BASTARDO BLISS
TRISTAN TELL
2014
2014 10 1994 10 1984 10 _________________ 1940 + 40 1980 1964 + 40 2004 1964 + 50 2014 Aos + 45/50... Fim da linha
A mula Ele pensa que pode ser Eu eu, rezo, que possa...ser livre ele pensa que escreve redondilhas que equilibra malabares e tostões que assume resultados sem espelhos que é original...like a rolling stones made in china, nem se toca do botox e que é cópia da cópia da xerox Ele pensa que é alguém...gente fina eu, rezo, pra sair da minha aba! nem atina, nem assume o seu zero. À esquerda não tem lua, nem esmero! à direita não tem mar, nem parafina. podes crer - oh réu confesso: cresça! Muita baba nesta sina de mutante: sempre fostes uma mula sem cabeça.
Aqui parece ali Você há de me negar a estranha alma que se estende sobre o catre há mais de anos.. Você há de me tecer teias e redes de afãs... Você há de ignorar que eu amo o sul que sou para frio como para Borges e a adaga... Você há de me entender mal , como louco e zonzo Você há de me tecer injúrias e impropérios que me farão perder o tino e ir aos prantos... Você não me conhece - oh Dorian Gray!
BASTARDO BLISS I Fico por aqui um tanto sempre torto olhando o cadáver do pai como um filho do outro.
II Fico um dia zen E um outro nada bem Onde mora este perdão Fica sempre mais além...
08.11.92
BATISMO I Solidão de tumba estreita e fria Abandono à própria sorte sem guia. À mercê do tempo e do vento Costuro uma história de morte. II Lenda que alenta e alivia A via - crucis do lobo de Londres. Homero e sua ilíada me liberta E a meus poemas, feito de monges. III Não passa de trapaça a troça Que antecipa a eternidade E recitar a minha lenda de pedra Em catedrais de sinos de bronze. IV Cruzes trabalhadas na matéria Valsa arrastada, sombra cambaleante. Viesses e visses a quebra dos quartos Minha dança de fogo, meu resgate e batismo.
29.03.2015
belle de jour
belle de jour, (ménage douce) gostei de vê-la: miúda e ágil. saltitante olhar exposto, explode.
CAVALHEIRO
Boto o olho no desejo No lume da sua crina, lua na luz da lamparina.
Não sei se posso olhar, Ir mais fundo na retina E de lá voltar intacto.
Um cavaleiro é quase Nunca um ser lacto! Minha ruína é lua de fase
2003
DE ESCÁRNIO E BEM-DIZER
Das formas do frio e do escuro Que me alumbra a alma inquieta Desconheço, Conheço, Desconheço, conheço... D’uma mulher como um vergel em flor Que me traga o vislumbre da fé Desconheço, Conheço, Desconheço, conheço... Do que vem ao coração e o faz sangrar Gera um céu tão raro de luz e glória Conheço, Desconheço, Conheço, desconheço... D’um lábio confidente venta a farpa, Medra misérias e miseráveis mágoas Conheço, Desconheço, Conheço, desconheço... De que forma defender a alegria de ti Senão com silêncios e muralhas tíbias... Conhecer...Desconhecer... Conhecer... Desconhecer... des...com...
desmentir
desmentir, disfarçar o travo do trânsito - far away from me – é ficar prá lá de telaviv ou do ferro por Gaudí forjado. forever, unne femme é o estar de quatro da paixão. certamente vou matar-me assim: completo, repleto, concreto pela palavra por qual provém a primavera, amor.
É o tom da conversa... I Hoje estive com a sua bossa. Amizade também. Seu faro é fino é a fina estampa, quase adolesce no crepúsculo dos deuses. Eu me paro a pensar: está na hora de gregos visitarem seu pomar.
II Tanto timbre em tanto tom... seu pé é de valsa não de samba! O som da conversa rima com risos e algumas acrobacias filosóficas... III Aqui tem mulher para mais de metro! Podes crer! Lembra: sua amizade nunca basta! então como é que se ri de tanto chorar de rir? Assim: mostrando os dentes clarinhos, Bem de levezinho...como se fosse dar um beijinho!
Ela já viu o céu
Ele sempre se estreita entre o mar e o infinito... podes crer que ela sabe e eu mesmo acredito... Um lugar sem fronteiras uma eira sem beira Uma noite com estrelas um clarão com muita luz... Pode ser aqui na terra Pode ser sem dizer não ela diz que já viu o céu... Certa vez na contramão...
em branco e preto
em branco e preto todo esse talento tarda-se em troças. ... doblez – close-up doirando ideias.
ESTRO I
O vento formava ondas no meu quintal levando em pranto as pétalas do roseiral. E minha mãe boiava os olhos sobre mim ali tão frágil e sereno inventando poesia.
1982
Eu e minha arma de matar
Então eu carrego minha arma e toda, tenho você em minha mira a sua alma a sangrar e rezar se espraia sorte sua, pois estou guardando pra depois... Depois é só tristeza, melancolia e dor não vai ser diferente: sangue e solidão... eu conto as horas para me armar de faca e bala eu conto as horas para servir e sorver o escuro. Aqui é só lampejo, dedicação e dor e as horas assomam noites inteiras e ruidosas - você já ouviu o som da lâmina a escorrer? por dentro é só um crime sem luz ou vigia... Eu espremo seus miolos podres dentro da taça Eu esmago suas esperanças trancadas no porão Uma luz esquiva e um poema morto, seco é sua sanha e a sina a se debater por perdão,,, Neste tempo findo eu percebo seu medo e por aqui é só uma gargalhada homérica: homens e homens cobrando seu quinhão É guerra e é finda como a própria tristeza...
Hoje não tem luar...
Hoje não tem luar hoje não tem poema hoje não tem sequer um vento hoje não tem dilema, unguento, mar! Hoje eu fui á missa das 11h hoje eu fui rezar por minha filha hoje eu fui com ela e ela comigo, tão amigos... hoje eu fui ouvir a voz de Deus dentro de sua casa! Hoje sequer um lenço pode hoje sequer ombro, colírio e mão amiga hoje sequer chorei, bradei ou ofendi o próximo... hoje eu sequei, cerquei minha dor e baixei minha espada! * 7 anos fazem do falecimento de minha filha Mª Clara
Homens-leopardos 1 Não quero ver... Ainda que o sangue esguiche pelas guias e leopardos distribuam patadas de nuvens pelo pátio escuro do aborrecimento e da dor. 2. Não quero ouvir... Invenções de adeuses que existam eternos e réquiens sórdidos de homens mais infelizes que insistam com adagas no pálido pentagrama. 3. Não quero tatear... O calor grosseiro da genialidade imberbe, embora, com pesar, suspeite já não sê-lo: este titã homérico desonrado pelo imaginário. 4. Não quero cheirar... Por mais tempo o odor do proibido a mim Por mea - culpa demagógica e assevereda, Prolongada numa estadia temporal entre mortos. 5. Não quero provar... Com esta boca o que não entendo ou logro êxito pelo desfrute eterno da pena de ser mortal e viver por conta própria a mentir felicidade.
Jogando a toalha
Quem joga a toalha joga tambĂŠm sua malha: um rĂŠquiem que valha os gumes da navalha... O sangue escorre e corre.. pelo canto da boca: o porre e nĂŁo vai ter quem lhe socorre quando, o sem sorte, apenas morre!
JUÍZO FINAL (PALAVRA) 2005
A palavra circunda ad nfinitum Perde-se o prumo pela onda da manhã A palavra é malígna Ferina Fétida: equivocada!
A palavra inunda o átimo Solta e monossilábica como fel A palavra é finda, Indigna Perversa: manchada!
A palavra sente e sara Mas não sangra até morrer A palavra é vacuosa, Imperfeita, Perfeita: revelação!
A palavra é eminência parda Não quer ser alento, perdão, tempo A palavra é mortal, Ato fatal, Mortal: supremacia!
LEGITIMIDADE
Fui um doente legítimo de hábito repetitivo, reflexo condicionado. Uma imitação poética da tática ou mesmo um plágio patético do tático. Libertei-me dos coturnos feito desertor de guerra - porque guerrear nunca fez bem algum..! virado pelo avesso, de degredado a divino, vi que perdi o semblante machucado e a língua viperina que machuca. Como se deu tal fato? - é máximo dizer que o coração não é um fato!
04/88
MATAR EM MIM O SIM
Não é de tanto ver seus labirintos Não é de tanto olhar dos quintos Que toca o mantra, que sangra a prata Quem são os meus amigos? Quem são os meus camaradas? Quem atravessa a avenida dos infelizes? Talvez você saiba cantar e dançar Talvez ,eu, nem rezar um terço sôfrego Quando o escuro precipício se avista. Você parece ter o dom de voar quando é? Você parece que quer parecer com quem? Numa sandália de prata, descalça, talvez... Se crer na palavra apavora o ateu Se expor os ossos no dancing, parvo Te leva livre pelo salão, que seja... Você só é o que é matando em si o se Você só é o que quer ser assim, assim Você é e quer, você mata em mim o sim.
31.10.2015
Menino bom é menino quase homem 2008
Sempre fui menino bom De barranco, biela e bola Sempre fui fraco das ideias Das meias, moela e miolos. Sempre fui assim passado Da conta, do tino, do pranto Sempre fui quase inteiro Metade do meio e do veio Sempre fui assim assado De juízo quase desarmado Sempre fui sem quase ser O que sou sem esta negra dor Sempre fui joia de pouco valor Mercador de merda e de dor Sempre fui o que não quis Sem notar por que sou feliz
Meu escuro
Daí subiste um degrau e chegastes bem ali: na camada da quase límpida estratosfera... Eu vi que vi vociferar a leoa numa boa, a bela dama de da Vinci e seu arminho... Quando escuto seus lamentos e sussurros Quando escuto... quase ouço meu escuro!
não discuta
não discuta o amor ao leito vai a 40° e a gente não vê, permanece perene no dizer te amo nas horas que tardam.
não dou ouvidos
não dou ouvidos ao alhures mas aos lírios, pois estou sempre mudo logo após tudo, se preciso.
Não faço profecias
Temos entre nós, dois tempos: um antes bem curto e sem filtro, quase nada, nadica de nada...
Um outro que é cria da criatura, da estatura de um Rodin ao sol suando, soando bem como um sino.
eu nunca faço profecias, atuo: quero o querer da virgo de Vergílio - o parir bens e o bem assaz comum.
NAVIO
Aceso como um navio lá vem o amor atracar não faço escarcéu algum, nem ergo estandartes agonizantes. Levo-o para uma cama cordial e certifico-me de que é vero. Daí, tiro minhas conclusões: caso esteja sujeito a resvalos em matéria matriz, aparências, dou-lhe um passa-fora e adeus farsa mefistofélica. No entanto, se for esteio que recupera o malgrado de tanto plantar promessas, asseguro-o que estou a amar para além da morte pregressa.
04/88
O RATO E A ESTRELA
Quem teme estrelas como eu sequer duvida de homens-star que podem, eu sei, navegar por frestas estreitas entre e por entrar em portas e porões a iluminar o caminho e o ninho do rato farto de esquinas que dão, por incrível que pareça, no mesmo fundo do lar de lama, antes que eu me esqueça.
08.11.92
óbice objetivo:
óbice objetivo: - tenho arrumado a cama na tua ausência náutica e singrado no cotidiano. ápice subjetivo: - é aqui que tudo começou na brincadeira de Rajá e Rani, no apurar do amor em ser feliz.
PARTIR E IR E IR
Se vais partir, ir de vez... Sem terra boa para os pés Saiba que este dilúvio é triste que o arbítrio é livre que é frágil a prece... Se vais partir, para sempre... Sem leme, mapa ou tesouro Saiba que a carne não é forte que a alma não resite que o mal é que é senhor... Se vais partir, como nunca... Sem livros e afiada espada Saiba que há mentiras na mente que em gleba fraca não vinga que a usura desta era se sente...
SJ RIO PRETO 05 – 07 -99 - noite
Pastorinha
Eu vinha descendo o morro da saudade e ouvindo o som da pastorinha de Jesus...
aqui e ali o mesmo som dizendo amem, amém e o meu coração dizendo é de quem, de quem é essa luz?
Eu penso nela todo dia que diz tirar de letra e mandar bem... Senhorita dos sorrisos, não queres ir mais além? Vejo você rufando seus encantos e rancores quase que não toca sinos, Mas apitos e tambores. Pensa o mundo de dentro das suas esquinas crê por que crê em anjos, cupidos e ao que se destina.
PELA RAMA
Esse amor que fica pela rama, mera natureza morta da carne, que não se dá à ereção confortável ou ao júbilo de ser fiel em tudo, pelo que sabem os neófitos do lar não comungam à imagem do mesmo Deus. (Tenho razões para crer que se perdeu)
04/88
PÉROLA DA MANHÃ
É uma estrela faceira luzindo assim tão desmedida a inundar de brilho a noite, o dia, enfim... meu coração. Guarda dentro em seu peito um sagrado segredo de luz, coisa tão pura refletida nos meus olhos: pérola da manhã que move uma vida.
1982
PURGATÓRIO
I Saltavam do escuro breu Levas de demos infantes Anjos da melhor estirpe Alívio ao peso das horas. II Saltavam do escombro vasto Magos em carros incríveis Druidas em ondas de luz Tratando a carne com cicuta. III Saltavam do vácuo cósmico Villon, Walden, Thoreau e Milton Num paraíso de perfeitos planos Negro jardim de morte e torpor.
29.03.2015
Quando ela foi a lua
Eu nunca que vi alguém tão claro, alguém com olhar de presa e perdiz... Uma mulher escorre pelas gretas uma mulher é só vertigem Eu comigo e meu café preto ela consigo e a luz inteira do dia... Pode ser uma miragem, vertigem pode ser uma mulher tão virgem É lógico que quem viver verá a luz É claro que eu quero o clarão do dia. Nem morte a mim compete Nem sombra da sombra tua Ela mostra um abraço estranho e eu ponho-me a flerte e confete.
Quem pode, pode
Ando arisco pra dedéu mascando crânios, confesso! Aqui é quase o avesso no inferno do meu céu. Tem tanta gente ali esperando no desvio... eu vou mudar de assunto antes de um assovio. Ninguém se importa se há vassoura atrás da porta o que eles querem é um bordão. então: vá de retro, capitão!
SÃO SEBASTIÃO
Se São Sebastião soubesse Do apuro que levo nesta lida Tirava de si uma flecha da ferida Erguia floresta, mata e guarida Atendia minha parca torta prece.
Se São Sebastião pudesse Nada de ruim cairia do céu Tudo que é dor tomaria pé Areia branca, areia finda e véu Tá que tá ruim, tá que tá na fé.
saturada lágrima num riso-pó
saturada lágrima num riso-pó rubro, raso, rente ao chão. ____________ nego sentidos + escondo dores ____________ arraso sonhos... (mas não sou de pedra!) me quero elo, querela visça qual flor de maio. nada é assim: bom senso e sol, mas sangra o cerne sem diálogo e dói demais viver...
Signatária
signatária d’uma visão de mundo de estilo extra-físico destoavas imagens dúbias num eunuquismo invejável de poeta.
SOLITÁRIA
Não me ponha a pique até selar-me na poeira das alpercatas gregas que fizeram de Tróia uma cidade vazia e vã, brilhantemente esmaecida.
Minha razão evitou ciladas dos vampiros que drenam o sangue sob a pele cobre deste macho leve e contínuo, feito corisco que dardeja, no verão, lascas de lenho.
Porque sou cachorro velho a rosnar por surdo afeto se duvido, me estrepo, na mesma imagem divinal, não para ser novamente, mas do mesmo modo, só.
04\88
TENDO TUDO DEVORADO
Tendo tudo devorado sem tino Tarde, timbres tão tristonhos Tom, dom, som, moom, moomy Azul, rosa, sal, sol, manhã e sino Cenas de uma sina tão total Aqui eu penso e repenso o aval Peso, pondero o fluxo e o refluxo Quantos nãos, quantos sãos e aõs Alicerces de preces a revés do sal Na canção da luz deste sol a pino.
um recado claro
um recado claro: vidas próprias, mas justapostas é o início íntimo de amor e paz.
uso os dentes
uso os dentes até a própria voz ...fugir do óbvio, do cômico, do gris no auge da droga que sois um sol atravessa-me em ti.
Você me ama
Fostes tesouro, rainha... antes de mim, rainha antes de nós, rainha antes, rainha... Sobra-lhe a verruga, marca finda na urbe. O clarão do clarão da lua é minha sombra turva. Ontem qualquer foi coisa foi tinta e trágica e à beça, mágica da mágica da paz, solenidade de bufão e bistrô... Você sonha algo agudo - algo entre mim e o luxo Mas eu durmo mudo e acordo seu tudo, tudo..
PARA ADRIANA DE ASSIS
TRISTAN TELL É FORMADO EM CINEMA/FAAP JORNALISTA ACIDENTAL PAI DA BIA, BAH, BEH E BENTO!