FINESSE MAGAZINE 04_CAPA _ MASTER _ LADY GAGA

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Editorial

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Tristan Tell Editor

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- Cássia Cordeiro Fotografia: Francielly Costa @fcfotografia_

AGRADECIMENTOS: Primeiramente, a Deus pelo sopro de vida que me conduz nesta vida aqui e agora e à minha família, que me permitiram tentar sempre e recomeçar a cada dia. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A FINESSE MAGAZINE é uma publicação mensal da EDITORA VERVE, comercializada para todo o Brasil via assinatura. Seus artigos e fotos estão liberados desde que citados a fonte e seus respectivos profissionais. O conteúdo técnico é de exclusiva responsabilidade dos autores.


Escritora

Clarice Lispector


O estilo Clarice Lispector Por Luis Fabiano Teixeira

Se estivesse viva, a escritora Clarice Lispector completaria hoje (10/12), 90 anos! Ontem, fez 33 que ela morreu. 2010 foi um ano praticamente todo dedicado a ela, com muitas homenagens, discussões em torno da sua obra (que são inesgotáveis!), os lançamentos de uma ótima biografia e fotobiografia, peça de teatro, a notícia de um filme que deve ser lançado no ano que vem, um certo oportunismo aqui e ali também, claro, mas o mais importante é que ela foi bastante reverenciada e tenho certeza de que conseguiu arrebatar muitos novos leitores. Pra mim, o resultado foi bastante positivo. Clarice é a minha escritora brasileira favorita (“Eu, enfim, sou brasileira, pronto e ponto”), o que não é nenhuma novidade para quem me conhece ou me lê, mas o que me motivou a escrever o post de hoje foi menos a data em si do que uma informação até banal: a importância da moda na sua vida. A motivação veio de uma entrevista do seu mais novo biógrafo, o norte-americano Benjamin Moser: “A coisa mais engraçada foi que uma loja de moda, J. Crew, batizou um sapato desta estação com o nome de Clarice!”. Um sapato com o nome de Clarice? Convenhamos, é bastante curioso, não? Já li várias reportagens que dão conta do poder da imagem dela sobre as pessoas. Não raro, esses privilegiados se referem a esse momento como uma espécie de “acontecimento”. A artista plástica Maria Bonomi, por exemplo, que em 1971 Clarice a definiu numa crônica como sua “gêmea de vida” e que tive a oportunidade de conhecer, no ano passado, justifica essa impressão: “Clarice era uma mulher linda. A gente entrava no restaurante e não havia quem não quisesse pagar o almoço”. O editor Pedro Paulo de Sena Madureira concorda: “Quando ela entrava num ambiente, mudava a direção do ar”. E não eram apenas os seus traços exóticos que provocavam esse


“reboliço”, mas também a sua permanente elegância. Vaidosa, Clarice provocou ao dizer que preferia que saísse um bom retrato seu no jornal do que os elogios. Quanto a isso, ela não poderia se queixar, porque sempre se apresentava de forma impecável e as suas imagens nunca deixaram de reforçar o mito. No entanto, a ausência do sorriso em praticamente todas elas tinha uma razão especial. Quem me contou essa história foi a própria escritora Lygia Fagundes Telles, amiga de Clarice. Ambas conversavam também sobre cosméticos e moda: “Clarice uma vez me disse (imitando a língua presa dela): Lygia, não sorria nas fotos!, as escritoras precisam ser levadas a sério”. Investigando essas fotografias, percebemos um gosto especial pela maquiagem pesada (cílios postiços, delineador, batom vermelho), o que seria

a maior marca do seu estilo. Destacamse também os vestidos estampados e as camisas listradas (como a da famosa entrevista à TV Cultura em 1977) ou de poá ou gola rulê. A foto mais dissonante é talvez uma em que ela aparece com um casaco de pele, na capa de um livro de textos seus selecionados e que, ao invés de se parecer uma diva, ficou com cara de vamp. Não podemos esquecer também os acessórios: pérolas, bijuterias e óculos escuros. Os cabelos estavam sempre bem penteados. Enfim, uma referência de moda e bom gosto. Em muitas dessas imagens, Clarice está com um inseparável cigarro (da marca Hollywood). Aliás, foi um cigarro que, de certa forma, provocou também uma ruptura em seu visual. Na década de 60, depois de dormir com um deles aceso e ter o quarto incendiado e o próprio corpo gravemente ferido, Clarice passou maus momentos num hospital, onde fez cirurgias plásticas numa das mãos, mas, a partir daí, nunca mais foi a mesma. Desde então, ficou mais recolhida e adotaria também uma forma de se vestir mais “sombria”. É inegável que tamanha vaidade vinha de sua própria natureza. No conto “Restos de Carnaval”, por exemplo, é emblemático o motivo que leva a menina (Clarice?) a querer se fantasiar de rosa: “ser outra que não eu mesma”. Não posso afirmar, mas suponho que o modo como ela se vestiu, ao longo da vida, talvez tenha tido a mesma motivação. Considero oportuna também uma de suas frases, extraída de algum suplemento feminino, onde ela ataca a vulgaridade com sofisticação: “A mulher elegante não salta aos olhos de quem passa. Elegância não é acompanhar a última moda, mas estar sempre usando aquilo que lhe cai bem”. Muito moderno para um tempo em que a moda brasileira estava apenas engatinhando. Sugiro também a um de nossos estilistas que traduza o estilo da escritora em alguma coleção e não tenho a menor dúvida de que não há ninguém melhor para fazê-lo do que Ronaldo Fraga. O sucesso será garantido. Fonte:culture-se.com


Cantora

Lady Gaga


Uma Biografia

Uma das maiores revelações da música pop é Lady Gaga, que nasceu com o nome de Stefani Joanne Angelina Germanotta, em 20 de março de 1986 em Nova York. Seu primeiro hit estourou em 2009, “Just Dance”, e depois, “Poker Face”. Quando criança, Stefani era um prodígio. Desde que começou a tocar piano aos 4 anos de idade, ela decidiu entrar para a carreira da música e do cinema. Sua situação financeira deu um empurrãozinho. Aos 14 anos, Gaga teve que começar a trabalhar. Foi quando começou a dançar em bares de strip-tease. Mas mesmo assim, não deixou de lado sua paixão pela música, e, paralelamente, começa a compor e monta pequenos espetáculos. Com 19 anos, ela passa por sua primeira grande decepção: foi iludida por um produtor que lhe promete uma brilhante carreira e assina um contrato que termina em 3 meses. Lady Gaga não desiste. Ela finalmente assina com a Interscope Records e faz uma parceria com o rapper Akon. Seus talentos de cantora são óbvios, e ela escreve canções para Pussycat Dolls e Britney Spears. Muito crédula, Gaga persevera: “Deus

tem um plano para todo mundo”. E sua vez acontece em 2008, com o lançamento de seu single “Just Dance”. O título é perfeito e “catchy”. Em maio de 2009, ela é capa da Rolling Stone. Figura controversa e inspiradora, Gaga é constantemente notícia por seu comportamento provocativo, porém não vazio: a cantora sabe bem o que quer com seus escândalos; é protetora e encoraja todo estilo que considera “diferente”. Recentemente, Madonna anunciou que fará uma parceria com a Mother Monster.

Billboard da influência de Lady Gaga na música pop americana

A Billboard publicou uma matéria sobre a carreira de Lady Gaga, desde o seu início, e a sua influência na música pop. Neste ano, Lady Gaga completou 8 anos de carreira, tendo lançando diversas canções e álbuns que atingiram milhões de pessoas. O impacto da cantora, principalmente no começo de sua carreira, foi o tema desta matéria da Billboard. O portal diz que Lady Gaga junto ao seu trabalho fizeram muita coisa se tornar aceitável perante outros artistas e suas carreiras. Nascimento: 28 março 1986 Idade: 41 anos Profissão: Cantora Signo: áries País: Estados Unidos Cidade : New-York, USA


uniformemente entediantes. A voz mais reconhecível na música pop era, ironicamente, a de T-Pain, quando a popularização do autotune através do Top 40 limitou o campo de jogo vocal a uma região quase deprimente. Estrelas como Beyoncé e Rihanna estavam começando a empurrar um pouco as paredes do pop, mas não estavam no ponto de quebrar o molde. A explosão da música dance eletrônica e sua consequência na cultura dos festivais não aconteceria até alguns anos mais tarde. Algo realmente grande precisava acontecer. Não levou muito tempo até que Lady Gaga provasse que ela era o asteroide cujo impacto a música pop implorava. O single de estreia, Just Dance, passou três semanas no topo da Hot 100 no início de 2009 e Poker Face somou sua pontuação alguns meses depois.

“Em 2016, passaram-se apenas oito anos desde 2008 - apenas um presidente atrás - mas era todo um universo pop distante. Os dois maiores sucessos da Billboard Hot 100 pertenciam a Flo Rida e Leona Lewis. Lil Wayne era inquestionavelmente o maior rapper vivo e Drake e Nicki Minaj só eram conhecidos entre os entusiastas de mixtapes. Adele era tão conhecida quanto Duffy. O legado de Justin Bieber limitava-se ao YouTube. E Lady Gaga era uma excêntrica cantora dance-pop de contrato assinado com o selo do Akon, que parecia tão plausível como futura cantora-de-um-só-hit quanto como superestrela da geração. Mais importante, o pop em 2008 era simplesmente um espaço menor. Álbuns relevantes eram escassos, videoclipes perdiam relevância, premiações eram

Em pouco tempo, essa vulgar, sexualmente ambígua club diva com inteligência no pop mainstream e coragem underground, tornava-se a maioral do Top 40 - bem a tempo para o Video Music Awards da MTV, de 2009, onde sua performance surreal e macabra do novo single Paparazzi deu o acompanhamento ‘Que p*rra é essa?’ para o prato principal e inquestionável de Kanye West e Taylor Swift. E é claro, os videoclipes. Paparazzi um pseudo-noir filmado no estrangeiro, estrelando o ator Alexander Skarsgard de True Blood e contendo Gaga apresentando um número de dança com muletas comprovadamente seu mais chocante videoclipe até o momento, superado mais tarde naquele ano com a chegada de Bad Romance, uma odisseia extraterrestre que provou-se instantaneamente icônica de um modo que não se esperava mais para os videoclipes. O melhor de todos foi Telephone, onde Gaga uniu-se a Beyoncé para um viajante mix de Tarantino, Thelma & Louise e TV Japonesa altamente artístico de dez minutos, que tornou-se o primeiro videoclipe relevante da década de 2010.


Gaga celebrou sua coroação como jogadora de franquia da MTV (e YouTube) do século XXI usando um vestido de carne para o VMA de 2010, e finalmente os Millenials tinham uma popstar que pudesse se sustentar frente a Madonna e Michael Jackson. Tudo levou ao muito antecipado lançamento de Born This Way, em 2011. O álbum, tecnicamente segundo álbum full-lenght de Gaga, construiu o escopo completo de sua ambição artística em cima de suas 14 faixas e 61 minutos, alcançando desde o estilo disco soar-de-trombetas de militância LBGTQ da faixa título, a histrionia Springsteeniana de synth-pop em The Edge Of Glory, o poder da balada de estádios dirigida por Mutt Lange, em Yoü And I, e a ópera tingida de latim, em Americano. Tudo em Born This Way era grandioso as músicas, os videoclipes, a arte da capa e, claro, as aparições promocionais, com Gaga coroando sua trilogia de Grandes Momentos no VMA dando o ar das graças de Jo Calderone, no VMA de 2011, seu alterego masculino com uma afinidade juvenil por Britney Spears. Claro, apesar da recepção inicial arrebatadora - Born This Way vendeu mais de um milhão de cópias em sua primeira semana, assim como a faixa-título ficou no topo da Hot 100 por seis semanas - o álbum tem sido percebido como seu ‘Be Here Now’, um álbum pós-estrelato que tem o artista mergulhando fundo demais nas qualidades que inicialmente cativou os fãs a eles, alienando aqueles incertos se desejam seguir tão fundo assim (sem contar que o álbum ainda tinha uma quantidade boa de singles clássicos, e os crimes de Gaga em tentar demais e mergulhar-se em pretensões de arte e pop foram bem menores que os da épica egomania medíocre guitar-pop de encolher os ombros dos irmãos Gallagher). O público esfriou-se rapidamente de Gaga e, embora ela tenha tido hits e álbuns no topo das paradas nos anos seguintes, sua recepção ainda não alcançou a febre daqueles primeiros anos.

Mas outras estrelas pop pegaram o bastão. Kanye West, o contemporâneo fixo do Top 40, cuja grande visão poderia ter rivalizado com Gaga em seu topo (e era uma vez um quase companheiro de turnê de Stefani), aumentou o nível mais ainda desde a chegada dela, jogando seus videoclipes para curtametragens de 35 minutos e eventualmente expandindo o formato de sua arte para incluir projeções ao vivo e estreias em estádios. A antiga co-estrela Beyoncé também passou por uma reforma conceitual, eventualmente revivendo o interesse tanto em videoclipes quanto no formato de disco Long Play, com seu auto-intitulado álbum visual surpresa. Rihanna lançou seu álbum mais estranho um ano após a explosão de Gaga e nunca mais foi a mesma. Até mesmo Britney - para quem Telephone havia sido originalmente escrita - acabou tentando criar sua própria versão do vídeo da canção. Nada disso pode ser traçado diretamente à Gaga, é claro, mas dificilmente é um exagero sobre o impacto que ela teve em tornar tudo isso aceitável e até mesmo lugar-comum no reino pop. Ela pegou a música mainstream americana em um de seus momentos menos interessantes e com maior falta de uma estrela poderosa e se tornou a maior, mais estranha, mais visual e infinitamente mais guiada por personalidade - em outras palavras, muito mais divertida. Hoje, o sentido das possibilidades no pop é tão vasto como nunca e mesmo que Gaga não seja mais a cabeça para quem todos olham afim de saber o que vem a seguir, ela garantiu que os fãs de pop pudessem ao menos esperar muitas quebras de fronteiras dos melhores e mais brilhantes. E não temos sido decepcionados desde então.” Fonte:rdtladygaga.com Tradução por Pedro Marinho Revisão por Milena Rodrigues


FernandoPintorBotero e Escultor


Em 1948, ele começou trabalho como um ilustrador. Mudou-se para Bogotá em 1951 e realizou sua primeira mostra internacional no Leo Matiz Gal. Partindo para Madrid em 1952, estudou na Academia de San Fernando. De 1953 a 1955, aprendeu a técnica de afrescos e história da arte em Florença, que tem influenciado suas pinturas, desde então. De volta à Colômbia, expôs na Biblioteca Nacional, em Bogotá, e começou a lecionar na Escola de Belas Artes da Universidade Nacional; naquele mesmo ano, passou algum tempo no México, estudando os murais políticos de Rivera e Orozco, cuja influência é evidente em sua perspectiva política. A visita de Botero aos Estados Unidos em fins da década de 1950 motivaria, dez anos mais tarde, sua volta à Nova Iorque e o trabalho nesta cidade. Embora o expressionismo abstrato lhe interessasse, buscou inspiração no renascentismo Italiano. Durante este período, começou a experimentar a criação do volume em suas pinturas, expandindo as figuras e comprimindo o espaço em torno delas, uma qualidade que continua explorando ao pintar retratos de grupos imaginários ou paródias sobre o trabalho de mestres famosos. Com um grande número de exposições na Europa e nas Américas do Norte e do Sul, Botero recebeu inúmeros prêmios, inclusive o Primeiro Intercol, no Museu de Arte Moderna de Bogotá, e figura no acervo dos principais museus em todo o mundo. Desde o início da década de 1970, Botero divide seu tempo entre Paris, Madrid e Medellin. Nas obras satíricas de Fernando Botero, políticos, militares e religiosos, músicos e a realeza, são retratados com figuras rotundas e sem movimento, assumindo a característica de vida humana estática. De natureza humorística à primeira vista, as pinturas de Botero são geralmente um comentário social com toques políticos. O artista Fernando Botero é um dos observadores mais agudos da conjuntura colombiana e é interessante notar os dois traços mais salientes de quase toda a sua obra: suas figuras são gordas e têm a boca fechada. Parecem pessoas bem enredadas em sistemas de clientelismo, no qual recebem comida em troca de seu silêncio. Para este artista a cor é fundamental nos seus quadros porque ilumina a pintura. Nos seus quadros somente existe a forma e a cor interior também procura sempre uma certa monumentalidade. Há quem não goste de suas pinturas e esculturas, outros tantos que vejam em sua obra uma apologia à obesidade. Mas a obra de Botero é uma releitura instigante dos ideais de beleza do Renascimento. Fonte:escritoriodearte.com


Os sofrimentos de Botero Artista colombiano pinta as consequências do narcotráfico em seu país Conhecido principalmente por retratar figuras obesas e sensuais, o pintor e escultor colombiano Fernando Botero recorre às proporções exageradas para mostrar a percepção que tem do mundo. Sua obra abarca o cotidiano colorido e voluptuoso de prostitutas, senhoras idosas, clérigos e militares e, não raro, aborda problemas sociais, como a violência associada ao comércio ilegal de drogas – tema das 67 pinturas que compõem a mostra As dores da Colômbia, em Curitiba a partir de 18 de maio. Os habituais personagens “gordinhos” são convertidos em vítimas de um “testemunho da irracional história colombiana”, segundo Botero. A ingenuidade e o erotismo cedem espaço para seres apunhalados, torturados, cercados pela dor da perda e pela presença da morte. Na obra Una madre (1999), por exemplo, lágrimas escorrem de olhos aflitos e caem sobre um caixão.

Em Mujer llorando(1999), mãos obesas cobrem um jovem As criações de Botero são frequentemente associadas à arte naïf – ou primitiva moderna, que não se encaixa em nenhuma tendência modernista e remete, esteticamente, às produções artísticas de crianças e doentes mentais. Como define o próprio artista, a intenção é transportar o espectador para uma “realidade flutuante”. As dores da Colômbia não é a primeira série de trabalhos de Botero sobre a dor. Há cinco anos, ele pintou quadros inspirados nas fotografias que denunciavam as torturas feitas por soldados americanos na prisão iraquiana de Abu Ghraib – em exposição permanente na galeria Marlborough, em Nova York. “O simples fato de propor, como artista, encontrar uma imagem simbólica que reflita um grande drama, significa um estado mental que não é agradável, mas sim doloroso”, diz o pintor. Após Curitiba, a mostra segue para Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. FONTE: uol.com.br


Advogada e Modelo Plus Size

Carla Mansur


Quais são seus maiores desafios e suas crenças? Um dos maiores desafios foi a aceitação do meu manequim e do meu corpo, após ter engordado trinta quilos. Comecei a tomar remédios para emagrecer com treze anos e já fiz todos os tipos de dietas: dieta da sopa, dieta do shake e outras, porém nada funcionava; após as dietas radicais, sempre perdia 15 ou 20 quilos, mas meu organismo voltava ao peso anterior ou eu ainda ganhava alguns quilos quando retomava a alimentação normal. Como minha família é toda de pessoas magras eu me culpava muito e odiava minha imagem no espelho, evitava tirar fotos e não usava roupas de banho ou shorts. Lembro de uma viagem que fomos À Bahia e eu andei o tempo todo com pantalonas pretas, com vergonha das minhas pernas. Hoje em dia, visto de tudo! Obviamente que qualquer mulher gosta de valorizar o


que acha mais bonito em seu corpo, mas uso biquíni, shorts e mini saia tranquilamente e me amando. Nós, mulheres, sempre achamos que não merecemos um elogio, que sempre precisamos perder alguns quilos para estarmos bonitas e de bem com a vida; após o concurso de miss passei a encarar a beleza por outro prisma e aceitar ainda mais as diferenças de corpos e personalidades de cada ser. Somos bonitas e devemos nos amar, obviamente que sem descuidar da saúde, mas o amor próprio modifica a leitura do mundo. A mulher, quando recupera sua auto estima, passa a enxergar o mundo com outros olhos e encara a vida melhor. Hoje em dia se fala tanto em empoderamento feminino, mas para alguém se empoderar é necessário se gostar e se amar, após isso o resto é consequência e a vida fluirá de melhor forma! Por isso, mulherada, amem-se primeiro! Empoderemse de vocês mesmas! Beleza tem um poder transformador. Quais são seus poderes? Acredito que a beleza deve ser vista fora dos padrões comerciais impostos atualmente, ou seja, devemos apreciar o belo em sua diversidade. Não há mais especo para padrões impostos ou regras ditadas. A moda ( graças a Deus ) está mudando e se tornando inclusiva. A partir daí, não é a beleza que tem poder transformador e sim a descoberta da auto estima de cada um de nós que nos transformará em pessoas mais felizes e melhores. Quando e por qual motivo escolhestes essa profissão? Bom, costumo dizer que eu não escolhi a advocacia, mas foi ela que me escolheu. Atualmente faço parte da Comissão da

Mulher Advogada e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e sei que as mulheres após relacionamentos abusivos, ficam destruídas físicas e emocionalmente. Eu passei por um relacionamento abusivo e sei o quanto é difícil entendermos que vivemos um relacionamento destrutivo, pois o agressor sempre pede desculpas, chora e promete mudanças mas, na primeira oportunidade, volta a agredir com palavras e muitas vezes, fisicamente. Esse tipo de relacionamento é extremamente desgastante e no caso da mulher, culmina em baixa auto estima e depressão. Quando comecei a me envolver com o universo plus size, tive preconceito comigo mesma, afinal achava que não poderia ganhar um concurso de miss e acabei representando Santa Catarina no concurso miss Brasil Plus Size. A chance de você representar meu Estado ( sou paranaense de nascimento, mas SC tem um lugar especial no meu coração ) em um concurso nacional me fez reavaliar meus conceitos e imaginar que um trabalho com as mulheres vítimas de violência através de fotografias e cuidados com cabelo e maquiagem poderia devolver a auto estima dessas mulheres e plantar a sementinha do empoderamento e da independência emocional no coração de cada uma. E essa é minha meta atual, unir minhas duas paixões: Advocacia e fotografia em um trabalho que possa mostrar a outras mulheres o quanto somos lindas e o quanto somos importantes, e por isso ninguém tem o direito de nos agredir. Acho que esse é o legado que a Carla advogada acabou passando para a Carlamiss e modelo plus size. Uma frase inspirada para todo o sempre. Ame-se acima de tudo e de todos! Não por egoísmo, mas por entender que só o amor próprio nos capacita para amarmos o outro.


Advogada e Modelo Plus Size

Cรกssia Cordeiro


Quais seus maiores desafios pessoais e suas maiores crenças? Exigir menos de mim é o meu maior desafio pessoal. E para lidar com isso, levo em conta a crença de que todos estamos aqui para sermos nossa melhor versão e somos capazes de melhorar sempre, desde que estejamos dispostos a isso.

Beleza tem poder e um poder transformador. Quais são seus poderes e quando eles se revelam? Sou a prova de que a beleza realmente tem poderes de transformação. O processo de aceitar do meu corpo e biotipo foram essenciais para que eu resgatasse minha confiança e elevasse minha autoestima.


Com isso, hoje acredito na minha beleza, ainda que fora dos ditos padrões da moda. Descobri então, que tenho poderes sim e, que, eles se revelam nos meus momentos de reflexão. Afinal, foi em um desses momentos reflexivos, que o meu poder de análise, me fez finalmente entender que eu sou uma mulher real, bonita e com muitas qualidades. Alguma vez ser bonita trouxe dúvida sobre sua capacidade e profissionalismo. Como trabalhas estas questões? Ser bonita nunca foi um empecilho na minha vida profissional e jamais trouxe qualquer dúvida sobre o quanto sou capaz. Acredito, que quando trabalhamos com dedicação e responsabilidade, transmitimos segurança a respeito do que estamos fazendo e isso afasta qualquer dúvida quanto a nossa capacidade.

Vida digital e vida pessoal, como equilibras estas convergencias tao importantes atualmente? A vida digital, hoje, é uma aliada importantíssima na minha carreira como modelo. Afinal de contas, quem trabalha nesse meio que envolve moda, autoestima e beleza, se não estiver inserido nas redes sociais, é como se não existisse. Até agora, tenho conseguido equilibrar muito bem ambas as coisas. Afinal de contas, todos estão conectados hoje em dia. Minha vida digital e pessoal caminham juntas e é através dessa vida online que consigo me manter próxima daqueles que moram tão longe. 5 qualidades que a todos encanta e te tornam responsáveis pelo que cativas? Sou muito criativa, carinhosa, alegre, brincalhona e sei perdoar as pessoas. Acredito que consigo transmitir sempre boas energias para aqueles que estão ao meu redor e isso me torna eternamente responsável por todo amor que recebo. Quando e por qual motivo escolhestes esta profissão? Escolhi a faculdade de Direito, porque gostaria de seguir a carreira de diplomata. Mas os caminhos durante a graduação foram mudando, e veio o encantamento pelo curso e outras áreas. Hoje, espero me firmar no segmento do direito marítimo e portuário. Além disso, quero continuar a minha caminhada como modelo plus size, empoderando mulheres e ajudando que muitas elevem sua autoestima. É muito gratificante poder ser inspiração e representar um público que foi excluído por um tal padrão que não existe. É esse feedback positivo das mulheres que consigo empoderar que me mantém na profissão de modelo e me faz ter orgulho de ser Miss Bahia Plus Size.


Modelo Fotogrรกfico

Pri Bortolotto Ribeiro


1) Quais são seus maiores desafios pessoais e suas maiores crenças? O maior desafio é a evolução, tanto profissional quanto o pessoal. Acredito que fazemos parte de um propósito, e temos que cumpri-lo lindamente. Uma meta diária que tenho comigo é olhar para tudo como uma criança, sempre tentar manter viva a capacidade de se encantar com tudo, buscar o melhor de mim e dos que estão a minha volta. 2) Beleza tem um poder e um poder transformador. Quais são seus poderes e quando eles se revelam? A beleza está muito atrelada com a autoestima, ou seja, com a capacidade do poder amar a si mesmo, de se gostar, sentir prazer em ser quem se é, e quando isso ocorre você está no comando e isso é muito libertador, então eu acredito que a auto-estima, o amor próprio, trazem uma beleza empoderadora, que capacita. O meu maior poder se revela quando eu me amo a tal ponto que consigo fazer com que o outro me ame também, e levar essa mensagem de auto-estima comigo é muito bacana. 3) Alguma vez ser bonita trouxe dúvida sobre a sua capacidade e profissionalismo? Como trabalha essas questões? Não, o fato de ser bonita, ou me sentir bonita nunca me atrapalhou, pois sempre achei que tivesse muito mais capacidade profissional do que beleza. Eu trabalho essa questão com a certeza que sempre faço o meu melhor, me doo no que faço, e assim, acredito que sou responsável pelos meus pensamentos e pelas minhas atitudes, o que vem do outro a ele pertente, não a mim. 4) Vida digital e vida pessoal, como equilibras estas convergências tão importantes atualmente? Eu sou muito grata a “vida digital” pois é através dela que impulsiono a minha carreira como modelo e ainda de quebra consigo


Priscilla Bortolotto Ribeiro 30 anos, formação: advogada

Profissão: Modelo Plus Size, natural de Coronel Vivida - Paraná, Reside na Capital do Estado há 11 anos.

manter a minha família, que é do interior do Estado do Paraná, informada sobre os meus passos. Porém eu não fico muito tempo nas redes, eu costumo estabelecer períodos diários para ficar conectada. 5) 5 qualidades que a todos encanta e te tornam responsáveis pelo que cativas? (Adoro “O Pequeno Príncipe”). Eu acredito que tenho muita empatia pelas pessoas, sou uma pessoa verdadeira, muito carinhosa, eclética e gosto muito das coisas simples da vida. 6) Vida de vítima nunca. Como superas os desafios de sua profissão e pessoais? Encaro que todo o desafio é um aprendizado, uma oportunidade para a superação e um início de um novo tempo. 7) Uma frase inspiradora para todo o sempre.

“Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá.” Ayrton Senna 8) Trabalho em equipe ou só, qual a sua opinião? Em equipe! Cada pessoa tem uma característica, uma qualidade predominante e é isso que nos faz únicos, então quando cada pessoa se doa e dá o melhor de si em prol do grupo o resultado é surpreendente! Acredito muito na força da união. 9) No seu tempo livre, o que gostas de fazer e fazes mesmo? Gosto muito de sair caminhar sem destino, ver a natureza, as pessoas, casas, o céu.


Modelo Fotogrรกfico

Sharlene Elaine Leite


Sharlene Leite Miss Brasil Plus Size DISTRITO FEDERAL Sharlene se divide entre as profissões de professora e modelo. E se utiliza do ramo da moda para defender a valorização do encanto fora dos padrões e o fim da associação entre sobrepeso e doença. “Se, antes, uma mulher gorda ia à loja e tinha de ser escolhida pela roupa, o que servisse teria de comprar, o segmento do plus size muda essa perspectiva” A professora de português e redação Sharlene Leite, 31 anos, divide as salas de aula com a possibilidade de ser eleita uma das mulheres mais bonitas do país este mês. Escolhida musa do São Paulo Futebol Clube, time do coração, e Miss DF Plus Size, ela concorre agora ao título nacional. Participou do evento nessa data e ganhou mais um título, o de Segunda Princesa nacional. A carreira de Sharlene no ramo da moda, porém, não começou de maneira fácil. Em 2012, sem qualquer razão aparente, ela começou a engordar e atingiu 30kg a mais na balança, deixando de ter um corpo socialmente aceito. A professora se abalou com os comentários maldosos e começou a malhar exaustivamente, enquanto fazia dietas restritivas. Tudo sem resultado. “Eu julgo que não era empoderada naquela época, eu me deixava abater muito com esse preconceito”, conclui. A professora decidiu, então, procurar um médico e descobriu a razão do ganho de peso: ela estava com um câncer na tireoide. “Estar gorda não significava mais nada naquele momento, porque eu queria viver, e queria viver bem”, desabafa. Após o diagnóstico, ela fez uma cirurgia para retirada da glândula e seguiu com o tratamento. Embora continuasse com o objetivo de perder peso, Sharlene não retornou ao corpo que tinha antes da doença. Além de se acostumar com o metabolismo

artificial que substituía a tireoide, ela lutava para manter o amor-próprio em meio à gordofobia institucionalizada, marcada pela dificuldade em comprar roupas em tamanhos maiores. Tudo mudou quando surgiu a chance de ser modelo. No início de 2013, uma agência entrou em contato com ela por meio de uma rede social. “Eu me surpreendi porque aquilo que me oprimia era aquilo que eles estavam procurando”, diz. De início, ela resistiu, mas pesquisou sobre o mercado plus size e percebeu que havia uma relação direta entre as questões femininas e o preconceito com gordos. Entusiasta da análise do discurso, ela se animou com a sintonia entre as pautas e procurou a agência. “Considero o plus size um discurso de desconstrução desse padrão da modernidade líquida”, teoriza ela, parafraseando o sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Outro ponto que envolveria a análise do discurso e o sentido das expressões seria o ressignificado da própria palavra gorda. “Ela não pode ter sentido de xingamento, mas é usada com um tom muito pejorativo. Não falem gordinha, digam gorda mesmo. Tem como ser bonita e ser gorda”, afirma. O envolvimento de Sharlene com causas feministas vem desde a infância. Com apenas 10 anos, ela perdeu a mãe para a violência doméstica. Foi quando começou a refletir sobre a liberdade das mulheres nas próprias vidas. O amor pela mãe, inclusive, é uma das razões para ela investir na carreira. “Se minha mãe fosse viva, gostaria muito de ouvir esse discurso e de saber que eu tento otimizar de alguma forma a vida das outras mulheres”, acredita.

Apoio

Sharlene conta com o apoio explícito dos colegas de trabalho e também da família para conciliar as rotinas das duas profissões. “Meu marido sempre viaja comigo. Como tenho um ritmo de trabalho pesado, faço as viagens nos fins de semana. É um jeito até de


a gente ficar junto, fazer uma coisa diferente”, diz. Ela não planeja abandonar o magistério e vê muito em comum entre as duas carreiras. “Por mais distante que pareça, estou fazendo uma desconstrução social, tento fazer a mesma coisa nos dois ambientes.” A nova carreira impactou também na relação com os alunos. “Quando minhas alunas observam minhas fotos, veem uma mulher real, que dá 70 aulas por semana, mas que pode ser bonita do jeito que é, sem atingir um padrão”, comemora. “As pessoas mais velhas estão menos abertas à modificação social do que os jovens. E, como convivo mais com jovens, tenho a graça de receber menos preconceito.” A convivência com os alunos provaria que o plus size não é uma mercantilização do feminismo ou das necessidades das pessoas gordas. “As roupas para gordos são muito senhoris. Se uma adolescente estiver acima do peso, tem que se vestir como uma senhora?”. Não se trataria, portanto, de uma questão econômica, mas de contemplar a identidade pessoal desse público. “Se, antes, uma mulher gorda ia a uma loja e tinha de ser escolhida pela roupa, o que servisse teria de comprar, o segmento do plus size muda essa perspectiva”, finaliza. Para Sharlene, a aversão institucionalizada aos gordos se reflete no mercado de trabalho. “Nós trabalhamos bem menos em decorrência de existirem poucas marcas voltadas pro ramo. As outras modelos têm uma procura maior, são mais requisitadas.” Há até mesmo preferência por modelos magras no próprio ramo. “Às vezes, acham

a roupa mais bonita vestida em uma pessoa magra do que vestida em uma gorda”, diz. Apesar das dificuldades, o segmento para homens é ainda mais modesto que o feminino. Segundo Sharlene, as mulheres têm um interesse maior por moda e o desejo de se afirmar por meio da expressão visual. A exigência social mais cruel também seria uma razão desse mercado ter se desenvolvido mais rápido que o masculino. “Esse grito de liberdade, de ‘eu não me encaixo no padrão’, é muito marcado pela mulher. Agora que o homem está sendo acometido por uma tendência de padronizar e ter um estereótipo de corpo”, diz. Ainda segundo a professora, outro obstáculo é a associação entre gordura e saúde debilitada. Ela defende que o segmento plus size não é uma apologia à obesidade. “Para eu ter um corpo tido como padrão, poderia fazer uma redução de estômago, mas isso não seria mais abrasivo para a minha saúde? Poderia tomar medicamento, mas isso também não seria abrasivo?”. Sharlene lembra que, devido ao câncer, até hoje, ela mantém uma alimentação regrada e bons hábitos de saúde. As expectativas da professora para o futuro dizem mais respeito à valorização do indivíduo do que ao glamour da carreira. “O que espero mesmo é fomentar esse discurso, conseguir representar essa mulher mais empoderada, menos refém desse jugo social. Uma miss tem que ser inteligente, tem que ter história de vida e ser exemplo de superação.”



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