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VALQUÍRIA IMPERIANO
Durante a nossa passagem na terra, só levamos o brilho que a iluminanos.
Valquiria Imperiano
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Valquíria imperiano ESTRELA REVOLTADA
O sol passa pela Fresta da janela Luz que nos acorda do torpor Acorda! Vem! Vem ver a vida As flores te esperam com o seu perfume Os pássaros te saúdam Com o seu canto Os esquilos te trazem a contemplação da paz Sobre a janela O mundo te aguarda Com o teu amor Não fique indiferente A natureza está em perigo Logo os pássaros perderão seu canto As flores não exalarão seu perfume Os esquilos perderão o abrigo das árvores E Pela janela seremos acordados Pelo imenso calor de uma estrela revoltada
A descoberta, o Encontro e a luz do amor são 23 textos extraídos do livro O jardim da Consciência de VALQUIRIA IMPERIANO.
O Livro traz no seu conteúdo poemas contos e crônicas que giram em torno da espitirualidade.
Todos os textos nasceram depois de um período difícil de convalescença.
Durante 5 anos, os textos foram surgindo enquanto a autora fazia sua revisão interna, estudava sobre as questões divinas e procurava compreender fenômenos inexplicáveis.
Enquanto ela fazia uma catarse, ela foi revivendo e estudando os tais fenômenos e passagens que ela deixara para trás procurando justificativas concretas e científicas. Mas nem tudo tem explicação e ela se rendeu às possibilidades metafísicas. Em seguida escreveu essas passagens e as compilou em um livro. Nasceu assim, O Jardim da Consciência, onde o perfume das reflexões lhe adentraram pelo terceiro olho, um olho que, não somente, aprendeu a enxergar o invisível, mas sente o perfume do que é bom para si e para os outros.
A DESCOBERTA
Apesar de encontrar as portas fechadas Encontrarei soluções Através de uma janela aberta O céu tenta esconder-se São dias escuros e sem sol Em que o tempo guarda segredos Que todos queremos saber Saídas seladas Portas fechadas Um muro cinza e preto Separa-nos de nós mesmos Brincamos de sermos eternos Desejamos quebrar barreiras Nos descobrimos efêmeros E rastejamos com medo E quando a luz abrir-se Sorrindo descobriremos Que somos eternos sem carne Um sopro de energia celeste Voando livres no ar.
O ENCONTRO
Flutuei acima da minha cabeça entrei num caminho iluminado muito claro, não sentia, nem via meu corpo, mas eu sabia que eu estava ali, era eu. Continuei a seguir em direção ao centro da luz que, apesar de muito forte, não me ofuscava. Quanto mais me aproximava, mais livre do peso das angústias me sentia. Não era um vazio, ao contrário era uma sensação plena, mas plena de tranquilidade, paz e amor. Acho que o amor sublime é isso, é sentir-se livre, segura e feliz, sem medos, é sentir a presença de algo ou alguém que nos apoia e nos guia silenciosamente, e nos afasta dos nossos sofrimentos.
A paz envolveu-me e livre do meu peso físico, e do peso dos meus erros segui em direção à luz, enquanto minha paz aumentava, enquanto o amor me envolvia, enquanto eu me analisava. Quanto mais amor eu sentia, mais eu me julgava e envergonhava-me das coisas mínimas que eu pensava estar certa. Esses pensamentos exerciam um peso enorme sobre mim. Cada sensação do peso povocada pela lembrança de uma falta era substituída por outra e eu repensava meus atos, e sentia vergonha diante daquela figura de luz que me envolvia sem nenhuma regra, nem condição. Abaixei-me diante dela sentindo o peso das minhas mesquinharias, mas fui envolvida e acalentada pela luz poderosa que emanava daquele ser maravilhoso e aos poucos minhas angústias desapareceram, e se transformaram em paz.
Quando o peso da consciência desapareceu totalmente eu compreendi o significado do amor.
A LUZ DO AMOR
Você encontrará o brilho da sua própria luz Você é todo mundo Somos, cada um, o que é visto pelo outro Somos a segunda pessoa Nós somos o outro, o você O eu julgado por terceiros.
ENCONTRAR.
Passamos nossas vidas procurando. Procurando nos construir como pessoas, impor respeito, fazer nossas vidas da maneira mais feliz possível e sermos amados pelos demais. Os caminhos são variados e cada Eu compreende de maneira muito própria e particular os métodos dessas buscas. Às vezes, o outro não compreende os métodos, às vezes não há consciência de que existe maldade ou bondade nos nossos métodos. O importante é conseguir encontrar sem nos perdermos nos labirintos das nossas pesquisas.
Encontrar é uma consequência do buscar. Um não caminha sem o outro. Quem busca acha e quem encontra é porque procurou, mesmo que os efeitos possam, às vezes, parecer perniciosos e involuntários.
Se o encontro se dá de maneira dolorosa podemos nos definir como azarados ou abandonados por Deus. Será que somos verdadeiramente frutos do acaso? Acredito que “achamos” quando “procuramos”, mesmo que não tenhamos consciência do nosso trabalho de procura.
É mais fácil colocar a culpa na sorte, nos outros e finalmente em Deus quando somos acometidos por situações que nos causam dor e sofrimento. Por que eu? Por que comigo? O que foi que eu fiz para merecer isso? Questões existenciais como estas multiplicam-se em nosso espírito tentando nos salvar dos nossos próprios purgatórios. Falta-nos a compreensão da profundidade, dos métodos utilizados por Deus.
É difícil assumir a consciência dos nossos próprios erros quando estão grudados no inconsciente. Platão já dizia que o inconsciente se esconde da verdade. E nós nos escondemos da nossa própria verdade absoluta, da nossa condição de seres imperfeitos.
A luta pela nossa evolução espiritual, no nosso íntimo, é árdua e espinhosa, faz-nos dizer impropérios, pensar em ódios, alimentar guerras nucleares, guerras à base de armas, bacterianas e psicológicas. Nossa luta íntima para eliminar a chama do desamor é grandiosa, mas é fortalecida pela ausência dos componentes generosidade, piedade, tolerância, compreensão, perdão que estão contidos na energia « amor » e, que não conseguimos instalar no nosso eu ainda em evolução.
O nascer e o renascer são processos que nos foram dados para seguirmos o caminho da evolução espiritual. Ao renascer todo o nosso passado escabroso é omitido propositalmente pela mão divina como uma forma de proteção. Assim, poderemos recomeçar nossa vida sobre a terra sem culpa. Porém essa verdade continua registrada no nosso espírito e, mesmo inconscientes da existência desse passado escabroso, nossas células e o nosso eu íntimo a conhece.
A vida nos proporciona a possibilidade de nos redimir dos nossos erros passados, procurando novos caminhos, tendo novas atitudes. Somos inteligentes e refletimos sobre os erros morais e essa reflexões provocam remorsos. O remorso corrói nosso inconsciente e muitas vezes, descarrega-se no nosso próprio corpo, que reage quimicamente sobre as nossas células, desenvolvendo doenças no corpo e/ou na alma.
Estamos aqui, nessa terra azul, flutuando no espaço e acreditando que somos únicos e solitários, e que nossa vida termina sob a terra alimentando os vermes ou virando pó dentro do fogo.
Acreditamos que terminamos como um ponto final minúsculo e inexpressivo, mas o ponto não coloca fim a nada, ele marca uma mudança, uma porta que se abre para outra dimensão.
Ignoramos que após o ponto final existe reticências na página branca da nossa existência no universo. Nela estão registradas mensagens invisíveis por nós desconhecidas. Somos todos uma linha numa página branca repleta de mensagens indecifráveis e, muitas vezes, não as interpretamos corretamente.
Alguns buscam e levam longo tempo tentando encontrar o caminho da perfeição, outros já despertam com uma consciência florescente, avançando tão rápido que aos olhos dos demais são chamados de prodígios.
O brilho é o reconhecimento do que é deixado como legado ou ensianemto. Cada um de nós tem o seu próprio brilho acumulado em alguma parte do corpo. Os prodígios utilizam logo cedo o seu brilho para avançar dentro da história universal. Deixam suas marcas que servirão, de alguma forma, como exemplo, seja de bondade para continuar a expandir a bondade, seja de conhecimentos científicos para ajudar a evolução humana.
Creio que o objetivo é um só: o bem a serviço do desenvolvimento da humanidade. As forças superiores, ou Deus, escrevem certo por linhas tortas, mas muitos duvidam realmente dos métodos de Deus, que são considerados, às vezes, métodos carrascos ou sádicos. Pensam, assim, por não compreenderem como funciona a metodologia divina.
Sessenta anos passaram-se e uma pequena compreensão desse sistema tão complexo foi-me soprado à orelha, é o brilho de Deus que está iluminando o meu esclarecimento. Estou começando a tentar compreendê-lo visto que sempre fui uma das tais que questionavam o amor de Deus. Mas minhas teorias são minhas e são frutos de algumas análises pessoais, frutos dos meus vividos e dos meus sofrimentos.
A providência utiliza muitos seres espirituais para virem à terra ajudar a desenvolver nossa consciência moral,. Eles estão por toda a parte e, nesse caso, falo dos espíritos vivos que nos circundam e que são usados para servirem de modelos para nos julgar ou avaliar nosso ego. Muitos estão aqui tendo seus corpos passando fome, sendo massacrados, sendo estropiados, sendo torturados, assassinados e tantas outras barbaridades julgadas e condenadas por nós, os normais e bons de espíritos. Somos mesmo? Talvez sim, talvez não. Quem é mal, é realmente o pior? Quem é bom, é realmente santo? Talvez sim, talvez não. Já usufruímos de todos esses sentimentos contraditórios e Deus continua agindo como o mestre, consciente de que somos como São Tomé, temos que ver parar crer. Temos que sentir na pele a dor para compreendê-la.
A mão divina é realmente sábia e, coerentemente, plantou no nosso íntimo as sementes do certo e do errado - praticamos o mal e nossos erros fazem brotar no outro a aversão pela maldade, em seguida criamos leis morais que julgam e condenam os erros.
Mas devemos ser, de certa forma, piedosos com os seres marginais. A maldade provocou no homem a necessidade de julgar e de criar normas para bloquear o errado, estabelecendo conceitos e leis com o intuito de frear os erros cometidos. Os espíritos da maldades que vêm à terra são julgados e ficam registrados na história como seres hediondos e perversos. Será que não estão, de fato, inseridos na cadeia da evolução espiritual, servindo de exemplos para diminuir a extrema maldade arraigada no espírito do próprio homem, como um vírus que provoca doenças e os cientistas estudam sua evolução, e seus efeitos maléficos criando em seguida um antídoto?
É perigoso e subversivo expor o perdão aos maldosos dessa forma. Somos seres dúbios em nossos sentimentos. E não estamos cem por cento certos de tantas teorias espirituais. Por isso o melhor é garantir nossa ascensão aos céus evacuando todo julgamento de compreensão para com a maldade. Seria quase uma confição dizer: eu compreendo a maldade, logo eu sou, também, mal.
Nós temos medo do nosso próprio julgamento e do julgamento divino. Mas Deus nos dá a segurança de que alcançaremos finalmente o melhor, descobriremos que somos uma parte infinitesimal dessa força poderosa que se chama amor.
Descubramos aonde está o nosso brilho e utilizemo-lo para iluminar, pelo menos, os que nos cercam.
Nós, os que estamos um pouco mais avançados no caminho da bondade, já não cometemos tantas atrocidades, devemos, pois, ter piedade dos maus, pois quanto mais eles agem contra a moral, mais nós desenvolvemos o senso crítico e condamos o mal, melhoramos, assim, nosso discernimento e diminuímos as arestas do nosso egoísmo, aumentando o amor dentro de nós, até que alcancemos, um dia, a nossa própria perfeição e estejamos mais perto de Deus. Seremos, então, um só, até que sejamos, nós, uma luz.
Procuremos então o nosso brilho nas boas ações, esse é o único caminho para sairmos do sofrimento.