Relatório Síntese 2011

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RELATÓRIO SÍNTESE

Percursos de Inserção Profissional de Licenciados, Mestres e Doutores da UNL (diplomados de 2004/05 e de 2008/09)

Coordenação: Miguel Chaves (FCSH) e Mariana Gaio Alves (FCT)

3 de Novembro de 2011


SUMÁRIO EXECUTIVO: 1. Os dados sintetizados neste relatório decorrem da inquirição de diplomados da UNL que terminaram os seus cursos em 2008/09 e em 2004/05, incidindo predominantemente na caracterização da situação um ano após a conclusão dos graus. As amostras constituídas têm por base margens de erro reduzidas (principalmente no caso dos licenciados e mestres), permitindo-nos assim depositar uma confiança elevada na fiabilidade dos dados. 2. Globalmente, a análise de dados revela que o cenário trágico que tantas vezes se tece acerca da inserção profissional dos diplomados nos discursos correntes sociais e mediáticos não é confirmado junto das duas coortes de inquiridos na UNL. Ou seja, a situação de desemprego abrange um número ainda assim restrito de diplomados, assim como o grau de (des)adequação entre formação académica e atividade profissional não assume valores alarmantes, seja esta avaliada através de indicadores internacionais de ajustamento entre formação e emprego ou seja esta avaliada através das percepções dos próprios inquiridos. 3. Se procurarmos, aliás, comparar as “taxas de desemprego” registadas entre os diplomados (licenciados, mestres e doutores agregados) da UNL da coorte de 2008/09 e os diplomados portugueses que se encontravam numa faixa etária idêntica à sua (faixa etária 25 – 35 anos) no último trimestre de 2010 (período temporal coincidente com a data de referência utilizada na inquirição), verificamos que a taxa de desemprego era de 8,1% na UNL, ao passo que ascendia a 11,8% em termos nacionais. A mesma comparação seria, contudo, ainda mais favorável à UNL se tivermos em conta que apenas 51,1% dos seus graduados se encontram na referida faixa etária. De fato, em rigor 32,7% dos diplomados situavam-se ainda na faixa de idade 15-24 anos, notando-se que neste intervalo etário o desemprego de diplomados a nível nacional ascendia a 27,5%. 4. No entanto, é possível apercebermo-nos de um agravamento das condições de acesso ao emprego e de exercício da atividade profissional ao longo dos últimos anos, designadamente na medida em que de 2004/05 para 2008/09 se regista um aumento das taxas de desemprego, da percentagem de desempregados e de inscritos em centros de emprego. Entre os que se encontram 2


empregados, o agravamento mais nítido coloca-se sobretudo a nível remuneratório, pois as remunerações médias líquidas diminuem de forma pronunciada, sendo este um dado comum a qualquer dos ciclos. Isto, ainda que não se observem agravamentos sensíveis do ponto de vista da adequação da atividade profissional, quer ao nível de instrução, quer à área científica de formação (com exceção, de forma ligeira, da situação verificada entre os licenciados). 5. A situação mais alarmante do ponto de vista da situação perante o mercado de trabalho, coloca-se, claramente, no caso dos licenciados. É junto destes que se torna notório um agravamento particularmente sensível dos indicadores referentes às taxas de desemprego e ao número de inscritos em centros de emprego, analisando a evolução da coorte de 2004/05 para a de 2008/09. 6. Esta situação de agravamento da situação dos licenciados perante o mercado de trabalho era em certa medida expectável, face à institucionalização do processo de Bolonha e ao acréscimo do número de diplomados com graus superiores de formação. Estas circunstâncias parecem ter conduzido a uma perda do valor diferenciador da licenciatura no mercado de trabalho, podendo portanto colocarse a hipótese de que a transição para mestrado (e a conclusão deste grau) parece ser uma opção para um grande número de indivíduos. De fato, os dados recolhidos evidenciam que, um ano após a obtenção do grau, 83,9% dos licenciados em situação de inatividade e 59,2% dos licenciados de 2008/09 continuam a estudar. 7. Não obstante, tendo em conta a conjuntura económica recessiva que Portugal atualmente atravessa,

é expectável que também a empregabilidade dos

mestres e doutores possa vir a ser consideravelmente afetada a breve trecho, tanto mais se considerarmos o papel central que o Estado desempenha no emprego de mestres e doutores da UNL (esmagador junto dos doutores). Esta dominância do setor público mantém-se entre os dois períodos considerados, ainda que se verifique um ligeiro recuo no caso dos mestres entre esses dois períodos, o qual tudo indica ter resultado, essencialmente, de uma retração considerável do “setor educativo”. 8. Estas tendências gerais observadas na UNL são similares aos resultados alcançados em estudos conduzidos noutras universidades, pelo que importa que as instituições de ensino superior encontrem formas alternativas de 3


divulgar este tipo de dados visando relativizar a imagem, tantas vezes catastrófica, utilizada para retratar a inserção profissional de diplomados. Esse esforço deverá permitir a difusão de informação que é efetivamente rigorosa, como forma de apoiar as opções escolares de potenciais estudantes de ensino superior. 9. Se é verdade que a inserção profissional de diplomados depende de um conjunto alargado de fatores (ligados à própria universidade, às dinâmicas económicas e do mercado de trabalho e às estratégias dos próprios estudantes), julgamos que a divulgação da informação sintetizada neste relatório no interior da UNL junto de estudantes, docentes e outros funcionários é também da maior importância. Nomeadamente, os dados recolhidos podem constituir um contributo para planear a oferta formativa, para equacionar modalidades de ensino-aprendizagem a privilegiar, para promover ações institucionais na área da inserção profissional e para apoiar os estudantes na construção de estratégias de inserção ajustadas às condições profissionais e económicas existentes. Julgamos que as atividades a desenvolver poderão ser diferenciadas nas várias unidades orgânicas, tendo em conta as particularidades de cada instituição em matéria de inserção profissional. 10. A experiência acumulada no OBIP permitiu também salientar a necessidade de uma definição mais precisa dos indicadores de inserção profissional propostos no Guião de Auto - Avaliação de Ciclos de Estudos em Funcionamento da

A3ES (cf. Memorando enviado pelo OBIP em 27 de

Janeiro de 2011). A definição dos critérios de classificação de situações de “emprego/desemprego”, a tipologia de sectores de atividade económica a considerar, os critérios para estabelecer o ajustamento/desajustamento entre cursos universitários e sectores de atividade, bem como os momentos da trajetória de inserção profissional nos quais esse ajustamento deve ser analisado, são os aspectos que, em nosso entender, necessitam da mais prementemente clarificação. 11. A continuação das operações de inquirição de graduados prevista nas atividades do OBIP para os próximos anos, constitui-se como um contributo fundamental para monitorizar, com rigor, a evolução dos percursos de inserção profissional dos diplomados da UNL.

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12. Para além deste relatório síntese, o conjunto vasto de dados sobre percursos de inserção profissional dos diplomados da UNL disponível no OBIP já permitiu: (a) a produção de dois relatórios extensos que caracterizam a situação dos diplomados das coortes de 2004/05 e 2008/09 face ao emprego, e que incluem informações respeitantes tanto ao conjunto da UNL como a cada uma das suas unidades orgânicas; (b) a produção de documentos individualizados, destinados especificamente a cada unidade orgânica, onde são compilados os dados respeitantes a essa unidade, descriminando-se os cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento aí ministrados; (c) para cada uma das coortes de diplomados entrevistadas, os procedimentos adoptados ao longo da inquirição e análise dos dados são abordados em pormenor em dois relatórios metodológicos.

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RELATÓRIO SÍNTESE: Este relatório procura destacar apenas alguns aspectos nucleares da situação de inserção profissional dos licenciados, mestres e doutores da UNL. Como se referiu, o OBIP recolheu dados sobre os diplomados de 2004/05 e de 2008/09 que são extensos, específicos e concretos sobre cada uma das unidades orgânicas e cursos da UNL, mas essas informações não podem ser disponibilizadas exaustivamente no presente documento. Os dados apresentados contemplam as seguintes dimensões: a) “Situação perante a actividade”; b) “Taxa de emprego”; c) “Taxa de desemprego”; d) “Número de inscrições em centros de emprego”; d) “Grau de adequação/desadequação entre a actividade profissional desenvolvida e o nível de instrução alcançado”; e) “Níveis de remuneração líquida”; f) “Grau de adequação entre a actividade profissional e à área científica de formação”; g) “Estatuto jurídico das entidades empregadoras”; h) “Sectores de atividade”; i) “Continuação de estudos académicos após a graduação”; j) “se fosse hoje, voltaria a escolher o mesmo curso e estabelecimento de ensino?”. Na maioria destas dimensões, a análise proposta neste relatório é evolutiva. Embora tenha em atenção, sobretudo, o “destino” da coorte de 2008/09 um ano após a obtenção do seu grau, visa compará-la com a situação em que se encontravam os diplomados da coorte de 2004/05, também um ano após estes terem finalizado os seus diplomas. Tratase naturalmente de uma comparação a ser assumida com precaução, pois a introdução do processo de Bolonha veio introduzir diferenças substanciais entre as duas coortes, muito em particular no que toca ao primeiro ciclo. Na verdade, verifica-se um acréscimo muito significativo da frequência de mestrados, em particular “mestrados integrados”, bem como uma substancial alteração das condições em que os indivíduos que dispõem exclusivamente do grau de licenciado ingressam no mercado de trabalho. Para as duas últimas dimensões os dados referenciam-se à situação no momento da inquirição, ou seja, 1 ano (coorte 2008/09) ou 5 anos (coorte 2004/05) após a graduação. No que respeita aos procedimentos metodológicos seguidos na inquirição dos diplomados, destacamos alguns elementos referentes às amostras, margens de erro e taxas de resposta. Para um “nível de confiança” de 95%, as amostras referentes à coorte de diplomados de 2008/09 são representativas com uma “margem de erro” de 1,8% do sub-universo de licenciados, de 1,5% no caso dos mestres e de 7,5% no dos

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doutores. As “taxas de resposta” alcançadas foram respectivamente de 67,3, 74% e 50,9%. Para um igual “nível de confiança” (95%), as amostras relativas às coortes de 2004/05 são representativas do sub-universo dos licenciados com uma “margem de erro” de 2,1%, valor que se eleva a 5,3% na população de mestres e a 10% no sub-universo dos doutores. As “taxas de resposta” assumiram, neste caso, os seguintes valores: 56,4%, 56,3% e 46%. 1. Qual a “situação perante a actividade” dos licenciados, mestres e doutores da UNL, um ano após a conclusão do grau? Licenciados Situação Perante a Actividade -­‐ Licenciados 2008/2009 e 2004/2005

100,0 90,0

80,0 69,0

70,0 60,0

50,0

2008/2009

45,4

2004/2005 40,0 32,2 30,0 19,2

20,0

11,4

10,2

10,0

5,4

0,8 0,0 Empregado

Licenciados:

45,4%

Estagiário (remunerado)

estão

Bolseiro

“empregados”;

5,9

0,5 Desempregado

11,4%

desenvolvem

Inactivo

“estagiários

remunerados”; 10,2% são “desempregados” 32,2% encontram-se “inactivos”; o número de “bolseiros” não vai além de 0,8%. Cotejando-se a coorte de 2008/09 com a de 2004/05, observa-se um claro agravamento das situações de “desemprego” e de “inactividade” (de 5,4% para 10,2% e de 5,9% para 32,2%). O aumento dos níveis de “inactividade” era já expectável, sendo resultado do forte acréscimo de situações de prolongamento dos estudos para 2.ª ciclo. Como se pode

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observar no próximo gráfico os estudantes representam 93,8% dos “inactivos”. O aumento do número de desempregados traduz uma deterioração da situação dos licenciados perante o mercado de trabalho, embora, como se pode constatar nesse mesmo gráfico, a maior parte dos licenciados “desempregados” (59,2%) continue a estudar, frequentando cursos de mestrado.

Percentagem de Estudantes -­‐ Licenciados 2008/2009 100,0

0,0

6,2

90,0 80,0

40,8 51,9

70,0

55,7

60,0

50,0

100,0

Não Estudantes

93,8

Estudantes

40,0 30,0

59,2

48,1

20,0

44,3

10,0 0,0 Empregado

Estagiário (remunerado)

Bolseiro

Desempregado

Inactivo

Mestres

100,0

Situação Perante a Actividade -­‐ Mestres 2008/2009 e 2004/2005 91,8

90,0 81,1

80,0 70,0 60,0 50,0

2008/2009 2004/2005

40,0 30,0 20,0 8,0

10,0

4,7

4,1

0,0

0,0 Empregado

Estagiário (remunerado)

Bolseiro

3,3

1,4

Desempregado

2,8

2,7

Inactivo

8


Mestres: 81,1% estão “empregados”; 8% encontravam-se a realizar “estágios remunerados”; a percentagem de “desempregados” situa-se em 3,3% e a de “inactivos” em 2,8%; os “bolseiros” perfazem 4,7% do total. Face à coorte de 2004/05, destaca-se um ligeiro agravamento da percentagem de “desempregados”, de 1,4% para 3,3%, e um aumento considerável das situações de “estágio remunerado” de 0% para 8%, com a concomitante redução da percentagem de “empregados”, que baixa de 91,8% para 81,1%. Doutores

100,0 90,0

Situação Perante a Actividade -­‐ Doutores 2008/2009 e 2004/2005 96,2

89,3

80,0 70,0 60,0 50,0

2008/2009 2004/2005

40,0 30,0 20,0 10,0

0,0

0,0 Empregado

0,0

Estagiário (remunerado)

2,4

0,0

Bolseiro

2,4

3,8

Desempregado

6,0 0,0 Inactivo

Doutores: 89,3% encontram-se “empregados”, ascendendo a percentagem de “inactivos” a 6%. Por sua vez, a percentagem de “desempregados” queda-se nos 2,4%, número idêntico ao de “bolseiros”. Não se observa, neste caso, um agravamento da percentagem de “desempregados” entre os dois períodos mas, pelo contrário, a sua redução. No entanto, contrai-se também a proporção de “empregados” (de 96,2% para 89,3%), resultante do aumento dos “bolseiros” (de 0% para 2,4), mas sobretudo do crescimento do contingente “inactivo” (que evolui de 0% para 6%).

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2. Quais as “taxas de emprego” e “desemprego” (calculadas segundo os critérios do INE) e qual o número de inscritos como desempregados em centros de emprego, um ano após a conclusão do grau? Licenciados

Taxa Emprego, Desemprego e percentagem de Inscritos como desempregados em Centros de Emprego -­‐ Licenciados 100,00%

88,1%

80,00% 60,00%

56,83%

2008/2009

40,00% 15,21%

20,00%

7,5% 3,9%

5,8%

2004/2005

0,00% Taxa Emprego

Taxa Desemprego

Inscrição e m Centro Emprego

Licenciados: A “taxa de desemprego” é de 15,2%, e o “número de inscritos em centros de emprego” de 7,5%. A “taxa de emprego” cifra-se em 56,8%. Como seria de esperar, tendo em conta os dados anteriores, verifica-se um agravamento considerável da taxa de desemprego de 5,8% para 15,2%, bem como o acentuar do número de inscritos nos centros de emprego, pois também estes evoluíram em sentido ascendente de 3,9% para 7,5%. Mestres

Taxa Emprego, Desemprego e percentagem de Inscritos como desempregados em Centros de Emprego -­‐ Mestres 100,00%

89,15%91,8%

80,00% 60,00%

2008/2009

40,00%

2004/2005

20,00% 0,00% Taxa Emprego

3,57% 1,5%

4,2% 2,0%

Taxa Desemprego

Inscrição e m Centro Emprego

10


Mestres: A “taxa de desemprego” é de 3,6%, e o número de inscritos em centros de emprego de 4,2%. Regista-se novamente um ligeiro aumento da taxa de desemprego de 1,5% para 3,6%, e do número de inscritos em centros de emprego, de 2% para 4,2%. Inversamente, a “taxa de emprego” decai, também de forma pouco pronunciada, de 91,8% para 89,2%.

Doutores

Taxa Emprego, Desemprego e percentagem de Inscritos como desempregados em Centros de Emprego -­‐ Doutores 120,0% 100,0%

89,3%

96,2%

80,0%

60,0%

2008/2009

40,0%

2004/2005

20,0%

2,6% 3,8%

0,0% 0,0%

Taxa Desemprego

Inscrição e m Centro Emprego

0,0% Taxa Emprego

Doutores: A “taxa de desemprego” cifra-se nos 2,6%, não se encontrado qualquer indivíduos inscrito em centros de emprego. A “taxa de emprego” fixa-se em 89,3% Não se verifica qualquer agravamento entre as duas coortes quer da “taxa de desemprego” quer do número de inscritos em centros de emprego. A “taxa de emprego” sofre uma redução que, como se teve oportunidade de verificar em gráfico anterior, se deve inteiramente a um aumento dos “inactivos” e dos “bolseiros”.

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3. Qual o grau de adequação/desadequação entre a actividade profissional e o nível de instrução dos licenciados, mestres e doutores da UNL, que se encontram empregados, um ano após a conclusão do grau? Para a aferição do grau de adequação/desadequação entre a actividade profissional e o nível de instrução dos diplomados adopta-se aqui o critério do EUROSTAT, no qual se considera que os indivíduos classificados nos grupos profissionais 1, 2 e 3 (“Quadros Superiores da Administração Pública, Dirigentes e Quadros Superiores de Empresas”; “Especialistas das Profissões Intelectuais e Científicas” e os “Técnicos e Profissionais de Nível Intermédio”) se encontram numa posição profissional adequada ao nível de instrução alcançado1. Licenciados

Grau de adequação/ desadequação entre profissão actual e nível de ensino -­‐ Licenciados 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0

77,2

79,2

2008/2009 22,8

Adequado

20,8

2004/2005

Desadequado

Licenciados: A adequação entre as actividades profissionais dos licenciados da UNL e o nível de instrução é de 77,2%. A alteração registada face a 2004/05 é, como se pode verificar, muito pouco expressiva.

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As três primeiras categorias da International Standard Classification of Occupations (ISCO), que integra a Classificação Portuguesa das Profissões de 2010 (CPP/2010), são reconhecidas como aquelas que “include posts to be typically occupied by tertiary education graduates”. Cf: Eurostat (2009), Bologna Process in Higher Education in Europe. Key Indicators on the Social Dimension and Mobility, Luxemburgo: Office for the Official Publications of the European Communities, pp. 131-137.

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Mestres

Grau de adequação/ desadequação entre profissão actual e nível de ensino -­‐ Mestres 120,0 100,0

97,5

99,2

80,0

60,0

2008/2009

40,0

2004/2005

20,0

2,5

0,0 Adequado

0,8

Desadequado

Mestres: A adequação entre as actividades profissionais dos mestres da UNL e o nível de instrução é extremamente elevada, verificando-se em 97,5% dos casos. Mais uma vez nos deparamos com uma alteração muito pouco expressiva entre os dois períodos: em 2004/05 o grau de adequação era de 99%. Doutores

Grau de adequação/ desadequação entre profissão actual e nível de ensino -­‐ Doutores 120,0

100,0

100,0

98,0

80,0 60,0

2008/2009

40,0

2004/2005

20,0

0,0

0,0 Adequado

2,0

Desadequado

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Doutores: A adequação é de 100%, mantendo-se, mais uma vez, muito próxima dos valores registados na coorte de 2004/05. A observação dos gráficos referentes à distribuição dos indivíduos por sectores de actividade permite esclarecer, em grande medida, a situação de adequação absoluta que aqui se torna patente.

4. Qual o grau de adequação entre a actividade profissional e à área científica de formação dos licenciados, mestres e doutores da UNL, um ano após a conclusão do grau?

Os graus de adequação/desadequação são aqui aferidos com base na percepção que os indivíduos veiculam acerca da matéria em análise. Para tal recorreu-se a uma escala ampla de 10 pontos, em que 1 significa que a actividade profissional se encontra “Totalmente desadequada à área de formação” e 10 “Totalmente adequada”. Considerase que uma pontuação igual ou superior a 6 configura uma percepção positiva da adequação. Licenciados

Grau de adequação/ desadequação declarado entre a profissão actual e a área científica-­‐ Licenciados 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0

77,3

67,0

Positivo

33,0 22,7

2008/2009

Negativo

2004/2005

Licenciados: A adequação positiva da profissão actual à área científica de formação manifesta-se em 67% dos casos. Essa situação indicia uma quebra na percepção de adequação se a compararmos com a registada na coorte de 2004/05, pois neste caso a adequação positiva era apontada por 77,3% dos diplomados.

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Mestres

Grau de adequação/ desadequação declarado entre a profissão actual e a área científica -­‐ Mestres 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0

77,2 65,4

34,6

22,8

Positivo Negativo

2008/2009

2004/2005

Mestres: A proclamação de uma adequação positiva é de 77,2%, registando-se, ao contrário do que sucede com os licenciados, um aumento das avaliações positivas entre os dois períodos. Com efeito, essa era apontada na coorte de 2004/05 por apenas 65,4% dos mestres. Doutores

Grau de adequação/ desadequação declarado entre a profissão actual e a área científica -­‐ Doutores 100,0

87,9

81,6

80,0 60,0

Positivo

40,0 20,0

12,1

18,4

Negativo

0,0 2008/2009

2004/2005

Doutores: A situação é entre os Doutores similar à registada entre os Mestres. A percepção de adequação, além de elevada, atingindo os 87,9%, aumenta em relação a 2004/05, momento em que se quedava nos 81,6%.

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5. Quais os níveis de remuneração líquida dos licenciados, mestres e doutores da UNL, um ano após a conclusão do grau?

Licenciados

Remuneração média líquida -­‐ Licenciados 938,6 894,6

2008/2009 2004/2005

Licenciados: A remuneração média líquida situa-se na casa dos €895. Tudo indicia terse registado uma deterioração dos rendimentos do trabalho face ao período anterior, uma vez que estes ascendiam a €939 na coorte de 2004/05. Mestres

Remuneração média líquida -­‐ Mestres

1394,1 2008/2009 2004/2005 1246,0

16


Mestres: A remuneração situa-se no patamar dos €1246. Reitera-se, portanto, a deterioração registada junto dos licenciados. Com efeito, a remuneração média líquida dos mestres na coorte de 2004/05 cifrava-se em €1394.

Doutores

Remuneração média líquida -­‐ Doutores 1882,7

2008/2009 2004/2005 1763,7

Doutores: A remuneração média sobe consideravelmente quando confrontada com a dos mestres e licenciados, cifrando-se em €1764. No entanto, em termos evolutivos, o processo de degradação remuneratória volta a confirmar-se. Em 2004/05 a remuneração média dos doutores situava-se em €1882.

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6. Qual o estatuto jurídico da entidade empregadora dos licenciados, mestres e doutores da UNL, um ano após a conclusão do grau?

Licenciados

Natureza Jurídica da entidade empregadora -­‐ Licenciados 70,0 60,0

61,3 55,9

50,0 40,0 26,6

30,0

2008/2009

21,9

2004/2005

20,0 10,0

8,2 8,5

7,5 6,8

1,8 1,4

0,0 Empresa privada Empresa privada Empresa pública em geral unipessoal ou e m ou mista nome individual

Organismo da administração pública

ONG/ IPSS

Licenciados: Encontram-se dominantemente empregados no “sector privado” (64,1%), constituído pelas “Empresas privadas em geral” e “Empresas privadas unipessoais ou em nome individual”. A minoria encontra-se empregada no “sector público” (34,1%), formado pelos “Organismos da administração pública” e pelas “Empresas Públicas ou mistas”. A importância das ONG agregada à das IPPS não vai além de 1,8%. Do ponto de vista comparativo, as alterações não são significativas, embora se observe um ascenso da importância relativa da Administração Pública, de 21,9% para 26,6%, e um recuo das “empresas privadas em geral”, de 61,3 para 55,9%.

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Mestres

Natureza Jurídica da entidade empregadora -­‐ Mestres 70,0

64,7

60,0

51,9

50,0 40,0 30,0

35,8 28,6

2008/2009 2004/2005

20,0 10,0

4,2

6,9 1,5

3,8

1,3 1,5

0,0 Empresa privada Empresa privada Empresa pública em geral unipessoal ou e m ou mista nome individual

Organismo da administração pública

ONG/ IPSS

Mestres: Inverte-se a tendência registada junto dos licenciados, passando a acentuar-se o peso do “sector público” que passa a abranger 58,7% do total. O “sector privado” atinge a fasquia dos 40%. As ONG/IPSS caiem ainda mais para a casa de 1,3%. No cotejo com 2004/05 verifica-se, contudo, um aumento expressivo de 30,1% para 40% da importância relativa do “sector privado”, bem como um recuo do “sector público” de 68,5% para 58,8%, não obstante o acréscimo do emprego registado nas “empresas públicas ou mistas”, de 3,9% para 6,9%. Doutores

Natureza Jurídica da entidade empregadora -­‐ Doutores 100,0

85,3 87,8

90,0 80,0 70,0 60,0 50,0

2008/2009

40,0

2004/2005

30,0 20,0 10,0

12,0

8,2

1,3

2,0

1,3

2,0

0,0 Empresa privada em geral

Empresa privada unipessoal ou e m nome individual

Empresa pública ou Organismo da mista administração pública

19


Doutorados: A tendência de supremacia do sector público radicaliza-se no caso dos doutores. Este sector absorve 86,6% destes graduados, cabendo ao sector privado pouco mais de 13% do total. Importa porém notar que, em termos evolutivos, o peso relativo do sector privado tende a crescer ligeiramente face a um brando decréscimo do “sector público”.

7. Qual a situação dos licenciados, mestres e doutores da UNL da coorte de 2008/09 na sua profissão, um ano após a conclusão do grau?

Licenciados

Situação na Profissão -­‐ Licenciados 100,0

89,8

90,0

90,6

80,0 70,0 60,0 50,0

2008/2009

40,0

2004/2005

30,0 20,0 10,0

10,0

9,4

0,0 Trabalhador por c onta própria

Trabalhador por c onta outrém

Licenciados: Constata-se uma clara supremacia dos “trabalhadores por conta de outrem” face à dos que declaram trabalhar “por conta própria”. O valor global dos primeiros no contexto da UNL atinge praticamente 90%. Este cenário é idêntico nas duas coortes.

20


Mestres

Situação na Profissão -­‐ Mestres 95,0

100,0

92,6

90,0 80,0 70,0 60,0 50,0

2008/2009

40,0

2004/2005

30,0 20,0 4,9

10,0

7,4

0,0 Trabalhador por c onta própria

Trabalhador por c onta outrém

Mestres: O peso relativo dos “trabalhadores por conta de outrem” aumenta ainda mais no caso dos mestres, ascendendo a 95%. Além disso indicia, embora de forma pouco enfática, encontrar-se em crescendo, pois não ultrapassava os 92,6% em 2004/05.

Doutores

Situação na Profissão -­‐ Doutores 120,0 97,3

100,0

98,0

80,0 60,0

2008/2009 2004/2005

40,0 20,0 2,7

2,0

0,0 Trabalhador por c onta própria

Trabalhador por c onta outrém

Doutores: Como se pode observar, junto dos doutores o peso dos trabalhadores “por conta de outrem” atinge o seu zénite, fixando-se em 97,3%. Não se registam alterações entre os dois períodos.

21


8. Quais os sectores de actividade em que os licenciados, mestres e doutores da UNL da coorte de 2008/09 exercem a sua profissão, um ano após a conclusão do grau? Licenciados Sector de actividade da entidade empregadora -­‐ Licenciados 25,0

21,9 21,5

20,0

20,8 17,0

15,0

12,4 9,7 8,4

10,0 6,2

8,27,8

11,5 9,5

10,0 7,57,2

5,5

5,0 1,2 0,4

1,11,1

4,4 2,6

2,9 1,1

2008/2009

0,0

2004/2005

Licenciados: encontram-se, em termos gerais, concentrados em torno de três sectores de actividade que congregam, no seu conjunto, mais de metade do total (54,2%): os “Serviços prestados às empresas” (21,9%), o “Sector educativo” (20,8%) e a “Banca e os seguros” (11,5), embora o peso relativo de cada sector varie de forma muito considerável entre as diferentes UO. Em termos diacrónicos, importa reter que as alterações encontradas entre os dois períodos (2004/05 e 20008/09) ficam a dever-se, em grande medida, à diminuição ou total desaparecimento de alguma áreas de formação entre os licenciados, em virtude da institucionalização dos “mestrados integrados”. A leitura evolutiva é pois, no caso dos licenciados, impossível de realizar no quadro global da UNL.

22


Mestres

Sector de actividade da entidade empregadora -­‐ Mestres 60,0

53,8

50,0 40,0 26,6

30,0 20,0 10,0 0,0

0,21,5

7,4 3,8

16,3 11,5 5,9 1,5

2,9 0,8

4,8 0,8

22,8 10,8 1,8 0,0

5,06,2

8,5 5,4 0,90,8

2008/2009 2004/2005

Mestres: o “sector educativo” assume aqui supremacia, sendo os “serviços prestados às empresas” relegados para terceiro posto. O segundo lugar passa a ser ocupado pelo sector da “Saúde e da Acção Social” que ascende ao segundo lugar, facto que fica a dever-se, sem dúvida, à entrada massiva dos diplomados da FCM, e também dos mestres da ENSP, no mercado de trabalho. Em termos evolutivos regista-se de 2004/05 para 2008/09 um aumento muito expressivo do sector da “Saúde e Acção Social” e um declínio esmagador do sector da “Educação”, acompanhado ainda por uma quebra do peso relativo dos “Serviços artísticos e culturais” e da “Administração Pública central e local”. Sem dúvida encontra-se aqui resposta para a quebra relativa verificada no “emprego público” dos mestres, para a qual se havia chamado a atenção em gráfico anterior. É ainda de sublinhar o aumento da importância relativa dos “Serviços prestados às empresas”, dos “Bancos e seguros”, do “Comércio, restaurantes e hotéis”, dos “Transportes e comunicações” e, finalmente, das “Indústrias transformadoras, electricidade, água, gás e construção”.

23


Doutores

Sector de actividade da entidade empregadora -­‐ Doutores 100

86,7

90

81,3

80 70 60 50 40 30 20 10 0

0 2,1

5,3 4,2

4,0 4,2

1,3 0,0

2,7

6,3

0,0 2,1

2008/2009 2004/2005

Doutorados: É absolutamente notória a proeminência do “sector educativo” que polariza a grande maioria dos diplomados (86,7%). De 2004/05 para 2008/09, destacase apenas a perda de importância relativa da “Administração pública central e local”, sobretudo em prol do “sector educativo”.

9. No momento da inquirição, licenciados, mestres e doutores já haviam continuado os seus estudos académicos desde a graduação na UNL?

24


Os dados apresentados referem-se à inscrição (ou não) em novas formações académicas no momento da inquirição, sendo que este momento corresponde a um ano após a graduação no caso da coorte de 2008/09 e cinco anos após a graduação na coorte de 2004/05. Por essa razão, os dados não devem, em rigor, ser comparados, mas apenas confrontadas as situações das duas coortes. Coorte de 2008/09: constata-se que, no momento da inquirição, mais de metade dos licenciados (60,2%) e quase um quarto (23%) dos mestres estavam inscritos em novas formações académicas, enquanto a mesma situação abrangia apenas 5 doutores. Coorte de 2004/05: a continuação de estudos académicos abrange um grande número de indivíduos, sendo que também nesta coorte contribuem para este grupo mais licenciados do que mestres, assumindo valores residuais (como seria expectável) os doutores. Com efeito, na coorte de 2004/05 observamos que, no momento da inquirição, quase um quarto dos licenciados (23%) e mais de um terço dos mestres (39%) estavam inscritos numa nova formação académica, enquanto mais de um terço dos licenciados (38%) e um quarto dos mestres (25%) já haviam concluído uma nova formação académica (pósgraduação, mestrado, doutoramento)

10. Licenciados, mestres e doutores voltariam a escolher o mesmo curso que concluíram na UNL? E voltariam a escolher o mesmo estabelecimento de ensino?

Os dados apresentados referem-se a voltar (ou não) a escolher o mesmo curso e estabelecimento de ensino no momento da inquirição, sendo que este momento corresponde a um ano após a graduação no caso da coorte de 2008/09 e cinco anos após a graduação na coorte de 2004/05. Por essa razão, os dados não devem, em rigor, ser comparados, mas apenas confrontadas as situações das duas coortes.

25


Escolheriam o mesmo curso -­‐ Licenciados 100,0

81,5

80,0

69,0

60,0

2008/09

40,0

2004/05

20,0 0,0

Escolheriam o mesmo curso -­‐ Mestres 100,0

87,4

80,0

80,0

60,0

2008/09

40,0

2004/05

20,0 0,0

Escolheriam o mesmo curso -­‐ Doutores 100,0

90,5

92,0

80,0 60,0

2008/09

40,0

2004/05

20,0 0,0

A relação dos diplomados com os estudos académicos em que se graduaram na UNL aparenta ser, de um modo geral, bastante positiva em ambas as coortes, revelando-se 26


tanto mais favorável quanto mais elevado o grau académico concluído. Coorte de 2008/09: observa-se que mais de 80% quer de licenciados, quer de mestres, e cerca de 90% de doutores declararam que escolheriam hoje o mesmo curso que concluíram naquele ano letivo. Coorte de 2004/05: mais de dois terços de licenciados e mais de três quartos de mestres e de doutores afirmam que voltariam a escolher o mesmo curso.

Escolheriam o mesmo estabelecimento de ensino -­‐ Licenciados 100,0

87,9

88,0

80,0 60,0

2008/09

40,0

2004/05

20,0 0,0

Escolheriam o mesmo estabelecimento de ensino -­‐ Mestres 100,0

91,3

94,6

80,0 60,0

2008/09

40,0

2004/05

20,0 0,0

27


Escolheriam o mesmo estabelecimento de ensino -­‐ Doutores 100,0

92,9

84,6

80,0 60,0

2008/09

40,0

2004/05

20,0 0,0

A relação dos diplomados com o estabelecimento de ensino em que se graduaram na UNL parece, de um modo geral, ser ainda mais positiva. Em qualquer uma das coortes, o grupo daqueles que escolheriam de novo o mesmo estabelecimento de ensino é igual ou superior a 88%, tanto entre os licenciados como entre os mestres e os doutores. Este resultado não varia muito significativamente nas diversas unidades orgânicas e pode constituir um indício de que os níveis de satisfação dos diplomados com a frequência académica na UNL são elevados.

28


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