Agenda - Urban Sketchers Portugal - Julho 2023

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AGENDA Julho 2023

Desenho vencedor do Tema do Mês: José Manuel Rosa

urbansketchers-portugal.blogspot.pt

Desenho vencedor do Tema do Mês: José Manuel Rosa

Equipa de produção: Isa Silva, Leonor Lourenço, Manuel Tavares, Rosário Félix, Vírginia Soares

Contributos e Desenhos:

Ana Crispim, Ana Margarida Machado, Ana Maria

Clemente, Angie Kohon, Carlos Conchinha, Carlos

Fidalgo, Carlos Matos, Carlos Santos Marques, Eduarda

Castro, Elisabeth Mata, Fernando Correia, Gilberto Gaspar, Helena Barbosa

Isa Silva, Isabel Catarino, José Manuel Rosa, Leonor Janeiro, Luís Pedro Cruz, Luísa Vasconcelos, Mário Crispim, Miú, Paula Cabral, Pedro Alegria, Rosa Parrot, Rosário

Félix, Sandra Lopes, Sara

Glória, Susana Olaio, Suzana

Nobre, Teresa Marques Filipe, Vicente Sardinha, Virgínia

Soares, Zé Tavares

Design e paginação: Isa Silva

Revisão: Manuel Tavares, Leonor Lourenço, Vírginia

Soares

Copyright: Urban Sketchers

Portugal www.urbansketchersportugal.blogspot.pt

Sugestões e contacto: uskp.actividades@gmail.com

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2023 VIAGEM GRÁFICA Vale Sagrado, Cuzco, Peru por Sara Glória 04 ENCONTRO Gare Marítima Rocha Conde de Óbidos e Caravela Vera Cruz por Isa Silva 10 ENCONTRO Desenhar o Museu Nacional Soares dos Reis por Pedro Alegria, Eduarda Castro, Helena Barbosa, Elisabeth Mata, Susana Olaio 14 ENCONTRO Encontro Nacional em Castelo de Vide por Luís Pedro Cruz, Teresa Marques Filipe, Zé Tavares 18 TESTEMUNHO Viagem a um passado tão presente por Carlos Fidalgo 27 XXXX Visita ao Bairro do Talude por Angie Kohon 30 AGENDA Encontros, Formações, Exposições 33
Julho

EDITORIAL

Olá a todos.

Entramos em época de férias o que inevitavelmente puxa por muitos desenhos.

Dias 29 e 30 de Julho será um fim de semana fantástico porque acolhemos um mega encontro de sketchers Ibéricos!! Recebemos a visita de desenhadores vindos de Espanha que nestes dias andarão a descobrir ou redescobrir Lisboa e Cascais.

Vejam qual o programa, horários e inscrições (para os museus e almoço de sábado) neste link: https:// urbansketchers-portugal.blogspot.com/2023/06/ fim-de-semana-com-urban-sketchers.html

Juntem-se a nós!!

CAROS ASSOCIADOS E LEITORES, EM AGOSTO NÃO HAVERÁ AGENDA USKP. TAMBÉM NÓS IREMOS DE FÉRIAS.

Temos um novo TEMA DO MÊS: desenhar Chapéus. Já sabem que o desenho que tiver mais comentários válidos será a capa da próxima Agenda.

Inspirem-se, relaxem e desenhem muito!

Direcção dos USkP

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VIAGEM GRÁFICA

Vale Sagrado, Cuzco, Peru Por Sara Glória

Pela terceira vez viajo e desenho o Vale Sagrado dos Incas. É o meu local de eleição, lugar a que chamo casa, onde sinto que a vida faz verdadeiramente sentido. A simplicidade, mas ao mesmo tempo a profundidade desta cultura, traz-me de volta a quem sou, a um viver com o coração, ao invés de com uma mente falante em modo de sobrevivência.

Aqui todas as montanhas têm nomes, umas femininos, outras masculinos, na sua maioria com histórias ou lendas que as caracterizam. Os mais sensíveis, conseguem sentir a sua imponência e a nossa pequenez face a estes grandes seres vivos. Se nas grandes cidades cremos que controlamos o nosso dia a dia, aqui despimos esse véu pois a força destas paisagens é tão intensa, que nos sentimos em reverência perante a vida e que não controlamos nada.

Desta vez encontrei um Vale Sa-

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grado diferente, em modo de protestos contra o governo, exigindo a demissão da atual presidente. Deparei-me com um cenário pouco simpático com greves constantes, os chamados “Paros”, que incluíam estradas cortadas com pedras e troncos de árvores, mercados encerrados, carrinhas que diariamente partiam do Vale Sagrado para a sua capital Cuzco para protestar. Quando essas carrinhas passavam, vindas de Calca, entre as 8 e as 9h da manhã, a sirene tocava nas ruas e as lojas fechavam as suas portas de madeira maciça, o mercado encerrava e todos os vendedores tinham que aguardar do lado de fora que elas subissem a montanha de Mama Nusta em direção a Cuzco (o único caminho possível). Dizia-se que um dia os protestantes tinham descido das carrinhas e vandalizado as lojas e, por precaução, tomavam-se estas medidas de encerramento temporário.

Um lugar que outrora era banhado de pessoas, de cores e cheiros, com o seu mercado de artesanato diário na Praça de Armas, com uma diversidade de peças das mais variadas cores e feitios, com seus vendedores a tagarelar o seu chamado para a compra, era agora um local de silêncio, de ruas desertas, de pessoas amedrontadas, com um tema em comum: os protestos no Vale e o futuro do país. O ex-libris desta cidade, em torno do qual tudo acontecia, foi agora deslocado para um lugar pouco visível e haviam poucos que o conheciam e o visitavam. Era comum diariamente nos implorarem para comprarmos coisas pois disso depende o seu sustento. Depois de dois anos de pandemia e das muitas dificuldades deste povo pobre, a situação atual do país, que implicava ter as lojas fechadas e a cidade sem turismo não era uma situação nada favorável para a comunidade local.

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VIAGEM GRÁFICA

Vale Sagrado, Cuzco, Peru

Praticamente todos os dias era este o cenário das ruas de Pisac, começando estas a serem mais povoadas pela hora de almoço por estrangeiros residentes, e alguns trabalhadores que almoçam no mercado, voltando a decair depois disso. Apenas aos domingos a Praça de Armas se enchia de vendedores que vêm das comunidades de cima (das montanhas) vender os seus produtos e tudo voltava a parecer como antes.

Pisac é uma das principais cidades do Vale Sagrado e deriva da palavra Pisaca que significa Perdiz em Quechua. Acredita-se que o sítio arqueológico tenha a forma de uma perdiz. Os incas gostavam de dar forma de

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animal ou pássaro às suas principais cidadelas. No seu topo, na montanha de Intihuatana, encontramos um dos maiores locais arqueológicos do Vale Sagrado dos Incas, as ruínas de uma cidadela Inca com o seu importante templo do Sol. Retratei várias vezes esta montanha, uma vez que é visível de todos os lados e desde a minha primeira visita que criei uma forte relação com ela. Nesta visita acabei por me focar mais em retratar os habitantes locais e seus ofícios: as vendedoras do mercado, as vendedoras de rua, o senhor que faz e vende o seu pão no forno comunitário, as

senhoras que tecem na rua, os condutores de mototáxi, etc. À parte disso desenhei o que me rodeava, desde montanhas, vistas da hospedagem, à Praça de Armas.

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VIAGEM GRÁFICA

Vale Sagrado, Cuzco, Peru Por Sara Glória

Devido à situação política acabei por não me deslocar muito e, por isso, foquei-me no que estava à minha volta. Tudo aqui me fascina e ressoa comigo e com a minha maneira de ser. Há uma naturalidade e simplicidade de vida, focada no momento presente, no

dia-a-dia e nada é dado como garantido. A vida aqui ainda “custa a ganhar”, ou seja, não há acesso a tudo e, como tal, dá-se mais valor ao que se tem e também ao outro, valores que se foram perdendo na sociedade em que vivemos.

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FIM DE SEMANA COM URBAN SKETCHERS IBÉRICOS - 29 E 30 DE JULHO 2023

Alguns grupos de Urban Sketchers de Espanha estarão em Lisboa e Cascais nos dias 29 e 30 de Julho e os USkP vão juntar-se para um fim de semana cheio de desenhos e convívio. Juntem-se a nós!

**PROGRAMA**

Sábado, 29 de Julho - LISBOA

10:00 - MAAT

13:30 - Almoço previsto no restaurante Portugália de Belém (ver formulário abaixo para inscrição)

15:00 - Palácio da Ajuda (ver formulário abaixo para inscrição)

17h30 - Foto de grupo

Domingo, 30 de Julho - CASCAIS

10:00 - Encontro na Casa de Santa Maria

13:30 - Almoço livre

15:00 - Farol de Santa Marta

17h30 - Foto de grupo

Bebida de final da tarde no centro histórico de Cascais

Inscrições: https://docs.google.com/forms/d/15a2GvAqA7-3pURALtwnCgBB44qqp1m2NX26xRPE-DsQ

Organização: Urban Sketchers Badajoz, USkP

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ENCONTRO

Gare Marítima Rocha Conde de Óbidos e Caravela Vera Cruz

Quando em Janeiro fomos contactados pelo Porto de Lisboa através da Ana Lourenço com um convite para participarmos nas actividades “Encontros na Marina de Lisboa” jamais imaginaría-

mos que iríamos ter um dia com uma experiência fantástica.

Há uns bons anos atrás, os USkP já tinham realizado um encontro na Gare Marítima de Alcântara mas desta vez

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Por Isa Silva

juntava-se a possibilidade de participarmos num passeio de barco no rio Tejo.

Uns dias depois, ficámos a saber que o passeio seria na caravela Vera Cruz. Nessa altura só pensei: ‘Isto vai esgotar num instante’. E assim foi. As 35 inscrições esgotaram-se em cinco horas.

De manhã, descobrimos a Gare Marítima Rocha Conde de Óbidos com os painéis de Almada Negreiros e vistas para os cais e rio. Almoçámos todos juntos no restaurante mesmo ao lado do edifício e às 15h chegou a hora de embarcarmos na caravela.

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Paula Cabral Rosário Félix

Gare Marítima Rocha Conde de Óbidos e Caravela Vera Cruz

À medida que entravamos para a Vera Cruz fomos presenteados com um boné do Porto de Lisboa que bem jeito nos fez durante o passeio.

O entusiasmo de estar no interior de uma caravela era geral. Era uma experiência única para todos.

Devagar, deixámos o cais e entrámos no rio. Passámos por baixo da ponte 25 de Abril e seguimos até à Torre de Belém. O vento começou a aumentar e

alguns de nós tiveram a oportunidade de ajudar a soltar as velas.

Estava o pleno! Entre fotos e desenhos, entre sorrisos e conversas, estávamos todos felizes.

Ver Lisboa de outro ângulo e passar junto da Praça do Comércio, do MAAT, do Padrão dos Descobrimentos e da Torre de Belém e, acima de tudo, passar sob a ponte 25 de Abril com as velas brancas a dominarem a atenção, foram

12 ENCONTRO
Manuel Tavares

alguns dos motivos para desenharmos e fotografarmos.

Entre o início e o final do passeio passaram duas horas que ficaram na memória de todos.

Deixamos o nosso agradecimento ao Porto de Lisboa, à tripulação do Vera Cruz e à Aporvela por um dia maravilhoso!

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Ana Margarida Machado Ana Maria Clemente Virgínia Soares Leonor Janeiro Gilberto Gaspar Isa Silva

ENCONTRO

Desenhar o Museu Nacional Soares dos Reis

Por Pedro Alegria

Eduarda Castro

Helena Barbosa

Elisabeth Mata

Susana Olaio

Pedro Alegria

(coordenador UsKp-NORTE)

No passado dia 22 de Abril de 2023 os UsKp-Norte foram convidados pelo Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) que nos abriu as suas portas para que pudéssemos apreciar e desenhar as magníficas obras da sua colecção, sem

esquecer o edifício - o Palácio dos Carrancas - que é, só por si, um excelente motivo. Integrados nas actividades de inauguração da nova exposição permanente que alterou decisivamente a disposição do museu pudemos apreciar a nova disposição das obras que potencia as inter-relações entre as obras. Desenhar é uma forma de saber. Atra-

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vés do desenho aprendemos a ver, e apercebemo-nos dos detalhes que, de outro modo, perdemos. O exercício é mental: a mão é apenas a extensão da mente. O desenho é uma luta entre a mente do desenhador e a realidade que o confronta. O papel é a arena desse combate e o desenhador deve porfiar na observação.

Copiar grandes obras de arte é diferente de outras formas de desenho.

Permite conhecer os objectos tal como o artista os via. É, simultaneamente, uma homenagem ao artista e um meio para refinarmos o que sabemos sobre a sua história. Os artistas sempre se inspiraram noutros artistas e os museus sempre foram locais cativantes para os artistas.

Fazemos o primeiro risco. Desaparecem as vozes e as pessoas que nos cercam. Pedimos a algumas desenhadoras para escrever um pouco sobre o que desenharam e da experiência de desenhar o museu e da relação que se estabeleceu entre o desenho e o desafio que o museu lhe colocou.

Porque desenhei esta peça? Entrando no museu e subindo as escadas deparei-me com esta obra cerâmica que de imediato me prendeu e apaixonou. Colocada em lugar de destaque e iluminada naturalmente pela luz solar que entrava pela janela, essa peça de um azul intenso, de dimensão generosa, com relevos ondulantes e vidrado brilhante, que de alguma forma me transportou para outros ambientes, outra época (séc. XIX) e me fez imaginar por onde terá passado, quais as suas funções, era “apenas” decorativa, teve funções utilitárias?

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Eduarda Castro Pedro Alegria Eduarda Castro

Desenhar o Museu Nacional Soares dos Reis

Desenhá-la foi um prazer, aguçou os meus sentidos fazendo-me ver e apropriar da sua forma, dos seus relevos orgânicos, ondulados, da intensidade da cor. Desenhar uma obra de outra pessoa é uma acção de muita responsabilidade e também uma maneira de exaltar a sua obra, o que de certa forma me fez sentir mais próxima do artista que a criou.

Por Pedro Alegria

Foi a primeira vez que desenhei num museu e adorei a experiência, principalmente porque me deu uma nova perspectiva de um museu onde já tinha estado várias vezes.

O caderno é um espaço pessoal e descobrir o que se quer desenhar é a primeira abordagem, que conduz à redescoberta das obras conhecidas. Obras que estando sempre à vista, se revelam alvo de nova admiração. Ao desenhar cresce a curiosidade e a compreensão da obra eleita, há um vislumbre da mente do artista, um assimilar do seu estilo e mesmo que se fracasse na reprodução, a aprendizagem e a evolução, define-nos e torna-nos únicos. A obra recolhida na página do diário gráfico torna a visita ao museu em algo que não acaba e a que podemos recorrer sempre que voltarmos a folhear o caderno e, por isso, agradeço aos USk Norte a experiência (que não me teria atrevido sem eles).

Copiar grandes obras de arte permite recriá-las pelos nossos olhos, sentidos, mãos e pelos nossos próprios materiais. É uma forma de homenagem aos artistas, uma forma de enriquecer o nosso conhecimento e, ao mesmo tempo, no caso concreto dos Urban Sketchers,

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ENCONTRO
Elisabeth Mata Helena Barbosa

contribuirmos para a divulgação da própria história. Ao longo dos tempos na história da arte, os artistas sempre têm inspirado todos os que os admiram e, eu, considero que os Museus representam templos de devoção, um apelo à Arte e à introspecção, sentindo-me como que enfeitiçada por toda a carga emocional e física traduzida nas Obras de Arte pelos seus criadores.

Susana Olaio

Enquanto estudante de Belas Artes, a sala do museu funciona como extensão da sala de aula. A minha proximidade com os Mestres aconteceu através das obras. À medida que ia percorrendo as várias salas, os meus olhos deliciavam-se com a pluralidade e singularidade de expressões. Tenho uma grande afecção na temática de paisagem, e apesar de toda a beleza das pinturas de paisagem, senti-me levada a copiar retratos. Afinal não é todos os dias que se tem “modelos” disponíveis. Vi assim uma possibilidade para exercitar o desenho de figura humana. Os desenhos que elaborei, tiveram como propósito captar apenas as expressões dos modelos das pinturas de retrato. Foram executados

com técnica de aguarela, que permitiu um desenho de mancha, rápida e fluida. A pertinência da mancha é porque define, automaticamente, o espaço que corresponde a um corpo. Como o meu propósito não foi o de copiar o retrato, mas de aproveitar o momento para estudá-lo, realizei apenas alguns detalhes. O desenho é uma estrutura gráfica, um sistema organizado, é um mapeamento, mas é também a possibilidade de organizar o pensamento e de o materializar. Funciona como uma gramática do campo visual. O desenho ensina-nos a ver, a ver melhor e em detalhe. Ensina-nos a compreender a organização de um território, de um corpo ou de um objecto. O desenho é um modo de estar perante as coisas. É estar em modo operativo de análise e reflexão sobre o motivo em questão. É pensar naquilo que estou a ver. O desenho é pensamento, porque independente daquilo que nasça no papel, ele começa por ser uma construção mental.

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Elisabeth Mata Susana Olaio

ENCONTRO

Encontro Nacional em Castelo de Vide

Este projeto em Castelo de Vide, que conta já com a realização de dois encontros nacionais de urban sketchers, reflete um interesse pessoal que procura vincular o lugar à “cultura do desenho”. Por detrás dessa vontade há um percurso, iniciado no século passado com inter-

venções de vários arquitetos, que influenciou as gerações posteriores, e que usa o desenho como método de trabalho na área do planeamento, arquitetura e gestão urbana. Na verdade, o que difere a vila de outros lugares é a diversidade do seu desenho urbano, resultante

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Por Luís Pedro Cruz Teresa Marques Filipe Zé Tavares

de soluções diferenciadas refletidas na adaptação do traçado urbano ao relevo existente. É assim que a vila se desenvolve ao longo do tempo e é desta forma que chegamos à atualidade com a perceção de que Castelo de Vide é uma vila desenhada. A este fator de distinção

acresce a localização no Parque Natural da Serra de São Mamede, que lhe confere uma moldura paisagística marcante e diversificada, tornando o lugar apetecível para incursões de sketchers. Os encontros já realizados e a aposta na sua continuação de modo a que o de-

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Ana Crispim Carlos Conchinha Carlos Matos Carlos Santos Marques

Encontro Nacional em Castelo de Vide

senho de observação do lugar “in situ” ganhe raízes, aqui e nos aglomerados limítrofes, nomeadamente através do envolvimento das escolas, é determinante para a consolidação desta estratégia de valorização/potencialização do lugar, explorando uma nova vertente, focada na “celebração do desenho”, a adicionar aos objetivos estratégicos de desenvolvimento traçados pelo município. O desejo é que o evento integre a rota de

encontros anuais de USk, repercutindo-se na formação, divulgação e elevação da autoestima local. Como propósito pretende-se alargar o âmbito do encontro à comunidade local e à envolvente, incluindo a zona raiana, conferindo-lhe um carácter transfronteiriço.

A organização engloba os USkP, a câmara municipal e a associação cultural “Propósito Inadiável”. No que respeita à câmara, há os que dão a cara, onde eu

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ENCONTRO
Miú Fernando Correia
Por
Mário Crispim
Luís Pedro Cruz Teresa Marques Filipe Zé Tavares

me incluo, assim como todos os elementos que asseguram as refeições, e os motoristas. Sem dar a cara estão os outros que coordenam toda a logística implícita no evento e, naturalmente, sem que o evento fosse devidamente acarinhado pelo presidente, este dificilmente se realizaria, assim como, sem a

experiência, capacidade organizativa e mobilizadora da Direção dos USkP, nada aconteceria.

Sobre o Encontro, que dizer?

O grupo de participantes, aproximadamente 40 e tal pessoas, embora menos do que no Encontro de 2022, sendo uma parte deles reincidente, revelou a

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Isa Silva Isabel Catarino Luísa Vasconcelos Rosa Parrot

Encontro Nacional em Castelo de Vide

Por Luís Pedro Cruz Teresa Marques Filipe Zé Tavares

coesão habitual que resulta do facto de quase todos já se conhecerem dessas andanças, cujo propósito é descobrir os lugares através do desenho. Na verdade, são pessoas que não se inibem de estar na rua a desenhar, frente aos curiosos que vão acompanhando este processo e com os quais estabelecem contacto, reforçando o entrosamento com a terra. Ninguém critica os trabalhos e há mesmo quem ajude, informando sobre as técnicas de representação que domina

(registo aqui os famosos cadernos de lixa de água que o João Catarino utiliza para obter determinados efeitos). Além do imenso trabalho produzido, assinalo a excelente camaradagem e a enorme disposição para conviver, o que se torna contagiante.

O tempo trocou-nos as voltas, com aguaceiros persistentes nos dois primeiros dias, e nós trocámos as voltas ao tempo, adaptando o programa da forma que se impunha. Felizmente há museus

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ENCONTRO

e com qualidade suficiente para captar a atenção dos sketchers. Assim, revezámo-nos entre a “Casa da Cidadania – Salgueiro Maia”, no castelo; o museu “Casa da Inquisição”, na Judiaria; e o museu da “Arte Sacra”, na Igreja Matriz, e, pelo meio, houve a visita guiada à exposição realizada por Maria do Carmo Fernandes e Luís Pedro Cruz (LP), focada no roteiro das obras em Castelo de Vide projetadas pelos arquitetos Ernesto e Camilo Korrodi, também eles sketchers na sua época, que, segundo me pareceu agradou a quem lá esteve. Vem a propósito referir aqui que, já no Encontro de 2022, tinha havido visitas guiadas à exposição realizada por LP, referente ao arq. NTP, “Nuno Teotónio Pereira – Influência no Urbanismo em Castelo de Vide”, dando-se assim a conhecer o lugar.

Depois, acreditando na Isa Silva, relativamente à previsão de bom tempo para sábado, opinião partilhada convictamente por Carlos Matos, e que de facto se concretizou, lá passámos o dia inteiro na Barragem de Póvoa e Meadas com direito a piquenique (logística complicada com o vaivém das duas carrinhas e um carro de suporte comigo à cabeça, que ia tentando responder às vontades de cada um: ir beber café à Póvoa; transportar os que, já fartos da barra-

gem, resolveram explorar outros lugares; comprar água e copos de plástico, transformando-me numa espécie de aguadeiro, a fazer a ronda entre os sketchers verificando se estavam bem, se necessitavam de alguma coisa, nomeadamente, de idas aos sanitários, e, sobretudo, assegurando a inexistência de estados extremos de desidratação – resumindo, as viagens foram mais que muitas e praticamente não parei.

No domingo, para contrabalançar o esforço do dia anterior, o grupo optou por ficar na vila e imediações registando as fontes como se previa no programa, considerando que o tema deste evento

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Luísa Vasconcelos Vicente Sardinha

Encontro Nacional em Castelo de Vide

era “Desenhar paisagens com água”, elemento que, de uma forma ou de outra, esteve sempre presente no grupo, ora encharcando a malta, ora presente na maioria dos desenhos.

As refeições correram bem e quem serviu à mesa sobe fazê-lo com a simpatia indispensável a um bom acolhimento. Fica aqui o realce para as sopas que converteram até mesmo os mais renitentes, para as toalhas com desenhos de LP que muitos levaram para casa, para a atuação, numa das noites, da palhaça Maria Simões, autodenominada Maria D´Alegria, que em boa hora tive

Por Luís Pedro Cruz

Teresa Marques

Filipe Zé Tavares

a ideia de convidar para animar a malta, e que a todos apanhou de surpresa, e, ainda a distribuição simpática pelos participantes dos sacos com ilustrações de Póvoa e Meadas, também de LP. Agradeço a todos, julgo que gostaram, pelo menos eu fiz por isso. Neste momento vou recebendo os scanners dos trabalhos realizados que se destinam a integrar a exposição do Encontro, com inauguração prevista para meados de agosto e, para já, vou divulgando insistentemente os sketches nas redes sociais. Obrigado USkP.

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ENCONTRO
Suzana Nobre

Para primeira participação num encontro Nacional de Urban Sketchers, o II Encontro em Castelo de Vide, de 8 a 11 de Junho, a minha experiência não podia ter sido melhor. Apesar da chuva torrencial que nos recebeu na simpática e acolhedora Vila raiana do distrito de Portalegre, ameaçando o programa previamente estabelecido, os três dias de Encontro decorreram com normalidade, fluindo ao sabor da meteorologia e da inspiração dos participantes. Desde a recepção feita pelo próprio Presidente da Câmara de Castelo de Vide, nos Paços do Conselho, às visitas guiadas aos monumentos e principais pontos culturais icónicos desta Vila, não esquecendo as refeições que nos ofereceram, o acolhimento foi excelente e o Encontro foi sendo acompanhado pelo inexcedível anfitrião, Arquitecto Luis Pedro Cruz.

O tema deste Encontro “Desenhar Paisagens com Água” foi sendo explorado à medida que íamos descobrindo as fontes históricas dispersas pela Vila, culminando no maravilhoso dia de sol passado na Barragem de Póvoa e Meadas, onde pudemos disfrutar de uma paisagem bucólica, mas muito desenhável. Entre reencontros e encontros de velhos e novos companheiros, militantes desta atividade viciante, mas saudável, os desenhos foram-se soltando e os cadernos começaram a circular para uma partilha de técnicas, materiais e saberes que só nos enriquece e nos aproxima. No final desta maratona desenhada, e no meio das despedidas, combinaram-se novas aventuras em locais a descobrir. Fizeram-se promessas para nos voltarmos a encontrar em breve, o mais tardar no Encontro Nacional nos Açores -Terceira, no final do mês de Agosto. Eu tenciono não faltar… Até lá, continuem a desenhar muuiiiitttooooo!!!”

Zé Tavares

A alegria e o tempo para desenhar

O sítio, Castelo de Vide, é uma vila muito bonita, com belos enquadramentos e que por isso congregou de novo um encontro de gente que gosta de desenhar.

A chegada à vila deixa-nos de sorriso na cara. Desta vez, o Encontro Nacional propunha o repto de desenhar sítios com água. São disso exemplo as muitas fontes da vila que até deram origem a um roteiro por mais de dez fontes e um dia passado na barragem de Póvoa e Meadas. Além disso, a chuva também

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Teresa Marques Filipe

Encontro Nacional em Castelo de Vide

compareceu e trouxe mais água, o que obrigou a alguma ginástica no programa previsto. Foi um grande prazer conhecer o organizador e coordenador do encontro, Luís Pedro Cruz, que incansavelmente foi encontrando as soluções necessárias às adversidades causadas pela chuva.

Foi uma alegria ter tempo para desenhar perto de desenhadores e mestres que apenas conhecia das redes sociais e que sigo há muito tempo, e poder desenhar com eles, ver os seus cadernos e mostrar o meu caderno foi uma satisfação.

Como vivo em Tondela, estou distante dos grupos mais activos de Urbansketckers e os seus encontros ficam a grandes distâncias, pelo que só os acompanho pelas redes sociais de alguns dos elementos dos grupos organizados.

A decisão de ir a Castelo

de Vide, a quase 250 km de Tondela, foi tomada no último momento e foi fruto de vários desejos: a vontade de desenhar em conjunto, como já referi, e a vontade de estar com a Maria Simões, amiga de outras vidas, bem como conhecer o espaço que ela escolheu para o seu projecto – Maria d’Alegria. Deu-se o caso de ainda acontecer um momento que juntou o desenho e a Maria, que, no papel de palhaça, apareceu num jantar do grupo e animou a noite, tendo sido desenhada por alguns dos sketchers. Enfim, um fim de semana alargado muito bem passado, com pessoas divertidas, com tempo para desenhos, passeio e conversas alegres, e que quero repetir em breve.

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Zé Tavares Por Luís Pedro Cruz Teresa Marques Filipe Zé Tavares

TESTEMUNHO

Viagem a um passado tão presente Por Carlos Fidalgo

Embora muitos de vós já vão conhecendo os sketches que vou fazendo atualmente, há uma parte da minha história enquanto sketcher que não é do vosso conhecimento. Refiro-me ao que designo no meu blog como «Passado», em concreto os sketches que foram feitos na década de 90, e que ainda guardo com muito carinho! Era eu ainda um adolescente!

Não tendo sido feitos num diário gráfico, sem imaginar o que o futuro me reservava nesta matéria, todos estes sketches, foram feitos no local… ainda me recordo perfeitamente de os estar a desenhar!

Fazendo esta pequena viagem e sendo o mais antigo, começo por vos falar do pormenor do Palácio Ducal de Vila Viçosa, solar dos Duques de Bragança, que fiz no ano de 1990, no âmbito da disciplina de Educação Visual (8.º ano), lecionada pelo professor Carlos Filipe. Andávamos nessa altura a fazer desenho de rua. Eu estava

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TESTEMUNHO

Viagem a um passado tão presente Por Carlos Fidalgo

sentado no chão, encostado ao Seminário de S. José. A tarefa não era fácil, dada a dimensão do Palácio, mas consegui fazer o que se vê, e acreditem foi compensador…!!!

Sendo que nos primeiros anos da década de 90, os meus pais possuíam

um estabelecimento comercial na cidade de Estremoz, eu passava por lá muitas horas.

Para ocupar o tempo, eu ia fazendo uns desenhos. Os que guardo são este dois.

Começo pela inserção do Largo da República (antigo Largo da Porta Nova) com a Rua Brito Capelo.

Todos os dias da semana, passava pelo Largo da República, regressando a

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casa, após o dia de trabalho este indivíduo: - a quem alguém chamava de “Mula-Manca”. Caracterizava-se pela sua altura (elevada) e uma forma “esquisita” de caminhar. Não sei se vivia em Estremoz ou em alguma aldeia do concelho.

Sendo eu um alentejano com “costelas” transmontanas, as viagens até à região de Trás-os-Montes eram mais ou menos frequentes para visitar a família. Numa das muitas visitas que fiz à vila de Mogadouro, desenhei as ruínas do seu castelo templário - erguido entre 1160 e 1165 - e os telhados do casario que estão na sua envolvência.

Já na aldeia de Ventozelo, berço da família Fidalgo, desde há várias gerações, local onde ficava aquando das idas até ao Planalto Mirandês, bem junto das Arribas do Douro, desenhei, sentado nas fragas onde estava assente a casa de uma das minhas tias, a Igreja de Nossa Senhora da Assunção. Esta igreja

de origem medieval, assumindo funções paroquiais, possui uma fachada que apresenta semelhanças arquitetónicas com muitas igrejas desta região. Como em todas as localidades, há indivíduos que se destacam, pelas mais diversas razões. De Ventozelo, recordarei sempre o Zé Luís “Manco”. Rapaz com deficiência, a quem nunca foi dado qualquer apoio especial. Regressando ao sul, termino com o desenho do Monumento ao Bombeiro, inaugurado em 1989, feito em Évora, enquanto esperava pelos meus pais. Para quem não conhece, este monumento está na rotunda que dá acesso à saída de Évora, em direção ao Redondo e Vila Viçosa.

Com quase 30 anos, estes desenhos, fazendo parte do meu percurso, foram feitos numa altura em que não imaginava no que o urban sketching se viria a tornar para mim. Ainda bem que os guardei!

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TESTEMUNHO

Visita ao Bairro do Talude Por Angie Kohon

No domingo visitei Cabo Verde sem sair de Lisboa, numa visita guiada pelo Bairro do Talude, em Loures, organizado pela AMRT – Associação para a Mudança e Representação Transcultural. A visita começou às 10 h no local da Associação, onde o Sebastião nos mostrou o que se fazia quando a associação ainda tinha financiamento: um quarto vazio onde se adivinhavam computadores debaixo de mantas, uma sala escura com uma biblioteca e ludoteca infantil, e um espaço muito grande, um pátio interno coberto por chapas de poliuretano e janelas para vegetação abundante, com paredes pintadas de cor rosa com desenhos infantis, onde entre 2003 e 2011 funcionou o SAI – “Serviços de Apoio à Infância com as valências de

Creche, Jardim de Infância e ATL que foram encerrados pela Segurança Social. É neste sítio onde Rose-Angela nos deleitou com uma prova de cuscuz cabo-verdiano: um bolo tradicional feito com farinha de milho, puré de batata e açúcar cozido a vapor num recipiente de barro especial chamado “binde”, que se come quentinho, barrado com manteiga.

Saímos de sede para visitar as hortas onde os e as habitantes do Bairro cultivam principalmente a cana-de-açúcar.

O Rolando explicou nos que elas crescem e reproduzem se muito facilmente e que também não precisam de muitos cuidados para prosperar. Isto nota-se, porque vemos as suas folhas características onde quer que olhemos.

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Na primeira horta que visitamos vimos algumas couves, beringelas, cebolas e umas lindas bananeiras com as suas folhas exuberantes. Ao fundo há uma caseta improvisada com madeiras velhas (como quase tudo lá no bairro) com uma canalização para a recolha da água de chuva. O problema de falta de água acompanhou nos durante a visita toda: ao ver plantações completamente secas por falta de rega, ao ouvir as queixas sobre as canalizações “ilegais” de água que correm pelo chão de terra batida, ao ouvir os habitantes a discutir acaloradamente entre eles o assunto, e também na hora do almoço no snack bar do bairro onde não pudemos utilizar a casa de banho por falta de água e onde, senta-

do na mesa, um dos músicos que lindamente cantou durante o almoço perdeu o seu sorriso deslumbrante ao falar do assunto e acabar por perguntar por alto a todas nós: “Acaso não somos humanos, meu?”

Fez-me pensar nos abolicionistas que já no fim do século XVIII utilizavam a pergunta “Eu não sou um homem e um irmão?” para condenar a desumanidade da escravidão.

Andamos pelas hortas, em medio da vegetação e do lixo diverso que fica no chão (entre escombros das

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TESTEMUNHO

Visita ao Bairro do Talude Por Angie Kohon

casas demolidas pela Câmara, material de construção e demolição que logo será utilizado pelos moradores para construir cercas e casas), até uma das destilarias do bairro onde foi-nos demostrado como se produz o Grogue, bebida alcoólica tradicional de Cabo Verde. As canas são moídas na máquina, obtendo-se quase um litro de calda por cada uma. Obtém-se um líquido esverdeado excessivamente doce que é logo posto a fermentar em grandes alguidares de plástico durante alguns dias, num sítio protegido e escuro, mas sem tampa, para as báctérias ajudarem no processo de fermentação. Durante a visita pudemos de facto ouvir o som e ver a borbulhagem característicos do pro-

cesso de fermentação. Apos fermentada (quando o açúcar é transformado em álcool), a calda passa ao alambique onde é fervido a lenha e o álcool destilado, transformando-se logo numa aguardente de 40% vol. e de excelente qualidade, como foi comprovado por as visitantes que o experimentaram.

A visita terminou no referido snack bar “Mira Trancão” onde experimentamos a famosa Cachupa, iguaria cabo-verdiana composta de feijão pedra – típico de Cabo Verde e, segundo referiu o cozinheiro, o melhor que há – grãos grandes de milho, carne e chouriços, enquanto ouvimos música cabo-verdiana como o clássico “Saudade” de Cesária Évora, que um duo de músicos nos cantou.

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AGENDA

Julho 2023

ENCONTROS

8 JULHO | LOULÉ

Encontro dos 115 anos do Mercado de Loulé, 9h00-15h00,

toda a informação actualizada em USkP ENCONTROS

Ponto de encontro: em frente à entrada principal do Mercado, Inscrição para urbansketchersalgarve@gmail.com até 5 julho Org. Loulé Concelho Global + USk Algarve

8 JULHO | TORRES NOVAS

14.º Encontro USk Torres Novas, 10h00-13h00,

Ponto de encontro: Praça 5 de Outubro, Org. USk Torres Novas

8 JULHO | SINTRA

Encontro no Chalet da Condessa D’Edla, A partir das 10h30,

Ponto de encontro: Portão dos Lagos, Parque da Pena, Podem levar piquenique, Limitado a 60 participantes - Inscrição obrigatória, Org. Parques de Sintra + USkP + USk Sintra

Mais informação e inscrição > https://urbansketchers-portugal.blogspot.com/2023/06/ encontro-piquenique-no-chalet-da.html

29 E 30 JULHO | LISBOA E CASCAIS

Fim de semana com Urban Sketchers Ibéricos, Sábado - Lisboa, 10h00-17h30,

Ponto de encontro: MAAT, Belém, Domingo - Cascais, 10h00-17h30,

Ponto de encontro: Casa de Santa Maria, Org. USk Badajoz + USkP

Mais informação e inscrição > https://urbansketchers-portugal.blogspot.com/2023/06/ fim-de-semana-com-urban-sketchers.html

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AGENDA

Julho 2023

toda a informação actualizada em USkP FORMAÇÕES

JULHO COM O GRUPO RISCADO

Formador: Pedro Loureiro, Sessões: quartas-feiras, 18h30-20h00 (via zoom),

Tema: Desenhar expressões, Mais informações e inscrição > https://forms.gle/6r789xBe3F8gSRvp9

FORMAÇÃO EXPOSIÇÕES

toda a informação actualizada em USkP EXPOSIÇÕES

EXPOSIÇÃO “OLHARES - REPRESENTAÇÕES DO PALÁCIO FRONTEIRA DO SÉC. XVIII

AOS NOSSOS DIAS”

Desenhos dos USkP feitos nos encontros no Palácio Fronteira

Até 2 de Setembro 2023, Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor

OFICINAS SINGULARES

À CONVERSA COM FILIPE LEAL FARIA - SESSÃO #37

todas as edições em YouTube UrbanSketchers Açores

Facebook USK Açores - 8 de Julho, 10h Açores / 11h Continente

Org. USK Açores

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USkP

ASSOCIAÇÃO

Urban Sketchers Portugal

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