Revista Seridó

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Edição 1 - 31 de maio de 2009

Saiba como manter Como o nordeste pode se a sua pele sempre beneficiar com o aumento saudável no clima da mistura de biodiesel semi-árido no diesel.

Rede no alpendre com o topógrafo e fazendeiro

Félix Medeiros

Seridó Seridó entre lentes Cada vez mais nossa terra é alvo das câmeras dos fotógrafos.


Biodiesel! Ainda é esperança.

O domínio da tecnologia de produção de biodiesel no Brasil já é uma realidade, no ultimo ano o país produziu 8,8 milhões de litros do óleo, superando em 10% a meta estipulada pela Petrobrás para 2008, fortalecendo a economia e ampliando a inclusão social. O biodiesel não é uma tecnologia tão nova quanto parece, o Dr. Rudolf Diesel, desenvolveu o primeiro motor diesel no ano de 1895, levando sua invenção em 1900 para a mostra mundial em paris, na ocasião usou como combustível óleo de amendoim. Em 1911, fez uma afirmação profética, "O motor diesel

pode ser alimentado com óleos vegetais e ajudará consideravelmente o desenvolvimento da agricultura dos países que o usarão". O Brasil já foi detentor de uma patente criada a partir de estudos realizados pela Universidade Federal do Ceará por volta de 1970, essa patente expirou. Mas, toda essa experiência serviu para consolidar o desenvolvimento de produção, agora já podemos dizer que dispomos de tecnologia suficiente para impulsionar a produção em escala comercial. O grande desejo de que dê certo o biodiesel é pelo fato dele ser um combustível biodegradável e vindo de fontes renováveis, onde pode ser produzido de várias formas tais como o craqueamento, a esterificação ou pela transesterificação e usando matérias primas diferentes, num país onde a diversificação agrícola é muito vasta. O ano de 2008 foi um marco para a indústria do biodiesel, por ter entrado em vigor a obrigatoriedade da mistura de 2% ao diesel comum, mistura que em menos de um ano subiu para 3%, e na segunda semana de maio, o ministro de minas e energia,

Edson Lobão, anunciou o aumento desta mistura para até 4% a partir de julho, e ainda para o próximo ano espera-se que suba ainda mais para 5%. Além da vantagem econômica vale salientar que a cadeia produtiva do biodiesel tem uma grande capacidade de geração de emprego, fortalecendo a inclusão social, considerando em especial o potencial de produção das regiões Norte e Nordeste. E ainda serve de propaganda para o aspecto ambiental num mundo em que o grito pela preservação da natureza ecoa cada vez mais alto.

E para o Seridó? A importância da mamona para o Seridó potiguar é a volta de uma cultura que possa trazer emprego e renda, como foi o caso do algodão décadas atrás. O Seridó é perfeito para a mamona, pois para seu cultivo e produção é necessário ente 300m e 1500m de altitude em relação ao mar, precipitação pluvial anual superior a 500mm, temperatura entre 23° e 30°c, além de um solo com ótima drenagem. No zoneamento agrícola disponível no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, entraram as cidades de Carnaúba dos Dantas, Currais Novos, Parelhas, Santana do Seridó, São João do Sabugí e Serra Negra do

Norte. Isso quer dizer que as outras cidades não podem produzir? Não, isso indicar só onde é menor os riscos do plantio, para uma safra potencializada. Agora se espera do governo pulso forte para a penetração da cultura no nordeste, e que agente possa assim como chamamos o algodão de "Ouro Branco", poderemos chamar algum dia a mamona de "Ouro Verde".

Seridó 31 de maio, 2009

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CAPA O poder da fotografia ajuda o Seridó. O trabalho fotográfico sempre foi uma arte escondida por trás de lentes, com o avanço tecnológico e o aperfeiçoamento dos profissionais com o passar do tempo, está arte vem se transformando tendo muita importância para várias áreas desde a segurança até a publicidade. Com a febre da internet muita gente vem caprichando em suas fotos para a divulgação em blogs e em álbuns digitais, pessoas antes desconhecidas para muitos divulgam ótimos projetos, e pessoas já renomadas só fortalecem o trabalho já realizado. Essas fotos vêm ajudando de forma significativa regiões antes nem cogitadas para o turismo. No Seridó potiguar, eventos regionais estão notadamente cada vez com mais pessoas, gente que aparece dizendo que achou linda uma paisagem no álbum digital de um amigo ou viu uma foto num blog e quis conhecer o local. Diante das várias formas de se olhar, cada profissional, com sua câmera em punho, procura guardar para sempre algo que ele está vivenciando ali, naquele momento. Exemplo disso é a foto abaixo de Roberto Limeira, tirada do blog www.acaridomeuamor.nafoto.net de Jesus de Miúdo, como se intitula, onde mostra a igreja Matriz de Acarí/RN.

Outras fotos do fotografo encontradas no blog também são belíssimas como a foto tirada do transbordamento da parede do açude Marechal Dutra, ou Gargalheiras como é mais conhecido, As suas margens encontra-se a vila de pescadores Gargalheiras, onde todos os anos o festival do pescado trazem várias pessoas contribuindo para a renda local. Na ultima edição do evento compareceram mais pessoas que o esperado pelos organizadores, graças à divulgação em blogs de imagens lindas vistas do lugar.

As fotos também são úteis para estudos culturais, como vemos na foto de uma sapataria, tirada com câmera comum e digitalizada e postada no blog de Jesus de Miúdo. Observamos como era cultural as oficinas de bens de consumo, como exemplo a de sapatos. E ainda temos o uso da fotografia como utilidade pública, como foto tirada e postada no mesmo blog, flagrante do descaso com o meio ambiente na cidade de Currais Novos, onde pneus são jogados em rio que abastece o açude Gargalheiras, e as conseqüências causadas por sua poluição.

Açude Marechal Dutra(Gargalheiras), Acarí-RN, Foto: Roberto Limeira. «Fotografia é imagem. Mas não apenas. Ela é o tempo detido, é a memória. É a evidência da luz que incidiu sobre um objeto específico, num lugar específico, num momento específico. Se por um lado isto soa como uma limitação, por outro é o próprio mistério da fotografia. Aquilo que vemos numa foto aconteceu. Às vezes de uma maneira que não sabemos como ou porquê a fotografia não explica. Mas aqueles objectos e pessoas que se gravaram sobre o filme e hoje são imagens, ontem existiram. É isso que estimula nossa imaginação."

Igreja de Nossa Senhora Daguia, Acarí-RN, Foto: Roberto Limeira.

Clóvis Loureiro (s.d). A linguagem da fotografia. São Paulo

Seridó 31 de maio, 2009

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