História do Porto Zimbório do Senhor do Padrão - Artur Filipe dos Santos

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Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea

Cadeira de

HISTÓRIA DO PORTO

Professor Doutor

Artur Filipe dos Santos


Zimb贸rio do Senhor do Padr茫o e a Hist贸ria do Concelho de Matosinhos


Zimbório do Senhor do Padrão • O "Senhor do Padrão" assinala o local onde, segundo a lenda local, terá dado à costa, no dia 3 de maio do ano 124, a imagem do Bom Jesus de Matosinhos.

Artur Filipe dos Santos


• Local certamente assinalado desde épocas remontas foi, no entanto, em data posterior a 1758 que se edificou o atual zimbório, conhecido também por "Senhor da Areia", uma vez que até ao início do século XX este monumento se encontrar totalmente isolado no meio de um vasto areal, possuíndo, por isso, um forte impacto visual.

Artur Filipe dos Santos


• O surgimento de uma fonte de água doce no local em 1733, então reputado como "miraculoso", deu origem à construção mais pequena que pode ser observada junto ao zimbório. Artur Filipe dos Santos


• Encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1971.


História de Matosinhos • A povoação é anterior à fundação da nacionalidade portuguesa, pois já existia no ano de 900, chamando-se Matesinus.Em 1258, figurou com o nome de Matusiny nas inquirições de D. Afonso III. Pertencia, na altura, à freguesia de Sandim. D. Manuel I concedeu-lhe foral em 30.9.1514.

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• Em 1833 foi criado o concelho de Bouças, ficando nele incluídas as freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, entre outras. A vila de Matosinhos, constituída pelas freguesias de Matosinhos e de Leça, foi criada em 1853. Artur Filipe dos Santos


• Os mais antigos vestígios da ação humana neste território (vários instrumentos lítios talhados, atribuíveis ao Paleolítico) possuirão alguns milhares de anos e foram recolhidos em praias antigas e atuais, nomeadamente na Boa Nova. Artur Filipe dos Santos


• A fixação das gentes a estas terras ter-se-á iniciado há cerca de 5000 anos, durante o Neolítico, tendo chegado até aos nossos dias ténues vestígios dos monumentos funerários dessa época: as antas. Artur Filipe dos Santos


• Em Antela (Lavra), Perafita, Guifões e S. Gens localizar-se-iam importantes núcleos destes monumentos.

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Castro de Guifões

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• Nos finais da Idade do Bronze, à semelhança do resto do Nordeste Peninsular vai expandir-se um novo tipo de habitat proto-urbano de altitude (os castros), associado a uma cultura de características próprias e que perdurará durante toda a Idade do Ferro.


• Ainda hoje são significativos os vestígios de castros existentes no concelho, destacando-se pela sua área e espólio já recolhido o de Guifões.

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• A chegada dos romanos, há cerca de 2000 anos, vai provocar profundas alterações estruturais. A abertura de vias (como a estrada Cale-Bracara) e a construção de pontes (como a Ponte da Pedra) fazem parte duma política generalizada de desenvolvimento das comunicações e do comércio, associada à Pax Romana.


• O estuário do Leça e a zona de Lavra terão sido, neste contexto, os locais mais romanizados, bem atestados nesta última por vestígios de uma villae e de estruturas de produção de garum e de sal. Artur Filipe dos Santos

O GARUM género de condimento muito utilizado na Antiguidade, especialmente na Roma Antiga. É feito de sangue, vísceras e de outras partes seleccionadas do atum ou da cavala misturadas com peixes pequenos, crustáceos e moluscos esmagados; tudo isto era deixado em salmoura e ao sol durante cerca de dois meses ou então aquecido artificialmente. Este produto era exportado para várias partes do Mediterrâneo.


• Na Alta Idade Média este território foi marcado pelo Mosteiro de Bouças, cuja fundação é anterior à nacionalidade. Foi ele que fez desenvolver todo o aglomerado populacional que encabeçaria a divisão administrativa do Julgado de Bouças que está na base do atual concelho de Matosinhos.

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• Outro importante monumento medieval é o Mosteiro de Leça do Balio que resultou da ampliação de uma antiga edificação e que viria a ser a primitiva sede em Portugal da ordem dos Cavaleiros Hospitalários. Artur Filipe dos Santos


• No século XVI, com carta de foral atribuída em 1514 por D. Manuel I, assumindo-se como um importante centro produtor agropecuário e sede de ricas propriedades, Matosinhos torna-se um dos principais polos abastecedores do Porto numa altura em que freguesias como Ramalde, Foz e Aldoar ainda faziam parte do seu território.

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• É neste século que se constrói a atual Igreja de Matosinhos e para onde se transfere a antiga imagem do Bom Jesus até então depositada no Mosteiro de Bouças. A crescente importância deste culto levará, dois séculos mais tarde, a uma profunda remodelação do templo efetuada pelo arquiteto italiano Nicolau Nasoni.

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• A este arquiteto são também atribuídas importantes obras nas quintas do Chantre (Leça do Balio) e do Bispo (Santa Cruz do Bispo). Artur Filipe dos Santos


• Mas o concelho é fruto também da sua abertura ao mar. Por ele partiram muitos mareantes na época dos descobrimentos. Por ele veio o exército comandado por D. Pedro e que desembarcando em Arnosa-Pampelido implantou definitivamente o liberalismo em Portugal. Por ele chegou, mais recentemente, uma importante comunidade piscatória.

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• Em 1867 foi criado o concelho de Matosinhos, voltando à organização anterior vinte dias depois. Em 1909 dirigiu-se um pedido ao governo para ser criado em definitivo o concelho de Matosinhos, por este lugar ser mais importante que o de Bouças. Artur Filipe dos Santos – http://artursantos.no.sapo.pt


• Desta forma, o concelho de Matosinhos foi criado definitivamente em 6 de maio de 1909. O concelho de Matosinhos Ê um dos mais importantes do país e a cidade das maiores e mais progressivas. Foi elevada a cidade em 28 de junho de 1984.


Zimbório do Senhor do Padrão • Datado do século XVIII e conhecido também por “Senhor do Espinheiro” ou “Senhor da Areia”, assinala o local onde, segundo a lenda, apareceu a imagem do Bom Jesus de Bouças, mais tarde conhecida por Senhor de Matosinhos. Artur Filipe dos Santos



• Monumento de fortíssimo impacto visual até inícios do século XX, este zimbório encontrava-se isolado no meio do areal da “Praia do Espinheiro” sendo visível a muitos quilómetros de distância quer do lado da terra quer do lado do mar.


• Não obstante o “Senhor do Padrão” ter perdido, na sequência do desenvolvimento dos últimos 100 anos, muito do seu impacto visual, continua a ser uma importante referência para a cidade e para a comunidade piscatória. http://edicoes-uscontemporanea.webnode.pt/


• Com efeito muita da devoção religiosa dos pescadores de Matosinhos e suas famílias materializa-se junto a este monumento, sendo disso exemplo o dia 1 de novembro quando o monumento se vê rodeado por milhares de velas que ardem em memória dos pescadores mortos no mar.


• O Monumento Nacional a que, segundo a placa informativa, existente ao lado do edifício, passou a denominar-se Zimbório, assinalando o local, a lenda diz que no dia 3 de Maio do ano 124, deu à costa a Imagem do Bom Jesus de Matosinhos.


Zimbório do Senhor do Padrão • Este Zimbório ou Monumento é também conhecido por Senhor da Areia ou Senhor do Padrão. O local esteve totalmente isolado até ao início do Século XX, no meio de vasto areal.


Zimbório do Senhor do Padrão • Em 1733 foi descoberta a milagrosa fonte de água doce existente no seu interior, como no seu interior se podem admirar nos seus quatro pilares as esculturas dos quatro Evangelistas. Esses quatro pilares ou arcos suportam a meio, superiormente o escudo dos primeiros reis de Portugal.


• Na elevada abóbada, guarnecida de oito pirâmides, que termina no seu vértice por uma Cruz, centro eleva-se a Imagem do Senhor Crucificado, sobre um altar revestido de azulejos.


• Descendo dois degraus, encontra-se a fonte, lavrada em cantaria, com quatro faces e em cada uma delas uma inscrição latina, tirada dos Santos.


• Esta capela foi edificada em honra de um braço humano que se achou na areia naquele lugar, que dizem ter sido muito milagroso. O edifício tem no alto do seu arco virado a nascente uma pedra de armas com as cinco quinas em arranjo crucial.


• Outra explicação para a lenda e do monumento edificado no século XVIII, é de que este imponente monumento assinala o local onde, segundo outra versão da lenda do Senhor de Matosinhos, terá aparecido no século I uma imagem de Cristo modelada por José de Aritmeia à qual faltava um braço e que ali, no lugar do Espinheiro, terá dado à costa.


• A partir de então, a imagem desmembrada, à qual a lenda conferiu atribuladas peripécias até que o braço que lhe faltava fosse encontrado e justamente retribuído, tornou-se objecto de grande devoção e piedade, dando origem a um culto popular que perdura até aos dias de hoje.


• Para o seu crescimento e desenvolvimento contribuíram, sem qualquer dúvida, a "(...) importância das actividades ligadas ao mar no quotidiano de Matosinhos e o incremento das viagens de longo curso (...)" que desde a Idade Média se tornaram "(...) um elemento difusor do culto à imagem, a quem todos pediam socorro para os risco que corria." (BARBOSA, 1999, p. 10)


• De monumentais dimensões, o Padrão do Bom Jesus de Matosinhos é constituído por um grande alpendre que alberga ao centro o cruzeiro. O alpendre, que recria o gosto das entradas régias seiscentistas, é composto por quatro arcos de volta perfeita colossais, emoldurados por pilares e rematados no fecho por cartela com coroa. Um frontão semi-circular com fogaréu coroa cada uma destas faces.


• A estrutura é fechada por zimbório com lanternim, coberto internamente por reboco pintado, e cujas faces exteriores são revestidas por azulejos.


• Ao centro, sobre um soco de trĂŞs degraus, assenta o cruzeiro de braços quadrados, revestido a azulejos policromos numa das faces, em que se representa a imagem de Cristo.


• Defronte foi edificada uma mesa de altar, também forrada com painéis de azulejo, simulando tecido. Junto à estrutura do alpendre, num nível mais baixo do terreno, foi erigido um fontanário de espaldar em granito, protegido por guarda de ferro, que recria o modelo estrutural e decorativo do padrão, decorado com azulejos.


• Embora o crescimento urbanístico de Matosinhos tenha desvirtuado a área que envolve o padrão, este memorial estava originalmente isolado no meio do areal da Praia do Espinheiro, sendo visível num perímetro de vários quilómetros, tanto da terra como do mar. Mantém-se, ainda hoje, como um dos mais emblemáticos monumentos da cidade.



Bibliografia

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Padr%C3%A3o_do_B • http://www.cm-matosinhos.pt/pages/336

• http://www.imprensaregional.com.pt/jornal_de_ ==

• http://prezi.com/dhpzrsyxuaty/tema-41-identida • http://scmbjm.pt/edcontver.aspx? p=1007&ars=2012&am=0


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