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FABIANA MACHADO

O Institut Cultive Suisse Brésil designa o Lauréat Valkyrie à Fabiana Machado

FABIANA MACHADO

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por Maria José Negrão

Fabiana Machado, brasileira, natural de Irecê-BA, filha da Sra. Janete Alves Machado e do Sr. Eracto Mendes Correia, é advogada e ideóloga do projeto social Versos de Mulher (@versosdemulher), uma Organização de Mulheres que apoia meninas e mulheres em situação de violência doméstica e familiar, bem como do projeto social Histórias Brilhantes (@historiasbrilhantes), um programa que visa levar a boa esperança para o coração das pessoas. São projetos sociais admiráveis, dignos do nosso apoio e do nosso respeito.

A história de vida dessa jovem leva qualquer pessoa à reflexão do quanto a vida pode ser bem difícil para quem nasce pobre num país em desenvolvimento como o Brasil. Fabiana é filha de pais analfabetos, pobres e da zona rural de um interior da Bahia. Ela precisou vencer muitas barreiras sociais para se tornar advogada e criar projetos civilizatórios de vida.

Tudo começou quando ela ainda era criança, se não nos falha a memória, ela tinha apenas 8 anos quando foi separada dos pais e teve que lutar pela sobrevivência própria. Em razão da insuficiência de recursos materiais (emprego, salário, dinheiro para sustentar a família) e imateriais (educação doméstica, conhecimento e sentimento de arrimo de família), o pai dela tinha um temperamento explosivo e sempre praticava violência doméstica contra a família. A família não era grande, composta por 4 pessoas, a mãe, o pai, ela e o irmão de uns 4 anos. O pai tomado pelo desespero da miséria e pelo medo da fome sumiu no mundo, deixando a esposa com os dois filhos para criar. A mãe de Fabiana conseguiu um trabalho de doméstica na cidade de Irecê, acontece que a patroa não permitiu que ela levasse os dois filhos, então, a mãe, de coração partido, optou por levar o filho caçula, deixando Fabiana para trás. Este foi um dos momentos mais difíceis da vida para mãe e filha. Fabiana conta que a mãe não teve coragem de se despedir para ir embora, deixou-a dormindo e foi embora sem dizer adeus. Quando Fabiana acordou na casa da avó descobriu que a sua vida tinha virado de ponta-à-cabeça, ela teria de se acostumar a viver sem a amada e carinhosa mãe. Foi um choque violento. Lembro-me que um dia ela relatou em uma roda de conversa que a dor foi tão terrível, que ela vive com esta ferida exposta, a qual não cura. Foi um trauma cruel.

A partir daí, Fabiana começou a trabalhar na casa de parentes e estranhos como doméstica, ela limpava a casa, cuidava dos jardins, lavava roupas e também exercia a atividade de babá. Imagina uma criança no mundo sem a proteção dos pais? Fabiana sofreu todo tipo de violência. Uma realidade muito triste! Quando já estava com seus 16 anos ela se apaixonou perdidamente pelo irmão do seu patrão, o jovem Pedro Novaes, por sorte do destino ou por obra de Deus, este amor foi correspondido. O Pedro fazia parte de uma outra realidade de vida, filho da classe média, recebeu boa educação e a família do Pedro não ficou contente quando soube do romance dos dois. Por isso, os dois enfrentaram uma batalha de rastros emocionais nada ou pouco agradável, mas tudo passou e o que verdadeiramente importa é que o Pedro deu forças para Fabiana aprender a ler e escrever formalmente.

Foi com o apoio, ajuda e incentivo do Pedro que Fabiana estudou até se formar em Direito. Eles têm dois filhos lindos e muito educados, que são a Milena e o Pierre, formaram uma família linda a qual inspira o mundo inteiro com ações sociais, solidárias e humanitárias. Uma família abençoada. Maria José Negrão.

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