Marias

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Valdez Juval

MARIAS NOVELA POLICIAL com o Detetive STANLEY BARD

ed. lemos



ATENÇÃO! NÃO É DEMAGOGIA NEM EXCESSO DE MORALIDADE MAS DESACONSELHO ESTA LEITURA PARA MENORES* E PUDICOS**. VALDEZ JUVAL *- Entenda-se “menores” aqueles que, biologicamente, ainda não podem conceber. **- PUDICO - casto, recatado, que se envergonha, tímido.



HÁ MUITOS ANOS ESCREVERAM QUE PARA A REALIZAÇÃO COMPLETA DO HOMEM, ELE DEVE PLANTAR UMA ÁRVORE, TER UM FILHO E ESCREVER UM LIVRO.

*** PLANTEI UMA ÁRVORE, NÃO DEU FRUTOS. MEU FILHO NASCEU, NÃO É SADIO. ESCREVEREI UM LIVRO?



NOTAS DA PRIMEIRA E SEGUNDA EDIÇÃO IMPRESSA BRASIL, Outubro, 2011 MARIAS Romance Policial com o Detetive STANLEY BARD editora LEMOS (Sociedade em constituição) Paraiba/Brasil AUTOR Valdez Juval vjuval@gmail.com EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Fabiana Gomes CAPAS E ILUSTRAÇÕES DO AUTOR E DA INTERNET (grafite e aquarela sobre foto, com formatação gráfica e modelos anônimos) IMPRESSÃO Sal da Terra Fone/Fax (083) 3222.5016 gráficasaldaterra@jotmail.com III EDIÇÃO SISTEMA DIGITAL – ISSUU JUNHO, 2016



EXPLICANDO... Tudo começou de uma simples arrumação de gavetas. Pedi ajuda. Aconteceu que em vez de meus alfarrábios serem incinerados, ajuntaram, mandaram encadernar e distribuíram com parentes e amigos. Foram se formando coletâneas (!?). Nada publiquei e esperava que assim fosse pelo menos enquanto vida tivesse. Tenho medo de ser imortal. Odeio farda e não gosto de chá. Mas, quem não tem pecado? Antes que atirem a primeira pedra, peço perdão, desdigo o que disse e distribuo mais esta CULTURA INÚTIL. É de graça. Valdez Juval



NÃO SOU ADEPTO de longas descrições de personagens e cenários. Prefiro que o leitor os delineie e os faça à sua imagem e semelhança, SEM CONFUNDIR COM PESSOAS VIVAS OU MORTAS.

Minha consideração e respeito à todas as mulheres do mundo, especialmente as MARIAS, inclusive Henriette Maria, com quem sou casado há quase 60 anos. O Autor



STANLEY BARD Nascido no Brasil, Stanley Bard recebeu este apelido desde que ingressou na Escola Superior de Investigação nos Estados Unidos. Instruído, com curso superior, tipo atlético, alto, cabelos castanhos e cortados baixo, barba bem feita, (embora às vezes se relaxe, especialmente quando o serviço predomina sobre suas outras atividades), tipo preferido por “nove entre dez” mulheres internacionais, com aproximadamente 37 anos de idade, solteiro e sem compromisso. Definitivamente não pensa em casar nem assumir qualquer relacionamento com qualquer pessoa. É sincero no seu ponto de vista e faz questão de esclarecer nas suas relações amorosas. ESTE É UM DOS PERSONAGENS DA NOVELA “MARIAS”.



MARIAS TERCEIRA EDIÇÃO





NOVELA POLICIAL COM O DETETIVE STANLEY BARD

I

- Alô? - Alô! - Stanley? - Sim. - É a Coronel. Mataram o Presidente. - Era de se esperar por isto ou coisa parecida. - Preciso de sua ajuda. - Alguma pista? - Por enquanto nada. Foi há poucos instantes. - Onde? - Frente ao Clube Estandarte de Ouro. - Estou indo.


Stanley, Stanley Bard, é um detetive famoso. Mais famoso ainda depois que desvendou o assassinato da Alameda 100 ou o “crime do ano” como a imprensa considerou. Tem seu escritório em um prédio comercial na Avenida Central, nono andar. Sala simples constante de três cômodos onde, além de seu gabinete, a sala de espera onde fica instalada a sua secretária, uma dependência mais ampla para seus coadjuvantes, guarda de apetrechos técnicos e arquivos computadorizados, além da instalação sanitária. Na porta de entrada tem outra de vidro e nela um letreiro que mandou colocar: “STANLEY BARD – Detetive Particular”. Stanley é integrante do Comando Especial de Polícia e Inteligência (CEPI) do Estado. Não possui vínculo empregatício de qualquer espécie sendo bem remunerado quando em atividade recebendo também toda ajuda técnica e pessoal.


A subordinação é direta com a Secretária de Segurança, a Coronel Maria Deusuita Banceira, mulher de fibra, educada, currículo de alto gabarito. Foi muitíssimo elogiada a sua nomeação tanto pelos meios de comunicação como pela classe política. Sobre o Presidente, Stanley já havia feito previsão de um acontecimento trágico tendo em vista o sucesso que o mesmo havia alcançado no meio de profissionais da política e dos contraventores. Sem perda de tempo, Stanley se comunicou com sua secretária Maria Carmen. Preferiu não lhe dar informação para onde ia e o que havia acontecido, embora ela não gostasse quando assim procedia. Stanley foi ao local do crime.



II O Clube Estandarte de Ouro estava localizado no Pátio de Santo Antonio e congregava grande número de sócios. Gente de muita influência no cenário político ganhou fama e eleição graças a participações na Administração do Clube. A Coronel Secretária “coordenadas”.

lhe

passou

as


A vítima, ex industrial, assumira a Presidência do Clube Estandarte de Ouro há pouco tempo para cumprir o seu segundo mandato trienal. Muito querido por alguns embora visto por outros, notadamente membros da Diretoria, como pessoa muito exigente, honesta demais e ultrapassada. Interesseiros? Possivelmente leitores da mesma cartilha.

não

eram

Marcolino Mendes do Amaral, “O PRESIDENTE”, como era chamado, estava casado com D. Ernestina Soares e tinha uma filha independente financeiramente, vivendo em seu próprio apartamento, um duplex de cobertura à beira mar. Marcolino também constituíra outra família com uma ex integrante da ala de samba da escola, de quem tivera um casal de filhos. Pelas deduções iniciais a que chegou Stanley, o Presidente tinha uma boa renda. Fazia seus saques na indústria, quando lhe aprouvesse. Deixara na firma parte de seu capital.


Do clube não tinha salários. Apenas mordomia e ajuda de custo comprovada como determinava os estatutos. Segundo se apurou, seu maior ganho era como produtor de eventos. Estava promovendo shows com constância nas próprias dependências do clube. Tudo legalmente apurado. Stanley Bard Secretária.

escriturado,

acatou

a

como

foi

convocação

da

Observou bem o local do crime, posição de como tombou a vítima, visão geral dos arredores. Foi aos mínimos detalhes. Nenhum testemunha arrolada até então. Soubera que na véspera, um homem, de capa e capuz na cabeça, estivera nas redondezas, andando displicentemente. O detetive estranhou essa presença e seu traje, desde que a noite anterior não foi de chuva e nem fez frio. Um vigia precavido contra o tempo, possivelmente, mas não deixou de ser incluído nas peças chaves da investigação.


Stanley ficaria agora aguardando o resultado oficial da perĂ­cia. Foi para o escritĂłrio.




III Chegando ao escritório, Bard passou por sua secretária, a singela, graciosa, linda e competente Maria Carmen que, por motivos óbvios, era apaixonada por ele. Cumprimentou-a: -Oi! -Oi? Simplesmente oi? -Desculpe. Como está, querida? -Tudo bem... Você já me pediu para não deixarmos transparecer a nossa intimidade aqui no escritório, mas estava tão ansiosa para lhe ver e fiquei triste com o seu cumprimento principalmente depois da bela noite que passamos ontem. Pensei em você chegando, feliz, alegre ... - Esqueça... Esqueça... Tudo bem. Você pode ter razão, mas prefiro que não façamos


comentários de nossas intimidades. Vamos cumprir o que acertamos. Voltando ao trabalho, a Coronel me chamou. Mataram o Presidente do Clube Estandarte de Ouro. -Já estou sabendo. A filha dele, Dona Maria Ester Soares do Amaral quer lhe contratar para descobrir algo sobre quem e por que mataram seu pai. Também telefonou o seu informante Sílvio Tadeu. - Ligue para o Sílvio e passe para meu gabinete. Quanto a D. Maria Ester marque para 16 horas aqui, no escritório. O Sílvio Tadeu, uma espécie de alcaguete, sempre fornecia para o detetive dados importantes, mas, oque teria para lhe dizer? Alguma referência com o assassinato do Presidente? Stanley acertou com o Sílvio para se encontrarem no reservado do “Bar do Executivo”, às 12 horas. Local de sempre. Não era de interesse de ambos que fossem vistos em lugares comuns. O detetive chegou antes de seu informante e pediu sua dose de rum, cuja receita já era conhecida por todos os garçons.


Mas ele gostava de repetir: rum B..., carta branca, dose simples, sem transbordar, uma rodela de limão fina e meia latinha de coca normal. Como ele sempre dizia, coca dos sadios, sem a frescura de preta, zero, light ou diet. Tudo em copo alto com muito gelo. Tadeu chegou e lhe contou que no começo da semana três passageiros desembarcaram de um navio cargueiro colombiano. ”Gente Especial” aparentando clandestinos. Não regressaram após a estada da embarcação. São vistos com frequência, agora separadamente e em lugares diferentes. Stanley e Sílvio almoçaram ali mesmo e trocaram mais algumas palavras procurando concatenar os últimos acontecimentos. Tadeu também lhe foi muito útil e forneceu mais informações sobre o Presidente do Estandarte de Ouro. Stanley tomou conhecimento da vida íntima do Sr. Marcolino, muito especialmente do seu segundo relacionamento e retornou ao escritório.


Conversou ligeiramente com a sua secretária e teve confirmação de que Maria Ester estaria com ele na hora marcada. No computador pesquisou alguma coisa no seu Banco de Dados. Já estava em condições de trocar palavras com a filha da vítima. Se dizendo muito atarefada, a D. Maria Ester telefonou e pediu para acertar detalhes em sua casa, tendo convidado Stanley para jantar com ela, em seu apartamento, às vinte horas, sem antes, porém, pedir muitas desculpas por não poder cumprir o que acertara anteriormente. Conversariam sobre o que fosse necessário.




IV Na hora aprazada o Detetive se fez anunciar na portaria do prédio da sua nova cliente e foi autorizado a subir até a cobertura. À medida que aproximava o dedo para tocar a campainha, a porta foi aberta. Surge Maria Ester, radiante e bela. Vestida elegantemente, sem exagero de maquiagem, com um lindo sorriso na face. Ela própria foi receber o seu convidado. - Encantado, senhorita. - Obrigado por ter vindo, Sr. Stanley. Ela lhe estendeu a mão. Cerimoniosamente Bard curva-se pouco e beija a mão estendida.

um


Convidado a entrar foram tomar assento em poltronas vis a vis da espaçosa e muito bem decorada sala de estar. - Sei que seu tempo é escasso e que temos muito para conversar, porém me permita oferecer um drinque – disse Maria Ester que ainda estava de pé. - Aceito. Graças. - Uísque? - Por favor, com gelo. E num andar requebrado, com uma passada firme e elegante, realçando ainda mais o contorno de seu corpo, a própria anfitriã foi preparar a dose de uísque. Já acomodados, Stanley falou primeiro. - Desculpe-me, vou ser sincero. Não posso evitar o galanteio. A senhorita é simplesmente linda. - Muito obrigado. Também você é um belo homem. Não me surpreendi pois já lhe conhecia de noticiários.


- À sua saúde! – disse Bard erguendo o seu drinque ao mesmo tempo em que, com a outra mão, lhe entregava o seu copo. - Obrigada. À sua também. O tempo urge e eles tinham muito que falar. Durante todos os instantes que se seguiram, além de palavras carinhosas, externavam simbolicamente a satisfação que sentiam por estarem ali, juntos, se conhecendo. - Minha mãe se chama Felícia e já é setuagenária. Sempre tive com ela e o meu pai, uma grande afinidade – iniciou Maria Ester a descrever a sua vida. - Logo cedo, porém, antes de atingir a puberdade, procurei a minha independência pessoal e financeira. Tornei-me uma comerciante de produtos carnavalescos e, com o passar do tempo, comecei a produzir o que vendia. Estou satisfeita com a vida. Não quis saber de casamento embora tenha ficado noiva durante algum tempo para sofrer uma grande decepção. Estou preferindo viver assim. E continuou...


- Mas isto, bem sei, não é coisa que interesse à sua investigação. Espero que tenhamos mais oportunidades para conversarmos... - Com certeza, atalhou Bard. E como vou ficar feliz com essas oportunidades! - Vamos jantar? - Como queira. Maria Ester, pela mini central telefônica se comunicou com a copa e autorizou que o jantar fosse servido. Após a refeição foram para a área da piscina onde uma doméstica, com muito garbo serviu um café expresso e um cálice de Amarula. Os dois ficaram apreciando a vista que se deslumbrava. Bem juntos, as suas mãos se tocaram. De repente os dois se olharam. Quando ele tentou se aproximar de seus lábios, ela, discreta e delicadamente o afastou. -É cedo. – murmurou Maria Ester.


Ele nada disse mas não insistiu. Sentaram-se lado a lado em um banco do jardim, em baixo do toldo, e Stanley perguntou, quebrando o silêncio que já se prolongava entre os dois, como era o relacionamento entre as duas famílias. Maria Ester informou que sua mãe, desde que soube da traição do seu pai, jamais falou com ele sobre o assunto. Viviam em harmonia. Aceitava a presença dos filhos dele, meus irmãos, que era rara, sequer fazendo qualquer comentário sobre a vida de cada um.



V Quando Stanley Bard chegou pela manhã ao escritório já eram 9 horas e a sua secretária já estava. Ele falou cordialmente e foi correspondido. Disse ainda que quando este caso estivesse resolvido, antecipadamente estava lhe oferecendo um final de semana juntos em uma praia do nordeste. Maria Carmen já estava acostumada com essas promessas. Na verdade, era preciso que ninguém cometesse mais crime para que Bard não fosse chamado pelo menos para opinar. Mas lhe agradava a lembrança. Restava esperar.


Stanley, no seu gabinete, foi direto ao arquivo para procurar mais notícias sobre Maria Ester. Aquela mulher lhe tocara profundamente. Morena de estilo, rosto quadrangular, olhos penetrantes, cabelo com corte natural, altura dos ombros, boca, ah que boca, grande, carnuda, os lábios ligeiramente cobertos de carmim completavam nela a garota sexy, chamando sempre para o amor. Gostava de fazer comparações com pessoas de notoriedade e associou Maria Ester, em muito, se parecia com uma certa artista do cinema estrangeiro. Bem semelhantes até no porte físico. Absorto nesses pensamentos, Bard quase não notou que o interfone estava tocando. - Fale Carmen. - Sua nova cliente está no telefone dois. - Obrigado.


Aguardou um pequeno instante enquanto esperava o click do fone no gancho, isolou a ligação e atendeu: - Bom dia encantadora criatura. - Ih! Como está galante! - Poderia dizer apaixonado à primeira vista, mas vou dizer simplesmente, a seu dispor, senhorita. - Na verdade fiquei curiosa em saber se havia passado bem a noite. - Sonhando o tempo todo. Quase não dormi. - Coitado! Lamento mas não posso curar essa ressaca. - Poder, pode, embora não agora, bem sei. - Estou sabendo pela minha irmã que o marido recebeu um telefonema estranho, logo cedo, de um amigo colombiano e saiu de casa sem inclusive tomar o café. - Muito bom ter me informado. - Você já sabe de alguma coisa? - Tenho uma relação de suspeitos. Nada


ainda de concreto. Conversaram um pouco mais, trocaram beijos via telefone, daqueles que não “ofendem” e apenas estalam.




VI Stanley disse tudo o que queria à Cel. Banceira, a qual, imediatamente, mandou tomar as providências necessárias. Bard avisou à sua secretária e saiu com intenção de ir ao Clube Estandarte de Ouro e posteriormente faria uma visita a D. Conchita Magalhães, nome artístico registrado da segunda mulher de Marcolino Mendes. Lembrou que gostaria de receber qualquer notícia que fosse passada para o escritório.


Para surpresa do Detetive, encontrou D. Maria “Conchita” no Clube. Amigo comum fizera as apresentações necessárias e foram para o gabinete do Presidente, gentilmente cedido pelo Vice que já o ocupava desde as primeiras notícias da morte de seu colega. Demonstrava até muita ansiedade para estar naquele lugar. Quando a sós, Stanley falou para D. Conchita que gostaria de lhe fazer algumas perguntas e que ela fosse sincera, pois, as respostas muito dependeriam para elucidação do assassinato de Marcolino. Ela se prontificou soubesse a respeito.

em

falar

tudo

que

Vivia em harmonia com o seu companheiro e alguma rusga que existiu na vida em comum era de desentendimentos naturais entre casais. Não sabia muito da vida do Presidente, (tratamento que ela dava para Marcolino) pois ele era muito reservado sobre qualquer assunto, todavia notava nos últimos meses, desde a última reeleição para Presidente do Clube, que vinha se preocupando com


alguns telefonemas conversas que tinha colegas do Clube.

que com

recebia ou determinados

Muito difícil saber de que se tratava mas, certa feita, deixou escapar que algumas pessoas não satisfeitas com sua reeleição exigiam o consentimento dele para que alguns investidores fossem recebidos no quadro da Administração do Clube e ele tinha certeza que se isto acontecesse toda a conjuntura social poderia ser afetada, notadamente no que se referia a exploração comercial. Bard pediu que ela esclarecesse mais um pouco. Quem poderia estar interessado nessa participação e o que pretendiam instalar dentro do Clube. Ela não teve condições de responder. Stanley achou que ela preferiu se manter em silencio. - E seus filhos? O que fazem? Indagou o Detetive. - Um casal. Maria Rita e Eduardo. São maiores e independentes. Sempre nos reunimos nos finais de semana. Rita é


cirurgiã-dentista, com consultório próprio e dá assistência a um clinica do bairro. Está casada com um advogado colombiano que vive no País há algum tempo. Eduardo tem um escritório de consultoria contábil e financeira. Está bem e solteiro, “vivendo a vida dele,” como bem diz. - Fale-me de seu genro, D.Conchita, pediu Stanley. - Apesar de meu genro, não tenho muito conhecimento sobre ele. E continuou: - Conheceu milha filha em uma reunião social e ela praticamente se apaixonou por ele. Foi amor à primeira vista, como se diz. Aliás, meu relacionamento com Marcolino também foi assim. - Pouco converso com O Dr. Pablo. Nos falamos, somos cordiais, mas nunca participamos de reuniões de seu grupo ou de seus negócios. Nem sei bem qual a sua especialização. Trabalha com mais dois colegas, sendo um Administrador de Empresas e o outro é do ramo financeiro. Mas não os conheço. Stanley Bard se deu por satisfeito.


Agradeceu e disse que ia permanecer no Clube onde tinha entrevistas com alguns membros da Diretoria.





VII Aleatoriamente, Stanley foi conversando com alguns Diretores, reservando maiores detalhes para os membros da Executiva. O Diretor Administrativo disse apenas que cumpria exclusivamente os Estatutos, tendo correspondido o anseio de todos e estava à disposição das investigações. Gostava muito de Marcolino e tinha por ele um grande apreço. Praticamente o mesmo falou o Diretor Tesoureiro. Não tinha discrepância com a Presidência. Com ela, a presidência, dividia as responsabilidades financeiras do Clube. Eram amigos e concordava sempre com a sua orientação que tinha um objetivo de não


admitir o acesso de estrangeiros no quadro social do Clube. Como os demais, não tinha remuneração pela prestação de serviços mas dispunha de auxiliares necessários para cumprimento das tarefas. Recebia ajuda de custo e gozava de alguns privilégios e regalias em função do cargo. Bard aproveitou para indagar se ele tinha conhecimento de que o Presidente vinha sofrendo alguma pressão ou até mesmo ameaça para alteração dos estatutos. O Tesoureiro falou que de há muito tempo que se tentava abrir as portas do Estandarte de Ouro para mais patrocinadores. Mas não tinha detalhes. O Primeiro Vice Presidente assumiu automaticamente a função do Presidente e tomou logo providências para mandar publicar edital de convocação de uma Assembleia Geral para eleição do cargo vago. Com sinceridade ele falou que se dava bem com Marcolino pessoalmente mas divergia politicamente com relação as suas ideias.


Eleito pela oposição, defendia a total abertura do Clube para sócios de qualquer categoria muito especialmente aos que queriam investir nas atividades sóciocultural-econômica do Estandarte de Ouro. Ainda completou dizendo que o estatuto atual mais se parece com uma sociedade secreta e inatingível. Stanley não ficou satisfeito com as informações obtidas dos Diretores mas não podia permanecer tanto tempo em um só lugar. Saiu e antes de ligar o motor do carro telefonou para Maria Ester quando combinaram que jantariam juntos. Ele a apanharia em seu apartamento. Em seguida falou com a Coronel. Pediu que se providenciasse autorização judicial para escuta telefônica e o movimento de contas bancárias de alguns Diretores.





VIII Quando Bard estacionou seu carro na vaga de hóspedes no edifício onde morava Maria Ester, ela também acabava de fazer o mesmo em sua garagem. Subiram juntos, de dedos depois de algumas “bitocas”.

entrelaçados,

Ao entrarem ela solicitou um pouco de espera já que não pudera cumprir o horário que ambos estabeleceram. Iria tomar banho. Passaram pelo bar. Ela lhe preparou um drinque e o convidou a esperá-la na própria suíte onde ligando o DVD instalou um programa com músicas românticas, orquestradas e internacionais.


A suite de Maria Ester era simples mas tudo de finíssimo gosto, muito bonito, sem exageros. Ela indicou uma “cheise longue” para ele ficar mais repousante. Ao acabar o banho, Maria retorna ao quarto envolta em uma toalha deixando entreaberta a porta de onde vinha um vapor morno com o perfume de seu xampu. Com as pontas da toalha tentava enxugar os cabelos que ainda guardavam muita água e sentou-se à beira da cadeira, bem perto de onde estava o detetive. Desprovida de qualquer maquiagem, era o retrato da musa que perambulava em seus sonhos. Não se importaram de apagar a luz. Olhavam-se um para o outro e deixavam perceber como sentiam gostoso aquele instante, bem sensual, prazeroso. Vagarosamente, mas bem devagar, ele foi retirando a única vestimenta dela. Estava sendo tudo maravilhoso.


As tetas de Ester começaram a endurecer pois foram as primeiras a demonstrarem a tesão, o desejo. Pararam alguns instantes até que Stanley beijou aqueles seios bem conservados, sem enchimentos e proporcionais ao todo do corpo e delicadamente começou a sugar a seiva da vida que com certeza continha neles. Os dois foram cada vez mais se deliciando, sentindo a sensação de prazer tão agradável que quase chegaram ao orgasmo. Mas não, ainda não. Não estavam com pressa e não importava o tempo achando que podiam aproveitar cada instante. A toalha já estava longe de ambos e ela, completamente nua, suspirava com mais frequência, num afã cada vez maior de desejo. Aos poucos, ela também despiu Stanley. A cada peça que arrancava, acariciava a parte que ele tentava encobrir. Quando chegou ao pênis ereto ele sentiu uma tesão total, de rigidez absoluta. Ela


segurou-o com ambas as mãos e depois puxou o prepúcio para vê-lo totalmente descoberto provocando uma vontade de beijá-lo. E beijou. Beijou muito. Outra vez tiveram que evitar o gozo. Respiraram um pouco mas não serviu de nada. Bard foi procurar a vulva de sua amada. Estava molhada. Não era água mas um líquido espesso, de cheiro característico, de visgo cheiroso. Cheiro de mulher. Cheiro de sexo. Cheiro de cio. E esse cheiro se misturava no ar com o cheiro de homem, cheiro de esperma. Tudo junto, só cheiro de amor. Gozaram. Orgasmo em toda sua plenitude.


Não houve mais jantar e nem sequer saíram. Foram para a piscina térmica, em área coberta, e lá lancharam, beberam e continuaram se amando. Maria Ester e Stanley já não queriam a cama e ocupavam todos os cantos, ora pelo chão, rolando sem posição definida, ou aproveitando mesmo qualquer espaço de todas as formas e que sempre lhes motivasse êxtase. Faziam tudo sem se preocuparem com nada. Tudo maravilhoso! O dia amanheceu... Pareciam dois jovens se desvirginando na madrugada.



IX Já no escritório, Stanley recebeu de sua secretária todas as informações dos ocorridos durante sua ausência. Nada de anormal e nada relacionado com a morte do Presidente. O telefone toca. Maria Carmen atende. _ É o seu informante – disse e passou o telefone para Bard. - É Stanley, Sílvio. Que há de novo? - Acharam um cadáver no lixão. Um tiro na nuca. A vítima é um estrangeiro. Pela


descrição que me deram poderá ser um dos colombianos que chegaram esta semana por aqui. Você conseguirá mais detalhe na Central de Polícia. Bard agradeceu a informação e imediatamente ligou para a Secretária Banceira a qual confirmou a notícia da morte de um colombiano assim como já estavam com um suspeito como autor do crime, da mesma nacionalidade. Disse ainda que o Delegado já o interrogava a algum tempo e ele tem preferido permanecer calado, aguardando a vinda de seu advogado. (Coincidentemente o criminalista chamado pelo suspeito era o Dr. Pablo Sevita, também colombiano, genro do Presidente Marcolino). Stanley falou para a Secretária de aproveitar a oportunidade e tentar conseguir informações de um outro comparsa, tendo para isto explicado de ser sabedor da presença dos três no país, companheiros inclusive de viagem. O Detetive ficou com a promessa da Secretária de que ao obter qualquer notícia o comunicaria.


Maria Carmen, a Secretária, a troco mesmo de avançar na conversação com o Bard, apresentou alguns noticiários jornalísticos sobre o caso, já escandalizado na televisão e na Internet. - Estão fazendo uma ligação do crime com o tráfico de drogas – comentou Carmen. - Também penso assim, disse Bard. – Aliás, droga e contrabando. Melhor: droga, contrabando e um grande comércio para a lavagem do dinheiro. E continuou: - Não está difícil de ser elucidada a autoria dos crimes. O mais importante é saber quem são os mandantes. Tenho quase certeza que é obra de um comando organizado. - Tipo GualteMate? – falou Maria Carmen. - Sim. O mais intrigante é descobrir a razão do Presidente ter sido a vítima. -Você tem alguma dúvida de sua integridade? – volta a indagar a secretária. - Ninguém poderá ser inocentado antes de certas averiguações. Vamos um pouco mais adiante. Aliás, Carmen, procure localizar Dra.


Maria Rita e veja se consegue uma audiência comigo, até mesmo na clínica, o mais breve possível. De preferência para hoje. O telefone toca e a Secretária atende. Era jornalista querendo uma entrevista com Stanley Bard sobre o assassinato do Presidente. Negando a presença do Detetive no escritório naquele instante Maria Carmen pediu que ele telefonasse em outra ocasião. Não podia marcar horário em virtude da constante ausência do Sr. Bard pois ele estava integrado às Forças de Segurança do Estado.


X O detetive comunicou para sua secretária que iria ao encontro da equipe de trabalho a qual havia localizado o hotel da recente vítima. Já saíra com dados do segundo colombiano detido para averiguações, que instruído por seu advogado informara apenas onde estivera hospedado. Surpreendente é que os apartamentos dos hotéis em que os dois colombianos estavam registrados, (próximos um do outro) já se


encontravam arrumados, tudo em perfeita ordem e asseio. A portaria do hotel informou que a conta foi paga e a bagagem retirada desde a véspera por três homens e uma mulher com uma autorização que apresentaram. Dois dos homens falavam a mesma língua do ex hóspede. Perguntado de quem era a autorização o porteiro ficou na dúvida sem prestar esclarecimento convincente. Disse apenas que, após a saída do pessoal em um carro preto, grande, de vidros escuros e placa local, resolveu dar uma “checada” no apartamento desocupado e encontrou um telefone celular embaixo do colchão. Ainda não havia comunicado o fato a qualquer pessoa pois estava esperando a chegada do gerente para lhe fazer entrega do objeto. Certificado, o Delegado se apresentou e lavrou termo de posse do telefone, assumindo a devida responsabilidade. Maria Carmen comunica ao chefe que o encontro com a dentista, já que tem tanta


pressa, somente poderia ser às 19 horas na cantina da Clinica pois ela estava como plantonista e de última hora não tinha como conseguir substituta. Com um OK, Stanley falou para a secretária que logo concluísse a entrevista com a Dra. Rita Maria telefonaria para ela e se não fosse tão tarde, iria buscá-la para jantar.





XI - Costumo lanchar aqui mesmo quando estou de plantão. Boa noite. Com toda certeza deve ser o Sr. Bard de quem minha irmã tão eloquentemente descreveu. Sou Maria Rita. Foi assim que Stanley foi saudado. Admirado e surpreso com o estilo, o desembaraço e o encanto da Dra., o detetive quase não falou mas não se intimidando respondeu no mesmo tom. -Boa noite. De fato sou Stanley Bard. Muito prazer. Honrado por ter lhe conhecido. Não imaginei que fosse tão jovem e tão bonita. Desculpe por lhe causar incômodo mas necessitava lhe falar com alguma urgência. Preciso de algumas informações.


- Muito bem. Estou inteiramente à sua disposição. Vamos sentar?... Lancha comigo? ... Lembro apenas que ainda tenho uma agenda de atendimento até 22 horas. - Serei o mais sucinto possível. Se necessário, tornaremos a nos falar em outra ocasião. - E o convite para o lanche? - Grato. Janto mais tarde. Tenho alguns compromissos ainda para esta noite. - Sei que o assunto se refere a meu pai.

morte de

- Sim... mas, mais especificamente, no momento , ao seu marido. - Alguma coisa com Pablo? -Não madame.Apenas uma complementação. Sua mãe não me deu detalhes para o que preciso agora. - Estou às ordens. Não o interromperei mais. - Obrigado. A Senhora, com todo o respeito, tem pouco tempo de casada e pouco conhecimento da vida de seu marido, sendo assim...


- Isto não seria assunto íntimo? - Não, Senhora. Talvez não tenha sido correta a minha forma de perguntar. Desculpe. - Aceito as desculpas. - O que eu desejava saber era se a Senhora tem conhecimento dos relacionamentos de seu marido na vida profissional. - Sr.Bard: Quando conheci o meu esposo me senti como que hipnotizada e com pouco tempo me casei... e ainda continuamos juntos. Antes, porém, fizemos um trato prénupcial de não envolvimento de um na vida do outro. A nossa exigência apenas foi o respeito total e irrestrito entre ambos. - São independentes... - Se é assim a sua dedução... - Poderia ao menos me dizer se ele faz parte de alguma sociedade estrangeira, mais especialmente da Colômbia? - O que sei é que ele tem uma selecionada clientela, muito especialmente de seu país de origem.


- Tem algum relacionamento com a CCC? - É o representante jurídico para o Brasil. - O Cartel Cali Colombia? - Nem sei o que é isto. Deve haver uma troca de nomes e aproveitamento de uma sigla. Ele trabalha para a Comcal, a Comercial Cali da Colômbia. - É suficiente, Dra.... Ah! Perdão! Somente uma pergunta mais. - Pode perguntar. - Seu marido também atende infratores do Direito Criminal? - Como assim? - Se ele presta serviços para pessoas envolvidas com assassinato? É Advogado Criminalista? - O escritório é de Advocacia Geral. Tem outros advogados com ele e estagiários... Posso saber o motivo da pergunta? - Um colombiano suspeito de crime acaba de ser preso e permanece calado só admitindo falar com a presença do Dr. Pablo Sevita.


- Isto não quer dizer que meu marido seja o seu patrono. A raça fala muito alto, Dr. - Muito bem. Sou muito grato por toda sua consideração. Espero que não fique contrariada comigo. - Em absoluto, Sr. Bard. Não sou geniosa e não vi motivo na nossa conversa para me contrariar... Lamento mas tenho que reassumir meu posto. - Sim. Desculpe. Voltarei a vê-la? - E por que não? Sempre que desejar. E se despediram. Um pouco diferente do encontro inicial. “Será que as bases ficaram abaladas?” – imaginou Stanley Bard. Do carro falou com o Delegado pelo celular, tomando ciência dos últimos acontecimentos. As novidades não deveriam alterar o seu programa e comunicou a Maria Carmen que estava indo apanhá-la, logo que fosse em casa se banhar e se trocar.





XII Maria Carmen, muito feliz, atendeu o interfone de seu apartamento anunciando que o Sr. Bard havia chegado e o ritual costumeiro seria procedido. Ela bem entendeu que teria que descer pelo elevador de serviço e encontrar o carro dele no estacionamento do prédio em uma vaga qualquer.. Era seu costume assim proceder para não expô-la a qualquer perigo de tocaia. A presença dele com ela poderia ocasionar muito mais perigo para ambos. Ela compreendia muito bem e nunca teve razão para constrangimento.


Também se saudaram com simplicidade e ele sequer saltou para recebê-la. Normas comuns e já realizadas por eles quando o escritório estava em fase de investigação criminal. Stanley Bard, sem se aperceber que nada acertara com Carmen, escolhera um restaurante não muito comum ao que eles frequentavam e apanhou estrada diferente. A Secretária concordou com Stanley e sentiu que o cerco estava se fechando para elucidação do crime do Presidente. Lógico que precaução.

deveriam

ter

o

máximo

de

- Estão desconfiando que estou sabendo coisas demais – falou Stanley. - Continuo dizendo que acho sua profissão de muito risco. Devia se precaver mais e principalmente na fase da evidência teria que manter um segurança com você. comentou Maria Carmen. - Bem, vamos deixar o trabalho de lado, por enquanto.


E continuou: -Observando você a vejo mais bonita que sempre. - Agora vem com seus galanteios e exageros. - Desculpe-me mais uma vez pela pouca atenção que tenho lhe dedicado. - Ora, que é isso. Sei de sua ocupação e dedicação quando está em serviço. Bem sei que nessas fases você é o maior dos traidores mas sempre volta para mim. Chegaram ao restaurante. Um tipo 4 estrelas sem sofisticação. Escolheram uma mesa para dois em um espaço mais reservado e aguardaram a vinda do “maitre”. Maria Carmen quase não quis ver o cardápio pois não iria dispensar a sua salada mista, enquanto Stanley solicitou do “chef”, além da salada, um rosbife “au poivre”, ao ponto, com cebola e alho fritos no molho ferrugem e acompanhamento de batatas coradas. _Dois“couvert”, por favor, completou Bard. Para beber escolheu na carta de vinhos, o “cabernet” chileno Leon de Tarapaca.


Carmen concordou na preferência. A Secretária aproveitou o momento da refeição e comentou para seu amado que já notava nele expressões de cansaço. - É difícil não deixar transparecer abatimento físico e mental em momentos de tanta tensão. – Falou o detetive. - Bem se percebe quanto você ama a sua profissão. – continuou Carmen. - O amor que você dedica a tudo que faz para elucidação do problema, a descoberta do criminoso, a preocupação para que nada dê errado principalmente na montagem do quebra cabeça que você arquiteta com tanta maestria e chegar ao ponto final da causa. - É verdade. Você tem razão. Gosto muito do que faço. Gosto do meu trabalho. Reconheço os problemas, os perigos e principalmente o envolvimento. Tudo fica excitante para o “grand finale”. -Mas você poderia ao menos... - Perdão. Dançamos?

Vamos

aproveitar

a

noite.


- Com maior prazer, meu amo e senhor. O restaurante dispunha de um pequeno dancing, ao fundo, com som ambiente suavemente regulado de forma que proporcionava uma atração especial. E foram para a pista. Coincidentemente, ao chegarem, o DJ executava “Love is a many splendored thing”, música marcante para ambos. Aconchegaram-se bem um ao outro, de rosto colado e tudo mais, sentindo o calor de seus corpos. Em ritmo semelhante, as músicas foram se sucedendo: Suave é a noite, Fascinação, Beija-me muito... Stanley sugeriu no ouvido de Carmen: - Vamos continuar a noite? Convido-a para irmos a um motel próximo daqui.





XIII

Logo que ultrapassaram a entrada da suíte do motel, o detetive e a secretária se jogaram na cama, bem agarrados e se beijaram longamente. Maria Carmen, jovem de 27 anos, já trabalhava com Stanley Bard há algum tempo. Foi seu primeiro emprego logo após concluir estágio probatório do Curso Superior de Secretariado. Encarregada da administração geral do escritório do Detetive, ela estava capacitada para responder qualquer pergunta se solicitada, sobre as atividades de Stanley.


Garota bonita, loura, de cabelos longos, ondulados do meio para as pontas, corpo delgado, muito bem delineado e bem cuidado por força de controle alimentar e sessões de ginástica, sentia-se sempre feliz e saudável. Peso bem proporcional à altura. Era uma linda “boneca”. Irradiava simpatia. Ciumenta mas não gostava de demonstrar. Sabia com quem lidava. Já sentira muitas vezes a infidelidade do seu amado porém, idolatrava Bard. Stanley sempre lhe dizia que gostava de seus lábios carnudos, quase sem carmim e seus seios que ele costumava colocá-los nas conchas que fazia com as mãos. Adorava acariciá-los, da base para as tetas até que, de uma a uma sugava como se estivesse esfomeado. Começaram a se desnudar. Um ajudava o outro, lentamente... Sensualmente...


Botão por botão era retirado da casa da blusa dela com uma carícia a mais. O mesmo ela fazia com ele, com os botões de sua camisa. Devagar iam se amando. Assim era feito com todo o vestuário. O calor do corpo de um cobria o outro corpo e eles iam, pouco a pouco, se completando... Já madrugada toca o celular de Bard. Sonolento atendeu. Era o Delegado que estava comandando as investigações do assassinato do Presidente. Haviam prendido o terceiro colombiano para averiguações. Fora localizado no aeroporto aguardando o horário do voo que o levaria a Bogotá. Como seu colega, está preferindo permanecer ficar calado e só admitia falar com a presença de seu advogado. E sem surpresa mencionou o Dr. Pablo Sevita que, por telefone, informou que a sua presença iria depender das instruções que


recebesse de seu cliente da Colombia, negando-se por enquanto a atender o caso. Stanley disse que estava se dirigindo para a Delegacia onde deveria chegar o mais rápido possível embora se encontrasse um pouco distante do local. Não precisou acordar Maria Carmen que já cuidava de se arrumar enquanto Bard fez uma ligação para seu amigo o alcaguete Silvio Tadeu. _ Tenho certeza que não lhe acordei pois ou você ainda não foi dormir ou já está se levantando para o trabalho. _ Fale, Stanley. Pode ordenar. Já deduzi que vem chumbo grosso. _A Delegacia Central está hospedando os seus “amigos” colombianos. –disse Stanley em tom de gozação - Não querem falar nada. Só com o advogado. Estou indo para lá onde lhe espero para um reconhecimento. _Ok, Chefe. Chego já. Stanley Bard deixou Maria Carmen em casa, como sempre entrando pela garagem e recomendou que ela chamasse Luciano,


o seu “guarda costas”. Deu tempo para que ela entrasse em casa e mais uma vez recomendou as precauções de praxe. Principalmente o segurança não deveria deixá-la só por qualquer instante e que aguardasse seu telefonema.





XIV Stanley chegou em seu apartamento, se barbeou, fez troca de roupa, tomou um suco de laranja e uma xícara de café expresso, feito por ele mesmo em sua máquina. A campainha da porta toca. O Detetive fica em alerta. Quem poderia ser àquelas horas da manhã e sem qualquer anúncio da portaria? - A senhora? Que aconteceu para chegar tão cedo? Era D. Joana, a faxineira, senhora de uns 65 anos, forte, bem disposta, que cuidava da


limpeza e arrumação geral dos apartamentos de Bard, o de Maria Carmen, sua secretária, além do escritório. - Tentei falar maneiras.

com

o

Senhor

de

várias

- Que houve? - Ontem cuidei da faxina daqui e passei o dia atendendo o telefone com ameaças ao Senhor e todo o mundo que estava colaborando no caso do doutor Marcolino. Disseram até que eu ia desaparecer se o Senhor não abandonasse esta sua investigação. - Obrigado, Joana. Não é a primeira vez que bandidos fazem ameaças. Não se preocupe. Terei mais cuidado. Quanto a você, se quiser pode ficar por aqui. - Ah não! O Senhor teimoso como é! Vejo a hora arrombarem a porta e destruírem tudo, inclusive a gente. - Outra proteção que posso lhe oferecer é ficar me acompanhando. - Ora já se viu. Imagine!


- Então vou acompanhar.

mandar

um

segurança

lhe

- Deus me livre! Vou para casa mesmo. Tomarei cuidado. Não digam que não avisei. - Não se preocupe. Vá. Pode ir. Tudo já está sendo resolvido. Depois que a faxineira foi embora, Bard ligou para Maria Ester. - Alô? ... É você, Stanley? – ela atendeu. - Sim, querida. Como vai? - Levou um fim!... - É verdade e “madrugada”.

por

cima

telefono

de

- Já estou indo para o trabalho. - Tive um dia completo e ainda praticamente não dormi. Mas, muitíssimo proveitoso. - Ótimo! Lamento por mim que fiquei morrendo de saudade e feliz por você pelo aproveitamento de seu dia. - Falta pouco para chegarmos ao ponto final.


- Que bom! - Duas coisas que quero falar. A primeira é que estou devolvendo o cheque que você mandou como pagamento dos serviços... Ela o interrompeu: - Mas isto... Ele continuou: _ Calma, deixe-me falar. A Cel. Deusuita, da Segurança, me designou para este caso e a Secretaria arca com todos os gastos no trabalho. Faço parte de... bem, pessoalmente e secretamente.

falaremos

- Mas nós havíamos feito um contrato... - Desculpe. Nós tínhamos prometido que iríamos atender o caso mas não chegamos a firmar compromisso e como é de nossa ética profissional, não receberia pagamento de mais de uma parte para elucidação de um mesmo trabalho. - Quer dizer que não fui a primeira a acertar com você? - Não, não foi. Antes de qualquer contato a Coronel me designou para o serviço. Mas não vamos discutir sobre isso. O mais importante


agora é que necessito saber o endereço do escritório de seu cunhado, o colombiano, ou seja, o marido da sua irmã.Preciso falar-lhe com urgência. Não posso entrar em detalhes agora. - Isto eu posso fazer. Anote. Ah, outra coisa, minha irmã tem lhe procurado com insistência. Stanley fez as anotações despediu:

necessárias e se

- OK. Falarei com ela. Beijos, querida. Conversaremos mais tarde e com calma. - Até mais, amor! – respondeu Maria Ester. A Secretária de Bard havia lhe falado que Maria Ester, por um seu funcionário, lhe enviara para o escritório, um cheque para pagamento de seus serviços no caso do Presidente Marcolino. Maria Carmen até fizera um comentário com certo desdém: - Tinha certeza que seria mais um valor que não entraria no Caixa do Escritório. Negócio com mulher bonita sempre termina assim. Stanley nada comentou.


Antes de ir para a Central de Polícia, telefone, falou com a Dra. Maria Rita.

por

Combinaram horário e ele falou que a apanharia na clínica. Iriam a um bar próximo.




XV Na Delegacia, Sílvio já esperava por Stanley e havia visitado os colombianos detidos. - Com toda a certeza os dois são os mesmos que desembarcaram na semana passada – falou Sílvio Tadeu. - Muito bem – respondeu Bard – Tudo faz crer que o morto é o terceiro homem. E continuou: -Vá ao Instituto Técnico Legal, se certifique e me informe por telefone... Mais ainda, Sílvio. Reforce a vigilância e proteção nos nossos pontos chaves, incluindo Maria Carmen e Joana. Se possível investigue quem e de onde estão usando o telefone para ameaças. Querem acabar com todos nós em troca do silêncio e o fim das


investigações. Você me conhece e sabe que também sou precavido com o cachorro que ladra. - Ok! – Sílvio respondeu e saiu. No gabinete da Secretária de Segurança estavam além da Coronel, o Secretário de Justiça, o Delegado da Polícia Federal e Diretor do Inquérito, além do Representante do Ministério Público e o Detetive Stanley Bard. O tabuleiro estava sobre o bureau e cada um deles iria colocar as suas peças para armarem o jogo. Um verdadeiro jogo de xadrez. A Secretaria da Justiça ficou incumbida da questão jurídica, analisando-se principalmente os direitos dos indiciados. Nesta ocasião o Oficial de Plantão foi portador de um convite com a recomendação de entrega urgente e pessoal para a Secretária. (Ela autorizara ser interrompido em caso de necessidade). A Coronel pediu licença aos presentes e abriu ali mesmo.


Era um convite pessoal e intransferível assinado pela Diretoria do Clube Estandarte de Ouro para a Cel. Maria Deusuita Banceira, Secretária de Segurança do Estado. A Coronel leu o convite em voz alta para que todos os participantes tomassem conhecimento, ao mesmo tempo que disse estranhar aquela atitude pois, oficialmente, era obrigação da Diretoria solicitar permissão para realização de algumas das atividades que promovesse, ao mesmo tempo que deveria pedir proteção de segurança para todo o evento. _ Todavia, - disse a Coronel - ainda há tempo para que eles tomem as providências. Aguardaremos. No convite, em anexo, a relação das solenidades e da festa que, além de um churrasco que será servido para todos os convidados, uma orquestra e a escola de samba tocarão para um baile sem horário definido para encerramento. Ainda no convite, em anexo, um edital de convocação para uma Assembléia Geral Extraordinária, cujo primeiro ato será uma homenagem póstuma a Marcolino Mendes do


Amaral. Em seguida, Mauro Strosten Rocha como Vice Presidente, será empossado na Presidência do Clube. À disposição dos sócios proprietários estará na Portaria uma minuta dos novos Estatutos e a convocação de nova AGE para discussão e votação das reformas. A Coronel disse que iria cumprir as obrigações necessárias, mandando para o recinto a sua equipe de apoio. Todos estavam voltados para os acontecimentos pré estabelecidos em virtude da unanimidade na previsão de que algo de anormal poderá acontecer notadamente pelas modificações drásticas nas transformações administrativas e sociais do Clube. A causa da morte do Presidente já definia que o motivo determinante se relacionava com sua permanência no Estandarte de Ouro.


A Coronel aproveitou a oportunidade para agradecer a participação de todos e muito especialmente ao detetive Stanley. A reunião foi suspensa para que se tomasse as providências cabíveis para o próximo encontro. Adotaram um código de identificação para um “chamado silencioso de ajuda”. O Secretário de Justiça providenciaria a solicitação de mandados necessários atendendo indicação dos integrantes da comissão. Stanley Bard pensou: “Tenho 24 horas para solucionar este caso.”



XVI Ainda no carro, Maria Rita vinha falando para Stanley que desde a conversa que mantiveram anteriormente, ficara preocupada com o que pudesse ou estivesse acontecendo com seu marido. Como dissera, eles não tinham costume de procurarem saber de suas vidas fora do convívio conjugal. Na realidade, seu casamento, já de algum tempo, estava por se acabar. Desta feita, porém, perguntou para Pablo se ele tinha algum conhecimento ou algum envolvimento com a morte de seu pai. Praticamente não obtivera resposta. Adiantou contudo que tem sofrido uma grande pressão por parte dos Diretores da


Comercial Cali para que preste assistência absoluta aos associados do Clube e parceiros conterrâneos em visita “oficial”. Fez questão de frisar: “oficial” e que se encontrarem nesta cidade. _ Isto quer lhe dizer alguma coisa, Sr. Stanley? _ Muito, Doutora. Mas isto já consta nas nossas conclusões. A conversa entre ambos continuou durante e após o almoço. - Onde está seu marido, agora, Dra. Maria Rita? - Não sei lhe dizer. Desde o começo da semana que não o vejo e nem sei por onde anda. Procurei por todos os lugares possíveis. _Não lhe dá notícia alguma? _Nada. Nenhuma. E ninguém sabe ou não quer me informar. _Você entende que não pode dar cobertura a ato criminoso pois as penas que incidirem sobre ele pode lhe atingir pois é como se, de


qualquer forma, tivesse contribuído para o que aconteceu. _Sei, sim. Não estou acobertando nada. É que eu não sei mesmo onde ele possa estar. _E o que fez ele desaparecer assim? _Não sei. Senti que ele estava muito nervoso ultimamente. Com medo de alguma coisa, talvez. Desconfio até que tenha relacionamento com o CCC. _Você confirmaria tudo que sabe perante a justiça? _Claro! Neste caso, nada poderá me coagir a prestar um depoimento que não seja para esclarecer a morte de meu pai. _O que você pode me adiantar relacionamento dele com sua mãe? _Por que? estranha?

Você

observa

alguma

do

coisa

_Não sei. Não tive contato com o seu marido e a minha conversa com sua mãe foi rápida. Notei porém que ela quis demonstrar total desconhecimento sobre Dr. Pablo.


_Quanto ao relacionamento posso até aceitar a incompatibilidade entre ambos mas flagrei por alguma vezes a conversa de ambos quando estão a sós e ela é desviada para coisas de somenos importância com a minha chegada ou de qualquer outra pessoa. _Pelo que noto você não está muito preocupada, ou melhor, interessada. Ele não lhe faz muita falta. _Percebe-se? _É que associo o fato de que vocês não se casaram por amor. Até parece que alguma coisa foi tramada e ele veio para aqui para lhe levar ao altar e poder observar e controlar o que fosse determinado pelos seus empregadores. Não digo que você e seus dotes não fossem merecedores. Mas algo foi planejado para uma maior aproximação com o seu pai... Vocês não quiseram filhos ou... _Não é bem assim. Nunca discutimos sobre isto. A nossa afinidade foi apenas na segunda noite de núpcias e desde então muito raramente nos procuramos.


_ E você tem vivido todo este tempo sozinha? Desinteressadamente? Perdão pela pergunta pois não posso aceitar a convivência de um homem ao seu lado que não sinta o desejo de ama-la. _ É que, Stanley, (já não havia mais o tratamento cerimonioso entre ambos) até agora venho admitindo o respeito e honestidade para com ele. Finjo que estou bem para evitar um ato indesejado, sem amor, sem prazer. Sou uma mulher que fazer sexo é ter amor. A mulher sabe e pode ter controle do prazer sexual. ¬_Estou lhe entendendo e sou solidário nas suas palavras. Não se faz sexo por fazer sexo. Acho que o estímulo é algo primordial. _É verdade. Entre os pares, a comunicação sobre os gostos sexuais deve ser sempre estimulada e se for difícil usar as palavras, os movimentos e os gestos serão muito bem compreendidos. _E você não correspondência.

vem

tendo

esta

_ É esta a razão de ter lhe falado que o nosso casamento não está indo bem. O


quase que desinteresse de se trocar sentimentos nos afasta cada vez mais. _ E você reconhece que não é a culpada. _ Sim. Claro... Posso lhe fazer uma pergunta, Stanley? _ Pois não. _ Você tem algum compromisso com Maria Ester? _ Que espécie de compromisso? _ Estão namorando? _ Não, Maria Rita. Nem com ela nem com ninguém mas sou sincero em meus relacionamentos. Nunca assumo esse tal compromisso. - Ah! Sim... _ Posso saber porque? _Nada. Curiosidade apenas. A conversa continuaria por muito mais porém chegaram ao fim da viagem. Ambos tinham obrigações e se despediram.


_Foi um prazer, Stanley. É muito bom se trocar opinião com pessoas inteligentes. _Muito obrigado, Maria Rita. Além de lisonjeado também digo o mesmo sobre você. Nos encontraremos breve. Pode ser? _Lógico. Ficarei aguardando o convite com ansiedade.





XVII Sem perda de tempo o Detetive foi à Chefia de Polícia onde trocou ideias com o Delegado e aproveitou para requisitar e fazer carga do celular encontrado no quarto de um dos bolivianos. Iria levar para o seu laboratório para uma pesquisa. Falou para o Delegado que gostaria de conversar com os colombianos presos, no parlatório, separadamente. Não obteve muito sucesso nas entrevistas. Entendeu o Detetive que eles eram verdadeiros profissionais e somente informavam o estritamente necessário. Repetiram que vieram de Bogotá à procura de trabalho e não tinham vínculos com


qualquer Companhia e que nunca foram presos ou processados em sua terra. O conhecimento entre eles se deu durante a viagem e nada têm a ver com o crime ocorrido. Nada sabem sobre o conterrâneo morto. Pouco tinham conversado entre si e a prova mais evidente é que logo que chegaram ao porto do país cada um tomou destino próprio. Seguindo a rota que havia traçado, Stanley Bard foi visitar D. Maria Eduarda Magalhães, Conchita, tendo antes, formalmente, por telefone, perguntado se poderia recebe-lo. Uma serviçal atendeu Stanley Bard e o conduziu à sala de visitas informando que a patroa já viria atende-lo. Conchita chegou pedindo desculpas por não ter atendido imediatamente e por se encontrar em trajes de banho já que não imaginara que a hora estivesse tão adiantada.


Stanley também lhe pediu desculpas por vir importuná-la e tirá-la do contato com a piscina. _ Ossos do meu ofício, madame. Mais uma vez perdão. Como adoraria estar participando desta manhã de sol em tão encantadora companhia! Ela trajava um curtíssimo e super provocante biquini, protegido apenas por uma entrada de banho transparente. Calçava tamancos. Tudo muitíssimo sensual. Não aparentava a idade que tinha. Em nada mesmo. O mais importante é que continuava dançando na ala das sambistas da escola, com muito destaque e vigor. _Usarei pouco tempo, senhora. - Falou Stanley provocando de imediato a sua resposta. _Antes de mais nada, vamos alterar tratamento. Não gosto de me sentir velha.

o

_Desculpe. Respeitarei seu desejo, Maria Eduarda ou, se achar melhor, Conchita.


_Conchita mesmo... Mas perguntas para me fazer?

ainda

tem

_Algumas Conchita, porém serei rápido com a entrevista. Não procurarei detalhes de sua vida, que é pública, e que já é de meu conhecimento por força das circunstâncias. _Não dou importância às maledicências. Não se preocupe. Viveria tudo novamente se fosse necessário e possível. Estou à sua disposição. _Pois bem. Não se aborreça comigo. Somos forçados em certos momentos a fazer perguntas que até nós mesmo ficamos constrangidos de fazer, mas, são indagações necessárias para esclarecimento de certas atitudes que na maioria das vezes nos ajuda a elucidar alguns crimes. - Repito. Estou às ordens. _Como está o seu relacionamento com os seus filhos? _Como assim?... E o que tem isto com o caso em investigação? _Seus filhos não vivem com a Senhora, não é mesmo?... E ha bastante tempo.


_Desde que, maiores, preferiram viver sozinhos. O pai, além de uma boa mesada temporária, proporcionou-lhes uma retirada considerável na firma para que eles usassem como melhor lhes aprouvesse. _A Senhora mantém contato com eles? _Na verdade eu os considero mas não conto com eles para nada. _A Senhora, além dos direitos legais, também foi beneficiada pelo Sr. Marcolino. _Para quem não tinha quase nada, atualmente me considero compensada. _Gosta de criar cavalos, D. Conchita? _Muito... Mas isto até já parece falta de assunto... _É que o seu Haras é muito elogiado nas esferas sociais... Fica longe daqui? _A uns 30 quilometros. _Na zona norte? _Sim... Mas por que o interesse? _Também cavalos...

gosto

muito

de

criação

de


_Desculpe. Acho que teremos outra oportunidade para convidá-lo para uma visita. Atualmente a estância está passando por trabalhos e não lhe será agradável conhecê-la. _Pois não. Vou dar por encerrada a minha entrevista. Sou muito grato pela atenção. _Estarei sempre à disposição. _Uma coisa mais, por favor. É verdade que a Senhora não vivia em harmonia com o seu companheiro e até mesmo fazia campanha contra ele no Clube? _Não tínhamos compatibilidade de ideais, apenas isto. _É verdade que a Senhora já me falou sobre a convivência com seu genro mas poderia me informar se sabe onde ele se encontra agora? _E por que deveria saber? _Ora... _Não sei e nem me interessa. A mulher dele, através do irmão, andou telefonando para cá, querendo notícias de seu paradeiro. A


minha previsĂŁo estĂĄ se concretizando. Eles nĂŁo foram feitos um para o outro. _ Muito obrigado D.Conchita. Passe bem.



XVIII _Está tudo anotado, Stanley _falava Maria Carmen ao telefone _ Vou repetir para conferência. E então a Secretária reforçou para o Detetive, as providências que deveriam ser tomadas de imediato, notadamente a localização do haras ou estância, em nome de Conchita ou Maria Eduarda Magalhães, distando aproximadamente uns 30 kms do Jardim das Laranjeiras, no sentido norte. Também seria importante se localizar uma construtora ou uma firma fornecedora de material de construção que pudessem estar a serviço do haras. Toda a equipe estaria em ação e por todos os meios possíveis e urgentes.


Stanley Bard foi ao Gabinete da Secretária de Segurança e lhe transmitiu as suas observações, pedindo que reunisse toda a equipe para um encontro antes da ida para o Clube onde deveriam assistir a Assembleia que prestaria homenagem ao ex presidente. - O crime, com certeza, para mim, está esclarecido e aproveitaria para que todos, inclusive a imprensa tomasse conhecimento em uma coletiva evitando-se possíveis notas vazadas, contraditórias e especulativas. – concluiu Bard. A Coronel concordou e que tomaria as providências necessárias. Aproveitou para comunicar que mal acabara de receber o mandado de prisão dos colombianos, dois advogados estiveram com ela e apresentaram um Habeas Corpus para os investigados, todavia, a Ordem era bem clara com referência a condição de não existindo determinação superior proibitiva de liberdade. Ela já havia tido a precaução de colocar os detidos à disposição do Juizo da Vara Criminal. Stanley Bard reforçou alguns pontos de sua conversa com a Dra., principalmente a


expedição dos mandados de busca apreensão e os de prisões provisórias.

e

Bard aproveitou para, pelo telefone, falar com Maria Ester e Maria Rita quando confirmaram que estariam presentes ao Clube juntamente com o irmão Eduardo. Quanto ao Dr. notícias dele.

Pablo

continuavam

sem

Maria Rita quis se prolongar um pouco mais, aproveitando aquela oportunidade de falar com Bard e disse da carência que estava sentindo da sua presença e de suas palavras. Como a próxima atividade que o Detetive tinha para cumprir dependia da informação de sua Secretária, ele concordou em fazer uma visita à solitária Rita mas informando que não podia se demorar em vista de compromisso já assumido. Stanley Bard não podia deixar de ser cortês com uma bela e excitante dama. Maria Rita lhe confessou que vinha pensando muitas vezes nele e se surpreendia, de vez em quando, procurando o clitóris e ao tocar com os dedos percebia


que ele cumpria o seu papel de receptor e transmissor das suas sensações eróticas. A vagina começa a ficar lubrificada, com contrações, provocando alteração fisiológica da fase orgástica. _ Estou lhe entendendo e acredito mesmo que você é bem propensa a esta fonte de estímulo como também deverá ser ao toque nos pequenos lábios. Como a grande maioria das mulheres, o interior da vagina mostra-se insensível para você._Disse Bard já seminu, abraçado com ela no amplo sofá do apartamento. _Sim, é verdade. O meu orgasmo tem estimulação direta ou indireta no clitóris. _Para seu conhecimento, grandes médicos ginecologistas especializados entre outras coisas em sexualidade, dizem que é pela masturbação, entre todos os tipos de atividade sexual, que a mulher atinge, com mais frequência, o orgasmo mas... (e Bard continuou) eu disse mas, as famosas preliminares são imprescindíveis e essenciais para o gozo embora vocês gostem de ser penetradas por um pênis. Olha ai a necessária presença do companheiro.


_Também acho. O companheiro tem que ser parceiro... Ele é o mais importante elemento em toda a vida sexual da mulher. E não é por isto que estou sentindo a sua falta? O outro celular de Bard toca. É o que ele usa exclusivamente para contato direto com o seu escritório. Fez um ligeiro atendimento e falou que iria desligar e logo retornaria. Aproveitou para se desculpar com Maria Rita e ela ainda completou. _Mais uma vez senti como foi bom estar com você. Cheguei a fazer uma confissão de meu ponto “G”! _Não pense que este ponto “G” é de sua exclusividade e nem é apenas o único que você possui. Beijaram-se Voltando ao outro telefone Bard fez a ligação para o escritório. Maria Carmen tinha excelentes notícias e lhe deu dicas importantes de como ir e chegar ao Haras Conchita mas que tivesse precaução pois a entrada era muito vigiada e


necessitava de permissão. Ele deveria usar uma identidade do engenheiro da firma contratada para o serviço que estava para ser executado na sede. Explicou detalhes e forneceu mais “coordenadas”. Stanley Bard ligou imediatamente para o telefone privado do Delegado e falou: _ É Bard, Comandante. Acho que estou na pista certa de um dos implicados e que, com certeza, poderá nos oferecer detalhes do assassinato do Presidente. Preciso de sua ajuda. Estarei nas imediações do Posto Rodoviário do Jardim Laranjeiras, dentro de instantes. Venha com sua guarda. Ao lhe avistar, partirei. Quando você chegar ao local, não continue e permaneça em ponto estratégico. Aguarde o sinal convencionado que usarei caso venha a necessitar de reforço. Não tenho a mínima ideia do que nos espera. Se me entendeu, diga OK e desligue. Até já.


XIX Seguindo o roteiro traçado no GPS do carro, Bard chegou ao Haras Conchita. Na ornamentada cancela que marcava o inicio da propriedade, Stanley, fingindo portar uma identidade e informando o nome que Carmen lhe fornecera, disse que iria inspecionar os serviços em execução. Conseguiu entrar e chegar até a casa sede. Parecia não haver ocupantes no imóvel e serviço algum estava sendo executado. Antes de tocar a sineta, uma senhora de certa idade veio atende-lo. _O Senhor como entrou e o que deseja?


Bard identificou-se novamente e ela se lembrou que D. Conchita havia falado que iria mandar um engenheiro para verificar o sistema de instalação do ar condicionado das baias. Do interior uma voz de homem pergunta para a doméstica quem era e de que se trata e antes que ela desse explicação, Stanley falou mais alto e arriscou em dizer: _Dr. Pablo? Um jovem senhor se apresenta e indaga: _O Senhor me conhece? Como chegou até aqui? Quem lhe mandou? O que na verdade veio fazer? _Calma, Dr. Pablo. Responderei todas as suas indagações mas não tão rapidamente assim. Não vai me convidar a entrar e sentar? _O Senhor está só ou veio acompanhado? ¬_Estou sozinho e o meu propósito foi encontra-lo e conversar um pouco. _Como posso confiar?


_Não tenho armas, não tenho acompanhante, não tenho máquinas de filmagem ou gravação... Se estivesse aqui para cometer algum mal não estaria tão desprevenido assim. _O que o senhor deseja? _Conversar, já disse. _Não tenho nada a conversar com ninguém. Não estou bem de saúde e preferi me recolher para repouso. _Entendo. Prometo que não me prolongarei e tratarei diretamente do assunto sem qualquer subterfúgio. Além do mais o senhor terá o direito de permanecer calado como bem sabe. _Vamos começar então desfazendo a farsa. Já observei que o senhor não é engenheiro. Como se chama e o que faz aqui? _Muito bem. Sou Stanley Bard, Detetive Particular. _E o que tenho a ver com isso? _Estou trabalhando no assassinato de seu sogro, Sr. Marcolino Mendes do Amaral.


_Sim... e... _E... o senhor sendo membro da família por afinidade, poderá me esclarecer algumas coisas que estão, confesso, muito complicadas. _Eu não sei de nada. Fui deveras surpreendido com o acontecimento. _Como o Senhor conheceu seu sogro? _Em uma de minhas Estandarte de Ouro.

idas

ao

Clube

_O Senhor já era sócio, foi convidado ou comprou ingresso? _Fui em caráter profissional. Sou advogado de uma empresa que pretendia transacionar com o Clube. _A CCC? _A

Comcal. Comercial Cali da

_Que queria se apoderar do Clube...

Colômbia.

patrimônio do

_Acho que o Senhor está muito enganado a meu respeito.


_Não somente estou bem informado sobre o Senhor, Dr. Pablo Sevita como sei das atividades da falsa Comcal, a empresa “laranja” do Cartel Cali Colômbia. _Estou sendo obrigado a lhe convidar a se retirar de minha casa. _Sua casa, não. Propriedade de sua amiga D. Conchita que está lhe dando guarida e lhe acobertando ainda não sei de que. Sei mais Dr.Pablo que o Senhor logo que chegou ao país e ao se aproximar do Sr.Marcolino, procurou conquistar e se casar com a filha dele para que assim pudesse melhor executar os planos ou as ordens emanadas da chefia da empresa que trabalha. _Basta. O Senhor queira se retirar. Chamarei os trabalhadores para que o expulsem daqui imediatamente. _Não há necessidade. Vou sair mas o Senhor vai comigo. Trago um mandado de prisão. Não lhe dou direito a fazer coisa alguma mais a não ser me acompanhar. Se pretende reagir, basta um sinal meu para esta propriedade ser invadida e então não me responsabilizarei com o que poderá acontecer. Nem mesmo a sua integridade


física mesmo querendo sua presença na Assembleia do Clube. Agora vamos. Não vou lhe algemar para não despertar indagações dos serviçais. Avise apenas que está indo à cidade conversar com D. Conchita e que voltará logo. Bard confiava muito no seu poder de convencimento principalmente quando sentiu a expressão medrosa e acovardada do Pablo. Até parecia que ele não resistiria continuar muito tempo nessa situação não resolvida. Naquele instante não portava qualquer documento. Também não trazia algemas consigo. Ao mesmo tempo lembrava-se de já haver dito ao Dr. Pablo que estava só e não portava armas. O mais importante é que ele sentia o estado de espírito do interlocutor, o drama que ele vivia consigo mesmo e o desejo incontido de se libertar do desespero dominante na sua consciência. Diante do Detetive, estava um homem em depressão absoluta.


XX Na reunião convocada pela Coronel, todos os integrantes da comissão encarregada de elucidar o assassinato de Marcolino Mendes do Amaral estavam presentes no Gabinete da Secretaria de Segurança do Estado, quando trocaram ideias e expuseram pontos de vista pessoais. Um especial aparato policial foi providenciado com muita cautela para que as suas presenças não fossem notadas durante a permanência das autoridades na sede do Clube. Com um sessão.

pequeno

atraso,

foi

iniciada

a


O Secretário Geral do Clube tomou assento à mesa e disse que a reunião fora interditada e por ordem judicial todos os atos e comemorações estavam adiados. _ A Exma. Sra. Coronel Maria Deusuita Banceira usará da palavra. – disse o Secretário. Iniciou a Coronel dizendo que ali estava cumprindo ordem judicial para interdição do Clube Estandarte de Ouro, suspendendo todas as suas atividades até ulterior deliberação. O motivo, como já era do conhecimento público se relacionava com o assassinato do Sr. Marcolino Mendes do Amaral, Presidente do Sodalício. Toda Imprensa fora convidada pois na oportunidade estava se processando uma declaração pública sobre o crime, motivos e autores os quais neste momento já devem se encontrar recolhidos ao presidio, com prisão provisória decretada pelo Juiz da Comarca. Concluiu a Secretária: -Quero agradecer a todos os servidores que estiveram empenhados na elucidação do crime e muito especialmente ao Detetive Stanley Bard que foi um integrante especial convidado pela Secretaria de Segurança. Peço que ele passe


a expor aos presentes a sequência solução deste caso. Muito obrigado.

da



XXI Um burburinho se formou e muitos “flash” se acenderam das máquinas fotográficas dos jornalistas que, em grande número se encontravam no recinto. Stanley começou a externar as conclusões encontradas pela Comissão encarregada das investigações. _ Como parte da Imprensa já noticiou, o autor dos disparos que vitimou o Sr. Marcolino Mendes do Amaral, foi o colombiano Steban Zózimo Puentos, matador profissional, que posteriormente foi morto pelo seu comparsa, também colombiano, Santini Calabrone. Ambos eram comandados por outro colombiano Ermes Santoro Sancha. Os dois já estão presos desde que foi comprovada a autoria material do delito.


A notícia ainda foi surpresa para muitos dos presentes pois ignoravam essa participação de estrangeiros no assassinato. Stanley prosseguiu: _O motivo da eliminação de Marcolino foi a sua conduta inabalável e a disposição de não ceder aos desejos de organização criminosa. Queriam se apossar das instalações do Clube, aproveitando a área para que se construísse no local um condomínio comercial com livre trânsito para drogas, mercadorias contrabandeadas e armas. Tudo passaria a pertencer ao Comando Geral da Organização que exploraria ainda com a cobrança de aluguel, dos boxes disponíveis. Após ligeira pausa, Bard continuou: _ A empresa Comcal (Comercial Cali), sediada na Colombia e que era a testa de ferro do CCC (Cartel Cali Colombiana), mandou para cá um seu representante, Dr. Pablo Sevita, com a missão especial de dar posse a D. Maria Eduarda Magalhães, também registrada com o nome de CONCHITA, para representar a Empresa em nosso Pais. Acredito que todos aqui presentes conhecem o gênio ambicioso e


dominante de D. Eduarda a qual já havia sido visitada anteriormente pelos líderes da Organização e tomou conhecimento de sua missão que foi aceita incondicionalmente. Ainda falou o Detetive: _Já no exercício de suas novas atribuições, cuidou de mudar a cabeça de seu companheiro para concordar com as reformas pretendidas. Para isto chegou até a trabalhar para derrota-lo nas últimas eleições como cabo eleitoral da chapa que conseguiu apenas eleger o Sr. Mauro Rocha que hoje assumiria a Presidência. Sua Assessoria já fizera chegar às mãos dos associados-proprietários, a minuta da reforma estatutária. Existem provas da conivência do Sr Mauro e outros companheiros. Alguns estão detidos para maiores esclarecimentos. Disse Bard: _O casamento da Dra. Maria Rita foi todo devidamente preparado e se suspeita até do uso de substância entorpecente, utilizado pela sua própria mãe, nos primeiros dias, para que houvesse aceitação da filha. A


união serviria para consolidar uma permanência mais efetiva do Dr. Pablo no País, sem despertar suspeita. Ela mesma, D. Conchita, aparentava publicamente um forte desentendimento com o seu genro e alardeava que a união de ambos não foi abençoada por ela. Concluindo, Stanley ainda falou: Tudo foi devidamente provado, desde a vinda dos Colombianos com as instruções de seguirem as ordens de D. Conchita. A confissão de ambos, com riqueza de detalhes e as ordens de execução do crime, conseguidos também através do uso do celular encontrado na Hospedaria dos visitantes corroboram a teoria do Inquérito que D. Conchita, ou seja D. Maria Eduarda Magalhães é a mandante do assassinato do seu companheiro Marcolino Mendes do Amaral.


XXII Stanley Bard estava querendo se esquivar de qualquer contato que se referisse a notícias sobre o crime do Presidente mas teve que ir ao escritório logo cedo da manhã para apanhar alguns documentos. Ligou para sua Secretária e antes mesmo de se anunciar ela já lhe informava que tinha muita necessidade de lhe falar. Tratava-se de um documento oficial da Embaixada Colombiana que ela preferiu não abrir. Aproveitou para parabeniza-lo, fato já rotineiro para ele mas que ela sempre se orgulhava de cumprimenta-lo, mas não


esqueceu de lembra-lo das férias passariam nas praias do nordeste.

que

_ Ok Maria Carmen. Vou tomar conhecimento dessa correspondência e depois retornarei para você. Na gaveta secreta de sua escrivaninha encontrou o envelope todo protocolar e abriu. Tratava-se de um convite do Governo Colombiano, para que Bard prestasse sua colaboração no combate ao tráfico naquele pais. Anexo estavam a passagem de ida para Bogotá, com a volta em aberto, uma minuta de contrato de prestação de serviços eventuais e temporário, além de um cheque de expressivo valor, em seu nome. Era de veras tentador! Preferiu decidir imediatamente. Não queria pensar duas vezes. Nem mesmo o temor de que iria atuar no Império do CCC. Telefonou para Maria Carmen. _Querida. As nossas férias novamente vão ter que ser adiadas. Viajo agora. Missão


secreta. Quero vê-la. Estou indo para o aeroporto. Darei detalhes e passarei instruções. Não preciso falar da necessidade do silêncio absoluto. Carmen ficou com a incumbência de dar explicações e as despedidas para as novas amigas que Stanley Bard conquistou no caso do Presidente, justificando a urgência e o sigilo.





VALDEZ JUVAL DA SILVA Nasceu em Guarabira, Estado Paraiba, em janeiro de 1932.

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Bacharel em Direito, exerceu a função de Promotor de Justiça além de ter sido Assessor do Procurador Geral e Secretário Geral da Procuradoria. Foi também Procurador Substituto com exercício na Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraiba. No Poder Executivo foi Delegado de Menores, Diretor Administrativo do Instituto de Previdência, Coordenador do Cadastro Central de Recursos Humanos e Sub Secretário do Trabalho e Serviço Social do Estado. É pós graduado em Pedagogia com crédito curricular em Sociologia, Filosofia e Psicologia Educacional.


Foi professor de alguns Colégios e Faculdades, inclusive fundador e integrante do Corpo Docente da Faculdade de Filosofia de Guarabira. Não se dedicou ao ensino. Sempre disse que era muito desgastante e pouco compensador. A Câmara Municipal de João Pessoa lhe outorgou o Título de Cidadão Pessoense, em votação unânime, por relevantes serviços prestados ao Município. No Teatro foi um dos fundadores do Movimento Amadorista na Paraiba tendo conquistado o Troféu de Melhores Atores do Brasil no Festival Nacional de Teatro realizado em Santos, Estado de São Paulo, sendo Presidentes do Júri, Paschoal Carlos Magno e Henriette Morineau.


Aposentado, se delicia com uma pescaria de anzol Ă beira mar. (Gosta de dar comida aos peixes, como ele costuma dizer). Faz pouca leitura pois prefere muito mais escrever. Chama de rabiscos. De vez em quando tenho o cuidado de salvar esses rabiscos do lixo, sem que ele saiba. Henriette Lemos Silva



CONSIDERAÇÕES EM TORNO DE ‘MARIAS’

AS MARIAS DE VALDEZ Conheci Valdez Juval nos idos de 1980 quando assumi o cargo de Promotor de Justiça... Só muito tempo depois tomei conhecimento da atuação de Valdez no Teatro e na Literatura. E agora nos presenteia com a novela policial “Marias”... O autor, logo na abertura nos faz uma advertência... “Escreverei um livro”? Claro que escreveu, caro amigo Valdez. E dos bons. Novela simples, objetiva, sem muitos floreios... O relato, apesar de curto, é emocionante. As investigações de Stanley Bard... são entremeadas pelas conquistas amorosas do próprio, que sabe tirar proveito das situações. Isso só nos dá a certeza de que esse não será apenas o primeiro livro de Valdez, nem será o último, apesar dos seus “quase oitenta”...


Crítica de FERNANDO VASCONCELOS * [Procurador de Justiça aposentado, Professor Universitário, Jornalista e Escritor] * Publicada na Imprensa Paraibana e no Site ElTheatro

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É ESCRITOR, SIM! O livro “MARIAS” consegui “devorá-lo” de duas vezes, numa tarde e na manhã seguinte. Não costumo fazer leituras em várias etapas, daí a preferência por trabalhos de bom tamanho como o seu, que além dessa característica, apresenta-se claro, objetivo, simples... revela um autor que, certamente, continuará trilhando pelo promissor caminho. JACKSON PAIVA [Crítico literário – RECIFE/PE] ******


Caro literário, parabenizo pela novelaromance policial de boa leitura e simples gostar. Aguardo novos lançamentos. FELIPE ABREU [Empresário-editor pernambucano] ****** OPINIÃO DE ROMEU DE CARVALHO Terminei mais um livro formidável, intitulado “Marias”, do meu amigo Valdez Juval. O livro me prendeu do começo ao fim, porque traz, em si, uma conotação estratégica de enredo tipicamente policial, que nos leva, no desenrolar da história, a viver cada instante dos seus personagens, como bem destaca a atuação do detetive Stanley. “Marias” é muito bem estruturado e traz consigo, como se comportam os livros desse gênero, uma expectativa que vai se compondo em passagens sequenciadas, envolvendo nossa atenção em cada detalhe relatado. Reconheço que o trabalho de composição de


uma narrativa desse porte é extremamente minucioso, porque cada elemento descrito tem que estar bem medido e absolutamente destinado a esse fim. No caso do livro “Marias”, vi estabelecido um quadro que ilumina todo o processo e compôs o desfecho bem traçado e preciso... Fiquei muito grato de ter recebido este livro e o li com todo prazer. Depois de tanto empenho no campo da cultura, Valdez nos brinda com o fazer literário, o que, para mim, é motivo de muita admiração. Parabéns companheiro amigo. ROMEU FERNANDES DE CARVALHO [Professor aposentado da Univ. Fed. da Paraiba, Médico, Compositor e Escritor] ****** “A única maneira de dar um alô, é pelo tradicional correio. Li sua novela policial de uma só vez. Não posso dar minha opinião literária pois não as tenho, mas... gostei. Existe termos que há muitos anos não lia e


nem ouvia: cheise longue, garbo, alfarrábios, apetrechos e muitos outros. Valeu.” LAMAR COUTINHO - São Paulo/SP. ****** “Recebi seu livro. Estou no finalzinho... muito bom! Você é um danado mesmo! Parabéns!” KARLA LEMOS Pessoa/Pb

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(Odontóloga)

João

****** “Ao tempo em que agradeço o presente, parabenizo-lhe pela obra, já lida em integralidade por mim! Grande beijo!” De Jamile C. Lemos (Promotora de Justiça) – Ministério Público da Paraiba ****** “Terminei de ler MARIAS. Gostei. Esse Stanley é mesmo um cara de sorte. São tantas as Marias. Agora, eu ficaria com a Carmen”. FERNANDO NAVARRO (Bancário/PB)


****** “Amei o livro, especialmente porque foi escrito por você. Parabéns pelo grande feito. Beijos e obrigada”. TACIANA VALENÇA [Proprietária, Coordenadora e Diretora da Revista Perto de Casa; Produtora e Apresentadora de Televisão; Jornalista, Escritora e Poeta – RECIFE/PE]



AUTO RETRATO

Não sou escritor mas adoro escrever e descarrego todo o meu ímpeto nas teclas do computador. O livro é como qualquer coisa na vida que se possa dominar mas ninguém estará obrigado a ler. Sem pretensões e, com certeza, com muitas falhas, erros e defeitos, ousei publicar esta novela para distribuição gratuita com os amigos. Criticando ou comentando, digam alguma coisa. Pelo menos que receberam o exemplar. Antecipo os agradecimentos. Valdez Juval vjuval@gmail.com


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