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JANEIRO/FEVEREIRO 2010 | N.º 15

Brevemente

ANGOLA E O AMBIENTE: Ilações a retirar da Conferência de Copenhaga

as d s a t n o C e d o Plan iras

JANEIRO / FEVEREIRO 2010 | n.º 15

CONTIF

Angola 20 USD’s | Portugal 26€ | Resto do Mundo 25 USD’s

Apr e n de r o

VALOR ACRESCENTADO

A MAGRO

JOSÉ LUÍS FARI

www.valoracrescentado-online.com

NOVO LIVRO

ANGOLA E O AMBIENTE Ilações a retirar da Conferência de Copenhaga


editorial CURSOS DISPONÍVEIS

VALOR ACRESCENTADO EM 2009 VALOR ACRESCENTADO, no ano de 2009, teve uma só edição. Porquê? Porque várias frentes nos foram solicitadas como: conceber e escrever o “MANUAL DE CONTABILIDADE ANGOLANO”, consultadoria e formação. No grande leque de trabalho que tivemos, a nossa opção foi em parar durante algum tempo a edição da VALOR ACRESCENTADO. Queremos estar no mercado qualidade. Não queremos nem estamos a cumprir calendário. Não queremos estar no mercado sem transmitir algum conhecimento quer em Angola, quer no mundo onde é lida a revista VALOR ACRESCENTADO. Parar não significa acabar, não significa morrer. Seria bom que fosse possível que todos nós, pessoas singulares e colectivas pudéssemos parar para reflectir, para definir estratégias.

Foi bom durante este período ouvir as pessoas a manifestar a falta que faz a VALOR ACRESCENTADO. Foi bom saber que muita gente quer a VALOR ACRESCENTADO, porque através da revista está a adquirir conhecimento e querem aplicá-lo. Ora, perante esta realidade, faz todo o sentido mantermos as nossas as nossas convicções. Vamos continuar a ser uma revista bimestral, com ligeiras diferenças da linha editorial até aqui seguida. Vamos passar a ouvir testemunhos de responsáveis de empresas em Angola, vamos fazer trabalhos de pesquisa com reflexo na economia e gestão das empresas. Vamos continuar a trabalhar as províncias depois de termos feito Malanje, Kwanza-Sul e Benguela. Porquê? Porque é importante a divulgação de Angola no seu todo. Esta divulgação pela experiência das províncias que já fizemos é importante para muitos angolanos, nomeadamente os que se limitam a conhecer Luanda e pouco mais.

Foi bom durante este período ouvir as pessoas a manifestar a falta que faz a VALOR ACRESCENTADO.

Análise de Projectos e Investimentos Análise Financeira Auditoria Financeira Avaliação de Empresas e Negócios Contabilidade e Fiscalidade para Advogados Contabilidade e Fiscalidade para Empresários Contabilidade Bancária Contabilidade e Fiscalidade Contabilidade para Iniciados Contabilidade Prática Informatizada Gestão Comercial e Inventários com Aplicação Informática Orçamento Empresarial Recursos Humanos Secretariado com aperfeiçoamento do Português Tesouraria com Aplicação Informática

Foi bom saber que muita gente quer a VALOR ACRESCENTADO, porque através da revista está a adquirir conhecimento e querem aplicá-lo.

A-SE REV C INS Formadores: Dr. José Luís Magro / Dra. Adelaide Magro SEDE Av. Comandante Valódia, nº 5 - 5º Ap 53 - Luanda Tel. 00244 222 430 583 - Fax 00244 222 431 168 DELEGAÇÃO Rua Serpa Pinto, nº 750 - 4º 4550-465 Porto - Portugal Tel. 00351 228 300 507 - Fax 00351 228 329 897

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Propriedade Valor Acrescentado - Prestações de Serviços, Lda. Director José Luís Magro ADMINISTRADOR Luís Gomes Chefe de Redacção Adelaide Alves Redacção Filipa Couto, Carlos Neto Publicidade Luís Handanga DESIGN GRÁFICO PMD - Comunicação e Design www.pmd.pt IMPRESSÃO Uniarte Gráfica / Porto Colaboraram neste número António Lopes de Sá, Edivaldo Cruz, Filipa Couto, José Luís Magro Tiragem: 10.000 exemplares. Registada sob o número MCS-430/B/2006.

VALOR ACRESCENTADO // Janeiro | Fevereiro 2010

00244 222 430 583 00244 923 454 677 00351 919 352 177 jlmagro@valoracrescentado-online.com

JÁ.



Janeiro/Fevereiro ‘10 | nº 15

contabilidade 14 ORIGENS DAS NORMAS CONTÁBEIS DENOMINADAS COMO INTERNACIONAIS 18 A CONTABILIDADE EM ANGOLA E A HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA A NÍVEL MUNDIAL gestão 26 SOCIEDADES DE CAPITAL DE RISCO

30 BANCA DE INVESTIMENTO EM ANGOLA 34 IDEIAS E TÉCNICAS DE GESTÃO Letra “Q”.

38 GLOSSÁRIO DA BOLSA DE VALORES Letra “P”.

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sumário especial

54 ANGOLA E O AMBIENTE A ambição desmesurada do Homem tem levado à sua destruição. É necessário pôr fim. Quem pensa pôr fim, muitas vezes não tem expressão nem poder político para se fazer ouvir. Mas é necessário despertar consciências.

informática de gestão 40 PROCESSAMENTO DE SALÁRIOS A empresa “XPTO, LDA”, que é uma pequena empresa na área do comércio decidiu processar os seus vencimentos no EXCEL.

tecnologia 48 O Mundo da Tecnologia leituras 78 A PROFISSÃO, AS ASSOCIAÇÕES E AS REVISTAS DE CONTABILIDADE EM PORTUGAL

Janeiro | Fevereiro 2010 // VALOR ACRESCENTADO

secções 02 EDITORIAL 06 RECORTES DE IMPRENSA 10 OPINIÃO DOS LEITORES 12 COMUNICADOS DE IMPRENSA 14 CONTABILIDADE 26 GESTÃO 40 INFORMÁTICA DE GESTÃO 48 TECNOLOGIA 54 ESPECIAL 78 LEITURAS 80 FORMAÇÃO 82 PRÓXIMO NÚMERO

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recortes de imprensa

CONTRACÇÃO DO PIB “É QUASE CERTA” MAS TRANSITÓRIA A crise internacional vai sentir-se em Angola, país que “não vai manter-se imune” à contracção entre 3 a 10 por cento do PIB em 2009, dependendo, em grande parte, pelo comportamento do preço do petróleo nos mercados internacionais, afirmaram especialistas contactados pela agência Lusa. “Angola não vai ficar imune à crise mundial de acordo com os indicadores de que agora dispomos, daí que apontemos para uma previsão de contracção do Produto Interno Bruto (PIB) na ordem dos 3 por cento para 2009”, afirmou o vicepresidente do Banco BIC Portugal, Mira Amaral. Os preços do petróleo evoluíram em alta na última semana para os 67 dólares, depois de terem batido no mínimo de 40 dólares nos primeiros meses do ano e do máximo histórico de 140 dólares de meados de Julho de 2008. No entanto, “esta evolução de subida pode não ser suficiente, porque a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) manteve recentemente a sua produção global, o que levou Angola - que se tornou membro da organização -, a prosseguir com uma produção 1,55 milhões de barris por dia”, disse à Lusa um analista que pediu para não ser citado. Angola, antes de entrar para a OPEP, produzia 1,9 milhões de barris diários. Já a economista-chefe do BPI, Cristina Casalinho, disse também à agência Lusa que Angola deverá registar uma contracção do PIB entre 3 e 7,2 por cento em 2009, mas que, perante as projecções do preço do ‘crude’, que poderá atingir os 100 dólares por barril, passará a crescer na casa dos 9 a 10 por cento já em 2010. O país atingiu taxas de crescimento da riqueza produzida na ordem dos 24 por cento em 2007 e dos 15 por cento em 2008, pelo que no próximo ano se assistirá a um abrandamento, mas mesmo assim, apresentando “um crescimento muito elevado”, sobretudo compensado pelo sector não petrolífero que poderá crescer em torno dos 12 por cento.

Os especialistas contactados pela Lusa defenderam que o crescimento do sector não petrolífero de Angola “vai manter-se muito dinâmico” nos próximos anos: “A economia tem de se industrializar e isso passa pelo sector não petrolífero e há fundos para que isso se concretize”, sublinhou Mira Amaral. De momento, assiste-se a um aperto monetário, mas o quadro macroeconómico do país “é estável” e o governo angolano adoptou limites à execução orçamental das despesas correntes e de investimento com base para o preço do petróleo de 35 dólares o barril, em vez dos 55 dólares por barril inscritos no Orçamento do Estado (OE) para 2009. Analisando os valores de receitas petrolíferas inscritas no OE angolano e tomando em consideração os níveis de produção de 1,7 milhões de barris por dia e um preço médio de 42,7 dólares o barril por dia, a quebra das receitas petrolíferas será de 13 mil milhões de dólares (9,6 mil milhões de euros). Já o responsável da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep) em Angola, António Fontoura, disse à Lusa que, no caso dos investidores portugueses, não vê alarmes por causa de “problemas no PIB”, embora considere que “ninguém com toda a certeza” pode dizer que haverá uma forte contracção, pois isso depende da evolução do preço do barril do petróleo. Nos três primeiros meses deste ano, as exportações portuguesas para Angola cresceram 25 por cento. Segundo dados da Agência Nacional de Investimento Privado de Angola (ANIP), os portugueses investiram 235 milhões de dólares em 2007 (166 milhões de euros) e apresentaram 247 projectos. “Um ano depois viram aprovados 237 projectos, num investimento de 615 milhões de dólares (433 milhões de euros)”, o que denota uma “clara aposta a prazo” na nova potência regional emergente da África Austral, salientou. Fonte: Diário de Noticias – Economia

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A vida paga-se com cartão. BIC Multicaixa

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recortes de imprensa

ANGOLA E A CHINA A garantia da concessão de novos empréstimos foi o principal resultado da visita do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, à China, na semana passada. O valor destes empréstimos não foi revelado, sabendo-se apenas que, tal como os anteriores, irão financiar a construção e/ou reabilitação de infra-estruturas básicas nos domínios dos transportes, água e saneamento, energia, educação e saúde previstos no programa de reconstrução em curso no país. A primeira linha de crédito da China a Angola, no valor de 2 mil milhões de dólares, 1,42 milhões de euros, foi aberta em 2004 e reforçada, para cerca de 5 mil milhões de dólares, em 2006. As relações entre Angola e a China juntam a fome com a vontade de comer. Saído da guerra, em 2002, o Governo de Luanda precisava urgentemente de dinheiro para a reconstruir o país mas encontrou os canais tradicionais fechados. O problema é que o executivo angolano não conseguiu satisfazer as exigências dos credores do Cube de Paris e do FMI, designadamente em matéria de direitos humanos e transparência. Viraram-se para a China que não só não fez este tipo de exigências como tinha os cofres cheios de liquidez e estava sequiosa de matérias-primas entre as quais o petróleo. Goste-se ou não, é o pragmatismo da diplomacia económica a funcionar. Os objectivos dos governos dos dois países foram atingidos: Luanda obteve os financiamentos necessários à sua reconstrução e Pequim garantiu uma parte do petróleo para suportar as elevadas taxas de crescimento da sua economia. O facto de os objectivos dos governos terem sido atingidos não quer dizer que a parceria seja um bom negócio, sobretudo para Angola. Os benefícios dos empréstimos chineses no dia-a-dia dos angolanos são bem visíveis um pouco por todo o país com a construção e/ou reabilitação de estradas, caminhos-de-ferro, redes eléctricas, de água e de saneamento, hospitais e escolas. Um dado que o Governo e o partido no poder têm explorado até à exaustão. Se os benefícios estão à vista de toda a gente já o mesmo não se poder dizer dos custos que são tratados como segredo de Estado. Em todos os acordos há cláusulas confidenciais, mas isso tem limites. E quando esses limites são ultrapassados todas as dúvidas são legítimas. O custo de um empréstimo tem duas componentes: o preço traduzido numa determinada taxa de juro e as condições contratuais. Nem uma nem outra são conhecidas com um grau de detalhe suficiente para fazer uma análise custo-benefício séria. Em particular, sabe-se que a parte de leão das dívidas é paga em petróleo, mas desconhece-se qual o preço estabelecido para a matéria-prima e por quanto tempo a produção está “hipotecada”. Mas uma coisa parece certa. Como não há almoços grátis, a China não teria disponibilizado tanto dinheiro sem garantias de acesso aos recursos naturais do país em condições privilegiadas Fonte: Diário Económico

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recortes de imprensa

ANGOLA ENTRE O RISCO E A OPORTUNIDADE Apesar da fraca interdependência do país com o sistema financeiro internacional, Angola não escapa à actual crise mundial. A redução do preço do petróleo – seu principal recurso – não é o único motivo, até porque essa crise ameaça, de facto, a economia real do planeta. Mas entre saber se a crise é um risco ou uma oportunidade, os especialistas divergem. O crescimento de 11,8 por cento em 2009 estimado pelo Governo angolano resultante das eleições realizadas em Setembro dificilmente será concretizado. Muitas das ambiciosas promessas eleitorais do MPLA poderão, por isso, ser adiadas. A hipótese é do professor Alves da Rocha, colaborador da África 21. Mesmo assim, prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 6,5 e 7,5 por cento, sendo o aumento do PIB petrolífero de cinco por cento e o do sector não petrolífero situado entre 7,3 e 9,4 por cento. «Ainda assim, performances de causar inveja a muitos países», comenta. De notar que o sistema financeiro angolano é ainda muito fechado em si mesmo e orientado, sobretudo, para o mercado interno. As relações das instituições financeiras angolanas com os bancos estrangeiros são fundamentalmente de curto prazo, compreendendo pouco mais do que a gestão de actividades típicas de tesouraria. Alves da Rocha chama a atenção, entretanto, para a taxa de abertura económica de Angola face ao exterior – mais de 150 por cento –, o que torna inevitável o impacto da crise mundial no país. O académico identifica quatro riscos, que podem tornar esse impacto especialmente comprometedor para os planos das autoridades. O primeiro é a fraca competitividade da economia angolana, que tem sérias deficiências no plano da produtividade, da absorção de novas tecnologias e da captação de investimentos privados estrangeiros. O segundo tem a ver com o petróleo, cujas receitas poderão baixar severamente em função tanto da baixa do preço como da previsível redução da produção. O terceiro risco, segundo Alves da Rocha, é o peso da inflação importada. Este factor, que já tinha sido identificado em meados do ano passado por Amadeu Maurício, governador do Banco Nacional de Angola,

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tem impossibilitado Angola de reduzir a inflação para um dígito, o que deve agravarse devido à crise mundial. Finalmente, o quarto risco, para Rocha, é a possibilidade de Angola também ter aplicado os seus activos em operações de alto risco. Em relação a este último ponto, as autoridades têm optado, até agora, pelo silêncio absoluto. Mas Alves da Rocha diz: «Devido ao chamado risco sistémico, são muito poucas as aplicações isentas de risco neste momento da crise financeira internacional». Ele dá exemplo da Sonangol que, no início do segundo semestre do ano passado, subscreveu dez por cento do aumento do capital do banco português Millennium bcp, cujas acções sofreram, no fim de 2008, uma queda dramática. ECONOMIA REAL Outro economista angolano, Ricardo Viegas d’Abreu, vice-presidente do Banco de Negócios Internacional (BNI), acha que Angola pode beneficiar com a actual crise mundial, se privilegiar «o lado real da nossa economia». Reconhece que, embora do ponto de vista corrente os riscos para Angola sejam, supostamente, diminutos, «já do ponto de vista estratégico, Angola não deixa de estar exposta à crise mundial». Entretanto, e para transformar a crise em oportunidade, Viegas d’Abreu aconselha a aposta na indústria, agro-indústria, telecomunicações e tecnologias de informação, assim como na educação de excelência e reforma administrativa. «Estamos a voltar ao princípio: o aspecto mais determinante é a economia real», diz. Alves da Rocha concorda que o fundamental é a diversificação da economia, assim como o aumento do valor agregado interno. Ele observa que, desde 2003, verifica-se uma alteração estrutural da economia angolana, estando o sector nãopetrolífero, de forma constante, a crescer mais do que o petrolífero. Para si, isso é resultado dos investimentos públicos realizados pelo Governo, principalmente no domínio das infra-estruturas. E aponta os projectos governamentais para a realização de grandes obras de irrigação agrícola, construção de importantes complexos agro-industriais, edificação de

fábricas de materiais de construção e outros, que trabalham com recursos naturais renováveis e mais capazes de gerar empregos do que a indústria petrolífera, como bons exemplos dessa estratégia para diversificar a economia. De acordo com Alves da Rocha, a continuação dos investimentos públicos por parte do Governo «é um sinal de confiança na economia, que poderá ter efeitos sinergéticos positivos sobre o comportamento dos agentes privados». O economista avisa, porém, que, em virtude de variáveis que o Governo não pode controlar plenamente, «2009 pode ser um ano bem diferente dos anteriores, em termos de dinâmica de crescimento e de asseguramento dos fundamentos macroeconómicos». Segundo ele, o combate à pobreza pode sofrer alguns constrangimentos. As autoridades parecem conscientes da complexidade da situação. José Eduardo dos Santos afirmou que, embora Angola esteja um pouco à margem do sistema financeiro internacional, precisa de estar atenta às possíveis consequências da crise sobre a economia do país. A Sonangol começou a tomar medidas de contenção financeira, enquanto o seu presidente, Manuel Vicente, anunciava que, em 2009, a empresa vai concentrarse na refinação e na distribuição e não na exploração (na verdade, esta é feita pelas operadoras estrangeiras). No dia 15 de Dezembro, o Parlamento angolano aprovou o Orçamento Geral do Estado para 2009, mantendo a referência do barril do petróleo a 55 dólares, apesar de, nessa data, ele já estar a ser negociado abaixo dos 30 dólares. A primeira recomendação feita pelos parlamentares ao Executivo apontava para a necessidade de acompanhar a evolução do preço do crude e, se necessário, proceder a uma revisão do orçamento. O Governo – cujas reservas são bastante folgadas – prefere aguardar um pouco, até tomar uma decisão. O primeiro-ministro, Paulo Kassoma, assegurou que o Governo estava a equacionar medidas preventivas para minimizar o impacto da crise. Uma das maiores preocupações, segundo ele, é controlar a despesa pública. Fonte: África21

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comunicado de imprensa

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contabilidade

Antônio Lopes de Sá Presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis Reitor do Centro de Estudos Superiores de Contabilidade, do CRC de Minas Gerais

ORIGENS DAS NORMAS CONTÁBEIS DENOMINADAS COMO INTERNACIONAIS

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m fevereiro de 2005 o emérito professor Stephen A. Zeff escreveu um artigo alertando que as normas de Contabilidade estavam sendo adaptadas para atender a interesses particulares na acomodação de informações de balanços, de acordo com as vontades de partes. Ou seja, de acordo com o acusado as normas adotadas no Brasil por força da Lei 11.638/07 não teriam idoneidade técnica, por serem manipuladas segundo interesses particulares. Tal revelação foi justificada por um competente histórico das elaborações das ditas normas pela entidade particular FASB (Financial Accounting Standards Board), instituição que em julho de 1973 sucedeu ao “Accounting Principles Board (APB)”. Informou ainda o grande estudioso, no mesmo trabalho, que dois dias depois nascia coincidentemente o International Accounting Standards Committee (IASC) hoje denominado IASB (do qual o Brasil vem traduzindo e implantando as Normas). O plano normativo derivado de grupos particulares, todavia, já vinha sendo posto em marcha desde a década de 60, tal como em trabalhos de pesquisa publicou o egrégio professor Jorge Tua Pereda, da Universidade Autônoma de Madri em obra intitulada “El marco conceptual de la información financiera”, editada em 1996 pelo Instituto de AuditoresCensores Jurados de Cuentas de España, do Ministério de Economia e Fazenda. Realmente, em 1969 e 1970, o Accounting Standards Steering Committee foi criado no reino Unido e Irlanda substituindo a atuação do Institute of Chartered Accountants in England and Wales com o objetivo de produzir “normas”. Sem dúvida, tal como informa o trabalho em referência, foi uma série de medidas coincidentes que içou através de força na mídia a expressão “Standard” e depois “International Accounting Standards”, que aqui se populariza como “Normas Internacionais de Contabilidade” (NIC). No fim da década de 70 estive pessoalmente com o professor Zeff, pesquisador do assunto e autor da matéria referida, tendo o mesmo a mim afirmado (depois de inquirir-me sobre muitos elementos de minha pesquisa), que as investigações que ele e sua equipe realizavam permitiam a conclusão de que problemas muito sérios poderiam ocorrer em razão da manipulação de dados contábeis que o subjetivismo das normas ensejava.

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Não é, pois, sem fortes razões que as produções normativas continuam egressas de entidade privada sediada na Inglaterra sob o controle majoritário de grupos norte americano e europeu; modestíssima foi e continua sendo a participação do restante do mundo (ressalvado um percentual para todo o continente asiático) segundo estatísticas editadas na Internet. Fiz ver ao ilustre mestre que minha preocupação estava preferencialmente centrada no caminho de uma doutrina de razão epistemológica, mas, que não desconhecia os vergonhosos acontecimentos que eclodiram no fim da década e que motivaram uma Comissão Parlamentar de inquérito no Senado dos Estados Unidos. Essa a razão pela qual naquela ocasião, no DIÁRIO DO COMERCIO, de Belo Horizonte, ofereci ampla reportagem sobre o risco que se estava a correr; o Senado dos Estados Unidos, em relatório, denunciava o uso indevido da Contabilidade, do nome de entidades da classe contábil, para fins de manipulação de balanços, lucros e perdas. Também o professor Rogério Pfaltzgraff, na TRIBUNA DA IMPRENSA, em uma sucessão de artigos fazia graves acusações quanto à atuação aética de empresas transnacionais de auditoria. A questão, pois, não estava em “transparência”, segundo Zeff, segundo o Senado, segundo intelectuais diversos da área contábil, mas, em “acomodação do informe contábil ao sabor do cliente inescrupuloso” como foi denunciado. O que provinha do mundo anglo saxão, acobertado por vastas influências da mídia e de agentes de especuladores financeiros fazia prenunciar macro crises. Não é, pois, sem fortes razões que as produções normativas continuam egressas de entidade privada sediada na Inglaterra sob o controle majoritário de grupos norte americano e europeu; modestíssima foi e continua sendo a participação do restante do mundo (ressalvado um percentual para todo o continente asiático) segundo estatísticas editadas na Internet.

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Não se pode negar, pois, que a publicação de Zeff em 2005, bem antes do estouro da bolha que gerou o presente macro desastre financeiro mundial, foi outro grande alerta sobre a manipulação de resultados e de ativos. Em 1997, todavia, em conferência que realizei na Universidade de Saragoça, perante quase totalidade dos professores universitários de Contabilidade da Espanha, fiz as mesmas advertências (o texto desta se encontra em minha página www. lopesdesa.com.br); fundamentei-me nas acusações do ilustre professor da Universidade de New York, Abrahan Briloff e em textos que competentes jornalistas da “Der Spiëgel” da Alemanha pregavam (Harald Schumannn e Hans-Peter Martin, que depois editaram a obra “A armadilha da globalização”). Cumprimos a nossa parte, mostrando as origens verdadeiras do comportamento em que se fundamentava o movimento normativo, sob pressão de grupos de especulação, em conivência com agentes dos mesmos (tal como Zeff, Briloff, Martin, Schumann e outros denunciaram a partir de dados de fonte), fazendo concessões de natureza política. Os efeitos daninhos que prenunciados foram acabaram por se suceder e escândalos no mercado financeiro, com sérios calotes, se acumularam. O sistema que começou a se estruturar na década de 60, todavia, encontrou lamentavelmente apoio em nosso País amparado pela lei 11.638/07; jamais deveria ser obrigatório,

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mas facultativo, ao sabor dos especuladores; as consequências serão imprevisíveis; a variação em lucros e perdas nas empresas já é agora anunciada pela imprensa com alusão ao uso dos que se denominaram como “Padrões Internacionais de Contabilidade”. De forma maciça hoje, como me escreveu o genial mestre de mestres doutor Manuel Ortigueira Bouzada, da Universidade de Sevilha: “parte da classe contábil se acomodou como COPISTA, aonde existem os micro e macrocopistas”...

“Parte da classe contábil se acomodou como COPISTA, aonde existem os micro e macrocopistas”. Cumprimos nós, todavia, como inconformados diante de tal cenário, o nosso dever cívico, ético, de responsabilidade perante a Nação, a sociedade, a classe, nossos leitores e discípulos, tornando público o que apuramos em nossas indagações. Resta-nos a consciência tranquila de não ser omisso, de apresentar a realidade evocando fatos comprovados no sentido de proteger a dignidade profissional e a preservação da grandeza de um conhecimento de rara utilidade social e humana.

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contabilidade JOSÉ LUÍS MAGRO Licenciado em Contabilidade Pós-Graduado em Finanças Empresariais Auditor e Consultor de Empresas

A CONTABILIDADE EM ANGOLA E A HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA A NÍVEL MUNDIAL “...para se simpatizar com a contabilidade, é necessário conhecê-la primeiramente” Jaime Lopes Amorim Lições de Contabilidade Geral, Ed. Empresa Industrial Gráfica do Porto, Lda., Porto, 1929, p.12.

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A

partir de 1 de Janeiro de 2010, Portugal passará a ter um novo sistema contabilístico, que se vai designar por SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC). Este sistema tem como principal objectivo dar cumprimento às International Accounting 1 Standard (IAS) e às International Financial Reporting 2 Standard (IFRS) .

Lei

Data

83/349/CEE (7ª Directiva)

13/07/1983 Divulgação de informação sobre a preparação de contas consolidadas.

86/635/CEE

08/12/1986 Questões específicas sobre bancos e outras instituições financeiras. 11/1995

Trabalho designado “ Harmonização Contabilística – uma nova estratégia relativamente à harmonização interna3 cional” .

06/2001

Criação do EFRAG – European Financial Reporting. O EFRAG é um órgão de cariz técnico, cujo principal objectivo é assessorar a Comissão na apreciação das Normas Internacionais de Contabilidade, através de um desenvolvimento activo nos trabalhos desenvolvidos pelo IASB.

Perguntar-se-á porquê esta mudança? Portugal é um Estado-membro da União Europeia (UE) e com o seu Regulamento nº 1606/02 de 19/07, a UE, obrigou a partir de 01/01/2005, as empresas cotadas em Bolsa a apresentar as suas demonstrações financeiras de acordo com as IAS/IFRS. Neste sentido, Portugal entendeu que o ano de 2010 seria aquele em que a aplicação das IAS/IFRS, teria uma maior abrangência a nível de empresas, pese embora a SNC aplicar-se a três grupos distintos e com necessidades de relato diferentes. Mas a pergunta mantém-se. Porquê esta mudança, que para além de originar regras muito radicais a nível de Contabilidade, também implicou mudanças a nível de Fiscalidade, mais propriamente no Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas?

2001/65/CE

27/09/2001 Altera a 4ª Directiva (apresentação de contas) e 7ª Directiva (consolidação de contas), realtivamente às regras de valorimetria aplicáveis às contas anuais e consolidadas, aceitando-se o conceito de justo valor.

Regulamento nº1606/02

19/07/2002 Obriga as empresas cotadas em Bolsa a apresentarem as suas demonstrações financeiras de acordo com as IAS/ IFRS (normas internacionais de relato financeiro).

Porque, mais uma vez, as finanças globais estão presentes, ou seja, o investidor português pode investir na Wall Street, usando as mesmas regras e procedimentos contabilísticos seguidos pelo investidor americano que aposta na Bolsa de Lisboa. Ou seja, as demonstrações financeiras têm de ser uniformes em qualquer bolsa internacional.

No ponto de vista estrutural, ainda não sabemos no concreto quando vai abrir a Bolsa de Valores e Derivativos de Angola (BVDA). Para o seu funcionamento é necessário existir a Ordem dos Auditores, porque não pode haver Bolsa de Valores sem Auditores credenciados e competentes.

E ANGOLA? No ponto de vista estrutural, ainda não sabemos no concreto quando vai abrir a Bolsa de Valores e Derivativos de Angola (BVDA). Para o seu funcionamento é necessário existir a Ordem dos Auditores, porque não pode haver Bolsa de Valores sem Auditores credenciados e competentes. No ponto de vista formal, o Plano Geral de Contabilidade (PGC) foi criado pelo Decreto nº 82/01 de 16 de Novembro e desde essa altura que não sofre qualquer alteração. Entretanto, a UE, desde a década de 80 do século passado, até à data, produziu a seguinte informação:

1 Em português, Normas Internacionais de Contabilidade (NIC). 2 Em português, Normas Internacionais de Relato Financeiro.

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Tema

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Não vamos abordar as causas, que nos mantêm no limbo em que vivemos em muitas matérias cruciais para o de3 A UE estudou a possibilidade de criar um organismo próprio para definir as regras contabilísticas mas abandonou a possibilidade, tendo decidido que iria adoptar como suas as normas de Contabilidade de organismos especializados e de reconhecida qualidade, no caso concreto, o IASB o e Federal Accounting Standard (FASB).Para o efeito, a UE estudou as International Accounting Standard (em português Normas Internacionais de Contabilidade) emitidas pelo IASB e as normas seguidas pelos Estados Unidos da América emitidas pelo FASB (US GAAP), tendo decidido que as normas emitidas pelo IASB estavam mais próximas dos objectivos e necessidades dos Estados-membros.

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senvolvimento do nosso país, como exemplo a Reforma Fiscal. A guerra não pode ser a razão de todos os nossos males. Tendo em consideração o crescimento da economia do país, o incremento do Investimento Directo Estrangeiro e a necessidade da abertura da BVDA é urgente que se evolua a nível contabilístico.

PLANO CONTABILÍSTICO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS (CONTIF) O instrutivo nº 9/07 de 19/09, do Banco Nacional de Angola (BNA), desenvolve o “Plano de Contas das Instituições Financeiras”. Refere na sua introdução “convindo a proceder à adequação das práticas contabilísticas em vigor às normas internacionais de contabilidade, com o objectivo de uniformizar os registos contabilísticos, sistematizar os procedimentos e critérios de registo, estabelecer regras para a divulgação de informações, às melhores práticas internacionais, bem como racionalizar e padronizar a utilização das contas, de modo a possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro, particularmente no que se refere à análise, avaliação de desempenho e controlo das actividades desenvolvidas pelas instituições financeiras sob supervisão do Banco Nacional de Angola”;

“Convindo a proceder à adequação das práticas contabilísticas em vigor às normas internacionais de contabilidade, com o objectivo de uniformizar os registos contabilísticos, sistematizar os procedimentos e critérios de registo, estabelecer regras para a divulgação de informações, às melhores práticas internacionais, bem como racionalizar e padronizar a utilização das contas, de modo a possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro, particularmente no que se refere à análise, avaliação de desempenho e controlo das actividades desenvolvidas pelas instituições financeiras sob supervisão do Banco Nacional de Angola”

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Constituindo a contabilidade normalizada uma base fundamental e imprescindível ao exercício da actividade financeira; Com este propósito, o BNA foi pioneiro em Angola em implementar as NIC, através do Plano Contabilístico das Instituições Financeiros, mais conhecido por CONTIF, que tudo indica entrará em vigor no ano de 2010. O CONTIF poderá ser um grande meio para acompanhar ou dar resposta a uma outra preocupação do BNA que é a 4 aplicação dos acordos de Basileia .

A NECESSIDADE DE UMA CONTABILIDADE PÚBLICA Na revista da Valor Acrescentado nº 12 abordámos o tema “A necessidade de uma Contabilidade Pública”. Tendo presente o grande número de institutos públicos, julgamos ser urgente a criação de uma Contabilidade Pública. Não faz sentido como acontece em Novembro de cada ano, a Direcção Nacional do Tesouro transferir os saldos existentes nos Bancos dos institutos públicos, a seu favor. Há vida entre Novembro e Dezembro, ou seja, há compromissos a honrar. A Contabilidade Pública tal como a Contabilidade Geral, tem a posição financeira e a posição económica. Com a implementação da primeira é possível analisar-se melhor o desempenho da cada instituto público.

A Contabilidade Pública tal como a Contabilidade Geral, tem a posição financeira e a posição económica. Com a implementação da primeira, é possível analisar-se melhor o desempenho da cada instituto público.

4 Surgiu primeiro o Tratado de Basileia I e posteriormente o Tratado de Basileia II. O primeiro, surgiu no seio do Bank for International Settlements (BIS), corria o ano de 1974, teve como objectivo apresentar aos bancos e a outras instituições de crédito recomendações sobre como gerir fundos próprios, tendo presente as melhores práticas identificadas nesta matéria. O segundo, surgiu em Junho de 2004, tendo em vista tornar os requisitos do capital mais sensíveis ao risco, como exemplo fazer variar o nível de capital de cada entidade com o perfil de risco por ele assumido ao longo do tempo. Para além deste princípio, o Basileia II procurou criar espaço para a actuação das autoridades de supervisão e para a disciplina de mercado, bem como premiar a capacidade de cada instituição mensurar e gerir o risco.

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Por outro lado, com a nova constituição da República, tudo indica que vai haver poder autárquico. Como vão ser controladas as contas das autarquias? Com que sistema de Contabilidade?

CAMINHOS PARA A EVOLUÇÃO? Vários factores têm de ser ponderados e acompanhados: •

Ensino da Contabilidade a nível médio e superior. É bom que se ensine o funcionamento do PGC e se ligue com as NIC/IFRS. Sugerimos que as escolas criem uma disciplina/cadeira com o nome de Normalização/ Harmonização Contabilística, onde seja ensinado a estrutura conceptual do IASB. Não vai ser um trabalho de curto prazo, porque há necessidade de professores/ formadores com bons conhecimentos das IAS/IFRS;

Criação da Ordem dos Auditores e dos Contabilistas tão necessária e urgente. A Ordem deve acompanhar a nível de formação os seus associados no sentido de um melhor conhecimento e aplicação do PGC, ligado à Fiscalidade, Lei Geral do Trabalho e Lei das Sociedades Comerciais;

Criação da Comissão da Normalização Contabilística. Esta Comissão deve ter representantes do Ministério das Finanças, Ordem dos Auditores, Professores de Contabilidade e Fiscalidade, Associações Profissionais, ou seja, existir uma representação a nível nacional de entidades públicas e privadas interessadas no domínio da Contabilidade.

A título de exemplo, o gráfico a seguir mostra o peso que tiveram vários intervenientes na elaboração da SNC em Portugal.

O GRANDE IMPACTO DAS IAS/IFRS Estão dentro de uma estrutura conceptual que é a do IASB. Essa estrutura assenta em princípios de substância económica e não em regras ou normas jurídicas dos países. A Fiscalidade deixa de ter o peso sobre a Contabilidade, que tem em muitos países, nomeadamente os latinos. Assim, a principal mudança prende-se com o facto de passarmos a ter um modelo de normalização baseado em princípios e não em regras explícitas. As características qualitativas da informação com as IAS/ IFRS, são a compreensibilidade, a relevância, a fiabilidade e a comparabilidade, pese embora estas características terem também aplicação na Contabilidade antes da introdução das IAS/IFRS. Passa a haver uma grande preocupação com o relato e é por isso que se chamam normas contabilísticas e de relato financeiro. Todas as normas têm, pelo menos, um capítulo sobre divulgação. Houve uma redução da informação contida nas demonstrações financeiras e um maior desenvolvimento do anexo que tem uma referenciação cruzada para as demonstrações. A comparabilidade não é só no tempo mas também no espaço. Com a introdução das IAS/IFRS, é possível comparar por exemplo, a empresa A do país X, no sector da construção civil com a empresa B do país Y, também do mesmo sector, porque as demonstrações financeiras são trabalhadas da mesma maneira a nível de regras e métodos. O custo histórico deu primazia ao conceito de justo valor, que na UE, tal como consta no nº 9 da Directiva 2001/65/ CE do Parlamento Europeu e do Conselho, veio alterar a 4ª e 7ª Directiva, nomeadamente as regras de valorimetria aplicáveis às contas anuais e consolidadas de certas formas de sociedade, bem como dos bancos e doutras instituições financeiras “a fim de manter a coerência entre as normas contabilísticas reconhecidas a nível internacional e as Directivas (…) é necessário alterar as referidas directivas para permitir que determinados activos e passivos financeiros sejam contabi5 lizados pelo justo valor . Tal permitirá às empresas Europeias apresentar informações em conformidade com a actual evolução da normalização internacional”.

Fonte: (Carlos Grelha, 2009)

Este será um exemplo a seguir. •

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Adaptabilidade da Fiscalidade às IAS/IFRS. É bom notar que a Reforma Fiscal deverá pensar seriamente neste assunto.

Em suma, as IAS/IFRS vão obrigar a pensar e a tomar decisões em função do nosso próprio julgamento, dado que não há explicação sobre a movimentação das contas em termos de débito e crédito, incluindo apenas princípios do

5 Nosso sublinhado.

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pensamento contabilístico, bem como das regras de reconhecimento e mensuração, que resultarão das demonstrações financeiras e na divulgação através do anexo. Diferenças de terminologia entre o PGC e a SNC:

PGC

NIC/IFRS

Imobilizações Corpóreas

Activo Fixo Tangível

Imobilizações Incorpóreas

Activo Intangível

Existências

Inventários ou Activos Biológicos

Provisões (Activo)

Ajustamentos

Amortizações

Depreciações e Amortizações

Custos

Gastos

Registo

Reconhecimento

Proveito

Rédito

Proveito e ganho

Rendimento

Reposições de provisões (Activo)

Reversões de ajustamento

Valor actual

Valor de mercado

A aposta no ensino da Contabilidade desde o médio ao superior é urgente. Não se pode ou não se deve falar em Angola em grandes investimentos, quando não há como suporte, uma Contabilidade actualizada e que mostre de uma forma clara todos os factos patrimoniais subjacentes. Hoje, não basta dizer que A ou B têm muita experiência em Contabilidade, quando não acompanham a evolução da própria Contabilidade e do seu meio envolvente. Essa experiência no século XXI, século do conhecimento, vale muito pouco. Hoje, não basta ouvir muitos estrangeiros que chegam a Angola e que proclamam a “sete ventos” a passagem do PGC para as IAS/IFRS. Não. É preciso sentir e conhecer a forma de estar e pensar do angolano. Um processo destes demora anos a ganhar a consistência que se impõe. Temos de preparar os meios como: Escolas, Comissão da Normalização Contabilística e Central de Risco de Crédito - tão necessária - para analisar as solicitações de crédito das empresas, tendo em consideração que o crédito é motor de qualquer economia que queira evoluir de uma forma consistente. Temos de ter uma Central de Balanços para as empresas poderem comparar as suas Demonstrações Financeiras com outras do seu sector de actividade e verificarem a sua evolução.

CONCLUSÃO

Para que todos estes meios funcionem bem e melhorem implica termos bons técnicos na Contabilidade, na Fiscalidade, na Lei Geral do Trabalho e na Lei das Sociedades Comerciais.

Como se costuma dizer “vale mais uma má estratégia do que não haver nenhuma estratégia”.

Julgamos que não pode haver uma boa Reforma Fiscal sem haver uma boa Contabilidade.

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JOSÉ LUÍS MAGRO

SOCIEDADES DE CAPITAL DE RISCO

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Como se constitui um negócio? Há três possibilidades de se arrancar com um negócio/empresa: 1. Com poupanças, em que os promotores colocam as suas poupanças e/ou outros bens como mercadorias, imobilizado...; 2. Com Bootsrapping, que significa arrancar com pouco investimento, ou seja, as vendas/prestações de serviço ao gerarem receitas excedentárias são aplicadas nos meios necessários para expansão do negócio; 3. Com Empréstimo bancário, que funciona por norma para micro ou pequenas empresas. Mas, pode acontecer que os promotores não reunam nenhuma das condições apontadas, pelo que há a possibilidade de recorrer ao capital de risco.

O que são Sociedades de Capital de Risco (SCR)? São instituições financeiras não bancárias, que têm por objecto principal o apoio e a promoção do investimento e da inovação tecnológica em projectos, ou em empresas, através da participação temporária no respectivo capital social, nos termos que sejam permitidos por lei.[Lei nº 13/05 de 30/09]. Para além das definições acima referidas, a Lei nº 13/05, no seu artigo nº 5º, número 3, alínea b) define as SCR. Em suma, as SCR têm definição e enquadramento jurídico em Angola, desde Setembro de 2005, como entidade não bancária ligadas ao investimento e sujeitas à jurisdição do Organismo do Mercado de Valores Mobiliários. A sua origem: O Capital de Risco, também conhecido como Venture Capital, surgiu nos Estados Unidos da América, corria o ano de 1946, através da American Research and Development (ARD), tendo como participantes Ralph Flanders, antigo presidente da Federal Reserve Bank of Boston; General Georges Doriot, da Harvard Business School; Karl Compton, presidente do MIT; e outros empresários locais. O objectivo inicial da ARD era fazer alguns investimentos de alto risco em neófitas empresas, que tinham como objectivo comercializar tecnologias anteriormente desenvolvidas no decurso da II Guerra Mundial.

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Um dos casos mais relevantes da história das SCR, aconteceu no ano de 1957, com uma starp-up, criada por quatro estudantes do MIT, à qual deram o nome de DEC. Os USD 70 mil investidos em 1957 renderam em 1971 cerca de USD 355 milhões. O êxito da DEC, proporcionou que a indústria americana passasse a ter um desenvolvimento relativamente rápido em grande parte devido ao surgimento do programa da Small Business Administration (SBA) que veio a criar as Small Business Investiment Corporation (SBIC), corria o ano de 1958. A regra era por cada dólar de fundos para investimento que as associadas conseguissem reunir, podiam pedir às SBIC, mais quatro dólares para investir em capital de risco. Em 1965, setecentas SBIC dominavam completamente a indústria do capital de risco dos EUA. Porém, surgiu uma nova tendência: a de haver uma assumpção de riscos de maior valor que os fundos estatais recolhidos. Tal facto originou situações de fraude em grande escala, tendo como consequência o facto de em 1971, as SBIC só representarem 5% do capital de risco, tendo sido ultrapassadas por empresas privadas de responsabilidade limitada, como a Parker & Parker e Gompers & Lerner, ambas em 1998 e Lerner (2002) entre outras.

Sociedades de Capital de Risco (SCR) são instituições financeiras não bancárias, que têm por objecto principal o apoio e promoção do investimento e da inovação tecnológica em projectos, ou em empresas, através da participação temporária no respectivo capital social, nos termos que sejam permitidos por lei.[Lei nº 13/05 de 30/09].

O grande crescimento do investimento privado em capital de risco foi motivado por duas mudanças na legislação americana: o Small Business Investiment Act em 1980, que reduziu as exigências contabilísticas e fiscais sobre as capitais de risco e o Employee Retirement Income Security Act (ERISA), lei federal de 1974, que permitiu que os fundos de pensões pudessem ser investidos na indústria do capital de risco.

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Como funcionam as SCR? São constituídas por investidores Institucionais de Risco (Venture Capitalists), que criam um fundo (conjunto de recursos), para serem aplicados em negócios que veêm condições de sucesso empresarial. As empresas interessadas no Capital de Risco, apresentamse às SCR, com o seu plano de negócios, onde deve estar bem expresso qual o negócio a desenvolver e as várias perspectivas de crescimento da empresa e o retorno do investimento (payback). Os investidores analisam o plano e se verificarem que é viável, investem no projecto. Os investimentos por norma são faseados, ou seja, é acompanhada a evolução do negócio. A primeira entrada é chamada de capital inicial. Muitas vezes, as SCR não entram só com dinheiro. Podem jogar com a sua influência no mercado, conseguindo bons contratos para as empresas que estão a apoiar. Pode ainda acontecer que as SCR tenham influência na contratação dos recursos humanos e de outros serviços, para as empresas que estão a apoiar. Exemplo: As SCR têm uma verba de USD 200 milhões. Esse dinheiro é investido em algumas empresas. Por exemplo 20 com actividades por norma completamente díspares e posições diferentes no mercado (diversificação do risco): empresas que iniciam a sua actividade na área das energias renováveis, ou 1 em empresas dot-com que estejam em busca de uma segunda entrada de financiamento. O fundo pode ainda criar um 2 mix de empresas que se estejam a preparar abrir capital . A habilidade das SCR em escolher e sincronizar os seus investimentos é um factor assaz importante para o retorno do fundo.

Porque são importantes as SCR em Angola? Porque é sobejamente sabido que uma grande franja dos empresários angolanos não têm dinheiro, ou seja, não têm

1 O termo, originalmente aplicado a empresas exclusivamente virtuais, passou a

ser usado para se referir não só às companhias que iniciaram a comercialização de produtos e serviços na web, mas também para mencionar as empresas que são hoje referência nesse canal de vendas [http://pt.wikipedia.org/wiki/Empresas_ponto_com]. 2 Entrar em bolsa.

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Capital. Também é sobejamente sabido que a Banca só empresta dinheiro com garantias pessoais e/ou reais. Ora, os projectos que são desenvolvidos pelos empresários, nomeadamente na Incubadora de Empresas que apresentam boa viabilidade podem encontrar nas SCR, um bom parceiro para pôr em prática os seus projectos. O sector financeiro, nomeadamente a Banca, poderá encontrar um nicho de mercado nas SCR, mas julgamos importante que surjam outros produtos como o leasing, que também está regulado na Lei nº 13/05 de 30/09. Porquê? Porque, tal como já escrevemos em vários artigos na Valor Acrescentado, o leasing é uma forma de permitir aos empresários trabalharem com meios fixos novos e actualizados, o que em princípio, pode aumentar a sua produtividade (menos avarias, menos desgaste) podendo ser acrescentado um retorno mais rápido do investimento para as próprias SCR.

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gestรฃo

Edivaldo Cruz Licenciado em Finanรงas

BANCA DE INVESTIMENTO EM ANGOLA

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o invés da contracção gerada pela crise mundial, acompanhamos neste momento um fenómeno de expansão do sector financeiro em Angola. Do sector bancário emerge agora a Banca de Investimento. O que diferencia então a Banca de Investimento da Banca Comercial? Para perceber tal diferença, precisamos de perceber o que é a Banca de Investimento e qual a sua utilidade para Angola. Um Banco de Investimento é uma instituição financeira, que tem foco na intermediação ou agenciamento de operações de maior volume para empresas ou instituições. É um banco especializado na estruturação de operações complexas, tais como: emissões de títulos, intermediação de aquisições, fusões, colocação de títulos e aconselhamento financeiro personalizado. Geralmente, os Bancos de Investimento têm uma estrutura mais flexível do que os Bancos Comerciais, não tendo como objectivo a captação de recursos. Por consequência, os Bancos de Investimento funcionam sem uma rede de balcões devido à estratégia de negócio adoptada pelos seus fundadores, ou aos limites impostos pela legislação que os regula.

são do sector financeiro angolano. Os Bancos de Investimento investem maioritariamente a favor da carteira de clientes, embora também possuam carteira própria. Um Banco Comercial é um intermediário financeiro que gera lucros, essencialmente através da captação de depósitos e a concepção de créditos. Os Bancos de Investimento, por sua vez, geram lucros através da intermediação de operações financeiras, com: a comercialização de acções, obrigações, commodities e outros instrumentos financeiros. Em Angola, com a inexistência de um mercado de capitais forte, a Banca de Investimento vai concentrar o seu “core business” na estruturação e montagem de financiamentos ao sector público e ao privado. Angola é um país com uma forte urgência na reabilitação de infra-estruturas a nível nacional, e a Banca de Investimento vai certamente desempenhar um papel fundamental na canalização de investimento privado para Parcerias Público-Privadas (PPP). Angola representa uma nova aposta para o sector da Banca de Investimento, mas tem ainda uma grande necessidade de captar fundos, através de depósitos e fazem-no através das suas filiais ou redes comerciais.

Tradicionalmente em Angola, vários Bancos de Investimento possuem também uma correctora para a Bolsa de Valores, e em Angola certamente vai ser essa a visão da Banca de Investimento. A criação da Comissão de Mercados de Capitais (CMC) e outras estruturas de apoio, indicam que a Bolsa de Valores e Derivativos em Angola seja uma realidade para um futuro breve, que abra novas oportunidades de investimento e contribua para a expan-

Um Banco de Investimento é uma instituição financeira, que tem foco na intermediação ou agenciamento de operações de maior volume para empresas ou instituições. É um banco especializado na estruturação de operações complexas, tais como: emissões de títulos, intermediação de aquisições, fusões, colocação de títulos e aconselhamento financeiro personalizado.

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JOSÉ LUÍS MAGRO

IDEIAS E TÉCNICAS DE GESTÃO

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QUALIDADE TOTAL Segundo o European Foundation for Quality Management (EFQM), os esforços para a qualidade total (TQM – total quality management) são caracterizados pelos seguintes factores: excelência nos processos de gestão, operacionais e administrativos; cultura de melhoria contínua, vantagens de custo, criação de um melhor relacionamento com os clientes e fornecedores; envolvimento de todos os trabalhadores no processo; e ter uma clara orientação para o mercado. Em termos históricos, podemos distinguir três grandes fases de conceito: 1. Ligada ao controlo de qualidade do produto e do serviço, depois alargado ao processo de fabrico e à empresa, como um todo;

Bibliografia:

2. Refere-se à garantia de qualidade obtida pela certificação segundo as normas da International Organization for Standartization (ISO 9000), uma fasquia mínima de qualidade;

Quality is Still Free, de Philip Crosby (Mcgraw-Hill, 1996), ISSO 9000 Implementation guide, de Peter Mauch, James Stewart e Frank straka (Kogan Page, 1996); Managerial Breakthrough, de Juran (McGraw-Hill, 1995); Quality is Free, de Philip Crosby (McGraw-Hill, 1979); Out of the Crisis, de Edwards Deming (Cambridge University Press, 1986); Juran on Planning for Quality, de Juran (The Free Press, 1988); Total Quality Control, de Feigenbaum(McGraw-Hill, 1983); e Building a Chain of Customers, de Richard Schonberger (the Free Press, 1990).

3. Qualidade total, porque supõe o envolvimento de todos os trabalhadores, para as melhorias contínuas voltadas para o cliente. Não deixa de ter alguma ironia o facto de os melhores exemplos da aplicação da teoria serem as empresas japonesas, que foram ensinadas desde os anos 40 e 50 pelos mestres americanos, Deming e Juran. Estes só ganharam notoriedade quando regressaram ao seu país nos anos 80. Mas seria injusto associar a qualidade total a estes dois profetas. Crosby deu uma grande ajuda com os seus programas dos zero defeitos, assim como Ishikawa, o pai dos círculos de qualidade. Os japoneses designam os esforços de melhoria contínua por Kaisen, que engloba técnicas de qualidade como: o justin-time, total quality control, total productive maintenance e Kanban.

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gestão

Filipa Couto Licenciada em Gestão de Empresas Pós-Graduada em Gestão de Centros Urbanos

GLOSSÁRIO BOLSA DE VALORES

P

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PADRONIZAÇÃO

Pré-fixação de todas as características dos contratos de futuros e de opções por parte da entidade gestora do mercado, com excepção do preço dos futuros e do prémio das opções, que são resultantes dos normais mecanismos de mercado (equilíbrio entre oferta e procura).

Paridade

Existe quando dois valores estão cotados ao mesmo preço.

PARTES BENEFICIÁRIAS

Títulos negociáveis, não integrantes do capital, sem valor nominal, emitidos, a qualquer tempo, pelas sociedades anónimas.

PARTICIPAÇÃO CRUZADA

Acções que cada uma de duas empresas detém no capital da outra. Isto é, considerando uma empresa A e uma empresa B, existe uma participação cruzada entre ambas quando A tem acções de B (A tem uma participação no capital social de B) e, por sua vez, B também detém acções de A (B também possui uma participação no capital social de A).

PAYOUT RATIO

Percentagem dos lucros que a empresa distribui pelos seus accionistas sob a forma de dividendos.

PER - PRICE EARNINGS RATIO

É também um indicador de rentabilidade potencial de acções, obtido através da divisão da cotação do título pelo lucro líquido por acção da empresa cotada. Quanto menor é este indicador, maior é, em teoria, o potencial de valorização da acção.

PERPETUIDADE

Investimento que gera uma corrente perpétua de fluxos de tesouraria.

PESO

No cálculo do índice de Bolsas de Valores, significa qual a quantidade de acções que cada empresa possui na carteira hipotética. É calculado em função da maior ou menor negociabilidade de uma acção em determinado período de tempo.

P/L - ÍNDICE PREÇO/LUCRO

É o quociente da divisão do preço da acção no mercado, num dado momento, pelo lucro líquido da acção. Assim, o P/L é o número de anos que se levaria para reaver o capital aplicado na compra de uma acção, através do recebimento do lucro gerado pela empresa. Para tanto, torna-se necessário que se condicione esta interpretação às hipóteses de que o lucro por acção se manterá constante e que o mesmo será totalmente distribuído todo ano.

PLANO DE INVESTIMENTO

Fase do processo que tem como objectivo traçar uma política de investimento a ser considerada durante a administração de uma carteira de títulos.

PLANO DE INVESTIMENTO (EM FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO)

Modalidade através da qual o investidor se dispõe a aplicar as suas poupanças, periodicamente, em Fundo Mútuo de Investimento, durante um prazo determinado.

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gestão

PLOW BACK

Percentagem dos lucros que a empresa retém para investimento, ou seja, é o inverso do payout ratio.

POLÍTICA DE DIVIDENDOS

Decisão ao nível de uma empresa sobre a proporção dos resultados líquidos apurados num determinado período que devem ser distribuídos aos accionistas sob a forma de dividendos em lugar de reinvestidos na actividade da empresa.

PONTO BASE (BASIS POINT)

Menor medida de rendibilidade. Um ponto base corresponde a 0,01%.

PORTFOLIO (CARTEIRA)

Conjunto diversificado de activos detido por um investidor particular ou institucional. O objectivo da constituição de um portfolio (carteira) é a redução do risco específico pela diversificação.

POSIÇÃO

Saldo, numa determinada data, resultante dos negócios efectuados por um mesmo cliente, com o mesmo contrato, intermediados pela mesma corretora de mercadorias e registados pelo mesmo agente de compensação.

POSIÇÃO EM ABERTO

O número de total de contratos em aberto, também designado de posições abertas de um futuro ou opção. Representa os contratos que ainda não foram exercidos, fechados ou que ainda não expiraram. Esta variável também é frequentemente utilizada como indicador.

POSTO DE NEGOCIAÇÃO

Local do pregão onde são efectuadas e registadas as operações com determinada mercadoria ou activo financeiro.

POUPANÇA

É a parcela de renda economizada, depois de deduzidas todas as despesas com consumo.

PRAZO DE CARÊNCIA

Prazo estipulado por uma instituição financeira, durante o qual o investidor não poderá retirar os benefícios auferidos.

PRAZO DE SUBSCRIÇÃO

Prazo estipulado por uma sociedade anónima para o exercício do direito de preferência à subscrição pelo accionista.

PRÉ-ABERTURA MERCADO

Período de tempo (até 1 hora antes) em que os compradores e vendedores estabelecem as suas condições para comprar e/ou vender.

PREÇO DE ABERTURA (OPEN)

O preço correspondente ao primeiro negócio de uma sessão. Ao analisar informação diária, o Open é importante pois reflecte o preço de consenso do mercado desde o fecho do dia anterior e até a esse momento.

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PREÇO DE CHAMADA DOS BÓNUS

Montante em dinheiro que um emitente de bónus concorda em pagar aos portadores dos mesmos, no caso em que estes sejam saldados ou resgatados antes do prazo de vencimento.

PREÇO DE COMPRA (BID)

O preço a que um investidor informa estar disposto a comprar um determinado título, opção ou contrato de futuros.

PREÇO DE EXERCÍCIO DA OPÇÃO

É o preço por acção, pelo qual o titular terá direito de comprar ou vender a totalidade das acções objecto da opção. O preço do exercício bem como o vencimento da opção serão prefixados pela Bolsa de Valores que opera com opções.

PREÇO DE FECHO (CLOSE)

O último preço a que um título transaccionou durante uma sessão. Devido à sua importância, o Close é muito utilizado nas análises. A relação entre o Open e o Close é considerada muito importante por grande parte dos analistas técnicos. Esta relação é sobretudo visível a nível dos gráficos de velas (Candlesticks).

PREÇO DE FUTURO

Preço fixado num contrato de futuros.

PREÇO MÁXIMO (HIGH)

O preço mais alto a que um determinado título transaccionou num determinado dia. Reflecte o ponto em que começam a aparecer mais vendedores do que compradores (o High representa o máximo preço que os compradores estiveram dispostos a pagar para deter essa acção em carteira).

PREÇO MÉDIO

É a média dos valores de compra ou de venda de um determinado bem, ponderado pelas respectivas quantidades adquiridas ou alienadas.

PREÇO MÍNIMO (LOW)

O preço mais baixo a que um determinado título transaccionou num determinado dia. Reflecte o ponto em que começam a aparecer mais compradores do que vendedores (o Low representa o mínimo preço que os vendedores estiveram dispostos a vender uma determinada acção da sua carteira).

PREÇO SPOT (SPOT PRICE)

Preço de uma transacção no mercado à vista (spot).

PREÇO UNITÁRIO

Proposta de preço feita por um operador de pregão para a negociação de uma acção.

PREÇO DE VENDA (ASK)

O preço a que um investidor informa estar disposto a receber pela venda de um determinado título, opção ou contrato de futuros.

PREGÃO

Recinto de Negociações das Bolsas de Valores. Local mantido pelas Bolsas, adequado ao encontro de seus membros e à realização, entre eles, de negociação de compra e venda de títulos e valores, em mercado livre e aberto.

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gestão

PREGÃO A DOMICÍLIO

Sistema de informações teleprocessadas por terminais de vídeo, ligados directamente à Bolsa de Valores.

PRÉMIO

Preço da opção, ou seja, a importância que o comprador de uma opção paga ao vendedor da mesma; também se diz que um activo está a prémio quando se encontra cotado ou avaliado acima do seu valor intrínseco (sobreavaliado) ou acima do seu valor de emissão (acima do par). Na situação inversa, diz-se que está a desconto.

PRICE BOOK VALUE (PBV)

O PBV é um rácio obtido através da divisão da cotação de uma acção pelo seu valor contabilístico. O valor contabilístico é, por sua vez, o resultado da divisão da situação líquida da empresa pelo número de acções emitidas. Quanto maior é o PBV, maior é o afastamento entre a cotação de mercado e o valor contabilístico e menor será, em teoria, a perspectiva de valorização futura.

PRICE CASH FLOW (PCF)

É um indicador de rentabilidade potencial de acções, obtido através da divisão da cotação pelo cash flow por acção da empresa cotada. Quanto menor é este indicador, maior é, em teoria, o potencial de valorização da acção.

PRIME RATE

Taxa de juro cobrada pelos bancos aos clientes com menor risco de crédito.

PRIMEIRA BATERIA

Primeira etapa de um leilão de acções de empresas incentivadas, sendo considerado fechado quando as quantidades de acções ofertadas de uma empresa é igual às quantidades de acções demandadas.

PROSPECTO

Resumo informativo das condições aprovadas para a emissão de novos títulos no mercado.

PSI-20

Iniciais do nome inglês Portuguese Stock Index-20. É um índice de acções que agrupa os 20 títulos mais líquidos do mercado português.

PUT

Termo de origem inglesa geralmente utilizado para designar uma opção de venda, embora também possa designar uma venda qualquer de um produto ou serviço.

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INOVAÇÃO

COMPETITIVIDADE

Largo 4 de Fevereiro Caixa Postal 1229 Tel/Fax: 222 311 178/87 Luanda-Angola e-mail: geral@portoluanda.co.ao www.portoluanda.co.ao

SATISFAÇÃO

PORTO DE LUANDA


informática de gestão

FILIPA COUTO

PROCESSAMENTO DE SALÁRIOS

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A empresa “XPTO, LDA”, que é uma pequena empresa na área do comércio decidiu processar os seus vencimentos no EXCEL. Para o efeito criou os seguintes mapas: Abriu uma folha à qual deu o nome de “IRT”, onde colocou a tabela em vigor:

Figura 1

As remunerações atribuídas aos seus funcionários constam do mapa a seguir:

Figura 2

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informática de gestão

Para determinar o cálculo da Segurança Social, na parte que cabe aos trabalhadores, a “XPTO, LDA”, usou o seguinte cálculo:

Figura 3

A função “=ARRED”, permite fazer arredondamentos, como consta da figura acima. Os arredondamentos são feitos para um número de algarismos específicos. Assim, para o cálculo do valor da Segurança Social foi usado “=ARRED(B6*3%;0)”. A contribuição para a entidade gestora da Protecção Social Obrigatória, incidiu apenas sobre o vencimento base (B6:B11), porque quer o Subsídio de Alimentação, quer o Subsídio de Transporte, não excedem os valores atribuídos aos funcionários públicos, insertos no Decreto Executivo nº 40/08 de 17 de Março. Para o cálculo do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT), há vários procedimentos a seguir: 1. Determinar a base da incidência, que de acordo com o número 1 do artigo 16ª do CIRT é a seguinte: “remuneração mensal ajustada, depois de deduzidos os encargos para a Segurança Social, na parte que exceda o limite mínimo a isentar (25.000 Kz), constante da tabela em vigor”. Assim temos:

Figura 4

2. Na figura 6, a primeira a função lógica “SE”, ou seja, se “B6<=25.000”, o valor verdadeiro é “0”, porque na tabela constante da figura 1, valores até KZ 25.000 não são tributados, como refere o artigo 16º do CIRT. Se o valor for superior a KZ 25.000, então vamos usar a função “PROCV”. Trata-se de uma função que procura um valor mais à esquerda de uma tabela (figura 1) e devolve um valor na mesma linha numa dada coluna, conforme consta da figura a seguir:

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Figura 5

O “Valor_proc”, ou seja, o valor a procurar é “G6”, que é a coluna dos valores sujeitos a IRT. A “Matriz_tabela”, corresponde à tabela onde estão os valores a procurar (figura 1). O “Núm_índice_coluna”, corresponde aos valores percentuais que pretendemos e estão na coluna “D”, que é a 4ª coluna, pelo colocamos “4”. Resumidamente temos “=PROCV(G6;IRT!$A$6:F15;4)”. Esta fórmula conjuntamente com a função “=SE(G6<=25.000”, expressa o valor percentual constante da tabela 1:

Figura 6

3. Para calcular a “Parcela fixa” da tabela do IRT, que consta na figura 1, a metodologia é a mesma usada para a “Percentagem variável”, conforme figura abaixo:

Figura 7

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informática de gestão

4. Finalmente, apura-se o valor do IRT, ou seja, “=H6*I6”, conforme figura abaixo:

Figura 8

Para o cálculo dos “Encargos”, ou seja, das deduções suportadas pelos funcionários, procede-se à soma da Segurança Social e do IRT, obtendo assim:

Figura 9

Para finalizar o Processamento temos os Valores Líquidos a pagar, que correspondem à diferença entre o “Bruto” e os “Encargos” (atrás explicados):

Figura 10

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informática de gestão

A seguir mostra-se os recibos emitidos para cada um dos funcionários:

Figura 11

Para a sua elaboração, usou-se a folha “Processamento” e colocou-se em “B9”, a fórmula “=Processamento!B6”, porque em “Processamento”, corresponde ao Vencimento Base do funcionário A, para o Subsídio de Alimentação, “C6”,a fórmula “=Processamento!C6”, para o Subsídio de Transporte, “D6”,a fórmula “=Processamento!D6” e assim sucessivamente. Para o cálculo da Segurança Social, suportada pela “XPTO, LDA”, usámos a seguinte fórmula:

Figura 12

Em que a parte correspondente aos Trabalhadores está em “=Processamento!F12”: tendo por base a figura 10, encontramos em “F12” a soma dos valores retidos aos funcionários relativamente à Segurança Social. Para o cálculo da “XPTO,LDA” tem-se o “B12”, na figura 10, que corresponde à soma dos vencimentos base dos seus funcionários, que multiplicados pela taxa em vigor, 8% dá o valor constante na célula “B6” da última figura.

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tecnologia

JOSÉ LUÍS MAGRO

O MUNDO DA TECNOLOGIA

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UM HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA 1291

1876

1948

Na Itália surgem os primeiros espelhos.

O americano Alexander Graham Bell inventa o telefone, possibilitando a comunicação entre pessoas situadas a longas distâncias.

Começam a ser utilizados os chips de silício e as válvulas electrónicas.

1454 O alemão Johann Gutenber inventa a máquina chamada de imprensa. Com está máquina, o homem passou a produzir de forma mais rápida e eficiente os livros. Esse invento causou uma revolução na cultura da época.

1590 O holandês Zacharias Janssen (15801638?) fabrica o microscópio, utilizando técnicas usadas na fabricação de lentes para óculos.

1592

1956

1879

O pager é lançado nos Estados Unidos.

O americano Thomas Alva Edison inventa a lâmpada eléctrica.

1961

1901 O italiano Guglielmo Marconi cria o rádio.

1903 Os irmãos Wright pilotam o primeiro avião.

É lançada a Vostok, a primeira nave espacial tripulada por um ser humano e a sair da atmosfera terrestre.

1965 São lançados os primeiros satélites de comunicação. Inaugura-se assim, uma nova era na transmissão de dados electrónicos.

O astrónomo e inventor italiano cria o primeiro termómetro, utilizando o sistema de água para a medição de temperatura.

1904 Criadas pelo engenheiro inglês John Ambrose Fleming surgem as válvulas electrónicas.

1972

1643

1906

1977

O cientista italiano Evangelista Torricelli inventa o barómetro para medir a pressão atmosférica.

É lançado nos Estados Unidos o primeiro autocarro espacial.

1707

O brasileiro Alberto Santos Dumont voa em Paris no 14 bis e passa também a ser considerado um dos pais da aviação, juntamente com os irmãos Wright.

O físico inglês John Floyer inventa o relógio de pulso.

1941

Dave Wineland e Chris Monroe desenvolvem o primeiro transístor do tamanho de um átomo.

1712

O engenheiro inglês Frank Whittle desenvolve o avião a jacto.

1999

O engenheiro inglês Thomas Newcomen inventa a máquina a vapor.

1943

1800

A empresa japonesa Motorola lança no mercado o walkie-talkie.

O físico italiano Alessandro Volta cria a bateria eléctrica.

1945

1839

Os EUA detonam no deserto do Novo México a primeira bomba atómica.

O artista e pesquisador francês LouisJacques-Mandé Daguerre tira a primeira fotografia com sua máquina chamada daguerreótipo.

1860 O inventor belga Jean-Joseph-Etienne Lenoir desenvolve o primeiro motor a explosão.

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São lançados os discos laser, revolucionando a indústria fonográfica.

1995

A Internet cresce em todo o mundo a uma velocidade impressionante. Os arquivos de MP3 começam a ser usados e transmitidos pelas ondas da Internet. Fonte: http://www.suapesquisa.com/tecnologia/

1946 O engenheiro americano Vannevar Bush desenvolve um computador usando válvulas de rádio.

1947 A televisão começa a chegar aos lares de pessoas de todo o mundo.

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tecnologia

QUE WINDOWS É ESSE? transformação também gratuito, desenvolvido pela “Niwradsoft” que deixa o seu Windows XP com um pouco da aparência do futuro Windows 7. O kit muda papel de parede, estilo das janelas, sons, ícones, menu iniciar e proteção do ecran, mas não adiciona recursos como a nova barra de tarefas (com os seus botões quadrados, agrupamentos e outras firulas), o “Window Peek” (a capacidade de tornar todas as janelas transparentes, revelando o desktop atrás delas) e as Jump Lists (listas de ações para cada aplicativo ou janela aberta). Ainda assim, é uma mudança visualmente agradável e com um resultado próximo do que veremos no novo Windows, quando ele chegar ao mercado no fim do ano.

É uma tradição desde os tempos longínquos do Windows 95: sempre que a Microsoft lança uma nova versão do Windows, boa parte da curiosidade do público gira em torno não dos novos recursos que o sistema trará, mas da sua aparência. E inevitavelmente, a comunidade de entusiastas do “deskmod”, como é chamada a prática de modificação da aparência do desktop, entra em cena e logo surge um kit para deixar o seu “velho” Windows com cheirinho de novo. A princípio, tais kits eram bem simples: um punhado de papéis de parede, sons, fontes e ícones, nada mais. Lembro-me que antes do lançamento do Windows 98 já circulava pela internet um pacote do género, que tinha também um programinha que modificava a aparência da barra de título das janelas: saía a cor sólida do Windows 95, entrava em seu lugar a barra de título em degradê do 98. Era o máximo. Hoje em dia, as mudanças são muito mais radicais. Um dos kits de transformação para o XP, batizado de “Vista Transformation Pack”, dá-lhe recursos “exclusivos” do Vista, como: janelas semitransparentes, um novo alternador de tarefas (aquele efeito de janelas empilhadas que surge quando teclamos Windows+Tab), menu iniciar com busca (que funciona tão bem quanto a do XP) e Gadgets, aqueles miniaplicativos que vivem na barra lateral direita do ecran. A mudança é tão completa, que é impossível distinguir um XP “transformado” de um Vista de verdade. O programa é gratuito, mas a sua instalação requer algum cuidado. Basta seguir atentamente as instruções (em inglês) no ecran e tudo correrá bem. Mas se acha que o Windows Vista é “passado” e quer dar o próximo passo, a solução é o Seven Remix XP, um pacote de

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E se não gosta nem do visual do XP, nem do Vista, nem do Windows 7 ainda tem algo mais diferente. O LeopardXP Bricopack deixa o seu Windows XP com a cara e o jeito do Mac OS X Leopard, a versão mais recente do sistema operacional da Apple. O seu PC não vai ganhar recursos legais como os backups via Time Machine, iLife ou a imunidade à maioria dos vírus e pragas virtuais que circulam por aí, mas já dá para sentir um gostinho de como é a vida do lado da maçã. Pelo menos Safari e iTunes são gratuitos. No entanto, as opções não se limitam aos pacotes mencionados Com um utilitário como o Uxtheme Multi-patcher 6.0 abre-se um mundo de oportunidades, e pode usar qualquer um dos milhares de temas para Windows XP, disponíveis em sites como o deviantART. A categoria Visual Styles, onde ficam os temas, tem opções para todos os gostos. Fonte: http://colunistas.ig.com.br/tecnologia/2009/02/17/que-windows-e-esse/

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COREIA DO SUL INAUGURA SEU PRIMEIRO CENTRO ESPACIAL

TRADUÇÃO DE CORREIO ELECTRÓNICO DISPONÍVEL NAS CAIXAS DO GMAIL

O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, inaugurou o primeiro centro de lançamentos espaciais do país, de onde prevê colocar em órbita um satélite científico no dia 30 de Julho, informou a agência local Yonhap. O chamado Centro Espacial Naro, administrado pela agência espacial sul-coreana (Kari), está situado no sul do país, na província de Jeollanam-do. Custou US$ 178 milhões. O centro está equipado com uma plataforma de lançamento e instalações de controlo e é parte fundamental do programa espacial sul-coreano, que pretende ampliar o lançamento de foguetes e iniciar missões de prospecção espacial. A primeira missão importante realizada pelo Kari no novo centro espacial será o lançamento do foguete KSLV-1 (Korean Space Launch Vehicle-1), com um pequeno satélite a bordo.

Os responsáveis pelo serviço de email do Google estão a trabalhar no sentido de desenvolver um sistema de tradução de correio electrónico. A funcionalidade já se encontra disponível na versão beta, através do Gmail Labs e de acordo com os responsáveis pelo projecto, trata-se de mais um passo para ultrapassar a barreira linguística entre os utilizadores.

Esta primeira versão do KSLV, que foi construída com ajuda russa, é a primeira fase de um projecto que segundo o governo da Coreia do Sul, desembocará no primeiro foguete 100% sul-coreano em menos de nove anos.

A tecnologia que está a ser aplicada ao Gmail já é utilizada pelo Google noutras aplicações e tem por base a ferramenta de tradução automática do motor de busca que permite traduzir sites ou documentos em formato texto, num total de 41 idiomas.

Fonte: Efe, Seul

Fonte: Vector21.com

CASA BRANCA AVANÇA COM OPEN GOVERNMENT INICIATIVE Tinha feito parte das promessas de Barack Obama, no dia da tomada de posse, a 21 de Janeiro, tornar a administração norte-americana mais aberta, transparente e participativa para os cidadãos. A Open Government Iniciative materializa agora essa intenção e lança dois sites que são instrumentais para cumprir o objectivo. A iniciativa foi apresentada ontem, por Valerie Jarrett, uma das conselheiras do presidente e quer envolver o cidadão comum na definição de estratégias políticas. O processo aberto à participação de todos, tem três fases: brainstorming, discussão e preparação de uma proposta preliminar. No Memorando da Transparência e Governo aberto foi definido que a 21 de Maio, a Casa Branca convidaria o público a contribuir com o seu conhecimento para as últimas recomendações sobre o Governo Aberto, o que foi

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feito com o lançamento da iniciativa e a criação de um blogue específico. Com o início da fase de brainstorming, o compromisso é de que até 3 de Junho, as melhores ideias sejam passadas para discussão num blogue, materializando-se num wiki para a construção das recomendações de forma colaborativa. O site da administração de Obama lembra porém, que a abertura do governo já começou, e que há diversos exemplos em várias áreas que podem ser vistos numa Galeria. Entre os bons exemplos contam-se dois sites hoje lançados, o Data.gov e o Regulations.Gov que pretendem dar acesso a informação governamental e participar na área de regulação. Fonte:TEK

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tecnologia

CURTA VIAGEM À TECNOLOGIA DOS ANOS 80 Pensar na década de 80 não passa apenas por imaginar as roupas coloridas e os penteados punk utilizados na altura. Esta foi uma época marcante para a tecnologia e fica na história como a década em que foram desenvolvidos o IBM PC, o Macintosh, as interfaces gráficas XFree86, o Windows e Mac OS.

Olhando para trás, foi na década de 80 que ficou registado aquele que é actualmente, o website mais antigo em actividade, o Symbolics.com. Segundo a plataforma iWhois, este canal foi registado a 15 de Março de 1985 pela Symbolics Inc., fabricante de computadores de Cambridge, Massachusett, responsável por sistemas como o Open Genera Lisp e o Macsyma.

tado o site da Intel e a 5 de Agosto o domínio GE.com. Nos dois últimos trimestres de 1986 foram registados os sites da Siemens, da Adobe e da AMD: a 29 de Setembro o primeiro e a 17 de Novembro os outros dois. O ano é fechado com o registo do domínio Unisys.com, a 11 de Dezembro.

Apesar de na década seguinte a companhia abrir falência, a empresa Symbolics ainda está activa, mas sob nova direcção, o que significa que o domínio symbolics.com é o mais antigo em funcionamento online. Foi nesta altura que se iniciou a comercialização do compact disc e que o software livre começou a ganhar destaque, com o arranque do projecto GNU (1983). Esta é também a década em que o Walkman da Sony e os gravadores de VHS passaram a fazer parte do quotidiano de milhões de pessoas em todo o mundo, muitos motivados pelas séries norte-americanas inseridas na grelha de programação das televisões mundiais que por acaso, começavam a transmitir a cores.

Segue-se o endereço BBN.com, o segundo mais “velhinho”. Registado a 24 de Abril de 1985, este site pertence à originalmente conhecida Bolt Beranek and Newman, comprada em 1997 pela GTE. A empresa é conhecida pelos seus serviços de R&D em segurança informática, discurso e processamento linguístico e outras tecnologias e foi considerada em 2008 uma das 100 melhores empresas para trabalhar.

Em 1987, a Apple arranca com o seu site, registado a 19 de Fevereiro, e é seguida pela Philips, que a 4 de Abril do mesmo ano grava o seu domínio nos serviços de registo. Pouco mais de um mês depois, chega a vez da Cisco registar o seu canal na Internet. Para quem se questiona acerca da data de registo da Microsoft nos caminhos da Internet, a resposta é simples: o domínio foi registado a 2 de Maio de 1991 e está nas mãos da empresa até 3 de Maio de 2014, data em que terá de ser renovado o registo. Fonte:TEK

O Super Mário e a Sega Mega Drive eram o último grito no mercado dos videojogos e o ZX Spectrum era o computador que todos queriam ter.

Outros sites foram sendo registados e só a 9 de Janeiro de 1986 é registado o site de uma empresa que ainda dá cartas: a Xerox. Quase dois meses depois, a 3 de Março de 1986 é registado o domínio HP.com. Por coincidência, a 19 de Março de 1986 foram registados os sites de duas grandes companhias: a IBM e a Sun Microsystems. Uma semana depois, a 25 de Março do mesmo ano, é regis-

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FABRICANTE CHINESA MOSTRA TELEMÓVEL COM WINDOWS XP

ESCOLAS DA CALIFÓRNIA SUBSTITUEM PAPEL POR CONTEÚDOS ELECTRÓNICOS

A empresa chinesa In Technology deu a conhecer, durante a feira Computex, em Taipei, o xpPhone, apresentado como o primeiro telemóvel do mundo com o sistema operativo Windows XP, da Microsoft.

A partir do próximo ano lectivo, que nos Estados Unidos arranca em Agosto, os estudantes do ensino secundário do Estado da Califórnia vão deixar de transportar livros. Os tradicionais suportes em papel da matéria aprendida nas aulas vão entrar na era digital. As primeiras disciplinas a adoptar o novo sistema serão: a matemática e as ciências.

O terminal vai começar a ser vendido na China daqui a três meses, prevendo-se que a comercialização seja alargada posteriormente, ao resto do mundo. O xpPhone integra um chip da AMD costumizado, que lhe permite oferecer um misto de telemóvel/computador portátil aos seus utilizadores. O dispositivo apresenta 120GB de disco rígido, um touchscreen LCD de 4,8 polegadas com resolução de 800 por 480 pixeis e teclado QWERTY. Com 400 gramas e 2,5 centímetros de espessura, o xpPhone acrescenta ainda uma autonomia de sete horas, quando não está no modo ‘standby’. Segundo os seus promotores, o telemóvel XP vai suportar Wi-Fi, GPS e opcionalmente, WiMax. Fonte:TEK

Arnold Schwarzenegger, governador do Estado, explicou a medida pela facilidade de actualização que os conteúdos digitais permitem, face aos conteúdos publicados em papel. Mas na verdade, a principal razão para a mudança é mesmo a potencial poupança de custos. O Estado acumula uma dívida de 24,3 mil milhões de dólares. Só em livros, gastou no último ano lectivo 350 milhões de dólares, um gasto que não pode repetir, devido às graves restrições orçamentais que enfrenta. Ainda assim, a iniciativa passa como uma forma de aproveitar o interesse dos jovens pelas novas tecnologias e pelos canais online, bem como uma forma de apostar em conteúdos que se actualizam com maior facilidade. Os conteúdos online acreditados serão previamente avaliados e verificada a sua conformidade com as definições em vigor para cada um dos programas curriculares, relata a BBC que avança a notícia. Fonte:TEK

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ANGOLA E O AMBIENTE

ANGOLA eo AMBIENTE JLMagro

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“Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro” Provérbio Indígena

A

ambição desmesurada do Homem tem levado à sua destruição. É necessário pôr fim. Quem pensa pôr fim, muitas vezes não tem expressão nem poder político para se fazer ouvir. Mas é necessário despertar consciências. A Austrália, que é o país que mais liberta CO2 , teve a sua primeira crise eleitoral provocada pelo Ambiente, porque os australianos querem respirar, querem ter qualidade de vida, querem pensar nos seus filhos, nos seus netos, ou seja, a geração actual tem como legítimo ter descendência. Neste sentido, o Governo de Kevin Rudd quer reduzir até 2020 os níveis de CO2 com base em 2000, em cerca de 25%. Nos EUA, a discussão em torno do aquecimento global tem originado uma polémica ideológica em que há duas correntes: a primeira, com a presença de Bill Clinton e Al Gore, que acreditam na existência do aquecimento global; a segunda, com os republicanos do tempo de George Bush, liderados por Dick Cheney, que argumentam não haver provas científicas da degradação do Ambiente. Estranha, esta segunda corrente, quando os EUA têm sido assolados por vários tufões, em que o Katrina, em 2005, criou grandes estragos em Nova Orleães. A Conferência de Copenhaga, que se realizou no início de Dezembro de 2009, mais uma vez colocou em confronto os países ricos, nomeadamente os EUA, repetindo-se em parte o que se passou na Conferência de Haia, em 2000, ou seja, conferências de hipocrisia, quando o principal poluidor, os EUA, ainda tem correntes de opinião que defendem não haver provas científicas do aquecimento global. Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia, referiu “se somarmos os compromissos já anunciados pelos diversos países quanto ao corte de emissões, não estamos ainda no caminho para o sucesso de Copenhaga”. Mas a grande questão é esta: vamos continuar a adiar? Quando seguiremos o caminho certo? Vamos continuar a discutir, como está a acontecer nos EUA? África, continente maldito para muitos mas bendito para outros, devido à sua riqueza, mais uma vez está na berlinda. Trata-se da ajuda monetária por parte dos principais poluidores, no sentido do continente africano resolver os seus problemas ambientais. Julgamos que dessa potencial ajuda monetária, parte terá de ser investida na educação ambiental da população africana. Entretanto, para além da potencial ajuda monetária é preciso ter presente o que disse Jo Leinen, chefe da delegação do Parlamento Europeu em Copenhaga “estamos no início de uma nova ordem mundial, mas seria lamentável sacrificar a conferência climática devido a problemas de governação global que não estão resolvidos”.

Angola não pode ficar indiferente a todo este movimento sobre o Ambiente. Tal como refere Thomas L. Friedman na sua breve história sobre o século XXI em “O Mundo é Plano”, a Globalização é uma realidade com as consequências positivas e negativas.

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Angola não pode ficar indiferente a todo este movimento sobre o Ambiente. Tal como refere Thomas L. Friedman na sua breve história sobre o século XXI em “O Mundo é Plano”, a Globalização é uma realidade com as consequências positivas e negativas. O movimento ecologista em Angola ainda não tem grande expressão. Tem havido a nível do Ensino Superior alguns debates, mas julgamos que não chega. É preciso que se crie uma consciência ecológica a nível nacional. É necessário educar a nossa população no sentido de preservar o Ambiente, em todo o sentido da palavra.

ANGOLA E O AMBIENTE

O AMBIENTE

No final do mês de Novembro de 2009, o Conselho de Ministros angolano autorizou a criação de uma Autoridade Nacional para o Ambiente, com o objectivo da redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e a remoção de dióxido de carbono (CO2) no país.

Os gases do efeito estufa (GEE) são substâncias gasosas que absorvem parte da radiação infra-vermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre, e dificultam a sua saída para o espaço.O efeito estufa é um fenómeno natural. Esse fenómeno acontece desde a formação da Terra e é necessário para a manutenção da vida no planeta, pois sem ele a temperatura média da Terra seria 33°C mais baixa, impossibilitando a vida no planeta, tal como a conhecemos hoje. O aumento dos gases estufa na atmosfera têm potencializado esse fenómeno natural, causando um aumento da temperatura (fenómeno denominado mudança climática). http://pt.wikipedia.org/wiki/Gases_do_efeito_estufa]

Angola esteve representada na XV Conferência das Partes da Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre mudanças do clima, designada COP-15. A responsável pelo pelouro do Ambiente, Fátima Jardim, aproveitou para referir “estamos presentes nesta conferência para assumirmos um compromisso, porém, com a responsabilização do desenvolvimento cada vez mais sustentável e preservação do nosso planeta”. A conferência teve início no dia 07/12 e terminou em 18/12/09, em Copenhaga, com a participação de cerca de 120 líderes mundiais. Teve como principal objectivo aprovar um novo acordo climático que reduza substancialmente as emissões de gases de efeito estufa. Tudo indica que os países mais industrializados são os mais vulneráveis às mudanças climáticas. Nesse sentido, será definido um pacote de obrigações a que esses países vão estar sujeitos, no sentido de ajudar os países menos desenvolvidos a encetar medidas para diminuir o impacto ambiental, como exemplo, a deslocação de populações para áreas mais seguras. Mas basta isto?

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especial

Não. É preciso muito mais. A prova é que desde a primeira Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) reali1 zada em 1972, em Estocolmo, sobre o Meio Ambiente até à Conferência de Copenhaga, foram realizadas as seguintes:

Ano

Local

Assunto

1988

Toronto

1ª Conferência mundial sobre o clima na verdadeira acepção da palavra. Reuniu cientistas que alertaram para a necessidade de redução dos gases do efeito estufa. A ONU, criou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), no sentido de avaliar o risco da mudança climática devido à actividade humana.

1990

Genebra

1º Relatório do IPCC. Estabeleceu-se a necessidade de um tratado internacional climático. O IPCC divulga o seu primeiro relatório de avaliação que mostra que a temperatura do planeta estaria a aumentar.

1992

Rio de Janeiro

A Conferência da ONU, para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD ou Rio-92) resulta nos tratados internacionais Agenda 21, Convenção da Biodiversidade e ConvençãoQuadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC, sigla a em inglês). O objectivo é de estabilizar a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera.

1995

Berlim

1ª Conferência das partes (COP-1) . Foi definido quais os compromissos legais de redução de emissões, que mais tarde fariam parte do Protocolo de Kyoto.

2

Neste ano, foi divulgado o 2º relatório do IPCC. 1996

Genebra

1997

Kyoto

Na COP-2, fica definido que os relatórios do IPCC definirão as decisões futuras. A COP-3 ficou na história com a convenção em que a comunidade internacional estabeleceu um amplo acordo de carácter ambiental, independentemente das divergências entre os Estados Unidos da América (EUA) e a União Europeia (UE). Foi produzido um instrumento legal que sugere a redução de emissões de gases do efeito estufa nos países signatários. No caso dos países industrializados, aos mais poluidores, foram impostas metas variadas de redução, com uma média de 5,2%, tomando como base as emissões de 1990. Para que produzisse eficácia, tal medida teria de ser ratificada pelos ditos países, cuja soma de emissões de CO2 são as maiores. É criado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), a partir de uma proposta brasileira, bem como os certificados de carbono.

1998

Buenos Aires

Com o COP-4, começaram as discussões sobre um cronograma para implementar o Protocolo de Kyoto.

2000

Haia

No COP-6, as divergências entre os EUA e UE, já sentidas em 1997, levam ao impasse das negociações. Em 2001, George Bush declara que os EUA não ratificarão o Protocolo de Kyoto, o que não deixa de ser um grande entrave, visto os EUA serem o maior poluidor do planeta Terra.

2001

Bona e Marraquexe O IPCC convoca uma COP extraordinária para divulgar o terceiro relatório, em que se prova cada vez mais a interferência do Homem nas mudanças climáticas. Com a realização da COP-7, em Marraquexe, a tensão entre EUA e UE diminui.

2002

Nova Deli

A COP-8 pede acções mais objectivas para a redução de emissões. Os países entram em acordo sobre as regras do MDL. O desenvolvimento sustentável começa a ser equacionado.

2003

Milão

Na COP-9, aprofundam-se as diferenças entre países industrializados e o resto do Mundo. Com esta conferência, fica clara a falta de lideranças comprometidas para possíveis acordos. Começa-se a desenvolver o assunto “florestas”.

1 No mesmo ano foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com sede no Quénia. 2 Conferência das partes.

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Local

Assunto

2004

Buenos Aires

Com a COP-10, iniciaram-se as discussões informais sobre novos compromissos a longo prazo, a partir de 2012.

2005

Montreal

Na COP-11, é proposto pelo Brasil a negociação de dois caminhos: o primeiro, o pós-Kyoto; o segundo entendimento entre os grandes emissores com a inclusão dos EUA.

2006

Nairobi

Na COP-12, a vulnerabilidade dos países mais pobres fica bem evidenciada. O Brasil (mais uma vez) apresenta uma proposta de um mecanismo de incentivos financeiros para a manutenção das florestas, conhecido por Redução de Emissões por Desmatagem e Degradação (REDD)

2007

Bali

É criado o Mapa do Caminho, com cinco pilares de discussão, no sentido de facilitar a assinatura de um compromisso internacional em Copenhaga: visão compartilhada, mitigação, adaptação, transferência de tecnologia e suporte financeiro.

ANGOLA E O AMBIENTE

Ano

Na COP-13, ficou definido que seria criado um fundo de recursos para os países em desenvolvimento, com base no modelo “Acções de Mitigação Nacionalmente Adequadas”. Mesmo sem obrigação legal, os participantes concordaram em diminuir as suas emissões. 2008

Poznan

Continua-se a trabalhar para a consecução de um acordo amplo em Copenhaga. O Brasil lança o Plano Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC), incluindo metas para redução da desmatagem das florestas. O Brasil apresenta ainda o Fundo Amazónia, iniciativa que tem como objectivo a redução da desmatagem e da promoção da conservação e uso sustentável daquela região. Fonte: EFE

E independentemente das conferências, das intenções manifestadas e dos compromissos assumidos, o Homem mais rico, materialmente, tende cada vez mais a enriquecer sem olhar a meios. Mas este enriquecimento desmesurado tem mexido com muitas consciências, desde o surgimento de partidos e movimentos ecologistas, no sentido de chamarem a atenção dos governantes dos países ricos que se continuarem assim, o planeta Terra terá grandes problemas de sobrevivência. Temos de ter presente o que disse François Lemarchand “a fatalidade não existe. O mundo de amanhã será o que nós fizermos dele. Um mundo de harmonia e de equilíbrio entre os homens e com a natureza. Estes empreendedores comprometidos são disso precursores e oferecem-nos uma visão de esperança e de optimismo…Nunca mais é amanhã”. Num trabalho recente feito pela GermanyWatch, no que toca à protecção do clima por parte dos países industrializados, para um universo de 57 países, nenhum deles conseguiu uma classificação de “Muito Bom”, mas com “Bom” surgiram: Brasil, Suécia, Reino Unido, Alemanha, França, Índia, Noruega e México. Matthias Duwe, responsável pela Rede Europeia, salientou a performance do Brasil: “é fantástico ver economias emergentes como o Brasil a subir no ranking (o primeiro da tabela) e enviando um claro sinal durante as negociações de que está

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especial

empenhado em combater as alterações climáticas”. Nesse estudo, o último classificado foi a Arábia Saudita. Os Estados Unidos da América ficaram em antepenúltimo. A China ultrapassou os EUA, sendo um dos maiores emissores de CO2 do planeta. Entretanto, o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, prometeu um corte de 40% a 45% na “intensidade carbónica” da sua economia (quantidade de CO2 emitida por cada unidade produzida) até 2020, em relação aos valores de 2005.

A organização ambientalista Optimum Population Trust defende que a melhor maneira de reduzir as emissões de CO2 passa por uma melhor educação sexual dos países mais pobres, nomeadamente a oferta de contraceptivos. De acordo com aquela organização, todos os anos nascem cerca de 80 milhões de bebés indesejados. A organização ambientalista Optimum Population Trust defende que a melhor maneira de reduzir as emissões de CO2 passa por uma melhor educação sexual dos países mais pobres, nomeadamente a oferta de contraceptivos. De acordo com aquela organização, todos os anos nascem cerca de 80 milhões de bebés indesejados.

Média de nascimentos anuais por mil habitantes (estimativa relativa a 2009)

Fonte: The Guardian, CIA

Crianças na restinga do Lobito

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ANGOLA E O AMBIENTE

Mas, para pôr em prática o pensamento da Optimum Population Trust, não basta só a educação sexual. É necessário conhecer a forma de pensar desses povos, em que muitas vezes os filhos servem para ajudar os pais no trabalho e na velhice. Por outro lado, a vida sexual da mulher em África começa muito cedo, por norma aos 12 anos. É verdade que a ONU tem elaborado muitos estudos sobre esta matéria, mas os resultados práticos ainda não são visíveis.

Mulher e filho – Balombo

Pode-se pensar que a diminuição de nascimentos poderá ser um meio de redução de CO2. Mas também temos de ter presente, que os países mais ricos têm taxas de natalidade bastante baixa e o Mundo precisa de população. Julgamos estar aqui um dos principais busílis do nosso Mundo, ou seja, grande concentração de população nas grandes metrópoles e por consequência maior aumento do CO2, mas fraca natalidade.

ANGOLA

Angola tem um Ministério do Ambiente. A sua missão “é a coordenação, elaboração, execução e fiscalização das políticas do ambiente, nomeadamente nos domínios da biodiversidade, das tecnologias ambientais e da prevenção e a avaliação dos impactos, bem como da educação ambiental”. A missão acima está dentro dos propósitos das várias conferências entretanto realizadas pela ONU. Há uma série de legislação em vigor da qual se destaca a Lei nº 3/06 de 18/01 – LEI DAS ASSOCIAÇÕES DE DEFESA DO AMBIENTE. Porém, a experiência da vida mostra-nos que muitas vezes há um grande fosso entre as intenções e a realidade.

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especial

Como realidade temos:

Trânsito

Julgamos não haver estatísticas oficiais sobre o número de carros que circulam na cidade de Luanda. O que sabemos é que o trânsito é caótico. O que sabemos é que Luanda é uma cidade irrespirável tendo em consideração o grande número de carros que circulam e libertam CO2, bem como com uma grande poluição sonora. Como agravante, o trânsito mostra-nos viaturas topo de gama, mas que ainda não são “amigas do ambiente”, mostra-nos também viaturas com mais de 10 anos de vida, cuja libertação de CO2 é bem visível.

Julgamos não haver estatísticas oficiais sobre o número de carros que circulam na cidade de Luanda. O que sabemos é que o trânsito é caótico. O que sabemos é que Luanda é uma cidade irrespirável tendo em consideração o grande número de carros que circulam e libertam CO2, bem como com uma grande poluição sonora.

Largo do Kinanxixi-Luanda

A imposição do seguro obrigatório, tantas vezes adiada, é, no entender de muitos peritos, uma forma de reduzir e/ ou melhorar a circulação rodoviária luandense. Outros falam que a melhoria do trânsito tal como acontece noutras capitais passa por um bom serviço de autocarros e táxis. É necessário analisar: •

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Em 2009, Luanda foi “invadida” por autocarros no sentido de melhorar a sua circulação rodoviária. Procurou-se retirar os célebres “candongueiros” pelo menos os que não tinham as condições exigidas pelo Código das Estradas. No imediato, a melhoria sentida foi mínima, porque é preciso ter em conta:

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O combustível em Angola é barato, pelo que em princípio, não pesa muito no orçamento da classe média angolana;

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O angolano da classe média-alta está habituado a circular em viatura própria e muitos com motorista;

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Não há como noutras capitais, ou cidades com grande circulação, corredores “bus” para os transportes públicos;

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Os autocarros que estão a circular não são pequenos em tamanho e tendo em consideração a desorganização do trânsito e algumas artérias serem estreitas, dificulta as suas manobras e movimento;

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O seguro obrigatório entrando em funcionamento (tudo indica que será em Fevereiro de 2010) pode implicar uma redução de viaturas em circulação, visto que o prémio de seguro será mais alto para as viaturas com mais anos de vida;

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A falta de inspecções rigorosas às viaturas contribui para uma maior circulação das mesmas.

ANGOLA E O AMBIENTE

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Táxi “Hiace” – Luanda

Medidas possíveis: •

Melhorar a circulação das principais artérias, com uma boa regulamentação de trânsito (semáforos nos locais possíveis) como: estrada da Bela Vista – Porto de Luanda, São Paulo (Cuca-Kikolo); Viana - Luanda (aguardemos pela via rápida); Luanda Sul - Luanda (apesar das melhorias verificadas no troço da Samba, o mesmo é extremamente perigoso, devido à falta de pontes aéreas para a circulação de peões e pela falta de educação cívica dos próprios peões, que atravessam a estrada fora das passadeiras);

Criar uma rede de transportes públicos (autocarros de pequeno porte). Dar a conhecer a eficácia desses serviços, partindo de exemplos práticos de funcionalidade no sentido dos potenciais utentes da classe média-alta terem apetência para este tipo de serviço. Dentro dessa eficácia está a segurança nos transportes, como minimizar roubos, violações, …;

Com o CAN, as cidades que vão receber este evento vão ter como novidade um serviço de táxi com automóveis de cinco lugares. O serviço de táxi é um serviço comum em qualquer cidade, tornando-se obrigatório numa capital como Luanda;

Criar linhas de circulação “bus” nas principais artérias da cidade, no sentido de tornar, quer o serviço dos autocarros, quer dos táxis mais rápido;

Definir horários de circulação para as viaturas pesadas que transportam mercadorias do porto de Luanda para os respectivos armazéns;

Metro de superfície.

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especial

Água

Existem no planeta 263 bacias hidrográficas transnacionais, em que: •

60% da água doce está concentrada em poucos países como: Brasil, Rússia, China, Canadá, Indonésia, Estados Unidos da América, Índia, Colômbia, Zaire, Papua e Nova Guiné;

Os países que mais sofrem a falta de água estão no continente africano, onde 62% da população não tem água potável suficiente para a sua vida normal. Cerca de 313 milhões de habitantes não têm saneamento básico, o que acarreta o surgimento de vários tipos de doenças;

Na Ásia, 693 milhões não têm acesso a água potável, através dos serviços públicos, enquanto 1,9 mil milhões de pessoas carecem de saneamento básico;

Na América Latina, 15% da população não tem acesso a água potável (cerca de 78 milhões) e 117 milhões não têm saneamento básico;

Na Europa, apenas 0,5% da população, mais propriamente nas áreas rurais, não têm acesso a saneamento básico.

Angola é um país rico em recursos hídricos, mas a maioria da sua população ainda não desfruta de água canalizada, mesmo em Luanda. Implica criar meios de distribuição da água pela população. Mais uma vez as infra-estruturas são a grande questão.

Quedas de Kalandula

Mas tão importante como a distribuição da água potável pela população é a conservação da água, ou seja, a criação de meios de defesa para a sua não poluição. É neste aspecto que as autoridades sanitárias angolanas têm de actuar com meios de educação, prevenção e fiscalização.

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ANGOLA E O AMBIENTE

Tão importante como a distribuição da água potável pela população é a conservação da água, ou seja, a criação de meios de defesa para a sua não poluição. É neste aspecto que as autoridades sanitárias angolanas têm de actuar com meios de educação, prevenção e fiscalização.

Tiragem de água no município de Kalandula

A prevenção e fiscalização têm de ser extensivas aos nossos rios. Porquê? Porque numa altura em que a água é um bem raro e precioso, com grande valor económico no presente e no futuro, temos de procurar preservar essa riqueza. Assim, devem ser bem analisados os projectos de unidades industriais que pretendam instalar-se junto dos nossos rios tendo sempre como salvaguarda, bem expressa, que caso venham a poluir as suas águas, essas empresas terão de fazer a correspondente limpeza e, simultaneamente serem penalizadas. Outro problema grave que muitas vezes afecta os rios, tem a ver com a extracção de areia. As concessões dadas pelo Ministério de Geologia e Minas devem ser periodicamente fiscalizadas e a sua concessão deve ter sempre presente a salvaguarda dos leitos dos rios. O paludismo é um flagelo que afecta em geral África e em particular Angola. A principal causa do paludismo é o lixo, mais propriamente as águas estagnadas, as lixeiras a céu aberto e o consumo de água imprópria para beber e confeccionar alimentos.

Rio Balombo

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especial

No sentido da prevenção do paludismo, hoje começamos a ver nos bairros periféricos de Luanda, autoridades sanitárias a ensinar a população a saber usar a água. Mas, esta prevenção e educação devem ser extensivas às populações de outras províncias e julgamos que a escola em toda a Angola, poderá ser um bom veículo para a referida prevenção e educação.

O Mar

Angola tem uma costa com uma extensão de 1.600 Km. É um país rico em fauna marinha, com uma grande variedade de peixes como: carapau, cachucho, burro, marionga, pescada, corvina, pargo, pungo… Mas, muitos pescadores dizem que a nossa costa já teve muito mais peixe. A captura do pescado tem a ver com as épocas. Como exemplo, no Namibe, grande parte das capturas verificam-se no último trimestre do ano e nos dois primeiros meses do ano seguinte. Mas, para que seja constante nesses períodos, implica que não haja alterações climáticas, ou seja, implica que o Ambiente não sofra impactos negativos.

Pescadores da Baía Farta

Um dos principais problemas dos nossos pescadores é a refrigeração. Os barcos, nomeadamente os mais antigos, não têm esses meios. Tal facto, implica pescar menos ou então em caso de pescado a mais, deitá-lo ao mar. No início de Novembro de 2009, fomos testemunhas de pescado a mais deitado ao mar, na Baía Azul. Num país como o nosso, em que a fome ainda existe, esse peixe a mais, poderia ser distribuído pelos mais necessitados.

Um dos principais problemas dos nossos pescadores é a refrigeração. Os barcos, nomeadamente os mais antigos, não têm esses meios. Tal facto, implica pescar menos ou então em caso de pescado a mais, deitá-lo ao mar. No início de Novembro de 2009, fomos testemunhas de pescado deitado ao mar, na Baía Azul. Num país como o nosso, em que a fome ainda existe, esse peixe a mais, poderia ser distribuído pelos mais necessitados.

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ANGOLA E O AMBIENTE

Baía Azul

Outra das queixas dos nossos pescadores é que abundam barcos “piratas” a pescar na nossa costa. Tal facto, contraria o que está expresso no artigo 12º da Lei Constitucional “todos os recursos naturais existentes no solo e no subsolo, nas águas interiores, no mar territorial, na plataforma continental e na zona económica exclusiva, são propriedade do Estado que determina as condições do seu aproveitamento, utilização e exploração”. Assim, no caso concreto da pesca, implica ter licença, ou seja, estar autorizado. Ora, para dar cumprimento integral à Lei, implica fiscalizar uma costa com uma extensão de 1.600 km. Não é tarefa fácil. Implica meios terrestres, marítimos e aéreos em quantidade e qualidade para eliminar e/ou minimizar este flagelo. Nesse sentido, na 11ª sessão ordinária do Conselho de Ministros realizada no passado dia 16 de Dezembro, foi aprovado um regulamento que determina os limites da nossa zona marítima, o exercício de poderes do Estado angolano nas zonas marítimas sob a sua soberania ou jurisdição nacional, incluindo o alto-mar. Entretanto, é de louvar as autoridades marítimas, que em 11/10/2008, foram elogiadas pelos ambientalistas sul-africanos pelo bom trabalho a nível da gestão sustentável dos estuários do nosso país. Outro problema latente é a limpeza das nossas praias, mormente nos grandes centros urbanos, como Luanda. Muito do lixo existente é provocado pelos próprios utentes como: garrafas e latas de cerveja e refrigerantes, sacos de plásti3 co … Mais uma vez, está presente a falta de educação cívica desses utentes, esquecendo-se que todos têm o direito de usufruir de praias limpas. Neste sentido, as autoridades sanitárias, para além da prevenção, educação e fiscalização têm de pensar que as praias têm de ter vários centros de recolha de lixo. Esse lixo não pode ficar dias e dias sem ser recolhido. Devíamos seguir o exemplo dos espanhóis que têm uma indústria de turismo forte, nomeadamente balnear. As praias, para além de serem permanentemente fiscalizadas, são limpas diariamente entre as 20 e as 22 horas.

Crianças e adolescentes na baía do Lobito 3 O plástico é um meio de degradação lenta.

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especial

Os esgotos dirigidos para o mar são outro veículo de poluição. É necessário que as autoridades sanitárias pensem conjuntamente com os urbanistas nesta questão. No mínimo, as praias mais frequentadas não devem receber águas dos esgotos. A Corrente-Fria de Benguela A corrente-fria de Benguela abrange três países de África: Angola, Namíbia e África do Sul. Todos são membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que tem como objectivo proteger os recursos marinhos e investigar a influência dos impactos causados pelas seguintes actividades económicas: pesca, exploração petrolífera e turismo. É pois de grande importância a preservação desta corrente, pois o seu impacto no ecossistema ultrapassa as fronteiras dos três países africanos, estendendo-se à costa atlântica do Brasil e Estados Unidos da América.

Caotinha

Colocámos tempos idos, reservas no que respeita à construção da refinaria do Lobito, tendo-nos dito na altura, o Governador da Província de Benguela, Dumilde Rangel, que “a nível internacional há normas rígidas para a instalação de indústrias petrolíferas, pelo que não devemos ter receios. Estamos seguros que não vai haver qualquer tipo de interferência, até porque estamos atentos ao que se está a passar e a fazer noutras províncias, onde a indústria dos petróleos tem maior implementação, como Cabinda e Zaire”.

Poluição Sonora

4

Um dos grandes problemas ambientais nos dias que correm é o ruído . É um tipo de poluição que não deixa rasto, mas poderá causar danos irreparáveis como:

4 O ruído é, em termos simples, qualquer som indesejado – ou porque incomoda ou porque pode fazer mal à saúde, ou ambos.

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Perda da capacidade auditiva;

Insónias;

Interferência com a comunicação;

Interferência com a aprendizagem;

Efeitos fisiológicos como: hipertensão, taquicardia, arritmia…

ANGOLA E O AMBIENTE

A unidade de medida da intensidade do som é o decibel (DB). O DB está integrado numa escala logarítmica em que se considera a unidade (1 DB) como o valor correspondente ao som mais baixo que o ouvido humano consegue detectar. Neste sentido, 10 DB, correspondem a um som 10 vezes mais intenso que 1 DB, 20DB a 100 vezes mais intenso, 30 DB 1.000 vezes e assim sucessivamente. O quadro a seguir mostra-nos a intensidade do som perante determinados ruídos:

Origem do som

Intensidade do som (DB) aproximadamente

Conversas numa sala de estar

10

Escritório comercial

65

Rua movimentada

80

Tráfego urbano em hora de ponta

90

Martelo pneumático (obras)

100

Buzina de um carro

110

Concerto de rock

120

Fogo de artifício

140 Fonte: http://ambiente.maiadigital.pt

Clinicamente, o ouvido pode sofrer lesões a partir dos 85 DB e atingimos o limiar da dor aos 120 DB. Tendo em consideração o trânsito em Luanda, numa semana de trabalho, pode-se concluir que a nível de audição, o luandense está consecutivamente exposto a agressões múltiplas. O problema da poluição sonora, em Luanda, está intrinsecamente ligado ao CO2. Julgamos que a resolução de um implica a resolução do outro. Lamentavelmente, não vemos, quer na comunicação social da capital quer por parte das autoridades sanitárias, estudos publicados sobre esta problemática, que é desde há muito um preocupação para as sociedades mais evoluídas.

O problema da poluição sonora, em Luanda, está intrinsecamente ligado ao CO2. Julgamos que a resolução de um implica a resolução do outro. Lamentavelmente, não vemos, quer na comunicação social da capital quer por parte das autoridades sanitárias, estudos publicados sobre esta problemática, que é desde há muito um preocupação para as sociedades mais evoluídas.

Mas, não é só o trânsito que provoca, como vimos no quadro acima, poluição sonora. Ouve-se muitas vezes já noite dentro, o barulho de sirenes de ambulâncias e bombeiros, sem que aparentemente se justifique, pois a essas horas o trânsito é inexistente.

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especial

Durante o dia, ao barulho das sirenes das ambulâncias e dos bombeiros, junta-se o barulho das sirenes das viaturas de transporte de valores (não conhecemos nenhum outro país onde têm este privilégio) e das viaturas com batedores da polícia. Todos estes ruídos estridentes tornam o comum cidadão, que deambula diariamente por Luanda, um ser imune ao ruído pela sua habituação. Mas, esta imunidade é aparente, pois, como apontam os estudos clínicos, as doenças como: insónia, stress, perda de audição, agressividade, dores de cabeça, cansaço (com a consequente perda de rendimento escolar e no trabalho), aumento da pressão arterial e outras, resultam deste factor de poluição ambiental – o ruído.

Baixa de Luanda

Mas, o barulho prolonga-se muitas vezes para além da semana de trabalho. A música é intrínseca ao africano em geral e, em particular, ao angolano. Assim, é frequente às sextas-feiras e aos sábados, a ida à discoteca ou às festas na casa do amigo. As discotecas são aceitáveis, visto serem lugares públicos destinados para esse fim, mas as festas na casa do amigo incomodam muitas vezes o vizinho que nada tem a ver com a festa e quer descansar. Mais uma vez, a educação cívica e os princípios da boa vizinhança, devem imperar nas regras do bom senso.

A Aviação

Nos dias que correm o Ambiente é um dos maiores desafios para a aeronáutica. Para muitos é culpada por ser um dos sectores mais poluentes a nível de CO2 e, simultaneamente de poluição sonora. Hoje, quer as construtoras de aviões quer as próprias companhias aéreas começam a preocupar-se com o Ambiente. A prova dessa preocupação é que o sector da aviação, com a Conferência de Copenhaga, comprometeu-se até metade de 2050, a reduzir até 50%, as emissões de CO2. Tal compromisso foi avançado pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que anunciou que as companhias aéreas vão investir mais de USD 1,5 mil milhões em novos aviões.

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ANGOLA E O AMBIENTE

O sector aéreo prevê também apostar forte na utilização dos biocombustíveis na aviação comercial. Tal já está a acontecer com testes feitos por cinco companhias aéreas. A utilização dos biocombustíveis poderá reduzir as emissões poluentes até 80%.

Boeing 777-200 ER -TAAG 5

A TAAG, nossa companhia aérea de bandeira, começa a ver “a luz ao fundo do túnel ”a nível da sua reestruturação. Mas, também tem de fazer um esforço em ser uma companhia de referência, como “amiga do Ambiente”, porque será no futuro uma mais-valia a nível concorrencial e de prestígio, quer nacional quer internacional.

Florestas

Na COP-9, realizada em 2003, em Milão, surgiu pela primeira vez o assunto - florestas. Em 2008, em Poznan (Polónia), o Brasil apresentou o Fundo Amazónia, iniciativa que tem como objectivo, a redução da desmatagem e da promoção da conservação e uso sustentável daquela região. Em suma, as florestas são uma preocupação dos ambientalistas. Escrevemos na nossa edição número 13 – Agricultura e Florestas - o renascer das nossas verdadeiras riquezas - que “nos últimos 5.000 anos, o Homem foi capaz de reduzir as florestas do nosso planeta a menos de metade da sua área original. Antes, 50% da superfície da Terra era ocupada por florestas. Hoje, essa extensão está reduzida apenas a 20%”. 6

Angola é um país rico em floresta , quer natural quer plantada. Nesta última, somos o primeiro produtor de eucalipto em África e os terceiros a nível mundial.

5 Tudo indica que a UE vai autorizar a partir de Março de 2010 que a TAAG possa voar nos céus europeus sem quaisquer restrições. 6 Ver nossa edição nº 13.

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especial

Estrada Wako-Kungo -Huambo

É preciso criar nova legislação sobre florestas, pois a que existe ainda é do tempo colonial. É preciso ver que ensinamentos e orientações podemos retirar da cimeira realizada em 2008, em Poznan. O Brasil, pioneiro nesta matéria, poderá ser o exemplo a seguir para nos ajudar na forma como devemos preservar melhor a nossa floresta.

É preciso criar nova legislação sobre florestas, pois a que existe ainda é do tempo colonial. É preciso ver que ensinamentos e orientações podemos retirar da cimeira realizada em 2008, em Poznan. O Brasil, pioneiro nesta matéria, poderá ser o exemplo a seguir para nos ajudar na forma como devemos preservar melhor a nossa floresta. Mas, para além da criação de leis, implica sabermos usar a floresta. Implica criar meios de fiscalização eficazes.

Floresta - Monte Belo

A nível da produção da floresta plantada, é necessário que se torne o eucalipto rentável para os cofres do Estado. Como exemplo apontamos a recuperação e/ou reconstrução da celulose do Alto Catumbela, tendo presente que o seu funcionamento terá de estar de acordo com a nossa legislação ambiental.

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ANGOLA E O AMBIENTE

As Ravinas

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De acordo com Madeira Pereira , ravinas “são depressões naturais alongadas de dimensões variadas, resultantes da acção erosiva das águas selvagens”, acrescentando que águas selvagens “são as águas das chuvas que se deslocam encostas abaixo (pela superfície terrestre), sem uma direcção definida”. A acção erosiva (de transporte) das Águas Selvagens depende de vários factores, como refere aquele investigador: •

Cobertura vegetal;

Declive do terreno;

Litologia.

Em Angola, existem ravinas nas províncias de Cabinda, Zaire, Huambo, Luanda e com maior incidência nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico. O investigador Madeira Pereira refere “as principais ravinas existentes nas Lundas, não têm qualquer relação com a actividade mineira”.

Ravina em Cafunfo

Porém, a ENDIAMA, no seu seminário sobre o Ambiente realizado em Julho de 2007, com o tema “Minerar é preciso. Preservar é possível”, referiu que é frequente o perigo das ravinas nas Lundas e tal facto é devido ao mau assentamento da população, a falta de ordenamento territorial e a não intervenção das estruturas competentes.

7 Ver revista número 8 da VALOR ACRESCENTADO.

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especial

A ENDIAMA, como solução aponta: •

Devem ser elaborados planos de ordenamento do território e estudar a melhor forma para assentamento da população;

Deve haver mais investimento na manutenção e construção de redes de esgotos.

Julgamos que a nível de rede de esgotos, esse problema é transversal à cidade de Luanda. Todos os que vivem na capital sentem o problema dos esgotos na altura das chuvas, provocando cheias e por consequência águas paradas com as consequentes doenças, sobretudo o paludismo.

Rainha Ginga – Luanda

O Lixo

É constituído por materiais sólidos considerados inúteis, supérfluos ou perigosos, gerados pelo Homem, e que devem ser eliminados. O conceito de lixo não deixa ser uma invenção humana, porque em processos naturais não há lixo, mas sim inertes. Há três tipos de lixo: •

Resíduos orgânicos, têm origem animal ou vegetal. Pode-se incluir neste tipo grande parte do lixo doméstico como restos de alimentos, folhas, sementes, restos de carne, ossos… Quando acumulado ou colocado de uma forma inadequada, este lixo pode tornar-se altamente poluente no solo, nas águas e no ar. O lixo orgânico pode ser aproveitado para a utilização de adubos, como pode ser usado como para a produção do biogás, sendo rico em metano.

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Outros resíduos, em que destacamos o plástico, metais e ligas, vidro, materiais de construção…quando lançados directamente no Ambiente, sem qualquer tratamento prévio. O plástico, hoje é mais um dos grandes problemas que o Mundo tem a nível de Ambiente.

56% do lixo plástico é composto por embalagens usadas;

¾ dessas embalagens são provenientes do uso doméstico;

O Mundo consome 1 milhão de sacos de plásticos por minuto, o que significa aproximadamente 1,5 mil milhões por dia e mais de 500 mil milhões por ano;

Mais de 80% de todos os plásticos são usados apenas uma vez e depois deitados ao lixo;

O plástico é o resíduo que mais polui as cidades e os campos, prejudicando a vida animal, entupindo a drenagem urbana e os rios, e contribuindo para o aumento das inundações.

ANGOLA E O AMBIENTE

O PLÁSTICO

http://www.slideshare.net/ecoamigos/plasticos-e-meio-ambiente

Lixo tóxico que inclui (pilhas, baterias e algumas tintas…) e hospitalar (pensos rápidos, seringas, gazes, algodão…). Estes resíduos têm de ter tratamento específico, sob pena de serem altamente poluentes.

O lixo é uma chaga no nosso país. A sua eliminação passa por uma consciencialização, pela educação nas escolas e também pela educação cívica. Julgamos que a comunicação social poderá ter um papel extremamente importante, mais propriamente a televisão, tal como acontece noutros países, em que artistas consagrados ensinam a manusear e separar o lixo, por categorias: orgânicos, outros resíduos e tóxicos. Para o efeito, as principais cidades deverão disponibilizar aos seus utentes contentores para os vários tipos de lixo e distribuí-los pelas suas principais artérias em número suficiente.

Praia-bebé

No processo de consciencialização das pessoas deve-se ensinar que: •

É importante nas praias, não deixar as garrafas e latas de cerveja e refrigerantes e os restos de comida. As praias devem ser preservadas e para isso têm de estar limpas.

Não deitar fora pelas janelas dos carros em andamento, as embalagens que vão sendo usadas, pois além de contribuírem para a poluição também põem em perigo a circulação rodoviária.

É importante nas praias, não deixar as garrafas e latas de cerveja e refrigerantes e os restos de comida. As praias devem ser preservadas e para isso têm de estar limpas. Não deitar fora pelas janelas dos carros em andamento, as embalagens que vão sendo usadas, pois além de contribuírem para a poluição também põem em perigo a circulação rodoviária.

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especial

Temos de nos unir no sentido de lutar para termos os nossos espaços limpos contribuindo assim todos para uma Angola limpa.

Então onde deixar o lixo? A ELISAL- EMPRESA DE LIMPEZA E SANEAMENTO é a responsável pela recolha de lixo em Luanda. A nível de aterros, a ELISAL refere no seu site: •

A lixeira do Golfe, “mancha de descontrolo ambiental” dentro de Luanda está a ser encerrada;

O aterro sanitário de Mulenvos de Cima está em fase de construção. Neste aterro está a ser instalado um moderno incinerador de resíduos para hospitais e afins, escolas, quartéis… que dará um tratamento adequado. Para o efeito, vai entrar em funcionamento um serviço específico de recolha com viaturas apropriadas com os respectivos contentores sanitários;

O aterro sanitário do Sul está também em fase de construção.

No site atrás referido a ELISAL refere que “a época das lixeiras acabou”. Infelizmente, tal facto ainda não corresponde à realidade. Vamos ver se no médio prazo este objectivo da ELISAL será alcançado, pois o lixo ainda abunda na cidade de Luanda. Também aguardamos a conclusão dos aterros, tão importantes para a melhoria do tratamento do lixo recolhido.

A ambição desmesurada do Homem tem levado à sua destruição. É necessário pôr fim. Quem pensa pôr fim, muitas vezes não tem expressão nem poder político para se fazer ouvir. Mas é necessário despertar consciências.

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NOVIDADE

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leituras

JOSÉ LUÍS MAGRO

A PROFISSÃO, AS ASSOCIAÇÕES E AS REVISTAS DE CONTABILIDADE EM PORTUGAL É uma obra de Joaquim Fernando da Cunha Guimarães que periodicamente escreve para a revista VALOR ACRESCENTADO. Juntamos os comentários de António Lopes de Sá e Hernâni Carqueja, ilustres professores e editores de obras de Contabilidade, o primeiro brasileiro e o segundo português. “A obra “A Profissão, as Associações e as Revistas de Contabilidade de Portugal” do professor e mestre Joaquim Fernando da Cunha Guimarães eu a qualifico como uma das mais importantes contribuições a Historia Geral da profissão de nosso País, como uma jóia da pertinente literatura especializada. Representa o livro um agregado de pesquisas ao longo do tempo, trabalho persistente, minucioso, organizado, digno de encômios. Será, sem dúvida, base para as obras que no futuro venham a fazer referências aos momentos históricos de uma profissão que embora antiga só tardiamente recebeu o merecido reconhecimento legal. Impossível será aos futuros historiadores referir-se à cultura histórica contabilistica em Portugal sem apoiarem-se na obra do professor Guimarães, a quem denomino afetuosamente de “afilhado” por ter o destino me ensejado despertar o amor pela matéria, quando de aulas que ministrei ao mesmo no mestrado da Universidade do Minho, segundo ele assim tem confirmado. O que mais viva impressão causa nos escritos desse valoroso autor é a responsabilidade que assumiu em organizar um conhecimento específico, cultuando os grandes valores intelectuais da

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profissão, os órgãos que sustentaram importantes difusões e as lideranças de classe que conseguiram levar a tão alto patamar o exercício da profissão em Portugal. Considero a obra “A Profissão, as Associações e as Revistas de Contabilidade de Portugal” do professor e mestre Joaquim Fernando da Cunha Guimarães um trabalho indispensável como guia que projeta a realidade contabilistica do País no que tange à cultura histórica.” Antônio Lopes de Sá

“Prestou um serviço de qualidade à CONTABILIDADE e aos profissionais. Penso que é um livro cuja referência vai perdurar. Certamente fará parte dos livros que os contabilistas vão considerar essenciais nas suas bibliotecas. Como não resisti a passar boa parte deste dia a analisar o conteúdo, acabei por considerar dever esta comunicação formal.” Hernâni Carqueja

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O RENASCER DAS NOSSAS VERDADEIRAS RIQUEZAS

N.º 12

N.º 13

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JANEIRO / FEVEREIRO 2009 | n.º 14 Angola 20 USD’s | Portugal 26€ | Resto do Mundo 25 USD’s

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NOVEMBRO / DEZEMBRO 2008 | n.º 13 Angola 20 USD’s | Portugal 26€ | Resto do Mundo 25 USD’s

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JULHO / AGOSTO 2008 | n.º 12 Angola 20 USD’s | Portugal 26€ | Resto do Mundo 25 USD’s

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MAIO / JUNHO 2008 | n.º 11 Angola 20 USD’s | Portugal 26€ | Resto do Mundo 25 USD’s

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AGRICULTURA E FLORESTAS

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ATÉ QUANDO?

A CRISE FINANCEIRA E ANGOLA: ESTAMOS PREPARADOS?

DESMINAGEM

NOVEMBRO/DEZEMBRO 2008 | N.º 13

JULHO/AGOSTO 2008 | N.º 12

AINDA QUE POLÉMICO E MISTERIOSO

AGRICULTURA E FLORESTAS: O RENASCER DAS NOSSAS VERDADEIRAS RIQUEZAS

CHINA

UM PARCEIRO PRECIOSO

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VALOR ACRESCENTADO

UM LONGO CAMINHO A PERCORRER

CHINA: UM PARCEIRO PRECIOSO AINDA QUE POLÉMICO E MISTERIOSO

SAÚDE

MAIO/JUNHO 2008 | N.º 11

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SAÚDE: UM LONGO CAMINHO A PERCORRER

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A CRISE FINANCEIRA E ANGOLA ESTAMOS PREPARADOS?

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formação

CALENDÁRIO DE FORMAÇÃO 80 .

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1º QUADRIMESTRE DE 2010 Curso

PROGRAMA

Cursos reconhecidos pelo INSTITUTO NACIONAL DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL (INEFOP)

Carga Horária

Análise de Projectos e Investimentos

30

Análise Financeira

30

Auditoria Financeira

40

Avaliação de Empresas e Negócios

30

Contabilidade e Fiscalidade para Advogados

15

Contabilidade e Fiscalidade para Empresários

10

Contabilidade Bancária

30

Contabilidade e Fiscalidade

30

Contabilidade para Iniciados

20

Contabilidade Prática Informatizada

30

Gestão Comercial e Inventários com Aplicação Informática

30

Orçamento Empresarial

30

Recursos Humanos

30

Secretariado com aperfeiçoamento do Português

40

Tesouraria com Aplicação Informática

15

OBJECTIVO Oferecer aos participantes conhecimentos teóricos, sobre a evolução da Contabilidade ao longo dos tempos e paralelamente dar a conhecer o seu impacto e importância a nível da globalização. Dar a conhecer a relevância do Anexo ao Balanço e Demonstração dos Resultados para melhor compreensão das demonstrações financeiras. A responsabilidade do relatório de gestão.

A QUEM SE DESTINA A Contabilistas, Administradores, Bancários e Gestores de empresas, bem como a todos que estudam esta temática.

ResponsáveIS pela formação Drs José Luís Magro e Adelaide Magro, habilitada com o curso de Formação de Formadores. Autores do Manual de Contabilidade Angolano.

LIMITE DE FORMANDOS

TEXTOS DE APOIO

20

Fornecidos pelo formador e distribuídos em cada sessão

PERÍODO

INFORMAÇÕES E RESERVAS

30 horas, distribuídas por 5 dias por semana:

Avenida Comandante Valódia nº 5, 5º A - Ap. 53 - Luanda Telf./Fax 00244 222430583 Móvel 00244 923454677 0351 919352177 Email jlmagro@snet.co.ao

Período da manhã: 9H00 – 12H30 Período da tarde: 14H00 – 18H00 Período da noite: 18H30 – 21H00

Janeiro | Fevereiro 2010 // VALOR ACRESCENTADO

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próximo número

REGRAS MAIS APERTADAS PARA OS BANCOS O comité de Basileia divulgou no passado dia 17/12, 72 páginas com propostas de novas regras para as contas da Banca. É necessário recordar que a crise financeira ainda não acabou.

EVOLUÇÕES E INVOLUÇÕES NA CONTABILIDADE Reflexões sobre mudanças trazidas pelas Normas Internacionais de Contabilidade. Trabalho conjunto dos professores Rogério Fernandes Ferreira e António Lopes de Sá.

FORMAÇÃO A sua importância nos nossos dias. Que proveito se tira da formação? Formação investimento ou custo?

CENÁRIOS Nos dias que correm os gestores têm de fazer continuamente cenários quer de investimentos quer de resultados. Exemplo prático feito em EXCEL.

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editorial CURSOS DISPONÍVEIS

VALOR ACRESCENTADO EM 2009 VALOR ACRESCENTADO, no ano de 2009, teve uma só edição. Porquê? Porque várias frentes nos foram solicitadas como: conceber e escrever o “MANUAL DE CONTABILIDADE ANGOLANO”, consultadoria e formação. No grande leque de trabalho que tivemos, a nossa opção foi em parar durante algum tempo a edição da VALOR ACRESCENTADO. Queremos estar no mercado qualidade. Não queremos nem estamos a cumprir calendário. Não queremos estar no mercado sem transmitir algum conhecimento quer em Angola, quer no mundo onde é lida a revista VALOR ACRESCENTADO. Parar não significa acabar, não significa morrer. Seria bom que fosse possível que todos nós, pessoas singulares e colectivas pudéssemos parar para reflectir, para definir estratégias.

Foi bom durante este período ouvir as pessoas a manifestar a falta que faz a VALOR ACRESCENTADO. Foi bom saber que muita gente quer a VALOR ACRESCENTADO, porque através da revista está a adquirir conhecimento e querem aplicá-lo. Ora, perante esta realidade, faz todo o sentido mantermos as nossas as nossas convicções. Vamos continuar a ser uma revista bimestral, com ligeiras diferenças da linha editorial até aqui seguida. Vamos passar a ouvir testemunhos de responsáveis de empresas em Angola, vamos fazer trabalhos de pesquisa com reflexo na economia e gestão das empresas. Vamos continuar a trabalhar as províncias depois de termos feito Malanje, Kwanza-Sul e Benguela. Porquê? Porque é importante a divulgação de Angola no seu todo. Esta divulgação pela experiência das províncias que já fizemos é importante para muitos angolanos, nomeadamente os que se limitam a conhecer Luanda e pouco mais.

Foi bom durante este período ouvir as pessoas a manifestar a falta que faz a VALOR ACRESCENTADO.

Análise de Projectos e Investimentos Análise Financeira Auditoria Financeira Avaliação de Empresas e Negócios Contabilidade e Fiscalidade para Advogados Contabilidade e Fiscalidade para Empresários Contabilidade Bancária Contabilidade e Fiscalidade Contabilidade para Iniciados Contabilidade Prática Informatizada Gestão Comercial e Inventários com Aplicação Informática Orçamento Empresarial Recursos Humanos Secretariado com aperfeiçoamento do Português Tesouraria com Aplicação Informática

Foi bom saber que muita gente quer a VALOR ACRESCENTADO, porque através da revista está a adquirir conhecimento e querem aplicá-lo.

A-SE REV C INS Formadores: Dr. José Luís Magro / Dra. Adelaide Magro SEDE Av. Comandante Valódia, nº 5 - 5º Ap 53 - Luanda Tel. 00244 222 430 583 - Fax 00244 222 431 168 DELEGAÇÃO Rua Serpa Pinto, nº 750 - 4º 4550-465 Porto - Portugal Tel. 00351 228 300 507 - Fax 00351 228 329 897

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2.

Propriedade Valor Acrescentado - Prestações de Serviços, Lda. Director José Luís Magro ADMINISTRADOR Luís Gomes Chefe de Redacção Adelaide Alves Redacção Filipa Couto, Carlos Neto Publicidade Luís Handanga DESIGN GRÁFICO PMD - Comunicação e Design www.pmd.pt IMPRESSÃO Uniarte Gráfica / Porto Colaboraram neste número António Lopes de Sá, Edivaldo Cruz, Filipa Couto, José Luís Magro Tiragem: 10.000 exemplares. Registada sob o número MCS-430/B/2006.

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1º VOLU M E

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JANEIRO/FEVEREIRO 2010 | N.º 15

Brevemente

ANGOLA E O AMBIENTE: Ilações a retirar da Conferência de Copenhaga

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CONTIF

Angola 20 USD’s | Portugal 26€ | Resto do Mundo 25 USD’s

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ANGOLA E O AMBIENTE Ilações a retirar da Conferência de Copenhaga


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