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Terapia Laser de Baixa Potência na Hipersensibilidade Dentinária Cervical Silvia Cristina Núñez
INTRODUÇÃO A hipersensibilidade dentinária cervical (HDC) é uma condição clínica que apresenta alta incidência na população adulta. De acordo com estatísticas apresentadas em levantamentos epidemiológicos, aproximadamente 57% da população adulta apresenta esta condição clínica de forma constante ou intermitente1. Mais comumente reportada em caninos e pré-molares (Figura 20.1) a hipersensibilidade se apresenta na forma de dor de curta duração e aguda provocada por estímulos físicos ou químicos. Os tratamentos indicados para o alívio da dor causada pela HDC são baseados em dois métodos distintos: interrupção da resposta neural e oclusão dos túbulos dentinários expostos, bloqueando, assim, o mecanismo hidrodinâmico do estímulo doloroso, teoria mais aceita para explicar a dor causada pela exposição da dentina ao meio bucal (Figura 20.2). Exemplos de tratamento amplamente empregados fundamentados nestes métodos são os agentes dessensibilizantes à base de nitrato de potássio, que tem ação neural, e os agentes à base de fluoretos, que têm ação oclusiva. O correto diagnóstico deve ser prioritário no caso da HDC, uma vez que outras condições clínicas podem apresentar semelhança de sintomas, porém tratamentos bastante distintos. Como regra a HDC é diagnosticada quando o paciente reporta sensibilidade a estímulos térmicos, evaporativos, táteis, osmóticos ou químicos e que não estão relacionados com qualquer outro defeito ou doença associada, como, por exemplo, infiltração marginal em restaurações ou presença de cárie na raiz ou coroa.
Figura 20.1 Pré-molar com lesão cervical não cariosa e retração gengival apresentando sintomas de hipersensibilidade dentinária. (Fonte: gentilmente cedida pelo Professor José Carlos Garófalo.)
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