo Gomes Cardoso, de Itaperuna, Rio de Janeiro, disse que o modelo é uma avançada evolução do método já superado de videoconferência, ofertado por outras instituições. Aos 64 anos de idade, o estudante explica que, no início, teve medo do processo até então desconhecido. “Mas, como sou dado a desafios, fui à luta e, qual não foi minha surpresa – agradabilíssima - ao constatar o avançado e envolvente modelo educativo oferecido pela Unisc”, elogia. “É importante salientar que tenho me dedicado ao curso sem perder a liberdade para desenvolver outras atividades, apesar de ter a consciência de que necessito ter uma responsabilidade muito grande para dar conta do recado”. A coordenadora de Produção de Materiais da Assessoria

para EaD da Unisc, Joice Lanzarini, disse que o material didático é criteriosamente elaborado pelos professores da Instituição e seus convidados. Os roteiros, contendo a programação semanal de cada disciplina, e as videoaulas são enviadas aos alunos em CD/DVD e também disponibilizadas na Sala Virtual, ampliando as formas de acesso ao material didático. Nesse sentido, o aluno do curso de Direito Processual Civil, Lazaro Adelmo Mendonça, de Goiânia, explica que qualquer bacharel em Direito deve fazer um curso de pós-graduação, aproveitando as inovações tecnológicas e as facilidades oferecidas pela Unisc. “Este é meu curso de especialização Lato Sensu, que será concluído aos 51 anos de idade. Dou testemunho das facilidades para a aprendizagem e para o acesso aos recursos multimídia que utilizamos no dia-a-dia”, justifica Mendonça. “Recomendo o curso para aqueles que desejam progredir na carreira e ter sucesso profissional”.

Santa Cruz do Sul está em quinto em ranking cultural O ranking Capitais da Cultura, considerado o mais confiável levantamento sobre o setor cultural no Rio Grande do Sul, colocou Santa Cruz do Sul entre as cinco cidades com melhor índice cultural no interior do Estado. Os dados foram divulgados na edição número 96 da Revista Aplauso. A realização da Feira do Livro, o Programa Uniarte, a Orquestra Jovem Unisc e outros festivais de arte e de música promovidos pela Unisc são itens apontados na avaliação que mostram a contribuição da Instituição nesse setor. A pesquisa é um minucioso trabalho de prospecção das atividades artísticas realizadas nas principais cidades do interior gaúcho. O ranking pode ser definido como um culturômetro – neologismo divertido que tenta abarcar a pretensão da empreitada. A pesquisa feita desde 2005 pela Revista Aplauso mede o nível de investimento em cultura e o número de atividades artísticas das principais cidades do interior gaúcho. Ao todo são 40 municípios consultados, incluindo representantes da região metropolitana. Em 2006 a Unisc já havia ficado na sexta posição, caindo para 11º em 2007. Caxias está no topo da lista pelo segundo ano consecutivo, seguida de Pelotas, Santa Maria e

São Leopoldo. Santa Cruz do Sul liderou os itens Festivais de Arte e Festivais de Música, ficando na segunda colocação no item Festivais/Feiras de Literatura. Unisc A Orquestra Jovem Unisc estreou no dia 30 de setembro de 2005 e está vinculada ao Setor Artístico-Cultural da Pró-Reitoria de Extensão e Relações Comunitárias (Proext). A iniciativa tem como objetivo promover a imagem institucional da Universidade, disseminar a importância da cultura como patrimônio humano e social e diversificar a formação cultural no meio em que atua, reafirmando seu compromisso de universidade comunitária. Em 2006 a Unisc ainda se uniu ao Serviço Social do Comércio (Sesc) e à Prefeitura e passou a realizar a Feira do Livro de Santa Cruz do Sul. Anualmente também promove o Festival Integrado de Ginástica e Dança e o Festival de Bandas, além de apoiar outros festivais e eventos culturais do município. Por meio do Setor Artístico-Cultural a Universidade realizou, em 2007, 173 eventos, atingindo um público de 53.908 espectadores. Foram 22 exposições de artes plásticas, 18 ateliês do Programa Uniarte, 25 espetáculos teatrais e 89 eventos musicais, entre outros.


E AGORA

REFLEXÕES SOBRE CARREIRA E PROFISSÃO

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Adriano Silva

VOCÊ TRABALHA PARA QUEM?

é executivo numa grande empresa de mídia e autor dos livros ‘E agora, o que é que eu faço? – Tudo o que você precisa saber para construir a carreira dos seus sonhos’, ‘Tudo o que aprendi sobre o mundo dos negócios – Idéias para você ser mais feliz na vida corporativa’ e ‘Homem sem Nome’ (romance) doceoficio@uol.com.br

Não se engane: grandes profissionais não trabalham para os outros. Não trabalham para empresas, para chefes, para marcas ou corporações. Grandes profissionais trabalham sempre para si. Mesmo quando estão ligados a uma companhia e atuam dentro de um processo, de uma hierarquia, eles jamais esquecem de que devem satisfação somente a si mesmos e a carreiras que estão desenvolvendo e à história de vida que estão escrevendo. Há quem conte vantagem por investir o menor tempo possível na carreira, por se envolver com o trabalho no limite mínimo. É gente que preza não assumir responsabilidades, que busca sempre passar coisas adiante. Esse tipo de profissional fica sempre muito aquém do ponto máximo que poderia atingir em sua carreira. São pessoas que não gostam de verdade da vida executiva. Deviam estar fazendo outra coisa que as divertisse mais. Talvez se trabalhassem por conta, situação em que você de fato trabalha para si mesmo, se poupassem menos, se doassem mais. Talvez. Há uma regra imutável quando o assunto é trabalho e crescimento profissional: qualquer atividade, para ser bem realizada, demanda paixão. Exige suor, entusiasmo, entrega. Quando a lei do menor esforço suplanta a todo momento todas as outras preocupações do sujeito, alguma coisa está errada. Outro comportamento que trava o grande desempenho é sentir dó de si mesmo. E como isso é comum. Sentir-se o grande injustiçado. Pela posição que lhe deram, pelo projeto em que você está metido, pelo salário que lhe pagam, pela politicagem corporativa que às vezes se volta contra você, pelo chefe que você tem. Só que a autocomiseração é um vício. É uma praga que paralisa e destrói lentamente a vitalidade e a auto-estima de um profissional.

www.osfiguras.com.br

Correndo os riscos de acertar e de errar. Apenas, por favor, não fique parado. Mova-se.

De um lado, você pode sentar à beira da estrada e dedicar seu tempo às lamúrias, a uivar aos ventos, a lamber obscenamente as próprias feridas. De outro, você pode perceber que ninguém é vítima de nada. (Ou então que todos somos vítimas de tudo – o que nos iguala de novo e, portanto, dá no mesmo.) Cada um de nós constrói – ou tem condição de construir – seu caminho do jeito que considera o mais correto. Você, portanto, não é mais coitadinho do que qualquer outro ser humano igualmente cheio de fantasmas, traumas, dúvidas, problemas. Este é o denominador comum entre todos nós. O que nos torna diferentes, o que distingue os gênios dos idiotas, e os homens dos meninos, e os bem-sucedidos dos fracassados, é como lidamos com isso, com essas situações que se apresentam para a gente ao longo da vida. O que faz a diferença é o que erigimos a partir da matéria-prima sempre imperfeita da qual partimos. Você é só mais um – para o bem e para o mal. E tem, a qualquer momento, no instante mesmo em que está lendo estas linhas, o poder – e o dever - de fazer da sua vida o que melhor lhe aprouver.

Muito antes de estar trabalhando para alguém, você está escrevendo a sua lenda pessoal. E não só no mundo dos negócios, mas na vida. Perseguir a alta performance fará bem para a empresa em que você trabalha, é verdade. Mas fará muito melhor para você. Capriche na caligrafia, na sonoridade das frases, no encadeamento de cada parágrafo. Esta história que você escreve ao viver, dentro e fora da empresa, é o texto da sua existência, da sua carreira, das suas trajetórias pessoal e profissional. Trata-se do registro da sua passagem por esse planeta, o que você deixará para quem vier depois. Ser muito bom, portanto, não é uma simples exigência do chefe ou do diretor da empresa. Não é só um investimento em sua própria empregabilidade ou uma pressão de mercado. Também não é mero motivo de orgulho para a sua mulher, seus filhos, seus pais. Antes que tudo, dar tudo de si deve ser um interesse primordial seu, um compromisso íntimo, uma vaidade benfazeja que lhe empurra adiante. Em direção ao que algumas pessoas por aí costumam chamar de sucesso.

DICAS PARA LER... Livraria da Unisc

A viagem do elefante, de José Saramago Editora: Cia. das Letras Preço: R$ 42 (à vista 10%)

‘A viagem do elefante’ é uma idéia que Saramago elaborava desde que, numa viagem a Salzburgo, na Áustria, entrou por acaso num restaurante chamado ‘O Elefante’. A narrativa se baseia na viagem de um elefante chamado Salomão que, no século XVI, cruzou metade da Europa, de Lisboa a Viena, por extravagâncias de um rei e de um arquiduque.

Biblioteca Mitchell conta um dos segredos mais guardados e que lhe foi repassado pelo falecido historiador Décio Freitas. O encontro ocorrido entre Leonel Brizola e Ernesto Che Guevara para invadir o Brasil. Na obra o autor não encobre nomes, dando informações importantes Segredos à direita e à esquersobre os passos da da na ditadura militar, José repressão militar e as Mitchell, 278 p. Editora: RBS ações da esquerda Localização: 981 M681s brasileira.

Edunisc

Peregrinas de outrora: viajantes (...) no século XIX, de Stella Maris Franco, 300 p. Preço: R$ 45 (Na Livraria 20%)

Este livro inverte totalmente a visão convencional dos estudos realizados sobre a literatura de viagens do século XIX. Em primeiro lugar, porque trata de viajantes mulheres e, em segundo, porque são latinoamericanas que visitaram a Europa, com a finalidade de conhecer costumes diferentes. Junte-se a isso o fato de as viajantes serem letradas e escritoras, algo bem pouco comum na época.


ESPECiAL

JORNAL DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL NÚMERO 88 NÚMERO 88 DEZEMBRO DE 2008 DEZEMBRO DE 2008

Cerca de 4 mil estudantes do Ensino Médio de diferentes regiões do Estado participaram do Viva Unisc, no dia 5 de novembro. Eles puderam visitar os estandes dos cursos e, de Dindinho (abaixo), a infra-estrutura do campus da Instituição

tar os laboratórios e a biblioteca. Da mesma forma, freqüentaram minicursos, oficinas e outras atividades. A programação contou ainda com o Espaço Aberto, que proporciona música ao vivo no Centro de Convivência, no horário do almoço e no final da tarde. Alunos dos terceiros anos do ensino médio das escolas da região receberam transporte gratuito oferecido pela Unisc. Quiz das Licenciaturas Outro evento que integrou a programação do Viva Unisc foi o Quiz das Licenciaturas. A atividade, realizada no anfiteatro do bloco 18, consistiu num jogo de perguntas e respostas semelhante ao Passa ou Repassa, programa exibido pelo SBT entre 1987 e 2000. Todas as perguntas foram relacionadas às disciplinas de Matemática, Português, Química, Física, Geografia, História, Biologia, Literatura, Inglês, Espanhol, Sociologia e Filosofia. O Colégio Marista São Luís conquistou o primeiro lugar na competição. A escola recebeu R$ 1 mil e cada um dos três alunos que foram indicados para compor a equipe da instituição ganhou um

MP4. A entrega foi realizada no dia 19 de novembro. Na oportunidade, a coordenadora de graduação da Unisc, professora Maria Salette Sartori, repassou os prêmios para os alunos Diogo de Almeida, Carline Schwendler e Stephanie Cristine Demeulemeester, que estiveram acompanhados da diretora da escola, Silvia Maria Possenatto Nardi. No dia 20 de novembro, a entrega foi formalizada para o Colégio Mauá, que ficou com o segundo lugar. A Instituição recebeu o valor de R$ 500, enquanto os alunos ganharam um Kit de produtos da Unisc. Os estudantes premiados foram Felipe Grasel, Helena Pacheco e Alexandre Pellizon. Eles receberam a premiação ao lado do diretor do colégio, Wilson Griesang, do vicediretor Nestor Raschen e da professora de Geografia, Ani Maria Braun.

Fotos: Everton Teixeira

A Unisc realizou, no dia 5 de novembro, a quarta edição do Viva Unisc. As atividades iniciaram às 9h e se estenderam até as 21h para poder atender, além dos alunos do noturno, também à comunidade de Santa Cruz do Sul. O evento contou com a presença de cerca de 4 mil alunos. Eles representaram 86 escolas de 38 municípios e participaram das mais diversas atividades que ocorreram, em sua grande maioria, no ginásio Pedagógico da Universidade. O objetivo do evento foi promover a mostra anual de cursos oferecidos pela Instituição. Assim, os participantes tiraram dúvidas sobre cada curso e o que cada um oferece. Além disso, questionaram sobre a rotina de trabalho depois de formado e os campos de atuação. Também foi o momento para que os pais dos futuros estudantes pudessem conhecer a infra-estrutura da Universidade e sanar dúvidas sobre bolsas e financiamentos, matrículas e currículo de cursos. Durante todo o dia foram feitas inscrições para o Vestibular de Verão. Para isso foi montada uma central com 29 computadores que ficou à disposição dos alunos. Jéssica Borba, 17 anos, veio da Escola Estadual Willy Carlos Fröhlich (Polivalente) de Santa Cruz do Sul. Para a estudante, as oficinas contribuíram para a escolha da profissão. “Achei muito interessante, me ajudou muito, principalmente porque a menina que me atendeu me deu explicações suficientes sobre a área de abrangência e sobre o mercado de trabalho”, salientou. Diego Bastos Silva, 19 anos, acompanhou o Viva Unisc com o Colégio Barão do Ibicuí, de Taquari. Para ele, a atividade é importante porque trouxe esclarecimentos necessários para a orientação de quem está em dúvida quanto ao curso que pretende fazer. “Já queria cursar Educação Física e, agora, depois das explicações que ouvi, tudo ficou ainda mais claro”, disse. “Isso me ajudou a aprimorar e ver que realmente era isso que eu queria, e agora tenho certeza”. O Unisc Tour motorizado, com o Dindinho, circulou pelo anel viário da Unisc para que os visitantes visualizassem toda a infra-estrutura do campus durante o passeio. Os participantes tiveram ainda a oportunidade de visi-

Erion Lara

Evento atraiu cerca de 4 mil alunos para o campus sede

Everton Teixeira

MAIS DE 80 ESCOLAS NO VIVA UNISC

Números Alunos visitantes: 4 mil Escolas: 86 Municípios: 38 Ônibus: 125

Diego: esclarecimentos necessários para tirar dúvidas

Jéssica: oficinas contribuíram para a escolha da profissão


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