World's Best News 2016, Portugal

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O mundo em números

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o nosso mundo a nossa dignidade o nosso futuro

o nosso mundo a nossa dignidade o nosso futuro

Os europeus pensam que é importante ajudar as pessoas dos países em desenvolvimento Fonte: ODI

3.200.000.000

1990

de pessoas tinham acesso à internet no fi nal de 2015. Destas 2 mil milhões eram de países em desenvolvimento

2015

Fonte: UNDP

€ 68 MIL MILHÕES

Fertilidade

Mais de metade da ajuda ao desenvolvimento mundial vem da UE e dos seus Estados-Membros

www.worldsbestnews.org | www.ec.europa.eu/europeaid

Setembro 2016

Fonte: EC

Qual é a melhor notícia do mundo?

Dados: Banco Mundial | Ilustração: Malte Kristiansen

DESATIVAR A ’BOMBA DEMOGRÁFICA’ A população mundial aumentou rapidamente durante os anos 70 e muitos receavam que a sobrepopulação global pudesse conduzir à fome. Mas desde então, o crescimento populacional abrandou. Em 1964, o número

médio de filhos por mulher era de 5,1. Atualmente, a taxa de fertilidade desceu para 2,5 filhos por mulher. A África Subsaariana continua a ser a região onde as mulheres têm mais filhos,

mas também aí, a taxa de fertilidade desceu – de 6,8 para cinco filhos em média. O mapa mostra os progressos realizados em cada país desde 1990. / tgj

Taxa de fertilidade (filhos por mulher) Menos de 2 Entre 2 e 3 Entre 3 e 4 Entre 4 e 5 Entre 5 e 6 Entre 6 e 7 Mais de 7

IMPULSIONAR A MUDANÇA COM O PODER DO DESIGN

Por Hjalte Zacharewicz World’s Best News

“O mundo não irá resolver estes desafios se ninguém compreender do que se trata,” explica Trollbäck.

Como é que se transforma o que poderá ser o plano mais abrangente e ambicioso na história da humanidade, em algo que as pessoas de todo o mundo possam compreender e valorizar? Não é um desafio simples quando as metas são dispostas em documentos longos, cheios de textos incompreensíveis para a maioria. E contudo, foi exatamente isso que foi pedido ao designer Jakob Trollbäck: tornar as Metas Globais numa marca que fosse compreensível para as pessoas comuns.

Curto e simples O primeiro passo foi dar a cada meta um título curto, simples e positivo. Por exemplo a longa expressão “Conservar e utilizar de forma sustentada os oceanos, mares e recursos marinhos para um desenvolvimento sustentado” mudou para Vida Debaixo da Água. Depois, cada metafoi identificada com ícones atrativos e coloridos, dispostos numa grelha de leitura fácil. “É como uma tabela periódica da mudança.

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Foto: CC BY-NC-ND Save the Children

Foto: CC BY-NC-ND UNICEF Etiópia 2014/Ose

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Tudo começa na escola

Desativar a ’bomba demográfica’

” Jakob Trollbäck é o criador dos Global Goals icons and colours Foto © Trollbäck+Company

Gostaria que alguém estivesse a filmar na primeira vez que mostrámos as novas designações e ícones na ONU, foi uma enorme revelação,” diz Trollbäck. “Por vezes estamos tão envolvidos e enredados nas complexidades dos assuntos,

que tudo parece intransponível, e de repente basta este momento em que todos parecem perceber: sim, na realidade isto é possível.” Todos podemos ajudar “Todos temos uma meta favorita. No meu caso,

te para mim. Mas para a resolver necessitamos da Meta 4: Educação de Qualidade, e para essa necessitamos da Meta 5: Igualdade de Género, assim, vemos que estou a construir a minha própria história para a mudança, e todo podem fazer isso. Todos podemos ajudar a mudar o mundo.”

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Uma história de parcerias

Editorial

Estamos nisto Juntos

A escala e ambição das Metas globais pedem soluções mais radicais do que os procedimentos usuais

Esta edição foi elaborada por: Hjalte Zacharewicz, Jornalista Thomas Gringer Jakobsen, Jornalista Malte Kristiansen, Conceção gráfica Sophie Rytter, Editor executivo Thomas Ravn-Pedersen, Chefe de redação

O mundo não vai resolver estes desafios se ninguém compreender do que se trata

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a natureza graças à qual a vida na Terra é possível. Por esta razão, muitas das metas destinam-se a proteger a vida na terra e nos oceanos,

preocupo-me com todas, mas especialmente com a Meta 13: o Combate às Mudanças Climáticas é a mais importan-

Todos podemos ajudar a mudar o mundo, e o design das Metas Globais poderá ter-nos aproximado um pouco mais de o conseguir. ÍCONES EMBLEMÁTICOS

A World’s Best News é uma campanha internacional de consciencialização jornalística e mediática criada na Dinamarca. Publicamos notícias sobre os progressos e soluções de desenvolvimento em colaboração com a ONU, a UE, instituições governamentais, ONGs, e empresas do setor privado. Ler mais em www.worldsbestnews.org

Rapaz a dirigir papagaio em Manila, Filipinas Foto: CC BY-NC-ND Asian Development Bank

NÓS TEMOS UM PLANO – SALVAR O MUNDO É um desafio muito maior do que ir à Lua. As Nações Unidas definiram o rumo para todos nós chegarmos a um Planeta Terra sustentável em 2030. AS METAS GLOBAIS

Por Thomas Gringer Jakobsen World’s Best News

No ano passado, aconteceu finalmente. Todos os países do mundo aceitaram um enorme plano para resolver muitos dos mais graves problemas da humanidade. O plano intitula-se ‘Metas Globais’: 17 objetivos ambiciosos que nós, povos do mundo, pretendemos alcançar até 2030.

As metas incluem erradicar a pobreza e a fome, proporcionar educação de qualidade a todos, e muito mais. Em resumo, trata-se depermitir que todos vivam bem. Homi Kharas , um dos especialistas líderes mundiais em desenvolvimento global e membro sénior da Brookings Institution, acredita que estas Metas Globais poderão de facto mudar o mundo: “Existe atualmente uma estrutura

que liga vários elementos da cooperação para o desenvolvimento – segurança, ambiente, direitos humanos, ajuda humanitária – que até agora funcionavam separadamente. Através das Metas globais estão a ser unidos. Isto pode ser verdadeiramente transformador,” diz Homi Kharas. Mudança total Melhorar a vida das pessoas não nos deverá fazer esquecer

tornar a nossa produção sustentável, e parar o aquecimento global. Mas uma coisa é concordar com essas metas, e outra é alcançá-las. “A escala e ambição das Metas globais pedem soluções mais radicais do que os procedimentos usuais,” afirma Kharas. Pobreza já foi reduzida para metade O sucesso das anteriores Metas de Desenvolvimento do Milénio (2000–2015) dão-nos algumas razões para sermos otimistas. A pobreza extrema foi reduzida para metade desde 1990, em parte graças a estas metas, de acordo com Homi Kharas. “Os líderes mostram-se mais ambiciosos quando sabem que outros estão também a agir, ninguém quer ser o último!”

Por Neven Mimica, Comissário da UE para a Cooperação Internacional e o Desenvolvimento

Que mundo queremos deixar aos nossos filhos? Esta é basicamente a pergunta à qual os líderes mundiais de todos os estados membros da ONU responderam há exatamente um ano, quando se comprometeram com o maior plano de sempre para salvar o futuro do nosso planeta: As Metas Globais. Afetando milhares de milhões de pessoas, as metas foras acordadas após anos de discussões abertas entre governos, organizações, e empresas do setor privado, enquanto se recolhiam opiniões de milhões de cidadãos em todo o mundo. Partilhamos agora uma responsabilidade comum, a de cumprir esta visão, para que possamos passar um planeta habitável à próxima geração – não deixando ninguém para trás.

02.08.16 18:31


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METAS GLOBAIS

seu cumprimento. Em vez disso, foram promovidas pelas inúmeras organizações públicas, privadas e não lucrativas que trabalham em conjunto e de forma independente, nos países desenvolvidos e em desenvolvimento em todo o mundo. “O mundo está a avançar para uma abordagem mais vasta e mais concertada refletindo uma vontade de cooperação, partilha de responsabilidades e análise dos problemas mundiais – e as suas soluções – de um modo mais abrangente, onde todas as questões estão ligadas e toda a sociedade deve estar envolvida,” afirma Erik Lundsgaarde, Investigador Sénior no Instituto Dinamarquês de Estudos Internacionais.

para um desenvolvimento sustentável Poderá parecer uma canção de John Lennon, mas esta letra é acompanhada por todo o mundo. Todos os países assinaram esta visão do mundo em 2030.

Tudo começa na escola

A educação será fundamental para acabar com a pobreza mundial Por Thomas Gringer Jakobsen World’s Best News

As 17 Metas Globais são tão ambiciosas que pode parecer avassalador todos estes objetivos enormes, importantes e interligados. Por onde começar? De acordo com o professor Jeffrey D. Sachs, um reconhecido especialista em desenvolvimento sustentável, uma das metas pode ser a chave para desbloquear as restantes: “De todos os investimentos necessários para alcançar um desenvolvimento sustentável, nenhum é mais importante do que o Objetivo 4: Educação de Qualidade,” afirma. “Se pudermos garantir que todas as crianças no mundo tenham acesso ao jardim de infância e completar um ensino secundário de qualidade, isso significaria um avanço para o mundo em termos de bem-estar e de capacidade resposta aàs restantes 16 Metas Globais. Isto contribuiria para o fim da pobreza e permitiria às pessoas alcançar uma boa saúde, empregos dignos, e serem participantes ativos na democracia”. Globalmente, o mundo fez grandes progressos na educação para todos. Atualmente, mais de nove em cada 10 crianças vão à escola, crianças sem escola vivem em áreas de conflito, serão também necessários mais esforços no sentido de criar paz e estabilidade para alcançar a meta de educação para todas as crianças antes de 2030.

Imaginem um mundo onde NÃO EXISTE POBREZA nem FOME Com SAÚDE e EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, e plena IGUALDADE DE GÉNERO em todos os lugares Com ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO para todos. A ENERGIA ACESSÍVEL E LIMPA ajudou-nos a criar EMPREGOS DIGNOS E CRESCIMENTO ECONÓMICO. A nossa prosperidade é estimulada pelos investimentos na

Rapazes a jogar voleibol na Etiópia Foto: CC BY-NC-ND UNICEF Etiópia 2014 / Ose

UMA BREVE E LONGA HISTÓRIA DE APERTOS DE MÃO E DE ESPERANÇA

INDÚSTRIA, INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURAS e isso ajudou-nos a REDUZIR AS DESIGUALDADES. Vivemos em CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS e o CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEIS estão a curar o nosso planeta O COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS limitou o aquecimento do planeta e possuímos uma VIDA ABAIXO DEBAIXO DA ÁGUA florescente e uma VIDA NA TERRA abundante e diversa. Gozamos de PAZ E JUSTIÇA graças a INSTITUIÇÕES FORTES e construímos PARCERIAS DE LONGO PRAZO PARA ESTAS METAS. ERRADICAÇÃO DA POBREZA POVERTY

ENERGIAS RENOVÁVEIS

COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

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ERRADICAÇÃO DA FOME

EMPREGOS DIGNOS E CRESCIMENTO ECONÔMICO

VIDA DEBAIXO DA ÁGUA

SAÚDE DE QUALIDADE

INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURA

VIDA SOBRE A TERRA

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES

PAZ E JUSTIÇA

IGUALDADE DE GÉNERO

CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS

As Metas Globais chegaram. Têm um longo percurso pela frente, mas não estão sozinhas; Contam com décadas de parcerias internacionais para a mudança. PARCERIAS PARA A AÇÃO Por Hjalte Zacharewicz World’s Best News

O mundo tem um plano gigantesco. É tão grande que nos podemos perdoar de questionarmos se é realizável. Mas se observarmos a História recente, existem de facto razões para otimismo.

Resultados notáveis Os antecessores das Metas globais – os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (OMDs)– eram um conjunto de metas com prazos acordados pelos Chefes de Estado no ano2000 – até ao final de 2015 eles conseguiram unificar, redobrar e expandir esforços para cumprir alguns

ÁGUA LIMPA E SANEAMENTO

CONSUMO RESPONSÁVEL

PARCERIAS PELAS METAS

THE GLOBAL GOALS For Sustainable Development

Text and icons by TROLLBÄCK+COMPANY

Rapaz a ler no Vietname. Foto: CC BY-NC-ND Asian Development Bank

A Grande Muralha Verde é um projeto pan-Africano que envolve mais de 20 países Foto: © FAO/Giulio Napolitano

África está a construir uma Grande Muralha erde A Iniciativa Grande Muralha Verde para o Saara e o Sahel é um projeto liderado por países africanos, com uma ambição épica: plantar uma linha de 8.000 km de plantas e árvores que atravesse todo o continente africano. O seu objetivo é fornecer alimentos, empregos e um futuro para as milhões de

pessoas que vivem numa região que está na linha da frente das alterações climáticas. A desertificação e a degradação dos solos ameaça a segurança alimentar e a sobrevivência de milhões de pessoas nas regiões áridas da África. “À luz destes desafios urgentes, a Grande Muralha

dos maios desafios mundiais. Embora alguns dos OMDs não tenham sido totalmente alcançados, produziram, ainda assim, resultados notáveis. A taxa global de mortalidade infantil diminuiu mais de metade desde 1990. O mesmo para a mortalidade materna. Globalmente, o número de crianças sem escola desceu

Verde promete ser uma parte fundamental da solução proporcionando às pessoas a melhoria das perspetivas económicas, uma almofada contra as alterações climáticas, uma razão para ficar para os jovens desempregados ansiosos por migrarem da região, e contribui ao mesmo tempo para restaurar a estabilidade política,” afirma Alexander Asen, Diretor de Comunicação no Mecanismo Global da Convenção da ONU para o Combate à Desertificação – um dos principais parceiros da iniciativa, em conjunto com a UE e a União Africana. A União Africana estima que a muralha está já cerca de 10–15 % completa. Logo que terminada poderá tornar-se na maior estrutura construída pelo Homem na Terra. / hz

quase para metade a partir de 2000 – isto para mencionar apenas alguns exemplos dos progressos alcançados. Um esforço conjunto Muitos poderão considerar os OMDs como as metas da ONU, mas a realidade é que nenhum individuo ou organização foi responsável pelo

A nova jornada Os Objectivos do Milénio apresentaram uma abordagem abrangente para enfrentar os desafios globais unindo as agendas de desenvolvimento e ambientais. Percorreram um longo caminho para fazer avançar o mundo no espaço de quinze anos – aproximando a comunidade internacional e as sociedades no processo. Isto augura muito de bom para as novas Metas Globais e o seu percurso até 2030.

Observadores Ildiko Kosztolni e Juan Ribó Chalmeta na Missão de Observação da UE nas da Tunísia. Foto: Ezequiel Scagnetti © União Europeia

Fortalecimento das urnas eleitorais Desde 2000, a UE implementou mais de 120 missões de observação de eleições. As missões de assistência eleitoral e observação de eleições são essenciais para o fortalecimento da democracia. “Tornaram-se amplamente aceites como um instrumento para reforçar a confiança da oponião pública e aumentar a

integridade dos processos eleitorais,” explica a Drª Annette Fath-Lihic, Diretora Sénior do Programa no Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral. Mais recentemente, a UE implementou missões de observação de eleições em Myanmar, Haiti, Tanzânia, Burkina Faso, Uganda, e Peru. / hz

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