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NEIDE VICENTE MALEVO
I Concurso Internacional Cultive 3° LUGAR
Neide Vicente Malevo
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FOME AMBULANTE
Menina de rua
Vagueio de lês a lês pirangando de avenida a via caçando um vaso de alimento e a fome me chacina sem condoimento, sou corpo vazio flanando sem nenhum destino esgotando a espera da vida lazeira malévola matas a morte me tiras o pão da mesa e me engoles de maneira lenta e sofrida singras me a carne, e abres feridas molestas me a pele, e trucidas a índole.
Fome maldita! aniquilaste os meus pais e me deixaste desprovido assaltas-me inofensivo e golpeias-me sem direito a auxilio fazes de mim alma vadia que vagueia e vagabundeia e desonras-me a vida, pela janela vejo o caldo a ferver mas o teu rosto, teu rosto desconheço.
Fome maldita! o entulho de uns, pra mim e festa, fazes de mim tua morada leviano, não defines idade nem raça massacras-te meu sonho de criança e tao cedo me fizeste adulto mendigo e sem esperança rapinador ousado que vem e chacina e a ti ninguém fuzila, nem mesmo a vida. Mastigas meu ânimo e chupas-me a carne, deixas somente embaraço Fome maldita!86 Revue Cultive - Genève
Neide Vicente Malevo, natural e residente na provincia de Inhambane, Moçambicana Escritora e poetisa desde 2018, estudante do curso de finanças, pseudônimo Nyeleti, sem nenhum livro publicado ainda, com uma carta assinada e publicada que faz parte da zine edição especial de 14 de Fevereiro dia que se comemora o são valentim em Mocambique intitulada Cartas aos filhos de Adão.