R E V I S TA
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PETS
E AS SUAS
MANIAS REFORMANDO
A CASA Conheça os cuidados que devem ser tomados com os animais de estimação
E MAIS
CONHEÇA ALGUNS BICHINHOS COM HÁBITOS BASTANTE CURIOSOS
OSCAR,
O INDIANA JONES PET O cãozinho radical viajou o mundo ao lado da dona para incentivar a adoção de animais
E N S A I O FO TO G RÁ F I CO , O b esi d a d e , A nim ais e x ó ticos , Mito ou verdad e, C omo l impar a casinh a d o se u cach orro, Proteç ão e a d oç ão , Obstetr ícia, COMPRAS, MIN H A HIST ÓRIA.
Editorial
C
omeço este texto prestando uma homenagem para a garota da capa da primeira edição de nossa revista. A doberman Chelly, que participou da matéria sobre cães idosos, já não está mais entre nós. Virou estrelinha. A cadela não resistiu a um agressivo câncer, que a levou em apenas um mês. Mesmo idosa e sem muita energia, Chelly lutou como uma guerreira, passou por cirurgia, mas não foi o suficiente. Fica o alerta: a doberman foi castrada tardiamente, ao contrário do que aconselham os veterinários. Foi inevitável ter complicações uterinas e câncer de mama. Por isso, castre o seu animal! Isso vale tanto para as fêmeas – de preferência antes do primeiro cio -, como para os machos. Além de contribuir para o controle populacional de cães e gatos, você minimizará as chances do pet desenvolver câncer de mama, de útero, próstata e testículos.
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Esta edição da Universo Pet será dedicada também a outros dois assuntos sérios, que merecem sua atenção: novas modalidades de abandono e animais com comportamentos compulsivos. Você sabia, por exemplo, que está crescendo o número de animais abandonados em pet shops e em casas alugadas? Sim, o dono deixa o animal para banho, paga antecipado, e passa os contatos errados, impossibilitando a entrega do animal. Correr atrás do rabo, latir de forma excessiva. Entenda quando simples atitudes do cotidiano podem indicar comportamentos compulsivos. Seu pet tem alguma mania esquisita? Conheça algumas histórias de animais que possuem hábitos para lá de curiosos. E mais: Oscar, o cãozinho aventureiro que viaja o mundo divulgando a adoção de animais; ensaio fotográfico da Cão em Quadrinhos; e a nova seção “Mitos e Verdades”. Espero que goste! Um beijo meu e das minhas meninonas (e, agora, meninão também!), Carolina Nicolai, editora
Colaboradores Cão Cidadão Criada pelo zootecnista Alexandre Rossi, a Cão Cidadão é uma empresa especializada em adestramento e comportamento animal. Na coluna “Entendendo o seu cão”, seus especialistas dão dicas de como se relacionar melhor com o pet.
Cão em Quadrinhos As irmãs Ana Carolina e Manoela Trava Dutra, do site Cão em Quadrinhos, adoram cães e fotografia. O resultado dessa apaixonante mistura pode ser visto nos ensaios fotográficos que realizam para a revista Universo Pet.
Silvana Lavechia A psicóloga clínica, com especialização em psicossomática e pós-graduanda em psicologia do envelhecimento pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, escreve sobre a relação entre os homens e os animais.
Turismo 4 Patas Larissa Rios, idealizadora da Turismo 4 Patas, empresa que promove atividades de lazer para pets e seus donos, orienta os leitores sobre como planejar viagens com o bichinho de estimação, além de sugerir passeios.
Victoria, a garota da capa Victoria, de sete anos, é uma são bernardo muito doce. Adora um carinho nas costas e, quando tem um tapete por perto, não precisa de mais nada. Adora brincar de cabo de guerra, embora sempre leve vantagem! 3
Nesta edição 06 PET NEWS 08 PET NA REDE 10 CÃES FAMOSOS - MARLEY 12 GUIA DE RAÇA - LABRADOR PSICOLOGIA E ANIMAIS
13 Quando o animal é mais que um amigo
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Cada pet com a sua mania
COMPRAS
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Coisinhas
CUIDADOS MÉDICOS
16 18 22
Hora do parto sem complicações O meu pet é diferente! Pneuzinhos perigosos
COMPORTAMENTO
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Será que o meu cachorro
enlouqueceu?
31 Coluna Entendendo o seu cão 32
Dicas e truques: deita
ESPORTE E LAZER
34
Oscar, o Indiana Jones pet
CÃO EM QUADRINHOS
38 4
Diga não ao cachorro louco
TURISMO
44 47
Férias frustradas
Coluna Turismo com o seu amigo
UTILIDADES
48 52 54
Cuidados na reforma Limpeza de casinhas Mito ou verdade
PROTEÇÃO E ADOÇÃO
56 58
Adote um amigo Quando o dono
nunca chega
61 MINHA HISTÓRIA Fale conosco! Envie sua sugestão para redacao@guiauniversopet.com.br
ERRATA: Ao contrário do que foi publicado na matéria “Faça do seu cão um herói”, da edição 01, o nome do responsável pelo banco de sangue do Hospital Veterinário Anhembi Morumbi é Márcio Moreira, e não Pereira.
expediente Editora Carolina Nicolai - MTB 41.595/SP carolina@guiauniversopet.com.br Redação Megafone Comunicação redacao@guiauniversopet.com.br Marketing Marcelo Gregorin Coelho marcelo@guiauniversopet.com.br Direção de arte e diagramação Megafone Comunicação Colaboradores Priscila Felberg (Cão Cidadão),
Ana Carolina e Manoela Trava Dutra (Cão em Quadrinhos), Larissa Rios (Turismo 4 patas) e Silvana Lavechia
ANUNCIE Telefone: (11) 4063-4058 atendimento@guiauniversopet.com.br As informações e imagens contidas nos anúncios, bem como o conteúdo dos artigos assinados, são de responsabilidade dos anunciantes e dos autores, respectivamente.
Universo Pet - Edição São Paulo é uma publicação desenvolvida pela Megafone Comunicação. CNPJ: 10.825.469/0001-13. Telefone: (11) 4063-8513 www.megafonecomunicacao.com.br Redação: Rua Texas, 635, Brooklin Paulista, São Paulo-SP. CEP 04557-000
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Pet news
Fique por dentro das novidades do mundo animal
Imagem: divulgação
Leshmaniose é coisa séria! Leishmaniose visceral é uma zoonose grave. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano surgem 500 mil novos casos da doença em humanos no mundo. Na América Latina, o Brasil concentra 90% dos casos. A leishmaniose visceral é transmitida pela picada de um mosquito e os cães são considerados os principais reservatórios da doença, pois podem permanecer sem sintomas mesmo doentes. Para orientar e conscientizar a população sobre os perigos da leishmaniose visceral, que quando não tratada corretamente pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos, a Intervet/Schering-Plough está percorrendo várias cidades do País, levando sessões gratuitas de teatro sobre o tema para crianças de escolas públicas e privadas. O espetáculo “O Fim da Picada” é encenado dentro de uma carreta-teatro de 15 metros, com capacidade para 150 espectadores sentados. No segundo semestre, a caravana já passou por Campo Grande (MS), Brasília (DF), Bauru (SP) e São Paulo. A próxima cidade a receber a peça deve ser Salvador (BA). Nos primeiros seis meses deste ano, a Intervet/ Schering-Plough promoveu 96 sessões de teatro e cinema para mais de 10 mil pessoas.
Por falar em leishmaniose visceral...
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A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo anunciou que utilizará microchips para monitorar a população canina em dez municípios localizados próximos a Marília, região onde foram registrados 96 casos e oito mortes de humanos por leishmaniose visceral americana entre 2008 e 2009.
panhados por dois anos.
A iniciativa faz parte do projeto “Legal pra Cachorrro” e a expectativa é que perto de 20 mil cães passem por um inquérito censitário, recebam microchip e sejam acom-
Em Adamantina, os animais ainda vão receber, em caráter experimental, coleiras que possuem efeito repelente e inseticida, para comprovar a sua eficácia frente à doença.
No chip, além do endereço e informações sobre a saúde do animal, também serão registrados os resultados dos exames laboratoriais de sangue que forem realizados durante o período da pesquisa.
DICAS
LIVRO
DICAS
Imagem: divulgação
Realizar de forma adequada os primeiros socorros pode salvar vidas. E quando for o mascote? Você sabe como agir para ajudá-lo? Calma! A Gutenberg Editora lançou uma publicação que promete auxiliar os donos a lidar com os pets nas mais variadas situações. Em “Primeiros socorros para cães e gatos” (R$ 49,90, 432 páginas), a autora Amy D. Shojai dá dicas e orientações sobre como enfrentar com problemas diversos, desde os mais simples, como alergias a pulgas, carrapatos, desidratação e diarreia, até os mais complexos. O livro foi avaliado por veterinários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e adequado para o entendimento do leitor que não possui conhecimentos médicos.
SAÚDE
VOCÊ SABIA? Algumas doenças comuns aos seres humanos também podem acometer os cães e gatos. Conheça algumas delas: DIABETES: relativamente comum nas duas espécies, tem maior incidência em fêmeas de raças pequenas. DOENÇAS DO CORAÇÃO: cães e gatos possuem problemas relacionados ao mau funcionamento das válvulas e doenças do músculo
PET LOVER ALËRGICO Gosta de animais, mas não pode tê-los porque você ou algum membro de sua família tem alergia? A veterinária Juliana Trigo, da Ouro Fino, dá algumas dicas que podem ajudar a controlar o problema. Mas, atenção! Não deixe de consultar e ter o acompanhamento de um médico especialista no assunto.
cardíaco. Mas, ao contrário do humanos, não é comum sofrerem infarto de miocárdio. DOENÇA PERIODONTAL: muito comum em cães e gatos a partir dos 6 anos de vida. CÂNCER: atinge a maioria dos animais com mais de 7 anos. Os tipois mais comuns são os carcinomas de pele para animais despigmentados e linfomas para gatos infectados pelo vírus da leucemia ou da AIDS felina. Fonte: Hospital Veterinário Pet Care.
- Dê banho e escove cães e gatos uma vez por semana. - Lave semanalmente todos os pertences usados pelo pet, como cama, cobertores e roupas. Use água quente! - Utilize aspiradores de pó em tapetes e sofás, e faça a limpeza do local com pano úmido.
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PET NA REDE
Imagens: reprodução
Pet na rede
Vídeos, notícias e imagens que bombaram na internet nos últimos tempos
Papagaio adestrado faz 20 truques em 2 minutos
Você fica deslumbrado com papagaios que chamam o dono pelo nome ou que cantam canções? Então, você ainda não viu nada! Este papagaio obedece 20 comandos e, inclusive, se finge de morto. Duvida? Acesse e divirta-se: http://migre.me/14eba
Tartaruga do tchan
Pogobol
I love you
O pulo do gato
Quem foi que disse que tartarugas são lentas? Esta daqui esbanja rebolado. Acesse: http://migre.me/14eh3
Não tem como não se derreter com uma declaração de amor tão sincera como esta! Acesse: http://migre.me/14fzF
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Lembra-se daquele brinquedo chamado pogobol? Pois bem, acho que alguma empresa deve ter lançado a versão para cães. Acesse: http://migre.me/14ft2
Nenhum outro gato conseguiu pular uma distância tão grande quanto esta. Acesse http://migre.me/14fDW
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CACHORROS FAMOSOS
MARLEY,
O PIOR OU O MELHOR CÃO DO MUNDO “Ele me ensinou sobre a amizade e o altruísmo e, acima de tudo, sobre lealdade incondicional” - John Grogan, autor do best-seller “Marley & Eu” Por VANESSA GONZALEZ
E
le tinha pavor de tempestades, era capaz de comer um saco de ração inteiro, não dispensava uma piscina e foi expulso da aula de adestramento. Assim, fica fácil considerar esse cão uma peste. Mas, o jornalista americano John Grogan conseguiu transformar o terrível mascote da família em um dos
labradores mais famosos e queridos do mundo. Quem não se emocionou e se divertiu com as travessuras contadas no livro “Marley & Eu”? Antes de tornar a história um fenômeno mundial, Grogan retratava o dia a dia de sua família com Marley em uma coluna de jornal. Para a sua surpresa, o
Sempre ao Seu Lado A adaptação americana, dirigida por Lasse Hallström e estrelada por Richard Gere, é o segundo filme lançado sobre a história de Hachiko. Em 1987, o cãozinho foi tema do longa japonês Hachikô monogatari. 10
O efeito Marley também alavancou a procura por labradores, já tão populares no Brasil. “Tudo o que sai na mídia, desde livros, novelas e reportagens, aumenta a procura por determinados animais”, afirma Camila Apicella, que há seis anos se dedica à criação da raça.
Lições de Marley “Marley & Eu” mostra como a relação entre o ser humano e o animal pode ser
enriquecedora. Não importa se o pet segue mais o estilo do Hachiko, Lassie ou do atrapalhado Marley. Todos os bichinhos são protagonistas de histórias engraçadas e emocionantes, cada um à sua maneira. Foi com um ar despojado, despretensioso e deliciosamente bagunceiro que o cãozinho Marley entrou para o hall da fama dos animais. Sua trajetória foi tão marcante que, no final das contas, quem é que vai se importar se ele comeu um colar de ouro, a secretária eletrônica, se bebeu água do vaso sanitário, destruiu a garagem... Ao se despedir do amigo bagunceiro, Grogan fez questão de resolver um enorme mal entendido: Marley nunca foi o pior cão do mundo, mas sim o melhor.
Saiba mais sobre a raça labrador na próxima página
Imagens: divulgação
assunto caiu nas graças dos leitores. “Uma pessoa pode aprender muito com um cão, mesmo com um cão maluco como o nosso”, mencionou o autor no livro “Marley & Eu”. E ele estava certo. O livro se tornou um best-seller e, em 2008, ganhou as telas do cinema. O filme arrecadou 37 milhões de dólares apenas nos três primeiros dias de exibição.
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GUIA DE RAÇAS
Origem: Grã-Bretanha Altura: 54 a 57cm Peso: 35 a 43 kg Longevidade: 10 a 15 anos Preço do filhote: R$ 1.500 a R$ 2.500
Basta caminhar pelas ruas para encontrar pelo menos um cão da raça. Populares, os labradores podem ter pelagem bege, preto ou chocolate. O pelo é curto e impermeável – traço que os permitem enfrentar qualquer temperatura. Apesar do tamanho e da força física, capazes de assustar quem não os conhecem, os grandões são considerados perfeitos cães de família. “Eles possuem temperamento dócil, se relacionam bem com outros cães, inclusive de outras raças. Definitivamente, eles não servem como cães de guarda, e as brincadeiras vão desde a fase em que são filhotes até o fim da vida. É pura alegria”, explica Camila Apicella, proprietária do Canil Apicella’s. Bastante energéticos, os labradores costumam se acalmar por volta dos dois anos, quando atingem a idade adulta. Mas, não se engane: a alegria e a eterna disposição são características natas desses cães. Além disso, os labradores são inteligentes e ótimos trabalhadores. Quando treinados, podem se tornar cães-guias, cães terapeutas e até ajudar a polícia. 12
fotos: stock.xchng
Labrador
Esportistas, os cães dessa raça adoram correr atrás da bolinha e nadar. São também muito amorosos e fazem de tudo para ganhar carinho a qualquer hora do dia. Os labradoressão gulosos e tentam comer mais do que devem, por isso, a família do peludo deve tomar cuidado para evitar a obesidade. Apesar das ótimas características, é importante refletir bastante antes de adquirir um cãozinho. “Muitas pessoas querem ter labradores, mas moram em apartamento. Esse cão precisa de espaço, exercícios físicos para gastar energia e evitar o sobrepeso. Se o dono morar em um lugar pequeno, ele deve sair para passear pelo menos duas vezes por dia”, indica Camila. Segundo a proprietária do canil, os labradores não toleram a solidão, por isso, o dono deve ter disponibilidade de tempo. Lembre-se que o lindo filhotinho irá crescer e se tornar um cachorro de 35 a 40 kg, que precisará de cuidados com a alimentação, saúde e higiene. E, o mais importante, carinho e atenção para o resto da vida. VG
COLUNA
ANIMAIS E PSICOLOGIA
Quando o animal é mais que um amigo... por SILVANA LAVECHIA*
N
o decorrer das décadas, o animal deixou de ser visto apenas como um instrumento de trabalho ou fonte de alimento, e foi ganhando espaço na vida afetiva e social do homem. Hoje ele participa de resgates, trabalha junto à polícia no combate às drogas, assim como integra equipes terapêuticas. Como o que acontece na zooterapia que, de modo geral, significa terapia realizada com a presença de animais. Essa terapia não se restringe a uma faixa etária e pode ser utilizada no tratamento de doenças físicas e psicológicas, com resultados satisfatórios.
No caso da relação de idosos com animais, tem-se observado que eles auxiliam problemas de solidão, minimizando de forma significativa esse sentimento. Os idosos buscam alguém de quem possam cuidar e trocar afeto, e os animais agregam mais segurança. A Felicità, uma instituição de longa permanência para idosos localizada em Santo André (SP), por exemplo, conta com a cadelinha Lua em sua equipe. A vira-lata, abandonada dentro da garagem da casa da proprietária da instituição, foi prontamente adotada e sempre se mostrou dócil, carinhosa e companheira.
instituição percebeu que a separação havia sido dolorosa para a idosa e que agravava ainda mais o seu quadro depressivo. Diante dessa situação e com a Lua sozinha durante o dia, ela pensou na possibilidade de levar a cachorra para a Felicità.
A ideia de levá-la para a Felicità nasceu com uma senhora residente da Felicità, que sempre relatava que gostava de cachorros e mantinha três poodles em sua casa. Após um AVC e um período de internação hospitalar, vieram a dependência física e as dificuldades de fala. Foi então que sua família optou pela moradia na instituição e ela se separou dos cães. A proprietária da
A reação dos familiares foi muito boa, além das expectativas da proprietária, tendo 100% de aprovação. Os residentes também gostaram. No início houve até “briga” para ver quem faria carinho e daria comida para a Lua. A cadela é muito querida e amada, e hoje auxilia no tratamento de pacientes demenciados, como por exemplo, em momentos de agressividade devido à doença.
Após consultar o Departamento de Vigilância Sanitária e tomar todos os cuidados necessários, Lua foi levada para a instituição de idosos. Mas de forma gradativa: um dia ela passava a tarde, depois o dia todo, aí passou uma noite, e foi ficando por definitivo.
*Silvana Lavechia (CRP 59.132) é psicóloga clínica, com especialização em Psicossomática e pós-graduanda em Psicologia do Envelhecimento pelo Hospital das Clínicas de São Paulo. E-mail: silvanalavechia@yahoo.com.br | Felicità Residência e Cuidados para Idosos: rua Rosa de Siqueira, 398, bairro Campestre. Santo André – SP. Tel: (11) 4421-5769. Site: www.larfelicita.com.br. 13
COMPRAS
COLEIRA PARA GATOS Quality for pets R$ 233
CAMA DE MADEIRA D.dog R$ 98
ECOBAG
Atelier Gata Canjica R$ 18
ALMOFADA RAÇAS For pet lovers R$ 49,90
Foto
CAPA COM CAPUZ
: Ric
ardo
Jaeg
er
Lot Store R$ 130
COMPRINHAS 14
CANECA
For pet lovers R$ 25,90
CASACO AVIADOR Quality for pets R$ 419
ROUPÃO
BOLSA
Romy e Jacob R$ 112
Dog’s Care R$ 350
FRALDA E GUIA DE SEGURANÇA Lazza pet R$25
ATELIER GATA CANJICA - gatacanjica.blogspot.com D.DOG - www.ddog.com.br DOG’S CARE - www.dogscare.net FOR PET LOVERS - www.forpetlovers.com.br LAZZA PET - www.lazza.com.br LOT STORE - www.lotstore.com.br QUALITY FOR PETS - www.qualityforpets.com.br/loja ROMY E JACOB - www.romyandjacob.com.br
Fotos: divulgação
MAIS INFORMAÇÕES:
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CUIDADOS MÉDICOS
Hora do parto sem complicações O parto natural para todos os animais sempre foi defendido, mas, para que tudo aconteça de maneira tranquila, a futura mamãe precisa de apoio médico para garantir a integridade de dua saúde e a dos filhotes. Por VANESSA GONZALEZ
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“A atenção deve ser redobrada com fêmeas que cruzam no primeiro cio, idosas e muito obesas. Algumas raças específicas, como yorkshire, maltês, poodle, pinscher, buldogue, pug, lhasa apso e shitzu, requerem cuidados especiais. Já entre as gatas, as raças persa e devon rex podem ter alguns problemas”, aponta a veterinária Fabiana de Faria Lima.
Quando chegou o momento tão esperado para Sfiha, a cadelinha realmente precisou de ajuda. A assistência médica que ela recebeu durante o pré-natal e parto foi determinante para que sua história tivesse um final feliz. “A bolsa estourou, ela tinha contrações, mas nada acontecia. Avisei o veterinário e ele disse que se nenhum filhote saísse em uma hora, eu deveria correr para lá. Foi o que aconteceu”, conta o arquiteto. “Ela foi para a ‘sala de parto’ e o médico descobriu que havia gêmeos siameses. Além de terem o dobro do tamanho de um filhote, estavam impedindo que os outros nascessem. Os gêmeos nasceram mortos, mas os outros cinco filhotes nasceram saudáveis e fortes”, relembra Paulo Gonçalves.
Preocupado com a pequena Sfiha, uma basset de quatro anos, o arquiteto Paulo Gonçalves consultou frequentemente o veterinário durante a gestação da mascote. “No último ultrassom, o médico avisou que havia um filhote que poderia ter má formação. As recomendações foram para evitar pegá-la no colo e levantá-la de forma brusca. No final da gravidez, ela dobrou de peso e isso assustou bastante, ainda mais quando descobri que ela estava grávida de seis filhotes”, conta Gonçalves.
Fabiana reforça que a cesariana deve ser adotada apenas em casos extremos, quando existe risco de morte para a mãe ou filhotes. “O procedimento só é indicado quando a fêmea não tem contrações uterinas, se entrou em trabalho de parto há algum tempo e os filhotes não saem, se apresenta obesidade extrema, ou em casos de raças predispostas”, explica a veterinária. “O preço da cirurgia pode variar bastante conforme a região e, principalmente, de acordo com o tamanho do animal”, completa.
ães e gatos têm uma gestação de 60 dias, em média. Durante esse período, a visita ao veterinário pode avaliar o tamanho dos fetos, se estão em posição adequada, além de acompanhar o aumento de peso para evitar a obesidade gestacional.
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Dicas para um parto normal tranquilo
Segundo a veterinária Fabiana de Faria Lima, o momento do nascimento dos filhotes, tanto no caso de cadelas como em gatas, pode ser dividido em três partes: 1ª ETAPA: a fêmea, mais inquieta e com apetite reduzido, faz o ninho. Neste momento, ela já começa a apresentar
uma dilatação do canal vaginal e as contrações têm início. 2ª ETAPA: as contrações vão aumentando e ocorre o nascimento dos filhotes. 3ª ETAPA: a placenta é eliminada. A fêmea limpa o filhote e rompe o cordão umbilical. O dono deve ficar atento e avaliar se será necessário recorrer à ajuda de um profissional. Em caso de dúvidas, não deixe de procurar o veterinário de sua confiança.
Sfiha, uma basset de quatro anos, precisou de assistência médica para dar à luz.
Foto: arquivo pessoal
Para que o parto normal seja bem-sucedido, é necessário que a fêmea esteja em um local limpo e tranquilo. Assim, o animal se sentirá seguro e confortável.
Importante! Evite crias indesejadas e só cruze o animal se puder se responsabilizar pela ninhada. O arquiteto Paulo Gonçalves foi bastante criterioso. “Listei as pessoas interessadas e priorizei as que poderiam dividir os gastos com o parto e as primeiras vacinas. Uma maneira de avaliar se seriam donos comprometidos ou não”. Fica a dica! 17
CUIDADOS MÉDICOS
O meu pet é diferente! 18
Foto: stock.xchng
E
les não balançam o rabo e não pedem para ir passear, mas, nem por isso deixam de ser interessantes. Os animais exóticos vêm conquistando cada vez mais espaço entre os lares brasileiros. São jiboias, corn snakes, ferrets, calopsitas, coelhos, porquinhos da índia, hamsters. Se você já tem um ou morre de vontade ter, saiba que todos, sem exceção, precisam de mais cuidados que os tradicionais cães e gatos. Informe-se sobre a espécie, descubra se é legalizada pelo Ibama e tenha em mãos o telefone de um veterinário que atenda animais exóticos. 19
CUIDADOS MÉDICOS
Cobras
Aves
Na contramão da grande maioria, o biólogo Rodrigo Castellari sempre se interessou por répteis. “Lembro da primeira cobra que eu segurei, era uma falsa coral. Na época, era fascinante imaginar que um animal daqueles poderia fazer todas as suas atividades, comer, se reproduzir, se defender, sem fazer uso de membros”, conta Castellari.
Elas encantam pela enorme variedade de cores e cantos. Não é difícil encontrar calopsitas, papagaios, periquitos e cacatuas em casas e apartamentos, sempre alegrando o ambiente. Mas, você sabia que as aves devem ficar no escuro após às 18 horas? “Elas precisam dormir e, se a luz ficar acesa, elas não conseguem adormecer e adoecem. Podem perder penas e acabam morrendo de estresse”, alerta o biólogo Rodrigo Castellari.
Mas, ter um animal como esse em casa exige muito cuidado. “Não é fácil criálas, mantê-las vivas, bem e saudáveis. A partir do momento em que se tem o animal, dependendo de você para tudo, se ele não tiver as condições necessárias para viver, acabará adoecendo e morrendo”, explica o biólogo, especialista em serpentes.
Imagens: stock.xchng
Por falta de informação, os donos modificam alguns comportamentos naturais, forçam hábitos, transferem estresse, desrespeitam dietas e horários dos répteis. “As serpentes se alimentam de roedores, principalmente camundongos. As grandes espécies necessitam de alimentos maiores e terrários adequados, com cuidados especiais para a iluminação, aquecimento, umidade, tocas e substrato”, orienta Alessandro Bijjeni, veterinário especialista em animais silvestres.
As aves necessitam, ainda, de um espaço que respeite as características e o tamanho de cada espécie. Por isso, nada de colocá-las em gaiolas muito pequenas. Outro cuidado que deve ser tomado é com a alimentação. Já existem rações específicas no mercado para esses animais e, antes de dar frutas, legumes ou verduras, consulte um veterinário.
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Ferrets
Peixes
Também conhecidos como furões, esses animais são charmosos, divertidos e cativantes. Segundo o veterinário José Manuel Mouriño, do Pet Place Centro Veterinário, os ferrets são geralmente fáceis de lidar, mansos, não fazem muito barulho e podem ficar sozinhos sem precisar de atenção extrema dos proprietários.
Se você tem um peixinho, fique atento: se ele parar de comer, tiver manchas e pontos pelo corpo, estiver opaco, perdendo escamas, machucado, com nadadeiras roídas, com os olhos opacos ou “inchados”, é sinal que alguma coisa está errada.
Cuidado com pequenas frestas, ralos e até mesmo privadas destampadas. Quando se tem um furão em casa, todos esses lugares se tornam bastante perigosos. “Eles devem ficar em gaiolas especiais ou em quartos adaptados para as necessidades deles. A casa é potencialmente perigosa para animais desse porte”, explica Mouriño. Um ferret custa, em média, R$ 1 mil. Com ração e vacinas, o dono gasta aproximadamente R$ 200, por mês. “Como envelhecem rápido, aos quatro anos já são idosos, os gastos triplicam pela necessidade de controles veterinários e medicação”, informa o veterinário.
“As doenças de peixes geralmente não apresentam sintomas característicos. O correto é procurar auxílio técnico, pois o problema pode ser apenas uma simples correção na qualidade da água”, explica a veterinária especialista em aquicultura da Provet, Ana Paula Araújo. A clínica realiza alguns exames em peixes, entre eles, pesquisa de parasitas, microbiologia, exames de sangue, necroscopias, histopatologia, toxicologia e imagem. Ou seja, os peixes podem sim ser examinados como todos os outros animais. VG.
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CUIDADOS MÉDICOS
Pneuzinhos perigosos Por VANESSA GONZALEZ
U
m petisco aqui, outro ali. Fartura de ração, pedacinhos de pão, bolachas e falta de tempo para gastar a energia do bichinho. Pronto, você transformou o seu pet no mais novo obeso do pedaço. E não é nada engraçadinho ter um cão ou gato gordinho. Estima-se, por exemplo, que cães obesos vivam, em média, dois anos a menos do que os que estão no peso ideal. Por isso, leve a sério as gordurinhas extras de seu animal.
da rotina do animal obeso. O ideal é realizar caminhadas curtas, em horários com temperatura mais amena, sempre respeitando o limite do pet. De acordo com a veterinária, natação e esteira aquática também contribuem para a saúde do animal, por promoverem menor impacto sobre as articulações, que já sofrem com o excesso de peso.
“Obesidade é uma doença grave, que predispõe a problemas articulares e cardíacos [hipertensão], infecções, infertilidade, diabetes e hiperlipidemia [aumento dos níveis de colesterol ou triglicérides]”, explica a veterinária Alessandra Vargas, coordenadora da Endocrinovet.
Oferecer uma alimentação balanceada é fundamental para preservar a saúde e proporcionar uma melhor qualidade de vida aos animais. Segundo a Anclivepa, nos últimos 15 anos, cães com alimentação adequada ganharam três anos em expectativa de vida.
Se o pet está gordinho, o ideal é reorganizar a alimentação. “Um cão adulto deve se alimentar de duas a quatro vezes ao dia. O importante é calcular a quantidade diária de ração, por exemplo, se ao longo do dia um cão deve ingerir 120 gramas, ele deverá receber duas refeições de 60 gramas ou quatro de 30 gramas”, ensina a Alessandra, que também coordena o curso de Especialização em Endocrinologia e Metabologia em Pequenos Animais, da Anclivepa (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais), de São Paulo. Assim como os humanos, a prática de atividades físicas não pode ficar de fora 22
Alimentação
Fique atento, pois algumas raças de cães, como cocker spaniel, beagle, labrador e dachshund, são mais predispostas ao sobrepeso. Entre os gatos, não existe uma raça específica, mas, os felinos também podem sofrer com a obesidade. Embora existam no mercado pet rações menos calóricas, próprias para animais obesos, os donos não devem criar dietas para os pets sem antes consultar um veterinário. “Além de prescrever a ração adequada, o profissional irá calcular a quantidade suficiente para que haja redução do peso, sem provocar prejuízo à saúde do paciente. Precisa ter horário fixo para realizar as refeições e cortar petiscos”, ensina Alessandra.
Será que o meu pet está acima do peso? Segundo a veterinária Alessandra Vargas, o cachorro que estiver 15% ou mais acima do peso ideal para a raça é considerado obeso. Outra forma de avaliar se o cão ou o gato está gordinho é pelo toque. Os animais com sobrepeso apresentam costelas cobertas por espessa camada de gordura, o que impossibilita a palpação, não possuem cintura e possuem o dorso mais largo.
Você sabia?
Imagens: stock.xchng
Uma organização britânica divulgou um estudo indicando que metade dos cachorros britânicos poderá morrer em 2013, em decorrência de problemas ocasionados pela obesidade. Nos últimos quatro anos, a porcentagem de cachorros obesos subiu de 21% (um entre cinco animais) para 35% (um entre três animais).
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CAPA
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Cada pet com
a sua mania Você provavelmente já deve ter falado ou ouvido a expressão: “meu pet é capaz de coisas que ninguém acredita”. Quem convive com bichos de estimação sabe que eles realmente surpreendem a cada dia, seja por serem muito bagunceiros ou por terem atitudes pouco usuais. Alguns cães e gatos, inclusive, possuem manias bem esquisitas. Sim, manias. Conheça a história de três animais que cultivam hábitos nada tradicionais. Por CAROLINA NICOLAI
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CAPA
O mistério do gato do telhado Romeu é um gato vira-lata de três anos que adora aprontar. A estudante Thais Costa, dona do animal, conta que certa vez ela estava indo para a escola com a mãe logo cedo, perto das 5h30. Como estava garoando, elas decidiram acionar o parabrisa. “Romeu havia feito cocô do lado de fora. Eu não conseguia parar de rir e minha mãe não enxergava nada. Ela só sabia xingar e dizer: ‘eu mato esse gato!’”, relembra Thais. Atrapalhadas à parte, o gatinho começou a demonstrar desde pequeno alguns hábitos inusitados. Como normalmente é feito, ele ganhou dos donos uma caixa de areia para poder fa ze r tranq uil amente a s su a s n e ce ssidades. O fato é que os dias foram se passando e nada acontecia. “A gente esperava que ele fizesse cocô e xixi lá, mas todos os dias a caixa permanecia limpa”, explica a estudante.
Imagens: arquivo pessoal
A família estava preocupada com a situação do animal, até que um dia eles escutaram um barulho no telhado. Era o Romeu. “Quando olhamos tinham vários montinhos de cocô no telhado. Foi um susto”, comentou a estudante. Ninguém contestou a escolha do gato, apesar de dar trabalho na hora da limpeza. Todos acabaram se divertindo com o fim do mistério.
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Mas, com o tempo, o gatinho Romeu ganhou alguns quilinhos extras. Por isso, ele não tem mais conseguido se “aliviar” com frequência no telhado. “No final do ano passado ele foi castrado e acabou engordando”, conta a dona. Romeu bem que se esforça, mas acaba descendo do telhado sempre exausto. Não teve jeito: o gatinho teve que se render à caixa de areia.
Coça, coça! A garota da capa desta edição, Victória, é uma são bernardo muito dócil e amorosa. A cachorrona – sim, porque ela pesa mais de 60 kg -, tem sete anos e adora brincar com o seu tapetinho. Victória, muito manhosa, tem a mania de pedir para que as pessoas cocem as suas costas. Ela começa a ficar inquieta e a indicar que algo a incomoda naquela região. Quando alcança o objetivo, a cadela se delicia com o carinho: fecha os olhos e coloca a língua para fora. Nem pense em parar a massagem, pois ela reclama!
Por favor, escove os meus dentes! Cachorro gosta de tomar banho? Geralmente não. E de escovar os dentes? Você pode pensar: “pior ainda!”. Que nada, isso faz parte do passado. Pelo menos para o Brotinho, cãozinho de três anos, que adora escovar os dentes. Nada de careta, fuga ou corre-corre. Ele é quem toma a iniciativa e pede para que a dona escove os seus dentes duas vezes ao dia, pela manhã e à noite. “Tenho cinco cachorros e todos eles são fora do comum, mas o Brotinho é uma comédia. Todos os dias ele me via escovando os dentes e acabou achando que era bom. Resultado, eu escovo os dentes dele todos os dias. Passo creme dental na escova, me agacho e repito a frase - ‘Brotinho quer escovar os dentes?’. É o suficiente para ele largar o que está fazendo e vir correndo”, diverte-se a dona Carla Machado Gomes. “Ele se encaixa embaixo das minhas pernas e arreganha a gengiva, mostrando os dentes”, complementa. Com tantos cachorros, fica difícil não ter mais histórias para contar. Outra cadelinha da Carla, a Cacaia, também tem uma mania curiosa. Para se despistar do banho, a cachorrinha finge que não está passando bem. “Toda vez que eu a chamo para o banho, ela começa a tremer, se joga no chão e finge que está doente”. A dona do Brotinho filmou a performance do cachorro escovando os dentes. Acesse e divirta-se: http://migre.me/12Cg6.
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COMPORTAMENTO
Será que o meu
cachorro enlouqueceu? Ele corre atrás do rabo, late sem parar, come tudo o que vê pela frente, tenta pegar a própria sombra e monta na perna da visita. Até que ponto esse tipo de comportamento é normal ou um sinal de problema?
T
er um cachorro compulsivo dentro de casa não é fácil. Alguns comportamentos do pet são capazes de transformar a rotina de qualquer família e podem, inclusive, afastar visitas e amigos. É importante que o dono observe a atitude do animal, que passou do ‘engraçadinho’ para o inconveniente, para analisar se ele não está com um distúrbio comportamental. Em algumas situações, o mascote só está brincando ou simplesmente aliviando o estresse e o tédio, mas, quando começa a prejudicar a saúde do bichinho, atenção. “Primeiro o animal deve ser avaliado clinicamente para eliminar as hipóteses médicas e, depois, passa por uma avaliação comportamental mais precisa. É preocupante quando a compulsão atrapalha ou se sobressai às outras atividades que o animal deveria ter na sua rotina”, afirma Tatiane Ichitani, consultora comportamental da Cão Cidadão. 28
A estudante de jornalismo Ketryn Alves chegou ao extremo de ter que doar a arteira cocker spaniel, Molly, por não saber mais como agir. “Ela era terrível. No início, achávamos que era porque ela era filhote, mas, ela cresceu e não mudou. Cavava buracos nos canteiros, comia grama e as flores, destruiu a casinha de bonecas, a horta, derrubou o pezinho de limão que estava nascendo. Depois do banho, corria para a terra e se sujava inteira. Chegou a um ponto que ela roia as vigas de concreto da garagem”, conta Ketryn. Diante de uma situação como essa, o ideal é procurar um especialista. “A motivação para qualquer compulsão, como destruir objetos, é o estresse, tédio, ansiedade ou acúmulo de energia. Uma dica é oferecer casca de coco verde, assim, o cão descasca o coco quando precisa extravasar a energia”, indica Tatiane.
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Imagem: stock.xchng
Constrangendo visitas A situação fica mais complicada quando o problema mora na casa do amigo. “Toda vez que entro, o Thobias não para de latir. Se eu sento no sofá, ele tenta ‘subir’ em mim, seja no braço ou na perna. E não adianta eu brigar. Quando eu o tiro, ele fica bravo e começa a rosnar. Nunca me mordeu, mas não para”, explica o jornalista Raphael Neto. “Quando os donos interferem, ele vai para algum cobertor ou almofada”, completa. Na primeira vez que isso aconteceu, o jovem não achou tão desagradável, mas agora se sente desconfortável. “Começou a incomodar ao ponto que eu não me sento mais quando estou na casa dele. É muito desagradável o cachorro ficar ‘grudado’ em você”. É preciso identificar o que leva Thobias a fazer isso. “Cães ansiosos, dependentes, pouco socializados e com alta libido geralmente recorrem à monta para aliviar suas tensões e frustrações reprimidas”, explica a veterinária e especialista em comportamento animal, Rúbia Burnier. De acordo com a especialista, se o problema for emocional ou genético, o tratamento envolve remédios, terapia, adestramento e mudanças na criação. Se for hormonal, a castração pode até resolver o problema. “A castração atenua a libido e alivia a tensão provocada pelos hormônios sexuais. Porém, o mau hábito pode virar um vício e o cão pode continuar montando como forma de relaxamento ou para chamar atenção. Se a família não investir em educação e não oferecer alternativas, castrar vai servir para prevenir doenças, o que já é um grande gesto de amor”, assegura a veterinária. 30
Brincadeiras saudáveis É importante corrigir comportamentos errados, mas use o bom senso para distinguir uma brincadeira saudável e relevar travessuras de vez em quando. “É natural um labrador que goste de buscar bolinhas e ficar com objetos na boca. A partir do momento em que ele passa a ter compulsão por engolir objetos, a brincadeira se torna perigosa”, orienta a consultora comportamental Tatiane. VG
O que fazer 1 - Detecte a origem do comportamento: estresse, tédio, ansiedade, acúmulo de energia. 2 - Retire do ambiente tudo que motiva o comportamento. 3 - Não recompense atitudes erradas com atenção e carinho. 4 - Promova atividade física e mental: exercícios, caminhadas, corridas, adestramento, agility, interação com outros cães etc. 5 - Enriqueça o ambiente com brinquedos e atividades inteligentes, como petiscos escondidos pela casa e recheando bolinhas. 6 - Parabenize o comportamento desejado quando o animal estiver calmo, enquanto brinca. 7 - Procure um veterinário. Em casos mais graves, pode ser indicado o uso de medicação junto com a terapia comportamental.
COLUNA
ENTENDENDO O SEU CÃO
Compulsão canina: o que é e como resolver? por PRISCILA FELBERG*
C
omportamentos repetitivos como lambeduras excessivas, perseguir o próprio rabo, fazer o mesmo percurso várias vezes, entre outros “tiques nervosos”, podem ser indícios de compulsão.
A compulsão canina é considerada um distúrbio comportamental. No entanto, o primeiro passo é consultar um veterinário para descartar qualquer problema clínico que possa ser a causa da repetição constante de determinado comportamento do animal. Isso porque o transtorno compulsivo pode ser desencadeado por um problema fisiológico e, com o passar do tempo, mesmo após a doença curada, o comportamento decorrente pode permanecer. Entre os fatores mais comuns que podem originar uma compulsão, estão o estresse, o tédio, a ansiedade e uma propensão genética. Normalmente, as raças são selecionadas para exercer algum tipo de trabalho – pastoreio, caça, guarda etc –, mas quando em sua rotina o animal não consegue “atuar” na função que lhe foi atribuída, ele acaba redirecionando esta necessidade natural para um comportamento repetitivo. Desse modo, o cão sente um alívio momentâneo. No entanto, isso pode causar outras consequências mais graves, como lesões. Um problema comum em raças de grande
porte é a lambedura Acral – o cão se lambe até se automutilar. Na maioria dos casos de compulsão é possível notar uma colaboração, mesmo que involuntária, do proprietário, que no intuito de interromper o ato compulsivo do animal, acaba por incentivá-lo, dando atenção, chamando seu nome etc. É muito importante que o dono escolha o modo certo para interromper o comportamento, que deve ser de forma despersonalizada – sem o cão perceber quem está dando a bronca. Também é essencial proporcionar ao cachorro atividades que possam ocupar o seu tempo, como por exemplo, caminhadas diárias e brinquedos. Existem ótimas opções para enriquecimento ambiental no mercado pet. Além disso, adestrar o cão pode trazer excelentes resultados. Para isso, o ideal é contar com o auxílio de um profissional de comportamento animal para verificar a opção mais adequada. Se o caso já estiver em um estágio crônico, causando lesões graves, pode ser necessário o uso de medicamentos, que deverão ser indicados por um médico veterinário.
*Priscila Felberg é adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão, empresa do zootecnista Alexandre Rossi, especialista em adestramento e comportamento animal. 31
COMPORTAMENTO
DICAS E TRUQUES: deita REDAÇÃO
Na edição passada, nós explicamos como ensinar o seu cãozinho a sentar – um comando bastante simples e divertido. Esperamos que você tenha conseguido alcançar o objetivo! Agora, vamos ao passo seguinte: ensiná-lo a deitar. É importante que o animal já tenha assimilado o “senta”. Isso porque, como verá nas ilustrações abaixo, ficará mais fácil orientálo se estiver sentado. Se julgar que o pet ainda está inseguro, treine um pouquinho mais. Quando ele estiver “craque”, tente o novo comando. Lembre-se, não exagere! Saiba respeitar os limites do cãozinho.
1. 2.
Peça para o cão se sentar e o recompense.
Mostre o petisco a ele e abaixe gradativamente a recompensa até atingir o chão. Caso o animal saia da posição em que está, comece o processo novamente. Tenha paciência e elogie sua progressão.
3.
Quando o cachorro já estiver seguindo o petisco e mantendo a mesma posição, vá distanciando a sua mão aos poucos, obrigando-o a deitar.
Treine bastante e, quando o cachorro já estiver obedecendo com mais segurança, introduza o comando ‘deita´. 32
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ESPORTE E LAZER
Oscar,
o Indiana Jones pet
O peludinho da Ă frica do Sul nĂŁo tem medo de encarar as mais inusitadas aventuras ao lado da dona. E os dois fazem tudo isso para ajudar os animais abandonados. Por VANESSA GONZALEZ
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Imagens: Joanne Lefson (divulgação)
ESPORTE E LAZER
O
autêntico e charmoso vira-lata Oscar, uma mistura de shepard alemão, corgi e cocker spaniel, vivia em um abrigo na África do Sul até ser adotado, em 2004, pela ex-jogadora de golfe e apresentadora de TV, Joanne Lefson. O encontro entre os dois foi muito especial e transformou a vida da dupla em uma grande aventura pelos quatro cantos do globo. “Muitas pessoas me paravam na rua por causa da aparência e pelo jeito do Oscar. Com toda essa atenção, vi que ele seria perfeito para mostrar ao mundo que cães de abrigo não são velhos, feios e maltratados”, explica a sul-africana Joanne. Assim nasceu o World Woof Tour, um projeto que visitou 29 países para chamar a atenção sobre o drama dos animais abandonados. “Minha família e meus amigos acharam estranho, apesar de já saberem que eu era apaixonada pelo tema adoção e que faria qualquer coisa para ajudar os animais. Ninguém me levou a sério até que o helicóptero decolou”, recorda Joanne. A dupla já esteve em países como Índia, Tailândia, Namíbia, Quênia, Egito, Grécia, Itália, França, Rússia, Peru, Argentina e Brasil. Ao todo, foram mais de 15 mil abrigos visitados nos cinco continentes. Engana-se quem pensa que conhecer tantos lugares foi fácil e barato. Para bancar o Word Woof Tour, Joanne vendeu a própria casa. E ela não se arrepende. “Descobri que assumir uma vida por uma boa causa vale muito mais e, com o meu melhor amigo ao lado, nunca me sinto sozinha. Essa missão me faz sentir viva”, orgulha-se a mãezona do Oscar.
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Decolando para o mundo A dupla já visitou muitos cartões postais: das pirâmides do Egito a Estátua da Liberdade. Em cada um desses cenários, muitas histórias inusitadas para contar. Joanne comenta, por exemplo, que Oscar brincou de bola e nadou bastante na ilha de Koh Samui, no sul da Tailândia. Em São Petersburgo, na Rússia, o peludo se divertiu jogando futebol na Praça do Palácio e desafiou leões aos latidos durante um safári na África. Ainda no continente africano, os dois passearam de balão sobre o deserto da Namíbia e, na Zâmbia, voaram de ultraleve sobre as cataratas de Victoria. A dupla também ganhou o céu da Costa Rica em um gyrocopter, modelo que lembra um helicóptero.
Cuidados médicos Para garantir a saúde do cão esportista e viajante diante de tantos passeios e diferentes emoções, Joanne segue todos os cuidados necessários. “Ele tem o passaporte com número do microchip e comprovantes da vacinação antirrábica. Antes de sair de cada país, visitamos um veterinário para confirmar o estado de saúde do Oscar. Com tudo certo, recebemos o certificado e a liberação para viajar”, assegura a sul-africana.
Sobrevoando o Brasil No final do ano passado, a dupla aterrissou no Brasil. O giro passou pelas Cataratas do Iguaçu, São Paulo e Rio de Janeiro, onde eles ficaram por dois dias e voaram de asa-delta do alto da Pedra Bonita até a praia de São Conrado. “Foi incrível! O Oscar ficou muito mais tranquilo do que eu. Para mim, foi difícil enfrentar aquela rampa, mas agora nada mais pode ser tão assustador assim”, confessa Joanne.
Diário de bordo
Acesse Word Woof Tour: www.worldwooftour.com
Imagens: Joanne Lefson (divulgação)
Adrenalina à parte, durante a passagem pelo Brasil, a dupla promoveu a adoção de cães da ONG AnimaVida e os presenteou com um passeio em um dos principais cartões postais do mundo, o Pão de Açúcar.
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Cテグ EM QUADRINHOS
Josテゥ
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Diga não ao CaCHoRRo LouCo A raiva é uma doença viral, transmitida pelo contato com a saliva de animais infectados, seja por meio de mordidas, arranhões ou mesmo lambidas. É extremamente letal e a prevenção se dá por meio da vacinação. Todos os cães e gatos a partir dos três meses de vida devem ser vacinados contra a raiva anualmente, de acordo com o Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo. Inclusive as cadelas que estejam no cio, prenhas ou amamentando.
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Cテグ EM QUADRINHOS
VoCテェ SaBia?
Johnny
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Somente três casos de raiva humana no mundo conseguiram sobreviver, segundo informações do Ministério da Saúde. Um deles foi um rapaz do interior de Pernambuco, em 2008. Neste ano, foram notificados dois casos de raiva humana no Brasil – um no Rio Grande do Norte, por ataque de morcego, e outro no Ceará, por ataque de cão. Os dois pacientes morreram.
Glória Maria
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Cテグ EM QUADRINHOS
Noah
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Raiva é coisa séria !
Vacine o seu animal.
O Ministério da Saúde suspendeu preventivamente as campanhas gratuitas de vacinação de cães e gatos contra a raiva em todo o País, porém, você não pode deixar de imunizar o seu animal. Procure uma clínica ou hospital veterinário e vacine o seu cão. A rede particular continua aplicando doses da vacina, fabricadas por outros laboratórios. Ligue para o veterinário de sua confiança e tire as suas dúvidas. O que não pode é deixar o seu pet desprotegido.
Para Sempre Cachorro Nossa primeira paixão são os cães e, a segunda, fotografá-los. Adoramos a sinceridade desses animais e o quanto eles ficam à vontade em frente a câmera. Eternizamos momentos em imagens criativas e espontâneas, contando a história de um cão e mostrando sua personalidade através delas.
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TURISMO
Férias frustradas Viajar com o pet requer muita atenção e planejamento. Fique atento aos detalhes, para não transformar o passeio em um verdadeiro desastre.
Imagens: arquivo pessoal
Por CAROLINA NICOLAI
Verifique se animais são realmente bem-vindos “Uma das primeiras viagens que eu, meu marido e a Cléo [golden retriever] realizamos foi para a praia de Maresias, litoral de Norte de São Paulo. Ela ainda era uma filhotona, com cerca de seis meses, e nós ‘donos de pet de primeira viagem’”, conta Larissa Rios, proprietária do portal Turismo 4 Patas.
pousada, juntamente com a Cléo. “Nós tivemos todo o cuidado para não sermos inconvenientes, mas, ainda assim, parece que alguns frequentadores não se convenceram disso e resolveram reclamar. Solicitaram ao gerente que pedisse para nos retirarmos do local”, lembra a turismóloga.
A viagem parecia estar sob controle, afinal, tinham encontrado uma pousada pet friendly e a vacinação da Cléo estava em dia. Porém, eles se esqueceram de um pequeno detalhe: animais de estimação não são aceitos em muitas praias brasileiras. “Nesta praia em questão os pets não eram bem-vindos mesmo!”, explica Larissa.
Apesar de toda a educação da equipe do bar, eles se sentiram humilhados. “Foi desagradável, mas ficou a lição para pesquisarmos melhor o destino antes de pegarmos a estrada com nossa peluda. É preciso ter certeza que será um destino adequado para que o cão também participe das atividades e dos passeios, sem que incomodados cortem o barato da viagem”.
Certo dia, eles foram para o bar da
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Viagem definida, hora de planejar como o pet será transportado. Em viagens áreas, por exemplo, cada companhia tem a sua política para o embarque de animais, como limite por voo, critério para o transporte na cabine ou como carga viva, além de preço. Antes de tomar qualquer decisão, procure pesquisar as condições de cada empresa e conversar, se possível, com donos que já tenham usufruído do serviço. A assistente financeira Karla Melo passou por uma experiência nada agradável com a sua daschund Meg, de seis anos. No final de 2004, ela teve que se mudar de Fortaleza (CE) para São José do Rio Preto (SP) e optou por transportar a cachorrinha de avião. “Na época, a companhia aérea me garantiu que os procedimentos de segurança para os animais eram os melhores, que eles viajavam em um lugar reservado no compartimento de bagagem”, explica Karla.
Depois de atender às exigências, ela embarcou a cachorrinha e ficou bastante ansiosa. “Algo me dizia que sem a fiscalização de como os animais de fato são colocados nas aeronaves aqui no Brasil, algo poderia dar errado. Ao chegar a São Paulo, fui para a esteira retirar as minhas bagagens. Todas as malas chegaram e depois de um longo tempo Meg surgiu. Quando peguei o compartimento onde ela estava, percebi que havia rachaduras [a Meg estava em um container de material resistente e duro, conforme exigido], pinos dos dois lados e também na parte de cima. Quebrado mesmo!”.
Imagens: stock.xchng
Cuidado com o transporte do pet
Ao reclamar com a administração da companhia aérea, ela foi avisada que seria reembolsada. “Óbvio que iriam pagar, mas o que eu queria ia muito além do pagamento. Eu queria descobrir o porquê de não haver nenhum controle sobre a segurança dos animais. Fica aqui o meu protesto”, ressalta a dona da Meg.
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Para o pet, viajar é sinônimo de novos cheiros e sons. Com tanta novidade, pode ser um pouco difícil para o dono conter a alegria e vontade do mascote de explorar o novo ambiente. A engenheira agrônoma Silvia Guimarães era dona de Bali, uma cadelinha da raça fox terrier, já falecida, mas que deixou uma história marcante de viagem. Silvia conta que a família dela tinha o costume de se reunir no final do ano em Ubatuba, litoral Norte de São Paulo. Pais, tios e crianças entrando e saindo da casa. Quando eles se deram conta, Bali havia sumido. Os parentes se mobilizaram para tentar localizá-a pela cidade, mas não a encontravam.
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“A casa onde estávamos tinha dois andares. Quando olharam pela janela do andar superior, avistaram a Bali cavando e brincando no terreno ao lado da casa, que era um cemitério”, lembra a engenheira. Ao se dirigirem para o cemitério, eles descobriram que o portão estava trancado e que a cachorrinha tinha conseguido passar por entre as frestas. Eles tentaram chamar a Bali, mas você acha que ela atendeu prontamente? Que nada! Brincar de cavar e correr devia estar bem divertido. “Nós tivemos que pular o portão para pegá-la e mesmo assim ela deu trabalho”.
Imagens: arquivo pessoal
Mantenha-o sempre por perto
COLUNA
TURISMO COM SEU AMIGO
PET MOTORIZADO por LARISSA RIOS*
V
ai pegar estrada com o amigão? É importante transportar o pet com saúde, segurança e conforto. Se ele já está acostumado com os passeios motorizados, o primeiro passo é escolher - ônibus ou automóvel?
No Brasil, qualquer que seja o meio de transporte escolhido, é necessário portar o Certificado de Vacinação e um atestado emitido por um médico veterinário, comprovando o estado de saúde do animal. O ideal é escolher um horário mais tranquilo, fora dos picos de trânsito ou calor. Para evitar enjoos, uma refeição leve 2 ou 3 horas antes da partida é o mais indicado. Não o alimente durante a viagem e, sempre que possível, mantenha-o hidratado. Se a opção for o ônibus, saiba que boa parte das empresas rodoviárias já aceita transportar cães e gatos de pequeno porte. Mas, de qualquer forma, não deixe de confirmar antes de programar a viagem! Alguns procedimentos básicos precisarão ser atendidos, como: apresentação da documentação de saúde, acomodação em caixa de transporte apropriada e manutenção das boas condições de higiene, segurança e conforto. O pet deverá ficar preso durante a viagem e poderá ser transportado próximo ao assento do dono ou no bagageiro, se o veículo possuir compartimento adequado. A cobrança de taxas pode variar de
acordo com a empresa e a linha escolhida. A sedação não é exigida e, se for feita, deve ser orientada por um médico veterinário. Fêmeas grávidas ou no cio não são aceitas. Ao viajar de carro, além da caixa de transporte, podem ser usados grades de proteção e cintos de segurança apropriados para animais. O Código Brasileiro de Trânsito prevê multas e pontuação na carteira de habilitação se o pet estiver sendo transportado de outra forma que não as recomendadas, portanto, nada de deixar o amigão solto dentro do veículo! A contenção dos animais durante o transporte é essencial para a segurança de todos os passageiros, humanos ou não. Para terminar, nunca deixe o pet desatendido dentro de um veículo. Ele pode passar mal, ser roubado ou mesmo morrer por hipertermia (calor excessivo). Ah, não esqueça também de fazer algumas paradas para ele fazer xixi, esticar as patinhas, beber água e relaxar um pouco. Com consciência e responsabilidade, aproveite as estradas com o seu “companheiro de 4 patas”.
* Larissa Rios é turismóloga, produtora de eventos e proprietária do portal Turismo 4 patas, empresa que promove atividades de lazer para pets e seus donos. 47
UTILIDADES
Reformar a casa pode ser bastante estressante para os humanos, mas para os cĂŁes e gatos a sujeira, os produtos utilizados e atĂŠ mesmo o barulho podem ser perigosos. Proteja os focinhos!
Imagens: stock.xchng
Por VANESSA GONZALEZ
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A
casa da empresária Maria Luiza Reis está passando por uma reforma e ela está enfrentando essa situação ao lados dos seus 18 cachorros. Já imaginou o caos? “Como a reforma é muito grande, fizemos primeiro a parte de cima. Eles tinham que ser deslocados para outras partes da casa, senão eles pegavam cimento para brincar, pedaço de cerâmica cortada, o que podia machucar, e pisavam na bandeja de tinta”, explica Maria Luiza. Os cuidados não foram poucos. “As tintas tiveram que ser sem cheiro, mas mesmo assim dormi com eles na sala por três dias, para ter certeza que ia secar e não tinha cheiro. Quando colocamos o piso foi a mesma coisa, me mudei para a parte de baixo da casa por 30 dias, até tudo ficar em ordem”, recorda a empresária, que não escapou de situações engraçadas. “Ainda bem que
os pedreiros e os pintores gostam de animais, porque foi uma bagunça geral, sempre aparecia um rabinho pintado”. Ana Carla Portella, dona dos yorkshires Work e Wendy, conta que o prédio onde mora está passando por uma reforma geral e ela procura colocar panos nas portas de acesso para proteger os peludos. “Também não os deixo saírem na sacada sozinhos, só com alguém junto, para não pegarem nada que possa ter caído”. Ana comenta ainda que os pequenos mascotes estão sentindo bastante a nova rotina. “Quando tem gente pendurada nos andaimes, o macho fica nervoso e a fêmea assustada”. Segundo a veterinária Carla Alice Beri, do Hospital Veterinário Pet Care, os donos devem ficar atentos para preservar a saúde dos animais. “Pode acontecer uma intoxicação por tinta [cheiro], por 49
UTILIDADES
causa do sinteko [piso], ingestão de areia ou cimento, e também dermatite alérgica, principalmente de contato. O pó e a poeira podem causar desde bronquite asmática até dermatites severas e gastrites”, esclarece Carla. Existe um mal invisível, mas nada silencioso, que também atinge em cheio os peludinhos durante as reformas. “Se o barulho for bem próximo e forte, eles se escondem, ficam alucinados”, conta Ana Carla Portella. E essa reação tem explicação. “O barulho é super danoso aos pets, que já escutam muito mais do que nós. O estresse pode desencadear doenças ou agravá-las”, alerta a veterinária do Hospital Pet Care.
Antes de reformar a casa, não se esqueça de incluir no planejamento o que será feito com o bicho de estimação. Se possível, deixe-o em uma creche ou o leve para a casa de algum parente ou amigo. Se nenhuma das alternativas for possível, tire o animal da área que será reformada e faça as mudanças por etapas. Redobre a atenção, tanto para os objetos que os animais possam engolir como para possíveis fugas na hora de um descuido com o portão. Peça a colaboração dos funcionários envolvidos. Eles poderão ajudar nessa patrulha!
Imagens: stock.xchng
Se em meio às mudanças o peludo acabar comendo alguma coisa que não devia, levo-o ao veterinário de sua confiança o mais rápido possível.
Dicas
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UTILIDADES
Casinha boa é
casinha limpa Por CAROLINA NICOLAI
O
mercado pet cresceu de forma agressiva nos últimos anos. Para se ter uma ideia de sua expansão, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (Anfalpet), somente o setor de equipamentos e acessórios cresceu 9% no ano passado, movimentando mais de R$ 863 milhões. Diante de tanta procura, basta frequentar qualquer pet shop para constatar como a oferta de produtos aumentou consideravelmente. Seu cãozinho precisa de uma casinha? Hoje é possível encontrar opções em madeira, acrílico ou tecido para todos os gostos e bolsos. Nos Estados Unidos, algumas empresas se especializaram, inclusive, na construção de verdadeiras mansões para os mascotes. A Doggie Mansions, por exemplo, chegou a ofer e c e r c a s a s c o m v a l o r e s e n t r e R$ 2.463,57 a R$ 44.150, dependendo do tamanho e mobílias escolhidas. Sim, você poderia escolher os móveis, além dos eletrodo-
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mésticos, como televisão, DVD, ar condicionado e outros mimos. Seja ela grande ou pequena, luxuosa ou simples, o importante é que a casa acomode bem o peludo. É essencial, também, pensar em sua higienização, para assim evitar a proliferação de pulgas e carrapatos. Segundo a veterinária Paula Chiea, da clínica veterinária Star Pet, as caminhas de plástico ou fibra são as mais práticas na hora da limpeza. “São mais fáceis de limpar e secam rápido. As de madeira geralmente possuem frestas, onde podem ficar armazenados os ovos de pulgas e carrapatos. Ela é mais propícia a fungos, também”, explica Paula. Ninguém gosta de dormir em um local sujo, não é mesmo? Portanto, o ideal é higienizar a casinha do pet semanalmente. Mas, muito cuidado com os produtos que serão utilizados na hora da limpeza. Ao usar substâncias erradas, você pode favorecer o surgimento de alergias no animal.
Madeira e acrílico “Eu acho importante pelo menos varrer e aplicar algum desinfetante que seja viricida, bactericida e fungicida toda semana”, explica a veterinária Paula Chiea. Dê preferência a produtos de uso veterinário, que podem ser facilmente encontrados em pet shops. Em caso de pulgas, uma sugestão da especialista é aplicar produtos à base de amitraz, também encontrados em lojas pet.
Tecido “Se for lavar a casinha, usar sempre detergente líquido neutro. Enxaguar bem e depois desinfetar com o desinfetante de uso veterinário”, aconselha a veterinária da Star Pet. Outra opção é usar sabão de coco.
Evite - Produtos à base de amoníaco, amaciantes e sabão em pó. Segundo a veterinária Paula, eles deixam resíduos no ambiente, o que pode provocar alergias no animal.
Não deixe de consultar o fabricante da casinha, para verificar quais os produtos podem ser usados durante a higienização. Assim, além de não agredir o animal, você manterá a casinha sempre limpa e conservada.
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UTILIDADES
Mito ou verdade? Receitas caseiras circulam pela internet. Basta fazer uma busca rápida para encontrar desde dicas sobre como fazer uma ração até como dar banhos a seco no animal. Antes de utilizar o pet como cobaia para testes mirabolantes, consulte a opinião de um veterinário. Por CAROLINA NICOLAI
Antipulgas caseiro Vinagre branco, água, cravo-da-índia, álcool, cânfora Muitas receitas de antipulgas divulgadas na internet prometem milagres, mas parecem estar mais para aquelas clássicas porções de bruxas, tão vistas nos filmes. Os ingredientes exigidos são os mais variados, incluindo desde cravo-da-índia, até cânfora e álcool de cereais. Segundo a veterinária Camila Guernelli, da Pet Center Marginal, o banho com álcool e vinagre era muito utilizado há cerca de algumas décadas, quando não existiam produtos específicos ou não tão bons para a retirada de pulgas e carrapatos. “O vinagre ajudava a matar as pulgas e, mais dificilmente, os carrapatos, devido a sua acidez”, explica. Camila acrescenta ainda que o odor do vinagre funcionava, de certa forma, como um repelente natural juntamente com o álcool. Diante dos diversos produtos disponíveis no mercado hoje, a custos variados, o uso de receitas caseiras pode ser pouco eficaz, apresentando resultados muito pequenos. “Por exemplo, o álcool tem sua evaporação muito rápida, enquanto que os antipulgas veterinários ficam na pele do animal por cerca de 30 a 60 dias, exercendo ainda efeito contra os parasitas e resistindo a banhos. Além disso, muitos dos produtos antipulgas também possuem inibidores de formas imaturas, agindo indiretamente contra ovos e larvas de pulgas no ambiente em que o animal vive, conferindo uma proteção completa”, reforça a veterinária. Por isso, muito cuidado com o que você decide passar no animal. Conhece o ditado do barato que pode sair caro? “Na maior parte dos casos [de receitas caseiras], o tratamento acaba sendo ineficaz ou pode até gerar danos a saúde do animal”, alerta a veterinária e analista de marketing da Cobasi, Carla Storino.
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para adoção
Victória
Zeca, Bob e Pituco são Idade: 7 anos doentes. Raça: cão São Agora Bernardo recupera Cidade: Santo André
Victória Idade: 7 anos Raça: cão São Bernardo Cidade: Santo André
Victória Idade: 7 anos Raça: cão São Bernardo Cidade: Santo André
Victória Idade: 7 anos Raça: cão São Bernardo Cidade: Santo André
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o três irmãos que foram abandonados e resgatados muito ados, procuram uma nova chance de serem felizes.
Zeca é um vira-lata brincalhão e muito companheiro. É ainda um filhote, por isso, precisa de um dono carinhoso e paciente, afinal, quer se divertir. Já foi vermifugado, vacinado e castrado
Bob é irmão de Zeca. O cãozinho é bastante carinhoso e adora tirar uns cochilos. Assim como Zeca, o Bob adora uma brincadeira. Também já foi vermifugado, vacinado e castrado.
Pituco é o menorzinho dos três. É bastante comportado e amoroso. É capaz de passar horas brincando com uma bolinha ou qualquer outro brinquedo. Ele já foi vermifugado, vacinado e castrado.
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PROTEÇÃO E ADOÇÃO
Quando o dono nunca chega
Imagens: stock.xchng
Por VANESSA GONZALEZ
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B
airro de Rio Vermelho, Florianópolis. Há alguns meses, um vídeo de um cão sendo abandonado em uma estrada de terra mobilizou a internet. Nas imagens, o dono simplesmente abre a porta do automóvel e expulsa o animalzinho que, ao ver o carro partir, corre atrás de seu antigo tutor. É difícil acreditar que histórias como essa estejam cada vez mais comuns. A compra ou adoção por impulso, desinformação sobre a raça, falta de planejamento quanto ao dinheiro e tempo necessário para os cuidados com o animal estão entre os principais motivos do abandono. A baixa adesão à castração, capaz de evitar crias sem donos, também não pode ser esquecida. Seja qual for a razão, a irresponsabilidade gera milhares de cães e gatos abandonados. E, engana-se quem imagina que isso aconteça apenas em comunidades carentes ou nas ruas dos grandes centros. “Uma vez marcaram banho para uma linda lhasa apso de um ano. Quando ligamos, ninguém foi encontrado. Esperamos até às 22h e ela ficou quietinha, com aquele olhar de tristeza”, recorda Ana Lúcia Deodato, proprietária do Dog’s Family, pet shop que fica dentro do Shopping Pátio Higienópolis, área nobre de São Paulo. Diante da situação, Ana conta que acabou levando a cadela para casa. “Hoje Nina é muito feliz e vai trabalhar todos os dias no Dog’s Family. Ela recepciona os clientes e virou uma atração na loja”, alegra-se Ana. O abandono de animais em pet shops é mais comum do que se imagina. “Certa vez deixaram uma cadela aqui na clínica para tomar banho. O combinado era levá-la para casa assim que ela estivesse E 59
PROTEÇÃO E ADOÇÃO
Outra situação bastante recorrente é deixar o animal para trás quando a casa é vendida ou o contrato de aluguel termina. A veterinária Fabiana Augusto Pereira já passou por isso. “Certa vez resgatei um filhote de sharpei de uma casa em que o inquilino foi para um apartamento e não levou o animal. Quando entrei, eu o encontrei preso e sujo. Uma cena muito triste”, relembra. A Dra. Fabiana alerta ainda sobre o aumento de animais abandonados em estações de metrô. “No prazo de dois meses, resgatei na estação Parada Inglesa uma pit bull que estava com aquele laço que o Centro de Controle de Zoonoses usa para enforcar o animal, e um filhote de oito meses, que também estava com o laço. Um funcionário ia soltá-los na avenida”, conta. Em muitos casos de abandono, observa-se que os mascotes são descartados, assim como objetos. Animais idosos e doentes são, muitas vezes, considera-
Marina Ramos e o labrador Francesco, doador de sangue há mais de três anos
dos como gastos para os proprietários, que não se importam em deixá-los em pet shops, clínicas ou mesmo nas ruas. Um peludo sofrendo na rua mudou a vida da engenheira Fernanda de Barros. “Eu tinha 25 anos e fiquei muito abalada ao vê-lo semi-morto. Levei água e comida, mas não adiantou. Quando anoiteceu, abri a janela e o avistei ali, molhado e no mesmo lugar. Então percebi que se eu realmente quisesse salvá-lo, teria que fazer sozinha”, relata Fernanda. Foi assim que a engenheira salvou Bob da morte e criou o Projeto Segunda Chance (www.segundachanceaosanimais.blogspot.com), onde o cãozinho aguarda por um novo lar.
LEMBRE-SE, O ABANDONO É CRIME! (artigo 32 da Lei Federal nº. 9.605/98)
É considerado crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Disque-Denúncia: 181
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Imagens: reprodução
pronta. O taxi dog a levou até o endereço informado, mas a pessoa que atendeu não a conhecia. Os vizinhos também não conheciam a cachorrinha ou a proprietária. Ligamos para a dona, mas o telefone estava errado. Ela nunca veio buscá-la e hoje ela fica aqui conosco”, conta a veterinária Thatiana Ganduxe, da Clínica Veterinária e Pet Shop Star Pet.
MINHA HISTÓRIA
H
á m a is d e 10 an os , e u c om e c e i a re s gatar e a cu idar de cães aban d o n a d o s e m S ã o P a u l o . E m 2 0 0 8 , u m t e l efonema mudou o foco do meu t r a b a l h o : o c h a m a d o e r a p a r a s a l v a r u m pitbull, que agonizava na lixeira de uma favela.
Dei a ele o nome de Angel, um anjo que só conheceu dor nesta vida. Ele estava mutilado, cheio de furos e mordidas. Tinha perdido na rinha e foi jogado no lixo ainda vivo. Eu o socorri, mas já era tarde. Ele morreu nos meus braços. Chorei muito e pedi a Deus para me dar forças e lutar enquanto eu viver. Prometi isso ao Angel e ele descansou serenamente. Desde então, percebi que precisava unir forças para ajudar os animais excluídos pela sociedade, como pitbulls, cães mutilados, idosos e doentes. Assim nasceu o grupo Pitcão.
Nos procuram quando, principalmente, pitbulls estão em estado de abandono, foram espancados e há urgência em resgatá-los. Internamos os animais em uma clínica parceira e, após estarem reabilitados, castrados e vacinados, os transferimos para um dos hotéis, também de parceiros, para aguardarem a adoção. A minha maior recompensa é vê-los correndo, felizes, recuperados e em novos lares. Hoje a Pitcão cuida de 150 animais e já encontrou um novo lar para 300 cães. Quem contou a história da Pitcão foi a médica Patrícia Cancellara, casada, mãe de um filho de três anos e dona de três pitbulls resgatados das ruas. (www.pitcao.com.br).
Conte suas experiências também. Escreva para REDACAO@GUIAUNIVERSOPET.COM.BR
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