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TREZE INFORMA 09 Informativo dos Colegiados dos cursos de Comunicação Social, Jornalismo e Relações Públicas do Prédio 13 | 2 a 6 de maio
A difícil democracia de Boaventura de Sousa Santos
D
Sociólogo português ministrou Aula Magna na PUC Minas
emocracia, colonialismo, pa-
Laísa Santos//LabFoto
triarcalismo, crise e neoliberalismo. Foi a partir desses con-
ceitos que, em auditório lotado, com mais de 750 professores e alunos de diferentes instituições, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos conduziu a Aula Magna “A difícil democracia”, na última quarta-feira, 26, no Teatro do Prédio 30. A atividade, para os cursos de Jorna-
lismo, Publicidade e Propaganda e para o Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, fez parte da missão aca-
Em Aula Magna, Boaventura de Sousa Santos falou sobre o estágio atual da democracia no mundo
dêmica em parceria com UFMG, UFOP conceito de crise, um grande instrumento odo em que grande parte das expectatie PUC Minas, que proporcionou diálogos através do qual se criam expectativas ne- vas do mundo são negativas, mas há um com a academia e movimentos sociais.
gativas. “As crises são em si mesmas algo medo de que possam ser piores. Os gover-
Por Democracia em Tempos Incertos, o positivo e que deve ser acarinhado em nos ditatoriais se aproveitam muito desse autor se refere às lutas para que a demo- nossa sociedade, a menos que a crise dei- medo das populações, porque é uma emocracia seja mais forte e tenha mais energia xe de ser uma coisa transitória, e passe a ção que não exige o consenso de ninguém, para enfrentar seus adversários. “Não é a ser uma coisa permanente. O que vivemos basta a resignação”, analisou. primeira vez que a democracia elege anti- em nosso tempo é uma crise permanente. democratas”, disse.
O sociólogo problematizou também os
Quando é permanente, não tem que ser conceitos de pós-democracia, e analisou
Boaventura chamou atenção para o fato explicada, ela passa a explicar tudo”, disse. o papel do fenômeno nas sociedades atude vivermos em um tempo dominado pelo Laísa Santos//LabFoto
“Nós hoje estamos entrando num perí- ais. “A pós-democracia identifica que os grandes conflitos hoje na democracia deixaram de ser conflitos, para passar a ser espetáculos midiáticos", explicou. Reconhecendo ser um “otimista trágico”, Boaventura diz, ainda, que se recusa a pensar que não há alternativas, em meio à situação em que vivemos. “Não há nenhuma luta feminista que tenha êxito, se não for anticapitalista e anticolonial. E não há nenhuma luta anticapitalista se não for simultaneamente anticolonial e antipatriar-
Mais de 700 pessoas estiveram presentes durante a Aula Magna, no Teatro Joao Paulo II
cal”, finalizou.