Mural

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Catรกlogo desenvolvido durante a disciplina Desenho VI juntamente com o professor Nadson Portugal referente aos diversos murais da cidade de Salvador-Bahia


CARLOS

BASTOS

Carlos Frederico Bastos (Salvador BA 1925 - idem 2004). Pintor, ilustrador, cenógrafo. Inicia sua formação artística na Escola de Belas-Artes da Universidade da Bahia, onde ingressa em 1944. Nesse ano, participa, ao lado de Mario Cravo Júnior e de Genaro, da 1ª Mostra de Arte Moderna da Bahia. Participa do 1º Salão de Arte Moderna, 1952, e do Salão Preto e Branco, 1954, entre outros. O cenário da obra de Carlos Bastos é a Bahia, que ele representa com franca postura realista. Valendo-se de desenho minucioso e forte colorido, suas telas explicitam compromisso com o registro da região e sua cultura. Nesse sentido, sua produção dialoga com a de outros artistas atuantes na Bahia como Carybé, Genaro, Mario Cravo Júnior e Jenner Augusto. Os retratos ocupam lugar destacado na década de 1940, permanecendo filão importante na obra madura. As festas - outro eixo temático bastante explorado - fornecem novas possibilidades para a expressão da cor e da vida local. Também as figuras populares, negros, meninos abandonados, jogadores etc. são frequentemente convocados a compor telas e/ou extensos painéis de cores exuberantes. O universo religioso, católico e afro-brasileiro, ocupa lugar destacado no interior desse leque temático. Se a pintura é uma das grandes expressões de Bastos, seu nome está ligado aos murais e painéis que realiza para edifícios públicos que almejam figurar a alma mística do povo, seus símbolos e crenças. Ainda que atento à dimensão social, sua preocupação maior são formas, corpos, linhas e cores, o que leva diversos críticos a sublinharem a “sensualidade” dessas obras.


óleo sobre parede Carlos Bastos 1961 4,10m x 21m Comercio / Ed. Goes Calmon

Pint. óleo, madeira Carlos Bastos 1982 2,20m x 8m Faculdade de Medicina – UFBA, Terreiro de Jesus, Pelourinho


Pint. รณleo s/ tela Carlos Bastos 1959 Aprox. 2 x 5 mt Comercio / Ed. Big

Pint. รณleo madeira Carlos Bastos 1964 2,06m x 9,2m Rua Chile ed Martins Catharino


DI

CAVALCANTI

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo (Rio de Janeiro RJ 1897 - idem 1976). Pintor, ilustrador, caricaturista, gravador, muralista, desenhista, jornalista, escritor e cenógrafo. Inicia sua carreira artística como caricaturista e ilustrador, publicando sua primeira caricatura em 1914, na revista Fon-Fon. É o idealizador e o principal organizador da Semana de Arte Moderna de 1922, na qual expõe 12 obras. Di Cavalcanti, entre outros artistas do modernismo, esteve atento, em sua produção, à formação de um repertório visual ligado à realidade brasileira.No ano de 1928, filia-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB). Em 1933, publica o álbum A Realidade Brasileira, uma sátira ao militarismo da época. Em suas primeiras obras de pintura, utiliza tons pastel e retrata personagens mergulhados na penumbra, misteriosos, enfoca também o universo boêmio e os tipos da noite: bêbados, vigias e prostitutas, que permanecerá constante em toda sua obra. Caracteriza-se pela linha leve, alongada e sinuosa e pelo uso de elementos decorativos, ao estilo art nouveau. Porém, no ano de 1925, quando do retorno de viagem à França, passa a apresentar em sua pintura um uso mais acentuado da cor, iluminando a sua paleta. O artista revela a formulação de seu estilo na utilização de formas simplificadas e curvilíneas e cores quentes, em especial vários tons de vermelho, trabalhadas em uma poética lírica.


Mario

Cravo

Júnior

Mario Cravo Júnior nasceu em 13 de abril de 1923, na Ribeira, bairro da Península de Itapagipe, em Salvador, Bahia, na rua do Porto dos Tainheiros, às 13 horas, uma sexta-feira (CRAVO JÚNIOR, 27 abr. 2014, não paginado) filho de Mario da Silva Cravo e Marina Jorge Cravo. Integrante da primeira geração moderna da Bahia e fomentador do modernismo na arte, Mario Cravo Júnior é um dos artistas que mais estimularam e promoveram a valorização dos elementos culturais populares na produção de arte, notabilizando-se na escultura, na qual explora materiais diversos como madeira, pedra, metais e plásticos, mas tendo também desenvolvido rica produção em gravura, assim como em murais e esculturas dispostas em espaços públicos. Seu vasto percurso artístico congrega mais de 50 exposições individuais no Brasil e exterior, inúmeras coletivas, dentre as quais sete Bienais Internacionais de São Paulo e participação nas 26ª e 30ª edições da Bienal de Veneza, na Itália. Suas obras transitam entre as mais diversas tradições artísticas, que incluem cerâmica, imaginária popular, ex-votos e manifestações culturais regionais com as quais entra em contato nas inúmeras viagens que realiza, ainda muito jovem, pelo interior do Nordeste. Na década de 1940, o artista, além do desenho e da pintura, dedica-se à escultura, tendo como materiais principais a madeira, as pedras e os metais, e volta-se ao aproveitamento das formas naturais. O uso do ferro e a temática inspirada em mitos afro-bra-


Formou-se em 1936 a 1940 Primeiro e segundo ciclo, no Colégio Antônio Vieira, em Salvador, Ba, 1945 a 1946 Estuda as técnicas tradicionais da escultura em madeira no ateliê do santeiro popular Pedro Ferreira, em Salvador, 1946 Estuda no ateliê de Humberto Cozzo, no RJ, 1947 Estuda como aluno especial com o escultor iugoslavo Ivan Mestrovic, na Escola de Belas Artes da Syracuse University, em Nova York, Estados Unidos da América, durante seis meses, [1950?] a 1954 – Graduação em Belas Artes, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia – Ufba, Salvador, Bahia, 1954 Presta concurso para a docência livre da cadeira de Gravura de Talho-doce, Água-forte e Xilografia, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia – Ufba, Salvador, Bahia. 1965 ministra a disciplina Escultura em Madeira, Pedras e Metais, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, 1966 Recebe o título de Doutor em Belas Artes pela Universidade Federal da Bahia – Ufba, Salvador, Bahia.


Pintura Mario Cravo 1955 8,20m x 20m Escola Parque- Caixa D’agua


Jenner

Augusto

Natural de Aracaju, filho de Augusto Esteves da Silveira e Maria Catarina Mendes da Silveira, Jenner Augusto da Silveira, pintor, desenhista, escultor, cartazista, ilustrador e gravador nasceu no dia 11 de novembro de 1924 e faleceu no dia 03 de março de 2003, em Salvador/BA. Com apenas seis meses de idade, Jenner ficou órfão de pai. A precoce ausência do genitor, a origem humilde e as adversidades de uma vida difícil não o desviaram de sua vocação, percebida, desde tenra idade, nos muitos desenhos e rabiscos escolares que fazia. Antes de fixar residência em Salvador, Jenner Augusto morou em Sergipe nas cidades de Rosário, São Cristóvão, Itabaianinha, Lagarto, Aracaju e Laranjeiras, onde copiou e recopiou inúmeras vezes os quadros do seu primeiro ídolo, Horário Hora. Em 1945, realizou em Aracaju a sua primeira exposição, artista atuante, em 1950 participou, pela primeira vez, do Salão Baiano de Belas Artes e da Mostra Novos Artistas Baianos, acontecimento considerado como marco inicial da arte moderna na Bahia. Em 1951, participou da 1ª Bienal de São Paulo e, em 1953, executou o painel “Evolução do Homem”, no Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em Salvador. Nos anos 60 realizou uma importante exposição com trabalhos abstracionistas no Museu de Arte Moderna na Bahia – MAM/BA e, em 1965, realizou a sua primeira individual em São Paulo. Na sua pintura, cuja matéria-prima original é a sua alma, retratou o sertanejo, a seca, a enchente, cenários sergipanos e cenas da ensolarada e multifacetada Bahia. Compôs, ainda, com maestria ímpar, naturezas-mortas; camponeses e meninos de engenhos; retratos de amigos e familiares.


A evolução do homem Afresco Jenner Augusto 1953-1954 (2,70 x 20)m Escola Parque- Caixa D’agua Restaurado em 2012-2013


Maria

Celia

Amado

Maria Célia Amado foi uma artista da primeira geração modernista e uma das introdutoras da abstração na Bahia. Sua atuação tanto no ensino na Escola de Belas Artes da Ufba, quanto na sua produção artística, ajudou a renovar o cenário artístico e educacional na Bahia. No ensino, introduziu a criação livre e os exercícios compositivos com materiais e técnicas modernas e inseriu pela primeira vez a utilização de colagem na Escola de Belas Artes, possivelmente as primeiras experiências com colagens para fins artísticos no Estado. Desenhista, pintora e artista gráfica, ganhou maior visibilidade em 1955, com uma pintura mural para o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, a Escola Parque, em Salvador. De família abastada, Maria Célia Amado (seu nome de solteira) nasceu em 2 de setembro de 1921 em Salvador, Bahia. Era filha do cacauicultor e banqueiro sergipano Gileno Amado, parente do escritor Jorge Amado, e de Aurélia Berbet Tavares Amado; morava em um casarão em Salvador, no bairro da Graça, em frente à igreja da Graça e era esposa do engenheiro João Augusto Calmon Du Pin e Almeida, com quem teve a única filha, Ana Amélia (MENDONÇA, 6 jun. 2007). Educou-se no Instituto Feminino, onde obteve o diploma de contadora (AMADO, 2007a, p. 11). Bonita, elegante e inteligente, Maria Célia Amado cursou a Escola de Belas Artes da UFBA – EBA, diplomando-se em 1941 (AMADO, 2007a, p. 11), e foi aluna de Mendonça Filho. Após concluir o curso de pintura na Escola de Belas Artes da Bahia, passou 18 meses na Europa, tendo, na ocasião, realizado cursos de história geral da arte no Museu do Louvre e de estética e ciência da arte na Sorbonne (FOCUS…, 2008). Foi contemporânea e colega de Mario Cravo Júnior a adesão à linguagem abstracionista deu-se em meados dos anos 1950, segundo comprova uma pintura não figurativa datada de 1957, executada na França, onde a artista esteve entre 1956 e 1957, com uma bolsa de estudos fornecida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes (AMADO, 2007b).


têmpera sobre madeira Maria Célia 1955 2,80m x 19m Escola Parque- Caixa D’agua


CARYBÉ Hector Júlio Paride Bernabó (Lanús – Argentina 1911, Salvador BA 1997) naturalizado brasileiro mais conhecido como Carybé, pintor, gravador, escultor, ceramista, ilustrador e desenhista. Em 1925 Inicia atividades em arte no ateliê de cerâmica de seu irmão mais velho, no Rio de Janeiro. Entre 1927 a 1929 Frequenta a Escola Nacional de Belas Artes – Enba, Rio de Janeiro. Apaixonado pela Bahia, Carybé tornou-se conhecido com suas obras que valorizavam a cultura baiana, os rituais afro-brasileiros, a capoeira, as belezas naturais e arquitetônicas da Bahia. Fez ilustrações para livros de escritores famosos como: Jorge Amado e também do livro Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Márquez e Macunaíma, de Mario de Andrade. Uma de suas obras mais conhecidas é o conjunto de painéis “Os povos afros”, os “Ibéricos” e “Libertadores” de 1988. Estas obras fazem parte da decoração do mural do Memorial da América Latina, situado no bairro da Barra Funda (cidade de São Paulo). Fez também murais para o aeroporto internacional de Miami e para o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, a Escola Parque, em Salvador. Carybé nos deixou um significativo acervo de obras que ilustram os valores artísticos modernistas e as culturas popular e religiosa baianas.


Moisaco Carybé e Schuller 1956 2,70m x 5m Campo Grande / ed Campo Grande

esgrafiato e óleo sobre reboco fresco Carybé 1953 3m x 15m Praça Castro Alves / Espaço Unibanco Glauber Rocha Restaurado em 2008


Entalhe em madeira CarybĂŠ Comercio


Mosaico Carybé e Schuller 1955 2,80m x 14m Comercio / Ed. Labrás


Mosaico e Pedras Carybé e Schuller 1956 Aprox. 5 x 8 mt Comercio / Edifício Ilhéus


ELIEZER

NOBRE

Eliezar Nobre (Fortaleza CE- 1962) radicado em Salvador, Arquiteto de formação e artista plástico autodidata, trabalha com mosaico em diversas técnicas, como do clássico bizantino ao craquelë moderno. Também elabora pinturas sobre telas, azulejos e cerâmica. Sua obra segue a tendência figurativa contemporânea. Com currículo extenso, possui obras em acervos particulares e para grandes grupos e empresas como: Gerdau, Odebrecht, Santa Casa de Misericorida, Resort Costa do Sauípe entre outros. Possui um dos maiores paines de mosaico do país, Torre Barcelona, inspirado no Parque Guell obra de Gaudí no Corredor da Vitoria, 1200m² e outra de 400 m², no município de Poujuca. Expos no circuito das artes em 2010. Exposição no Museu Regional de Arte da Uefs, Associação Cultural Hispano-Galega Caballeros de Santiago em 2011. Em 2012 Premiação com as altas insígnias da Academia du Mérite et Dévouement Français. Possui trabalhos filantrópicos com a Casa da Criança Molestada, Lar Vida – Crianças Especiais, Erick Loeff – Onco – Hematologia e Voluntários de Coração – Grupo Voluntário.


Mosaico Eliezer Nobre Ed. Torre de Barcelona – Corredor da Vitória


JUAREZ

PARAÍSO

Juarez Marialva Tito Martins Paraíso, Aos 17 anos entrou na Escola de Belas Artes da UFBA, conclui os três cursos de Pintura, Gravura e Escultura. Participou dos Salões Universitários Baiano de Belas Artes, Congresso Nacional de Artes Plásticas, Festival universitário de Arte e inúmeras exposições coletivas. Juarez, integra a chamada segunda geração de artistas modernos da Bahia, constituindo-se o mais importante daquela segunda geração, tendo exercido influência muito grande na formação de novos artistas. Muito atento ao que chegava de novo na cena artística, atuou como secretario Geral das Bienais da Bahia, sendo um dos idealizadores das edições de 1966 e 1968. O trabalho de Juarez no ponto de vista da organicidade traz sempre estruturas Barrocas, cores vivas, contrastes bem fortes com grandes dimensões, um espetáculo cromático visual. Aprendeu a usar a cor como elementos de modelagem da forma, a cor subordinada a variação de valores, saturada, depois com a arte Moderna aprendeu a usar como moduladora. Sai da modelagem para a modulação, assim a cor passa a ser, independente da forma, ela não é mais a pele de forma tridimensional, ela é um elemento independente que vale por si só. (relatos de Juarez Paraíso em entrevista.)


Pedras naturais, relevo, massa, cimento e barro Juarez Paraiso 1998 Mural de 4,5m x 15m Corredor da Vitoria /


Ladrilho Juarez Paraiso 1978 Largo da vitรณria / Ed. Monsenhor Marques.


Integrantes do grupo e funções: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Dicaragão: Pesquisa Joedison: Imagens Lais: Encadernação e relação de murais Mário: Organizar o conteúdo Maria Taciana: Pesquisa Niama: re-fotografar e relação de murais Pablo: Diagramação Rita: Pesquisa Timóteo: Impressão Vanessa: Diagramação


ReferĂŞncias bibliogrĂĄficas: http://www.studioargolo.com.br/servicos/pintura_murais_e_paineis http://www.pge.se.gov.br/artista-do-mes-de-julho-jenner-augusto/ https://www.escritoriodearte.com/artista/jenner-augusto/ http://www.dicionario.belasartes.ufba.br http://www.paulodarzegaleria.com.br/mario-cravo-jr/ https://www.escritoriodearte.com/artista/mario-cravo-junior/ http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa5514/mario-cravo-junior



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