UPorto Alumni #17

Page 1

17

Revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto, Nº 17, II Série, Dezembro de 2012, 2.5 Euros

A FACE MAIS COSMOPOLITA DA U.PORTO, Pá g. 1 6 CARLOS DANIEL: UM FAZTUDO DO JORNALISMO, Pá g. 0 8 UPVET COM NOVO ÉLAN, Pá g. 1 2 ENTREVISTA A CLAUDIO SUNKEL, Pá g. 3 0 1.ª EMPRESA ESTRANGEIRA DO UPTEC, Pá g. 3 7 JÚLIO RESENDE IN MEMORIAM, Pá g. 3 8 LABIOMEP: EXCELÊNCIA NA BIOMECÂNICA, Pá g. 4 6



José Carlos Marques dos Santos

Reitor da Universidade do Porto

E

U P O RT O A L U M N I 1 7

m 2012 comemoram-se os 25 anos do Programa Erasmus, iniciativa que promove a mobilidade internacional de estudantes, docentes, investigadores e demais colaboradores das instituições europeias do ensino superior. Trata-se de um dos maiores êxitos do projeto comunitário, na medida em que envolve 90% das universidades europeias e já proporcionou períodos de estudo ou estágios profissionais no estrangeiro a dois milhões de jovens, dos quais 30 mil são portugueses. Considerando a importância da efeméride, pareceu-nos pertinente fazer da mobilidade internacional o tema principal deste 17.0 número da UPorto Alumni. Nesta edição, damos pois a conhecer casos de estudantes e docentes estrangeiros que, depois de um período de estudos na U.Porto, permaneceram na instituição, assim como casos de estudantes e docentes portugueses que, após a frequência de programas de mobilidade em universidades internacionais, regressaram ao país, para cujo desenvolvimento contribuem agora com as suas qualificações. Quisemos, portanto, observar os dois lados da questão e, no atual clima de desânimo que se vive em Portugal, mostrar que há quem acredite no país, mesmo tendo oportunidades no estrangeiro ou não tendo cá nascido.

Os programas de mobilidade constituem um pilar fundamental da estratégia de internacionalização da U.Porto. Graças à mobilidade internacional, a nossa Universidade possibilita aos membros da sua comunidade académica o enriquecimento de competências através do contacto com outras vivências universitárias, profissionais e culturais. Mas não menos importante é o acolhimento, ao abrigo dos programas de mobilidade, de estudantes, docentes e investigadores de outros pontos do globo. Com os programas de mobilidade, em particular com o Erasmus, a U.Porto ganhou uma capacidade acrescida de atrair talentos e de os integrar na sua dinâmica de produção de conhecimento. Não temos dúvidas de que, num contexto de forte concorrência global no ensino superior, a capacidade de atrair talentos é um fator competitivo da maior importância. Neste sentido, a U.Porto tem desenvolvido esforços para reunir no seu campus estudantes, docentes e investigadores de todo o mundo, de forma a ampliar a massa crítica da Universidade e a reforçar a sua capacidade de intercâmbio internacional. Aproveito a ocasião para desejar Boas Festas aos nossos leitores, em especial aos antigos estudantes da U.Porto e demais membros da nossa comunidade académica.

1

EDITORIAL


12 REDAÇÃO Anabela Santos (AS) Pedro Rocha (PR) Tiago Reis (TR) DIRETOR José Carlos Marques dos Santos

8

DEPÓSITO LEGAL 149487/00

IMPRESSÃO MultiPonto

DESIGN Rui Guimarães SUPERVISÃO REDATORIAL Ricardo Miguel Gomes (RMG)

EDIÇÃO E PROPRIEDADE Universidade do Porto Gabinete do Antigo Estudante Serviço de Comunicação e Imagem Praça Gomes Teixeira • 4099-345 Porto Tel: 220408178 • Fax: 223401568 ci@reit.up.pt UPorto Alumni Revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto Nº 17, II Série

Notícias sobre a atualidade da comunidade académica da U.Porto, como a festa de acolhimentos dos novos estudantes da Universidade, a inauguração do Centro de Inovação do UPTEC, a atribuição de uma bolsa do ERC a um investigador da FEUP e o triste desaparecimento dos professores Nuno Grande e Ribeiro da Silva.

PERCURSO É há quase 20 anos o rosto do Jornal da Tarde da RTP, mas já o vimos a apresentar programas desportivos, moderar debates políticos e comentar futebol. Polivalente assumido, apaixonado por futebol, o antigo estudante Carlos Daniel é uma das caras mais (re)conhecidas da televisão em Portugal.

A UPVet ganhou uma segunda vida, com a passagem das vetustas instalações no antigo edifício do ICBAS para a moderna clínica onde está hoje a funcionar, no Complexo ICBAS/FFUP. Ao fim de dois meses no novo local, foi já batido o recorde mensal de casos clínicos. Com equipamento de ponta, a UPVet acalenta a ambição de se tornar um hospital veterinário.

16

4

PERIODICIDADE Trimestral

TIRAGEM 60.000

ICS 5691/100

COORDENAÇÃO EDITORIAL Assunção Costa Lima (G-AAUP) Raul Santos (SCI)

COLABORAÇÃO REDATORIAL Conselho Coordenador de Comunicação: Ana Rodrigues (FAUP) Carlos Oliveira (FEUP) Cristina Claro (FADEUP) Elisabete Rodrigues (FCUP) Fátima Lisboa (FLUP) Felicidade Lourenço (FMDUP) Gabinete de Marketing e Comunicação (FEP) Joana Cunha (FBAUP) Luís Violante (FPCEUP) Mafalda Ferreira (EGP) Maria Manuela Santos (FDUP) Mariana Pizarro (ICBAS) Teresa Duarte (FMUP)

FOTOGRAFIA Ana Roncha António Chaves Egídio Santos

NO CAMPUS

PORTO, CIDADE, REGIÃO

EM FOCO Em 2012/2013, mais de 3.500 estudantes e investigadores estrangeiros vão passar pelas salas e laboratórios da U.Porto. Fazem-no numa época em que Universidade lidera alguns dos mais importantes consórcios internacionais e continua a crescer nos rankings do ensino superior. Com a emigração como cenário cada vez mais tentador, percorremos as histórias de académicos, investigadores, não docentes e empresários que ajudam a escrever o sucesso da internacionalização da U.Porto.


42

MÉRITO

O diretor do IBMC não tem dúvidas de que “a ciência portuguesa cresceu de forma incrível”. Mas teme, agora, que o sistema científico nacional não consiga “passar para o patamar seguinte”. Claudio Sunkel receia os cortes no financiamento da investigação e desconfia da estratégia do Governo para a ciência. Para o investigador de origem chilena, “a ciência portuguesa tem mais credibilidade fora de Portugal do que entre os decisores políticos”.

38

Fotorreportagem do Complexo ICBAS/FFUP, junto ao Palácio de Cristal, inaugurado a 20 de janeiro último. Com 32.125 m2 de novas edificações e 3.200 m2 de recuperação da antiga Reitoria, o complexo abarca quatro edifícios que acolhem os mais de 4.000 estudantes e quase 400 docentes, investigadores e funcionários do ICBAS e da FFUP.

46

FACE-A-FACE

ALMA MATER

37

30

Prémios, distinções e descobertas que valorizam a comunidade académica da U.Porto. Destaque para as cerimónias de jubilação dos professores Alberto Amaral e Adélio Machado, a atribuição da Medalha de Ouro da FLUP ao arqueólogo Vítor Oliveira Jorge e o doutoramento Honoris Causa de Nadir Afonso.

EMPREENDER O UPTEC acolheu recentemente a sua primeira empresa vinda de outro país. A suíça Tweasy é uma companhia especializada em aplicações de inovação na área do marketing digital, e vai ficar instalada no parque para estar em sintonia com a U.Porto e a sua comunidade académica.

CULTURA

INVESTIGAR

Com o seu falecimento em 2011, as artes plásticas portuguesas perderam uma das suas principais referências e a U.Porto um dos seus mais ilustres antigos estudantes. Recentemente, a Galeria dos Leões recebeu a exposição “O Porto de Júlio Resende”, uma iniciativa com a qual se assinalou o primeiro aniversário da morte do artista. É ao Lugar do Desenho que cabe gerir o seu acervo.

É o mais recente laboratório da U.Porto e está consagrado a uma disciplina de grande potencial científico: a Biomecânica. Trata-se do LABIOMEP, centro tecnológico que agrega massa crítica de seis unidades orgânicas da Universidade e de dois institutos de interface. Com tecnologia de ponta, o novo laboratório quer ser líder internacional na sua área.


4

4

NOVOS ESTUDANTES RECEBIDOS EM FESTA

Mais de quatro mil jovens participaram na sessão de boas-vindas aos novos estudantes da U.Porto, que se realizou no dia 13 de setembro, no Pavilhão Rosa Mota. Presidida pelo reitor da Universidade, José Carlos Marques dos Santos, a cerimónia teve como oradores o presidente da CM Porto, Rui Rio, o jornalista Carlos Daniel (na qualidade de antigo estudante), o presidente da FAP, Luís Rebelo, e a nova estudante Cátia Ramos. Para além das intervenções orais, a cerimónia incluiu a projeção de um vídeo institucional sobre a U.Porto, momentos musicais a cargo do Coro Clássico e do Grupo de Fados do Orfeão Universitário e a entrega aos novos estudantes de um kit com informação e material didático da Universidade. Desta forma, a U.Porto recebeu formalmente os estudantes que ingressaram na Universidade no ano letivo de 2012-13 e deu a conhecer quer a instituição, quer a cidade que a acolhe. A intenção da cerimónia era, aliás, promover a rápida integração dos novos estudantes na U.Porto e na cidade. Durante a sessão, Marques dos Santos garantiu que a “U.Porto assegura excelentes condições de realização pessoal e académica à sua comunidade estudantil”. Mas ressalvou que “estudar exige esforço intelectual e físico, vontade de aprender, curiosidade científica, capacidade empreendedora e muito, muito trabalho”. Lembrou ainda que “a formação superior continua a ser um facto crítico de empregabilidade”. Já Rui Rio sublinhou que os novos estudantes “são muito importantes para a cidade do Porto”, porque representam a “garantia de que vamos num caminho inteligente e correto”. Acrescentou ainda que, “graças principal-


mente à U.Porto, a cidade é produtora da principal matéria-prima para a competitividade: o conhecimento”. Carlos Daniel, por seu turno, salientou que “a universidade é muito mais que um curso” e, neste sentido, desafiou os novos estudantes “a formarem-se também enquanto pessoas” na sua passagem pela U.Porto. Refira-se que esta sessão de boas-vindas foi o ponto alto da Semana de Acolhimento dos Novos Estudantes da U.Porto, uma iniciativa que se realizou pela primeira vez e que incluiu um peddy paper pela cidade, concertos, conferências, visitas guiadas e muitas outras atividades. RMG

5

Foto: Egídio Santos

Evento com o apoio:


NO CAMPUS

U . P O RT O A L U M N I 1 7

UPTEC INAUGURA CENTRO DE INOVAÇÃO

No passado dia 26 de outubro, o UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto inaugurou o seu Centro de Inovação. Situada junto à FEUP, a nova unidade de interface com o tecido empresarial apresenta 1.400 m2 de área total e representa um investimento de 1,6 milhões de euros (70% de financiamento pelo ON.2 – O Novo Norte do QREN). No Centro de Inovação da UPTEC estão ser instaladas empresas e instituições de base tecnológica, tanto nacionais como estrangeiras. Merece destaque as presenças da Sonae Indústria, da Tweasy, da Tomorrow Options, da ISA e da InovRetail, bem como da associação Rede Competência em Polímeros, que inclui, por exemplo, as empresas Amorim & Irmãos, CIN e CUF. Todas estas empresas encontram no novo centro recursos de investigação, equipamento tecnológico e massa crítica para desenvolverem as suas atividades de inovação. Podem até beneficiar de sinergias com os departamentos de I&DI e institutos de interface da U.Porto, assim como da proximidade de recursos humanos altamente qualificados. Na cerimónia de inauguração, o reitor Marques dos Santos sublinhou que “o novo centro permite o reforço da cooperação da Universidade com empresas inovadoras, de dimensão internacional e com conhecimento instalado”. RMG

INVESTIGADOR DA FEUP GANHA BOLSA DO ERC Adélio Mendes foi contemplado, em dezembro, com uma bolsa do European Research Council (ERC), agência de financiamento criada pela Comissão Europeia para apoiar investigação científica de excelência. Aos 48 anos, o docente e investigador da FEUP (Departamento de Engenharia Química e LEPAE – Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente e Energia) integra, assim, o restrito grupo de 1.200 cientistas a quem, em 2012, foram atribuídas as mais prestigiadas bolsas da Europa. A bolsa do ERC é mais um reconhecimento da valia científica do projeto liderado por Adélio Mendes, no âmbito do qual foi desenvolvida uma inovadora tecnologia de produção de energia elétrica através de células fotovoltaicas sensibilizadas com corantes. Mimetizando o funcionamento da clorofila das plantas (pigmentos que permitem a fotossíntese), a tecnologia em causa utiliza corantes (também conhecidos por células DSC – Dye-sensitized Solar Cells) para absorver a luz solar e a transformar em energia elétrica. Neste sentido, a solução tecnológica desenvolvida por Adélio Mendes apresenta-se como uma alternativa mais eficiente, económica, segura e até estética do que as tradicionais células fotovoltaicas em silício. Estética, sim, porque os módulos fotovoltaicos podem funcionar como revestimento de edifícios (semelhante a azulejos) ou mesmo substituir paredes. Refira-se que esta tecnologia não tinha, até há pouco tempo, viabilidade comercial. Mas a equipa de Adélio Mendes, em parceria com a Efacec, desenvolveu um processo de selagem das células DSC com pasta de vidro, garantindo assim a estabilidade dos módulos fotovoltaicos a longo prazo. Com mais de 150 artigos científicos publicados e 18 patentes submetidas, Adélio Mendes pretende agora aplicar os dois milhões de euros da bolsa no aprofundamento da sua tecnologia, de forma a aumentar, de 9 para 13%, a eficiência das células DSC.

6

RMG


PESAR POR

NUNO GRANDE E RIBEIRO DA SILVA

vibroacústica e a linfogénese. Nuno Grande foi ainda pró-reitor da U.Porto para os Assuntos Sociais. Nestas funções, dinamizou o Serviço de Integração Escolar e de Apoio Social da Reitoria. Natural do Porto, Manuel Aníbal Varejão Ribeiro da Silva licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial na FEUP, em 1965, e doutorou-se em Química na Universidade de Surrey, em 1974. Mas foi na FCUP que iniciou, em 1965, a sua carreira docente, como Assistente de Química dessa Faculdade. Em 1979 tornou-se Professor Catedrático de Química, tendo igualmente sido presidente do Conselho Diretivo da FCUP durante doze anos (1986-1998). As suas áreas preferenciais de investigação eram a Termoquímica de Compostos Inorgânicos, Orgânicos, Organometálicos e de Complexos Metálicos, a Biotermodinâmica e a Termoquímica Computacional. Publicou cerca de 300 artigos científicos em revistas internacionais, sete capítulos de livros científicos e apresentou mais de três centenas de comunicações científicas em conferências nacionais e internacionais. RMG

7

O desaparecimento dos professores Nuno Grande, a 8 de outubro, e Manuel Ribeiro da Silva (foto à esq.), a 29 de novembro, deixou a comunidade académica da U.Porto num profundo pesar. Trata-se de duas insignes personalidades da Academia portuguesa, cujo valoroso desempenho científico, pedagógico e cívico a U.Porto teve o privilégio de usufruir e que muito contribuiu para o progresso da instituição. Natural de Vila Real, Nuno Lídio Pinto Rodrigues Grande formou-se em Medicina pela FMUP, com 19 valores, tendo nessa mesma instituição iniciado uma brilhante carreira docente e científica. De resto, foi também na mesma faculdade da U.Porto, e com a mesma classificação, que se doutorou. Em 1974 integrou a Comissão Instaladora do ICBAS, que passaria a dirigir. No mesmo instituto criou o Departamento de Anatomia, foi regente da cadeira de Anatomia Sistemática e desenvolveu intensa investigação em áreas como a anatomofisiologia pulmonar e cardiocirculatória, os mecanismos de clearance respiratória, a doença dos metais pesados, a fibrose pulmonar, a doença


PERCURSO

U . P O RT O A L U M N I 1 7

com a autoridade de quem cresceu com os passes de Cruijff, os livres de Platini e os milagres de Maradona. E fala com o coração: “Gosto mais de quem gosta de futebol”, começa por se apresentar. “O futebol é mais do que um desporto. É um ideal de vida”, declamou Vinícius de Moraes. “Não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais importante do que isso”, retifica Bill Shankly, mítico treinador escocês. Quis o destino que as duas

8

TIAGO REIS

É

há quase 20 anos o rosto do Jornal da Tarde da RTP, mas já o vimos a apresentar programas desportivos, moderar debates políticos, comentar futebol e até já cantou Sinatra em direto. Polivalente assumido, apaixonado por futebol, Carlos Daniel é uma das caras mais (re) conhecidas da televisão em Portugal. Formado na rádio, jurou amor à RTP e ao Porto, que apenas “traiu” com uma breve passagem pela SIC. É dos poucos “se’s” que ficam num percurso onde há espaço para o sociólogo formado na U.Porto. Messi ou Ronaldo? Ronaldo ou Messi? À pergunta que move paixões em todo o mundo, Carlos Daniel responde com uma finta de corpo: “Os génios não se medem aos golos”, atira numa das crónicas que assina no Diário de Notícias. Fala

frases se encontrassem a 12 de abril de 1970, em Paredes. Nesse dia, nascia Carlos Daniel Ferreira Alves, a tempo de testemunhar o tricampeonato mundial do Brasil de Pelé e Tostão. Se fosse jogador de futebol seria o “Calica”, alcunha que pegou de estaca no miúdo “bem comportado e divertido que adorava andar de bicicleta e jogar à bola”. O futebol, arte que aprendeu com Ardiles, Sócrates ou Beckenbauer, estava-lhe no sangue, a par da comunicação, que abraçou com 16 anos, aos microfones da Rádio Paredes. Na então rádio pirata começa por fazer passatempos e programas de música ao som de “Fairytale Of New York”, canção dos The Pogues que ainda hoje elege como favorita. Mas o conto de fadas estava apenas a começar. “Alguns amigos sabiam que costumava simular relatos de futebol nas minhas brincadeiras de miúdo. E então desafiaram-me”. Para o efeito, “fez-se um jogo entre a equipa principal e os suplentes do Paredes. Correu bem e tornei-me o primeiro relator desportivo da rádio”. Mais do que isso: “Foi aí que comecei a perceber que queria fazer vida à volta do jornalismo”, recorda. Um calcanhar de Madjer, um tiro de Van Basten no porta-aviões soviético de Dasaev e muitos outros “goooolos” depois, concorreu a um concurso para colaboradores desportivos da Rádio Comercial. Entrou. Estávamos em 1989.


9

Foto: EgĂ­dio Santos


PERCURSO

U . P O RT O A L U M N I 1 7

Do sociólogo ao “menino da televisão” Podia, contudo, ter sido diferente o percurso do rapaz que, meses antes, aos 18 anos, sonhou em seguir as pisadas das “figuras da televisão que eram licenciadas em Direito”. Fintado pela sorte, falhou a entrada em Coimbra por uma décima, acabando “quase por acaso” no “velho edifício do Campo Alegre”, casa do curso de Filosofia na Faculdade de Letras da U.Porto. Um ano depois, já na Rádio Comercial, a “procura de uma formação mais diversificada” leva-o a mudar-se para as salas vizinhas de Sociologia, onde passa os cinco anos seguintes. “Recordo sobretudo as pessoas que conheci, os amigos que fiz e que me ajudaram imenso, e, claro, a diversão. Fui fundador da tuna de Letras e sou o autor do hino!”. Do curso levou também “um olhar sobre diferentes áreas do conhecimento que, no fundo, é a base do trabalho do jornalista”. Pelo meio, fica a convicção: “Tenho pena de não ter sido sociólogo, mas já era demasiado jornalista…”. Na verdade, a passagem pela U.Porto coincide com o crescimento do “miúdo” que, em 1989, “acabava de chegar a um mundo novo que ainda não dominava. Aprendi tudo no batente. Antes de me formar, tive que me ir formando no jornalismo”, diz. E o jornalismo retribuiu. Em 1990, troca os relatos da Comercial pelos da Antena 1, de onde sairia, três anos depois, para a TSF. Antes, em 1991, o futebol, sempre o futebol, abre-lhe as portas da televisão e da RTP. “Fiz um ano no ‘desporto’ e, em setembro de 1993, convidaram-me para fazer o programa da manhã. Era um talk show, mas não tão histriónico como os de hoje…”. O “estrago”, porém, estava feito. ”NOS PRIMEIROS ”Nos primeiros anos de faculdade era o miúdo ANOS DE FACULDADE de mochilas às costas. De repente, era o miúdo ERA O MIÚDO DE da televisão!”. MOCHILAS ÀS

10

COSTAS. DE REPENTE, ERA O MIÚDO DA TELEVISÃO!”

A afirmação 1 de maio de 1994. O mundo chora a morte de Ayrton Senna. No dia seguinte, Carlos Daniel estreia-se, aos 24 anos, como pivô do Jornal da Tarde. “Foi na semana da minha última Queima das Fitas. Uma semana cheia de notícias sobre o Senna e eu a fazer das tripas coração para sair da Queima a tempo de dormir um bocado!”, lembra. Foi a primeira das muitas vezes em que recorreu à capacidade de improviso, imagem de marca


11

“Só tenho medo que se cansem de mim” que assenta num retrato onde cabe também o As palavras ecoam no gabinete que ocupa hoje jogo de mãos a bailar em cima da mesa e o olhar no 2.0 piso da RTP Porto. No computador, os frontal que revela por detrás dos óculos. Se fosse alinhamentos do Jornal da Tarde convivem com “Calica”, o jogador, seria um médio box to box, as notas da Ordem do Dia, programa de política com bom jogo de cabeça (rigor), capacidade de que apresenta à quinta-feira, na RTP Informação. passe (comunicabilidade) e finta (criatividade), as Desde outubro, a agenda inclui também as viatrês características que mais aprecia num apregens a Lisboa para medi(a)r o Termómetro Polítisentador. “Gosto que as pessoas sintam que falo “GOSTO QUE AS co, ao domingo, na RTP1. Depois, “é impensável para elas, que não sou um autómato; que acrediPESSOAS SINTAM passar um dia sem ler os jornais desportivos e tem que não sirvo mais coisa nenhuma que não QUE FALO PARA os que tratam de política com profundidade”. E o bom jornalismo”. ELAS, QUE NÃO SOU há ainda o vídeo para gravar os jogos de futebol Entre 1994 e 2000, a tática colhe frutos na apreUM AUTÓMATO; QUE que esmiuça, desde 2010, como comentador do sentação do Jornal da Tarde e nos relatos de futeACREDITEM QUE NÃO Grande Área. Foi a primeira vez que trocou a cabol que continua a fazer na TSF, até 1997. Mas no SIRVO MAIS COISA deira de jornalista pela do mestre da tática, mas 4X4X2 de Carlos Daniel também há variações de NENHUMA QUE NÃO O garante que “o adepto fica em casa”, ou não fosse sistema. A maior, conheceu-a em 2000 quando BOM JORNALISMO” especialista no jogo de antecipação. “Há um preaceita o convite para apresentar o Jornal da Noite conceito contra o futebol que combato desde que da SIC. “Ter ido para a SIC foi uma das melhores me conheço. Um tipo percebe de desporto e parecoisas que me aconteceram na vida. O ter voltado ce que isso contamina tudo o resto. Julguem-me à RTP é das coisas que ainda hoje não sei dizer pela competência, não pela polivalência!”. se foi uma coisa boa ou má”, admite. Na verdade, apenas um ano após a chegada a Carnaxide, as É das poucas vezes em que deixa desvendar a “saudades da família e dos amigos” e o convite intempestividade que assume como principal para assumir a Direção de Informação da RTP defeito. “Lido mal com a incompetência e sou Porto ditam o regresso ao norte. Para trás ficou capaz de disparatar numa primeira reação. Mas “outro caminho, talvez com mais reconhecimené algo que me acontece cada vez menos”, nota. to”. Mas, “aos 31 anos, estavam a dar-me a oporEm troca, dedica-se cada vez mais a fazer o que tunidade de pôr as minhas ideias num sítio onde gosta longe das câmaras. “Faço questão de guartinha trabalhado dez anos”. Não se arrepende. dar tempo para mim, para a família e para os “Em três anos, talvez os mais gratificantes que amigos”. Jogar futebol, escrever e ouvir música vivi profissionalmente, fizemos uma viragem dos anos 80 estão no topo das audiências, mas que ainda hoje é reconhecida”, recorda da expenão recusa uma maratona de CSI ou uma sessão riência que terminou em 2004, com a demisde karaoke, como a que protagonizou em 2008, são em bloco da Direção de Informação da RTP. quando vestiu a pele de Frank Sinatra para cantar “Três vezes fui diretor [subdiretor de informação “My Way” em direto, no Sexta à Noite, de José entre 2001 e 2004 e de 2005 a 2006, e diretor Carlos Malato. Qualquer dia publica o vídeo no adjunto da RTP N entre 2008 e 2011] e três vezes Facebook, vício mais recente que partilha com deixei de ser por lutar por algo em que acreditava. milhares de “amigos”. De norte… a sul. “Sou dos Esses são os momentos mais difíceis…”. poucos jornalistas que, vivendo e trabalhando no Foras de jogo à parte, a segunda vida de Carlos Danorte, conseguiu ter dimensão nacional”, reivin“LIDO MAL COM A niel na estação pública coincide com a afirmação dica. Di-lo com o mesmo desassombro com que INCOMPETÊNCIA E SOU do jornalista multifacetado. “Dá-me vaidade que CAPAZ DE DISPARATAR NUMA lança um olhar crítico ao jornalismo atual. “O digam que sou polivalente”, confessa. Entre 2004 jornalismo está a ficar com um espaço reduzido PRIMEIRA REAÇÃO. MAS É e 2008 tem a oportunidade de o provar quando na comunicação. Por outro lado, as dificuldades ALGO QUE ME ACONTECE regressa ao futebol para liderar o Trio d’Ataque e económicas dos media estão a limitar um trabaCADA VEZ MENOS” os programas especiais do Euro 2004 e do Munlho que, por definição, não deve estar limitado”. dial 2006. Em 2007, dirige o Debate da Nação e, Solução? “O desafio passa por sermos capazes de de 2008 a 2009, apresenta o À Noite As Notícias manter a nossa autonomia”, sentencia. na RTP-N. Antes, em 2002, volta à U.Porto para Aos 42 anos, Carlos Daniel faz por dar o exemensinar a primeira geração do curso de Ciências plo. “Tenho momentos em que acho que me vão da Comunicação. “Dar aulas é algo que me entuacontecer coisas e luto por elas. Neste momento siasma. Só deixei por falta de tempo”. sinto-me totalmente realizado. Só tenho medo que as pessoas se cansem de mim”. Para provar que o jogo está longe de acabar, o remate final sai tão imprevisível como uma finta de Messi ou um livre de Ronaldo: “Acredito que, se falarmos daqui a um ano, terei uma nova ideia…”.


12


PORTO, CIDADE, REGIÃO

H

13

á mudanças que representam bem mais do que simples transferências de um local para outro: inauguram novos ciclos de vida, com tudo o que isso significa de refundador para as instituições. Assim aconteceu com a passagem da UPVet – Clínica Veterinária do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) para as suas novas instalações, em julho último. O que antes era decrépito, exíguo e sombrio é hoje sofisticado, espaçoso e rutilante. Mas, mais importante ainda, as ambições limitadas pelos constrangimentos infraestruturais deram agora lugar a um campo aberto de potencialidades pedagógicas, clínicas e científicas. Ou seja, uma segunda vida emergiu para a clínica vocacionada para o ensino prático dos estudantes do mestrado integrado em Medicina Veterinária do ICBAS. No antigo edifício do ICBAS (construído em 1883, mas profundamente remodelado em 1935), a UPVet estava desde a sua criação, em 1998, atravancada em “dois laboratórios adaptados”, nas palavras do seu diretor clínico, Augusto de Matos. Atualmente, a clínica encontra-se comodamente instalada no moderno Complexo ICBAS/ FFUP, que foi inaugurado em janeiro último para acolher, não apenas o instituto dedicado às biomédicas, mas também a Faculdade de Farmácia da U.Porto. Por isso, Augusto de Matos considera que a nova UPVet “está construída para o futuro”. E o futuro, neste caso, pode muito bem ser a conversão da clínica em hospital veterinário. “Isto [a UPVet] está sobredimensionado para a realidade atual, mas esta era a oportunidade. Se eu pensasse no hoje, estávamos arrumados. Tenho de pensar nas situações que vou ter daqui a 20 anos. Não tenho capacidade de encher o internamento, mas espero vir a ter quando for hospital”, confessa Augusto de Matos. Segundo este responsável,

RICARDO MIGUEL GOMES

A UPVet ganhou uma segunda vida, com a passagem das vetustas instalações no antigo edifício do ICBAS para a moderna clínica onde está hoje a funcionar, junto ao Palácio de Cristal (Complexo ICBAS/ FFUP). Ao fim de dois meses em velocidade de cruzeiro no novo local, foi batido o recorde mensal de casos clínicos. Com equipamento de ponta e áreas intencionalmente sobredimensionadas, a UPVet vê crescer as suas expetativas em termos de serviços à comunidade e acalenta a ambição de se tornar, em breve, um hospital veterinário.

U . P O RT O A L U M N I 1 7


PORTO, CIDADE, REGIÃO

U . P O RT O A L U M N I 1 7

a UPVet só não é já hospital veterinário devido às restrições à contratação de novos funcionários no setor público. “Não somos hospital porque isso exige atendimento permanente, durante 24 horas”. Ora, “não se faz 24 horas com três médicos. É necessário muito mais do que isso… Se eu amanhã apresentar o mesmo projecto mas com pessoal, a Direção-Geral de Veterinária aprova-me o hospital na hora. Não há nada infraestrutural que nos impeça de sermos hospital”, garante.

14

“Armado em arquiteto” Augusto de Matos fala com profundo conhecimento de causa, uma vez que, numa esporádica investida pela arquitetura, desenhou, pelo seu próprio punho, a organização interior das novas instalações da clínica. A pedido do arquiteto responsável pelo Complexo ICBAS/FFUP, José Manuel Soares, o director clínico da UPVet projetou, na planta do edifício, os diferentes espaços

da clínica e respetivos elementos de construção (paredes, janelas, portas, etc.). “O arquiteto admitiu que não sabia como se fazia uma clínica e um biotério. E eu disse-lhe: ‘Você faz-me uma planta só com as paredes exteriores e eu faço o interior’. Ele olhou para mim um bocado naquela ‘lá está este armado em arquiteto’. O que ele não sabia é que, quando eu estava a tirar o curso de Veterinária em Lisboa, fiquei num lar onde havia uma sala, a que chamávamos a ‘sala dos estiradores’, onde estavam os estudantes de Arquitetura. No final dos semestres, os arquitetos andavam sempre aflitos para entregar os projetos. Então, o meu hobby era passar os projetos a limpo”, conta Augusto de Matos. A parceria parece ter resultado. “Do projeto ao que foi construído mudámos uma porta”, salienta o diretor clínico, que lamenta, porém, não ter sido solicitado para acompanhar a obra. “Depois houve um vazio: o projeto foi aprovado e eu nunca mais intervim. Se tivessem dado a oportunidade a quem cá ia trabalhar e tem experiência, podia-se ter melhorado alguns pormenores. Estou satisfeito com a distribuição dos espaços, mas não totalmente com os acabamentos”, lastima Augusto de Matos. Muita da esperança na conversão da clínica em hospital repousa na avaliação a que, em Maio deste ano, a UPVet vai ser sujeita pela EAEVE (Associação Europeia de Estabelecimentos de Ensino Veterinário). “É quase uma exigência deles [EAEVE] que as escolas tenham um hospital veterinário. Eles não o confessam abertamente. Ou seja, não é obrigatório ter mas se tiver dá muito jeito”, diz Augusto de Matos. Em face disto, o diretor clínico explicou à direção do ICBAS a pertinência de se avançar para um projeto hospitalar e obteve a respetiva anuência. Havendo “vontade política”, como refere, a UPVet tem de “encontrar uma maneira, legal e prática, de passar a hospital”, embora admita que “o timing não é o melhor. Nós sabemos como está o país. E estar a falar ao ministro das Finanças de contratação de recursos…”. Como hospital veterinário, a UPVet vai poder oferecer atendimento permanente e serviços clínicos de referência. Isto significa maior capacidade para


Clientela a crescer Refira-se, a propósito, que a UPVet tem a sua carteira de clientes como qualquer clínica veterinária. Carteira essa que, de há cinco anos para cá, tem crescido, em média, entre 15 e 17% anualmente – “o que, considerando as dificuldades

Augusto de Matos, diretor clínico da UPVet

15

prestar serviços à comunidade, quer sejam dirigidos à população geral, quer se destinem somente à classe de veterinários. A UPVet actua nestas duas vertentes: está aberta ao público (consultas, diagnóstico por imagem, cirurgia, terapia física de reabilitação e diagnóstico e terapia comportamental) mas também dá apoio a veterinários exteriores à clínica, que a procuram para casos de maior complexidade. Nestas situações, a massa crítica da clínica presta um serviço de referência à classe, que passa muito por aconselhamento especializado ou pela realização de exames mais sofisticados, como tomografias.

do país, é muito bom”, salienta Augusto de Matos. De resto, a mudança de instalações já teve um efeito ampliador na procura: em outubro, a UPVet registou 409 intervenções clínicas. Trata-se do número recorde de casuística da clínica; mas deverá ser em breve superado, uma vez que, ao abrigo de um acordo com uma associação de animais abandonados, a UPVet vai passar das 30 cirurgias mensais para mais de 50. Apesar deste constante crescimento da procura, Augusto de Matos sublinha que a UPVet “não funciona segundo princípios de mercado. Funciona, sim, para manter uma casuística suficiente para dar boa formação clínica aos estudantes”. Contudo, acrescenta, “é óbvio que a clínica tem de apoiar o esforço que o Instituto e a Universidade fazem no seu suporte”. Aliás, a UPVet “está quase a ser autossustentável”. Esta estabilidade económica entronca com a política de preços em vigor, que procura ser equilibrada face às circunstâncias próprias da clínica. “Nós não queremos prejudicar os nossos colegas” cobrando preços mais baixos; mas também “não praticamos preços mais elevados [que os do mercado], porque os clientes colaboram no ensino”, muitas vezes com “grande incómodo” por os serviços revelarem, devido justamente à prática formativa, maior morosidade do que numa clínica clássica. Importa não esquecer que a principal missão da UPVet é o ensino veterinário, sendo este repartido por um polo urbano (Complexo ICBAS/ FFUP), vocacionado para animais de companhia, e por um polo rural (Campus Agrário de Vairão da U.Porto), dedicado a animais de produção. Ora, a vertente pedagógica da clínica leva Augusto de Matos a dizer que “há um perfil para se ser cliente da UPVet”. “As pessoas que vêm cá têm de ter consciência de que os seus animais vão ser manipulados por estudantes, que se calhar se atrapalham mais e demoram mais tempo. Temos, às vezes, dificuldade em fazer perceber às pessoas que isto não é uma clínica como as outras. Isto é uma clínica de ensino”. Mas ressalva que “não há riscos [para os animais], pois é sempre tudo feito sob a responsabilidade de um médico ou de um docente”.


16


EM FOCO

E

ntre 1992, ano em que Maria Paula Santos trocou as praias do Brasil pelas corridas na Foz ao pôr do sol, e 2010, quando Maria João Reis traçou o percurso inverso, vão cerca de 20 anos de distância. No caminho, Marco Guilhouiac, Peter Gothen, Olga Martinez e Bianca Lucani chegaram ao Porto e nunca mais voltaram. Em sentido inverso, Pedro Teixeira, Sofia Santos e Pedro Castro Henriques procuraram novas experiências no exterior e regressaram com histórias bem-sucedidas nas áreas da investigação e do empreendedorismo. Em cada um deles, cabe o sucesso da estratégia de internacionalização que a U.Porto vem trilhando nos 17

TIAGO REIS

Em 2012/2013, mais de 3.500 estudantes e investigadores estrangeiros vão passar pelas salas e laboratórios da U.Porto. Fazem-no numa época em que a Universidade lidera alguns dos mais importantes consórcios internacionais e continua a crescer nos rankings do ensino superior. Num contexto de crise global, em que a emigração surge como cenário cada vez mais tentador, percorremos as histórias de quem ajuda a escrever o sucesso da internacionalização da U.Porto.

U . P O RT O A L U M N I 1 7


EM FOCO

U . P O RT O A L U M N I 1 7

01

18

últimos anos, caso único no panorama do ensino superior em Portugal. Não é fácil definir o momento exato em que a palavra “internacionalização” entrou no dicionário da Universidade. Hoje, reconhecemo-la nos milhares de estudantes e investigadores estrangeiros que escolhem a Invicta como destino de eleição, mas também naqueles a quem a U.Porto dá a oportunidade de enriquecerem a sua formação no exterior. Contabilizamo-la ainda nos laços de cooperação que a Universidade mantém com instituições de ensino superior dos quatro continentes, refletida em mais de 2.000 parcerias institucionais e na liderança de vários projetos internacionais. E vemo-la traduzida nos rankings que a U.Porto vem escalando desde 2005, para se afirmar entre as melhores universidades do mundo. Para Marco Guilhouiac, a internacionalização chegou há 17 anos. Em 1995, partiu de Bergamo (Itália) para se juntar aos 118 estudantes (hoje são mais de 800) que estudaram na U.Porto ao abrigo do Erasmus, o mais famoso programa de mobilidade no ensino superior a nível europeu. O destino foi a Faculdade de Arquitetura

02

03

01

Estudantes Erasmus da U.Porto em 1996. Marco Guilhouiac é o 3.º na fila de baixo

02 Receção de estudantes Erasmus 03 Marco Guilhouiac 04 Peter Gothen

(FAUP). “Foi mais por casualidade. Só descobri a qualidade da Faculdade quando já cá estava”, admite. Não foi a única coisa que descobriu no trajeto que se habituou a fazer entre o Bairro Inês, na Restauração, e as aulas de português improvisadas “na rua, a ler os jornais e a ver televisão”. “O Porto tem uma relação com o rio, o mar, que eu desconhecia por completo. Depois, tem esta gente, que é muito parecida com a malta do norte de Itália!”. Desse ano, em que “choveu muito”, Marco recorda ainda o “salto brutal” que conheceu nos estiradores da FAUP. “Vinha de um curso que tinha disciplinas com 1.500 alunos e em que mal se falava com o professor. Aqui temos disciplinas com 100 alunos e eles falam comigo três dias por semana!”. Reencontramo-lo hoje entre as maquetes que povoam o edifício da FAUP, que percorre diariamente como professor de Projeto, disciplina que herdou de “mestres” como Souto de Moura e Alexandre Alves Costa. “A decisão de ficar no Porto resultou de sucessivas oportunidades que foram surgindo”, diz. Terminado o curso em Itália, voltou para trabalhar em vários gabinetes de arquitetura. Em 1999, ingressa como docente na FAUP, onde conclui o doutoramento dez anos depois. Pelo meio, fez o mestrado em Tecnologias Multimédia na Faculdade de Engenharia (FEUP), em 2002. A fórmula “namorada+mulher+filhos” fez o resto. “É um percurso de vida e de trabalho”, resume. No caminho, fez outra descoberta: “Nunca me senti estrangeiro na Universidade. O Porto tinha e continua a ter esta cultura de integração que o define”. Hoje, faz por dar o exemplo aos estudantes dos quatro cantos do mundo que, todos os anos, procuram a “escola dos Pritzkers”. A ajudá-lo tem “os estudantes que vão para fora e que mostram como se trabalha cá. A vocação da universidade também é essa e, quanto mais relações tiver com o exterior, mais fácil será essa passagem”. Coube também à chuva dar as boas-vindas a Olga Martínez quando chegou ao Porto, em 2002, para fazer um ano de Erasmus no curso de Ciências do Meio Aquático do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). Para trás deixou


Investigação com sotaque Peter Gothen, dinamarquês, aterrou no Porto em 1995. Bianca Lucani, venezuelana, veio em maio de 2009. Não se conhecem, mas cruzam-se diariamente nos corredores da Faculdade de Ciências (FCUP). Ele lidera, desde 2011, o Centro de Matemática da U.Porto (CMUP), um dos mais reputados núcleos de ensino e investigação na área da Matemática em Portugal. Alguns metros ao lado, ela procura respostas para a cura da malária, fundamento da tese de doutoramento que desenvolve na área da Química. Ambos constituem exemplos de sucesso na abertura da investigação da U.Porto ao mundo. “O que fazemos aqui não é muito diferente do que se faz nas maiores universidades dos EUA e da Europa, e isso deve-se à aposta que se fez na internacionalização da investigação”, introduz ele. Ela anui. “É sempre bom ter gente de fora, que traga novas formas de atacar um problema num grupo de investigação”. Para Peter Gothen, a equação há muito que se repete nos quadros da FCUP. “Licenciei-me na

A internacionalização da U.Porto em números 3 422 estudantes e investigadores estrangeiros 10,84% do total de estudantes e investigadores da U.Porto 111 países 1 401 estudantes de grau 1 560 estudantes em mobilidade 04

Dinamarca e fui para Warwick [Inglaterra] fazer o doutoramento. Conheci a minha mulher, que é portuguesa, e acabei aqui”. Um ano e muitas lições domésticas de português depois, começou a dar aulas e a fazer investigação no Departamento de Matemática da FCUP, “ainda nos ‘Leões’ [Praça Gomes Teixeira]!”. “Cheguei numa fase de grande desenvolvimento da investigação na Universidade. Na altura, muitos colegas já se tinham formado no estrangeiro”, recorda. Também por isso, encontrou “um ambiente em que as pessoas estavam muito abertas a ajudar quem vinha de fora. Ser estrangeiro acabou por ser uma vantagem”. Quase vinte anos depois, o diagnóstico não se altera. “O que houve foi uma consolidação grande daquilo que já estava a nascer em termos de investigação”. Os números não mentem. Em 2011/2012, mais de 450 investigadores estrangeiros desenvolveram atividade científica na U.Porto. Só nas salas do CMUP, encontram-se hoje investigadores da Alemanha, França, EUA ou Bielorrússia. “Na matemática, esta visão internacional é fundamental, realça Peter Gothen. Por outro lado, “a internacionalização não acontece só porque as pessoas vêm de fora. Quem está cá também promove a cooperação, viaja, tem contactos...

461 investigadores 1 032 estudantes em mobilidade fora do país 34 países 2 194 acordos e parcerias internacionais 931 instituições de ensino superior parceiras 126 países 27 projetos internacionais coordenados (49.92 milhões de euros) 127 projetos internacionais participados (343.58 milhões de euros) 9 7

5

classificações em ranking internacionais classificações entre as 350 melhores do mundo classificações entre as 100 melhores da Europa

Fonte: Relatório de Internacionalização da Universidade do Porto 2011/2012.

19

o sol das Canárias, mas não tardou a render-se à “cidade melancólica” que encontrou. “A receção foi espetacular. Foi como se nos conhecessem de toda a vida”, recorda. No ICBAS, Olga encontrou um “ensino personalizado. Aqui tratam-te pelo teu nome e, se és estrangeiro, essa preocupação é ainda maior”. Gostou tanto que, no fim do ano de Erasmus, optou por ficar a frequentar o resto do curso, que concluiu em 2006. Seguiu-se um estágio na Holanda, “mas não era a mesma coisa”. De volta ao Porto, fez o mestrado no ICBAS e, desde 2007, é técnica do Biotério de Animais Aquáticos do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da U.Porto, onde convive diariamente com os efeitos da internacionalização. “Aqui trabalham pessoas de 29 ou 30 nacionalidades diferentes e isso gera um brainstorming muito saudável”. De caminho, deixa o cartão de visita do Porto e da Universidade: “É o acolhimento, que não se vê em mais lado nenhum, são as pessoas, é o S. João e são outros ‘miminhos’ que nos fazem sentir em casa”.


EM FOCO

U . P O RT O A L U M N I 1 7

02

01

projeto de doutoramento pelo qual me apaixonei desde o início”. Atualmente, Bianca é uma dos mais de 500 estudantes estrangeiros de doutoramento da U.Porto e divide o tempo entre a residência universitária, onde mora, e a batalha que trava diariamente nos laboratórios do Departamento de Química da FCUP. “Estamos à procura de um fármaco com ação dual contra a malária. O trabalho tem tido excelentes resultados e já foi reconhecido a nível nacional”. A tal ponto que “pode ser que consiga doutorar-me daqui a um ano”. No dia em que isso acontecer, promete festejar com um jantar na Ribeira, com vista para o Douro. “Esse rio faz-me esquecer tudo!”, suspira.

A esse nível, foi um desafio vencido pela Universidade”. O desafio de Bianca Lucani começou em 2009. Nesse ano, deixou os EUA e um mestrado recém-terminado em Química, para rumar ao Porto. “Na altura o meu marido teve uma proposta para ser professor na Faculdade de Engenharia [FEUP] e decidi vir com ele”. Na bagagem trouxe outro objetivo. “Antes de vir, pesquisei nos rankings das universidades e encontrei a U.Porto entre as 500 melhores do mundo. Depois, procurei pelas faculdades que trabalhassem na área da malária e encontrei a professora Paula Gomes, da FCUP. Contactei-a e ela propôs-me um

A

N

T

Ó

N

I

O

A

ssumiu há seis anos o Pelouro das Relações Internacionais da U.Porto e, desde então, é um dos principais rostos da aposta da Universidade na internacionalização. No seu vice-reitorado, a U.Porto bateu recordes ao nível da mobilidade, reforçou a presença nas redes de cooperação internacional e afirmou-se nos rankings do ensino superior. António Marques acredita que “ainda há margem para crescer”.

20

Qual a importância da internacionalização para a U.Porto? Há muito tempo que existe na Universidade uma ideia clara sobre a importância da internacionalização. O que aconteceu de mais relevante na última década foi um forte crescimento dos números, nomeadamente dos estudantes de mobilidade. A este nível, o programa Erasmus deu um forte impulso, mas houve também uma aposta nos países de língua portuguesa e, em particular, no Brasil, onde a U.Porto goza de uma elevada reputação. Em simultâneo, temos vindo a focar-nos em programas europeus e internacionais que permitam dotar a Universidade de instrumentos de financiamento que apoiam a nossa estratégia de cooperação internacional. Hoje coordenamos sete grandes projetos europeus para a mobilidade no ensino superior e somos parceiros em 17 outros, que nos permitiram criar redes com todas as regiões do mundo.

M

A

R

Q

U

E

S

Qual é o perfil dos estrangeiros que procuram a U.Porto? O Programa Erasmus foi o carro chefe que trouxe à Universidade um elevado número de estudantes estrangeiros. O que vemos hoje é que as mobilidades se fazem, cada vez mais, de/para fora da Europa e estão menos circunscritas a estudantes na graduação, abrindo-se a estudantes de mestrado e doutoramento, investigadores, professores e não docentes. Ou seja, às pessoas que são fundamentais para reforçar as redes de cooperação. Em que medida é que a Universidade tem capitalizado esta aposta? Desde o início que procuramos sensibilizar as pessoas que fazem uma mobilidade na Universidade a voltar. Por outro lado, a U.Porto vê como vantajosa a possibilidade de os seus membros terem uma experiência no exterior. A prova disso é o objetivo que definimos para 2013/2014 de termos 1.000 estudantes a fazer mobilidade Erasmus. Paralelamente, lançamos um programa de apoio à mobilidade de docentes e não docentes em que a ideia passa por promover parcerias a nível do ensino e da investigação, com universidades prestigiadas.

O que é que a U.Porto ganhou com esta abertura ao exterior? Há vantagens que são tangíveis. Ou seja, as pessoas que nos procuram trazem financiamento para a Universidade. Mas tão importante como isto é facultar à nossa comunidade académica experiências no exterior, e termos, num laboratório ou sala de aula, gente com origens e formas de trabalhar diferenciadas, que nos tornam permeáveis à mudança para uma universidade cada vez mais aberta. Quais são as metas imediatas? Ainda há margem para crescer, mas o que faz a diferença em termos de internacionalização já não passa apenas por ter mais docentes ou estudantes estrangeiros. A U.Porto tem que reforçar a aposta na qualidade. Hoje, temos um ensino de qualidade, uma investigação prestigiada e uma internacionalização com alguma dimensão. A partir daqui o desafio passa por um maior compromisso entre a quantidade e a qualidade das pessoas que recebemos e pela criação de um cada vez maior número de parcerias com universidades e centros de investigação prestigiados. Essa estratégia deve refletir-se nos rankings? A estratégia da Universidade não deve confundir-se com os rankings. Mas se eles não devem ser um farol, também não podemos ignorá-los. Uma universidade que se quer projetar internacionalmente não pode estar fora dos rankings. E, a esse nível, a U.Porto já pertence ao universo muito restrito das 250/300 melhores universidades do mundo (3% das cerca de 20.000 universidades de todo o mundo) e das 100/150 melhores da Europa, e estamos convictos de que continuaremos a subir.


03

04

É apenas uma das razões pelas quais, três anos após a chegada à Universidade e ao Porto, se diz “totalmente adaptada. As pessoas fazem com que me sinta em casa. Não é por acaso que nos EUA demorei dois anos a arranjar amigos. Aqui, em seis meses, já tinha amigas maravilhosas”. Por tudo isto, “consigo imaginar uma vida no Porto. Aqui tenho o equilíbrio emocional e profissional de que estava à procura”, diz. A meta está traçada. “Quero passar os meus conhecimentos a outras pessoas, como professora ou numa equipa de investigação”.

Cooperação Internacional da FADEUP. Vê-se como “uma espécie de porta voz da mobilidade”, fenómeno que viu disparar “nos últimos dez anos”. Só em 2011/2012, o Brasil ‘exportou’ para a U.Porto 1.343 estudantes e investigadores, muito à frente da Espanha (363) e Itália (176), países que completam o pódio. O que atrai tantos estudantes brasileiros ao Porto? “A língua é um fator importante, a par da reputação da Universidade. E depois há a proximidade. Quem investe em Portugal está a investir no seu capital cultural, até pela facilidade que tem em chegar a outros países europeus”. Há dois anos, Maria João Reis fez o percurso inverso através do programa MOBILE de intercâmbio de estudantes da FEUP e de escolas congéneres no Brasil. Estávamos em 2010 quando a então estudante de Engenharia Civil rumou à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, movida pela “vontade de estudar no estrangeiro” e o “desejo de conhecer um novo país”. À chegada encontrou um “país bastante acolhedor. A adaptação foi ótima e as pessoas são simpáticas”. Em contrapartida, teve que lidar com um “nível de vida bastante mais caro” e um ensino “bastante menos exigente”. Para ajudar, contou com a companhia de vários estudantes da U.Porto que trilharam o mesmo caminho. “É ótimo ter pessoas do mesmo país por perto. Sentimo-nos mais em casa”.

01

António Marques, vicereitor para as Relações Internacionais

02 Bianca Lucani 03 Maria Paula Santos 04 O Brasil é o país que mais estudantes “exporta” para a U.Porto

21

À (re)descoberta do Brasil Maria Paula Santos descobriu o caminho marítimo para a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF), atual Faculdade de Desporto (FADEUP), em 1992. As portas abriram-se um ano antes, quando a U.Porto ‘foi’ à Universidade Federal do Paraíba, onde estudava, assinar um protocolo que facilitava a mobilidade entre as duas instituições. “Na altura, a FCDEF já era um nome que soava para quem estudava Educação Física no Brasil. Pelo que houve esse meu encantamento…”. Um ano depois, já sabia de cor o percurso entre a Boa Hora, o CDUP (Centro Desportivo Universitário do Porto) e o edifício da antiga Reitoria, na Rua D. Manuel II. “Na altura, a Faculdade estava espalhada por vários sítios, pelo que andávamos em grandes hordas pela cidade”. Com a mudança para Portugal vieram as “dificuldades de adaptação”, mas “o benefício de estar aqui era tão estimulante que colmatava tudo”, recorda. Uma coisa levou à outra. “A primeira ideia era fazer uma boa formação. Depois acabei por me envolver em projetos de investigação, no desporto universitário e fui criando relações de amizade que fomentaram a ideia de ‘estou cá para ficar’”. E ficou. Entre 2004 e 2004, conclui o mestrado e o doutoramento na FADEUP, onde entra como professora assistente em 2003. Atualmente, é professora auxiliar, investigadora do Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL) e coordena o Serviço de


EM FOCO

U . P O RT O A L U M N I 1 7

01

Em 2012, não hesitou quando surgiu a oportunidade de voltar. Como fiz amigos na Universidade, fiquei com contactos que me abriram portas para trabalhar aqui”. A trabalhar numa empresa de Engenheira Civil desde março passado, diz que “gostaria muito de voltar a Portugal”, mas “só se tiver condições de trabalhar aí um dia. E de momento não há…”.

22

Agarrar as oportunidades Exemplos como os de Maria João multiplicam-se pelas centenas de estudantes a quem a Universidade dá, hoje, a oportunidade de viverem uma experiência de mobilidade no estrangeiro. Só no próximo ano letivo, espera-se que 1.000 estudantes da U.Porto vivam a experiência Erasmus noutras universidades europeias. Pedro Teixeira, diretor do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior (CIPES), viveu-a em 1994, quando trocou meio ano do curso de Economia da Faculdade de Economia (FEP) por uma experiência de formação na Universidade de Grenoble, em França. Um ano antes, já estagiara três meses num banco em Madrid, onde começou “a tendência para fazer da internacionalização um aspeto importante no meu percurso”, diz. O mapa de destinos fala por si. Em 1996, já como assistente estagiário da FEP, o convite para integrar o CIPES, estrutura recém-criada por Alberto Amaral, então reitor da U.Porto, leva-o à Holanda, onde, até 1998, desenvolve o mestrado na área das políticas de educação. Ao regresso seguiu-se nova partida. Em 1999, o destino é o doutoramento na Universidade de Exeter, no Reino Unido, onde permanece quatro anos. Já em 2005/2006, passou três meses nos EUA a desenvolver um projeto com 30 académicos de várias nacionalidades, ao abrigo de uma bolsa Fullbrigt. “A minha família e os meus amigos perguntam-me sempre onde vou a seguir!”, diz. Se lhe perguntarem nos próximos tempos, a resposta será a Universidade de Oxford, onde está envolvido num projeto in-

01

Pedro Teixeira

vestigação, enquanto “goza” um ano sabático na FEP. “Estou a morar lá mas volto regularmente ao Porto e à Universidade”. Regressa sempre. “Tive oportunidades para ficar lá fora mas quis sempre voltar. Sempre encarei as minhas experiências internacionais com a ideia de as aproveitar em prol das instituições a que pertenço”, diz. O CIPES, que dirige há quatro anos, é exemplo disso. “Atualmente, participamos em várias redes de investigação internacionais, mas isso não acontece porque vamos fazer palestras lá fora. Implica ter vontade e também paciência para trabalhar com pessoas de culturas e experiências diferentes, que acabam por puxar por nós”. Em tempos de crise, o recado de Pedro Teixeira serve a todas as universidades portuguesas. “Em Portugal, não somos dados à colaboração. Seria mais fácil afirmarmo-nos lá fora se congregássemos esforços”, avisa. Mas serve menos à U.Porto. “A Universidade tem-se preocupado em incentivar os alunos a sair e a criar oportunidades de internacionalização”. As conquistas trazem novos desafios: “Nós já não queremos ser a maior universidade: temos é que querer ser a melhor. E, para isso, devemos ser seletivos relativamente às pessoas que queremos atrair e aos sítios para


onde enviamos os nossos alunos e professores”. Sofia Santos não podia ter levado o conselho mais à letra. A 26 de setembro de 2011, “às 6h50 da manhã, entre choros de namoradas angustiadas e abraços de pais saudosos”, partiu para Londres para estudar seis meses na Faculty of Education da Universidade de Cambridge, instituição que lidera alguns dos principais rankings internacionais do ensino superior. Para esta licenciada, mestre e atual doutoranda de Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP), “tudo começou um ano antes, quando fui surpreendida pela notícia de que podia fazer o Erasmus num processo de doutoramento. É estranho juntar os dois conceitos, mas a mim soou-me a junção perfeita”. Com essa “vontade inspiradora”, partiu para Cambridge a braços com “um doutoramento misto sobre as políticas de educação sexual em Portugal e Inglaterra”. Os objetivos incluíam “a escrita de capítulos da tese, pesquisar bibliografia internacional, participar em encontros de investigação e recolher material em instituições locais”. Nos seis meses seguintes, encontrou isso e muito mais. “Cambridge não é só uma das melhores e mais conceituadas universidades do mundo, como também é das mais humanas e divertidas. A história atravessa cada pedra, e a tradição é reforçada pela juventude internacional que a ocupa em busca dos seus sonhos”. Em maio de 2012, deu-se uma nova partida. O regresso ao Porto. “Todos os objetivos foram atingidos com sucesso”, destaca. Na mala coube ainda “a promessa de sempre voltar”. Da Suécia com amor A história de Pedro Castro Henriques dava um filme de domingo à tarde. Em 1999, arrancou de Peugeot do Porto e só parou, quatro dias depois, na Suécia, para se encontrar com a namorada. Conheceram-se um ano antes em Toulouse, onde Pedro estava a fazer Erasmus. Apaixonado, o então estudante do 4.0 ano do Engenharia Informática e Computação da FEUP conseguiu prolongar a experiência com um estágio de seis meses no Laboratório Na-

02

03 01

Sofia Santos

02 Pedro Castro Henriques 03 Olga Martinez

cional de Pesquisa Francês. “Apresentei a tese de licenciatura por videoconferência. Fui o primeiro do curso porque queria ir ter com a sueca”, conta. Já na Suécia, pôs mãos à obra e, muitos currículos enviados depois, conseguiu uma entrevista com o presidente da Ericsson. Meses depois, estava a trabalhar na gigante multinacional, onde passou cinco anos a viajar por vários países, “com direito a gabinete, férias pagas e viagens em executiva!”. Esta é, contudo, apenas parte do filme que Pedro Castro Henriques se acostumou a contar na sua “estratégia para tornar sonhos em realidade”. A outra começa em 2005, quando o frio escandinavo e as saudades da família o devolveram ao Porto. “Sempre tive a ideia de voltar e de fazer aqui o que fazia lá fora”, diz. Já em Portugal, “a faculdade foi o sítio natural para perceber o que podia fazer”. Começou por fundar a ALUMNI EI-FEUP, uma associação que mobiliza cerca de 1.500 engenheiros informáticos formados pela FEUP. Pelo meio, passou pelo MIETE (Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico) para “aprender a linguagem dos negócios”. Faltava apenas a ideia. “O meu trabalho na Suécia passava por perceber as melhores práticas mundiais na engenharia de software e aplicá-las na melhoria da produtividade das empresas. Percebi que não havia isso em Portugal e decidi avançar”. Da ideia, materializada em conjunto com dois alumni da FEUP e o apoio de várias estruturas da Universidade, nasceu, em 2009, a Strongstep, empresa spin-off incubada no UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto. “Atualmente já trabalhamos com clientes de todo o mundo e vamos continuar a expandir-nos lá para fora”, projeta o empresário. No balanço da história, nem só de amor vive o dade abriu-me homem. “A Universias portas ao mundo no sentido tir inferior a de nunca me sentribui a deixa. ninguém”. Hoje, re“A U.Porto tem que andar de mão sas, de forma dada com as emprevestimento de a atrair pessoas e inzação também fora. A internacionalipassa por aí”.

23

01


FORMAÇÃO

NÃO CONFERENTE DE GRAU – PÓS-GRADUADA E CONTÍNUA COM CANDIDATURAS ENTRE JANEIRO E MARÇO DE 2013

FORMAÇÃO NÃO CONFERENTE DE GRAU – PÓS-GRADUADA E CONTÍNUA­– DA UNIVERSIDADE DO PORTO COM CANDIDATURAS ENTRE JANEIRO E MARÇO DE 2013

Atenção A presente lista não dispensa a consulta do site do Catálogo de Formação Contínua da U.Porto 2012/2013, em http:// formacaocontinua.up.pt, bem como as páginas das Unidades Orgânicas/ Escolas responsáveis pela organização desta oferta. Poderá ainda consultar a listagem das Unidades Curriculares Singulares constantes dos planos de estudos dos cursos e ciclos de estudos das várias Unidades Orgânicas, em www.up.pt – estudar na U.Porto – Documentos – Unidades Curriculares Singulares.

Faculdade de Arquitetura (FAUP)

Av. Rodrigues de Freitas, 265 • 4049-021 Porto • Tlf: +351 225 192 400 • Fax: +351 225 367 036 • http://www.fba.up.pt 100 Desenhos 100 Descobertas: curso de desenho livre Tipo: Unidade de Formação Contínua • Duração: 81 horas • Calendário: 15 de janeiro a 16 de abril 2013 • Candidaturas: Até 8 de janeiro 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 9 ECTS • Mais info.: +351 225 192 411/16 / formcontinua@fba.up.pt • Propina: FBAUP/UP: 382,00 €; Público Geral: 442,00 € Fotografia: Introdução ao Analógico Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 48 horas • Calendário: 15 de janeiro a 14 de fevereiro 2013 • Candidaturas: Até de 8 janeiro de 2013 • Vagas: 10 • Créditos: 4,5 ECTS • Mais info.: +351 225 192 411/16 / formcontinua@ fba.up.pt • Propina: FBAUP/UP: 242,00 €; Público Geral: 272,00 € Iniciação à Tapeçaria Tradicional Tipo: Formação Contínua • Duração: 30 horas • Calendário: 12 de março a 18 de abril de 2012 • Candidaturas: Até 5 de março de 2012 • Vagas: 25 • Créditos: 3 ECTS /1.2 UC (CCPFC) • Mais info.: +351 225 192 411/16 / formcontinua@fba.up.pt • Propina: FBAUP/UP: 162,00 €; Público Geral: 187,00 € Modelação Orgânica Digital com ZBrush Tipo: Formação Contínua • Duração: 30 horas • Calendário: 18 de março a 29 de abril de 2013 • Candidaturas: 11 de março de 2013 • Vagas: 15 • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 225 192 411/16 / formcontinua@fba.up.pt • Propina: FBAUP/UP: 167,00 €; Público Geral: 197,00 €

24

Produção de Audiovisual em Sistemas Multimédia Tipo: Formação Contínua • Duração: 42 horas • Calendário: 19 de fevereiro a 11 de abril 2013 • Candidaturas: 8 de fevereiro de 2013 • Vagas: 20 • Créditos: 4 ECTS • Mais info.: +351 225 192 411/16 / formcontinua@fba.up.pt • Propina: FBAUP/UP: 307,00 €; Público Geral: 342,00 €

Técnicas de Produção de Sabonetes Tipo: Curso livre • Duração: 18 horas • Calendário: 6 de março a 17 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 22 de fevereiro de 2013 • Vagas: 15 • Créditos: s/créditos • Mais info.: +351 225 192 411/16 / formcontinua@fba.up.pt • Propina: FBAUP/UP: 122,00 €; Público Geral: 137,00 €

Faculdade de Ciências (FCUP)

Rua do Campo Alegre s/n • 4169-007 Porto • Tlf: +351 220 402 000 • Fax: +351 220 402 009 • http://www.fc.up.pt/ Aprendizagem Baseada na Resolução de Problemas: Uma proposta metodológica no Ensino da Geologia Tipo: Formação Contínua • Duração: 25 horas • Calendário: 23 de fevereiro a 30 de março de 2013 • Candidaturas: Até 20 de fevereiro de 2013 • Vagas: 20 • Créditos: 1 UC (CCPFC) • Mais info.: +351 220 402 082 / formacao.continua@fc.up.pt • Propina: 100,00 €

Faculdade de Ciências da Nutrição e da Alimentação (FCNAUP)

Rua Dr. Roberto Frias • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225 074 320 • Fax: +351 225 074 329 • http://www.fcna.up.pt/ Atividade e exercício físico na nutrição clínica Tipo: Formação Contínua • Duração: 3,5 horas • Calendário: 12 janeiro de 2013 • Candidaturas: Até 2 janeiro de2013 • Vagas: 8 • Mais info.: +351 225 074 320 / ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 25,00 € (comunidade U. Porto) Culinária saudável Tipo: Curso livre • Duração: 12 horas • Calendário: janeiro a fevereiro de 2013 (sábado de manhã) • Candidaturas: Até 12 janeiro de 2013 • Vagas: 12 • Mais info.: +351 225 074 320 / ceciliamorais@fcna. up.pt • Propina: 140,00 € (comunidade U. Porto) Ética em saúde Tipo: Formação Contínua • Duração: 7 horas • Calendário: fevereiro/ março de 2013 • Candidaturas: Até 31 de janeiro de 2013 • Vagas: 8 • Mais info.:+351 225 074 320 / ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 40,00 € (comunidade U. Porto)

Faculdade de Direito (FDUP)

Rua dos Bragas, 223 • 4050-123 Porto • Tlf: +351 222 041 600 • Fax: +351 222 041 614 • http://www.fd.up.pt/ Práticas Processuais Administrativas Tipo: Formação Contínua • Duração: 70 horas • Calendário: 22 de janeiro a 22 de março de 2013 • Candidaturas: Até 7 de janeiro de 2013 • Vagas: 50 • Créditos: 8 ECTS • Mais informações:+351 222 041 600/ posgrad@direito.up.pt • Propina: 400,00 € (liquidada na totalidade ou em duas prestações de 200€) Práticas Processuais: Direito Civil Tipo: Formação Contínua • Duração: 33 horas • Calendário: 14 de fevereiro a 16 de maio de 2013 • Candidaturas: Até 8 de fevereiro de 2013 • Vagas:40 • Créditos: 3,5 ECTS • Mais informações:+351 222 041 600/ posgrad@direito.up.pt • Propina: 100,00 € Inglês Jurídico Tipo: Formação Contínua • Duração: 90 horas • Calendário: 19 de fevereiro a 14 de maio de 2013 • Candidaturas: Até 14 de fevereiro de 2013 • Vagas: 30 • Créditos: 4 ECTS • Mais informações:+351 222 041 600/ posgrad@direito.up.pt • Propina: A definir

Faculdade de Economia (FEP)

Rua Dr. Roberto Frias • 4200-464 Porto • Tlf: +351 225 571 100 • Fax: +351 225 505 050 • http://www.fep.up.pt/ Análise Estatística Tipo: Formação Continua • Duração: 24 horas • Calendário: 1 a 28 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 24 de janeiro de 2013 • Vagas: 40 • Créditos: 2,5 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 / www.fep. up.pt • Propina: 200,00 € Curso de preparação p/ GMAT Tipo: Curso Livre • Duração: 55 horas • Calendário: fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 24 de janeiro de 2013 • Vagas:20 • Mais info.: +351 225 571 100 / www.fep.up.pt • Propina: 250,00 € Finanças Tipo: Formação Continua • Duração: 24 horas • Calendário: 4 a 30 de março de 2013 • Candidaturas: Até 24 de janeiro de 2013 • Vagas: 40 • Créditos: 2,5 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 / www.fep. up.pt • Propina: 200,00 €

Interação fármacos-nutrientes/alimentos Tipo: Formação Contínua • Duração: 7 horas • Calendário: 4 janeiro de 2013 • Candidaturas: Até 2 de janeiro de 2013 • Vagas: 8 • Mais info.:+351 225 074 320 / ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 40,00 € (comunidade U. Porto)

Instrumentos Básicos de Gestão Tipo: Formação Continua • Duração: 24 horas • Calendário: 1 a 28 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 24 de janeiro de 2013 • Vagas: 40 • Créditos: 2,5 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 / www.fep. up.pt • Propina: 200,00 €

Políticas de Saúde/Nutrição e Organizações de Saúde Tipo: Formação Contínua • Duração: 7 horas • Calendário: 5 janeiro de 2013 • Candidaturas: Até 2 de janeiro de 2013 • Vagas: 8 • Mais info.:+351 225 074 320 / ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 40,00 € (comunidade U. Porto)

Macroeconomia Tipo: Formação Continua • Duração: 24 horas • Calendário: 4 a 30 de Março de 2013 • Candidaturas: Até 24 de Janeiro de 2013 • Vagas: 40 • Créditos: 2,5 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 / www. fep.up.pt • Propina: 200,00 €


Princípios de Econometria Tipo: Formação Continua • Duração: 24 horas • Calendário: 4 a 30 de Março de 2013 • Candidaturas: Até 24 de Janeiro de 2013 • Vagas:40 • Créditos: 2,5 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 / www. fep.up.pt • Propina: 200,00 € Work(ing) Soft Skills II Tipo: Curso Livre • Duração: 27 Horas • Calendário: de 13 de fevereiro a 7 de junho • Candidaturas: até 8 de fevereiro • Vagas: 24 • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 / www.fep.up.pt • Propina: 180,00 €

Faculdade de Engenharia (FEUP)

Rua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225 081 400 • Fax: +351 225 081 440 • https://www.fe.up.pt Beneficiação – Reabilitação de Estradas Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 94,5 horas • Calendário: 12, 13, 19, 20, 26, 27 de abril e 3, 4,10,11, 17 de maio de 2013 • Candidaturas: Até 19 de março de 2013 • Vagas:20 • Créditos: 3,5 ECTS • Mais info.: +351 225 081 977 / acesso.ingresso@fe.up.pt • Propina: 650,00 € Formação ITED (Instalações de Telecomunicações em Edifícios) Habilitante Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 297 horas • Calendário: 04 de fevereiro a 15 de março de 2013 • Candidaturas: Até 8 de janeiro de 2013. • Vagas: 17 • Créditos: 11 ECTS • Mais info.: +351 225 081 977 / acesso.ingresso@ fe.up.pt • Propina: 650,00 € Ondas de som e de luz: conceitos, fenómenos, experiências e aplicações Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 25 horas • Calendário: 26 de junho a 3 de julho de 2013 • Candidaturas: Até 27 de maio de 2013 • Vagas: 24 • Créditos: 1 UC (CCPFC/ACC-70358/12) • Mais info.: +351 225 081 977 / acesso. ingresso@fe.up.pt • Propina: 100,00 €

Faculdade de Letras (FLUP)

Via Panorâmica, s/n • 4150-564 Porto • Tlf: +351 226 077 100 • Fax: +351 226 091 610 • http://www.letras.up.pt Aquisição e Edição de Dados Espaciais para SIG Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 27 horas • Calendário: 2 de março a 06 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 20 de fevereiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 125,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 175,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Avaliação de Impactes Ambientais Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 27 horas • Calendário: 11 a 19 de Janeiro de 2013 • Candidaturas: Até 2 de Janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 125,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 175,00 (geral) + + 2,00 € (Seguro Escolar)

Francês da Saúde Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 60 horas • Calendário: 13 de fevereiro a 11 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 26 de janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 240,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 340,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Climatologia aplicada em Portugal Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 45 horas • Calendário: 25 de janeiro a 09 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 2 de janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 1,8 UC-CCPFC a ação releva para a progressão na carreira de Professores dos Grupos 200 e 420) • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras. up.pt • Propina: 175,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 245,00 (geral) +

Francês do Turismo, Hotelaria e Restauração Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 60 horas • Calendário: 11 de fevereiro a 29 de maio de 2013 • Candidaturas: Até 2 de fevereiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 240,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 340,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Curso intensivo de Espanhol Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 60 horas • Calendário: 14 de janeiro a 14 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 2 de janeiro de 2013 • Vagas:25 • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 240,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 340,00 (geral) + + 2,00 € (Seguro Escolar) Curso intensivo de Inglês Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 60 horas • Calendário: 11 de março a 15 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 26 de fevereiro de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 240,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 340,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar) Dar voz ao corpo II Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 27 horas • Calendário: 7 de março a 20 de junho de 2013 • Candidaturas: Até 25 de Fevereiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 125,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 175,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar) Didáticas de línguas e culturas estrangeiras Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 25 horas • Calendário: 4 março a 3 de junho de 2013 (interrompe nas férias da Páscoa) • Candidaturas: Até 20 de Fevereiro de 2013 • Vagas: 20 • Créditos: 1UC-CCPFC a presente ação releva para a progressão na carreira de Professores dos Grupos 300, 320, 330, 340 e 350) • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@ letras.up.pt • Propina: 125,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 175,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar) Elementos de Estatística aplicados à Climatologia Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 40 horas • Calendário: 14 a 23 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 2 de fevereiro de 2013 • Vagas:25 • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 150,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 210,00 (geral) + + 2,00 € (Seguro Escolar)

ras: Até 20 de janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 2 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 140,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 200,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar) Hebraico 2 Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 60 horas • Calendário: 2º.semestre - fevereiro a junho de 2013 • Candidaturas: Até 20 de janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: n/a • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 240,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 340,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar) História do Cinema Japonês Tipo: Unidade de formação contínua Coordenador científico: Prof. Doutor Gonçalo Vilas-Boas • Duração: 30 horas • Calendário: 18 de fevereiro a 17 de junho de 2013 • Candidaturas: Até 26 de janeiro de 2013 Destinatários: Público em geral • Vagas: 25 • Créditos: n/a • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 140,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 200,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Francês Jurídico Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 60 horas • Calendário: 2 de fevereiro a 18 de maio de 2012 • Candidaturas: Até 26 de janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 240,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 340,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

International English Language Testing System Tipo: Curso livre • Duração: 25 horas • Calendário: 7 de janeiro a 16 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 21 de dezembro de 2012 • Vagas: 25 • Créditos: n/a • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 120,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 170,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Fundamentos de Estatística Aplicados à Climatologia Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 45 horas • Calendário: 1 a 16 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 20 de janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 1,8 UC-CCPFC (a ação releva para a progressão na carreira de Professores dos Grupos 200 e 420); 5 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 175,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 245,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Os Livros Caminhos de Paz. Como contrariar a violência no ensino e na escola Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 27 horas • Calendário: 2 a 23 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 20 de janeiro de 2013 • Vagas: 15 • Créditos: 1,1UC-CCPFC (a presente ação releva para a progressão na carreira de Professores dos Grupos 100, 110, 200, 210, 220, 300, 310, 320, 910, 920 e 930) • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 125,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 175,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Geotecnologias II Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 28 horas • Calendário: 19 de janeiro a 16 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 2 de janeiro de 2013 • Vagas:25 • Créditos: 1,1UC-CCPFC a presente ação releva para a progressão na carreira de Professores do Grupo 420) e 3 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 130,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 195,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Poderes e dinâmicas socio-culturais na época moderna Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 27 horas • Calendário: 18 de janeiro a 15 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 2 de fevereiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 1,UC-CCPFC (a ação releva para a progressão na carreira de Professores dos Grupos 200 e 400); 3 ECTS • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 125,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 175,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Gostas de ler? Eu também não. A importância da leitura no ensino Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 27 horas • Calendário: 2 a 23 de março de 2013 • Candidaturas: Até 22 de fevereiro de 2013 • Vagas: 15 • Créditos: 1UC-CCPFC (a presente ação releva para a progressão na carreira de Educadores de Infância, Professores dos Ensinos Básico e Secundários e Professores de Educação Especial • Mais info.: +351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 125,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 175,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Riscos Naturais Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 28 horas • Calendário: 15 de fevereiro a 9 de março de 2013 • Candidaturas: Até 2 de fevereiro • Vagas: 25 • Créditos: 1,1UC-CCPFC (a presente ação releva para a progressão na carreira de Professores dos Grupos 420) • Mais info.:

Grego Antigo 2 Tipo: Unidade de formação contínua • Duração: 30 horas • Calendário: 2º.semestre - fevereiro a junho de 2013 • Candidatu25

Microeconomia Tipo: Formação Continua • Duração: 24 horas • Calendário: 1 a 28 de Fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 24 de Janeiro de 2013 • Vagas: 40 • Créditos: 2,5 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 / www. fep.up.pt • Propina: 200,00 €


Fundamentos Científicos da Anestesiologia Tipo: Formação Contínua • Duração: 90 horas • Calendário: Fevereiro de 2013 (data a definir) • Candidaturas: Inscrições: 2 a 25 de janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 10 ECTS • Mais info.: +351 225 513 659 /educacaocontinua@med.up.pt • Propina: 150,00 €

+351 226 077 153 / gfec@letras.up.pt • Propina: 130,00 € (Estudantes, Alumni e Funcionários da U.Porto); 195,00 (geral) + 2,00 € (Seguro Escolar)

Faculdade de Medicina (FMUP)

Al. Prof. Hernâni Monteiro • 4200-319 Porto • Tlf: +351 225 513 600 • Fax: +351 225 513 601 • http://www.med.up.pt

Pós-graduação em Medicina de Viagem e Populações Móveis Tipo: Formação Contínua • Duração: 28 horas • Calendário: 2 março a 27 de abril de 2013 • Candidaturas: até 8 dias antes do início do curso • Vagas: 40 • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 225 513 659 / educacaocontinua@med.up.pt • Propina: 300,00 €

Atualização em Medicina Preventiva Cuidados Saúde Primários : Apoio Integrado a idosos Tipo: Formação Contínua • Duração: 12 horas • Calendário: 12 de janeiro, 16 de fevereiro e 9 de março de 2013 • Candidaturas: Até ao 1º dia do Curso inclusive, no Dep. de Clínica Geral FMUP • Vagas:50 • Créditos: 1,5 ECTS • Mais info.: +351 225 513 659 /educacaocontinua@med.up.pt • Propina: 50,00 €

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUP) Rua Alfredo Allen • 4200-135 Porto • Tlf: +351 226 079 700 • Fax: +351 226 079 725 • http://www.fpce.up.pt

Atualização em Medicina Preventiva Cuidados Saúde Primários: F. de Risco Cardiovascular Tipo: Formação Contínua • Duração: 12 horas • Calendário: 26 de janeiro, 23 de fevereiro e 23 de março de 2013 • Candidaturas: Até ao 1º dia do Curso inclusive, no Dep. de Clinica Geral FMUP • Vagas: 50 • Créditos: 1,5 ECTS • Mais info.: +351 225 513 659 /educacaocontinua@med. up.pt • Propina: 50,00 €

A Comunicação na Escola, Tecnologias Educativas e Meios Audiovisuais Tipo: Formação Contínua • Duração: 30 horas • Calendário: 25 de janeiro a 23 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 23 de janeiro de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 3 ECTS e/ou 1,2 UC’s (CCPFC) • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce. up.pt • Propina: 150,00 €

Coaching para Orientadores de Internos de Especialidade Tipo: Formação Contínua • Duração: 32 horas • Calendário: 7 de fevereiro a 31 de julho de 2013 • Candidaturas: 1 semana antes do curso. • Vagas: 19 • Créditos: 3,5 ECTS • Mais info.: +351 225 513 659 /educacaocontinua@med.up.pt • Propina: Isento de propina

A Avaliação de Desempenho e Gestão por Objectivos Tipo: Formação Contínua • Duração: 15 horas • Calendário: 5 a 26 de janeiro de 2013 • Candidaturas: Até 3 de janeiro de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 1,5 ECTS e/ou 0,6 UC’s (CCPFC) • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 100,00 €

Competências de gestão do relacionamento interpessoal para médicos internos Tipo: Formação Contínua • Duração: 19 horas • Calendário: 10, 11 e 12 de janeiro e 11, 12 e 13 de abril de 2013 • Candidaturas: 1 mês antes do início do curso • Vagas:15 • Créditos: 2 ECTS • Mais info.: +351 225 513 659 / educacaocontinua@ med.up.pt • Propina: Isento de propina

A avaliação psicológica no âmbito dos procedimentos concursais Tipo: Formação Contínua • Duração: 18 horas • Calendário: 2 de março e 6 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 28 de fevereiro de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 2 ECTS • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 120,00 € Análise Multivariada de Dados com o Programa SPSS Tipo: Formação Contínua • Duração: 48 horas • Calendário: 5 de janeiro a 23 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 3 de janeiro de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 5 ECTS • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 230,00 €

Formação em Comunicação Clinica para médicos internos Tipo: Formação Contínua • Duração: 19 horas • Calendário: 14, 15 e 16 de março de 2013 • Candidaturas: 1 mês antes do início do curso • Vagas: 19 • Créditos: 2 ECTS • Mais info.: +351 225 513 659 / educacaocontinua@med.up.pt • Propina: Isento de propina

Aprendizagem criativa Tipo: Formação Contínua • Duração: 27 horas • Calendário: 15 de janeiro a 19 de março de 2013 • Candidaturas: Até 13 de janeiro de 2013 • Vagas:20 vagas • Créditos: 3 ECTS e/ou 1,1 UC’s (CCPFC) • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 140,00 €

Formação Pedagógica para docentes na área da Saúde Tipo: Formação Contínua • Duração: 36 horas • Calendário: 19 a 26 de janeiro de 2013 • Candidaturas: 2 semanas antes de cada módulo Destinatários: Ser docente do ensino superior e lecionar unidades curriculares da área da saúde • Vagas: 20 por módulo • Créditos: 4 ECTS • Mais info.: +351 225 513 659 / educacaocontinua@med.up.pt • Propina: 40€ (docentes externos à FMUP); isento de propina para docentes da FMUP 26

Coaching, Empowerment e Liderança de Equipas de Trabalho Tipo: Formação Contínua • Duração: 30 horas • Calendário: 7 de fevereiro a 14 de março de 2013 • Candidaturas: Até 5 de fevereiro de 2013 • Vagas: 20 vagas •

Créditos: 3 ECTS e/ou 1,2 UC’s (CCPFC) • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce. up.pt • Propina: 150,00 € Como preparar e conduzir entrevista de avaliação de competências Tipo: Formação Contínua • Duração: 15 horas • Calendário: 2 a 23 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 31 de janeiro de 2013 • Vagas:20 vagas • Créditos: 1,5 ECTS e/ou 0,6 UC’s (CCPFC) • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 100,00 € Demências: Avaliação Neuropsicologica Tipo: Formação Contínua • Duração: 48 horas • Calendário: 1 de fevereiro a 15 de março de 2013 • Candidaturas: Até 30 de janeiro de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 5 ECTS • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 250,00 € Dificuldades de aprendizagem e Leitura e da Escrita Tipo: Formação Contínua • Duração: 15 horas • Calendário: 11 a 25 de janeiro de 2013 • Candidaturas: Até 9 de janeiro de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 1 ECTS e/ou 0,6 UC’s (CCPFC) • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 100,00 € Gestão da Qualidade das Respostas Sociais Tipo: Curso de especialização • Duração: 270 horas • Calendário: 10 de janeiro a 28 de setembro de 2013 • Candidaturas: Até 5 de janeiro de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 30 ECTS • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 1600,00 € Gestão e Concepção da Formação I Tipo: Formação Contínua • Duração: 30 horas • Calendário: 19 de março a 18 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 17 de março de 2013 • Vagas:20 vagas • Créditos: 3 ECTS e/ou 1,2 UC’s (CCPFC) • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 150,00 € Famílias no plural: novos desafios educativos Tipo: Formação Contínua • Duração: 27 horas • Calendário: 22 de fevereiro a 22 de março de 2013 • Candidaturas: Até 20 de fevereiro de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 3 ECTS • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 140,00 € Interseções pedagógicas: o professor/ educador no epicentro do desenvolvimento académico e vocacional Tipo: Formação Contínua • Duração: 40 horas • Calendário: 9 de janeiro a 13 de março de 2013 • Candidaturas: Até 7 de janeiro de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 4 ECTS • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 240,00 € Intervenção Psicoeducacional nas Perturbações do Espectro do Autismo Tipo: Formação Contínua • Duração: 25 horas • Calendário: 5 de janeiro a 2 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 3 de janeiro 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 2 ECTS e/ou 0,6 UC’s (CCPFC) • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 140,00 €

Leitura, Aprendizagem e Integração das Bibliotecas nas Atividades Educativas Tipo: Curso de especialização • Duração: 270 horas • Calendário: 23 de março de 2013 a 8 de fevereiro de 2014 • Candidaturas: Até 20 de março de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 30 ECTS e/ ou 10,2 UC’s (CCPFC) • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 1200,00 € O Teatro do Oprimido Tipo: Formação Contínua • Duração: 39 horas • Calendário: 15 de janeiro a 26 de fevereiro de 2013 • Candidaturas: Até 13 de janeiro de 2013 • Vagas: 20 vagas • Créditos: 4 ECTS • Mais info.: +351 226 061 890 / sec@fpce.up.pt • Propina: 200,00 €

Porto Business School

Rua de Salazares, 842 (sede) 4149-002 Porto • Tlf: +351 22 615 32 70 Fax: +351 22 610 08 61 www.egp-upbs.up.pt Pós-Graduação Análise Financeira Tipo: Curso de Especialização • Duração: 270 horas • Calendário: fevereiro a dezembro de 2013 • Candidaturas: janeiro a fevereiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 45 ECTS • Mais info.: +351 226 153 270/ pgaf@pbs.up.pt • Propina: 6.480,00 € Pós-Graduação Controlo de Gestão e Avaliação de Desempenho Tipo: Curso de Especialização Viana • Duração: 270 horas • Calendário: janeiro a dezembro de 2013 • Candidaturas: janeiro 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 45 ECTS • Mais info.: +351 226 153 270 / pgcgad@pbs.up.pt • Propina: 5.400,00 € Pós-Graduação Gestão Imobiliária Tipo: Curso de Especialização • Duração: 270 horas • Calendário: janeiro a dezembro de 2013 • Candidaturas: janeiro de 2013 • Vagas:25 • Créditos: 45 ECTS • Mais info.: +351 226 153 270 / pggi@pbs. up.pt • Propina: 5.400,00 € Pós-Graduação Direção de Empresas Indústria da Construção Tipo: Curso de Especialização • Duração: 270 horas • Calendário: fevereiro a dezembro de 2013 • Candidaturas: janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 45 ECTS • Mais info.: +351 226 153 270 / pgdeic@ pbs.up.pt • Propina: 5.400,00 € Pós-Graduação Gestão de Vendas Tipo: Curso de Especialização • Duração: 270 horas • Calendário: janeiro a dezembro de 2013 • Candidaturas: janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Créditos: 45 ECTS • Mais info.: +351 226 153 270 / pggv@pbs. up.pt • Propina: 6.480,00 € Pós-Graduação em Gestão de Projetos Tipo: Curso de Especialização • Calendário: fevereiro a dezembro de 2013 • Candidaturas: janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.: +351 226 153 270/ pggpro@ pbs.up.pt • Propina: 5.400,00 € Pós-Graduação em Gestão de Operações Tipo: Curso de Especialização • Duração: 270 horas • Calendário: fevereiro a dezembro de 2013 • Candidaturas: janeiro de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.: +351


226 153 270/ pggo@pbs.up.pt • Propina: 5.400,00 € MBA Executivo Tipo: Curso de Especialização • Duração: 591 horas • Calendário: Final de agosto de 2013 a outubro de 2014 • Candidaturas: Até 25 de março (early bird fee) • Vagas: 70 • Mais info.: +351 226 153 270 / execmba@pbs.up.pt • Propina: 18.000,00 € (early bird fee) The Magellan MBA Tipo: Curso de Especialização • Duração: 630 horas • Calendário: setembro de 2013 a outubro 2014 • Candidaturas: até 25 de março (early bird fee) • Vagas:30 • Mais info.:351 226 153 270/ magellanmba@pbs. up.pt • Propina: 19.000,00 € Programa Avançado de Gestão Tipo: Formação Contínua • Duração: 96 horas • Calendário: abril a junho de 2013 • Candidaturas: até 25 de março de 2013 • Vagas: 30 • Mais info.: +351 226 153 270/ pag@pbs.up.pt • Propina: 4.000,00 € Curso Geral de Gestão Tipo: Formação Contínua • Duração: 225 horas • Calendário: março a julho de 2013 (edição Porto e Lisboa) • Candidaturas: 25 de fevereiro de 2013 • Vagas: 30 • Créditos: 32 ECTS • Mais info.: +351 226 153 270/ cgg@pbs.up.pt • Propina: 6.500,00 € Governo das Sociedades Tipo: Formação Contínua • Duração: 20 horas • Calendário: 18 e 25 de março; 1 e 8 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 11 de março de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.: +351 226 153 270/ gsoc@pbs.up.pt • Propina: 1.100,00 € Recuperação de Empresas Tipo: Formação Contínua • Duração: 100 horas • Calendário: fevereiro a junho 2013 • Candidaturas: Até 20 de fevereiro de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.: +351 226 153 270/ re@pbs.up.pt • Propina: 3.000,00 € Comunicação Externa Tipo: Formação Contínua • Duração: 16 horas • Calendário: 8 e 9 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 30 de março de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.:351 226 153 270 / cext@pbs.up.pt • Propina: 1.100,00 € Desenvolvimento Pessoal e Liderança Integral Tipo: Formação Contínua • Duração: 16 horas letivas + 2 horas de coaching • Calendário: 13 e 20 de março de 2013 • Candidaturas: Até 1 de março de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.: +351 226 153 270 / dpli@pbs.up.pt • Propina: 1.400,00 €

Finanças para Não Financeiros Tipo: Formação Contínua • Duração: 60 horas • Calendário: março a abril de 2013 • Candidaturas: 29 de fevereiro de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.: +351 226 153 270/ fnf@pbs.up.pt • Propina: 2.000,00 €

FORMAÇÃO

PÓS-GRADUADA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Gestão de Compras Tipo: Formação Contínua • Duração: 40 horas • Calendário: março de 2013 • Candidaturas: até 4 de março de 2013 • Vagas:25 • Mais info.: +351 226 153 270 / cgc@pbs.up.pt • Propina: 1.600,00 € Gestão de Processos Tipo: Formação Contínua • Duração: 28 horas • Calendário: 1, 4, 8, 11, 15 e 18 de abril de 2013 • Candidaturas: até 26 de março de 2012 • Vagas:25 • Mais info.: +351 226 153 270 / cgp@pbs.up.pt • Propina: 1.600,00 € Execução Estratégica (ed. Lisboa) Tipo: Formação Contínua • Duração: 32 horas • Calendário: 21 de março a 11 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 14 de março de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.: +351 226 153 270 / ee@pbs.up.pt • Propina: 1.600,00 €

COM CANDIDATURAS ENTRE JANEIRO E MARÇO DE 2013

Atenção Os valores das propinas são referentes a 2012/2013. Os valores das propinas e os horários a aplicar serão oportunamente divulgados nas páginas das Faculdades.

Faculdade de Ciências (FCUP)

Rua do Campo Alegre, s/n, • 4169-007 PORTO • Tlf: +351 220 402 000 • Fax: +351 220 402 009 • http://www.fc.up.pt 3º Ciclo / Doutoramento em Arquitectura Paisagista Duração: 6 semestres • Candidaturas: Aberto em premanência • Vagas: 5 • Créditos: 180 • Mais info.: Secção de Pós-Graduação; Profª. Doutora Teresa Andresen | pos.graduação@fc.up.pt ; mlandres@fc.up.pt | +351 220 402 030 /31 /32 • Propina: 2.750,00€

Marketing para Tempos Difíceis Tipo: Formação Contínua • Duração: 16 horas • Calendário: 22 e 23 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 15 de abril de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.:+315 226 153 270 / mtd@pbs.up.pt • Propina: 1.100,00 €

3º Ciclo / Doutoramento em Astronomia Duração: 6 semestres • Candidaturas: Aberto em premanência • Vagas: 3 • Créditos: 180 • Mais info.: Secção de Pós-Graduação; Prof. Doutor Mário Monteiro | pos.graduação@fc.up.pt ; mario.monteiro@fc.up.pt | +351 220 402 030 /31 /32 • Propina: 2.750,00€

Inovação: Fazer acontecer Tipo: Formação Contínua • Duração: 16 horas • Calendário: 16 e 17 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 9 de abril de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.: +351 226 253 270 / ifa@pbs.up.pt • Propina: 1.100,00 €

3º Ciclo / Doutoramento em Biodiversidade, Genética e Evolução Coordenação: FCUP + FC-U.Lisboa • Duração: 8 semestres • Candidaturas: até 18 de Janeiro de 2013 (2ª fase) • Vagas: 10 + 5 destinadas a candidatos ao abrigo de protocolos • Créditos: 240 • Mais info.: Secção de Pós-Graduação; Prof. Doutor Paulo Alexandrino | pos.graduação@fc.up. pt ; pbalexan@fc.up.pt ; +351 220 402 030 /31 /32 • Propina: 2.750,00€

Smart Negotiation Tipo: Formação Contínua • Duração: 8 horas • Calendário: 4 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 25 de março • Vagas: 20 • Mais info.: +351 226 153 270 / sneg@pbs.up.pt • Propina: 600,00 € (Inscrições confirmadas até 7 de março de 2013); 1.000,00 € (Inscrições posteriores a 7 de março de 2013)

3º Ciclo / Doutoramento em Biologia Duração: 6 semestres • Candidaturas: Aberto em premanência • Vagas: 44 • Créditos: 180 • Mais info.: Secção de Pós-Graduação; Prof. Doutor Manuel Ferreira | pos.graduação@fc.up.pt ; manuel.ferreira@ fc.up.pt | +351 220 402 030 /31 /32 • Propina: 2.750,00€

Supply Chain Management Tipo: Formação Contínua • Duração: 8 horas • Calendário: 9 de abril de 2013 • Candidaturas: Até 2 de abril de 2013 • Vagas: 20 • Mais info.: +351 226 153 270 / scm@pbs.up.pt • Propina: 600,00 € (Inscrições confirmadas até 12 de março de 2013); 1.000,00 € (Inscrições posteriores a 12 de março de 2013)

3º Ciclo / Doutoramento em Biologia de Plantas (MAP) Coordenação: FCUP + U.Aveiro + U.Minho • Duração: 8 semestres • Candidaturas: 1 de novembro de 2012 a 28 de fevereiro de 2013 • Vagas: 13 + 2 ao abrigo de protocolos • Créditos: 240 • Mais info.: Secção de Pós-Grdauação; Drª Juliana Oliveira | pos.graduação@fc.up.pt ; juoliveira@fc.up. pt | +351 220 402 030 /31 /32 / +351 220 402 707 • Propina: 2.750,00€

Regimes e Procedimentos Aduaneiros Tipo: Formação Contínua • Duração: 20 horas • Calendário: 11, 12, 18 e 19 de março de 2013 • Candidaturas: Até 1 de março de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.:351 226 153 270/ crpa@pbs.up.pt • Propina: 1.100,00 € Controlo de Gestão e Avaliação de Performance Tipo: Formação Contínua • Duração: 40 horas • Calendário: 4, 5, 11, 12, 18, 19, 25 e 26 de março de 2013 • Candidaturas: 25 de fevereiro de 2013 • Vagas: 25 • Mais info.: +351 226 153 270 / cgap@pbs. up.pt • Propina: 1.600,00 € 27

3º Ciclo / Doutoramento em Ciência de Computadores Duração: 6 semestres • Candidaturas: 25 de fevereiro a 15 de março de 2013 (2ª fase ) • Vagas: Sobrantes da 1.ª fase • Créditos: 180 • Mais info.: Secção de Pós-


-Graduação; Profª. Doutora Sabine Broda | pos.graduação@fc.up.pt ; sbbroda@fc.up. pt | +351 220 402 030 /31 /32 • Propina: 2.750,00€ 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências Agrárias Duração: 6 semestres • Candidaturas: Aberto em premanência • Vagas: 8 • Créditos: 180 • Mais info.: Secção de Pós-Graduação; Profª. Doutora Maria Eugénia Nunes | pos.graduação@fc.up.pt ; enunes@fc.up.pt +351 220 402 030 /31 /32 • Propina: 2.750,00€ 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências e Tecnologia do Ambiente Duração: 6 semestres • Candidaturas: Aberto em premanência • Vagas: 4 • Créditos: 180 • Mais info.: Secção de Pós-Graduação; Profª. Doutora Deolinda Fonseca | pos.graduação@fc.up.pt ; dflores@fc.up.pt | +351 220 402 030 /31 /32 • Propina: 2.750,00€

3º Ciclo / Doutoramento em Engenharia Geográfica • Duração: 6 Semestres • Candidaturas: Aberto em premanência • Vagas: 6 • Créditos: 180 • Mais info.: Secção de Pós-Graduação; Profª. Doutora Maria Joana Fernandes | pos.graduação@ fc.up.pt ; mjfernan@fc.up.pt | +351 220 402 030 /31 /32 • Propina: 2.750,00€ 3º Ciclo / Doutoramento em Química Sustentável Coordenação: FCUP + FFUP + ICBAS + FCT-U.N.Lisboa • Duração: 6 semestres • Candidaturas: Até 15 de janeiro de 2013 (3ª fase) • Vagas: 24 • Créditos: 180 • Mais info.: Secção de Pós-Graduação; Prof. Doutor José Ferreira Gomes | pos. graduação@fc.up.pt ; jfgomes@fc.up.pt | +351 2204 020 30 /31 /32 • Propina: 2.750,00€

Faculdade de Economia (FEP) Rua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-464 Porto • Tlf: +351 225 571 100 • Fax: +351 225 505 050 • http://www.fep.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Economia Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: diurno • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.250,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Gestão Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: diurno • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.250,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Finanças Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: diurno e pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep.up.pt • Propina: 1.500,00€

28

2º Ciclo / Mestrado em Contabilidade e Controlo de Gestão Duração: 4 semestres • Candidaturas1.ª fase: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep.up.pt • Propina: 1.500,00€

2º Ciclo / Mestrado em Economia e Administração de Empresas Duração: 4 semestres • Candidaturas1.ª fase: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep.up.pt • Propina: 1.500,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão da Inovação Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.500,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão de Recursos Humanos Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.500,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão do Ambiente Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.500,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão Internacional Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.500,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Finanças e Fiscalidade Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.500,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Gestão Comercial Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.500,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Gestão de Serviços Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.500,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Gestão e Economia de Serviços de Saúde Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.500,00€ 2º Ciclo / Mestrado em Marketing Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1500,00€

2º Ciclo / Mestrado em Modelação. Análise de Dados e Sistemas de Apoio à Decisão Duração: 4 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 120 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 1.500,00€ 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências Empresariais Duração: 6 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: pós-laboral • Créditos: 180 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 3.000,00€ 3º Ciclo / Doutoramento em Economia Duração: 8 semestres • Candidaturas: 25 de março a 12 de abril 2013 (1ª fase) • Horário: Diurno • Créditos: 240 ECTS • Mais info.: +351 225 571 100 | www.fep. up.pt • Propina: 2.750,00€

Faculdade de Engenharia (FEUP) Rua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225 081 400 • Fax: + 351 225 081 440 • http://www.fe.up.pt 3º Ciclo / Doutoramento em Engenharia Civil Duração: 6 semestres • Candidaturas: 1 de fevereiro a 15 de março de 2013 (5ª fase) • Vagas: sobrantes das fases anteriores • Créditos: 180 • Mais info.: Júlia Aroso | prodec@fe.up.pt | +351 225 082 139 / +351 220 413 706 • Propina: 3.000,00€ 3º Ciclo / Doutoramento em Segurança e Saúde Ocupacionais Coordenação: FEUP + FAUP + FBAUP + FCNAUP + FCUP + FADEUP + FFUP + FLUP + FMUP + FPCEUP + ICBAS • Duração: 6 semestres • Candidaturas: 20 de outubro a 7 de janeiro de 2013 (4ª fase) • Vagas: 5 + sobrantes das fases anteriores • Créditos: 180 • Mais info.: Engª. Célia Ferreira | demsso@fe.up.pt | +351 225 081 929 • Propina: 3.000,00€

Faculdade de Farmácia (FFUP) Rua de Jorge Vitermo Ferreira, n.º 228 • 4050-313 Porto • Tlf: +351 220 428 500 • Fax: + 351 226 093 390 • http://www. ff.up.pt 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências Farmacêuticas Duração: 8 semestres • Candidaturas: 07 de janeiro a 15 de fevereiro de 2013 (3ª fase) • Vagas: sobrantes da 2ª fase • Créditos: 240 ECTS • Mais info.: Serviço de Gestão Académica e Expediente | e-mail: expediente@ff.up.pt | telefone: +351 220 428 536 • Propina: 2.750,00€


MONTRA DE LIVROS

U . P O RT O A L U M N I 1 7

ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

UM GUIA PARA PROFESSORES DO ENSINO SECUNDÁRIO. FÍSICA E QUÍMICA PAULO SIMEÃO CARVALHO, ADRIANO SAMPAIO E SOUSA, JOÃO PAIVA E ANTÓNIO JOSÉ FERREIRA

A CRIMINOLOGIA: UM ARQUIPÉLAGO INTERDISCIPLINAR

REGULAÇÃO METABÓLICA: UMA PERSPETIVA FOCADA NO ORGANISMO HUMANO

CÂNDIDO DA AGRA (DIR.)

KEITH N. FRAYN RUI FONTES (TRADUÇÃO E REVISÃO CIENTÍFICA) IVONE OLIVEIRA (TRADUÇÃO)

U.PORTO EDITORIAL

U.PORTO EDITORIAL

Implementar e melhorar as experiências laboratoriais de Físico-Química feitas no ensino secundário é o principal objetivo do novo livro da U.Porto editorial. Esta é uma obra preparada por professores universitários e do ensino secundário para ajudar a melhorar o trabalho prático realizado por estudantes e professores do secundário, nas áreas de Física e Química. Paulo Simeão Carvalho, João Paiva, Adriano Sampaio e Sousa e António José Ferreira são os autores do livro. Em “Ensino Experimental das Ciências” podemos encontrar uma reflexão sobre as práticas de investigação, dando-se um apoio específico ao professor na atividade laboratorial. É abordada a organização espacial dos laboratórios, o equipamento, a análise e o tratamento de dados e a comunicação de resultados, refletindo-se igualmente sobre tópicos importantes relacionados com o ensino. Paulo Simeão Carvalho e João Carlos Paiva são professores na FCUP. Já Adriano Sampaio e Sousa é professor aposentado do ensino secundário e, durante uma década, foi assistente convidado do Departamento de Física e Astronomia da FCUP, enquanto António José Ferreira é professor de Física e Química no ensino secundário.

Esta é uma obra de autoria múltipla que pretende transmitir a ideia da Criminologia como um arquipélago. Trata-se de uma dispersão controlada de discursos, situados em diferentes formas de repartição discursiva sobre o crime e a justiça. Encara-se a ciência do crime como uma disciplina de vocação interdisciplinar, apresentando-se o sistema de comunicação entre a Criminologia e outras disciplinas como a Psiquiatria, a História, o Urbanismo, a Sociologia e a Literatura. A obra em apreço não é um tratado que apresente os grandes sistemas da Criminologia. Também não é uma obra temática, metodológica ou epistemológica. Os textos aqui reunidos apenas na aparência, na perceção visual a que chamamos livro, são uma obra. Em essência são dezenas de discursos que formam um livro feito de uma multiplicidade de fragmentos e de atos de conhecimento sobre o crime e a justiça.

Uma tradução para português da obra “Metabolic Regulation – a Human Perspective” é o novo livro da U.Porto editorial que aborda a temática do metabolismo no ser humano, adotando uma visão integrada dos processos metabólicos, na qual se enfatiza a forma como as vias metabólicas interagem de forma dinâmica operando como um todo coordenado. Dirige-se a quem se interessa por obter da Bioquímica ensinamentos aplicáveis à Medicina, à Nutrição, à Fisiologia do Exercício e a muitas outras disciplinas. Keith N. Frayn é professor emérito de Metabolismo Humano na Universidade de Oxford, tendo, no entanto, começado a estudar a Bioquímica em Cambridge. Seguiu-se um doutoramento sobre o mecanismo de ação da metformina, um fármaco usado no tratamento da diabetes. Entre 1976 e 1986 trabalhou na Unidade de Toxicologia do Medical Research Council da Universidade de Manchester e foi um dos fundadores da Unidade de Trauma do mesmo Conselho. Nesse período estudou as respostas metabólicas ao trauma físico e à infeção. Em 1986 mudou-se para Oxford e começou a estudar o papel do tecido adiposo na saúde e na doença humanas. A partir de 1999, passou a ser professor de Metabolismo Humano da Universidade de Oxford.

29

PEDRO ROCHA

U.PORTO EDITORIAL



FACE-A-FACE

U . P O RT O A L U M N I 1 7

Em que estado se encontra a ciência em Portugal? A ciência portuguesa cresceu de forma incrível a partir dos anos 90. O Programa Mobilizador da Ciência e da Tecnologia, criado por Mariano Gago quando era presidente da JNICT [Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, embrião da atual FCT], em 1986, lançou a ciência portuguesa. Bate tudo certinho com a entrada de Portugal na CEE e a utilização de fundos estruturais para desenvolvimento da ciência. Temos neste momento à volta de 300 Unidades de Investigação, que reúnem grupos de docentes se-

diados nos departamentos universitários. Temos ainda 27 Laboratórios Associados, que são várias unidades juntas ou unidades completamente independentes geridas por associações privadas sem fins lucrativos [como o IBMC.INEB, fundado em 2000]. Atingimos, em 2009-10, os 14.000 doutorados, quando começámos com 1.800, em 1986. Por ano, temos 1.000 a 1.500 doutorados de todas as 25 áreas de investigação, desde as artes às ciências exatas. A produtividade, em termos de publicações científicas indexadas [nas bases de dados] internacionais, foi à volta de 40.000 artigos, no ano passado. O índice de citação, cumulativo dos últimos cinco anos, dava conta de 120.000 citações.

Quais foram os principais avanços da ciência em Portugal nas últimas décadas? O avanço mais significativo foi que Portugal entrou na rota da ciência internacional. Houve uma internacionalização da ciência, o que obrigou os investigadores a ter de lidar, cada vez mais, com níveis de exigência muito elevados. Hoje, praticamente em todas as áreas, Portugal é reconhecido internacionalmente como parceiro científico. E isto começa a ter retorno: Portugal tem empresas, bens e serviços e transferência de tecnologia que são considerados credíveis. Mas é um processo lento e construído, muitas vezes, na base da confiança entre investigadores. Basicamente, Portugal tem agora um lugar na ciência internacional.

31

O DIRETOR DO IBMC – INSTITUTO DE BIOLOGIA MOLECULAR E CELULAR, SEDIADO NA U.PORTO, NÃO TEM DÚVIDAS DE QUE “A CIÊNCIA PORTUGUESA CRESCEU DE FORMA INCRÍVEL”. MAS TEME, AGORA, QUE O SISTEMA CIENTÍFICO NACIONAL NÃO CONSIGA “PASSAR PARA O PATAMAR SEGUINTE”. CLAUDIO SUNKEL RECEIA OS CORTES NO FINANCIAMENTO DA INVESTIGAÇÃO E DESCONFIA DA ESTRATÉGIA DO GOVERNO PARA A CIÊNCIA, QUE CONSIDERA POUCO FUNDAMENTADA. PARA O DOCENTE E INVESTIGADOR DE ORIGEM CHILENA, “A CIÊNCIA PORTUGUESA TEM MAIS CREDIBILIDADE FORA DE PORTUGAL DO QUE ENTRE OS DECISORES POLÍTICOS”. AINDA ASSIM, SUNKEL DEPOSITA MUITAS ESPERANÇAS NO I3S – INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO EM SAÚDE, QUE VAI AGREGAR O IBMC, O IPATIMUP E O INEB.

RICARDO MIGUEL GOMES

“A ciência portuguesa tem mais credibilidade fora de Portugal do que entre os decisores políticos”


FACE-A-FACE

U . P O RT O A L U M N I 1 7

“Temos portugueses no MIT, Harvard, Que lugar é esse? A que nível chegámos internacioStanford, entre nalmente? outras instituições. Entre os países desenvolvidos, Portugal está no Inclusive pessoas meio da tabela. Um lugar bom. Mas mais interessante do que ter chegado a esse patamar é que que fizeram o mundo da ciência reconheceu que o ensino sudoutoramento cá.” operior português é muito bom. Sempre foi muito discutido, por cá, se a qualidade do ensino era suficientemente boa. Ora, neste momento, nós conseguimos colocar os nossos alunos, sobretudo acabando o mestrado e numa fase de doutoramento, em todos os lados do mundo, desde as universidades médias às melhores universidades. Temos portugueses no MIT, Harvard, Stanford, entre outras instituições. Inclusive pessoas que fizeram o doutoramento cá. Portugal não está nos primeiros dez lugares, claro. Mas o seu ensino e a sua investigação têm credibilidade. O que é que correu pior no processo de desenvolvimento da ciência em Portugal? O sistema científico português assentou sempre numa base de financiamento frágil. A ciência é financiada, numa parte muito significativa, por fundos estruturais europeus e não pelo Orçamento do Estado, o que é muito contingente. Há fundos estruturais, não há fundos estruturais? Portugal faz um investimento direto em ciência à volta de 0,4% do PIB. É ridículo, sobretudo se comparado com o retorno do investimento. Arriscaria dizer que o retorno (que ainda não foi calculado) em bens e serviços, em patentes, em contratos com a indústria, em dinheiros da UE ou em dinheiros para fundações é muitíssimo superior ao investimento. Outra das fragilidades é não se ter enraizado a necessidade de o desenvolvimento português assentar na inovação. Esse problema é político. A ciência portuguesa tem mais credibilidade fora de Portugal do que entre os decisores políticos nacionais.

32

A ciência não é uma prioridade política… É engraçado: ela é uma prioridade nos discursos políticos. A inovação, o empreendedorismo, as novas tecnologias, os jovens, o futuro… isto são palavras de discurso. Não são palavras de ação. A construção do sistema científico e tecnológico nacional demorou vinte anos. E foi construído patamar a patamar. Agora, estamos numa fase em que devíamos passar para o patamar seguinte: continuar a aumentar os níveis de qualidade e a ser mais rigorosos no financiamento. Eu diria que falta profissionalizar a ciência portuguesa, o que exige continuidade.

Os principais problemas da ciência portuguesa decorrem da precariedade do financiamento? E da precariedade das instituições. As instituições da ciência portuguesa – Unidades de Investigação e Laboratórios Associados – são frágeis, porque o seu financiamento é de curto prazo. Recentemente, a FCT fez um levantamento do dinheiro que as Unidades de Investigação e os Laboratórios Associados foram buscar ao 7.0 Programa Quadro [de I&DT] 2007-2011. As quase 300 Unidades de Investigação foram, nesse período, buscar 91 milhões de euros. Dos 27 Laboratórios Associados, 16 foram buscar 82 milhões de euros. E só têm 3.500 doutorados. Estes números mostram, claramente, que este tipo de organização tem um potencial enorme de financiamento, de execução e de transferência de tecnologia. O meu medo, neste momento, é que se fala em fazer reset do sistema científico nacional. Conhecendo os constrangimentos financeiros que Portugal tem neste momento, conhecendo a necessidade de buscar financiamento fora, conhecendo a necessidade de transferir conhecimento para o tecido empresarial, penso que a aposta que é necessário fazer é no que há de melhor no sistema científico nacional. Quer-se repensar o sistema todo sem um olhar abrangente para o que os números nos dão. E o que os números nos dão é, na minha perspetiva, um enorme sucesso. Fazer “reset do sistema”

Teme que as dificuldades económicas e a nova estratégia para a ciência impeçam o sistema científico de subir para o patamar que referiu? O problema é mais profundo: eu não sei qual é a estratégia para a ciência. Confesso que fico um pouco perplexo por, quase um ano e meio de novo Governo, não ter visto ainda nenhum documento. Não li nenhum plano estratégico. Conheço apenas uma coisa muito má que está a acontecer agora: nós vamos falando com pessoas que nos contam o que os responsáveis dizem. Não há diálogo com os responsáveis da ciência? Houve umas tentativas de diálogo: duas ou três reuniões gerais em que ficámos com umas ideias pouco claras do que se pretende. Foi-nos dito, primeiro, que Portugal tinha de fazer reset do sistema. Segundo, foi-nos dito que, em vez de se financiarem instituições, se deviam financiar projetos de investigadores. Para mim, isso é a morte das instituições. Não sei para onde vão os investigadores fazer a sua investigação! Se não a fazem nas instituições que foram criadas, onde


Um jovem cientista tem futuro em Portugal ou estamos condenados a ver partir os nossos melhores investigadores? Tudo depende do que se quer fazer. Lamentavelmente, há um discurso algo esquizofrénico no Governo: por um lado, ouvimos o Primeiro-Ministro a falar da inovação e da tecnologia como fundamentais; e, por outro, temos o mesmo Primeiro-Ministro e os financiadores da ciência a dizerem que uma parte dos investigadores tem de trabalhar lá fora, que emigrar não é assim tão mau. Estas mensagens são um pouco difíceis de perceber. Neste momento, o meio ambiente é generalizadamente mau. Acontece que temos, em Portugal, investigadores com nível para trabalhar em qualquer sítio do mundo. E se dissermos a um investigador que nos próximos três meses não pode fazer encomendas, ele começa a pensar: “O que estou aqui a fazer? Fui a um concurso internacional, ganhei um milhão e meio de euros para fazer investigação e não posso fazer encomendas!? Estão a gozar comigo”. Como é que se contraria a fuga de cientistas? É preciso dar confiança aos investigadores. Garantir-lhes que o financiamento das suas instituições vai manter-se e que eles podem continuar a desenvolver o seu trabalho. Dos investigadores que ganharam o ERC [European Research Council], ou outros projetos muito relevantes, vários deles já saíram de Portugal. E porquê? Porque estão a ver, a médio prazo, a situação muito constrangida. Constrangida em termos de financiamento? As Unidades de Investigação e os Laboratórios Associados receberam, muito recentemente, a proposta de financiamento para 2013. A proposta tem cortes entre 15 a 50% do orçamento! O IBMC vai ter um corte de 30% no seu financiamento base, o que de facto põe em causa a continuidade da instituição. Com estas perspetivas, o que é que eu digo aos investigadores?

“É muito mais importante ter instituições reconhecidas internacionalmente pelo seu alto nível do que dois ou três cientistas.”

Querem mesmo voltar? Se pudessem ter uma situação relativamente estável e com uma perspetiva de médio prazo, elas voltariam. Nós temos que lhes dar essa perspetiva. Se damos uma perspetiva de três anos, alguém se vai mudar do University College London? Não vai! O que é incrível é que, se dessemos uma perspetiva de cinco anos, até mudaria. Estariam disponíveis para contribuir. E são gente de primeira linha, com trabalhos de investigação publicados nas melhores revistas. Tecido empresarial “problemático”

Há pouco falou da relação da ciência com o tecido empresarial. A ciência portuguesa está, de facto, em condições de ajudar as empresas a melhorarem a sua competitividade? Até agora, o envolvimento da ciência portuguesa em processos produtivos tem tido um sucesso estrondoso. Basta olhar para a costa da Póvoa de Varzim e ver a plataforma de produção eólica. Aquilo é produto português! É engraçadíssimo que, neste momento, o calçado já não é um problema, porque houve um envolvimento da ciência portuguesa. E porque é que esse envolvimento não é ainda maior? Em grande parte porque isso leva tempo. Os chineses levaram 20 anos. Começaram por copiar e, aos poucos, introduziram coisas novas e passaram a produzir a sua própria tecnologia. Acho que estamos no momento certo para as coisas acontecerem; e estava tudo bem encaminhado… Mas há que referir que o tecido empresarial por-

“A missão do IBMC é a ciência; e tem de ser ciência de excelência.”

33

é que a vão fazer? As instituições não são só um conjunto de investigadores. As instituições têm de fornecer o espaço físico, o apoio logístico, as competências, a instrumentação para que os investigadores possam fazer o seu trabalho. Para mim, é muito mais importante ter instituições reconhecidas internacionalmente pelo seu alto nível do que dois ou três cientistas, individualmente.

Que conselho daria a um cientista que está agora a iniciar a sua carreira: ficar cá ou partir? Eu fiquei; eu apostei. Tenho de confessar que a primeira metade deste ano foi muito difícil. O IBMC viveu uma situação financeira extremamente delicada, entre abril e junho deste ano. Estivemos mesmo para fechar portas. Então, o que é que eu posso dizer a uma pessoa que tem um futuro brilhante na investigação? Que fique? Eu, neste momento, abstenho-me de dar [essa resposta]. As pessoas têm de olhar para a situação e decidirem. Eu continuarei a lutar pela instituição e quem quiser ficar comigo é muito bem-vindo. Vamos lutar juntos e trabalhar para que a instituição, não só sobreviva, como seja melhor. Mas, em termos práticos, as pessoas têm de olhar para o seu futuro. Quem tem de ir embora para continuar a sua investigação deve fazê-lo. Isto já aconteceu no passado, e o mais interessante é que as pessoas querem voltar.


FACE-A-FACE

U . P O RT O A L U M N I 1 7

tuguês é problemático: tem pouca qualificação. E, também por isso, não acredita muito na ciência portuguesa. Se lhe dão a escolher entre uma solução portuguesa e uma solução alemã, eles querem a alemã. Este trabalho [de envolvimento com as empresas] vai acontecer quando o volume da ciência portuguesa for suficiente para, cada vez mais, bombardear os empresários com possibilidades de solução.

“Elas [empresas] trazem-nos os seus problemas, para a resolução dos quais nós temos competências.”

No IBMC, há essa abertura para cooperar com as empresas? A minha visão desde que sou diretor do IBMC, em 2009, é que o instituto tem que ter um ecossistema de envolvimento com a sociedade. A missão do IBMC é a ciência; e tem de ser ciência de excelência. Isso não significa que se pegue nos recursos da ciência para prestar exclusivamente serviços. Entre 10 a 14% do nosso orçamento já vem, contudo, de serviços à comunidade. Temos uma clínica, fazemos diagnóstico genético e trabalhamos com todos os hospitais do país. Tentamos aproximar-nos das empresas, mas mais numa lógica de investigação em consórcio. Elas trazem-nos os seus problemas, para a resolução dos quais nós temos competências.

Em entrevista disse que o IBMC precisava de encontrar “um espaço” dentro da U.Porto. É disso que me está a falar? É, é isso. Não vou fugir à questão: ainda existem anticorpos contra os Laboratórios Associados. Criou-se a ideia de que os Laboratórios Associados tinham sido beneficiados em relação a outras instituições [da U.Porto], o que não me parece ter sido o caso. Estas instituições [Laboratórios Associados] são outra expressão da forma de organização da Universidade. Têm mais autonomia mas podem contribuir, e muito, para a Universidade. No caso do IBMC, somos geridos por uma associação de utilidade pública sem fins lucrativos. E fazem parte da associação a Reitoria, a Faculdade de Ciências, o ICBAS, entre outros. Todas estas entidades têm poder para, dentro da associação, influenciar e modificar o caminho. Deviam cada vez mais utilizar esse poder. Acho que todos têm a ganhar com uma situação mais fluida.

34

Quais são atualmente os principais desafios do IBMC? O desafio imediato do IBMC é estabilizar o financiamento para os próximos anos, de forma a manter na instituição os melhores investigadores. Nós não podemos sobreviver se os nossos melhores investigadores saírem. Em 2009, só metade do financiamento vinha do que estava programado para o Laboratório Associado. No ano passado, isso já era menos de 30%; e agora, com os cortes previstos para o próximo ano, ainda vai ser mais baixo. Mas isso não implicou uma queda do orçamento do IBMC: [o instituto] passou de 8 milhões de euros em 2009 para 11,5 milhões em 2012. Ponto dois: tem de haver mais transferência de tecnologia. Ou seja, temos de ir buscar mais financiamento a contratos com a indústria. Ponto três: temos de ir buscar mais financiamento europeu, e não apenas à UE. E há ainda outro ponto fulcral: o IBMC tem de trabalhar de uma forma mais estreita com as faculdades. Temos vindo a fazer esse esforço e tem havido alguma abertura por parte das faculdades. Submetemos uma proposta para um programa doutoral, juntamente com o ICBAS e com a Faculdade de Ciências [FCUP]. Para nós, isso foi muito positivo.

Há da vossa parte vontade de participar mais efetivamente na dinâmica da Universidade? Da nossa parte, a vontade é total. Disse-o no primeiro dia que assumi [a direção do instituto]: queria um envolvimento cada vez maior do IBMC nas faculdades. O que é que beneficiamos com isto? Vamos buscar alunos. A força do IBMC são os alunos excelentes, que vêm dos cursos muito bem treinados e que, depois de terem aqui um treino também muito bom, fazem investigação de qualidade. É uma win-win situation. No ano passado, demos um passo muito interessante com a Faculdade de Ciências: comprámos equipamento em consórcio. Aliás, nós fazemos com que os investigadores individualmente não comprem equipamento de grande dimensão ou que precise de muito financiamento. Sediamos esse equipamento no que chamamos de serviços científicos, que são abertos a toda a U.Porto. Portanto, há imensas oportunidades que podemos explorar. Gostaria que o resto da U.Porto se revisse mais no IBMC. Que tivesse orgulho por o IBMC fazer parte da Universidade.


Um dos objetivos estratégicos da U.Porto é tornar-se uma instituição eminentemente vocacionada para a ciência. Considera este objetivo exequível? O objetivo é exequível. Os levantamentos feitos pela Reitoria mostram que a capacidade científica da U.Porto é muito significativa. Mas é preciso que a investigação seja, de facto, uma prioridade da Universidade. E, para isso, tem de ser prioridade, não em termos estatísticos, mas de políticas da Reitoria e das faculdades. Se a estratégia é fazer investigação, então as faculdades deviam apoiar e desenvolver as suas relações com os Laboratórios Associados. Por outro lado, a própria Reitoria devia liderar um processo em que as Unidades de Investigação e os Laboratórios Associados fizessem parte dos órgãos de decisão, para terem influência nas decisões que se vão tomar. Acho que se começa a fazer esse caminho. I3S arranca em 2015

Em 2008 foi criado o Health Cluster Portugal. O nosso país tem, de facto, potencialidades no setor da saúde? É óbvio que Portugal tem muito potencial. Há muita capacidade instalada, desde logo porque o Sistema Nacional de Saúde é dos melhores do mundo. Portanto, tendo esse sistema já montado, criou-se à sua volta áreas de competência em termos de investigação em saúde que, em alguns casos, são excelentes. Mas é preciso apostar na área da saúde com mais força. O que há a fazer, agora, é reforçar a ligação das Unidades de Investigação e dos Laboratórios Associados aos hospitais e às faculdades de Medicina.

“Há muita capacidade instalada, desde logo porque o Sistema Nacional de Saúde é dos melhores do mundo.”

Não há o risco de dispersão por várias áreas científicas, impedindo uma especialização competitiva? Neste momento, os investigadores dos três institutos estão já a definir os grandes programas de investigação. Estamos a falar de quatro ou cinco grandes programas, no máximo. Portanto, a ideia é completamente diferente. Vamo-nos focar em quatro áreas principais: imunidade e infeção; doenças do foro oncológico; doenças degenerativas; regeneração e células estaminais. Queremos, agora, identificar grupos de investigação da U.Porto que façam sentido integrar no instituto. É um projeto inclusivo e abrangente. Mas que tem de ter linhas de ação muito focadas, nas quais os diferentes saberes contribuam para soluções inovadoras.

“É óbvio que Portugal tem muito potencial [no cluster da saúde].”

Quando é que o I3S arranca? O financiamento está assegurado, o concurso de construção foi concluído e as obras devem arrancar em janeiro. O prazo de execução é de dois anos.

35

Acha que isso não acontece? Gostaria de senti-lo mais. Gostaria de ter constantemente, na minha mesa, candidaturas de docentes da U.Porto para trabalharem aqui. Tenho tido poucas. Os órgãos de gestão da Universidade olham para estas instituições [Laboratórios Associados] e, obviamente, ficam felizes por estarem cá [sediados]. Mas outra coisa é os docentes que desenvolvem investigação sentirem como normal serem avaliados [pelo IBMC] e, se as suas candidaturas forem interessantes, serem convidados a montar laboratório cá. O IBMC, o INEB ou o IPATIMUP deviam ser sítios de mobilidade interna.

Neste contexto, que contributo pode dar o I3S para a expansão do cluster da saúde? O I3S encaixa nesta estratégia. A intenção é criar um instituto de dimensão internacional, que congregue um grande número de investigadores trabalhando todos para um mesmo fim: as ciências da vida e da saúde. O I3S vai desde a biologia mais básica até ao doente, com linhas de ação a atravessarem esses caminhos e a integrarem a [investigação de] translação, as empresas, os hospitais, entre outros agentes. A ideia é produzir conhecimento numa lógica inclusiva, para que os melhores nestas áreas [da saúde] venham sediar-se no instituto. Espera-se que [o I3S] tenha uma área de serviços à comunidade, que venha fomentar o trabalho em consórcio e com empresas. Queremos, portanto, criar um polo de atração de inovação e tecnologia na área da saúde.


MÉRITO

U . P O RT O A L U M N I 1 7

JUBILAÇÃO DE ALBERTO AMARAL E ADÉLIO MACHADO

36

No dia 28 de setembro realizaram-se, na FCUP, as cerimónias de jubilação de Alberto Amaral (na foto) e Adélio Machado, nas quais se prestou homenagem a dois notáveis docentes do Departamento de Química e Bioquímica daquela Faculdade. Alberto Amaral formou-se na FCUP e doutorou-se em Química Quântica, em Cambridge. Como docente, dinamizou o estudo e a investigação da Química na FCUP, onde, com apenas 37 anos, se tornou professor catedrático. Um pouco antes, foi eleito presidente do Conselho Diretivo da FCUP. A experiência no cargo ter-lhe-á sido útil no seu reitorado à frente da U.Porto (de 1985 a 1998), que se caracterizou por importantes reformas estruturais. Atualmente, é investigador do CIPES, que já dirigiu, e preside à A3ES, desde 2008. Adélio Machado tem, também ele, uma carreira docente e científica de vulto. Carreira essa que inclui um doutoramento no Imperial College de Londres, muitos artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais, inúmeras conferências em Portugal e no estrangeiro, várias coordenações de projetos científicos e orientações de teses de pós-graduação.

MEDALHA DE OURO PARA OLIVEIRA JORGE

HONORIS CAUSA PARA NADIR AFONSO

A FLUP atribuiu, no dia 30 de novembro, a sua Medalha de Ouro a Vítor Oliveira Jorge, docente e investigador da Faculdade. Foi mais um reconhecimento das qualidades humanas, científicas e académicas deste notável arqueólogo português. Oliveira Jorge é um dos principais responsáveis pela licenciatura em Arqueologia da FLUP, que foi de resto a primeira no nosso país. Presidiu à Comissão Instaladora do Instituto Português de Arqueologia e à UISPP – Union Internationale des Sciences Préhistoriques et Protohistoriques, sendo atualmente presidente da direção da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia e da Associação para o Desenvolvimento da Cooperação em Arqueologia Peninsular. Além destes cargos, Oliveira Jorge dirigiu diversas revistas especializadas em Arqueologia e publicou vários livros dentro desta área científica. É também poeta com vasta obra publicada.

Por proposta da FBAUP, a U.Porto distinguiu o pintor e arquiteto Nadir Afonso com o título de Doutor Honoris Causa. A cerimónia realizou-se no dia 5 de novembro, na FBAUP, e foi mais um reconhecimento do especial contributo do doutorado para a promoção e projeção da cultura portuguesa contemporânea, em particular nas artes plásticas, ao longo de 75 anos de carreira. Nascido em 1920 em Chaves, Nadir Afonso formou-se em Arquitetura pela Escola de Belas-Artes do Porto (antecessora das atuais FAUP e FBAUP) e em Pintura pela École de Beaux-Arts de Paris (1946). Os anos seguintes foram divididos entre Paris e o Brasil, onde colaborou com arquitetos tão reputados como Le Corbusier ou Oscar Niemeyer. De regresso a Portugal, Nadir Afonso dedicou-se em exclusivo à pintura, a partir de 1965. E logo conquistou, em 1967, o Prémio Nacional de Pintura e o Prémio Amadeo de Sousa-Cardoso, em 1969. A sua singular obra artística, resultado de um pertinente cruzamento de referências entre a arquitetura e a pintura, está representada em vários museus internacionais.


EMPREENDER

O UPTEC acolheu recentemente a sua primeira empresa vinda de outro país. A suíça Tweasy é uma companhia especializada em aplicações de inovação na área do marketing digital, e vai ficar instalada no parque para estar em sintonia com a U.Porto e sua comunidade académica. A Tweasy é a primeira empresa estrangeira a sediar-se no UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto. Os seus responsáveis olharam para Portugal e viram-no como um país atraente para investir. Depois, estabeleceram os primeiros contactos com o UPTEC, que “foram excelentes”, garante o CEO da empresa, José de Bastos. E foi assim que a Tweasy passou a integrar as dez empresas e instituições que, atualmente, desenvolvem atividades de I&DI no Centro de Inovação do UPTEC, inaugurado em novembro, naquele seria mais um importante passo ao nível das sinergias entre o tecido empresarial e o meio académico promovidas pela U.Porto. Esta empresa suíça especializada no desenvolvimento de tecnologias e aplicações de inovação na área do marketing digital instalou-se, desde o primeiro dia, no centro do UPTEC e acalenta já a ambição de crescer. Queremos “contratar novos colaboradores, olhar para as empresas à nossa volta e identificar potenciais parcerias e, finalmente, adquirir empresas com tecnologia que permita avançar mais rápido”, confidenciou José de Bastos. A Tweasy chegou ao UPTEC com a necessidade de criar um centro de desenvolvimento. Mas, ao deslocalizar-se para Portugal, a empresa procurou essencialmente resolver o problema de falta de quadros disponíveis na sua área na Suíça. Neste momento, a Tweasy tem já dez colaboradores mas o objetivo é triplicar este número nos próximos dois anos. O produto principal da empresa é a plataforma SaaS (cloud), que permite às PME a implementação eficiente de aplicações web móveis e sociais. A Tweasy oferece também soluções personalizadas, baseadas em aplicações para smartphone a clientes-chave da indústria do retalho.

Para crescer, a empresa helvética espera contar também com o contributo dos estudantes da U.Porto e ser contagiada pelas ideias mais arrojadas vindas dos laboratórios e centros de investigação da Universidade. José de Bastos acredita que a empresa só pode beneficiar com esta proximidade: “Assim, podemos estar ao corrente do que se passa e beneficiar de novas tecnologias”. Investimento para o futuro Nos próximos cinco anos, a Tweasy espera investir no UPTEC cerca de 3 milhões de euros e, no futuro, apostar diretamente em Portugal, até porque a crise pode ser algo positivo, segundo José de Bastos. “Uma crise nunca diminui a necessidade de comunicar e as soluções digitais são uma resposta perfeita”, assegura. A decisão de expandir o negócio da Tweasy no Porto foi impulsionada pela “possibilidade de evoluir num meio académico dinâmico e de descobrir e contratar novos talentos, assim como de estar perto da inovação e poder beneficiar de ideias e de networking”, explica o CEO da empresa. Com a chegada da Tweasy, os estudantes da U.Porto ganharam mais uma oportunidade de mostrar as suas ideias e os seus projetos. Para José de Bastos, a proximidade entre o tecido empresarial e o meio académico só pode ser vantajosa, por isso a Tweasy está atenta e disponível para futuras parcerias. “Estar próximo é em si um benefício. Poder lançar projetos em conjunto com a Universidade ou com empresas à nossa volta” é uma oportunidade que a Tweasy não vai recusar, garante o empresário português. Além disso, a Tweasy está disponível para “estudar ideias de estudantes e apoiá-las da melhor maneira”.

Prémio da COTEC O UPTEC foi distinguido pela COTEC Portugal com o Prémio Valorização do Conhecimento e Fomento do Empreendedorismo 2012, na categoria “Estratégias de Comercialização de Tecnologias”. Foi assim reconhecido pela mais importante associação empresarial portuguesa para a inovação o esforço da U.Porto, através do seu parque de C&T, para promover a transformação do conhecimento em projetos de base tecnológica com elevado potencial económico. Atribuído no âmbito de um concurso promovido pela COTEC em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, o prémio distingue a U.Porto como a universidade portuguesa com melhores resultados na comercialização do conhecimento gerado nas suas unidades de investigação e na promoção de uma cultura de empreendedorismo na sua comunidade académica. A decisão do júri – constituído por representantes de todas as instituições que integram o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) – teve por base a performance da Universidade no período de 2005-2010, em áreas como o empreendedorismo de base tecnológica, a transferência de tecnologia não-proprietária e a propriedade industrial.

37

PEDRO ROCHA

Um toque suíço no UPTEC


38


CULTURA

U . P O RT O A L U M N I 1 7

O

Geografia de uma identidade Júlio Resende viajou por territórios “onde os portugueses tiveram uma presença mais marcante sob o ponto de vista identitário”. Errância que nasce de uma “vocação de conhecer melhor o português”, diz-nos Francisco Laranjo, membro fundador do Lugar do Desenho e diretor da FBAUP. Júlio Resende atribuía à portugalidade “um sentimento lírico”, daí sentir-se confortável com o “atributo desse sentimento lírico à sua pintura”. Francisco Laranjo está convencido de que dentro dos “chavões da História de Arte”, aos quais nunca deu grande importância, Júlio Resende se sentia “perfeitamente reconhecido nessa atribuição”. Sublinha que houve uma outra fase menos conhecida, mais surrealista, mais

1, RESENDE, Júlio — Ribeira Negra. Gondomar: Fundação Júlio Resende, Casa do Desenho, 1999.

39

Com o seu falecimento em setembro de 2011, as artes plásticas portuguesas perderam uma das suas principais referências e a U.Porto um dos seus mais ilustres antigos estudantes. Muito recentemente, a Galeria dos Leões, na Reitoria, recebeu a exposição “O Porto de Júlio Resende”, uma iniciativa com a qual se assinalou o primeiro aniversário da morte do artista. Em 60 anos de trabalho, Júlio Resende foi um dos mais transversais artistas contemporâneos do nosso país. É ao Lugar do Desenho, instituição museológica sediada em Gondomar, que cabe gerir o seu acervo.

pintor Júlio Resende nasceu no Porto, em 1917. Estudou na Escola de Belas Artes da cidade (ESBAP), percursora da atual Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP), onde teve como mestre, entre outros, Dordio Gomes. Expôs individualmente, pela primeira vez, em 1943, no Salão Silva Porto. Nesse ano integra o Grupo dos Independentes, do qual faziam parte outros estudantes da ESBAP, como Fernando Lanhas, Júlio Pomar e Nadir Afonso. Chegou a Paris, com a família, no inverno de 1947. Na capital francesa, onde permaneceu graças a uma bolsa de estudo do Instituto para a Alta Cultura, Júlio Resende estudou as técnicas de afresco e gravura na Escola de Belas-Artes de Paris, foi discípulo de Duco de La Haix e de Othon Friesz e copiou os mestres no Museu do Louvre. Paris era o epicentro aglutinador de movimentos vários, mas também espicaçou a vontade do pintor noutras direções. Júlio Resende viajou para o sul de França e Itália, fez uma viagem de bicicleta pela Bretanha, seguiu rumo à Holanda, a Londres e depois a Itália novamente. Após a experiência de Paris vai dar aulas, em 1949, para uma pequena escola de cerâmica em Viana do Alentejo. Uma experiência que lhe incentiva preocupações humanistas, assim como o gesto expressionista. No início dos anos 50 fixa-se no Porto e aguça o olhar no quotidiano do rio e na sua “virilidade”1. Dá aulas na Póvoa de Varzim. É nos anos 70 que conhece o Brasil e começa um namoro que se vai prolongar vida fora. Pelo caminho ficaram projetos na Noruega, em Cabo Verde e em Goya, outro dos pontos de viragem no seu percurso de vida.


CULTURA

U . P O RT O A L U M N I 1 7

02

04

01

cilidade de entender e intuir segundo diversas epidermes”. Uma capacidade que talvez a música lhe tenha ensinado. Cresceu numa família de músicos e tinha uma formação musical “muito sólida”, sublinha o diretor da FBAUP. Movimentava-se entre diferentes linguagens, sendo que “a sua capacidade de realização como pintor acabou por reunir, por talento e mérito, uma série de circunstâncias que lhe permitiu fazer uma obra tão eclética”. Francisco Laranjo sublinha que não conhece, “na história da pintura portuguesa, nenhum artista com tanta qualidade de realização em tantas disciplinas”. Um acidente tê-lo-á desviado para a pintura e para o fascínio do desenho. Júlio Resende desenhou até ao fim. Até setembro de 2011.

01

Lugar do Desenho (sala de exposições)

02 03 Lugar do Desenho (panorâmica exterior) 03 Atelier de Júlio Resende

40

03

simbolista e “de grande qualidade e mistério”, mas ele considerava-se um expressionista em toda a sua realização plástica. “A valorização do gesto, no sentido da emoção, esse lado da relação do autor com o objeto e o modo como o regista tem de ser tido em conta”. E, nesse aspeto, “é verdade o lado expressionista (como ele lia a História da Arte – e ele aí sentia-se ibérico) e o lado lírico (por causa do sentimento, que ele sentia como sendo o português)”. No seu gesto desaguou o espólio de uma arqueologia interior. O que significa ficarmos perante o sol explosivo do Brasil, a fatalidade da sede dos campos alentejanos ou a bruma que desce do precipício do céu para aconchegar o granito da cidade do Porto. Com uma dominante expressionista. Da estridência emocional aos tons que enegrecem o coração desenha-se a geografia humana com epicentro na dúvida. “Todos os artistas têm de estar lúcidos”, diz-nos Francisco Laranjo, e ele tinha essa capacidade de “passar da luz para a bruma”, assim como de “olhar vários meridianos e várias latitudes, geografias e circunstâncias”. Embora a passagem do Alentejo para a Baía, por exemplo, obrigasse a um “discurso plástico segundo outra enunciação”, ele tinha “essa fa-

A negra Ribeira Júlio Resende “ficava deslumbrado com o Porto”. Entusiasmava-se, claro está, com as experiências de viajar, acrescenta Francisco Laranjo, mas quando chegava ao Porto “ficava emocionado. É o caráter da cidade… É deslumbrante”. Exemplo deste encantamento são os trabalhos sobre a Ribeira dos finais dos anos 50, a série “Rude Porto” dos anos 70 e as obras da “Ribeira Negra” de finais dos anos 70 e dos anos 80. Estes painéis, colocados junto ao tabuleiro inferior da Ponte D. Luís I, foram inaugurados em 1987, inspirados num trabalho de 40 metros de lona realizado em 1984, e que o artista ofereceu à cidade. Mesmo com 70 anos foi ele que poliu cada peça, e chegou a cozer peças de cerâmica quatro e cinco vezes, num trabalho, refere Francisco Laranjo, “de uma obstinada dedicação e escrupulosa rendição a algo que obedecia a uma realização maior. Era um ato de humildade extraordinário”. No livro que resultou desta obra, Eugénio de Andrade destacou a infinita comunhão de Júlio Resende com as “criaturas cobertas de farrapos, quase sempre mulheres envelhecidas muito antes de serem velhas, porque tudo lhes faltou exceto o mais amargo da vida, e a quem também coube em sorte, apesar de tudo, semear a terra de alegria”. Este mural é, para Eugénio de Andrade, um “magnificente historial da miséria e da grandeza da população ribeirinha do Porto”, com toda a figuração “a ascender pela sua mão a essa suprema dignidade que só a arte confere”. Mais do que “perpetuar o rosto de uma cidade, de um país”, este mural vem atribuir “algum sentido à


O Lugar do Desenho Abrir os olhos para a mais limpa das manhãs. Este é um dos apelos que nos une aos quadros de Júlio Resende. Une passageiros frequentes da expectativa, espaço fértil ao desejo, e beneficiários do desconhecido. Une latifundiários do território onde o coração se acelera. Como na vertigem do primeiro beijo. A apologia da concupiscência é uma inevitabilidade: seduz-nos o dorso do rio, a pluma das aves, o tecido colorido que cobre a mulher goesa… O espírito do lugar reveste-se de paredes assim. O espírito do Lugar do Desenho. Tem este nome por Júlio Resende considerar o desenho a disciplina estruturante de qualquer processo criativo. Um espaço onde criadores e público se questionam acerca da existência. O desenho como rastilho do pensamento. A Fundação Júlio Resende reúne o espólio de 60 anos de produção (e cerca de dois mil desenhos). Inventariado segundo fases e critérios delegados pelo próprio. Dedica um espaço expositivo ao acervo, promove exposições temporárias, concertos, conferências, seminários e workshops, prosseguindo a vertente pedagógica que era inclinação primeira do “mestre Resende”, como era conhecido na Faculdade de Belas Artes onde foi estudante e, mais tarde, docente (a partir de 1974). Disciplina, pontualidade e rigor na enunciação dos objetivos fazem parte da herança que deixou. Chegava às 8h00, depois de ter estado duas horas a pintar (levantava-se sempre às 05h30). Francisco Laranjo, que foi seu aluno, lembra que o mestre nunca chegava atrasado a uma aula e que “nunca houve falta de coordenação ou atenção ao trabalho dos estudantes. Sentíamos a autoridade de quem sabia o que estava a dizer,

com um conhecimento e dedicação que não nos deixava indiferentes”. A Júlio Resende interessava “o homem em particular, o sofrimento verdadeiro, a dúvida, os problemas concretos do pescador da Póvoa de Varzim, ou do estudante das Belas Artes no sentido de uma colaboração real”. Empenhava-se na congregação de esforços para levar as colaborações a bom porto. Para além do seu atelier, esse “lugar de silêncio”, o bom porto era conseguir ajudar alguém. Sem dúvida que “a figura humana é o grande assunto da vida dele. E da obra. Mesmo quando tinha incursões na paisagem era ao lado da figura. O ser humano é sempre o elemento central”. Francisco Laranjo recorda que Júlio Resende passou muitos anos da sua vida numa luta, a tentar motivar estudantes e funcionários para uma aventura, a seguir ao 25 de Abril, de desejo de comunicação com as populações mais desfavorecidas, ou afastadas do acesso à cultura e à informação, que ele considerava essencial. Muito fica a dever ao companheirismo e solidariedade com outros colegas o nascimento do Lugar do Desenho. Júlio Resende deixou-nos um ninho morno onde a luz nos recebe de mãos abertas, num abraço que iremos lembrar muito para além do primeiro toque. Muito para lá deste dia. Virando costas à poesia que se faz concreta nas paredes do Lugar do Desenho, voltar ao jardim é seguir a inclinação da luz sobre as folhas das árvores. Companheiras de vida do pintor. Essa luz há de puxar o lustro ao dia. E nada do que é supérfluo ou banal cabe aqui. Refina-se a perceção do que é válido e da consciência do agora. Há um impulso à apropriação da experiência o que, enquanto sujeitos, nos aproxima da noção de conhecimento efetivo, à laia do que falava Espinosa. Mas a experiência estética também nos afasta da barbárie, “modifica o nosso modo de ser, e com essa modificação, o conhecimento é capaz de nos redimir” de uma espécie de “mal radical” (Schopenhauer apud Coviello 2006: 78)3. Esta poderia muito bem ser a luz que ensinou a Eugénio de Andrade que a “claridade” se coroa de cinza. E o faz “tremer” sempre que “leva o sol à boca”. A mesma luz que faz o olhar cair “de maduro”4. O Lugar do Desenho, a casa e o atelier de Júlio Resende são arquipélagos da mesma ideia fraterna. Da mesma sede humanista. Para quem fez da esperança pátria para sentimentos tangíveis.

2, RESENDE, Júlio — Ribeira Negra. Gondomar: Fundação Júlio Resende, Casa do Desenho, 1999. 3, COVIELLO, João — O vínculo entre ética e estética no pensamento de Schopenhauer com um olhar especial sobre a arte contemporânea. Curitiba, 2006. 4, ANDRADE, Eugénio de — Contra a obscuridade. Porto: Edições Afrontamento, 1992.

41

vida” 2. O estudo do painel, com 40 m de extensão e três de altura, está disponível no “Espaço Ribeira Negra”, do edifício da Alfândega do Porto.


ALMA MATER

U . P O RT O A L U M N I 1 7

42

Debruçado sobre o rio Douro, com os monumentais jardins do Palácio de Cristal à ilharga, o Complexo ICBAS/FFUP goza de uma localização privilegiada no coração da cidade. Localização essa que configurou, desde logo, um desafio para o arquiteto responsável pelos quatro edifícios (três construídos de raiz mais o da antiga Reitoria, agora totalmente requalificado) que acolhem os mais de 4.000 estudantes e quase 400 docentes, investigadores e funcionários do ICBAS e da FFUP. Perante o enlevo e simbolismo do lugar, José Manuel Soares gizou um projeto arquitetónico de superfícies amplas, linhas geométricas, janelas retangulares e cores suaves, tendo alcançado uma relação harmoniosa com o meio envolvente. Com 32.125 m2 de novas edificações e 3.200 m2 de recuperação do edifício existente, o Complexo ICBAS/FFUP foi inaugurado a 20 de Janeiro último e integra salas de aula, 250 laboratórios (incluindo salas de lavagem e compartimentos auxiliares), serviços de informática, uma biblioteca, um salão nobre, um foyer, uma clínica veterinária, um serviço de exames laboratoriais, uma cantina e um bar.




Esta concentração de equipamentos obrigou a um grande aproveitamento do espaço de construção, num terreno relativamente exíguo e espraiado sobre uma encosta. Houve, inclusivamente, a necessidade de “roubar” terreno à encosta, para que o complexo não ficasse muito alto e entra-se, assim, em dissonância com a área envolvente. Foi igualmente necessário interligar muito bem os diferentes edifícios, de forma a garantir a unidade das instalações e a potenciar sinergias entre o ICBAS e a FFUP. De resto, as duas pontes envidraçadas ligando os edifícios são dos elementos arquitetónicos mais em evidência no complexo. No interior do complexo predomina a madeira clara, presente no soalho, no mobiliário e nos acabamentos. As paredes são alvas e, em alguns espaços, contrastam com mármore pardacento. Privilegiou-se a simplicidade, comodidade e ergonomia dos equipamentos e materiais, tanto nas salas de aula como em laboratórios e espaços comuns.

45

RMG


INVESTIGAR

U . P O RT O A L U M N I 1 7

É o mais recente laboratório da U.Porto e está consagrado a uma disciplina de grande potencial científico: a Biomecânica. Trata-se do LABIOMEP, centro tecnológico que agrega massa crítica de seis unidades orgânicas da Universidade e de dois institutos de interface. Apetrechado com tecnologia de ponta, o novo laboratório quer ser líder internacional na sua área e vai trabalhar com o tecido empresarial português, transferindo conhecimento com potenciais efeitos na competitividade.

46

RICARDO MIGUEL GOMES

À

boa maneira portuguesa, também este projeto teve o seu momento fundador em redor de uma mesa, durante um desopilante almoço de docentes e investigadores da U.Porto. Desconhece-se o menu do repasto, mas apenas que dali saiu uma ideia pantagruélica: criar um laboratório de Biomecânica que agregasse várias unidades orgânicas da Universidade com massa crítica nesta disciplina científica. Foi este o resultado do entusiasmo que, naquela prosaica refeição, os professores João Paulo Vilas Boas (FADEUP – Faculdade de Desporto), Mário Vaz (FEUP – Faculdade de Engenharia) e José Reis Campos (FMDUP – Faculdade de Medicina Dentária) colocaram num projeto que, no passado dia 7 de dezembro, se materializou com a inauguração do LABIOMEP – Laboratório de Biomecânica do Porto. “Estávamos a almoçar e a conversar sobre os problemas de cada um no domínio da investigação em Biomecânica e chegámos à conclusão de que precisávamos de um laboratório forte, onde pudéssemos trabalhar juntos. E foi nesse almoço que nasceu a ideia de nos candidatarmos a fundos do QREN e de avançarmos com a ideia [de criar o LABIOMEP]”, recorda João Paulo Vilas Boas, que é uma espécie de diretor informal e interino do laboratório. O docente da FADEUP acrescenta que a intenção foi, desde a primeira hora, “fazer convergir num laboratório forte todos os docentes e investigadores da U.Porto que se dedicam à Biomecânica”. Desta forma, garante Vilas Boas, tornava-se possível “por um lado, ter uma dotação de equipa-


mento séria – mais séria do que qualquer esforço singular o permitiria – e, por outro, juntar a massa crítica que temos na nossa Universidade em torno de problemas comuns, algo que me parece que nos falta”. O projeto ganhou asas ao ser acolhido favoravelmente pelo vice-reitor para a Investigação, Desenvolvimento e Inovação da U.Porto, Jorge Gonçalves, que considerou o futuro laboratório enquadrável nos objetivos da Universidade ao nível da I&DI. O LABIOMEP “articula-se com a estratégia da Reitoria porque a Biomecânica é uma área emergente em cada uma das unidades orgânicas [que integram o laboratório] e noutras”, garante Vilas Boas. Obtido o apoio da equipa reitoral, havia então que encontrar financiamento para montar o laboratório. Por isso, e conforme ficara decidido no almoço fundador, avançou-se com uma candidatura ao Programa Operacional Regional do Norte do QREN, a qual foi aprovada em 2009 e possibilitou uma comparticipação financeira no investimento de mais de 1,1 milhões de euros. Refira-se que o investimento total na criação do LABIOMEP foi de cerca de 1,7 milhões de euros, pelo que envolveu também verbas da Reitoria da U.Porto. Massa crítica de excelência Obedecendo à ideia inicial de criar um laboratório que funcionasse como um catalisador na área da Biomecânica, o LABIOMEP reúne massa crítica de seis unidades orgânicas da U.Porto – FADEUP, FEUP, FMDUP, FMUP (Faculdade de Medicina), ICBAS (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar) e FCUP (Faculdade de Ciências) – e de dois institutos de interface sediados na FEUP: IDMEC (Instituto de Engenharia Mecânica) e INEGI (Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial). A partir de toda esta massa crítica, o LABIOMEP assume-se como um centro tecnológico vocacionado para cinco grandes áreas: ensino, investigação, inovação, transferência de conhecimento e prestação de serviços à comunidade. Vilas Boas põe especial ênfase na importância do laboratório para o ensino, considerando ser “indispensável ter [na U.Porto] infraestruturas de apoio à docência através de investigação de primeira água. Não entendemos uma coisa sem a outra”. Quanto à valorização económica do conhecimento, garante já existirem contactos com o tecido empresarial e

47

03


INVESTIGAR

U P O RT O A L U M N I 1 6

48

com o Sistema Nacional de Saúde para atividades de inovação, prestação de serviços de ciência e transferência de tecnologia. De resto, algum do equipamento do LABIOMEP foi desenvolvido em parceria com empresas internacionais, como a italiana Cosmed. Por ora, está assegurada a participação no laboratório de 30 docentes e investigadores das unidades referidas, o que garante, à partida, uma boa dinâmica de ensino, investigação e inovação. Importa sublinhar que, durante os dois anos de execução do projeto LABIOMEP, foram publicados quatro livros, 95 abstracts e papers em conferências, 52 artigos em revistas (Journal), 12 teses de mestrado e cinco teses de doutoramento (três delas ainda em execução). “Nós estamos abertos a toda a Universidade. Inicialmente, arrancámos com três unidades orgânicas e fomos chamando as outras. Nenhuma unidade é menos senhora do LABIOMEP do que estas seis”, esclarece Vilas Boas. Até porque, enquanto disciplina que estuda o movimento e a deformação de corpos induzidos por forças, a Biomecânica é uma disciplina transversal a várias áreas científicas e, por isso, encerra um amplo horizonte de potencialidades de investigação, desenvolvimento tecnológico e transferência de conhecimento. Por outro lado, a Biomecânica é atreita ao cruzamento de diferentes conhecimentos e, neste sentido, pode proporcionar colaborações pertinentes ao nível da investigação, do desenvolvimento e da inovação. Daí que, para Vilas Boas, “o elemento verdadeiramente forte do laboratório é a massa crítica. E sobretudo o facto dessa massa crítica ser muito plural, ser de ‘quintas’ muito diversas. Podemos, com muita facilidade, ter alguém particularmente preocupado com questões de matemática e de computação a trabalhar com um cirurgião ou com um biólogo; ou um bioengenheiro a trabalhar com alguém do desporto, por exemplo – o que tem um potencial enorme”.

Olímpio Bento (diretor da FADEUP), Jorge Gonçalves (vice-reitor da U.Porto) e João Paulo Vilas Boas (FADEUP/ LABIOMEP)

“Queremos ser líderes” Sediado na FADEUP, em pleno campus da Asprela, o LABIOMEP vai potenciar investigações já em curso em matérias que vão desde a otimização do rendimento desportivo à computação gráfica, passando pela correção da oclusão dentária, pela incontinência urinária feminina (após o parto vaginal), pelas próteses ortopédicas inteligentes, pela biomecânica animal, pelo desenvolvimento de equipamentos eletrónicos de monotorização do movimento humano… Enfim, um conjunto muito heterogéneo de investigações, o que espelha fielmente o espírito transdisciplinar do LABIOMEP. Para desenvolver cabalmente as suas atividades de I&DI, o LABIOMEP tem ligações às redes internacionais de conhecimento na sua área de especialidade, designadamente através da Sociedade Internacional de Biomecânica, e está dotado de “tecnologia de ponta”, assegura Vilas Boas. O equipamento disponível permite realizar estudos de dinamometria (forças, momentos de força e pressões), de cinemetria (posição, orientação, velocidade e aceleração), de eletromiografia (atividade elétrica muscular), de termografia (variação da temperatura corporal) ou de morfometria (dimensões e características inerciais segmentares e do corpo todo). Mas merece destaque aquele que é “o coração do laboratório”: o sistema de 12 câmaras de captura de movimento (MoCap) por retro reflexão de infravermelhos. Este dispositivo “permite ao computador captar com muito rigor e reconstruir imediatamente, de forma tridimensional, o movimento que está a ser observado, em tempo real. Isto era uma tarefa que, com a tecnologia que tínhamos, demorava uns meses a reconstruir um passo”, observa Vilas Boas. Por tudo isto, os responsáveis do LABIOMEP acreditam que o laboratório pode ser uma referência internacional na Biomecânica. “A equipa que se reuniu em torno do projeto é, inequivocamente, uma equipa ganhadora. Sabemos que, na comunidade mundial, os portugueses quererem ser líderes é uma coisa estranha. Mas nós queremos ser líderes! E acho que temos ingredientes para isso”, afirma Vilas Boas.


Universidade do Porto A maior instituição de ensino e investigação científica de Portugal e uma das 100 melhores universidades da Europa. 3 14 1 2 422 1 649 31 749 9 417 5 744 12 794 185 3 609 3 422 1 560 373 464 500 461 64 111 624 35 18 147 21 89 314

Campus universitários Faculdades Business school Docentes e Investigadores (1 887,1 ETI) (76% doutorados) Não docentes (1 643,8 ETI) Estudantes Estudantes de 1º Ciclo Estudantes de 2º Ciclo / Mestrado Mestrado Integrado Estudantes de Especialização Estudantes de 3º Ciclo / Doutoramento Estudantes estrangeiros (10,84 % do total) em programas de mobilidade em cursos de 1º Ciclo e Mestrado Integrado em cursos de 2º Ciclo (Mestrado) em cursos de 3º Ciclo (Doutoramento) Investigadores Post-Doc Especialização Nacionalidades Programas de Formação em 2010/11 Cursos de 1º Ciclo / Licenciatura Cursos de Mestrado Integrado Cursos de 2º Ciclo / Mestrado Especialização e Estudos Avançados Cursos de 3º Ciclo / Doutoramento Cursos de Formação Contínua

4 160 4 130 156,2

Vagas disponíveis em 2011/12 (15,2% das vagas nacionais) Vagas preenchidas na 1ª fase do concurso nacional 2011/12 Mais alta classificação média do último colocado das universidades públicas

60 31 14 2 672 67 83

Unidades de investigação Unidades avaliadas com “Excelente” e “Muito Bom” Unidades integradas em Laboratórios Associados ao Estado Papers indexados na ISI Web of Science Patentes portuguesas submetidas (até Dezembro de 2011) Patentes internacionais submetidas

25 680 892 57 014 1 916 368 10 1 183 21 3 526 5 110

Bibliotecas Títulos de Monografias Publicações periódicas disponíveis on-line Downloads de artigos científicos Residências Universitárias Camas (90% ocupação) Unidades de alimentação (cantinas, bares, etc) Refeições servidas por dia Estudantes Bolseiros

www.up.pt up@up.pt



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.