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CLORES HOLANDA
CLORES HOLANDA ODILO COSTA, FILHO
Em primeiro lugar o meu cordial boa tarde à Mesa! Em nome da Valquiria Imperiano eu cumprimento todos os meus confrades confreiras pedindo a Deus que abençoe este evento. E, quero dizer-lhes que eu sinto-me honrada em participar do I Salão do Livro e Cultura de Genebra, organizado pelo Instituto Cultive Brasil e Suíça, principalmente porque nesse evento entre os homenageados nós temos a nossa ilustre maranhense, a escritora Maria Firmina dos Reis, a nossa patrona, a patrona da Academia Ludovicense de Letras, da qual sou um dos 25 membros fundadores. Então, este evento é de suma importância porque ele está reunindo autores, artistas e músicos dos países lusófonos, realizado em língua portuguesa, com o fim de promover a troca de cultura entre os participantes e o público organizado com muita dedicação e competência pela sua Presidente, Walquíria. E quero também aqui fazer um elogio a Dilercy que foi a nossa representante aqui em São Luís que realmente não mediu esforços para que a gente conseguisse está aqui representando nossa Instituição.
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Então para mim participar da Mesa da Academia Ludovicense de Letras: Casa de Maria Firmina dos Reis é de muita felicidade porque tenho a oportunidade de poder falar um pouco sobre o meu patrono, Odylo Costa, filho, ocupante da cadeira número 30. Abordarei o tema: Odylo Costa, filho: O imortal que deu uma pausa para explicar o texto da vida. Na minha fala vou pontuar alguns aspectos importantes para conhecermos um pouco desse ilustre escritor maranhense começando pelos seus dados biográficos:
1) Dados biográficos:
Odylo Costa, filho nasceu em 14 de dezembro de 1914, em São Luís, Capital do Estado do Maranhão. Se vivo fosse hoje estaria com 107 anos. Teve como Pais: Odylo de Moura Costa e Maria Aurora Alves Costa. Ainda criança foi morar no Piauí. Lá ele cursou o primário e o secundário. Aos 16 anos fixou residência no Rio de Janeiro com seus pais bacharelando-se em Direito pela Universidade do Brasil em dezembro de 1933. Foi Casado com Maria de Nazaré Pereira da Silva Costa (piauiense de Campo Maior) em 1942. Seus padrinhos de casamento foram Manuel Bandeira, Ribeiro Couto e Carlos Drummond de Andrade. Teve 9 filhos formando uma grandiosa família.
2) Vocação Jornalística/Atividade Intelectual Desde os 15 anos Odylo revelava a vocação para o jornalismo iniciado em Teresina, Capital do Estado do Piauí, no Semanário Cidade Verde, fundado em 1929. Em janeiro de 1931, a convite de Félix Pacheco iniciou na redação do Jornal do Comércio, permanecendo até 1943. No jornalismo ocupou boa parte de sua vida intelectual. Foi sua dedicação mais intensa, esse cargo ele exerceu com notável espírito de renovação e modernidade se dedicando a literatura.
Em 1934 publicou o livro Graça Aranha e outros ensaios, obtendo o Prêmio Ramos Paz da Academia Brasileira de Letras. Em 1936, em colaboração com Henrique Carstens, publicou o Livro de poemas de 1935. Em 1944, 9 anos depois publicou o livro Distrito da Confusão, coletânea de artigos de jornais em que, nas possíveis entrelinhas, fazia a crítica do regime ditatorial instaurado no país em 1937.
Jornais em que trabalhou:
Odylo Costa, filho como tinha uma grande paixão pelo jornalismo, trabalhou em vários jornais exercendo vários cargos: Fundador e diretor do Semanário Política e Letras (de Virgílio de Melo Franco, de quem foi dedicado colaborador na criação e nas lutas da União Democrática Nacional; Redator do Diário de Notícias; Diretor de A noite; Diretor da Rádio Nacional; Chefe de Redação do
Jornal do Brasil; Diretor da Tribuna da Imprensa; Diretor da Revista Senhor; Secretário do Cruzeiro Internacional; e, novamente Redator do Jornal do Brasil (função que deixou em 1965, ao viajar para Portugal como Adido Cultural à Embaixada do Brasil. Durante sua atividade jornalística nem sempre foi apenas o jornalista de bastidores, o técnico invisível. Entre os anos de 1952 e 1953 – exerceu a crítica literária no Diário de Notícias. Durante prolongado período, publicou uma crônica diária na Tribuna da Imprensa.
3) Vida pública:
Quanto a sua vida pública ele exerceu vários cargos, destacando: Secretário de Imprensa do Presidente Café Filho; Diretor da Rádio Nacional; Superintendente das Empresas Incorporadas ao Patrimônio da União, entre outros cargos.
4) A “imortalidade” Como se deu a sua imortalidade? Estreou como poeta em 1935 e só voltou à poesia muitos anos depois. Se comprometeu muito com a atividade jornalística devido aos compromissos financeiros para sustentar uma grande família. Isso fez silenciar o poeta durante anos. E só voltou à poesia na época em que foi Adido Cultural em Lisboa, em 1965. Em 1967 voltou para o Brasil. Quando retornou ao Brasil sofreu várias tragédias pessoais (morte de seu filho Odylino em um assalto e da filha Aurora que sofria de demência). Essas tragédias transformaram a vida desse intelectual e influenciaram as letras do poeta, trazendo-o de volta ao mundo literário com força total. Esse reconhecimento vem em 1970 quando tomou posse na Academia Brasileira de Letras.
Mesmo diante dessas tragédias ou saída das redações foram capazes de apagar a alegria de Odylo Costa, filho. Alegria visível até os últimos momentos de sua vida. Faleceu no Rio de Janeiro em 19 de agosto de 1979, em decorrência de uma parada cardíaca. Dessa vez uma pausa no texto da vida, uma pausa no coração. Enquanto viveu Odylo Costa, filho tinha muitas qualidades. Era um homem bom que via o lado bom das pessoas. Amava receber os amigos e escritores em sua casa, que era muito grande no Rio de Janeiro onde ele dizia: “A minha maior realização é a minha casa, a minha família, é a minha gente. São os meus amigos. Eu sou a soma dos meus amigos. E a minha casa é uma casa assim. É uma casa sentimental, pacífica. É aberta ao público”.
5) A obra Odyliana: Podemos dizer que a obra odyliana está composta pelos poemas de 35. São poemas de um poeta já feito, de um jovem. Por outro lado dos poemas de depois. Sem dúvida de um poeta homem que tinha passado naquele momento por uma vida e tinha sido redespertado para a poesia por uma tragédia; poesia essa retomada tanto tempo depois com uma qualidade de testemunho, de desabafo, de grito, e de sofrimento que é a carne da poesia. Odylo Costa, filho publicou vários livros; sendo que um deles, A Faca e o Rio foi transformado em filme. Boca da Noite foi o seu último livro publicado; embora tenha deixado obras inéditas. Sua obra é vasta; mas devido aos limites de tempo que dispomos deixaremos de apresentá-las. Enfim, a sua grande paixão era o Jornalismo embora ele como poeta foi muito bem na crítica literária. Aqui em São Luís Odylo Costa, filho foi homenageado com o Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, local de promoção de eventos que envolvem a comunidade com espetáculos e difusão das técnicas do fazer artístico. No Rio de Janeiro foi homenageado com o Teatro Odylo Costa, filho entre outras homenagens. Enfim, muito obrigada e aproveito a oportunidade para parabenizar a todos os envolvidos para a consolidação do I Salão do Livro e Cultura de Genebra; principalmente nesse momento difícil que o mundo está passando com a pandemia. Tivemos que nos adaptar ao novo normal e ainda com muitas dificuldades para realizarmos nossos eventos de forma remota.