UPorto Alumni #06

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Revista dos Antigos Alunos da Universidade do Porto, Nº 05, II Série, Novembro de 2008, 2.5 Euros

ODE MARÍTIMA, p á g 1 4 COMO A “CAIXA QUE MUDOU O MUNDO” MUDOU BRUNO CARVALHO, pág 10 IAREN NO COMBATE AOS POLUENTES EMERGENTES, pág 10 ENTREVISTA A HENRIQUE BARROS, pág 10 SPREADTHESIGN: O GESTO É TUDO, pág 10 OS NANOBODIES DA ABLYNX, pág 10 TUP: EM CENA HÁ 60 ANOS, pág 10 ETNOGRAFIA E FOLCLORE PELO NEFUP, pág 10 DESENHOS DE MARQUES DA SILVA, pág 10



EDITORIAL

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ortugal tem uma relação matricial com o mar. E para caracterizar essa relação, nada melhor do que recorrer às palavras buriladas na exacta medida pelos poetas. Fernando Pessoa exaltava a identidade nacional ao proclamar “ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!”. Já Sophia de Mello Breyner Andresen dava um cunho pessoal à cumplicidade portuguesa com os oceanos, asseverando: “Metade da minha alma é feita de maresia”. Ou sentenciando num poema tão curto quanto brilhante: “Quando eu morrer voltarei para buscar os instantes que não vivi junto ao mar”. Esta mundividência marítima atravessou séculos de História e muitas gerações de portugueses, forjando um contexto socioeconómico que se mantém válido na actualidade. É no mar que Portugal encontra, ainda hoje, alguns dos seus mais importantes recursos naturais, a partir dos quais se desenvolvem actividades de grande valor económico e social. Falo das mais óbvias – pesca, construção e reparação naval, indústria conserveira, turismo, transportes marítimos, gestão portuária, protecção contra a erosão costeira, etc. –, mas também de actividades que só agora emergem, como a aquacultura, a biotecnologia marítima aplicada à saúde, as energias renováveis, a preservação dos recursos marinhos e da biodiversidade, o ordenamento das regiões costeiras ou o desenvolvimento de novas tecnologias de observação submarina. Ora, a competitividade destas novas actividades da Fileira do Mar depende eminentemente do conhecimento, da pesquisa científica e da inovação tecnológica. Por conseguinte, é fácil aquilatar da importância que hoje assumem a investigação, divulgação e transferência de tecnologia na área das Ciências Marinhas. Consciente desta realidade, a U.Porto dedica hoje, através das suas diferentes unidades orgânicas e centros de investigação, uma atenção cada vez mais metódica e proficiente ao estudo da vida aquática nos seus diferentes cambiantes. Conforme damos conta nesta edição da UPorto Alumni, a nossa comunidade académica dispõe de massa crítica assinalável nas áreas da biologia e ecologia marinhas, da ecotoxicologia, da parasitologia, da fisiologia, nutrição e cultivo de espécies aquáticas, da química aquática, da robótica submarina, da detecção remota, da erosão e do ordenamento das regiões costeiras, entre outras. A investigação nestes domínios tem uma forte aplicabilidade, na medida em que a produção de conhecimento é orientada para o apoio avançado a empresas do sector pesqueiro (nomeadamente na produção piscícola em aquacultura) e para a colaboração com decisores públicos na gestão do oceano e das zonas costeiras, na preservação dos recursos marinhos e no controlo da qualidade da água para consumo humano. Neste como em outros casos, a U.Porto está, simultaneamente, a expandir os limites do conhecimento e a prestar relevantes serviços à comunidade. Trata-se de uma orientação estratégica há muito assumida pela nossa Universidade, por se pensar que, deste modo, a instituição poderá mais cabalmente contribuir para o desenvolvimento do país e o bem-estar da sua população. José Carlos Marques dos Santos Reitor da Universidade do Porto

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Os e-mails destinados à secção “Opinião do Leitor” devem ser enviados para alumni@reit.up.pt, acompanhados do nome do remetente, da sua idade, do curso que frequentou na U. Porto, do respectivo ano de matrícula e do endereço electrónico pessoal. A revista U.Porto Alumni reserva-se o direito de seleccionar e eventualmente reduzir os textos enviados.


DIRECTOR José Carlos D. Marques dos Santos

Percurso

O director do Porto Canal passou pela banca, administrou empresas e criou negócios. Aos 40 anos, Bruno Carvalho mantém uma energia empreendedora aparentemente inesgotável. Este antigo aluno da FEP promete consolidar o seu projecto televisivo e não desdenha outras ambições, como a presidência do SLB.

Prémios, distinções e descobertas que valorizam a comunidade académica da U.Porto e são o reconhecimento da sua excelência em diferentes áreas do conhecimento. Destaque para a atribuição da Bolsa de Investigação ABBOTTUrologia 2008, para o “Young Scientist Award 2008” e para o “FIA Honor Award for Science”.

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REDACÇÃO Anabela Santos Raul Santos Tiago Reis

SUPERVISÃO REDACTORIAL João Correia Ricardo Miguel Gomes

EDIÇÃO E PROPRIEDADE Universidade do Porto Gabinete do Antigo Aluno Serviço de Comunicação e Imagem Praça Gomes Teixeira 4099-345 Porto Tel: 220408178 Fax: 223401568 ci@reit.up.pt UPorto Alumni Revista dos Antigos Alunos da Universidade do Porto Nº 05, II Série

Notícias que marcaram a actualidade da comunidade académica, com destaque para a liderança da U.Porto em todos os indicadores que medem o acesso ao ensino superior, para a coordenação pela Universidade de importantes consórcios internacionais e ain-

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DEPÓSITO LEGAL 149487/00

PERIODICIDADE Trimestral IMPRESSÃO DigiPress

TIRAGEM 60.000 DESIGN Rui Guimarães

ICS 5691/100 FOTOGRAFIA Ana Roncha, António Chaves 1/2 Formato COORDENAÇÃO EDITORIAL Assunção Costa Lima (G-AAUP) Vasco Ribeiro (SCI)

COLABORAÇÃO REDACTORIAL Conselho Coordenador de Comunicação: Angelina Almeida (FCNAUP) Carlos Oliveira (FEUP) Deolinda Ramos (FADEUP) Elisabete Rodrigues (FCUP) Fátima Lisboa (FLUP) Felicidade Lourenço (FMDUP), Lino Miguel Teixeira (FBAUP) Mafalda Ferreira (EGP) Maria José Araújo (FPCEUP) Maria Manuela Santos (FDUP) Mariana Pizarro (ICBAS) Pedro Quelhas de Brito (FEP) Suzana Figo Araújo (FAUP) Teresa Duarte (FMUP)

No Campus

Mérito

Em Foco Para lá da relação épica que tem com o mar, Portugal depende em boa medida dos recursos marinhos, quer para a sua alimentação, quer para o seu equilíbrio económico. Neste contexto, a U.Porto está a desenvolver investigação de ponta na área das ciências do meio aquático, através do CIMAR – Centro de Investigação Marinha e Ambiental.


A FPCEUP participou no projecto-piloto Spreadthesign, tendo deste modo contribuído para a concretização do primeiro dicionário on-line de tradução de línguas escritas/faladas para línguas gestuais. Agora, a Faculdade vai participar na segunda fase deste projecto internacional e, assim, consolidar a massa crítica que já possui na área

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Constituído a partir da Faculdade de Farmácia, o IAREN – Instituto da Água da Região Norte encontra-se na vanguarda das análises ambientais a nível europeu. Sedeado em Matosinhos, este organismo de interface entre a U.Porto e a comunidade é, actualmente, um laboratório de referência na monitorização de poluentes emergentes.

Face-a-Face

Vidas & Voltas

O UPTEC alberga, desde Fevereiro último, a Ablynx, uma empresa de origem belga que se dedica à criação de nanobodies. Este novo tipo de proteínas terapêuticas tem vindo a ser desenvolvido em parceria com o IBMC e revela um grande potencial no combate a patologias graves, como o cancro, as inflamações, as tromboses ou o Alzheimer.

O NEFUP completou, este ano, o seu 25.º aniversário. Ocasião que se presta a balanços sobre uma associação que se dedica à recolha, compreensão e divulgação do folclore português, apresentando-o sob a forma de espectáculos de danças, cantares e outras manifestações de cultura popular.

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Em entrevista, o Coordenador Nacional para a Infecção VIH/sida revela uma perspectiva optimista sobre a evolução da epidemia em Portugal. Henrique Barros assegura que a sida entrou, no nosso país, numa “fase de defervescência”, embora lamente que os preconceitos sociais em relação à doença ainda prevaleçam na sociedade portuguesa.

Empreender

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Investigar

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Porto, Cidade, Região

Cultura

Alma Mater

Vintage

O TUP – Teatro Universitário do Porto comemora, durante o mês de Dezembro, o seu 60.º aniversário. A efeméride é naturalmente motivo de celebração mas também de reflexão sobre o futuro do grupo, tendo como pano de fundo as dificuldades ao nível das infra-estruturas e

Foto-reportagem sobre o quotidiano da

Os desenhos que o arquitecto Marques da Silva fez enquanto estudante, em Paris, são uma verdadeira preciosidade artística, cujo estudo vai permitir perceber melhor a importância estética e o carácter multifacetado da obra do mestre portuense. Para tanto, o instituto homónimo está a proceder a um estudo profundo dos desenhos e alguns deles já se encontram


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NO CAMPUS


MAIS DE 930 ESTUDANTES ESTRANGEIROS São mais de 930 jovens oriundos de 42 países diferentes e compõem o contingente de estudantes estrangeiros que, só no primeiro semestre deste ano lectivo, escolheram a U.Porto para cumprir um período de estudos ao abrigo dos mais variados programas de mobilidade internacional no ensino superior. Entre os países mais representados, o Brasil (330 estudantes), a Espanha (116) e a Itália (82) confirmam a tendência verificada nos últimos anos. Seguem-se outras nações europeias como a Polónia, a Alemanha, a Turquia, a República Checa e a França. Numa listagem onde não faltam estudantes de todos os níveis de ensino superior, da graduação ao pós-doutoramento, assinala-se ainda a presença de cidadãos do Afeganistão, Bangladesh, China, Cuba, Índia, Indonésia, Irão, Peru, Síria ou Tailândia. Apesar de provisórios, uma vez que não estão contabilizados todos os estudantes que vão chegar no segundo semestre, estes números indiciam um aumento significativo da comunidade estudantil estrangeira que escolhe a U.Porto para completar a sua formação. Em 2007, contavam-se por esta altura “apenas” 780 estudantes estrangeiros inscritos, tendo o ano fechado com um total de 1120. A este aumento continuado, reflectido na diversificação dos países que “exportam” para a U.Porto, não é alheia a aposta na mobilidade que a Universidade tem vindo a incentivar dentro e fora da instituição. Prova disso é a posição de liderança afirmada pela U.Porto em importantes consórcios internacionais (ver página X), a participação em eventos internacionais de promoção universitária (como aconteceu, no início de Novembro, com a deslocação de uma delegação à Feira de Ensino Superior Europeu que decorreu em Jacarta, na Indonésia), ou o trabalho de apoio aos estudantes OUT desenvolvido pelo Serviço de Relações Internacionais, em parceria com a Erasmus Student Network – Porto (ESN-Porto).

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NO CAMPUS

BUTE LÁ PARA A UNIVERSIDADE

Prima pelo estilo moderno, pelos tons garridos e facilmente se distingue pelo cesto frontal. Assim se apresenta a BUTE (Bicicleta de Utilização Estudantil), que neste mês de Dezembro se tornou o novo meio de transporte “oficial” da U.Porto. Numa parceria inédita com a empresa Ideia Biba e a Câmara Municipal do Porto, a Universidade vai distribuir, nos próximos quatro anos, mais de 4.000 bicicletas junto dos estudantes, docentes e funcionários da instituição. Pretende-se, desta forma, aumentar o uso das duas rodas, bem como promover a preservação ambiental e hábitos de vida saudáveis entre a comunidade académica. As BUTE’s chegam ao Porto depois de já terem começado a circular nas universidades de Aveiro e do Minho. Mas “até pela dimensão da Universidade, o nosso projecto é mais ambicioso”, destaca Bruno Almeida, responsável do Gabinete de Actividades Desportivas da U.Porto (GADUP) que, até final do ano lectivo, espera atribuir mais de mil bicicletas, algo que se repetirá anualmente, até 2012. Para todos os seleccionados, a utilização da BUTE é gratuita, sendo que a bicicleta não pode estar parada mais que 72 horas seguidas. Por isso, são privilegiados os “estudantes deslocados de casa e que não têm meio de transporte próprio”. Afinal, a bicicleta está preparada para satisfazer todas as necessidades do “transporte académico”. Para isso, conta com um cesto para livros ou computadores, protecção de corrente e fecho de segurança. De resto, os três pólos da U.Porto (Centro, Asprela e Campo Alegre) vão contar com zonas de parqueamento para as bicicletas. A Universidade está ainda a desenvolver esforços tendo em vista a instalação de ciclovias que facilitem a circulação da BUTE. “Esperamos tornar mais fácil a vida de todos os que desejem andar de bicicleta dentro do Porto”, realça Bruno Almeida, para terminar com um desafio: “A Universidade está a criar estas oportunidades para toda a comunidade e esta tem tudo a ganhar se usufruir delas”. 6

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GRUPO TORDESILLAS REÚNE-SE NO PORTO Reitores e outros altos representantes de 42 universidades do Brasil, Espanha e Portugal reuniram-se, nos dias 20 e 21 de Outubro, na U.Porto, para reforçarem a cooperação entre as instituições de ensino superior que representam. Tratou-se do 9.º Encontro de Reitores do Grupo Tordesillas, um consórcio criado em 2000 para promover a colaboração entre universidades do espaço ibero-brasileiro nos domínios do ensino, ciência, tecnologia e cultura. Na sessão de abertura, o reitor da U.Porto, José Carlos Marques dos Santos, que na altura presidia ao Grupo Tordesillas, lembrou que a “cooperação interuniversitária é fundamental para o avanço científico, tecnológico e cultural das instituições do ensino superior”. À guisa de balanço, o vice-reitor da U.Porto responsável, entre outros pelouros, pelas Relações Internacionais salienta que o Grupo Tordesillas encontrou na capital nortenha um ambiente propício à revitalização dos seus princípios orientadores. Segundo António Marques, houve “consenso” entre os participantes sobre a necessidade do Grupo Tordesillas “não se resumir a um encontro anual de reitores”. Neste quadro motivacional, garante ter existido uma “vontade de dinamizar o grupo e de avançar para projectos concretos”. Com estes propósitos, o colégio reitoral aprovou a criação de programas de pós-graduação e doutoramento em áreas de excelência de cada uma das universidades, de forma a atrair estudantes de todo o mundo. Por outro lado, foram constituídos grupos de trabalho dedicados ao empreendedorismo, à investigação e à gestão da qualidade, havendo o compromisso de em cada uma destas áreas serem desenvolvidas, até 2009, iniciativas que conduzam a projectos conjuntos. Durante o encontro, verificou-se ainda a adesão oficial de três novos membros: as universidades de S. Paulo, Federal Fluminense (Brasil) e Jaime I (Espanha). Composto por reitores, presidentes e outros representantes de 23 universidades brasileiras, 13 espanholas e seis portuguesas, o Grupo Tordesillas procura fomentar uma cooperação multilateral e estável, salvaguardando as diferentes identidades institucionais mas explorando, ao mesmo tempo, o enorme potencial que oferece a diversidade de percursos históricos, recursos humanos, capacidades científicas e meios tecnológicos de cada instituição. O próximo encontro de reitores terá lugar em São Paulo, no próximo ano, e será organizado pela Universidade de São Paulo e pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, da mesma cidade. Resta dizer que o consórcio é actual-

MEDIA DIGITAIS NO FUTURE PLACES

A 1.ª edição do festival de media digitais Future Places passou pela U.Porto, instituição que, aliás, foi co-organizadora do evento que teve lugar de 7 a 19 de Outubro na capital nortenha. Neste contexto, o edifício da Reitoria da U.Porto acolheu a exposição dos trabalhos que mais de 30 artistas internacionais submeteram a concurso no Future Places. Para além da exposição, o programa do festival incluiu workshops, conferências, concertos e cinema/ vídeo. Nestas iniciativas participaram conceituados académicos e artistas internacionais das áreas da arte multimédia, dos media participativos e do entretenimento digital. A exposição que esteve patente na U.Porto resultou de um convite da organização portuguesa e norte-americana do Future Places a artistas e criativos de todas as nacionalidades para reflectirem sobre o tema do festival: Media Digitais e Culturas Locais. O resultado traduziu-se em mais de três centenas de trabalhos em web, vídeo digital, instalações artísticas, música electrónica, gráficos 3D, entre outros formatos. Na abertura oficial da exposição foram, igualmente, entregues os prémios aos trabalhos considerados pelo júri internacional como os melhores do evento. Na génese do festival Future Places está o programa de cooperação que o Estado português assinou, em Março de 2007, com a Universidade do Texas (Austin), programa esse que envolve as universidades do Porto e Nova de Lisboa e contempla o ensino, a investigação e a aplicação de tecnologias emergentes nas áreas dos conteúdos digitais, das formas avançadas de computação e da matemática. Na sessão de abertura do Future Places, o reitor da U.Porto, José Carlos Marques dos Santos, salientou que “o festival constitui um bom exemplo de como deve ser o debate sobre as ferramentas tecnológicas emergentes, na medida em que cruza a reflexão teórica com a aplicação artística e comunicacional dos novos paradigmas multimédia”. Resta dizer que o Future Places passou pela U.Porto, pela Fundação de Serralves, pela Casa da Música e pelos bares Maus Hábitos e Passos Manuel. A segunda edição do festival


A MAIS ATRACTIVA DO PAÍS

“Pelo prestígio da instituição”, “pela qualidade do ensino” ou, simplesmente, “pela proximidade”. Os argumentos são variados e pesaram na opção dos 4.247 novos estudantes de 1º ciclo (licenciatura) que a U.Porto acolheu no arranque do ano lectivo 2008/2009. Reforçando a tendência dos últimos anos, a Universidade liderou todos os indicadores que medem o acesso ao ensino superior público universitário. Com uma taxa de preenchimento na ordem dos 100% (apenas uma vaga ficou por preencher), a U.Porto colocou mais candidatos do que qualquer outra universidade portuguesa, contribuindo ainda com quatro formações para o “top 10” dos cursos com as mais elevadas médias de entrada a nível nacional: Medicina, da FMUP, e Medicina, do ICBAS, líderes do ranking, Bioengenharia, da FEUP, e Arquitectura, da FAUP. Na leitura de José Sarsfield Cabral, pró-reitor da U.Porto, os resultados “traduzem o prestígio que a Universidade tem ganho entre as famílias e os estudantes”. Uma “capacidade de atracção” que o responsável atribui “ao cuidado no desenho de cursos adequados às necessidades do mercado de trabalho” e “à promoção de projectos (como a Universidade Júnior) que abrem a universidade aos mais jovens”. O certo é que qualidade não faltará aos estudantes que, a 15 de Setembro, pisaram pela primeira vez as salas da academia. Entre eles esteve Fábio Carneiro, estudante da FMUP que, com uma média de 19,75 valores, obteve a nota de entrada mais alta dos candidatos a Medicina de todo o país. Para o estudante de 18 anos, “o prestígio do curso” foi argumento suficiente para optar pela FMUP. Já Mariana Oliveira, caloira em Ciências Farmacêuticas (FFUP), sintetiza o espírito que acompanha a nova “selecção de esperanças” da U.Porto: “é uma das mais conceituadas universidades do país, tem boas condições, bons professores e cabe-nos aproveitar tudo isso”.

COMBUSTÍVEL VERDE, TUBERCULOSE E ROBOT MÉDICO

Novos avanços na pesquisa científica e tecnológica colocam a U.Porto na crista da onda da Investigação, Desenvolvimento e Inovação. Entre outros trabalhos de relevo, a investigação do Laboratório de Separação e Reacção (LSRE), da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), sobre o gasóleo verde e a caracterização tridimensional de uma enzima vital à sobrevivência do organismo causador da tuberculose, o Mycobacterium tuberculosis, realizada por investigadores do IBMC – Instituto de Biologia Molecular e Celular (U.Porto) e do CNBC – Centro de Neurociências e Biologia Celular (Universidade de Coimbra), já mereceram reconhecimento internacional. O trabalho de Alírio Rodrigues e Viviana Silva, do LSRE, é um passo para tornar o gasóleo menos poluente e valeu o prémio “ABB Global Consulting Award for Sustainable Technology”, no âmbito dos “IChemE Awards for Innovation & Excellence 2008”. Por outro lado, Sandra de Macedo Ribeiro, do IBMC, em colaboração com a Universidade de Coimbra e o CNBC, abriram perspectivas para potenciais alternativas terapêuticas para a tuberculose (doença infecciosa de grande incidência em Portugal e cujo combate é cada vez mais difícil), merecendo publicação no conceituado periódico PLoS ONE, edição de 18 de Novembro. Por seu turno, Tiago Costa, finalista do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores da FEUP, sob orientação de Paulo Moreira, desenvolveu um robot médico para auxiliar as equipas hospitalares (nomeadamente em videoconferência entre o doente acamado e um médico) no transporte de exames e medicamentos dentro do hospital, no registo automático de movimento (detectar quando o doente acorda de uma operação) e na vigilância das instalações durante a noite. Tratou-se de uma colaboração com o Hospital Privado de São Martinho, em Valongo. JC

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NO CAMPUS

CINEMA ACADÉMICO NA U.PORTO

Luzes, câmara... telemóvel... Second Life e – finalmente – acção! De 1 a 5 de Outubro foi de cinema, criatividade e inovação que se fez a primeira edição do U.FRAME – Festival Internacional de Vídeo Universitário, organizado pelo curso de Ciências da Comunicação da U.Porto. Promovido em parceria com a Universidade da Corunha (Espanha), o festival reuniu na Biblioteca Almeida Garrett as mais inovadoras tendências do audiovisual mundial, a partir dos trabalhos de estudantes de 62 universidades e escolas de cinema de todo o mundo. Talentos que, durante cinco dias, mostraram o que valem na produção de ficções, animações, documentários, mas também em dois ciclos especiais dedicados a vídeos criados em telemóvel e no mundo virtual do Second Life. No que toca à competição, o Grande Prémio do Júri do U.FRAME distinguiu o israelita Lior Geller, da Universidade de Telavive, pelo filme“Roads”. Em Portugal, ficaram os prémios de “Melhor Vídeo Experimental” e “Media Light” (filmes por telemóvel). Mário Augusto, jornalista e membro do júri, elogiou as “boas ideias” made in Portugal. Uma opinião partilhada por Molly Green, participante norte-americana. “Às vezes pensamos que os EUA são o centro da produção cinematográfica, mas há coisas incrivelmente talentosas a ser feitas em todo o mundo e é fantástico encontrá-las aqui”. Paralelamente à projecção dos filmes, o público do U.FRAME pôde ainda participar em conferências, masterclasses e workshops dirigidos por artistas e académicos convidados. Ainda a recuperar do brainstorming “muito interessante” gerado no workshop de Escrita para Pequeno Ecrã, o humorista/radialista Nuno Markl destacava “uma experiência a repetir”, quem sabe, já em 2009. Concluído o primeiro “take”, o U.FRAME já tem sequela marcada para o próximo ano.

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U.PORTO LIDERA CONSÓRCIOS INTERNACIONAIS

MAIS PRÓXIMA DO “TOP 100” EUROPEU

Nos próximos quatro anos, a cooperação entre instituições do ensino superior da Europa e da América Latina terá como epicentro a U.Porto. Isto porque a Universidade foi recentemente escolhida pela Comissão Europeia para liderar dois importantes projectos de cooperação internacional entre universidades dos dois lados do Atlântico. Até 2012, a U.Porto vai assim gerir programas comunitários avaliados em 5,6 milhões de euros e que envolvem instituições de 45 países. Pela Universidade passa, desde logo, a coordenação do “Euro Brazilian Windows”, um programa que visa promover, a partir de Fevereiro de 2009, a mobilidade de 200 estudantes, investigadores e docentes entre 19 universidades europeias e latino-americanas. Financiado em 3,1 milhões de euros, este projecto resulta de um consórcio de nove universidades de oito países europeus (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Hungria, Portugal e Suécia) e dez universidades brasileiras. No outro projecto, a U.Porto vai liderar a criação e coordenação de um observatório que supervisionará todos os acordos de cooperação de ensino superior entre os 18 países da América Latina e os 27 da União Europeia. Integrado no programa comunitário ALFA III, este projecto está orçado em 2,5 milhões de euros. Nas palavras de António Marques, vice-reitor com o pelouro das Relações Internacionais, a vitória destas duas candidaturas mostra que “a Comissão Europeia reconhece a U.Porto como interlocutor privilegiado no desenvolvimento das relações entre as instituições de ensino superior europeias e sul-americanas”. Ao mesmo tempo, premeia-se o “crescente esforço de internacionalização da Universidade”, do qual tem resultado a participação em vários outros projectos de cooperação internacional na América Latina e em África. Contextos onde, segundo António Marques, a U.Porto pode “assumir-se como a instituição charneira da estratégia de internacionalização europeia nestas regiões”.

A meta está traçada há muito e a verdade é que começa a desenhar-se como uma realidade cada vez mais certa. Líder incontestável a nível nacional, a U.Porto continua a progredir nos rankings universitários mais reputados do mundo, estando mais próxima de atingir o “top 100” das melhores universidades da Europa, objectivo traçado para 2011. Começando pelo ranking mundial das universidades com melhores índices de produção científica, a U.Porto subiu 84 posições, classificando-se, em 2008, no 375.º lugar (161.º da Europa). Neste ranking elaborado pelo Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan, pesam factores como a performance da produção científica das universidades de acordo com critérios que se prendem com a excelência da investigação, com o número de artigos produzidos e o número de artigos citados nas mais reconhecidas publicações internacionais. Já a edição mais recente do Academic Ranking of World Universities, elaborado pela Shanghai Jiao Tong University, coloca a U.Porto na 169.ª posição do ranking europeu e na 402.ª posição do ranking das 500 melhores universidades do mundo. Finalmente, na última edição do Webometrics Ranking of World Universities, a Universidade já está entre as 100 melhores da Europa (99.º lugar), tendo atingido o 267.º posto do ranking mundial no primeiro semestre de 2008. De resto, a U.Porto é a melhor universidade portuguesa em todos os rankings referidos. Com a Universidade a afirmar-se entre as 100 primeiras europeias no Webometrics e entre as 200 primeiras europeias nos restantes rankings, o vice-reitor António Marques sublinha que “já faltou mais para a U.Porto se posicionar entre as 100 melhores da Europa em 2011”, algo que se concretizará “quando atingir as 100 melhores em três dos quatro rankings mais reputados do mundo”.

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ESTÓRIAS

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A PIDE TAMBÉM FREQUENTAVA A UNIVERSIDADE

jornal República de 1 de Fevereiro de 1957 dava conta das comemorações no Porto do 31 de Janeiro, dedicadas “aos gloriosos vencidos de 1891” e promovidas por um grupo de jovens republicanos, de entre os quais alguns universitários. Em 1957, eu era aluno do curso de Economia da Universidade do Porto e venho a saber, por um colega, que tinha estado na secretaria da Faculdade um agente da PIDE a saber a minha identidade. Isto porque, vim a descobrir anos depois, o director da PIDE tinha solicitado ao director da delegação do Porto que o informasse da “identidade completa, do porte moral e político e bem assim do que possa constar nessa delegação acerca de Joaquim dos Santos que, segundo o jornal República de 1 de Fevereiro de 1957, foi orador no jantar de confraternização promovido por um grupo de jovens republicanos dessa cidade, quando das comemorações do 31 de Janeiro”. Na verdade, um dia vejo escrito, a letras vermelhas, mais ou menos isto: “A polícia é muito instruída – até já frequenta a Universidade!”. Ora, o tal agente informou o seu superior do Porto assim: “Trata-se de Joaquim dos Santos Marinho, aluno do 1.º ano de Economia da Universidade do Porto (...), o qual também foi organizador do referido jantar. Politicamente é democrático, moralmente nada consta. Desafecto às actuais instituições”. Igualmente terei feito parte da candidatura a Presidente da República do Doutor Arlindo Vicente, em 1957! O jornal República publicou, a 10 de Maio de 1974, que houve um “bufo” infiltrado nos movimentos universitários portuenses, com o pseudónimo de “Grifo” (cujo nome também se sabe), que fornecia ao subsecretário de Estado da Juventude “pormenores de universitários interessados em frequentar o próximo curso quanto à data, local, meio de transporte, custo, etc...”. Sendo eu trabalhador-estudante e não estudante-trabalhador, em vez de pertencer à JUC – Juventude Universitária Católica (vigiada), pertencia à JOC – Juventude Operária Católica (vigiada). E até isto causava desconfianças de ser do reviralho! Mas não obstante o meu nome ser Joaquim dos Santos Marinho, não conseguiram provar que eu fiz parte de qualquer comemoração. Era apolítico, como ainda hoje sou. Mesmo assim, fiquei a ser freguês da PIDE-DGS até ao 25 de Abril! Eu não soube quase nada do que me estava a acontecer, a não ser o que me ia sucedendo no dia-a-dia. Tendo sido submetido à “lei da rolha” aí por volta de 1966, estive até 16 de Abril de 2008 a tentar esquecer-me daqueles tempos, data em que consultei, no arquivo da PIDE-DGS (Torre do Tombo), o processo que me moveram. Nem queria acreditar: condenaram-me por actos que nunca pratiquei, apesar de, por volta de 1969, terem concluído que “estariam” enganados, visto que o Joaquim dos Santos era outro! Mesmo assim, até 25 de Abril de 1974, não deixaram de me vigiar! Estou a escrever estas minhas memórias. Só aí terei espaço para desvendar algumas das investigações e perseguições a que fui sujeito, bem como a presunção de informar e alertar as novas gerações para o eventual ressurgimento de uma ditadura como a de outrora, em que não era permito pensar, ter ideias e transmiti-las usando a liberdade de expressão.

Joaquim dos Santos Machado

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Antigo aluno da Faculdade de Economia


PERCURSO

UMGAJO QUEGOSTA DEFAZERCOISAS

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RICARDO MIGUEL GOMES

BRUNO CARVALHO

“Sou um gajo que gosta de fazer coisas”. E faz. Apesar da candura com que o diz, Bruno Carvalho vai acumulando “coisas” no seu currículo de empresário. Quase a completar 40 anos, mas conservando uma certa traquinice adolescente, o director do Porto Canal passou pela banca, administrou empresas e criou negócios. Conheceu alguns contratempos, mas aparentemente o viço empreendedor não terá esmorecido. Em mãos tem uma tarefa hercúlea: consolidar uma estação de televisão do Porto e para o Porto. Para tanto, é forçado a competir por um bolo publicitário também ele condicionado pelo “centralismo desmesurado” do país. Nada que o demova. De Lisboa só lhe interessa o Benfica, cuja presidência encaixa bem na moldura da sua ambição. Antes de “fazer coisas”, Bruno Carvalho passou pela Faculdade de Economia do Porto (FEP), onde se licenciou sem nunca chumbar a qualquer cadeira mas cultivando o absentismo com afinco. Sentiu, no entanto, que o curso, apesar de alguns ensinamentos proveitosos, era algo “distante da realidade empresarial”. “A minha ideia sempre foi ser empresário, embora um bocadinho mais bem sucedido”, diz, deixando escapar o bom humor que o caracteriza. Com os negócios no horizonte, decidiu reforçar a sua formação com uma licenciatura em Marketing (The Chartered Institute of Marketing) e um MBA (Cardiff Business School), ambos no Reino Unido. Concluídas as pós-graduações, em 1992, Bruno Carvalho regressa a Portugal empurrado pela falta de oportunidades profissionais num Reino Unido em crise económica. “Ainda me convidaram para fazer o doutoramento, mas eu tinha 23 anos e queria trabalhar”. E trabalho, pelos vistos, era coisa que não faltava no nosso país. “Quase ninguém tinha um MBA em Portugal”, por isso “chegaram a oferecer-me 12 empregos!”. No meio de tão vasto leque de escolhas, aterrou onde disse nunca querer trabalhar: a banca. “A minha única excepção era o BPI”, onde acabou por ficar quatro anos como subdirector do Departamento de Grandes Empresas Norte. “Aprendi imenso. Não foram só os conhecimentos técnicos, mas a cultura do banco em si. A maneira de estar do BPI influenciou muito daquilo que sou hoje, só cortei a parte do formalismo”, garante. Depois vieram as empresas. Primeiro a Brasopi, hoje Throttleman, onde foi director de Franchising e Internacionalização (1996-1998), seguindo-se a Têxteis Atma, agora na qualidade de administrador (1998-1999). Mas, paralelamente, Bruno Carvalho já conduzia os seus negócios. Com um sócio abriu, no final de 1995, a primeira loja Swatch em Portugal, o que seria o passo inaugural para, no ramo da joalharia e relojoaria, constituir a rede de lojas Bluebird, que chegou às 30 unidades espalhadas pelo país. Foi ainda responsável pelo master franchising da rede de lojas Silverfield Portugal, dedicadas ao comércio de artigos de decoração.

A “caixa” mudou-lhe a vida Mas seria a “caixa que mudou o mundo” a mudar-lhe a vida. Em Novembro de 2000, Bruno Carvalho é convidado para director-geral da NTV (cargo que mais tarde acumularia com o de administrador-delegado), um canal de televisão por cabo lançado pela RTP e pela PT. O arranque do projecto “correu muito mal”, admite. A 15 de Outubro de 2001, o canal foi para o ar apenas sete horas por dia e a “patinar completamente”, nas palavras de Bruno Carvalho. Tanto assim que, logo em meados de Novembro, o director de informação, Carlos Magno, é demitido por um conselho de administração já exasperado com a “Ninguém Te Vê”, como lhe chamavam os críticos. Os alarmes soaram e o canal sedeado no Monte da Virgem, em Gaia, esteve mesmo para ser encerrado. In extremis, Bruno Carvalho apresenta ao conselho de administração um plano de recuperação da NTV, que é aceite. Assim, a estação passou a ser transmitida durante 24 horas e, em 2002, era já líder de audiências no Grande Porto, com 10,2% de share no cabo. Entretanto, o Governo mudou e com ele a administração da RTP, que “quis acabar com o cariz portuense da NTV e torná-la um canal de todas as regiões”, conta Bruno Carvalho. “Devagarinho e pacientemente encontraram uma maneira de retirar o canal ao Porto”, lamenta ainda. Por conseguinte, abandona a NTV em Agosto de 2003, estação que, em Maio de 2004, daria lugar à RTPN.


A latejar na cabeça ficou, contudo, a ideia de criar “um canal do Porto e para o Porto”. A sua experiência no audiovisual foi, de resto, consolidada na Filbox, uma produtora de televisão de que Bruno Carvalho seria sócio-gerente entre 2003 e 2006. No entanto, o espírito da NTV só ressuscitaria a 29 de Setembro de 2006, uma vez que o seu sucedâneo, o Porto Canal, teve de aguardar quase três anos para ver autorizada a sua inclusão no pacote de canais da TV Cabo. Agora, decorridos dois anos de emissões, o balanço é, para Bruno Carvalho, “claramente positivo”. “A maior parte das pessoas dizia que íamos estar no ar quinze dias e já cá estamos há dois anos”, atira. E isto apesar das “dificuldades em atrair investimento publicitário de grandes empresas, como a Galp, a CGD, os CTT ou a EDP. Se nos chamássemos Lisboa Canal, de certeza que essas empresas investiriam. É uma questão de centralismo. Ninguém quer saber do Porto para nada”, desabafa. No segmento cabo, o Porto Canal fidelizou 3% das audiências do Grande Porto. Mas Bruno Carvalho não tem dúvidas de que “a força social do canal é já enorme. Toda a gente quer vir cá e quem vem diz que foi visto”. A justificação reside, em seu entender, na “programação de proximidade” do canal, “o único que é falado em português durante 24 horas”. Neste sentido, a estratégia passa hoje por “reforçar os espaços informativos”, a partir de “notícias de proximidade”. “Os outros canais não dizem o que se passa na rua onde as pessoas vivem. E isso é o que nós tentamos fazer aqui, no Porto Canal”.

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Na alma, a chama imensa Com o respaldo financeiro da produtora espanhola Media Luso, parceira do projecto, Bruno Carvalho espera atingir o break-even no próximo ano e, assim, afasta quaisquer sombras sobre a viabilidade do canal. Até porque o seu desaparecimento seria, garante, “catastrófico” para a Área Metropolitana do Porto. “Nós combatemos o centralismo desmesurado que se vive em Portugal”, assegurando um “maior pluralismo informativo” e “criando líderes de opinião no Norte”. “A televisão em Portugal vai de Lisboa a Cascais. O olhar sobre o país é único e é o deles. Mas o Porto tem um olhar diferente e nós procuramos dá-lo”, explica. Em Lisboa mora, contudo, a sua “grande paixão”: o Benfica. Bruno Carvalho não desdenha a perspectiva de um dia vir a presidir ao clube encarnado, considerando que a sua condição de portuense não constitui um óbice a esse objectivo. Com uma chama bem menos imensa vive a política, apesar de, nas Autárquicas de 2005, ter sido mandatário da candidatura do PS à CM Porto, cuja lista era encabeçada por Francisco Assis. Justifica a sua fugaz incursão pela política dizendo que o “Porto parou com Rui Rio” e que projecto socialista era, pelo contrário, “muito mobilizador e com bons projectos para a cidade”. Ou seja, propunha-se “fazer coisas”, aquilo de que Bruno Carvalho tanto gosta.


Como manter um “fiel amigo” sempre à mesa?

Os mares estão a mudar: encontram-se cada vez mais despojados de peixe, apesar dos esforços nacionais e internacionais para controlar a poluição e as capturas. Neste contexto, as ciências do meio aquático são hoje alvo de grande expectativa e têm contribuído para a construção de uma alternativa em terra: a aquacultura. A U.Porto, em articulação com o sector pesqueiro, tem estado na linha da frente. Talvez um dia seja possível manter o “fiel amigo” e, vários outros, sempre à nossa mesa.

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Ciências do meio aquático

JOÃO CORREIA

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ironia de ser responsável por levar um “fiel amigo” quase à extinção devia obrigar-nos a repensar seriamente os nossos hábitos alimentares… Alguém notou que o peixe que cozinhamos de “mil e uma maneiras” e consumimos em “mil e duas” ocasiões tem andado mais desaparecido no oceano que todos pensávamos inesgotável? Os portugueses notam que o preço tem subido, de vez em quando as notícias falam na dificuldade crescente em encontrar locais de pesca, as grandes secas de bacalhau quase desapareceram... Mas o facto é que continua quase invariavelmente a surgir nas bancas dos supermercados… De todo modo, ter o “fiel amigo” cozido com todos à mesa da Consoada, ou ao balcão nuns apressados bolinhos de bacalhau, é um hábito tão enraizado na cultura portuguesa que dificilmente se altera. A pressão tem sido tal que os stocks de bacalhau no Atlântico Norte são considerados total ou quase totalmente esgotados. Resta o pesqueiro do Mar de Barentz que a Noruega tem vindo a gerir com assinalável zelo, explica Paulo Santos, investigador


EM FOCO

Espécies na lista vermelha A situação de sobre-exploração, embora com algumas variações, repete-se noutras espécies, quase todas carnívoras porque são as mais apreciadas para consumo humano. Para além do bacalhau, na chamada “lista vermelha” das espécies ameaçadas

há ainda o atum, o camarão, o alabote, o linguado europeu, o peixe-espada-branco, a pescada, diversos peixes vermelhos, o salmão, as raias, os tamboris, os tubarões (cação e tintureira, por exemplo). Com base na lista, a organização internacional Greenpeace promove uma campanha de sensibilização junto de consumidores e hipermercados. Muitos destes peixes são de crescimento lento (à escala de vários anos) e, portanto, acabam por ser capturados antes de atingirem a idade reprodutiva, o que torna a pesca ainda mais nociva para os ambientes marinhos. No caso de espécies que crescem mais rapidamente, como a sardinha (que representa quase metade das capturas portuguesas), a situação não será tão grave. A ecologia explica que a redução do número de carnívoros se traduz num desequilíbrio nos ambientes marinhos, porque menor número de carnívoros significa maior quantidade da espécie (ou espécies) de que se alimenta e, logo, maior pressão sobre os primeiros níveis da cadeia alimentar: fitoplâncton (algas microscópicas que vivem na parte superior da massa 13

do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMAR) – Laboratório de Biodiversidade Costeira – e professor da Faculdade de Ciências da U.Porto. Este caso leva a pensar que, apesar de tudo, o equilíbrio entre os interesses económicos e a gestão sustentável dos recursos é possível. No entanto, explica ainda o investigador, o consumidor consciencioso que pretende contribuir para a recuperação dos stocks, evitando comprar peixe juvenil e preferindo o peixe maior, acaba por ser confrontado com o preço, porque o bacalhau maior é também o mais caro. O caso do bacalhau é apenas um exemplo mais próximo do paladar dos portugueses. Recentemente, passou a fazer parte do conjunto de espécies produzidas em aquacultura.


EM FOCO

de água) e zooplâncton (minúsculos animais que se alimentam do fitoplâncton). Escassez nestes primeiros níveis da cadeia de alimentação traduz-se num menor número de efectivos nos níveis seguintes, à medida que se sobe noutras cadeias alimentares que se estabelecem nos mesmos ambientes marinhos. No entanto, dado que, geralmente, um predador não depende apenas de uma presa, nem depende apenas das condições alimentares, as inter-relações que se estabelecem são muito mais complicadas do que parece, sendo hoje estudadas por investigadores com formação em sistemas complexos, refere João Coimbra, coordenador do CIMAR (Laboratório Associado que envolve o CIIMAR da Universidade do Porto e o CCMAR da Universidade do Algarve), onde existe um grupo de investigação dedicado a esta área.

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Ameaças controlam-se O panorama adensa-se porque, para além destes efeitos da chamada “sobre-pesca”, há ainda impactes assinaláveis causados pelos diversos tipos de poluição que afectam mares e oceanos, seus ambientes e elementos vivos, e poluição indirecta provocada pela poluição dos rios. No entanto, existem ainda outras ameaças relacionadas com modificações diversas causadas pelo homem nos ecossistemas. As zonas costeiras e lagunares que desempenham, para muitas espécies marinhas, importantes funções de maternidade merecem especial atenção por estarem sob pressão e ameaça permanente. O estudo dos efeitos e extensão das toxinas e poluentes nos indivíduos e ecossistemas aquáticos são objecto de investigação do CIMAR – nomeadamente quanto ao estabelecimento de indicadores, metodologias e tipificação dos efeitos –, nos Laboratórios de Toxicologia Ambiental, coordenados por Maria Armanda Henriques, e de Ecotoxicologia, liderado por Lúcia Guilhermino, ambas professoras no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. A monitorização cabe ao Instituto Português de Investigação Marítima (IPIMAR), com o qual tem havido articulação sempre que, no decurso da investigação, é detectada alguma anomalia. A acumulação de poluentes nos organismos atinge proporções que merecem atenção especial em certas situações, como já se comprovou no fígado de tainhas de água doce, em que se detectaram grande diversidade de substâncias tóxicas – o conhecido e (legalmente) banido pesticida DDT foi apenas uma delas. Mas a acumulação de tóxicos nos restantes tecidos, como os músculos, decorre a uma escala muito diferente. Por outro lado, a frequentemente referida acumulação de metais pesados nos organismos marinhos só merece preocupação, na opinião


ADIVINHA QUEM VEM PARA JANTAR? Os benefícios do consumo de peixe para a saúde humana são inúmeros e conhecidos. O que a grande maioria de nós desconhece é que os peixes transportam consigo um elevado número de formas parasitas distintas, algumas das quais, ditas zoonóticas, são capazes de infectar o homem, causando patologias mais ou menos severas. Assim, várias questões desde logo se colocam: Quais as espécies de peixe que são infectadas por formas parasitas? Que espécies parasitas representam maior risco para a saúde humana? Que cuidados devem existir durante a confecção do peixe, de forma a precaver a transmissão da infecção ao Homem? É seguro comer sushi? Nada de alarmes! Embora, em teoria, todas as espécies de peixe sejam consideradas como potenciais hospedeiros de formas parasitas várias (genericamente designadas por ictioparasitas), desde que devidamente confeccionado, o peixe não constitui qualquer ameaça à saúde humana, continuando o seu consumo a oferecer numerosos benefícios. Dentro dos ictioparasitas, nem todas as formas são igualmente perigosas para o Homem. Os nemátodes anisaquídeos, por exemplo, são responsáveis pela condição “anisaquidose”, caracterizada por problemas gástricos graves que exigem tratamento médico. Do outro lado do espectro estão outros parasitas que não representam qualquer risco para a saúde. Na verdade, os parasitas estão em todo o lado e em todos os seres vivos. Após uma fase inicial centrada na procura e descrição de novas espécies, os ictioparasitologistas alargaram os seus horizontes, ao darem conta da eventual utilidade prática dos parasitas de peixes em estudos de biomarcação (como sejam, por exemplo, estudos de avaliação e de discriminação de stocks e estudos de padrões migratórios de determinadas espécies piscícolas) e de bioindicação da qualidade ambiental de ecossistemas aquáticos (como sejam, por exemplo, estudos que pretendam avaliar o grau de contaminação ambiental por diferentes metais pesados e o grau de poluição térmica). Sabia, por exemplo, que a razão para a tradicional sardinha se apresentar “moída” pode ser devida à presença de um minúsculo parasita do género Kudoa, que tem como acção liquefazer as fibras musculares do local onde se encontra? Pois é, embora este parasita não represente qualquer problema de saúde pública, ele confere avultados prejuízos na indústria de conserva nacional de sardinha. Outro aspecto interessante refere-se ao estudo de bactérias do grupo dos bacteriófagos que, embora sejam potencialmente patogénicas para o peixe, poderão ser usadas como agentes benéficos, nomeadamente na produção de vacinas capazes de evitarem doenças de peixes cultivados em pisciculturas. Alguns destes assuntos são as tarefas e o tema de investigação do grupo de Patologia Animal do CIIMAR.

Francisca Cavaleiro, colaboradora do CIIMAR

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Maria João Santos, professora da Faculdade de Ciências da U.Porto e investigadora do CIIMAR


EM FOCO

CIMAR E UPTEC EM MATOSINHOS

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No âmbito de uma candidatura a um cluster regional para o sector do Mar, a U.Porto é um dos parceiros para um dos pólos desse cluster. Neste pólo, a criar no Porto de Leixões, a Universidade pretende instalar uma extensão do seu Parque de Ciência e Tecnologia (UPTEC) para o sector do mar. Actualmente, o UPTEC existe apenas na Asprela e no Campo Alegre, estando previsto, para além do já referido, uma extensão para as indústrias criativas e outra para o sector agro-alimentar, este último a criar em Vairão. No pólo de Leixões participam, para além da UPTEC, a Administração do Porto de Leixões (APDL), o CIMAR (a parte do Laboratório Associado CIIMAR ligada à U.Porto), o Instituto para o Desenvolvimento do Conhecimento e da Economia do Mar (IDCEM) e a Câmara Municipal de Matosinhos. Na margem Sul do Porto de Leixões, está prevista a construção de um novo Terminal de Cruzeiros, com uma marina e um novo edifício, um complexo a concluir em 2011. O futuro edifício incluirá as valências de apoio ao serviço de cruzeiros, no piso inferior, mas também espaço para acolher o Centro de Investigação Marinha e Ambiental, com zonas de laboratório, e ainda espaço de divulgação científica. O pólo do mar do UPTEC ocupará parte do sector Norte e do sector Sul do Porto de Leixões. Do lado Norte do Porto de Leixões, a U.Porto pretende instalar a extensão do UPTEC para o sector do mar, no antigo edifício da sanidade. Constituir-se-á como incubadora de empresas ou espaço de acolhimento de operadores e instituições com vocação marítima, com um tanque de 12 a 15 metros de profundidade para experiências em tecnologias e ciências marinhas, ou testes de materiais, equipamentos e operadores em condições simuladas de mar. Nesta zona poderão vir a funcionar trabalhos relacionados com o 2º e 3º ciclos de formação da U.Porto em Ciências do Meio Aquático. O objectivo é, afirma Jorge Gonçalves, Vice-Reitor da U. Porto, criar ali um ambiente favorável a novas actividade, produtos e agentes do sector. Para o início de Novembro estava prevista a inauguração de uma pequena área de trabalho que lançará o desenvolvimento deste Parque de Ciência e Tecnologia, que ocupará 2.800 m2. Nessa pequena unidade de lançamento trabalhará um interlocutor com formação em biologia, conhecimento em tecnologias e experiência empresarial. A Câmara Municipal de Matosinhos está também a preparar a instalação, não muito longe, de um parque industrial de retaguarda, com 50.000 m2.

de João Coimbra, em situações muito especiais, como o consumo muito regular (a uma escala diária, por exemplo) de seres vivos que vivem mais próximo do fundo, como o peixe espada, espécie também ameaçada.

Alternativa constrói-se em terra Neste contexto, podemos ser levados a pensar que a aquacultura é a alternativa, mas não é bem assim. Primeiro, porque nem todas as espécies que consumimos podem, por enquanto, ser produzidas em aquacultura. Depois, considera Paulo Santos, porque as espécies produzidas em aquacultura são alimentadas com rações à base de farinha de peixe (produzidas a partir de anchova ou capelim), portanto, também consumidoras de recursos marinhos e com impactes significativos. Mas a evolução da actividade se bem apoiada na investigação, como também acontece no caso de vários grupos do CIMAR, poderá abrir boas perspectivas. Os grupos de investigação sobre nutrição e qualidade – Laboratórios de Nutrição (coordenado por Aires Oliva Teles) e de Nutrição, Crescimento e Qualidade do Peixe (liderado por Luísa Valente) – têm trabalham no sentido de tornar mais eficaz e melhor digerido o alimento e até de testar novos constituintes das rações, nomeadamente usando farinhas de origem vegetal e suplementos proteicos, o que poderá representar benefícios para os ecossistemas, maior quantidade a custos mais baixos. Os estudos realizados até agora, com estas novas fórmulas de alimento, segundo Luísa Valente, têm sido incentivadores. As espécies de cultivo mais comum, e que os portugueses já se habituaram a ver nas bancas de venda de peixe, são a truta e a truta salmonada, o robalo e a dourada. Espécies como o linguado e o rodovalho (pregado) são relativamente recentes em aquacultura. A piscicultura do Rio Alto (unidade da empresa A. Coelho & Castro), com sede na Póvoa do Varzim e dirigida tecnicamente por um antigo estudante da U.Porto, Isidro Blanquet, foi pioneira em Portugal na criação de linguado e rodovalho. Actualmente, nas instalações da Estela (Póvoa do Varzim), é acolhido todo o ciclo de vida do linguado e, no caso do rodovalho, apenas a fase de crescimento. Nesta empresa,


RAIA PARA OBSERVAR O MAR NOROESTE A proposta de um observatório de dados oceanográficos (físicos, químicos e biológicos), meteorológicos e socioeconómicos está a ser preparada por um conjunto de entidades ligadas ao sector no Norte de Portugal e na Galiza. Trata-se de um projecto coordenado pela MeteoGalicia – Consellería de Medio Ambiente e Desenvolvemento Sostible, Junta da Galiza, mas que envolve ainda o CIIMAR e outros três centros de investigação da U.Porto na área das engenharias e tecnologias – Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI) e Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC/Porto) –, a Universidade de Aveiro, o Instituto Hidrográfico e investigadores na área da Engenharia Física. Do outro lado da fronteira estão ainda envolvidos o Instituto Español de Oceanografía (IEO), a Universidade de Vigo (UVigo), Intecmar, o CETMAR e o Instituto de Investigaciones Mariñas (IIM-CSIC). A candidatura apresentada ao INTERREG IV A (Innovation & Environment, Regions of Europe Sharing Solutions) consiste num observatório de oceanografia física e meteorologia, incluído também parâmetros biológicos, associada a uma rede de bóias com sensores, a instalar ao longo da costa Noroeste da Península, que completará o sistema já existente em Portugal. Esta rede, designada RAIA, entre outras vantagens, permitirá monitorização de tráfego marítimo, previsões sobre o estado do mar e meteorologia (informando pescadores e surfistas, por exemplo), acompanhamento de alterações no clima e no oceano, avaliação de riscos naturais (evolução da costa, por exemplo) e associados a actividades humanas (destaque para a poluição), e o estudo da evolução de certos parâmetros biológicos. Serão principais beneficiários os organismos responsáveis pela gestão dos recursos marítimos, controlo da qualidade da água e segurança marítima, os centros de investigação, os operadores turísticos, entre outros. Estuda-se, actualmente, a possibilidade de alargar o âmbito de actuação também à área socioeconómica.

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com instalações também em Montalegre, Paredes de Coura e Sines, decorrem projectos de investigação em articulação com o CIMAR e, em breve, começará um outro à escala europeia, com o intuito de testar a produção em aquacultura de novas espécies: bacalhau, goraz (também objecto de investigação no CIMAR), pescada, salmonete, polvo e corvina. O bacalhau, o goraz e a corvina já estão a ser produzidos em aquacultura, embora com limitações. No primeiro caso, produz-se apenas nos países nórdicos, cresce menos que os indivíduos em ambiente natural e é consumido fresco, não podendo ser seco porque tem um índice de gordura corporal mais elevado. Dado o baixo custo de colocação no mercado português da produção em aquacultura intensiva noutros países mediterrânicos, como a Grécia, a diversificação de espécies pode ser a chave para o sector em Portugal. O projecto europeu SEACASE, em que o CIMAR é parceiro, pretende precisamente estabelecer indicadores que possam contribuir para comparar o desenvolvimento e a qualidade do peixe criado em regime intensivo e extensivo. Por outro lado, os Laboratórios de Patologia, regidos por Jorge Eiras, e de Imunobiologia, por António Afonso, têm vindo a contribuir para o melhor conhecimento da sanidade do peixe, dos seus problemas de saúde e formas de tratamento (ver pág. X). No último caso, a investigação sobre vacinas permitirá evitar o uso de antibióticos que, se não cumpridos os limites de segurança, nomeadamente o prazo de eliminação pelo organismo do peixe antes do consumo humano, poderão ser potencialmente nocivos. A U. Porto desenvolve, portanto, investigação e acompanhamento técnico-científico em toda a linha das ciências do meio aquático, mantendo fortes laços de colaboração com organismos e instituições da Galiza (ver pág. X), entre outras, na área da nutrição de organismos aquáticos.


PORTO, CIDADE, REGIÃO

JOÃO CORREIA

O IAREN – Instituto da Água da Região Norte, nascido da Faculdade de Farmácia da U.Porto e organismo de interface entre a Universidade e a região, está na vanguarda das análises ambientais a nível europeu. Os poluentes emergentes, a surgirem na investigação mundial deste sector e fonte de grande incerteza e preocupação, são a grande aposta para o futuro, embora se mantenha a análise de águas, solo e sedimentos como principal serviço à comunidade e única fonte de receita.

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o contrário do que possam parecer, os chamados “poluentes emergentes” são assim designados não tanto por serem poluentes novos, mas, sobretudo, por estar a emergir o estudo da sua ecotoxicidade – efeitos adversos na saúde pública e impacto ambiental que poderão conduzir à sua inclusão em futuras directivas europeias. Muitos, aliás, estão no ambiente que nos rodeia há anos ou décadas e podem ter efeitos agressivos nos ecossistemas e nos indivíduos, mas ainda se sabe pouco sobre a sua extensão e impacto. A diversidade de poluentes emergentes é grande. Podem enquadrar-se nos seguintes grupos de compostos: toxinas provenientes de algas; antioxidantes; substâncias usadas em bioterrorismo e sabotagem; detergentes; subprodutos de desinfecção da água para consumo humano, retardantes de chama, fragrâncias, aditivos da gasolina, nanopartículas, produtos de beleza, pesticidas, biocidas, produtos farmacêuticos, metais vestigiais e seus compostos, anticorrosivos, preservantes de madeira, plastificantes, entre outros. Em alguns casos, são substâncias surgidas recentemente ou que passaram a ter uso mais comum nos últimos anos devido às exigências da sociedade moderna. O ritmo a que são introduzidos no ambiente excede a sua capacidade de degradação. Frequentemente, devido à sua baixa concentração (mas elevada nocividade) exigem novas técnicas e enorme rigor na identificação e determinação da concentração. Efeitos cancerígenos, desregulação endócrina, provocando por exemplo alteração no comportamento do sistema reprodutivo e mudança no sexo dos seres vivos aquáticos, e a selecção de estirpes bacterianas resistentes a antibióticos – estes dois casos principalmente decorrentes dos resíduos farmacêuticos – estão entre os efeitos conhecidos.

IAREN 18

REFERÊNCIA EUROPEIA NA ANÁLISE DE POLUENTES EMERGENTES

Rios limpos em 2015 Apostando nesta área nova e de tecnologia laboratorial de ponta, o Instituto da Água da Região Norte (IAREN), sedeado em Matosinhos e organismo de interface entre a U.Porto (por iniciativa da Faculdade de Farmácia) e a comunidade, tornou-se um laboratório de referência europeu na monitorização de poluentes emergentes – sendo membro fundador da rede NORMAN (Network of Reference Laboratories for the Monitoring of Emerging Environmental Pollutants). A investigação tem sido dirigida para metodologias automatizadas, miniaturizadas e amigas do ambiente. A funcionar em instalações recentes junto a um antigo depósito de água, o IAREN, cuja actividade principal é a análise de águas de variadas matrizes e solos da região, prevê ampliar esta sua valência de análise de poluentes emergentes. O espaço do antigo depósito de água pode vir a ser usado para esse efeito procurando desenvolver trabalhos inovadores numa área cada vez mais procurada e cada vez mais exigente, que implica equipamento caro, muito especializado e técnicos com formação adequada. Perspectiva-se que o investimento em equipamento para análise de poluentes emergentes, num valor superior a 200 mil euros, seja cada vez mais uma prioridade, como demonstrou o recente caso, entre vários outros, em que se detectaram estrogéneos nas águas do Rio Douro, compostos esses que funcionam como desreguladores endócrinos nos organismos aquáticos e em que os sofisticados aparelhos do IAREN desempenharam papel crucial. No entanto, como não está ainda devidamente estudada a relação entre a concentração das substâncias e os seus efeitos e não estão fixados limites legais, não se sabe o alcance da concentração encontrada. Como ponto de contacto, em Portugal, da rede NORMAN, compete ao Instituto sedeado em Matosinhos a recolha e envio ao gestor da rede de todos os dados produzidos a nível nacional sobre ocorrência e efeitos de poluentes emergentes. Assim,


com a colaboração dos vários pontos de contacto na Europa, a rede europeia procura a validação e harmonização de métodos analíticos na perspectiva de fornecer informação e parâmetros de referência, estudos de ocorrência, transporte e efeitos ecológicos deste tipo de poluentes, apoiando cientificamente as autoridades europeias na concretização dos objectivos da Directiva Quadro da Água que é atingir o bom estado químico e ecológico de todas as águas interiores até 2015. Outra situação problemática, há muito conhecida e detectada sistematicamente nas análises do IAREN, mas não relacionada com os chamados poluentes emergentes, é a elevada concentração de nitratos e pesticidas nas águas dos poços na zona entre os rios Ave e Cavado, devido à ampla actividade agrícola, o que inviabiliza a sua utilização para consumo humano. Este estudo deu origem a uma tese de doutoramento, esperando-se que este conhecimento possa contribuir para o melhoramento da situação num futuro próximo.

é o caso de determinados pesticidas, compostos orgânicos voláteis (hidrocarbonetos voláteis que resultam da manipulação e uso de combustíveis fósseis), derivados fenólicos, compostos organometálicos, ftalatos (usados para tornar o plástico mais maleável, considerados cancerígenos) e certos grupos de subprodutos de desinfecção da água para consumo humano. A preocupação em estar na vanguarda das análises ambientais também é determinada pela necessidade de acolher a investigação que se faz na U.Porto, sobretudo na Faculdade de Farmácia, ao nível da pré-graduação, de mestrados, doutoramento e pós-doutoramentos e promoção de estágios. Um terço dos lucros do IAREN são destinados à investigação. Em 2005, o IAREN analisou 20 mil amostras e realizou 200 mil determinações. A estas actividades juntam-se ainda os cursos de formação promovidos com regularidade. No entanto, os custos associados à qualidade, rigor e presença cimeira no sector das análises ambientais não têm, lamenta Fátima Alpendurada, compensado o investimento feito na acreditação, que é obrigatório, verificando-se o encaminhamento de certas amostras para o estrangeiro, resultando em prejuízos para o país e para a fiabilidade dos resultados, bem como uma dilatação dos prazos para análise. A directora sublinha que as despesas de funcionamento deste instituto só podem ser suportadas pelas receitas provenientes dos trabalhos realizados, dado que não existem outras fontes de receita, e alertou ainda para a necessidade de uma maior responsabilização de todos nesta questão: “Sendo a água um património da humanidade, cabe a todos nós sem excepção assumir a responsabilidade pela situação actual, e a necessidade de todos em conjunto desenvolvermos esforços para que se inverta a tendência da diminuição da qualidade da água, através do investimento na educação e da aposta na prevenção da poluição”.

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Ponte U.Porto/comunidade O IAREN é constituído por 39 associados, nos quais se encontram, para além da U.Porto, empresas municipais de água e serviços municipalizados de água e saneamento, câmaras municipais, organismos regionais da administração central e empresas, sobretudo localizadas na zona Norte de Portugal. É o laboratório português com maior número de parâmetros acreditados (205), sendo os mesmos de natureza microbiológica e físico-química (entre os quais metais pesados e compostos orgânicos de síntese: pesticidas, hidrocarbonetos, ftalatos, detergentes, fenóis, compostos orgânicos voláteis, etc.), para análise de várias matrizes ambientais: águas naturais, águas residuais, lamas, solos e sedimentos. É também o laboratório português que mais parâmetros conseguiu acreditar de um só vez (165) na auditoria de concessão realizada pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC). A nível nacional, apenas o IAREN tem capacidade para analisar certos parâmetros, como


FACE-A-FACE

O Coordenador Nacional para a Infecção VIH/sida considera que a sociedade portuguesa está melhor preparada para responder à epidemia, graças ao avanço das respostas biológica e social. Segundo Henrique Barros, a infecção entrou, em Portugal, numa “fase de defervescência”. O número de casos novos de sida é “inequivocamente menor”, sobretudo entre as populações vulneráveis. Mas, apesar da evolução, o estigma social continua muito presente, o que constitui um factor acrescido de risco. Hoje, “a sida não é essencialmente um problema de saúde, mas sim um problema social”, garante o também docente e investigador da Faculdade de Medicina da U.Porto.

“A

SIDA É HOJE ESSENCIALMENTE UM PROBLEMA SOCIAL” RICARDO MIGUEL GOMES

Qual é a situação actual da epidemia VIH/sida em Portugal? Ao longo dos anos, baseámos o nosso conhecimento da evolução da infecção em informação quantitativamente muito má. E isso fez com que as respostas à infecção tenham sido pensadas olhando, muito provavelmente, para uma fotografia desfocada... Quer dizer que as estatísticas não correspondem à realidade? Sim. As estatísticas não correspondem totalmente à realidade, por duas ordens de razões. Primeiro: os médicos têm, pelo seu conceito de privacidade dos doentes, relutância em gerar informação. Ocorre aquilo que designamos tecnicamente por subnotificação, ou seja, há um número significativo de casos que não são declarados. Segundo: o sistema que existia nunca foi auditado e avaliado. Ora, isso é indispensável porque as correcções fazem-se ao longo do tempo, e não ao fim de décadas.

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Neste contexto, qual é o retrato possível da epidemia? A informação que temos, e que começa a ser coerente, indica que estamos numa fase de defervescência da infecção. Existem cerca de 30 mil casos de infecção declarados, mas o número de casos novos é inequivocamente menor. Isto resulta da própria dinâmica de uma infecção. Há uma fase em que a infecção cresce na população e depois entra em defervescência, porque há uma resposta biológica e uma resposta social. Mas o facto da infecção estar a diminuir não quer dizer que esta não possa reactivar-se e renascer. Isso depende, obviamente, do grau de preparação do conjunto de estruturas profissionais que a nossa sociedade possui para responder à epidemia.

Falou de uma resposta biológica e de outra social. Em concreto, que respostas são essas? Estamos a falar de uma infecção e, portanto, há um jogo entre um agente infeccioso e um hospedeiro susceptível. A estratégia de ambas as espécies é, obviamente, sobreviver. Isto significa que, nas primeiras fases, há pessoas que são, por razões genéticas, mais susceptíveis de serem infectadas, enquanto outras são mais resistentes. Sabemos que há variantes genéticas que fazem com que a infecção não seja possível, porque o vírus enquanto chave não encontra na célula humana a fechadura que lhe permite abrir a porta para entrar. E há outras variantes em que, mesmo infectando, a estrutura genética das pessoas impede que haja uma progressão para formas graves de doença. É neste sentido que eu digo que há uma resposta biológica, resposta essa sobre a qual ocorre uma intervenção farmacológica para supressão da actividade virosa. E a resposta social? A resposta social prende-se com a compreensão dos mecanismos de contágio. Percebeu-se muito rapidamente que a infecção era transmitida de mãe para filho, entre parceiros sexuais, entre pessoas que usavam drogas ou material de injecção não estéril, ou ainda em pessoas que faziam transfusões de sangue não seguras. Entretanto, houve uma resposta tecnológica para garantir a segurança do sangue e uma resposta terapêutica para impedir, através de fármacos, a transmissão do vírus da mãe para o filho. Mas ficaram por dar as respostas relativas à utilização de drogas por via injectada e às relações sexuais. E aí houve uma modificação dos padrões de vida: os consumidores de droga voltaram-se para as drogas não injectadas e tentaram evitar a partilha de seringas; o início da actividade sexual foi adiado; e a utilização de preservativos aumentou.


HENRIQUE BARROS, COORDENADOR NACIONAL PARA A INFECÇÃO VIH/SIDA


FACE-A-FACE

AS PESSOAS QUE SABEM QUE ESTÃO INFECTADAS MODIFICAM OS SEUS COMPORTAMENTOS E, POR ISSO, É MENOS PROVÁVEL QUE INFECTEM OS OUTROS.

Sexo, drogas e tabus Qual é o padrão epidemiológico português? Em Portugal, a infecção foi conduzida pela propagação entre utilizadores de drogas. A infecção de homens que tinham sexo com homens era, quantitativamente, menos importante, pois estes tinham mais consciência do risco e aderiram a formas de prevenção eficazes, como a utilização do preservativo. Ainda hoje, dos cerca de 30 mil casos declarados quase metade estão associados ao consumo de drogas. E nas fases iniciais da infecção, essa proporção é muito mais alta. E de que grupo etário estamos a falar? A infecção VIH permanece uma infecção de adultos jovens, por duas razões: está associada ao consumo de drogas e à actividade sexual, que são práticas do final da adolescência e início da idade adulta. Portanto, se as pessoas se infectam aos 16, 18, 20 anos, e se nada for feito, vão aparecer com sida, a fase final da infecção, cerca oito a dez anos depois. Em Portugal, temos aquilo que tecnicamente se designa por epidemia concentrada. Ou seja, a infecção não está espalhada pela população, como nos países africanos. A infecção só está generalizada quando 1% ou mais das mulheres grávidas são A INFECÇÃO VIH positivas. Quando 5% da infecção atinge, como é o PERMANECE UMA nosso caso, as populações vulneráveis (consumidoINFECÇÃO DE res de droga, homens que têm sexo com homens, ADULTOS JOVENS... presos ou trabalhadores de sexo), diz-se que a epidemia é concentrada. Contudo, se não tivermos uma atitude de educação, informação e ausência de tabus, é natural que comecem a surgir casos em pessoas mais velhas. Isto porque se vive cada vez mais anos e a sexualidade activa estende-se até mais tarde. Que efeitos teve a evolução dos fármacos na modificação do padrão epidemiológico? Mudou completamente. Passou-se de uma fase em que a positividade para o VIH era quase uma sentença de morte para uma fase em que se vive 10, 20, 30 anos com a infecção. Mas tendo, obviamente, que suportar os efeitos colaterais dos medicamentos e as consequências de uma infecção permanente.

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Podemos considerar a sida uma doença crónica? É eminentemente uma doença crónica porque as pessoas vivem durante muito tempo, embora o seu dia-a-dia seja condicionado pelos tratamentos. Hoje, as pessoas infectadas têm uma qualidade de vida muito razoável, quando não muito boa. Aliás, essa qualidade de vida não tem a ver nem com a infecção nem com os tratamentos, mas sim com o olhar dos outros.

O estigma social ainda está muito presente em Portugal? Sim, sem dúvida. Quanto mais rígidos são os padrões sociais de avaliação dos outros, mais se discrimina e se tende a estigmatizar. O que é péssimo para uma doença destas, em que a resposta fundamental depende da detecção precoce da infecção. As pessoas que sabem que estão infectadas modificam os seus comportamentos e, por isso, é menos provável que infectem os outros. Logo, quanto maior for o estigma e a discriminação, mais a infecção vai permanecer e o risco será maior. A evolução dos fármacos não está a ter o efeito perverso de conduzir a um certo relaxamento na prevenção? O facto de se poder viver bem e muito tempo com a medicação fez, nomeadamente em alguns estratos sociais e educacionais, emergir a ideia de que já chegava de prevenção primária. Nas comunidades homossexuais dos EUA e da Europa está-se a notar algum reacender da infecção, porque houve um cansaço de duas décadas e meia de prevenção. Mas não é justificável porque, ao utilizar um preservativo, não estamos simplesmente a protegermo-nos da infecção VIH. Estamos também a protegermo-nos de outras infecções que todos nós conhecíamos do passado e que agora estão a reaparecer, como a sífilis, por exemplo. De resto, nada nos garante que não possam surgir outros agentes. E se a transmissão for por via sexual, os mecanismos de barreira funcionam. Portanto, a mensagem tem de ser muito clara: isto não é uma espécie de expiação sobre pessoas em particular, mas sim uma boa escolha de estilo de vida.

Ciência numa encruzilhada Qual é o state-of-the-art da investigação mundial sobre o VIH/sida, designadamente em relação a uma possível vacina? A ciência procura o conhecimento dentro de determinados quadros paradigmáticos. Se eu quero encontrar uma vacina para um vírus, como o da varíola ou do sarampo, é natural que vá mais ou menos pelo mesmo caminho. E esse caminho mostrou-se, no caso do VIH, ineficaz. Por isso, o grande salto será alguém que seja capaz de pensar isto de outra maneira, de ter um olhar diferente do olhar de décadas sobre a forma de encontrar vacinas. E, já agora, também sobre a forma de as testar. Este aspecto é muito importante no caso do VIH. Quando testamos uma vacina para a transmissão da rubéola ou da tuberculose, estamos a trabalhar com um agente que não tem grande dependência das nossas atitudes pessoais. No caso concreto da infecção VIH, nós sabemos que há uma forma extremamente eficaz de prevenção: o preservativo. Ora, não é eticamente aceitável pedir às pessoas para ter relações sexuais sem preservativos, sendo umas vacinadas e outras não para ver se a vacina funciona. Portanto, até por este aspecto isto nos obriga a imaginar a experimentação como não estávamos habituados.


A vacina não é, portanto, uma prioridade, mas sim a prevenção? Não! A vacina é a prioridade das prioridades. Mas temos de voltar atrás e refazer toda a história, para ver se encontramos um caminho diferente. O exemplo da experimentação é o exemplo limite da incapacidade de demonstrar a eficácia da vacina. Agora que esta seria a solução, inequivocamente que sim. Tem esperança de que a vacina seja encontrada a curto/médio prazo? É muito difícil dizer. Tanto pode demorar anos como pode ser já amanhã. Precisamos de procurar uma solução inteligente, o tal caminho novo. E estão milhares de pessoas em todo o mundo a fazê-lo. Que contributos tem dado a ciência portuguesa para o estudo do VIH? Infelizmente muito poucos. A virologia e a imunologia não são áreas tradicionalmente fortes na investigação portuguesa, ao contrário de muitas outras áreas das Ciências da Vida. Além disso, não tivemos durante muito tempo o hábito de fazer circular a informação entre a enfermaria, o laboratório e a população. Por outro lado, foi muito forte a pressão para encontrar o agente da infecção, as medicações mais eficazes e os chamados microbicidas, o que tornou a investigação nesta área brutalmente rápida. Por isso, só os grupos PORTUGAL É, HÁ VÁRIOS com muita massa crítica, capacidade de trabalho ANOS, O PAÍS DA EUROPA e ligações a várias áreas de investigação são venOCIDENTAL COM MAIS cedores neste caminho. E Portugal não tem, obCASOS DE INFECÇÃO. jectivamente, estas condições.

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Mas seria importante que tivesse... Penso que é fundamental que tenhamos. Portugal é, há vários anos, o país da Europa ocidental com mais casos de infecção. Portanto, seria expectável que se empenhasse intelectual e cientificamente no problema. Além disso, Portugal é em relação a um tipo particular de vírus, o VIH2, o país da Europa com mais casos autóctones, o que quer dizer que tem uma obrigação acrescida de produzir conhecimento, trazer informações novas e procurar respostas inovadoras. Obviamente que é sempre possível mudar esta situação. E eu espero que isso aconteça, pois sem investigação básica, sem investigação clínica e sem investigação comportamental não temos as provas necessárias nem para agir nem para medir o resultado das nossas acções. Importa, contudo, salientar que as universidades portuguesas têm dado um contributo importante na formação de recursos humanos de qualidade e com vários níveis de diferenciação.


FACE-A-FACE

AS PESSOAS INTERESSADAS SÃO, NECESSARIAMENTE, O FUNDAMENTAL DA RESPOSTA AO PROBLEMA, E NÃO O SISTEMA DE SAÚDE.

A hora da sociedade civil Por conseguinte, a estratégia da Coordenação Nacional foi-se alterando. A estratégia foi-se alterando no sentido de dar cada vez mais poder, visibilidade e capacidade de intervenção à sociedade civil e, ao mesmo tempo, alargar esta discussão a todos os estratos da vida em sociedade. A sida é hoje essencialmente um problema social, e já não tanto um problema de saúde.

Depois de tudo o que falámos, que balanço faz da actividade da Coordenação Nacional? Nós também estamos numa fase de mudança. Os grandes programas verticais, impositivos e monotemáticos são respostas do passado. Não faz sentido tentar controlar tudo, sobretudo quando estamos a falar de uma doença. A resposta tem de passar pela coordenação real das NÃO FAZ SENTIDO TENTAR respostas dos vários níveis institucionais, sejam CONTROLAR TUDO, da saúde, sejam sobretudo de fora da saúde. Ou SOBRETUDO QUANDO ESTAMOS seja, é preciso sermos capazes de influenciar as A FALAR DE UMA DOENÇA. estruturas do trabalho, para que as pessoas não percam o emprego por estarem infectadas. É preciso sermos capazes de influenciar as estruturas do ensino, para que a educação sexual se torne uma realidade. É preciso sermos capazes de influenciar as estruturas da ciência, para que se investigue mais nesta área...

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E tem havido essa capacidade de influência? Pelo menos montaram-se as estruturas para que isso aconteça. Não é fácil, obviamente. Mas este é, inequivocamente, o caminho. A emergência de uma doença que afectou estratos da população socialmente muito desenvolvidos – com poder aquisitivo, cultura e capacidade de reivindicar direitos – fez com que, praticamente pela primeira vez, os doentes assumissem o protagonismo social que lhes compete. Vivíamos num modelo muito paternalista, em que o médico e o sistema de saúde assumiam a responsabilidade pela pessoa doente e esta esperava, passivamente, que lhe fizessem o bem. Ora, a urgência de fazer qualquer coisa para rapidamente mudar um percurso – que, de alguma forma, se mudou – criou toda uma resposta social completamente diferente daquela que tínhamos há 30 anos. As pessoas interessadas são, necessariamente, o fundamental da resposta ao problema, e não o sistema de saúde. Mesmo tendo o conhecimento, as estruturas e os instrumentos de resposta, o sistema de saúde não deve actuar sem os doentes.

Sendo um problema social, quais são as intervenções prioritárias da Coordenação Nacional? A estratégia hoje é esta: primeiro, conhecer a epidemia, ou seja, saber qual é a realidade do seu país. Segundo, agir de acordo com essa informação. Se a infecção está concentrada em populações vulneráveis, há que actuar de maneira a inibir, nesses estratos populacionais, a transmissão do vírus. E, por último, garantir que a infecção não surge noutros lados, educando a população para a saúde. Quais são as metas da Coordenação Nacional em termos de prevalência de casos de sida? Uma das coisas que nós fizemos e pela qual somos responsabilizáveis é o Programa Nacional [de Prevenção e Controlo da Infecção VIH/sida], que descreve um conjunto de objectivos, metas e estratégias entre 2007 e 2010. Nesses objectivos quantificados está a diminuição em 25% do número casos de morte por sida e o número de casos de sida. E penso que vamos conseguir. Um outro objectivo é diminuir o número de infecções e esse não está quantificado, simplesmente porque nós não acreditávamos na fiabilidade da informação disponível. Hoje conhecemos melhor a realidade. O número de testes do VIH realizados nos centros de aconselhamento e diagnóstico anónimo mais do que duplicou, se comparado com a realidade de há quatro ou cinco anos. Sabemos que a realização de testes antes da gravidez é praticamente universal e isso permite-nos viver numa sociedade em que, dentro dos limites do razoável, contivemos a transmissão do VIH. Diminuiu, igualmente, as infecções entre pessoas que consomem drogas. Neste momento, em colaboração com o IDT [Instituto da Droga e da Toxicodependência], já avaliámos mais de 15 mil utilizadores de drogas e verificámos algo muito importante: só cerca de 3% é que não sabiam que tinham a infecção. Outro indicador importante: o modelo de “contratualização” com os hospitais permite conhecer melhor o número de doentes que entram em tratamento. Portanto, nós temos hoje um conjunto de indicadores que, cruzados uns com os outros, nos dão uma imagem mais nítida da realidade e nos permitem, a partir de 2010, arriscar metas quantificadas de uma forma mais realista.


Homenagens póstumas quista dos prémios “Dr. Manuel Ferreira” e “Eng. António de Almeida”. Na U.Porto concluiria, em 1980, o doutoramento em Biologia (especialidade Ultraestrutura e Fisiologia Celular). Em 1989 realizou as provas de agregação, ascendendo no ano seguinte à posição de professor catedrático. Como investigadora, Isabel Santos integrou o Centro de Citologia Experimental da U.Porto e, mais tarde, o IBMC, tendo-se notabilizado pelos seus estudos na área da Biologia Vegetal. Seria, aliás, responsável pela respectiva unidade de investigação. Desenvolveu inúmeros projectos de pesquisa científica, deixou vasta obra publicada e foi regente de disciplinas de licenciatura e mestrado das áreas de Desenvolvimento Vegetal e de Culturas In Vitro. Devem ainda ser referidos os cargos institucionais que ocupou, designadamente o de secretário da Sociedade Portuguesa de Microscopia Electrónica e o de presidente da Sociedade Portuguesa de Fisiologia Vegetal. A 8 de Maio, a U.Porto viu partir um dos mais ilustres docentes da sua história: Joaquim Costa Maia (1922-2008), professor jubilado da Faculdade de Medicina (FMUP). Natural do Porto, Joaquim Costa Maia destacar-se-ia logo no ensino secundário, tendo completado o curso geral dos liceus com a classificação de 18 valores. No ano lectivo de 1939-40 frequentou o curso preparatório de Medicina da Faculdade de Ciências da U.Porto e, entre 1940 e 1945, licenciou-se em Medicina e Cirurgia na FMUP, com uma média final de 18 valores. Logo após a conclusão da licenciatura, Joaquim Costa Maia começou a frequentar, como assistente voluntário, os serviços das cadeiras do V Grupo, a convite dos professores Carlos Ramalhão e A. Almeida Garrett. Em 1947 é contratado como 2.º assistente do V Grupo, passando a participar no serviço de aulas práticas de Bacteriologia e Parasitologia. Foi ainda encarregado da totalidade das aulas práticas de Higiene e Epidemiologia, bem como de algumas exposições teóricas desta última disciplina. Seria, aliás, nestas áreas que Joaquim Costa Maia se notabilizaria como docente e investigador, legando ao meio científico e académico vários estudos de referência. Sem prejuízo da sua especialização em Higiene, Saúde Pública e Medicina Social, Joaquim Costa Maia investiu muita da sua competência científica na verificação da importância metodológica da Bioestatística, quer no domínio da Epidemiologia, quer em toda a investigação médica. O seu interesse pelo Bioestatística foi ganho durante a passagem pela Escola de Higiene e Saúde Pública da Universidade de Johns Hopkins (Baltimore, EUA), entre 1948 e 1950. Na instituição norte-americana obteve os graus de mestre e doutor em Saúde Pública (especialidade Epidemiologia). Mas, curiosamente, por não existirem na altura equivalências académicas entre os dois países, concluiria, em 1955, um novo doutoramento, desta feita na FMUP. Apresentou então a dissertação intitulada “Alguns Aspectos da Epidemiologia, Profilaxia e Combate da Tinea Capitis”, tendo sido aprovado por unanimidade com 18 valores.

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RICARDO MIGUEL GOMES

E

m 2008, a U.Porto foi confrontada com o desaparecimento de ilustres membros da sua comunidade académica. Logo a 26 de Janeiro, a investigadora do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) Mónica Castro (1973-2008) faleceu ainda jovem, para desgosto dos que com ela conviveram de perto, como o seu colega Alexandre do Carmo. Segundo este investigador, Mónica Castro “era estimada e respeitada pelos seus amigos do trabalho e da Universidade e admirada pelos mais jovens, que a sentiam como modelo de dedicação e profissionalismo. E de grande generosidade - nunca aqui [IBMC] conheci ninguém com tão grande capacidade e disponibilidade para ajudar. Para os mais seniores, a Mónica era uma colega mais jovem, alguém que já era uma certeza no nosso meio científico, e que iria ser brilhante”, considera Alexandre do Carmo. Mónica Castro tinha formação superior em Bioquímica e concluiu o Programa de Doutoramento GABBA (Programa Graduado em Áreas da Biologia Básica e Aplicada) da U.Porto, pertencendo à classe de 1997. A Imunologia Molecular era a sua área de investigação e, graças ao mérito que evidenciou neste domínio, Mónica Castro foi bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e, pouco tempo antes de falecer, chegou a ser seleccionada no âmbito do Programa Ciência 2007 de Contratação de Doutorados para o Sistema Científico e Tecnológico Nacional. Do currículo da investigadora, há ainda a registar o Programa Gulbenkian de Estímulo à Investigação com que foi distinguida pela fundação homónima. A 22 de Abril, a comunidade académica da U.Porto voltou a enlutar-se, neste caso em consequência do falecimento de Isabel Santos (1945-2008), professora catedrática do Departamento de Botânica da Faculdade de Ciências (FCUP). Num texto de elogio póstumo, José Pissara, também docente e investigador do referido departamento, considerou não ser “exagero dizer que a Professora Isabel Santos teve uma vida consagrada à Academia; como verdadeiro Professor Universitário assumiu este sacerdócio devotando-se à docência e à investigação. São pessoas assim que fazem as instituições e esta prestigiou altamente aquela que serviu”. Isabel Santos licenciou-se em Biologia pela FCUP, em 1972, com a classificação final de 16 valores, o que lhe valeu a con-


FORMAÇÃO CONTÍNUA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Pós-Graduação em Direcção de Empresas - Edição para a Indústria da Construção (3º Edição) Organização: FEP, AICCOPN e ISFEP • Duração: 270 horas presenciais (Fevereiro a Dezembro de 2009) • Créditos: 30 créditos ECTS • Info.: +351 225 571 288 / pgdeic@egp-upbs.up.pt • Propina: 4750 €

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FORMAÇÃO CONTÍNUA DA UNIVERSIDADE DO PORTO CANDIDATURAS ENTRE DEZEMBRO DE 2008 E MARÇO DE 2009

Atenção A presente lista não dispensa a consulta da página do Catálogo de Formação Contínua da U.Porto 2008, em http://www.up.pt > Ensino > Educação > Contínua > Catálogos, através da qual poderá aceder a todas informações (em constante actualização) sobre os vários cursos que compõem a oferta da U.Porto. *** Cursos a aguardar creditação por parte da Secção Permanente do Senado da U.Porto

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP) Rua Dr. Roberto Frias • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225 074 320 • Fax: + 351 225 074 329 • www.fcna.up.pt Suporte Nutricional Duração: 54 horas (6 a 13 de Fevereiro de 2009) • Créditos: 2 ECTS * • Info.: 225 074 320 / ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 198 € Curso de actualização em alimentação e nutrição para professores de biologia e ciências da natureza, do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário Duração: 149 horas (Início a 25 de Fevereiro de 2009) • Créditos: 5,5 créditos • Info.: 225 074 320 • ceciliamorais@fcna. up.pt • Propina: 550 € Alimentação da criança na prática pedagógica do educador de infância Duração: 81 horas (Março e Abril de 2009) • Créditos: 3 ECTS * • Info.: 225 074 320 • ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 297 € Culinária Saudável Duração: 12 horas (Março e Abril de 2009) • Candidaturas: Até 10 dias antes do início do curso (processo sujeito às vagas existentes) • Horário: sábados de manhã • Info.: 225 074 320 • ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 145 € Culinária Saudável para controlo do peso Duração: 12 horas (Março e Abril de 2009) • Candidaturas: Até 10 dias antes do início do curso (processo sujeito às vagas existentes) • Horário: sábados de manhã • Info.: 225 074 320 • ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 145 €

Escola de Gestão do Porto – University of Porto Business

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Análise Financeira (6.ª edição) Organização: FEP, (APAF) e ISFEP • Duração: 270 horas presenciais (Março de 2009) • Créditos: 30 créditos ECTS • Info.: +351 225 571 289 • pgaf@egp-upbs. up.pt • Propina: 5750 €

Geografia de Portugal revisitada – Águas Doces Duração: 27 horas (Novembro e Dezembro) • Inscrições: a definir • Horário: 9h às 13h (sábado) • Créditos: 1,1 UC+3 ECTS • Info: Serviço de Gestão Académica / 22 6077148 / gfec@letras.up.pt • Propina: 105 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * De Pequenino nasce o Leitor. Lugares do Livro e da Infância no Mundo de Hoje Duração: 50 horas (5 de Janeiro a 18 de Fevereiro de 2009) • Inscrições: 2 a 19 de Dezembro (2ª edição) • Horário: 18h30 às 22h (4ª e 6ª feira) • Créditos: 2 UC - CCPFB • Info: Serviço de Gestão Académica - Sector de Formação Contínua / 226077152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 225 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * Culturas e Mentalidades na Época Contemporânea Duração: 25 horas (9 de Janeiro a 6 de Fevereiro de 2009) • Inscrições: até 19 de Dezembro • Horário: 18h30 às 21h30 (6ª feira); 9h30 às 12h30 (sábado) • Créditos: 1 UC • Info: Serviço de Gestão Académica - Sector de Formação Contínua / 226077152 / gfec@letras. up.pt • Propina: 100 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * Geotecnologias aplicadas ao Ensino da Geografia (2ª edição) Duração: 28 horas (Janeiro e Fevereiro de 2009) • Inscrições: até 31 de Dezembro • Horário: 18h30 às 21h30 (4ª feira); 18h30 às 21h30 (6ª feira); 9h30 às 13h30 (sábado) • Créditos: 1 UC+3 ECTS • Info: Serviço de Gestão Académica / 22 6077148 / gfec@letras.up.pt • Propina: 130 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * Geografia de Portugal revisitada – O Mar Duração: 27 horas (Janeiro a Março de 2009) • Inscrições: a definir • Horário: 10h às 13h (sábado) • Créditos: 1,1 UC+2,5 ECTS • Info: Serviço de Gestão Académica / 22 6077148 / gfec@letras.up.pt • Propina: 105 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * Curso Intensivo de Francês para fins profissionais (1ª Edição) Duração: 60 horas (2 Fevereiro a 4 Março de 2009) • Créditos: a indicar • Info: Serviço de Gestão Académica / 226077148

/ gfec@letras.up.pt • Propina: 200 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * Sexo e Criação: Mulheres sem Voz; Vozes de Mulheres – Sécs. XIX-XX Duração: 27 horas (2 de Fevereiro a 30 de Março de 2009) • Inscrições: 5 a 23 de Janeiro de 2009 • Horário: 19h30 às 22h30 (2ª feira) • Créditos: 1,5 ECTS • Info: Serviço de Gestão Académica / 226077152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 105 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * Teoria da Literatura: Questões Basilares na Abordagem do Literário Duração: 25 horas (26 Fevereiro a 28 Maio de 2009) • Inscrições: 22 Janeiro a 12 Fevereiro de 2009 • Horário: 18h às 20h (5ª feira) • Créditos: 1 UC • Info: Serviço de Gestão Académica / 226077148 / gfec@letras.up.pt • Propina: 100 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * Técnicas de Representação Cartográfica e SIG (1ª Edição) Duração: 18 horas (27 Fevereiro a 14 Março de 2009) • Créditos: 2 créditos ECTS * • Info: Serviço de Gestão Académica / 226077148 / gfec@letras.up.pt • Propina: 85 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * Desenho de Investigação: Estratégias, Modalidades e Concretizações Duração: 25 horas (Fevereiro de 2009) • Inscrições: a definir • Horário: a definir • Créditos: 1 ECTS • Info: Serviço de Gestão Académica / 226077148 / gfec@ letras.up.pt • Propina: a definir Inquérito por Questionário Duração: 12 horas (Fevereiro de 2009) • Inscrições: a definir • Horário: a definir • Créditos: 1 ECTS • Info: Serviço de Gestão Académica / 226077148 / gfec@ letras.up.pt • Propina: a definir Os livros, caminhos de paz. Como contrariar a violência na escola e no mundo (1ª edição) Duração: 50 horas (2 de Março a 29 de Abril de 2009) • Créditos: 2 U.C (CCPFC) • Info: Serviço de Gestão Académica / 226077148 / gfec@letras.up.pt • Propina: 225 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * Lógica, Linguagem e Argumentação na Filosofia Antiga, Moderna e Contemporânea Duração: 25 horas (7 de Março a 18 de Abril de 2009) • Créditos: 1 U.C (CCPFC) / 2,5 ECTS • Info: Serviço de Gestão Académica / 226077148 / gfec@letras.up.pt • Propina: 100 € + 2,02 € (Seguro Escolar) * Análise Espacial de Riscos Tecnológicos Duração: 27 horas (20 de Março a 4 de Abril de 2009) • Créditos: 3 créditos ECTS * • Info: Serviço de Gestão Académica / 226077148 / gfec@letras.up.pt • Propina: 125 € + 2,02 € (Seguro Escolar) *


* Preços exclusivos para Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto

Faculdade de Medicina (FMUP)

Rua Prof. Hernâni Monteiro, s/n • 4200319 Porto • Tlf: +351 225 513 604 • Fax: + 351 225 513 605 • www.med.up.pt • servacad@med.up.pt Curso de Actualização em Medicina Preventiva em Cuidados de Saúde Primários: Apoio Integrado a Idosos Duração: 40,5 horas (17 de Janeiro, 21 de Fevereiro e 14 de Março de 2009) • Inscrições: até 12 de Janeiro de 2009 • Vagas: 20 • Horário: das 9h às 13h • Coorden.: Prof. Doutor Alberto Pinto Hespanhol • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP/ 22 551 36 76 / ipg@ med.up.pt • Propina: 40 € Pós-Graduação em Medicina Desportiva Duração: 810h (Janeiro a Dezembro de 2009) • Candidaturas: 3 a 21 de Novembro • Vagas: 30 • Horário: das 15h às 19h (6ª feira); das 9h às 13h (sábado) • Coorden.: Prof. Doutor Ovídio Costa • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP/ 22 551 36 76 / ipg@med.up.pt • Propina: 2000 € Gestão de Projecto Duração: 67,5 horas (Início a 27 de Fevereiro de 2009) • Créditos: 2,5 ECTS • Info.: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225 513 676 / ipg@med.up.pt Seminário Duração: 202,5 horas (Início a 6 de Março de 2009) • Créditos: 7,5 ECTS • Info.: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225 513 676 / ipg@med.up.pt Programação para a Saúde Duração: 135 horas (Início a 11 de Março de 2009) • Créditos: 5 ECTS • Info.: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225 513 676 / ipg@med.up.pt Bioestatística Duração: 135 horas (Início a 12 de Março de 2009) • Créditos: 5 ECTS • Info.: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225 513 676 / ipg@med.up.pt Avaliação em Informática Médica Duração: 135 horas (Início a 13 de Março de 2009) • Créditos: 5 ECTS • Info.: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225 513 676 / ipg@med.up.pt Sistemas de Informação em Saúde I Duração: 135 horas (Início a 13 de Março

de 2009) • Créditos: 5 ECTS • Info.: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225 513 676 / ipg@med.up.pt Bioinformática Duração: 135 horas (Início a 14 de Março de 2009) • Créditos: 5 ECTS • Info.: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225 513 676 / ipg@med.up.pt Processamento de Sinal e Imagem Duração: 135 horas (Início a 16 de Março de 2009) • Créditos: 5 ECTS • Info.: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225 513 676 / ipg@med.up.pt Telemedicina e e-Saúde Duração: 135 horas (Início a 16 de Março de 2009) • Créditos: 5 ECTS • Info.: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225 513 676 / ipg@med.up.pt

Faculdade de Medicina Dentária (FMDUP)

Rua Dr. Manuel Pereira da Silva, s/n • 4200-393 Porto • Tlf: +351 220 901 100 • Fax: +351 220 901 100 • www.fmd. up.pt • webmaster@fmd.up.pt Cariologia Clínica (curso teórico-prático) Duração: 27 horas (3, 10 e 17 de Dezembro) • Candidatura: Até 8 dias antes da realização do curso • Vagas: 10 • Horário: 9h30 às 12h30 • Créditos: 1 ECTS • Coorden.: Paulo Melo • Info: Carla Pinto / 220901197 / cec@fmd.up.pt • Propina: 50 €

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUP) Rua do Dr. Manuel Pereira da Silva • 4200-392 Porto • Telf: +351 226 079 700 • Fax: +351 226 079 725 • www. fpce.up.pt

Inventário Home (2ª Edição) Duração: 20 horas (a confirmar: Dezembro) • Numerus Clausus: 20 • Horário: a definir • Créditos: 2.0 ECTS (aguarda acreditação) • Coorden.: Prof. Dra. Orlanda Cruz e Prof. Dra. Isabel Pinto Lima • Info: 226 061 890 / educacaocontinua@ fpce.up.pt • Propina: 100 € (Per)cursos de Educação e Formação de Adultos – Formação Avançada. (3ª Edição) Duração: 30 horas (16 de Dezembro a 3 de Fevereiro de 2009) • Numerus Clausus: 20 • Horário: 18h30 às 21h30 • Créditos: 3,0 ECTS • Coorden.: Prof. Dra. Isabel Menezes • Info: 226 061 890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 150 € Gestão e Concepção da Formação (nível I) (2ª Edição) Duração: 30 horas (8 de Janeiro a 7 de Fevereiro de 2009) • Inscrições: até 22 de Dezembro • Numerus Clausus: 20 • Horário: 19h00 – 22h00 • Créditos: 3,0

ECTS • Coorden.: Prof. Dra. Filomena Jordão • Info: 226 061 890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 150 € Intervenção Psicológica em Oncologia (3ª Edição) Duração: 32 horas (10 de Janeiro a 28 de Fevereiro de 2009) • Numerus Clausus: 20 • Horário: 18h30 às 21h30 • Créditos: 3,5 ECTS (aguarda acreditação) • Coorden.: Prof. Dra. Marina Prista Guerra • Info: 226 061 890 / educacaocontinua@ fpce.up.pt • Propina: 180 € Intervenção em Grupo nas Perturbações do Espectro do Autismo (1ª Edição) Duração: 36 horas (Janeiro e Fevereiro de 2009) • Numerus Clausus: 20 • Horário: a definir • Créditos: 3,5 ECTS (aguarda acreditação) • Coorden.: Prof. Dra. Orlanda Cruz e Prof. Dra. Isabel Pinto Lima • Info: 226 061 890 / educacaocontinua@fpce. up.pt • Propina: 150 € Literacia e “Sociedade do Conhecimento” (1ª Edição) Duração: 30 horas (Janeiro e Fevereiro de 2009) • Numerus Clausus: 20 • Horário: 18h30 às 21h30 • Créditos: 3,0 ECTS (aguarda acreditação) • Coorden./ Info: Prof. Dra. Ariana Cosme • Info: 226 061 890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 120 € Técnicas para Estimular a Criatividade e a Motivação (2ª Edição) Duração: 30 horas (Janeiro a Fevereiro de 2009) • Créditos: 3 ECTS • Info: 226 061 890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: a indicar Análise de Dados com o Programa SPSS - análise multivariada (2ª Ed.) Duração: 48 horas (Fevereiro a Março de 2009) • Créditos: 5 ECTS • Propina: a indicar • Info: 226 061 890 / educacaocontinua@fpce.up.pt Gestão e Concepção da Formação II (2ª Edição) Duração: 30 horas (5 a 28 de Março de 2009) • Créditos: 2,5 ECTS • Info: 226 061 890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: a indicar Técnicas de Liderança e Coaching para Chefias Intermédias (3ª Edição) Duração: 30 horas (5 a 28 de Março de 2009) • Inscrições: até 31 de Dezembro • Numerus Clausus: 20 • Horário: 18h30 às 21h30 (6ª feira) • Créditos: 2,5 ECTS • Coorden.: Prof. Dra. Filomena Jordão • Info: 226 061 890 / educacaocontinua@ fpce.up.pt • Propina: 170 €

Reitoria da U.Porto / Instituto de Recursos e Iniciativas Comuns Praça Gomes Teixeira • 4099-002 Porto • Tlf: +351 220 408 000 / 043 • Fax: +351 220 408 186/7 / 4 • www.reit.up.pt

Execução da segurança na construção (e-learning) Duração: 45 horas (4 semanas) • Início do calendário lectivo: Fevereiro de 2009 • Créditos: 1,5 crédito ECTS • Info: 220 408 053 / educacao.continua@reit.up.pt • Propina: 150 €

Faculdade de Engenharia (FEUP)

Rua Dr. Roberto Frias • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225 081 400 • Fax: + 351 225 081 440 • www.fe.up.pt Gestão de Projectos de Software Duração: 5, 6 e 11 de Fevereiro de 2009 • Candidatura: Até uma semana antes do início de cada curso • Vagas: 20 • Horário: 09h30-13h00; 14h00-17h30 • Coorden.: Prof. Raul Moreira Vidal • Informações/contactos: http://ciqs.fe.up.pt, ciqs@fe.up.pt / 22 030 15 85 • Propina: 1000 € Gestão de Requisitos de Software Duração: 29 e 30 de Janeiro e 4 de Fevereiro de 2009 • Candidatura: Até uma semana antes do início de cada curso • Vagas: 20 • Horário: 09h30-13h00; 14h00-17h30 • Coorden.: Prof. João Pascoal Faria • Informações/contactos: http://ciqs.fe.up.pt, ciqs@ fe.up.pt, 22 030 15 85 • Propina: 1000 € Gestão da Qualidade de Software Duração: 12, 13 e 18 de Fevereiro de 2009 • Candidatura: Até uma semana antes do início de cada curso • Vagas: 20 • Horário: 09h30-13h00; 14h00-17h30 • Coorden.: Prof. João Pascoal Faria • Informações/contactos: http://ciqs.fe.up. pt, ciqs@fe.up.pt / 22 030 15 85 • Propina: 1000 € Gestão de Testes de Software Duração: 29 e 30 de Janeiro e 4 de Fevereiro de 2009 • Candidatura: Até uma semana antes do início de cada curso • Vagas: 20 • Horário: 09h30-13h00; 14h00-17h30 • Coorden.: Prof. Ana Paiva • Informações/contactos: http://ciqs. fe.up.pt, ciqs@fe.up.pt, 22 030 15 85 • Propina: 1000 € Métodos Ágeis de Desenvolvimento de Software Duração: 12, 13 e 18 de Fevereiro de 2009 • Candidatura: Até uma semana antes do início de cada curso • Vagas: 20 • Horário: 09h30-13h00; 14h00-17h30 • Coorden.: Prof. Ademar Aguiar • Informações/contactos: http://ciqs.fe.up.pt, ciqs@fe.up.pt, 22 030 15 85 • Propina: 1000 € Gestão de Aquisições de Software Duração: 5, 6 e 11 de Fevereiro de 2009 Candidatura: Até uma semana antes do início de cada curso • Vagas: 20 • Horário: 09h30-13h00; 14h00-17h30 • Coorden.: Prof. Raul Moreira Vidal • Informações/contactos: http://ciqs.fe.up.pt, ciqs@fe.up.pt / 22 030 15 85 • Propina: 1000 € 27

Edição, Transformação e Exploração de Dados Quantitativos: Iniciação ao SPSS Duração: 25 horas (Março de 2009) • Info: Serviço de Gestão Académica / 226077148 / gfec@letras.up.pt • Propina: A definir


FORMAÇÃO

PÓS-GRADUADA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

CANDIDATURAS ENTRE DEZEMBRO DE 2008 E MARÇO DE 2009 Atenção Os valores das propinas podem sofrer alterações. O período de candidatura é, em muitos casos, alargado e noutros são criadas segundas fases de candidatura.

Faculdade de Ciências (FCUP)

Rua do Campo Alegre, s/n • 4169-007 PORTO • Tlf: +351 220 402 000 • Fax: +351 220 402 009 • www.fc.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Ciência de Computadores Duração : 6 semestres • Candidaturas: 2 a 22 de Dezembro (2ª fase); 2 a 20 de Março de 2009 (3ª fase) • Horário: a definir • Vagas: 30 • Créditos: 180 ECTS • Coorden.: Prof. Dr. Sílvio Marques de Almeida Gama • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up.pt • Propina: 2500 € / ano Programa Doutoral em Química Duração : 6 semestres • Candidaturas: Em permanência • Vagas: 50 • Créditos: 180 ECTS • Horário: A definir • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up.pt • Propina: 2500 € / ano

Faculdade de Engenharia (FEUP)

Rua Dr. Roberto Frias • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225 081 400 • Fax: + 351 225 081 440 • www.fe.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Civil Duração: 6 semestres • Candidaturas: 1 a 31 e Janeiro de 2009 (6ª fase); 1 a 28 de Fevereiro de 2009 (7ª fase); 1 a 31 de Março de 2009 (8ª fase) • Horário: a definir • Vagas: 30 • Créditos: 180 ECTS • Coorden.: Prof. Dr. Raimundo Delgado Info: 225081901 / prodec@fe.up.pt • Propina: 3000 € / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Química e Biológica Duração: 6 semestres • Candidaturas: 5 a 23 de Janeiro de 2009 • Horário: a definir • Vagas: 40 • Créditos: 180 ECTS • Coorden.: Prof. Dr. Romualdo Salcedo •

Info: 22 508 1884 / jazeredo@fe.up.pt • Propina: 3000 € / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Duração: 6 semestres • Candidaturas: até 9 de Janeiro de 2009 • Horário: a definir • Vagas: 50 • Créditos: 180 ECTS • Coorden.: Prof. Dr. Aurélio Campilho • Info: 22 508 3205 / cflopes@fe.up.pt • Propina: 3000 € / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Mecânica Duração: 6 semestres • Candidaturas: 1 a 20 e Janeiro de 2009 (6ª fase); 1 a 20 de Fevereiro de 2009 (7ª fase); 1 a 20 de Março de 2009 (8ª fase) • Horário: a definir • Vagas: 30 • Créditos: 180 ECTS • Info: 22 508 1642 / casimiro@fe.up.pt • Propina: 3000 € / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia e Gestão de Transportes Duração: 6 semestres • Candidaturas: 1 a 31 e Janeiro de 2009 (6ª fase); 1 a 28 de Fevereiro de 2009 (7ª fase); 1 a 31 de Março de 2009 (8ª fase) • Horário: segundas-feiras (todo o dia) e terças-feiras (à tarde) • Vagas: 30 • Créditos: 180 ECTS • Info: 22 508 1903 / anatalio@fe.up.pt • Propina: 3000 € / ano

Faculdade de Medicina (FMUP)

Rua Prof. Hernâni Monteiro, s/n • 4200319 Porto • Tlf: +351 225 513 604 • Fax: + 351 225 513 605 • www.med.up.pt • servacad@med.up.pt 3.º Ciclo / Programa Doutoral em Investigação Clínica e em Serviços de Saúde Duração: 6 semestres • Candidaturas: até 23 de Dezembro • Horário: 5ª feira (16h às 20h), 6ª feira (14h às 20h) e sábado (9h às 13h) • Vagas: 8 • Coorden.: Prof. Dr. Altamiro da Costa Pereira • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP/ Tel.: 22 551 36 76/ E-mail: ipg@med.up.pt Propina: 2500 € / ano

ACORDOS

INTERUNIVERSITÁRIOS PROMOVEM RELAÇÕES COM MAGREBE

A U.Porto tem vindo a intensificar as relações pedagógicas e científicas com universidades do Norte de África. Neste âmbito, há a destacar os acordos de cooperação interuniversitária já rubricados com instituições do ensino superior argelinas, marroquinas e líbias. Desta forma, a Universidade está a reforçar a sua ligação ao chamado Grande Magrebe, um espaço geoestratégico da Bacia Mediterrânica de que Portugal se sente próximo geográfica e até culturalmente, dado o património histórico comum. A aproximação da U.Porto assenta nas áreas da formação, mobilidade e investigação, à luz da estratégia de internacionalização que a Universidade delineou para si. A relação Euro-Mediterrânica é, aliás, considerada fundamental para a preservação de traços civilizacionais comuns a diferentes povos, bem como para a cooperação política, económica e cultural entre países com níveis de desenvolvimento díspares. Ora, este desiderato tem sido favorecido pela paulatina abertura de alguns regimes políticos do Magrebe. De resto, o Governo português parece bastante empenhado na aproximação a Marrocos, Argélia e Líbia, por entender que estes países têm potencial de crescimento económico e por acreditar que existem perspectivas de evolução política. O primeiro acordo de colaboração entre a U.Porto e uma congénere do Magrebe foi assinado em 2006, ainda durante o reitorado de José Novais Barbosa. A entidade subscritora foi a Universidade de Ciências e Tecnologia Houari Boumediene, de Argel, capital da Argélia, que se comprometeu a colaborar com a U.Porto em actividades de investigação, no intercâmbio de estudantes, docentes e investigadores, na partilha de informações relativas ao ensino e à pesquisa científica, na disponibilização de publicações de carácter científico ou técnico, na organização de eventos académicos e na troca de experiências entre laboratórios. De referir, a propósito, que o acordo contempla as seguintes áreas científicas: estudos sísmicos, questões marítimas, domínio ferroviário, domínio geotécnico e grandes estruturas públicas. Neste contexto, é de assinalar a frequência do curso de Engenharia Civil da FEUP (Faculdade de Engenharia) por oito estudantes argelinos.

Basicamente com os mesmos propósitos, a U.Porto assinou, em 2007, um acordo de cooperação com a Universidade Moulay Ismail, sedeada em Meknès, Marrocos. Também neste caso, a intensificação das relações académicas vem no seguimento da aproximação política entre os dois Estados. O protocolo interuniversitário tem como pano de fundo o Acordo de Cooperação Cultural e Científica celebrado, no mesmo ano, entre os governos de Portugal e do Reino de Marrocos. Desporto é motivo de colaboração No seguimento deste acordo, a FADEUP (Faculdade de Desporto) vai colaborar com a Universidade Moulay Ismail na criação, estruturação e desenvolvimento de um curso de Desporto na instituição marroquina. O vice-reitor da Universidade Moulay Ismail foi recebido na FADEUP e “reconheceu a qualidade internacional” desta faculdade, distinguindo-a até, pelo “entusiasmo e paixão”, de outras que tinha visitado em França. Quem o garante é Jorge Olímpio Bento, presidente do Conselho Directivo da FADEUP, que considera que o trabalho de consultoria e formação de recursos humanos que, no âmbito do acordo, a sua faculdade vai realizar é um “contributo para a defesa, promoção e divulgação de Portugal no mundo”. Acrescenta, a propósito, que a U.Porto “tem a obrigação de cooperar com instituições com um nível de desenvolvimento inferior”, sob pena de “não cumprir integralmente a sua missão”. Recentemente, em Outubro de 2008, a U.Porto rubricou um acordo de cooperação cultural e científica com a Universidade 7 de Abril, de Zawia, na Líbia. Neste caso, a colaboração contempla os domínios das engenharias Civil e Mecânica, com intervenção directa da FEUP, mas estão ainda previstos cursos de Português e Arqueologia da responsabilidade da FLUP (Faculdade de Letras). Existe, contudo, a intenção de estender a cooperação aos domínios da Medicina e da Farmácia. Deve ressalvar-se, a propósito, que o acordo encontra-se ainda a ser trabalhado e transposto para o terreno, sendo certo que incluirá formação em Portugal para recém-licenciados líbios, bem como programas de pós-graduação e doutoramento. António Campos e Matos, docente do Departamento de Engenharia Civil da FEUP, tem estado directamente envolvido na implementação do acordo com a instituição líbia e, à UPorto Alumni, salientou a “vertente empresarial” presente em todo o processo. As empresas portuguesas com uma carteira de actividades na Líbia vão desempenhar, de facto, um papel importante na concretização de uma estratégia de cooperação interuniversitária que abarca ainda as universidades do Minho e de Lisboa. Deve referir-se que, também neste caso, o aprofundamento das relações diplomáticas entre o Governo português e o regime de Muammar Khadafi tem servido para alavancar a cooperação académica e científica. Ricardo Miguel Gomes


Cláudia Ribeiro Faculdade de Economia Universidade do Porto

N

Quo vadis? REFLEXÕES SOBRE A CRISE FINANCEIRA

Recuperação lenta e gradual As autoridades nacionais reagiram, em primeira instância individualmente, com o objectivo de estabilizar o sistema financeiro. Algumas das medidas incluíram a utilização de fundos públicos na compra de activos agora baptizados como “tóxicos”, na recapitalização de vários bancos e na prestação de garantias a operações no mercado interbancário, a proibição de operações de venda curtas (short-selling), a garantia dos depósitos dos contribuintes e a redução das taxas directoras por parte dos bancos centrais. No entanto, os primeiros sinais de resposta nos mercados começaram a fazer-se sentir apenas quando uma maior coordenação destas intervenções a nível internacional se tornou efectiva – facto compreensível à luz da forte integração internacional quer das instituições quer dos mercados. Para além destas medidas, outras mais estruturantes terão de se seguir que garantam que outra crise com as mesmas causas não se volte a repetir. No que respeita à economia real, esta crise veio trazer fortes restrições à concessão de crédito a empresas e particulares, pôs fim à bolha imobiliária que se fazia sentir, o que a par da desmesurada subida do preço de algumas mercadorias (o petróleo registou máximos históricos em Julho!) e a apreciação do euro deram origem à desaceleração da actividade económica. A expectativa da redução da procura interna, mas essencialmente da procura externa, agravará naturalmente esta tendência. Algumas economias desenvolvidas estão já a entrar em recessão neste último trimestre de 2008 e muitas outras entrarão no início de 2009. A recuperação espera-se lenta e gradual. As previsões mais optimistas antecipam-na para finais de 20091.

Fonte: FMI, World Economic Outlook/ October 2008 – Financial Stress, Downturns, and Recoveries

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ão é de mais uma crise financeira que vou aqui falar. Vou reflectir sobre A Crise que neste momento se atravessa que, pela gravidade dos impactos que já se fazem sentir quando a procissão ainda vai no adro, todos esperam não ter de testemunhar segunda nas suas vidas. É uma crise que pôs à prova (para não dizer “pôs em causa”) modelos de gestão de instituições bancárias, formas de organização da actividade bancária (por exemplo, a banca de investimentos, tal como a conhecemos, faz hoje parte do passado!), modelos de regulação e supervisão dos mercados, modelos de avaliação do risco mas também modelos de gestão das finanças pessoais de muitos consumidores. É uma crise que está a despoletar níveis de intervenção por parte das autoridades sem precedentes e verdadeiramente inacreditáveis há uns escassos três meses atrás. Neste espaço não pretendo fazer um exercício de antecipação dos efeitos da crise ou de reflexão sobre o novo equilíbrio que vai ter de ser encontrado. Qualquer esforço de previsão no actual contexto de incerteza é muito ingrato, preferindo colocarme na postura bem mais sensata do sábio da nossa praça que defende que “prognósticos só no fim do jogo”. Vou antes fazer uma breve caracterização dos principais factos e referir os esforços das autoridades no intuito de debelar a crise e estancar os seus efeitos. Vou ainda referir a inevitabilidade do contágio desta crise à economia real, sendo a dimensão desse contágio função da eficácia das políticas públicas que forem entretanto tomadas para o contrariar. Esta crise tem a sua génese na crise hipotecária dos EUA em Agosto de 2007 e sofreu graves desenvolvimentos em Setembro passado. Problemas de insolvência em bancos de referência no sistema financeiro deram origem a falências em cascata, forçaram fusões e justificaram intervenções governamentais, impondo uma forte reformatação do sistema bancário. Este efeito dominó rapidamente extravasou as fronteiras dos EUA e afectou o sistema financeiro a nível global, tendo-se feito sentir primeiramente na Europa ocidental e logo a seguir nas economias emergentes.


A surdez condiciona a capacidade cognitiva, penalizando fortemente os jovens que pretendem progredir na sua formação escolar. Conscientes disto mesmo, instituições do ensino superior, escolas vocacionais e uma federação de surdos abraçaram, em 2006, o projecto internacional Spreadthesign, do qual nasceu o primeiro dicionário on-line de tradução de vocábulos de seis línguas escritas/ faladas para outras tantas línguas gestuais. A participação portuguesa esteve a cargo da FPCEUP, em colaboração com Instituto Jacob Rodrigues Pereira. A iniciativa é para continuar, o que passa, por exemplo, pelo enriquecimento vocabular do dicionário digital.

Spreadthesign

S

urpreendentemente, há estudantes surdos que concluem os seus cursos superiores sem que os docentes se apercebam da sua incapacidade auditiva. Quem o garante é Orquídea Coelho, responsável, em Portugal, pela coordenação do projecto Spreadthesign. A docente e investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) conhece histórias de enorme abnegação protagonizadas por estudantes que, durante o seu curso superior, foram confrontados com a “falta de sensibilidade e formação da comunidade académica para lidar com as questões dos surdos”, diz. “Há professores que não aceitam a presença de intérpretes [de língua gestual] ou a mera gravação das aulas”, refere a propósito. Por isso, “muitos estudantes surdos rapidamente desistem da universidade. Eles não conseguem descodificar os textos nem captar o que o professor está a dizer”, acrescenta.

samente a comparação entre eles; há ainda quem contrate intérpretes só para algumas cadeiras... Enfim, um conjunto de expedientes que provam, como salienta Orquídea Coelho, que os estudantes surdos “só conseguem concluir os seus cursos à custa de muito trabalho e sacrifícios. Abdicam de ir ao cinema, de namorar, de conviver com os amigos... Fazem do curso um projecto de vida. Mais: as famílias vivem em função dos cursos dos filhos surdos.”.

Primeiro dicionário multilingue Apesar dos diferentes contextos nacionais, a educação dos surdos é uma questão que suscita o interesse da generalidade dos países desenvolvidos, designadamente da UE. Assim se compreende que, em 2006, o Fundo Social Europeu (FSE) tenha financiado o projecto-piloto Spreadthesign, cujo principal propósito era, a partida, a criação do primeiro dicionário on-line multilingue para surdos (www.spreadthesign.com). Ou seja, um dicionário que, utilizando as tecnologias multimédia e as potencialidades comunicativas da Internet, permitisse a tradução para seis línguas nacionais gestuais de 1900 vocábulos de outras tantas línguas escritas/faladas. No horizonte

DE OLHOS ESCUTANDO

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No ano lectivo de 2007-08, a Universidade do Porto acolheu 17 estudantes surdos. Para promover o seu sucesso escolar, bem como a de outros cidadãos portadores de deficiência física e sensorial, existe o estatuto do Estudante com Necessidades Educativas Especiais (ENEE) que, genericamente, confere um conjunto de apoios sociais e de aprendizagem especializada, um regime de avaliação especial, garantias de acessibilidade às instalações universitárias e direito de prioridade no atendimento. Contudo, o estatuto de ENEE não cobre todas as carências dos estudantes surdos, sobretudo devido à escassez de financiamento específico. A este nível, Orquídea Coelho salienta que as bolsas de estudo não têm em conta a incapacidade auditiva do beneficiário, mas tão-só a sua condição socioeconómica. Esta situação leva a que seja muito difícil para os estudantes surdos pagarem a um intérprete de língua gestual, cujos serviços custam, no mínimo, quinze euros por hora, assegura a investigadora da FPCEUP. Sem intérpretes, o percurso universitário de um estudante surdo torna-se bastante mais árduo. Mesmo os estudantes que fazem a leitura da fala – os poucos que, segundo Orquídea Coelho, têm sucesso no ensino superior – apenas são capazes, na melhor das hipóteses, de apreender cerca de 33% da informação transmitida numa aula. Por isso, há quem grave as aulas para que um familiar ou amigo as transcreva; há quem peça apontamentos a vários colegas e, em casa, faça minucio-

estava o desejo de aproximar as línguas nacionais e gestuais dos diferentes países participantes, com o intuito de promover o acesso dos surdos ao mercado de trabalho europeu. Além disso, pretendia-se incentivar processos de formação profissional em regime de intercâmbio transnacional, bem como, numa fase posterior, acompanhar, investigar e avaliar esses mesmos processos. Por outro lado, o Spreadthesign constituía uma oportunidade de estudar os obstáculos, possibilidades e oportunidades de comunicação intercultural resultantes do projecto, além, claro, de servir para aferir o impacto do dicionário multilingue como instrumento pedagógico. A ideia partiu da Universidade de Örebro, na Suécia, país que se distingue pelas boas práticas na educação dos surdos. Foi então a convite da instituição sueca que se juntaram ao projecto equipas de Espanha (Federación de Personas Sordas de la Comunidad de Madrid), da Lituânia (Educational Centre for Deaf and Hard-of-Hearing, Kaunas), da República Checa (Stredni Skola, Zakladni Skola e Materska Skola), do Reino Unido (Doncaster College for the Deaf) e de Portugal (FPCEUP), garantindo-se


(Direcção Regional de Educação do Norte), à excepção de um que é especialista em informática. Os estudantes surdos ficaram responsáveis, sobretudo, pela produção do dicionário. “É muito importante que os estudantes surdos participem em actividades de investigação no ensino superior, principalmente numa área que lhes diz respeito. Eles estão a perceber como é que se investiga, como é que se produz e como é que se intervém na sociedade. E isto fá-los crescer imenso e ganhar autoestima”, garante Orquídea Coelho. À semelhança das restantes equipas internacionais, os elementos portugueses envolvidos na produção do dicionário tiveram por base uma lista de vocábulos seleccionados pelo colégio Doncaster. Dessa lista em inglês constavam não apenas termos de utilização corrente no convívio social como vocabulário específico dos sectores da madeira/construção e da restauração, onde muitos surdos, sobretudo no norte da Europa, exercem a sua actividade profissional. Depois de traduzidos para português, os vocábulos que constavam da lista foram sendo traduzidos para a nossa língua gestual. Nos casos em que não restavam dúvidas sobre a tradução, os gestos referentes a cada vocábulo eram cuidadosamente representados e filmados, terminando o processo com o upload

Faltam escolas bilingues Paralelamente, a equipa nacional do Spreadthesign empenhouse na avaliação do projecto. Com este intuito, os investigadores do CIIE caracterizaram os modelos de educação de surdos nos sistemas de ensino dos seis países representados. A intenção era verificar o cumprimento, no meio escolar, das normas sobre educação de surdos que tinham sido preconizadas pelos responsáveis educativos dos diferentes países. No caso português, diz Orquídea Coelho, “a legislação é condizente com a investigação”, a qual defende que “os surdos devem ser educados num ambiente bilingue. Ou seja, devem ter muito precocemente acesso tanto à língua gestual como à língua do país onde vivem, na sua vertente escrita”. Acontece, porém, que, em Portugal, “só o Instituto Jacob Rodrigues Pereira utiliza, de facto, uma metodologia bilingue de trabalho com as crianças”. Feito o balanço da execução do projecto-piloto durante a conferência internacional que teve lugar na FPCEUP, a 3 de Julho último, foi já assegurado o financiamento, pelo FSE, da segunda fase do Spreadthesign. Os objectivos para os próximos dois anos passam por enriquecer o dicionário com vocabulário referente a outras áreas vocacionais, pela introdução de voz, de mais imagens 3D e de descrições que complementem as imagens, pela reconfiguração dos gestos e ainda pela inserção de Sign Writing (sistema de representação gráfica das línguas gestuais que permite, através de símbolos visuais, reproduzir as configurações das mãos, as expressões faciais e os deslocamentos corporais). Outra novidade é a inclusão de equipas de mais cinco países, inclusivamente de fora da Europa: África do Sul, Alemanha, França, Japão e Turquia.

RICARDO MIGUEL GOMES

O GESTO

das imagens na Internet. Quando uma determinada palavra não tinha correspondência gestual conhecida, havia que confirmar junto da comunidade de surdos portuguesa se de facto existia, ou não, tradução dessa mesma palavra para a nossa língua gestual. E se na verdade não existisse, então a palavra era soletrada gestualmente a partir da dactilologia (alfabeto gestual) e filmada desta forma. Importa dizer que, caso a palavra entretanto adquira tradução gestual, há sempre a possibilidade de introduzir o gesto no dicionário. De resto, todos os gestos estão a ser continuamente aprimorados e filmados de novo, o que faz do dicionário um work in progress. Por ora, estão editados 1900 gestos portugueses no dicionário e, curiosamente, são estes que têm suscitado um maior número de consultas (pageviews). “A comunidade de surdos portuguesa vive ainda um pouco fechada” e, por isso, “está muito ávida deste tipo de iniciativas”, explica.

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assim a diversidade geográfica e linguística do Spreadthesign. A FPCEUP foi convidada, segundo Orquídea Coelho, devido à sua “experiência de investigação no domínio da surdez e da educação de surdos”. Aliás, o Centro de Investigação e de Intervenção Educativas (CIIE) da faculdade, a quem compete as actividades de I&D nesta área, participa ainda no projecto PROFACITY. Profane citizenship in Europe. Testing democratic ownership in hybrid situations, que agora se inicia e é igualmente financiado pela UE. Neste caso, trata-se de “estudar as formas de cidadania construídas pelos surdos no sentido do ‘direito a terem direitos’”, esclarece Orquídea Coelho, que também coordena este projecto. Apesar desta massa crítica científica, ao formar a equipa responsável pela implementação do projecto Spreadthesign, o CIIE estabeleceu uma parceria com Instituto Jacob Rodrigues Pereira (Casa Pia de Lisboa), além de contar com a colaboração da Associação de Surdos do Porto e da Associação de Formadores e Monitores Surdos. Desta forma foi reforçado o know-how de uma equipa composta, não só por investigadores e docentes ouvintes, mas também por estudantes surdos da U.Porto. Estes últimos são também formadores de língua gestual da DREN


A ternura dos sessenta

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O TUP – Teatro Universitário do Porto comemora, durante o mês de Dezembro, o seu 60.º aniversário. Para celebrar a efeméride, o grupo está a preparar um novo espectáculo original que deverá estrear-se no início de 2009. Apesar das dificuldades para ensaiar e representar em condições dignas, o TUP promete continuar a honrar os seus pergaminhos históricos e a figurar no roteiro cultural da cidade. Para além da habitual produção de duas peças por ano, existe a intenção de manter a aposta em acções formativas na área das artes cénicas.

vida académica no Porto ganhou dinamismo sobretudo a partir do último quartel do século XIX, quando se multiplicaram as iniciativas ligadas ao teatro, à música e à imprensa estudantis. Há até registo de um Teatro Académico que terá existido por volta de 1851, na Rua das Liceiras (actual Rua do Alferes Malheiro). Mais tarde, no início do século XX, avultaram as récitas teatrais e as “revistas”, que “ou se destinavam a celebrar o fim do curso ou obedeciam (...) a impulsos de solidariedade a favor das crianças ou dos pobres. Outras vezes ainda, visavam auxiliar estudantes necessitados, fornecendo-lhes livros, pagando-lhes as propinas e subsidiando-os mensalmente, sobretudo em caso de doença”, escreveu o historiador Cândido dos Santos (SANTOS, Cândido dos, 1996 – Universidade do Porto. Raízes e memória da instituição. Porto: Reitoria da Universidade do Porto). Mas a frequência das récitas foi diminuindo até meados do século XX, altura em que emergiram outros motivos de interesse cultural entre os estudantes. É então que o teatro ligeiro cede espaço ao teatro clássico, sendo este corporizado, na comunidade académica portuense, pelo TUP – Teatro Universitário do Porto. O grupo fez a sua estreia absoluta a 13 de Dezembro de 1948, no Teatro Rivoli, com a representação das peças Filodemo, de Luís Vaz de Camões, e O Fidalgo Aprendiz, de D. Francisco Manuel de Melo, e ainda de duas cenas do dramaturgo espanhol Tirso de Molina. Na génese do TUP esteve a vontade de alguns estudantes da U.Porto, vontade essa que mereceu o acolhimento favorável do reitor de então, Amândio Tavares, e do director do Centro de Estudos Humanísticos, em cuja secção de teatro clássico ficaria integrado o novel grupo. Sob a direcção de um docente da Faculdade de Medicina, Hernâni Monteiro, o TUP beneficiou, igualmente, do apoio da indústria e do comércio portuenses.


RICARDO MIGUEL GOMES

Reportório de dificuldades Para assinalar os 60 anos de vida da instituição, o TUP prevê estrear um novo espectáculo original (ainda sem título) em meados de Janeiro. É um sinal de vitalidade do grupo num momento em que, como admite Nuno Matos, uma série de dificuldades tolhem a sua actividade dramatúrgica. Segundo o vice-presidente do TUP, o “trabalho é bastante dificultado pela ausência de infra-estruturas. Como os restantes grupos académicos de teatro – e, já agora, o Orfeão e os grupos de canto coral – não temos uma sala onde apresentar o nosso teatro. Não existe na cidade do Porto um auditório para a cultura universitária. E, hoje em dia, torna-se impossível pagar o aluguer de uma sala na cidade. Para além disso, o edifício que nos servia de sede está em péssimas condições e praticamente inutilizável”, garante Nuno Matos. Aliás, “existe a intenção, por parte da reitoria, de agrupar todos os grupos de teatro universitário num só espaço. Mas, enquanto não se passa da intenção, o trabalho é altamente prejudicado”, acrescenta o mesmo responsável. Além disso, “o abandono por parte da maioria dos estudantes das actividades extracurriculares acarreta graves consequências, nomeadamente no que à continuidade dos projectos diz respeito. Dessa forma, não é comum vermos muitos grupos académicos levarem trabalhos a cena. E os que o conseguem acabam por não fazer uma divulgação eficaz. Nesse sentido, o TUP, mesmo lutando contra o mesmo problema, tem sabido manter uma coerência e um equilíbrio que permitem a produção dos espectáculos e nos dão as condições necessárias para os ‘exportar’”, salienta ainda Nuno Matos. Por tudo isto, “o desejo do TUP é só um: ter condições para se afirmar cada vez mais como figura presente e importante no panorama cultural do Porto. Parece simples, mas não é e nem depende só do nosso trabalho”, explica Nuno Matos.

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Vocação experimental Ao longo dos seus 60 anos de história, o TUP notabilizou-se, sobretudo, pelo contributo que deu para o nascimento do teatro independente no Porto. Graças à sua natureza amadora e académica, o grupo pôde assumir, desde logo, um carácter eminentemente experimental e assim concorrer para o alargamento dos horizontes da expressão dramática na cidade e no país. Neste particular, há a salientar as inúmeras encenações de textos de autores inéditos em Portugal, circunstância demonstrativa de uma clara vocação para a descoberta de novas dramaturgias, para a exploração de diferentes registos dramáticos e para a fuga às convenções teatrais. Entre as peças do seu reportório contam-se, por exemplo, O Meu Coração Vive nas Terras Altas, de William Saroyan; A Cavalgada para o Mar, de John Millington Synge; O Ensaio, de Maurice Baring; O Jardim Zoológico de Vidro, de Tennessee Williams; Um Noivado no Dafunto, de Almeida Garrett; Lamentações do Clérigo, de Anrique da Mota. Ou seja, autores e textos dramáticos menos óbvios. A actividade do TUP extravasou a cidade do Porto e o seu campus universitário, sendo frequente a participação do grupo em festivais nacionais e internacionais. Mas foi na Invicta, mais concretamente em salas como o Rivoli ou o Coliseu ou ainda no Centro Universitário e nas Faculdades de Engenharia e Medicina, que o TUP conheceu os seus grandes momentos de glória. Neste percurso sexagenário, Cândido dos Santos destaca a figura do encenador Correia Alves e sublinha a importância para o grupo da colaboração dos estudantes de BelasArtes, designadamente no desenho de figurinos e na pintura de cenários. Deve também ser reconhecida ao TUP a importância das suas acções formativas, vertente que continua a ser privilegiada nos dias de hoje. Com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, o grupo promove a cada dois anos um Curso de Iniciação ao Teatro. Além disso, é frequente a organização de workshops nas áreas do teatro, da performance e da dança. De resto, esta aposta na formação é para continuar, assegura o vice-presidente do TUP, Nuno Matos. Composto actualmente por um núcleo duro de cerca de dez elementos, o TUP promete ainda produzir, encenar e representar dois espectáculos por ano, além de se encontrar disponível para colaborar com outros grupos de teatro (universitário e profissional) da cidade do Porto, como sempre fez ao longo da sua história. Em mente está, igualmente, a participação em festivais de teatro universitário, como o FATAL (Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa) e o MITEU (Mostra Internacional de Teatro Universitário).


Ablynx

Anticorpos à escala nano

O UPTEC alberga, desde Fevereiro último, a Ablynx, uma empresa de origem belga que se dedica à criação de nanobodies. Este novo tipo de proteínas terapêuticas é vocacionado para o combate a patologias graves, como o cancro, as inflamações, as tromboses ou o Alzheimer. Daqui resulta um potencial que não é só científico mas também económico. Factor determinante para o desenvolvimento da unidade portuguesa tem sido a ligação à U.Porto, confirmandose assim que é possível, em Portugal, um relacionamento profícuo entre os mundos académico e empresarial.

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Ablynx é uma empresa belga de ponta na área das nanotecnologias aplicadas à indústria farmacêutica, há cerca de oito meses instalada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC). Dispondo de um centro de inovação com aproximadamente 500 m2, e onde investiu cerca de três milhões de euros em equipamento, a Ablynx tem vindo a desenvolver, em parceria com o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), uma tecnologia já patenteada e única no mundo que permite a criação de nanobodies (nanocorpos), ou seja, um novo tipo de proteínas terapêuticas com base em fragmentos de anticorpos destinado ao combate de uma vasta gama de doenças graves, como o cancro, as inflamações, as tromboses ou o Alzheimer. E esta tem sido uma parceria de sucesso. Em declarações à UPorto Alumni, António Parada, responsável pela área de Propriedade Intelectual do IBMC/INEB, lembra que a Ablynx mantém uma ligação umbilical ao IBMC desde 2005, ligação essa que se tornou mais visível quando a empresa necessitou de mais espaço. Segundo António Parada, eram necessárias condições de trabalho que o IBMC não podia providenciar, fruto do problema de espaço com que hoje se debate. Naturalmente que o parceiro natural para ultrapassar esta questão seria sempre a U.Porto. E é nesta altura que entra em campo a UPTEC.

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O relacionamento entre as instituições foi de tal forma proveitoso que António Parada arrisca mesmo dizer que o que se conseguiu fazer num curto espaço constituirá, porventura, um autêntico recorde mundial. “Em três meses, uma empresa, um instituto de interface e uma instituição pública com o peso da U.Porto conseguem transformar um armazém de arrumos num laboratório totalmente equipado”, salienta António Parada, para quem esta realização “só abona a favor de um vasto grupo de pessoas envolvidas, como Carlos Silva, Chefe de Manutenção do IBMC, Fredrik Oxelfelt, na altura responsável pela Ablynx, e o Professor Jorge Gonçalves [vice-reitor da U.Porto], que teve a visão e a coragem para transformar todas estas vontades em algo concreto”.


Um mundo novo? Com o desenvolvimento da nanotecnologia, e com o sucesso que o trabalho da Ablynx em Portugal tem registado, estará o Porto a caminho de se tornar uma referência além-fronteiras na área da Biologia em geral e da nanotecnologia em particular? António Parada acha algo redutor colocar a questão desta forma. “É verdade que a Ablynx aposta na especialização e produz para a empresa mãe um produto com qualidade claramente acima da média”, afirma o responsável, contrapondo, no entanto, que “isso não vai transformar o Porto numa espécie de Meca da nanotecnologia”. Na sua opinião, o Porto “encontrou na Biologia um caminho para o desenvolvimento. E é preciso dizer-se que esse caminho foi descoberto há dez anos pela Bial. Foi uma porta corajosamente aberta e atravessada que outros tiveram a intuição de seguir. Talvez por isso, o Porto se esteja a tornar numa zona capaz de criar valor, de gerar negócio, na área da Biologia”. Ou seja, bem acarinhado pelas forças vivas da cidade (U.Porto, Câmara, CCDRN, etc.) a região pode trilhar aqui um caminho de sucesso. E o acarinhado não significa qualquer tipo de subsidiodependência e ausência de risco. “Se querem um exemplo de ajuda perfeito é ver o que a UPTEC e a U.Porto fizeram com a Ablynx”, alerta António Parada. E em que estádio de desenvolvimento está a Ablynx relativamente ao seu objecto de estudo e investigação? António Parada não abre muito jogo, mas sempre vai adiantando que já se chegou ao final da Fase I do nanobodie mais avançado. Trata-se de um anti-trombótico, cujo desenvolvimento ainda continua. “O que para já podemos dizer ao mercado é que os resultados são bons”, remata António Parada. Até final do ano, a empresa, fundada em 2001 na cidade belga de Gent, e já cotada na Euronext, deverá anunciar novos resultados.

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Espaço precisa-se E quais são essas dores de crescimento? Muito simples. O rápido desenvolvimento da Ablynx levou a que as suas instalações, actualmente sedeadas no pólo universitário do Campo Alegre, tivessem chegado quase ao limite da respectiva capacidade. De uma forma mais simplista, a Ablynx precisa de espaço. “Precisamos de crescer mais”, sustenta António Parada, frisando que a unidade portuguesa “tem um desempenho acima da média no conjunto global da empresa, o que é óptimo, já que se traduz no reconhecimento do nosso capital humano – tendo em contra que, a nível de infra-estruturas, não há grandes diferenças”. Mas este continuado depositar de confiança da gestão belga nos resultados que vão saindo do Porto obriga a empresa a crescer, a expandir-se e a ter outro tipo de espaço de que actualmente não dispõe. Como é que se resolve este problema? Obviamente junto da UPTEC, o parceiro natural da Ablynx para tudo o que diz respeito às infra-estruturas. Neste particular, António Parada mostra-se “confiante de que, se surgirem desafios, a UPTEC aparecerá para os superar, como aliás já o fez em outras ocasiões”. Já no que diz respeito à captação de profissionais altamente qualificados, não parecem existir grandes dificuldades de recrutamento. “A Ablynx veio para o Porto por causa das pessoas”, diz António Parada, frisando que a empresa “contrata gente muito qualificada”. Aliás, esta é uma área onde o Porto pode encontrar caminhos de inovação e negócio, fruto dos recursos humanos que produz e da capacidade instalada que não pára de crescer. A título de exemplo, refira-se que as três maiores empresas que operam em Portugal ao nível da Biologia (Bial, Grupo Biocodex e Ablynx) estão no Porto, o que permite um incremento cada vez mais intenso das relações entre o meio empresarial e o meio académico, numa espécie de negócio onde todos ganham. Num país onde empresas e universidades andam, regra geral, quase que de costas voltadas, a U.Porto toma, de novo, a dianteira, concretizando projectos no terreno e potenciando o ensino que é ministrado nas diferentes faculdades.

M I G U E L Â N G E LO PI N TO

Por conseguinte, não é de estranhar que os responsáveis da Ablynx se mostrem extremamente agradados com o desempenho da unidade portuguesa, apesar de algumas dores de crescimento que vão surgindo e às quais urge dar resposta o mais rapidamente possível. O que não deverá ser um obstáculo, até porque, diz António Parada, “a comunicação entre a Ablynx e a UPTEC dificilmente poderia ser melhor”.


BENEFICIUM JURIS No vetusto edifício da Rua dos Bragas ainda restolhavam as memórias de mais de 60 anos devotados ao ensino das engenharias quando, com a subtileza de um virar de página, um novo ofício se anuncia. Em amplas divisões despojadas de vida, a luz irrompe para definir a silhueta do mobiliário expectante e instalar a quietude própria do vazio. A espera pressente-se na rudeza do quadro de lousa, na austeridade académica de cadeiras e secretárias, no brilho opaco dos azulejos, na superfície acetinada das madeiras, na alvura da pedra monumental. Um vagar cerimonioso como que se entranha na massa construída, enquanto a patine do tempo vai obedecendo às instruções de uma nova ordem. Os quatro pisos em geometria rectangular preparam-se, solicitamente, para acolher a precisão imprecisa das Ciências Jurídicas. A Técnica em breve cederá lugar à Razão das Leis. Beneficium juris nemini est denegandi / A ninguém deve ser denegado o benefício do Direito. E assim o avatar acontece, conferindo à FDUP a gravitas que lhe permite instruir, condignamente, novas gerações para a administração da Justiça.

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RMG


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JC/REIT

LOJA U.PORTO NA FBAUP

A Loja da Universidade do Porto deu recentemente um passo importante na concretização da sua estratégia de aproximação à comunidade académica e à cidade, com a abertura de uma sucursal na Faculdade de Belas Artes (FBAUP), no espaço antes ocupado pela livraria In-Úteis. O conjunto de produtos da Loja da Universidade do Porto cobre as vertentes de livraria, papelaria, têxteis, vinho do Porto, obras gráficas, posters, postais e outras. Trata-se de artigos inovadores, distintos na qualidade e com algum tipo de ligação à instituição, nomeadamente ao nível da concepção. De acordo com a orientação estratégica da Loja, este conjunto deverá ser progressivamente alargado com novos produtos, até ao final do ano. Com o novo espaço, em exploração pela Associação de Estudantes da FBAUP, a Loja pretende vir a disponibilizar objectos concebidos por elementos desta Faculdade, assim como reproduções do seu espólio museológico. Entre os produtos a acrescentar nos próximos tempos à variedade já disponível, estão os brinquedos pedagógicos e os objectos inovadores numa perspectiva tecnológica, nalguns casos em resultado da investigação realizada pela comunidade científica da U.Porto. Até ao Natal perspectiva-se a remodelação da página da Loja (http://www.loja.up.pt) com módulo de vendas on-line e ofertas especiais.


MONTRA

VINHO, GASTRONOMIA E SAÚDE

QUE COMEMOS?

C. HIPÓLITO - REIS

TRADUÇÃO DE PAULO VAZ-PIRES EDITORA UP

EDITORA UP

PERE PUIGDOMÈNECH

“AJUDAR A NASCER - PARTEIRAS, SABERES OBSTÉTRICOS E MODELOS DE FORMAÇÃO (SÉCULO XV - 1974)” MARINHA CARNEIRO

EDITORA UP

É segura a alimentação de hoje? Porque é que comer pode ser tanto uma fonte de prazer como de angústia? Que comemos no passado, que comemos agora e que comeremos no futuro? São estas as questões a que Pere Puigdomènech, professor de Investigação no Instituto de Biologia Molecular de Barcelona (CSIC) e director do Laboratório de Genética Molecular Vegetal (CSIC-IRTA), procura responder na obra “Que Comemos?”, com chancela da Editora UP, e que traduzem uma análise abrangente da problemática da alimentação. Nas palavras do autor, “este livro pretende dar uma visão geral, ainda que não exaustiva, do conjunto de factores que permitem responder à pergunta que lhe dá o título. E estes factores são muitos. Vão desde o que é necessário comer, o que é possível cultivar e como produzir alimentos para a actual população do mundo, até ao que podemos prever no futuro próximo, na perspectiva da biologia moderna”. Numa altura em que a alimentação saudável está na ordem do dia, marcando as preocupações quer dos especialistas em saúde e nutrição, quer dos consumidores, quer dos próprios programas governamentais, “Que Comemos?” torna-se ainda mais actual, não deixando se ser acessível a um público mais vasto nesta tradução de Paulo Vaz Pires, investigador no Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMAR) e docente no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, onde é director do Departamento de Produção Aquática.

“Ajudar a Nascer” acompanha, de forma contextualizada e cientificamente sustentada, o processo de profissionalização das parteiras, percorrendo a sua trajectória socioprofissional e formativa desde o século XV, em que o “ser parteira” assumia o estatuto de ofício, até à conquista de um espaço profissional próprio, já no século XX. No prefácio do livro, Maria Cristina Tavares Teles da Rocha e José Alberto Correia, ambos docentes e investigadores da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da U.Porto, consideram que a obra de Marinha Carneiro “constituirá seguramente uma referência incontornável da investigação a desenvolver em vários domínios disciplinares como sejam, entre outros, a História e Sociologia das Profissões e do Trabalho, Sociologia dos Sistemas de Formação e Teoria do Currículo, História e Sociologia da Saúde, Sociologia dos Objectos Técnicos”. Marinha Carneiro (Santo Tirso, 1954) é professora/coordenadora da Escola Superior de Enfermagem do Porto, onde lecciona nas áreas de História da Enfermagem, Enfermagem e Cidadania e Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. É licenciada, mestre e doutorada em Ciências da Educação pela U.Porto, e licenciada em Enfermagem com Especialização em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica.

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Em “Vinho, Gastronomia e Saúde”, C. Hipólito-Reis, professor jubilado de Bioquímica da Faculdade de Medicina da U.Porto, analisa as inter-relações do vinho, da gastronomia e da saúde, encarando-as como um conjunto sistémico de complementaridades em que os três elementos se relacionam em harmonia. “A certeza de que a vida, a sua duração e qualidade, e a saúde, em termos gerais, dependem da alimentação, o conhecimento da espantosa excelência de, pelo menos, uma certa gastronomia, dita mediterrânica, grega ou cretense, em que o vinho tem a sua parte, e a descoberta dos valores simbólicos desta actividade humana (…), abriram perspectivas novas numa área do saber humano em que a dada altura, cientificamente, tanto se empolou a alimentação racional e ao mesmo tempo, inapelavelmente, se condenava o vinho como droga geradora de desgraças orgânicas, comportamentais e comunitárias”. (C. HipólitoReis, in Prefácio). São estas novas perspectivas que o autor explora nesta obra lançada pela Editora UP (http://editora.up.pt). Apresenta-se em duas partes: a primeira tem quatro capítulos preparatórios daquele em que se formula o tema (as inter-relações do vinho, da gastronomia e da saúde), seguindo-se-lhes um de integração dos recursos discutidos na matéria médica, e outro conclusivo. A segunda parte inclui sete apêndices de carácter especializado, contendo as informações complementares requeridas.


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MÉRITO

“YOUNG SCIENTIST AWARD 2008”

“JORNALISTA REVELAÇÃO” EM ANGOLA

Ricardo Dinis-Oliveira, investigador e docente do Instituto de Medicina Legal da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), tornou-se, no passado mês de Junho, o primeiro português a ser distinguido com o prémio “Young Scientist Award 2008”, atribuído pelo comité científico da International Association of Forensic Toxicologists (IAFT). Aos 29 anos, o jovem investigador, licenciado em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP), viu premiado o carácter inovador da tese de doutoramento em Toxicologia pela mesma faculdade. Juntamente com cientistas da FMUP, da FFUP e da Faculdade de Desporto (FADEUP), Dinis-Oliveira descobriu um antídoto para uma das substâncias que provoca mais mortes por envenenamento em Portugal: o paraquato. A equipa de investigação demonstrou, pela primeira vez, que a administração de salicilatos a animais de laboratório intoxicados com paraquato é capaz de reverter a toxicidade. Este tratamento está a ser testado num ensaio clínico com o objectivo de avaliar o grau de eficácia nos seres humanos. Publicados em várias revistas científicas, os resultados da investigação já foram sujeitos a registo de Patente Nacional e Internacional. Para além do prémio da IAFT, Ricardo Dinis-Oliveira foi ainda reconhecido com a atribuição do Título de Doutoramento Europeu.

Cresceu em Portugal, “encontrou-se” em África e pondera “viver um tempo na América Latina”. Recusa o epíteto de “aventureiro” mas é de aventura que se faz o mundo de Pedro Cardoso, o antigo aluno da U.Porto que foi distinguido, no dia 4 de Outubro, como “Jornalista Revelação” de Angola no âmbito do Prémio Maboque 2008, o mais importante galardão angolano para a área da comunicação social. Aos 26 anos, o repórter luso-angolano vê reconhecido o mérito de um “percurso diferente” que, em quatro anos, o levou das salas da licenciatura em Jornalismo e Ciências da Comunicação da U.Porto (concluída em 2004) até ao cargo de subchefe de redacção do Novo Jornal, um dos mais proeminentes jornais angolanos. Pelo meio, fez a “escola” em Cabo Verde (jornal A Semana), antes de rumar a Angola, em 2006. “Sou filho de angolanos e sempre alimentei o desejo de vir para cá”, destaca Pedro Cardoso que, até chegar ao Novo Jornal, trabalhou em várias publicações institucionais e foi colaborador do Público. Sobre o prémio, a nova “revelação” do jornalismo angolano destaca “o valor pessoal e simbólico” do mesmo. Ser reconhecido em Angola é o fechar de um ciclo para mim e para a minha família”, realça. Sem esquecer os amigos que fez na U.Porto, Pedro Cardoso não pondera, porém, o regresso a Portugal. “Mais do que nunca, Angola precisa de jornalistas responsáveis e eu sinto um compromisso muito forte com esta terra”.

DOUTORADO DA FEUP DISTINGUIDO COM PRÉMIO EUROPEU

Pedro Martins, investigador do Instituto de Biologia Celular e Molecular (IBMC), licenciado e doutorado pela Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), foi recentemente distinguido na primeira edição do prémio “EFCE Excellence Award in Industrial Crystallization 2008”. Atribuído pela Federação Europeia de Engenharia Química (EFCE), este galardão visa premiar as melhores teses de doutoramento realizadas a nível europeu na área da cristalização. A tese de Pedro Martins – intitulada “Modelling Crystal Growth from Pure and Impure Solutions: A Case Study on Sucrose” – foi escolhida pelo seu “grau de inovação, profundidade e alcance, bem como pela sua relevância industrial”. Desenvolvido no Departamento de Engenharia Química da FEUP e orientado pelo professor Fernando Roch, o trabalho consistiu na investigação do crescimento cristalino sob os pontos de vista teórico e experimental, dando particular ênfase à cristalização da sacarose em soluções puras e impuras. Para além de receber um prémio superior a 1.500 euros, Pedro Martins garantiu ainda a participação no 17th International Symposium on Industrial Crystallization (ISIC 17), evento que teve lugar, em Setembro, em Maastricht, na Holanda.


PRÉMIO PFIZER PARA EQUIPA DA FMUP

BOLSA DE INVESTIGAÇÃO PARA FMUP

PATRÍCIA TEIXEIRA LOPES É ‘ECONOMISTA REVELAÇÃO’ 2008 Propõe uma abordagem inovadora e pode representar uma nova esperança para homens diabéticos que sofram de disfunção eréctil. Assim se define a proposta de investigação que valeu a uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP) a atribuição da Bolsa de Investigação ABBOTTUrologia 2008, pela Associação Portuguesa de Urologia. Liderada por Carla Costa (bióloga doutorada pela FMUP) e Pedro Vendeira (urologista licenciado e doutorado pela FMUP) – na foto – e completada por Raquel Soares (bioquímica licenciada pela FCUP, mestre e doutorada pela FMUP), Duarte Pignatelli (endocrinologista licenciado e doutorado pela FMUP) e Ângela Castela (bioquímica licenciada pela Universidade de Coimbra), esta equipa multidisciplinar pretende identificar os genes ligados à função vascular que estão alterados no pénis de animais (ratos) diabéticos. Em caso de sucesso, podem abrir-se as portas à criação de novas terapêuticas direccionadas ao combate à disfunção eréctil, problema que atinge entre 50 a 70% dos homens diabéticos. A Bolsa de Investigação ABBOTT Urologia 2008 tem o valor de 5 mil euros e foi atribuída durante o X Simpósio da Associação Portuguesa de Urologia, que se realizou, de 9 a 11 de Outubro, no Algarve.

Patrícia Teixeira Lopes, antiga aluna e docente da Faculdade de Economia da U.Porto (FEP), foi distinguida, no passado mês de Outubro, com o Prémio Professor Manuel Baganha promovido, pela primeira vez, pela Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Economia da U.Porto (AAAFEP). Doutora em Ciências Empresariais, Patrícia Teixeira Lopes é Licenciada em Gestão e Mestre em Ciências Empresariais (com especialização em Finanças) pela FEP, instituição à qual se mantém ligada como professora auxiliar do Grupo de Contabilidade e Gestão. Autora de diversas publicações em revistas nacionais e internacionais, a “Economista Revelação 2008” tem desenvolvido trabalhos de consultoria junto de várias empresas e instituições. Desde Abril deste ano, ocupa também as funções de Pró-Reitora da U.Porto, responsável pelo pelouro do Planeamento Estratégico, Relações e Participações Empresariais. O Júri desta primeira edição do Prémio Professor Manuel Baganha foi composto por José da Silva Costa (Director da FEP), Joaquim Branco (Presidente da AAAFEP), Daniel Bessa (Director da EGP-UPBS), e pelos economistas e alumni da FEP, Miguel Cadilhe e Oliveira Marques. No mesmo encontro que distinguiu Patrícia Teixeira Lopes foi prestada homenagem aos primeiros licenciados da faculdade, na pessoa de oito estudantes da primeira licenciatura concluída em 1958.

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Uma equipa de investigação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) foi recentemente galardoada com a “Bolsa Pfizer de Investigação Clínica em VIH/SIDA”, no valor de 60 mil euros. Esta bolsa – a de maior valor atribuída pela Pfizer e pela Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa – distinguiu o projecto “Risco cardiovascular aumentado na infecção VIH. Contribuição da dimetilarginina assimétrica para avaliação da disfunção endotelial. Estudo transversal e prospectivo”, liderado pelos docentes e investigadores Manuel Pestana (director do Serviço de Nefrologia da FMUP) e António Sarmento (director do Serviço de Doenças Infecciosas). O objectivo da investigação é descobrir se a dimetilarginina assimétrica – uma proteína presente no nosso organismo – poderá ser um marcador do risco de acidentes cardiovasculares nos pacientes com VIH. Para isso, os investigadores estudam 1.500 pacientes com VIH que frequentam o Hospital de São João, no Porto. Apesar destes doentes beneficiarem de melhor qualidade de vida devido à eficácia dos medicamentos anti-retrovíricos, os acidentes cardiovasculares são uma das principais causas de morte na população infectada pelo VIH.


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MÉRITO

NOVA PROMESSA DA ARQUITECTURA

HONORIS CAUSA PARA ANAKE KIJJOA

Não resiste a sashimi de atum, vibra ao som de John Cage, mas é a desenhar edifícios que mais se destaca Nuno Travasso, o melhor aluno da Faculdade de Arquitectura da U.Porto (FAUP) no biénio 2005/2007 e, por isso mesmo, vencedor da edição 2008 do Prémio Arquitecto José Marques da Silva, promovido pelo instituto da U.Porto com o mesmo nome. Foi no passado dia 30 de Outubro que Nuno Travasso recebeu os 2500 euros do galardão que celebra a vida e a obra de um dos maiores vultos da história da Universidade e da arquitectura portuguesa. Valor a juntar aos vários galardões amealhados ao longo de um percurso académico de excelência, culminado em 2007 com a conclusão da licenciatura pela FAUP (média final de 17 valores). “As recompensas que procuro não são prémios. No entanto, estes lembram que esta lógica da recompensa existe e são, por isso, um incentivo”, destaca o arquitecto. Aos 28 anos, e com um currículo em que se assinalam as colaborações com vários arquitectos portuenses, a mais nova promessa saída da “Escola do Porto” aposta na afirmação “como arquitecto independente”. Nos projectos “a longo prazo” de Nuno Travasso está também a continuação do percurso académico na FAUP, “casa” onde diz ter ganho “a estabilidade necessária para procurar novos modos de olhar e de fazer”.

Anake Kijjoa, professor do Departamento de Química do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), recebeu um doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Burapha, Tailândia, a 25 de Novembro. O professor, de origem tailandesa e a viver em Portugal há vários anos, desempenhou e desempenha um papel decisivo no desenvolvimento das relações entre a U.Porto e as universidades tailandesas. Anake Kijjoa iniciou a sua actividade docente na U.Porto em 1981, primeiro no Departamento de Química da Faculdade de Ciências e, depois de 1984, no ICBAS, onde também é responsável pelo Departamento de Química. A U.Porto mantém, actualmente, acordos de cooperação com as universidades tailandesas de Burapha, Kasetsart, Chiang Mai e Khon Kaen. Até agora, o professor e investigador interveio na vinda de oito estudantes tailandeses para a U.Porto, onde já concluíram as suas teses de doutoramento. Colaborou ainda no ingresso de mais onze discentes, cujas teses de doutoramento ainda estão em curso. A intervenção de Anake Kijjoa e da Comissão Europeia possibilitou também a assinatura de um acordo entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português e o ministério congénere tailandês. JC

CATEDRÁTICO DA FFUP DISTINGUIDO NO JAPÃO

José Costa Lima, professor catedrático da Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP), foi galardoado com o “FIA Honor Award for Science”, um prémio promovido pela Associação Japonesa de Flow Injection Analysis com o objectivo de distinguir investigadores que se destaquem pela actividade científica de excelência na área de análise em fluxo. Nascido no Porto em 1945, Costa Lima vê reconhecido um percurso que inclui a licenciatura e o doutoramento em Química, pela Faculdade de Ciências da U.Porto. Na Faculdade de Farmácia fez a agregação em Química Analítica e é actualmente Director do Serviço de Química-Física, bem como coordenador do Mestrado em Química Analítica Ambiental. Investigador multipremiado nas áreas da Química Analítica ou da Química Ambiental, José Costa Lima é autor de mais de 420 artigos científicos publicados em revistas Internacionais. No currículo conta ainda com passagens por altos cargos em sociedades científicas de referência nos campos da Electroquímica, Química e Ciências Farmacêuticas. O “FIA Honor Award for Science” foi entregue durante a “15th International Conference on Flow Injection Analysis and Related Techniques”, um evento que teve lugar em Nagoiya, no Japão, entre 28 de Setembro e 3 de Outubro.


Ricardo Veloso e João Costa, dois estudantes que terminaram no ano passado o Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação (MIEIC) da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), tornaram-se recentemente nos primeiros membros da instituição a receberem elogios de frequência Erasmus, louvor que visa reconhecer a excelência dos resultados obtidos pelos estudantes na sua passagem pelo mais conhecido programa de mobilidade no ensino superior europeu. Foi no primeiro semestre do ano lectivo 2007/08 que o duo partiu rumo à Eslováquia para um período de estudos na Fakulta Riadenia a Informatiky (Žilinská Univerzitá). Da experiência na Europa Central, Ricardo Veloso destaca o “contacto com um país fantástico na sua beleza natural e cultural”, a par do “nível do ensino praticado”. “O nosso contacto com os professores e o nosso estudo foram muito apreciados. Gostámos imenso do trabalho deles, que tornaram as cadeiras um desafio interessante e empolgante”, lembram os novos alumni da FEUP, para quem a felicitação pública – acordada entre as universidades de origem e de destino – acaba por ser “a cereja no topo do bolo”. Actualmente a trabalhar em Inglaterra e na Polónia, respectivamente, Ricardo Veloso e João Costa destacam os benefícios de uma experiência Erasmus, não só pela valorização pessoal, mas sobretudo “pelo que pode representar no futuro, em termos profissionais”.

O e-book “Laboratórios de Instrumentação para Medição/ Laboratories of Instrumentation for Measurement”, obra multimédia bilingue criada na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) e editada pela Editora UP, venceu a V Competição Internacional “eLearning in Praxis”, iniciativa que visa divulgar novas modalidades de ensino baseadas em soluções de eLearning. Da autoria de cinco docentes e investigadores do Departamento de Engenharia Mecânica da FEUP (Maria Teresa Restivo, Fernando Gomes de Almeida, Maria de Fátima Chouzal, Joaquim Gabriel Mendes e António Mendes Lopes), este e-book inovador permite, pela primeira vez, o acesso online a laboratórios remotos. Na prática, o leitor pode, a partir de qualquer lado, “entrar” nos laboratórios da FEUP e experimentar diferentes técnicas de medição – como se estivesse em ambiente laboratorial real –, a partir da interacção com textos, imagens, vídeos, animações e simulações. Com a atribuição do “eLearning in Praxis” na categoria “Materiais de apoio à aprendizagem online”, o primeiro ebook editado pela Editora UP convertese também na primeira obra da editora premiada no estrangeiro. A entrega do galardão teve lugar durante a VI International Conference on Emerging eLearning Technologies and Applications 2008, que decorreu em Setembro, na Eslováquia.

“ÓSCAR” DA ANIMAÇÃO PARA ALUMNI DA FBAUP

O atelier Bolos Quentes, formado pelos licenciados da Faculdade Belas Artes da U.Porto (FBAUP) Albino Tavares, Duarte Amorim, Miguel Marinheiro e Sérgio Couto, foi distinguido com o Prémio de Melhor “Music Video” no Ottawa International Animation Festival (OIAF 07), um dos mais prestigiados festivais internacionais na área do cinema de animação. De 17 a 21 de Setembro, o OIAF reuniu na capital canadiana mais de 27 mil visitantes e 1500 empresas ligadas à indústria cinematográfica. Espaço improvável de afirmação de um projecto que até “surgiu por acaso. Depois de um trabalho para a faculdade, sobrou-nos uma película de 16mm que dava para filmar 3 minutos. Encontrámos uma música com esse tempo – ‘Spang It’, de Último – e produzimos o vídeo aplicando tinta permanente em cima da própria película”, explica Sérgio Couto. Da ideia nasceu um vídeo “low budget”, onde duas personagens interagem com manchas de tinta animada, conceito que convenceu o júri do OIAF. “O prémio foi uma surpresa porque os outros concorrentes tinham orçamentos enormes. Se ganhámos foi porque reconheceram a diferença e irreverência do projecto”. De regresso ao “mundo real”, o quarteto de jovens (todos nascidos em 1983) aposta na afirmação do Bolos Quentes, um atelier criado em 2003, enquanto espaço de trabalho académico. Desde então, desenvolveram vários projectos nas áreas do design gráfico, multimédia, vídeo e cinema, assim como intervenções artísticas e culturais. 43

ELOGIO INÉDITO PARA ERASMUS DA FEUP

PRÉMIO INTERNACIONAL PARA E-BOOK DA U.PORTO


Das danças e cantares à encenação das tradições Virado o quarto de século de existência, pelo menos duas gerações de universitários têm vindo a divulgar a cultura e tradições da região Norte através do NEFUP – Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto, antes NEFAP. De uma fase inicial de danças e cantares minhotos, o grupo evoluiu para “uma encenação de rigor teatral” das tradições, caracteriza o encenador Armando Dourado, culminando no espectáculo “O Dianho da Bruxa” dedicado a Trás-os-Montes e Alto Douro, esse “Reino Maravilhoso”, como dizia Torga.

conhecido grupo de Fafe, onde praticaram durante três meses. Anos antes, por alturas do Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, para o espectáculo “O Sol e a Lua”, o grupo procurou contrariar a tendência geral de apresentar o mais comum, o folclore do Minho, e tratou as tradições da área do Grande Porto (“Terras do Ave”, “Maia”, “Sousa”, e “Santa Maria”), em que, entre outras manifestações, registaram e assistiram ao “Enterro do João”, considerado mais genuíno na Travagem, em Ermesinde, onde decorre há cerca de 60 anos e coincide com o período entre o Carnaval e a Páscoa, tal como a “A Queima do Judas”.

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JOÃO CORREIA

D

esde que os fundadores, os então estudantes Romeu Veloso, Jorge Oliveira, Leopoldina Silva, Fernando Jesus, Adriana Costa e Fernando Fangueiro (os dois últimos ainda no grupo) constituíram o Núcleo de Etnografia e Folclore da Academia do Porto (NEFAP), a partir do Coral de Letras, em 1982, a colectividade acolheu duas gerações de universitários e várias formações, contando actualmente 35 elementos. A actual presidente, Margarida Luz, acompanhada por Jorge Caldas, um dos elementos mais antigos do NEFUP, acompanha e ajuda a direcção e é estudioso das danças tradicionais, e Armando Dourado, encenador há 12 anos, conduzem a visita pelas memórias do grupo e por um legado de música, dizeres, trejeitos, danças, costumes, objectos e trajos que mostraram, em vários palcos nacionais e estrangeiros, um pouco de uma certa condição única do Portugal a Norte. O Núcleo passou por duas grandes estéticas de representação da cultura e tradições da região e por uma mudança de nome: de Núcleo de Etnografia e Folclore da Academia do Porto (NEFAP) para Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto (NEFUP). Numa primeira fase, os espectáculos eram constituídos por danças e cantares do Minho mas, a partir de 1989, as encenações de António Augusto e novos elementos que vieram do GEFAC, de Coimbra, iniciaram uma nova fase com a teatralização de cenas do quotidiano popular, a partir de recolhas etnográficas. A viragem ficou marcada em “O Minho, o Folclore e o Vinho”. Hoje, “os espectáculos são trabalhados com o mesmo rigor de um espectáculo teatral”, explica Armando Dourado. A acrescentar ao rigor teatral, afirma ainda Jorge Caldas, procura-se estudar, recolher e registar criteriosamente manifestações genuínas. Afinal de contas, os espectáculos transmitem testemunhos da identidade cultural de uma região. Para o espectáculo “Mulher Vida e Festa”, por exemplo, que incluía uma representação do tradicional “Jogo do Pau”, durante dois minutos, os elementos do NEFUP procuraram a colaboração de um

As caretas de Trás-os-Montes Num passo em frente nesta nova senda pela encenação das tradições, pelo rigor da recolha etnográfica, o grupo aventurou-se pela zona do país “onde as tradições estão mais vivas, assinala Armando Dourado, o que implicou mais de 20 deslocações por caminhos de Trás-os-Montes e Alto Douro adentro, de Montalegre a Armamar, de Miranda a Vila Real ou Vinhais. Os “Caretos” de Podence e Varge, “Máscaros” de Ousilhão, o “Carocho” de Constantim, o “Chocalheiro” em Bemposta e o “Farandulo” em Tó, ou os diabos de Vinhais, são, apesar de máscaras para a traquinice, faces de uma mesma realidade, nem sempre conhecida, que é a grande diversidade e forte genuinidade da cultura e tradições desse “Reino Maravilhoso”, classificava o escritor Miguel Torga (numa conferência em 1941), chamado Trás-os-Montes e Alto Douro. Ramificações que resultam da interioridade a que foram votadas muitas daquelas zonas, mas também do carinho pelas culturais locais


e das longas raízes históricas, de que a língua é uma consistente demonstração, tal como se descreve na frase sobre o mirandês: “La Lhéngua Mirandesa, doce cumo ua meligrana (romã), guapa i capechana, nun yê de onte, detrasdonte ou trasdontonte mas cunta cun uito séclos de eijistência”. Querendo mostrar muito mais desta realidade multifacetada do que os pauliteiros que são a vertente mais divulgada, o NEFUP construiu o actual espectáculo “O Dianho da Bruxa”, estreado em Junho de 2007 e ainda em representação. Para a verificação dos excertos em mirandês, colaboraram elementos do grupo de divulgação da música e língua mirandesa Galadum Galundaina. Um dos aspectos apresentados e menos conhecidos da generalidade do público são precisamente as danças mistas, com par homem-mulher, que também existem naquela zona do país e estão, tradicionalmente, associadas ao namoro. Mas também estão retratados, entre vários outros aspectos, os “caretos” de Podence; o “Jogo do Panelo”, jogo com uma peça de barro preto de Bisalhães (Vila Real); a lenda da Ponte da Misarela, sobre o rio Rabagão (zona do Barroso); ou a “Ladaínha da Grande Queimada das Bruxas”, relacionada com o tão comum convívio da figura da bruxa com as tradições populares em Trás-os-Montes e que apresenta uma vertente humorística e muito peculiar em Montalegre.

Para além dos ensaios, decorrem naquelas instalações, nas traseiras da actual Faculdade de Direito, workshops e ateliers relacionados com as actividades do grupo, como os workshops para construção de “cabeçudos” (que decorreram durante o Verão até há sete anos), e os mais recentes ateliers de dança, cavaquinho viola ou bombos e caixa. Do currículo de NEFUP, os dirigentes destacam os dois primeiros prémios arrecadados em duas edições do Festival Internacional de Llangollen, no País de Gales, em 1990 e 1998. Actualmente, prepara-se o espectáculo “Percursos”, construído a partir dos momentos mais marcantes dos 25 anos do Núcleo, a estrear, previsivelmente, até final do ano no Porto.

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“Percursos” de 25 anos Após a animada conversa sobre as actividades e história do NEFUP, Jorge Caldas e Margarida Luz guiam uma pequena visita à sala de ensaios e aos bastidores. O olhar percorre fotografias de momentos marcantes, nomes dos actuais e anteriores membros, objectos que marcaram horas de trabalho e, guardados nos armários e arrecadações, a avantajada diversidade de cabeçudos; trajos tradicionais de Viana a Miranda, que variam consoante as zonas, ocasiões e classes sociais; alfaias agrícolas e de pesca; artesanato diverso. Dir-se-ia que se guarda ali um museu em potência. Aliás, entre 5 e 17 de Junho, uma faceta mais representativa deste espólio foi mostrada na Biblioteca Municipal do Porto, associada a cinco peças encomendadas a artistas plásticos. Trajos típicos, cabeçudos, artesanato, fotografias, cartazes, medalhas, galhardetes, revistas, entre outros, constituíam esta exposição que assinalou 25 anos de actividade.


O Instituto Arquitecto José Marques da Silva (IMS) é fiel depositário de um conjunto de desenhos que o mestre portuense fez em Paris, durante a sua juventude. Trata-se de uma verdadeira preciosidade artística, cujo estudo vai permitir perceber melhor a importância estética e o carácter multifacetado da obra de Marques da Silva. Feitos a tinta-da-china, aluns aguarelados, os desenhos estão a ser alvo de um acompanhamento exaustivo por parte dos técnicos do IMS e alguns foram já digitalizados.

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ANA C ARIDADE

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orria o ano de 1890 e o jovem arquitecto José Marques da Silva rumava a Paris. Recém-formado em Arquitectura pela Academia Portuense de Belas Artes, instala-se na capital francesa onde é admitido na Escola Nacional e Especial das Belas Artes. Virtuoso no Desenho, Marques da Silva frequenta o Atelier de Victor Laloux, onde faz um conjunto de provas académicas das quais resultaram desenhos notáveis e que durante décadas se julgaram perdidos. Feitos a tinta-da-china, alguns aguarelados, fazem hoje parte do espólio do Instituto Arquitecto José Marques da Silva (IMS), uma unidade orgânica da U.Porto em processo de transformação em fundação. Os desenhos que Marques da Silva fez ainda enquanto estudante encontravam-se no número 30 da Praça Marquês de Pombal, sede do IMS, casa-mãe da família Lopes Martins, à qual o arquitecto se une pelo casamento com Júlia Lopes Martins. O imóvel ficaria desabitado em 2002, por morte de David Moreira da Silva, genro de Marques da Silva, e também ele arquitecto e urbanista. Nessa altura, os técnicos do IMS começaram a inventariar o espólio móvel do edifício e foi numa cave que se depararam com uma das jóias da coroa: os desenhos. Apesar de não estarem organizados – ao contrário dos projectos dos edifícios construídos e não-construídos do arquitecto, esses metodicamente ordenados pela filha e genro – o seu estado de conservação não apresentava grandes preocupações. Actualmente, alguns dos desenhos encontram-se disponíveis e já digitalizados no IMS, muito embora ainda se esteja a proceder a um estudo profundo para se fazer a correspondência entre o enunciado das provas e os desenhos. Apesar disso, algumas correspondências já foram feitas, como é o caso da “Casa Hospitalária para a Tunísia”, feito em Março de 1891. Depois de ler o enunciado da prova, é possível estabelecer qual o desenho que lhe corresponde, tal é a especificidade de uma construção feita para um clima e uma cultura que não a europeia. Na sua tese “O arquitecto José Marques da Silva e a arquitectura no Norte do país na primeira metade do séc. XX”, António Cardoso descreve o edifício como “um estabelecimento servido por religiosos hospitalários, situado entre duas cidades, de apoio a viajantes e indígenas que aí poderão concentrar abrigo durante as horas de intenso calor e repousar segundo o uso das suas regiões”. Uma escola, um hotel, ou uma porta, são exemplos de outros desenhos à espera de serem estudados e devidamente identificados.

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O Porto de Marques da Silva Mas se aos 21 anos Marques da Silva andava em Paris, onde conviveu, entre outros, com Teixeira Lopes, Ventura Terra, Veloso Salgado e António Nobre, e obteve, em 1896, o título de Arquitecto Diplomado pelo Governo Francês, poucos anos passaram desde que regressou a Portugal, onde projectou algumas das obras mais emblemáticas da cidade do Porto. O Teatro Nacional de S. João, a estação de S. Bento, a Casa de Serralves ou os liceus Rodrigues de Freitas e Alexandre Herculano são apenas alguns dos edifícios de sua autoria e que mudaram para sempre a paisagem da Invicta. Também na Avenida dos Aliados, artéria nobre da cidade, deixa a sua marca com os edifícios do Jornal de Notícias, de “A Nacional” e do “Banco Inglês”, e é de Marques da Silva o Monumento aos Heróis das Guerras Peninsulares, que ainda hoje se eleva no centro da Praça Mouzinho de Albuquerque (Rotunda da Boavista). Os desenhos e os escritos destes e dos outros projectos com a assinatura de Marques da Silva encontram-se no IMS, onde amiúde são alvo do escrutínio de investigadores. Um legado deixado por Maria José Marques da Silva, filha do arquitecto, que por testamento deixou todo o espólio do pai à U.Porto para com ele fundar o Instituto Arquitecto José Marques da Silva.


enhos de ques da Silva am nova a do arquio

Para além do número 30 da Praça Marquês do Pombal, o número 44 tem também uma importância fulcral no que diz respeito ao património imóvel do IMS. À espera de recuperação, a casa-atelier de Marques da Silva, projectada pelo próprio, é um edifício valioso para compreender a vida e obra do arquitecto. Construída na primeira década do século XX, esta casa nasce, como escreveu António Cardoso, “no espaço afectivo da sua juventude”. “Era uma aproximação à casa-mãe, um reino de paz (e alguma solidão) e de conforto material”. O andar que fica à cota do magnífico jardim era o atelier do arquitecto que, segundo a descrição de António Cardoso, “mostrava uma hierarquia de espaços com uma sala de receber, com um fogão inscrito (duplamente) na parede de separação, dando sobre a sala de trabalho de Marques da Silva. Os espaços de trabalho (…) eram articuláveis com as escadas interiores de acesso aos andares superiores, numa disposição verificável noutros projectos, que aqui assumia a função instrumental de fácil direcção e gestão do escritório, com o empenhamento e o tacto da mulher do arquitecto”. Marques da Silva viveu nesta casa até morrer, em 1947, com 78 anos. Mais de 60 anos depois do seu desaparecimento, o IMS está a trabalhar num núcleo documental e museológico que permita que o olhar da cidade se detenha, não só na obra, mas também nos objectos pessoais do arquitecto.

CAIXA Maria José Marques d Foi a primeira mulher la de Belas Artes do Po e, depois da morte de caso da Igreja de S. To intimamente ligada a presidente da Secção R em 1996 e o seu espó

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CAIXA David Moreira da Silv Foi o último a habitar urbanista, era genro d de Sá da Bandeira e F forma, na Rua de Nos dos Pedreiros, na Ru Conceição, na Praça M cujos projectos e resta


UM MEETING POINT DO HÓQUEI NA INTERNET

“A primeira equipa do CDUP, em 1950, no antigo Palácio de Cristal” Foto do encontro dos antigos hoquistas: “Encontro em Fevereiro de 2008. De baixo para cima e da esq. para a dta.: Carvalho e Castro; Carlos T. Fernandes; Adriano Pimenta (de pé); Luis Salvador; Alfredo Cardoso da Silva, Fernando Ranito; José Abreu; Telmo Pinto Basto (de pé); José Luis Lima; Álvaro Teixeira Bastos; Mário Montes; Carlos Alves; Fernando Rocha; Carlos Pinto Machado; Carlos Fontes”

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Antigos Orfeonistas procuram novos sócios

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A Associação dos Antigos Orfeonistas da U.Porto está a convidar os antigos alunos da Universidade a inscreverem-se como sócios. Para tanto, os interessados só têm que enviar para a sede da associação (Rua dos Bragas, 289, 4050-123 Porto) um pedido nesse sentido (com nome, faculdade frequentada, endereço e telefone) ou preencher uma ficha de inscrição no site dos Antigos Orfeonistas (hptt://aaoup.up.pt). O convite dos Antigos Orfeonistas é, aliás, bastante sugestivo: “Se foste aluno da nossa Universidade e gostas de cantar, tocar, dançar ou simplesmente conviver e passear, junta-te a nós que serás bem-vindo”. De referir que podem ser associados, não apenas os alumni da U.Porto, como também os antigos elementos do Orfeão Universitário. A Associação dos Antigos Orfeonistas foi criada em 1967, “fruto do entusiasmo e desejo de reviver os bons tempos de estudante de um grupo de antigos orfeonistas da Universidade”. Actualmente, a associação tem em actividade um grupo coral, uma orquestra de tangos, duas tunas (no Porto e em Lisboa), um grupo de fados e um grupo de danças, embora se encontre aberta a outras formas de expressão artística que os seus associados queiram desenvolver. Os ensaios, reuniões, palestras e outros encontros académicos têm lugar na sede instalada na antiga Faculdade de Engenharia, na Rua dos Bragas. Resta dizer que os Antigos Orfeonistas editam um jornal de distribuição gratuita para todos os sócios, o Lamiré, onde são divulgadas as actividades da associação e recordados momentos da sua história. RMG

s antigos jogadores de hóquei em patins do CDUP – Centro Desportivo Universitário do Porto têm um novo ponto de encontro, mas, desta vez, na Internet. Trata-se de um blogue, http://nososdooqueidocdup.blogspot. com, criado por Fernando Ranito, antigo treinador do clube, entre 1962 e 1980. O blogue inclui imagens dos vários encontros que os antigos jogadores foram mantendo e ainda elementos sobre a história da modalidade no CDUP, tais como fotos e textos. No essencial, são textos assinados por Carvalho e Castro, que acompanhou a origem daquela secção hóquei. Foi jogador, chefe de secção e treinador, tendo acompanhado as diversas gerações que passaram pelo clube. Um grupo de antigos jogadores, hoje na casa dos 60/70 anos, continua a reunir-se anualmente. E alguns deles, até há pouco tempo, ainda jogavam semanalmente no Pavilhão do Vigorosa. Em 1958, 1959 e 1969, o CDUP jogou na divisão maior do hóquei português. A partir de 1969, formou um conjunto de jogadores, desde os 13 anos (juniores), que continuaram até ao escalão sénior, tais como o guarda-redes Passos Cardoso e os irmãos José e Rui Resende. São estes, agora na casa dos 40/50 anos, que falta trazer para o convívio do hóquei do CDUP, comenta Fernando Ranito. Talvez o novo blogue, que já incentiva a troca de impressões e o convívio entre a geração que jogou nos anos 60, possa vir a contribuir também para alargar o conjunto de convivas. JC


U.PORTO EM NÚMEROS

3 14 1

Campus Universitários Faculdades Business School

2 270 1 428

Docentes (1903,8 ETI) Docentes com doutoramento

1 702

Funcionários

28 901 22 477 3 845 530 2 049 742 2 263 1 085 583 330 208 57 61 599 641 35 18 139 49 400

Estudantes Estudantes de 1º Ciclo e Mestrado Integrado Estudantes de 2º Ciclo /Mestrado Estudantes de Especialização Estudantes de 3º Ciclo /Doutoramento Investigadores Post-Doc Estudantes estrangeiros (7,8% do total) em programas de mobilidade em cursos de 1º Ciclo e Mestrado Integrado em cursos de 2º Ciclo (mestrado) em cursos de 3º Ciclo (doutoramento) investigadores Post-Doc Nacionalidades diferentes Universidades estrangeiras com protocolo de cooperação Programas de Formação em 2008/09 Cursos do 1º Ciclo / Licenciatura Cursos de Mestrado Integrado Cursos de 2º Ciclo / Mestrado Cursos de 3º Ciclo / Doutoramento Cursos de Formação Contínua

4 025 4 010 154,2

Vagas disponíveis em 2008/09 (15,1% das vagas nacionais) Vagas preenchidas na 1ª fase do concurso nacional 2008/09 (99,6% das vagas preenchidas) Mais alta classificação média do último colocado das universidades públicas

69 31 13 1 721 39 32

Unidades de investigação Unidades com classificação “Excelente” e “Muito Bom” Unidades integradas em Laboratórios Associados ao Estado Artigos científicos indexados na ISI Web of Science em 2007 (22,4% da produção nacional) Patentes em nome próprio Spin-offs (empresas desenvolvidas na Universidade)

30 634 449 30 607 829 601 9 1 214 20 2 270 13 600 1.95 4 733

Bibliotecas Títulos de Monografias Revistas científicas disponíveis on-line Downloads de artigos científicos Residências Universitárias Camas Unidades de alimentação (cantinas, bares, etc) Lotação das cantinas Refeições servidas por dia Preço de refeição em cantina de aluno de 1º ciclo Estudantes com bolsas de estudo


ANÚNCIO CONTRACAPA FALTA


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