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CLÁUDIA LEOCÁDIO
CLÁUDIA LEOCÁDIO é cearense Arte terapeuta
Waldorf, Analista Socioambiental, mestranda em
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Gestão e Auditoria Ambiental, mãe do Pedro e avó do Bernardo e da Ester, três luzes inspiradoras. Reside em Sete Lagoas, Minas Gerais há 20 anos. Entre as montanhas de Minas realiza trabalhos e intervém nas vidas de pessoas desprovidas do mínimos sociais. Trazer e fazer alegria em vidas envoltas de faltas. Idealizadora cultural do Grupo Folclórico Ciranda dos Pequis, um Projeto Social realizado com crianças, adolescentes e idosos de um bairro periférico chamado Jardim do Pequis, lugar de extrema vulnerabilida- de social.Para uma boa e agradável vida com saúde as incansáveis subida à Serra de Santa Helena e a natação fazem parte do cotidiano. Lá em cima ou debaixo d’agua as ideias brotam. A vida segue lentamen- te com inspirações e intervenções socioculturais.No município de Horizonte no estado do Ceará, criou em novembro/2020, a Associação dos Moradores do Bairro Alto Estrela, a ideia é implantar projetos culturais tendo o folclore como base. A arte terapia fez uma diferença infinda na vida profissional, o canto, a flauta, o conto, as cantigas de roda e o folclore faz o contraponto do trabalho. A música foi sempre inspiração, herança paterna. Inspirada também em Rudolf Steiner, Cláudia Leocádio abranda a alma humana com suas artes e cores e agrega alegria.
Honra ao Mérito prosa no 4° Concurso Cultive de Literatura
Da Fúria Ao Afeto
Épreciso uma ação benfazeja em meio ao caos. Quão letárgico é a indisposição para se fazer o melhor.
Em tempos de desertos emocionais, existenciais ou até mesmo circunstan- ciais, a presença de um amigo anjo se manifesta em várias roupagens. Sua presença é uma intervenção que abranda o coração e a alma. Quando estamos abertos a per- ceber sua presença e escuta, aí então se manifesta a aceitação, a mansidão acontece de repente. Após nosso sim, tudo serena, acalma. Coisa de anjo!
Temos um anjo que nos acompanha, permanece firme ao nosso lado, avan- ça, segue sempre adiante. Observa nossos passos, nossos atos e nos orienta. Mas com a autossuficiência que impera em nós, deixamos de lado a orientação espiritual que nos foi dada tão gentilmente.
“Porque o Senhor deu uma ordem aos seus anjos para em todos os teus caminhos te guardarem!” (Salmo 90 (91)). Essa graça é esquecida constantemente. Logo, fazemos o que queremos do nosso jeito, e, enfim, tudo desmorona. Quando se esquece de mudar o olhar em direção ao mundo, reina então a vulnerabi- lidade anímica. A alma em dor costuma reagir erroneamente.
E, se o mundo agride, a resposta imediata é acordar a fúria. E na sua onda não há contemplação, não há entrega, nem tampouco confiança. Há de fato, a falta do afeto. A ausência do belo e do ato de ceder.
Mas o afeto invade, chega. Ah! Quando ele chega, revestido de sabedoria, de calmaria, paciência, mansidão, tudo é paz, é entrega, é força vital manifestada.
Para experimentar a passagem nessa ponte estreita é preciso uma boa dose de sabedoria, uma dose expressiva de humildade e silêncio, sim, de silêncio.
Medite a tua fúria e a controla, através da respiração. Ao meditar, busca a melhor cena e muda a direção do teu
É uma escolha, é preciso ser guerreiro de um bom combate. Na fúria se vê fogo, no afeto se vê flores. Qual será a escolha? Vivemos em um mundo regado e bombardeado de fúria, cotidianamente, pelas ondas externas que nos tira da cena do bem fazer. É preciso força para retomar o caminho. É luta infinda, então veste, pois, tua melhor armadura e escolhe a ferramenta. O afeto.
O exercício diário é manter a capacidade criativa e curadora de buscar novos encantos, no que não é perceptível de imediato aos olhos. Vem, larga a fúria e alarga o afeto. Regue a tua ação com o amor e a tua vulnerabilidade como meio de mudança. Observe que a ação afetuosa não depende de maturidade, pois se assim fosse as crianças teriam tamanho afeto? Seja criança e viva na companhia do teu anjo, pois é ele quem te ajuda na travessia da ponte.
O berço do afeto é o amor, não há comando, pois “o que fazemos com amor sempre se consome além do bem e do mal”- dizia Nietzche.
Isso dito, ao atravessar a ponte e escolher nos tornamos mais leves, na fúria reina a tristeza e a vingança, já nas margens do afeto encontra-se a complacência, a leveza, o toque da graça de existir. Em estado de graça somos mais felizes.
A bandeira deve ser a da paz, a iniciativa de gigante, a mudança de atitude de fato é o grande condutor da sabedoria, façamos isso e nos tornaremos melhores, é preciso uma mudança de atitude. O exercício do afeto não é tarefa fácil, mas necessá- rio para fazer a diferença.
Venha, me mostre o seu anjo, escolha um novo olhar, uma nova maneira de consolidar a marcha na travessia da ponte. O convite é diário. A coragem é agir com o coração e tocar a alma endurecida do nosso próximo. A capacidade de resistir a que- brar barreiras às vezes nos impede. Mas somos mais que o nosso furor, somos puro afeto. É preciso exercitar.
A mudança de paradigma faz a roda Girar. O que antes era impossibilidade de renovo, acontece enfim, após uma ação reflexiva, analisadas as inúmeras verten- tes sob a ótica dos anjos amigos.
Então o anjo tocou em mim e tudo mudou!!!! CLÁUDIA LEOCÁDIO é cearense Arte terapeuta Waldorf, Analista Socioambiental, mestranda em Gestão e Auditoria Ambiental, mãe do Pedro e avó do Bernardo e da Ester, três luzes inspiradoras. Reside em Sete Lagoas, Minas Gerais há 20 anos. Entre as montanhas de Minas realiza trabalhos e intervém nas vidas de pessoas desprovidas do mínimos sociais. Trazer e fazer alegria em vidas envoltas de faltas. Idealizadora cultural do Grupo Folclórico Ciranda dos Pequis, um Projeto Social realizado com crianças, adolescentes e idosos de um bairro periférico chamado Jardim do Pequis, lugar de extrema vulnerabilida- de social.Para uma boa e agradável vida com saúde as incansáveis subida à Serra de Santa Helena e a natação fazem parte do cotidiano. Lá em cima ou debaixo d’agua as ideias brotam. A vida segue lentamen- te com inspirações e intervenções socioculturais.No município de Horizonte no estado do Ceará, criou em novembro/2020, a Associação dos Moradores do Bairro Alto Estrela, a ideia é implantar projetos culturais tendo o folclore como base. A arte terapia fez uma diferença infinda na vida profissional, o canto, a flauta, o conto, as cantigas de roda e o folclore faz o contraponto do trabalho. A música foi sempre inspiração, herança paterna. Inspirada também em Rudolf Steiner, Cláudia Leocádio abranda a alma humana com suas artes e cores e agrega alegria.