Revista Universo Pet Ed. 03

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R E V I S TA

distribuição gratuita

venda proibida

www.guiauniversopet.com.br

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MÃES DE PETS Confira o ensaio fotográfico feito em homenagem ao dia das mães

Colecionador de animais Quando a dedicação extrapola os limites da razão

OS ANIMAIS TÊM SENTIMENTOS? CONVERSAMOS COM MARK BERKOFF, AUTOR DO LIVRO “A VIDA EMOCIONAL DOS ANIMAIS”, PARA VERIFICAR SE OS PETS SÃO CAPAZES DE SENTIR E EXPRESSAR EMOÇOÕES

E MAIS

O PO DER DO CONSUMI D OR MODERNO; CÃES D ESAPARECIDOS; CÃES FAMOSOS; GU IA DE RAÇAS; A LER G IA ; COM PRI NHAS; COMPORTAMENTO ANI MAL ; TI RINHA DO FILÉ DE GATO; E P ET NA REDE.


Editorial

N

esta edição da revista Universo Pet, nós trazemos como matéria de capa um assunto bastante interessante e polêmico: será que os animais são capazes de sentir e expressar sentimentos? Nós, que somos donos de pets, sabemos que isso acontece frequentemente, seja quando chegamos em casa e recebemos aquela calorosa recepção, ou mesmo quando damos mais atenção para um mascote do que ao outro e começa aquela ciumeira. Mas, como a ciência explica isso? Para responder a esta pergunta, consultamos o professor emérito de biologia da Universidade do Colorado, Mark Bekoff. Além de possuir mais de duzentos artigos científicos sobre animais, Bekoff já publicou diversos livros, entre eles, “A Vida Emocional dos Animais”, lançado em setembro do ano passado no Brasil. Recomendo a leitura. Você tem dificuldade para passear com o peludo? Caminhar ao lado dele é tão estressante que você preferiu mantê-lo apenas em casa? Não faça isso! Além de contribuir para o bem-estar e saúde do animal, passear faz bem para você também. Confira as dicas do especialista em comportamento animal Tomás Szpigel, que é o nosso colabo-

rador convidado desta edição. Outro assunto bastante controverso é a síndrome de colecionar cães. Por que algumas pessoas insistem em abrigar mais animais do que realmente podem, sendo, dessa forma, incapazes de fornecer os cuidados básicos necessários para o bem-estar e saúde do bichinho? E tem muito mais: cuidados médicos, proteção e adoção, comprinhas. Quero dar as boas-vindas, também, para a Carla Pilla, do Filé de Gato. Ela produziu uma tirinha muito bacana para esta edição. Não poderia deixar de mencionar o ensaio especial em homenagem ao Dia das Mães, produzido pela Cão em Quadrinhos. Mães e filhotes de quatro patas lado a lado, em imagens que parecem captar o envolvimento e o carinho entre ambos. As donas corujas ainda enviaram mensagens, nas quais descrevem porque elas são as melhores mães do mundo. Espero que goste! Um beijo, Carolina Nicolai, editora

Surya, a garota da capa Sur ya é uma vira-lata de dois anos. Muito bagunceira e meiga, a cadelinha parece descobrir o que estamos pensando apenas com um olhar. Apesar de novinha, Sur ya já enfrentou problemas sérios de saúde, mas agora ela está bem melhor. 2


Colaboradores Cão em Quadrinhos As irmãs Ana Carolina e Manoela Trava Dutra, do site Cão em Quadrinhos, adoram cães e fotografia. O resultado dessa apaixonante mistura pode ser visto nos ensaios fotográficos que realizam para a revista Universo Pet.

Filé de Gato Carla Pilla é designer e ilustradora de livros infantis. Inspirada em seus bichanos Felpudo e Pelica, criou as tiras de humor felino Filé de Gato, que agora também podem ser vistas na revista Universo Pet.

Silvana Lavechia A psicóloga clínica, com especialização em psicossomática e pós-graduanda em psicologia do envelhecimento pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, escreve sobre a relação entre os homens e os animais.

Tomás Szpigel Adestrador e autor do livro “Adestramento Natural”. É o idealizador e coordenador do fórum Adestramento Online (www.adestramentoonline.com), que reúne dicas e informações sobre comportamento animal.

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Nesta edição 06 PET NEWS 08 PET NA REDE

10 CÃES FAMOSOS - GREYFRIARS BOBB

12 GUIA DE RAÇA - WEST HIGHLAND WH CUIDADOS MÉDICOS

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O meu pet é alérgico

COMPORTAMENTO

Os animais têm sentimentos?

16

Quando o passeio não se torna

mais divertido

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Coluna Comportamento

animal

COMPRAS

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Comprinhas

GATO MANIA

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Filé de Gato - Emoticats

UTILIDADES

32

O poder do consumidor moderno

CÃO EM QUADRINHOS

38

4

Mães de cachorro


PROTEÇÃO E ADOÇÃO

46

Procura-se uma amigo

desaparecido

52

BY

Cães para adoção

HITE TERRIER

PSICOLOGIA E OS ANIMAIS

54 O colecionador de animais 59

Amor e carinho na dose certa

60 MINHA HISTÓRIA Fale conosco! Envie sua sugestão para redacao@guiauniversopet.com.br

expediente Editora Carolina Nicolai - MTB 41.595/SP carolina@guiauniversopet.com.br Redação Megafone Comunicação redacao@guiauniversopet.com.br Marketing Marcelo Gregorin Coelho marcelo@guiauniversopet.com.br Direção de arte e diagramação Megafone Comunicação Colaboradores Tomáz Szpigel, Ana Carolina

e Manoela Trava Dutra (Cão em Quadrinhos), Carla Pilla (Filé de gato), Silvana Lavechia e Vanessa Gonzalez

ANUNCIE Telefone: (11) 2506-8458 atendimento@guiauniversopet.com.br As informações e imagens contidas nos anúncios, bem como o conteúdo dos artigos assinados, são de responsabilidade dos anunciantes e dos autores, respectivamente.

Universo Pet é uma publicação desenvolvida pela Megafone Comunicação. CNPJ: 10.825.469/0001-13. Telefone: (11) 4063-8513 www.megafonecomunicacao.com.br Redação: Rua Texas, 635, Brooklin Paulista, São Paulo-SP. CEP 04557-000

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PET NEWS

PET NEWS

Fique por dentro das novidades do mundo animal Passeio consciente

PASSEIO CONSCIENTE

Imagem: divulgação

Equivocadamente, alguns donos fazem das calçadas e ruas públicas o sanitário de seus bichinhos de estimação. Ao invés de recolherem as fezes do animal durante o passeio, preferem disfarçar e fingir que não é com eles. Para tentar minimizar o problema, condomínios residenciais da cidade de São Paulo estão aderindo ao Acacabou - dispenser com saquinhos oxi-biodegradável que, quando descartados, se decompõem em apenas seis meses. Perto de mil dispenser já estão espelhados pela capital paulista. “Tivemos a ideia de desenvolver o Acacabou porque, além de sujar as ruas e deixar um odor desagradável, as fezes dos animais, quando expostas, podem causar uma série de doenças ao ser humano, como bicho geográfico, toxocariose e toxoplasmose”, afirma Wesley Garcia Gomes, diretor comercial da Wesco, empresa responsável pelo Acacabou.

AGENDA EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA HOMENAGEIA MÃES E OS SEUS FILHOTES QUE QUATRO PATAS Durante todo o mês de maio, em comemoração ao Dia das Mães, a Pet Center Marginal vai organizar uma exposição fotográfica em homenagem às mulheres que cuidam de seus animais de estimação como verdadeiros filhos. As 10 lojas da rede vão abrigar, até 31 de maio, cerca de 300 fotos do fotógrafo de pets Lionel Falcon. As imagens registram

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as donas e os bichinhos de estimação em momentos de afeto e descontração. A entrada é gratuita. Mais informações pelo site www.petcentermarginal.com.br.


DICAS

LIVRO

HUCK Durante uma breve viagem de férias, o poodle toy Huck, que havia sido deixado no condado de Ramsey, nos Estados Unidos, acaba fugindo. Moradores da pequena cidade se mobilizam para encontrá-lo, distribuindo cartazes e fazendo telefonemas. É a partir da experiência pessoal de ter perdido o cão que a autora, Janet Elder, divide com os leitores um momento delicado de sua vida: o diagnóstico de um câncer de mama. Ela, que também é editora sênior do jornal The New York Times, conta como o cachorrinho, assim como toda a família, foi importante durante o período de luta contra a doença e ensina lições de esperança e solidariedade. Imagem: divulgação

Ficha técnica Huck, de Janet Elder Páginas: 270 Formato: 14 cm x 21 cm Preço: R$ 29,90

ANIMALL PET STORY PROMOVE PALESTRA SOBRE AVES SILVESTRES E EXÓTICAS No dia 10 de maio, o AniMall Pet Stor y vai promover uma palestra sobre aves silvestres nativas e exóticas em cativeiro. Durante o evento, ministrado pela bióloga Michele Viana Katayama e pelo veterinário especialista Alessandro Bijjeni, os participantes serão orientados quanto aos cuidados necessários para manter os animais em cativeiro, levando em conta as condições a-

dequadas de saúde, alimentação e higiene. Além disso, eles também serão informados, também sobre as principais patologias que podem atingir esses animais. O AniMaLL Pet Stor y fica na rua José Janarelli, 455, Morumbi. Mais informações pelo telefone (11) 3723-5575 ou pelo site www. animallpetstor y.com.br.

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PET NA REDE

Imagens: reprodução

Com cara de culpado Não adianta dizer que não aprontou nada, pois a carinha entrega Denver

A labradora assaltou a dispensa e comeu um petisco próprio para gatos. Ao chegar em casa, o dono se deparou com a bagunça. Acesse e divirta-se: http://cachor.ro/1kw

Cody

Ladrão de comida

Shiloh

Ruben

Para que ser vem os amigos? Para te entregar quando você faz coisa errada, claro! Acesse: http://cachor.ro/1kz

Husk siberiano rouba biscoito e faz charme para tentar se livrar da bronca. Acesse: http://cachor.ro/1l1

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Todo mundo achava que o gato comia demais, mas uma câmera escondida mostrou que, na verdade, o cão é que fazia o banquete. Acesse: http://cachor.ro/1l0

Buldogue resolve jantar antes do previsto e fica com a tampa entalada na cabeça. Acesse http://cachor.ro/1l2


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CACHORROS FAMOSOS

Greyfriars Bobby, a lealdade que marcou a história de um país

Para Bobby, a morte não é sinônimo de separação ou quebra de fidelidade. Durante 14 anos, o cãozinho da raça skye terrier fez companhia ao dono morto, deixando a lápide apenas durante alguns momentos, quando ia se alimentar. Sua história de lealdade marcou época e avançou além dos limites da Escócia, conquistando pessoas de todas as nacionalidades.

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m busca de melhores oportunidades, o jardineiro John Gray se mudou para Edimburgo, na Escócia, em 1850. Após procurar emprego, ele conseguiu uma vaga como vigia noturno, mas as longas e frias noites eram muito solitárias para ele. Foi quando John resolveu

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procurar um amigo e encontrou em Bobby, um cãozinho da raça skye terrier, com apenas seis meses na ocasião, o companheiro ideal. A amizade entre os dois cresceu rapidamente. O cão se tornou o fiel escudeiro do vigia, acompanhando-o por


todos os locais. Bobby sempre foi muito dedicado à família e aos amigos, e esbanjava coragem e ousadia. Em outubro de 1857, John Gray contraiu tuberculose e acabou falecendo meses depois. Durante o funeral, segundo relatos do jardineiro do cemitério na época, James Brown, a tristeza de Bobby era evidente. O que James não contava, no entanto, era encontrar o skye terrier em cima do túmulo do dono, no dia seguinte ao enterro. Por haver uma lei que não permitia a presença de animais em cemitérios, o jardineiro foi obrigado a expulsá-lo do local. Na manhã seguinte, porém, lá estava Bobby novamente. Foi expulso. A insistência do cachorro continuava e, no terceiro dia, a relação entre James e o cão já estava mais próxima: o jardineiro alimentou o cachorro e, conforme as noites foram se passando, Bobby foi permanecendo no cemitério, protegendo o dono.

Não havia local quente ou boa comida que fizesse com que ele arredasse as patas de lá. Bobby escapou até de ser sacrificado. Em 1867, quando houve um surto de raiva e uma nova lei foi aprovada para que os cães sem donos fossem sacrificados, Sir William Chambers, uma autoridade local, protegeu o cachorro, pagando a sua licença e o colocando sob a responsabilidade da Câmara Municipal. Com o passar do tempo, a notícia sobre a lealdade de Bobby foi se espalhando por Edimburgo e os moradores, sensibilizados com o cão, o protegiam e o alimentavam. Bobby morreu em 1872, após passar 14 anos vigiando o túmulo do dono. Sua história de lealdade e companheirismo continua viva até hoje, inspirando as pessoas que visitam o cemitério Greyfriars e prestam homenagens ao cãozinho.

“ Deixe que sua lealdade e devoção vire uma lição para todos nós ”. Esta é a inscrição da lápide do cão Bobby, enterrado ao lado do túmulo do dono, John Gray, no cemitério Greyfriars, em Edimburgo, Escócia. 11


GUIA DE RAÇAS

E

les são pequeninos, mas bastante geniosos. Quem é que resiste ao olhar penetrante de um westie? “A personalidade deles não cabe no tamanho, mas eles são apaixonantes”, conta a Diretora Social do Clube Paulista do Westie, Vivian Mauro. Originário da Escócia, o west highland white terrier costumava ser usado para a caça de raposas e outros animais nas terras altas da costa oeste do país, também conhecidas por Highlands. O instinto de caça do baixinho é aguçado, portanto, muito cuidado ao colocá-lo em contato com animais menores, como roedores e pássaros. O westie, que ganhou ainda mais notoriedade no Brasil após aparecer em um comercial de um provedor de internet, embora pareça um ursinho de pelúcia, tem uma personalidade forte e é bastante teimoso. Segundo a Vivian, é importante que ele aprenda desde filhote o que é certo e errado. “ Ou você aprende a dominar, ou ele te domina”, conta. Ensiná-lo comandos

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básicos e a fazer xixi no local correto podem ajudar, e muito, no convívio com o cãozinho adulto. “Todo animal tem a sua personalidade. Eu costumo dizer que o westie se adapta bem a crianças a partir dos três anos. Ele é um cão hiperativo, que gosta de atenção e tem muita energia para gastar com brincadeiras”, explica a diretora, que há 20 anos convive com westies. Mas, atenção: se você está à procura de um cão que adora colo e mimos, essa raça não é a melhor escolha. “ O westie não é um cão de ‘ madame’. Ele gosta de se sujar, sair correndo, caçar. Não gosta muito de colo e ‘ frufru ’”, orienta Vivian. Claro que um carinho sempre será bem-vindo, mas, apesar do west highland terrier agir como uma verdadeira sombra do dono, ele apresenta um comportamento bastante independente. Como todas as raças, há algumas inverdades sobre os branquelos que, de

foto: divulgação Clube Paulista do Westie

Origem: Escócia Altura: 23 a 30cm Peso: 7 a 10kg Longevidade: 13 a 15 anos

foto: stock.xchng

WEST HIGHLAND WHITE TERRIER


tanto serem compartilhadas, acabaram se tornando verdades para alguns. Como é o caso das alergias. “ O westie tem propensão à alergia, mas isso não significa que todos os animais vão desenvolver esse problema. O excesso de banhos, por exemplo, pode ser um agravante. O ideal é que o dono dê banhos mensais ou a cada três semanas. O cuidado com os produtos utilizados também é fundamental para manter o bem-estar do cão”, orienta a diretora. Segundo ela, uma boa escovação pode contribuir para a higienização do mascote.

Branquelos reunidos M e n s a l m e n t e, o C l u b e Pa u l i s t a d o We s t i e o r g a n i z a, e m S ã o Pa u l o, u m e n c o n t r o p a r a o s b r a n q u e l o s. O e v e n t o, g e r a l m e n t e r e a l i z a d o n o p r i m e i r o d o m i n g o d e c a d a m ê s, t e m como objetivo confraternizar e soc i a l i z a r d o n o s e a n i m a i s. “ Fa z e m o s p a l e s t r a s p a r a o s d o n o s, e m q u e e s c l a r e c e m o s d ú v i d a s s o b r e a r a ç a,

além de passarmos orientações s o b r e a s a ú d e d o a n i m a l, c o m d i c a s, p o r e x e m p l o, s o b r e c o m o a f a s t a r o s c a r r a p a t o s, d e r m a t i t e s, entre outros assuntos”, comenta V i v i a n M a u r o. O E n c ontro d os B ranq uelos já es tá e m s u a 68ª edi çã o e é geralm ente r e al i z ado na pra ça Vi níci us de M o r ae s, no b ai rro d o Morum b i. O e v e n t o ai nda tem um papel s oci al i mp o r t ante: dura nte os encont r o s sã o arreca da das d oações de a l i m entos, rem éd i os e roupas, q u e sã o des ti na dos a O N G s d e p r o t e ç ã o ani m al, com o a AB E AC. O s o rga ni z ad ores cri aram até u ma p ági na no Fa ceb ook – Wes t i e s do Bem -, onde s ão rela ta dos c aso s de a ni m ai s res ga tad os, d esa p ar eci d os ou q ue es tão para ad o ç ão. Para saber a data do próximo encontro, acesse o site www.clubepaulistadowestie.com.br.

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CUIDADOS MÉDICOS

O meu pet é alérgico Seu cachorro está se coçando demais? E o gato, está lambendo bastante a patinha ou está com a pele avermelhada? Cuidado, isso pode ser alergia!

“A minha cachorra Lady começou a ter uma queda acentuada de pêlos. Notei que ela se coçava muito e que sua pele estava avermelhada e com algumas manchas. Inicialmente, aquilo foi diagnosticado como uma sensibilidade acima do normal, que poderia decorrer do calor ou do contato com a grama. Ela foi medicada e melhorou”, lembra a dona Paula Vallias, estudante de direito. A cadelinha, no entanto, voltou a apresentar o problema assim que o tratamento acabou. “Minha preocupação era enorme, porque ela já havia tomado remédios fortes por um tempo razoável e não melhorava. Depois de diversas consultas e exames, finalmente descobri que aquilo era dermatite alérgica à picada de pulgas”, diz. Segundo o veterinário Michel Faingezicht, a alergia de pele ou de contato está entre os tipos mais comuns que acometem cães e gatos. O problema pode ser causado, principalmente, pela saliva da pulga, picadas de inseto, por alguns tipos de grama, produtos de limpeza e tecidos, que entram em contato 14

com a pele do animal. “A alergia é uma resposta do sistema imunológico exagerada à exposição de uma substância externa, conhecida como alérgeno. O primeiro contato com o alérgeno produz uma resposta imunológica leve, que sensibiliza o sistema para essa substância específica. A segunda exposição dá origem a uma série de sintomas que vão depender do tipo de substância, da parte do organismo atingido por ela e das características da resposta imunológica”, informa Faingezicht. Depois de diagnosticado o problema, Paula intensificou os cuidados com Lady, que possui sete anos. “Ela não pode ter nenhum contato, por menor que seja, com pulgas. O grande trabalho é a prevenção, com a qual desde então me preocupo e terei que me preocupar sempre”, conta a estudante. Além de banhos com xampus especiais, a cadelinha usa coleira preventiva e tem a sua cama lavada com maior frequência. O cuidado com a limpeza da casa também é fundamental para o controle das pulgas. “Costumo brincar dizendo que isso é uma ‘síndrome do pedigree imaginário’, porque a Lady


é uma vira-lata que foi encontrada na rua ainda filhotinha pelo meu pai e, em tese, os vira-latas não poderiam ter essas ‘ frescurinhas’”, comenta Paula.

fotos: stock.xchng

Alergias gastrointestinais e respiratórias também são bastantes comuns, de acordo com o veterinário Michel Faingezicht. Determinados ingredientes das rações, como carne de boi e porco, milho, trigo, soja, além de corantes, conservantes e aromatizantes podem desencadear rea-

apresentava problemas de pele. Além de se coçar frequentemente, o animal tinha queda de pêlos e manchas avermelhadas pela pele. O problema se estendia por três anos e os donos já haviam tentando de tudo. “O cão realizou o Teste Spot e foi detectado que a reação alérgica era desencadeada pelo tabaco e maquiagem da dona. Bastou a proprietária não fumar próximo ao animal e lavar sempre as mãos após usar maquiagem, para o cachorro melhorar ”, contou o profissional.

ções alérgicas, assim como o contato com o pólen, poeira, ácaros e inseticidas. “Independentemente da duração e gravidade da alergia, os sintomas mais comuns são a coceira na pele e ouvido, pele avermelhada, queda de pêlos, lambedura das patas, inchaço nos olhos, espirros, tosse, vômitos e diarréia”, explica o especialista, que informa que todos os animais de estimação podem apresentar alergias, independentemente da raça, sexo e idade. O diagnóstico pode ser feito a partir da obser vação dos sinais clínicos do animal, seu histórico e do local onde ele vive. A confirmação, no entanto, é obtida a partir de um exame laboratorial conhecido como Teste Spot. “Por meio deste exame, é possível diagnosticar até 90 tipos de alérgenos. Entre eles, os mais comuns são os diferentes tipos de gramíneas, fungos e alimentos - carne, frango, batata e soja. Há ainda tipos mais raros, como o cigarro, lã, arroz, maquiagem e per fumes”. O veterinário se lembrou de um atendimento que prestou a um cachorro que

Mas nem tudo é consequência do ambiente “Apesar de já ter ouvido falar que cães não toleram chocolate humano, a Kimi comia sempre que eu também comia”, relata a farmacêutica Mariana Bergamo Oda. Foi então que o inevitável aconteceu: a pequena daschound de Mariana comeu um “Diamante Negro” e começou a apresentar uma forte reação alérgica. ”Ela ficou toda inchada e apareceram também algumas bolinhas na pele. Tive que correr para a veterinária”, lembra. Chocolate feito para humanos é um veneno para os animais. O composto químico nocivo ao pet é a teobromina, substância que o organismo do cão e do gato não consegue eliminar do sangue de forma rápida. Após o consumo do chocolate, o pet pode apresentar reações alérgicas, como diarréias, vômitos e hiperatividade. “A veterinária me deu uma bronca”, conta Mariana que, após o susto, garante que Kimi passou a comer apenas chocolate próprio para animais.

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COMPORTAMENTO

QUANDO O PASSEIO Nテグ SE TORNA + DIVERTIDO Nテ」o deixe de levar o cachorro para passear por falta de tempo ou por medo de se estressar com as travessuras que ele geralmente apronta pelo caminho. Passear com o mascote faz bem para a sua saテコde e a dele!

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COMPORTAMENTO

P

assear com o cachorro nem sempre é uma tarefa fácil. Enquanto alguns peludos parecem levar os donos para dar uma volta, outros insistem em latir para a própria sombra. Muitas vezes, sem saber como lidar com o mascote, o desejo de passear com o amigo vai diminuindo, ao ponto do pet não conseguir conviver em nenhum outro ambiente, além de sua casa.

“As principais queixas dos donos são sobre a dificuldade de controlar o cachorro durante o passeio, pelo fato do animal puxar muito a guia. Ou então, cães que latem excessivamente para outras pessoas e animais”, conta Paulo Carreiro, proprietário da Dogwalker,

Outro ponto importante a ser compreendido é a liderança. Os cães vivem em matilha e buscam um líder que possa conduzi-los. Ocorre que nem sempre os donos são vistos como essa figura, o que pode provocar problemas comportamentais, refletidos durante o passeio. “ O animal, quando não se sente amparado pelo dono e percebe que pode ter problemas durante o passeio, se antecipa, como por exemplo, latindo, para evitar que ele passe por alguma situação de ameaça”, indica Carreiro.

Questão de saúde Manter o animal em ambientes fecha-

“AS PRINCIPAIS QUEIXAS DOS DONOS SÃO SOBRE RANTE O PASSEIO, PELO FATO DO ANIMAL PUXAR M SIVAMENTE PARA OUTRAS PESSOAS E ANIMAIS.” empresa pioneira em passeios com cães, fundada em 2000. Para ele, parte dos problemas relacionados ao passeio pode ser minimizada se o dono conhecer um pouco mais sobre o comportamento e temperamento da raça do animal. “É importante distinguir uma atitude inadequada, de uma ação instintiva, própria do cão. Conhecendo as particularidades da raça, essa identificação pode se tornar mais fácil. Por exemplo, um basset hound possui um olfato aguçado, ele vai querer sentir todos os odores e passear com o focinho no chão. Determinadas atitudes não devem ser encaradas como um problema, mas sim como uma característica da raça, que não precisa ser corrigida com adestramento, pois é natural”, explica. 18

dos, seja pelo receio de passear ou pela falta de tempo, não é a melhor solução. O mascote pode ficar estressado e descontar toda a energia no sofá. Ou então, o que é mais importante, desenvolver sérias doenças por falta de atividade física frequente. O número de animais obesos tem crescido de forma assustadora no mundo. Na Grã-Bretanha, por exemplo, um estudo da organização PSDA mostra que, até 2013, metade dos cachorros britânicos poderá morrer em decorrência da obesidade. O controle do peso também é essencial para evitar problemas que surgem em decorrência “dos quilinhos a mais”, como diabetes, pancreatite, distúrbios respiratórios, dores articulares e problemas de coluna.


“A maioria dos donos que procura a Dogwalker está preocupada com a saúde do animal. Eles querem que o cachorro pratique atividades físicas regularmente”, aponta o proprietário. A empresa atende hoje uma média de 150 a 160 clientes, entre passeio e creche. “Nossa equipe é formada por profissionais capacitados a realizar passeios recreativos com os animais. Entre eles, nós temos zootecnistas, veterinários e biólogos. Ter conhecimento sobre comportamento animal é importante, pois estimulamos brincadeiras, os deixamos soltos, então ter controle é fundamental ”, completa.

Caso tenha alguma dificuldade em passear com o mascote, procure o auxílio de profissionais especializados em comportamento animal. A Dogwalker, por exemplo, promove periodicamente cursos com o objetivo de orientar donos ou mesmo profissioßnais que queiram proporcionar aos amigos peludos passeios mais divertidos e menos estressantes. O próximo está previsto para junho.

Ao levar o cãozinho para passear, o dono está permitindo que ele conheça

A DIFICULDADE DE CONTROLAR O CACHORRO DUMUITO A GUIA. OU ENTÃO, CÃES QUE LATEM EXCES-

o mundo que está à volta, encontre novas pessoas, animais, sinta novos cheiros. É um universo fantástico para o animalzinho, que gera ganhos significativos para o seu bem-estar e saúde. E o proprietário também sai ganhando. Um estudo divulgado pela Michigan State University, nos Estados Unidos, indicou que pessoas que levam o cachorro para passear acabam praticando mais exercícios e caminhando cerca de uma hora a mais por semana.

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COLUNA

COMPORTAMENTO ANIMAL

Passeio com o cão: pesadelo ou diversão? por TOMÁS SZPIGEL*

A

credito que junto ao sonho de ter um cão, toda pessoa que leva seu primeiro filhote para casa tem a visão de longas caminhadas e passeios prazerosos ao lado do novo companheiro. Mas, o que muitos não sabem é que o treinamento de guia é uma das partes mais difíceis da educação de um cão. A maioria dos donos de animais pequenos simplesmente não se preocupa em ensiná-los a não puxar a guia, mas no caso dos cães de médio e grande porte, isso pode se tornar um grande problema, levando alguns donos a cessarem os passeios. O importante é entendermos que um cão que se comporta na rua é educado e uma boa educação começa em casa. O bom comportamento canino é a soma de todos os cuidados tomados pelos responsáveis por ele. Adestramento não é algo que optamos por fazer, e sim algo que devemos fazer, seja por conta própria, através de pesquisas, leitura, cursos, livros ou com a ajuda de um profissional. O que quero salientar é que se os outros elementos da educação ou as necessidades básicas de um cão não estão sendo supridas, provavelmente não haverá possibilidade de sucesso no treino de guia. Educar um cão envolve dedicação. Saber adestrar é uma capacitação que precisamos ter para

educar um ser vivo diferente. Qualquer um pode aprender e colocar em prática toda a educação de seu cão, inclusive, um bom treinamento de guia. Dicas básicas que podem ajudar: 1. Ensine alguns exercícios básicos, como o “senta”, “ fica” e “deita” antes de ensinar a andar na rua 2. Acostume o cão com a coleira, dias antes de iniciar o treino de guia 3. Na empolgue o cão com expressões do tipo “ vamos passear ” e só saia da casa depois que o cão se acalmar 4. Acostume o cão desde cedo com a presença de outros cães 5. Inicie os treinos em locais mais tranquilos e aumente gradativamente a exposição do cão às distrações 6. Seja paciente e persistente, e não dê trancos ou puxões na guia 7. Sempre caminhe na direção oposta a que o cão deseja ir 8. Não saia de casa para passear e sim para treinar. Quando o cão souber andar na guia, você poderá passear. Até lá, o cão estará em treinamento.

*Tomás Szpigel é adestrador e autor do livro “Adestramento Natural”. Para mais informações sobre o treino de guia e outras dicas de adestramento, visite o canal de vídeos (www.youtube. com/adestradoronline) e o fórum (www.adestradoronline.com) mantidos pelo profissional. 20


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COMPRAS

CAMAS PERSONALIZADAS Larmod A partir de R$ 150

REMOVEDOR DE PÊLOS Pet Society A partir de R$16

MOCHILA e WATER BALL Woof Pet Design R$ 200

COMPRINHAS 22


COMEDOURO AUTOMÁTICO E-Pet R$ 145

CAPA DE CHUVA

Mima Pet Entre R$ 70 e R$ 110

KIT BANHO

Onde encontrar: DOG’S CARE - www.dogscare.net E-PET - www.e-petstore.com.br LARMOD - www.larmod.com.br MIMA PET- www.mimapet.com.br PET SOCIETY - www.petsociety.com.br

Fotos: divulgação

Dog’s Care R$ 49,90

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CAPA

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Os animais têm

sentimentos? Donos corujas não economizam adjetivos para descrever os mascotes - ele é corajoso, alegre, fica triste quando eu saio para o trabalho. Mas, será que os bichinhos são capazes de sentir e expressar tantas emoções assim?

E

les já fazem parte de 44% dos lares brasileiros e formam uma população de 33 milhões de cães e 17 milhões de gatos. O número de animais de estimação cresce no mundo, na medida em que o relacionamento entre humanos e pets se torna cada vez mais estreito. Quem foi que disse que o cão, por exemplo, serve apenas para proteger a casa? Ele também pode fazer natação e reiki, por que não? Pode ajudar a identificar doenças, localizar feridos em desmoronamentos ou ser mais que um amigo para um deficiente visual. A identificação do animal como um ser que merece atenção e cuidados contribuiu para que as pessoas começassem a fazer uma série de questionamentos, entre eles, sobre a capacidade de ter e expressar sentimentos.

Para o professor emérito de biologia da Universidade do Colorado, Marc Bekoff, as pessoas se deram conta que os animais são seres com sentimentos e não apenas objetos irracionais e insensíveis. “Elas querem saber o porquê das emoções deles terem evoluído e não se eles evoluíram”, explica Bekoff, que é autor e organizador de mais de duzentos artigos científicos e diversos livros sobre animais, entre eles, “A Vida Emocional dos Animais”, lançado em setembro do ano passado no Brasil, pela editora Cultrix. É comum os donos compartilharem as experiências que eles possuem ao lado dos pets, ressaltando o quanto eles ficam felizes, tristes ou mesmo manhosos. A descrição das características do mascote já demonstra o grau de envolvimento entre ambos. P o r e x e m 25


CAPA

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DARWIN

Raiva Felicidade Tristeza Aversão Medo Surpresa

OUTROS

SENTIMENTOS DOS ANIMAIS

Ciúmes Desprezo Culpa Inveja

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Segundo Bekoff, o naturalista britânico Charles Darwin foi o primeiro a estudar as emoções dos animais de maneira sistemática, no entanto, os estudos mais aprofundados sobre o tema se iniciaram há aproximadamente 15 e 20 anos. Darwin atribuiu aos animais seis emoções – raiva, felicidade, tristeza, aversão, medo e surpresa -, considerando-as básicas. Com o tempo, outros estudiosos acrescentaram mais sentimentos, entre eles, o ciúme, desprezo, culpa e a inveja. “Eu sabia

que os animais, incluindo os cachorros, mostravam empatia e compaixão, mas fiquei surpreso ao ver o quanto isso era difundido no reino animal. Ratos e galinhas também sentem empatia”, revela o professor, em referência a um estudo divulgado pela Universidade de Bristol, no Reino Unido, em março deste ano.

SPIKE A estudante Silvana Fighera, dona do pequeno Spike, um yorkshire terrier de três anos, acha que os animais expressam os seus sentimentos na maneira como agem com as pessoas. “Desde

Identifique os sinais Os gestos do seu cão podem falar muito sobre o que ele está sentindo.

FELIZ

Músculos da face relaxados, com os olhos em seu tamanho normal, boca fechada ou um pouco aberta, orelhas na forma natural e cauda balançando em movimento circular.

MEDO

Olhos dilatados, com a boca fechada o levemente aberta mostrando os dentes, com a orelha para trás e a cauda entre as pernas. o cão se comporta de forma que ele se pareça menor. fonte: ASPCA

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fotos: arquivo pessoal

plo, faça o teste, se te perguntarem como é o seu cachorro, o que você responderia? Aposto que destacaria aspectos comportamentais dele, e não físicos. Acredita que esse tipo de descrição se repetiria anos atrás? “As pessoas estão compreendendo que a aproximação com os animais de companhia se deve ao fato deles terem sentimentos. Elas também perceberam como a presença dos pets é boa e como eles também gostam de estar na companhia dos humanos”, aponta o especialista.


pequeno o Spike sempre foi muito comunicativo. Quando ele percebe que nós vamos sair e ele não vai junto, ele fica, digamos, ‘emburradinho’. Sempre se esconde no meu quarto, fica triste e normalmente não come se eu não estiver em casa. Spike espera que eu retorne e, então, faz a festa. Só depois ele come”, explica Silvana, que afirma que o cãozinho também é ciumento e possessivo. “Ele anda atrás de mim, dorme na minha cama sempre que pode, mesmo tendo a caminha e o colchonete dele. Além disso, ele não deixa que ninguém entre no meu quarto quando eu estou ou que me abracem. Fica furioso!”, diz. A demonstração dos sentimentos varia para cada espécie e é baseada ainda em fatores sociais, ecológicos e físicos. É até por essa razão que não é aconselhável estabelecer uma escala entre os animais que conseguem expressar mais facilmente as emoções. “Eu sempre tomo cuidado para não fazer nenhum ranking, pois os animais fazem o que eles têm que fazer para serem membros de sua espécie e não há nenhum valor, em minha opinião, em dizer que alguns animais são melhores do que os outros em expressar os seus sentimentos, porque nós realmente não sabemos se isso é verdade”, reforça Marc Bekoff. Spike, por sua vez, parece não ter qualquer dificuldade em demonstrar para a dona o que ele sente ou pensa. “Ele sempre ‘conversou’ com a gente, digo, ele faz sons como se estivesse respondendo às perguntas. Se pergunto - cadê a vovó? -, ele responde e, algumas vezes, corre para chamálo. O mesmo acontece com a border collie da minha tia, a Lali”, informa a estudante, que ressalta a alegria do mascote. “Spike sobe no sofá, lambe,

A dor da separação A história mostra com casos como o do akita Hachiko, que esperou pelo dono durante nove anos no Japão, e Bobby Grefriars, que protegeu o túmulo de John Gray por 14 anos na Escócia, que os pets são capazes de manter o companherismo e a lealdade mesmo após a morte dos donos. Não precisa ir tão longe. No Rio de Janeiro, o cãozinho Branquinho espera pelo dono na entrada do Hospital Souza Aguiar há cinco anos. O proprietário acabou falecendo, vítima de um atropelamento. O exemplo de fidelidade e persistência, que ganhou notoriedade pela TV Record, contagiou a todos os brasileiros. Assim como os humanos, os animais também sofrem ao se separarem de quem gostam. “Eles sentem uma sensação de perda. A tristeza e a dor são muito comuns e eles sentem falta de seus amigos e familiares”, explica Marc Bekoff.

corre para a caminha dele e traz todos os brinquedos para a visita brincar com ele”. Com tantas pesquisas e estudos sobre a vida emocional dos animais, fica difícil imaginar as descobertas que ainda estão por vir. “Eu acho que a pesquisa não-invasiva, como a imagiologia neural, nos permitirá aprender muito sobre as emoções dos animais”, avalia Bekoff. “Também precisamos de mais detalhes sobre o que os animais fazem quando interagem com os outros. Nós podemos aprender muito sobre cães em parques”, finaliza. 29


GATOMANIA

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UTILIDADES

O PODER DO CONSUMIDOR MODERNO Você já comprou algum produto para o seu bichinho de estimação e, depois de algum tempo, o objeto apresentou defeito ou causou algum dano à saúde dele? Já enfrentou problemas ao deixar o animal para o banho e tosa, ou se irritou com a falha de um atendimento veterinário? Deixe a raiva e o sentimento de impotência de lado e conheça os seus direitos.

H

á 21 anos, as relações de consumo no Brasil ganharam um novo rumo. O que antes ficava disperso, ganhou uma legislação própria: o Código de Defesa do Consumidor (CDC). O consumidor moderno, atento às responsabilidades dos fornecedores de produtos e serviços, tem exigido cada vez mais os seus direitos. Televisão quebrada? Serviço contratado e não cumprido? O sentimento de impotência diante de problemas como esses passaram a fazer parte do passado. O que algumas pessoas podem não saber, por exemplo, é que o Código de Defesa do Consumidor é também um importante aliado quando o as-

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sunto é animais de estimação. A contratação de serviços ou compra de produtos para os mascotes configuram uma relação de consumo, portanto, os donos podem fazer prevalecer os seus direitos em caso de falhas ou defeitos. “O Brasil é hoje o segundo mercado de animais de estimação do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O crescente número de pets tem elevado o volume de reclamações, afinal, o animal deixou o quintal para ficar dentro de casa, e se tornou um membro da família”, informa Monica Grimaldi, advogada especializada em direito animal. Segundo a Dra. Monica, os alvos das reclamações são variados. “Venda de animais com


fotos: arquivo pessoal

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NUT


UTILIDADES

problemas congênitos, serviços insatisfatórios de hospedagem, banho e tosa, condomínios, além de problemas com produtos e serviços adquiridos para o animal”, informa. A publicitária Andreza Novo, dona do Nut, cãozinho da raça west highland terrier, levou um grande susto no início deste ano, após comprar um mimo para o pet. “No dia 19 de fevereiro, eu comprei uma caminha para o meu westie. No dia 27 do mesmo mês, eu notei que as patas do meu cachorro estavam com um tom azulado. No mesmo momento, eu associei o problema à cama recém-comprada, pois era o único objeto que ele tinha contato que era azul”, conta. “Percebi depois que, além das patas, todo focinho e parte da barriga do meu westie também estavam azulados”, diz.

A primeira ação de Andreza foi informar o fabricante. “No dia seguinte ao surgimento do problema, eu liguei para a empresa que produziu a cama, que disse que era o primeiro caso deste tipo que tinha sido relatado”, lembra. “Informei que minha maior preocupação era uma intoxicação pelo tingimento do meu cachorro pelo tecido, que na época estava com três meses. A empresa solicitou que eu enviasse um e-mail, pois o caso seria analisado diretamente pela Gerência Comercial, que me retornaria o mais breve possível”, completa. Mas o retorno demorou mais do que o imaginado: o fabricante levou 17 dias para passar uma posição para a dona que, neste intervalo, acabou conseguindo a troca do produto na loja onde o comprou. “Fomos muito

SAIBA COMO AGIR

PRODUTOS Procurar o fabricante e a loja onde comprou o produto pet, para tentar solucionar o inconveniente.

Caso não seja atendido, o dono pode recorrer à justiça

SERVIÇOS Atendimento veterinário

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Caso o pet sofra danos decorrentes de falhas médicas ou mesmo tenha falecido em função delas


bem atendidos por todos, que prontamente nos auxiliaram, realizam a troca da cama e nos devolveram o dinheiro em crédito para escolher outro produto”, relata a publicitária. Nut também foi levado ao veterinário. “Tivemos que dar banho nele para tirar o azulado, mesmo ele não podendo, pois não havia tomado a 3ª dose da vacina V10. Nós encontramos um pet shop que nos auxiliou neste processo, tomando todos os cuidados possíveis para evitar qualquer contaminação”, explica Andreza. “Ainda bem que não ocorreu nada mais grave com o meu cachorro. Como o westie possui uma tendência a ter problemas de pele, também fizemos um acompanhamento veterinário durante 20 dias”.

De acordo com a Dra. Monica Grimaldi, em situações como essa, tanto o fabricante como a loja que comercializa o produto respondem concomitantemente pelo problema. “O dono deve procurar solucionar o inconveniente primeiramente com o fabricante e com a loja. Caso a situação não se resolva, ele pode recorrer à justiça para exigir eventual indenização de danos morais e materiais”, orienta a advogada especializada em direito animal. Os donos de Nut estudam se vão ou não dar andamento ao caso. “Eu não sei se quero me desgastar mais ainda, pois para a empresa o meu caso foi único, já resolvido e ponto final. O que quero é alertar as demais pessoas sobre o caso que passei”, esclarece Andreza Novo.

CRMV

Multa

Procurar o conselho, informar sobre o caso, apresentando laudo de outro profissional atestando a imprudência, imperícia ou negligência do veterinário

Advertência

Juizado Especial Cível Justiça comum

Suspensão

Indenização por danos morais e materiais

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UTILIDADES

fotos: arquivo pessoal

MINGO

Quando o problema está no atendimento veterinário A professora de italiano Adriana Fontana é protetora e, ao lado de outras voluntárias, resgata animais de rua. Histórias, infelizmente tristes, é que não faltam para ela compartilhar. “Recebemos um pedido de ajuda em Guarulhos, informando que havia um cachorro que mal conseguia andar e aparentava muita dor rondando por um supermercado. Ao chegar até o local, uma protetora encontrou o cão dentro de um bueiro”, conta Adriana. Com o auxílio de um taxi-dog, o animal, que foi chamado de Mingo, foi levado e deixado em uma clínica veterinária da cidade. “Pelo telefone, eles nos informaram que não iriam atender o cachorro enquanto não pagássemos. Ao chegarmos na clínica, Mingo estava em uma maca e 36

a veterinária disse que ele não tinha nada e que podia ir para a casa. A barriga dele estava bastante inchada, mas nos disseram que o cão estava apenas gordinho”, explica a professora. O animal foi então medicado com um analgésico e começou a esboçar reação, porém, como ele estava muito sujo e precisava fazer raios-X de coluna e quadril, ficou internado. No dia seguinte, Adriana ligou para a clínica e foi informada que nenhum problema havia sido detectado pelo exame. Porém, como a protetora não podia buscá-lo naquela data, Mingo permaneceu no estabelecimento por mais dois dias. “Ele foi retirado da clínica e levado para a casa de uma protetora em São Paulo. O cão estava muito estranho, parecia ainda estar doente. Ele tremia, os olhos estavam remelentos e ele apresentava


um vômito escuro”. Mingo foi então levado às pressas para uma clínica veterinária de confiança, onde passou por uma série de exames. “Quando o veterinário o viu, ele disse - ‘como deram alta para ele?’”, lembra a protetora. Lembra-se da “barriguinha gorda” do Mingo? Na verdade, não era um sinal de saúde, como indicou a primeira veterinária que o atendeu, mas sim um sério problema: o pâncreas do animal estava bastante aumentado, o que comprometeu a vida do cão. “Infelizmente já era tarde e Mingo não resistiu. Deixamos 520 reais na clínica de Guarulhos e eles nos ligavam toda a hora para dizer que o cão já podia ir embora. Que clínica é essa?”, lamenta Adriana. Em casos como o do Mingo, em que o atendimento veterinário prestado

provocou danos ou mesmo a morte do animal, o dono pode recorrer não apenas à justiça, como também ao Conselho Regional de Medicina Veterinária. “O proprietário deve comunicar o CRMV sobre o caso, de preferência, anexando ao processo um laudo de outro veterinário que ateste a imprudência, negligência ou imperícia do profissional. Se for comprovada a falha ou a falta de conduta médica, o conselho pode aplicar, dependendo da infração, multa, advertência ou mesmo suspensão”, informa a Dra. Monica Grimaldi. “Além disso, o veterinário também pode responder pelos danos morais e materiais ocasionados na justiça”. A mesma situação se aplica a outros serviços oferecidos por pet shops, como o banho e a tosa, por exemplo, que obrigatoriamente devem ter um veterinário responsável.

QUEM PROCURAR Se o valor da causa for de: até 20 salários mínimos: o dono pode procurar o Juizado Especial Cível (antigo pequenas causas), sem a obrigatoriedade da presença de um advogado. até 40 salários mínimos: Juizado Especial Cível, porém, a presença de um advogado é obrigatória. acima de 40 salários mínimos: o proprietário deve ingressar com uma ação na Justiça Comum, com a orientação e auxílio de um advogado. DICA DE BLOG Quem quiser se aprofundar sobre o tema pode acessar o blog da Dra. Monica Grimaldi, advogada especializada em direito animal - monicagrimaldidireitoanimal. blogspot.com.

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Cテグ EM QUADRINHOS

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Cテグ EM QUADRINHOS

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Cテグ EM QUADRINHOS

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Para Sempre Cachorro Nossa primeira paixão são os cães e, a segunda, fotografá-los. Adoramos a sinceridade desses animais e o quanto eles ficam à vontade em frente a câmera. Eternizamos momentos em imagens criativas e espontâneas, contando a história de um cão e mostrando sua perso-nalidade através delas.

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PROTEÇÃO E ADOÇÃO

PROCURA UM AMIG DESAPARE

Cartazes, gratificações e até crianças doentes p pelas ruas e observar a quantidade de pedidos d recidos, que poderiam ser mais facilmente localiz

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A-SE GO ECIDO fotos: stock.xchng

pela ausência do melhor amigo. Basta caminhar de ajuda para encontrar cães e gatos desapaados se tivessem plaquetas de identificação.

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PROTEÇÃO E ADOÇÃO

“Meu cachorro, um pastor alemão, estava na casa do adestrador e acabou escapando. O adestrador demorou um pouco para nos avisar sobre o ocorrido, pois estava tentando encontrálo por conta própria. Nós começamos a procurá-lo pelas ruas, mostrávamos fotos, colocamos cartazes e até tínhamos oferecido uma gratificação”. Quem já passou pela experiência de perder um animal, consegue compreender muito bem a aflição sentida pelo administrador de empresas Fábio Motta. Mesmo quem nunca enfrentou essa situação, sabe o quanto pode ser difícil não ter mais notícias de um animal que, até então, fazia parte da família.

de cachorros perdidos, 343 de resgatados, 524 que aguardam adoção e 52 de pessoas interessadas em adotar. Os anúncios perdem a validade a cada 30 dias, mas todos os anunciantes recebem um alerta e podem renová-lo automaticamente. Se perder o cachorro uma vez é ruim, imagine perdê-lo novamente. “Eu recebi um e-mail de uma senhora que disse ter perdido o cachorro duas vezes. Na primeira vez, ela o encontrou após 15 dias e, na segunda, em 24 horas. Nas duas situações, ela contou com a ajuda do Cachorro Perdido”, recorda-se Fábio, que diz receber frequentemente e-mails de

Fábio não desistiu de sua busca. Conversando com algumas pessoas, ele descobriu, no dia seguinte ao desaparecimento do cão, que o animal havia sido resgatado por um senhor na Freguesia do Ò - algo em torno de 7 a 8 km da casa do adestrador, que ficava na Casa Verde, em São Paulo. O pastor alemão, no entanto, foi levado para a Vila Brasilândia – a mais de 20 km do local original. “O meu cachorro havia perdido a plaqueta de identificação, por isso não nos contataram de imediato”, diz. A experiência ruim marcou bastante a vida do administrador e o levou a ajudar outros donos que, assim como ele, haviam perdido o pet: em 2002, Fábio lançou o Cachorro Perdido (www.cachorroperdido.com.br), site onde são publicadas fotos de animais desaparecidos, encontrados ou que estejam para doação. “Já tinha uma noção de como estruturar o site e contratei uma empresa para programá-lo. Aos poucos ele foi ganhando audiência”, conta o administrador. Hoje, o Cão Perdido possui 775 anúncios ativos 48

Brasilândia

20 km

Freguesia do Ó

8 km Casa Verde


foto: reprodução

fotos: stock.xchng

usuários do site, compartilhando as experiências vivenciadas. “Além do cuidado com a guarda do animal, é importante que o dono faça o RGA (Registro Geral Animal), que permite que o cão seja encontrado mais facilmente. Há ainda outros recursos tecnológicos, como o microchip, por exemplo”.

Encontrei um animal, e agora? Cartazes, bilhetes, recompensas. Todos esses artifícios utilizados pelos donos de animais desaparecidos poderiam ser facilmente descartados se o pet tivesse uma plaqueta de identificação na coleira. Fragilizados e um ambiente estranho, os mascotes perdidos têm que contar com a sorte e a boa vontade de outras pessoas para voltarem para casa. “Meu irmão me avisou que havia um shar pei perdido na rua. Eu peguei o carro e fui dar uma olhada, mas não o encontrei. A minha cunhada me ligou e falou que tinha achado o cachorro e que ele estava bebendo água da chuva, exausto”. Assim se iniciou a história do resgate de um shar pei pelas ruas do bairro do Brooklin, em São Paulo. 49


PROTEÇÃO E ADOÇÃO

Ana Lúcia Deodato, proprietária do pet shop Dog’s Family, localizado no Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, conta que o cãozinho, muito assustado, não deixava ninguém se aproximar. Ela, o irmão e mais um casal estavam tentando colocá-lo dentro de um carro e foi necessário muita insistência para que isso acontecesse. “Meu irmão disse para eu desistir, mas o animal poderia ser meu, e eu gostaria que alguém o pegasse. O cão estava cheiroso, bem arrumado, o pêlo bem tratado, devia ser de alguém que o perdeu por uma fatalidade”, explica Ana. “Fizemos uma trilha de petisco no chão e, assim, ele acabou entrando no carro”, completa. O shar pei foi levado para o consultório da Ana Lúcia, que é dentista. “Fiz algumas fotos, conversei com alguns amigos e apareceram muitos interessados em adotá-lo. Ele era lindo e jovem, devia ter um aninho”, conta. Como ele parecia ser bem comportado, Ana o soltou dentro de sua clínica. “Eu saí para comprar um almoço para mim e um petisco para ele. Quando eu estava saindo do shopping, que fica em frente ao meu consultório, e o vi na janela. Eu achei que ele estivesse apenas com a pata apoiada mas, de repente, eu vejo o corpo dele inteiro. Ele simplesmente pulou do parapeito

da janela, de um sobrado de dois andares, não se machucou e fugiu novamente”, lembra a dentista, que conseguiu recuperá-lo novamente pelo estômago. “Não teve outro jeito, eu o subornei com o meu lanche”. O dono do shar pei só foi encontrado graças a um cartaz fixado em um poste. “Comentando para um dos seguranças do meu prédio que eu tinha encontrado um shar pei, ele me avisou que havia um cartaz com a foto de um cachorro perdido no poste. E não é que era o cachorro! Liguei para a pessoa, para ter certeza que o cachorro iria ficar bem. Percebi que a dona realmente gostava do cãozinho e que ele havia se perdido por uma fatalidade”. Ao levar o cão de volta para a casa, a festa foi grande. “Ele reconheceu a família e a dona ficou muito contente, ainda mais porque era o aniversário dela”. O mais interessante, comenta Ana, é que ela descobriu que o cachorro era bastante bravo. “Com a gente o sharpei era um amor, fazíamos carinho nele, ele pegava o meu braço e colocava na boca, mas não machucava. Quando eu fui devolvê-lo, a família disse que ele já tinha mordido o cachorro do vizinho e o próprio vizinho”.

COMO TIRAR O RGA? Para quem é da cidade de São Paulo, basta comparecer ao CCZ ou a um estabelecimento credenciado, munido de CPF, RG, comprovante de residência e atestado de vacinação contra a raiva do animal. Caso não tenha o comprovante, a vacina será 50

aplicada no ato da solicitação. Quem levar o animal para ser castrado no CCZ, procedimento que é feito de graça, também obtém o RGA gratuitamente. Caso o dono queira apenas tirar o documento, paga uma taxa simbólica.


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PROTEÇÃO E ADOÇÃO

Cães

para adoção

Victória Idade: 7 anos Raça: cão São Bernardo Cidade: Santo André

Victória Idade: 7 anos Raça: cão São Bernardo Cidade: Santo André

Victória Idade: 7 anos Raça: cão São Bernardo Cidade: Santo André

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Estes animais estão à procura de uma família que possa tornar a vida deles mais alegre e feliz. Todos têm em comum um histórico de maus-tratos e abandono. Foram vítimas de donos cruéis e insensíveis, que ainda não aprenderam a diferenciar um objeto de um amigo de quatro patas. Ajude a transformar a realizade destes bichinhos, que não estão pedindo nada além de carinho, atenção e cuidados. Mas, atenção: nunca incentive a adoção impulsiva! Os interessados, antes de adotar um animal, devem considerar que o cão vive em média 12 anos e, no decorrer desse tempo, precisará alimentá-lo e oferecer cuidados médicos, o que implicará em custos. Ficou interessado? Mande um e-mail para a ONG S.A.V.A - sava@sava.org.br.

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PROTEÇÃO E EADOÇÃO PSICOLOGIA ANIMAIS

COLECIONADOR DE ANIMAIS O que fazer quando a dedicação extrapola os limites da razão e o caráter positivo, para se tornar algo ruim? Qual é o limite entre

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fotos: stock.xchng

o excesso de zelo perde o saudรกvel e o doentio?

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PSICOLOGIA E ANIMAIS

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iracicaba, interior do Estado de São Paulo, 2009. A falência da empresa fez com que uma empresária da cidade não conseguisse mais arcar com os custos de manutenção de seu abrigo. Nele, 500 animais estavam vivendo em situação precária de alimentação e higiene. A maioria dos cães estava desnutrida, com vermes e sarna. Foi necessário um mutirão de voluntários para tentar reverter à situação. A empresária, que na época informou que o abrigo chegou a ter 800 animais, disse que a doação era difícil, pois as pessoas preferiam os cães mais “ bonitinhos”. O que será que motiva alguns protetores a abrigar um número expressivo de animais? No caso da empresária, por exemplo, quando ela estava bem financeiramente, os cachorros eram bem tratados, recebiam ração da melhor qualidade e cuidados médicos frequentes. Porém, imprevistos acontecem, ela faliu. O carinho e a boa intenção eram grandes, mas será que são suficientes?

de tudo. Antes de criar uma ONG, é necessário pensar sobre questõeschaves, como por exemplo, quanto o protetor poderá gastar e por quanto tempo isso poderá ser feito, quem vai participar, haverá voluntários, entre outros pontos. O ideal é ser voluntário de outra organização, para ver como ela funciona. Não faça nada sem conhecimento do assunto ou por impulso”, orienta Siberi. Nos Estados Unidos, um grupo independente de pesquisadores acadêmicos criou, em 1997, a Hoarding Animals Research Consortium (HARC), para estudar a “síndrome de colecionar cães” e encontrar possíveis soluções. Segundo o grupo, o acúmulo patológico de animais foi descrito pela primeira vez em 1981 e os colecionadores de animais formalmente definidos em 1999. Os colecionadores se caracterizam por abrigar um número de animais de companhia superior a média e falham ao fornecer as mínimas condições de saúde e alimentação, o que resulta em doença ou mesmo morte.

Para Bado Siberi, diretor presidente da ONG Diama, que há 20 anos está envolvido com proteção animal, a falta de planejamento é um sério problema. “Buscar informação é a base

CERCA DE 3,5 MIL NOVOS CASOS DE COLECIONADORES SÃO DESCOBERTOS POR ANO, NOS ESTADOS UNIDOS. 56

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“Eles normalmente acabam com a vida deles e com a do animal. Os abrigos que absor vem mais animais do que podem, acabam se tornando verdadeiros campos de concentração”, aponta Bado Siberi. “Acredito que a maioria das pessoas não faça isso por mal, mas com o intuito de ajudar os animais. Elas são levadas pelo coração e não pela razão. Não se planejam e, com isso, não medem as consequências”. Os colecionadores de animais também negam a falta de condições para manter os bichos, persistindo no acúmulo exagerado de animais. Muitos acreditam realmente quem estejam resgatando e ajudando, afinal, “onde come um, comem dois ”, já dizia o ditado popular. Para esses protetores, os animais estão melhores na companhia deles, do que nas ruas. O que nem sempre é verdade. “ Os animais que estão em risco de vida devem ser resgatados, socorridos e doados. Não somos o lar, mas a ponte de trânsito para o novo lar ”, explica o diretor presidente da Diama.

COLECIONADORES DE ANIMAIS

40% das pessoas que possuem obsessão por colecionar objetos, também colecionam animais

65% dos casos de colecionadores, nos Estados Unidos, envolvem gatos e 60% cachorro

O número cresce Perto de 250 mil animais são vítimas de colecionadores todos os anos, nos Estados Unidos, segundo a HARC. A Animal Legal Defense Fund também divulgou uma informação bastante preocupante: de acordo com um levantamento realizado pela entidade, nos últimos quatro anos, o número de casos reportados mais do que dobrou. A situação alarmante levou a Sociedade Americana de Prevenção à Crueldade Contra Animais (ASPCA) a lançar, em janeiro deste ano, um programa para combater as negligências

72% dos colecionadores de animais são mulheres

Fonte: Hoarding Animals Research Consortium (HARC) 57


PSICOLOGIA E ANIMAIS

SOLAR DOS CÃES Recentemente, o caso do Solar dos Cães foi amplamente divulgado pela imprensa e protetores. José Xavier de Oliveira, que mantinha o abrigo por 12 anos, faleceu e deixou os seus 41 cães, que nunca quis doá-los, órfãos. Sem alternativas, o filho, Alex Xavier, iniciou uma campanha de adoção e, também de arrecadação de ração, na tentativa de manter as boas condições de saúde e alimentação dos animais.

foto: divulgação

Passados mais de quatro meses e apesar de toda a mobilização, ainda faltam 28 animais para serem adotados. Alex até criou uma página no Facebook, para divulgar os cães (http://migre.me/4q0BS). Ajude os animais, masnão se esqueça de incentivar a adoção consciente.

e consequências trazidas pelos colecionadores de cães. “Os dois principais desafios que nós enfrentamos é o grande número de animais e lidar com os colecionadores, incapazes de perceber que os animais estão sofrendo com a falta de cuidado. Levá-los nem sempre é a melhor solução, e o nosso programa preenche essa lacuna monitorando de perto cada incidente, para impedir que ele fuja do controle”, informou a diretora responsável pelo programa, Fiona Knight. Os p es qu is ador es d a HAR C i n di c a m que, ape s ar d os es t u d o s so b r e a “ síndro m e de c olecio n a r an i ma i s ” ai n da estar em e m n íve i s i n i c i ai s, há u m co n sens o em r elacion á-l a a u m si n tom a p s icológico e n e u r o l ó gi c o, q u e p o de e s tar as s ociado ao t r a n st o r n o obsess ivo com pu ls ivo, e st r e ss e p ó strau m átic o e déficit d e at e n ç ão. 58

Alguns colecionadores podem buscar nos animais o carinho e a segurança que não sentem nos seres humanos. “Muitos se envolvem sentimentalmente com os animais e geram atritos com a família. Mesmo quando organizam feiras de adoção, algumas pessoas acabam desistindo de doar o animal. Neste caso, o coração acaba atrapalhando. O ideal é pensar mais com a razão”, argumenta Siberi. Para tentar minimizar o problema no Brasil, a Diama está organizando um circuito de palestras em várias cidades, para orientar ONGs e prefeituras a lidar com a “síndrome de colecionar animais”. “Pesquisei o assunto durante muitos anos, participei de estudos, e o que queremos é ajudar as entidades de proteção animal a se planejarem e organizarem, para assim evitarem problemas futuros”.


COLUNA

ANIMAIS E PSICOLOGIA

Amor e carinho na dose certa por SILVANA LAVECHIA*

E

xistem vários trabalhos em relação à proteção aos animais, inclusive uma Lei específica para o este fim. Me refiro ao Substitutivo do PL 116/2000 – Lei do Trípoli (Substitutivo ao Projeto de Lei 121, de 1999), que dita a Lei da Posse Responsável, em seu Artigo 6°, que nos diz: “ O criador, proprietário ou responsável pela guarda do animal responde civil e penalmente pelos danos físicos e materiais, decorrentes de agressão dos animais a qualquer pessoa, seres vivos ou bens de terceiros”.

E muitas pessoas, individualmente, abraçam esta causa, levando para seus lares animais em situação de abandono e que sofrem de maus-tratos, o que é muito elogiável. Porém, alguns ultrapassam seus limites, e embora sendo bem intencionados, quando acolhem em seus lares mais animais do que realmente podem cuidar, sem se dar conta, acabam por não conseguirem dar o devido cuidado, repetindo assim, a situação de maus-tratos. Obser va-se, em muitos casos, a dificuldade das pessoas em colocarem um limite, e chegando a um exagero, vão abrigando animais abandonados, deixando até mesmo de cuidar de si próprio, prover para os seus, em função desta inesgotável tarefa. Muitos chegam ao extremo de sacrificar sua própria saúde e, sem se perceberem, vão deixando de ter contato com pessoas, levando ao isolamento social, o que traz grandes prejuízos para sua qualidade de vida.

É bem sabido que muitos animais trazem alegria em uma casa, promovem uma relação de carinho, afeto e amenizam a solidão de muitas pessoas, mas ele nunca irá ocupar o lugar de um membro da família, pois a relação homem X animal é diferente, não podemos nos esquecer disso. Assim, é importante as pessoas terem bastante claro qual o papel destes animais em suas vidas, e procurarem a dose certa, não ultrapassando seus limites, pois assim como quando a pessoa precisa tomar um remédio, não o faz de uma só vez, mas sim, em períodos estipulados pelo médico, para alcançar o resultado desejado, da mesma forma, em relação aos cuidados com os animais, precisamos da dose certa, para podermos sentir prazer nesta relação, e não que ela seja um indicativo de que ultrapassamos nossos limites, e o fazemos de forma desequilibrada.

*Silvana Lavechia (CRP 59.132) é psicóloga clínica, com especialização em Psicossomática e Psicologia do Envelhecimento pelo Hospital das Clínicas de São Paulo. E-mail: silvanalavechia@ yahoo.com.br | Felicità Residência e Cuidados para Idosos: rua Rosa de Siqueira, 398, bairro Campestre. Santo André – SP. Tel: (11) 4421-5769. Site: www.larfelicita.com.br. 59


MINHA HISTÓRIA

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inha história com os animais começou no dia em que nasci. Desde cedo, eu convivi com os mais diferentes tipos de bichos. Atualmente, eu tenho apenas gatos - optei pelos felinos por morar em apartamento. Tenho alguns cães que são os meus protegidos, mas estão hospedados para doação. Meus amores felinos são ao todo cinco, chamam-se Nanny, Teté (o único macho), Nikita, Pepper e Luiza. Todos foram resgatados das ruas, alguns antes mesmo de saber que isso era uma ação ligada à proteção animal. Embora eu tenha sempre contato com os resgatados, me controlo muito, temos que ter consciência da quantidade de animais que podemos ter. Não existe nada pior do que uma pessoa que pega bichos em sofrimento para fazê-los passar por privações, por não saber o seu limite, ou porque vive da grana que arrecada às custas desses animais carentes. A grande maioria se dedica aos resgates, tratamentos e doação dos animais carentes. Ações importantes, mas que não garantem que, no futuro, mais crueldades, maus-tratos, crias indesejadas e abandonos continuem a ocorrer na vida dos nossos protegidos. Com o surgimento da lei municipal 14.483, que regulamenta o comércio, a criação e a adoção de animais na cidade de São Paulo, e como ativista, sabendo que sem que ocorra uma diminuição no número de animais de raça comprados por impulso e depois abandonados, resolvi, em parceria com a Roberta Palmari, abraçar a lei e criar o EsquadrãoPet.

Há alguns anos, um grande shopping center de São Paulo fez uma mega campanha, em que dava como prêmio uma passagem de férias para a família. O material de divulgação tinha na foto um lindo golden retriever correndo pela pista do aeroporto, enquanto o avião já decolara com a sua família humana. Após um intenso movimento na internet, conseguimos fazer com que modificassem todo o material da campanha, retirando o animal do contexto. Todo material de divulgação foi reformulado, incluindo anúncios na tv, revistas, outdoors e banners. Uma vitória! 60

fotos: stock.xchng

Hoje, a nossa atuação é bem ampla, com encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes, orientação sobre a legislação e batalha por políticas públicas voltadas para os animais.


Izolina Ribeiro, paulistana de 53 anos, é uma protetora bastante diferenciada. Afinal, engana-se quem pensa que ajudar é só tirar os peludos das ruas. Por VANESSA GONZALEZ

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