Revista VERO | Abr/2015

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CONSUMO COMPARTILHADO NegĂłcios em que a mĂĄxima ĂŠ dividir os bens, em vez de comprĂĄ-los pĂĄg. 22 A

ROTA DO VINHO 86 $ . '* $. para aprender e apreciar a bebida pĂĄg. 10 B

o homem que nĂŁo copiava Ele preferiu o teatro e o rĂĄdio ao glamour das novelas. Agora Dan Stulbach encara a pressĂŁo de reinventar o CQC pĂĄg. 30A








EDITORIAL VERO DIRETOR

- *. " *55$ b ( - *.Ŷ1 -*X *(X - GERENTE * -/ 0-' ) b -* -/ !0-' )Ŷ1 -*X *(X - EDITOR EXECUTIVO #$ * 3 b #$ *( 3Ŷ1 -*X *(X EDITORA # µ. )/Iŷ) b /# $.Ŷ1 -*X *(X REPORTAGEM -$ ' $ $-* b - +*-/ " (Ŷ1 -*X *(X - DESIGN Chico Max (direção), Janaína Diniz (designer) e Eduardo Prieto (assistente de arte)

Diferenciado AQUI na VERO, sempre buscamos uma personalidade de destaque para a nossa capa. Nesta edição, não poderia ser diferente. Ou melhor, só podia ser diferente. Pois é assim que Dan Stulbach se define: um ator completamente diferenciado. Tanto que, em toda a sua trajetória, ele fez o caminho inverso, fugindo dos holofotes e buscando a "instabilidade". Depois de fazer sucesso numa novela das 21h na TV Globo, ele abriu mão de um contrato com a emissora para se dedicar ao teatro e ao rádio – que nunca tinha feito antes. Agora, depois de conquistar uma posição estável como apresentador no GNT, ele resolveu ousar mais uma vez. Mesmo diante da pressão de elevar os índices de audiência e não imitar o

apresentador anterior, ele assumiu a bancada do CQC e promete deixar sua marca por lá (confira na página 30A). E já que o assunto é instabilidade, na página 18A reunimos alguns exemplos de empresas que podem revolucionar o capitalismo. Trata-se de negócios de economia compartilhada. Aqui a máxima não é ter bens, e sim compartilhá-los. E todo mundo ganha: quem oferece o seu bem e arrecada um extra e quem usa os objetos do outro – e consegue aumentar, assim, seu poder de barganha. É com este espírito que a gente espera que esta edição chegue a você: ser sempre diferente, buscar novos desafios e surfar na onda das inovações.

Entenda os 3 cadernos: caderno A : neurônio VERo

Entrevistas exclusivas e matérias relacionadas a temas relevantes como ética, comportamento, empreendedorismo e urbanidades, além de colunistas de peso

CIDADES | ATITUDE COMPORTAMENTO | PERSONA ÉTICA EMPREENDEDORISMO

caderno B: local vero

Aqui você poderá ficar por dentro de assuntos que têm impacto direto na região e ver roteiros exclusivos com dicas do que há de melhor na programação do mês

caderno C: promo vero

Um guia de consumo, serviços, saúde e promoções

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COLUNISTAS Bob Wollhein, Carlos Julio, Flávio Gikovate, Julio Lamas, Luis Felipe Pondé, Mário Sérgio Cortella e Xico Sá COLABORADORES DE TEXTO Camila do Bem e Jacyara Azevedo FOTOGRAFIA Ateliê Amarelo, Thiago Henrique e Zé Gabriel FOTO DA CAPA Chico Max REVISÃO 3GB Consulting PRODUÇÃO GRÁFICA Daniel Vasques COMERCIAL Fernanda Junqueira, Maria Dulce Toledo (assistente), Marília Genari, Priscila Orenstein (marketing), Pupi Serra e Thiago Soler ATITUDE ALPHAVILLE Janine Klein (coordenadora) e Isabella Magalhães (estagiária) FINANCEIRO – SAFE BACK OFFICE Andrea Rodrigues (gerente), André Bucater (atendimento), Lilian Merçon (assistente financeira), Weslley Damasceno (auxiliar financeiro) e Gleice Silva

EDITORA LAGE

OrgâniCo Working Alpha Square Mall Av. Sagitário, 138, loja 72, Alphaville, Barueri/SP (11) 4195-9666 vero.com.br CTP, IMPRESSÃO E ACABAMENTO Gráfica Log & Print 20 mil exemplares


30 Dan Stulbach fala da sua trajetória como ator, radialista e, agora, como apresentador do CQC: "É uma possibilidade de arriscar. Me pareceu um desafio interessante"

10 Intervenções culturais no Largo da Batata resgatam a relação das pessoas com o espaço público

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Empresa criou um copo que tem sementes em sua composição: depois de usado, ele pode ser plantado Como Marina Prado, jornalista, e Tatiana Pascowitch, publicitária, se deram bem vendendo flores

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10Atitude | 14Novos Talentos | 16Julio Lamas | 18Empreendedorismo | 20 22Economia do compartilhamento | 26Bob Wollheim | 28Carlos Júlio | 30Dan Stulbach | 38Gikovate 40Xico Sá | 42Ética | 44Cortella | 46Pondé | 48 50Persona


ATITUDE

#cidades #intervenções #colaborativo

DIVULGAÇÃO

QUE TIPO DE INTERVENÇÕES ACONTECEM NO LARGO? Desde janeiro de 2014, já fizemos mais de 60 intervenções no Largo da Batata. Temos um calendário colaborativo no site. Então as atividades são as mais diversas possíveis. Nesse período, o Largo já recebeu shows, palestras, rodas de conversa para discutir temas específicos e oficinas como a de marcenaria. Não existe regra, alguns levam jogos de tabuleiro, por exemplo. O importante é propor atividades que possam ser realizadas em grupo.

SE ESSAS RUAS FOSSEM MINHAS...

Grupo propõe intervenções culturais no Largo da Batata e muda radicalmente relação das pessoas com o espaço público Imagine um site totalmente colaborativo, em que qualquer um pode promover um evento cultural, aberto e ao livre. Esse site já existe há pouco mais de um ano, desde que a arquiteta e produtora cultural Laura Sobral reuniu amigos e familiares para a primeira das muitas intervenções que aconteceriam no Largo da Batata, nos meses seguintes. Laura chegou a duas conclusões: a primeira, mais óbvia, de que o espaço público era de todos; a segunda, que às vezes não nos damos conta, de que só dependia dela, e dos demais moradores

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no bairro, aproveitar melhor aquele espaço para promover essas atividades. O site nasceu, então, para facilitar a organização dos encontros. Mas a revitalização mesmo – para que todo mundo quisesse usar as ruas – veio de todos os lados: mobiliário urbano, por exemplo, foi doado por simpatizantes da causa. Todas as sextas, às 18h, o grupo se reúne para discutir as mudanças nas atividades culturais e educativas que vêm acontecendo por lá. O calendário colaborativo pode ser acessado pelo site http://largodabatata.com.br.

AS ATIVIDADES SÃO PARA UM PÚBLICO ESPECÍFICO? O espaço é público, e as intervenções são variadas, então não há nenhum tipo de restrição. A maior parte do nosso público é composta por pessoas que moram perto e que também têm interesse em ver o espaço utilizado da melhor forma possível. Mas o quórum varia muito, depende do tempo – no frio o público é menor – e do que vai acontecer no dia. Organizamos uma festa junina que teve cerca de 2.500 pessoas. QUAL A IMPORTÂNCIA DE PROPOR ATIVIDADES ASSIM NA CIDADE? São Paulo está cheia de lugares assim, públicos e, de certa forma, abandonados. Quando a gente vê de fora, só pensa que é feio, sujo e violento. Quando você faz parte daquele meio, percebe que não é bem assim. Para mudar um espaço, é preciso criar um vínculo entre ele e os frequentadores, e isso não acontece de uma hora pra outra. Nossas intervenções são regulares, para que haja essa troca e a transformação seja mesmo possível. É simples, não precisa de nenhum tipo de autorização, e todo mundo se diverte.


PASSE LIVRE

Desde dezembro de 2014, Maricá, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, é o primeiro município brasileiro com mais de 100 mil habitantes a oferecer ônibus gratuito. A prefeitura fundou a Empresa Pública de Transportes (EPT) e instituiu o passe livre para todos. Os ônibus gratuitos ainda demoram um pouco para passar – em média, de 40 em 40 minutos, enquanto os pagos passam de 20 em 20 minutos –, mas a prefeitura garante que isso vai melhorar quando a frota estiver completa. Os recursos para manter esse sistema são provenientes da verba a que o município tem direito em função dos royalties do petróleo.

CHINA USA ÁGUA DO MAR PARA DESCARGAS

Vem da China uma boa ideia para economizar água potável. Por lá, desde 1958, 80% da população dão descarga usando somente água do mar. No Brasil, de acordo com a ONG Waterwise, usamos água potável para dar descarga, e isso corresponde a 30% e 70% do consumo hídrico das casas e prédios, respectivamente. Ou seja, água limpa que vai descarga abaixo. Em Hong Kong, para viabilizar a iniciativa, o governo construiu 35 estações de transmissão e 1.500 km de tubulações que levam a água do oceano direto para as descargas das casas. A intenção é ampliar o sistema e atingir 100% das residências em alguns anos.

MEDIDOR INTELIGENTE

A fim de diminuir o desperdício de energia elétrica, a startup GreenAnt, que vive de soluções para o uso eficiente de energia, criou um medidor inteligente que, ao ser instalado de maneira simples na caixa de disjuntores da residência (ou do escritório ou da empresa), é capaz de coletar seus dados de consumo geral e divididos por equipamentos eletroeletrônicos. Os dados são exibidos numa plataforma online que os compara com os gastos do seu bairro ou cidade, lhe dá dicas de como economizar e alcançar suas metas mensais de conta de luz e, ainda, emite alertas quando algum aparelho começa a sair do seu padrão de consumo habitual. Para viabilizar o projeto, a empresa desenvolveu o aparelhinho em parceria com o laboratório GIGA, da PUC-Rio. Os produtos devem estar à venda em breve. É possível fazer reserva no site greenant.com.br.

HOTEL ABRIGA CÃES DISPONÍVEIS PARA ADOÇÃO

SHUTTERSTOCK

Já imaginou chegar em um hotel para se hospedar e ser recepcionado por um cãozinho em busca de um lar? Essa é a proposta criada por uma parceria entre o hotel Aloft e a ONG Charlie’s Angels Animal Rescue, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. A ideia é que os turistas possam se apaixonar pelos animais disponíveis para adoção durante sua estadia e façam o check-out com um novo membro na família. A iniciativa surgiu quando, há seis meses, um funcionário do hotel viajou ao lado de uma voluntária da ONG. No avião, eles conversaram sobre adoção e a dificuldade para encontrar um lar para os animais. Dessa troca, veio a ideia de levar os cães para passar uma temporada no estabelecimento, que sempre permitiu a presença de pets. Os hóspedes que expressam o desejo de adotar um dos cachorros precisam entrar em contato com a ONG e passar por todo o processo de adoção. Desde que foi implementado, 20 cães encontraram um lar permanente.

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JÁ PENSOU EM TROCAR PEDALADAS POR DIAS DE FOLGA?

FIM DAS GARRAFINHAS PET

No Ministério Público Federal de Pernambuco, desde março – quando começou a valer a portaria 46/2015 –, quem abre mão do carro para ir trabalhar ganha dias de folga! A cada 15 dias usando a bike como meio de transporte para ir ao trabalho, um dia de folga no mês. A medida, de autoria do procurador da República Rafael Ribeiro Nogueira Filho, funciona à base de fiscalização. Para ganhar o benefício, os funcionários devem estacionar as magrelas dentro do edifício-sede da Procuradoria e assinar declaração com o vigilante do estacionamento, atestando que foram de bike. Antes da medida começar a valer, a Procuradoria de Pernambuco instalou vestiários no prédio, para que os ciclistas possam tomar uma ducha e trocar de roupa quando chegam ao trabalho. Nogueira Filho pretende expandir a iniciativa a todas as Procuradorias do Brasil.

SAMU PRA BICHOS

Depois de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é a vez de Santana de Paranaíba, em São Paulo, solicitar uma ambulância para atendimento veterinário de animais abandonados nas ruas que são vítimas de ocorrências como atropelamentos. Em Florianópolis, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Veterinário (Samuvet) já existe desde setembro de 2014. Já em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, o Samu dos bichinhos começou a operar em janeiro. Em Santana, o veículo foi solicitado ao governo do estado no mês de março, pelo vereador Ronaldo Santos, que garante que os animais resgatados pelo carro terão o tratamento continuado pelo Centro de Zoonozes da cidade.

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SHUTTERSTOCK

São Francisco, na Califórnia, é a primeira cidade dos Estados Unidos a banir as garrafinhas plásticas. A ideia é que, no começo, os estabelecimentos sejam proibidos de vender garrafas plásticas menores que 600 ml e, gradativamente, que elas sejam completamente extintas da área. A estimativa é que nos EUA – um dos países que mais produzem lixo no mundo – são utilizados 50 bilhões de garrafas plásticas por ano, e menos de 30% delas são reciclados. Mais: para produzir todas essas PETs, eles utilizam 17 milhões de barris de petróleo por ano – o suficiente para abastecer um milhão de carros. A cidade já tinha abolido sacolas plásticas e embalagens de isopor como meta para atingir o lixo zero até 2020.

COPATROCÍNIO

REALIZAÇÃO

Participe! Leia as matérias e faça parte do movimento por uma região cada vez mais gostosa! Saiba mais na página 22B Informações: atitudealphaville.com.br

Conhece outras iniciativas positivas, na nossa região ou em outras cidades, para deixar a vida das pessoas melhor? Indique para atitude@vero.com.br


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TALENTOS

#cinema #ciência #negócios

COISA DE GENTE PEQUENA

FOTOS DIVULGAÇÃO

Crianças talentosas descobriram que não é preciso crescer para aparecer. Conheça as histórias!

É DO BRASIL! O paulistano Pietro Lago, de 17 anos, foi um dos vencedores do festival de cinema de San Luis Obispo, nos Estados Unidos, realizado em março. O estudante teve o curta O Grande Mágico, que foi produzido, editado e dirigido inteiramente por ele, eleito como melhor filme na categoria Filmmakers of Tomorrow Showcase, que é dedicada a jovens talentos do cinema mundial. "É um filme que fala do amor incondicional, do cuidado, da dor e do medo de perder alguém que se ama de forma tão profunda", explica Pietro, que já está tentando uma vaga em uma universidade francesa para cursar cinema.

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A ESTUDANTE Amy O'Toole, de 12 anos, descobriu que não precisava esperar para ser cientista quando crescesse. Junto com seus colegas de escola, em Blackawton, no Reino Unido, ela criou o projeto Abelhas de Blackawton, a fim de comprovar que existe semelhança na forma de pensar de humanos e abelhas. Orientado pelo neurocientista Beau Lotto, a experiência, que confirmou a tese, virou um artigo científico que foi baixado 30 mil vezes no primeiro dia da publicação, e ainda teve destaque na revista Science, uma das mais respeitadas do mundo. Em 2012, Amy foi a pessoa mais jovem a se apresentar no TED – organização sem fins lucrativos dedicada ao lema “ideias que merecem ser compartilhadas”.

O QUE você sente quando vê uma foto de crianças sendo escravizadas? A americana Vivienne Harr, de 10 anos, ficou não só horrorizada, mas também tomou pra si o lema “compaixão não é compaixão sem ação”. Três anos atrás, ela começou a vender limonadas, o que é bem comum por lá, mas o dinheiro tinha um destino diferente: ajudar organizações que lutam pelo fim do trabalho infantil. Vivienne conseguiu arrecadar US$ 100 mil, mas isso não bastou. Ela tornou sua bebida um negócio. Hoje a marca de limonada Make a Stand é vendida em redes de supermercados nos Estados Unidos, e 5% do lucro de cada garrafinha são doados para instituições.

REALIZAÇÃO


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SER URBANO

#obesidade #vidasaudável #planejamento

Redesenhar a cidade também para emagrecer EM 2007, quando o republicano Mick Cornett, prefeito de Oklahoma City, lançou, na frente da jaula dos elefantes do zoológico municipal, uma campanha ousada para promover uma dieta coletiva entre seus habitantes, a cidade ocupava a 15ª posição no ranking de fatores para a obesidade nos EUA, segundo a revista Men’s Health. Inclusive o próprio Cornett era um dos contribuintes para essa estatística. Com 1,82 m de altura e pesando cerca de cem quilos, seu Índice de Massa Corporal (IMC) estava no limite entre o “acima do peso” e o início da obesidade (30,19 kg/cm²). O ato simbólico surtiu o efeito desejado. Cinco anos depois e com 47 mil inscritos no programa This City is Going On a Diet (na tradução, “Esta cidade está entrando em uma dieta”), a capital do estado de Oklahoma anunciou a perda compartilhada de 500 mil toneladas. A conquista contou com o apoio de empresas e também de redes de fast-food – caso do Taco Bells –, que competiam para saber qual perderia mais peso entre os seus funcionários. O equivalente a cem elefantes mais magra, a cidade se tornou um exemplo de combate à obesidade nos EUA e criou um fundo de US$ 970 milhões para o seu replanejamento urbano com o aumento de um centavo nos impostos dos produtos considerados junkie foods. Perder quilos era apenas a primeira

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parte do projeto da prefeitura para tornar os habitantes menos sedentários. Assim como ter pratos tradicionais como frango frito e torta de pecã, uma das características que contribuíram para a obesidade em Oklahoma City é o seu planejamento que estimula o uso do carro particular. “Eu me dei conta de que tínhamos construído uma qualidade de vida ótima aqui, mas só se você está em um carro”, disse Cornett em uma entrevista. Hoje, apoiado pela população e o setor privado, Cornett amplia esse estilo de vida mais saudável aplicando em investimentos públicos voltados para a mobilidade de pedestres e ciclistas. Desde 2012, a cidade tem criado ciclovias, calçadas mais amplas e trilhas, além de um novo parque e um sistema de bonde na sua área central. Como em muitas cidades, a cultura do carro particular foi priorizada durante décadas em detrimento de modais alternativos que gastam mais calorias, como caminhar e pedalar. Com efeito, em 2008, a cidade foi eleita pela mídia especializada em saúde a “pior cidade para andar nos EUA”, ao mesmo tempo em que a epidemia de obesidade atingia 32,5% dos adultos de seu estado, de acordo com o Trust For America’s Health. Um ganho de peso significativo em relação a 1990, quando 10% da população sofriam com a doença. O prefeito, ele mesmo 20 kg mais magro agora, afirma que o sucesso da

campanha de conscientização sobre a obesidade ajudou a conquistar a aprovação política dos eleitores para redesenhar a cidade para as pessoas, e não para os carros. Até o final do ano que vem, Oklahoma City pretende colocar em prática um novo Plano Diretor que cria mais espaços para a locomoção sem carro e áreas verdes para esportes e lazer. Segundo Cornett, a ideia é também atrair mais jovens talentos com a perspectiva de uma vida mais sustentável e saudável. Nos EUA, onde 70% da população estão acima do peso recomendado e são gastos US$ 93 bilhões anualmente com tratamentos de doenças relacionadas, segundo a publicação científica Lancet, um planejamento para combater a contribuição do automóvel para o sedentarismo é bem-vindo. Seria bom também considerar esse benefício urbanístico nas metrópoles brasileiras, onde 58% da população estão acima do peso. Apenas na “carrocêntrica” capital paulista, o Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da USP estima que 66,3% das pessoas estejam com sobrepeso, sendo 30% delas obesas.

Quer comentar esta coluna? neuronio@vero.com.br

JULIO LAMAS é colaborador do National Geographic Brasil e do portal Planeta Sustentável



EMPREENDEDORISMO

#inclusão #startups #feiras

COMO FOI O INÍCIO DA SEM BARREIRAS? Tinha muita vontade de empreender, mas queria conciliar o lucro com a geração de um impacto social positivo. A ideia surgiu de uma conversa com o meu pai e mentor, Nuno Lopes Alves: ele contou que a empresa que comandava tinha dificuldades na contratação de portadores de deficiência para atender a Lei de Cotas. Era a oportunidade que procurava para gerar impacto positivo com a inclusão desse público no mercado de trabalho e auxiliar as empresas.

PELO FIM DOS OBSTÁCULOS

Jovem empresário cria empresa para promover inclusão de portadores de deficiência no mercado de trabalho Formado em Comunicação Social pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), João Lopes Alves, 29 anos, chegou a trabalhar com publicidade e marketing com empresas de médio e grande porte. Apesar do êxito na profissão, ainda lhe faltava algo. Seu objetivo maior sempre foi empreender no campo social – e assim poder conciliar o lucro com impacto positivo. De uma conversa com seu pai surgiu a ideia: auxiliar portadores de deficiência a entrar no mercado de trabalho pela porta da frente – segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa parcela representa 23,9% da população brasileira. Em 2011, com o diploma de pós-graduação em administração de novos negócios, deu forma ao sonho. Fundou a Sem Barreiras, que já inseriu mais de 500 pessoas com deficiência no mercado de trabalho em todo o Brasil. Confira a entrevista!

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A SEM BARREIRAS, ENTÃO, É UMA EMPRESA QUE AJUDA PESSOAS, NÃO UMA ONG. COMO VOCÊS GANHAM DINHEIRO? Oferecemos um portfólio de consultoria às empresas, e a partir da necessidade de cada uma, seguimos com o processo de recrutamento, seleção e capacitação. Há também análise de acessibilidade física e tecnológica, para saber se as companhias precisam fazer adaptações em suas instalações para receber o novo funcionário. E PARA AS PESSOAS A CAPACITAÇÃO É GRATUITA? É ABERTA A TODOS? A capacitação é gratuita para portadores de deficiência de todo o Brasil. As capacitações acontecem de forma contínua, e sempre temos turmas abertas. Para se inscrever, basta acessar o sembarreiras.com.br. Podem ter acesso ao projeto todas as empresas que queiram empregar e todos os portadores de deficiência que queiram uma colocação. Nosso objetivo é incluir de forma efetiva e quebrar as barreiras físicas, culturais e tecnológicas que impedem isso. Já inserimos mais de 500 pessoas no mercado de trabalho.


CREME PARA REMOVER TATUAGEM

O estudante Alec Falkenham, da Universidade de Dalhousie, no Canadá, está desenvolvendo um creme, de baixo custo, para a remoção de tatuagens. O produto inovador libera uma droga no organismo que elimina apenas as células coloridas pela tinta, sem danificar o tecido ao redor. O creme, na verdade, acelera um processo natural do corpo de substituição das células. O Bisphosphonate Liposomal Tattoo Removal (BLTR) – como foi batizado – é menos invasivo que os atuais procedimentos de remoção a laser e não precisa de supervisão médica. O preço ficará em torno de 4,50 dólares. Ainda não há previsão de lançamento.

GOOGLE PROMOVE FEIRA VIRTUAL DE CIÊNCIAS Estudantes podem concorrer a prêmio de US$ 50 mil Até 19 de maio, estudantes de 13 a 18 anos podem inscrever seus projetos de pesquisa na quinta edição da Google Science Fair – uma feira de ciências totalmente virtual, que inclui hangouts com especialistas e uma final presencial, na sede da empresa, na Califórnia, Estados Unidos. Além do Google, marcas como Lego e National Geographic também participam da feira. Os projetos, individuais ou em grupo, podem ser dos mais variados – de um experimento de astrofísica a algo com impacto social. É preciso enviar pela internet uma apresentação e postar um vídeo no YouTube, acompanhado de autorização do responsável. A premiação principal é uma bolsa de US$ 50 mil para investir no projeto com auxílio de um “googler”.

STARTUP DE NERDS PROMETE AJUDAR EM PROBLEMAS COM INTERNET

Nerd assumido, Bruno Ramos, de 26 anos, era sempre requisitado para ajudar colegas e parentes a decifrar computadores, notebooks e smartphones. Foi quando pensou: por que não criar uma startup para prestar esses serviços? Buscou mais cinco “parceiros” na internet e fundou a Encontre um Nerd. Nela, quem precisa da ajuda entra no site, busca o serviço necessário, verifica o preço tabelado e agenda o atendimento. Os nerds podem oferecer desde a formatação de PCs e instalação de impressoras até a troca de peças de celulares. O aluguel de um nerd custa a partir de R$ 50 por hora. Nerds de todo o país podem se inscrever para participar da startup, mas a empresa se diz criteriosa na seleção de quem manda à casa das pessoas.

GAME AJUDA A ESCOLHER MELHOR CIDADE PARA EMPREENDER

A Endeavor – organização de apoio ao empreendedorismo – lançou o Índice de Cidades Empreendedoras, que identifica o potencial de cada cidade para o empreendedorismo, baseado em pilares como infraestrutura, mercado, inovação e capital humano. De acordo com o ICE, inclusive, Florianópolis é a melhor capital brasileira para empreender. Mais legal que o índice é o game Super City, concebido pela Agência Criativa Señores. Nele é possível desvendar os resultados do ICE de maneira lúdica e divertida. Depois de jogar, você terá dados primordiais para considerar na abertura do seu negócio. Confira: supercity.endeavor.org.br/.

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PERFIL EMPREENDEDOR

#culinária #bikes #games

FORA DA CAIXINHA

Com negócios completamente diferentes, esses empreendedores conseguiram provar que é possível inovar e lucrar DESDE que seus filhos eram crianças, a publicitária e psicóloga Paula Franco caprichava na cozinha para deixar a comida mais atrativa para os pequenos. Ela fazia o que chamava de “crisps” – uma espécie de flocos crocantes feitos da mistura de vários grãos, como nozes, linhaça e aveia – e colocava a misturinha sobre a salada, o arroz, qualquer coisa. Isso deixava o prato mais saboroso e crocante e fez com que as crianças aprendessem a comer de tudo. Há cerca de dois anos, depois que os amigos começaram a pedir, cada vez mais, “pequenas encomendas”, a coisa ficou profissional. Paula montou uma cozinha industrial, contratou equipe e colocou o produto na rua. Deu tão certo que hoje a Miss Croc vende 4.000 garrafinhas por mês de uma linha de crisps gourmet com sete sabores – e em breve deve lançar um novo produto! “Acho que, acima de tudo, encontrei nesse negócio uma forma de contribuir com o mundo. Era uma coisa boa – afinal, os crisps são saudáveis, assados e sem glúten – que fazia e, agora, posso dividir com as pessoas. Outro dia fui a uma nutricionista e ela indicou que eu acrescentasse Miss Croc na minha dieta. Fiquei muito feliz”, conta Paula, satisfeita.

CANSADAS da mesmice de suas vidas profissionais, a jornalista Marina Prado e a publicitária Tatiana Pascowitch se juntaram para pensar numa forma de colorir o dia a dia das pessoas com mais flores. Descobriram que, além de fugir dos padrões nas formas dos arranjos, elas também precisavam inovar no meio de entrega: em 2013, a primeira bike da A Bela do Dia saiu pelas ruas de São Paulo com flores à venda. Aos poucos, o negócio chamou a atenção e se transformou: das vendas na rua elas passaram a fazer assinaturas de flores e encomendas. Hoje, além de endereço fixo (com estacionamento próprio), elas garantem que vender flores dá, sim, um bom lucro!

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QUANTAS crianças você conhece que preferem brincar a estudar? Samir Iásbek de Oliveira era uma dessas. Foi por isso que, quando cresceu, o programador criou uma nova forma de aprender: o Qranio. O app combina game e e-learning. À medida que o usuário joga, ele aprende e acumula pontos, que valem dinheiro ou descontos para compras em vários estabelecimentos. Em pouco mais de quatro anos, a startup já tem mais de 1 milhão de usuários.

CONHEÇA MAIS: misscroc.com.br beladodia.com qranio.com.br


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EMPREENDEDORISMO

#compartilhamento #colaborativo #lucro

A ERA DO COMPARTILHAMENTO Um quarto vazio em casa pode gerar renda extra e oportunidade para fazer novos amigos. A bike que está encostada na garagem há meses pode virar dinheiro ao rodar a cidade com quem estiver disposto a “levá-la para passear”. Com o consumo colaborativo, essas e outras iniciativas se tornam possíveis por

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Camila do Bem


JÁ PAROU para pensar em um mundo em que não existisse capitalismo? De acordo com o economista norteamericano Jeremy Rifkin, é numa sociedade assim que devemos viver até a metade do século. Acalme-se. Não estamos falando do retorno do socialismo, e sim de um novo modelo: a economia do compartilhamento. Também chamado de consumo colaborativo, o conceito ganhou forças a partir da crise econômica mundial de 2008, que fez com que a sociedade refletisse sobre hábitos de consumo e a melhor maneira de reduzir os gastos, sem alterar radicalmente o estilo de vida. Basicamente, o que acontece por trás desse conceito é que há quem busque produtos e serviços pensando na qualidade, mas sempre de olho na possibilidade de economizar; e também há quem procure por alternativas para garantir uma renda extra. Quando esses dois grupos se encontram, o consumo colaborativo acontece quase naturalmente. Por exemplo, você tem um carro na garagem que só usa para ir ao trabalho às segundas, quartas e sextas-feiras. Já imaginou se, às terças e quintas, você pudesse alugar esse veículo

para alguém e gerasse, com isso, uma graninha extra? Isso certamente também poderia ajudar aquele seu vizinho que às terças e quintas cede o carro para a esposa e fica sem meio de transporte... Rifkin, que também é autor do livro The Zero Marginal Cost Society: The Internet of Things, the Collaborative Commons, and the Eclipse of Capitalism (A sociedade do custo marginal zero: a internet das coisas, os bens comuns colaborativos e o eclipse do capitalismo), explica que essa transformação se deve muito, é claro, à internet das coisas: “As gerações mais novas não se contentaram em compartilhar, por meio da internet, apenas notícias, fotos e informações e passaram a trocar também carros, roupas e apartamento. A internet permite que se eliminem os agentes intermediários e os escambos sejam feitos diretamente”, diz. Coautora do livro O que É Meu É Seu – Como o Consumo Colaborativo Vai Mudar o Nosso Mundo e especialista em pensamento sobre tecnologia e economia de compartilhamento, Rachel Botsman concorda com Rifkin e acrescenta que os novos recursos tecnológicos,

favoráveis à segurança, ajudaram nessa mudança de comportamento, uma vez que diminuem o medo de se relacionar com estranhos. “Até algum tempo, era inimaginável compartilhar o número do cartão de crédito na rede; hoje as pessoas já consideram deixar um estranho se hospedar na sua casa”, afirma. Além disso, no caso do AirBnb (confira abaixo), por exemplo, há a possibilidade de ambos os lados do compartilhamento – hóspede e hospedeiro, no caso – criarem um vínculo de amizade, aumentando as possibilidades de uma viagem em que eles invertam os papéis. Outra curiosidade desse modelo é que, pelo menos para Rifkin, em vez dos Estados Unidos despontando como a grande potência, China e Alemanha devem ser os principais atores. “É a chance dos chineses de aparecerem”, diz. E alerta: “As empresas tradicionais precisam observar o cenário e se adaptar à nova realidade”. Apesar disso, hoje o conceito já está difundido em diversos países e presente em segmentos como transporte, hospedagem/moradia, consumo e serviços em geral. Conheça alguns exemplos:

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VOU DE CARONA

CASINHA DE SAPÊ

Criado em 2008, o AirBnB é uma plataforma para divulgação e reservas de acomodações ao redor do mundo. O objetivo, de acordo com o próprio fundador e diretor executivo da empresa, Brian Chesky, é simples: qualquer um pode alugar aquele quartinho que antes só servia para guardar bagunça, e como não há intermediários e processos burocráticos – quem procura a hospedagem negocia diretamente com quem está oferecendo –, todos saem ganhando. O dono do quartinho, que ganha um extra, e o viajante, que consegue um preço bem mais em conta do que o oferecido nos hotéis convencionais. Mais: o modelo de negócio é tão viável que a empresa cresceu muito – tem diversos empregados e gera lucro para o fundador e sócios: hoje já há cadastrados em mais de 34 mil cidades e 190 países à espera de novos hóspedes em casa. Para melhorar a experiência dos usuários, o AirBnB já estuda incorporar novos serviços, como incluir um jantar ou tour guiado pela cidade.

BOM PRA CACHORRO

Na economia colaborativa, há espaço para todo tipo de serviço, inclusive para os bichinhos de estimação. Muitos donos têm receio de deixar os pets em hotéis, com medo da reação do animal em um ambiente diferente e rodeado por outros animais. Pensando nisso, a carioca Monique Corrêa criou o PetRoomie, uma comunidade online que conecta donos de animais de estimação a pessoas que se propõem a recebê-los em casa. O serviço é mais barato e pode ser até melhor que o de um hotel, pois o pet ficará em um lar como o que ele está habituado, receberá carinho e cuidados direcionados, além de ser fotografado durante a hospedagem, para mostrar para os donos se está bem adaptado. O sistema é parecido com o DogVacay, o site americano que tem mais de 10 mil cadastrados.

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No Tripda não há ainda a opção de locar o carro do vizinho, como o exemplo fictício citado lá no começo, mas é possível organizar caronas. Basta se cadastrar, divulgar a origem, horário de saída, destino e preço estipulado para encontrar outras pessoas que farão o mesmo percurso que você. O valor costuma ser bem abaixo do que o de uma corrida de táxi e ainda tem a vantagem de incluir mais passageiros, barateando ainda mais o custo. Uma carona até o aeroporto ou para voltar daquela reunião fora da cidade favorece o bolso e também o convívio social. Há, inclusive, um filtro de caronas só para mulheres, caso algumas se sintam desconfortáveis em pegar carona com homens. O Tripda segue a mesma linha do Uber, serviço de transporte urbano que chegou ao Brasil em 2014. O Uber, no entanto, está presente em poucas cidades do país e oferece um serviço mais sofisticado, com carros de alto padrão. O aplicativo sofreu grande rejeição por parte de cooperativas e taxistas, já que o contato entre motoristas e passageiros é feito de forma direta e nem todos os motoristas são credenciados para transportar passageiros, segundo queixas de taxistas. Por aqui, ainda não houve definição sobre a atividade ser legal ou ilegal.

HARDCORE

Se você não tem um quarto para locar e tampouco aptidão para cuidar de pets na sua casa, pra deixar a coisa mais próxima da realidade, já pensou em alugar aquela bike que está empoeirando na garagem? Ou melhor: já pensou em alugar a de alguém, para explorar uma cidade que você está visitando? Pois esse serviço já existe fora do Brasil e é um dos que mais crescem. O Spinlister é referência no assunto, pois tem usuários cadastrados em 55 países. Além de facilitar o aluguel de bicicletas por meio de computador e aplicativo mobile, também é possível locar pranchas de surfe e stand up paddle, além de equipamentos para esportes na neve, como esqui e snowboard. A transação é feita online, e após o pagamento, ambos se encontram para entregar/receber o equipamento, que pode ser alugado por horas ou até dias seguidos.


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SUCESSO

#planejamento #pensamentocriativo #consciência

Evite as armadilhas do período de vacas magras É CHOVER no molhado. Portanto, não convém investir tempo demais nesta análise. A economia brasileira cresce pouco (ou não cresce) por conta de entraves históricos, já conhecidos dos empreendedores e gestores. Mesmo com os avanços registrados nos últimos 20 anos, ainda sofremos com a precariedade da infraestrutura, a corrupção, a burocracia, o intervencionismo do Estado e a gastança dos governos. No caso atual, enfrentamos ainda os reflexos da crise internacional iniciada em 2008 e o descompasso no desenvolvimento dos métodos de gestão das empresas. Algumas rivalizam com suas concorrentes top nos mercados dos EUA e da Europa ocidental, enquanto outras repetem paradigmas antigos, semelhantes àqueles dos engenhos de cana-de-açúcar do período colonial. Cabe, no entanto, uma investigação sobre o momento presente. Quando os ventos sopram mais fracos, há quem se contamine rapidamente pelo pessimismo imobilizante. Evidentemente, como cidadãos, devemos exercitar a voz e o direito, exigindo ética e transparência dos governantes. Entretanto, essa conduta jamais pode conduzir ao “reclamismo” lamuriento. Em épocas de vacas magras, há quem passe o tempo com a cabeça no universo da queixa. O estressado não presta muita atenção ao orçamento que analisa, porque está focado na insatisfação com o país e com o mundo. Não se empenha apropriadamente no aprimoramento dos colaboradores porque lastima a situação do negócio ou de seu setor de atividade. Não faz muito tempo, os psicólogos Matthew Killingsworth e Daniel Gilbert, da Harvard University, publicaram um estudo que serve a essa reflexão. Quando acordadas, as pessoas passam em média 46,9% do tempo pensando em coisas sem relação com aquilo que estão fazendo. Quase sempre, essas divagações as fazem menos felizes. Esse comportamento é mais comum em épocas de baixa na economia. Não é preciso dizer que o efeito é danoso

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para o profissional e para a corporação. Sem o zelo devido, o gestor pode optar pela proposta menos vantajosa de um fornecedor. Pode, ainda, desperdiçar a chance de desenvolver adequadamente os talentos da casa. O ex-monge budista Andy Puddicombe, conhecido por seus artigos nos jornais The Huffington Post e The Guardian e cofundador do centro Headspace, afirma que a infelicidade e o insucesso estão fortemente associados à incapacidade mental de se viver o momento presente. De acordo com ele, as pessoas que aprendem a controlar seus pensamentos se tornam mais produtivas, criativas, gentis e atenciosas. Puddicombe lembra que a mente inquieta pode tornar aflitivas questões banais e irrelevantes. “Não podemos mudar todas as coisinhas que nos acontecem, mas podemos mudar o modo com as vivenciamos”, avalia. Em períodos de ritmo lento nos negócios, algumas pessoas tendem também a abdicar do exercício do pensamento criativo, virtude de todos os empreendedores e gestores bemsucedidos. Peter Senge, especialista em modelos mentais e raciocínio sistêmico, afirma que, nas empresas modernas, as pessoas não têm muito tempo para fazer coisas que exijam imaginação e paciência. São tolhidas pelo pragmatismo de resultados. A situação obviamente se agrava quando o vento deixa de inflar as velas do barco corporativo. Muita gente tende instintivamente a operar no “modo de sobrevivência”, deixando de lado os esforços com aprimoramento contínuo, desenvolvimento e inovação. Quando os gestores se comportam dessa maneira, tendem a ditar um padrão de comportamento para todo o corpo de colaboradores. Nessas situações, predomina o desânimo, o medo e, por vezes, o desespero. Se os líderes persistem nessa conduta, a empresa começa a trilhar uma perigosa espiral descendente. No curto prazo, o resultado é a perda de poder competitivo. No longo prazo, é o encerramento de suas atividades.

Depois de décadas como empreendedor, gestor e consultor, arrisco duas dicas para quem aguarda por tempos melhores. 1) Pense no aqui e no agora. Mantenha-se consciente, focado no que faz, constituindo qualidade. Se pretende gerar valor, concentre-se no seu produto ou serviço. 2) Nunca, jamais, abdique de seus sonhos. Examine, investigue, prospecte, imagine, planeje, teste, tente, avalie, inove, busque sempre um diferencial, seja no produto em si, seja nos processos operativos ou no modelo de negociação comercial. Convém resumir a história que ficou famosa no livro Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, de Stephen Covey. No Canadá, um jovem saudável rogou ao mestre lenhador que lhe ensinasse o ofício. Seu pedido foi aceito, e o veterano serviu como ótimo professor. Poucos meses depois, o rapaz declarou já ter aprendido tudo e considerou-se o melhor lenhador do país. Logo, o velho professor lançou-lhe um desafio. Fariam uma disputa de corte de árvores. Quem terminaria primeiro? No início, cheio de vitalidade, o moço abriu larga vantagem. O mestre ia mais lentamente, fazendo pequenas paradas para descansar. No fim, no entanto, o velho lenhador venceu a disputa. Perguntado sobre sua estratégia, revelou: “Cada vez que eu me detinha para o descanso, aproveitava para afiar os machados”. Portanto, se existe uma pausa forçada, aproveite para afiar suas ferramentas. Vasculhe a vasta galáxia da informação. Compare. Aprenda. Exercite-se. Reveja conceitos. Prepare-se para o tempo das vacas gordas. Porque, mais cedo ou mais tarde, esse tempo chega. Quer comentar esta coluna? neuronio@vero.com.br

CARLOS JÚLIO é consultor, palestrante, escritor e pesquisador no campo da administração de negócios


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CAPA

#artes #televisão #cultura

Por trás das telas, das cortinas e da raquete DAN STULBACH é, na vida real, aquilo que interpreta na sua profissão: mil papéis diferentes. Ator de TV, teatro e cinema, apresentador do CQC, radialista e diretor artístico. Nas horas vagas, ainda se arrisca como jogador de futebol, piloto de helicóptero, fotógrafo, gamer e construtor de Lego por

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Gabriela Ribeiro e Thais Sant’Ana retrato Chico Max


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MAIS velho entre quatro netos de uma pequena família de imigrantes poloneses, o ator Dan Stulbach, conhecido por seu perfil reservado, está vivendo o seu segundo maior momento de exposição na televisão brasileira. O primeiro foi quando ele interpretou o Marcos, na novela Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos, em 2003, que costumava atacar sua mulher, vivida por Helena Ranaldi, com uma raquete de tênis – e pelo qual é reconhecido até hoje: “Vira e mexe as pessoas me param, pedem pra tirar foto e comentam sobre a raquete”, ri. Agora ele vive ele mesmo, numa reformulação da versão brasileira do programa argentino CQC (Custe o Que Custar), que mistura jornalismo e humor. Quando concedeu esta entrevista à VERO – minutos antes de subir ao palco do teatro para encenar Deus na peça Meu Deus, no Teatro Tuca – , Stulbach ainda estava cercado com as expectativas das primeiras repercussões sobre a estreia (só o primeiro programa tinha ido ao ar) e da pressão de não ficar parecido com o apresentador anterior, Marcelo Tas, que comandou o programa por sete anos. “Vivi dias bastante curiosos depois da estreia. Saí na rua e a resposta das pessoas foi semelhante à de uma novela de sucesso. Não tenho medo, pois não busquei ser igual a ninguém a minha vida inteira”, disse. No ar na rádio CBN, com os programas Hora do Expediente e Fim de Expediente, no canal a cabo GNT – ele deixou a cadeira no Saia Justa, mas deve tocar novos quadros em breve – e na direção artística do teatro Eva Herz, prometeu ainda fazer uma nova peça, um filme e teledramaturgia na sua nova casa, a Band. Para dar conta disso tudo, além da família, mantém seus hobbies nas “entrelinhas”. “Tenho momentos de insônia. Fico lendo, escrevendo, fazendo coisas à noite. Jogo Playstation, adoro fotografia, então, fico revelando meus negativos, e outras bobagens. A vida não pode ser tão séria. Outro dia eu comprei um helicóptero, fiquei brincando de pilotar. Agora também jogo Lego”, conta. “Gosto de ter minha caverna. É bom ficar um pouco sozinho. Uso para me proteger de algum jeito. Lá tem de tudo: helicóptero, Lego, Playstation, mulheres nuas...” (risos).

VOCÊ GOSTA MUITO DE FUTEBOL, NÃO É? CHEGOU A PENSAR EM SER JOGADOR? Gosto. Operei os dois pés quando tinha 12 anos e fiquei de cadeira de rodas durante um tempo. Eu jogava bem, em todos os times lá do colégio... Adorava futebol, mas isso meio que me parou. Tinha que enfaixar os pés pra poder andar, pra poder correr. Demorou pra voltar ao normal e quando voltou, já

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tinha passado. Quer dizer, jogo bola até hoje, mas a coisa de ser jogador era um sonho de criança. AÍ VOCÊ FOI PRA ARTE? Não. Eu nunca quis. Nunca pensei, nunca imaginei. Comecei a fazer teatro na escola, mas eu já estava no terceiro colegial. Meu colégio sempre foi rígido. Aí mudou o diretor-geral, abriram aula de teatro, e eu fui. Foi muito legal

porque me deu uma sensação especial de ser ouvido de outra maneira, de poder dizer minhas coisas com outras palavras, melhores que as minhas, de poder expressar minhas coisas e de alguma maneira ser compreendido. Foi uma revelação pra mim. Eu era relativamente tímido. O fazer da arte, o teatro, é fascinante. Eu comecei a fazer tudo, montava cenário, fazia luz, tudo. Me envolvi loucamente. Mas não era uma profissão. Quando acabou aquele ano, prestei vestibular para vários cursos e acabei fazendo engenharia, que era o que já estava decidido. Mas as coisas já não se encaixavam mais... Foi uma agonia muito forte durante certo tempo. Aí fui pros Estados Unidos aprender inglês. Fui pra San Diego, na Califórnia, e tinha um cinema do lado da casa que eu morava. Sempre passava lá e ficava vendo os filmes. Um dia vi uma plaquinha “procuram-se pessoas” e me ofereci. Trabalhei nesse cinema, juntei dinheiro e fui pra Nova York. Lá gastei tudo assistindo a peças. Ficava nos standing places, que são os lugares em que você fica de pé. Assisti desde aos musicais, que nunca tinha visto, até peças de texto. Vi o Al Pacino no Shakespeare, vi um monte de coisas, e isso mexeu comigo... Eu até quis ficar por lá, mas meus pais acharam loucura, e eu acabei amarelando e voltei. Aí, tranquei a engenharia e prestei ESPM e Escola de Artes Dramáticas (USP). VOCÊ SOFREU ALGUM TIPO DE PRESSÃO DOS SEUS PAIS POR MUDAR DE ÁREA?


Acima, Dan quando bebê e quando criança. Ao centro e abaixo, em duas atuações no teatro: ao lado de Tony Ramos, na peça Novas Diretrizes em Tempos de Paz, e em Visitando Sr. Green, com Paulo Autran e Elias Andreatto

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A RAQUETE APARECEU EM DEZ CAPÍTULOS, E EU SÓ BATI COM ELA NA MENINA UMA VEZ. MESMO ASSIM TODO MUNDO SEMPRE BRINCA COM ISSO

Meus pais queriam que eu tivesse uma profissão segura. Eles são poloneses, ambos perderam as famílias durante a guerra e vieram pra cá pra recomeçar a vida... Meu pai chegou com 20 anos; minha mãe, com 21. Quando larguei a faculdade de engenharia, foi um susto. Mas fui fazer ESPM, então, tudo bem. Era uma faculdade mais criativa na cabeça deles, mas era uma profissão ou abria possibilidade para profissões. Ser ator, ser artista, na cabeça de todo mundo, era uma loucura, um risco muito grande. Na minha também, eu também tinha dúvidas, medos... Depois de um ano fazendo EAD, comecei a trabalhar. Tinha 20 anos, estreei no teatro profissionalmente, ganhei prêmios [da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e o Prêmio Shell], muita coisa aconteceu, foi um estouro. Tinha feito Per Gynt [de Henrik Ibsen], uma peça muito legal, que gostaria de montar de novo... E também foi um susto pra eles, tudo era um susto pra gente, o teatro foi um susto. E QUANDO VOCÊ PASSOU A ACREDITAR NO TEATRO? Nunca acreditei de fato. Sempre trabalhei muito, fui muito dedicado, muito esforçado, muito obstinado. Saí de casa cedo. Eu era muito orgulhoso, queria muito cuidar da minha vida,

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ser independente. Fui buscar isso no trabalho. Passei a dar aula de teatro em várias escolas para crianças de todas as idades. Assim, passei a ganhar dinheiro, aluguei meu apartamento. Foi assim a minha vida: saí de casa cedo e nunca trabalhei com outra coisa que não fosse isso. Então, talvez, a falta de acreditar me fez assim... Eu lia, estudava, me dedicava loucamente, via as peças, falava com os atores, era um apaixonado em movimento. VOCÊ FOI PRA TV DEPOIS DE MUITO TEMPO NO TEATRO E FICOU MUITO CONHECIDO PELO PAPEL DO MARCOS, DE MULHERES APAIXONADAS. ISSO INCOMODA, OU INCOMODOU EM ALGUM MOMENTO? Não, eu já tinha quase 30 anos, já tinha trabalhado muito, estava fazendo uma peça que achava linda, que adorava, que era Novas diretrizes em Tempos de Paz [de Bosco Brasil]. Quando vem a televisão, num bom papel, é um alívio. Foi uma felicidade pra mim a oportunidade de mostrar um trabalho. Tinha feito televisão antes, mas em papéis menores, aí é sempre uma frustração, porque, por mais que você se dedique, não há espaço. Eu me dediquei totalmente àquele papel, para que ele ficasse o melhor possível, e fiquei muito feliz quando deu certo. E ESSE PAPEL MARCOU TANTO POR SE TRATAR DE UM TEMA POLÊMICO? A novela dava muita audiência e era polêmica. Era um encaixe bastante bom. Eu entrei no meio da novela, pouca gente lembra disso: fiquei quatro, cinco meses no ar só; uma novela, normalmente, tem nove meses. A raquete apareceu em dez capítulos, e eu só bati com ela na menina uma vez. Mesmo assim todo mundo sempre brinca com isso. Eu fiquei muito feliz, sou muito agradecido por isso. As pessoas, quando me veem, tiram fotos, falam da raquete. Não tenho problema nenhum com isso. NAQUELA ÉPOCA, VOCÊ ATÉ VIROU UM QUADRO DO HUMORÍSTICO CASSETA E PLANETA... HOJE VOCÊ ESTÁ INDO PARA UM PROGRAMA QUE É JORNALISMO COM HUMOR. COMO É ESSE NOVO DESAFIO PRA VOCÊ?

É, o CQC, se passasse na época, provavelmente ia tirar sarro... Pra mim, o CQC é outra montanha, outra praia, outra viagem. Eu não abandonei essa. Quer dizer, estou aqui no palco, a gente tá conversando aqui, eu vou fazer um filme, vou fazer outra peça... O CQC é outra possibilidade de dizer as coisas, de conversar com o público, de arriscar. Me pareceu um desafio interessante. Acho que o CQC que a gente tem feito tem muito valor. Vai atrás das matérias de um jeito que ninguém vai, provoca os políticos, provoca as questões, mostra o que está acontecendo por meio do Proteste Já, bota jovens fazendo isso, pra uma plateia, na maioria, de jovens também, que não discutiria política, não questionaria talvez... Acho que ele reformulou um tipo de jornalismo na TV. Eu já gostava do programa antes. No começo achei meio estranho o convite, depois fui me acostumando com a ideia. Tive uma conversa com o diretor-geral da Band e achei bom o papo. Também abriu-se a possibilidade de a gente fazer dramaturgia em breve. Se a gente fizer, vai ser muito legal. É UMA PRESSÃO NÃO PARECER COM O TAS? Acho que, na medida em que o cara estava lá há sete anos, é natural que as pessoas, às vezes, associem. Tem as pessoas que eram muito apegadas, então, vão estranhar; tem pessoas que não gostavam e tinham parado de ver por causa disso, que vão gostar; e tem as que estão mais abertas a uma mudança e tudo bem. Até mesmo porque ele pediu pra sair, então, não tem nenhuma situação conflituosa. Outro dia me falaram: “Ele falava ‘vai’ pra câmera, pra soltar a matéria, você não pode falar ‘vai’” (risos). Eu fiquei pensando “não é isso que vai me fazer ficar parecido”. Não tem sentido você ficar neurótico com uma palavra, com um gesto. O que eu posso dizer de coração e com absoluta tranquilidade é que eu não busquei ser igual a ninguém a minha vida inteira. Eu não tinha um pôster na parede de um ídolo, de um herói que eu quisesse ser. Acho que sou um ator completamente diferente. Tenho um jeito particular de fazer as coisas.


Dan tambテゥm transita na テ。rea da fotografia. Esta imagem foi feita em Roma, no Bar Amore

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ACHO QUE O BRASIL PASSA PELA ADOLESCÊNCIA POLÍTICA, E QUANDO VOCÊ É ADOLESCENTE, VOCÊ É RADICAL SEMPRE, NÉ? PELO MENOS EU ERA

COMO ENCONTRAR O EQUILÍBRIO ENTRE O HUMOR E O JORNALISMO PARA FALAR DE UM ASSUNTO SÉRIO? Não tem fórmula do tipo vou usar humor aqui no começo, depois vou usar no meio... As coisas acontecem. E a prioridade não é humor, é a informação. Você não pode mudar o que aconteceu pra ser engraçado. Não pode mudar o seu entrevistado, ridicularizar ele, antes de ele falar. A gente apresenta, e as pessoas, entre aspas, se destroem ou se fazem sozinhas. Quanto menos você interferir, mais opinião o espectador vai ter. Em nenhum momento você vê o repórter, no caso do Juliano, do Proteste Já, falar assim: “Isso que o senhor está fazendo é errado, é um absurdo”. Você vê ele dizer: “O senhor está falando isso, mas olha aqui, eu tenho um laudo que diz o contrário”. E aí ele tem que responder, e o espectador chega a alguma conclusão. Se você não tiver um espaço para que o espectador pense e tire conclusões próprias, você não respeita a inteligência dele. Se eu entrego tudo, chamo você de burro e você se enche. Ou não, tem gente que vai ficar aliviada porque não precisa pensar. Também tem isso. A televisão aberta, às vezes, investe na preguiça.

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Na preguiça pra fazer e na preguiça pra assistir. Mas essa não é uma televisão que me interessa. FALTA ISSO NA TV ABERTA? TEMPO PARA O ESPECTADOR PENSAR? Em geral, a TV está passando por uma crise, uma ventania muito grande, com a chegada da internet, o cansaço das pessoas, o caos das cidades... As pessoas, cada vez mais, querem se entreter. Então, elas ligam a TV. Mas também vão ligar a internet, a TV a cabo. Há muitas opções. Hoje a TV aberta não tem mais essa exclusividade. A audiência, naturalmente, caiu porque ela se distribuiu. E acho que continuará se distribuindo. Acredito que essa mistura, de internet, TV a cabo, TV, etc., está aperfeiçoando o jeito como o espectador vê televisão, o entendimento dele sobre as coisas. Assim como acho que o brasileiro é o melhor espectador de novelas que existe, porque a gente está muito acostumado, está enraizado na gente, acho que essa crítica, essa visão, vai se espalhar para a televisão toda. O nosso público está ficando melhor. VOCÊ TEM ACOMPANHADO A REPERCUSSÃO DO CQC? TEM UMA EXPECTATIVA OU PRESSÃO COM VOCÊ SOBRE A AUDIÊNCIA? Fiquei muito feliz com o programa de estreia. Fiz o que os diretores queriam que eu fizesse, que era trazer animação, ritmo, opinião, não cortar o cara do lado... A repercussão interna foi muito boa. A gente dobrou a audiência de estreia do ano passado, ficamos em segundo lugar na meia hora final. Me surpreendeu isso não ser abordado na maioria das matérias que vi. Percebi que havia um desejo grande de diminuir o trabalho feito ou de investir em títulos que rendiam mais cliques dos internautas, mas talvez isso faça parte do jogo e eu precise me acostumar. Comigo não existe essa pressão pela audiência. Pelo menos, pra mim nunca se disse isso. Mas deve ter, né? O GNT CHEGOU A DIZER QUE MESMO COM SUA IDA PARA A BAND VOCÊ IA CONTINUAR NO SAIA JUSTA... Eu continuo no GNT, tenho possibilidade de trabalhar com eles em um projeto novo, que a gente já até conversou sobre

o que seria. Mas o Saia Justa eu não vou fazer, porque o programa vai pra segunda-feira, não tinha sentido eu estar em dois programas no mesmo horário e no mesmo dia. E COMO FOI SUA IDA PARA O RÁDIO? Eu queria um programa em que se falasse de tudo, sem ninguém ser especialista de nada, que não tivesse o peso da opinião mais formal que alguns programas têm, mas também não fosse uma conversa de bar. Gravei um piloto, levei a uma rádio, e não quiseram, disseram que eu era ator, e assim que eu tivesse uma peça ou novela, eu abriria mão daquilo – quer dizer, delicadamente, me chamaram de irresponsável. Depois entreguei a uma diretora da CBN, marcamos uma reunião e em um mês a gente estava estreando. E nisso já estamos há oito anos. O QUE VOCÊ ACHA DO CENÁRIO POLÍTICO ATUAL? Acho que o Brasil passa pela adolescência política, e quando você é adolescente, você é radical sempre, né? Pelo menos eu era. E nisso, há coisas boas e ruins. As boas são a paixão, o esclarecimento e a briga por um país melhor. Já a ruim é o radicalismo com o outro, a opinião diferente. E aí sobram coisas estúpidas e desnecessárias, às vezes, de pessoas que eu admiro e que também acabam entrando no embalo. Há muito preto e branco e pouco cinza. Porém, para o país, de alguma maneira, está sendo bom, é um processo de amadurecimento. VOCÊ MENCIONOU QUE A TV PODERIA SER O ÚNICO ACESSO A CULTURA PARA ALGUMAS PESSOAS. VOCÊ ACHA QUE QUALQUER MEIO É BOM? Sem dúvidas. Só aumentaria o compromisso da TV com a qualidade. A cultura tem um papel fundamental na formação de um país, tem que vir do cinema, do teatro, da pintura, dos museus, de tudo – tudo o que a gente pensa é cultura. As pessoas têm se interessado e procurado, sim, mais cultura. É um mito essa coisa de que as pessoas não estão nem aí, elas querem mais, querem ver coisas diferentes. A cultura é quase sempre um espelho da sociedade e, provavelmente, o seu único meio de melhora.


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DIVÃ

#observações #egoístas #generosos

Para melhor conhecer as pessoas A PRIMEIRA condição para conseguirmos conhecer melhor as pessoas diz respeito a tratarmos de evitarmos o erro usual de buscarmos avaliá-las tomando por base a nós mesmos. Ou seja, um erro grave é o de pensar assim: “Eu, no lugar dela, faria isso ou aquilo”; a verdade é que eu não sou ela, e a forma de ser e de pensar não acompanha obrigatoriamente a nossa. Temos que nos afastar da nossa maneira de pensar e tentar, com objetividade, entender como funciona o psiquismo de quem queremos conhecer. Um aspecto importante para quem quer efetivamente conhecer o outro consiste em prestar bastante atenção em seus atos, gestos, expressões corporais e faciais. Podemos saber muito de uma pessoa pela forma como se move dentro de casa, como pega o jornal, se serve ou não as pessoas que estão à sua volta, pelo sorriso, pela facilidade com que se irrita, como reage quando está com raiva e assim por diante. Esses traços são particularmente relevantes quando o que está sendo observado está distraído, sem intenção de impressionar os interlocutores. A objetividade na avaliação é essencial e depende de critérios de valor claros na mente do observador. É claro que se pode conhecer muito das pessoas por seus sentimentos: sua capacidade de amar e se dedicar, a forma como lida com o ciúme, como se comporta quando sente inveja, se tem controle sobre suas emoções ou não. Um aspecto que me chamou a atenção mais recentemente e que considero extremamente relevante é que as pessoas mais egoístas – as que recebem mais que dão e que, por isso mesmo, são mais dependentes – são mais realistas e objetivas para analisar

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o modo de ser das pessoas com as quais convivem. Elas buscam se aproximar de pessoas mais generosas, competentes para lhes dar o que necessitam. Elas sabem perfeitamente que os mais generosos são ricos em sentimentos de culpa, que, uma vez estimulada, faz com que não resistam e digam “sim” mesmo quando gostariam de dizer “não”. É curioso, pois os mais egoístas não são muito empáticos, ou seja, não são competentes para se colocar no lugar das outras pessoas; porém, são objetivos e realistas na avaliação dos que os cercam. Isso nos leva a concluir que a atitude empática, a de se colocar no lugar do outro, pode nos induzir a erros de avaliação bem maiores do que a que deriva da observação direta e objetiva. Os mais generosos, aqueles que, por vaidade ou incapacidade de lidar com excesso de sentimentos de culpa, dão mais do que recebem, são os que mais erram na avaliação que fazem a respeito de seus interlocutores. A forma como exercem a empatia, a de imaginar o outro à sua imagem e semelhança, ofusca a objetividade que teriam que ter para perceber que os seres humanos não são tão parecidos conosco quanto gostaríamos. A verdadeira empatia tinha que se assemelhar à dos “hackers”, aqueles que tentam entrar na mente do outro com isenção, buscando entender como é que ela funciona. Perceberiam, por exemplo, que os mais egoístas não sentem culpa e não têm pudor em dramatizar situações com o intuito de provocar esse sentimento nos mais generosos. Perceberiam que a ausência de culpa gera uma diferença enorme entre as pessoas, de modo que os mais egoístas mentem com facilidade, inventam sofrimentos duvidosos apenas com o intuito de, pela

via da chantagem sentimental, induzir os mais generosos a agir de acordo com sua vontade e satisfazer seus anseios e necessidades. A conclusão a que temos de chegar é que o realismo e a objetividade são bons mecanismos de exploração do meio externo e que a avaliação das pessoas também deve ser regida pela observação dos fatos, e não por ideias. Os mais generosos tendem a ser idealistas nos dois sentidos da palavra: baseiam-se mais em suas suposições do que nos fatos, e também tendem a ver beleza e virtude onde não existe: acreditam que, no fundo, todas as pessoas são boas e que têm coração de ouro. A proposta de Freud, de que todos temos um Super Eu, uma censura moral interna, deriva de generalizações que ele fez tomando por base a si mesmo e algumas outras pessoas. Convém ser realista e objetivo: uma boa metade da humanidade não sente culpa. Assim, quem quiser aprender a conhecer melhor as pessoas deve se ater aos fatos mais que às ideias. O realismo só gera certo pessimismo numa primeira fase e para aqueles acostumados com o mundo das ideias, onde tudo é belo e, principalmente, existe de acordo com seus gostos e vontades. Quer comentar esta coluna? neuronio@vero.com.br

FLÁVIO GIKOVATE é psicoterapeuta, autor de mais de 30 livros e âncora do programa No Divã do Gikovate, na rádio CBN


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MODOS DE MACHO

#sinceridade #vaidade #arrogância

Não mentirás A FÊMEA mente menos e melhor. O macho gasta mentira a torto e a direito, principalmente quando não precisa. Mente muito. E mal. No varejo e no atacado, o homem é um Ceasa de mentiras. Mente por medo do pau-demacarrão mesmo quando está com uma dama de fino trato que tem mais horas de divã do que urubu de voo. É o nosso defeito-mor de fabricação – alô, Procom: recall de homem já! Mulher não mente, ilude, como um David Cooperfield. Mulher tem a manha da narrativa e da verossimilhança, mesmo quando baixa um Dorian Gray e ela tenta driblar o tempo e o calendário. Falar nisso, uma velha advertência: nunca confiem em uma mulher que não mente, nem que seja questão de dias e meses, sobre a idade. Uma fêmea que passou dos 30 e não mente sobre a idade é capaz de coisas muito piores, é capaz de tudo, velho Balzac. Minto, logo posso ser amado. Vejo um certo prazer sádico nos detectores femininos. Elas adoram nos flagrar no meio do ciclone de contradições e incoerências. Nada mais insuportável do que um homem cem por cento sincero. O homem cem por cento sincero é sempre o pior canalha. O homem dito sincero e virtuoso, do tipo

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que tem ONG para ajudar os semalguma-coisa, do tipo que faz trabalho voluntário ou ecológico, muitas vezes é o pior dos canalhas, pois age sob o manto sagrado da bondade. Nada pior do que os que se acham melhores do que os outros. Pura vaidade, diria meu filósofo Matias Aires. No homem cem por cento sincero, até sua virtude prevarica, salivaria o maníaco da Tijuca. O amor não sobrevive em um ambiente sem mentiras. A sinceridade extremada, esse fundamentalismo dos pobres de espírito, torna a vida insuportável, autoritária, sem fantasias. As pequenas mentiras dão graça ao lar-doce-lar. Se eu tivesse um caminhão, escreveria no para-choque: uma mentira a mais é um desgosto a menos. Como são arrogantes os que dizem dizer somente a verdade, essa impostura cristã de terceira categoria. Quem tiver suas verdades muito desagradáveis que me poupe delas. Que mintam e me agradem, que mintam e me bajulem, que mintam e divirtam a humanidade, que digam até que sou lindo, hahahaha, embora essa seja a única mentira em que eu não acredito. Pausa para ouvir Mantra das Possibilidades, clássico de Wander Wildner:

"Minha vontade é ser bonito mas eu não consigo/Eu sempre volto atráaaas!/ Eu sempre volto atrás!/Sonho em ter cabelo comprido, mas eu não consigo/ Eu sempre corto maaaais! Eu sempre corto mais! /Meu desejo é estar contigo, mas eu não consigo. /Eu sempre fico em paaaaz! Eu sempre fico em paz! / AAAH!Eu sempre fico em paz!" Agora falando sério, de novo, responda rápido, cria da minha costela: você prefere ouvir um “você é a mulher mais gostosa desse mundo” (mesmo ciente do exagero retórico do camarada), ou um sincero “não é por nada não, mô, mas sua bunda está meio caída”? De absolutas verdades... bastam as ditas pela velha da foice e pela lei da gravidade. Quer comentar esta coluna? neuronio@vero.com.br

XICO SÁ é escritor e jornalista. Autor de Big Jato (editora Cia. das Letras), entre outros livros



#ética #bonsexemplos #mundomelhor

FOTOS DIVULGAÇÃO

REFLEXÃO

MEMÓRIAS ETERNIZADAS Doação de fotos pessoais auxilia na luta pela cura do Alzheimer

Todo mundo tem em casa uma foto de um momento inesquecível que gostaria de eternizar. A empresa IMGembed decidiu criar um banco de imagens colaborativo em que qualquer pessoa pode doar uma foto como essa e ajudar uma boa causa. Isso porque, por lá, todo o lucro obtido com a venda dessas imagens é revertido para a Alzheimer’s Association. Com esse dinheiro, a associação auxilia portadores da doença e financia pesquisas em busca da cura. “É a primeira coleção de imagens que permite que as pessoas sejam capazes de salvar a memória de outras, doando as próprias”, conta Alex Goh, do IMGembed e coordenador do projeto The Collection Unforgettable. Confira a entrevista!

DE ONDE SURGIU A IDEIA DESSA PARCERIA NA LUTA CONTRA O ALZHEIMER? A IMGembed é um banco de imagens que utiliza uma tecnologia própria para caracterizar as imagens disponíveis online. Um dia, fomos abordados pela agência criativa da Alzheimer’s Association. Eles disseram que esse recurso poderia ser utilizado como

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uma forma de rastreio de memórias, e decidimos colaborar. Em 2014, lançamos a The Collection Unforgetable – a primeira coleção de imagens que permite que as pessoas sejam capazes de salvar a memória de outras, doando as próprias. QUAL O VOLUME DE COLABORAÇÃO? A resposta é ótima. Já temos milhares de imagens, e todos os dias recebemos

mais. Algumas são incríveis, e sempre incentivamos blogueiros e editores a comprar. Cem por cento da receita são revertidos para a associação, que auxilia portadores da doença e financia pesquisas em busca da cura. É como se todos os lados saíssem ganhando. Nosso objetivo é promover ainda mais esse trabalho, para que mais pessoas possam ser ajudadas e menos sofram por Alzheimer no futuro. AONDE VOCÊS PLANEJAM CHEGAR? Alzheimer é uma doença muito cruel, que tortura não apenas os pacientes, mas também os familiares e amigos de quem tem a doença. Imagine o horror de não ser capaz de reconhecer os seus entes queridos, de não lembrar onde você está ou até mesmo de não conseguir executar as funções mais básicas de vida, como comer e usar o banheiro. Alzheimer é uma epidemia e já está ficando muito perto de todos nós. Tenho vários amigos que perderam entes queridos por causa da doença. Cerca de 500 mil pessoas morrem de Alzheimer a cada ano. Nós não podemos parar de lutar até encontrarmos a cura.


GRUPO CONFECCIONA E DISTRIBUI LENÇOS PARA PACIENTES EM QUIMIOTERAPIA

Daqueles exemplos que mostram como fazer um mundo melhor pode ser simples: ao ver sua melhor amiga passar por um câncer e perder os cabelos no tratamento, a profissional de marketing Adriana Turrini decidiu confeccionar lenços de cabeça como forma de apoio e solidariedade à doença. Deu tão certo que elas criaram o projeto Lencinho com Carinho, reuniram um grupo de mulheres com boa vontade e passaram a confeccionar mais lenços e enviar para pacientes em tratamento com quimioterapia em todo o país. Além das doações de tecidos, pedras, miçangas e rendas para os lenços, as meninas aceitam o custeamento do frete para envio do acessório. Acesse e participe: www.facebook.com/lencinhocomcarinho.

TOME UM CAFÉ E PLANTE UMA ÁRVORE

Você já deve ter ouvido falar que, reduzindo o uso de copos de plástico, ajudamos o meio ambiente. A empresa Reduce. Reuse. Grow, da Califórnia, foi além: criou um copo de material biodegradável que tem sementes em sua composição. Assim, depois de tomar o cafezinho, a pessoa pode plantar os restos dele na terra e ver germinar uma árvore!

ESCOLA DA VIDA Movimento busca ensinar o que não se aprende na escola Voltado principalmente para jovens que estão prestando vestibular, o movimento Buena Onda, criado por Rogério Oliveira, realiza palestras, aulas e workshops para explicar tudo aquilo que os adolescentes não aprendem na escola. “Somos desenhados – pela formação que tivemos de casa, do bairro, da cidade ou país – para funcionar numa engrenagem, numa linha de produção”, relata Oliveira. E completa: “Queremos incitar o questionamento e a reflexão para fazer com que os jovens busquem seus próprios caminhos. Eles precisam saber que podem trilhar rumos completamente diferentes do padrão, do comum na sociedade”. Com base conceitual num manuscrito de Platão, a aula oferecida pelo movimento é dividida em três elementos: ser dono da própria vida, a questão da liberdade e sair do piloto automático. “Queremos fazê-los questionar se realmente querem fazer o que estão fazendo. Querem mesmo fazer uma faculdade? Querem ter filhos?”, pontua. O movimento está desenvolvendo um projeto para trabalhar com crianças, que será mais voltado para questões de percepção corporal, envolvendo meditação e atividades mais lúdicas.

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PENSE BEM

#recordar #tempo #velóriovirtual

Descanse em paz? EM UMA de suas cartas, o romancista Gustave Flaubert escreveu: “Que grande necrópole é o coração humano! Para que irmos aos cemitérios? Basta abrirmos as nossas recordações; quantos túmulos!“. Uma visão quase amarga como essa coube muito bem no século retrasado e, até há pouco, ainda tinha alguma vitalidade; agora, nas nossas pós-modernas e alvoroçadas épocas, estamos perdendo parte da capacidade de abrir as recordações, mesmo as tumulares. Hoje a velocidade inclemente do cotidiano não nos oferece tempo para recordações muito duradouras; se estamos com pouco tempo para cuidar da vida, menos ainda nos sobra para cuidar da morte. Não temos tempo! Houve uma época na história humana (e não faz muito) na qual, quando um dos nossos morria, parávamos tudo o que estivéssemos fazendo; o trabalho, ou o que mais fosse, era interrompido, e, se preciso, faziamse longas viagens, até noturnas (sem os rápidos aviões, carros e boas estradas atuais), mas não deixávamos de, velando os partintes, cuidar dos ficantes. A humanidade tinha compreendido que, se com a morte não nos conformamos, ao menos nos confortamos, nos fortalecemos em conjunto, nos apoiamos. As pessoas ficavam, às vezes por um dia e uma noite, em volta da família, aglomeradas, grudadas, exalando solidariedade e

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emoção, orando e purgando lentamente o impacto, mostrando aos mais próximos que não estavam sozinhos na perda. Ora, um dos mais fortes indícios da presença humana é o cuidado com os mortos; as mais antigas manifestações de formação social, quando as localizamos, o fazemos por intermédio de túmulos, inscrições, ossos agrupados ou corpos enterrados ou cremados. É sinal de humanidade não se conformar com a morte e, portanto, buscar vencer simbolicamente o que parece ser invencível. A própria palavra cemitério (derivada do grego), usada em vários idiomas, significa lugar para dormir, dormitório, lugar para descansar. Deixar esvair essa marca é extremamente perigoso, pois não propicia a especial ocasião de meditar sobre a vida e, eventualmente, descansar em paz. Deixamos de velar (no sentido de tomar conta, cuidar) para velar (como cobrir, ocultar, esquecer, apagar). Não temos mais tempo! Se recebemos a notícia de que algum conhecido faleceu, olhamos o relógio e pensamos “Vou ver se dou uma passadinha lá...”; alguém morre às dez da manhã e, se der, será enterrado até as cinco da tarde, de maneira a, em nome do “não sofrermos muito”, sermos mais práticos e rápidos. Nem as crianças (já um pouco crescidas) são levadas a velórios; muitos argumentam que é para poupá-las da dor. Isso não pode valer;

parte delas cresce sem a noção mais próxima de perda e, despreparadas e insensibilizadas para enfrentar algumas situações nas quais a nossa humanidade desponta, simultaneamente, fraca e forte, perdem força vital. Por isso, não será estranho se, em breve, tivermos que nos acostumar também com o velório virtual ou, principalmente, como já está começando em países mais “avançados”, o velório “drive thru”: entra-se com o carro, coloca-se a mão sobre o corpo do falecido (enquanto um sensor lê as digitais para enviar um agradecimento formal), aperta-se um botão com a oração que se deseja fazer e... pronto, já vai tarde. Parece ridículo? Se não prestarmos atenção, assim será. Vale o alerta de Gilbert Cesbron: “E se fosse isso perder a vida: fazermos a nós próprios as perguntas essenciais um pouco tarde demais?”. * Filósofo e escritor. Este é um trecho do livro Não Nascemos Prontos! (Provocações Filosóficas), publicado pela editora Vozes. Quer comentar esta coluna? neuronio@vero.com.br

MARIO SERGIO CORTELLA é filósofo, professor, palestrante e escritor. Também é colunista da rádio CBN



CONTRA UM MUNDO MELHOR

#fé #transcender #religião

Meditações místicas de um homem sem fé MINHA cadeira na PUC-SP é filosofia da religião. Por conta disso, frequento muitos eventos de estudos de religião em vários lugares, no Brasil e fora. Um dia, num colóquio aqui na PUCSP, um físico, professor de astrofísica da USP, quando indagado por uma aluna sobre o que ele via quando contemplava o universo em seu trabalho diário, respondeu: “A mão do Criador”. É comum imaginar que cientistas são ateus, mas isso nem sempre é verdade. Na realidade, o ateísmo é mais comum, hoje em dia, em departamentos de biologia (por conta do darwinismo) e em departamentos de filosofia e ciências sociais, ou seja, na área de ciências humanas. Em ciências humanas, o ateísmo é fruto da crítica à religião levada a cabo por gente como Marx, Nietzsche, Freud e os seguidores de Darwin (se ele mesmo era ateu, há controvérsias; alguns dizem que, por sua mulher ser muito religiosa, ele tinha medo de ser expulso de casa, por isso levou tanto tempo pra publicar seu Origem das Espécies, e nunca deixou clara sua posição pessoal em relação à existência de Deus). Portanto, afora o darwinismo que tenta explicar a origem da ordem vista no universo e nos organismos vivos a partir do acaso (explicação que não é objeto desta coluna), os outros autores citados todos colocam em dúvida a religião argumentando que, se você é religioso, você é alienado (Marx), medroso (Nietzsche) e infantil (Freud). Logo, nenhum deles explica de onde vem a ordem percebida no mundo, mas sim atacam as justificativas humanas

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pra crença. Por isso, são chamados de pensadores da suspeita com relação à fé. Mas voltando à fala do astrofísico. Apesar de não ser um homem de fé, entendo o que ele diz sobre “ver a mão do Criador”. Trata-se do encantamento que causa a percepção da ordem existente. Qualquer ateu minimamente culto (e que não é militante, porque mais chato do que um evangélico, só um ateu militante) sabe que existe uma ordem nas coisas e que é impressionante esse fato. Na minha experiência particular, tive esse encantamento quando estudei fisiologia na faculdade de Medicina. E nunca esqueci. Não é à toa que o cinema já brincou com a ideia de que, se navegássemos num submarino dentro do corpo humano, teríamos a impressão de estarmos no fundo do mar, imersos em várias formas de vida. Para citar apenas três exemplos. A coordenação dos órgãos vivos no corpo humano impressiona. O modo como o coração bate milhares de vezes num dia e com isso envia sangue para irrigar todo o corpo nos faz pensar ao mesmo tempo na organização do corpo (fisiologia vem mesmo da palavra grega “physis”, que significa ordem natural) e na fragilidade de tamanha dança sutil e sincronizada. A capacidade das células dos alvéolos pulmonares de captar o ar, extrair dele as moléculas de oxigênio e lançá-las na corrente sanguínea para que elas alimentem o corpo também causa espanto. Por fim, há o cérebro, órgão plástico que se abre ao infinito de combinações, das quais brota o espírito que se sente livre e criador. Enfim, talvez você precise mesmo

ser um descrente para apreender o estranho de um fato como esse e o sentimento de milagre que brota dessa percepção. Nenhum discurso da engenharia pode retirar o mistério de tal fato. Dizer como uma coisa funciona não é explicar sua causa primeira, como dizia o grego Aristóteles. Quando se é cético como eu, vive-se a condição de exercer uma espécie de controle de qualidade na percepção da beleza que permeia a ordem do universo e do corpo. As grandes religiões, muitas vezes, chamam esse tipo de percepção de mística. Porque, livre da necessidade de crença nalgum sistema religioso específico, ela parece ver aquele tipo de beleza que os místicos costumam chamar de “mão do Criador”. No caso particular do coração, sua velocidade nos batimentos e a sensação de que a qualquer momento algo pode dar errado sempre me fazem lembrar do texto dos Salmos do Rei Davi, quando ele diz que Deus carrega sua vida na palma da mão. É a conjunção entre a beleza da ordem e a fragilidade do processo que causa a sensação de que algo sustenta o ser. Quer comentar esta coluna? neuronio@vero.com.br

LUIZ FELIPE PONDÉ é filósofo e autor de vários livros, entre eles, A Filosofia da Adúltera, Ensaios Selvagens (Ed. LeYa)



PERFIL SOCIAL

#qualidadedevida #projetos #comunidades

DIVULGAÇÃO

equipe fantástica composta por jovens líderes que trabalham com centenas de voluntários de diferentes regiões do país para chegarmos a uma sociedade justa.

TIJOLO POR TIJOLO Tirar pessoas da situação de extrema pobreza é o objetivo de Julio Lima, líder da ONG TETO no Brasil; para isso, um dos projetos é a construção de moradias de emergência. Conheça os outros! por

Gabriela Ribeiro

Tirar pessoas da situação de pobreza é um desejo para muitas pessoas. Um grupo de jovens chilenos não se contentou em ficar apenas no sonho e colocou a mão na massa pra começar a resolver esse problema. Encantado com a proposta, o jovem Julio Lima, de 28 anos, começou a contribuir com o TETO, como voluntário, em 2009, enquanto ainda trabalhava, paralelamente, no setor privado, para manter as contas em ordem. Em 2011 decidiu se dedicar integralmente às causas sociais, e no final de 2013, assumiu a liderança de toda a intervenção social da organização no Brasil (o TETO está presente hoje em 19 países). A proposta de Julio e do TETO, ao longo desse tempo, tem sido a mesma: captar recursos para, efetivamente, superar a extrema pobreza. Para tanto, um dos projetos da instituição é a construção de moradias de emergência que visam melhorar a vida das famílias enquanto uma solução definitiva não é alcançada. QUAL O PRINCIPAL OBJETIVO DO TETO? Superar a extrema pobreza, Para isso, trabalhamos sem descanso nas comunidades precárias, indo da formação das pessoas à ação conjunta dos moradores e jovens voluntários. Tudo a fim de promover o desenvolvimento comunitário, denunciar a situação na qual vivem os mais excluídos e os incluir em política públicas e tomadas de decisão.

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QUAL O SEU PAPEL NA INSTITUIÇÃO? Liderar toda a intervenção em terrenos e de voluntariado: busca de novas comunidades, diagnóstico com as famílias, construções de moradias de emergência, gestão das equipes que trabalham permanentemente nas comunidades e desenvolvimento de projetos e programas comunitários, como educação e formação de lideranças, além da captação, formação e gestão dos voluntários. Tenho a sorte de ter uma

O TETO CRESCEU TANTO QUE HOJE EMPREGA PESSOAS. COMO ELE É MANTIDO? O TETO Brasil tem uma estrutura de 25 jovens contratados. Eles são diretores e dedicam a maior parte de seu tempo à gestão de projetos e das equipes de voluntários, que são os responsáveis finais por todas as iniciativas da organização. Hoje o financiamento é privado. As empresas contribuem por meio de alianças anuais, mas qualquer pessoa pode ajudar, sendo um dos AMIGOS do TETO, com contribuição mensal a partir de R$ 30. QUAL O CRITÉRIO DE ESCOLHA DAS FAMÍLIAS A SEREM TRABALHADAS? Quando conhecemos uma favela, existe uma assembleia de validação com os moradores, para que possamos começar a trabalhar ali. Dessa forma, todas as famílias são convidadas a participar do desenvolvimento dos projetos que visam melhorar a qualidade de vida da comunidade. O primeiro passo é entrevistar todos eles. Assim, é possível descobrir quais são as prioridades que precisam ser resolvidas na opinião dos próprios moradores, e então, a equipe passa a trabalhar. QUEM PODE SER UM VOLUNTÁRIO? Nosso foco de voluntariado são os jovens de 18 a 30 anos. Além disso, consideramos voluntários também todos os moradores das comunidades em que trabalhamos que dedicam seu tempo para melhorar a condição de vida de suas famílias e de seus vizinhos. GOSTOU DA INICIATIVA? Você também pode ajudar! É só se inscrever no teto.org.br/participe e assistir a uma reunião de apresentação

Conhece um trabalho social e quer vê-lo aqui? Indique para reportagem@vero.com.br



PERSONA VERO

#inspiração #históriadevida #terceiraidade

PEDRO GARAUDE JUNIOR por

Gabriela Ribeiro

foto

Chico Max

HOMENAGEM DA VERO A PERSONAGENS INSPIRADORES Você já deve ter presenciado algum conflito entre vizinhos. Com certeza, nenhum deles teve um desfecho tão divertido quanto o visto por Pedro Garaude Junior, 71 anos, entre duas senhorinhas moradoras do seu hotel para terceira idade, o Solar Ville Garaude. “Uma foi atacar a outra com a bengala, e ela mesma se espatifou no chão”, ri. Não que a intenção do sistema hoteleiro criado por ele aqui em Alphaville seja incitar a briga entre os velhinhos. Longe disso. “Vejo a vontade de viver deles, de fazer o que gostam e, principalmente, de não se entregar. Isso me faz muito bem, e eu aprendo muito”, conta. Há 16 anos, quando Garaude largou tudo que tinha pra ir atrás de seu sonho, uma coisa o motivou: a filha geriatra, que mostrou como os idosos viviam em asilos, muitas vezes, sem atenção nenhuma. “Não queria ver aquilo. A terceira idade não precisa ser triste”, diz ele. Tanto que, inclusive, hoje ele e sua esposa também moram no hotel. Mas não é só isso: o instinto de empreendedor também nunca o abandonou. “Não havia no Brasil algo como o que eu estava propondo", afirma. E completa: “Hoje me sinto realizado. Se tivesse investido meu dinheiro numa aplicação financeira, teria mais retorno, mas eu não me sentiria tão útil e satisfeito”.

Morador de Alphaville, Garaude é formado em Direito. Ele e a esposa vivem em seu próprio hotel, o Solar Ville Garaude, junto com 54 hóspedes. Os quatro filhos, que já são casados, lhes deram oito netos, que estão sempre por lá para alegrar o vovô.

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• NOTÍCIAS REGIONAIS, ROTEIROS E ENTRETENIMENTO •

TERAPIA DO VINHO Roteiro com 20 dicas e locais para degustar a bebida em Alphaville, São Paulo e pelo Brasil pág. 10B

ENTREVISTA

Associação dos condomínios verticais revela mudanças SHUTTERSTOCK

pág. 6B

CAMPANHA ATITUDE

Confira as atividades previstas para a nova temporada pág. 22B


ATITUDE ALPHAVILLE

2015

Começamos!

Com diversão e conteúdo, nosso objetivo é deixar a região cada vez mais gostosa para viver

PRINCIPAIS AÇÕES

î Piquenique na praça ï 3DOHVWUDV VREUH FLGDGHV ï 3HGDODGD ï 3U¬PLR $WLWXGH $OSKDYLOOH ï 5HSRUWDJHQV H PXLWR PDLV


Mostre que você é parte integrante desta comunidade. Participe das ações. Seja um embaixador. DWLWXGHDOSKDYLOOH FRP EU Veja mais na página 22 B

COPATROCÍNIO

REALIZAÇÃO




entrevista

condomínios verticais

ASSOCIAÇÃO DE PRÉDIOS QUER DAR VOZ AOS MORADORES Com novo estatuto e área de atuação, associação dos síndicos dos condomínios verticais busca unir população de Alphaville por Thais Sant’Ana foto Zé Gabriel

associação que abrange mais de um município, ela já está no âmbito estadual, já é difícil você lidar com o poder público municipal... Nosso interesse agora é reduzir. Inicialmente, o mote central da associação era brigar por uma questão superpolêmica da região, o pagamento de foro e laudêmio. Por que isso mudou? Porque saiu uma decisão de que não era possível terminar com essas taxas [Em maio de 2006, o juiz protocolou sentença denegando a medida pleiteada pela AREA pelo impedimento da cobrança do laudêmio e foro].

QUANDO surgiu, alguns

anos atrás, a Associação dos Condomínios Verticais de Alphaville e Tamboré (ACVAT) era um encontro entre os síndicos dos prédios residenciais da região para trocar figurinhas: “Às vezes, um tinha um problema, e a solução já podia deixar os outros em alerta, para quando passassem pela mesma situação”, conta Gislane Gandra Lima, presidente da associação há quatro anos – que também é presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Alphaville e Tamboré. Com o tempo, assim como cresceu o número de condomínios verticais da região, aumentou também a adesão ao grupo. Principalmente porque um dos seus motes iniciais era a extinção das taxas de foro e laudêmio dos imóveis. Com a ampliação da área de atuação – condomínios de Santana de Paranaíba e Barueri também começaram a participar –, criou-se um megaestatuto para a instituição. Mas logo notou-se que a realidade de cada local e cidade era diferente, o que impedia todos de continuarem

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no mesmo grupo. Agora a ACVAT volta a atuar apenas nas áreas de Alphaville e Tamboré que pertencem ao município de Barueri. “Estamos reduzindo nossa atuação, reformulando nosso estatuto e investindo em resgatar todos os síndicos da região. Só assim vamos conseguir ter uma associação que dê, verdadeiramente, voz aos moradores da região”, conta Gislane. Confira a entrevista. A associação está mudando seu estatuto... O objetivo é reduzir a área de atuação, concentrando-a em Alphaville? Isso. A área de atuação estava muito grande, e percebemos que são realidades diferentes, porque são municípios diferentes, prefeituras diferentes, prefeitos diferentes, arrecadações diferentes, segurança diferenciada. Não dá pra misturar Barueri com Santana. Antes tínhamos um megaestatuto, com conselho disso, conselho daquilo e muitas pessoas; depois o volume foi diminuindo. Por isso, vamos mudar. Quando você tem uma

Associação não quer apenas se concentrar nos condomínios, mas também falar pelos moradores da região, dar voz a eles. A AREA já não faz essa função? Queremos uma associação que não apenas reúna os síndicos, mas que também represente a opinião dos moradores. A AREA cuida da segurança, da limpeza das vias e do paisagismo. Ela tem contato bem direto com os associados dela, mas não os representa. Nós queremos falar em nome dos moradores. E uma associação dos condomínios verticais hoje não trabalha apenas com os problemas internos do condomínio. Desde o ano passado, a gente tem se reunido para discutir problemas de água, por exemplo. E quais são os principais interesses da associação hoje? Segurança está entre eles? A segurança é abordada quando ocorre algum fato. Mas não é o principal. Até porque nós estamos seguros, temos uma média de segurança que é uma das melhores do Brasil. E disso quem cuida é a AREA. Hoje os

principais temas da associação são Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) – pois depois da tragédia em Santa Maria, foram criadas novas normas, e os condomínios nem sempre conseguem se adequar; a economia de luz; a falta de água; os prestadores de serviço e fornecedores – às vezes, você está com problema de vazamento na sua piscina, e mais fácil do que você consultar um guia é eu falar pra você: 'Eles estiveram no prédio, o preço foi bom, o serviço foi bom'; material de limpeza utilizado, como os sacos de lixo, que são um grande gasto para os condomínios; a coleta de lixo e de recicláveis – quem faz, quem não faz, quem vem; e problemas com funcionários, de como demitir, por exemplo. São temas do dia a dia do condomínio que interferem na vida dos moradores. Essa troca é para aprender a lidar com os problemas que vão surgir. O objetivo é o mesmo lá do começo, com a diferença de que agora temos também problemas externos – antes eram apenas internos. A associação continua restrita a encontros entre síndicos ou mais gente pode participar? Mais gente pode participar. Na verdade, nossa intenção é justamente que, caso o síndico não possa ir, outras pessoas possam ir no lugar dele, alguém do prédio – um subsíndico, alguém do conselho ou até um morador mais ativo. O importante é o condomínio estar sempre representado. Queremos resgatar todos os condomínios. Quando as pessoas perceberem a força que temos unidos, vão começar a participar mais. Nós vamos extrapolar o âmbito dos condôminos, vamos representar um bairro inteiro.



coquetel

novidades da região

COMIDA ASIÁTICA EM ALPHAVILLE

O restaurante P. F. Chang’s em breve abrirá suas portas no Iguatemi Alphaville. A rede internacional de gastronomia asiática conta com apenas duas unidades no Brasil – uma em São Paulo e uma no Rio de Janeiro. No cardápio, destaque para os Wontons recheados de carne suína, camarão ou vegetais, cozidos no vapor ou dourados na chapa, servidos com molho especial. Outra opção é a combinação de frango, cogumelos, cebolinha e castanhas d’água preparados na wok, acompanhada de folhas frescas. IGUATEMI ALPHAVILLE – (11) 2078-8000 PISO XINGU – PFCHANGS.COM.BR

OBA, LIVROS!

MAIS FASHION

A Feira do Livro da Toy Books, que oferece publicações a partir de R$ 3, estará em dois lugares diferentes em Barueri neste mês de abril. No Centro Comercial Alphaville – na Praça das Orquídeas –, de seg. a sex., das 10h às 18h, e aos sáb., das 10h às 16h, até o dia 30, onde estarão à venda mais de 6.000 títulos de gêneros variados (infantil, juvenil e adulto); e no Parque Shopping, onde fica até o dia 28 com mais de 2.000 exemplares. A mostra acontece no piso L1, de seg. a sáb., das 10h às 22h, e dom. e feriados, das 14h às 20h.

Recém-inaugurada em Alphaville, a Boutique Benedict’s traz peças exclusivas de moda feminina, de marcas como Bobstore e Alexandre Herchcovitch, e diversos acessórios. Em breve, a loja promete abrir mais unidades na região. CALÇADA CANOPO, 11 – CENTRO DE APOIO II – (11) 4153-6028/4153–6104

º #-+) ÂN#) Á È ÈË& ,ÁÈÈ# PÇA. DAS ORQUÍDEAS – (11) 4196-6560 CENTROCOMERCIAL.COM.BR ºË )(O# *&ÂËËÁ-% É )O#)Á PISO L1 – (11) 4688-6800 PARQUESHOPPINGBARUERI.COM.BR

NOVIDADES DO TAMBORÉ

O shopping vai ganhar mais três lojas ainda neste semestre: a Temakeria & Cia, que oferece pratos à la carte da culinária japonesa; a Vila Romana, que vende roupas, calçados e acessórios masculinos; e a Victor Hugo, famosa marca de bolsas femininas. SHOPPING TAMBORÉ (11) 2166-9717 SHOPPINGTAMBORE.COM.BR

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BONS SONHOS!

Você conhece bem a importância do sono de um bebê? No dia 18 de abril, às 10h, a psicóloga Gisele Soler Lloret fará uma palestra gratuita sobre o tema, aqui em Alphaville. Além da importância, das etapas e de como o sono se desenvolve, ela vai falar sobre as rotinas para bebês, a relação das mães e os pequenos e a cama compartilhada. Para participar, é necessário fazer a inscrição no site cinese.me – as vagas são limitadas. ESPAÇO 103 – AL. ARAGUAIA, 2190 – CEA II – TORRE I SALA 103 – ALPHAVILLE – (11) 4191-8517


2015 | ABRIL | LOCAL VERO | 9B


VINHOS

Hotel e Spa do Vinho Caudalie Vinothérapie. Nele as uvas fazem parte dos tratamentos estéticos e corporais, de banhos de imersão a esfoliações

FOTO ASBOASCOISASDAVIDA.COM.BR

R TEIRO

Jacyara Azevedo, jornalista, foi editora da VERO e dos roteiros da Veja Comer & Beber. Moradora de Alphaville desde 1982, ela divide aqui os endereços mais bacanas na região e em São Paulo.

Na rota dos vinhos RESTAURANTES & WINE BARS ALPHAVILLE E REGIÃO GRAND CRU

Misto de loja de vinhos e bistrô, abriga grandes etiquetas dos principais países produtores – fazem parte da lista marcas como as italianas Allegrini e Ornellaia ou a francesa Delas Frères. Com mais de 1.500 rótulos (muitos de importação exclusiva), o extenso portfólio tem vários exemplares pontuados pelo crítico americano 10B | LOCAL VERO | ABRIL | 2015

Robert Parker, referência na área. É o caso do tinto chileno Morandé Gran Reserva Syrah 2010 (R$ 97), com 90 pontos na avaliação. Outro tinto, que recebeu 93 pontos, é o espanhol Celler Besllum 2011 (R$ 90). Para harmonizar, da cozinha do restaurante saem clássicos da culinária franco-italiana. No almoço executivo, durante a semana, o prato principal custa R$ 39 – entrada e sobremesa saem por mais R$ 8 cada uma. Jantar à la carte.

Al. Araguaia, 1.443, Alphaville, 4191-8707. 12h/15h e 19h/23h (sáb. almoço até 16h; fecha dom.). Loja 9h/23h (fecha dom.). grandcrualphaville.com.br

MONDO DI VINO

Dentre seus 250 rótulos garimpados em 16 países, exibe com orgulho produções próprias, artesanais. A mais recente saída de sua vinícola – instalada na Serra da Mantiqueira, entre os vales da charmosa cidadezinha de São

Bento do Sapucaí –, ganhou corpo em 250 garrafas do tinto Baú 9.4 Syrah 2013 (R$ 60), um dos mais disputados pelos clientes (encorpado, ele levou oito meses repousando em barricas francesas para conquistar aromas de chocolate e café). Aparece na lista dos mais solicitados o francês Rigal Malbec (R$ 88), produzido em Cahors, região considerada berço desse tipo de uva. Todos os exemplares da loja estão disponíveis para

Preços apurados entre os dias 3 e 16 de março de 2015.

Aproveitamos a chegada do friozinho do outono e reunimos bares, restaurantes, wine bars, viagens, cursos e livros para você degustar e aprender mais sobre a bebida


Shopping Tamboré, Av. Piracema, 669, Tamboré, 2166-9911. 12h/22h (sex. e sáb. até 23h). mondodivino.com.br

POBRE JUAN

Muito além dos excelentes grelhados em estilo argentino, a casa tem uma das melhores cartas de vinho da cidade. A seleção recebeu, em 2014, o “Award of Excellence”, da respeitada revista americana Wine Spectator. Mérito do premiado Diego Arrebola, “wine diretor” da rede de churrascarias – eleito o Melhor Sommelier do Brasil pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS), o profissional é o primeiro (e por enquanto o único) brasileiro certificado pela Associação Internacional de Sommeliers (ASI). São 235 rótulos de 20 países, exibidos em uma adega envidraçada com ares de instalação artística no salão. Há exemplares como o tinto português Altano 2011 (R$ 93), mistura de uvas Roriz, Touriga franca e Barroca. Da região francesa de Cahors, o Malbec Le Gouleyant 2012 (R$ 104) vai bem com o top sirloin – corte nobre do quadril do boi – servido com purê de abóbora, farofa crocante de biju na manteiga de garrafa e molho pesto à base de salsa e coentro (R$ 75,40). A relação traz ainda etiquetas disponíveis em taça (de R$ 25 a R$ 79). Iguatemi Alphaville, Al. Rio Negro, 111, piso Rio Negro, 4209-1700. 12h/15h e 19h/22h30 (sex. almoço até 16h e jantar até 23h; sáb. e dom., sem intervalo até 23h). pobrejuan.com.br

VINEA

A fachada remete aos casarões campestres da Itália. Divide-se entre o serviço diário de loja, o restaurante e a organização de eventos contratados. Com cerca de 300 rótulos de importação própria, o catálogo abrange nove países – não faltam os mais tradicionais, como Chile, Argentina, Portugal, Espanha e França. Entre as 40 mil garrafas no estoque, há exemplares como o tinto italiano Chianti Colli Senesi DOCG 2007 (R$ 74), produzido na região da Toscana com as uvas Sangiovese e Merlot – ótimo para ser degustado junto de massas, risotos e carnes de caça. Da Catalunha, na Espanha, o espumante Castell d’Olèrdola Brut Cava (R$ 89) acompanha saladas e pratos à base de frutos do mar. O endereço também serve vinho em taça (quatro máquinas Enomatic preservam a bebida da oxidação e a mantêm na temperatura ideal). Responsável pela carta desde 2010, a sommelière Fabiana Gherardini é moradora de Alphaville há mais de 20 anos.

Al. Araguaia, 540, 2078-7880. 12h/15h e 18h/22h (ter. e qua. só almoço; sex. jantar até 23h; sáb. só jantar até 23h; fecha dom. e seg.). Loja: 10h/22h (sáb. até 18h; fecha dom.). vinea.com.br

SÃO PAULO BARDEGA

De alma informal, neste wine bar a clientela se serve direto na fonte: são 96 rótulos enfileirados dentro de máquinas especiais – as Enomatics – que armazenam a bebida da maneira mais adequada. Para a série de degustações possíveis, há taças de 30 ml, 60 ml ou 120 ml. Sommeliers ficam à disposição para orientar diante da seleção de exemplares do Velho e do Novo Mundo. Novidade, o local também passou a servir vinhos na forma de clericots e sangrias. Feita na versão tradicional, com laranja Bahia, limão siciliano, maçã verde, licor de tangerina e destilado de casca de laranja, a sangria

(de 1,5 l) pode levar a uva de preferência do cliente (R$ 60, com Malbec). Da cozinha saem pratos e petiscos caprichados, nesse caso, para acompanhar tintos, brancos, rosés e espumantes.

R. Doutor Alceu de Campos Rodrigues, 218, Itaim Bibi, São Paulo, 2691-7578. 11h30/14h30 e 18h30/1h (seg. só almoço; fecha dom.). bardega.com.br

BOTTEGA BERNACCA

Dentro do pequeno e aconchegante salão, dá para sentir como se estivesse de férias

em uma cidadezinha da Itália. Servidos em copinhos de vidro trazidos de lá, dois dos 18 rótulos são vendidos ao preço fixo de R$ 9 (os outros vinhos chegam à mesa nas garrafas). Faz sucesso o tinto italiano Castello di Magione Sangiovese 2013. Um enxuto menu, com panini e massas, conta com a experiência de um dos sócios, Davide Bernacca, também do restaurante Serafina – filial paulistana da badalada casa nova-iorquina. Na medida para ir a dois, o espaço tem poucas mesas (as da calçada

DIVULGAÇÃO

consumo imediato, incluindo uma seleção de brancos e rosés já climatizados. As bebidas também são servidas em taça e meia garrafa. Quatro especialistas orientam os clientes, sob o comando de uma das sócias, a sommelière Bia Motta. As prateleiras têm ainda cervejas de todo o mundo, licores e destilados. Para comer, o bistrô de cardápio italiano faz releituras de pratos clássicos.

VILLE DU VIN

Mais de 500 m² abrigam cerca de 30 mil garrafas de vinho no endereço onde também funciona o bistrô de mesmo nome. Ali os exemplares dispostos em elegantes prateleiras de madeira cercam as mesas. Há aproximadamente 2.000 rótulos distintos, provenientes de 12 países. Caso do bem pontuado Marques de Casa Concha Cabernet Sauvignon 2011, um dos ícones da vinícola chilena Concha y Toro (R$ 89,90). Combina muito bem com o carré de cordeiro guarnecido de tagliolini na manteiga (R$ 94), se a ideia for degustá-lo com um prato

no local. Outra escolha é o espumante português Mateus Sparkling Brut Rosé (R$ 69,90), boa pedida com o arroz de frutos do mar (R$ 72). Os vinhos saem a preço de prateleira nas refeições, um dos atrativos da casa (além da equipe atenciosa). Mais modesta em tamanho, a unidade no shopping consegue comportar 7.000 garrafas.

Al. Tocantins, 75, 4208-6061. Restaurante: 12h/15h e 19h/23h (sáb. almoço até 16h; fecha dom.). Loja: 10h/22h. Iguatemi Alphaville, Al. Rio Negro, 111, piso Rio Negro, 4209-1666. 10h/22h (dom. 14h/20h). villeduvin.com.br

2015 | ABRIL | LOCAL VERO | 11B


vinhos

também são disputadas), adega aparente de madeira e iluminação discretíssima. R. Padre João Manuel, 826, Cerqueira César, São Paulo, 3586-7103. 12h/24h (dom. até 17h; fecha seg.). bottegabernacca.com.br

CASA EUROPA

Poderia ser às margens do Rio Sena, em Paris, ou em algum daqueles disputados “rooftops” de Nova York (em tradução livre, bares sobre telhados de prédios). Mas dá para comprar uma boa garrafa de vinho e apreciar uma bela vista panorâmica em São Paulo mesmo, sentado em um banquinho entre frondosas jabuticabeiras. Na recéminaugurada ala gourmet do Cidade Jardim, a segunda unidade deste mercado traz pães, azeites, antepastos, conservas, além de uma seleção com cerca de 60 rótulos de vinhos especiais, muitos deles exclusivos. No menu – menor que o da matriz, na Al. Gabriel Monteiro da Silva – há vários exemplares orgânicos e biodinâmicos, aqueles que têm o gosto real da uva, sem uso de fertilizantes químicos e correções de mosto na adega, entre outras técnicas. Do primeiro grupo, por exemplo, há o argentino Familia Mayol Tempranillo 2011 (R$ 79), produzido em pequena escala e no ponto para ser degustado. Orgânico e biodinâmico, o vinho verde português Sousa Lopes está em promoção até o fim do estoque (R$ 46). Não se esqueça de levar as taças de casa! Shopping Cidade Jardim, Av. Magalhães de Castro, 12.000, 4º piso (Food Hall), 3198-9423. 10h/22h (dom. 12h/21h). casaeuropa.com.br

FASANO

Que a carta de vinhos está sob os cuidados do multipremiado sommelier Manoel Beato, que as receitas italianas (produzidas por um batalhão de pessoas sob o comando do chef toscano Luca Gozzani) são dos deuses, que o serviço, orquestrado pelo maîtregerente Almir Paiva, é impecável 12B | LOCAL VERO | ABRIL | 2015

e que a experiência não sai barato – mas vale a pena, ao menos um vez na vida –, muita gente sabe ou imagina. Mais um argumento acaba de integrar essa vasta lista: o restaurante tem o italiano de olhos esverdeados Massimo Leoncini realizando o serviço de vinho, eleito recentemente pela crítica especializada como “o melhor sommelier de 2014”. Ótimo de papo, o profissional detalha sem afetações os rótulos da casa, uma variedade de châteaux, barolos e brunnellos de velhas cepas.

Argentina (origem de um dos três sócios da empreitada). Por enquanto, o cardápio tem cerca de dez rótulos, que podem variar de acordo com o evento. A seleção contempla tintos, rosés, brancos e espumantes (de R$ 13 a R$ 16). A adega sobre rodas não tem petiscos para acompanhar; a ideia é que os veículos vizinhos sugiram harmonizações, o que torna a experiência mais divertida. Uma curiosidade: depois de servidas, taças e garrafas são recicladas. Em São Paulo o

de origem. São mais de cem rótulos – a cada mês, um deles sai da prateleira por um preço promocional. A seleção exibe exemplares como o espumante Prosecco DOC di Valdobbiadene Anella (R$ 96) e o tinto Rufino Chianti Sangiovese DOCG (R$ 89), ambos italianos. Para comer, os petiscos arrancam suspiros. A muçarela de búfala chega envolta por uma casquinha crocante e guarnecida de molho pesto cremoso (R$ 23 a porção). Aproveite os ventos mais frescos e prove o fondue de queijos da casa (R$ 69; para duas pessoas).

R. Rio Grande, 304, Vila Mariana, São Paulo, 4304-0300. 18h/0h45 (sáb. a partir das 16h, fecha seg. e dom.). sacrarolha.com.br

SAINT VIN SAINT ENOTECA

R. Vitório Fasano, 88, Hotel Fasano, Jardim Paulistano, São Paulo, 3062-4000 e 3896-4000. 19h/0h30 (sex. e sáb. até 1h; fecha dom.). fasano.com.br

LOS MENDOZITOS

Food truck por afinidade, este simpático trailer azul-claro tem como foco a bebida, não a comida. Itinerante como manda a categoria, vende apenas vinhos: o nome dá uma pista, só os feitos por pequenos produtores na região de Mendoza, na

caminhão não tem localização fixa, mas a programação com os endereços onde estaciona é divulgada via Facebook. 99176-3955. facebook.com/ losmendozitos

SACRA ROLHA

Velas e a linda decoração atraem principalmente os casais para este bar de ares românticos. Ocupam a maior parte da carta de bebidas champanhes, espumantes, tintos, brancos e rosés, organizados por país

Daqueles (raros) lugares onde o experimento está acima dos rótulos, o que torna a visita bem interessante. Sob o comando do casal Lis Cereja (chef, sommelière e escritora) e Ramatis Russo (ex-sommelier do hotel Emiliano), é a dupla quem cuida dos vinhos, inventa o cardápio e atende os clientes no salão, com a ajuda de uma pequena equipe. A começar pela carta, com cerca de 250 opções, a seleção muda todos os meses e lista apenas vinhos orgânicos, biodinâmicos ou naturais, grande parte de produtores artesanais. Costuma marcar presença o tinto brasileiro Domínio Vicari, Merlot feito literalmente na garagem de uma enóloga na Praia do Rosa, em Santa Catarina – plantadas no Rio Grande do Sul, as uvas são transportadas durante a madrugada em um veículo refrigerado, dando origem a apenas mil garrafas por ano. Tanto a safra 2009 quanto a 2014, disponíveis na enoteca, custam R$ 89. Para comer, o menu também trabalha só com ingredientes orgânicos, incluindo as carnes. Muitas das sugestões, sazonais, mudam a cada dois meses. Mas permanecem clássicos da casa, caso do cremoso risotto de boeuf bourguignon, inspirado

Preços apurados entre os dias 3 e 16 de março de 2015.

roteiro


2015 | ABRIL | LOCAL VERO | 13B


vinhos

na preparação francesa de carne cozida lentamente no Pinot Noir, com cebolinhas, cogumelos paris e legumes (R$ 49). Há programação musical ao vivo (tango às quartas, jazz às quintas e sextas, guitarra flamenca aos sábados). É recomendável fazer reserva, são apenas 12 mesas (30 lugares). R. Professor Atílio Innocenti, 811, Vila Nova Conceição, São Paulo, 3846-0384. 12h/15h e 19h/24h (sáb. só jantar; fecha dom.). saintvinsaint.com.br

VARANDA

etapas – seja para trabalhar como sommelier profissional, seja como consultor de produtores, importadoras e lojas especializadas. O módulo “Fundamentos do Vinho” (R$ 3.150), primeiro da série, discorre sobre um amplo leque de temas que envolvem a bebida – viticultura, vinificação, adegas, técnicas de degustação (presente em todas as aulas). A turma noturna, com encontros uma vez por semana, tem duração aproximada de 86 horas e inscrições abertas para

R. Gomes de Carvalho, 1.327/1.329, Edifício Olímpia Park, 2º andar, conj. 21, Vila Olímpia, São Paulo, 3814-7853/1269. 8h/17h (fecha sáb. e dom.). abs-sp.com.br

CICLO DAS VINHAS, ESCOLA DO VINHO & LIVRARIA Funciona em um sobradinho fofíssimo, sob o comando da experiente proprietária e sommelière Alexandra Corvo – colunista de vinhos na Folha de São Paulo e na rádio Bandnews FM. Os cursos, para amadores,

Não são apenas as carnes que elevam esta churrascaria ao patamar das melhores encontradas em São Paulo. Para valorizar os cortes, o sommelier Tiago Locatelli elaborou uma carta de vinhos variada (são 400 rótulos de 18 países) e, acredite, acessível. Os tintos são maioria – o mais barato, o uruguaio Don Arturo Tannat 2012, chega à mesa por R$ 39 a garrafa. Entre os campeões de pedidos, o espanhol Señorio de Sarria Crianza 2009 custa R$ 75. Disponível no jantar, o menu degustação consiste em entrada, três cortes de carne (picanha suína, assado de tira e tenderloin) acompanhados de três guarnições e sobremesa (R$ 160 por pessoa). A experiência pode incluir harmonização dos pratos com cinco vinhos indicados pelo sommelier. Nesse caso, a refeição com as bebidas sai R$ 280 por pessoa.

R. General Mena Barreto, 793, Itaim Bibi, São Paulo, 3887-8870. 12h/15h e 19h/23h (sex. almoço até 15h30; sáb. almoço até 18h e jantar até 24h; dom. só almoço até 17h30). varandagrill.com.br

CURSOS & LIVROS PARA APRENDER ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SOMMELIERS Para quem quer apostar em uma nova carreira, a ABS-SP ministra cursos de formação de profissionais em três 14B | LOCAL VERO | ABRIL | 2015

início previsto no dia 9 de abril. Outra turma, com aulas quatro vezes por semana no período da manhã, deve começar a partir de 25 de maio. Na sequência, o módulo “Países” aborda todos os produtores do Velho e do Novo Mundo (R$ 3.500). Por fim, “Serviço” (R$ 2.800) dá uma visão abrangente da profissão, incluindo seus temas correlatos, a exemplo do café, da cerveja, do uísque, dos chocolates, dos queijos etc.

estudantes ou profissionais, têm como foco a arte da degustação: não faltam exercícios para sensibilizar e estimular a percepção de aromas e sabores. Ainda neste mês, o “Curso Básico de Vinhos” introduz os alunos (são apenas 12 em cada grupo) ao universo das uvas e regiões, à história dos diferentes vinhos e, principalmente, às técnicas de degustação e harmonização. A versão intensiva acontece no sábado 11, das 11h às 18h (R$ 561). Há outras turmas

programadas para o mês de maio, uma das opções, em três quintasfeiras consecutivas (dias 14, 21 e 28, das 19h às 22h). Custa R$ 597. O local também abriga uma livraria com mais de 300 títulos nacionais e importados.

Ciclo da Vinhas, Escola do Vinho & Livraria, R. Maria Figueiredo, 305, Paraíso, São Paulo, 3284-3626. 10h/18h (sáb. apenas em dias de curso; fecha dom.). alexandracorvo.com.br

SENAC

Passe cinco sábados aprendendo a reconhecer características e estilos de vinhos, as variedades de uvas brancas e tintas, as principais regiões produtoras e a linguagem específica da área. Essa é proposta do curso livre “Básico de Vinhos” da instituição, com novas turmas todos os meses na unidade da Aclimação. Durante os encontros, das 14h às 17h, o aluno vivencia situações de interação com clientes, tratando desde a escolha do rótulo até a técnica de abertura da garrafa, além de sugerir harmonizações com menu. Custa R$ 463,44 (o valor inclui o livro Conheça Vinhos, dos autores Dirceu Vianna Junior e Ivan Jose Santos, Editora Senac, 276 páginas – esgotado nas livrarias). A próxima turma tem previsão de início no dia 25 deste mês. Há também a versão sequencial do curso, de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h – o início da próxima turma é no dia 25 de maio. Senac, R. Pires da Mota, 838, Aclimação, São Paulo, 3795-1299. 8h/21h (sáb. até 15h). sp.senac.br

PARA LER LIVROS DE CABECEIRA

Iniciantes e iniciados têm ao menos dois motivos para incluir o GUIA DE VINHOS LAROUSSE

(Larousse do Brasil, 320 páginas, R$ 39,90) na sua estante

particular. Em sua terceira edição, a obra lista rótulos facilmente encontrados nas lojas (de vários preços e países) e sugere harmonizações com pratos tradicionais da nossa culinária,

Preços apurados entre os dias 3 e 16 de março de 2015.

roteiro



vinhos

incluindo a trinca arroz-feijãoe-bife – uma raridade entre a vasta literatura do gênero. Didático, traz um sistema de avaliação dos vinhos muito fácil de ser consultado, desenvolvido especialmente pelo autor, Manoel Beato, o sommelier mais respeitado do Brasil. O texto inclui capítulos de conhecimentos gerais, explicando, por exemplo, processos de vinificação, como ler um rótulo na hora de comprálo e a forma mais adequada de armazená-lo em casa. Seguindo a linha das famosas listas para se cumprir, o título 1001 VINHOS PARA BEBER ANTES DE MORRER

projeto da Villaggio Grando, que recebe cerca de 2.000 visitantes por mês. Duas curiosidades: em Santa Catarina, a colheita acontece mais tarde que na Serra Gaúcha, a partir de março, e pode se estender até maio; não deixe de provar os Sauvignon Blanc e os Chardonnay da região, que costumam aparecer no topo dos rankings nacionais.

percorra o Vale dos Vinhedos, rota que concentra o grosso dos produtores da região (são mais de 30 ao todo!). Valem a pena as visitas guiadas, tanto nas pequenas propriedades rurais quanto nos grandes grupos, caso da Casa Valduga. Em frente à Miolo fica o Hotel e Spa do Vinho Caudalie Vinothérapie, o único spa da marca francesa na América Latina e o melhor lugar para se hospedar – ali as uvas fazem parte dos tratamentos estéticos e corporais, de banhos de imersão a esfoliações. A

SERRA GAÚCHA

cidade ainda abriga a produção da Aurora e da Salton, duas trilhas de 4,5 hectares de mata nativa na área do Hotel Villa Michelon, que também aloja o Memorial do Vinho e a Casa do Filó. O roteiro Caminhos de Pedra tem 7 km de estradas, com 28 casas feitas de pedra e madeira, herança da imigração italiana no século XIX.

turismo.sc.gov.br; sanjo.com.br; villafrancioni.com.br; facebook. com/VinhedosdoMonteAgudo; riodorastro.com.br; villaggiogrando.com.br

(Sextante, 960 páginas, R$ 69,90)

apresenta uma seleção que deve ser provada em algum momento da vida. Indicado para quem não quer passar desta para outra sem degustar o que há de melhor – e mais caro – no universo do Baco.

VIAGENS SERRA CATARINENSE

Pouco conhecida pelo enoturismo, tem ao menos uma dezena de vinícolas – atraídas por uma das áreas mais frias e de maior altitude do Brasil. Ótimos rótulos saem dali, apesar de novata na tradição (a primeira, Quinta da Neve, surgiu há 15 anos). Em especial na cidade de São Joaquim, a 228 km de Florianópolis e 1.354 m de altitude, onde ficam as maiores, como Sanjo e Villa Francioni – nesta última, experimente o rosé, apontado por especialistas como um dos melhores da América do Sul. Com horários para visitas, todas têm boa infraestrutura para turistas. Conheça também as propriedades menores, caso da Vinhedos do Monte Agudo, com uma das mais belas vistas e refeições harmonizadas com os quatro vinhos da casa. Para se hospedar, o deslumbrante hotel Rio do Rastro Eco Resort, a 42 km de São Joaquim, é a opção mais bacana. Estique a viagem até Água Doce, no Vale do Contestado, oeste do estado (servido pelo aeroporto de Chapecó), e conheça o ambicioso 16B | LOCAL VERO | ABRIL | 2015

Nada de torcer o nariz, qualquer entendido no assunto confirma: existem grandes vinhos no Rio Grande do Sul. Cheia de vinícolas, restaurantes e belas paisagens, a travessia abrange cidades como Gramado, Canela, Nova Petrópolis e Garibaldi – o roteiro completo rende fácil 20 dias de férias. Se tiver pouco tempo, escolha Bento Gonçalves, estrela da produção nacional e a primeira a obter registro de denominação de origem. Alugue um carro e

turismobento.com.br/pt; casavalduga.com.br; miolo.com. br/enoturismo; spadovinho.com. br; vinicolaaurora.com.br; salton. com.br; villamichelon.com.br

SERTÃO NORDESTINO

Se você viu a minissérie Amores Roubados (exibida pela Globo no início do ano passado), não vai estranhar. Pois a trama cujo protagonista era um intenso sommelier vivido por Cauã Reymond teve como cenário o belíssimo Vale do Rio São Francisco, trazendo à tona os vinhedos e os vinhos do sertão. Em plena caatinga, a área entre o sertão de Pernambuco e o norte da Bahia – a segunda maior produtora de vinhos, espumantes e sucos de uva no Brasil – reúne sete vinícolas. Duas não podem ficar de fora do roteiro. A Ouro Verde, unidade do grupo Miolo na região, produz a linha Terranova, responsável pelo elogiado tinto Testardi Syrah 2013 (R$ 80,71). A fazenda, na Bahia, recebe todos os anos mais de 20 mil turistas. É necessário agendar previamente o tour, guiado por enólogos, que pode incluir a degustação de todos os produtos. No interior de Pernambuco, na cidade de Petrolina, a cerca de 700 km do Recife, aproximadamente 6.000 visitantes anuais ficam boquiabertos diante dos cerca de 200 hectares de área cultivada da Santa Maria, que produz cinco diferentes marcas dentro do projeto ViniBrasil (Rio Sol, Paralelo 8, Adega do Vale, Vinha Maria e Rendeiras). O passeio mais bacana ocupa quase um dia, começando pelos parreirais, seguindo para adega e, depois, com degustação a bordo de um catamarã no “Velho Chico”. Termina na casa sede da fazenda, com um almoço de comida regional.

Vinícola Ouro Verde, BR-235, km 40, Santana do Sobrado, s/n, Vale do São Francisco, Casa Nova, Bahia, (74) 3536-1132 e (74) 35274243/4193/4002. 8h/16h30 (fecha dom.). miolo.com.br/enoturismo Vinícola Santa Maria, Fazenda Planaltino, s/n, Rod. PE-574, km 8, Estrada da Uva e do Vinho, Lagoa Grande, Pernambuco, (87) 3860-1587. vinibrasil.com.br

Preços apurados entre os dias 3 e 16 de março de 2015.

roteiro



sua cidade

plano diretor

NOVO PLANO DIRETOR EM BARUERI Prefeitura deve finalizar em seis meses a proposta de desenvolvimento de dez anos para a cidade. Participação popular é essencial para o processo por Gabriela Ribeiro

VOCÊ já parou pra pensar se todos os bairros da sua cidade estão bem abastecidos com escolas e centros de saúde? Sabe quem é que regulamenta a altura máxima dos novos lançamentos imobiliários na sua rua? Muita gente não sabe, mas é para planejar e guiar o desenvolvimento de uma cidade que existe o Plano Diretor. Em Barueri, a última versão do documento é de 2004. Por isso, nos próximos seis meses, segundo o secretário de Planejamento e Urbanismo, José Eduardo Hyppolito, a prefeitura promete entregar uma nova versão revisada do planejamento, que valerá para os próximos dez anos. Funciona assim: primeiro, o município faz um levantamento técnico para saber como está a realidade física, social, econômica, política e administrativa da cidade (o que tem em cada bairro e o que falta). Depois o poder público ouve da população – por meio de questionários, reuniões e encontros - sugestões de como a cidade pode ser melhorada. Tudo isso é anexado ao relatório, e, então, o conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento socioeconômico e da ocupação do solo é apresentado. PASSO A PASSO Em alguns dias, todos os alunos das escolas municipais, estaduais e particulares de Barueri receberão um questionário, que deverá ser levado pra casa e respondido em família. O objetivo é levantar informações para caracterizar 18B | LOCAL VERO | ABRIL | 2015

a vida das pessoas – como há quanto tempo vivem em Barueri e qual tipo de transporte e atendimento médico são mais utilizados – e também, saber a opinião dos moradores em relação ao que precisa ser melhorado no bairro e na cidade, quais os melhores serviços do bairro, quais os principais problemas ambientais, entre outras perguntas. Segundo Hyppolito, o questionário ainda será enviado para as associações de todas as áreas: arquitetura

e engenharia, saúde, segurança, imprensa, Rotary Club, Conselho do Idoso, entidades especiais e, inclusive, associações de moradores. Os funcionários da prefeitura (incluindo o prefeito e vereadores) e das secretarias também vão responder. Depois os dados obtidos com esses questionários serão cruzados com o estudo técnico que já foi previamente feito pela prefeitura. O projeto do novo Plano Diretor será, então, encaminhado para aprovação da Câmara.

Para saber mais sobre como e onde participar, entre em contato com a Secretaria de Planejamento e Urbanismo, pelo telefone (11) 4199-1355.


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publieditorial

consultório de neurologia e psiquiatria

MEDICINA INTEGRATIVA EM ALPHAVILLE Consultório une psiquiatria e neurologia e traz conceito diferenciado para ajudar no tratamento

“A PSIQUIATRIA ainda é vista na sociedade com um certo estigma, um certo preconceito”, conta Maria Fernanda Caliani. Esse foi um dos motivos que levaram a psiquiatra e seu marido, o neurologista Saulo Nardy Nader, a criar uma clínica completamente diferenciada em Alphaville, unindo as duas especialidades. “Buscamos montar um ambiente acolhedor e com o máximo de discrição, a fim de tornar o tratamento mais aceitável”, explica a psiquiatra. A maior inspiração para os médicos veio de casa: “Como temos casos na família e já conhecemos consultórios de que não gostamos, queríamos aplicar no nosso coisas que 20B | LOCAL VERO | ABRIL | 2015

a gente não via em outros lugares”. E exemplifica: “Fizemos questão de ter uma sala de espera um pouquinho mais distante da entrada, para preservar a intimidade de quem vai à consulta e muitas vezes não quer ser visto no médico”. Mais do que isso: “A gente sabe por experiência própria o quanto é irritante você chegar ao médico e só ter revista de medicina pra ler ou aquelas de coluna social velhas, chatas, que tornam a espera um tédio”, conta Saulo. Outro diferencial é o novo conceito aplicado na clínica: a medicina integrativa, que, conforme eles explicam, alia diversas técnicas não medicamentosas, mas

com comprovação científica, no tratamento, como acupuntura e nutrição. “Na minha especialidade, por exemplo, são comuns casos de enxaqueca. Além de ver o ponto de vista neurológico medicamentoso, é importante saber se o paciente está tendo uma vida saudável. Muitas vezes a pessoa está estressada, se alimentando mal, trabalhando excessivamente e com pouco entretenimento, e são esses fatores que estão agravando e perpetuando sua doença. É preciso identificar e intervir nisso tudo, para garantir que a enxaqueca realmente melhore. Não basta somente o remédio”, argumenta Saulo. Para chamar a atenção para o quanto essas técnicas complementares podem auxiliar no tratamento, o consultório conta com uma salinha de massoterapia: “Em toda consulta, o paciente ganha uma seção de massoterapia, que é feita 15 minutos antes ou depois, com uma especialista”, diz Maria. Trazer facilidade para os pacientes é outro ponto levado a sério na clínica. Por isso, além da massoterapeuta, outros médicos parceiros podem ir até o consultório para

atender. “Às vezes, você indica o paciente pra outro especialista, e ele não tem tempo de procurar. Então, nós trazemos o médico até aqui. A ideia é que tudo faça parte do mesmo tratamento”, conta Saulo. O consultório ainda oferece outros mimos para os pacientes, como orçamento de remédios prescritos, agendamento de exames, consulta domiciliar, manobrista cortesia e amenidades. “A gente não tem uma secretária, temos uma assistente, que não deixa o paciente sair daqui antes de marcar seu exame. Ela faz o orçamento dos medicamentos na hora e, se ele desejar, já compra pela internet e manda entregar na casa dele”, relata Saulo. “Já o atendimento domiciliar foi pensado para atender uma demanda reprimida nessa área. Muitas pessoas não querem se expor e vir até o consultório. Por isso, nós vamos até eles”, explica Maria Fernanda. “E como prezamos pela boa alimentação, bem-estar e qualidade de vida, não faria sentido o paciente chegar aqui e não ter à disposição bebidinhas saudáveis”, finaliza Saulo.


O QUE PODE SER TRATADO EM CADA ESPECIALIDADE NEUROLOGIA Âş , 8 ĂĽ 8698 5 desequilĂ­brios (como labirintite) Âş #9ĂŽ5 5 5 5 Âş # 5 69Ă? h Âş + 6 Ă‹5 9 69 Âş Ă‹ 5 d 5 e demĂŞncias (entre elas, o mal de Alzheimer) Âş ĂŠ6 9—5 6 9 Ă?6 Âş ĂŠ6 9—5 9 6 5 Âş # 6 i 8 5 Âş N 9 9 8 9 —h do sistema nervoso Âş ĂŠ 8i ĂŒ 6 6 696

PSIQUIATRIA Âş ĂŠ \6 Âş + 59 86 96 ansiedade, como pânico, TOC, fobias e estresse pĂłs-traumĂĄtico Âş É 6 5 5 Âş # 6 9 5 Âş Ă‹ 6 Âş + 59 86 96 personalidade Âş ^ 5 terapias cognitivas comportamentais, inclusive de casais

Na sala do neurologista, imagens sĂŁo projetadas para facilitar o entendimento

PROFISSIONAIS GABARITADOS Saulo Nardy Nader Neurologista graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Marília -SP (FAMEMA) e especializado em neurologia pela USP. Especialista em Vertigem, Tonturas e Desequilíbrio no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, tendo tambÊm estagiado no Queen’s Square Hospital of Neurology - Imperial College London, na Inglaterra

Maria Fernanda Caliani Psiquiatra graduada e especializada em psiquiatria pela Faculdade de Medicina de MarĂ­lia - SP (FAMEMA). Especialista em Terapia CognitivoComportamental no Instituto de Psiquiatria da USP (IPq-HCFMUSP)

Em toda consulta, o paciente ganha uma seção de massoterapia para chamar a atenção para tÊcnicas que podem ajudar no tratamento

No consultĂłrio da psiquiatra, poltronas confortĂĄveis sĂŁo usadas nas terapias

CONSULTÓRIO DE NEUROLOGIA E PSIQUIATRIA Al. Grajaú, 98 – Edifício Pravda – conj. 1.101 – 11o andar neurologiaepsiquiatria.com.br neurologiaepsiquiatria@gmail.com (11) 3063-5719 2015 | ABRIL | LOCAL VERO | 21B


Atitude Alphaville

ações na região

PARA DEIXAR A REGIÃO AINDA MAIS GOSTOSA A Campanha Atitude Alphaville está de volta – com uma agenda repleta de diversão e conteúdo para o ano todo. Confira! por Gabriela Ribeiro

EM 2015, o foco da campanha

Atitude Alphaville será conteúdo relevante e entretenimento. O objetivo principal da empreitada continua sendo melhorar a relação das pessoas com a região, incentivando o vínculo e o cuidado com o local onde vivem e trabalham por meio de atividades de lazer e cidadania. Por isso, aqueles eventos já conhecidos pelos moradores, como piqueniques, pedaladas, continuarão na programação. Mas palestras de assuntos como sustentabilidade e cidades também serão uma constante por aqui. “Sentimos que as pessoas estão cada vez mais preocupadas em pertencer a algum lugar, fazer diferença no local onde vivem. E conteúdo de qualidade aliado a entretenimento pode ser eficiente para ajudar as pessoas a pensar no entorno e comparar cases de sucesso ao redor do mundo”, explica Janine Klein, coordenadora da campanha. Para Andrea Colen, uma das embaixadoras voluntárias do movimento, o ano é de consolidação: “Entendo

PIQUENIQUES

que 2015 será um ano de concretizar o que fizemos, aumentar o número de moradores participantes dos eventos e manter o que já deu certo, claro”, diz. “Vamos alcançar um número ainda maior de pessoas e envolvê-las cada vez mais nas questões ligadas à nossa comunidade”, ressalta outra embaixadora, Vivi Serpentini. E não são apenas os embaixadores que estão apostando todas as fichas na nova fase da campanha: “Acreditamos no potencial da região, até porque somos uma empresa de Alphaville. Buscamos participar de ações que foquem em melhoria, e quanto maior for o grupo de pessoas que quer o mesmo, mais teremos resultados positivos para o conjunto”, diz Aline Manzoli, gerente de marketing da CNL, copatrocinadora da ação. E você? Está pronto para encarar mais um ano de muita atitude? Confira os eventos previstos e prepare-se!

Estão programados, sempre aos domingos, pelo menos seis piqueniques na Praça Oiapoque, em Alphaville. Todos eles vão contar com atividades para toda a família, doação de livros e muito mais. As datas serão sempre divulgadas com antecedência pela VERO, Somma e Folha de Alphaville - o primeiro acontece no dia 26 de abril. É só chegar e participar.

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PEDALADA

O evento reúne esporte e lazer pelas ruas do bairro, estimulando a qualidade de vida e diversão entre os moradores.

PRÊMIO ATITUDE ALPHAVILLE

A fim de reconhecer as atitudes transformadoras da região, a campanha homenageia, no fim do ano, ações positivas – sejam ela individuais, sejam de uma instituição consolidada. “Receber um prêmio é sempre um incentivo para a gente continuar, cada vez melhor, pela sociedade”, diz Regina Abujamha, que representou o Grupo Vida Brasil em 2014, quando foram premiados 10 projetos. Interessados em concorrer já podem enviar e-mail para atitude@vero.com.br

SEJA UM EMBAIXADOR

Você também pode fazer parte da campanha sendo um embaixador voluntário. São eles que idealizam ações colaborativas e unem forças para implementá-las – de campanhas de solidariedade a grandes e divertidas mobilizações. O embaixador tem ainda a oportunidade de aumentar sua rede de relacionamento e agregar ao portfólio profissional sua participação no projeto. Para fazer parte do grupo, inscreva-se pelo site atitudealphaville.com.br.

COPATROCÍNIO

PALESTRAS

Esse é um dos focos da campanha neste ano. O objetivo é trazer especialistas em vida nas cidades com temas para serem discutidos com a comunidade.

REALIZAÇÃO

Participe! Leia as matérias e faça parte do movimento por uma região cada vez mais gostosa! Informações: atitudealphaville.com.br 2015 | ABRIL | LOCAL VERO | 23B


publieditorial

moda

MODA PARA TODOS

Foi-se o tempo em que só nas passarelas se ditava a moda; hoje ela está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas comuns e pode ser uma ferramenta para conquistar espaço na vida profissional Gabriela Rovetto: especialista em moda e consultoria de imagem

DESENVOLVIMENTO

pessoal e autoconfiança no trabalho. Com certeza há por aí uma dezena de técnicas para melhorar essas habilidades. O que talvez você não saiba é que uma delas pode estar mais perto do que você imagina, dentro do seu armário: suas roupas. Pra quem já se arrepia só de ouvir a palavra “moda”, uma boa notícia: “Ela pode ser algo útil, não somente lúdico, inalcançável, que só fica bem para quem tem corpo de modelo”, explica a consultora de moda e imagem Gabriela Rovetto. Formada em Negócios da Moda pela Anhembi Morumbi, pós-graduada em Gestão de Moda na Faap e com especialização na Fashion Institute of Technology, de Nova York, Gabriela conta que quando começou a trabalhar com pessoas notou que a moda pode ter um significado muito maior que o das passarelas. Ela pode, de fato, ajudar na vida e autoestima das pessoas. Mas alerta: “É preciso um processo de

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autoanálise: saber o que cai bem para cada biotipo, o que combina com cada estilo de vida e aonde a pessoa deseja chegar com essa mudança de vestuário”, revela. Agora a personal stylist, que também é gerente de marca na Rovelon Calçados, está em busca de quebrar outro paradigma: o do dress code. “Há uma ideia de rigidez quando se fala de dress code, mas nada mais é do que um guia básico pra não errar, que serve tanto pra vida social como pra profissional”, diz. Para inspirar e aguçar a vontade de melhorar a imagem pessoal, Gabriela criou para a VERO um quadro com os acertos e erros mais comuns do dia a dia. Confira:

Gabriela Rovetto peemege.com peemegeconsultoria@gmail.com (11) 99825.9338

ACERTOS:

Blazer bem cortado Camisa branca de seda Tom sobre tom Jeans com bom caimento Barra do jeans dobrada Sapato nude Brinco de pérola Maquiagem leve para o dia Tons neutros como branco, cinza e nude remetem a elegância.

ERROS:

Listras horizontais, que alargam o quadril Bota cano alto com calça branca, pois encurtam o tronco Cores fortes misturadas com estampas Menos é sempre mais; não exagere em cores, acessórios e estampas, para não escorregar.


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gente

eventos da região

Cliques do mês 2

DIVULGAÇÃO

1 Coquetel do Grupo Cunha, em Alphaville 1. José Carlos Cunha 2. Ted Cunha Encontro da MPD no estande de vendas do Boulevard Tamboré 3. Debora Bertini, Mauro Santi e Amanda Guerra Almoço com o enólogo Marcelo Papa, da Concha y Toro, no Ville Du Vin, em Alphaville 4. Marcelo Papa e Sidnei Brandão 5. Elaine Fudoli e Saler Talge

3

Palestra GPTW e LinkedIn, na Universidade do Hambúrguer, em Alphaville 6. Daniel Casseb Barbosa 7. Lucas Furtado

4

6 26B | LOCAL VERO | ABRIL | 2015

7

5


2

3

DIVULGAÇÃO

1

4

5 Apresentação dos novos apartamentos do Quality Suites, em Alphaville 1. Thais Cintra 2. Roberto Ayres Comemoração do Dia Internacional da Mulher, na Anna Pegova, em Alphaville 3. Elena Adam 4. Lais Berardo 7

FOTO ATELIÊ AMARELO

6

Inauguração da loja Spezzato, no Iguatemi Alphaville 5. Melissa Di Sirio, Andrea Kurbhy, Roberta Nahas e Paula Pica

Piquenique no Parque Ecológico de Barueri, promovido pelas Meninonas S/A 8. Marisa Alonso Pereira, Enni Flores e Meire Ribeiro 9. Loilhana Alonso 8

9 2015 | ABRIL | LOCAL VERO | 27B

FOTOS THIAGO HENRIQUE

Lançamento do Alpha Decor, no Iguatemi Alphaville 6. Verônica Gaburro e Magda Martins 7. Glorinha Battista


gente

eventos da região

Lançamento da Vero A entrega da edição de março reuniu amigos e parceiros em coquetel petit-comitê realizado no OrgâniCo

1

2 1. Carla Carlini, da Cultura Inglesa, e Daniela Gonçales, da Drogavet 2. Pedro Garaude Neto, da Net Ville 3. Sandro Rodrigues, da Hinode 4. Izabel Scavazza, psicoterapeuta 5. Airton Embacher, da Carreira Fashion, e Angela Valiera, coaching e embaixadora da Campanha Atitude Alphaville

3

4

5

6

7 28B | LOCAL VERO | ABRIL | 2015

8

FOTOS THIAGO HENRIQUE

6. Henrique Okuda, do Cowpig 7. Raquel Izumi, da R10 Turismo 8. Ana Weilenmann, arquiteta, e Carolina Lui, da Fibra Alphavile


DIGITAL

Todos os meses na sua casa. E AGORA, ONDE VOCÊ ESTIVER! A Vero já está presente em multiplataformas para levar o conteúdo que você mais curte, além de fotos e vídeos exclusivos!

Faça o download GRATUITO

Veja também a versão online: issuu.com/ veroalphaville3 2015 | ABRIL | LOCAL VERO | 29B


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Escola Castanheiras

NOVOS TEMPOS, NOVAS ATITUDES

No dia 30 de março, a Escola Castanheiras recebeu, pelo quarto ano consecutivo, o professor e colunista da VERO Mario Sergio Cortella para uma aula aberta aos pais, educadores e amigos

por Gabriela Ribeiro foto Gigi Kassis

TODOS OS ANOS, a Escola Castanheiras recebe o filósofo e professor Mario Sergio Cortella para uma espécie de aula magna. O objetivo é fazer com que os convidados – pais, colaboradores, educadores e amigos da instituição – pensem mais profundamente sobre os dilemas cotidianos do nosso tempo e lugar. A última palestra, que aconteceu no dia 30 de março, teve como tema “A educação e a emergência de múltiplos paradigmas: novos tempos, novas atitudes”. Para entender um pouquinho mais sobre os novos paradigmas e a relação da escola e da família na educação das crianças e jovens, batemos um papo com o professor. Como enfrentar as incertezas da vida se hoje parece existir resposta para tudo?

A primeira coisa é ter clareza de quais são essas incertezas. Tendo isso claro, o segundo passo é ver aquilo que a gente já sabe que serve e aquilo que precisa ser procurado em outro lugar, com outras pessoas, em outras informações e em outros livros. Precisamos juntar as ferramentas para que nos permitam esse enfrentamento. Por isso, uma das coisas decisivas 30B | LOCAL VERO | ABRIL | 2015

quando a gente tem incertezas é saber que somos capazes de enfrentá-las, com uma postura que seja ativa, mas não de desalento.

Qual é a tarefa da família na formação e educação dos filhos?

É responsabilidade da família a educação dos filhos. Educação é a formação de pessoas, e ela se dá em vários lugares, sendo um deles a escola, que faz algo chamado escolarização. Portanto, a família é auxiliada pela instituição, mas isso não a isenta de fazer o seu trabalho prioritário – cuidar dos seus filhos. Uma das maneiras de cuidar é ser capaz de observar e ter parceria com a escola.

A quais aspectos de mudança a escola e a família deveriam atentar?

Uma delas é o modo como as novas gerações se organizam em relação com a própria família e escola. Por exemplo, há famílias em que os pais, em vez de se colocarem como a autoridade responsável pelo filho, colocamse como um igual. A escola precisa ajudar para que os pais não se relacionem com os filhos como subordinados. E nada adianta a escola ter a perspectiva

do uso da autoridade docente se a família é benevolente com a criança ou com o jovem. Há um segundo aspecto: os adultos ficam muito tempo fora de casa trabalhando e fazendo outras atividades. É necessário criar situações e circunstâncias em que haja convivência, e isso pode ser mais adensado com uma parceria com a escola. A terceira e última dessas grandes modificações é o acesso facilitado, por conta das plataformas digitais, ao mundo negativo e da maldade, seja no consumo de drogas ilegais, seja na prática de atividades ilícitas. Isso significa que a escola e a família precisam dar os braços de modo a prestar atenção nas crianças e jovens.

Que atitudes nossa sociedade deveria construir para o enfrentamento de novos paradigmas?

Ela precisa ter humildade para saber que essa velocidade de mudança tirou de nós as certezas mais sólidas que tínhamos. É preciso que a gente saiba que outros modos de aprender são necessários. É preciso existir uma sinergia entre família e escola, de maneira que ganhe vigor e potência na absorção, compreensão e enfrentamento

daquilo que é necessário nessas modificações.

Quais virtudes de nossos pais e avós deveriam ser revisitadas pela geração presente?

Nem tudo que vem do passado tem que ser descartado. Nem tudo que hoje está tem que ser preservado. A convivência afetiva, a decência no modo de relacionamento, a solidariedade dentro do convívio social, a autoridade e a capacidade de esforço em relação ao mundo que precisa ser construído sem aguardar que as coisas cheguem prontas são os valores que a escola e a família têm de proteger. Esses cinco grandes movimentos virtuosos precisam agregar aquilo que os jovens nos oferecem, que é a inventividade, a capacidade de instantaneidade, de conectividade e a simultaneidade.

Escola Castanheiras Alameda Castanheiras, 250 Tamboré – (11) 4152-4600 escolacastanheiras.com.br


2015 | ABRIL | LOCAL VERO | 31B


orgânico

agenda em abril

LUIZ FERNANDO FURLAN E ROSELY SAYÃO EM ALPHAVILLE

A programação de eventos do OrgâniCo continua a todo vapor. Neste mês, junto com o projeto NaSala, o espaço traz esses grandes nomes da empresariado e da educação EMPREENDEDORISMO

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e especialista em mercado de capitais, comércio exterior e agronegócio Luiz Fernando Furlan comanda um bate-papo sobre empreendedorismo. Atualmente, Furlan é conselheiro da Brasil Foods, Telefônica e AGCO, além de sócio-proprietário da GALF Empreendimentos.

A psicóloga e consultora educacional Rosely Sayão apresenta a segunda de quatro palestras sobre educação infantil. Ela aborda o papel das crianças nas novas estruturas de família. Colunista da Folha de S.Paulo e da Band News FM, Rosely tem mais de 30 anos de experiência.

14/04, às 20h – R$ 160*

28/04, às 20h – R$ 160*

* Desconto de 25% para clientes DNA OrgâniCo e NaSala – pagamento antecipado.

AGENDE-SE PARA OUTRAS PALESTRAS NO ORGÂNICO

Com mais de 15 anos de experiência no atendimento clínico de crianças, adolescentes e adultos, as especialistas em comportamento humano Alda Marmo e Fernanda Libardi falam sobre o tema que atormenta muitas famílias. Além de trazer questionamento e informações, o encontro pretende ser um rico bate-papo.

09/04, às 20h – R$ 50

MEDITAÇÃO E DEEKSHA

As terapeutas Rajany Freixo e Agni d’Cássia, que trabalham com desenvolvimento humano há dez anos, ministram duas aulas de meditação e deeksha no mês de abril. Juntas elas realizam um trabalho de conexão interior por meio da meditação, da música e da ferramenta energética deeksha, que se propõe a promover uma transformação automática na vida das pessoas.

13/04, às 20h – R$ 15 27/04, às 20h – R$ 15

AS INSCRIÇÕES PARA TODOS OS EVENTOS DEVEM SER FEITAS EM ORGANICOWORKING.COM.BR/#EVENTOS

32B | LOCAL VERO | ABRIL | 2015

MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL

Renoe Valério e Elisa de Lima apresentam palestra introdutória ao curso de uma das técnicas de meditação mais praticadas e eficazes da atualidade: a meditação transcendental. Certificados para o ensino da técnica pela Maharishi European Research University, Renoe e Elisa são diretores da Sociedade Internacional de Meditação.

23/04, às 20h30 – Grátis

ORGÂNICO CREATIVE WORKING

PEDAGOGIA WALDORF – EDUCAÇÃO DO SÉC. XXI

As especialistas em Antroposofia e fundadoras da NOUS (Núcleo de Educação e Saúde Psicossocial), Karin Vazakas e Luciana Fernandes, ministram palestra sobre a pedagogia de Rudolf Steiner, um dos segmentos da Antroposofia. Apontada como referência mundial em educação pela UNESCO, ela visa formar jovens com vasta cultura, capacidade de concentração e aprendizado e criatividade.

29/04, às 20h – R$ 30

Alpha Square Mall – Av. Sagitário, 138, loja 72 – (11) 2424-1010 www.organicoworking.com.br

FOTOS DIVULGAÇÃO

FILHOS, ÁLCOOL E DROGAS – COMO LIDAR COM ESSAS QUESTÕES


OS MELHORES SERVIÇOS, COMPRAS E PROMOÇÕES DA REGIÃO

ÍNDICE DE ANUNCIANTES Segmento Decoração Gastronomia Saúde e Bem-estar Serviços

Pág. 13 2 14 9, 11, 12

Outono-inverno: roupas pra ficar na moda Pág. 4C Produtos essenciais pra fazer bonito no churrasco Pág. 16C

SHUTTERSTOCK

Promoções e liquidações na região Pág. 12C



2015 | MARÇO | PROMO VERO | 3C


vitrine

DESCONTRAÍDO Colete de suede da Memove com detalhes em PU e pelo interno (R$ 199,90)

ESCULTURAL Anel de ouro 18K com rubis, diamantes e cognac (R$ 16.300)

Shopping Tamboré memove.com.br (11) 4195-9700

hstern.com.br 0800 022 7442

NUDE Calça hundred Cris Barros (R$ 888)

TRICOT Blusa branca Bo.bô com decote redondo (R$ 398) bobo.com.br 0300 770 2222

shop2gether. com.br (11) 3059-4023

Bateu friozinho INSPIRAÇÕES PARA CAPRICHAR NO VISUAL OUTONO-INVERNO

ROCK'N ROLL Jaqueta de couro Triton (R$ 619) R. Oscar Freire, 993 Cerqueira Cesar São Paulo triton.com.br (11) 3085-9089

FASHION Bota Capodarte para a Zattini (R$ 499,90) zattini.com.br (11) 3028-5354

4C | PROMO VERO | ABRIL | 2015


ALEGRE Calça estilo New Kidman da Adriana Barra (R$ 1.290) Al. Franca, 1.243 – Jardim Paulista – São Paulo adrianabarra.com.br (11) 2925-2300

RETRÔ Óculos de sol bege coleção Calvin Klein da Marchon (R$ 715) Rua Oscar Freire, 1.051 – Cerqueira César – São Paulo oticaswanny.com.br (11) 3064-5119

CHARMOSO Casaquinho branco matelassê com meia-malha conforto da Malwee (R$ 129) malweelojavirtual.com.br 0800 736 7200

DESCOLADA Camisa jeans Roxy (R$ 235)

ELEGANTE Bolsa Satchel Cindy em couro Saffiano (R$ 1.692) Iguatemi São Paulo – loja AA-05 br.michaelkors.com (11) 3031-2463

FOTOS DIVULGAÇÃO

centralsurf.com.br (11) 2973-8115

2015 | ABRIL | PROMO VERO | 5C


CONTRASTANTE Vestido Maria Fil贸 (R$ 499) com estampa Jacquard Mariposa loja.mariafilo.com.br (11) 3059-4034

MAIS FRESCO Short estampado Rosa Ch谩 (R$ 299) rosacha.com.br 0300 770 2727

ESSENCIAL Botas de couro de cano alto da Dzarm. (R$ 469) dzarm.com.br 0800 473 114

FINA Camisa branca Damyller (R$ 239) damyller.com.br 0800 48 4700

CHIC Casaco Giuliana Romanno (R$ 3.579) giulianaromanno.com.br (11) 3063.1558 6C | PROMO VERO | ABRIL | 2015


ÉTNICO Cropped de tricot da John John (R$ 278)

MODERNINHO Casaco spencer vermelho de alfaiataria Le Lis Blanc (R$ 359,50)

johnjohndenim.com/shoponliner 0300 770 5505

lelis.com.br 0300 770 2277

CASUAL Relógio e monitor cardíaco Ambit 2R White, da Suunto (R$ 1.399)

FOTOS DIVULGAÇÃO

sportsonline.com.br (11) 3522-8149

JUSTINHA Calça preta em sarja da Mineral (R$ 119,90) amazingstore. com.br (11) 4063-9788

QUENTINHO Colete amarelo da Tommy Hilfiger (R$ 569) br.tommy.com – (21) 2575-3513


A vez deles

OS HOMENS NÃO FICAM DE FORA! VEJA NOSSA SELEÇÃO PARA ELES ENFRENTAREM O FRIO COM ESTILO

DESPOJADO Camisa xadrez da Star Point (R$ 212) starpointonline. com.br (11) 3053-7506

ELEGANTE Relógio Tag Heuer Carrera Calibre 1887 Automatic (R$ 41.452) hstern.com.br 0800 022 7442

DIA A DIA Calça jeans Siberian (R$ 890) Shopping Tamboré siberian.com.br (11) 4193-4745

calvinklein.com.br (11) 2388-8250

8C | PROMO VERO | ABRIL | 2015

JK Iguatemi – piso térreo store.zegna.com – (11) 3152-6601

FOTOS DIVULGAÇÃO

REPAGINADO Blazer preto manchado Calvin Klein (R$ 890)

CLÁSSICO Sapato Zegna com sola de couro (R$ 2.270)


2015 | ABRIL | PROMO VERO | 9C


EM MOVIMENTO Bolsa porta-terno VR em couro liso (R$ 1.299) vrsaopaulo.com.br

ESTILOSO Camisa jeans escuro Memove (R$ 199,90) Shopping Tamboré memove.com.br (11) 4195-9700

ESPELHADO Óculos de sol retangular, com lente gradiante Ray Ban (R$ 400) ray-ban.com/brazil (11) 3848-1297

Shopping Tamboré crawford.com.br – (11) 4193-5006

ESPORTISTA Camiseta de manga longa Tech LS, da Asics (R$ 109,90) R. Oscar Freire, 1.082 Cerqueira Cesar – São Paulo – asics.com.br (11) 3062-4221

10C | PROMO VERO | ABRIL | 2015

JOVEM Calça Five Pockets Yachtsman, na cor vinho (R$ 160,30) loja.yachtsman. com.br (11) 3059-4029

FOTOS DIVULGAÇÃO

CASUAL Colete marrom da Crawford (R$ 569)


2015 | ABRIL | PROMO VERO | 11C


COLUNA DOS

DESCONTOS

BOMBAY HERBS & SPICES O Bacon Bits, que vem pronto para ser consumido, ideal para colocar por cima de saladas, em omeletes e finalizar pratos, está com desconto neste mês de abril: de R$35 sai por R$27. O produto pode ser encontrado no quiosque da Bombay no Iguatemi Alphaville. bombayherbs spices.com.br CHINA IN BOX Até o dia 30 de abril, a rede de fast-food de comida asiática está com um prato em promoção: o China Mix combina um yakisoba clássico, rolinho primavera ou queijo, frango empanado e salada China (alface, rúcula e cenoura temperada ao molho especial), que sai por R$ 19,90. chinainbox.com.br R.DIP COACHING Ao fechar o processo de coaching – para desenvolvimento pessoal e profissional - dentro do mês de abril, o cliente ganha 15% de desconto no pacote total. A promoção vai até o dia 30. rdipcoaching.com.br

Certas coisas são muito importantes... Alarmes Monitoramento 24 horas Circuíto fechado de TV

11 4153-7931 contato@unihkoon.com.br UNIHKOON MONITORAMENTO www.unihkoon.com.br

12C | PROMO VERO | ABRIL | 2015


2015 | ABRIL | PROMO VERO | 13C


COLUNA DOS

DESCONTOS

COWPIG A loja de carnes premium localizada no Shopping Alpha Square Mall faz, durante o mês de abril (ou atÊ acabar o estoque), uma promoção de vårias linhas de carnes, com 20% de desconto. Entre elas, estão cortes de carne de búfalo, suíno, cabrito e cordeiro. cowpig.com.br

Tem uma promoção para indicar? Envie sua sugestão para reportagem@ vero.com.br 14C | PROMO VERO | ABRIL | 2015

QUER TRABALHAR NA EQUIPE COMERCIAL DA VERO? §¤ 7>9 b š § 867;

MANDE CURRĂ?CULO PARA: COMERCIALVERO@VERO.COM.BR

15 anos

§¤ 7=> b ž 867:

RESTAURANTE TANTRA Para incentivar os clientes a nĂŁo utilizarem o celular durante o jantar, a rede de restaurantes lançou o desafio “No Tech Tantra – Enjoy The Momentâ€?, e presenteia os participantes que seguirem a regra com uma sobremesa. A promoção sĂł valerĂĄ se, apĂłs o jantar, o cliente ligar o celular, tirar uma foto da sobremesa e postar no Facebook ou Instagram com a hashtag #notechtantra. tantrarestaurante. com.br

garota de aço A vitória das crianças

Com 20 anos de carreira e mais de 2 milhĂľes de discos vendidos, o PALAVRA CANTADA ĂŠ a prova viva de que ĂŠ possĂ­vel divertir sem infantilizar

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Participe da VERO! PERSONA

Perfil de um morador do bairro, acima de 60 anos, com uma trajetória de vida inspiradora

Indique personagens da região e pautas para as nossas seções: PERFIL EMPREENDEDOR

Quem inova no ramo dos negócios

PERFIL SOCIAL

Alguém à frente de uma iniciativa social positiva, pode ser pequena ou grande, só precisa ser legal

ATITUDE

Exemplos de boas ações na região e nas cidades pelo mundo

Mais: quer ver alguém na capa da VERO ou quer que a gente explore algum tema? Escreva pra gente: reportagem@vero.com.br 2015 | ABRIL | PROMO VERO | 15C


escolha do leitor

Morador de Alphaville há 26 anos, o cirurgiãodentista Ricardo Luis Heckmann, de 35 anos, é um apaixonado por gastronomia. "Como tem churrasco quase todo fim de semana na minha família, foi a modalidade em que mais me aprimorei", diz.

QUEIJINHO BOM Provolera Carnes Del Sur (R$ 50) "Adoro entradinhas. Essa é uma espécie de fôrma de cerâmica que vai na churrasqueira. É só colocar o provolone e assar. Fica uma delícia"

FOTO CHICO MAX

carnesdelsur.com.br

Churrasco de primeira

NA BRASA Churrasqueira compacta Weber (R$ 899) "Com design clássico, essa opção compacta é ideal pra quem tem pouco espaço" spicy.com.br

ALÉM DE UM BOM CORTE DE CARNE, ALGUNS ACESSÓRIOS FAZEM A DIFERENÇA NO CHURRASCO. A CONVITE DA VERO, O ESPECIALISTA RICARDO HECKMANN REVELOU ALGUNS DOS SEUS SEGREDOS

CARNE QUENTE Tábua inteligente Roni Grill (R$ 240) "Essa tábua, além de servir para cortar a carne, tem gaveta térmica, que mantém o churrasco quentinho"

AO PONTO Espeto inox duplo (R$ 69,90) "Gosto desse espeto duplo, que tem uma argola entre as hastes. Faz com que a peça de carne ou a linguiça fique mais firme e asse mais uniformemente" grillstore.com.br

16C | PROMO VERO | ABRIL | 2015

AFIADA Faca japonesa do chef, da Global (R$ 369,08) "Não há bom churrasqueiro sem uma boa faca. Essa com cabo em aço é ideal pra churrasco" diretodojapao.com.br

*Preços consultados em março de 2015.

FOTOS DIVULGAÇÃO

ronigrill.com.br




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