Eb4 trilogia do idoso

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TRILOGIA DO IDOSO MENSAGEM DO IDOSO MEU PAI O CANTO DA COTOVIA CRテ年ICAS DE

VALDEZ JUVAL



MENSAGEM DO IDOSO Recebí, não me lembro mais de quem, um poema manuscrito em papel pautado, já um pouco dilacerado pelo uso e a passagem do tempo.


Com um contexto sempre atual e de um sentimento profundo, jamais poderia deixá-lo ao abandono. Continha erros. Não sei se do próprio autor ou de quem transcrevera. O fato é que tomei a liberdade de dá-lhe forma e divulgá-lo. Não é a primeira vez que faço isto portanto se você já leu, não faz mal ler novamente e se não leu ainda, aproveite e se encarregue de que seu amigo compartilhe com você deste POEMA DO IDOSO. MENSAGEM DO IDOSO Autor desconhecido (Reformulada por VALDEZ JUVAL) Se ando hesitante e minhas mãos são trêmulas, ampare-me.


Se não escuto muito bem e tento me esforçar para saber o que você diz, procure me entender. Se enxergo pouco e não compreendo as coisas, ajude-me com paciência. Se derrubo comida no chão ou na mesa, por favor, não se irrite. Tentei evitar e não pude. Se você me encontrar na rua, não faça de conta que não me viu. Pare para conversar comigo. Sinto muito a solidão. Se você, na sua sensibilidade, me vir triste e só, partilhe comigo um sorriso e seja solidário. Se lhe contei mais de uma vez a mesma história, num só dia, não me repreenda, Simplesmente ouça-me. Se me comporto como criança, cerque-me de carinho. Se estou doente, mesmo sendo um peso,


não me abandone. Se estou com medo da morte e tento negá-la, por favor, ajude-me na preparação do adeus.


O CANTO DA COTOVIA Poema de Valdez Juval


- Que escreves? - Um poema. - Posso ver? - Por que não? - Prefiro que leias. - Mulher, homem, amor, amor. Carne, carne. Carícias. Desejos. Prazer. Êxtase. Tempo. Ventre. Fruto. Filho. - Bom! Como se chama?


- Vida. - É verdade... - A razão de existir... - É a vida! - Concordo. - E agora... - O que? - Vou complementar. - Como? - Completar o ciclo. - Não entendi. - A outra parte. - Da vida? - Sim. - Lê também. - Vida. Passagem. Tempo


Pouco tempo. Muito pouco tempo! - Também concordo. - Como também é o amor. - Como assim? - Olha... - O que? - Ali. - Onde? - Nesta direção. - Sim. - Estás vendo? - Uma mulher. - Sim, na varanda. - Cabelos compridos... Presos em tranças. - Conheces? - É Julieta.


- Julieta? - Sim. É bela. - Admito. - Provocante! Encantadora. Sensual. Ela me transforma me excita, me fortalece. Sinto a erecção. O desejo. - Como podes? - Escuta! - O que? - Não estás ouvindo? - É o canto da cotovia. - Pois é. Como é grande a minha ilusão. O tempo já passou e ainda penso que sou Romeu.



MEU PAI Crônica de Valdez Juval E eu nunca mais lhe vi, querido pai. È uma saudade incontida. Nada me faz esquecer os belos momentos que vivemos.


E não foi ontem que você foi embora... Já faz muito tempo! E cada ano que passa, lhe vejo mais perto de mim. Aquela voz mansa, calma, falando carícias e me ensinando a “vida”. Hoje me compenso nas orações pedidas para você e me surpreendo muitas vezes com algumas lágrimas. Lágrimas também por nunca haver esquecido quando você acenou para todos que rodeavam seu leito e demonstrou que havia chegado o momento da sua partida. Com sua cabeça em meu colo, você suspirou. Uma coisa continuo esperando. A sua volta até aqui para me dizer como vai você. Receba os parabéns pelo seu aniversário. Minha adorada mãe


também, minhas homenagens, pois coincidentemente nasceram neste mesmo dia. Eternamente amarei vocês, pais queridos. 30 de setembro de 2014 Republicada hoje como homenagem aos idosos em cuja categoria orgulhosamente também me incluo nos já avançados 83.9 anos. EB4 Brasil, 01 de outubro de 2015



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