Revista VERO | Abr/2014

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ANO 14 • EDIÇÃO 172 • ABRIL 2014

ANTONIO TABET

$3*"%03 %0 PORTA DOS FUNDOS

“(045".04 %& "5"$"3 26&. &45¥ 103 $*."”

FÓRUM

EXPO CIDADES MELHORES

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COLE NESSA ATITUDE!

Queremos nossa região cada vez mais gentil!

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Os Embaixadores Atitude Alphaville ajudam a implementar de forma colaborativa as ações da campanha. Por essa contribuição direta com a transformação positiva da região, seus trabalhos amplamente divulgados na Vero. Inscreva-se pelo email atitude@vero.com.br

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VÍDEO

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O movimento Atitude Alphaville valoriza o orgulho de viver em uma comunidade onde as pessoas buscam relações mais equilibradas e positivas.

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sumรกrio

12 Coquetel

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Entrevista $PSPOFM $MBVEJB 7JSHJMJB DPNBOEBOUF EP ย #1. e o tenente Salmeron SFDFCFSBN B 7&30 QSB GBMBS dos desafios da PM

Atitude Educaรงรฃo

MODA

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VERO DIRETOR Marcos Lage Gozzi q NBSDPT!WFSP DPN CS GERENTE Roberta Furlan q SPCFSUBGVSMBO!WFSP DPN CS EDITOR EXECUTIVO Chico Max q DIJDPNBY!WFSP DPN CS EDITORA CONVIDADA +BDZBSB "[FWFEP

Atitude Jovem

REPORTAGEM Gabriela Ribeiro

Conheรงa talentos da regiรฃo

COLABORADORES DE TEXTO 'Mร WJB 1Jร B (BCSJFMB "SBร KP .BSDPT %JFHP /PHVFJSB 3FOBUB 1SJNBWFSB F 5IJFOZ .PMUJOJ

Atitude Gentileza

DESIGN $IJDP .BY EJSFร ร P +BOBร OB %JOJ[ EFTJHOFS e Eduardo Prieto (estagiรกrio)

Histรณrias inspiradoras

Embaixadores

FOTOGRAFIA .BSJOB $BWBMIFJSP /JOB "NBSBM Rodrigo Sacramento e Rogรฉrio Alonso

"T QSJNFJSBT Bร ร FT WPMVOUร SJBT EPT HSVQPT EF (FOUJMF[B Cultura e Alegria

REVISร O 3GB Consulting

Gente

PRODUร ร O GRร FICA %BOJFM 7BTRVFT

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COMERCIAL 'FSOBOEB +VORVFJSB -VJ[ 7BTDPODFMMPT 1VQJ 4FSSB 5IJBHP 4PMFS F .BSJB %VMDF 5PMFEP BTTJTUFOUF

88 Vitrine 5VEP P RVF FMBT BNBN

CAMPANHA ATITUDE ALPHAVILLE Felipe Marcon

100 Persona 4POJB *HMFTJBT FMB BCSBร PV a causa dos animais abandonados

GRUPO VERO &%*503" -"(& *7"/&4$*6$ -"(& *7"/&4$*6$ $0.6/*$"ยซยช0 -"(& *7"/&4$*6$ 4&37*ยซ04 "M 3JP /FHSP &E +Bร BSJ $K "MQIBWJMMF #BSVFSJ 41 ฤ SFQPSUBHFN!WFSP DPN CS BOVBSJP!WFSP DPN CS WFSP DPN CS DIRETOR DE OPERAร ร ES Walter Coscia

Cortella

Pondรฉ

Gikovate

Carlos Jรบlio

Xico Sรก

GERENTE FINANCEIRA Andrรฉa Rodrigues q BOESFB!WFSP DPN CS

Caderno Neurรดnio

DEPARTAMENTO FINANCEIRO Lilian Merรงon (assistente financeira) F 8FTMMFZ %BNBTDFOP BVYJMJBS รงOBODFJSP

h%FTQFSUF B NVMIFS QFESFJSP RVF FYJTUF OB argamassa do inconsciente femininoโ Xico Sรก

DEPARTAMENTO DE OPERAร ร ES Emanuelle Coelhas (assistente de infraestrutura)

18 Expo Cidades

CTP, IMPRESSร O E ACABAMENTO Grรกfica Burti 20 mil exemplares

Melhores

Cobertura completa do fรณrum

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Antonio Tabet: o cara do Kibe Loco e Porta dos Fundos

FOTO DA CAPA $)*$0 ."9

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editorial

Um dedo de prosa

M

arço de 2014. Anote aí, o mês passado ficará marcado na história de Alphaville. Além de celebrar os 65 anos da sua cidade-mãe, Barueri, um encontro inédito entre a comunidade, o poder público e a iniciativa privada abriu um diálogo construtivo para repensar o futuro da nossa região – envolvendo todos os segmentos da sociedade, como tem de ser para produzir soluções coletivas de longo prazo. Curioso? Leia a cobertura completa do 1º Fórum Expo Cidades Melhores Barueri 2014, uma iniciativa da VERO em conjunto com a Folha de Alphaville e a Spaghetti Eventos, que reuniu aproximadamente 250 pessoas e trouxe diversas experiências para tratar com profundidade dos temas “Plano Diretor” e “Mobilidade Urbana”. Dado o primeiro passo, ao longo do ano queremos continuar a fomentar os debates que podem influenciar o nosso dia a dia. A ideia é formar painéis temáticos sobre assuntos como mobilidade integrada,

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fornecimento de energia, segurança, entre tantos outros. Aguarde! Parte do movimento Atitude Alphaville, nesta edição você começa a conhecer gente que mora ou trabalha por aqui e faz questão de adotar uma postura gentil com o próximo. As histórias inspiradoras da reportagem Mais Gentileza mostram que não é preciso muito para se fazer algo relevante por alguém. A revista ainda mostra o que os embaixadores da campanha já estão preparando para os próximos meses – vale a pena conhecer o que vem por aí. Nosso entrevistado de capa, Antonio Tabet, é a prova de que uma boa ideia pode repercutir em escalas inimagináveis. São dele dois dos maiores cases da internet, o Kibe Loco e o Porta dos Fundos. Conheça sua trajetória. Com a chegada oficial do outono, convidamos nossa ex-colunista, personal stylist e consultora de moda e imagem Flávia Piña, para traduzir as tendências das coleções de inverno com dicas valiosas para não errar no look. Tem mais. Vire a página e descubra.

Chico Max Editor executivo

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coquetel

PRAÇA DA DIVERSÃO Esculturas com balões, pintura facial, oficinas de bolinha de sabão, desenhos e até um carro de bombeiros de verdade para a criançada se divertir. Essas são as atrações da Praça da Diversão, que acontece no CCA no dia 26 de abril, um sábado, das 10h às 16h. E tem mais: a entrada é gratuita. PRAÇA DA DIVERSÃO – PÇA. DAS ORQUÍDEAS – CENTRO COMERCIAL ALPHAVILLE – (11)4196-6560 CENTROCOMERCIAL.COM.BR

Música de Câmara em Alphaville No dia 12 de abril, às 20h, o Auditório Alphaville recebe o IV Festival de Música de Câmara. O evento vai contar com a presença do premiado cravista e maestro Nicolau de Figueiredo. O ingresso pode ser adquirido no próprio auditório e custa R$140 cada. Estudantes e idosos pagam meia. IV FESTIVAL ALPHAVILLE DE MÚSICA DE CÂMARA AUDITÓRIO ALPHAVILLE – CALÇ. FLOR DE LÓTUS, 78, CENTRO COMERCIAL ALPHAVILLE , CENTRO COMERCIAL. COM.BR

Chocolate gaúcho aqui

Alphaville ganhou uma unidade da Chocolateria Gramado, tradicional no Rio Grande do Sul. Instalada no Centro Comercial, a loja traz receitas artesanais e uma linha completa para a Páscoa, com ovos tradicionais e trufados, coelhinhos, cestas, entre outras opções. CHOCOLATERIA GRAMADO CENTRO COMERCIAL ALPHAVILLE PÇA DAS TULIPAS, 26 – (11)4191-2914 CHOCOLATERIAGRAMADO.COM.BR

SEBRAE BARUERI

MODA KIDS NA PASSARELA

Sábado dia 12 de abril, as lojas do Iguatemi Alphaville dedicadas a vestir a molecada vão apresentar suas coleções de outono e inverno. O desfile tem início às 17h, mas a partir das 14h haverá oficinas recreativas para as crianças. MODA KIDS – IGUATEMI ALPHAVILLE – PISO RIO NEGRO (11)2078-8000 – IGUATEMI.COM.BR/ALPHAVILLE

Agora o município tem um Posto do Sebrae de atendimento ao empreendedor, localizado no setor amarelo do Ganha Tempo. A unidade oferece orientação a micro e pequenos empresários e àqueles que desejam abrir um negócio. De segunda a sexta, das 7h às 19h; sábados, até as 13h. POSTO SEBRAE GANHA TEMPO AV. HENRIQUETA MENDES GUERRA, 550 – CENTRO BARUERI (11)4199-1333 BARUERI.SP.GOV.BR

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coquetel

Pulapula indoor

Uma atração radical funciona até 23 de abril no Iguatemi Alphaville. O Bungee Trampolim, para crianças a partir dos 2 anos e até 60 quilos, abre de segunda a sexta, das 14h às 20h, sábados, das 11h às 21h, e domingos, das 13h às 20h. Custa R$15 por 3 minutos.

FEIRA DE TROCA CONCURSO DE ARQUITETURA O 1º Concurso Internacional de Arquitetura e Urbanismo do Município de Barueri vai escolher um projeto para revitalizar o Boulevard Arnaldo Rodrigues Bittencourt, mais conhecido como Boulevard Central. As inscrições podem ser feitas entre 7 de abril e 13 de junho, por profissionais credenciados pelo CREA ou CAU, além de participantes internacionais vinculados a empresas brasileiras. Os prêmios são de R$50 mil para o primeiro lugar, R$20 mil para o segundo e R$10 mil para o terceiro. PREFEITURA MUNICIPAL DE BARUERI – (11)4199-8000 BARUERI.SP.GOV.BR

Sabe aquele livro, vinil, DVD ou qualquer outro objeto colecionável que você não usa mais? Todos os sábados, das 10h às 14h, na Praça das Orquídeas, no Centro Comercial, um ponto de trocas estimula a doação (e a gentileza) entre as pessoas interessadas. A atividade, gratuita, teve início no dia 22 de março. PONTO DE TROCAS DO CCA – PÇA. DAS ORQUÍDEAS (11)4196-6560 – CENTROCOMERCIAL.COM.BR

BUNGEE TRAMPOLIM IGUATEMI ALPHAVILLE (11)2078-8000 IGUATEMI.COM.BR/ ALPHAVILLE

CORRIDA TRACK&FIELD

Já conhecida pelos moradores da região e frequentadores do Iguatemi (o evento é realizado em comemoração ao aniversário do shopping), a corrida contará com trajetos de 5 km e 10 km, para homens e mulheres. Acontece no domingo 27 de abril, com largada prevista para as 8h. As inscrições – que custam R$100 (acima de 60 anos paga-se meia) – devem ser feitas pelo site da Track&Field até o dia 23 de abril ou o término das vagas disponíveis. TRACK&FIELD RUN SERIES – IGUATEMI ALPHAVILLE – (11)2078-8000 – TFRUNSERIES.COM.BR

Páscoa no Parque Shopping

BOA CAUSA

No feriado da Páscoa, o coelhinho fará uma visita no Parque Shopping Barueri. O personagem, famoso por trazer ovos de chocolate, vai brincar e tirar fotos com os pequenos entre os dias 18 e 20 de abril, das 13h às 20h. Com pintura facial, as crianças também poderão se transformar em coelhos e ainda ganhar brindes. A atração, gratuita, é indicada para crianças de até 12 anos.

O Grupo Vida de Barueri, que promove a defesa dos direitos do idoso, foi presenteado com um “Chá no Terraço Itália”, oferecido pelo Grupo Comolatti. O evento acontece no dia 5 de maio, das 15h30 às 17h, e a renda será revertida para a instituição. Estão disponíveis 170 convites, no valor de R$70 cada. O Grupo também recebe doações de prendas para rodadas de bingo e sorteios.

PARQUE SHOPPING BARUERI (11)4688-6800 PARQUE SHOPPING BARUERI.COM.BR

GRUPO VIDA BRASIL AV. ITAQUI, 325 – JARDIM BELVAL – BARUERI (11)4198-3833 / 4198-3047 GRUPOVIDABRASIL.ORG.BR

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entrevista

“Reduzir furto e roubo de veículos é nosso foco”

A primeira comandante mulher do 20º Batalhão da Polícia Militar, a coronel Claudia Virgilia, fala do papel da mulher na PM e dos desafios na região de Alphaville por Gabriela Ribeiro foto Chico Max

Soldado da PM Paulo Sérgio de Souza, comandante da 5ª Cia Barueri tenente Bruno Carvalho Salmeron, comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar coronel Cláudia Virgílio, e o sargento da PM Osni de Oliveira

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I

magine o dia a dia de 13 mulheres dentro de uma academia de polícia, junto de um grupo com 800 homens (se você é homem, pense como deve ser estar em minoria, ao lado de 800 mulheres). Em 1989 a coronel Claudia Virgilia era uma delas, experimentando a sensação de se sentir um “bichinho estranho”. A sua turma foi a primeira a cursar a Academia do Barro Branco entre homens. Em janeiro, 25 anos depois da empreitada, ela volta a quebrar um paradigma: é a primeira mulher a comandar o 20º Batalhão da Polícia Militar – responsável pela segurança dos municípios de Barueri, Santana de Parnaíba, Itapevi, Jandira e Pirapora do Bom Jesus. A coronel, acompanhada do tenente Bruno Salmeron, comandante da 5ª Companhia Barueri – que abrange a região de Alphaville –, recebeu a VERO para falar do novo desafio. “Somos uma polícia imensa e temos muito trabalho. O cidadão de bem não tem que nos temer; já o infrator vai nos respeitar, porque não vamos deixá-lo agir”, garante Claudia.

Fale da experiência de ser uma das primeiras mulheres na PM... CORONEL CLAUDIA: Éramos minoria absoluta, bichinhos estranhos que ninguém sabia muito bem como lidar. Mas fomos nos adaptando, e os nossos colegas também. A mulher na PM se tornou exigente porque veio quebrar paradigmas. Precisamos fazer o máximo para mostrar que temos condições. Nunca nos contentamos com o ótimo, sempre queremos o excepcional. Homens e mulheres competem entre si dentro da PM? CORONEL CLAUDIA: No começo a mulher sofre muito, é bastante desafiada, e a competição acontece. É normal. Mas vamos amadurecendo. Não temos que disputar nada com o homem, e sim, somar. Não devo fazer uma atividade que eu não tenha condições, esse é um conceito não só para a polícia, mas para toda a sociedade. Quando pararem com as brigas e passarem a trabalhar em equipe, tudo vai dar muito mais certo. A mulher tem uma sensibilidade maior em casos mais difíceis? CORONEL CLAUDIA: Hoje em dia eu

escola resolviam. Acabou se tornando mais uma demanda.

afirmaria que os papéis não são tão impermeáveis entre homens e mulheres. Já há pais que criam os filhos enquanto as mães vão trabalhar fora, por exemplo. As pessoas têm que fazer a atividade de que gostam e exercer as habilidades que detêm. Casos que envolvem sofrimento exigem muito da gente como ser humano, além do lado profissional, e são um trabalho muito bonito. Às vezes você está com uma vítima chorando, desesperada, e não é com técnica que se resolve isso. Trata-se de ser alguém capaz de acolher o sofrimento do outro. Não é nada fácil, mas o nosso efetivo tem grande capacidade de realização. Dá para conciliar a vaidade com a alta patente militar? CORONEL CLAUDIA: Eu me empenho bastante. Durmo sentada na cadeira da manicure (risos). O cuidado consigo é fundamental, e eu cobro essa imagem de todo mundo, por isso, tento dar o exemplo. Quem trabalha com o público deve passar uma imagem equilibrada e limpa. Eu tenho orgulho de ser mulher e de estar exercendo a minha profissão. Quantos policiais a senhora lidera? CORONEL CLAUDIA: Estamos atualmente com 650 policiais no batalhão, mas deveríamos ter 800. O estado está com uma grande defasagem de efetivo. Damos o sangue para fazer a diferença. Em Barueri, que tem uma população grande, o efetivo está quase completo. Qual é a maior demanda da Polícia? CORONEL CLAUDIA: Hoje 70% da nossa demanda via o 190 são as brigas de família. Marido e mulher, filho querendo matar a mãe, coisas desse gênero. A população precisa buscar soluções práticas para as áreas social e de relacionamento. Antes as pessoas sentavam, conversavam e resolviam tudo na esfera privada. Agora é um querendo matar o outro dentro de casa, e a polícia tem que ficar intervindo para resolver esse tipo de problema, enquanto poderia estar se dedicando mais à questão criminal. Estamos falando de um problema social no qual toda a comunidade deveria atuar, para minimizá-lo. TENENTE SALMERON: Estamos atuando onde antigamente a família e a

Quais os desafios da segurança em Alphaville? CORONEL CLAUDIA: Reduzir o furto e o roubo de veículos é o nosso foco principal. Também estamos trabalhando com medidas preventivas. Precisamos que a população nos ajude, estacionando o carro em um lugar seguro, tendo atenção quando estiver no trânsito, enfim, há uma série de pequenos detalhes que fazem a diferença. O infrator está em busca de alguém que dê a oportunidade, ele quer baixo risco e alta possibilidade de sucesso.

O cidadão de bem não tem que nos temer; já o infrator vai nos respeitar, porque não vamos deixá-lo agir

Como é a interação da PM com a segurança privada de Alphaville? TENENTE SALMERON: Temos um contato muito bom, tanto com a segurança privada de Alphaville quanto com a Guarda Municipal do bairro. Fazemos reuniões periódicas com a AREA e o Conseg (grupo que discute problemas de segurança). As Polícias Militar e Civil convidam a sociedade para discutir e nos ajudar com a segurança da região. CORONEL CLAUDIA: Vale destacar que o Conseg de Alphaville é uma das referências no estado de São Paulo. A aproximação da comunidade com a PM é muito importante, porque só assim a sensação de segurança existe. O cidadão pode ir até a companhia mais próxima se quiser conversar com o capitão, o comandante, o policial. O índice de criminalidade no bairro é maior em comparação ao de outros municípios da região? TENENTE SALMERON: Na nossa região, a do 20º Batalhão, Alphaville é onde há o maior número de ocorrências. Só o número de veículos que adentram na cidade hoje fica em torno de 250 mil, e a criminalidade acompanha, aparece onde está o dinheiro. CORONEL CLAUDIA: Temos uma concentração maior de pessoas e de bens em Alphaville, o infrator busca a região mais rica. Precisamos da colaboração da população, que quer a polícia presente, mas reclama que estamos atrapalhando o trânsito quando fazemos uma operação. Não tem como fazer omelete sem quebrar o ovo. Infelizmente não tem como fazer uma abordagem sem parar um pouquinho o trânsito. Precisamos de compreensão.

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Patrocínio do Fórum

O futuro é agora... Na história da humanidade, sempre aconteceu assim: uma boa conversa pode transformar as pessoas – e são as pessoas (qualquer um de nós) que constroem a realidade. Em outras palavras, podemos dizer que demos um passo importante para o futuro de Barueri, capaz de influenciar a vida de quem mora ou trabalha na cidade. Durante dois dias dedicados ao diálogo, pela primeira vez conseguimos promover uma conversa construtiva, com tamanha relevância, no sentido de buscar soluções coletivas para as questões da região. E o melhor: o papo envolveu diversos segmentos e interesses da comunidade, como a iniciativa pública e a sociedade civil. Afinal, só uma postura participativa pode produzir resultados efetivos. Se você perdeu o 1º Fórum Expo Cidades Melhores, realizado nos dias 24 e 25 de março, no Centro de Eventos de

Barueri, ainda é tempo de se envolver. Se esteve por lá acompanhando os debates, também vai encontrar, nas próximas páginas, o que foi discutido entre convidados e palestrantes. A boa notícia? Dá para ser otimista em relação ao diálogo coletivo sobre o futuro da região. Mas para isso é preciso construir uma visão abrangente sobre o tema, aprendendo com diferentes experiências. A iniciativa da revista VERO em conjunto com o jornal Folha de Alphaville e a Spaghetti Eventos colocou na mesa temas como Planos Diretores e Mobilidade Urbana, com novas formas de olhar para a nossa cidade. O primeiro passo foi dado. A Expo, iniciativa inédita lançada em novembro do ano passado, pretende organizar novos encontros e reunir esforços em prol da transformação da região. Vire a página e confira os detalhes!

por Gabriela Araújo e Juliana Duarte

Apoiam esta cobertura jornalística:

Apoio Institucional

Iniciativa

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O lugar onde queremos viver Q

ualidade de vida, mobilidade urbana, sustentabilidade, desenvolvimento ordenado e responsável, novas formas de olhar e interagir com os espaços públicos: esses foram os temas que deram o tom do 1º Fórum Expo Cidades Melhores Barueri 2014, realizado nos dias 24 e 25 de março. “A Expo surgiu da necessidade de promover o diálogo em busca de formas de melhorar a cidade. Esses debates e esforços já existiam isoladamente na sociedade civil, no governo, etc. Nossa ideia é integrar todas essas conversas e sentimentos”, diz Marcos Lage Gozzi, diretor da VERO, organizadora do evento em conjunto com a Folha de Alphaville e a Spaghetti Eventos. Realizado no Centro de Eventos de Barueri, o encontro foi um sucesso de público: reuniu em dois dias cerca de 250 convidados, entre representantes do poder público, empresários, sociedade civil, associações e movimentos de redes sociais. Patrocinada pela CCR ViaOeste, a iniciativa tem o apoio oficial da Prefeitura de Barueri e institucional da Associação Residencial e Empresarial Alphaville

(AREA) e da Sociedade Alphaville e Tamboré (SIA). Inédito na região em sua forma e amplitude, o fórum foi apresentado pelos jornalistas da Rádio CBN Roberto Nonato e Mílton Jung. Dois temas centrais foram abordados. No primeiro dia, especialistas falaram sobre o Planejamento de Cidades, discutindo os Planos Diretores, suas revisões e complexidades. O ponto alto foi o lançamento oficial da revisão do Plano Diretor de Barueri, comandada pelo secretário de Planejamento e Urbanismo, José Eduardo Hyppolito das Neves. Ele aproveitou o evento para convidar o público a participar com sugestões e opiniões sobre o processo de revisão, defendendo que o cidadão deve lutar por aquilo que acredita ser o melhor para seu município. A segunda etapa tratou do tema Mobilidade Urbana, suas definições e desafios. Os destaques do dia foram as palestras do superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Luiz Carlos Mantovani Néspoli, e do especialista em segurança de pedestres e ex-ombudsman da Companhia de Engenharia de Tráfego de

Debate 1º dia com os participantes Kazuo Nakano, Luiz Fernando Mello, Marcos M. Lyra, José Hyppólito, Geraldo Michelotti, Arthur Parkinson, Milton Jung, Carlos Leite e Gabriel Galípolo

Imagino que uma cidade melhor conte com uma rede comunitária e cidadã mais atuante, que trabalha e luta para que o lugar onde moramos, trabalhamos e passeamos seja cada vez mais seguro, agradável e bom de se viver

Débora Vaz, da Escola Castanheiras

São Paulo (CET), Philip Gold. Também foi levantada uma questão conhecida para quem mora e trabalha na região: como minimizar os impactos do trânsito da Rodovia Castelo Branco. Sobre o assunto, a CCR ViaOeste, representada por seu diretor-presidente, Eduardo Camargo, apresentou o projeto de ampliação das marginais. Além das palestras, ao final de cada dia foi organizado um amplo debate que contou com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil, discutindo e respondendo perguntas da plateia sobre os temas “Repensar Barueri a partir do Planejamento” e “Desafios da Mobilidade em Barueri”. “A troca realmente foi muito rica. Debates como esse são sempre muito positivos”, comenta Gold. A participação do público foi um dos diferenciais que enriqueceram toda a pauta do encontro. As perguntas e as interferências da plateia durante as palestras e as discussões trouxeram dinamismo e reforçaram a dedicação e o interesse da sociedade na resolução dos problemas da região. “Acreditamos na força que as pessoas têm em se mobilizar

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por um objetivo”, afirmou Camargo, em nome da CCR-ViaOeste.

PENSAR E AGIR A moradora de Barueri Célia Vieira chamou a atenção para a geração de uma nova cultura e mentalidade que o evento desperta nos participantes a partir de agora: “Estar nas discussões e ouvir os especialistas nos ajuda a pensar nossa cidade com uma nova visão, abrindo nossos horizontes. Saímos com a certeza de que é possível repensar e recriar o município, revendo conceitos e quebrando paradigmas”. O secretário de Planejamento e Urbanismo de Barueri, José Eduardo Hyppolito das Neves, reforçou a importância de iniciar ações concretas. “Temos agora uma dupla responsabilidade, nosso futuro começa já e se representa neste momento, com a

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realização deste fórum e a revisão de nosso Plano Diretor.” César Foffá, sócio-diretor do jornal Folha de Alphaville, também acredita que o encontro trará bons frutos e é apenas o início das mudanças. “Este é um pontapé inicial. Queremos que esse caminho seja duradouro e que possamos colaborar com a sociedade em que vivemos”, disse.

RAIO X DE BARUERI Enquanto a população aumentou 13,8% em nove anos, a frota de veículos cresceu 154,2% (a de automóveis teve incremento de 129,2%). Mais um dado: o tempo de deslocamento entre quem usa transporte individual e coletivo. O primeiro tem média de 61 minutos, e o segundo baixa o índice para 39 minutos, de acordo com a pesquisa Origem Destino, do Metrô.

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1. Eduardo Camargo (diretor-presidente da CCR ViaOeste) 2. Roberto Labarthe (CCR) 3. Roberto Nonato (CBN) 4. Milton Jung (CBN) 5. Natália Garcia (curadora do Fórum Expo) 6. Gabriel Galípolo (Galípolo Consultoria) 7. Carlos Leite (arquiteto, urbanista e professor do Mackenzie) 8. Marcos M. Lyra 9. Ricardo Barbosa da Silva (professor da Fatec)

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Planejamento de cidades O tema discutido no primeiro dia do evento reforçou a importância da sociedade no processo de planejamento, além da necessidade de pensar o crescimento discutindo as demandas do presente, sem deixar de lado as previsões do futuro, para redigir planos reais e eficientes. O primeiro a subir ao palco foi o arquiteto e presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Diretório de São Paulo (IAB-SP), José Armênio de Brito Cruz, que palestrou sobre os desafios da revisão dos Planos Diretores. O especialista ressaltou que planejamento de cidades deve ser uma obra coletiva, uma combinação de contribuições distintas. “Um projeto urbano deve ser precedido de um conhecimento da real dinâmica social dos locais da cidade. É isso, em geral, que dá qualidade ao projeto”, afirmou. Questionado sobre os problemas de Alphaville, o presidente do IAB-SP explicou que, quando construído, o bairro seguiu o modelo “new city”, que incentivava a fuga da cidade para aproveitar melhor a vida e criar os filhos. Assim como outras cidades construídas sob esse conceito, estamos sofrendo a falta de transportes públicos e de infra-

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estrutura. Para tentar diminuir o trânsito da região, por exemplo, José Armênio acredita que o caminho seria a integração de modais de transporte e a abertura de espaços privados. O secretário de Planejamento e Urbanismo de Barueri, José Hyppolito, foi o segundo palestrante do dia, e falou sobre “Plano Diretor participativo de desenvolvimento com responsabilidade”. O secretário incitou os participantes a serem “agentes do poder público” na realização do Plano Diretor, contribuindo, sugerindo e cobrando a realização das mudanças necessárias. José Hyppolito explicou como será a metodologia utilizada na revisão do Plano Diretor de Barueri, que incluirá envio de questionários aos cidadãos (pesquisa domiciliar), utilização de redes sociais, consultas públicas com setores e organizações civis, grupos de trabalho e leitura das demandas levantadas para inclusão na revisão. O arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, que participou da recente revisão do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, trouxe as dez lições aprendidas durante

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Vale ressaltar como é importante uma maior interação do poder público com projetos e planejamentos para o crescimento da cidade de forma organizada

Ricardo Francisco Napoli, do Grupo Haganá

Planejamento nas vias, transporte público eficiente e confortável, foco na educação do seu povo e, principalmente, dinâmica e honestidade nos seus impostos. Isso formaria uma cidade perfeita para minha família

Andre Akkari, da Win Dogs 1. Geraldo Michelotti (presidente da AREA Alphaville) 2. José Hyppólito (secretário de Planejamento e Urbanismo de Barueri) 3. Luiz Fernando Mello (membro da Comissão de Moradores de Alphaville)

3 aquele processo. Entre os tópicos estão o uso de plataformas digitais e mapas colaborativos e a criação de novas metodologias para ampliar a participação da sociedade. “As discussões são importantes e necessárias, precisamos fazer essas reflexões em conjunto, pois se não coletivizarmos, não chegaremos a soluções adequadas”, disse durante o evento. Para abordar a questão dos “Conceitos de um novo modelo de desenvolvimento sustentável para a região”, foi convidado o arquiteto, urbanista e professor Carlos Leite, que explicou os problemas atuais da região de Alphaville como um “excesso de sucesso”, ou seja, um local que deu tão certo que atraiu inúmeras empresas e moradores e, agora, tem novas demandas e gargalos que incomodam. Leite defende que uma das saídas para tais gargalos seria a diminuição dos deslocamentos, seguindo um desenvolvimento urbano sustentável com “novas centralidades multifuncionais complementares” que ofereçam a possibilidade de conciliar trabalho e lazer para a população residencial, alinhadas com um sistema multimodal de mobilidade para os que só trabalham na região, equilibrando o sistema urbano. O último palestrante, antes do início dos debates, foi o mestre em economia Gabriel Galípolo, que esclareceu diferentes modelos de estruturação financeira para a viabilização de projetos, como as concessões e as parcerias público-privadas. “Não existe uma melhor forma padrão de financiamento. A maneira correta é analisar a vocação que cada projeto tem para ser financiado”, afirmou.

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Calçadas e travessias bem conservadas Andar a pé foi o tema discutido pelo especialista em segurança de pedestres e ex-ombudsman da CET, Philip Gold. “O pedestre não é uma parte da população. Ele é a população inteira, porque quase todo mundo anda a pé todos os dias, por menor que seja a distância – para ir até o carro, dar uma volta no quarteirão na hora do almoço etc.” Philip defendeu a importância de calçadas e travessias bem conservadas e sinalizadas, lembrando que, em um mundo cujo foco são os automóveis, muitas calçadas foram diminuídas, para que mais carros pudessem passar. “Se não houver o pedestre, não existirá nenhum passageiro nos trens, metrôs, ônibus. A mobilidade deve contemplar todos os tipos de deslocamento. O andar a pé é o primeiro deles”, conclui o especialista. A jornalista Natália Garcia, estudiosa de planejamento urbano ao redor do mundo, falou sobre “Mobilidade em uma cidade para pessoas”, narrando sua experiência pessoal ao trocar o veículo motorizado por uma bicicleta.

“A maneira como as pessoas se deslocam é determinante na percepção que elas terão da cidade. Hoje tenho uma nova percepção experiencial de estética, topografia, logística.” Natália acredita em um sistema integrado de locomoção que permita fazer escolhas, tornando a cidade melhor para as pessoas. Ela apresentou inúmeros modelos de sucesso já existentes lá fora, que poderiam ser replicados na nossa região, oferecendo uma melhor experiência ao município. Para apresentação do case de mobilidade no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, a CCR enviou o executivo de Relações Institucionais e Novos Negócios do Grupo, Roberto Labarthe. Projeto da concessionária, o projeto do veículo leve sobre trilhos (VLT) leva em consideração o impacto da transformação urbana que ele causará, evitando ao máximo, por exemplo, a poluição visual de cabos e fios. A ideia é que a novidade possa cruzar diferentes caminhos utilizando a mesma infraestrutura. Um dos grandes vilões das cidades

1. Mauro Piccolotto Dottori (presidente da MPD) 2. Leonardo Cunha (gerente da AREA Alphaville) 3. Fernanda Passero (Reclamômetro e Trânsito de Alphaville) 4. João Amâncio (secretário de Transporte e Mobilidade e Urbana)

A sociedade civil organizada pode reivindicar diretamente e ajudar o poder público a encontrar solução para questões específicas. E, dessa maneira, transformar anseios em mais qualidade de vida, resultando em cidades melhores

Mauro Piccolotto Dottori, da MPD

são os polos geradores de tráfego, os empreendimentos imobiliários (residenciais, comerciais, hospitais, etc.) que atraem tráfego após sua instalação, impactando o sistema viário. O professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestre em engenharia civil Percival Bisca discursou sobre como são feitos os estudos de impacto desses polos. “Antes de se aprovar a construção desses empreendimentos, é necessária a apresentação de relatórios de impacto. O poder público deve exigir uma contrapartida dos empreendedores para diminuir os efeitos que seus empreendimentos causarão ao tráfego”, defendeu. Para minimizar os impactos do trânsito da Rodovia Castelo Branco, a CCR ViaOeste, com seu diretor-presidente, Eduardo Camargo, detalhou o projeto de extensão das marginais da rodovia. “Existe muita interação entre a concessionária e os municípios, pois a rodovia se transformou em uma avenida por conta de seu tamanho e movimento.” A concepção do projeto pode ficar pronta em um ano. Depois de aprovado, deve levar de dois a três anos para ser concluído, com um investimento inicial estimado em R$ 600 milhões.

DESAFIOS DA MOBILIDADE O debate de encerramento do evento trouxe novamente os participantes Marcos Lyra, João Amâncio, Eduardo Camargo, Roberto Labarthe e Percival Bisca, além do presidente da Associação dos Incorporadores de Alphaville e Tamboré (AIAT), Mauro Dottori, o gerente-geral da AREA, Leonardo Cunha, e a administradora dos grupos Reclamômetro e Trânsito Alphaville, Fernanda Passero. Entre os tópicos discutidos estava a limitação física do sistema viário, a implantação do corredor BRT (que ligará os municípios de Barueri, Santana de Parnaíba e Cajamar), a necessidade de contrapartidas dos empreendedores que desejam construir no município e a divisão de responsabilidades entre população, poder público e empresários. Uma certeza foi compartilhada por todos: a de que o diálogo coletivo de qualidade é o caminho mais efetivo para uma cidade melhor. O primeiro passo foi dado.

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Como repensar nossa região Além dos palestrantes José Hyppolito, Carlos Leite, Kazuo Nakano e Gabriel Galípolo, participaram da mesa-redonda o Promotor Público Marcos Mendes Lyra, o empresário Arthur Parkinson, o presidente da AREA, Geraldo Michelloti, e o membro da comissão de moradores de Alphaville, Luiz Fernando Mello. O debate abordou a necessidade de criar parâmetros para a revisão do Plano Diretor, além de planejar o desenvolvimento da região antes de discutir o plano em si, abrangendo as questões do presente (curto prazo) e também do futuro a ser construído para Barueri e região. Ou seja: o envolvimento das cidades vizinhas é fundamental para um planejamento mais completo e uma solução integrada para os problemas de trânsito. A mesa reforçou o papel essencial da participação da população e das associações organizadas na discussão das melhorias necessárias ao município.

também no poder público, a questão da mobilidade em Barueri e seus arredores (sim, o trânsito) foi um dos pilares selecionados para conduzir o segundo dia do Fórum Expo Cidades Melhores Barueri 2014. O secretário de Transportes e Mobilidade de Barueri, João Amâncio, iniciou sua conversa com a plateia destacando as peculiaridades da nossa cidade: “Barueri é um município diferenciado, temos 120 mil carros ‘fixos’ e outros 240 mil ‘flutuantes’ circulando todos os dias, além de 1.200 fretados transitando nas mesma vias”. O professor da Faculdade de Tecnologia (FATEC) Ricardo Barbosa falou a convite do secretário, explicando o conceito de mobilidade. “Mobilidade não é o puro deslocamento de pessoas, mas um movimento inserido em um contexto específico de uma sociedade, com conteúdo político, econômico e so-

Debate 2º dia com os participantes Percival Bisca, Roberto Labarthe, Eduardo Camargo, Fernanda Passero, Leonardo Cunha, Mauro P. Dottori, Milton Jung, Marcos M. Lyra e João Amâncio

A educação no trânsito, no trato com as pessoas, e o respeito às filas e vagas reservadas do estacionamento ajudariam Barueri a ser uma cidade melhor

Rodrigo Platero Thomé, da Motor Bike Garage

cial”, afirmou o professor. Para discutir “Sistema de mobilidade integrada”, o evento recebeu o superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Luiz Carlos Mantovani Néspoli. Com o conceito de que as cidades devem ser consumidas pelos cidadãos, Luiz afirmou que “Mobilidade é a possibilidade de poder realizar movimentos de acordo com seus interesses e de consumir tudo o que a cidade tem para oferecer”. Segundo ele, o ato de ir e vir deveria ser prioritariamente via transporte coletivo, “para evitar o caos”. Para ele, seria necessário melhorar a qualidade dos transportes coletivos, que devem estar inseridos em redes com as mesmas opções de mobilidade de quem anda a pé ou de carro. Assim, as pessoas podem escolher a melhor maneira para se deslocar.

MOBILIDADE URBANA Por ser um assunto recorrente em conversas de amigos, discussões nas associações do município e

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bem como outros municípios do país, começa a fazer a revisão de seu plano original. Quais são as formas mais acertadas para conduzir esse processo? Acredito que a proposta apresentada pelo secretário de Planejamento e Urbanismo, José Eduardo Hyppolito das Neves, é um excelente caminho. Ele explicou quais serão as etapas da revisão e convocou o público a participar. É muito interessante proporcionar essa troca entre a prefeitura e a população. Esse diálogo é uma oportunidade concreta para começar um processo de construção de boas soluções. Qual a diferença de resultado quando a população de fato participa da construção de um planejamento? A participação do público é sempre importante em diferentes questões relacionadas ao meio urbano. As pessoas precisam começar a perceber que não são vítimas de suas cidades, mas sim personagens fundamentais para quebrar os paradigmas que foram organizados e impostos anteriormente.

Barueri revisada

Quais são os preceitos fundamentais para realizar uma reavaliação eficiente? Deve ser estabelecido um conceito de mobilidade, ou seja, olhar para todos os setores e elementos que convivem em um mesmo espaço público, como pedestres, carros, ônibus e bicicletas. A estruturação dos elementos que compõem os municípios é fundamental. O espaço urbano deve ser qualificado.

O arquiteto José Armênio de Brito Cruz fala da importância do diálogo com a sociedade na revisão do Plano Diretor por Juliana Duarte foto Rodrigo Sacramento

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á 32 anos, o arquiteto José Armênio de Brito Cruz deixava a vida de estudante para conquistar seu primeiro diploma. Graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) em 1982, tinha muitos desejos em seu criativo imaginário. Sonhando seu futuro, diz que realizou a maioria deles. Sócio do escritório Piratininga, um dos mais renomados da capital paulista, e presidente do Instituto Brasileiro de Arquitetura, Diretório de São Paulo (IAB-SP), ele acredita que as cidades estão aí para serem vividas, e, por isso, é fundamental estudar cuidadosamente as necessidades contidas nos espaços públicos. A seguir, mais detalhes sobre o ideal defendido pelo arquiteto durante o 1º Fórum Expo Cidades Melhores.

Qual o saldo do fórum? O encontro foi muito positivo, sem dúvidas. Quando diferentes setores da sociedade e também as autoridades decidem conversar, ocorre uma troca muito rica sobre os problemas da cidade. O diálogo é uma condição real para que os problemas passem a ser solucionados da melhor maneira possível. Fiquei surpreso com a participação das pessoas. Havia representantes da população e do poder público, associações, empresários, técnicos e administradores, enfim, uma gama bem variada que envolveu todos os setores de Barueri. O evento conseguiu colocar em pauta, de uma maneira sistêmica, assuntos importantes, além de propor soluções possíveis para as deficiências desta cidade. Você abordou a questão do Plano Diretor nas cidades. Barueri,

JOSÉ ARMÊNIO Formado em Arquitetura pela Universidade de São Paulo (USP), o especialista é sócio do escritório Piratininga, um dos mais renomados de São Paulo. Em 2012, assumiu o cargo de presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Diretório São Paulo (IAB-SP).

O que não pode ficar de fora? A condição geral para a geração de projetos importantes para o funcionamento da cidade é definir o que é realmente estratégico e quais são as melhores soluções para o espaço público. Esse trabalho é fruto de um planejamento intenso. Como a Expo Cidades Melhores pode contribuir em processos que visam a solução de problemas para os espaços públicos? Dialogar é sempre muito importante. Podemos verificar os benefícios do evento a partir do sedimento das discussões realizadas. Também é fundamental dar continuidade ao trabalho, propondo soluções e trocando informações.

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a 20 anos, teremos mudanças importantes que certamente vão se refletir na qualidade da mobilidade. Qual o seu diagnóstico? As cidades são hoje muito esparramadas, há milhares de pessoas morando longe e trabalhando no centro, uma situação que deixa o cenário ainda mais complexo. Precisamos de organização para solucionar os problemas. É importante pensar em uma rede de transporte público, e não em linhas. O sistema deve funcionar de maneira integrada, para que as pessoas tenham mais opções e alternativas de deslocamento pelas cidades. Criar uma rede é viável no Brasil? Primeiro é preciso ter um transporte coletivo bom, o que gera um custo. Como a tarifa é social, esse recurso tem de vir de algum lugar. Um dos grandes entraves da qualidade da rede de transportes está ligado ao financiamento. É uma discussão frequente. O transporte tem de ser financiado, pois o cidadão que usa os meios disponíveis não vai conseguir pagar uma tarifa que poderá oferecer a ele um transporte público de qualidade. Para que tenhamos uma tarifa módica para a sociedade, a verba das melhorias deve vir de algum outro lugar, como o financiamento. A melhoria da mobilidade urbana depende, então, de três fatores: desenvolvimento urbano, construção de uma rede de transportes e uma política de financiamento.

O direito de ir e vir

Luiz Carlos Mantovani Néspoli, da ANTP, falou sobre trânsito e possíveis soluções para o problema por Juliana Duarte foto Rodrigo Sacramento

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unca a mobilidade urbana esteve tão em pauta nas discussões relacionadas ao dia a dia das cidades. O trânsito (sim, sempre ele!) é capaz de tirar o ânimo de qualquer cidadão que precise enfrentar filas quilométricas para chegar ao trabalho. A frota brasileira de veículos não para de crescer. Atualmente, há um carro para 4,4 habitantes, quase o dobro do índice registrado há dez anos. Luiz Carlos Mantovani Néspoli, superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), defende a ideia de que as cidades devem ser aproveitadas por seus cidadãos – e não que as pessoas sejam vítimas de seus municípios. O profissional enxerga a questão da mobilidade como uma liberdade de movimentação, ou seja, o brasileiro tem de ir e vir usando os espaços

públicos de acordo com os seus interesses. Leia o bate-papo exclusivo concedido à VERO. Como foi participar do evento Expo Cidades Melhores? Participei de uma parte do evento, mas acompanhei matérias sobre o assunto e vi que vocês conseguiram agrupar diversas falas importantes. Tenho certeza de que a discussão contribuirá para a melhoria não só de Barueri, mas também de diversos outros locais. O bom exemplo está dado. O que fazer para melhorar a mobilidade nas cidades? Primeiro precisamos que as cidades sejam mais organizadas. O que temos hoje resulta em um custo muito alto de mobilidade. Só conseguiremos isso se tivermos um Plano Diretor e um plano de mobilidade integrados. Assim, ao longo de dez

O financiamento necessário viria de qual setor empresarial? Essa discussão é muito atual. Como é possível conseguir o dinheiro necessário para a melhoraria do transporte coletivo? Há várias frentes de sugestões, uma delas é taxar a gasolina, por exemplo.

LUIZ CARLOS MANTOVANI NÉSPOLI Superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) dedica seu trabalho à melhoria da mobilidade urbana.

Mas você considera essa uma manobra justa com os cidadãos que usam o carro? Os recursos usados para a melhoria das cidades vêm da sociedade; são os impostos. Se não dá para tirar de nenhum outro setor, devemos criar novos impostos? Caso a resposta seja negativa, quem financiará o transporte coletivo? O automóvel consome hoje o maior espaço urbano (90%), e o congestionamento deixa a cidade estressante, então, acredito que quem congestiona deve pagar a punição.

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medo de andar pelas ruas. Não são pequenos detalhes que atrapalham o dia a dia de quem anda pelas cidades, mas sim questões reais que prejudicam todo o fluxo e ocasionam muitas quedas. O senhor defende que essas quedas ocasionadas pelas calçadas em mau estado deveriam entrar nas estatísticas dos acidentes de trânsito. Esse tipo de documentação ajudaria a amenizar o problema? Quantificar os acidentes sofridos pode reforçar a argumentação da necessidade de investir em pavimentação de qualidade e na acessibilidade para os pedestres. Não há dados, nem aqui, nem em outras cidades do mundo. É muito difícil saber quantas pessoas se acidentaram no último ano, por exemplo. No Brasil a situação se agrava, já que a responsabilidade pela calçada é do munícipe, e não do poder público.

Andar é preciso

Que prejuízos têm as cidades que não levam o pedestre a sério? Muitos. Além de vermos acidentes gravíssimos, essas quedas também custam caro para as cidades. Em 2003 fiz um estudo que comprovou os gastos sociais com quem se acidentou pelas calçadas de São Paulo. Concluímos que o custo com o pedestre (R$ 2 bilhões) era maior do que o valor social gasto com acidentes considerados de trânsito (R$ 1,5 bilhão).

Especialista defende a melhoria das vias públicas para garantir segurança e condições mais justas ao pedestre por Juliana Duarte

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odo mundo anda um tanto, seja para chegar ao trabalho, seja para sair do metrô, seja até mesmo para se exercitar. Nenhuma outra forma de transporte é tão democrática como caminhar. Carros, motos, bicicletas, ônibus, metrô: cada um escolhe o que lhe for mais conveniente para chegar a seu destino. “Sempre precisamos caminhar um pouco para ir até onde desejamos”, afirma o especialista em segurança de pedestres e ex-ombudsman da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Philip Gold. No Brasil desde 1977, o inglês soma mais de 40 anos de experiência na área, com passagens importantes em grandes instituições, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Pianista nas horas vagas, ele de-

fende um Brasil mais justo para quem gasta a sola do sapato por aí. Como avalia a Expo Cidades Melhores Barueri? Foi muito interessante ver como as pessoas estão preocupadas em conversar e contribuir para buscar soluções em prol da melhoria dos problemas da cidade. Nos debates o senhor tratou da questão dos pedestres. Qual o seu diagnóstico para a condição das cidades brasileiras? Muito precárias. Caminhar a pé em áreas urbanas significa percorrer calçadas diferentes, pelas quais é difícil transitar, e cheias de desníveis. Os trechos para a travessia de pedestres ainda são alternados, o que dificulta o deslocamento. Também falta sinalização e, principalmente, segurança. As pessoas têm

PHILIP GOLD Inglês, reside no Brasil desde 1977. Já atuou em diversas instituições importantes, como a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), na qual foi ombudsman, e realizou muitos estudos relacionados ao pedestre e seu papel nas cidades.

Além de quantificar os acidentes, há outras ações para melhorar a situação do pedestre no Brasil? A responsabilidade das calçadas deve ser do município, e não do morador. Esse é um dos primeiros passos para a melhoria. Defendo a unificação de calçadas, semáforos e demais elementos públicos por meio de melhorias na Rede Viária de Transporte e Convivência a Pé (RVTCP). Essa rede existe, mas ninguém a enxerga ou reconhece. Calçadas e ruas são, na verdade, uma rede usada pelo pedestre que deseja se locomover. Assim como nas estações de metrô, deveria haver uma padronização nas ruas, para facilitar os deslocamentos dos pedestres, com sinalização, passagens subterrâneas e calçadas padronizadas, entre outros aspectos. Andar a pé também deve ser considerado meio de transporte.

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Quais são os desafios de se realizar um trabalho como esse? O primeiro desafio é incorporar todas as pessoas, ou seja, cidadãos, empresários e autoridades, à discussão. A participação do público é fundamental. A sociedade tem vontade de falar sobre a cidade, mas não tem interesse em discutir o seu planejamento. Geralmente são sempre as mesmas pessoas que participam. O segundo desafio é construir um plano que enfrente os problemas e construa soluções possíveis de se implementar. O desafio é sempre este: a implementação. O Plano Diretor deve ter o máximo possível de aplicabilidade e depender o mínimo possível de leis posteriores. E, por fim, temos de pensar em soluções que, de fato, melhorem a realidade dos espaços. O planejamento deve melhorar problemas estruturais da cidade – como a falta de áreas verdes –, não só a questão da mobilidade.

Por uma cidade melhor

Comente sua experiência no trabalho em São Paulo. Tivemos um prazo muito curto, de março a setembro. Foi corrido, mas deu certo. É um trabalho de muita responsabilidade, já que a revisão é feita apenas a cada dez anos. Foi uma ótima experiência, principalmente para um urbanista que sempre se interessou pela cidade, como eu. A experiência de enfrentar todos os problemas e formular propostas para solucioná-los foi muito enriquecedora. Eu já estudava São Paulo há vários anos, tinha muitas propostas em minha cabeça. Participar desse processo foi o momento em que o meu estudo pôde ser colocado em prática.

A experiência do arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, que participou da revisão do Plano Diretor de São Paulo por Juliana Duarte foto Rodrigo Sacramento

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arquiteto e urbanista Kazuo Nakano acredita no debate para melhorar o que não está dando certo. “O diálogo é sempre importante, porque nos faz trocar experiências e enxergar novas visões”, diz. Conversar, perguntar e pesquisar foram atitudes decisivas durante o tempo em que ele participou da revisão do Plano Diretor da cidade de São Paulo, em 2013. “Foi incrível fazer parte do planejamento de um local que eu adoro e que sempre me interessou.” Durante a Expo Cidades Melhores, ele compartilhou a experiência adquirida durante o período e deu dicas para fazermos uma revisão bem-sucedida no planejamento de Barueri, que ocorrerá ao longo deste ano. Nakano falou sobre a importância da participação do público e das características que um bom pla-

no deve ter para deixar uma cidade mais fluida, funcional e bonita. O que achou do diálogo na Expo? Foi um passo muito importante. E uma forma de trazer novas visões para organizar os espaços da cidade. Essa troca de informações e experiências é fundamental para o Brasil inteiro, pois nossas cidades são desordenadas, e seus espaços públicos são de baixa qualidade. Trazer novas visões e trocar experiências são sempre posturas interessantes. Quais prioridades devem ser levadas em conta na hora de revisar um Plano Diretor? Temos de analisar as questões problemáticas da cidade. Partimos dos problemas reais que o local apresenta atualmente. Pensamos em tudo o que deve ser melhorado e em como isso seria possível.

KAZUO NAKANO Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP) desde 1995, é apaixonado pela capital paulista e não abre mão de viver nela. Segundo ele, participar da revisão do Plano Diretor da cidade foi um dos principais desafios de sua carreira.

O que não deve faltar em um bom Plano Diretor? Uma previsão clara dos investimentos necessários para resolver os problemas estruturais da cidade. Também é fundamental pensarmos no espaço como um todo: nos pedestres, nas áreas verdes, nas ruas, na mobilidade... E, como eu já disse e sempre repito, é importante também criar soluções que podem ser realmente implantadas sem muita burocracia, pois um Plano Diretor não foi feito para ficar no papel, ele deve ser visto concretamente em cada detalhe da cidade. Sem dúvida é uma experiência trabalhosa, mas recompensadora para quem sonha em ter uma cidade melhor.

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ferramenta de gestão

Tecnologia a favor das cidades Soluções inovadoras podem ajudar em questões como mobilidade, segurança, saúde e uma vida melhor à população por Juliana Duarte

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que são pontinhos pretos espalhados pela cidade de Santander, no sul da Espanha? De longe eles são minúsculos, mas podem fazer uma grande diferença no dia a dia das pessoas. Em 2013, por meio de uma parceria da Universidade de Cantabria com associações e governantes locais, a cidade instalou 12 mil sensores em ônibus, lixeiras, luminárias e até no chão das ruas. Sim, eles são os tais pontinhos escuros. Todos os dados coletados por esses pequenos aparelhos alimentam o laboratório da instituição, que processa e repassa as informações

aos setores responsáveis. Algumas das vantagens: identificar quando uma lixeira precisa ser esvaziada, se há vazamentos nas tubulações de água, detectar a quantidade de pessoas nas ruas (o que ajuda a concessionária a calibrar a intensidade da iluminação pública – manobra que já gerou uma economia de 25% com os gastos relacionados à energia elétrica ao longo do ano passado). A população também participa. Qualquer um pode fotografar um problema e informar em linha direta a administração da cidade. Tudo pelo celular! Tendência mundial, o conceito “Smart City” aposta em tecnologia em prol de uma cidade mais organizada e sustentável. Ferramentas do gênero evitam desperdícios, monitoram problemas e, por isso, ajudam a buscar soluções. Comum em países da Europa (Holanda, Alemanha e Espanha são exemplos), aqui no Brasil esse mercado começa a ter uma demanda. A Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro lançou, em 2010, o Centro de Operações Rio, instalado no bairro Cidade Nova, na região central – uma parceria com a multinacional IBM. Por conta do projeto, diversas câmeras foram espalhadas pelas ruas com o intuito de monitorar as vias, garantir um me-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Com 12 mil sensores, cidade de Santander, na Espanha, ganha inteligência

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lhor funcionamento delas e antecipar soluções em caso de acidentes ambientais, como deslizamentos e enchentes. Com monitoramento 24 horas por dia, o espaço tem um telão de 80 metros quadrados e engloba 30 órgãos públicos e concessionárias de serviços. Em tempo real, as imagens podem ser visualizadas pela internet (www.centrodeoperacoes.rio. gov.br), bem como as informações de trânsito, as medidas de segurança e os boletins climáticos da região. Outro caso interessante aconteceu em Salvador, na Bahia, em 2012. Desenvolvido pelo Núcleo de Tecnologia e Informação (NTI), em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a iniciativa substituiu formulários impressos preenchidos por agentes de combate a doenças epidemiológicas por minicomputadores equipados com sistema GPS. Os dados, que antes demoravam até 15 dias para chegar à Secretaria Municipal de Saúde, passaram a ser disponibilizados em menos de 24 horas. Resultado: a diminuição da proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue. Mais uma prova de que a tecnologia pode ajudar a melhorar a rotina das cidades.

Conhecido como o “Big Brother do prefeito", o Centro de Operações do Rio de Janeiro concentra, em um só espaço, 30 órgãos públicos e concessionárias, que operam simultaneamente

CLIMA MONITORADO Acidentes ocasionados por chuvas intensas são comuns no Brasil, o que faz da tecnologia uma grande aliada contra esse tipo de problema. Em 2011, o governo federal criou o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), com tecnologia de última geração e especialistas dedicados à prevenção de possíveis problemas causados pelas variações climáticas. “Fazemos o monitoramento e enviamos alertas à defesa civil dos municípios, para preveni-los de catástrofes naturais”, afirma o geólogo Celso Graminha, gerente da área de Geociências do CEMA-

DEN. Os boletins são elaborados a partir de informações geológicas e hidrológicas dos municípios, cruzadas com dados gerados por institutos de previsão do tempo. Os alertas são transmitidos ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), órgão ligado à Defesa Civil nacional, que os encaminha a cada município. Os responsáveis, então, tomam as atitudes necessárias para prevenir acidentes, como a remoção de famílias e o acionamento do Corpo de Bombeiros. “Sem a tecnologia, nada seria possível. Fazemos de tudo para tornar as cidades menos vulneráveis”, afirma Graminha.

Empresa de Alphaville oferece ferramenta com tecnologia de Harvard

TRÂNSITO FUNCIONAL As centrais de monitoramento de trânsito têm sua parcela de contribuição para melhorar a mobilidade urbana. Segundo a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, a Central de Controle e Monitoramento da Mobilidade (CECOMM) investe na gestão do tráfego com tecnologia e sistemas inteligentes de transportes. Câmeras instaladas nas principais vias registram ocorrências e enviam os dados para um painel de vigilância que possibilita planejar operações de trânsito e detectar acidentes. Na capital gaúcha, a central funciona 24 horas por dia e também informa a população de maneira imediata. O mesmo acontece em São Paulo. A cidade, que já contava com esse tipo de solução, ganhou uma Central de Monitoramento de Semáforos no final de 2013. A meta, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), é reduzir a demora na manutenção dos equipamentos. Todas as informações são captadas pelas câmeras equipadas com tecnologia GPS e enviadas à central em tempo real. Assim os técnicos podem avaliar e agilizar a resolução dos problemas.

A tecnologia é capaz de garantir processos mais rápidos, minimizar custos e oferecer segurança. A Utilicon, referência nessa área, trouxe para o Brasil o software global PMWeb. Desenvolvido em parceria com a renomada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a ferramenta gerencia obras e garante a manutenção da infraestrutura das cidades. O PMWeb concentra as informações em um ambiente tecnológico e facilita a visualização por parte de gestores. “Toda a integração com os profissionais de cada uma das empresas envolvi-

das é realizada por meio de uma poderosa ferramenta de work-flow e de alertas, resultando em uma solução proativa que acelera todas as atividades”, diz o presidente da empresa, Herton Götz, que há dez anos fundou a Utilicon aqui em Barueri. Ele compara a tecnologia com uma rede social, que conecta pessoas e departamentos. “Todos os envolvidos compartilham, respeitando o sigilo estabelecido”, explica. Bastante usada em cidades dos EUA, a solução também pode ser aplicada em gestão de obras, transportes e saneamento, entre outras áreas.

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Portas abertas Criador de dois dos maiores cases da internet, Kibe Loco e Porta dos Fundos, Antonio Tabet revela a fórmula: “Gostamos de atacar quem está por cima” por Marcos Diego Nogueira fotos Chico Max

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A ntonio Tabet sonhava com a carreira de diretor de arte em uma agência de publicidade quando entrou no curso de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1994. Depois do primeiro emprego – um estágio na Rádio Globo, na qual atuava como repórter de futebol e, eventualmente, fazia alguma cobertura em que se deparava com “cadáveres em porta-malas na Baixada Fluminense” – e de passagens pelos canais Multishow e GNT, o publicitário ingressou no departamento de marketing do grupo Icatu, em que, entre um job e outro, enviava piadas para os colegas por e-mail. Nascia ali o Kibe Loco, site de humor que acumula hoje 300 mil acessos por dia. O endereço virtual rendeu muito mais do que um apelido famoso. Ele foi o embrião do Porta dos Fundos, canal de vídeos no YouTube idealizado por Tabet ao lado de Fabio Porchat, Gregório Duvivier, Ian SBF e João Vicente de Castro. Criado no segundo semestre de 2012, o canal tem hoje mais de 7 milhões de internautas inscritos e é um dos maiores cases de sucesso da história da internet. Parte do êxito vem, provavelmente, do tipo de humor que o grupo dissemina. “Você nunca vai ver um vídeo nosso atacando uma minoria ou uma parte oprimida. Pelo contrário, a gente gosta de atacar quem está ganhando”, diz Tabet. “Acho muito bom, como comediante, que

as pessoas parem de fazer piadas racistas, sexistas.” Graças a isso, Tabet é reconhecido em qualquer lugar aonde vá, até no exterior. Mesmo assim, diz ele, teria cursado outra coisa. “Se eu tivesse uma máquina do tempo ou vinte e poucos anos hoje em dia, certamente não teria feito Publicidade. Teria feito, sei lá, Cinema”. Por coincidência ou não, um dos mais recentes trabalhos dele vai para as telonas em breve: Tabet acaba de filmar o novo longa de Pedro Amorim, Superpai, com Dani Calabresa e Danton Mello no elenco. E o comediante deve estrear, ainda neste ano, na TV paga, um programa que vai misturar entrevistas, reportagens externas e esquetes de comédia. Com tantos desdobramentos, o Porta dos Fundos conserva o DNA e se mantém firme no posto de campeão da internet – uma nova série, sobre Aids, deve ser veiculada a partir do dia 5 de abril. Há um ano a onda do politicamente correto assolou o humor no Brasil. Você ainda sente isso por aí? Na verdade, a minha impressão é que essa história do politicamente correto foi muito mal conduzida por todas as partes envolvidas. Primeiramente, politicamente correto não é uma coisa ruim. Na verdade, eu acho ótimo. Considero muito bom, como comediante, que as pessoas parem de fazer piadas racistas, sexistas ou sobre minorias, por exemplo. O problema é que muitas vezes algumas pessoas se acham no direito de apontar dedos acusadores e aí elas enxergam preconceito onde não existe. Nós, do Porta dos Fundos, temos um jeito um pouco diferente de lidar com isso. Você nunca vai ver um vídeo nosso atacando uma minoria ou uma parte oprimida, pelo contrário, a gente gosta de atacar quem está ganhando, não quem está perdendo. Fazer piada com quem já é prejudicado no dia a dia é muito fácil. Difícil é fazer com quem prejudica.

Sua vida mudou depois do Porta dos Fundos? Completamente. Hoje em dia sou reconhecido em qualquer lugar a que vou. Fora do Brasil, inclusive. Estou feliz que isso tenha acontecido comigo agora, aos 39 anos. É uma fase da minha vida em que eu sei lidar com isso, porque tenho amigos que estão na mesma faz um bom tempo e eu já sabia os ônus e bônus que envolvem esse tipo de fama repentina. Então, consigo lidar com alguma tranquilidade e maturidade. Estou tentando manter minha rotina. Como é ser reconhecido fora do país? Em Portugal as pessoas são muito nossas fãs. Quando eu e Fabio Porchat fomos lançar o livro por lá, fomos mais assediados na rua do que no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Em Nova York, pessoas gritam para a gente do outro lado da rua. Tem muito brasileiro, mas tem muito gringo também que assiste. Outro dia estávamos na Urca e um grupo de 20 italianos que está trabalhando no Comitê Olímpico Internacional veio falar conosco. Alguns disseram que estão aprendendo português pelos vídeos do Porta, não por conta dos Jogos Olímpicos. Você não fala muito da sua vida pessoal. Isso é parte da sabedoria de encarar o sucesso? Não é por isso. Não tenho o hábito de falar disso porque eu nunca quis que essa parte da minha vida virasse um assunto. As pessoas famosas que levam a vida pessoal de maneira mais discreta são as que eu admiro. Acho bacana, por exemplo, eu não saber nada da família do Antonio Fagundes. Não sei nem se o Toni Ramos tem filhos, por exemplo. Porque eles não transformam isso em assunto, então, também não quero transformar a minha família em assunto. Se um dia filhos meus quiserem virar atores ou celebridades, que eles tenham idade suficiente para escolher isso.

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Eu acho muito bom, como comediante, que as pessoas parem de fazer piadas racistas, sexistas ou sobre minorias

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O Chico Buarque ficou dez horas no Twitter e saiu alegando que não sabia que ele era tão odiado

Eu não vou nunca sair com filho meu em uma revista ou em algum lugar só para aparecer ou exibir uma imagem familiar. Prefiro aparecer por conta do meu trabalho. Não é nenhum receio, só acho mais saudável para todo mundo. Por que decidiu ser publicitário? Resolvi ser publicitário porque na época, meados dos anos 90, era um mercado muito em alta. Para você passar em Publicidade, era mais difícil do que virar advogado ou médico. Era mais complicado. Foi o boom do mercado publicitário no Rio de Janeiro e em São Paulo. Eu tinha aquele sonho. Sempre fui um cara muito criativo, gostava de escrever, desenhar, então queria ser redator ou diretor de arte de uma agência grande. Até porque a internet ainda estava engatinhando, ninguém tinha ideia do que ela ia se tornar. Se alguém quisesse enveredar para o lado do entretenimento, tinha que ter um pistolão para entrar em uma rede de televisão de canal aberto, porque nem TV por assinatura existia direito. Se eu tivesse uma máquina do tempo ou vinte e poucos anos hoje em dia, certamente não teria feito Publicidade, teria feito, sei lá, Cinema.

Na época em que você trabalhava com marketing, é verdade que chegou a receber uma chamada do departamento de TI por causa dos e-mails engraçadinhos que mandava para os colegas? Sim, mas isso acontece em toda empresa, né? O cara da informática, quando não tem mais nada para fazer, chama você e fala: “Para de mandar esses e-mails aí porque está sendo monitorado”. E não está nada sendo monitorado, mas ele faz isso pra tocar o terror e dar importância à função dele. Mas na época eu acreditei no cara e foi bom para mim, porque eu criei um blog. Foi aí que surgiu o Kibe Loco. Quando você sentiu que sua criação tinha tomado grandes proporções? Tive alguns sinais. Primeiro porque eu espalhei o endereço do blog para sete amigos e, depois de um tempo, um deles disse que sua tia estava acessando; eu achei que era por indicação dele, e não era. A tal tia era professora no Espírito Santo, e eu não conhecia ninguém lá. Eu não sabia que pessoas de fora do estado estavam acessando meu blog de maneira viral. Depois, quando fui resolver um problema no DETRAN aqui do Rio, chegando lá, tinha uns dez computadores e uns sete deles abertos no Kibe Loco. Fiquei com vergonha de dizer que aquele blog era meu, foi uma situação inusitada. Foi quando coloquei um medidor de acessos e vi que 12 mil pessoas entravam no site por dia, ainda não tinha nem ideia disso. Aí foi crescendo até chegar a 500 mil. Já aconteceu de 4 milhões acessarem o site em um dia. Atualmente está na faixa de uns 300 mil, por aí. Tem tempo para alimentar o site? Eu tenho uma equipe, já não faço mais sozinho. Tem roteirista, gente de criação. Eu fico mais na supervisão. No ano passado você declarou, em uma entrevista à revista

Trip, que o Twitter é a caixa de gordura da internet, o chorume. Ainda pensa assim? As redes sociais no Brasil têm perfis muito diferentes. No Instagram, que é uma das redes sociais que mais cresce no Brasil e na qual se publicam fotos, as pessoas que postam lá costumam ser muito felizes, os comentários são muito positivos. É uma rede social muito ligada à felicidade. Já o Facebook é onde você se conecta normalmente com pessoas com quem você tem um tipo de relacionamento, direto ou indireto. É uma rede social de muitas discussões e troca de ideias, então, é muito útil. Já o Twitter tem a agilidade, você pode ficar sabendo de notícias em tempo real. O problema dele é que, como não tem nenhum tipo de filtro social um pouco mais apurado, dá voz a muita gente que aproveita esse tipo de combustão e acaba sendo uma rede social do ódio. Só que, a meu ver, vários artistas e pessoas conhecidas já saíram do Twitter por causa disso. O Chico Buarque ficou dez horas e saiu alegando que não sabia que ele era tão odiado. Porque as pessoas te xingam, no Brasil é muito assim. Lá fora ele é muito ágil, mas aqui ele só espalha boato e fofoca, os trending topics são prova disso. Atualmente você dá consultoria de internet para empresas? Algumas pessoas às vezes me procuram para falar de negócios relacionados a startups de internet; como agir, como iniciar um negócio. Se eu tiver o interesse, ajudo normalmente. É interessante ver como o Kibe Loco conseguiu atingir esse nível de seriedade no mundo virtual... E não só isso. Se você olhar os portais de notícia no Brasil, muitos deles têm várias notícias engraçadinhas na home page, para atrair cliques. Muito disso é influência dos sites de humor, que, no início da internet, foram campeões de audiência. Se você olhar no site da CNN, não vem nenhuma notícia engraçadinha, nenhuma no-

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Em Nova York pessoas gritam para a gente do outro lado da rua

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O Zorra Total é um programa do século passado, literalmente. Talvez do século retrasado

tícia de gatinho tropeçando, nem placa engraçada ou montagem sacaneando time de futebol. Mas se você for olhar no UOL, no Terra ou no Globo.com, tem tudo isso. Por que será? Existe uma receita para saber se alguma coisa será viral? Receita não existe, o que existe é competência, como em qualquer lugar. E nem sempre a competência está atrelada à verba de produção ou ao acaso. É um trabalho de sintonia muito fina, tem muito a ver com sensibilidade. Para você saber o que vai dar certo e o que não vai, você tem que ter um critério artístico e algum bom gosto de escolha, seja para o bem, seja para o mal. Esse bom gosto pode estar atrelado a uma coisa bem tosca, como uma família cantando “Para a nossa alegria”. Mas isso você tem que sentir na hora, não existe uma fórmula matemática para seguir. Quando você estava trabalhando na Globo, tentou emplacar projetos paralelos que acabaram não rolando. A televisão não está preparada para o tipo de humor que faz no Porta dos Fundos? Acho até que a televisão está acor-

dando para isso. Ela, no Brasil, demorou para entender a internet. Encarou primeiro como fogo de palha e, depois, como concorrente. Quando a TV encarar a internet como um aliado, ela só tenderá a crescer e a aumentar mais o seu poder. Acho que hoje em dia as TVs abertas estão mais atentas para isso, pode ser que alguma coisa mude daqui para a frente. Mas realmente, quando eu estava lá, a maneira de enxergar era outra. Uma pena que eu não esteja na TV aberta hoje, porque eu adoraria desenvolver ou apresentar outras coisas. Como é atuar nos episódios do Porta dos Fundos? Você costuma se ver no vídeo? Eu fiz teatro, mas nunca tinha trabalhado como ator. Quando comecei a fazer os vídeos, foi muito confortável, porque eu estava só contracenando com amigos, então, não havia uma situação de desconforto. Mas no início, quando comecei a me assistir, eu ainda tinha um olhar crítico, um estranhamento. Hoje em dia, não, já assisto tranquilo e não me incomodo de me ver. O que acha dos programas de humor na TV aberta? Enxergo muito talento nas pessoas que estão lá, mas algumas coisas me parecem repetitivas. Por exemplo, um programa como o CQC, que tem gente de talento inquestionável. A Dani Calabresa é a melhor comediante mulher que eu conheço. O Marco Luque e o Maurício Meirelles são muito talentosos, mas é um programa que está na mesma fórmula há anos, não muda. Acho muito parecido, caiu numa rotina. O Zorra Total é um programa do século passado, literalmente. Talvez do século retrasado até. O Pânico é divertido, uma bagunça gostosa. O Danilo Gentili tem muito talento. Ele é um comediante muito bom e faz um talk show tentando dar um passo além do que as pessoas costumam dar aqui no Brasil. Acho que, em algum momento, vai aparecer alguma coisa boa, mas isso independe dos talentos. E depen-

de mais ainda dos executivos que estão acima deles, de permitirem que algumas barreiras sejam ultrapassadas, que algumas coisas novas sejam feitas. Essa história de não cair na mesmice foi o que levou o Porta dos Fundos a lançar a série nova sobre Aids neste mês? Na verdade a gente não tem medo de cair na mesmice, porque cada vídeo nosso é completamente diferente do outro. E a gente tem menos de dois anos de existência, ainda tem muita coisa pela frente. A gente também quer fazer coisas novas, somos mais inquietos do que o nosso público. Aí surgiu essa ideia da série sobre Aids, que é um assunto no qual ninguém toca. Ninguém falou disso com humor. O Gregório faz um rapaz que descobre que tem o vírus do HIV e recorre ao amigo dele, o Fabio, para ajudá-lo. Ele vai passar a série avisando as ex-namoradas e todas as mulheres com quem ele teve algum tipo de relacionamento recente que ele tem a doença. E a partir daí coisas acontecem. Fizeram pesquisa para tocar em um assunto tão delicado? O Fabio Porchat, que escreveu a série, fez um trabalho de pesquisa bastante apurado sobre isso. E a gente teve que abrir muito o nosso elenco. Como havia muitas personagens mulheres, convidamos várias atrizes para participar. No nosso elenco fixo só temos três, e precisávamos de 12. Então tem muita participação especial. Você acabou de filmar o longa do Pedro Amorim, Superpai. Gostou da experiência? Foi espetacular, eu adorei. Foi muito bom, aprendi muito e acredito que colaborei bastante com eles também. O Pedro é um diretor muito sensível e generoso, o Gustavo Hadba, diretor de fotografia, é um talento. A produção foi incrível. Contracenar com a Dani Calabresa e o Danton Mello foi uma experiência única que vou guardar para toda a vida. E acho que o filme vai ser ótimo.

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SÓ PARA CÃES Campeão mundial de pôquer e jogador de maior sucesso no Brasil, André Akkari inaugura no bairro centro de serviços especializados para cachorros

Instalada em uma área de 13 mil metros quadrados, a empresa oferece serviço de day care e hospedagem cinco estrelas, banho e tosa, pet shop, entre outros, além de Taxi Dog, para maior comodidade dos donos

POR RENATA PRIMAVERA FOTO ROGÉRIO ALONSO

N

o jargão do carteado, um grande apostador sabe o momento exato de correr riscos – e, portanto, de ganhar. Assim é o perfil do empresário André Akkari, jogador de pôquer autodidata patrocinado pela equipe PokerStars, que tem representantes no mundo todo. Mesmo passando cerca de seis meses por ano viajando a trabalho, André, colecionador de títulos importantes como o World Series of Poker (o mais prestigiado torneio do mundo), organizou sua agenda para empreender em uma nova atividade: criar um dos maiores centros de serviços especializados para cachorros no Brasil. A vontade de entrar na área teve início anos atrás, quando comprou uma golden

retriever para uma de suas duas filhas. Ele mesmo conta: “Todos nós adoramos ter a Mila conosco, mas eu fiquei especialmente apaixonado por ela. Comecei a me interessar pela raça e a querer criar goldens pelo prazer do hobby”. Com a mudança da família há sete meses, para uma casa em Alphaville – em busca de mais segurança após algumas tentativas de assalto e sequestro no Tatuapé, bairro em que viviam em São Paulo –, André começou a procurar lugares na região onde pudesse concretizar o antigo desejo. Assim nasceu a Win Dogs, que abriga Day Care e hotel cinco estrelas para cães, banho e tosa para diversas raças, trimming, gromming e pet shop, além de Taxi

Estrada de Ipanema, 254 – Santana de Parnaíba (11)4154-7133 windogs.com.br

Dog. Recém-inaugurada, a empresa está instalada em um amplo terreno, próximo ao Colégio Pentágono, que já chegou a abrigar um hotel para cachorros – e até foi palco de um triste acontecimento no passado, quando uma das cachorras hospedadas ali morreu. “Estava tudo mal cuidado, destruído, um horror”, relembra André. Mas bom estrategista que é, ele voltou a apostar seu dinheiro: dobrou o investimento inicial, derrubando toda a infraestrutura original, e reconstruiu tudo do zero para implantar o que houvesse de melhor para o tratamento especializado de cães. O espaço, distribuído em 13 mil metros quadrados repletos de área verde, hospeda mais dois serviços distintos além da Win Dogs, focada nos cuidados mais do dia a dia dos cãezinhos e cãezões. A Win Vets, dedicada a clínica veterinária, e a Win Goldens, destinada à criação da raça golden retriever. Em tempo: a Win Dogs aceita uma quantidade menor de cachorros por vez, para garantir um tratamento mais individualizado. Lá os cães ficam um bom tempo fora dos canis, com treinadores, por conta de uma programação diária de atividades e brincadeiras. “Fiz muita pesquisa nos Estados Unidos e estou seguindo os padrões de lá. Estudei bastante, como fiz quando comecei no pôquer. Busco qualidade, não quantidade”, afirma.

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[ atitude educação ] LIVROS PARA DOAR!

Uma lição de casa muito nobre: cada aluno da Red Balloon é incentivado a doar pelo menos um livro para a campanha Giveaway Week de 2014. A iniciativa já está em sua terceira edição, e toda a garotada da escola tem até o dia 30 de abril para arrecadar o maior número de exemplares possível. Funciona assim: para cada título entregue, o aluno recebe uma pulseirinha como forma de incentivo. Neste ano todos os livros serão doados para a Biblioteca Central de Barueri – em 2013, mais de 500 exemplares foram arrecadados. “Nossa campanha sempre foi interna, mas achamos importante estendê-la para toda a comunidade. Afinal, solidariedade é sempre bem-vinda”, diz Alessandra Storto, diretora da Red Balloon.

Inglês de qualidade A Escola Morumbi agora conta com os serviços de consultoria da Oxx Educação e parceria da Cambridge University Press. Responsável pela orientação e treinamento dos professores da escola, a Oxx Educação também orienta sobre material didático, exame de certificação, controle de qualidade, entre outros serviços. “Essa parceria inédita e exclusiva na região reflete nosso objetivo de proporcionar aos alunos uma formação de excelência internacional no que se refere ao aprendizado da língua inglesa”, explica Isabella Freitas, diretora de comunicação da Escola Morumbi.

Cidadania na prática

Apoio institucional:

MUNDO TECNOLÓGICO A tecnologia está presente nas salas de aula do Grupo UNIPObjetivo. No evento "Sua escola na era do conteúdo on-line", os mantenedores e diretores das escolas conveniadas conheceram os lançamentos tecnológicos do Sistema de Ensino Objetivo. Marcelo Souza, diretor de Tecnologia do grupo, lançou o Conteúdo On-Line, uma plataforma digital para uso dos alunos e professores. Já Almir Brandão, diretor do Centro de Pesquisa e Tecnologia, apresentou as funcionalidades da Lousa Digital Interativa associada ao material didático digitalizado.

Os alunos da escola Castanheiras estão mais atuantes do que nunca. Em março aconteceu a primeira eleição do grêmio estudantil da instituição, GAEC (Grêmio Atuante escola Castanheiras). A diretoria é formada por 15 alunos, e o grupo tem como missão promover ações solidárias na comunidade, como a arrecadação de donativos, campanhas de conscientização e fóruns de discussão que incluem temas como a participação política e juventude. Para o mês de abril, já estão programadas quatro ações do GAEC. Uma delas é o planejamento e a formação dos alunos que participarão de ações solidárias em instituições assistidas pela Castanheiras.

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[ atitude jovem ]

Um menino de 12 anos que toca teclado, guitarra, violão, piano e ainda concilia tudo isso com o canto. Você há de concordar, não é tão fácil achar alguém assim por aí. Aluno da Escola Morumbi, João Pedro Varella já participou de audições da Brotto Music e, no ano passado, venceu a categoria canto do Festival Escola Morumbi. Ah, além do empenho musical – e de algumas canjas em festas de família e amigos –, ele ainda estuda "pra caramba", porque sonha ser engenheiro. E então, alguém duvida?

Ter como ídolo, aos 14 anos de idade, o pianista Frédéric François Chopin é, no mínimo, curioso. Foi uma partitura do europeu que Henrique Frezzatti tocou pela primeira vez em um teclado esquecido em casa, dois anos atrás. “Eu escutei a música e disse: ‘Filho, abaixe o volume do CD’. E ele respondeu: ‘Mãe, sou eu quem está tocando!’. Fiquei assustada e feliz”, relembra Adriana Frezzatti. Depois de 18 meses fazendo aulas de piano (com professor, uma vez por semana, e sozinho, uma hora por dia), Henrique conseguiu o que muitos achariam impossível: a aprovação na Escola Municipal de Música de São Paulo. Apoio institucional:

Romulo Akira Doi, de 18 anos, enche de orgulho os pais, a escola e a gente também. É que ele, ao fazer parte do núcleo de trabalhos sociais da Escola Castanheiras, onde estuda, conheceu o projeto TETO – que constrói casas emergenciais em comunidades de risco. Colocando em uso noções de marcenaria e engenharia, pôs a mão na massa e ajudou a levantar duas casas: uma na comunidade Guarani Tekoa, próxima ao Pico do Jaraguá, e a outra na vila Brasilândia. Uma das condições de participação no projeto era passar o final de semana na comunidade, inclusive dormir e comer. “Hoje tenho clareza de como as diferenças sociais no Brasil são extremas”, diz o estudante.

Acredite, a ilustração aí em cima levou no máximo 40 minutos para ser feita. Rodrigo Franco, de 15 anos, estudante da Red Balloon, é o autor da obra. Quando conheceu a Arca de Noé, aos 5 anos, ele descobriu sua vocação fazendo uma série de desenhos para a história. E foi assim com a Revolução Francesa ou o Descobrimento do Brasil. Agora o jovem desenha casas, museus, praças, cidades e pontes, tudo ambientado com paisagismo e pessoas. Se ele escolherá entre a arquitetura e outras duas áreas de seu interesse (o direito e as relações internacionais), o tempo dirá. Hoje o que ele colhe são os frutos de seus traços talentosos, já premiados em diversos concursos.

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atitude alphaville

Pouco

Ricky Ribeiro

pode

ser

Fundador do portal Mobilize Brasil, referência no tema mobilidade urbana sustentável, mora em Alphaville há 24 anos

muito Pequenos gestos podem gerar grandes resultados. Nesta edição, a campanha Atitude Alphaville traz histórias extraordinárias de pessoas e empresas da nossa região, todas cheias de gentileza e capazes de inspirá-lo a fazer alguma coisa para deixar o lugar onde escolhemos viver mais especial por Jacyara Azevedo

Cole este adesivo no seu carro e mostre que você quer melhorar o dia a dia na nossa região!

“Apesar de não conseguir mais falar, estou me comunicando com muita gente. Mesmo sem mobilidade, estou lutando por uma melhor mobilidade urbana nas cidades brasileiras”

Se fosse possível resumir a história de uma pessoa, a de Ricky Ribeiro estaria contida em duas palavras: boa vontade e dedicação. Um aviso: não coloque o drama pessoal desse rapaz de 34 anos à frente de sua obra. Seu legado é coerente com sua trajetória – com as qualidades citadas acima, pode-se transformar a vida. Eis os fatos. Há seis anos Ricky descobriu sofrer de Esclerose Lateral Amiotrófica, doença degenerativa conhecida como ELA. Até esse ponto, já havia cursado Administração Pública na FGV e se especializado em sustentabilidade, educação e cidadania após um mestrado em Barcelona, pelo “desejo de trabalhar para um bem comum”. O diagnóstico veio depois, e a decisão de não viver em função da doença, em 2011. Quando passou a pesquisar sobre mobilidade urbana (na Espanha ele se locomovia de bicicleta e transporte público), encontrou uma lacuna: concentrar conteúdo de qualidade e relevância sobre o tema, capaz de influenciar políticas públicas. Nascia o Mobilize Brasil, referência no país que fomenta o debate e dissemina uma cultura cidadã – com a ajuda de amigos de Cristina, a mãe incansável no apoio ao filho. “Sonho com uma grande transformação nas nossas cidades, que elas fiquem mais humanas, inclusivas e agradáveis. Comecei o Mobilize, mas a ideia é envolver cada vez mais pessoas até o momento em que eu não seja necessário. O portal trouxe um novo sentido para mim, mais um motivo para seguir lutando pela vida. Apesar de não conseguir mais falar, estou me comunicando com muita gente. Mesmo sem mobilidade, estou lutando por uma melhor mobilidade urbana nas cidades brasileiras”, diz, com a ajuda de um leitor ótico que lhe permite escrever com os olhos e trabalhar 12 horas por dia em seu sonho.

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Márcia Aoun Empresária e moradora do Tamboré ofereceu-se para ajudar uma desconhecida, mostrando que basta uma atitude para mudar o dia de alguém O que você faria se encontrasse esta mensagem no Facebook: “Oi, pessoal. Eu preciso de alguém que leve umas roupas de uniforme para trocar, mas a loja fica no Brás (...) Será que só com motoboy? Obrigada”. A moradora Márcia Aoun fez algo incomum ao ver o tal post de uma desconhecida na tarde de uma sexta-feira, dia 6 de setembro do ano passado, na fan page Alphaville e Arredores. Às 17h05, ela respondeu: “Que rua do Brás? Eu trabalho lá, se for próximo, posso fazer esse favor para você na segunda”. E assim fez. A empresária ainda se deu ao trabalho de desviar o caminho de casa, no Tamboré, para pegar os uniformes com

“Quando a gente se coloca no lugar do outro, faz o que gostaria de receber”

a autora do pedido, Sintia Ciaramicoli Ferraresso Costa, outra moradora da região. “Eu não conhecia a Sintia. Mas estava no meu caminho, só precisei desviar uns cinco minutos. Não custava ajudar”, conta. O gesto repercutiu entre algumas redes sociais. “Acho que enalteceram muito, talvez por não estarem acostumados. Não foi nada demais”, diz, sem afetação nenhuma. Márcia aprendeu a ser solícita por influência do pai, fotógrafo da grande imprensa “sempre disposto a arrumar porta de armário de vizinho”. Quando chegou no bairro, há dez anos, fez questão de levar uma caixa de bombons para sua nova vizinha – embora preferisse ter assado um bolo. “Eu vivo correndo, como todo mundo, não sou perfeita e sei dizer não. Mas sou otimista.” Como gentileza gera gentileza, além de se conhecerem, as protagonistas dessa história receberam de presente uma pizza, enviada pela Casa da Pizza, que se inspirou com o ocorrido.

Jefferson Damião dos Santos Segurança do Alphaville 6, arriscou a vida e salvou sete pessoas (três eram crianças) de um incêndio na casa da família Madrugada do sábado 15 de março. O segurança Jefferson Damião dos Santos, de 26 anos, está quase terminando seu turno no patrulhamento do Residencial 6 quando escuta um grito – naquele instante ele pegaria uma carona com um colega de ronda, Ralf Soares, até a portaria. Eram 5h da manhã. Uma moradora diz à dupla que há muito fogo na casa de sua vizinha de fundo, na Al. dos Ciclames. Os dois correm até o local. “A casa estava tomada de fogo e fumaça, com a porta entreaberta. Em frente, vimos a dona Isabel Pilat toda queimada carregando uma escada. Mulher guerreira, repetia pelo amor de Deus para salvarmos sua família. Aquela cena me chocou”, relembra Jefferson, promovido a segurança há menos de seis meses, em novembro do ano passado. “A gente não tem treinamento para um caso assim. Mas pensei no meu filho (Victor

“Pensei no meu filho. Eu tinha que fazer alguma coisa, não podia ficar parado”

Hugo, de 1 ano e 2 meses). Eu tinha que fazer alguma coisa, não podia ficar parado”, conta. Com a escada nas mãos, o rapaz fez quatro tentativas até conseguir entrar na residência através de uma vidraça lateral quebrada por ele. “Tudo escuro, o teto despencando, as paredes derretendo.” Primeiro Jefferson resgatou um casal de idosos. Depois encontrou duas crianças mais novas abraçadas pelo pai, todo queimado. "O filho mais velho estava na varanda.” Àquela hora, a vizinhança e o restante da equipe de segurança carregavam mangueiras de jardim, roupas molhadas, qualquer coisa para ajudar. “Me chamaram de herói, mas todo mundo está de parabéns. Foi um trabalho em equipe”, ressalta o rapaz, que ficou dois dias internado com intoxicação. As três crianças não sofreram nenhum arranhão. Os pais ainda se recuperam das queimaduras.

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Fernanda Passero Moradora de Alphaville há 27 anos, administra voluntariamente as fan pages Reclamômetro de Alphaville, Trânsito em Alphaville e Indicômetro de Alphaville Insatisfeita com um serviço em um dia qualquer de setembro de 2012, Fernanda pediu para falar com o dono do estabelecimento. Surpresa, percebeu que ele nem imaginava ter aqueles problemas (ele agradeceu-lhe o feedback!). Daí, pintou a ideia: criar uma página no Facebook para intermediar o diálogo entre moradores e empresas do bairro. Hoje o Reclamômetro acumula mais de 4.000 membros. “Mais que reclamar, ajudamos a buscar soluções e até elogios”, diz a funcionária pública. E continua: “Com o tempo, donos ou seus representantes, como o Wal-Mart, começaram a responder às mensagens”. Com a ajuda voluntária de amigos, Fernanda modera mais dois grupos virtuais. Um deles, sobre o trânsito das redondezas, soma mais de 6.000 participantes, e o recém-nascido Indicômetro, aberto há três meses, surgiu da demanda por indicações nos outros grupos. “Aprovamos a entrada de cada pessoa, não aceitamos propaganda e perfis jurídicos. Queremos conversas

entre pessoas”, explica ela, que já conseguiu tapar buracos de rua, aprovar projeto de lei para envolver a opinião pública na confecção das normas da Prefeitura de Santana de Parnaíba e criar uma comissão de moradores que cobra órgãos públicos.

“As crianças da escola aprendem a fazer o bem para alguém com os mesmos sonhos e desejos que elas”

“Respeito se demonstra com atitude. Queremos que o bairro seja bom para todo mundo”

Veja mais histórias gentis no facebook.com.br/revistaveroalphaville

Na próxima edição, vamos apresentar pessoas e empresas relacionadas ao incentivo à cultura. Escreva para nós com a sua sugestão: atitude@vero.com.br

Red Balloon A escola distribui presentes de Natal e ovos de Páscoa na Casa da Criança de Barueri, tudo com a ajuda dos alunos e da família das proprietárias Pense em uma criança retirada de sua casa por sofrer maustratos ou porque via os pais se drogarem ou ainda por ter sido abandonada. Agora imagine o que acontece com ela quando tem a oportunidade de escrever sua cartinha para Papai Noel e ganhar das mãos dele aquilo que pediu. Imaginando a cena, Alessandra Storto e Tarsila Miranda, sócias na unidade da Red Balloon de Alphaville, decidiram engajar a escola e a família para alegrar a meninada da Casa da Criança de Barueri. Há nove anos elas garantem o Natal da turminha. “Cada criança escreve sua cartinha com nome, idade e sonho. Tem carrinho, boneca, chapinha pro cabelo. Quase todas também pedem uma família”, diz Leca. Todo mundo fica feliz. Os alunos, além dos filhos e sobrinhos das empresárias, sentem na prática os benefícios de se engajar. “O marido da minha mãe se veste de Papai Noel, ideia dela. A molecada de casa também se envolve: ‘Mãe, você viu a carinha daquela menina? Ano que vem vou dar meu skate. Por que você não adota um deles?’”, conta. E emenda: “Elas sentam no colo, beijam, agradecem; só de ver a alegria delas já basta. E neste ano teremos novidade, o Coelho da Páscoa vai aparecer por lá!”.

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“Tenho muita preocupação com o futuro da nossa região”

Protógenes Guimarães Um dos primeiros moradores de Alphaville (ele chegou por aqui em 1975), sempre teve uma participação ativa no dia a dia do bairro

MPD Um programa de alfabetização está mudando a vida dos trabalhadores da construtora, que aprendem a ler no canteiro de obras Uma pequena revolução esta acontecendo por trás dos tapumes cobertos de tulipas na esquina da Al. Rio Negro com a Al. Mamoré, em frente ao Alpha 1. Não estamos falando do novo empreendimento da construtora MPD, o Empresarial Amazônia, mas do que acontece no refeitório da obra, às segundas, terças e quartas-feiras, das 17h30 às 20h. Estamos falando da revolução do conhecimento: operários que trocam ferramentas por caderno e lápis para aprender a ler, a escrever e a sonhar com um futuro melhor. “O setor da construção civil é um dos que mais empregam pessoas com baixo nível de escolaridade (dados da Organização Internacional do Trabalho apontam o índice de 33% de analfabetismo no setor). São pessoas que tiveram de trabalhar e ajudar no sustento da família. Percebendo essa realidade, o RH, com o apoio da diretoria, fez um levantamento de quantos empregados não sabiam ler ou não haviam concluído o ensino fundamental. Montamos o curso e abrimos as inscrições do Construindo Letras”, conta Lúcia Meili, diretora de RH da empresa (de casaco branco na foto). O programa começou em 2004 e ganhou ritmo a partir de 2008. A iniciativa já rendeu muitos frutos: mais de 120 alunos, a ampliação das turmas para o ensino fundamental II, o interesse crescente pelos cursos. “O retorno é muito gratificante, motivo de muito orgulho para nossa empresa. Há colaboradores que passaram a ler sozinhos os letreiros dos ônibus ou a escrever cartas para os familiares que estavam longe. Outros assumiram cargos de liderança ou fortaleceram a autoestima, como nossa auxiliar de serviços gerais de 63 anos, Hilda Pereira Santos. Ela está concluindo o Fundamental II muito animada para continuar os estudos”, diz Lúcia.

“Há quem tenha passado a ler sozinho os letreiros dos ônibus ou a escrever cartas para os familiares que estavam longe”

O currículo deste advogado é extenso (ele, aliás, acabou de completar 80 anos de vida, com uma festa para 150 convidados na Muleka). PG, como é chamado pelos antigos moradores do bairro, entre 1987 e 1988 presidia o conselho da Sociedade Alphaville Residencial 2, condomínio onde mora desde 1979. De 1993 a 1996, foi eleito presidente do mesmo residencial. Ele, que sempre se envolveu nas questões do lugar onde vive, também já dirigiu a segurança do local, além de comandar a SIA de 1995 a 1999. Protógenes ainda promoveu ações contra a violação do meio ambiente no bairro e lutou contra o crescimento desordenado da região. "Tenho muita preocupação com o futuro daqui", diz ele, que já chegou a ter 58 parentes vivendo nas redondezas e continua com a agenda cheia.

PATROCÍNIO

APOIO

APOIO ESPECIAL EDUCAÇÃO Escola Castanheiras Escola Morumbi Colégio Objetivo Red Balloon

NESTA EDIÇÃO

PREVISTO PARA

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PREVISTO PARA

AGOSTO

Participe! Leia as matérias, cole os adesivos e seja um voluntário nas ações! Informações: atitude@vero.com.br

ATITUDE ALPHAVILLE EM ÁUDIO E VÍDEO

OU DIGITE TVERO DIGITAL

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atitude alphaville

Hora de agir

As primeiras açþes dos embaixadores da campanha Atitude Alphaville jå estão saindo do papel: Gentileza na Mesa, Virada Rio Negro e Pílula da Alegria Após a primeira reunião de trabalho, quando foram criados os grupos Gentileza, Cultura e Alegria, os embaixadores passaram a se reunir toda semana. Durante três encontros, realizados no estande da Modena Spitaletti, na MPD Store e em cafÊs do bairro, os integrantes discutiram propostas e definiram as primeiras a serem trabalhadas. A seguir, conheça as açþes de cada grupo. Ainda då tempo de você participar e se tornar um embaixador. Veja mais ao lado!

Janine Klein

Yara Cury

Julieta Burke

Marcelo Soares Franceschi

Leticia Baroni

Inaie Cardozo

MAIS

MAIS

MAIS

Lembra aquele tempo em que bater papo com a famĂ­lia ou os amigos em uma mesa de restaurante nĂŁo sofria interrupçþes de celulares ou gadgets do gĂŞnero? Pois as boas conversas podem voltar. É nelas que os embaixadores de Gentileza estĂŁo se inspirando para distribuir displays em mesas de restaurantes da regiĂŁo – com frases do tipo “Vamos conversar #aovivo?â€? ou “Celular: desliga aĂ­, se liga aqui!". Tudo para incentivar moradores e visitantes do bairro a deixar as traquitanas de lado e voltar a interagir com quem estĂĄ ao lado.

“Rir ĂŠ o melhor remĂŠdio", dizem o ditado popular e qualquer pesquisa rĂĄpida pela internet. Os benefĂ­cios incluem relaxar, produzir cĂŠlulas de defesa no organismo, limpar e fortalecer os pulmĂľes, melhorar a digestĂŁo, entre tantos outros (como fazer exercĂ­cio para musculatura facial e combate Ă s rugas). EntĂŁo, nĂŁo se assuste se alguĂŠm lhe entregar uma caixinha da PĂ­lula da Alegria. Os prĂłprios embaixadores vĂŁo se fantasiar de mĂŠdicos, com jaleco, estetoscĂłpio e perucas, para fazer abordagens pelo bairro. Com as pĂ­lulas, vĂŞm bula e recomendaçþes do tipo “Use quando desejar sorrir maisâ€?. Os remĂŠdios, na verdade, sĂŁo balinhas para adoçar o seu dia.

A primeira proposta deste grupo promete parar a principal alameda do bairro. Vem aĂ­ a 1ÂŞ Virada Rio Negro, que ĂŠ dividida em duas etapas. A primeira ação trarĂĄ artistas locais para fazer intervençþes no letreiro ALPHAVILLE, entre a Rio Negro e a Araguaia. Cada letra serĂĄ pintada por um convidado diferente, em carĂĄter colaborativo. A pintura estĂĄ programada para 13 de abril. A primeira fase, prevista para acontecer em junho, inclui a coloração das guias que formam o perĂ­metro ao redor do monumento com a participação das escolas e de seus alunos. AlĂŠm de “brincar de pintarâ€?, haverĂĄ piquenique, apresentação de mĂşsicos, atividades culturais e outras surpresas. Interessados em participar podem entrar em contato pelo e-mail atitude@vero.com.br

GENTILEZA

ALEGRIA

CULTURA

Patricia Ă tina

POR QUE SER UM EMBAIXADOR?

Rui Camargo

A campanha jĂĄ nasce com uma sĂŠrie de açþes garantidas pela VERO, apoiada por patrocinadores. Mas com a força dos Embaixadores, muito mais poderĂĄ ser realizado – e o efeito positivo desse movimento, ampliado. O papel do voluntĂĄrio ĂŠ fundamental. Saiba por que ser um: q &OHBKBNFOUP FN VNB DBVTB DPN HSBOEF WBMPS QBSB OPTTB DPNVOJEBEF q *EFBMJ[BĂˆĂ‡P EF BĂˆĂ–FT DPMBCPSBUJWBT F VOJÇP EF GPSĂˆBT QBSB JNQMFNFOUĂ‚ MBT EF DBNQBOIBT EF TPMJEBSJFEBEF B HSBOEFT F EJWFSUJEBT NPCJMJ[BĂˆĂ–FT EF GPSNB GSFRVFOUF F BNQMBNFOUF EJWVMHBEBT QFMB 7&30 q 0QPSUVOJEBEF EF BVNFOUBS TVB SFEF EF SFMBDJPOBNFOUPT F BHSFHBS BP QPSUGĂ’MJP QSPçTTJPOBM TVB QBSUJDJQBĂˆĂ‡P FN QSPKFUPT QPTJUJWPT QBSB B DPNVOJEBEF q 7BMPSJ[BĂˆĂ‡P QFMB 7&30 EP TFV FNQFOIP DPN HSBOEF FYQPTJĂˆĂ‡P EP USBCBMIP F EP QFSçM EPT &NCBJYBEPSFT OB SFWJTUB F OP 'BDFCPPL

Marcio Amato

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Julieta Burke

Gislane Gandra

Michel Romão

Mariza Cundari Pereira

Andrea Butscher

Daniela Holler

Inaie Cardozo

Erica Aidar

Luciana Zarif Azzam

Daniela Bartoletti

Mario Amaral

Cintia Carrara

Michael Abreu Pinto

Agenor Lima (Bunny Man)

Conheça alguns voluntários que trabalham nas ações para melhorar o dia a dia da nossa região

Patricia Átina

Ana Cristina Fazzio

Rui Camargo

Sandra B. do Amaral

Gisele Ferreira

Luciano Carneiro

Janaina Colponi

Luis Henrique M. Pereira

Marcio Amato

Alex Gaspar

Andrea Sarubbi

André Furlan

José Roberto Tieppo

Conceição Schettini

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publieditorial St. George’s

ST. PATRICK’S DAY

NA ST. GEORGE’S

SCHOOL

Com o programa International Being, a St. George’s School realiza eventos multiculturais para ampliar a visão de mundo dos alunos. Em 21 de março, a escola celebrou o St. Patrick’s Day em Alphaville POR GABRIELA RIBEIRO FOTOS RODRIGO SACRAMENTO

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omum em países que falam a língua inglesa, o dia de São Patrício, celebrado em 17 de março (data provável da morte do missionário irlandês), leva as pessoas às ruas em uma longa caminhada festiva – todas ornamentadas em tons de verde, cor do trevo símbolo da Irlanda. Aqui na St. George’s School de Alphaville, o evento também foi lembrado, mas no dia 21, com os alunos todos a caráter. A atividade faz parte do programa batizado International Being, que, além de eventos culturais, promove discussões, workshops, debates, com o intuito de formar um “cidadão com visão global”. “Além de aprenderem a se expressar em inglês, os alunos precisam ter conhecimento multicultural e visão global. Queremos torná-los cidadãos do mundo!”, explica o diretor da escola, Thiago Contador. O programa conta com dois parceiros de peso na geração de conteúdo: o Discovery Education, do canal de televisão Discovery Channel, e o Newsweek Education, da renomada revista americana Newsweek.

Al. Araguaia, 661 Alphaville – (11)43826303 – atendimento@ stgeorgeschool.com.br stgeorgeschool.com.br

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GENTE

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1 1) Walter Melillo, Renato Ishikawa e Daniel Luxo 2) Roberto Avante, na reunião de corretores da CNL Empreendimentos Imobiliários, no Vínea Alphaville 3) Nah Cardoso 4) Marina Ruy Barbosa e Patricia Bonaldi 5) Mariana Weickert no desfile da PatBo, no shopping JK Iguatemi, em São Paulo

NA SALA DE AULA

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Eloi D’Avila de Oliveira, fundador e presidente do Grupo Flytour, acaba de inaugurar o Instituto EDO, que capacita e direciona jovens profissionais, em parceria com o Senac. De início serão oferecidos dois cursos, um com foco comportamental 3 e base técnica com ênfase em turismo, e o segundo, para formação de auxiliar de escritório. Os estudantes serão escolhidos por processo seletivo. “Essa é uma retribuição a todos os que ajudaram na minha trajetória profissional.”

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GENTE

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1) Cristina Maczka 2) Lilian Bianchini 3) Flávia Brandão e Leila Galiano no lançamento da coleção de cubas, misturadores e acessórios da Florense, em parceria com a Tramontina, em Alphaville 4) Gislane Gandra e Luiz Humberto Mendes Salge na Reunião Ordinária do CONSEG, em homenagem ao dia da mulher, em Alphaville 5) Ana Paula Siebert e Roberto Justus 6) Giovanna Ewbank no lançamento da coleção de inverno da Pop Up Store, em São Paulo

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C • A • D • E • R • N • O

a p oi o

Iniciativa da Revista VERO para o fomento da reflexão sobre temas relevantes em prol de uma sociedade mais criativa, humana e equilibrada

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Todos os meses na VERO. Acompanhe!

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} FLÁVIO GIKOVATE

SOLIDÃO TAMBÉM É BOM pavor da solidão é algo presente em muitos de nós por razões que nem sempre são muito consistentes. Em primeiro lugar, ela costuma estar associada à dor que sentimos nos primeiros tempos depois de uma separação amorosa. É claro que nos habituamos ao aconchego que deriva de uma união, mesmo que problemática. A dor derivada da ruptura não corresponde não à solidão, e sim a uma tristeza que deriva da transição de uma condição para a outra. A solidão corresponde ao estágio posterior, ou seja, ao modo como vivemos depois de ultrapassar essa turbulência, por vezes bem dolorosa, típica de uma transição que, num primeiro momento, nos parece ser para pior. O outro motivo para que as pessoas sintam arrepios só de pensar na ideia de ficar só deriva do que casa com os múltiplos equipamenisso significava até há algumas dé- tos eletrônicos que fomos capazes cadas, quando estar sozinho era de inventar. indício de incompetência, de não Os homens, antigamente muito ter despertado o interesse de nin- pouco competentes para viverem guém com o objetivo de estabele- sozinhos, hoje sabem se virar muicer um elo conjugal. As mulheres to bem na cozinha – é fato que o eram chamadas de “solteironas”, e micro-ondas mudou totalmente a os homens eram objeto de dúvidas qualidade de vida de muita gente acerca de sua virilidade. Esses, en- – e não se sentem mal por ir ao sutre outros, eram estigmas próprios permercado ou cuidar da própria dos que ficavam sozinhos. É fato roupa. As mudanças são dramáque eram poucos os que optavam ticas e aconteceram ao longo de voluntariamente por esse estado, muito poucas décadas, de modo e eles mesmos achavam que o fato que não espanta que muita gente de não ter um parceiro era indício ainda não consiga ver a condide alguma incompetência. ção de solidão como algo alegre e De umas poucas décadas para cá, eventualmente muito mais gratitudo mudou. O número de pessoas ficante do que o convívio, um tanque se casa e se divorcia é muito to forçado, com criaturas com as grande e, em muitas das grandes quais não temos muita afinidade. cidades do mundo, o número de A grande questão é: dada a expessoas que vivem sozinhas che- traordinária melhora da qualidaga a 50% da população. Em São de de vida das pessoas solteiras, Paulo esse número é de mais de livres inclusive para terem pra15%, e todos sabem que o tipo de zeres eróticos sem as limitações habitação que mais se constrói e próprias dos elos sentimentais, o vende hoje são imóveis pequenos casamento tenderá a desaparee centrais, próprios para quem cer? Poderá essa instituição milequer viver só. Hoje não existem nar competir em termos de geraestigmas que marcam os que estão ção de felicidade com a adorável sós, apesar de que a maior parte vida que levam os solteiros? das mulheres ainda prefere ser Penso que o casamento, na verdivorciada a ser solteira (ao menos são que tem ocorrido ao longo houve alguém que as quis como dos últimos cem anos, está com esposa!). As pessoas frequentam os dias contados. Acho que a ideia as festas desacompanhadas sem de complementos, de que um terá constrangimento, viajam em com- que ser a tampa e o outro a panepanhia de amigos ou sozinhas sem la, de que um terá que ter as proressentimentos, vão ao cinema priedades que faltam ao outro, é e se entretêm com facilidade em algo que não resiste ao crescente

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Psicoterapeuta e autor de mais de 30 livros, entre eles Sexualidade sem fronteiras (MG Editores) e Nossa sorte, nosso norte: Para onde vamos? (Papirus 7 Mares). Também é âncora do programa No Divã do Gikovate, na rádio CBN

EDUARDO KNAPP

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prazer que a vida individual vem nos proporcionando. Ou seja, a quantidade de concessões que as pessoas estão dispostas a fazer está diminuindo não só por força de um amadurecimento emocional maior, mas também principalmente porque elas se deleitam cada vez mais facilmente com a vida sozinhas. Quem vive bem sozinho não se dispõe a fazer grandes concessões para viver a dois. Vivemos uma transição, substanciada pelos ditos populares: deixamos de lado a metáfora da “tampa e a panela” e agora falamos em “almas gêmeas”. Isso pressupõe maiores afinidades, semelhanças de caráter, gostos e interesses. Afinidades maiores tornam o convívio mais fácil, com menos concessões, e, de certa forma, determinam um estilo de vida quase igual ao que se obtém vivendo sozinho. Ou seja, o convívio entre pessoas afins determina a possibilidade de uma síntese, de uma aproximação entre a qualidade de vida dos casais e a dos que vivem sozinhos. Assim, acho que chegaremos a um mundo novo, no qual os casamentos existirão, sim, mas serão muito mais respeitosos da individualidade das pessoas. É como se a qualidade de vida das pessoas solteiras se transformasse em nota de corte: os casamentos que forem de qualidade inferior à da vida dos solitários tenderá a desaparecer; sobreviverão os que produzirem uma qualidade de vida melhor ainda!

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} MARIO SERGIO CORTELLA

O NAUFRÁGIO DE MUITOS INTERNAUTAS á mais de um século, o francês Júlio Verne publicou uma de suas mais encantadoras e assustadoras obras, Vinte Mil Léguas Submarinas. Na época do lançamento, 1870, a maior parte das pessoas que tinham acesso a livros dominava minimamente o latim, seja por ser disciplina constante do currículo escolar em muitos países, seja por interesses específicos. Por isso, não ficou estranho que o romancista tenha chamado de Nemo ao enigmático capitão do Nautilus. No correr das ultimas décadas, porém, o latim, que há alguns séculos perdera seus falantes, perdeu a maior parcela dos seus conhecedores e, por conseqüência, no Capitão Ninguém (traduzindo para o português) desfez-se parte da aura misteriosa. Restou, no entanto, para além da força literária dessa precursora fantástica e estupenda ferramenobra de ficção científica, um cará- ta para acesso à informação; no ter premonitório: a possibilidade entanto, transformar informação de as pessoas se extraviarem nas em conhecimento exige, antes de novas incógnitas abissais, embar- tudo, critérios de escolha e selecando, agora, não mais no Nauti- ção, dado que o conhecimento (ao lus, mas, isso sim, em um compu- contrário da informação) não é tador, conduzidas, mais uma vez, cumulativo, e sim, seletivo. por Ninguém. É como alguém que entra numa Ora, cada dia fala-se, mais e mais, livraria (ou em uma Bienal do Lisobre a triunfal entrada da huma- vro) sem saber muito o que deseja nidade na Era do Conhecimento; (mesmo um simples passear): corexalta-se a capacidade humana re o risco de ficar em pânico e com de estar vivendo, a partir deste uma sensação de débito intelecmomento, um período no qual o tual, sem ter clareza de por onde conhecimento será a principal ri- começar e imaginando que preciqueza. Tudo é fonte para o conhe- sa ler tudo aquilo. É fundamental cimento, e a principal delas seria ter critério, isto é, saber o que se a internet. procura, para poder escolher, em Devagar com isso! Não se deve função da finalidade que se tenha. confundir informação com co- Os computadores e a internet têm nhecimento. A internet, dentre as um caráter ferramental que não mídias contemporâneas, é a mais pode ser esquecido; ferramenta não é objetivo em si mesmo, é instrumento para outra coisa. Por isso, há um ditado atribuído aos chineses, no qual se diz “Quando se aponta a lua, bela e brilhante, o tolo olha atentamente a ponta do teu dedo”. O instigante Lewis Carol, na sua imortal Alice no País das Maravilhas, a ser lida e relida, cria dois personagens bem expressivos para entendermos os tempos atuais: um coelho (como nós) sempre correndo, sempre olhando o reló-

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Filósofo e escritor. Este é um trecho do livro Não Nascemos Prontos! (Provocações Filosóficas), publicado pela editora Vozes

CHICO MAX

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gio e sempre reclamando “estou atrasado, estou atrasado”; e um insondável gato que, no alto de uma árvore, tem um corpo que aparece e desaparece, às vezes ficando só a cauda, às vezes só o sorriso. Há uma cena (adaptada aqui livremente) na qual Alice, desorientada, vê o gato na árvore e pergunta: “Para onde vai esta estrada?” O gato replica: “Para onde você quer ir?” Ela diz: “Não sei; estou perdida”. O gato não titubeia: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve...”. Sem critérios seletivos, muitos ficam sufocados por uma ânsia precária de ler tudo, acessar tudo, ouvir tudo, assistir a tudo. É por isso que a maior parte dessas pessoas, em vez de navegar na internet, naufraga…

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} XICO SÁ

QUANDO A MULHER CANTA O HOMEM or mais que tenha se tornado comum em tempos modernos, algumas mulheres ainda têm dificuldade de cantar um homem ou simplesmente fazer um convite para um café, um drinque, um jantar etc. Esse é um dos assuntos corriqueiros nas cartas recebidas por Miss Corações Solitários, a consultora sentimental deste colunista. A situação: a mulher menos atirada – ou menos decidida, como se define – está a fim de um cara. Acontece que ele parece interessado, mas também não se pronuncia, não sai para o jogo, como diríamos em bom futebolês. Que fazer? Perguntar qual é o Face do rapagão e iniciar uma conversa como boriza diante de certas situações, quem não quer nada? Trata-se de também se solta e diz coisas de uma bom começo. que até Deus duvida. No mundo virtual, fica bem mais O problema é que a maioria dessas fácil. Na virtualidade, a mais re- tentativas fica apenas na empolcatada das mulheres, depois de gação do chat do computador ou duas taças de vinho, vira uma do celular. O desejo escorre pelo Luz del Fuego, para citar um ralo do amor líquido e nada aconexemplo de uma libertária mu- tece para valer no bate-coxas da lher brasileira. O mais tímido dos vida à vera. Pena. homens, do tipo que ainda se ru- Nada mais excitante do que levar

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Xico Sá é escritor e jornalista. Autor de Big Jato (editora Companhia das Letras), entre outros livros

CHICO MAX

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uma cantada de mulher. Daquelas diretas. Na lata quente da testosterona. Mas tem homem que (ainda) se assusta, amiga. Uns chegam a julgar como vulgaridade. Como se estivéssemos em 1900 e lá vai pedra. Educado sob o signo da sedução lânguida da mocinha de telenovela ou do cinema americano, o macho latino não está preparado para ser objeto de desejo. Não sabe o que está perdendo. Muitos machos ainda acreditam que, agindo dessa forma, o mulherio moderno esteja apenas repetindo o pior do comportamento masculino. Não creio. Trata-se apenas de um manifesto, diante de um cara que interessa a ela. Seja por uma noite ou seja por mil e uma – o homem somente para transar e o homem para casar. Seja qual for o interesse, uma cantada feminina é muito comovente. Seja para um enrosco imediato e à queima-roupa, seja para dizer um educado “não” camuflado naquele clássico “veja bem...” e outras tantas reticências. Desperte a mulher-pedreiro que existe na argamassa do inconsciente feminino. Não perca tempo, amiga. Nada como segunda-feira sem lei para cantar aquele homem do tempo que fica apenas no chove-não-molha.

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} CARLOS JÚLIO

CONHECER É FUNDAMENTAL, MAS NÃO BASTA requentemente ouço relatos sobre profissionais gabaritados, gente boa de conhecimento, que acaba fracassando em seus empreendimentos. Isso se aplica às mais diversas áreas. É o caso, por exemplo, de cozinheiros que não fazem prosperar seus restaurantes. E de professores cujas escolas não atraem clientes-estudantes. Mesmo empresas e instituições consolidadas, plenas de conhecimento, experimentam situações difíceis. A usina nuclear de Fukushima, por exemplo, era elogiada pela segurança, garantida especialmente pelos saberes técnicos de seus administradores. Em 2011, no entanto, o Japão sofreu com um terremoto seguido dwell, que já tive a oportunidade de tsunami. Em horas, a instalação de entrevistar, talvez tenha uma nuclear viu-se arruinada e arra- resposta para a questão. nhou-se gravemente a reputação Ele costuma dizer que a chave de seus gestores. para as boas decisões não é o coDeixemos de lado o campo da tra- nhecimento em si, mas a compregédia. Por que, com tanto conheci- ensão dele derivada. mento (e um formidável histórico Trata-se, portanto, do saber de acertos), a Microsoft acabou aplicado, daquele que nos perpor lançar um sistema operacio- mite analisar situações específinal tão cheio de problemas como cas e escolher a melhor solução o Windows Vista? possível. Seguindo-se a trilha do revés, en- Vamos a um exemplo concreto. contramos o tradicional Lehman Um bom vendedor, graduado em Brothers, gerido por conceituados administração e marketing, por especialistas numa época em que o exemplo, pode naufragar ao tocar conhecimento acumulado permi- uma loja de presentes em nossa tia que os ágeis robôs do algoritmo Alphaville. definissem as melhores transa- Como? Porque, mesmo com todo ções financeiras. o conhecimento acumulado, pode Pois bem, como você sabe, na onda não compreender as demandas da crise dos subprimes, a tradicio- particulares da clientela. Pode nal instituição foi nocauteada e não determinar seus hábitos e beijou a lona. procedimentos nos espaços coAfinal, como se explica o insuces- merciais locais. so dos competentes? O escritor e Segundo Gladwell, o ideal é que, pensador britânico Malcolm Gla- no trabalho, as pessoas compati-

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Carlos Júlio é consultor, palestrante, escritor e pesquisador no campo da administração de negócios DIVULGAÇÃO

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bilizem a confiança absoluta e a dúvida absoluta. A confiança está associada ao fazer, ao executar, ao movimentar. A dúvida liga-se à investigação prévia, à checagem, à avaliação constante dos processos e às práticas de aprimoramento contínuo. Não nos esqueçamos, portanto, que a administração é, sobretudo, uma ciência humana. O conhecimento técnico, por maior que seja, nunca é suficiente para garantir o pleno êxito de uma operação. Mesmo com toda a tecnologia disponível, ainda podemos interpretar dados de forma equivocada, ainda podemos ser vítimas do imponderável. Exige-se, pois, humildade e sensibilidade no exercício da compreensão. Se você já detém conhecimento, exercite-se para compreender melhor. Duvide. Investigue seu tempo e seu território. É assim que crescemos. É assim que prosperamos.

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} LUIZ FELIPE PONDÉ

PUTIN 10 X 0 OBAMA: GUERRA COMO PARTE DA DIPLOMACIA uando Barack Obama foi eleito em 2008, grande parte das pessoas, inclusive no Brasil, teve orgasmos: ele é lindo, negro, sensível, dança bem com Michelle Obama, é bom pai, superou o machismo atroz do gênero masculino (claro, as feministas achavam que finalmente nascera o “homem-livre-do-homem” com quem elas tanto sonham). No cenário internacional, ele iria resolver as injustiças praticadas em Guantánamo, Cuba (a base americana que mantém um número significativo de suspeitos de terrorismo), dominar Israel, essa fera sem limites no Oriente Médio, e na Europa finalmente um presidente americano aprenderia que o europeus ocidentais estão certos em odiar o capitalismo e criaria o Estado de Bem-Estar social americano. Nos EUA ele instituiria o INSS, abrindo uma nova era de justiça Falou que havia uma “linha versocial, apesar de grande parte dos melha” (armas de gás) e que, se americanos achar que um sistema Bashar al Asad a atravessasse, ele de saúde obrigatório apenas au- invadiria a Síria. Ficou com cara mentaria os impostos e ampliaria de bobo. Putin, por sua vez, coso controle do governo sobre a saú- turou um acordo com seu protégé de – como aconteceu. Obama era o Asad no qual a (quase) devolução Messias com poderes de czar. das armas de gás garantiu que ele Guantánamo vai bem, obrigado, o continuasse a matar sua populaObamacare é um fracasso, os eu- ção com gosto. Obama, e seu parropeus ocidentais estão falidos e ceiros europeus ocidentais, reataas feministas só têm credibilidade ram relações diplomáticas com o em grupos de mulheres chatas. Irã numa velocidade que deixaria Mesmo Camille Paglia, feminista qualquer publicitário vendendo histórica, já sabe que as feministas um produto duvidoso morrendo não entendem nada de mulher. de inveja. Irã, aliado histórico da Já no seu segundo período de pre- Rússia, virou figura confiável em sidência, Obama hoje é mais visto dois dias, como se no mundo real como o Jimmy Carter negro, ou da geopolítica existisse algo chaseja, um incompetente cujos fãs mado “boa vontade”. Na “primaculpam os outros pela sua condi- vera árabe”, esse produto falso do ção de vocacionado unicamente mercado político internacional, a líder de movimento estudantil: Obama de novo falou, falou, mas muita retórica, pouca responsa- pouco fez pra impedir que tudo bilidade, resultados abstratos, in- voltasse ao “normal”, com novos compreensão. No futuro, ele per- nomes no lugar dos velhos, mas manecerá importante pelo único com “significado igual”: matar disfator que o torna de fato impor- sidentes, censurar a mídia, controtante: o primeiro presidente negro lar tudo à vontade. ou afrodescendente. O problema constante da diplomaMas e daí? Um dos algozes de cia de Obama é fingir que diploObama no cenário geopolítico é macia não é agressiva e pragmáWladimir Putin, presidente da tica. Fingir que se faz diplomacia Rússia, este, sim, com poderes e a partir de “boa vontade”, e não de atos de czar (só possíveis em so- interesses e necessidades concreciedades com baixa tradição de- tas. O resultado é que ele fica sem mocrática, como a Rússia). saída na prática. Obama falou muito sobre a Síria. Mas com o episódio Ucrânia/Cri-

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Luiz Felipe Pondé, filósofo, doutor pela USP, pós-doutor pela Universidade de Tel Aviv, colunista da Folha de São Paulo, professor da PUCSP e FAAP, autor de, entre outros, A Filosofia da Adúltera, Ensaios Selvagens (Ed. LeYa)

CHICO MAX

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meia, o caráter de jogador de peteca (por oposição ao de jogador de jogos estratégicos de guerra do Putin) do Obama e seus parceiros ocidentais ficou ainda mais claro. Putin recolocou no cenário diplomático a velha máxima de que a guerra (ou a ameaça dela) é parte da diplomacia. Com um detalhe a mais: Putin teve a seu favor o fato de a maioria esmagadora dos cidadãos da Crimeia demonstrar desde cedo na crise que queira ser “de novo” Rússia (cerca de 60% da população é russa etnicamente). O referendo, com cerca de 90% de aprovação para a anexação da Crimeia pela Rússia, coroou a estratégia de Putin: reconstruir as fronteiras do velho império russo, cujo episódio soviético foi apenas um capítulo curto e fraco em comparação com os séculos anteriores. Obama (e seus parceiros ocidentais, que falam muito e morrem de medo de ficar sem aquecimento no inverno), aparentemente, acreditou que a sociedade do Twitter e do Facebook de fato é um mundo novo, e esqueceu que a Rússia sempre foi uma pedra no sapato e que ela, quando quis, quase sempre venceu a Europa, mesmo que congelando-a ou aos seus exércitos. Putin, sim, entrará para a História; Obama virará uma camiseta, talvez, como Che Guevara, se muito.

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viver alphaville e tamboré

Bodas de rosa O casamento entre a família Amaral e a MPD não é de hoje – a relação já existe há 17 anos. Agora morando no Premium Tamboré, o trio aproveita os benefícios de estar em meio à natureza

Família Amaral: Vera Lucia, Luiz Claudio e a filha Paula, na área livre do Premium Tamboré

VISTA PRIVILEGIADA

por Gabriela Ribeiro foto Nina Amaral

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ra 1997 quando o casal Amaral percorreu todas as opções residenciais na região com um olhar apurado. Segurança, espaço para lazer e proximidade com a natureza estavam entre os itens avaliados. Naquele ano

bateram o martelo por um prédio da incorporadora MPD. “Já moramos no América, localizado na Al. Grajaú, no Alphalife Tamboré, na Av. Marcos Penteado de Ulhôa Rodrigues, e temos uma sala comercial no Office Grajaú.

Todos da MPD”, conta o empresário Luiz Claudio, de 60 anos. Ele conheceu a mulher, Vera Lucia, dona de casa de 62 anos, em 1972. Estão casados há 37 anos. De seus três filhos, a empresária Paula, de 32, é a única a morar com os pais – mas o apartamento vive cheio, afinal, os quatro netos estão sempre por lá.

Patrocínio:

A família mudou-se para o Premium Tamboré recentemente. “Viemos para cá em novembro do ano passado, por causa da localização bem próxima da mata e pela estrutura do condomínio, além de ser um apartamento maior do que o anterior”, explica Vera. Ela, particularmente, é apaixonada por natureza e paisagismo. Por isso, quis ser subsíndica da torre onde mora e responsável pela jardinagem. “A natureza me encanta. É maravilhoso ficar na sacada do meu apartamento admirando a mata em frente. Aproveitamos bastante toda a estrutura, como a piscina coberta. Usamos o local para descansar e praticar atividades físicas”, finaliza.

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USE VOCÊ MESMA!

Quatro grandes tendências deste inverno traduzidas pela nossa stylist e consultora de moda e imagem. Inspire-se… por Flávia Piña assistente Roberto Silveira

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s termomêtros começam a acusar temperaturas mais baixas, e as grifes nacionais já exibem suas coleções de outono-inverno nas vitrines. Preparamos uma matéria especial para ajudá-la a fazer boas escolhas e usar as principais tendências com sabedoria. Quem traduz tim-tim por tim-tim é a personal stylist e consultora de moda e imagem Flávia Piña, que já assinou uma coluna fixa na VERO. Nossa convidada especial, que já trabalhou para labels como Burberry, Furla e Ellus, listou quatro vocações para a época mais fria do ano, todas recorrentes nas passarelas de diversas grifes e estilistas. A partir de agora, ela analisa e explica cada uma delas e dá muitas dicas para você fazer bonito. As novidades estão quentíssimas. Confira!

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MAXIAPLICAÇÕES

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Ultracharmosas, as aplicações de flores e pedraria em escala aumentada surgiram com grande impacto nas passarelas. A tendência, explorada com boa dose de sofisticação, apareceu em peças de lã, denin e tricot. Na onda da maximização, diversos estilistas exploraram essa ideia em saias, vestidos, blusas e suéteres. Um banho de estilo.

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1. Vestido rosê com aplicações de cristais, Patricia Mota 2. Vestido de lã cinza com maxifloral, Vitorino Campos 3. Macacão branco com pedraria e decote profundo, Filhas de Gaia 4. Vestido preto com aplicação, Tuffi Duek 5. Tricot com mangas volumosas e pedraria, Filhas de Gaia 6. Saia de lã midi com aplicação de maxiflorais, Vitorino Campos 7. Long coat de couro com aplicações florais, ELLUS

Na edição de inverno 2014, as maxiaplicações certamente serão uma das tendências mais “queridinhas” das fashionistas. Nada discretas, renovam peças superusadas como o jeans. Vale apostar nos suéteres e tricots com pedraria. Desejo instantâneo!

atenção Aplicações funcionam como estampas ou textos escritos nas peças. Ou seja: quem não quer chamar atenção para uma área específica do corpo (o quadril, por exemplo) deve tomar cuidado com aplicações nessa área, em calças ou saias. Também vale evitar os exageros. Um detalhe desse tipo já funciona por si só para destacar o look.

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BERRY OU RED HOT

Dominante, em especial nos desfiles de São Paulo, o vermelho veio rever a crença de que produção monocromática deve ser neutra. Em uma gama variadíssima de tons e nuances, surgiu em looks inteiros (por vezes incluindo o sapato), em degradê ou mixes de claro e opaco ou escuro e vibrante. A proposta apareceu em inspirações londrinas, school girls e étnicas, também em parceria com o preto. Para dar adeus à monotonia!

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dica

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1. Top cropped e saia de cintura alta vermelha e preta, Coca-Cola Clothing 2. Vestido-jaqueta utilitário, ELLUS 3. Vestido total red fluido midi com cintura marcada, Fernanda Yamamoto 4. Vestido midi minimalista, Alexandre Herchcovitch 5. Vestido transpassado com estampa étnica, Tufi Duek 6. Tom sobre tom com maxijaqueta, 2nd Floor

Muitas mulheres ficam reticentes em optar por uma cor tão chamativa num look inteiro. Aposte em combinações com o preto, que, além de chiquérrimas, são mais suaves. Analise qual intensidade de vermelho harmoniza melhor com seu tom de pele. Para as morenas, tonalidades fechadas e vinho ficam incríveis.

atenção A combinação pode ficar pesada em pessoas de tons uniformes, caso das loiras de olhos claros e pele branquinha. É desaconselhável aumentar o contraste com uma terceira cor, como o branco. E cuide dos sapatos e acessórios – melhor neutralizá-los. Por fim, na vida real, unhas e batom na mesma coloração ficam pesados!

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Loja exclusiva Gloria Coelho Alameda Rio Negro, 1033 – Alphashopping – loja 16C (11)4193-2067 2014 | ABRIL | VERO | 83

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1. Short, top cropped e casaco longo, Colcci 2. Conjunto em patchwork de diferentes lavagens, Coca-Cola Clothing 3. Vestido cintura marcada, Alexandre Herchcovitch 4. Conjunto de bermuda e blusa, Alexandre Herchcovitch 5. Jardineira com alças em couro, ELLUS 6. Calça clochard e blusa azul clarinho, OhBoy!

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JEANS TOTAL

A democracia do jeans, presente há décadas em todo o mundo, parece ter ganhado ainda mais força neste inverno. O material reinou absoluto em quase todos os desfiles da temporada de frio de 2014. Houve espaço para diversos tipos de lavagens, desde as azuis clarinhas até as acinzentadas e as mais escuras. Seja bordado, seja com tiras de patchwork ou matelassê, o tecido foi escolhido para confeccionar vestidos, macacões, calças de cintura alta. Tudo bem que o jeans nunca saiu de moda, mas não é sempre que uma gama tão interessante de opções de cortes e modelagens aparece. Portanto, aproveite a oportunidade.

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dica Entra estação, sai estação, as calças flare ou skinny são facilmente encontradas nas araras das lojas, não é mesmo?! Para sair do trivial, invista nas peças diferentes. Uma jaqueta jeans com aplicação de bordados ou uma peça em patchwork podem ser joias no guarda-roupa. Então, aproveite o novo fôlego para ousar.

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atenção

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Tendência da estação ou não, o jeans não fica totalmente liberado para ambientes mais sisudos. Algumas empresas fazem restrição ao tecido por conta da casualidade que ele imprime ao visual – pouco importa se a peça tiver lavagem escura e corte de alfaiataria. Nesses casos, siga o dress code do lugar onde trabalha.

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METALIZADO

dica

Pouco importa se for dourado, prateado ou bronze. Os tons metalizados não são nada discretos a partir de agora. Em tecidos diferentes (em especial no couro), os metálicos surgem em looks casuais e de festas, cheios de recortes e aplicações. Muitos estilistas usam e abusam das tonalidades durante o dia e a noite. Seja como for, os metais agregam certo glamour às produções mais sóbrias típicas do inverno. Aproveite.

Usar sem moderação pode ser perigoso. Não erra quem tirar os metalizados do armário quando o sol for embora. Se quiser ousar no ambiente profissional, use em cardigans ou sapatos – calça de couro dourada no trabalho pode ser too much. A tendência cai bem na hora da festa. Além de chique, foge do pretinho básico...

atenção Escolha bem o tecido! Não há nada mais perigoso que um metalizado no lugar errado. Aposte no couro, sempre um ótimo aliado. Apesar de ser superbem-vindo em acessórios e botas, looks total metal podem ser um exagero. Continua valendo aquele conselho de ouro: menos é mais.

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1. Conjunto de couro, Patricia Motta 2. Vestido transpassado com transparência e comprimento midi, Tufi Duek 3. Vestido de tiras aplicadas ao tule transparente, Reinaldo Lourenço 4. Look total prata, com vestido e maxi casaco tom sobre tom, Sacada 5. blusa dourada combinada com saia de fenda e basque, Reinaldo Lourenço

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Contatos 2nd Floor, tel. (11)3061-2900, SP. Alexandre Herchcovicht, Rua Melo Alves, 561, tel. (11)3063-2888, SP. Coca-Cola Clothing, tel. (47)3247-3000, SC. Colcci, tel. (47) 3247-3000, SC. Ellus, tel. (11) 3061-2900, SP. Fernanda Yamamoto, Rua Aspicuelta, 441, tel. (11)3032-7200, SP. Filhas de Gaia, Fashion Mall, Estrada da Gávea, 899, São Conrado, tel. (21)3322-7015, RJ. Oh, Boy!, tel. (21)3816-1381, RJ. Patricia Motta, tel. (11)3068-2000, SP. Reinaldo Lourenço, Rua Eugênio de Medeiros, 476, tel. (11)6813 8821, SP. Sacada, Rua Oscar Freire, 720, tel. (11)3081-1618, SP. Tufi Duek, Rua Oscar Freire, 916, tel. (11)3085-6269, SP. Vitorino Campos, tel. (71)3242-4196, BA.

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SONIA IGLESIAS por Gabriela Ribeiro foto Rogério Alonso

A empresária de 56 anos, moradora de Alphaville há 24, formou-se em quatro faculdades: Administração Hospitalar, Direito, Comunicação e Marketing. Hoje ela administra a indústria de autopeças da família, em Guarulhos, mas dedica boa parte de seu tempo para resgatar e tratar animais de rua, encontrando um lar seguro para eles.

"Cresci em uma casa de 'gateiros' e 'cachorreiros'", ri Sonia, agarrada ao cão Chico – ele mora na casa da empresária desde que foi resgatado na Av. Paulista, há três anos. Chico (na foto) vive por lá junto de outros três companheiros de quatro patas, mas, pelas contas de Sonia, mais de mil animais já passaram pelas suas mãos. A dedicação começou quando ela tinha 15 anos e, por gosto, se voluntariou na UIPA (União Internacional de Proteção aos Animais). Até abrigo para bichos abandonados ela mantinha em Guarulhos, anexo à empresa da família. "Quatro anos atrás, um temporal destruiu tudo. Perdemos casinhas, medicamentos, roupas”, lamenta. Calma, os 25 cães sobreviveram! E tomaram conta da quadra de esportes instalada no terreno de sua indústria. Seu grande aprendizado ao longo da vida? “O amor imenso que os bichos oferecem pode transformar o coração de uma pessoa”, finaliza. 100 | VERO | ABRIL | 2014

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