MARÇO/ABRIL 2008 | N.º 10
Brevemente
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MARÇO / ABRIL 2008 | n.º 10
A sua Aplicação com Casos Práticos complementado com Legislação Fiscal e Comercial
Angola 20 USD’s | Portugal 26€ | Resto do Mundo 25 USD’s
CONTABILIDADE
ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL: A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
PLANO GERAL DE
VALOR ACRESCENTADO
José Luís Faria Magro
ENSINO
BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
editorial CURSOS DISPONÍVEIS
CRISE ALIMENTAR A NÍVEL MUNDIAL O Mundo, ao longo dos tempos foi assolado por guerras, tempestades, doenças, crises sociais, demográficas e hoje temos a crise alimentar a nível mundial. Estas devassas não vão ficar por aqui. Elas vão continuar ao longo dos tempos, ou seja, já é intrínseco ao Homem. Estas devassas no fundo, não deixam de ser um jogo: há ganhadores e há perdedores, jogo esse, que se encaixa em parte no pensamento de Charles Darwin (1809-1882), ou seja, a evolução das espécies é possível pela concorrência que existe entre indivíduos da mesma espécie, que competem pelo mesmo alimento, enfim, é a lei do mais forte. Independentemente das ajudas das “task force” criadas pela Nações Unidas, Organizações Não Governamentais (ONG)... para debelar a crise alimentar a nível mundial, temos de convir que quem vai ganhar é o mais forte. Quem vai comercializar os produtos alimentares, vai praticar preços especulativos, vai reter alimentos, para originar quebras e posteriormente praticar os preços pretendidos: especulação. Continuando com a lei do mais forte, os povos africanos são os que mais vão sofrer com esta crise. Mas, nós africanos pegando no que ensinou Adam Smith (o pai da Economia Politica) temos Terra, onde os produtos alimentares na sua maioria são cultivados. Temos mais Terra, que os outros continentes. O que nos falta então? Trabalho e Capital. Olhando para os tumultos que surgiram nos Camarões e no Burika Faso, por causa da subida do custo do arroz, açúcar e óleo alimentar, nós em Angola já cultivámos estes produtos e no que concerne ao açúcar já fomos um dos maiores
produtores do Mundo (Tentativa, Bom Jesus, Dombe Grande e Cassequel). Hoje estas culturas ou não existem ou não têm expressão. Porquê? Por causa da guerra. A guerra tem sido o grande flagelo de África e por consequência do seu fraco desenvolvimento humano. Nós africanos, não podemos ter sempre o peixe. Temos de pegar na cana e pescar, ou seja, temos de ter Trabalho e Capital, nem que para isso procuremos o investimento directo estrangeiro.
Curso de Expediente Geral de Escritório e Práticas de Contabilidade com Informática Aplicada. Curso Prático de Contabilidade e Fiscalidade com Informática Aplicada.
Angola (Valor Acrescentado tem escrito muitas vezes) é um país rural com grandes potencialidades com culturas que dão mais que uma vez por ano. Temos recursos hídricos invejáveis. Temos gado. Começamos a ter estradas completamente transitáveis que já permitem o escoamento. Precisamos de organizar o nosso sector agrícola, ver as nossas necessidades. Precisamos de incentivar o investidor a apostar neste sector, criando as infra-estruturas mínimas para se instalarem (estradas começamos a ter, é necessário energia eléctrica, reorganizar e incentivar o comércio rural, instalar centros abastecedores, escolas, hospitais...). Depois os excedentes ou serão transformados, ou exportados, isto na perspectiva de se atingir a auto suficiência alimentar e os excedentes serem transformados e transportados. O que digo, julgo serem as defesas que Angola tem para não sentir tanto esta crise. Assim, passaremos a ser fortes se conseguirmos produzir produtos agrícolas para todos nós. Seremos ainda mais fortes, se conseguirmos exportar excedentes agrícolas, quer em bruto quer transformados.
VA-SE E R C INS Formador: Dr. José Luís Magro SEDE Av. Comandante Valódia, nº 5 - 5º Ap 53 - Luanda Tel. 00244 222 430 583 - Fax 00244 222 431 168 DELEGAÇÃO Rua Serpa Pinto, nº 750 - 4º 4550-465 Porto - Portugal Tel. 00351 228 300 507 - Fax 00351 228 329 897
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Propriedade Valor Acrescentado - Prestações de Serviços, Lda. Director José Luís Magro ADMINISTRADOR Luís Gomes Chefe de Redacção Adelaide Alves Redacção Filipa Couto, Carlos Neto Publicidade Agostinho Vubo DESIGN GRÁFICO PMD - Comunicação e Design www.pmd.pt IMPRESSÃO Uniarte Gráfica / Porto Colaboraram neste número Filipa Couto, José Luís Magro, Rogério Fernandes Ferreira e Todor Stefanov Denchev Tiragem: 10.000 exemplares. Registada sob o número MCS-430/B/2006.
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
00244 222 430 583 00244 923 454 677 00351 919 352 177 jlmagro@valoracrescentado-online.com
JÁ.
Março/Abril ‘08 | nº 10
contabilidade
gestão
20 CAMINHOS DAS NIC - A IMPARIDADE
24 Ideias e Técnicas de Gestão Glossário que vai na letra L.
As NIC (Normas Internacionais de Contabilidade) e o que delas está decorrendo levanos a admitir que não se estarão a seguir só caminhos apropriados. São numerosas as imprecisões de terminologia e as faltas de rigor das conceituações e definições. Muitos pontos carecem de esclarecimentos ou merecem debates, ponderando inconvenientes e eventuais conveniências.
28 Glossário de Bolsa de Valores Glossário que vai na letra I. 32 PEQUENOS NADAS DOS SERVIÇOS BANCÁRIOS Julgo que não há dados estatísticos que refiram com algum rigor o valor percentual da população bancarizada em Angola. Há um valor consensual de 4% e tudo indica que em 2010, se possa atingir os 10%, fruto da bancarização do processo da Função Pública, mais concretamente o pagamento dos salários via Banca.
informática de gestão 36 CASHFLOW
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Tendo como base um empréstimo bancário construímos um mapa de Cashflow.
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sumário Angola, tem mais de 100 mil professores. É um número. Deste número, quantos têm vocação para dar aulas? Muitos, podem não ter as habilitações exigidas, muitos podem ter só a 4ª classe, mas estes podem ter muito mais vocação que aqueles que são licenciados. Mas, devido à conjectura, temos de aceitar todos. Mas devido à conjectura e às exigências que a paz e o Mundo obriga, os professores sem habilitações, têm de estudar, têm de ser nivelados para que sejam melhores professores. Quem dera que tivéssemos um maior número de professores com o binómio vocação/qualificação. É um ideal raro, mesmo nos países mais evoluídos.
saúde 72 EFEITOS HELIOMAGNÉTICOS SOBRE O ORGANISMO HUMANO Todo o terapeuta que obteve um reconhecimento verdadeiro e completo na área da arte de cura deve considerar as peculiaridades das estações do ano, já que, sendo diferentes, as consequências no organismo também o são e o estado de saúde depende muito dos fenómenos atmosféricos e muda com as ditas estações do ano. Já Hipócrates, grande médico da antiguidade e pai da Medicina, o disse há 2.300 anos.
especial
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ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
secções 02 EDITORIAL 06 COMUNICADOS DE IMPRENSA 12 RECORTES DE IMPRENSA 16 OPINIÃO DOS LEITORES 20 CONTABILIDADE 24 GESTÃO 36 INFORMÁTICA DE GESTÃO 42 ESPECIAL 68 NEGÓCIOS
arte
72 SAÚDE
76 Expo Colecção ENSARTE 2008 “EXPO-COLECÇÃO ENSARTE” 2008” é uma exposição que apresenta um conjunto relevante de obras de arte moderna e contemporânea pertencentes ao acervo da empresa ENSA – Seguros de Angola, S.A.
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
76 ARTE 82 FALANDO COM 86 POESIA 88 FORMAÇÃO 90 PRÓXIMO NÚMERO
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comunicados de imprensa
2008-04-15
2008-04-18
BANCO MILLENNIUM ORGANIZOU CONFERÊNCIA ‘NEGÓCIOS EM ANGOLA’
MILLENNIUM ANGOLA ATRIBUI BOLSAS DE ESTUDO À LIVEGA
No âmbito do 2.º aniversário do Banco, este evento abordará temas sobre o mercado angolano nomeadamente os de suporte ao negócio das importações / exportações. O programa prevê intervenções do Ministro do Comércio, da ANIP e exemplos práticos de duas empresas. O Banco continuará a alargar a sua rede comercial com a abertura de Balcões em Luanda e noutras Províncias do País.
Protocolo visa cooperar com famílias da Liga dos Veteranos de Guerra de Libertação. Bolsas permitirão prosseguimento dos estudos e são concedidas por períodos de um ano lectivo. Apoio destina-se à frequência do ensino superior, 2.º ciclo do ensino secundário, ensino médio técnico ou e de formação profissional.
O Banco Millennium Angola organiza hoje a Conferência “Negócios em Angola” a partir das 18h00, na sala Luanda do hotel Trópico, com o objectivo de abordar temas sobre o mercado angolano nomeadamente numa perspectiva de suporte ao negócio de importações/exportações, saber as experiências de quem investiu e conhecer os apoios existentes para quem tenciona investir em Angola. O evento teve a seguinte ordem de trabalhos: 18:00h - Recepção dos Convidados (Oferta do Guia de Negócios em Angola) 18:15h - Boas Vindas / Abertura Dr. Fernando Nogueira, Presidente do Banco Millennium Angola
O Banco Millennium Angola celebra hoje um protocolo com a Liga dos Veteranos de Guerra de Libertação de Angola (LIVEGA) para a atribuição de bolsas de estudo a jovens estudantes, filhos dos Veteranos de Guerra de Libertação de Angola. A assinatura do protocolo terá lugar na Rua Rainha Ginga, n.º 83 às 10h00 e formaliza uma relação de cooperação com a LIVEGA, representada pelo seu secretário-geral, Cristovão Quina, que possibilitará aos bolseiros prosseguirem a frequência dos seus estudos. As bolsas são concedidas por períodos de um ano lectivo e destinam-se à frequência do ensino superior, 2.º ciclo do ensino secundário, ensino médio técnico ou e de formação profissional em estabelecimentos de ensino localizados em território angolano.
18:20h - Negócios em Angola Eng.º Carlos Fernandes, Presidente da Agência Nacional do Investimento Privado 19:00h - Case-studies: Sr. António Soares, Cabire Dra. Ana Nunes, Monte Adriano 19:50h - Sessão de Perguntas e Respostas 20:00h - Encerramento da Conferência Dr. Joaquim Icuma Muafumba, Ministro do Comércio Esta Conferência enquadra-se no 2.º aniversário do Banco Millennium Angola que celebrámos também com a abertura do nosso décimo Balcão, localizado na rua principal da Samba. Está prevista a abertura de novos espaços em Luanda e noutras Províncias até final do ano. Actualmente, o Banco marca presença nas Províncias de Luanda, Benguela e Huambo.
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comunicados de imprensa
28.04.08
BANCO BIC AVANÇA EM PORTUGAL Fernando Teles e Luís Mira Amaral assumem liderança do novo Banco O Banco BIC Português vai iniciar actividade em Portugal no dia 8 de Maio, em Lisboa. Com capital social de 17,5 milhões de euros, este novo Banco vai concentrar a sua actividade em três grandes áreas de negócio: função de correspondente bancário de bancos angolanos designadamente do Banco BIC de Angola em Portugal para gestão de fluxos financeiros entre os dois países, banca de empresas e private banking assumindo o negócio de particulares, uma lógica de complemento ao de banca de empresas
çou uma quota de 14,5% e em crédito de uma quota de 14,4%. O rácio de solvabilidade regulamentar é de 12,4%
O aumento das relações económicas entre Portugal e Angola é um dos factores motivadores desta decisão, apoiando-se assim o sector empresarial português na sua estratégia de internacionalização para Angola bem como os investidores de Angola que já operam ou venham a querer operar em Portugal e na Europa.
O Banco BIC conta actualmente com 93 unidades comerciais em Angola compostas por 71 Agências, 9 Centros de Empresas, 1 gabinete de Private Banking e 12 Balcões Empresa, empregando cerca de 945 colaboradores.
Fernando Teles é o Presidente do Conselho de Administração Executivo do Banco BIC em Angola e Presidente do Conselho de Administração não executivo do Banco BIC Português. Luís Mira Amaral assume a função de CEO do Banco BIC Português. O Banco BIC Português é um banco de direito português criado de raiz, de capitais Angolanos e Portugueses, com a mesma estrutura accionista do Banco BIC de Angola. Em 2007, o resultado líquido do Banco BIC de Angola atingiu 80 milhões de dólares, valor que representa um crescimento de 146% face ao ano anterior. Os recursos de clientes cresceram 85%, tendo atingido os 2.114 milhões de dólares. O crédito concedido situou-se nos 1.373 milhões de dólares, registando um aumento de 115%. Os capitais próprios acompanharam o crescimento do Banco – cresceram 125%, situando-se nos 152,6 milhões de dólares. Nas quotas de mercado, relativas a Dezembro de 2007, ao nível do movimento cambial, o Banco BIC lidera em Angola com uma quota de 25,7%. Em recursos de clientes alcan-
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O Banco BIC iniciou actividade em Angola em Maio de 2005, como banco comercial e com uma estrutura accionista composta por vários investidores privados. Actualmente, a estrutura accionista do BIC é composta por investidores nacionais e estrangeiros.
O Banco BIC Português vai ser apresentado por Fernando Teles e Luís Mira Amaral, em Conferência de Imprensa, no próximo dia 8 de Maio, às 10 horas, na sede do banco, na Rua Mouzinho da Silveira, nº 11, em Lisboa.
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Conferência de imprensa: Apresentação do Banco BIC Português Fernando Teles e Luís Mira Amaral 8 de Maio - 10 horas Rua Mouzinho da Silveira, nº 11, em Lisboa
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
comunicado de imprensa
29.04.08
BANCO BIC CONSOLIDA PRESENÇA EM ANGOLA Em 2008 vai inaugurar 45 novas agências “O ano de 2007 foi positivo para toda a banca angolana. Houve maior aproximação aos clientes e um forte aumento do crédito concedido à economia. Para 2008, as perspectivas continuam positivas nomeadamente na captação de poupanças e na canalização para o investimento”, afirma Fernando Teles, Presidente do Conselho de Administração do Banco BIC em Angola e Presidente do Conselho de Administração do Banco BIC Português. A expansão em Angola continua a ser uma prioridade estratégica do Banco BIC. Em 2008, o Banco BIC vai inaugurar 45 novas Agências em Angola, 19 fora de Luanda. A aposta mantém-se na rede de particulares através da massificação do acesso aos meios electrónicos de pagamento e na promoção do acesso ao crédito e no reforço da atenção ao sector empresarial.
“A banca é dos sectores mais modernos de Angola, com uma oferta básica de produtos e serviços muito semelhante à existente na Europa. Vamos continuar a apostar na inovação e modernização:
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os exemplos de Internet, sms banking e adesão á rede VISA são prova disso. Queremos contribuir para o melhor funcionamento da banca em Angola e, consequentemente, criar postos de trabalho tão necessários num país que acaba de sair de uma guerra civil. O nosso projecto abrange todo o Pais não se limitando apenas a Luanda e ás principais capitais de província, o plano de crescimento da rede para este ano é mais uma vez prova disso”, refere Fernando Teles. Em 2005, o primeiro ano de actividade do BIC, os resultados líquidos ascenderam a 5,14 milhões de dólares e, em 2006 o lucro líquido foi 32,58 milhões de dólares, valor que representa um crescimento de 533%. Já em 2007, o resultado líquido atingiu 80 milhões de dólares, com um crescimento de 146%, face ao ano anterior. Actualmente, o Banco BIC conta com 93 unidades comerciais em Angola compostas por 71 Agências, 9 Centros de Empresas, 1 gabinete de Private Banking e 12 Balcões Empresa, empregando cerca de 945 colaboradores.
Conferência de Imprensa: Apresentação do Banco BIC Portugal Fernando Teles e Luís Mira Amaral 8 de Março - 10 horas Rua Mouzinho da Silveira, nº 11, em Lisboa
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
recortes de imprensa
EUA: OBESIDADE, TABACO E HIPERTENSÃO AUMENTAM DISPARIDADES NA ESPERANÇA DE VIDA Aumentou em seis anos para as mulheres e mais de sete para os homens, durante o período entre 1959 e 2001. Mas as disparidades também aumentaram, pois houve uma diminuição da esperança de vida de mulheres que vivem em zonas pobres e rurais, fenómeno largamente relacionado com doenças originadas por tabaco, obesidade e hipertensão. Estas são as principais conclusões de um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard e da Universidade de Washington. O trabalho começou a ser feito ainda na década de 80 e foram analisados dados de mais de dois mil condados. Concluiu-se que em cerca de mil desses condados, a maioria pobres e rurais, houve uma regressão da esperança de vida, essencialmente das mulheres. “A maioria desses condados situa-se no Sul profundo, ao longo do rio Mississippi e na Appalachia [zonas abrangidas pela cordilheira dos Apalaches], estendendo-se à área meridional do Midwest e ao Texas”, escreveu a equipa de investigadores, revelando que os condados mais afectados também sofrem outros problemas sociais, como mais insucesso escolar. Enquanto no total dos EUA a esperança de vida tem aumentado devido à regressão das mortes causadas pelos problemas cardíacos e os acidentes vasculares cerebrais, nestas áreas tem-se registado um fenómeno contrário: no caso das mulheres, o aumento da mortalidade deve-se “primeiramente a doenças crónicas relacionadas com o tabaco, excesso de peso e obesidade, e hipertensão”, enquanto nos homens, cuja perda não foi tão acentuada, há uma maior diversidade de causas, como a sida e os homicídios. “Há agora provas de que a saúde de parte importante da população dos EUA tem vindo a piorar nas últimas duas décadas”, afirmou, em comunicado, Majid Ezzati, professor associado de saúde internacional da Harvard School of Public Health e co-autor do estudo: “Registar, em 20 anos, um declínio em uma de cada cinco mulheres norte-americanas é algo sem precedentes. Estamos a deixar para trás uma parte cada vez maior da população.” Afirmações completadas por outro dos autores do estudo, Christopher Murray, director do Instituto de Saúde Métrica e Avaliação da Universidade de Washington: “Declínio da esperança de vida é algo que tradicionalmente tem sido considerado um sinal de que os sistemas sociais e de saúde estão a falhar, como aconteceu em partes de África e na Europa de Leste. O facto de isto estar a acontecer a um número alargado de norte-americanos deve ser um sinal de que o sistema de saúde dos EUA necessita de uma reavaliação séria.” As conclusões do estudo revelam inúmeras excepções aos dados revelados no ano passado pelos CDC (Centros para Controlo e Prevenção de Doenças), segundo os quais a esperança de vida dos norte-americanos subiu de 69,6 anos em 1955 para 75,8 em 1995 e 78 em 2005, e que as mulheres vivem mais que os homens, o mesmo acontecendo às pessoas de raça branca em comparação com os afro-americanos. De acordo com os investigadores, apesar de muitos dos condados terem uma quantidade significativa de população negra, os brancos que vivem nessas áreas pobres também estão bastante pior que os brancos de regiões mais ricas.
PETROLÍFERAS PREOCUPAM-SE COM MELHORIA DOS SEUS SISTEMAS DE SEGURANÇA As empresas do sector petrolífero têm se preocupado cada vez mais com a melhoria dos seus sistemas de segurança, condição essencial para a garantia da estabilidade das empresas e dos seus activos, considerou hoje (24/04/08), em Luanda, Fernando Roberto, um dos administradores da Sonangol (Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola). Falando no acto de abertura do seminário sobre segurança no sector petrolífero em Angola, no Centro de Convenções de Talatona, Fernando Roberto frisou que investir na segurança é um imperativo, cujo objectivo é reduzir os riscos e os custos com o seguro. Segundo a análise do responsável da Sonangol, quanto mais se investir na segurança operacional das empresas menor serão os riscos de acidente, maior serão os níveis de confiança e os resultados das organizações. Fernando Roberto considera ainda que os temas em discussão, no seminário, por especialistas angolanos e estrangeiros apresentam também uma visão sobre a gestão de segurança empresarial praticada em outros países. Durante dois dias, quinta e sextafeira, técnicos do sector petrolífero vão analisar temas como “Risco operacional no sector petrolífero”, “Globalização e estrutura de segurança”, “Relações custo-benefício ”, “Integração de sistemas de segurança”, e “Estratégia sobre segurança no sector petrolífero”. Fonte: AngolaPress
Autores: Majid Ezzati1, Ari B. Friedman, Sandeep C. Kulkarni, Christopher J. L. Murray
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
recortes de imprensa
CRISE FINANCEIRA OBRIGA FMI A BAIXAR PREVISÃO DO CRESCIMENTO MUNDIAL PARA 3,7 POR CENTO O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa a sua previsão para o crescimento da economia mundial para 3,7 por cento, menos quatro décimas do que os anteriores 4,1 por cento anunciados em Janeiro, justificada pela instabilidade dos mercados financeiros, avança hoje a versão alemã do “Financial Times”. Entre Janeiro e Abril, o fundo afirma que a situação dos mercados financeiros se deteriorou consideravelmente e que a crise do crédito hipotecário de alto risco (“subprime”) nos EUA, que se iniciou no Verão passado, continua a fazer vítimas entre bancos, seguradoras e outras instituições financeiras. A nova previsão deverá ser revelada pelo fundo entre 12 e 13 deste mês, adianta ainda o jornal. O novo número do FMI pode estar associado, igualmente, à revisão do crescimento da economia da Alemanha, que deverá crescer apenas 1,2 por cento, contra os anteriores 1,5 por cento, e à baixa acentuada para os EUA, que apenas poderá crescer meio por cento, face ao antecedente 1,5 por cento.
PREJUÍZOS COM O “SUBPRIME” DEVEM CHEGAR AOS 600 MIL MILHÕES DE DÓLARES A crise financeira internacional provocada pelo colapso do crédito hipotecário de alto risco (“subprime”) nos EUA poderá gerar prejuízos totais de 600 mil milhões de dólares (394 mil milhões de euros) na economia mundial, estimou hoje o banco suíço UBS. Desse montante total, o UBS prevê que 350 mil milhões de dólares (230 mil milhões de euros) sejam suportados pela banca e pelas seguradoras. Até agora, o sector financeiro anunciou perdas de 160 mil milhões de dólares (105,4 mil milhões de euros), um pouco menos de metade das estimativas hoje avanças para o sector pelo UBS. Decorre deste cálculo, que as más notícias ainda não acabaram para o lado dos bancos e das seguradoras em todo o mundo. “A situação continuou a degradar-se neste último mês, e os dados provenientes dos EUA e da Europa são inquietantes”, avaliam os analistas. Fonte: Publico
IRÃO INTERESSADO EM EXPLORAR PETRÓLEO EM ANGOLA
Fonte: versão alemã do Financial Times
GOVERNO TEM PROGRAMA CAPAZ DE CONTER CRISE DE CEREAIS O Governo angolano tem um programa agro-pecuário que visa produzir bens alimentares em quantidade suficiente, capaz de fazer face a uma eventual crise de cereais a nível mundial. O programa consubstancia-se em investimentos na reabilitação de infra-estruturas, formação de quadros e de empresários do sector agrário, assim como na concessão de créditos às áreas produtivas, principalmente das cadeias do milho e do feijão, através do financiamento do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA). Em recentes declarações à imprensa, em Luanda, aquando da assinatura de um acordo geral de cooperação entre Angola e Cabo Verde, o ministro angolano da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Afonso Pedro Canga, disse que o programa não foi criado por causa da crise mundial de cereais, mas para resolver o problema da carência de alimentos que o país vive. “Estamos a fazer grandes investimentos na agricultura para aumentarmos a produção alimentar, diversificá-la e acabar com a dependência externa, no que concerne a importação de bens alimentícios”, esclareceu. As Nações Unidas promovem, hoje (segunda-feira), uma reunião em Berna (Suíça) para discutir a crise alimentar mundial.
A companhia nacional de petróleos e gás do Irão -Petropars- está interessada em participar na exploração de petróleo em Angola, segundo refere o portal do Ministério do Petróleo do Irão. O Director-Geral da Petropars, GholamReza Manouchehri disse que a companhia nacional de petróleos tem vindo a avaliar várias oportunidades de investimento em África, e Angola é uma das prioridades. “Para a semana vamos estudar em pormenor o modo como poderemos participar no desenvolvimento de um poço de petróleo em Angola”, disse. O Irão é o quarto maior exportador de petróleo do mundo e possui as segundas maiores reservas de gás do mundo, logo a seguir à Rússia. Fonte: Angola Digital
Fonte: AngolaPress
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
opinião dos leitores
Prezado Director Sou leitor assíduo da revista Valor Acrescentado. Tenho aprendido muito. O trabalho de Kwanza-Sul, para além de um grafismo que não há em Angola, em especial a capa da última revista, mostra uma forte sensibilidade e saber para tratar os aspectos socioeconómicos das províncias como já aconteceu com o trabalho sobre a província de Malanje. Valor Acrescentado é a única revista angolana que aborda com profundidade as províncias de Angola. Gosto muito do vosso trabalho. Carlos Figueiredo
Dr José Luís Magro O município de Porto Amboim é dos mais ricos em pesca como vocês disseram. Mas é necessário criar as infra-estruturas mínimas como também referem. A Peskwanza não reúne essas condições mínimas? Máximo Ambrósio
Valor Acrescentado Sou do Sumbe e fiquei muito contente com o vosso trabalho. Parabéns. Malaquias José
Director A revista Valor Acrescentado marca a diferença. Investiga pelo que os assuntos têm qualidade em qualquer parte do Mundo. Carla Nbongo
Doutor Luís Magro Li com atenção o trabalho que fez sobre a província do Kwanza-Sul. O trabalho mostrou independência não dando relevo a figuras públicas antes enquadrando-as no cômputo geral do trabalho. A classificação do trabalho Educação, Saúde, Agricultura, Pescas… mostra a preocupação que a sua revista teve com o aspecto socioeconómico. Mostrou que ainda há muito que fazer nesta província como na maioria das províncias de Angola. Mostrou que as assimetrias entre o litoral e o interior estão bem vincadas no Kwanza-Sul. Mas, infelizmente o nosso interior padece desse mal. A Gabela está perdida, no meio do interior. Quando terá o desenvolvimento e a importância que já teve? A CADA, já foi a principal companhia agrícola de Angola, uma mini cidade, hoje, pelo que li só lhe resta o hospital. Vamos ter esperança que a médio prazo vamos ter nestes meios a qualidade de vida e meios que outrora tiveram. Bem-haja Luís Pedrosa
VALOR ACRESCENTADO ERROU Valor Acrescentado pede desculpa ao Governador da província do Kwanza-Sul, por no Especial da edição nº. 9 ter colocado erradamente o nome de “Gaspar Neto” na legenda da fotografia do Governador, quando deveria ter sido “Serafim do Prado”, que é o nome do referido Governador. Pelo facto, pedimos as nossas sinceras desculpas.
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Escreva-nos a dizer o que pensa dos últimos artigos da VALOR ACRESCENTADO.
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
posite
opinião dos leitores
José Luís Magro Fui espreitar o Valor Acrescentado e tudo o que diga respeito a nossa terra eu tento ver, ainda quando mais se trata da zona em que cresci, Kuanza Sul, andando eu na “cuskice” vi uma foto que me surpreendeu e me arrepiou, uma moça de nome Rosalina e a notícia é sobre 2 gemeos que tem, quase ía jurar que é a “minha Rosalina” uma menina que cresceu comigo, e que nos perdemos pelas circunstancias da guerra. Preciso saber se é mesmo ela, pelo que peço ajuda ao Valor Acrescentado. Milai Valada Nota: Valor Acrescentado vai contactar o Hospital Central da Boa Entrada, no sentido de saber a morada da Rosalina. Se conseguir e se for vontade da Rosalina, damos o contacto.
Prezado Director
Professor Luís Magro
Zé Magro
Conheci a Valor Acrescentado através da LAC, onde tem participado com regularidade no programa Vector, o melhor que Luanda tem sobre Economia. As suas participações na LAC, mostram a sua versatilidade e o grande conhecimento sobre Contabilidade e Gestão o que é transportado para a revista Valor Acrescentado. O professor e a Valor Acrescentado são verdadeiras mais-valias para a recuperação de Angola.
Não conhecia a revista e conforme já tive a oportunidade de publicar, no sítio habitual, gostei da revista, da sua organização da oportunidade e sobretudo, do valor pedagógico da mesma. Mais valem títulos como este do que uma dezena de manuais com textos estereotipados, uns infantis em demasia outros demasiado densos, para os alunos angolanos e não só. Vale a pena fazer o que tu fazes! Continua e espero que os nossos patrícios reconheçam na revista e no seu director, a valia em apoiá-lo.
Celina Ferreira
Tem razão quando disse que” a redução da pobreza passa por uma forte acção de sensibilização e educação da população nomeadamente rural”. Para se conseguir a tal redução implica a aposta forte na educação de qualidade. Não vai ser fácil tirar os meninos do litoral e colocá-los no interior, porque têm de lhes dar muitas condições que não existem no momento. João Evangelista
Jorge Sá Pinto
Escreva-nos a dizer o que pensa dos últimos artigos da VALOR ACRESCENTADO.
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
contabilidade ROGÉRIO FERNANDES FERREIRA Economista e Advogado Professor Catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa
CAMINHOS DAS NIC A IMPARIDADE
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A
s NIC (Normas Internacionais de Contabilidade) e o que delas está decorrendo leva-nos a admitir que não se estarão a seguir só caminhos apropriados.
São numerosas as imprecisões de terminologia e as faltas de rigor das conceituações e definições. Muitos pontos carecem de esclarecimentos ou merecem debates, ponderando inconvenientes e eventuais conveniências. Abordando o tema da imparidade, matéria de que se ocupa a NIC (ou IAS International Accounting Standard) Nº 36 – Imparidade de Activos, observam-se alguns aspectos que se reputam de interesse.
São numerosas as imprecisões de terminologia e as faltas de rigor das conceituações e definições. Muitos pontos carecem de esclarecimentos ou merecem debates, ponderando inconvenientes e eventuais conveniências.
Um primeiro relaciona-se com a circunstância de no nosso País (e em muitos outros) se falar em par, acima do par, abaixo do par. Na norma sob exame, em vez destas tradicionais formas de expressão, prefere-se falar de imparidade e num sentido restrito, o da baixa de valor. Busca-se assim averiguar se há imparidades em Activos, ou seja, se os activos existentes a valores de data anterior estão em perda em relação a data posterior de nova referência. Um ponto que se reputa conveniente assinalar relaciona-se com o estabelecido na IAS nº 36 (ou NCRF nº 12) acerca de testes sistemáticos de verificação da existência de imparidades em activos. Desde logo se observa que o custo de aquisição seria, porventura, a melhor referência. Importa também assinalar que não seria de considerar em imparidade activos adquiridos por preços acima dos normais caso esses preços resultem de a qualidade dos bens ser superior. Muitos bens à venda no mercado são de marca pelo que se manifestará menos fácil cotejar preços de mercado e de custo desses bens com os das outras marcas. E as actuais formas de vender com bónus diversos, descontos especiais, brindes, etc., também desfavorecem cotejos. Ocorre-nos também assinalar que os exames de imparidade, deveriam ser particularmente para casos de relevância e não para a generalidade dos activos. Seriam exames de situações em que ocorressem significativas quebras nos preços dos activos adquiridos ou de bens em obsolescência ou perda de utilidade ou préstimo. Então é que seria de examinar o valor
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contabilidade
Busca-se assim averiguar se há imparidades em Activos, ou seja, se os activos existentes a valores de data anterior estão em perda em relação a data posterior de nova referência.
líquido objecto de recuperação, contabilizando tal perda de imparidade no ano da ocorrência em foco. Aliás, já assim se procedia em Portugal, dentro da ortodoxia contabilística tradicional, ponderando, para efeitos fiscais, o que se aponta no Dec. Regulamentar 2/90, de 12 de Janeiro, art. 10º, sobre amortizações designadas de extraordinárias. No tocante a perdas de imparidade a apurar por recurso a futuras “unidades geradoras de caixa” estimadas a que alude a IAS em referência, a nossa opinião é que o adequado seria proceder apenas a esses exames de imparidade para activos dotados de autonomia, isto é, separados, nos fins gestivos, de demais activos da empresa. É que só em tais casos se podem formular os correspondentes ou específicos cômputos de benefícios económicos futuros, actualizando os fluxos desses benefícios, prevendo para o efeito os anos da previsível obtenção dos rendimentos futuros, a fixação da taxa ou taxas de rendibilidade, taxas de risco, etc. De contrário, ou seja, seguindo entendimentos literais ou demasiado abstractos sobre o conteúdo das NIC, acaba por chegar-se a soluções inseguras e, a nosso ver, menos apropriadas. Mais: as matérias descritas deveriam ser elaboradas por equipas de peritos responsáveis, conhecedores dos variados aspectos destas questões. E seria de considerá-las nos Relatórios de Gestão, com apreciações relativas quer à utilização futura dos bens quer também acerca da marcha da empresa. Os trabalhos do quotidiano actual dos técnicos oficiais de
22 .
contas não devem basear-se em opções inseguras ou incontroversas. Admite-se que, no futuro, se acabará por encontrar soluções suficientemente pragmáticas sobre as variadas matérias que nas NIC aparecem já estabelecidas. Designadamente, insiste-se que por uma dada NIC estabelecer caminhos para apreciar a imparidade, não haverá que fazer “testes de imparidade” para todos os elementos patrimoniais susceptíveis de variações. Atente-se, por exemplo, que se dada empresa adquire uma viatura ligeira para seu serviço, após a compra desse bem ocorre de imediato perda de valor resultante de o bem passar desde logo a qualificar-se como “bem em 2ª mão”. Perdas de valor da natureza apontada não se devem contabilizar (entram em contradição com o princípio contabilístico da continuidade).
Insiste-se que por uma dada NIC estabelecer caminhos para apreciar a imparidade, não haverá que fazer “testes de imparidade” para todos os elementos patrimoniais susceptíveis de variações.
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gestão JOSÉ LUÍS MAGRO Licenciado em Contabilidade Pós-Graduado em Finanças Empresariais Auditor e Consultor de Empresas
IDEIAS E TÉCNICAS DE GESTÃO
L
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
LEAN PRODUTION (PRODUÇÃO MAGRA) Um termo que está relacionado com o conjunto de técnicas desenvolvidas nos anos 70 por fabricantes japoneses como a Toyota e a Matsuhita para reduzir os custos de produção e aumentar a competitividade da indústria. Foi popularizado através do estudo sobre a indústria automóvel do MIT, designado “The Machine that Change the World”, que investigou as causas associadas à superioridade dos nipónicos nos domínios da produtividade, flexibilidade, rapidez e qualidade. O conceito de Lean Prodution é baseado em quatro princípios: trabalho de equipa; comunicação; uso eficiente de recursos e eliminação de desperdícios; e melhoria contínua (a que os japoneses chamam kaisen). Pode ser resumida em três passos: •
Redesenho dos processos de modo que cada etapa do ciclo de produção consiga manter um fluxo contínuo;
•
Criação e desenvolvimento de equipas plurifuncionais;
•
Procura contínua de melhoramentos quer ao nível dos custos, quer da qualidade.
A Lean Prodution (Produção Magra) opõe-se à Mass Prodution (Produção de Massa), porque exige metade dos recursos humanos, do espaço industrial, do investimento em maquinaria e do tempo de concepção e desenvolvimento de um produto. O objectivo final é a criação de uma Lean Enterprise (empresa magra e em boa forma), na qual todas as actividades que não oferecem valor acrescentado são eliminadas, através de um processo participativo que inclui a auscultação dos clientes e dos fornecedores. Para o efectuar, são aplicados métodos ligados à engenharia industrial como o fluxo prolongado e sincronizado da produção, o fabrico e o aprovisionamento just-in-time e a gestão de qualidade total. As empresas que dominam o Lean Prodution, apresentam vantagens competitivas pois podem ampliar sua variedade
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
de produtos, atingindo melhor, os diferentes segmentos do mercado. Outra possibilidade, é uma maior taxa de renovação de produtos, mantendo-os mais actualizados do que a concorrência. Essas duas tendências, que vêm sendo utilizadas pelas empresas que aplicam o Lean Prodution, afectam significativamente os volumes de produção, conciliando até certo ponto, a grande variedade de produtos à venda no sistema de produção artesanal, com um volume elevado de produção, e consequentemente baixos preços e acesso ao mercado de massas, do sistema de produção em massa clássico. Além de maior variedade de produtos ou menores ciclos de renovação, pode-se utilizar este conjunto de vantagens na implementação de um eficiente processo de desenvolvimento de inovações tecnológicas no produto. O projecto Lean Prodution, permite uma aproximação maior entre o sector de pesquisa e desenvolvimento e a engenharia do produto significando uma rápida introdução de inovações tecnológicas nos novos modelos. Hoje, nos países mais industrializados, são ministrados cursos de Lean Prodution, em que as são ensinadas as principais ferramentas de análise de sistemas produtivos. Bibliografia: “The Machine That Change the World” de Janes Womack, Daniel Jones e Daniel Ross (Harper Collins, 1990) e “Kanban Just-in-Time at Toyota” de Japan Management Association (Productivity Press, 1989). http://paginas.terra.com.br/negocios/processos2002/lean_production.htm http://www.numa.org.br/gmo/itens/cursolean.htm
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gestão
LEARNING ORGANIZATION (ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM) Criado por Chris Argyris, considerado o maior especialista mundial em comportamento organizacional. Ele, aplicou às empresas, no sentido dos seus trabalhadores adquirem novos conhecimentos. Na Learning Organization (uma organização em constante aprendizagem) os sistemas de gestão são alterados em função do nível de aprendizagem individual e colectiva. Ou seja, são organizações que tem capacidade de aprender, renovar e inovar continuamente. O conceito de Learning Organization, viria a ser popularizado em 1990, por Peter Senge, autor do best-seller “The Fifht Discipline”.De acordo com este autor a proposta de Learning Organization, é o resultado da convergência de cinco disciplinas: 1.
2.
3.
4.
5.
1.
Eu sou o meu cargo: limitação da função e falta de objectivos;
2.
O inimigo estar lá fora: a culpa e sempre dos outros;
Domínio pessoal: objectivos, energia e paciência, ou seja, prende-se com modelos mentais, em que se recomenda a construção de vários cenários, relativos à evolução futura do negócio;
3.
A fixação em eventos: ênfase no curto prazo;
4.
A não consciencialização das mudanças: falta de atenção às utilizadas e aos indicadores de longo prazo;
Conscientização dos modelos mentais enraizados: examiná-los de forma meticulosa, ou seja, implica empenhamento em vez de mera obediência, porque o compromisso dos trabalhadores gera energia, paixão e motivação.
5.
O mito da equipe administrativa: vai bem nas rotinas mas não nas situações difíceis.
Raciocínio sistémico: integração dinâmica entre o todo e as suas partes, ou seja, formação e desenvolvimento individual, em que o exemplo deve vir da gestão de topo;
Definição de um objectivo comum: um sentido de missão, ou seja, um trabalho em equipa, com exemplo, o desporto e as grandes realizações colectivas nas artes e nas ciências são as duas grandes referências. Disciplina do aprendizado em grupo: a unidade fundamental é o grupo e não o indivíduo, ou seja, é relativa aos sistemas de pensamento.
Para que as organizações sejam capazes de assimilar as cinco disciplinas, têm de funcionar em conjunto, sendo o raciocínio sistémico responsável para integração das restantes disciplinas. O objectivo é eliminar as deficiências de aprendizagem, começando pela sua identificação e posteriormente a aplicação de algumas técnicas que exercitem um raciocínio sistémico, o qual permitirá o desenvolvimento das outras disciplinas.
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De acordo com Peter Senge, são cinco as principais deficiências do processo de aprendizagem nas organizações:
O Learning Organization, tem como premissa, o aprendizado pela experiência e depende muito da cultura organizacional do estilo de liderança e da Administração Participativa. A busca da aprendizagem contínua, segundo a proposta de Senge, que coloca o enfoque sistémico como sua base, fica vazia de significado caso a estrutura da empresa não reflicta também uma visão sistémica do negócio. Após o sucesso do livro, Senge criou um centro de aprendizagem patrocinado pelas maiores empresas norte-americanas. A recolha das metodologias, exercícios e testes ensinados nas suas acções de formação justificaram a publicação de um novo livro intitulado “The Fifht Discipline Fielbook”. .
Bibliografia: Organizational Learning II, de Crys Argyris e Donald Schon (Addison-Wesley, 1996); Learning into the Future, de George Binney e Collin Williams (Nichokas Brealey, 1995); The Fith Discipline Fildbook, de Peter Serge, Art Kleiner, Charlotte Roberts, Richard Ross e Bryan Smith (NicholasBrealey,1994).
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INOVAÇÃO
COMPETITIVIDADE
Largo 4 de Fevereiro Caixa Postal 1229 Tel/Fax: 222 311 178/87 Luanda-Angola e-mail: geral@portoluanda.co.ao www.portoluanda.co.ao
SATISFAÇÃO
PORTO DE LUANDA
gestão
Filipa Couto Licenciada em Gestão de Empresas Pós-Graduada em Gestão de Centros Urbanos
GLOSSÁRIO BOLSA DE VALORES
i
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
Indexante
São taxas ou índices usados como referência para o cálculo de rendibilidade de outras aplicações financeiras. Exemplos, são a LIBOR e a Prime Rate, que reflectem a evolução das taxas de juro do mercado para determinado prazo.
Indicadores económicos
Estatísticas chave que mostram a direcção e tendência de uma determinada economia. Entre estes encontram-se a taxa de juro de referência dos bancos centrais, a taxa de desemprego, a taxa de inflação, a capacidade produtiva e a balança comercial.
Índices
É uma variável utilizada para medir indirectamente um agregado de difícil quantificação. Tem uma aplicação especial a agregados de carácter económico tais como: evolução dos preços de alguns bens (Índice de Preços no Consumidor), cotações das acções (Índice PSI-20, IBEX35), evolução do custo de vida (Índice de Poder de Compra), evolução da indústria (Índice de Produção Industrial) entre outros indicadores estatísticos. Os índices bolsistas traduzem a evolução do preço dos títulos transaccionados diariamente nas Bolsas de Valores, dando um maior peso aos das empresas mais importantes, ou seja com maior volume transaccionado, de modo a proporcionar aos investidores informação para um melhor acompanhamento da evolução das suas acções. Note-se que estes índices são indicadores médios, ou seja indicam tendências, uma vez que não traduzem a (des) valorização exacta das acções.
Índice de Frequência (IF)
Reflecte a percentagem de sessões de bolsa em que um valor mobiliário teve cotação oficial.
Índice de Negócios (IN)
Traduz a parcela do número de negócios realizados sobre um valor mobiliário no número total de negócios efectuados no mesmo período sobre a totalidade de valores mobiliários da mesma categoria negociados em idêntica tipologia de negociação, ajustando para o efeito, o diferente número de sessões em que estiveram admitidas.
Índice de Quantidade (IQ)
Traduz a proporção da quantidade transaccionada de um valor mobiliário na quantidade total de valores mobiliários da mesma categoria transaccionada no mesmo período.
Índice de sharpe
Índice utilizado pelos profissionais do mercado financeiro, que relaciona o retorno e o risco envolvido em determinado investimento. Quanto maior for o retorno e menor for o risco, melhor será o índice de Sharpe. Quando comparamos os índices Sharpe de diversos fundos, o maior será o melhor.
Índice de Transacção (IT)
Índice utilizado pelos profissionais do mercado financeiro, que relaciona o retorno e o risco envolvido em determinado investimento. Quanto maior for o retorno e menor for o risco, melhor será o índice de Sharpe. Quando comparamos os índices Sharpe de diversos fundos, o maior será o melhor.
Índice de Valor (IV)
Reflecte a proporção do valor das transacções realizadas sobre um valor mobiliário no valor total negociado sobre valores mobiliários da mesma categoria no mesmo período em idêntica tipologia de negociação, ajustando para o efeito, o diferente número de sessões em que estiveram admitidas.
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gestão
O PSI-20 compila os 20 valores principais, em termos de capitalização ( preço da acção x número de acções cotadas), no caso concreto na Bolsa de Valores em Portugal, independentemente do sector a que pertençam. São as acções mais líquidas e representativas, negociadas no Mercado de Cotações Oficiais. Índice PSI 20
É actualizado ao longo da sessão de bolsa sempre que ocorra uma nova cotação nalguma das acções que compõe a carteira. É revisto semestralmente de acordo com certos critérios de pré-selecção: o título tem que estar cotado há mais de 2 meses no Mercado de Cotações Oficiais, tem que ter sede social no território nacional, uma correlação elevada com o mercado e adequada dispersão e capitalização bolsista. Em 31/12/1992, foi calculado com base 3000.
Inflação
Subida generalizada do índice dos preços em determinado espaço económico (geralmente um país) e num período de tempo.
Imposto
Prestação obrigatória em dinheiro, sem contrapartida imediata, sobre o rendimento das pessoas singulares e que é exigida pelo Estado, visando a cobertura de um conjunto de despesas de interesse nacional.
Inside Information
Informação relativa a uma empresa que não é do domínio público.
Insider
Pessoa que tem acesso a informação privilegiada.
Insider Trading
Prática ilegal, que consiste na utilização de informação privilegiada (que não é do domínio público) com vista a obter mais-valias nas transacções.
Instituições Financeiras
Podem ser agrupadas em instituições financeiras monetárias (bancos, caixas económicas e caixas de crédito agrícola mútuo) e instituições financeiras não monetárias (intermediários financeiros, auxiliares financeiros, companhias de seguros e fundos de pensões).
Intermediação
Realização de operações financeiras através de uma instituição intermediária (intermediário financeiro).
In-the-money
Situação em que o preço de exercício de uma opção ou warrant se situa abaixo (call) ou acima (put) do preço corrente do activo subjacente.
Investir
No sentido financeiro é fazer uma aplicação de capital com o objectivo de obter um retorno.
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gestão
JOSÉ LUÍS MAGRO
PEQUENOS NADAS DOS SERVIÇOS BANCÁRIOS
GOODWILL Há bem pouco tempo nos manuais de Economia o conceito de empresa era “uma organização que tinha como objectivo a maximização do lucro”. Os bancos são empresas. Hoje, nos manuais de Gestão, o conceito de empresa passou a ser diferente, ou seja, maximizar o EVA (Economic Va lue Added) que também é conhecido por Resultado Supranormal ou Resultado Residual. O que é o EVA? É a diferença entre os resultados operacionais, deduzidos dos impostos previstos e do montante de Já referido na edição nº 4 da VALOR ACRESCENTADO
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resultados exigidos pelos accionistas e pelos credores. Sendo assim, deve corresponder ao excedente de resultados operacionais relativamente ao resultado exigido pelos accionistas e pelos credores. O valor actualizado desse excedente, é conhecido como Market Value Added, que corresponde ao goodwill. Numa perspectiva económica considerada tradicional, o valor de empresa depende do seu potencial de gerar rendimentos, ou seja, da sua capacidade de gerar lucros. Para além do seu valor patrimonial, é importante considerar o valor associado aos activos intangíveis que se traduzem no aumento da capacidade de rendimento da empresa, ligados a marcas, situação geográfica (localização dos estabelecimentos), fide-
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
lidade da clientela, qualidade dos serviços... Todos estes aspectos intangíveis são fontes potenciais de criação de valor e desenvolvem capacidades especiais de criação de riqueza. Este intangível designa-se por goodwill.
POPULAÇÃO BANCARIZADA
Numa perspectiva económica considerada tradicional, o valor de empresa depende do seu potencial de gerar rendimentos, ou seja, da sua capacidade de gerar lucros. Para além do seu valor patrimonial, é importante considerar o valor associado aos activos intangíveis que se traduzem no aumento da capacidade de rendimento da empresa, ligados a marcas, situação geográfica (localização dos estabelecimentos), fidelidade da clientela, qualidade dos serviços… Todos estes aspectos intangíveis são fontes potenciais de criação de valor e desenvolvem capacidades especiais de criação de riqueza. Este intangível designa-se por goodwill.
Julgo que não há dados estatísticos que refiram com algum rigor o valor percentual da população bancarizada em Angola. Há um valor consensual de 4% e tudo indica que em 2010, se possa atingir os 10%, fruto da bancarização do processo da Função Pública, mais concretamente o pagamento dos salários via Banca.
serve para fazer pagamentos de serviços (todos os serviços públicos deveriam ter nas facturas ou documentos equivalentes uma identificação bancária com o respectivo número de conta). Por outro lado, é possível fazer transferências de conta a conta.
Pelo exposto, há um conjunto de funcionalidades que podem descongestionar o fluxo de clientes nos balcões. É importante formar os utentes, colocando inclusive prospectos nos balcões mostrando as potencialidades do Multicaixa e a consequente vantagem de não ter de esperar muito tempo para ser atendido. Para o efeito, implica que as caixas multibanco sejam carregadas com maior frequência.
Mas, dentro dos 4% da população bancarizada qual a percentagem que sabe utilizar 50% dos serviços bancários oferecidos? Entretanto, não de uma forma especulativa, julgo ser um número reduzido. Esse estudo, deve ser também estendido ao segmento de empresas..
O Multicaixa existe para servir os utentes. O servir inclui também os feriados, sábados e domingos. É frequente, em cidades como Luanda e Benguela, nesses dias, não existir dinheiro em muitos postos. Infelizmente é frequente. Como sugestão, porque não fazer carregamentos aos sábados?
QUALIDADE DE SERVIÇOS
Estamos no inicio do século XXI, em que o avanço tecnológico nomeadamente no sector bancário, já permite a utilização cada vez mais do dinheiro electrónico, pelo que temos de apostar forte nesta realidade, que já é presente.
MULTICAIXA Há ainda utentes, para quem o multicaixa só serve para levantar dinheiro e mesmo assim muitos não sabem levantar dinheiro abaixo dos valores que aparecem no mostrador. Eu próprio, por mais que uma vez, ensinei como se levanta valores inferiores. Mas, o Multicaixa não deve servir só para levantar dinheiro. Serve para fazer recargas telefónicas: Unitel e Movicel, Neves, João Carvalho, in “Avaliação de Empresas e Negócios”, Mcgrawhill, pg 199.
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
TRANSFERÊNCIAS 1.
Transferência para uma conta do mesmo banco (primeira espera aceitável). O balconista confere os dados da transferência nomeadamente as contas do ordenador (e assinatura) e do beneficiário e, por último, coloca um “ok” em sinal de conformidade em como havia fundos na conta do ordenador. Posteriormente, o utente segue para o caixa para fazer a respectiva transferência.
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gestão
Muitos não sabem levantar dinheiro abaixo dos valores que aparecem no mostrador.
2.
Julgo que nesta operação há uma intervenção a mais, porque:
DEPÓSITOS DE VALORES DE CLIENTES DO MESMO BANCO
•
Não houve intervenção directa com dinheiro, pelo que não se justifica a ida ao caixa. O movimento contabilístico desta operação teve única, e, exclusivamente, a ver com diminuição de recursos do ordenador e aumento de recursos do beneficiário; ou,
•
Se é por uma questão de funcionalidade ou organização, o utente iria directamente ao caixa que julgo ter os mesmos meios (conferência dos dados da transferência) que tem o balconista.
É normal fazer-se depósitos de valores de clientes do mesmo banco. Porém cheques de grande montante, os balcões onde vai ser feito o depósito confirma junto do balcão do cliente ou do próprio cliente, no sentido de se saber se realmente passou o(s) respectivo(s) cheque(s). Hoje os balcões estão em on-line e sabem os saldos dos clientes do balcão A ou B. Porquê a confirmação junto do sacador do cheque? Argumenta-se que há muita fraude e temos (banca) de nos defender. Certo, mas vamos ver o que refere a Lei Uniforme relativa ao Cheque sobre esta matéria:
Transferências em dólares americanos feitas para a conta de beneficiários para uma conta designada “Conta com despesas” .
Acontece que muitas vezes os titulares das “Conta com despesas”, pretendem fazer a transferência de saldos e/ou valo res para as suas contas “Conta sem Despesas” . São obrigados a ir ao caixa, levantar o dinheiro pretendido e fazerem o respectivo depósito na “Conta sem despesas”. Ora, trata-se única e , exclusivamente, de transferência de valores que nada tem a ver com a conta Caixa. Julgo que não se justifica o levantamento de dinheiro, porque a nível contabilístico as contas a movimentar são entrada de Recursos para um conta do titular e saída de Recursos de uma conta do próprio titular, ou seja, a rubrica a movimentar é única e exclusivamente “Recursos”.
Contas que recebem transferências de entidades como contas domiciliadas no
próprio banco e/ou em bancos diferentes. Contas domiciliadas num balcão que é movimentada com depósitos e levantamentos.
34 .
O artigo 12º refere a responsabilidade do sacador (emitente do cheque) “ o sacador garante o pagamento”; O artigo 13º (preenchimento abusivo do cheque incompleto) refere “se um cheque incompleto no momento de ser passado tiver sido completado contrariamente aos acordos realizados, não pode a inobservância desses acordos ser motivo de oposição ao portador, salvo se este tiver adquirido o cheque de má fé ou, adquirindo-o, tenha cometido uma falta grave”. Julgo que a espera a que o depositante está sujeito, não tem a ver com o consignado no artigo 12º mas no que está escrito no artigo 13º, nomeadamente “salvo se este tiver adquirido o cheque de má fé ou, adquirindo-o, tenha cometido uma falta grave”. Mas se são valores para depositar, não há, à priori, motivo para reter o depositante, isto porque na eventualidade de existir o que está consignado neste último artigo, o sacado (banco) pode fazer o respectivo estorno. Perguntarse-á, mas o depositante tem um documento de depósito de um dado valor que com o estorno passa a ser diferente. É verdade, mas estamos perante um ilícito e como tal o banco tem de se defender.
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
Não obstante, é importante escalpelizar o que está consignado no artigo 10º (assinaturas falsas ou nulas), “se o cheque contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por cheque, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado, as obrigações dos outros signatários não deixam de ser válidas”. Em suma, os portadores de boa fé não podem ser prejudicados, pelo que os titulares dos cheques devem guardá-los em lugares seguros e quando receberem os módulos devem contar o número de cheques no sentido de verificarem se estão todos. Porquê? Porque conheci um caso como auditor, em Portugal, em que o funcionário de um balcão, por norma, retirava um cheque dos módulos, em clientes cujo perfil já conhecia: bons saldos médios, mas desorganizados. Depois de imitar as assinaturas dos clientes, levantava pequenos montantes das respectivas contas. Porquê, pequenos montantes? Porque sabia de antemão, que por serem verbas pequenas, os clientes não lhes atribuíam importância, mesmo conferindo os extractos, e utilizava o factor multiplicador, ou seja, um número significativo de clientes, para que o “negócio” lhe fosse rentável. Como consultor de empresas, noto que muitas empresas não fazem a reconciliação bancária tão importante na eficácia do seu controlo interno.
“à ordem” o nome do próprio sacador ou coloque a designação “o próprio”. Este procedimento contraria o que está escrito no artigo acima, ou seja, “o cheque não pode ser passado sobre o próprio sacador” a não ser dentro das circunstâncias referidas no próprio artigo. Mas dir-se-á que é um procedimento de segurança do sacado. Mas o sacado está seguro, com o que está expresso no artigo 14º da lei em causa “transmissão” que refere “o endosso pode ser feito mesmo a favor do sacador ou de qualquer outro co-obrigado…” e reportando-me ao artigo 35º (obrigação de o sacado verificar a regularidade dos endossos) “o sacado que paga um cheque endossável é obrigado a verificar a regularidade da sucessão de endossos mas não a assinatura dos endossantes”, ou seja, é esta a obrigação do sacado.
PEDIDO DE NÚMERO DE CONTA É feito no balcão das agências. Está correcto. Porém se o utente pretender fazer um depósito ou um levantamento, julgo que poderia pedir o número da conta, ao próprio caixa, porque, julgo que o sistema está preparado para o efeito, evitando desta forma que o utente tivesse de se deslocar a dois serviços dentro do mesmo balcão.
LEVANTAMENTOS
CONCLUSÃO
A nível documental não há um critério uniforme na Banca, no que concerne aos levantamentos. Há bancos que para o levantamento em kwanzas exigem um cheque. Para dólares um documento do próprio banco. Não percebo esta diferença documental, isto porque o mais importante é a movimentação contabilística, sendo o documento único e exclusivamente o suporte.
As demonstrações financeiras medem-se e comparam-se como sabemos. O goodwiil hoje também se mede e compara, mas ainda não é frequente o seu uso.
Relativamente ao cheque que é um título de crédito à vista (artigo 28º da Lei Uniforme relativa ao Cheque), ou seja pagável de imediato, de acordo com o artigo número 6º da referida lei, a modalidade do cheque é a seguinte: •
O cheque pode ser passado à ordem do próprio sacador (titular do cheque, da conta sobre um banco);
•
O cheque pode ser sacado por conta de um terceiro (nominativo);
•
O cheque não pode ser passado sobre o próprio sacador, salvo no caso em que se trate dum cheque sacado por um estabelecimento sobre outro estabelecimento, ambos pertencentes ao mesmo sacador.
Ora, acontece, que muitos balcões quando os cheques são apresentados pelo próprio sacador, exigem que este coloque
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
A Banca como qualquer organização virada para o público, tem todo o interesse em melhorar o funcionamento dos seus serviços de atendimento. Essa melhoria, tem em vista o cliente perder o menor tempo possível num balcão, pois “tempo é dinheiro”. Julgo que há tarefas que podem ser melhoradas e/ou eliminadas, sem descurar o controlo interno, tão fundamental para uma boa gestão de continuidade. As esperas prejudicam os clientes e no caso das empresas pode ferir a sua produtividade. A vida hoje é feita a correr. Para além da publicidade que possa aparecer nos monitores dos multicaixas, seria oportuno que aparecesse um quadro com as funcionalidades destas máquinas. Hoje há o homebanking, que deve ser bem divulgado, mostrando as suas grandes vantagens. Nos dias que correm, os depósitos à ordem já deveriam ser feitos de uma forma automática como existe já em muitos países. Hoje, deveria existir um maior número de estabelecimentos comerciais e de serviços, a utilizar o multicaixa e porque não o VISA. Já estamos na era do dinheiro electrónico.
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informática de gestão
FILIPA COUTO
CASHFLOW A empresa XPTO SA contraiu um empréstimo bancário nas seguintes condições:
Taxa de juro anual (r )
8,781%
Periodicidade (mensal); (m)
12
Número de períodos;T x m
48
Valor do empréstimo
142.324,00 USD
A direcção financeira, através do EXCEL2007, conferiu os dados fornecidos pelo Banco usando para o efeito as Funções Financeiras que usamos para o cálculo de Empréstimos na edição 1, em Informática de Gestão. O valor da prestação a pagar é de 3.439,65 USD conforme figura a seguir:
Figura 1
36 .
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
Resolveu criar uma folha própria que chamou “cashflow” , com a seguinte estrutura:
Figura 2
Na folha “Cashflow”, vamos colocar em E5 o valor da divida USD 142.324,00, usando a fórmula “=Dados!B6.Dados”. Dados foi o nome que atribuímos ao primeiro livro onde estão os dados do empréstimo constante da figura 1. Depois de usarmos a fórmula temos:
Figura 3
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
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informática de gestão
O “Período” corresponde a um total de 48. Para inserir o período, colocamos os dois primeiros números, no concreto 0 e 1, e quando aparecer o cruz inserta na figura a seguir, arrastamos até ao número 48.
Figura 4
Para o cálculo do juro, constante da figura 2, temos de entrar em “Fórmulas”, e dentro das “Funções Financeiras” em “ipgto”, abrimos a caixa constante da figura a seguir:
Corresponde a “períodos” o primeiro em “Cashflow”
Figura 5
38 .
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
Os dados estão todos entre “ $...$”,, porque são valores constantes, excepção feita para o período visto serem 48. Porquê com “$...$”? Porque a fórmula vai ser arrastada até à última prestação e temos de manter aqueles valores sem variações. Para o cálculo da Amortização, constante da figura 2, usamos a mesma metodologia que usamos para o cálculo dos juros. Para o efeito dentro das “Funções Financeiras”, vamos procurar “PPGTO”. Aberta a caixa, temos de colocar os dados conforme figura a seguir:
Figura 6
Todos os dados são constantes, à excepção do período. Faz-se a cópia da fórmula até à última prestação. Para o cálculo da “Renda”, esta é a soma dos “Juros” e das “Amortizações”. Tem de corresponder ao valor que foi calculado em “Dados” e neste “Valor da prestação a pagar”. A fórmula é copiada até ao último período.
Figura 7
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
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informática de gestão
O “Capital em Dívida” que consta da figura 2, corresponde à diferença do Capital em Divida anterior menos a “Amortização” , ou seja, “=E5-C6”, em Casflow. Esta fórmula é copiada até ao final e a última tem de ser igual a 0, conforme figura a seguir:
Figura 8
O valor dos juros 26.944,32 USD, é igual ao que consta em “Dados” (figura 1 em “Juros Totais”.
40 .
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
especial 42 .
VALOR ACRESCENTADO // Marรงo | Abril 2008
ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL: A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO JLMagro
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
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especial
“Vou no “barco da Química”, de que não prescindo, para um porto que é mais do que um laboratório, num mar que tem muito mais que reagentes… O meu fascínio é o aluno!”
É
bom que se medite nesta máxima. Para se ser professor é necessário que se tenha vocação. É como plantar uma árvore, todos os dias regá-la, todos os dias vê-la crescer. O professor, deve fazer o mesmo com os seus alunos. O bom professor é aquele que ao longo da vida é recordado pelos alunos, com saudade e carinho. O bom professor, é aquele que mais tarde, o aluno já não aluno, o chama de Mestre. Angola, tem mais de 100 mil professores. É um número. Deste número, quantos têm vocação para dar aulas? Muitos, podem não ter as habilitações exigidas, muitos podem ter só a 4ª classe, mas estes podem ter muito mais vocação que aqueles que são licenciados. Mas, devido à conjuntura, temos de aceitar todos. Mas devido à conjuntura e às exigências que a paz e o Mundo obriga, os professores sem habilitações, têm de estudar, têm de ser nivelados, para que sejam melhores professores. Quem dera tivéssemos um maior número de professores com o binómio vocação/ qualificação. É um ideal raro, mesmo nos países mais evoluídos. Porque é que este trabalho é sobre o Ensino Básico e o Técnico-Profissional? Começando pelo Ensino Básico, consideramos o mais importante de todos. Porquê? Porque quem não tiver um bom Ensino Básico, dificilmente consegue chegar a patamares mais avançados do Ensino, mais propriamente, o Superior. Neste, é assaz importante o ensino de uma forma competente do Português e da Matemática. É necessário que estes miúdos amanhã quando tiverem a sua formação média ou superior, saibam ler e escrever correctamente. O mesmo se passa com a Matemática, que permite que tenhamos um raciocínio lógico e no mínimo estes miúdos amanhã, saibam fazer contas, sem recurso à máquina de calcular. Que saibam ao menos a tabuada. Ao longo dos tempos, temos escrito sobre a merenda escolar. É necessário um maior esforço, no sentido de toda a criança ter direito à merenda escolar. Infelizmente, para muitas crianças, ela é a melhor refeição que têm durante o dia. Não basta termos escolas muito bem apetrechadas e muito bonitas, se devido à falta de alimentação capaz, as crianças têm fraco rendimento. Bem-haja os programas curriculares incluírem a Educação Sexual. Os angolanos como a generalidade dos africanos, começam a sua vida sexual muito cedo. É importante que conheçam, os malefícios do HIV/SIDA e os meios que têm para não serem mais uma vítima. É importante, que saibam o que é o planeamento familiar. Há regras, que devido às circunstâncias da vida, vão chocar com tradições. Mas temos de dar qualidade de vida aos nossos filhos, pelo que, temos de saber qual o número a que é possível dar essa qualidade. Ensino Técnico-profissional. Angola não pode ter só quadros com formação superior. Podem ser abertas em todas as províncias ou em quase todas, Escolas Superiores, até materialmente bem dotadas, mas haverá docentes com qualidade para tanta escola? A qualidade de uma Escola Superior vê-se pelo número de professores, mestres, pós-graduados e licenciados. Não podemos ter Escolas Superiores em que mais de 75% são licenciados. Então, temos de apostar forte no Ensino Técnico-Profissional. E mesmo neste Ensino, temos de ir buscar professores de fora (Cuba e Brasil). Estes politécnicos estão dotados de laboratórios e oficinas e novas tecnologias. Mas, não basta. São necessárias bibliotecas, porque “BIBLIOTECA é a maior CIDADE do Mundo, onde cada LIVRO é uma arranha-céus de SABEDORIA” citando o benguelense Nuno de Menezes. Tão importante como a proliferação de politécnicos, são as saídas profissionais dos jovens que concluem os seus cursos. É importante que os Governos provinciais criem condições para o sector privado se instalar, dando emprego a estes jovens.
44 .
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
ENSINO BÁSICO O Ensino Básico vai da 1ª à 9ª classe. A sua evolução de 2003 a 2006, por províncias foi a seguinte:
BENGO
2003
2004
2005
2006
MF
MF
MF
MF
Média
Peso
37.016
44.008
52.161
35.895
42.270
1,41%
BENGUELA
218.163
233.925
276.961
276.961
251.502
8,38%
BIÉ
190.361
266.847
315.234
350.309
280.688
9,35%
CABINDA
71.582
73.658
87.043
95.908
82.048
2,73%
CUNENE
82.338
131.923
157.120
92.438
115.955
3,86%
HUAMBO
267.062
403.561
479.721
340.501
372.711
12,42%
HUILA
515.258
568.710
672.886
672.886
607.435
20,24%
53.039
107.476
128.627
113.397
100.635
3,35%
KUANDO KUBANGO KWANZA NORTE
48.222
50.771
60.054
57.851
54.224
1,81%
KWANZA SUL
176.563
205.142
243.473
202.903
207.020
6,90%
LUANDA
423.818
381.262
446.180
460.432
427.923
14,26%
LUNDA NORTE
53.549
66.872
79.452
121.583
80.364
2,68%
LUNDA SUL
34.420
46.149
54.838
71.914
51.830
1,73%
MALANGE
99.987
144.919
173.157
142.008
140.018
4,67%
MOXICO
39.646
47.070
55.775
87.277
57.442
1,91%
NAMIBE
38.678
40.809
47.975
61.046
47.127
1,57%
UIGE
114.215
173.702
206.257
148.082
160.564
5,35%
ZAIRE
28.357
35.657
42.175
38.688
36.219
1,21%
2.492.274
3.022.461
3.119.184
3.370.079
3.001.000
100,00%
21%
3%
8%
Total Crescimento
ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL: A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
PROVÍNCIA
Fonte Ministério da Educação, Adaptado por Valor Acrescentado
O mapa acima, mostra que o maior número de alunos, estão concentrados nas províncias sublinhadas a amarelo. O crescimento anual foi de 21%, 3% e 8% em 2004, 2005 e 2006 respectivamente.
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
. 45
especial
A nível de escolas entre 2002 a 2006, foram construídas: CRESCIMENTO PROVÍNCIAS
2002
2006
BENGO
148
BENGUELA BIÉ
NÚMERO
%
PESO
276
128
467
868
401
86%
9%
272
1.090
818
301%
12%
CABINDA
206
250
44
21%
3%
CUNENE
363
612
249
69%
7%
HUAMBO
424
786
362
85%
9%
HUÍLA
974
1.187
213
22%
13%
KUANDO KUBANGO
86%
3%
50
100
50
100%
1%
KUANZA NORTE
280
386
106
38%
4%
KUANZA SUL
220
391
171
78%
4%
LUANDA
291
441
150
52%
5%
LUNDA NORTE
159
205
46
29%
2%
LUNDA SUL MALANGE MOXICO
23
81
58
252%
1%
323
1.006
683
211%
11%
91
144
53
58%
2%
NAMIBE
118
163
45
38%
2%
UÍGE
603
1.002
399
66%
11%
ZAÍRE
175
245
70
40%
3%
Total
5.187
9.233
4.046
78%
100%
Fonte: Ministério da Educação, Adaptado por Valor Acrescentado
O crescimento foi determinado em “Número”, pela diferença entre as escolas existentes em 2006 menos as que existiam em 2002. A percentagem do crescimento, “%”, corresponde ao quociente do “Número” pelas escolas existentes em 2002. O “Peso” corresponde à divisão das escolas existentes por província em 2006, pelo total de 2006. Podemos verificar que as que têm maior peso, são as que estão sublinhadas a amarelo. De notar que a Huila, consta nos dois mapas, tendo sido a maior em ambos. Entretanto, Malanje e Uige, que são das que têm maior peso a nível de número de escolas, não foram as que tiveram maior frequência de alunos, ou seja, Malanje (142.008 alunos para 1.000 escolas) e Uige (148.082 alunos para 1.002 escolas) respectivamente.
ACÇÃO SOCIAL Sabemos, nos dias que correm, que a escola para muitos pais, ainda é um fardo, porque os filhos, enquanto estão a frequentar as aulas, não podem ocupar-se de tarefas como: transportar água, tomar conta dos irmãos mais novos, guardar gado… Julgamos que a merenda escolar é um dos veículos para acabar com o abandono escolar e a prova é dada pela Vice-ministra Alexandra Simeão, que tem o pelouro da Acção Social “o objectivo da criação da merenda escolar, foi atrair a criança á escola. Como? Dando uma refeição com qualidade, ou seja, rica em vitaminas e proteínas”.
”O objectivo da criação da merenda escolar, foi atrair a criança á escola. Como? Dando uma refeição com qualidade, ou seja, rica em vitaminas e proteínas”
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
Prosseguindo com Alexandra Simeão “o esforço que o Governo fazia anualmente com a criação de escolas, seu apetrechamento, colocação de professores, ou seja, todo o esforço associado à função educativa, tinha uma quebra muito significativa. O ano lectivo começava, e gradualmente as salas de aula ficavam vazias. No final do ano lectivo, em casos extremos, muitas salas de aula, tinham metade dos alunos.
ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL: A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
Começámos a tentar perceber a razão de ser da criança recusar a escola perante melhores condições. Concluímos que a visibilidade da nova escola não poderia ser vista só pelas crianças, mas também pelos próprios pais. Verificámos ainda, que a maioria das crianças estava mal nutrida, nomeadamente no interior, e se continuassem assim o seu rendimento escolar seria fraco. Perante esta realidade passou a ser imperioso para o Ministério da Educação, fornecer a merenda escolar, como acção social. Alexandra Simeão, Vice-Ministra da Educação
Em 1998, começámos a primeira experiência piloto com a merenda escopara a Acção Social lar, na província de Malanje, com a ajuda do Programa Alimentar Mundial (PAM). Prosseguimos para o Bié e Huambo. Na altura era extremamente difícil deslocarmo-nos por causa da guerra. Até 2001, funcionou só com o apoio do PAM. A comida fornecida nos centros de refugiados era a mesma que era fornecida para a merenda escolar. Estas refeições custavam na altura USD 0,29/por criança (fuba, lentilhas, feijão e duas vezes por semana, carne enlatada), tinham no mínimo os componentes nutritivos para a alimentação da criança. Na altura, em algumas províncias, pensámos incluir na merenda escolar, produtos extra, devido ao surgimento de doenças cutâneas, o que nos obrigou a fazer um estudo para cada província. Com a ajuda do PAM, foi possível introduzir essa melhoria”.
“Concluímos que a visibilidade da nova escola não poderia ser vista só pelas crianças, mas também pelos próprios pais.”
Foi em 2006, que ficou decidido pelo Governo, que o Ministério da Educação, passaria a ser responsável pela metodologia da merenda escolar e pela sua fiscalização. São os Governos provinciais os responsáveis pelos concursos públicos para o fornecimento da merenda escolar. Não implica que sejam empresas localizadas nas próprias províncias. Cabinda, fez um contrato com a LACTIANGOL, Luanda, que tem trabalhado em pleno com o fornecimento das merendas, no enclave.
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
. 47
especial
Mas, infelizmente, como já escrevemos várias vezes nos trabalhos que fizemos sobre as províncias, nem todas têm merenda escolar como se pode ver no Mapa de Atendimento, a seguir referido: N.º DE ALUNOS PLANIFICADO
N.º DE ALUNOS ATENDIDOS
N.º DE ESCOLAS ATENDIDAS
BENGUELA
60.000
15.759
25
276.961
868
(261.202)
(843)
BIÉ
60.000
53.422
88
350.309
1.090
(296.887)
(1.002)
CABINDA
50.000
88.444
240
95.908
250
(7.464)
(10)
HUAMBO
60.000
108.989
162
340.501
786
(231.512)
(624)
HUILA
30.000
0
0
0
0
K-KUBANGO
20.000
0
0
0
0
K-SUL
40.000
15.000
41
(187.903)
(350)
L-SUL
40.000
0
0
0
0
100.000
11.771
11
(448.661)
(430)
MALANGE
50.000
0
0
0
0
MOXICO
30.000
20.892
29
87.277
144
(66.385)
(115)
UIJE
50.000
40.757
89
148.082
1.002
(107.325)
(913)
590.000
355.034
685
1.962.373
4.972
(1.607.339)
(4.287)
PROVÍNCIA
LUANDA
Total
2006 ALUNOS
202.903 460.432
DIFERENÇA
NºESCOLAS
391 441
ALUNOS
NºESCOLAS
Fonte Ministério da Educação, Adaptado por Valor Acrescentado
Como se pode concluir pelo mapa acima, mesmo dentro das províncias contempladas com a merenda escolar, nem todas as escolas e, por consequência alunos, foram contemplados com a merenda escolar Se a merenda escolar é uma forma de atrair e manter as crianças nas escolas, ela tem de ser mais abrangente, ou seja, tem de ser distribuída a um maior número de alunos. Porém, infelizmente, acontece existir dificuldades em algumas províncias em se conseguir o fornecedor certo para a merenda escolar. A sua escolha obedece a concurso público, e no caso do Moxico, não foi fácil arranjar o fornecedor ideal. Ainda não há uma uniformização da merenda escolar nem a nível nacional nem a nível provincial. Os fornecedores da merenda escolar e a sua composição é consta do quadro abaixo:
LACTIANGOL: Pacote de leite com chocolate que deram o nome de “Camba” ou iogurte; Componente sólida que podem ser bolachas, pão, ou snack que já vêem embaladas OUTROS FORNECEDORES Continuaram com o modelo do PAM, ou seja, comida cozinhada. Este modelo tem de ter no mínimo cinco componentes em termos de alimentos, água potável tratada e exige um(a) cozinheiro(a). Temos algumas províncias que incluíram produtos locais como: frutas, papas…
De acordo com Alexandra Simeão O programa beneficia da ajuda de uma fábrica localizada em Benguela que é de uma organização cristã, que fornece a título gratuito, bolachas, biscoitos mas reforçados, ou seja, vitaminados”. A merenda escolar em muitas escolas do interior, mais propriamente no meio rural, não é só para a criança de 6 anos. É também para o irmão de 3 anos que o acompanha à escola e está à espera da sua distribuição, para matar a fome. Muitas vezes, esta é a primeira refeição depois de terem jantado no dia anterior, pelas 17 horas. Este gesto não pode ser condenado. Mostra fraternidade, indicia que amanhã aquela criança, de 3 anos, vai querer ir à escola, porque tem comida. É uma forma entre outras, de trazer a criança à escola, sem absentismo.
48 .
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
De acordo com a Vice-ministra “são distribuídos gratuitamente os livros e todo o material didáctico aos alunos, bem como duas vezes por ano é feita uma desparasitação.
ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL: A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
Não é com a criação de uma auto-estrada até a Menongue, que vamos resolver o problema do Ensino. Temos uma necessidade urgente de mudança ou introdução de valores. Possivelmente estariamos muito melhor a nível de desenvolvimento humano, se o Ensino durante estes trinta anos tivesse sido a prioridade máxima”, assim disse Alexandra Simeão, mas há que seguir em frente. Há necessidade de um trabalho árduo e paciente, no sentido de fazer ver aos pais a vantagem dos filhos estudarem, e porque não eles próprios passarem também a frequentar a escola?
“Não é com a criação de uma auto-estrada até a Menongue, que vamos resolver o problema do Ensino. Temos uma necessidade urgente de mudança ou introdução de valores.”
As igrejas, independentemente do credo religioso, tiveram um papel de capital importância, ensinando e custeando o material didáctico em lugares em que a guerra não deixava “entrar”, e ainda hoje continuam com essa missão, nos lugares mais recônditos do país.
A recuperação do Ensino, não é só tarefa do Estado. É de todos. Neste contexto tem aparecido empresas como a Sonangol, Sonamet... que têm cumprido a sua responsabilidade social. Seria bom que outras empresas aderissem a esta nobre causa.
O Professor do interior A taxa de alfabetização a nível mundial em 2007, para um universo de 179 países de todos os continentes, foi a seguinte: POSIÇÃO PAÍS TAXA 1
Finlândia
100,00%
2
Gronelândia
100,00%
3
Geórgia
100,00%
…
…
Angola
53,80%
… 144 …
…
…
172
Somália
25,80%
173
Iraque
24,40%
…
…
…
176
Afeganistão
21,00%
177
Serra Leoa
20,50%
Burquina Faso
16,80%
178
Fonte: http://www.indexmundi.com/pt/angola/
Este quadro mostra esta grande realidade: países como Somália, Iraque, Afeganistão e Serra Leoa, são países onde os conflitos armados perduram, daí o seu atraso acentuado a nível de Ensino. Nós também tivemos esse problema, daí estarmos na 144ª posição. Hoje, a palavra de ordem é: recuperar.
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
. 49
especial
Mas recuperar não pode ser no curto prazo. Tem de existir estratégias a médio e longo prazo para recuperarmos o atraso escolar que grassa no nosso país. Temos de saber aproveitar o crescimento económico que temos tido nos últimos anos, e com as receitas criadas e obtidas, aplicá-las em áreas extremamente importantes para o nosso desenvolvimento humano. Dentro dessas áreas temos a Educação. Com o acabar da guerra, a principal dotação do Orçamento Geral do Estado tem de ser para a Educação. Julgamos que é o que está a acontecer conforme gráfico a seguir:
Fonte: Ministério das Finanças
A Educação está no Sector Social, juntamente com a Reinserção Social, que no nosso entender, têm de estar associadas tendo presente os malefícios sociais que qualquer guerra provoca. O quadro acima mostra, que a partir de 2005, o Sector Social foi o que passou a ter mais peso na estrutura da Despesa Pública. Mas, os meios monetários são extremamente importantes para a recuperação do atraso escolar. É importante dizer, que a Educação é muito mais que os meios monetários ou materiais juntos. O mais importante na Educação, são as pessoas e a prova provada foi dada pela Vice-ministra Alexandra Simeão “temos uma necessidade urgente de mudança ou introdução de valores”. Temos de pensar na realidade intrínseca do nosso país, porque: •
Angola é um país grande em extensão (1.246.700 km2) e pequeno em população (12.263.596-Julho 2007 est. ).Para além da pouca população, esta está dispersa, e as tradições e costumes, variam entre elas. Temos os Kimbundus, os Umbundus, os Kikongos... Independentemente das etnias, temos os urbanos e temos os rurais, ou seja, temos aqui um choque de culturas;
•
A dispersão da nossa população e a extensão do nosso território, são um obstáculo, porque precisamos de estradas principais, secundárias e terciárias, para poder chegar às comunas e aldeias mais longínquas, ou seja, a Educação precisa de ter um meio envolvente.
Esse meio envolvente, passa pela recuperação, preparação e formação dos professores. Durante o conflito, quem “aguentou” o Ensino, nos lugares mais fustigados pela guerra foram os professores, agora agentes do ensino, com a 4ª ou a 6ª classe. Hoje, muitos destes homens, muitas destas mulheres, têm mais de 50 anos. Muitos ainda leccionam em lugares, onde os mais habilitados não querem lá estar.Mais uma vez, a dispersão da população e a grande extensão do território.
http://www.indexmundi.com/pt/angola/populacao.html
50 .
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
É verdade, que aqueles professores não estão preparados para os novos desafios do Ensino. Mas também é verdade, que serviram e servem o país e não é justo dizer: “muito obrigado, mas agora vão para casa”. Perguntar-se-á, então que fazer?
ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL: A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
A resposta foi dada por Viriato Neto, Director Geral Adjunto, do Instituto Nacional de Formação de Quadros, que pertence ao Ministério da Educação, “perante esta realidade, pensamos criar um processo de nivelamento de todos os professores nestas circunstâncias (professores sem a habilitação mínima). Temos de lutar para ter professores, com habilitação mínima: o ensino médio feito. Esse nivelamento passa por uma formação continua. O Ministério da Educação, está a dar neste momento, uma formação de 10 dias úteis para actualização de conhecimentos. Estes professores não devem ter menos de 300 horas de formação contínua”.
Viriato Neto, Director Geral Adjunto do Instituto Nacional de Formação de Quadros
“Perante esta realidade, pensamos criar um processo de nivelamento de todos os professores nestas circunstâncias (professores sem a habilitação mínima). Temos de lutar para ter professores, com habilitação mínima: o ensino médio feito. Esse nivelamento passa por uma formação continua. O Ministério da Educação, está a dar neste momento, uma formação de 10 dias úteis para actualização de conhecimentos. Estes professores não devem ter menos de 300 horas de formação contínua”. Com a paz, outra realidade surgiu: a explosão escolar. Para resolver o problema, de acordo com Viriato Neto, “tivemos de optar: ou recrutar pessoal sem formação pedagógica para leccionar, ou manter as crianças fora do ensino. Optámos pela primeira o que obrigou a recrutar uma série de jovens sem formação pedagógica. Esta realidade veio afectar em grande medida a qualidade do professor”. A qualidade do Ensino é uma preocupação e uma prioridade do Ministério da Educação de acordo com Viriato Neto, pelo que a estratégia foi a criação de um “PLANO MESTRE PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES”. Este plano contempla a formação inicial, contínua e à distância. De acordo com aquele quadro “é importante capacitar os professores que estão no sistema, com formação pedagógica”, porque nos dias que correm não basta ter formação superior para dar aulas: a formação pedagógica, ou seja, saber transmitir conhecimentos é assaz importante . Esta vertente é a grande aposta do Ministério da Educação.
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
. 51
especial
Hoje, há escolas para formação de professores em todas as capitais provinciais e em alguns municípios. Mas conforme relata Viriato Neto, “muitos jovens entram nessas escolas sem nenhuma vocação para o Ensino. Pretendem apenas aumentar os seus conhecimentos, ter um diploma. Esta realidade fez com que as nossas escolas fossem perdendo profissionalismo. Costumamos dizer: formam tudo, menos professores”. “Muitos jovens entram nessas escolas sem nenhuma vocação para o Ensino”. Já constatamos esta realidade nas províncias que fizemos. Independentemente dos malefícios que pode provocar a entrada destes jovens nessas escolas, temos de convir que é um direito que lhes assiste. Quem dera que todos os jovens tivessem possibilidades de aumentar o seu grau académico. O grande problema como disse o Administrador da Gabela “o principal empregador é o Estado, mais propriamente nas áreas da Educação e da Saúde. Não temos iniciativa privada”.
Mas, para que surja a iniciativa privada, implica que haja infra-estruturas mínimas e elas estão a ser criadas. Com a proliferação das escolas técnico-profissionais pelo país, implica que surjam empresas privadas nas províncias para empregar esses jovens, quando acabarem a sua formação. Hoje existem as “Escolas de Professores do Futuro”, com apoio da UNICEF. Estas escolas têm como objectivo preparar professores para zonas rurais. Mas, já começa a surgir um problema, com os professores que concluem o curso: muitos não querem ficar nas zonas rurais. A “guerra” entre o litoral e o interior já é bastante antiga, noutros países, noutros séculos e porque não em Angola. Para fixar estes professores, talvez passe pelo que disse Viriato Neto “tem de existir uma política de substituição, ou seja, aquele que acabou o curso, vai substituir o professor sem habilitação própria, para este ter a respectiva formação. Para o efeito, devem ser criadas condições sociais para receber o novo professor. Devem ser estabelecidas comissões de serviço entre 2 a 3 anos para esses professores, com a possibilidade de ficarem definitivamente, se assim optarem”.
“Tem de existir uma política de substituição, ou seja, aquele que acabou o curso, vai substituir o professor sem habilitação própria, para este ter a respectiva formação. Para o efeito, devem ser criadas condições sociais para receber o novo professor. Devem ser estabelecidas comissões de serviço entre 2 a 3 anos para esses professores, com a possibilidade de ficarem definitivamente, se assim optarem”.
De acordo com a nova carreira do Professor, o professor primário tem de ter como habilitação mínima a 12ª classe, com a componente pedagógica. De acordo com Viriato Neto, “a partir de 2009, todos os candidatos à escola de formação de professores tem de fazer um exame de admissão.” A aprovação do novo Estatuto da Carreira de Docente, vai permitir melhores remunerações (habilitações literárias e tempo de serviço são factores importantes), e condições sociais como facilidade na contracção de empréstimos bancários. As novas escolas primárias, nomeadamente nas zonas rurais, estão a ser construídas contemplando já no projecto, casas para professores. Ver edição número 9 da Valor Acrescentado
52 .
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
As Organizações não Governamentais (ONG) e as Igrejas No período de guerra surgiram muitas ONG. Em algumas localidades, a liderança do Ensino era das ONG, nomeadamente em zonas onde o Governo não tinha possibilidades de lá chegar.
ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL: A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
Com o acabar da guerra, muitas pensaram que a sua missão estava cumprida e abandonaram esses lugares. Mas, de acordo com Luísa Grilo, “ainda são necessárias, pelo que há protocolos firmados entre o Ministério da Educação e as ONG, no sentido destas traçarem os seus planos de acção dentro de parâmetros, que possam ser assegurados pelo nosso Ministério. Os protocolos têm um espaço temporal para serem executados. Depois da sua execução, a passagem do testemunho é muito prática porque os nossos bens são os alunos.
Como refere Luísa Grilo, “no interior, onde não há escola pública quem assegura o Ensino são as igrejas. Como exemplo no Cunene, a Igreja luterana tem feito um trabalho notável, assegurando quer o Ensino quer o material didáctico”.
A Mulher O gráfico a seguir, mostra o peso que a mulher tem na sociedade angolana, com idades compreendidas entre os 14 e 19 anos.
Fonte CIA World Factbook, adaptado pelo Valor Acrescentado
O gráfico mostra que durante o período de 1975 a 1990, houve um valor constante na ordem dos 44%, tendo havido um acréscimo de 1995 a 2000. Com o surgimento da paz em 2002 é natural que tenha havido um outro crescimento, nesse espaço temporal.
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De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, através do seu inquérito MICS, a taxa de alfabetização é, actual mente, de 67%. As mulheres são penalizadas, pois aparecem com 54% . As mulheres são em maior número em população e talvez por isso as mais analfabetas. Há um programa designado “GÉNERO DO SISTEMA NO CONTEXTO EDUCATIVO”, que de acordo com Luísa Grilo, directora nacional para o Ensino Geral, do Ministério da Educação, esse programa tem como principais objectivos: •
A promoção da mulher a nível de escolaridade, incentivando-a no mínimo a obter a escolaridade obrigatória (6ª classe);
•
Incentivar as jovens que abandonaram o ensino, a retomá-lo.
Para além deste programa, há de acordo com a directora nacional para o Ensino em Geral “um apoio da UNICEF, para promover a educação da mulher.”
Luísa Grilo, directora nacional para o Ensino em Geral
Prosseguindo com Luísa Grilo “encomendámos um estudo a uma entidade privada de pesquisa, que ainda não está concluído, mas já nos permite dizer: há cada vez mais, uma maior tendência das jovens estudarem. Já está provado que as jovens que conseguem terminar a escolaridade obrigatória, têm mais facilidade em fazer o resto do percurso, ou seja, concluírem a 12ª classe”. Uma das grandes quebras da escolaridade situa-se entre a 4 e a 6ª classe, fruto da educação tradicional que recebem da família. Porquê? Porque surgem problemas com a vida sexual activa dos jovens, nomeadamente das meninas, ajudar em casa, cuidar dos irmãos. Com o programa “GÉNERO DO SISTEMA NO CONTEXTO EDUCATIVO”, Luísa Grilo refere ”temos feito campanhas de alfabetização que felizmente começam a dar frutos. A jovem, a mulher, quando entra na escola, procura que o seu filho frequente com regularidade a mesma. Não obstante, há uma maior tendência dos pais para apostarem na escolaridade dos rapazes.” “Há uma maior tendência dos pais apostarem na escolaridade dos rapazes”. Porquê? Porque em determinadas zonas de Angola (e África), a nível de tradições e costumes, a principal força do trabalho é a mulher. A mulher tem de conciliar as tarefas de ser mãe, dona de casa, esposa e sustento da casa.
“Há cada vez mais, uma maior tendência das jovens estudarem. Já está provado que as jovens que conseguem terminar a escolaridade obrigatória, têm mais facilidade em fazer o resto do percurso, ou seja, concluírem a 12ª classe”.
“ESTRATÉGIA DE ALFABETIZAÇÃO E RECUPERAÇÃO DO ATRASO ESCOLAR, 2006 - 2015”, elaborado pelo Ministério da Educação
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Para a recuperação do atraso escolar, a figura do professor é deveras importante, porque em muitas comunidades, é a única pessoa que sabe ler e escrever. Mas, de acordo com Luísa Grilo, temos de jogar mais com a professora,”porque ela deve mostrar às mães, as vantagens da escola, mostrar que a mulher com estudos pode ascender a vários cargos profissionais e sociais.”
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É política do Ministério da Educação que haja paridade nos lugares de topo da pirâmide, ou seja, a nível do próprio Ministério há 11 directores em que seis são mulheres e os restantes são homens. Tal política tem sido seguida nas Direcções provinciais de Educação, em que se o director é homem, o lugar de director adjunto é de uma mulher ou o inverso. O mesmo é seguido para as estruturas intermédias. Nas escolas, se o chefe de turma é rapaz a adjunta é uma rapariga ou o inverso.
Os Meninos na Rua É um flagelo que temos, e sobre o mesmo, já dedicámos parte do nosso especial, na edição número 7. Quantos meninos e meninas vivem na rua? Não sabemos. Há quem saiba? Julgamos que não. A quem compete a sua recuperação? Dizem-nos que ao Ministério da Reinserção Social. Mas, julgamos que a recuperação não pode ser só daquele Ministério, porque há a envolvente Educação e esta pelo que julgamos saber, é da responsabilidade do Ministério da Educação.
Porque estão na rua? •
A guerra foi a principal causa. Muitos perderam os seus familiares directos: pais;
•
A falta de trabalho dos pais;
•
Muitos meninos na rua, são o sustento dos pais e demais família.
Como se pode charmar a esta geração? Os sociólogos, os psicólogos, os assistentes sociais são as pessoas mais habilitadas para lhes pôr um nome, nós chamamos-lhes “FILHOS DE UM DEUS MENOR”. A recuperação dos “meninos na rua”, não é fácil. Eles criaram os seus hábitos. Eles criaram os seus códigos de conduta. Eles criaram entre eles, a sua própria família e conhecemos várias histórias de tentativa de recuperação destes miudos, que não resultou. O argumento é a minha familia são os meninos que vivem comigo na rua, vocês (quem quer recuperar) não são minha família.
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Mas, não se pode desanimar. É necessário fazer algo pela sua recuperação. Neste sentido, o Governo no decorrer do ano de 2007, criou o programa “ESTRATÉGIA DE ALFABETIZAÇÃO E RECUPERAÇÃO DO ATRASO ESCOLAR 2006-2015”. De acordo com Luisa Grilo “o público-alvo, são os que estão no mercado do trabalho nem que seja no informal, que não têm nenhuma qualificação, muitos são mesmo analfabetos, ou semianalfabetos”. Prosseguindo com Luísa Grilo “para estes jovens é importante a conciliação entre o trabalho e a escola. Há ainda um programa integrado, designado “Educação para todos”. Para o efeito, o Ministério da Educação, conta com o apoio dos parceiros. Entre eles temos os salesianos no município do Sambizanga, onde se trabalha com este público-alvo. Os meninos na rua, continuam com a sua actividade no comércio informal, mas têm horas para aprenderem a ler, aprenderem a gerir o seu pequeno negócio, aprenderem a poupar, ou seja, aprendem a gerir um pequeno negócio. Temos também outra ONG, que é nacional “Candengues Unidos”, que trabalha também com vendedores ambulantes. A sua zona de acção é o Rocha Pinto. Esta ONG associa sempre alfabetização e trabalho. Não podemos chamar ao trabalho quer dos “salesianos” quer dos “Candengues Unidos”, como formação profissional, mas sim habilidades para a vida”.
“O público-alvo, são os que estão no mercado do trabalho nem que seja no informal, que não têm nenhuma qualificação, muitos são mesmo analfabetos, ou semianalfabetos”.
Educação Sexual A Educação Sexual, é a forma que Angola em particular, e África em geral, têm de vencer o flagelo do HIV/SIDA. Para além deste flagelo, a Educação Sexual também ensina os jovens a saber o que é o planeamento familiar, tão importante em África e dentro dela, em Angola.
Para Luísa Grilo, “os angolanos começam a sua vida sexual muito cedo (12 anos). No programa “DEFENDE A VIDA, VENCENDO SOBRE A SIDA”, uma das mensagens é que a gravidez é um mal menor. As alunas, hoje sabem as consequências de uma gravidez precoce, porque são conceitos que já estão no curriculum escolar, mais propriamente nos livros escolares, a partir da 4ª classe. Estamos a baixar no ponto de vista de escolaridade, ou seja, começar mais cedo esta educação, tudo indica na 3ª classe. O planeamento familiar, começa a partir de alunos com 14 anos. Porquê esta planificação? No 1º ano, houve uma reacção muito negativa de muitos encarregados de educação, sobre a educação sexual e, particularmente, quando dissemos o que era um acto sexual. Conseguimos ultrapassar estas barreiras e hoje as pessoas já aceitam a sexualidade como acto natural”. Tal como nós aprendemos a prevenir a malária sem qualquer preconceito, a escola tem de dar habilidades no sentido do aluno saber proteger a sua vida.
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Desporto Escolar e Teatro Pegando no que nos disse um antropólogo, há mais de trinta anos, “a morfologia do africano dá-lhe condições óptimas para praticar desportos como a corrida, o salto, o futebol…” e prosseguindo “ o africano tem um musicalidade diferente de qualquer outro povo.”
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Ora, não basta ter qualidades natas. É preciso desenvolvê-las, daí a importância do desporto escolar, que de acordo com Luísa Grilo, “ existe um programa de desporto escolar e educação física que as escolas devem cumprir. Anualmente, há os campeonatos provinciais e de dois em dois anos realiza-se o campeonato nacional inter-escolas.
É um programa, com uma componente académica e científica, onde há uma interacção entre professor e aluno.Para que eles apreendam os conceitos sobre esta doença, sem qualquer tipo de rodeios: como se transmite, como se previne, cuidados a ter com as pessoas infectadas, como lidar diariamente com os portadores… Para que esta mensagem, não seja dita de uma forma directa, encontrámos uma forma mais suave para a sua transmissão que foi o teatro e a canção. A nível de teatro, de acordo com a directora nacional para o Ensino Geral, “fizemos em 2005, o lançamento da campanha da luta contra o HIV/SIDA, na escola, onde a máxima é “PROTEGE A VIDA APRENDENDO SOBRE SIDA”. O que é isto? É um programa, com uma componente académica e científica, onde há uma interacção entre professor e aluno.Para que eles apreendam os conceitos sobre esta doença, sem qualquer tipo de rodeios: como se transmite, como se previne, cuidados a ter com as pessoas infectadas, como lidar diariamente com os portadores” Para que esta mensagem, não seja dita de uma forma directa, encontrámos uma forma mais suave para a sua transmissão, que foi o teatro e a canção. Promovemos nas escolas o teatro participativo. O que é o teatro participativo? É aquele em que o público que assiste, pode participar, interpelando os actores. Esta interacção provoca discussão, provoca interesse entre actores e público, o que proporciona mais conhecimento sobre o HIV/SIDA”.
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Há também clubes de HIV/SIDA, nas escolas, onde se fazem os teatros, festivais da canção, palestras e ajudas a seropositivos. Com estes teatros e festivais da canção, têm aparecido novos valores. Há um grupo de teatro forte em Luanda e no Namibe (Escola João Paulo II), que já ganharam festivais da canção.
Encarregados de Educação Ainda é fraca, a relação entre a escola e os Encarregados de Educação. “Há responsabilidades mútuas”, conforme relata Luísa Grilo. Para aquela directora, “a escola deve ser um lugar aberto, onde o pai, a mãe, o encarregado de educação se sinta atraído, ou seja, a escola não pode ser vista por eles como um lugar onde “depositam” durante um determinado período de tempo, as suas crianças, e mais tarde vêem recolhê-las. Há necessidade dos pais se comprometerem com a escola, com a escolarização e com todo o meio envolvente”. Já há um grupo de pais que começam a compreender esta realidade. Temos um programa de “Sensibilização e Educação dos Encarregados de Educação”. Muitos pensavam que quando a escola chama, é porque a mesma precisa de contributos para a compra, por exemplo, de uma cisterna de água ou para outro tipo de ajuda. Mas nós queremos mais do que isso. Queremos que a sua relação com o professor seja mais estreita, que conheça as dificuldades e anseios das escolas dos seus filhos. Esta é uma forma dos filhos saberem que a escola é importante para eles, visto terem a presença frequente dos pais. O nosso programa prevê actividades conjuntas. Vamos lançar em Junho deste ano: “o mês da criança”, um programa com o nome “Escola amiga da criança”. Os pais são livres em escolher as escolas para os seus filhos. Porém, Luísa Grilo faz notar “a nossa recomendação é que no ensino primário, as crianças devem estar o mais próximo possível da escola e de casa, no sentido de evitar o desgaste das viagens, isto porque, muitas crianças chegam à escola, muito cansadas. Aconselhámos também que, havendo vários filhos com pequenas diferenças de idade, todos devem frequentar a mesma escola”.
Ensino Público vs Ensino Privado Os pais procuram o melhor para os seus filhos. É natural. Assim, aqueles que vivem nas grandes cidades, têm como alternativa ao Ensino Público o Ensino Privado. As escolas privadas representam 10% de toda a população de ensino básico e secundário. O pressuposto para os pais, é que o Ensino Privado, para além de melhores instalações e infraestruturas, tem melhor corpo docente. Será esta a realidade em Angola? Para Luísa Grilo, “a diferença não é muito grande. Os professores do ensino privado são também professores do ensino público, ou seja, não há professores que sejam apenas do ensino privado. Nós pretendemos que as escolas privadas, tenham em exclusivo, o seu corpo docente. É uma das exigências para a obtenção do alvará. Mas, devido à falta de professores, ainda estamos numa fase de condescendência. Entretanto, de acordo com Viriato Neto, “ aos muitos professores que dão aulas no Ensino Público e no Ensino Privado, nós apelidámos de professor turbo, porque passam a vida a correr e não preparam devidamente as suas aulas. Hoje, o professor tem de se habituar a investigar”. Os programas curriculares são iguais, excepção feita para as escolas chamadas consulares: portuguesa, internacional, francesa, congolesa...entretanto, como refere Luísa Grilo “o nosso programa não é fechado. Deve ser aberto às realidades de cada província”.
. Os professores do ensino privado são também professores do ensino público, ou seja, não há professores que sejam apenas do ensino privado.
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Português e Matemática O português é a nossa língua oficial. Como tal , temos de saber falar e escrever bem português. A Matemática, é importante para o desenvolvimento mental do aluno e pode ser importante, se enveredar por cursos onde a Matemática é fundamental.
ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL: A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
Julgamos que o Português e a Matemática estão associados, porque é extremamente difícil resolver problemas de Matemática, se não houver uma boa base de interpretação, ou seja, de Português. Estas duas disciplinas são nucleares, pelo que devem começar a ser ministradas no Ensino Básico. Como refere Alexandra Simeão “se a criança não for habituada a ler na infância, muito dificilmente vai conseguir hábitos de leitura”. É esta aposta que os professores têm de fazer. Mas os próprios professores, nomeadamente do interior, precisam de uma formação sólida, para poder ensinar estas disciplinas, tão importantes e necessárias para o desenvolvimento dos seus alunos. A Educação não passa só pela escola. Passa também por casa. Hoje, a maioria das pessoas ouvem a Globo e a Record. É verdade que os programas passados nessas televisões, o português falado, não é o de Portugal (que é o de Angola) mas sim o do Brasil. Estará correcta esta atitude?
Línguas Maternas Será uma forma de fazer perdurar a nossa cultura. Não vai ser fácil a sua implementação, porque mais uma vez existe a clivagem entre litoral e interior. Ou seja, a maioria da juventude do litoral, não fala a sua língua materna. Daí no litoral ser optativo. Mas ensinar uma língua tem algo de complexo. É necessário conhecer a sua etimologia, é necessário conhecer a sua gramática, o significado das palavras. Devido à complexidade que referimos, não vai ser para já, a implementação do ensino das Línguas Maternas. Viriato Neto, aproveitou para dizer, “o Ministério através do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação, está a desenvolver um projecto com o apoio de uma universidade sul-africana, no sentido de serem criados os programas curriculares das Línguas Maternas. É necessário criar uma bolsa de formadores e depois no terreno, formarem os professores. Não basta só falar a língua nacional, é necessário conhecer os instrumentos necessários para ministrar a Língua Materna, mais propriamente a nível pedagógico. Mais tarde, vamos fazer ensaios em determinadas províncias e depois da experiência consolidada, avançaremos gradualmente pelo país”.
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As forças e fraquezas do Ensino Básico Forças O Ministério da Educação é o maior empregador em Angola, com mais de 100 mil professores. A formação continua dos professores, tem avançado com bons resultados. Os professores têm possibilidades, com frequência, de ultrapassar as suas falhas e aumentar os seus conhecimentos com a formação contínua. Esta formação é gratuita. A remodelação e criação de escolas associadas ao novo programa educativo, são uma grande força do ensino público. Estabilidade no ponto de vista económico e social. Os salários, pese embora não serem bons, já são aceitáveis. Houve uma evolução significativa no ponto de vista de abordagem social a nível de Ensino, nos últimos 10 anos. Na altura, só havia o desporto escolar. Hoje, há saúde escolar gratuita e ensina-se os malefícios e a forma de prevenir o HIV/SIDA.
FRAQUEZAS A principal, é a fraca qualidade do corpo docente, isto porque há muitos professores sem habilitações mínimas. A falta de qualidade dos professores não lhes permite ministrar devidamente o Português e a Matemática. A merenda escolar ainda não é uma realidade em toda a Angola. Não há pacotes atractivos para fixar professores nas zonas rurais.
ENSINO TÉCNICO PROFISSIONAL O organograma do Sistema Educativo mostra
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ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL: A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
Pelo organograma, concluímos que o Ensino Técnico Profissional, começa no 1º ciclo que vai da 7ª à 9ª classe e desenvolve-se no 2º ciclo, que vai da 10ª à 12ª classe. Emílio Leôncio, director do Ensino Técnico Profissional, explicou o funcionamento deste Ensino nos respectivos ciclos. “ No 1º ciclo, o Ensino Técnico Profissional é básico, passando a ser mais técnico, no 2º ciclo”.
Emílio Leôncio, director do Ensino Técnico Profissional
Prosseguindo com Emílio Leôncio, o Ensino Técnico Profissional, tem como principal objectivo “ formar técnicos para o mercado de trabalho. Também dá competências para que os alunos prossigam os seus cursos a nível superior”.
“Formar técnicos para o mercado de trabalho. Também dá competências para que os alunos prossigam os seus cursos a nível superior”.
“Formar técnicos para o mercado de trabalho”. Julgamos ser esta a nossa grande aposta. Precisamos como de “pão para a boca”, de quadros intermédios, para poder desenvolver sectores da actividade económica, tão importantes como o primário (agricultura e pescas) e o secundário (indústrias). É importante pensar no que disse o Governador provincial de Kwanza Sul, Serafim do Prado, aquando da inauguração do Instituto Politécnico do Sumbe “o Instituto Politécnico do Sumbe, vai fazer ressurgir profissões que desde há muito estão esquecidas na nossa sociedade”. No caso concreto do Kwanza Sul, são profissões como: electricistas, técnicos de frio, entre outras. São cursos ou profissões, necessários para as actividades daquela província, como as pescas, onde o frio é de capital importância. Os Governos provinciais têm de ter a preocupação em criar escolas Técnico Profissionais, que ministrem cursos adaptados às características das províncias, tal como está a acontecer no Kwanza Sul. Tal pensamento, vai de encontro ao que disse Emílio Leôncio “os politécnicos podem ter vários cursos, mas acima de tudo, estão vocacionados para as características e potencialidades de cada província. Por exemplo, em Malanje, a Escola Agrária, vai albergar outros cursos como construção civil, electricidade, electrónica, telecomunicações”. O bacharelato, corresponde às habilitações mínimas para o professor do Ensino Técnico Profissional. A nível de professores, Emílio Leôncio, disse “temos professores que fizeram a sua formação em escolas superiores do país e outros fizeram-na no exterior. Devido ao equipamento de ponta que temos, implica formar os docentes, no sentido de estarem preparados para trabalharem com tais equipamentos”. “Equipamentos de ponta”, temos de pensar na actual realidade de Angola. Muitos desses equipamentos, precisam de energia eléctrica sem falhas. Como resolver o problema? Com geradores, mas não basta, são necessários estabilizadores de correntes e afins.
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Entretanto, ainda há uma grande lacuna de docentes especializados, pelo que houve necessidade de estabelecer um intercâmbio com Cuba e Brasil, no sentido de fornecerem professores. De acordo com o director do Ensino Técnico Profissional, “Malanje já recebeu professores cubanos, e no dia 29 de Maio, chegam mais professores cubanos que vão ser distribuídos pelas Escolas Agrárias. Por exemplo, Kwanza Sul, vai receber sete professores. Mais tarde, vão começar a chegar professores brasileiros”. Prosseguindo com o director, “as habilitações mínimas para estes professores, é a licenciatura”. Esta cooperação vai ter uma duração entre dois a três anos. Porém, o Ministério da Educação, de acordo com Emílio Leôncio, “vai recrutar monitores, no sentido de auxiliarem os professores e simultaneamente ganharem experiência. Pensa o Governo, criar uma bolsa de professores, para mais tarde substituir os cooperantes, dando desta forma continuidade ao ensino”. Os professores cubanos falam espanhol e os professores brasileiros falam um português específico do Brasil. Questionado sobre a forma como se vão relacionar professores estrangeiros e alunos, Emílio Leôncio disse “a experiência que tivemos com professores cubanos depois da independência, não perturbou a aprendizagem dos alunos, e estes continuaram sempre a falar português. Os próprios professores cubanos, na altura, procuraram também em aprender português, e nós até dizíamos que eles falavam portuespanhol”. Prosseguindo, “não podemos ter o complexo de colonizado, porque o português é a nossa língua e é importante que saibamos falar e escrever bem português”. Os politécnicos, estão a ser construídos e dotados com a linha de crédito que vem da China. De acordo com Emílio Leôncio “os politécnicos são entregues com chave na mão e estão devidamente apetrechados a nível de oficinas e laboratórios. As Escolas Médias Agrárias, estão dotadas de dormitórios, quer para os discentes quer para os docentes”.
“Malanje já recebeu professores cubanos, e no dia 29 de Maio, chegam mais professores cubanos que vão ser distribuídos pelas Escolas Agrárias. Por exemplo, Kwanza Sul, vai receber sete professores. Mais tarde, vão começar a chegar professores brasileiros”.
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A distribuição dos politécnicos pelo país consta do quadro a seguir:
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Mas, não basta formar só jovens, tão necessários para o nosso desenvolvimento, como já referimos. É necessário que o sector privado empregue estes jovens. É necessário que o sector privado saia de Luanda e vá para as províncias, no sentido de dar emprego a estes jovens. É preciso que os Governos provinciais estejam atentos a esta realidade, ou seja, vão de encontro às expectativas dos jovens que concluem os seus cursos. Os cursos ministrados são os seguintes:
De acordo com o número 2 do artigo 22º , do decreto-lei nº 90/04 de 3 de Dezembro, ( Lei de Bases do Sistema de Educação - Subsistema do Ensino Técnico Profissional) refere: “As escolas técnicas, podem apresentar propostas de criação de cursos de ensino técnico-profissional ou de especialidades de cursos já existentes, para dar respostas às necessidades locais e regionais”. Julgamos que esta flexibilidade é importante, para o desenvolvimento integrado do país.
“As escolas técnicas, podem apresentar propostas de criação de cursos de ensino técnico-profissional ou de especialidades de cursos já existentes, para dar respostas às necessidades locais e regionais”.
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negócios
JOSÉ LUÍS MAGRO
NEGÓCIOS EM ANGOLA
O Millennium Angola, inaugurou no dia do seu aniversário (03/04) mais uma agência, esta localizada na Samba. De acordo com Fernando Nogueira, presidente do Conselho de Administração do banco, está nos seus horizontes, chegar ao final do ano de 2008, com 20 balcões. No momento, o Millennium Angola, está localizado em Luanda, Benguela e Huambo.
No passado dia 15 de Abril, o banco Millennium Angola, realizou na sala Luanda do Hotel Trópico uma conferência similar. Ou seja, “Negócios em Angola”. A sala estava cheia. Mais estrangeiros que angolanos. Justifica-se. Porquê? Porque o mercado angolano continua apetecível, não só para portugueses, como para espanhóis e outros. À entrada foi entregue a cada participante, o “Guia de Negó cios em Angola” de António Vilar & Associados (Advogado). Como curiosidade, encontrámos dias depois da conferência, várias pessoas com a obra na mão, inclusive no avião que nos levou a Lisboa. É importante o interesse dos investidores, em obras e documentação relevante, dos países onde pretendem investir. Quanto mais documentados melhor. Fernando Nogueira presidente do Conselho de Administração do Millennium Angola, parafraseando um professor que teve nos EUA de gestão, disse “não basta sermos eloquentes, não basta saber a casualidade das falhas dos outros (multinacionais), tudo isto é importante, mas tem de estar aliado ao espírito empreendedor e sabermos correr riscos”. Em suma, o empresário tem de ser empreendedor e saber correr riscos, o que nos leva muitas vezes a dizer: é necessário nascer empresário, tal como é necessário nascer futebolista ou cantor.
Balcão da Samba
No próximo mês de Maio, tudo indica, que vai ser assinado o contrato com os novos accionistas (parceiros) Sonangol e Banco Privado do Atlântico (BPA), com uma participação conjunta na ordem dos 50%. Nos dias 2 e 3 de Abril, o Millennium Angola, realizou conferências com o tema “Negócios em Angola” no Porto e em Lisboa, respectivamente. Porquê? Porque faz parte da estratégia de internacionalização do banco, em que se procura uma cadeia de valor com reuniões (workshops) e partilha das “best practices”.
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“A primeira preocupação do Governo depois de o calar das armas, foi criar as infra-estruturas necessárias para atrair investimento” disse Cruz Neto, vice-ministro do Comércio. É importante e necessário. Mas também é importante que o sistema burocrático seja mais agilizado, ou seja, a criação de empresas seja feita em menos tempo . É necessário que Luanda a metrópole de Angola, tenha estradas minimamente em condições, que os acessos à zona industrial de Publicado na edição nº7 da Valor Acrescentado e o autor da obra, participou no
Especial da 5ª Edição “O Investidor Português em Angola”. Ver na edição nº 5 o especial “O Investidor Português em Angola”.
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
Viana (principal pólo industrial) sejam feitos de uma forma rápida para que as empresas aí localizadas sejam mais produtivas e rentáveis. A energia eléctrica tão necessária em qualquer indústria ou serviços, tem de existir sem falhas tão frequentes. Estas são responsabilidades do Governo que têm de ser resolvidas no curto prazo, com eficácia, para que se possa dizer que estão reunidas as condições para a atracção do investimento.
ra. Temos de deixar de importar produtos que cá podemos produzir numa altura que grassa a crise alimentar a nível mundial. O Millennium Angola, apresentou duas empresas suas clientes que estão bem implementadas no nosso mercado. Valeu a pena ouvir o que disseram os seus representantes: António Soares presidente do Conselho de Administração da CABIRE e Ana Gomes responsável pelo Controlo de Gestão de MONTE ADRIANO.
CABIRE CABIRE em língua nativa significa “galinha viva”, “saudável”. Às vezes é usado para identificar um individuo forte e bem disposto. Foi constituída em 1998, mas começou a laborar em 1999. Para o efeito, a empresa comprou um armazém no Sambizanga que foi o seu primeiro posto de venda.
Ana Gomes (Monte Adriano), António Soares( Cabire), Cruz Neto (vice-ministro Comércio),Joaquim Muafuama(ministro Comércio), Fernando Nogueira (Millennium Angola)
O investimento ainda está concentrado em Luanda e quando muito, noutras cidades do litoral como Benguela e Cabinda, apesar da Lei 17/05 Benefícios Fiscais dar melhores benefícios, a quem estiver nas zonas B (municípios de Benguela, Kwanza-Sul, Bengo…) e C (Bié, Moxico entre outras). Para atrair investimento para o interior, implica mais pólos industriais e que os três principais caminhos-de-ferro comecem a funcionar em pleno. É importante e necessário o apoio à agricultura, às pescas, e à indústria transformado-
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
A actividade da empresa é a importação de alimentos e a sua comercialização. O arranque foi assaz difícil, fruto da guerra que grassava no país. Os exportadores queriam dinheiro à cabeça, o que obrigou muitas vezes os sócios a entrarem com suprimentos [empréstimos dos sócios à sociedade]. Entretanto, pode ser vista a evolução da empresa no quadro da página seguinte (pág.70). Cada vez mais nos negócios há as parcerias. As parcerias bem-feitas, são necessárias e importantes para o desenvolvimento sócio-económico de um país. Repetimos bem-feitas e sobre esta matéria António Soares disse “já tivemos problemas com empresários portugueses, brasileiros e chineses. Eles não perceberam para se fazer uma parceria, implica respeito mútuo: na relação ninguém é melhor que ninguém. Tem de haver visão estratégica e a tomada de decisões tem de ser conjunta. Hoje já
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negócios
Ano
Acontecimento
2000
Distribuição directa. A empresa investe em viaturas, telemarketing. Recruta no Brasil técnicos ligados à área das Vendas e Publicidade. Começa a empresa a fazer vendas por telefone, a levar o produto à casa do cliente. Porquê esta estratégia? A empresa não tinha grandes recursos financeiros e para estar no mercado tinha de optar por uma política de diferenciação [por politica de diferenciação, entende-se como a produção de qualquer oferta que em relação à oferta em referência, apresenta diferenças para além do preço, qualidades ou características perceptíveis pelo mercado ou por uma faixa significativa do mercado, no quadro do domínio da actividade da oferta dominante] (STRATEGOR).Por outro lado, houve surpresa estratégica [acontecimento que aparece na vida da empresa caracterizado pelo seu carácter repentino de utilização similar ou ampliada] (Idem, ibidem). Esta estratégia trouxe um forte valor concorrencial, aliado a uma boa visibilidade no mercado e permitiu bons ganhos à empresa.
2002
Ano da paz. A Banca começa a dar maior apoio às empresas. Entretanto é importante frisar que o Millennium em Portugal, já apoiava a empresa, daí a relação de afectividade que há entre o banco e a empresa.
2003
A empresa começa a entrar noutras áreas de negócios, como a agro-pecuária, agro-indústria, ou seja, começa a criar sinergias [provém da combinação de duas actividades que, exercidas em conjunto, se realizam mais eficazmente do que quando são exercidas separadamente] (Idem, ibidem).
temos empresários angolanos evoluídos. Muitos estudaram no exterior, que foi o meu caso. Entretanto, temos uma parceria com uma empresa portuguesa que está bem implementada no seu sector: frio, em Portugal. Esta parceria, já existe há uns anos e tudo indica que vai perdurar. Continuamos abertos a parcerias, que tragam para o grupo, valor acrescentado”. Neste contexto, a CABIRE é parceira da ENDIAMA, na distribuição alimentar nas Lundas, mais concretamente Dundo, Lucapa e Saurimo, praticando preços acessíveis para a população. A CABIRE já é detentora de marcas a nível nacional e internacional, como “Bomsabor”, “Saboroso” e procura criar hábitos de consumo. A empresa procura uma politica de diversificação vertical [extensão das actividades da empresa, seja para consumos intermédios ou para a produção de matérias-primas, seja para a comercialização] (Idem, ibidem), dai já estar em actividades como a agro-pecuária e a agro-indústria. O desenvolvimento destas actividades, são assaz importantes para a CABIRE, tendo presente o que disse o seu primeiro responsável “temos tido grandes dificuldades com a operacionalidade dos nossos
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portos. Hoje, os meios financeiros para fazer face à importação quadruplicaram. Antigamente, o tempo médio para uma importação era de 45 dias, hoje é de 120”. Repetimos o que frequentemente escrevemos: temos de incentivar a indústria, nomeadamente a transformadora, para desanuviar o grande tráfego do porto de Luanda e já extensivo ao do Lobito, fruto da recuperação das estradas. Quando vai ser possível as empresas angolanas praticarem a politica do just-in-time? Para além da diversificação vertical, a CABIRE já procura a diversificação horizontal [exploração de novos domínios de actividade apoiando-se em efeitos de sinergia e de complementaridade com a carteira de actividades existente] (Idem, ibidem). Frio (parceira com empresa lusa), tão importante para a conservação dos alimentos. Construção civil, como refere António Soares “antigamente ninguém queria ir ao Huambo, Cuito fazer obras e/ ou reparações. Diziam que era longe, que era perigoso. Tivemos de criar uma divisão de Construção Civil, para as nossas instalações. Hoje, deixou de ser divisão para ser empresa. Para além de trabalhar para o grupo, já tem uma carteira de clientes aceitável”.
Ver edição nº 8 da Valor Acrescentado “Glossário Ideias e Técnicas de Gestão”.
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
Por razões estratégicas este grupo está localizado na Argentina (Buenos Aires), Brasil (S.Paulo), China (Pequim), EUA (Washington) e Portugal (Lisboa). Esta localização tem a ver com as compras globais feitas pelo grupo, no sentido de ter mais valor competitivo, disse António Soares. Ainda por razões estratégicas, o grupo está no sector imobiliário (compra terrenos, constrói e vende) e no sector automóvel. Tem contratos de exclusividade para distribuir viaturas chinesas fundamentalmente médias e pesadas, num período de 30 dias. Está também na área dos transportes.
A internacionalização de MONTE ADRIANO levou-a a mercados na Europa (Roménia) e em África (Marrocos, Cabo Verde e Angola). Porquê o nosso país? Porque há factores de união comuns como a lingua, costumes e tradições e é um país em reconstrução, onde a principal área de actividade de MONTE ADRIANO é bastante necessária: construção civil e obras públicas. As áreas de actividade da MONTE ADRIANO em Angola, com empresas constituidas em cada uma, são: •
Engenharia e Construção que é o core business do grupo;
•
Agregados em que é aplicada a diversificação vertical, tem como objectivo fornecer ao grupo areias, agregados britados e massas betuminosas. Hoje, para além de fornecer ao grupo já tem a sua carteira de clientes;
•
Ambiente, prestação de serviços na reabilitação, projecção e conservação do ambiente. O principal objectivo é melhorar a qualidade de vida das populações, promovendo para o efeito acções de formação, incluindo normas de higiene e segurança no trabalho.
Esta empresa resultou da fusão das empresas Monte & Monte e Sociedade Empreitadas Adriano. Esta transformação jurídica ocorrida em Portugal, originou que as representações na altura das empresas fundidas, em Angola, passassem a usar a denominação social actual – Monte Adriano.
•
Promoção imobiliária, compra de terrenos, construção e venda de imóveis.
A empresa funciona em estrutura global [estrutura que toma em consideração simultaneamente (países/produtos, tecnologia/produto, função/projectos...) e que implica, por conseguinte, várias linhas de hierárquicas simultâneas.] (STRATEGOR), ou seja, Monte Adriano em Angola, está dependente das linhasmestras de Portugal (Póvoa de Varzim).
Luanda-Bailundo, Huambo-Alto Hama, Huambo-Caala (já terminada com duas pontes e uma passagem superior para peões), Luanda- Viana (consórcio com Mota Engil e Soares da Costa).
CABIRE, com sede na Rui Rainha Ginga nº 72 Luanda, emprega cerca de 900 trabalhadores e é a distribuição de alimentos a principal actividade do grupo. Tem 20 armazéns para o grosso e iniciou o retalho no decorrer de 2007, com uma loja na Vila Alice-Luanda. Como estratégia futura a CABIRE, continua a apostar na diversificação da sua actividade e a consolidação das suas empresas. Está atenta a novas oportunidades de negócios.
MONTE ADRIANO
A empresa está a trabalhar nas províncias do Bengo, Benguela, Huambo, Kwanza Sul e Luanda. De relevo a nível de estradas temos:
A nível de construção de relevo temos:
[Duas ou mais sociedades, ainda que de tipo diverso, podem fundir-se, mediante a sua reunião numa só. As fusões podem ser por incorporação em que é realizada mediante a transferência global do património de uma ou mais sociedades para outra e a atribuição aos sócios daquelas partes, acções ou quotas desta; fusão por constituição de nova sociedade, realizada mediante a constituição de uma nova sociedade, para a qual se transferem globalmente os patrimónios da sociedade fundidas, sendo aos sócios destas atribuídas partes, acções ou quotas da nova sociedade] (Gonçalves da Silva, F.V.)
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
Casas dos cantoneiros na estrada Huambo-Caala, recuperação do palácio da Administração do Bailundo, casa de passagem da INEA (Instituto Nacional das Estradas). Edifício que está a ser construído na ilha de Luanda, com o nome de Etona, cuja conclusão está prevista para evereiro de 2009,que quando pronto serão colocados para venda 14 apartamentos e 19 lugares de garagem.
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saúde Todor Stefanov Denchev Professor Catedrático Assessor-Investigador do Instituto de Catalisis Academia de Ciências da Bulgária
EFEITOS HELIOMAGNÉTICOS SOBRE O ORGANISMO HUMANO
T
odo o terapeuta que obteve um reconhecimento verdadeiro e completo na área da arte de cura deve considerar as peculiaridades das estações do ano, já que, sendo diferentes, as consequências no organismo também o são e o estado de saúde depende muito dos fenómenos atmosféricos e muda com as ditas estações do ano. Já Hipócrates, grande médico da Antiguidade e pai da Medicina, o disse há 2.300 anos. Neste âmbito, consideramos meteotropismo ou meteossensibilidade a capacidade que o organismo (sobretudo o organismo doente) tem de responder fisiológica e patologicamente aos factores e influências meteorológicas. Uma grande parte das crianças com várias enfermidades tem uma sensibilidade mais elevada. Estes fenómenos verificam-se na área da geografia médica (Dimitrova S., 2002), chamando-lhes “patologia geográfica”, baseando-se nas particularidades geográficas da região já que a importância destes factores é enorme.
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As nossas observações confirmam a inter-relação entre a continuidade do sindroma asmático e depende, em alto grau, da estação do ano e assim poder-se-á prescrever e corrigir com tratamento homeopático. Também está cada vez mais clara a influência sobre o organismo humano dos processos que ocorrem no Sol a nível de radiações electromagnéticas e os diversos fenómenos relacionados com eles na magnetosfera, ionosfera, troposfera e biosfera da Terra. Estes processos e as mudanças dos campos magnéticos da Terra, são cada vez mais, tidos em atenção na prática médica, já que a frequência e a intensidade de numerosos processos biológicos, bioquímicos e fisiológicos estão relacionados com as mudanças da actividade solar. Para alguns fenómenos, esta correlação está categoricamente provada, para outros só é presumível, mas as relações mútuas entre estes fenómenos, na maior parte, são desconhecidas.
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
As diferentes radiações electromagnéticas do Sol influem sobre os processos físicos ao redor da Terra e na sua superfície (Dimitrova S., 2002). Concluindo, a mudança da tensão dos campos magnéticos débeis (de baixa tensão), sob a influência dos processos electromagnéticos do Sol condiciona os seus efeitos sobre o organismo. Nas figuras 1 e 2 mostra-se a influência da actividade geomagnética sobre a tensão arterial síntolica e diastólica, durante tempestades magnéticas e em doentes com patologia cardiovascular.
Neste âmbito, consideramos meteotropismo ou meteossensibilidade a capacidade que o organismo (sobretudo o organismo doente) tem de responder fisiológica e patologicamente aos factores e influências meteorológicas. Uma grande parte das crianças com várias enfermidades tem uma sensibilidade mais elevada.
O mais importante é o ciclo que ocorre a cada 11 anos relacionado com a mudança da actividade solar.
Figura 1 Nota: Influência da actividade geomagmética (Agy) sobre a pressão arterial diastálica
O espaço interplanetar está cheio de partículas do assim chamado “vento solar” e também do campo magnético interplanetar (CMI). Este campo está relacionado com o Sol, formando uma estrutura magnética que está girando à mesma velocidade do Sol - 1 volta para cada 27 dias (de 24 horas), observado da Terra. A passagem do sector do campo magnético ao sector da Terra está-se a fixar como a mudança dos pólos (+...-) do CMI. Actualmente considera-se provada a influência dos factores heliogeofísicos sobre o estado funcional dos sistemas vivos, assim como sobre o organismo humano (V.G.Glaz, 1988). Lamentavelmente, as investigações de muitos cientistas não são suficientemente valorizadas. A influência dos factores heliogeofísicos manifesta-se com maior ou menor intensidade sobre as várias infecções, utilizando vários índices de actividade magnética solar. É sa-
Figura 2 Nota: Influência de actividade geomagnética (AGM) sobre a pressão arterial sistólica.
Análises estatísticas mostram vários períodos de actividade solar, sobrepondo-se cada um em período de 10-22 anos, 80-90 anos.
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O mais importante é o ciclo que ocorre a cada 11 anos relacionado com a mudança da actividade solar.
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saúde
Também está cada vez mais clara a influência sobre o organismo humano dos processos que ocorrem no sol a nível de radiações electromagnéticas e os diversos fenómenos relacionados com eles na magnetosfera, ionosfera, troposfera e biosfera da Terra.
bido que todos os sistemas biológicos, em todos os níveis, funcionam no sistema de auto-vibrações e auto-oscilações. Cada patologia pode-se considerar como uma alteração dos osciladores internos do organismo. No bio-objectos encontram-se praticamente todos os mecanismos de geração de campos magnéticos. São medidos os campos magnéticos formados pelos cristais de magnetite (Fe3 O4), (magneto natural que possui propriedade ferro-magnéticas) em bactérias, neurónios, abelhas, tubarões, pombos-correios (V.G.Glaz, 1988). O homem acumula este ferro-magneto nas glândulas suprarenais. Supõe-se que os micros cristais de magnetite têm origem endógena. O efeito do campo magnético solar e o campo magnético da Terra relacionado com ele, influem sobre os campos magnéticos bio-osciladores e, portanto, sobre as propriedades biológicas dos indutores de várias patologias e, também, sobre os indutores e a perceptibilidade de certas infecções no homem. Está estabelecido que a subida da actividade solar inibe a actividade da desidrogenase mitocondrial e da fosfatase ácida das plaquetas, e dos eosinófilos. O aumento da tensão do campo magnético da Terra provoca inibição da fosfatase ácida dos linfócitos, assim como alterações da microcirculação sanguínea. A análise do status enzimático e dos parâmetros da situação heliomagnética permite prognosticar os dias de acontecimentos biologicamente importantes. Está comprovado 3 (três) que 1 (um) a 2 (dois) de explosões solares, quando o número de Wolf chega a 44 e mais, pode-se esperar uma depressão profunda da desidrogenase dos linfócitos que provoca, nos casos de doença crónicas, uma agudização da patologia ou o aparecimento de infecções. Ao contrário, os dias com baixa actividade solar (nº de Wolf = 10 a 20) são mais favoráveis, por exemplo, para a vacinação de crianças vulneráveis, com início de sensibilização específica.
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Conforme o mencionado até aqui, são importantes os efeitos das explosões solares sobre o campo magnético da Terra e as alterações meteorológicas consecutivas sobre o estado das populações e as propriedades magnéticas passivas do organismo. Nos dias de tempestades magnéticas, é preciso tomar medidas orientadas na estabilização das membranas celulares e optimização do metabolismo celular. Nós temos um esquema da influência dos factores físicos e clínicos sobre o estado funcional das células sanguíneas que participam na patogénese da asma e outras patologias. Chegamos à conclusão que, junto com factores externos conhecidos, deve-se ter em vista as oscilações do campo magnético da Terra provocadas pela actividade solar. Segundo as nossas investigações e de outros investigadores, o aspecto biológico dos factores heliomagnéticos é condicionado pela sua influência sobre as propriedades magneto-eléctricas das moléculas de água que entram na composição das membranas celulares e, desta maneira, mudam a sua polarização e permeabilidade. O mecanismo principal da actividade solar os processos vitais é, essencialmente, a mudança das propriedades físico-químicas da água celular e dos tecidos do organismo que, por sua vez, influem nas propriedades das proteínas e de outras macro-moléculares das membranas celulares. Estas ideias abrem caminho para a compreensão dos fenómenos que ocorrem ao nível molecular e sub-molecular nos sistemas vivos que reagem à radiação solar e explicam de modo geral, a natureza de alguns efeitos hélio-biológicos. Nestes últimos, podem incluir-se as mudanças da floculação das proteínas na prova de Takatá, a coagulação do sangue e a permeabilidade das membranas celulares. Nas Figuras 3 e 4 mostram-se as mudanças da susceptibilidade magnética da água como resultado da influência do campo tensão indeterminada.
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A análise do status enzimático e dos parâmetros da situação heliomagnética permite prognosticar os dias de acontecimentos biologicamente importantes. Está comprovado 3 (três) que 1 (um) a 2 (dois) de explosões solares, quando o número de wolf chega a 44 e mais, pode-se esperar uma depressão profunda da desidrogenase dos linfócitos que provoca, nos casos de doença crónicas, uma agudização da patologia ou o aparecimento de infecções.
Figura 3
Entretanto sabe-se que muitas reacções enzimáticas dependem da permeabilidade dieléctrica do meio de dispersão (...) que, por sua vez, muda com as mudanças heliomagnéticas. Este, é um dos modos de adaptação do organismo ao meio ambiente, cujos parâmetros estão submetidos de inúmeras mudanças e alterações. As oscilações têm alto diapasão temporal: desde o milésimo do segundo até muitos anos, que representam os grandes relógios biológicos. A depressão da desidrogenase dos linfócitos pode explicar a baixa da imunidade e, relacionado com ela, o aparecimento de infecções, as quais quando atingem grandes massas humanas, passam a ser denominadas de epidemia. Figura 4 Nota: 1. Água de nascente natural 2. Água destilada 3. Água bidestilada
Na tabela 1 são apresentados os valores da susceptibilidade magnética dos líquidos fisiológicos do homem, no estado normal e no patológico.
Investigados
Amostra
Y10-8
Homens saudáveis
Água soro sanguíneo
-5.732 -4.325 -3.742
Arterosclerose
Soro sanguíneo
-6,745
Cancro do cólon
Soro sanguíneo
-6,844
Doentes em diálise
Soro sanguíneo
-16432
Tabela 1
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
Temos de mencionar que a baixa actividade da desidrogenase linfocitária, antes da inoculação da toxina do “staplilococus aureus” condiciona o desenvolvimento desfavorável do processo infeccioso. O conhecimento de todos estes fenómenos, a sua influência sobre o estado funcional do homem e os biorritmos do organismo, podem ajudar a descobrir e tratar muitas doenças e processar uma profilaxia atempada, ou seja, utilizar todos estes conhecimentos em favor do homem. Bibliografia: Dimitrova S., Stoilova I Geomagnetic índices and Humain Patological state Compte rendu de l´Academi bulgar de Cience vol 55, n11, 2002, p 30-35 Maksimov A.A. V.G.Glaz Tratamento das doenças pulmonares da etologia não especifica das crianças com preparados homeopáticos Moscovo, Medicina , 1988, p 174-180.
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arte
EXPO COLECÇÃO ENSARTE 2008 “EXPO-COLECÇÃO ENSARTE” 2008” é uma exposição que apresenta um conjunto relevante de obras de arte moderna e contemporânea pertencentes ao acervo da empresa ENSA – Seguros de Angola, S.A. Criadas em suportes diversificados como a pintura e a escultura, as obras seleccionadas, produzidas no período pós independência, são da autoria de alguns dos mais significativos artistas angolanos residentes no país, com realce para o pintor Viteix, ao qual a exposição rende uma homenagem pela sua destacada participação neste projecto que hoje é realidade. Através da exposição, o público, particularmente as crianças e os jovens, vai poder aceder a obras de arte que lhe possibilitarão fazer o percurso histórico da arte angolana da última década do século XX e início do século XXI. Nela estão incluídos alguns artistas angolanos cujas obras são fundamentais na História da Arte do tempo em que vivemos. Não se trata de uma exposição ilustrativa de um conceito, pois cada obra propícia um desafio específico na sua instalação espacial, não se tendo procurado um percurso unificador em termos de linguagens artísticas ou de programas conceptuais. Em função dos seus títulos, características formais e sentidos detectáveis, as obras estabelecem, a cada visitante, contudo, o inalienável direito de reconhecer analogias, construir interpretações, estimular a discussão e o confronto de ideias que, na arte como na vida, se revelam muitas vezes mais enriquecedores do que o consenso. Não podendo representar a Colecção da ENSA – Seguros de Angola, S.A. em toda a sua diversidade e abrangência, porque o espaço e as condições museológicas e espaciais são bastante limitados, esta exposição é, mesmo assim, um cartão de visita de um museu de arte contemporânea.
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
A Grande Composição Variante - III, 1989 VITEIX Acrílico s/ tela 140 x 280 cm
A Colecção procura ainda representar as obras de artistas significativos das décadas de 80 e de 90, agrupando-os em constelações de épocas sem paradigma, onde os temas, os conceitos e as formas decorrem mais de uma formulação e de uma resolução singulares e idiossincráticas do que de programas ideológicos relativos ao estatuto da arte e do objecto de arte em relação ao que quer que seja a vida, a sociedade ou o mundo. Estas são décadas em que assistimos a inúmeras tentativas de reavaliação das grandes narrativas históricas, sociais, políticas e estéticas com vista à abertura de novos caminhos onde a liberdade inerente à reflexão e à criação artísticas surge cada vez mais como um programa original. Esta exposição afirma-se também pela diversidade de opções estéticas e geracionais, necessárias a uma visão abrangente e criteriosa da arte moderna e contemporânea em Angola do período pós independência. Traz à tona questões-chave da actual produção artística, experiências e preocupações comuns em todo o mundo, de encontro às características e tendências da arte contemporânea global. Aborda política, economia, cidadania, identificação sócio-cultural, género, igualdade, identidade, o resgate de uma história, espiritualidade, sexualidade, classe social, direitos humanos, guerra e paz. Por outro lado, é notória a constatação de que os artistas contemporâneos angolanos nos dão exemplos de como a arte actual se apropria de formas de representação ancestrais de arte popular, utilizando-as com frequência na sua forma erudita. Por fim, a exposição reflecte uma característica fundamental da actualidade: a influência mútua entre os artistas. Constata-se como muitas destas obras, apesar da sua diversidade, se complementam e ganham um novo sentido, um sentido mais profundo, quando vistas em conjunto.
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arte
A COLECÇÃO
A Importância do Seguro, 2002 FERNANDO NUNES Acrílico s/ tela 133 x 188 cm
Comemorar o seu 30º aniversário, a ENSA – Seguros de Angola, S.A. decidiu apresentar uma exposição do seu acervo, reunindo um conjunto de obras de 17 artistas contemporâneos angolanos. Ao longo de quase dezassete anos vem sendo constituído um acervo que conta com cerca de 113 obras de pintura e escultura representativas da arte contemporânea angolana. Colecção de Arte Contemporânea da ENSA – Seguros de Angola, S.A. teve início em 1991 e constituiu-se como um acervo cultural, integrado na estratégia global da empresa seguradora cujos objectivos e os critérios orientadores mostram duas abordagens complementares. Por um lado, a ENSA, enquanto empresa angolana preocupada com o crescimento económico e o desenvolvimento, ciente da sua dimensão cultural, inicia o mecenato consubstanciado no apoio financeiro para o desenvolvimento das artes plásticas angolanas nas disciplinas de Pintura e Escultura, chamando a si a sua própria organização. Por outro lado, procura registar e salvaguardar obras de conceituados e jovens criadores que têm vindo a protagonizar as tendências estéticas no período pós independência de Angola. A ENSA, Seguros de Angola, S.A. promove esta exposição de alguns nomes representativos das artes plásticas Angolanas de diferentes posicionamentos etários e estilísticos, preocupada em salvaguardar e promover uma parte do património cultural e trazer à luz talentos, congregar artistas vindos de diversos pontos geográficos com diferentes graus de experiência acumulada e com diversas propostas de trabalho, com realce para a participação de uma parte significativa de artistas de todo o país.
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Kuxixima, 2006 ANTÓNIO SEBASTIÃO NGOLA Talha em madeira 37 x 25 x 59 cm
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
A Mística do Imbondeiro I, 1998 JORGE GUMBE Acrílico s/ tela 140 x 180 cm
Vuata N’ Kampa ku makaya katekela, 2006 JOÃO MABUAKA (MAYEMBE) Talha s/ madeira 110 x 75 x 65 cm
Recriando Horizontes, 2002 MASONGI AFONSO (AFÓ) Madeira 83 x 31 x 25 cm
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
O Sonho de Uma Criança de Rua, 2006 MARCOS NTANGU Técnica mista 120 x 160 cm
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Quadro 8, 1995 MARCO KABENDA
Técnica mista, colagem s/ madeira 118 x 91 cm
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
falando com...
SISTEC APRESENTAR SOLUÇÕES
Rui Manuel dos Santos é o presidente do Conselho de Administração da SISTEC – SISTEMAS TECNOLOGIAS E INDUSTRIA SA. Conversámos sobre a origem e a evolução da SISTEC ao longo dos tempos. Vamos então saber, o que é e o que faz a SISTEC. A SISTEC existe desde 01/07/1991. Resultou da divisão da PROTÉCNICA (constituída em 1981, tendo sido a primeira sociedade comercial a surgir em Angola depois da independência). A PROTECNICA, neste espaço temporal esteve sempre a laborar e em pleno. Ainda hoje, algumas pessoas dizem: eu vou à PROTÉCNICA e não à SISTEC, o que significa que o nome ficou bem gravado. Hoje, a SISTEC emprega 630 trabalhadores angolanos em que 10% tem formação superior. A aposta na formação contínua é um dos objectivos da sua Administração. O sistema remuneratório da empresa, obedece a um sistema “salário+prémio de performance”, que tem como suporte uma tabela salarial, que permite ao trabalhador uma perspectiva de carreira dentro da empresa. Todos os trabalhadores têm um manual de acolhimento, onde toda a filosofia da empresa está lá explicada. O “MOMENTO DA VERDADE”, não deixa de ser um teste feito aos trabalhadores, em que são colocados na posição de clientes e têm de justificar as razões porque optam pelos produtos SISTEC. Às sextas-feiras todos os trabalhadores das filiais têm de ir trabalhar com a t-shirt da SISTEC. Tem para cada divisão um método de gestão descentralizado e por objectivos, sendo cada director de divisão, responsável pelas metas da sua divisão, e cada um deles (directores de divisão) é accionista da SISTEC.
Rui Santos
Neste contexto e tendo presente o estudo da cultura da empresa, pode-se dizer que este “modus vivendi” da SISTEC vai de encontro ao que foi observado por Ouchi “ o controlo formal é substituído por uma cultura comum, que garante aos indivíduos que os seus interesses próprios e os da empresa convergem. Os indivíduos agem, portanto, em consonância com a organização”. A nível de funcionamento a empresa tem as seguintes divisões:
Outchi W., Theorie Z, InterÉditions, 1982.
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
1. SISTEMAS E COMUNICAÇÕES É o nosso score business. Assenta fundamentalmente em “Tecnologias de Informação”. Já utilizamos tecnologia de ponta: fibra óptica, sistema de transmissão de dados de alta velocidade. Apresentamos soluções completas de dados e redes em CAT5 e CAT6.
2. EQUIPAMENTO DE ESCRITÓRIO E INFORMÁTICA Esta é a divisão mais conhecida pelo público em geral, onde está inserida a área de Informática e serviços. Para além de termos a exclusividade para Angola, das marcas da figura ao lado, temos ainda a IBM business partners, com a linha iSeries, xSeries, e eSeries.da qual já recebemos os prémios Conseguimos a representação da LENOVO com toda a sua gama de notebooks e Personal Computer. O objectivo é o cliente chegar e ter um pacote completo para o seu escritório.
3. HOME Virada para o Lar. Tem três subdivisões que são as seguintes:
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•
A área HI-FI/TV, que representa em exclusivo para Angola, as marcas JVC e CASIO e produtos de marca própria, procurando dar ao cliente o que precisa para a casa.
•
A linha branca, onde a SISTEC representa em exclusividade para o país a Whirpool.
•
Telemóveis GSM, produtos Multichoice...
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falando com...
4. DESPORTO A SISTEC, começou por tentar conciliar a máxima “mens sana in corpo sano” para o seu pessoal. Porém, rapidamente notou que havia uma grande procura destes produtos por parte dos seus clientes. Perante este nicho de negócio, a empresa negociou com as marcas “Technogym” e a “Tylo”, a abertura de ginásios em Luanda e noutros locais. A SISTEC dentro da sua responsabilidade social apoia o Club Desportivo do “Maculusso”.
5. BROADCASTING E SOM Sistemas de televisão e de rádios FM, onda média ou ondas curtas, digitais ou analógicos, com todo o sistema completo adjacente como estúdios, mesas, consolas... Sistemas de Public Adressing, desde a mais simples unidade “stand alone” até ao mais complexo sistema para um estádio com lotação de 50 mil pessoas. Sistema de gravação e tradução simultânea. Sistema de som e música, instrumentos musicais Yamaha. Sistemas de comunicações militares tácticos, semi-tácticos e civis com sistemas integrados de voz, dados e cifra por qualquer via de comunicação Cabos, fibra óptica, laser óptico, HF/VHF/UHF/ Micro-Ondas/Vsat ou qualquer sistema.
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6. HOTELARIA A SISTEC está em oito capitais provinciais. Nelas tem casas de passagem, para o seu pessoal deslocado. Mais tarde, concluiu que podia criar sinergias se abrisse uma rede de pequenos hotéis práticos e funcionais. Avançou com o projecto e já tem dois hotéis a funcionar em Benguela e Huambo. A SISTEC pensa alargar esta cadeia a 9 hotéis. Estas divisões permitem à SISTEC ter cerca de 26.630 clientes fidelizados e os seus recursos humanos 100 % nacionais constituem uma equipa dinâmica e interessada, sendo a principal força da SISTEC. Esta equipa que se distribui por oito capitais provinciais, já marca a diferença. Actualmente a SISTEC é líder nos equipamentos para ginásios e som. Nas outras divisões está bem posicionada. A SISTEC está numa fase de maturação e de acordo com Rui Santos “temos de consolidar o que foi feito até à data”, o que não invalida que não esteja atenta a futuros negócios que possam surgir.
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
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cultura
Quitandeira Poeta Agostinho Neto
A quitanda.
Como o esforço foi oferecido
à segurança das máquinas
Muito sol
e a quitandeira à sombra
à beleza das ruas asfaltadas
da mulemba.
de prédios de vários andares à comodidade de senhores ricos
- Laranja, minha senhora,
à alegria dispersa por cidades
laranjinha boa!
e eu me fui confundindo
A luz brinca na cidade
com os próprios problemas da existência.
o seu quente jogo de claros e escuros
Aí vão as laranjas
e a vida brinca
como eu me ofereci ao álcool
em corações aflitos
para me anestesiar
o jogo da cabra-cega.
e me entreguei às religiões para me insensibilizar
A quitandeira
e me atordoei para viver.
que vende fruta vende-se.
Tudo tenho dado.
- Minha senhora
Até mesmo a minha dor
laranja, laranjinha boa!
e a poesia dos meus seios nus entreguei-as aos poetas.
Compra laranja doces compra-me também o amargo
Agora vendo-me eu própria.
desta tortura
- Compra laranjas
da vida sem vida.
minha senhora! Leva-me para as quitandas da Vida
Compra-me a infância do espírito
o meu preço é único:
este botão de rosa
- sangue.
que não abriu princípio impelido ainda para um início.
Talvez vendendo-me
Laranja, minha senhora!
eu me possua.
Esgotaram-se os sorrisos
- Compra laranjas!
com que chorava eu já não choro. E aí vão as minhas esperanças como foi o sangue dos meus filhos amassado no pó das estradas enterrado nas roças e o meu suor embebido nos fios de algodão que me cobrem.
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
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A educação é o meio mais eficiente para a conservação do meio ambiente
N.º 7
N.º 8
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JANEIRO / FEVEREIRO 2008 | n.º 9 Angola 20 USD’s | Portugal 26` | Resto do Mundo 25 USD’s
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NOVEMBRO / DEZEMBRO 2007 | n.º 8 Angola 20 USD’s | Portugal 26` | Resto do Mundo 25 USD’s
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JANEIRO / FEVEREIRO 2007 | n.º 7 Angola 20 USD’s | Portugal 26` | Resto do Mundo 25 USD’s
OUTUBRO / NOVEMBRO 2006 | n.º 6 Angola 20 USD’s | Portugal 26` | Resto do Mundo 25 USD’s
O AMBIENTE E A INDÚSTRIA DIAMANTÍFERA
JANEIRO/FEVEREIRO 2008 | N.º 9
N.º 6
KWANZA SUL: AS ASSIMETRIAS ENTRE O LITORAL E O INTERIOR ESTÃO BEM VINCADAS
RELAÇÕES ECONÓMICAS PORTUGAL/ANGOLA
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ANGOLA: ESTAMOS NO CAMINHO CERTO?
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2007 | N.º 8
UMA REALIDADE AGRO-PECUÁRIA EM ANGOLA
JANEIRO/FEVEREIRO 2007 | N.º 7
PROJECTO ALDEIA NOVA
O AMBIENTE E A INDÚSTRIA DIAMANTÍFERA
ANGOLA: ESTAMOS NO CAMINHO CERTO?
A INVASÃO QUE VEM DO ORIENTE JÁ ESTÁ EM ANGOLA
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KWANZA SUL AS ASSIMETRIAS ENTRE O LITORAL E O INTERIOR ESTÃO BEM VINCADAS
N.º 9
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formação
CALENDÁRIO DE FORMAÇÃO 88 .
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
PROGRAMA
Contabilidade Avançada
Análise Financeira
Contabilidade Bancária
Auditoria Financeira
História da Contabilidade.
Função Financeira e Análise Financeira.
O que são Planos de Contas Sectoriais.
A origem da Auditoria.
Instrumentos-Base de Análise Financeira.
Normas e Princípios Contabilísticos.
Princípios e normas de Contabilidade versus Princípios e Normas de Auditoria.
Método dos Rácios.
O Plano de Contas das Instituições Financeiras
Procedimentos e Testes de Auditoria.
As Contas Internas e de Regularização e a sua importância à luz dos princípios contabilísticos.
A Organização de uma Auditoria.
Contas de ordem ou extrapatrimoniais.
Controlo Interno.
Normalização ou Harmonização Contabilística. Plano de Contas. Encerramento de Contas.
Análise do Risco. Análise de Rendibilidade e Crescimento. Análise dos Fluxos de Caixa.
A Norma Internacional de Contabilidade (NIC) nº 30 – Divulgações das Demonstrações e de Instituições Financeiras Similares.
Os papeis de trabalho Auditoria ao Balanço e Demonstração dos Resultados. Relatórios e pareceres de Auditoria.
OBJECTIVO Oferecer aos participantes conhecimentos teóricos, sobre a evolução da Contabilidade ao longo dos tempos e paralelamente dar a conhecer o seu impacto e importância a nível da globalização. Dar a conhecer a relevância do Anexo ao Balanço e Demonstração dos Resultados para melhor compreensão das demonstrações financeiras. A responsabilidade do relatório de gestão.
A QUEM SE DESTINA A Contabilistas, Administradores, Bancários e Gestores de empresas, bem como a todos que estudam esta temática.
Responsável pela formação José Luís Faria Magro, licenciado em Contabilidade e pósgraduado em Finanças Empresariais. Larga experiência na área da Contabilidade no norte de Portugal. Investigador na área da Contabilidade e Gestão, com artigos publicados em Portugal, Brasil e Angola. Várias conferências sobre Contabilidade e Gestão e a entrada de Portugal na Moeda Única.
LIMITE DE FORMANDOS 20
CARGA HORÁRIA 30 horas, distribuídas por 1 dia de cada semana: Período da manhã 9H00 - 12H30 Período da tarde 14H00 – 18H00
Março | Abril 2008 // VALOR ACRESCENTADO
PREÇO 1.500 USD, pagos no acto de inscrição
TEXTOS DE APOIO Fornecidos pelo formador e distribuídos em cada sessão
INFORMAÇÕES E RESERVAS Avenida Comandante Valódia nº 5, nº15 1º -Luanda Telf. 00244 244497 Móvel 00244 923454677 0351919352177 Fax 00244 4311168 Email jlmagro@netcabo.pt
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próximo número
PORQUE DESCE O DÓLAR AMERICANO? Este artigo procura explicar os motivos que têm levado a moeda americana estar em queda.
A ARTE DE BEM VIVER Actualmente com muita frequência face ao ouvir-se falar em Estudos de Mercados, Gestão, Comercial e Marketing, confrontamo-nos com diversos comentários sobre a necessidade do conhecimento da arte de saber vender.
A POBREZA E A EXCLUSÃO SOCIAL A noção de exclusão social é relativamente recente, sendo a sua abordagem dificultada pela difusão que vai tendo nos vários discursos, nomeadamente nos meios políticos e intelectuais. Com efeito, à medida que a noção de exclusão se generaliza e a sua utilização se torna mais comum, ela torna-se mais fluida e, por vezes, equivoca.
TAXA INTERNA DE RENTABILIDADE E VALOR ACTUAL LÍQUIDO Exercício prático na folha de cálculo EXCEL
O DIREITO E O AMBIENTE Enquadramento jurídico sobre o Ambiente.
ASSIM VAI O MUNDO As serpentes a sair dos ovos são cada vez mais numerosas e também as cléopatras que depois as colocam onde possam envenenar. O comum das pessoas vai-se apercebendo que se estão alimentando roubos, assaltos, terrorismos, falsificações. Todos desejam felicidade, dinheiro, poder. Buscas que nem sempre assentam em ganhos obtidos a título de trabalho.
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VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
editorial CURSOS DISPONÍVEIS
CRISE ALIMENTAR A NÍVEL MUNDIAL O Mundo, ao longo dos tempos foi assolado por guerras, tempestades, doenças, crises sociais, demográficas e hoje temos a crise alimentar a nível mundial. Estas devassas não vão ficar por aqui. Elas vão continuar ao longo dos tempos, ou seja, já é intrínseco ao Homem. Estas devassas no fundo, não deixam de ser um jogo: há ganhadores e há perdedores, jogo esse, que se encaixa em parte no pensamento de Charles Darwin (1809-1882), ou seja, a evolução das espécies é possível pela concorrência que existe entre indivíduos da mesma espécie, que competem pelo mesmo alimento, enfim, é a lei do mais forte. Independentemente das ajudas das “task force” criadas pela Nações Unidas, Organizações Não Governamentais (ONG)... para debelar a crise alimentar a nível mundial, temos de convir que quem vai ganhar é o mais forte. Quem vai comercializar os produtos alimentares, vai praticar preços especulativos, vai reter alimentos, para originar quebras e posteriormente praticar os preços pretendidos: especulação. Continuando com a lei do mais forte, os povos africanos são os que mais vão sofrer com esta crise. Mas, nós africanos pegando no que ensinou Adam Smith (o pai da Economia Politica) temos Terra, onde os produtos alimentares na sua maioria são cultivados. Temos mais Terra, que os outros continentes. O que nos falta então? Trabalho e Capital. Olhando para os tumultos que surgiram nos Camarões e no Burika Faso, por causa da subida do custo do arroz, açúcar e óleo alimentar, nós em Angola já cultivámos estes produtos e no que concerne ao açúcar já fomos um dos maiores
produtores do Mundo (Tentativa, Bom Jesus, Dombe Grande e Cassequel). Hoje estas culturas ou não existem ou não têm expressão. Porquê? Por causa da guerra. A guerra tem sido o grande flagelo de África e por consequência do seu fraco desenvolvimento humano. Nós africanos, não podemos ter sempre o peixe. Temos de pegar na cana e pescar, ou seja, temos de ter Trabalho e Capital, nem que para isso procuremos o investimento directo estrangeiro.
Curso de Expediente Geral de Escritório e Práticas de Contabilidade com Informática Aplicada. Curso Prático de Contabilidade e Fiscalidade com Informática Aplicada.
Angola (Valor Acrescentado tem escrito muitas vezes) é um país rural com grandes potencialidades com culturas que dão mais que uma vez por ano. Temos recursos hídricos invejáveis. Temos gado. Começamos a ter estradas completamente transitáveis que já permitem o escoamento. Precisamos de organizar o nosso sector agrícola, ver as nossas necessidades. Precisamos de incentivar o investidor a apostar neste sector, criando as infra-estruturas mínimas para se instalarem (estradas começamos a ter, é necessário energia eléctrica, reorganizar e incentivar o comércio rural, instalar centros abastecedores, escolas, hospitais...). Depois os excedentes ou serão transformados, ou exportados, isto na perspectiva de se atingir a auto suficiência alimentar e os excedentes serem transformados e transportados. O que digo, julgo serem as defesas que Angola tem para não sentir tanto esta crise. Assim, passaremos a ser fortes se conseguirmos produzir produtos agrícolas para todos nós. Seremos ainda mais fortes, se conseguirmos exportar excedentes agrícolas, quer em bruto quer transformados.
VA-SE E R C INS Formador: Dr. José Luís Magro SEDE Av. Comandante Valódia, nº 5 - 5º Ap 53 - Luanda Tel. 00244 222 430 583 - Fax 00244 222 431 168 DELEGAÇÃO Rua Serpa Pinto, nº 750 - 4º 4550-465 Porto - Portugal Tel. 00351 228 300 507 - Fax 00351 228 329 897
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Propriedade Valor Acrescentado - Prestações de Serviços, Lda. Director José Luís Magro ADMINISTRADOR Luís Gomes Chefe de Redacção Adelaide Alves Redacção Filipa Couto, Carlos Neto Publicidade Agostinho Vubo DESIGN GRÁFICO PMD - Comunicação e Design www.pmd.pt IMPRESSÃO Uniarte Gráfica / Porto Colaboraram neste número Filipa Couto, José Luís Magro, Rogério Fernandes Ferreira e Todor Stefanov Denchev Tiragem: 10.000 exemplares. Registada sob o número MCS-430/B/2006.
VALOR ACRESCENTADO // Março | Abril 2008
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JÁ.
MARÇO/ABRIL 2008 | N.º 10
Brevemente
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MARÇO / ABRIL 2008 | n.º 10
A sua Aplicação com Casos Práticos complementado com Legislação Fiscal e Comercial
Angola 20 USD’s | Portugal 26€ | Resto do Mundo 25 USD’s
CONTABILIDADE
ENSINO BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL: A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO
PLANO GERAL DE
VALOR ACRESCENTADO
José Luís Faria Magro
ENSINO
BÁSICO E TÉCNICO-PROFISSIONAL A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO