Informatização de Bibliotecas

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Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências da Educação Departamento de Ciência da Informação Curso de Especialização em Gestão de Bibliotecas Escolares

Ursula Blattmann

Informatização de Bibliotecas

Florianópolis CIN/CED/UFSC

Educação a Distância

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Ursula Blattmann

Informatização de Bibliotecas

Florianópolis, 2010. CIN/CED/UFSC

Educação a Distância

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Governo Federal

Presidente da República | Luiz Inácio Lula da Silva Ministro de Educação | Fernando Haddad Secretário de Ensino a Distância | Carlos Eduardo Bielschowky Coordenador Nacional da Universidade Aberta do Brasil | Celso Costa

Universidade Federal de Santa Catarina

Reitor | Alvaro Toubes Prata Vice-reitor | Carlos Alberto Justo da Silva Secretário de Educação a Distância | Cícero Barbosa Pró-reitora de Ensino de Graduação | Yara Maria Rauh Müller Pró-reitora de Pesquisa e Extensão | Débora Peres Menezes Pró-reitora de Pós-Graduação | Maria Lúcia de Barros Camargo Pró-reitor de Desenvolvimento Humano e Social | Luiz Henrique Vieira da Silva Pró-reitor de Infra-Estrutura | João Batista Furtuoso Pró-reitor de Assuntos Estudantis | Cláudio José Amante

Curso de Especialização em Gestão de Bibliotecas Escolares

Centro de Ciências da Educação | Wilson Schmidt Chefe do Departamento | Angel Freddy Godoy Vieira Coordenadora de Curso | Magda Chagas Coordenadora de Tutoria | Araci Isaltina de Andrade Hillesheim

Conselho Editorial

Clarice Fortkamp Caldin Estera Muszkat Menezes Magda Chagas

Projeto Gráfico

Coordenação | Laura Martins Rodrigues Thiago Rocha Oliveira Equipe | Maicon Hackenhaar de Araujo Rafael de Queiroz Oliveira

Equipe de Desenvolvimento de Materiais

Laboratório de Novas Tecnologias | LANTEC/CED Coordenação Geral | Andrea Lapa Coordenação Pedagógica | Roseli Zen Cerny

Material Impresso e Hipermídia

Coordenação | Laura Martins Rodrigues Thiago Rocha Oliveira Diagramação | Rafael de Queiroz Oliveira Ilustrações | Ângelo Bortolini, Tarik Assis Pinto Tratamento de Imagem | Rafael de Queiroz Oliveira Revisão gramatical | Clarice Fortkamp Caldin, Estera Muszkat Menezes, Magda Chagas

Design Instrucional

Coordenação | Isabella Benfica Barbosa Designer Instrucional | José Paulo Speck Pereira

Catalogação na fonte elaborada por Francisca Rasche - CRB 14/691 B644i

Blattmann, Ursula Informatização de bibliotecas / Ursula Blattmann. – Florianópolis : CIN/CED/UFSC, 2010. 71 p.

Inclui bibliografia. UFSC. Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão de Bibliotecas Escolares na modalidade a distância. ISBN 978-85-62818-07-3

1. Bibliotecas - Automação. I. Título. CDD 22.ed. – 025.30285

Copyright © 2010, Universidade Federal de Santa Catarina CIN/CED/UFSC Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada sem a prévia autorização, por escrito, da Coordenação do Curso de Especialização em Gestão de Bibliotecas Escolares.


Sumário

Apresentação........................................................ 7

1

O contexto da biblioteca na escola................ 8

1.1 1.2

A biblioteca como sistema .................................................... 9 Funções, atividades e tarefas da biblioteca.....................14 Bibliografia Comentada......................................................... 17 Síntese .......................................................................................19

2

Recursos de informática na biblioteca........20

2.1 2.2 2.3

Evolução dos recursos tecnológicos e o acesso à informação........................................................21 Integração de tecnologias e convergências de mídias....................................................26 Estrutura do documento digital..........................................30 Bibliografia Comentada.........................................................32 Síntese.........................................................................................33

3

Informatização da biblioteca........................34

3.1 3.2 3.3 3.4

Sistemas operacionais para computadores.....................35 Recursos da Internet para bibliotecas...............................38 Estrutura do registro bibliográfico....................................40 Padrões técnicos......................................................................43 Bibliografia Comentada.........................................................46 Síntese .......................................................................................47


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Planejar a informatização na biblioteca......48

4.1 4.2 4.3

Importância de projetos e de seus planejamentos........49 A relação custo versus benefício.......................................52 Elaboração de projetos e suas etapas ..............................53 Bibliografia Comentada.........................................................55 Síntese.........................................................................................56

5

Gerenciamento de bases de dados...............58

5.1 5.2

Requisitos na escolha do software ...................................59 A escolha de programas aplicativos .................................64 Bibliografia comentada..........................................................66 Síntese .......................................................................................67

Referências..........................................................68 Currículo da Autora........................................... 71


Apresentação O objetivo do livro Informatização de Bibliotecas visa capacitar o aluno para atuar nos processos de informatização utilizando os recursos tecnológicos aplicados às bibliotecas escolares. A obra está estruturada em cinco capítulos e cada qual apresenta uma breve introdução ao tema, reflexões com a indicação de referências e links para auxiliar na abordagem da informatização de bibliotecas, e, no final, consta uma síntese para facilitar a sistematização de conteúdos no processo de aprendizagem. No primeiro capítulo focaremos o contexto da biblioteca na escola em redes e sistemas de bibliotecas envolvidas pelo uso intensivo de tecnologias da informação e comunicação. No segundo capítulo registraremos a evolução dos recursos de informática na biblioteca. No terceiro capítulo apresentaremos a informatização da biblioteca com o propósito de abordar os sistemas operacionais na biblioteca e recursos da Internet para bibliotecas e a estrutura do registro bibliográfico. No quarto capítulo mostraremos como planejar a informatização da biblioteca destacando a importância da elaboração de projetos e suas etapas considerando a relação custo versus benefício. No quinto capítulo trataremos do gerenciamento de bases de dados para biblioteca em que são apresentados os requisitos na escolha do software para viabilizar a análise e a tomada de decisão. Com este livro você poderá efetuar a escolha de software com critérios técnicos e operacionais para auxiliar nas atividades e tarefas do processo técnico, administrativo e no atendimento aos usuários no sentido de facilitar a organização, o acesso e o uso de acervos.


1 O contexto da biblioteca na escola

Os recursos tecnológicos da informação e comunicação ambientados pelo uso intensivo do computador e da internet estão cada vez mais presentes na nossa vida. Saber usá-los possibilita expandir horizontes e aprofundar conhecimentos. Ao término desse capítulo esperamos que você consiga: a) identificar a biblioteca como um sistema; b) perceber a biblioteca em redes e sistemas de informação; c) caracterizar as funções, atividades e tarefas da biblioteca na escola.

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1.1 A biblioteca como sistema A biblioteca está inserida em um determinado contexto organizacional. Conhecer como funciona uma biblioteca possibilita compreender: como a informação é organizada, sua importância em facilitar a organização, o tratamento, o armazenamento, a recuperação, a disseminação e o uso da mesma. Todos os participantes da comunidade escolar precisam saber que a biblioteca é um organismo vivo e em constante evolução. As tecnologias da informação comunicação e computação fazem parte do cotidiano das bibliotecas. E as pessoas estão conscientes da importância de utilizar os recursos disponíveis para evitar o mau uso ou até mesmo a falta de habilidades e competências necessárias para o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis. Portanto, é necessário caracterizar o ambiente escolar, entender a filosofia existente e saber quais os princípios educacionais e organizacionais da escola, para prestar um serviço voltado às demandas da comunidade escolar, identificar os sistemas que está interligada e, principalmente, conhecer a estrutura administrativa. A biblioteca faz parte do sistema escolar. A meta da biblioteca é oferecer serviços e produtos de informação para toda comunidade escolar. Por meio da informatização, busca-se introduzir melhorias nas atividades e tarefas das bibliotecas (ROWLEY, 2002, p. 342). As bibliotecas podem fazer parte de sistemas e redes de bibliotecas que têm como objetivo o trabalho cooperativo, isto é, reduzir custos, evitar duplicidade de esforços e integrar recursos informacionais. No Brasil, o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas1 (SNBP) da Fundação Biblioteca Nacional, instituído pelo Decreto Presidencial n. 520, de 13 de maio de 1992, tem como objetivo principal o fortalecimento das bibliotecas públicas do

Tecnologia da informação É a aplicação da informática que possibilita o tratamento da informação pelo uso de computadores para proceder a coleta, o armazenamento, a recuperação e a disseminação da informação.

1 Você obterá mais informações sobre o SNBP no seguinte endereço eletrônico, acessado em 20 de março de 2010: <http://www.bn.br/snbp>.

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país. Os programas do SNBP são desenvolvidos em âmbito nacional e estadual. Os objetivos específicos do SNBP são: a) incentivar a implantação de serviços bibliotecários em todo o território nacional; b) promover a melhoria do funcionamento da atual rede de bibliotecas, para que atuem como centros de ação cultural e educacional permanentes; c) desenvolver atividades de treinamento e qualificação de recursos humanos, para o funcionamento de todas as bibliotecas brasileiras; d) manter atualizado o cadastramento de todas as Bibliotecas Públicas brasileiras; e) incentivar a criação de bibliotecas em municípios desprovidos de Bibliotecas Públicas; f) favorecer a ação dos coordenadores dos sistemas estaduais e municipais, para que atuem como agentes culturais, em favor do livro e de uma política de leitura no país; g) assessorar tecnicamente as bibliotecas e coordenadorias dos sistemas estaduais e municipais, bem como oferecer material informativo e orientador de suas atividades; h) firmar convênios com entidades culturais, visando a promoção de livros e de bibliotecas. 2 O OPAC possibilita o acesso em linha (on-line) aos catálogos de bibliotecas. Como exemplo, temos o catálogo do Sistema de Bibliotecas da UFSC, que utiliza o software chamado Pergamum. Você poderá acessar este catálogo no seguinte endereço eletrônico, acessado em 20 de março de 2010: <http://aspro02.npd.ufsc.br/pergamum/biblioteca/index.php>.

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Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas possibilitam integrar diversas funções, processos, atividades e tarefas, desde o processo de seleção de documentos, a aquisição do material, seu tratamento técnico (a catalogação, a classificação, a indexação, o preparo para circulação), a disponibilização ao acesso ao catálogo aberto via rede de computadores (Online Public Access Catalog2 - OPAC), até o controle da circulação


do material e das coleções (empréstimo, reservas, devoluções). Isso, além de servir como ferramenta administrativa possibilita verificar as demandas atendidas e reprimidas para a tomada de decisão, seja pela geração de estatísticas, tabelas e gráficos, facilitando observar o cruzamento sobre os dados cadastrados, seja para verificar quais os livros reservados, solicitados para aquisição, mais utilizados, entre outros benefícios. A conexão da biblioteca com outras redes de bibliotecas3 têm como objetivos: a) discutir para dinamizar os serviços e produtos ofertados; b) desenvolver e adotar procedimentos e protocolos baseados em normas e padrões nacionais e internacionais para facilitar a importação e exportação de registros entre as bibliotecas cooperantes; c) compartilhar recursos e fontes de informação;

3 As redes de bibliotecas usuárias de determinado software possibilitam compartilhar experiências, dúvidas e buscar soluções integradoras. Como exemplos, podemos citar a rede de usuários do software Pergamum (no endereço eletrônico acessado em 20 de março de 2010: <http://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/informacoes_rede.php>) e PHLnetopac (no endereço eletrônico acessado em 20 de março de 2010: <http://www.elysio. com.br/site/phlnet_index.html>).

d) melhorar a qualidade da informação; e) ampliar o acesso e uso da informação. As gerações dos sistemas de gerenciamento para bibliotecas evoluíram conforme os equipamentos técnicos disponíveis e os padrões adotados. Acompanhar a evolução dos recursos tecnológicos (hardware e software) é requisito imprescindível para o desempenho eficiente e requer o uso de competências e habilidades técnicas e operacionais no ambiente da biblioteca. A evolução das atividades manuais para organização e tratamento da informação (baseado em fichas, anotações), ao passar pelas tarefas mecanizadas (com auxílio na reprodução dos mecanismos de controle, devolução e notificação), e com o uso de módulos específicos como criar bases de dados (controle bibliográfico, circulação, consulta, coleções específicas, entre outras), passa a ser integrada pelo uso de computadores em redes, facilitando a integração de sistemas gerenciais de

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outras bibliotecas disponíveis e acessíveis em sistemas abertos pela Internet. Nesse contexto, as mudanças no gerenciamento de bibliotecas e dos serviços de informação precisam: a) focar a gestão sistêmica das diferentes funções como um sistema na biblioteca e não apenas nos processos e segmentação das atividades e tarefas específicas; b) atender ao leitor e não ao patrimônio (acesso versus posse); c) conduzir o processo de informatização: análise do orçamento, viabilidade, custos, tempo, experiência pessoal e profissional, impactos das mudanças na escola como um todo; d) trabalhar compartilhando saberes e fazeres para viabilizar a cooperação interna e externa. No quadro a seguir estão relacionados alguns dos principais sistemas e redes de bibliotecas: Redes e sistemas de bibliotecas

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Endereço da URL

Fundação Biblioteca Nacional – BN – responsável pelo Depósito Legal no Brasil. Coordena o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas - SNBP.

http://www.bn.br/portal http://www.bn.br/snbp

BIREME - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informações em Ciências da Saúde (Rede Nacional de Informação na Área de Ciências da Saúde).

http://www.bireme.br/php/ index.php

Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina BU/ UFSC - participa de redes e sistemas nacionais e internacionais.

http://www.bu.ufsc.br


Redes e sistemas de bibliotecas

Endereço da URL

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações.

http://www.ibict.br http://bdtd.ibict.br

A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos - Library of Congress – a maior biblioteca do planeta e gerenciadora no MARC e o protocolo Z39.50.

http://www.loc.gov

http://www.oclc.org/ameOnline Computer Library Center ricalatina/pt/about/default. OCLC – fundada em 1967. Conta com 72.000 bibliotecas em 86 países. htm Produz e mantêm o catálogo cooperativo WorldCat. UnibibliWeb Portal de serviços e conteúdo digital, integra os Sistemas de Bibliotecas da USP, UNESP e UNICAMP. Reúne 89 bibliotecas no estado de São Paulo, conta com um acervo de mais de 4.470.000 itens.

http://bibliotecas-cruesp. usp.br/unibibliweb

Quadro 1: Redes e sistemas de bibliotecas.

Ampliar o acesso e incentivar o uso e a geração da informação possibilitam contribuir com ações positivas para a melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa e administração no ambiente escolar. O antropólogo Lindoso (2004) contextualiza sabiamente a relação entre os sistemas de bibliotecas públicas e as bibliotecas escolares. Chega a apontar aspectos curiosos em manter o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas na Biblioteca Nacional sediada no Rio de Janeiro, no sentido de impulsionar políticas públicas de acesso e uso da informação, enquanto

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que quem fomenta a indústria do livro no Brasil é o Ministério da Educação, o qual direciona investimentos na publicação e distribuição de obras didáticas destinadas aos estudantes brasileiros do ensino fundamental e médio. Como você sabe, o livro didático tem sua importância, mas está longe de contribuir significativamente para o desenvolvimento da leitura e de leitores. Cabe às bibliotecas nas escolas criarem e disponibilizarem ambientes adequados, atualizados e atraentes para estimular a leitura e introduzir ao mundo das letras e dos leitores iniciantes, obras significativas e atraentes. Para estruturar um ambiente de leitura e de acesso à informação, você necessita conhecer as possibilidades de estrutura, funcionalidades e respectivas atividades e tarefas a ser desenvolvidas.

1.2 Funções, atividades e tarefas da biblioteca A informatização de funções da biblioteca mexe com as etapas de execução de atividades e tarefas. Cada inovação no sistema de gerenciamento de biblioteca necessita do conhecimento e da participação dos envolvidos nas atividades, tarefas, missão e metas. Para o bom desempenho nas funções da gestão da biblioteca, é necessário o domínio das técnicas, dos instrumentos e, principalmente, saber diferenciar as potencialidades dos recursos disponíveis ou a ser adquiridos para o ambiente. Explorar as novas versões dos sistemas aplicativos, assistir demonstrações de software, analisar suas potencialidades e, até mesmo, especificar os requisitos mínimos dos equipamentos, possibilita introduzir melhorias na funcionalidade, na capacidade de processamento e de armazenamento, de acessibilidade e de usabilidade.

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As bibliotecas convencionais utilizam a informática de maneira gradativa: ao estabelecerem quais as prioridades, e, principalmente para organizar e tratar o acervo há a possibilidade de iniciar com os módulos separados e depois realizar a integração dos mesmos para atender os diversos processos e funções, seja de atividades, seja de tarefas. Progressivamente acompanhar as novas versões, e, com elas, efetuar as migrações de registros, de adaptações, para atender aos requisitos de padrões, protocolos e normas nacionais e internacionais. Desse modo, você pode esperar de um sistema de gerenciamento para bibliotecas: a) atualidade tecnológica; b) integração com os demais sistemas; c) adoção de padrões para o intercâmbio e a interoperabilidade dos registros; d) acessibilidade; e) usabilidade (baseado na interface ergonômica amigável); f) praticidade; g) agilidade; h) precisão; i) rapidez.

Protocolo de comunicação São regras ou padrões cuja finalidade visa permitir a interligação de computadores e seja possível trocar informações com o menor número de erros possível. Por exemplo, o Protocolo Z39.50 de Busca e Recuperação, possibilita que registros de uma base desenvolvida no formato MARC sejam copiados do catálogo on-line de uma biblioteca sem que a biblioteca concorde com a intenção de copiar. No terceiro capítulo desde livro são abordados detalhadamente os conceitos de padrões e protocolos usados em bibliotecas.

Já nas bibliotecas digitais e virtuais, naquelas que nascem digitais, as funções e os respectivos processos tramitam na execução de atividades e tarefas dimensionadas na integração e nas funcionalidades de cada sistema de gerenciamento, mas também podem executar melhorias conforme as avaliações realizadas e demandas detectadas. Tanto na biblioteca tradicional como na digital, o foco do uso da informática é atender as necessidades da comunidade com rapidez, eficiência e conforto.

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Na execução de projetos de informatização de bibliotecas, você precisa observar a estratégia de operação, a aplicação de ferramentas tecnológicas, e a coordenação dos esforços e dos integrantes do projeto. Para conduzir a implementação de um software na gestão de bibliotecas em uma escola, você precisa saber especificar as demandas. Conforme Rowley (2002, p. 360) , a escolha do software é uma decisão que deve contemplar as funções gerais e específicas de cada biblioteca. Rowley (2002, p. 364) menciona que a escolha é influenciada por vários fatores, incluindo: a) ambiente; b) recursos técnicos e tecnológicos; c) usuários da biblioteca; d) papel do gerente do sistema; e) localizações múltiplas; f) atualizações e desenvolvimento dos sistemas; g) necessidade de promover a capacitação e o treinamento do pessoal e dos usuários. Ao analisar as funções básicas de um sistema de gerenciamento de bibliotecas, a autora afirma que: As funções de um sistema de aquisição são especificadas em receber registros de itens a serem adquiridos; verificar se os itens solicitados já fazem parte do acervo ou se estão sendo encomendados; imprimir pedidos de compra ou enviar encomendas eletrônicas aos fornecedores; verificar se as encomendas (pedidos) estão em atraso e fazer o respectivo acompanhamento; manter arquivo de registros de itens encomendados; anotar a chegada de itens adquiridos e providenciar o respectivo pagamento; manter estatísticas e a contabilidade do orçamento para a compra de material bibliográfico (ROWLEY, 2002, p. 318).

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Gerenciar coleções eletrônicas requer o uso de padrões e protocolos de interoperabilidade de dados e a respectiva administração e organização do acervo composto de documentos físicos ou eletrônicos. A interoperabilidade possibilita compartilhar dados e documentos no ambiente interconectado. Conforme Taurion (2009), a interoperabilidade não é apenas uma questão técnica, mas é a base para o compartilhamento de informações e conhecimento, como também a base para reorganização de processos administrativos. O grande problema ocorre quando esta interoperabilidade é prejudicada e até impedida pela incompatibilidade entre os formatos dos arquivos. Cada arquivo digital requer seu programa-leitor, isto é, para cada arquivo é necessário determinado software. As escolhas de programas para o sistema de gerenciamento da biblioteca dependem do contexto da biblioteca, das pessoas envolvidas (bibliotecários, comunidade escolar) e dos recursos disponíveis. Em todo caso, a gestão da informatização na biblioteca da escola requer atenção e cuidado no uso dos recursos e das tecnologias.

Bibliografia Comentada MANGUE, Manuel Valente. Consolidação do processo de informatização em sistemas de bibliotecas universitárias na África do Sul, Brasil e Moçambique. 2007. 284 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/ bitstream/1843/VALA-74QHWR/1/doutorado___manuel_valente_ mangue.pdf >. Acesso em: 22 abr. 2010. Tese de doutoramento na qual se discute o processo de informatização de bibliotecas universitárias de alguns países

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em desenvolvimento (Brasil, África do Sul e Moçambique), a partir de um enfoque integrado, que inclui, além dos aspectos tecnológicos, os relacionados à gestão do processo, à organização do trabalho e à qualificação dos trabalhadores. REZENDE, Denis Alcides. Planejamento de informações públicas municipais: guia para planejar sistemas de informação, informática e governo eletrônico nas prefeituras e cidades. São Paulo: Atlas, 2005. 100 p. A obra é um guia prático de planejamento da tecnologia da informação integrada aos planejamentos municipais (planejamento estratégico municipal, planejamento plurianual e plano diretor de cidades) para contribuir de maneira efetiva com os gerentes de informática, administradores públicos, servidores municipais, cidadãos e demais interessados no município (atores sociais ou stakeholders). ROMÃO, Lucília Maria Sousa (Org.). Sentidos da biblioteca escolar. São Carlos: Compacta, 2008. 165 p. O livro reúne sete textos que contextualizam a biblioteca escolar. É dividido em três partes: práticas de leitura e pesquisa no âmbito da biblioteca escolar; biblioteca escolar e o bibliotecário: perspectivas e desafios; e, dizeres e silêncios: o lugar do discurso nos estudos sobre biblioteca escolar.

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Síntese A informatização de bibliotecas está presente nos diversos contextos das bibliotecas. As funções, tarefas e atividades básicas de um sistema de gerenciamento de biblioteca para a escola precisam facilitar a dinâmica no atendimento, em efetuar empréstimos, consultas e até mesmo em reservar obras. Conhecer experiências de como estão organizadas as bibliotecas, a missão de cada biblioteca, como elas cooperam e realizam atividades colaborativas, possibilita a reflexão crítica do que se faz, como se faz e, principalmente, implica repensar o processo de realizar melhorias nos serviços e produtos de informação para atender a comunidade de usuários.

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2 Recursos de informática na biblioteca

Neste capítulo abordaremos conceitos e terminologias para caracterizar o ambiente digital. Ao final do estudo, esperamos que você consiga: a) conhecer a evolução dos recursos tecnológicos; b) especificar dispositivos de entrada e saída de um computador; c) identificar a estrutura do documento digital.

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2.1 Evolução dos recursos tecnológicos e o acesso à informação Algumas pessoas imaginam que colocar um computador na biblioteca solucionará todos os problemas existentes. Mas sabe-se da necessidade de realizar preparativos desde a instalação técnica de equipamentos e dos seus periféricos, procedimentos em conectar os computadores na rede de computadores, até instalar e desinstalar softwares aplicativos, observar itens de segurança (evitar sobrecarga elétrica e invasão de hackers ou malware, Phishing Scam e Spywares), e, principalmente, realizar o treinamento das pessoas que irão utilizar a ferramenta no seu cotidiano. No mundo digital, o emaranhado de novas dimensões se reporta ao bit ou bytes. A relação de dados, informação, produtos e serviços, quando disponibilizados no ambiente digital, são convertidos para a leitura codificada dos bits. Cada vez mais a informação encontra-se no suporte digital, isto é, em bytes. Já em 2003 os autores Lyman e Varian efetuaram um estudo para estimar quanto de informação nova era produzida e em que canais o fluxo da informação acontecia. No texto de Lyman e Varian é mencionado que 92% da informação nova no mundo está armazenada no disco rígido de computadores. Mas é preciso lembrar que os discos rígidos podem sofrer ataque de vírus, formatação, ou outros problemas de segurança. Para manter a segurança básica do ambiente da informática necessitamos realizar cópias de segurança dos registros, dos dados e das informações, utilizar programas antivírus, e desenvolver a cultura da organização eletrônica dos dados, ou seja, efetuar cópias dos arquivos digitais em outros suportes, como pen-drive, CD, DVD, fita magnética.

Malware Todo tipo de programa cuja finalidade é executar alguma atividade maliciosa ou não solicitada pelo usuário.

Phishing scam Golpe de engenharia social no qual o usuário é induzido a acessar páginas falsas na Internet e fornecer dados sigilosos para golpistas despercebidamente.

Spyware Programas instalados no sistema do computador sem o consentimento do usuário, cuja finalidade visa capturar informações pessoais, fazer propaganda ou mesmo oferecer serviços.

Bit É uma sigla que significa dígito binário - Binary Digit. Os dígitos 1 e 0 são os elementos de numeração e representam a menor unidade de informação no computador. O conjunto de oito bits recebe o nome de byte e significa a unidade básica de tratamento da informação. Um caractere é composto por 8 bits e cada byte armazena um caractere, que pode ser um algarismo, uma letra ou um símbolo.

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Figura 1: Suportes para armazenar dados digitais: CD-ROM, DVD e pen-drive.

Observe, no quadro a seguir, as dimensões para especificar o registro no sistema digital. As características básicas de um sistema digital são, portanto, a representação numérica (abstrata, virtual) e a serialidade ou seqüencialidade da trilha codificada. (SALARELLI, 2008a, p. 8). 1 Byte = 1 Kilobyte (ou KB)

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8 bits 1000 bits

Equivalência 2 kilobytes: uma página datilografada. 100 Kilobytes: uma fotografia de baixa resolução.

1 Megabyte (ou MB) 1000 KB (ou Mb)

1 Megabyte: um romance pequeno ou um disquete de 3,5 polegadas. 2 Megabytes: uma fotografia de alta resolução. 5 Megabytes: as obras completas de Shakespeare. 10 Megabytes: um minuto de som de alta fidelidade. 100 megabytes: um metro de livros arquivado. 500 megabytes: um CD-ROM.

1 Gigabyte (ou GB)

1000 MB

1 Gigabyte: uma caminhonete cheia de livros. 20 Gigabytes: uma boa coleção de obras de Beethoven. 100 Gigabytes: um andar de biblioteca de publicações acadêmicas.

1 Terabyte (ou TB)

1000 GB

1 Terabyte: 50000 árvores feitas em papel e impressos. 2 Terabytes: uma biblioteca de pesquisa acadêmica. 10 Terabytes: coleções impressas da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. 400 Terabytes: Centro Nacional de Dados Climáticos (NOAA), banco de dados.

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1 Byte =

8 bits

Equivalência

1 Petabyte (ou PB)

1000 TB

1 Petabyte: 3 anos de dados dos EUA (2001). 2 Petabytes: todas as bibliotecas de pesquisa acadêmicas dos EUA. 20 Petabytes: produção de unidades de disco rígido em 1995. 200 Petabytes: todo o material impresso.

1 Exabyte (ou EB)

1000 PB

2 exabytes: volume total de informação gerada em 1999. 5 exabytes: todas as palavras registradas pelo ser humano, até 2002. Equivale a 10 bilhões de cópias do jornal The Economist.

1 Zettabyte (ou ZB) 1000EB

Toda informação registrada pela humanidade até 2009. A projeção para o ano de 2010 é de 1.2ZB.

1 Yottabyte (ou YB)

Atualmente é impossível imaginar a quantidade de informação equivalente a essa representação.

1000ZB

Quadro 2: Dimensões digitais. Fonte: Adaptado do estudo de Lyman e Varian (2003).

A geração digital, termo especificado pelo escritor canadense Tapscott (1999), cresceu com o uso de tecnologias interativas. As pessoas da geração digital estão acostumadas a realizar diferentes tarefas ao mesmo tempo: ler com o rádio ligado e realizar anotações na tela do computador e responder as mensagens instantâneas e de recursos telefônicos como o Skype. As condições para possibilitar a informatização nas bibliotecas requerem uma infra-estrutura com condições técnicas e operacionais. Entre essas condições destaca-se: a) Estrutura física: • localização da sala adequada;

Quando a medição é feita em bytes, o B da sigla é maiúsculo (como em GB). Quando a medição é feita em bits, o b da sigla fica em minúsculo (como em Gb). Skype É um software que possibilita a comunicação por voz e vídeo através da Internet. Há modalidades de uso gratuitas e pagas. Você poderá obter outras informações sobre o Skype no endereço eletrônico da empresa que o desenvolve, acessado em seis de abril de 2010: <http://www.skype.com/intl/pt>.

• cabeamento da rede de energia e de telecomunicação; • climatização (temperatura e umidade relativa do ar); • proteção contra incêndio e roubo; • computadores para conexão na Internet;

Recursos de informática na biblioteca

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• conexão para a internet; • velocidade da rede. b) Estrutura lógica dos dados: • segurança de dados; • programas antivírus e firewalls; • cópias de segurança (definição da necessidade e quantidade de cópias); • locais de armazenamento dos dados (disco rígido, fitas magnéticas); • controle de acesso dos usuários; • monitoramento (detectar atividades não autorizadas seja por usuários internos ou externos, monitoramento de serviços, observar invasões de sites, de recursos e até mesmo da base de dados da biblioteca). c) Pessoas: • formar equipe composta de pessoas que tenham habilidades e competências no uso da informática; • criar e utilizar as políticas na escola para o uso compartilhado dos recursos tecnológicos; • efetuar a documentação de todos os procedimentos para o local, do planejamento das rotinas e atividades, do acesso e do uso do ambiente; • efetuar treinamentos das equipes e da comunidade escolar no uso dos recursos; • trabalhar a cultura tecnológica, conscientizar as pessoas quanto ao uso dos recursos tecnológicos, e das novas maneiras de realizar pesquisas e leituras das fontes de informação nos formatos digitais.

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Portanto, a conexão com a rede de computadores é a base para suas relações e atividades no cotidiano. Você pode observar, na figura a seguir, a estrutura da velocidade na Rede Ipê da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa no Brasil:

Figura 2: Adaptado da Rede Ipê na Rede Nacional de Ensino e Pesquisa. Fonte: Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (2009).

A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) integra cerca de 600 instituições de ensino e pesquisa no País, beneficiando mais de um milhão de usuários. Seu endereço eletrônico é: <http://www.rnp.br>. A Rede Ipê é uma infraestrutura de rede Internet voltada para a comunidade brasileira de ensino e pesquisa. Nela conectam-se

Recursos de informática na biblioteca

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as principais universidades e institutos de pesquisa do País, beneficiando-se de um canal de comunicação rápido e com suporte a serviços e aplicações avançadas. Utilizando a transmissão óptica, a rede Ipê está entre as mais avançadas do mundo e possui conexão com redes acadêmicas estrangeiras, tais como Clara (América Latina), Internet2 (Estados Unidos) e Géant (Europa).

2.2 Integração de tecnologias e convergências de mídias No contexto de integração de tecnologias e convergências de mídias, a biblioteca na escola passa a executar a prestação de seus serviços e produtos de informação de maneira integrada. Na figura 3 você observa uma síntese dos processos de uma biblioteca escolar, com entradas, processos, saídas e a realimentação. As mudanças ocorrem no uso dos componentes de um computador, no processamento da informação desde o tratamento técnico, empréstimo de material, até a devolução e as reservas vistas na saída dos dados. Processos na biblioteca escolar Gerenciamento do acervo com suporte em rede de computadores

Entrada

Desenvolver coleções

Tratamento técnico do material

Realimentação Figura 3: Processos na biblioteca escolar.

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Disseminar material

Saída


Stair e Reynolds (2006, p. 5) conceituam o processo como a transformação de dados em informação, isto é, o conjunto de tarefas logicamente relacionadas desenvolvidas para atingir um resultado definido. A entrada é a atividade de coletar e capturar dados básicos. O processamento consiste na conversão ou transformação de dados em saídas planejadas e necessárias para a tomada de decisão. O processamento envolve cálculos, comparações e ações alternativas, bem como o armazenamento de dados para uso futuro (STAR; REYNOLDS, 2006). A saída do processamento de dados consiste em apresentar a informação para ser utilizada conforme as necessidades dos usuários. Pela programação você pode definir quais os dados que deseja apresentar. Podem ser a emissão de um documento sobre o empréstimo de determinada obra, sua devolução, emissão de multa, ou relatórios gerencias. Stair e Reynolds (2006, p. 13) conceituam a realimentação da seguinte maneira: “é a saída que é usada para alterar a entrada ou as atividades em processamento.” No caso da biblioteca, poderia ser, por exemplo, a devolução de determinada obra que está reservada para uma outra pessoa; isto significa verificar no sistema dados do registro da obra, observar a solicitação da reserva e avisar ao interessado (emitir por e-mail a notificação). A realimentação pode verificar empréstimos, devoluções e reservas no sistema da biblioteca. Quando se realiza essa atividade manualmente, utilizando fichas e anotações de empréstimos, se gasta muito tempo para uma atividade simples e morosa além de ocorrer possíveis erros de alfabetação e de ordenação. Também com a realimentação é possível observar quais as obras em atraso, as mais reservadas, as mais procuradas e, conseqüentemente, facilitar a tomada de decisão na política de seleção e aquisição da biblioteca.

Recursos de informática na biblioteca

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4 Há muitos termos na área de Biblioteconomia e informática que você ainda não conhece? Uma boa dica para descobrir o significado de vários termos da área de Biblioteconomia é a consulta ao Glossário Geral de Ciência da Informação, disponível no endereço eletrônico acessado em 26 de março de 2010: <http://www.cid.unb.br/publico/ setores/100/123/sistema/m0039015. htm>. Para a área de informática há o Glossário de Informática, disponível no endereço eletrônico acessado em 26 de março de 2010: <http://www.dct. ufms.br/~noiza/glossario.html>.

Na informatização de bibliotecas são empregadas a terminologia da informática, da internet, e da Biblioteconomia. Cada termo4 tem aplicação no cotidiano, seja para o planejamento do projeto, sua implementação, a entrada de dados nos ambientes, seja na participação nas redes sociais. Para entrar dados no sistema gerenciador de bases integradas são utilizados os dispositivos de entradas. Estes servem para converter os dados em uma forma legível por computador e os transmitir para a unidade de processamento, no qual são realizadas as funções de memória principal e memória auxiliar (armazena o programa aplicativo e os dados a ser processados). Entre os dispositivos de entrada de dados no computador mais comuns estão: a) teclado; b) microfones (entrada de dados por voz ou fala); c) mouse (facilita a interação ao apontar); d) câmeras digitais; e) leitores de dados ópticos; f) mesas gráficas (de canetas ópticas e lousa digital); g) telas sensíveis ao toque. Os dispositivos de saída convertem os dados processados e podem ser visualizados na tela do monitor, na listagem impressa gerada na impressora, ou em arquivos a ser enviados pelo correio eletrônico. Os mais comuns são: a) monitores; b) impressoras e dispositivos para desenhos; c) dispositivos musicais (dispositivos entre os quais que usam o MP3); d) dispositivo multifuncional (fax, escâner, leitor de livros eletrônicos).

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Informatização de Bibliotecas


Figura 4: Dispositivos de entrada e saída de um computador.

Na informática, existe a Lei de Moore, referente à geração dos processadores nos computadores. O fundador da Intel, Gordon Moore, constatou que, a cada 18 meses, a capacidade de processamento dos computadores dobra, enquanto que os respectivos custos permanecem constantes. Esse princípio pode ser aplicado também a outros aspectos da tecnologia digital, tais como aspectos da memória, processadores, discos rígidos e até a velocidade das conexões da Internet. Cabe à equipe da biblioteca e da informática na escola planejar a informatização conforme as demandas e os recursos disponíveis, além de verificar as tendências existentes.

Recursos de informática na biblioteca

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2.3 Estrutura do documento digital Estruturas da informação e dos programas de computador são representadas em unidades de informação. O arquivo digital representa dados agrupados e esse conjunto recebe o nome bits. O arquivo digital pode ser de texto, imagens, som, vídeo, entre outros recursos, resultando cada extensão de arquivo em determinado conjunto e subconjunto de diferenciação. Portanto, existem diversos formatos de arquivos que, para ser executados, necessitam de determinado software aplicativo. Os arquivos digitais possuem estruturas definidas. Cada arquivo digital recebe uma extensão a qual é definida conforme o tipo de software para visualizar seu conteúdo. No trabalho administrativo da biblioteca, são usados softwares e arquivos com diferentes extensões. Saber instalar e desinstalar software específico é um dos requisitos para favorecer a competência informacional. Escolher cada programa aplicativo depende da necessidade e do uso na biblioteca. Entre os programas conhecidos como software aplicativo para o processo administrativo estão os listados no quadro a seguir: Software aplicativo para o escritório

Endereço URL

Abiword

http://www.abisource.com

KOffice

http://www.koffice.org

Microsoft Office 2007

http://office.microsoft.com

OpenOffice.org (a versão brasileira é o BrOffice.org)

http://www.openoffice.org http://br-pt.openoffice.org

StarOffice

http://www.staroffice.org Quadro 3: Software para atividades administrativas.

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Informatização de Bibliotecas


Com os avanços tecnológicos, os aplicativos on-line facilitam o compartilhamento, o acesso e o uso dos arquivos ao mesmo tempo. Entre os exemplos destes aplicativos estão o Google Docs - <http://docs.google.com>, ZOHO - <http:// www.zoho.com>, Adobe Buzzword - <https://buzzword.acrobat.com/unsupportedBrowser.html#o>. No quadro a seguir está uma síntese das extensões de arquivos digitais e respectivas aplicações. Formatos de arquivos digitais Extensão

Aplicação

TXT, RTF,ODT, HTML

Texto

AU, SND, WAV, MPEG, MP2, MP3,MPA, ABS,MPEGA, MIDI MIDI, MID

Áudio

MPEG, MPG, MPE, MPV, VBS, MPEGV, MOVIE, QT, MOV, MOOV, MPV2, MPV2, FLV

Vídeo

PDF, DOE, DOT, ODS, MOBI, LRF, Epub

Aplicações textuais

ODP, PPT

Apresentação de slides

ODB, MDB, ISSO

Banco de dados

XLS

Planilha de cálculo

ZIP, RAR,

Compactação

TIFF, GIF, JPEG, PNG, ODI

Imagem

Quadro 4: Arquivos digitais e suas aplicações.

Alguns arquivos já possuem uma estrutura que não seja alterada, isto é, após ser gerados podem ser abertos e não perdem a legibilidade. No caso, são os arquivos com a extensão PDF. Ainda existe muita discussão referente à criação e ao uso de um padrão aberto para arquivos.

PDF É a sigla de Portable Document Format que significa Formato de Documentos Portável. Quando a extensão de um arquivo digital tiver a expressão “pdf” é necessário para leitura do mesmo o programa Adobe Acrobat: <http://get. adobe.com/br/reader>.

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ODF (Open Document Format), padrão desenvolvido e mantido por uma entidade aberta (OASIS, <http://www. oasis-open.org>) e não controlada por alguma empresa, torna-se disponível para uso sem pagamento de royalties e sem restrições de uso. O ODF foi aceito pela ISO em 2006, já sendo, portanto, um padrão mundial, sob o nome ISO/ IEC 26300:2006. Em 12 de maio de 2008, o ODF foi oficialmente aprovado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como a norma NBR ISO/IEC 26300:2008. Fonte: Taurion (2009). A importância do uso do padrão aberto para arquivos possibilita a leitura do arquivo sem haver desconfiguração do mesmo ao abrir em outro computador. Por exemplo, uma apresentação, se for salva no formato PDF ou ODF, poderá ser aberta sem a desconfiguração das fontes, figuras, cores. Para a informatização de bibliotecas você estudará, no próximo capítulo, os sistemas operacionais e softwares de padrão aberto e comercial, a estrutura do registro bibliográfico e os padrões mais utilizados em bibliotecas.

Bibliografia Comentada NAVES, Madalena Martins Lopes; KURAMOTO, Hélio (Org.). Organização da informação: princípios e tendências. Brasilia: Briquet de Lemos/Livros, 2006. 142 p. Reúne oito textos com uma visão crítica das questões ligadas ao armazenamento e recuperação de informações, aponta algumas das soluções adotadas para essas questões, e, também, alguns dos caminhos abertos para a pesquisa nessa área.

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TAMMARO, Anna Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2008. 377 p. Este livro contribuirá para o entendimento do presente e do futuro da biblioteca digital, ao examinar quais os obstáculos que ela tem de superar para alcançar ressonância social, quem são os responsáveis por sua implantação, como será administrada, e qual o novo papel que ela e o bibliotecário desempenharão na sociedade da aprendizagem. VELLOSO, Fernando de Castro. Informática: conceitos básicos. 7. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. O texto escrito em estilo fácil, com ilustrações técnicas, está estruturado em 13 capítulos e aborda os fundamentos da informática, a memória do computador, a unidade de processamento, as linguagens de programação, a organização da informação, o funcionamento do computador, os sistemas, teleprocessamento, as redes locais e a tecnologia da informação. Obra ideal para quem quer saber mais sobre a informática.

Síntese Para entender a evolução dos recursos tecnológicos é fundamental conhecer conceitos, terminologias e dimensões usadas no ambiente digital. Todo arquivo digital precisa de determinado software para ser utilizado. O essencial do processo de informatização está centrado nas pessoas, pois são usuárias e podem fazer bom ou mau uso dos recursos.

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3 Informatização da biblioteca

A informatização de bibliotecas visa facilitar a organização e a recuperação da informação por meio de computadores. Com este capítulo esperamos que você possa: a) reconhecer os sistemas operacionais e aplicativos instalados no seu computador; b) identificar recursos da Internet para bibliotecas escolares; c) caracterizar a estrutura do registro bibliográfico.

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3.1 Sistemas operacionais para computadores O computador, para funcionar, requer um sistema operacional, isto é, ao ligar o computador o sistema vai procurar os programas internos para inicializar, verificar quais recursos estão conectados, desde o vídeo, impressora, mouse, teclado até executar as tarefas agendadas. O sistema operacional pode ser definido em dois níveis: a) É um sistema de gerenciamento de hardware; b) é a função utilitária. No primeiro nível, o software coordena a unidade central de processamento do computador (a CPU, que é o chip microprocessador que atua como o “cérebro” do computador) com o resto do hardware. Entre os exemplos, estão o MS-DOS e o sistema operacional com interface gráfica Windows. O MS-DOS5 atua como intermediário, convertendo os sinais eletrônicos gerados pelo teclados em códigos de controle que os programas de aplicação possam utilizar. O software executa pequenas tarefas relacionadas com a utilização dos programas, como a formatação de um disco, ou informando sobre os arquivos que se encontram em um determinado disco. No segundo nível, o MS-DOS executa comandos, o que lhe permite interagir diretamente com o computador. Estes comandos executam funções como renomear arquivos no disco ou copiar arquivos. O MS-DOS coordena o hardware e permite que a CPU comunique-se com quase todas as partes do computador. Entre os exemplos de sistemas operacionais ativos mais comuns estão:

5 A sigla MS-DOS é uma acrossemia de MicroSoft Disk Operating System, um sistema operacional em disco produzido pela empresa Microsoft.

• Windows (XP, NT, Me, Vista, CE, 95, 98, 2000, 2003); • Macintosh (OS, OS X);

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• Linux (Ubuntu, Suse, Fedora, Debian, GNU Linux, Mandriva - Mandrake); • Sun Solaris; • Unix System.

Compatibilidade Significa que os softwares possuem as características de independência de fornecedores, interoperabilidade e portabilidade (mover as aplicações de uma máquina para outra sem a perda de dados ou necessidade de aprender a lidar com a interface do sistema computacional).

A escolha do sistema operacional é influenciada por fatores como: política no ambiente escolar, adequação do software, capacitação das pessoas no manuseio dos recursos existentes. Após a identificação do sistema operacional, é necessário observar os softwares aplicativos disponíveis, sejam eles comerciais (proprietários), sejam eles de desenvolvimento próprio. A tendência atual está no uso de sistemas abertos, isto é, no seu desenvolvimento são utilizados padrões públicos que garantem a compatibilidade com outros sistemas projetados. Os softwares com desenvolvimento próprio podem ser pagos, livres e de código aberto. Entre as vantagens, destacamos que é um software sob medida para atender as necessidades e o custo. Como desvantagens, destacamos o tempo para desenvolver, realização de testes e melhorias contínuas no software. As categorias dos sistemas de softwares podem ser: a) Sistemas abertos: em que as bibliotecas não pagam pela licença e têm total acesso aos códigos-fonte, isto é, podendo alterar as linhas de programação em função das suas necessidades. No caso de sistema operacional, são o UBUNTU e LINUX. b) Sistemas proprietários: o produto cuja arquitetura e funcionalidade não são de domínio público, isto é, não seguem padrões que estejam ao alcance do público. No caso de sistema operacional, podem ser exemplificados o MS-DOS, Windows e Macintosh.

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Software de aplicação

Software de prateleira (comercial)

Software proprietário

Departamento interno

Pacote adaptado

Contrato

Adaptação interna

Pacote padrão

Adaptação contratada

Figura 5: Fontes de software proprietário e de prateleira. Alguns softwares de prateleira podem ser modificados para permitir certas adaptações. Fonte: Adaptado de Stair e Reynolds (2006).

A tendência do momento é a fusão entre o sistema operacional e o on-line, conhecidos como Desktop Online, Webtop, Web Desktop ou OS Online. Trata-se de uma página de Internet personalizada, geralmente baseada na tecnologia Ajax6 , em que é possível escolher o conteúdo, bem como definir a ordem e a aparência do mesmo. Os serviços são fornecidos por provedores de serviços online como Google, Yahoo e Windows Live7 e rodam miniaplicações próprias, mas podem servir de plataforma também para miniaplicações desenvolvidas por terceiros. A seguir, trataremos mais detalhadamente dos recursos da Internet para as bibliotecas.

6 Como exemplo de desktop online, há o Ajax Windows, que pode ser acessado pelo seguinte endereço eletrônico, acessado em oito de abril de 2010: <http://www.ajaxwindows.com>.

7 Windows Live oferece o serviço no endereço eletrônico, acessado em 22 de abril de 2010: <http://www.live. com>.

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3.2 Recursos da Internet para bibliotecas 8 O Manifesto da IFLA sobre a Internet indica a importância da Internet nas bibliotecas. Acesse o manifesto no seguinte endereço eletrônico, acessado em 22 de abril de 2010: <http://archive.ifla.org/III/misc/im-pt.htm>.

9 O navegador Firefox pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico, acessado em 22 de abril de 2010: <http://br.mozdev.org>.

Escolher quais os recursos da Internet8 para uma biblioteca não é uma tarefa fácil. Requer observar cuidadosamente as tecnologias, seus usos, realizar testes e avaliar os resultados para definir quais as melhores práticas ou modelos a ser adotados no cotidiano das bibliotecas ou na sala de aula. Começa desde saber escolher o recurso para navegar na Internet, pois são usados diferentes softwares, como o Internet Explorer e o Firefox 9. Alguns deles têm interfaces que lembram desktops de sistemas operacionais como o Windows e o Linux (KDE). Maness (2006) aponta mudanças paradigmáticas nas bibliotecas às quais os bibliotecários precisam estar atentos. Exemplifica que o início das mudanças está apenas começando, como a “biblioblogosphere”, ou seja os weblogs escritos por bibliotecários; a substituição dos tutoriais da Web 1.0 (estáticos) para a possibilidade dinâmica de interação, ou o uso de animação programada com dados solicitados especificamente pelo usuário. No artigo chamado “What is Web 2.0”, o precursor do termo Web 2.0, O’Reilly (2005), descreve princípios da Web 2.0. Dentre eles, destacam-se três que caracterizam os wikis como um sistema integrante desta nova geração de serviços on-line: 1) A internet como plataforma para processar, produzir ou consumir informação, onde um computador conectado a ela é ferramenta básica e principal de trabalho. 2) Permite que usuários comuns, que até então não possuíam conhecimentos necessários para publicar conteúdo na Internet – pela ausência de ferramentas de uso simplificado - publiquem e consumam informação de forma

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rápida e constante. Notadamente, têm-se os blogs e wikis como expoentes desta massificação. 3) Valorização do conteúdo colaborativo e da inteligência coletiva: o conteúdo deve ser produzido e consumido por qualquer um, de forma simples e direta. Aos responsáveis pelas bibliotecas cabe a tarefa de dinamizar seus recursos e fontes de informação para a comunidade escolar. Assim, podem utilizar as ferramentas dinâmicas da Internet como o Twitter, blogs, Orkut, RSS, wikis, You Tube, entre outros recursos, para promover o acesso, o uso e a disseminação da informação disponível. Veja no quadro a seguir os recursos interativos aplicados na biblioteca. Recursos da Internet

Twitter É uma espécie de diário virtual, ou seja, um blog, mas com o diferencial de que seus usuários podem apenas escrever pequenos textos (de no máximo 140 caracteres), além de receber os textos escritos pelos outros usuários que ele “segue”. É comum encontrar perfis de instituições no Twitter. Como exemplo, você pode conferir e perfil da Biblioteca Central da UFSC, disponível no seguinte endereço eletrônico, acessado em oito de abril de 2010: <http://twitter.com/bu_ufsc>.

Atividades e tarefas

Leitoras de feeds - RSS

Para divulgar as notícias ou documentos recém cadastrados no catálogo da biblioteca.

Blogs e Micro-blogs Twitter

Para gerenciar sistemas de conteúdos digitais on-line com intuito de compartilhar informação.

Flickr - http://www.flickr.com

Com o intuito de compartilhar fotografias.

Google docs -http://www.google. com/google-d-s/intl/pt- BR/tour1. html

Para gerenciar textos ou colaborar na edição de documentos compartilhados pela equipe da biblioteca.

Zoho - http://zoho.com MSN -http://webmessenger.msn.com Compartilhar mensagens instantâneas para responder questões da comunidade escolar ou para facilitar a comunicação interna. Skype YouTube - http://www.youtube.com

Disponibilizar vídeos sobre a bibliotecas, seus produtos , serviços e demais informações.

Quadro 5: Usos da web 2.0 em bibliotecas.

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Você já utiliza recursos da web 2.0 em sua biblioteca? Muitas vezes dispor de uma estrutura complexa e cara como um computador/servidor exclusivo torna sua manutenção e segurança inviável. Mas existem muitos recursos disponíveis gratuitamente na Internet. Por exemplo, poderia ser criado um site da sua biblioteca no ambiente wiki, um fórum ou blog para se comunicar com os usuários, desenvolver e postar vídeos no ambiente do You Tube, abrir um ambiente para postagens instantâneas atendidas pela biblioteca seja no MSN ou Skype. Para uso dos recursos você precisa de conhecimentos básicos de informática e de Internet. Lembre sempre de ler os contratos e as licenças de uso para evitar constrangimentos e frustrações. Cabe lembrar que, ao oferecer novos serviços e produtos de informação na Internet, é preciso efetuar um planejamento estruturado desde a criação até sua divulgação e treinamento. A seguir, trataremos da estrutura do registro bibliográfico, indispensável para quem vai trabalhar com bases de dados.

3.3 Estrutura do registro bibliográfico 10 Você encontrará os conceitos e aplicações de vários termos de Biblioteconomia e áreas afins na seguinte obra de referência: SANTOS, Gildenir Carolino; RIBEIRO, Célia Maria. Acrônimos, siglas e termos técnicos: arquivística, biblioteconomia, documentação, informática. Campinas: Átomo, 2003. 277 p.

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Informatização de Bibliotecas

A estrutura básica de um registro bibliográfico10 constituise em um conjunto de dados ou palavras relacionadas, tratadas como um todo em termos lógicos ou físicos que servem para identificar determinado documento numa base de dados. Os exemplos de registros bibliográficos são os catálogos de bibliotecas. Os registros são subdivididos em categorias denominadas campos, tais como: título, autor, número de chamada, descritor, entre outros. Uma base de dados pode ser um arquivo de dados relacionado, coletado para satisfazer as necessidades de informação


de determinada comunidade de usuários. Pode ser um simples arquivo de endereços, ou um arquivo mais complexo, como um catálogo bibliográfico ou um catálogo de projetos de pesquisa. Cada registro bibliográfico possui uma unidade de informação que é armazenada em uma base de dados. A base de dados consiste de elementos de dados distintos, cada um contendo uma característica particular da entidade que estiver sendo descrita. Por exemplo: uma base de dados bibliográfica pode conter informações sobre livros, relatórios, artigos de periódicos, etc. Neste caso, cada unidade consistirá de elementos de dados tais como autor, título, imprenta, etc. Os elementos de dados são armazenados em campos, e a cada um é atribuída uma etiqueta11 numérica indicativa de seu conteúdo. Você pode entender a etiqueta como sendo o nome do campo. A coleção de campos contendo todos os elementos de dados de determinada unidade de informação é chamada registro. Um campo pode estar ausente em um ou mais registros, pode conter um único elemento de dados, ou dois ou mais elementos de dados de tamanho variável. Neste caso, diz-se que o campo contém subcampos, cada um identificado por um delimitador de subcampo precedendo o elemento de dados correspondente. Além disso, um campo pode ser repetitivo, isto é, qualquer registro pode conter mais de um fato ou ocorrência do campo. Informação é o conjunto de fatos ou dados organizados de uma forma lógica. É necessariamente um dado significativo. A informação na base de dados se configura como dados arranjados em forma útil. A informação não tem valor se não pode ser localizada ou preparada em tempo. Dado é a representação formal de um fato, idéia, item, entre outros, representado por letras, números e caracteres especiais. São fatos básicos, como o nome e a quantidade de

11 O termo Etiqueta também é conhecido como “tag”.

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livros emprestados em um dia por um leitor de uma biblioteca. Existem diversos tipos de dados, conforme exposto no quadro a seguir: Tipos de dados

Representação

Dados alfabéticos

Registram apenas letras alfabéticas

Dados numéricos

Números de 0 a 9

Dados alfanuméricos

Números, letras e outros caracteres

Dados de imagens

Imagens gráficas e figuras

Dados de áudio

Sons, ruídos ou tons

Dados de vídeo

Imagens ou figuras em movimento

Quadro 6: Tipos de dados.

Um sistema de informações bem planejado deve proporcionar informações necessárias a cada setor de uso. Fornecer informações relevantes em uma forma útil à pessoa certa, no tempo certo para uso em tomada de decisão é o que se espera de um bom sistema de informações. Um sistema de informação é bem projetado somente se fornece informações certas em tipo, qualidade e no tempo devido, e faz isso de forma econômica.

Portanto, um sistema de informação para uma biblioteca escolar é um conjunto estruturado ou ordenado de partes ou elementos que se mantêm em interação, isto é, em ação recíproca, na busca da consecução de um ou vários objetivos. Para que um sistema funcione adequadamente, são usados padrões, normas e protocolos. A seguir, são apresentados os padrões mais comuns aplicados a sistemas de gerenciamento de bases de dados para bibliotecas.

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3.4 Padrões técnicos A criação e a manutenção de bases de dados requerem competências e habilidades técnicas específicas, entre as quais o conhecimento de equipamentos, o manuseio de software de aplicação , o domínio de linguagem de programação, a identificação e o uso de padrões e protocolos. Isso implica, às vezes, exercer diferentes papéis, como desenvolver a base, realizar o design da interface (para entrada de dados e saída dos dados), a entrada de dados (evitar erros de digitação) e auxiliar na busca da informação. O Formato ISO 2709 é um padrão de comunicação para importação e exportação de registros bibliográficos. Este formato de arquivo é usado para intercâmbio de dados em meio magnético, de um sistema para o outro. Possibilita a transferência de informações de forma independente de hardware e software, tornando-os portáveis entre sistemas. Na base de dados de sua biblioteca, os registros bibliográficos para intercâmbio dependem do conteúdo que está registrado em campos e subcampos de cada registro. No Brasil, muitas bibliotecas utilizam o formato MARC12 e, outras, o UNISIST, para realizar a padronização de seus registros. O registro bibliográfico no formato MARC utiliza a catalogação pelas normas do Código de Catalogação AngloAmericano (AACR). O Formato UNISIST/UNESCO13, um pouco diferente dos formatos anglo-americanos (MARC, USMARC, UKMARC, UNIMARC, MARC21, etc), proporciona aos bibliotecários a descrição eficiente e precisa de qualquer tipo de informação independemente de seu suporte. Conforme exposto pelo Elysio Oliveira (2007, p. 8) “trata-se de formato de baixíssimo custo de implementação, de comprovada eficiência e adotado como padrão nos organismos internacionais e nas grandes redes mundiais de informações (BIREME, AGRIS, FAO, INIS, etc).”

Software de aplicação É composto por programas que ajudam os usuários a resolver problemas específicos de computação. Tanto o software de sistemas como o de aplicação podem ser usados para atender às necessidades de um indivíduo, um grupo ou uma empresa. Fonte: Stair e Reynolds (2006, p. 118).

12 O formato MARC foi desenvolvido pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos em 1966. Obtenha mais informações sobre esse formato com a leitura do livro Organização da documentação e da informação I: catalogação. 13 O software PHL - Personal Home Library, desenvolvido pelo professor Prof. Elysio Mira Soares de Oliveira, utiliza o formato UNISIST. Conheça o exemplo de uso do UNISIST no endereço eletrônico acessado em 21 de abril de 2010: <http://www.elysio.com.br/ site/phl.html>.

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14 A Biblioteca Virtual do Rio Grande do Sul (<http://www.bibvirtual.rs.gov. br:8080>), uma rede de bibliotecas do setor público do Estado do Rio Grande do Sul, e as Bibliotecas Municipais participantes do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, possibilitam utilizar o padrão CDS/ISIS da UNESCO e o formato MARC para a importação dos registros bibliográficos. Cliente/Servidor Cliente é o programa que processa determinada solicitação a outro computador (servidor); que, por sua vez, é o programa que provê os serviços requisitados remotamente pelo cliente.

O Protocolo Z39.50 é um protocolo de comunicação. Apresenta regras ou padrões cuja finalidade é permitir que os computadores se interliguem e troquem informações com menor número de erros possíveis. Foi concebido para permitir a pesquisa e a recuperação de informações (documentos) em rede de computadores14 distribuídos. A arquitetura do Z39.50 está baseada no cliente/servidor e opera sobre a rede Internet; possibilita uma infinidade de aplicações. Conforme Salarelli (2008b, p. 102), as máquinas trocam informações a respeito das suas características, chegam a um acordo quanto a um formato comum de conversão de dados, otimizam os respectivos ambientes conforme as exigências do usuário, que pode preferir telas de busca simples ou avançadas, listas ordenadas e formatadas segundo determinados critérios, etc., e, sobretudo, mantêm aberto esse tipo de diálogo durante toda a sessão de trabalho.

Cliente SERVIDOR (programa compatível com Z39.50)

SERVIDOR (programa compatível com Z39.50) (Interface de busca compatível com Z39.50) Figura 6: Exemplo de modelo Cliente/Servidor. Fonte: Adaptado de Rosseto (1997).

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Informatização de Bibliotecas


Entre as aplicações do Z39.50 é possível habilitar uma interface única para conexão com múltiplos sistemas de informação, permitindo ao usuário final o acesso para outro sistema. O HTTP (Hypertext Transference Protocol) – Protocolo de transferência de hipertexto é um protocolo utilizado para a transferência de documentos e seus recursos na rede de computadores. Também transfere dados de hiper-mídia (imagens, sons e textos). Geralmente este protocolo utiliza o porta 80 e é usado para a comunicação de “sites” (sítios), comunicando na linguagem HTML (Hipertext Markup Language, ou Linguagem de Marcação de Hipertexto). O protocolo HTTP é um sistema de comunicação em rede de computadores e necessita seguir diversos protocolos que trabalham em conjunto para o fornecimento de serviços. Para que o protocolo HTTP consiga transferir seus dados pela Web, é necessário que os protocolos TCP e IP (Internet Protocol, Protocolo de Internet) tornem possível a conexão entre cliente/servidor. Planejar a informatização de bibliotecas escolares precisa estar na pauta da administração da escola e da biblioteca. Os recursos tecnológicos demandam custos, treinamento de pessoas e requisitos técnicos e operacionais. No próximo capítulo o foco consiste no planejamento sistemático da informatização para uma biblioteca escolar.

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Bibliografia Comentada BLATTMANN, Ursula; SILVA, Fabiano Couto Corrêa da. Colaboração e interação na Web 2.0 e Biblioteca 2.0. Revista ACB, Florianópolis, v. 12, n. 2, p. 191-215, jul./dez. 2007. Disponível em: <http://revista.acbsc.org.br/index.php/racb/article/view/530>. Acesso em: 22 abr. 2010. O artigo apresenta a importância dos recursos da web 2.0 e enfoca as possibilidades do uso nas bibliotecas. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. 191 p. (Coleção Cibercultura). O livro trata de um fenômeno que toca milhares de usuários ao redor do mundo, as redes sociais na Internet - Orkut, Facebook, blogs, Twitter, Flickr, Fotologs e vídeos do YouTube. A autora apresenta como os atores sociais criam conexões e aumentam o seu capital social, como as redes servem de metáfora para novos agrupamentos sociais, como as dinâmicas temporais das conexões na Internet evoluem em processos de cooperação, competição e conflito. ROBREDO, Jaime. Documentação de hoje e de amanhã: uma abordagem revisitada e contemporânea da ciência da informação e de suas aplicações biblioteconômicas, documentárias, arquivísticas e museológicas. 4. ed. rev. e ampl. Brasília, 2005. 409 p. A edição foi atualizada e ampliada com ênfase especial às mudanças e inovações decorrentes do advento das novas tecnologias da informação e da comunicação. Destaca o surgimento dos arquivos, das bibliotecas e dos museus virtuais, que abrem perspectivas de acesso à memória e à cultura impossíveis de se imaginar vinte anos atrás.

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SANTOS, Gildenir Carolino; RIBEIRO, Célia Maria. Acrônimos, siglas e termos técnicos: arquivística, biblioteconomia, documentação, informática. Campinas: Átomo, 2003. 277 p. Este glossário resultou do empenho e dedicação de dois especialistas: Gildenir Carolino Santos e Célia Maria Ribeiro, do qual surgiu um documento de grande utilidade para estudantes, profissionais e pesquisadores, não apenas das áreas referidas, mas também para as de domínio conexo. A apresentação de siglas freqüentemente utilizadas, com seus significados ou denominações completas, também é de grande valia, cobrindo desde as mais freqüentes e simples, até as raramente empregadas.

Síntese Ao escolher um computador para a sua biblioteca verifique as políticas da instituição, a capacitação técnica das pessoas que irão trabalhar com os computadores e os recursos disponíveis locais e na Internet. Um sistema gerenciador de bases de dados requer o uso de padrões para possibilitar a dinâmica do trabalho cooperativo e as funcionalidades entre importar e exportar registros.

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4 Planejar a informatização na biblioteca

O uso da informatização visa facilitar, agilizar e tornar mais acessível o acervo e o uso da biblioteca. Neste capítulo, será enfocada a importância do planejamento e suas etapas para a realização do projeto de informatização.

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4.1 Importância de projetos e de seus planejamentos As motivações para a informatização de uma biblioteca precisam estar claramente definidas e especificadas. Requerem condições de segurança plena das operações desde a infraestrutura logística, até a realização das transações (cadastros, empréstimos, reservas, emissões de correspondência), com confiança e tranqüilidade. As bibliotecas necessitam de softwares para auxiliar no processamento técnico do acervo, atendimento aos usuários, e para gerenciar aspectos administrativos. O planejamento de projetos necessita de pessoas responsáveis pela articulação e respectiva execução. Cada projeto é influenciado pela situação do contexto organizacional e, principalmente, pela integração de aplicativos nos processos de seleção, aquisição, catalogação, classificação e disseminação. O princípio de usar a informatização visa auxiliar diretamente o trabalho da gestão da biblioteca na escola. O ciclo de vida de um projeto também se torna um instrumento da qualidade. Veja na figura a seguir o ciclo de vida do projeto elaborado por Keeling (2006). Fase conceitual

Fase de planejamento

Estudo de viabilidade e risco

Proposta inicial

Conceito

Aceitação

Objetivos e plano mestre

Fase de implementação

Monitoração e controle da implementação

Dicas de segurança na Internet: não divulgue informações pessoais como telefone ou endereço em sites de relacionamentos pessoais, blogs ou mesmo em comunicadores instantâneos (Skype, Msn, Twitter); evite acessar páginas bancárias ou que necessitem de informações confidenciais em computadores que você não confia (Cyber-Cafés, Lan-house); use e atualize sempre programas de antivírus; escolha senhas com letras, números e caracteres com sinais; evite usar a mesma senha para diversas contas.

Análise e revisão do projeto

Plano de atividade e de recursos

Fase de conclusão

Entrega

Exame dos contratos de recurso Conclusão

Avaliação e acompanhamento

Figura 7: Seqüência típica de eventos durante o ciclo de vida do projeto. Fonte: Adaptado de Keelling (2006).

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Existem vulnerabilidades e riscos que, se previstos no planejamento cuidadoso e realizados na avaliação de viabilidade, podem ser evitados ou minimizados. O uso de requisitos técnicos e práticas de segurança, entre as quais a cópia (backup) do Fatores de fracasso Coordenação ineficaz de recursos e esforços. Fracasso em concluir no prazo. Arranjos de entrega inadequados. Relações humanas deficientes. Desempenho fraco com relação à administração de projeto em tempo parcial na organização do cliente, do consultor ou do contratado. Organização inadequada - é comum nos projetos malsucedidos quando os papéis, responsabilidades e alcance das contribuições de participantes - chave não são claramente definidos. Decisões sobre estratégia de contrato tarde demais (restringindo alternativas). Falta de sustentação para os objetivos do projeto. Fracasso em avaliar a viabilidade, calcular riscos e elaborar plano de contigências. Materiais ou equipamentos inferiores às especificações técnicas ou de qualidade. Escalada de custos resultante do controle deficiente, fracasso de programações descontroladas ou expansão imprevista de tarefas . Intromissão ou interferência de políticos ou membros mais velhos da organização do proprietário. Administração e logística para operações técnicas complexas. Estrutura organizacional mal definida, áreas de responsabilidade imprecisas, limites de autoridade. Inadequações no planejamento, orçamento e controle. Descuido com o treinamento e as necessidades de desenvolvimento de equipes. Avaliação e acompanhamento inadequados do projeto. Conflito e problemas inter-pessoais provocados por limites mal definidos e organização deficiente do trabalho.

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sistema, o estabelecimento de políticas internas e treinamentos, possibilitam melhorar a produtividade e, principalmente, a evitar problemas e fracassos. Veja, na figura a seguir, os fatores de fracasso e de sucesso possíveis na execução de um projeto.

Fatores de sucesso

Estruturas organizacionais adequadas e convenientes. Mecanismos do planejamento adequados e de controle convenientes.

Compromisso da organização matriz, cliente e gerente do projeto com: Programações das atividade e procedimentos de controle estabelecidos; Orçamentos e controle de gastos estabelecidos; Metas e marcos técnicos vinculados ao tempo e o custo.

Estruturas organizacionais adequadas ao caráter do projeto. Participação da equipe no planejamento e definição de métodos, programações e orçamentos. Ausência de impedimentos legais. Minimização do número de entidades burocráticas públicas ou orgãos governamentais envolvidos; e Apoio público entusiástico.

Figura 8: Fatores de fracasso e de sucesso no projeto. Fonte: Adaptado de Keelling (2006).

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Antever etapas, realizar o projeto detalhadamente, poderá facilitar e reduzir os custos finais do projeto de informatização. Acompanhar todas as etapas e, principalmente, compartilhar os sucessos e fracassos, poderá fortalecer a equipe na busca de melhores soluções.

4.2 A relação custo versus benefício A relação custo versus benefício permeia muitos projetos de informatização. Mas não basta apenas ser gratuito, conforme afirma Rowley (2002, p. 5), existe uma “preocupação fundamental com a manutenção do acervo e com o monitoramento do paradeiro dos documentos, de modo que o pessoal e os clientes da biblioteca conheçam a disponibilidade e a situação deles.” Desta forma, a equipe da biblioteca tem o papel essencial de alimentar o sistema e ter iniciativa para aprender a usar os recursos disponibilizados no software. Os autores Amorim e Damásio (2006) apontam que o ato de escolha do software para uma biblioteca exige planejamento e este deve levar em consideração o usuário da informação, os recursos de tecnologia da informação na instituição, os recursos financeiros, os recursos humanos, e suporte de informática necessário. Entre os fatores para a tomada de decisão na elaboração de um plano, isto é, cada fase ou etapa do processo e suas implicações, é preciso detalhar, analisar o contexto escolar, as demandas da comunidade escolar, observar as viabilidades e tendências tecnológicas, e as políticas de acesso e uso da in-

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formação que permeiam todo o processo de informatização. O planejamento consiste também em analisar o orçamento disponível verificando os itens: a) estimativas de custos e prazos; b) custo dos produtos (equipamentos e software aplicativo); c) licenciamento do software e contratos; d) terceirização; e) estimativas de horas de trabalho; f) aprovação final do projeto. O preço de um produto de informática pode ser muito diferenciado conforme a versão, as características, e por isso é fundamental verificar quais os requisitos técnicos, suas especificações, garantia, entre outros cuidados. Sempre é necessário cuidar com a qualidade dos produtos solicitados e recebidos, pois uma pequena diferença na especificação técnica pode tornar-se um problema maior no futuro.

4.3 Elaboração de projetos e suas etapas O projeto de informatização, conhecido também como plano ou projeto, parte da identificação do contexto e da necessidade no setor. Você precisa observar os pontos fortes e fracos, as oportunidades e ameaças da organização. No projeto, é necessário: 1) apresentar a finalidade (quais os objetivos, importância, justificativas);

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2) efetuar o estudo de viabilidade (as vantagens e limitações); 3) indicar os impactos no ambiente e nos processos; 4) apresentar a aceitação dentro da organização (envolvimento da equipe, treinamento das pessoas); 5) identificar os recursos (humanos, orçamentários, financeiros, materiais); 6) especificar os custos da implantação, do licenciamento, da manutenção; 7) realizar a análise e escolha dos programas; 8) analisar as propostas e testes acompanhados pelo parecer para justificar a escolha; 9) detalhar o cronograma (as etapas; os prazos da aquisição dos equipamentos; instalação da rede lógica, da elétrica e dos programas aplicativos); 10) estabelecer controles: atividades, fluxogramas de processos, diagramas, softwares, inspeções, relatórios parciais e final, avaliação e acompanhamento; 11) efetuar a comunicação interna e externa, utilize formulários e efetue relatórios das atas e das reuniões; 12) definir a atribuição de responsabilidades para cada etapa de execução do projeto; 13) especificar a avaliação do projeto do sistema implementado. O processo de comunicação interna auxilia no fluxo da informação. Para tanto, recomendamos conversas, demonstrações, treinamento e reuniões com os envolvidos. Nas reuniões da equipe, é fundamental não perder de vista a finalidade, as funções dos membros, e a freqüência.

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A composição da equipe depende da formação técnica e profissional, da competência e experiência em realizar atividades e tarefas, dos fornecedores de produtos e serviços e de outros possíveis envolvidos, como consultores e assessores na área de informática e telecomunicações. No próximo capítulo o foco está centrado nos sistemas de gerenciamento de bases de dados para bibliotecas.

Bibliografia Comentada BRASIL. Presidência da República. Software livre no governo do Brasil. Disponível em: <http://www.softwarelivre.gov.br>. Acesso em: 20 abr. 2010. Portal do Governo Federal sobre as políticas do software livre no Brasil. Apresenta diversos documentos e links entre os quais decretos, e o Guia Livre, referência de migração para software livre no Governo Federal. PIZZORNO, Ana Claudia Philippi et. al. Buscando soluções para trabalhar o acervo físico, digital e virtual num mesmo ambiente: utilizando o software Pergamum. Revista ACB, v. 10, n. 1, 2005. Disponível em: <http://revista.acbsc.org.br/index.php/racb/ article/view/420>. Acesso em: 21 abr. 2010. O artigo apresenta soluções para armazenar e recuperar a informação de documentos físicos e digitais no cotidiano da biblioteca da UNISUL utilizando o software Pergamum. PHILLIPS, Joseph. Gerência de projetos de tecnologia da informação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. A obra fornece um roteiro para projetos de tecnologia da informação e passa por todas as fases, desde a concepção à

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conclusão, e descreve estratégias fundamentais para a sua conclusão dentro do tempo e do orçamento. STAIR, Ralph M; REYNOLDS, George W. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial. 6. ed. São Paulo: Cengage Learning, c2006. 696 p. Os autores enfocam a compatibilidade de software e hardware como elemento imprescindível para o sucesso das organizações contemporâneas. Casos e exemplos ilustram o tema e abordam questões cruciais como comércio eletrônico, segurança, privacidade e questões éticas dos sitemas de informação. A obra ainda apresenta objetivos de aprendizado, resumos dos capítulos, termos-chave, questões para revisão, questões para discussão e exercícios no final de cada capítulo.

Síntese É preciso realizar o planejamento e especificar detalhadamente as etapas de realização do projeto de informatização para alcançar com sucesso o processo de informatização na biblioteca. Cada projeto é influenciado pela situação do contexto organizacional e, principalmente, pela integração de aplicativos nos processos de seleção, aquisição, catalogação, classificação e disseminação.

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5 Gerenciamento de bases de dados

O objetivo do capítulo é apresentar sistemas de gerenciamento de bases de dados para bibliotecas. Ao término desse capítulo esperamos que você consiga: a) identificar requisitos na escolha do software para biblioteca; b) avaliar as soluções de softwares para bibliotecas.

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5.1 Requisitos na escolha do software As bibliotecas precisam acompanhar o desenvolvimento tecnológico e atender satisfatoriamente as necessidades de sua comunidade. A evolução do gerenciamento de bases de dados, isto é, uma aplicação de computador especializada para atender o ambiente da biblioteca escolar requer que a coleção de dados esteja inter-relacionada por meio de um conjunto de programas para facilitar o acesso e a consulta de maneira conveniente e eficiente. O uso de um sistema gerenciador de bases de dados possibilita controlar o acervo, recuperar a informação e os dados determinados de documentos armazenados na base de dados. Visa também efetuar consultas sobre empréstimos e devoluções de obras, gerar estatísticas (de cadastros, dos empréstimos, das reservas, do inventário, das reclamações e sugestões, etc.), facilitar o processo de aquisição e seleção do material da biblioteca. A interação do usuário com o sistema de bases de dados geralmente ocorre por meio de formulários e interfaces gráficas15. Cada vez mais a diversidade da oferta de produtos e serviços dos fornecedores do mercado tecnológico possibilita dinamizar o gerenciamento de sistemas de bibliotecas. Côrte et al. (2002, p. 33) sugerem alguns pontos importantes antes da escolha de um software, como: revisão de literatura; definição das necessidades da instituição; análise de catálogo disponíveis no mercado; análise de empresas prestadoras de serviços na área; contato com instituições usuárias de softwares, para verificar a satisfação; contato com os desenvolvedores dos softwares; análise de demandas e necessidades da biblioteca, (caracterizar a tipologia e quantificação do acervo, usuários, capacidades institucionais, serviços e produtos oferecidos); capacidade tecnológica e computacional da

15 A interface do navegador para a World Wide Web, conhecido como browser, é a interface mais usada para os sistemas de bases de dados.

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Requisitos São atributos técnicos e operacionais do software a ser atendidos para que o mesmo funcione adequadamente, entre os quais estão aspectos de conformidade, custos, funcionalidade, confiabilidade, usabilidade, eficiência e portabilidade.

instituição; análise da idoneidade da instituição que será comprado o produto, verificando a assistência técnica, entre outros. Conforme mencionam Amorim e Damásio (2006), a tomada de decisão sobre qual software será adquirido e implementado, é considerada uma tarefa dos bibliotecários e da equipe de planejamento e de informática. São essas pessoas que gerenciam e administram as bibliotecas, incluído o uso de tecnologias da informação em suas diferentes fases e usos. Na escolha do software para informatização da biblioteca, é necessário que você observe os requisitos designados, isto é, suas especificações técnicas. O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (2005) disponibiliza em seu site o texto Software para automação de bibliotecas, que apresenta requisitos mínimos para a avaliação de um software. Leia-os a seguir:

Funcionalidade: Analisa a capacidade do software de fornecer funções que satisfaçam as necessidades da biblioteca. Neste requisito é necessário avaliar aspectos referentes a: Adequação (Realiza aquilo a que se propõe?); Tecnologia (Atende às funções básicas de uma biblioteca/centro de documentação?); Seleção, aquisição e catalogação (Atende aos processos de tratamento da informação dos documentos?); Circulação (Possibilita consultar detalhes da obra por diferentes pessoas ao mesmo tempo?); Recuperação da informação (Efetua buscas simples e avançadas por tipo de material bibliográfico?); Processo gerencial (Emite relatórios desde a sugestão da aquisição de uma obra, controle financeiro, mala direta para editoras, emissão de cartas de cobrança e agradecimento, controla assinatura de revistas e jornais, etc?); Acurácia (Apresenta adequadamente os registros?); Interoperabilidade (Permite interação com sistemas: HTTP, Z39.50, ISO 2709, Dublin Core, entre outros?); Conformidade (Está de acordo com normas, leis, protocolos, etc.?); Segurança de acesso (Evita acesso não autorizado a programas e dados?).

Figura 9: Requisitos mínimos para avaliação de software. Fonte: Adaptado do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (2005).

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Confiabilidade:

Avalia a capacidade de um software de manter seu nível de perfomance. Os aspectos a serem avaliados são: Maturidade; Tolerância a falhas; Recuperabilidade.

Usabilidade: Demonstra a capacidade que um software possui em relação ao entendimento, aprendizagem e satisfação do usuário sob determinadas condições. Avalia aspectos referentes a facilidades de uso: Inteligibilidade; Apreensabilidade; Operacionalidade.

Eficiência: Avalia a capacidade do software de proporcionar o nível de desempenho exigido, referente à quantidade de recursos usados sob determinadas condições: Tempo.

Manutenibilidade: Avalia a capacidade que o software possui de ser modificado. Modificações estas que incluem correções, aperfeiçoamentos ou adaptações do software devido a mudanças de ambiente em solicitações e especificações funcionais: Analisabilidade; Modificabilidade; Estabilidade.

Portabilidade:

Avalia a capacidade do software de ser transferido de um ambiente para outro: Adaptabilidade; Instalação; Conformidade.

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Amorim e Damásio (2006, p. 5) justificam a utilização da filosofia disseminada de software livre, devido o mesmo ser sem custos para aquisição, com desenvolvimento cooperativo e com os “códigos abertos”, ou seja, passíveis de adaptações e mudanças. Silva (2007) apresenta um artigo sobre os softwares livres e apresenta, também, critérios para a avaliação dos mesmos, entre os quais estão perguntas que auxiliam na observação, análise e recomendação: • Qual a situação legal ou de licenciamento do software? • Adere padronizações e padrões pertinentes à atividade do usuário? • Há algum usuário de referência para o sistema? • Alguma organização conhecida é associada aos esforços de desenvolvimento? • Qual é a linguagem de programação utilizada? • Suporta internacionalização e localização para a linguagem de sua região? • Existem avaliações de terceiros sobre o software? • Há livros, artigos ou textos publicados sobre o software? • Tem sido acompanhado por analistas da área ou institutos de avaliação? Assim, o processo de informatização de uma biblioteca requer atenção ao contexto, análise dos critérios e observação das condições de viabilidade (técnica, jurídica, econômica, operacional e de prazos). Após a aprovação do projeto, a etapa seguinte é a execução, isto é, sua implementação, manutenção e avaliação. A avaliação de um sistema é a ultima etapa de desenvolvimen-

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to do projeto. Somente com o comprometimento de todas as pessoas envolvidas é que se poderá alcançar o sucesso e evitar fracassos. A seqüência de etapas na implantação ocorre nessa ordem: 1) Elaboração do projeto. 2) Aprovação do projeto. 3) Aquisição do hardware (equipamentos). 4) Aquisição do software: orçamento, aquisição, instalações e ajustes. 5) Preparação da equipe. 6) Contratação e treinamento do pessoal. 7) Preparação do local. 8) Preparação da entrada de dados. 9) Testes da entrada, processamento e saída dos dados. 10) Inicialização do sistema. 11) Aceitação pelo usuário. 12) Avaliação. 13) Realimentação. A aquisição de um software comercial ou de código aberto dependerá dos estudos de viabilidade efetuados. Lembre-se de que cada biblioteca está contextualizada de maneira única. É preciso analisar com paciência e atenção o contexto da escola e da biblioteca, estudar os diferentes softwares existentes, suas características técnicas e operacionais e, principalmente, a possibilidade do trabalho em rede com outras bibliotecas.

Gerenciamento de bases de dados

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5.2 A escolha de programas aplicativos Entre as diversas soluções comerciais e de código aberto, é desejável, após os estudos de viabilidade, realizar testes e demonstrações dos desenvolvedores de programas aplicativos antes da aquisição e instalação final. A seguir, você poderá conhecer algumas empresas desenvolvedoras de programas aplicativos e seu endereço na Internet. Não foram descritas as características técnicas devido à constante atualização e acompanhamento de tendências da área. Software para gerenciamento de sistemas de bibliotecas Nome do Software

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Endereço eletrônico

Aleph - Alephino

http://www.exl.com.br/alephino.htm

Alexandria

http://www.alexandria.com.br/

Arches Lib

http://www.wa-corbi.com.br/arches.htm

BibLivre

http://www.biblivre.ufrj.br

BiblioBase - Sistema de Automação de Bibliotecas

http://www.salvato.com.br/prod_bibliobase.php

BiblioShop

http://www.biblioshop.com.br/

Biblioteca Argonauta

http://www.datacoop.com.br/

CDS/ISIS database software – UNESCO

http://portal.unesco.org/ci/en/ev.php-URL_ID=2071&URL_ DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html

Control

http://www.controlsoftware.com.br/

GNUTECA - Software Livre (Linux)

http://www.gnuteca.org.br/

Greenstone software

http://www.greenstone.org/

Informa Biblioteca Eletrônica

http://www.modonovo.com.br/

Informatização de Bibliotecas


Software para gerenciamento de sistemas de bibliotecas Nome do Software

Endereço eletrônico

MultiAcervo

http://www.multiacervo.com.br/index.htm

OrtoDocs – Portiron

http://www.potiron.com.br/v2_index.htm

Pergamum - Sistema Integrado de Bibliotecas

https://wwws.pucpr.br/sistemas_s/pergamum/pergamum/ php/home.php

PHL - Personal Home Library

http://www.elysio.com.br/

Sabia - Sistema de Automação Bibliotecária

http://www.mpsinf.com.br/solucoes/judiciario-auto.asp

Sophia

http://www.primasoft.com.br/produtos/biblioteca/index.htm

Sysbibli – Contempory

http://www.contempory.com/new/index.php

Via Apia Informática

http://www.viaapia.com.br/

VTLS - Visionary Technology in Library Solutions -

http://www.vtls.com/

Quadro 7: Lista de software para gerenciamento de sistemas de bibliotecas.

Cabe ao responsável pela biblioteca analisar os diversos sistemas de gerenciamento de bases de dados para bibliotecas. A tarefa de seleção requer identificar requisitos na escolha do software para biblioteca e avaliar as soluções de softwares para bibliotecas disponíveis no mercado. O processo de informatização de bibliotecas nas escolas requer atenção às novas tecnologias de informação disponíveis, exige acompanhar as inovações tecnológicas e principalmente as novas versões de cada software. A avaliação de software precisa ser uma constante no cotidiano da biblioteca.

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Bibliografia Comentada AMORIM, Antonio; DAMASIO, Edílson. O Gnuteca e o OpenBiblio: avaliação de softwares livres para a automação de bibliotecas. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS - SNBU, 16., 2006, Salvador. Anais..., Salvador: SNBU, 2006. Disponível em: <http://eprints.rclis.org/ archive/00007916>. Acesso em: 22 abr. 2010. Artigo no qual os autores comparam os softwares livres GNUTECA e OPENBIBLIO. Leitura indispensável para quem deseja aplicar recursos gratuitos em bibliotecas. CAFÉ, Lígia; SANTOS, Christophe; MACEDO, Flávia. Proposta de um método para escolha de software de automação de bibliotecas. Ciência da Informação, Brasília, v. 30, n. 2, p. 70-79, maio/ago. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v30n2/6213. pdf >. Acesso em: 20 abr. 2010. Apresenta um método de avaliação e seleção de softwares para bibliotecas. Apresenta uma lista de itens para identificar os requisitos para avaliação e seleção de softwares para automação de bibliotecas. MCGEE, James V.; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico da informação: aumente a competitividade e a eficiência de sua empresa utilizando a informação como uma ferramenta estratégica. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, c1994. O livro mostra como considerar a questão da informação na estratégia global da empresa. Os autores orientam como gerenciar a informação, a definição de processos, o projeto de arquiteturas da informação e os estilos gerenciais.

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REZENDE, Denis Alcides. Planejamento de sistema de informação e informática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 168 p. O autor descreve partes, fases, subfases e produtos da metodologia para desenvolvimento do planejamento de sistemas de informação, conhecimentos e informática ou tecnologia da informação nas organizações, detalhando a visão moderna e a aplicação de um guia prático de planejamento da tecnologia da informação integrada aos objetivos, estratégias e ações organizacionais.

Síntese Os sistemas de gerenciamento de bases de dados para bibliotecas facilitam a organização e administração do acervo. Para escolher um software para a biblioteca na escola é fundamental observar requisitos técnicos e operacionais. Cabe ao responsável da biblioteca escolar analisar e escolher ferramentas e instrumentos mais adequados para aproximar a comunidade escolar da informação, seja no formato papel ou digital.

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Referências AMORIM, Antonio; DAMASIO, Edílson. O Gnuteca e o openBiblio: avaliação de softwares livres para a automação de bibliotecas. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS(SNBU), 16., Salvador, 2006. Anais.... Salvador: SNBU, 2006. Disponível em: <http://eprints.rclis.org/ archive/00007916>. Acesso em: 21 abr. 2010. CÔRTE, Adelaide Ramos et al. Avaliação de softwares para bibliotecas e arquivos: uma visão do cenário nacional. 2. ed. rev. a ampl. São Paulo: Polis, 2002. 221 p. INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Software para automação de bibliotecas. [2005?]. Disponível em: <http://www.ibict.br/secao.php?cat=Biblioteca%20 do%20IBICT/Fontes%20de%20Informa%E7%E3o/Software%20 para%20Automa%E7%E3o%20de%20Bilbiotecas>. Acesso em: 9 mar. 2010. KEELLING, Ralph. Gestão de projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva, 2006. LYMAN, Peter; VARIAN, Hal R. How much information? Executive summary. 2003. Disponível em: <http://www.sims. berkeley.edu/research/projects/how-much-info-2003>. Acesso em: 22 abr. 2010. MANESS, Jack M. Library 2.0 theory: web 2.0 and its implications for libraries. Webology, v. 3, n. 2, June 2006. Disponível em: <http://www.webology.ir/2006/v3n2/a25.html>. Acesso em: 25 out. 2009.

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O’REILLY, Tim. What is Web 2.0: design patterns and business models for the next generation of software. 30 Sept. 2005. Disponível em: <http://www.oreillynet.com/pub/a/oreilly/tim/ news/2005/09/30/what-is-web-20.html#mememap>. Acesso em: 25 out. 2009. REDE NACIONAL DE ENSINO E PESQUISA. Mapa do backbone. [2009?]. Disponível em: <http://www.rnp.br/backbone/index. php>. Acesso em: 24 mar. 2010. ROSSETO, Márcia. Uso do protocolo Z39.50 para recuperação de informação em redes eletrônicas. Ciência da Informação, Brasília, v. 26, n. 2, p.136-139, 1997. Disponível em: <http://revista.ibict. br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/391/351>. Acesso em: 22 abr. 2010. ROWLEY, Jennifer. A biblioteca eletrônica. Trad. Antônio Agenor Briquet de Lemos. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros, 2002. 399 p. SALARELLI, Alberto. O documento digital. In: TAMMARO, Anna Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2008a. p. 3-34. SALARELLI, Alberto. A transmissão da informação digital: World Wide Web e Z39.50. In: TAMMARO, Anna Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2008b. p. 83-109. SILVA, José Fernando Modesto da. Software livre: modelos de seleção como subsídio à gestão bibliotecária. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 22., 2007, Brasília, DF. Anais... São Paulo: FEBAB, 2007. 13 p. Disponível em: <http://www.eca.usp. br/prof/fmodesto/textos/2007FMODESTOCBBD.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2010.

Referências

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STAIR, Ralph M.; REYNOLDS, George W. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial. 6. ed. São Paulo: Cengage Learning, c2006. 696 p. TAMMARO, Anna Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2008. 377 p. TAPSCOTT, Don. Geração digital: a crescente e irreversível ascensão da geração net. São Paulo: Makron Books, c1999. 321 p. TAURION, Cezar. Adotando ODF como padrão aberto de documentos. 2009. Disponível em: <https://www.smashwords. com/books/download/2969/1/latest/0/0/adotando-odf-comopadro-aberto-de-documentos.pdf >. Acesso em: 20 set. 2009. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Glossário completo do CID. Disponível em: <http://www.cid.unb.br/M452/M4522011.ASP>. Acesso em: 22 abr. 2010.

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Currículo da Autora

Ursula Blattmann Professora na Universidade Federal de Santa Catarina desde 1993. Atua nas áreas de tecnologia da informação, fontes de informação e fluxos da informação. Escreve textos sobre bibliotecas, bibliotecas virtuais, fontes de informação, recuperação da informação e mecanismos de busca. Atua como pesquisadora no Instituto de Pesquisas Biblion e no grupo Arquivos Contemporâneos.

Currículo da Autora

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