MEDICAL PRESS_VOL. 03_CAPA MASTER_CÉREBRO

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MEDICAL PRESS 03 é um publicação DIGITAL, que tem por finalidade a publicação de artigos de profissionais, estudantes de medicina e odontologia e ciências afins. A nossa intenção ao editar a Revista MEDICAL PRESS é apoiar a atividade científica e estimular a leitura de artigos científicos de saúde e prevenção. Sem dúvida, a prática médica bem como o conhecimento geral sobre a saúde moderna e curiosidades do passado hoje exige uma atualização constante. Tristan Tell Editor

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Cérebro Humano

Por Marcelo Oliveira

O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo, pesa aproximadamente 1,3 kg, apenas 2% do peso do corpo, porém, apesar disto recebe cerca de 25% do sangue, que é bombeado pelo coração. Com o aspecto semelhante ao miolo de uma noz, sua massa de tecido cinza-rósea apresenta duas substâncias diferentes, sendo uma branca, na região central, e uma cinzenta, da qual se forma o córtex cerebral.

O córtex cerebral, um tecido fino com uma espessura entre 1 e 4 mm e

uma estrutura laminar formada por 6 camadas distintas de diferentes tipos de corpos celulares, é constituído por células neurôglias e neurônios. Além de nutrir, isolar e proteger os neurônios, as células neurôglias são tão críticas para certas funções corticais quanto os neurônios, ao contrário do que se pensava alguns anos atrás.

Lobos Cerebrais O córtex cerebral é dividido em áreas denominadas lobos cerebrais, cada uma com funções diferenciadas e especializadas. Na região da testa está localizado olobo frontal, na área da nuca está o lobo occipital, na parte superior central da cabeça localiza-se o lobo parietal e o lobo temporal é encontrado na região lateral, sob a orelha. Os lobos parietais, temporais e occipitais estão envolvidos na produção


das percepções resultantes das informações obtidas por nossos órgãos sensoriais do que diz respeito à relação do meio ambiente e nosso corpo. O lobo frontal, por sua vez, por incluir o córtex motor, o córtex pré-motor e o córtex pré-frontal, está envolvido no planejamento de ações e movimento, assim como no pensamento abstrato.

Hemisférios Humano

do

Cérebro

O córtex motor do hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo do indivíduo, enquanto que o do hemisfério esquerdo controla o lado direito. Um trauma nesta área pode causar fraqueza muscular ou paralisia no indivíduo. A aprendizagem motora e os movimentos de precisão são executados pelo córtex pré-motor, que fica mais ativa do que o restante do cérebro quando se imagina um movimento sem executá-lo. Lesões nesta área não chegam a comprometer a ponto do indivíduo sofrer uma paralisia ou problemas para planejar ou agir, no entanto a velocidade de movimentos automáticos, como a fala e os gestos, é perturbada. Além dos hemisférios, de quem dependem a inteligência e o raciocínio do indivíduo, o cérebro é formado por mais dois componentes, o cerebelo e o tronco cerebral, sendo o primeiro o coordenador geral da motricidade, da manutenção do equilíbrio e da postura corporal.

O cérebro é dividido em hemisfériosesquerdo e direito, sendo o primeiro dominante em 98% dos humanos, já que é responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa.

Especialização dos (Roberto Lent, 2002)

hemisférios.

O cérebro é dividido em hemisfériosesquerdo e direito, sendo o primeiro dominante em 98% dos humanos, já que é responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa. Isso porque nele estão duas áreas especializadas, a Área de Broca, córtex responsável pela motricidade da fala; e a Área de Wernick, córtex responsável pela compreensão verbal. Já o hemisfério direito é quem cuida do pensamento simbólico e da criatividade. Nos canhotos estas funções destinadas aos hemisférios estão trocadas. A conexão entre os dois hemisférios é feita pela fissura sagital ou inter-hemisférica, onde está localizado o corpo caloso. Essa estrutura, composta porfibras nervosas brancas (axônios envolvidos em mielina) faz uma ponte para a troca de informações entre as muitas áreas do córtex cerebral. Ambos os hemisférios possuem um córtex motor, que controla e coordena a motricidade voluntária.

No tronco cerebral encontram-se o bulbo raquiano, o tálamo, o mesencéfalo e a ponte de Varólio. Ele conecta o cérebro à medula espinal, além de controlar a atividade de diversas partes do corpo através da coordenação e envio de informações ao encéfalo; enquanto que o bulbo raquiano cuida da manutenção das funções involuntárias, como a respiração, por exemplo. O tálamo é o centro de retransmissão dos impulsos elétricos, que vão e vem do córtex cerebral, ao passo que o mesencéfalo recebe e coordena as informações que dizem respeito às contrações dos músculos e à postura. Já a ponte de Varólio, constituída principalmente por fibras nervosas mielinizadas, liga o córtex cerebral ao cerebelo. Enquanto toda essa motricidade acontece na área de Broca, na área de Wernicke, zona onde convergem os lobos occipital, temporal e parietal, um papel muito importante na produção de discurso é desempenhado. É nesta


área que acontece a compreensão do que os outros dizem e que dá ao indivíduo a possibilidade de organizar as palavras sintaticamente corretas.

Fontes:

http://www.solarnavigator.net/human_brain.htm http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/RenatoMaterial/ neurociencia.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cérebro_ humano

Cérebro Humano Cem trilhões de conexões celulares, em eterna troca de informações, tecem a estrutura mais complexa do Universo: o cérebro humano. Lúcia Helena de Oliveira

Preste atenção. Ler este pedido é possível porque os olhos traduziram a imagem de cada letra em centenas de milhares de sinais elétricos que, em linha quase reta, escorregaram até a parte de trás da massa gelatinosa abrigada na caixa do crânio. Daquela região, próxima à nuca, foram disparados outros milhares de mensagens que se esparramaram pelas laterais, encontrando na superfície rugosa da massa uma área capaz de reconhecer as letras e montar palavras. Em seguida, partiram dali, em todas as direções, ondas elétricas que, ao varrer a víscera cinzenta, encontraram o significado da frase, escondido em um canto qualquer da memória.

PUBLICIDADE Compreendida, a ordem foi comparada a outras mensagens, desde relatórios sobre o organismo a informações sobre o ambiente, que chegam a todo instante ao cérebro humano – uma construção tão complexa que os melhores cérebros que se dedicaram a estudá-la concluíram, sem preocupação com a modéstia, que não existe nada igual em todo o Universo conhecido. Então, se ao cérebro que defrontou com a primeira linha deste texto nada pareceu mais importante do que o pedido de prestar atenção, se por

algum motivo não brotou na memória uma forte saudade nem irrompeu no organismo uma dor de dente, é bem capaz que o sistema nervoso tenha decidido escalar mais células para interpretar a leitura, atendendo à solicitação. E, caso todo o processo tenha ocorrido, durou exatamente o tempo necessário para ler as quatro primeiras palavras do texto. De uma célula para outra, no entanto, a informação trafega no cérebro 1 milhão de vezes mais devagar do que um sinal de computador. Apesar da desvantagem inicial, porém, o cérebro consegue reconhecer um rosto em fração de segundo; portanto, no final das contas, está um corpo à frente da Informática. A diferença é possível porque bilhões de células nervosas, os neurônios, podem trabalhar ao mesmo tempo na solução de um único problema, como identificar uma forma ou compreender uma ordem, enquanto um computador processa bovinamente, passo a passo, as informações que recebe. Só recentemente começaram experiências para fazê-los trabalhar em paralelo, como o cérebro humano. Apenas nos últimos dez anos os cientistas começaram a desvendar para valer os mecanismos cerebrais que tornam o homem inteligente. E as últimas descobertas aconselham apagar da memória a gasta analogia do computador. Parece muito mais adequado comparar o cérebro humano a um movimentado pregão da Bolsa ou a um igualmente agitado debate estudantil em que as informações pipocam de forma desorganiza-

Apenas nos últimos dez anos os cientistas começaram a desvendar para valer os mecanismos cerebrais que tornam o homem inteligente.


A quantidade de novos genes que o homem adquiriu na evolução, em relação aos genes de seus ancestrais primatas, é muito pequena para justificar o avanço no sistema nervoso. Esse salto para a inteligência é um dos maiores enigmas da espécie humana.

da e muitas vezes prevalece quem fala mais alto. No ano passado, cientistas americanos concluíram que qualquer estímulo que chega ao cérebro não segue uma rota definida, mas percorre diversos caminhos de neurônios, e alguns vão levar a dados que nada têm a ver com a assunto tratado. Mas sempre que determinado estímulo encontra uma espécie de eco em algum dado estocado na memória, esse circuito passa a ser mais ativado, como se gritasse alto e bom som uma pista. No final, é como se o cérebro escolhesse as pistas e, por intuição, decidisse em favor de uma resposta, mesmo que incompleta, pelos dados de que dispõe. Graças a essa maneira aparentemente desajeitada de ser inteligente, às vezes nem com muito esforço o homem resolve equações cuja solução uma calculadora de bolso daria em um zás-trás. Em contrapartida, é essa fórmula de sempre trabalhar simultaneamente com um grande número de informações que dá à inteligência humana toda a flexibilidade, fazendo com que o homem seja capaz de reconhecer depois de muito tempo um amigo que deixou crescer a barba, ou de imaginar um passeio de gôndola sem nunca ter pisado em Veneza e, principalmente, de lidar com toda sorte de imprevistos. Para chegar a essa compreensão dos mecanismos da inteligência, os americanos criaram um computador programado de acordo com os conhecimentos que se tem sobre a anatomia cerebral, ou seja, a forma como os neurônios se distribuem. É que na geometria dessas células de 1 centésimo de milímetro de diâmetro e de seus prolongamentos pode estar o segredo de ser humano. Cada um dos 100 bilhões de neurônios do cérebro está ligado a 10 mil outros e assim é capaz de receber 10 mil mensagens ao mesmo tempo; a partir desse colossal volume de informações, o neurônio tira uma única conclusão, a qual, por sua vez, pode ser comunicada a milhares de outras células. Calcula-se que existam entre os

neurônios nada menos de 100 trilhões de contatos, as sinapses. Junto com a câmara de pósitrons, o único aparelho que permite visualizar o cérebro em atividade, o computador simulador de neurônios é um dos recentes recursos que podem ajudar o homem a conhecer os segredos da sua inteligência. Mas devagar com o andor. “Podemos entender os mecanismos básicos. No entanto, dizer que a gente entenda tudo é um grande exagero”, adverte o neurologista Esper Cavalheiro da Escola Paulista de Medicina. “Conhecemos muito melhor o cérebro do macaco do que o do homem”, informa esse professor, que passa o dia no laboratório. “O chimpanzé, por exemplo, é um dos animais mais inteligentes, pois pode até aprender uma dúzia de palavras em linguagem de surdo-mudo e manter certa comunicação com seres humanos”, compara. “Mas, entre o cérebro do chimpanzé e o do homem existe um abismo.” A quantidade de novos genes que o homem adquiriu na evolução, em relação aos genes de seus ancestrais primatas, é muito pequena para justificar o avanço no sistema nervoso. Esse salto para a inteligência é um dos maiores enigmas da espécie humana. “Coincidência ou não”, aponta Cavalheiro, “junto com o crescimento da área ligada a funções intelectuais, aparece a linguagem, uma aquisição que permite aos homens registrar informações, de maneira que cada geração não precise reinventar a roda. Os outros animais, sem aquela parte frontal do cérebro, não deixam história.” Se pudesse ser esticado, o cérebro humano também seria o maior entre os de todas as espécies. Pois, na realidade, a sua superfície cor de chumbo, o córtex, esconde nas reentrâncias nada menos de 9 décimos de sua área. E, em matéria de cérebro, ter uma vasta superfície vale muito mais do que a víscera pesa – afinal, seu quase 1,3 quilo ( 1,350 nos homens e 1,100 nas mulheres) é metade de um cérebro de baleia colocado na balança. A importância do córtex se deve ao fato de sediar a maior parte dos neurônios, as


células nervosas que deixam fluir as idéias. Tais células foram observadas pela primeira vez em 1873 pelo fisiologista italiano Camillo Golgi (18431926), que descreveu seus milhares de prolongamentos espalhados feito galhos: são os dendritos, a porta de entrada das mensagens enviadas por outras células; o neurônio possui ainda um único axônio, ponto de partida da informação que processa. São esses prolongamentos revestidos de uma substância branca que cruzam o cérebro de um lado para outro, tecendo a massa branca na parte interna da víscera. O fisiologista espanhol Santiago Ramón y Cajal (18521934) notou em 1889 que os prolongamentos dos neurônios, medindo de milésimos de milímetro até mais de 1 metro, não formam fios contínuos, feito cabos elétricos. Pois, na realidade, uma célula nervosa não encosta em outra. Uma informação salta o vazio entre um neurônio e outro graças a proteínas muito especiais, sintetizadas nas próprias células nervosas: são os neurotransmissores. Até a década de 70 se conhecia uma dúzia dessas substâncias mensageiras químicas; hoje os cientistas contabilizam mais de cinqüenta. “Isolá-las e conhecer as suas principais propriedades é uma coisa”, esclarece o neurologista Jorge Facure da Universidade de Campinas, no interior de São Paulo. “Mas ao se verem os neurônios em ação é quase impossível saber quais neurotransmissores estão sendo liberados naquele momento.” Faz sentido: afinal, muitos neurônios fabricam mais de uma dessas substâncias, selecionando o momento de usá-las, a concentração e até a dose indicada, tudo conforme o sinal que pretendem transmitir. “Nos Estados Unidos”, conta o médico Facure, que já trabalhou ali, “existem prédios inteiros ocupados por laboratórios dedicados exclusivamente ao estudo de neurotransmissores, tal a sua complexidade.” Há dois anos, Facure está à frente de uma equipe da Unicamp concentrada numa das mais instigantes in-

vestigações sobre o cérebro humano: trinta pesquisadores das mais diversas áreas – da Medicina à Informática, da Física à Psicologia – reúnem todos os dados ao alcance da ciência para tentar descobrir se existe alguma relação entre a mente e a matéria. Em outras palavras, a pesquisa confronta a delicada questão da possível existência de uma mente – que alguns preferem chamar alma – habitando os circuitos nervosos e controlando o funcionamento cerebral. De fato, tão complicado como entender a inteligência é compreender por que ela se manifesta de maneira diferente de pessoa para pessoa. Ou seja, compreender por que uns são mais criativos do que outros, por que há quem goste de compor música e quem prefira escrever, como enfim a inteligência se desdobra em infinitos perfis. De acordo com os cientistas, para se tirar alguma conclusão dessa trama cerebral, o fio da meada é a comunicação entre os neurônios, cujas membranas funcionam feito uma divisória, separando cargas elétricas opostas: dentro da célula nervosa existem substâncias predominantemente negativas e, do lado de fora, encontram-se substâncias predominantemente positivas. Um estímulo qualquer, como a visão de um retrato, subitamente inverte a situação: dentro do neurônio a eletricidade passa a ser positiva e, fora, negativa. A inversão, que dura um ínfimo milésimo de segundo, gera uma onda elétrica que percorre o neurônio de ponta a ponta. Ao alcançar o final do axônio – que se bifurca sucessivamente -, a corrente elétrica provoca uma alteração na membrana da célula. Assim, abrem-se brechas por onde escapam espécies de pacotes recheados de determinado neurotransmissor. Os pacotes logo se encaixam nos dendritos das células nervosas e ali se derretem, liberando o mensageiro químico. Este, por sua vez, provoca a inversão de carga que gera o sinal elétrico. Para o neurônio que recebe a informação, as coisas não são tão simples.

Um estímulo qualquer, como a visão de um retrato, subitamente inverte a situação: dentro do neurônio a eletricidade passa a ser positiva e, fora, negativa.


Afinal, é alcançado ao mesmo tempo por milhares de outras mensagens. “O sinal elétrico resultante não é necessariamente a soma de todos os sinais recebidos”, explica Esper Cavalheiro, da Escola Paulista de Medicina, enquanto rabisca um exemplo. Segundo tal esquema, se alguém segura uma xícara de café muito quente, um neurônio pode ordenar: “larga”; um segundo neurônio, porém, passa a informação de que aquela é uma raríssima peça de porcelana chinesa. Provavelmente, a segunda mensagem irá atenuar a intensidade da primeira, de modo que a pessoa, apesar da dor, controlará o movimento da mão até pousar a xícara com cuidado sobre um móvel. De acordo com as informações que um neurônio está habituado a receber, vai formando um comportamento. Passa a precisar de certa quantidade de energia, a produzir determinada dose de proteína, a reagir de modo específico a um estímulo. No final, um neurônio é sempre diferente de outro. Pode-se perguntar, no entanto, como o cérebro interpreta separadamente cada informação, sem confundi-las. O segredo é receber as mensagens por dendritos diferentes. Um neurônio, capaz de calcular a distância de onde veio uma mensagem, pode assim concluir qual de suas entradas ou dendritos foi usada naquela vez e, conseqüentemente, qual neurônio a está enviando. O neurônio vai além: ao decodificar determinado sinal, sabe que a célula que o enviou está, por sua vez, sendo estimulada por tais e quais neurônios. Alguns cientistas, porém, acham que essa explicação é um tanto simplista.. Na opinião do neurofisiologista Luiz Menna-Barreto, da Universidade de São Paulo, não se pode entender o mecanismo de compreensão de mensagens quando se pensa em um único ou mesmo em poucos neurônios. “O cérebro sempre raciocina em cima de centenas de milhares de células nervosas. É muito mais adequado imaginá-lo como um jogo de batalha naval em três dimensões, onde os pontos assinalados seriam neurônios ativa-


dos”, sugere Menna-Barreto. “Conforme o padrão formado por esses pontos, o cérebro entende um significado.” Existem neurônios que já nascem sabendo o que fazer: é o caso dos que controlam o ritmo cardíaco, feito marca-passos, disparando constantemente ondas elétricas em uma freqüência predeterminada. Outros, porém, surgem como folhas em branco, mas, à medida que um estímulo chega ali pela primeira vez, fica gravado para sempre de alguma maneira ainda não muito clara para os cientistas. Ou seja, aquele neurônio ativado passará a gerar regularmente a onda elétrica desencadeada pelo estímulo, que pode até já ter desaparecido. Do mesmo modo, na batalha naval imaginada por Menna-Barreto, existem padrões inatos de comportamento cerebral, como os do sono. Mas outros padrões são criados pela experiência. Isso é possível graças à mais fantástica característica do cérebro humano: a plasticidade. Pode-se visualizar as ligações entre os neurônios como caminhos, a maior parte deles criados na infância. No decorrer da vida, o cérebro deixa de lado na memória as ruas por onde transitam poucas informações. Em compensação, rasga novas estradas e abre avenidas nas áreas por onde passam muitos estímulos nervosos. Isto é, faz crescer novos prolongamentos unindo mais neurônios ou aumenta as áreas de contato, as sinapses, já existentes entre as células. “Quanto mais sinapses, mais recursos de informações”, resume o neurologista Saul Cypel, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Logo, mais inteligente ou criativo aquele cérebro

tende a ser.” Segundo ele, a existência de mais sinapses em determinadas áreas cerebrais justificaria uma facilidade maior para lidar com um assunto do que com outro. “Alguém que cresceu ouvindo música”, exemplifica, “provavelmente desenvolveu muitas sinapses na área do cérebro responsável por esse tipo de percepção. Daí, tende a ter talento para a música.” Se a habilidade pode ser, fisiologicamente, questão de prática, não se pode esquecer de outro ingrediente fundamental à plasticidade das células nervosas: a emoção, algo que em neurologuês pode ser descrito como um mero conjunto de reações químicas na massa cinzenta. O sistema nervoso tende a formar as tão importantes conexões entre as suas células ali onde existe uma dose concentrada de afeto. A percepção auditiva dos pais é um exemplo claro: o menor choramingo do filho explode, na calada da noite, como efeito despertador de uma turbina de Boeing. Isso porque a emoção fixa as sinapses: assim, toda informação relacionada àquela criança merece atenção do cérebro. Na realidade, a emoção está em jogo mesmo nas atividades mais banais do dia-a-dia. Toda vez que se lê um texto, os trechos mais marcantes, agradáveis ou desagradáveis, ganham mais sinapses no cérebro. É o afeto que ajuda a determinar a importância e a permanência de um registro na memória. Mas, de qualquer maneira, toda informação nova é gravada nos neurônios e forma sinais elétricos, que de seu lado inauguram diferentes caminhos de axônios para compreendê-la. Em suma, ninguém é exatamente o mesmo após ler uma matéria como esta.

Existem neurônios que já nascem sabendo o que fazer: é o caso dos que controlam o ritmo cardíaco, feito marcapassos, disparando constantemente ondas elétricas em uma freqüência predeterminada.


A doença do imprevisto A esclerose múltipla, uma patologia degenerativa que afeta principalmente pessoas com idade entre 20 e 40 anos, muitas vezes é confundida com stress; diagnóstico precoce é fundamental para manter a qualidade de vida do paciente Luciana Christante Quando se fala em doenças neurodegenerativas, a maioria das pessoas logo pensa em idosos com limitações físicas e principalmente cognitivas, que os impedem de levar uma vida autônoma, como no Alzheimer ou no Parkinson, por exemplo. Embora a esclerose múltipla pertença à categoria de distúrbios que provoca degeneração neurológica, difere em pelo menos dois aspectos. Em primeiro lugar porque nessa patologia a incapacidade física é bem mais pronunciada que a cognitiva, o que à primeira vista poderia até ser um atenuante, não fosse pela segunda característica: a doença se manifesta quase sempre entre os

20 e os 40 anos, isto é, no auge da vida produtiva do indivíduo. O choque do diagnóstico, que costuma vir depois de uma via-sacra por vários médicos e pode levar anos, traz inicialmente a revolta e, depois, o medo de que as seqüelas sabotem pouco a pouco a vida profissional, pessoal e familiar, afligindo principalmente aqueles com filhos para criar e os que ainda desejam tê-los. A doença é progressiva e não tem cura. Os medicamentos surgidos nos últimos 15 anos têm conseguido diminuir a velocidade de seu avanço na maioria dos pacientes, com melhores resultados quando o diagnóstico


é precoce, o que ainda é um desafio para os médicos. Novos remédios, que devem ser lançados em breve, prometem melhor eficácia – mesmo assim dificilmente dispensarão a reabilitação física e o acompanhamento psicológico, parte indispensável do tratamento.

A esclerose múltipla se caracteriza por focos de desmielinização no sistema nervoso central – o que inclui cérebro, tronco cerebral e medula espinhal. Em outras palavras, os neurônios perdem progressivamente a bainha de mielina que os recobre.

Quase tudo nesta doença é imprevisível, a começar pelos sintomas, que se manifestam em surtos de intensidade e duração variáveis e podem incluir visão embaçada, fadiga, espasmos musculares, falta de equilíbrio, dormência em qualquer parte do corpo, urgência ou incontinência urinária, problemas de memória, dificuldades na fala, entre outros. Tais sintomas, porém, raramente aparecem juntos no mesmo paciente – a velha máxima “cada caso é um caso” nunca foi tão verdadeira como no da esclerose múltipla. Entre dois surtos, um período de remissão de duração também variável pode dar a impressão, nos que ainda não foram diagnosticados, de que o problema não é grave. “Como é passageiro, a maioria das pessoas não dá importância e não procura o médico. Alguns acham que é culpa do stress”, diz Maria Cristina Giácomo, coordenadora do departamento científico da Associação Brasileira de Esclerose

Múltipla (Abem). Mais cedo ou mais tarde, no entanto, os sintomas voltam e com o passar do tempo sua recorrência vai deixando marcas irreversíveis. A esclerose múltipla se caracteriza por focos de desmielinização no sistema nervoso central – o que inclui cérebro, tronco cerebral e medula espinhal. Em outras palavras, os neurônios perdem progressivamente a bainha de mielina que os recobre. À medida que esse revestimento se degenera, a transmissão dos impulsos nervosos fica mais lenta e os sintomas, mais evidentes. Se a doença não for contida, a lesão do axônio é inevitável e também irreparável. Essa desmielinização não ocorre de forma homogênea, mas em focos localizados principalmente em áreas motoras e sensoriais. Nos últimos dez anos, a ressonância magnética se tornou uma ferramenta indispensável aos médicos para avaliar a extensão das lesões e definir as estratégias do tratamento, até mesmo quando a doença parece estar silenciosa. “Muitas vezes o paciente está clinicamente bem, sem surtos, mas a ressonância mostra que a desmielinização está progredindo”, explica a neurologista da Abem. O


fenômeno é chamado “paradoxo clínico-radiológico” e revela que não há coincidência temporal entre surtos e lesões. Os pesquisadores ainda tentam entender como isso ocorre. Outro aspecto intrigante da esclerose múltipla, que também só foi revelado pela ressonância magnética, é a capacidade do sistema nervoso de reverter, até certo ponto, o processo de degeneração da mielina, principalmente nos primeiros anos da doença – o que pode ser observado pelo desaparecimento de focos de desmielinização (que ainda não resultaram em lesão axonal, obviamente). Mais uma razão pela qual os médicos se esforçam para iniciar o tratamento o mais cedo possível.

FOGO AMIGO Para entender por que a mielina dessas pessoas se degenera é preciso deixar os limites do sistema nervoso central e adentrar num terreno tão ou mais desafiador: o sistema imunológico. A esclerose múltipla é uma doença de origem auto-imune, assim como a artrite reumatóide, o lúpus, a psoríase, entre outras. Por uma falha genética, o bombardeio imunológico dirigido a um agente externo (um vírus ou uma bactéria) acaba inadvertidamente atacando alguma parte do corpo – uma espécie de “fogo amigo”. Na artrite reumatóide, o alvo equivocado são as articulações; na psoríase, a pele; na esclerose múltipla, a mielina (apenas a do sistema nervoso central, nervos periféricos não são afetados). Os mecanismos celulares que resultam nesse ataque são extremamente complexos, razão pela qual a grande maioria das doenças auto-imunes é difícil de tratar e impossível de curar. Os pesquisadores já conhecem algumas variações genéticas relacionadas à esclerose múltipla. Diversos genes estão envolvidos, quase todos localizados numa região do cromossomo 6 conhecida como complexo maior de histocompatibilidade. Ali são codificadas proteínas da membrana celular que o sistema imunológico utiliza para reconhecer o que é próprio

e o que é estranho ao organismo. De forma geral, essas variações genéticas são mais comuns na população caucasiana e mais raras em pessoas com ascendência asiática, indígena ou africana. Mas apesar deste forte componente genético, a doença não é hereditária, pois fatores ambientais também são decisivos para seu aparecimento. A prevalência da esclerose múltipla no Brasil é relativamente baixa e varia de região para região. Estudos epidemiológicos indicam que no nordeste existem cerca de três portadores a cada 00 mil habitantes, já no sudeste esse úmero aumenta seis vezes (estima-se cerca de 35 mil portadores no aís). As revalências mais altas do mundo são encontradas no Canadá e nas nações escandinavas: em torno de 80 pacientes cada 100 mil habitantes. Além do fato e a população desses países ser quase toda caucasiana (enquanto no Brasil impera a miscigenação), essa disparidade geográfica também é fortemente influenciada pela luz solar. A exposição à luz ultravioleta protege as pessoas que têm alguma predisposição genética, porque estimula a síntese de vitamina D3, fundamental na modulação do sistema imunológico nos primeiros anos de vida, particular mente dos linfócitos do tipo TH2. Esta subpopulação de células da linhagem branca do sangue tem função antiinflamatória e, uma vez estimulada, pode compensar a ação pró-inflamatória dos linfócitos TH1, que se encontram hiperativos na esclerose múltipla. São eles que, uma vez deflagrada a doença, atravessam a barreira hemato-encefálica e coordenam o ataque à bainha de mielina. Algumas evidências sugerem ainda um pico de prevalência da doença entre pessoas nascidas no hemisfério norte no mês de maio, o que significa que a gestação transcorreu durante o inverno, quando as noites são mais longas e os dias menos ensolarados. Segundo o neurologista Dagoberto Calegaro, presidente do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em

Os pesquisadores já conhecem algumas variações genéticas relacionadas à esclerose múltipla. Diversos genes estão envolvidos, quase todos localizados numa região do cromossomo 6 conhecida como complexo maior de histocompatibilidade.


Esclerose Múltipla (BCTRI MS, na sigla em inglês), a alimentação rica em vitamina D3 – como a gordura animal, particularmente de peixes – exerce proteção semelhante. “Aquela antiga prática de dar óleo de fígado de bacalhau às crianças tinha lá seu fundamento”, diz. A ingestão desse nutriente explica ainda por que há menos casos da doença no norte da Noruega (região pesqueira, menos exposta aos raios ultravioleta) do que no sul.

Os países do hemisfério norte também têm mais casos de esclerose múltipla – e de várias outras doenças auto-imunes – por uma razão socioeconômica.

Os países do hemisfério norte também têm mais casos de esclerose múltipla – e de várias outras doenças auto-imunes – por uma razão socioeconômica. Ironicamente, a prevalência destes distúrbios diminui quanto piores forem as condições de higiene. Segundo a hipótese, quanto mais infecções uma pessoa contrai nos primeiros anos de vida, mais protegida fica contra doenças auto-imunes na idade adulta – raciocínio que também se aplica às alergias. No caso da esclerose múltipla, evidências mostram que a infestação por parasitas na infância diminui o risco de desenvolver o distúrbio. Segundo Calegaro, estudos sugerem também uma associação entre parasitismo intestinal e menor ocorrência de surtos da doença, já que as parasitoses, assim como a vitamina D3, estimulam os linfócitos TH2. Nessa gangorra em que de um lado está a predisposição genética e, de outro, os fatores ambientais, o gatilho que deflagra a patologia é uma infecção sobre a qual ainda se sabe muito pouco. Suspeita-se da ação do vírus Epstein-Barr, associado a grande número de doenças, incluindo alguns tipos de câncer. Esse microorganismo é amplamente difundido na natureza e até 80% da população adulta apresenta anticorpos contra ele, o que quer dizer que já foram infectados, na maioria das vezes de forma assintomática. Uma vez diagnosticada a esclerose múltipla, o desafio dos neurologistas é prevenir novos surtos. Nos últimos 15 anos isso tem sido feito com medicamentos imunomoduladores que visam atenuar o processo inflamató-

rio subjacente e impedem a ocorrência dos sintomas em até 40%. Existem quatro remédios disponíveis no mercado, todos muito caros – o tratamento pode custar até R$ 40 mil por ano. A maioria dos pacientes os recebe gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), embora problemas de distribuição não sejam raros em muitos locais. Segundo Maria Cristina Giácomo, os quatro imunomoduladores são bastante semelhantes em termos de eficácia, mas a resposta do paciente, os efeitos colaterais e a adaptação ao esquema de injeções (que pode variar de semanal a três vezes por semana) são os fatores que vão definir qual o melhor remédio para cada um – o que, obviamente, implica um determinado período de tentativa e erro. Quando os surtos são inevitáveis, são necessárias drogas antiinflamatórias (corticóides) ou imunossupressoras (como as usadas em transplantados). O acompanhamento psicológico é parte fundamental do tratamento, segundo a neurologista da Abem. “A esclerose múltipla muda muito a vida da pessoa, principalmente na área profissional. O impacto é muito forte, muitos pacientes sofrem de depressão.” A fisioterapia e a terapia ocupacional são importantes para que o indivíduo se adapte às limitações motoras, aprendendo certos movimentos que compensem habilidades comprometidas e corrigindo a postura de modo a não prejudicar a coluna, por exemplo. Já a reabilitação fonoaudiológica visa contornar dificuldades na fala de alguns deles, que não raro são vítimas de preconceitos e mal entendidos, pois as pessoas tendem a julgá-los embriagados. Problemas cognitivos podem ocorrer, mas são menos comuns. “Não se trata de um quadro de demência, como em outras doenças neurodegenerativas, mas de um processamento mais lento da memória e do raciocínio, reflexo da desmielinização, pois a condução dos impulsos nervosos fica menos eficiente”, afirma Giácomo. A acupuntura é muito usada para aliviar dores e, como conseqüência, melhorar a qualidade do sono. Outro aspecto imprevisível da escle-


rose múltipla é sua evolução. Embora entre 80% a 90% dos pacientes apresentem a forma remitente-recorrente (surtos intercalados por remissões), em metade deles a doença começa a progredir rapidamente depois de dez ou 15 anos, com forte piora dos sintomas e do grau de incapacidade. A forma progressiva também pode se manifestar desde o início, o que ocorre em até 10% dos pacientes, principalmente nos que tiveram os primeiros sintomas depois dos 40 anos. Em uma minoria dos casos, a esclerose múltipla é considerada benigna: depois de um ou dois surtos de recuperação completa, a doença estaciona e a incapacidade é mínima. Para os neurologistas, seria de grande utilidade para o tratamento se houvesse algum tipo de marcador que os ajudasse a prever esse curso, mas todas as tentativas até o momento falharam. Novos tratamentos, atualmente em fase avançada de desenvolvimento, têm dois objetivos: diminuir ainda mais a ocorrência de surtos e atender a uma pequena parcela dos pacientes que não respondem a nenhuma droga. Há uma grande expectativa em relação às terapias biológicas, representadas por um grupo de medicamentos conhecidos como anticorpos monoclonais e que já vêm sendo usados com bons resultados na artrite

reumatóide e no lúpus. “Os ensaios clínicos têm mostrado que os anticorpos monoclonais são mais eficazes na prevenção dos surtos e nas formas progressivas”, diz Dagoberto Calegaro. O médico ressalta, porém, a preocupação com a segurança que esses fármacos oferecem, principalmente depois do que aconteceu com o natalizumabe, o primeiro anticorpo monoclonal aprovado para a esclerose múltipla em 2004. Três anos depois o medicamento foi retirado do mercado devido a alguns casos de morte por infecção oportunista (o natalizumabe não chegou a ser vendido no Brasil). Essa, aliás, é uma característica dos anticorpos monoclonais que já levou alguns deles a destino semelhante em outras doenças. São drogas altamente específicas, que podem causar efeitos adversos mais raros, mas quando eles ocorrem, a tendência é que sejam mais graves.

CÉLULAS-TRONCO Atualmente os pacientes que não respondem ao tratamento convencional com imunomoduladores têm apenas uma opção: o transplante de células-tronco adultas, já realizado no Brasil. Por ser muito agressivo, é usado apenas como último recurso. O princípio é o mesmo do transplante

Novos tratamentos, atualmente em fase avançada de desenvolvimento, têm dois objetivos: diminuir ainda mais a ocorrência de surtos e atender a uma pequena parcela dos pacientes que não respondem a nenhuma droga.


A esclerose múltipla é uma doença autoimune, progressiva e ainda sem cura. Medicamentos fazem diminuir seu avanço na maioria dos pacientes, com melhores resultados quando o diagnóstico é precoce.

de medula óssea utilizado em alguns tipos de leucemia. Células-tronco adultas são retiradas da medula óssea da própria pessoa, que em seguida é submetido a forte carga de quimioterapia para que seu sistema imunológico seja totalmente suprimido. Obviamente, é preciso que nessa fase ela esteja internada e receba cuidados intensivos, pois qualquer infecção nesse momento poderia ser fatal. Depois as células-tronco são reinjetadas na corrente sangüínea, e em pouco tempo dão origem a um sistema imunológico “novo” – e sadio. Segundo o hematologista Nelson Hamerschlak, do Hospital Israelita Albert Einstein, o transplante não reverte lesões já ocorridas, mas pode estabilizar a doença em 70% dos casos. “Muitas vezes, no entanto, ela retorna depois de alguns anos, mas mesmo assim vale a pena do ponto de vista da qualidade de vida. Os melhores resultados são obtidos quando a doença não está tão avançada”, afirma o médico. No Brasil, o transplante de células-tronco adultas para esclerose múltipla é feito apenas no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto e no Hospital Albert Einstein em São Paulo.

Conceitos-chave A esclerose múltipla é uma doença auto-imune, progressiva e ainda sem cura. Medicamentos fazem diminuir seu avanço na maioria dos pacientes, com melhores resultados quando o diagnóstico é precoce. Terapias de reabilitação física e acompanhamento psicológico são fundamentais. A patologia se caracteriza pela desmielinização no sistema nervoso: os neurônios perdem progressivamente a bainha de mielina que os recobre, dificultando a transmissão de impulsos nervosos, o que evidencia os sintomas. Esse processo afeta principalmente áreas motoras e sensoriais. A luz ultravioleta tem efeito protetor sobre indivíduos com propensão genética à doença. Ela estimula a síntese de vitamina D3, fundamental na modulação do sistema imunológico

nos primeiros anos de vida, particularmente dos linfócitos do tipo TH2.

Cortesia de Franz Schelling Ilustração do neurologista francês Jean-Martin Charcot, publicada em 1867 na tese de um de seus alunos, mostrando lesões cerebrais da esclerose múltipla

De Charcot à neuroimagem A esclerose múltipla foi caracterizada pelo neurologista francês Jean-Martin Charcot (1825- 1893) há 140 anos. Segundo a chamada tríade de Charcot, os três principais sintomas compreendiam disartria, ataxia e tremor, embora alterações cognitivas, como capacidade de memorização mais lenta, também tenham sido observadas pelo médico parisiense. As lesões neurológicas típicas da doença, que naquela época só podiam ser observadas na autópsia, hoje são acompanhadas pela ressonância magnética, que se tornou uma ferramenta indispensável tanto para o diagnóstico como para o acompanhamento da evolução desta patologia.

cortesia da autora Diário de um homem desapontado A esclerose múltipla deu origem a um dos melhores diários da literatura britânica, segundo alguns críticos. The journal of a disappointed man narra a vida do naturalista inglês Bruce Frederick Cummings (1889-1919), funcionário do Museu Britânico, que foi diagnosticado aos 26 anos, quando tentou se integrar às tropas que combatiam na Primeira Guerra Mundial. Usando o pseudônimo W. N. P. Barbellion, o autor faz um relato que combina reflexões filosóficas, fria resignação e um estilo que remete a James Joyce e Franz Kafka, expondo com elegância e ironia a lenta devastação causada pela doença contra a qual a medicina da época podia fazer muito pouco. O livro foi publicado em 1919, ano


da morte de Cummings, com prefácio do escritor britânico H. G. Wells, um dos ícones da literatura de ficção científica, o que levou muitos leitores a pensar que se tratava de uma obra de ficção do próprio Wells. As primeiras edições foram um sucesso de vendas na Inglaterra e nos Estados Unidos, mas o livro acabou caindo no esquecimento do público depois da Segunda Guerra, mas ainda pode ser encontrada em formato de bolso em países de língua inglesa. Muitas associações de apoio aos pacientes com esclerose múltipla também a reeditaram e a traduziram, como forma de incentivar uma melhor compreensão da dimensão psicológica da doença, tanto por parte dos portadores como das pessoas que convivem com eles. O original está disponível na íntegra, na forma de blog, no endereço: www. pseudopodium. org/barbellionblog. A obra nunca foi editada em português. “O sofrimento não apenas isola sua vítima. Ele a joga numa ilha de um oceano deserto, de onde ela vê os homens como navios passando ao longe.“W. N. P. Barbellion

CRIANÇAS, ADOLESCENTES E GRÁVIDAS O diagnóstico da esclerose múltipla em crianças e adolescentes tem sido cada vez mais comum. Estima-se que em até 5% dos portadores a doença se manifeste antes dos 16 anos, e em alguns casos raros ela já foi detectada antes dos 5 anos. Os sintomas podem ser um pouco diferentes da forma adulta, incluindo convulsões. Como a criança não consegue expressar muito bem o que está sentindo, o proble-

ma geralmente passa despercebido pelos pais. Mesmo entre médicos pode haver confusão, não sendo raro esses pacientes serem tratados como se tivessem meningite ou encefalite. A evolução da esclerose múltipla infantil ou juvenil parece ser mais lenta, no entanto, se não for tratada, os pacientes podem acumular um grau significativo de incapacidade até a idade adulta, que geralmente compromete seu desempenho escolar e psicossocial. O tratamento é essencialmente o mesmo, embora os medicamentos sejam usados em doses mais baixas. Como a doença atinge preferencialmente mulheres em idade fértil, a questão da gravidez deve ser vista com cuidado e se possível deve ser planejada junto com o neurologista, porque a gestação requer a suspensão dos medicamentos. Isso não chega a ser um sério problema porque os surtos são raros nessa fase devido às alterações hormonais no organismo da mulher, que exercem efeito protetor. O pior vem depois do parto, quando a probabilidade de novas crises aumenta em até 50%, e a reintrodução dos remédios para contê-las significa interrupção da amamentação.

PARA CONHECER MAIS Associação Brasileira de Esclerose Múltipla – www.abem.org.br Esclerose múltipla – Deixando a doença nos ensinar. Belik. Ícone, 1999. Esclerose múltipla no Brasil – Aspectos clínicos e terapêuticos. Charles Peter Tilbery. Atheneu, 2005

Como a doença atinge preferencialmente mulheres em idade fértil, a questão da gravidez deve ser vista com cuidado e se possível deve ser planejada junto com o neurologista, porque a gestação requer a suspensão dos medicamentos.


Reabilitação Neurológica e Neuroplasticidade Por Dayane Caroline Sperandio Sales

Introdução Durante muito tempo, acreditou-se que o Sistema Nervoso Central (SNC), após seu desenvolvimento, tornava-se uma estrutura rígida, que não poderia ser modificada, e que lesões nele seriam permanentes, pois suas células não poderiam ser reconstituídas ou reorganizadas. Hoje, sabe-se que o SNC tem grande adaptabilidade e que, mesmo no cérebro adulto, há plasticidade na tentativa de regeneração. A plasticidade neural refere-se à capacidade que o SNC possui em modificar algumas das suas propriedades morfológicas e funcionais em resposta às alterações do ambiente. Na presença de lesões, o SNC utiliza-se desta capacidade na tentativa de recuperar funções perdidas e/ou, principalmente, fortalecer funções similares relacionadas às originais.[6]

Reabilitação Neurológica A reabilitação do cérebro lesado pode promover reconexão de circuitos neuronais lesados. Quando há pequenas perdas de conectividade a tendência é que ocorra uma recuperação autônoma, enquanto que, grandes perdas poderão acarretar em perda permanente da função. Algumas lesões são potencialmente recuperáveis, mas para tanto, necessitam de tratamentos precisos, mantendo níveis adequados de estímulos facilitadores e inibidores. As mudanças organizacionais dependem das áreas lesadas e íntegras pré-existentes e da localização da lesão e são encontradas em ambos os hemisférios cerebrais.[3] Até os anos 50, aproximadamente, acreditava-se na impossibilidade de se fazer algo quando conexões e

A reabilitação do cérebro lesado pode promover reconexão de circuitos neuronais lesados.


A neuroplasticidade ou plasticidade neural é definida como a capacidade do sistema nervoso modificar sua estrutura e função em decorrência dos padrões de experiência

A unidade funcional do sistema nervoso não é mais centrada no neurônio mas concebida como uma imensa rede de conexões sinápticas entre unidades neuronais

neurônios eram perdidos, em conseqüência de lesão cerebral, devido a incapacidade dos neurônios se dividirem.[2] Com o avanço das pesquisas e dos métodos de imagem foi possível adquirir uma nova visão do sistema nervoso, não como uma estrutura rígida e imutável, mas sim flexível, que modifica sua estrutura funcional sob diferentes circunstâncias, expressando assim uma capacidade plástica durante o processo de adaptação.[5]

Há várias teorias sobre como se dá a recuperação das funções perdidas em uma lesão cerebral:

O SNC possui uma rede neural complexa, com células altamente especializadas, que fazem milhares de conexões a todo momento e determinam a sensibilidade e as ações motoras, traduzindo-as em comportamento. Na presença de lesões, há um desarranjo nesta rede neural e o SNC inicia seus processos de reorganização e regeneração.

3. através de estratégias motoras diferentes para realizar uma atividade que esteja perdida, sendo o movimento recuperado diferente do original embora o resultado final seja o mesmo.

A análise dos aspectos plásticos do SNC permite-nos relacioná-los a vários fatores, como influência do ambiente (ambiente terapêutico deve fornecer condições adequadas para o aprendizado ou reaprendizado motor do paciente), o estado emocional (motivação e depressão), o nível cognitivo (indivíduos com menor déficit cognitivo, respondem de maneira mais adequada à terapia), entre outros, que interferem direta ou indiretamente na plasticidade do SNC e, conseqüentemente, na reabilitação do paciente neurológico.[4]

1. mediada por partes adjacentes de tecido nervoso que não foram lesadas, e o efeito da lesão dependeria mais da quantidade de tecido poupado do que da localização da lesão; 2. alteração qualitativa da função de uma via nervosa íntegra controlando uma função que antes não era sua;

Neuroplasticidade A neuroplasticidade ou plasticidade neural é definida como a capacidade do sistema nervoso modificar sua estrutura e função em decorrência dos padrões de experiência, e a mesma, pode ser concebida e avaliada a partir de uma perspectiva estrutural (configuração sináptica) ou funcional (modificação do comportamento). Todo o processo de reabilitação neuropsicológica, assim como as psicoterapias de um modo geral, se baseiam na convicção de que o cérebro humano é um órgão dinâmico e adaptativo, capaz de se reestruturar em função de novas exigências ambientais ou das limitações funcionais impostas por lesões cerebrais. A unidade funcional do sistema nervoso não é mais centrada no neurônio mas concebida como uma imensa rede de conexões sinápticas entre unidades neuronais, além de células gliais, as quais são modificáveis em função da experiência individual, ou seja, do nível de atividade e do tipo de estimulação recebida. Segundo o psicólogo canadense Donald Hebb (1949), o nível de atividade pode modificar a força da conexão sináptica entre dois neurônios. A chamada lei de Hebb consiste em uma espécie de “musculação sináptica” e envolve um mecanismo de detecção de coincidências temporais nas des-

Figura 1: Sinapse neural.


cargas neuronais: se dois neurônios estão simultaneamente ativos, suas conexões são reforçadas; caso apenas um esteja ativado em dado momento, suas conexões são enfraquecidas.[1]

Como se dá a Plasticidade Cerebral? Estudos com neuro-imagens de indivíduos com AVC, indicaram modelos de ativação pós-lesão que sugerem reorganização funcional tanto no córtex adjacente quanto no hemisfério contralateral. Investigações morfológicas mostraram que este tipo de plasticidade é mediado por proliferação de sinapses e brotamento axonal. As alterações celulares que acompanham estas teorias são: 1. Brotamento ou Sprouting: ocorre um novo crescimento a partir de axônios. Envolve a participação de vários fatores celulares e químicos; resposta do corpo celular e a formação de novos brotos; alongamento dos novos brotos; e a cessação do alongamento axonal e sinaptogênese. 2. Ativação de Sinapses Latentes: quando um estímulo importante às células nervosas é destruído, sinapses residuais ou dormentes previamente ineficazes podem se tornar eficientes. 3. Supersensitividade de Desnervação: demonstrada no núcleo caudado, ocorre após processo de desnervação, na qual a célula pós-sináptica torna-se quimicamente supersensível devido a um desvio na supersensitividade (pré sináptica) causando acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica ou por alterações na atividade elétrica das membranas. Outro mecanismo ainda em fase de testes é o de transplante de células. O uso do transplante, combinado com um treinamento adequado, demonstra que pode haver recuperação através deste associado com programas de reabilitação, com melhora na habilidade motora.[3]

Estágios da plasticidade do SNC A plasticidade do SNC ocorre, classicamente, em três estágios: desenvolvimento, aprendizagem e após processos lesionais.

1. Desenvolvimento: Na embriogênese, tem-se a diferenciação celular, em que células indiferenciadas, por expressão genética, passam a ser neurônios. Após a proliferação, migram para os locais adequados e fazem conexões entre si. Os neurônios dispõem de uma capacidade intrínseca sobre sua posição em relação a outros neurônios, e seus axônios alcançam seus destinos graças aos marcadores de natureza molecular e à quimiotaxia. A secreção de fatores de crescimento ajudam o axônio na busca de seu alvo. A maturação do SNC inicia-se no período embrionário e só termina na vida extra-uterina. Portanto, sofre influências dos fatores genéticos, do microambiente fetal e, também, do ambiente externo, sendo este último de grande relevância para seu adequado desenvolvimento.

2. Aprendizagem: Este processo pode ocorrer a qualquer momento da vida de um indivíduo, propiciando o aprendizado de algo novo e modificando o comportamento de acordo com o que foi aprendido. A aprendizagem requer a aquisição de conhecimentos, a capacidade de guardar e integrar esta aquisição, para posteriormente ser recrutada quando necessário. Durante esse processo, ocorrem modificações nas estruturas e no funcionamento das células neurais e de suas conexões, bem como o crescimento de novas terminações sinápticas, aumento das áreas sinápticas funcionais e incremento de neurotransmissores. A reabilitação física, entre outros fatores, tem por objetivo favorecer o

Estudos com neuro-imagens de indivíduos com AVC, indicaram modelos de ativação póslesão que sugerem reorganização funcional tanto no córtex adjacente quanto no hemisfério contralateral.


A lesão promove no SNC vários eventos que ocorrem, simultaneamente, no local da lesão e distante dele. Em um primeiro momento, as células traumatizadas liberam seus aminoácidos e seus neurotransmissores, os quais, em alta concentração, tornam os neurônios mais excitados e mais vulneráveis à lesão.

aprendizado ou reaprendizado motor, que é um processo neurobiológico pelo qual os organismos modificam temporária ou definitivamente suas respostas motoras, melhorando seu desempenho, como resultado da prática. A prática ou a experiência promovem, também, modificações na representação do mapa cortical. Pascual-Leone et al. demonstraram que a aquisição de uma nova habilidade motora, como por exemplo, tocar piano, reorganizava o mapa cortical, aumentando a área relacionada aos músculos flexores e extensores dos dedos. Em um estudo com leitores de Braille, verificaram que o dedo indicador utilizado para a leitura tem maior representação cortical que o dedo contralateral.

3. Após lesão neural: A lesão promove no SNC vários eventos que ocorrem, simultaneamente, no local da lesão e distante dele. Em um primeiro momento, as células traumatizadas liberam seus aminoácidos e seus neurotransmissores, os quais, em alta concentração, tornam os neurônios mais excitados e mais vulneráveis à lesão. Neurônios muito excitados podem liberar o neurotransmissor glutamato, o qual alterará o equilíbrio do íon cálcio e induzirá seu influxo para o interior das células nervosas, ativando várias enzimas que são tóxicas e levam os neurônios à morte. Ocorre, também, a ruptura de vasos sanguíneos e/ou isquemia cerebral, diminuindo os níveis de oxigênio e glicose, que são essenciais para a sobrevivência de todas as células. A falta de glicose gera insuficiência da célula nervosa em manter seu gradiente transmembrânico, permitindo a entrada de mais cálcio para dentro da célula, ocorrendo um efeito cascata. De acordo com o grau do dano cerebral, o estímulo nocivo pode levar as células nervosas à necrose, havendo ruptura da membrana celular, fazendo com que as células liberem seu material intracitoplasmático e, então, lesem o tecido vizinho; ou pode ativar

um processo genético denominado apoptose, em que a célula nervosa mantém sua membrana plasmática, portanto, não liberando seu material intracelular, não havendo liberação de substâncias com atividade pró-inflamatória e, assim, não agredindo outras células. A apoptose é desencadeada na presença de certos estímulos nocivos, principalmente pela toxicidade do glutamato, por estresse oxidativo e alteração na homeostase do cálcio. Os mecanismos de reparação e reorganização do SNC começam a surgir imediatamente após a lesão e podem perdurar por meses e até anos. São eles: a) Recuperação da eficácia sináptica – que consiste em fornecer ao tecido nervoso um ambiente mais favorável à recuperação. Nesta fase, a recuperação é feita por drogas neuroprotetoras, que visam a uma melhor oferta do nível de oxigenação e glicose, à redução sanguínea local e do edema; b) Potencialização sináptica – este processo consiste em manter as sinapses mais efetivas, por meio do desvio dos neurotransmissores para outros pontos de contatos que não foram lesados; c) Supersensibilidade de denervação – em caso de denervação, a célula pós-sináptica deixa de receber o controle químico da célula pré-sináptica, dessa forma, para manter seu adequado funcionamento a célula promove o surgimento de novos receptores de membrana pós-sináptica; d) Recrutamento de sinapses silentes -, existem, mesmo em situações fisiológicas, algumas sinapses que, morfologicamente, estão presentes, mas que, funcionalmente, estão inativas. Essas sinapses são ativadas ou recrutadas quando um estímulo importante às células nervosas é prejudicado. e) Brotamentos – este fenômeno consiste na formação de novos brotos de axônio, oriundos de neurônios lesados ou não-lesados. Há dois tipos:


• brotamento regenerativo: ocorre em axônios lesados e constitui a formação de novos brotos provenientes do segmento proximal, pois o coto distal, geralmente, é rapidamente degenerado. O crescimento desses brotos e a formação de uma nova sinapse constituem sinaptogênese regenerativa.

ao SNC maiores condições de regeneração. Essas moléculas têm grande potencial terapêutico, principalmente no tratamento de doenças degenerativas, como Alzheimer, Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, entre outras.[6]

• brotamento colateral: ocorre em axônios não lesionados, em resposta a um estímulo que não faz parte do processo normal de desenvolvimento. Este brotamento promove uma sinaptogênese reativa e já foi identificado no córtex, no núcleo vermelho e outras regiões cerebrais.

A reorganização neural é uma propriedade do SNC que está presente no curso de vida e ocorre independentemente de lesão, não sendo portanto, uma propriedade exclusiva dos cérebros jovens.

Figura 2: Sprouting ou Brotamento neural.

Fatores Responsáveis Pelo Crescimento Axonal A capacidade de formação de novos brotos e crescimento dos axônios pode ser programada geneticamente ou pode depender do meio. Existe uma classe de proteínas regenerativas denominadas de fatores tróficos que promovem esse evento, como por exemplo, o fator de crescimento do nervo (NGF – nerve growth factor), e a neurotrofina 3 (NT-3 – neurotrophin-3). Com o avanço da engenharia genética, muitos desses fatores neurotróficos podem ser produzidos em laboratório, na tentativa de ofertar

Reabilitação das Sinapses

Embora a característica mais relevante do cérebro que está envelhecendo seja a diminuição, as descobertas recentes de que não ocorre perda extensiva de neurônios corticais em decorrência da idade em humanos enfraqueceram a premissa da perda neuronal no envelhecimento. Seguindo essa perspectiva, as pesquisas de Guttmann et al. indicaram que uma das principais causas da diminuição do cérebro humano velho é a perda da substância branca das fibras mielinizadas localizadas nos hemisférios cerebrais. Os estudos de Adams demonstraram que as perdas de sinapses durante o envelhecimento humano são específicas por região e que as alterações poderiam variar nos diferentes tipos de sinapses. Esse autor sugere a existência de um fenômeno compensatório para manter a função sináptica cortical normal, pois a perda de sinapses e as mudanças nas estruturas pré-sinápticas parecem ser acompanhadas por um aumento na extensão média da zona pós-sináptica ativa. Observando-se que muitas sinapses contendo neurotransmissores excitatórios (glutamato, por exemplo) estabelecem contatos sobre as espinhas dendríticas, a perda significativa de estruturas dendríticas pode limitar a disponibilidade de substrato pós-sináptico para conexões sinápticas nos cérebros velhos. Considerando-se, no entanto, que o número de neurônios permanece praticamente estável no córtex cerebral velho, a redução sig-

A reorganização neural é uma propriedade do SNC que está presente no curso de vida e ocorre independentemente de lesão, não sendo portanto, uma propriedade exclusiva dos cérebros jovens.


ciência visual, a representação sensório-motora cortical dos dedos usados para leitura em braille é aumentada, variando a ampliação dessas áreas conforme o padrão de atividade de leitura. Não há, entretanto, um mapeamento de correspondência exata entre a plasticidade neural e as modificações comportamentais.

Reorganização Neural Após Lesão Decorrente de AVE

nificativa de conexões interneuronais no cérebro seria resultante da perda de estruturas pré e pós-sinápticas.

Reorganização Neural nos Adultos O sistema nervoso modifica-se continuamente, sendo a plasticidade uma conseqüência obrigatória de cada input sensorial e de cada atividade motora. No entanto, a nível neural, a plasticidade não implicaria necessariamente recuperação, pois uma lesão pode provocar uma reorganização neural não funcional. Estudos de estimulação magnética transcraniana em indivíduos saudáveis indicam que as alterações transitórias das áreas de representação cortical são comuns no dia a dia durante a aprendizagem de tarefas. O desempenho freqüente de uma atividade motora que requer habilidade aumenta a representação cortical para os músculos envolvidos na atividade específica, princípio demonstrado pela representação cortical aumentada dos dedos da mão esquerda de músicos que executam instrumentos de corda. Em indivíduos com defi-

Estudos usando tomografia por emissão de pósitrons (Positron Emission Tomography – PET) e imagem por ressonância magnética funcional (functional Magnetic Resonance Imaging – fMRI) sustentam o princípio da reorganização funcional do SNC após o AVE. O efeito da plasticidade decorrente da lesão no SNC pode depender da natureza dos circuitos neuronais individuais e dos níveis de especificidade desses circuitos. As respostas “plásticas” representam tentativas de reorganização neural que podem resultar na recuperação da função específica ou desencadear resultados indesejados como a formação de conexões inadequadas para a execução das atividades funcionais, incluindo complicações como as sinergias patológicas e a espasticidade. Quanto mais precisa for a reorganização das conexões restauradas, mais eficiente será a recuperação da função.[4]

Neurogênese no Cérebro Adulto A neurogênese no cérebro adulto é modulada por vários mecanismos fisiológicos e patológicos. Exercícios físicos e aprendizado são tidos como estimulantes da neurogênese, enquanto privação de sono e ingestão crônica de álcool e drogas de abuso são fortes inibidores. A epilepsia é uma condição patológica na qual ocorre estimulação da neurogênese. Joseph Altman e colaboradores utilizando a técnica de auto-radiografia utilizando timidina tritiada, que se in-


corpora ao DNA das células em mitose, relataram a ocorrência de neurogênese em várias estruturas cerebrais de ratos jovens e adultos, como no giro dentado, neocórtex e bulbo olfatório. Nestes trabalhos, os autores argumentaram que os novos neurônios eram “microneurônios”, isto é, células granulares ou estreladas com axônios curtos, os quais estariam envolvidos com os processos de aprendizagem e memória. Várias desordens afetivas parecem estar relacionadas com a inibição da neurogênese. Estudos de imagem em pacientes com depressão maior unipolar, transtorno de humor bipolar, e doenças crônicas associadas a distúrbios psiquiátricos como transtorno de estresse pós-traumático e doença de Cushing, têm sistematicamente descrito atrofia hipocampal. Deve ser enfatizado, ainda, que o número de neurônios gerados no cérebro adulto é apenas uma pequena proporção da população total dos neurônios lá existentes. Porém, a possibilidade dos neurônios recém-gerados no hipocampo e em outras áreas cerebrais participarem de circuitos envolvidos com aprendizado e memória indica a atuação de novos mecanismos de expansão da capacidade de armazenamento de informações no cérebro adulto.[4]

Dra. Dayane Caroline Sperandio Sales Médica, graduada pela Faculdade de Ciências da Saúde-UFGD-

Referências [1] HAASE, V. G.; LACERDA, S. S. Neuroplasticidade, variação interindividual e recuperação funcional em neuropsicologia. Temas em Psicologia da SBP. Vol. 12, no 1, 28– 42, 2004. [2] http://neurociencia-educacao. pbworks.com/plasticidade-cerebral. Acessado em 30/05/2009. [3] http://www.cerebromente.org.br/ n15/mente/plasticidade1.html. Acessado em 30/05/2009.

[4] KANDRATAVICIUS, Ludmyla et al . Neurogênese no cérebro adulto e na condição epiléptica. J. epilepsy clin. neurophysiol., Porto Alegre, v. 13, n. 3, set. 2007. [5] NEVES, M. A. O.; CUPTI, K.; JUNIOR, E. S. C.; BASTOS, V. H. Reabilitação motora e plasticidade neural: fundamentação teórico-conceitual para a recuperação funcional após lesões no sistema nervoso central.Neurociências Volume III Nº 1: Revisões. [6] OLIVEIRA, C. E. N.; Salina, M. E.; ANNUNCIATO, N. F. Fatores ambientais que influenciam a plasticidade do. Acta fisiátrica; 8(1):6-13, abr. 2001. [7] PASCUAL-LEONE, A.; AMEDI, A.; FREGNI, F.; MERABET, L. B. The Plastic Human Brain Córtex. Annual Review of Neuroscience. Vol. 28: 377-401, 2005. [8] TEIXEIRA, I. N. D. O. O envelhecimento cortical e a reorganização neural após o acidente vascular encefálico (AVE): implicações para a reabilitação. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 2009. Figura 4: Neurogênese no Hipocampo.


Endoscopia Ginecológica o que é... Endoscopia significa visualizar o interior de um determinado órgão, através de sua abertura natural como a bexiga através da uretra, o estômago através da boca e do esôfago, a cavidade do útero através do colo uterino, ou então criando uma passagem como a laparoscopia, que é feita através do umbigo: O desenvolvimento dos aparelhos utilizados para estes procedimentos, associado ao maior número de médicos capacitados para realiza-los tornou estes exames muito utilizados em ginecologia, com especial atenção para a reprodução humana. A histeroscopia é o exame realizado da cavidade uterina, com visualização direta da mesma, podendo diagnosticar problemas com o endométrio

(tecido que reveste a parte de dentro do útero e que é eliminado durante a menstruação), alteração na forma do útero, presença do de pólipos ou nódulos miomatósos . Para a realização da histeroscopia utilizamos um instrumento da chamada óptica, ferro, que passa pelo canal do útero e atinge a cavidade uterina. Conectado a essa pressão distende a cavidade para melhorar a visualização; uma câmara ligada ao monitor para que se possa acompanhar o exame “pela televisão”. Como esta aparelhagem é bem fina, não há necessidade do uso de anestesia, e esse exame é feito no próprio consultório. A paciente só será anestesiada se for preciso fazer procedimento cirurgico como retirada de pólipo ou mioma ou septo uterino e ablação de endométrio.

A histeroscopia é o exame realizado da cavidade uterina, com visualização direta da mesma, podendo diagnosticar problemas com o endométrio


vicos (útero, trompas, ovários, alças intestinais e peritônio). Para que se possa ver estes órgão, é necessário introduzir gás (CO²) dentro da cavidade abdominal, distendendo a barriga. Por isso, para a realização deste exame, a paciente é anestesiada e injetado gás dentro da barriga, é introduzido por um pequeno corte próximo ao umbigo o instrumental óptico conectado a uma câmera ligada ao monitor; após esse procedimento faz-se mais dois pequenos cortes na parte de baixo do abdome, próximo aos pêlos pubianos por onde passam as pinças, através das quais pode-se manipular as estruturas pélvicas, apenas para diagnosticar algum problema e também para resolver problemas encontrados.

Dr. Welly Minghun Chiang / CRM 138510 Cosmetoginecologia Endoscopia Ginecológica Rua Cândido Nascimento, 50 Jardim Paulista 11. 3052-3558 11. 3052-1506 Email: welly.chiang@gmail. com www.docwelly.com.br @doc.welly Facebook/dr.welly.chiang

As indicações para a histeroscopia são hemorragia uterina anormal, falta de menstruação (amenorreia), controle do endométrio em pacientes menopausadas, ultrassonografia mostrando alterações na cavidade uterina ou investigação para infertilidade (outros exames alteração e antes da realização de inseminação intra uterina ou fertilização in-vitro. Não devem ser submetidas a histeroscopia as pacientes grávidas, em infecções no colo ou nas trompas, com hemorragias, com tumores no colo do útero e em pacientes submetidas a cirurgia recente. As principais vantagens da histeroscopia são: realização no consultório (ambulatorial), visualização direta da lesão, biópisia dirigida ou orientada, com eficácia diagnóstica e pouco traumatismo. A laparoscopia é o exame onde se tem a possibilidade de observar diretamente dentro da cavidade abdominal, observando todos os órgãos pél-

As indicações para a realização de laparoscopia são: dor pélvica crônica, miomatose uterina, cisto ovarianos, retirada das aderências, alteração nas trompas observadas em outros exames, suspeita da presença de endometriose, gravidez ectópica e em pesquisa complementar para infertilidade para infertilidade feminina. As contra-indicação para a laparoscopia são muitas cirurgias abdominais anteriores, peritonites, doenças cardiorrespiratórias, hérnia de hiato e umbilical, tuberculose peritoneal doença maligna adiantada, obesidade e paciente com estado geral comprometido. As principais vantagens da laparoscopia são: pouco tempo de internação, procedimento relativamente rápido e avaliação definitiva nos casos de infertilidade feminina.


Entenda como a nutrição pode ser um fator profilático nas cefaléias A enxaqueca é uma das formas de cefaléia, popularmente conhecida como dor de cabeça, é considerada um dos problemas de saúde, mais conhecido. De acordo com a estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), 75% dos adultos entre 18 e 65 anos já sofreu com esse sintoma ao longo da vida. A Sociedade Internacional de Cefaléia aponta que existem mais de 150 tipos de dor de cabeça que variam de brandas a severas até resultante de patologias mais graves. As mais freqüentes, são as tensionais, dor latejante que muitas vezes, é acompanhada de outros sintomas, entre eles borramento da visão, percepção visual de pontos brilhantes, fotofobia (sensibilidade à luz), fonofobia (sensibilidade ao som), náusea e vômitos. A Sociedade Brasileira de Cefaléia relata que os mecanismos relacionados com a sua fisiopatologia ainda não estão completamente esclarecidos, mas a inflamação neurogênica e a vasodilatação das artérias meníngeas induzida por óxido nítrico e serotonina, os distúrbios do metabolismo energético e predisposição genética parecem ser os principais responsáveis pela dor na Enxaqueca. A Enxaqueca é uma doença neurovascular crônica caracterizada por ataques de cefaléia acionada por neuroquímicos e que pode ser causada por diferentes fatores, assim como a fase do individuo. Ela é multifatorial e pode estar relacionada a fatores genéticos, ambientais como (altitude, claridade, odores, cigarros) e até o calor excessivo que pode levar à desidratação leve e a dilatação dos vasos sanguíneos cerebrais, provocando dor de cabeça; Os Fatores psíquicos e emocionais (tensão, stresse, depressão, transtornos do sono e ansiedade) fases de flutuação hormonal ( TPM e Gravidez), além do sedentarismo, medicamentos, alterações inflamatórias, ingestão

de bebida alcoólica, desidratação, jejum prolongado, Fatores dietéticos como a má alimentação, assim como certas substâncias químicas contidas nos alimentos podem influenciar na sua fisiopatologia. A Enxaqueca tem uma elevada prevalência na nossa sociedade, bem como, um impacto socio-económico e individual devido a debilidade física, a transtornos afetivos, a uma acentuada redução da capacidade de atenção e de aprendizagem na escola/emprego, a absentismo escolar/laboral e a procura de serviços médicos. As crises de enxaqueca estão diretamente relacionados aos hábitos de vida e os fatores desencadeantes depende muito de pessoa para pessoa e deve ser investigado. É preciso ter muito cuidado e buscar o tratamento correto. A automedicação, não é recomendada, de acordo com a sociedade brasileira de cefaléia, se a dor não cessar com analgésico, o individuo deve procurar ajuda de um neurologista para identificar a causa da dor de cabeça para estabelecer o tratamento adequado e não se automedicar continuamente. Embora exista uma predisposição genética para a enxaqueca, alguns fatores podem piorar os sintomas e o principal deles é a alimentação. Desta forma, o tratamento das cefaléias envolvem medicamentos, mudança no estilo de vida e hábitos alimentares. Para tanto conhecer o tratamento e entender como a nutrição pode ser um fator profilático nas cefaléias é relevante e pode auxiliar o individuo neste processo. Os fatores promotores das crises de enxaqueca estão diretamente relacionados aos hábitos de vida, manter uma rotina de alimentar equilibrada, uma boa hidratação e atividades físicas regulares favorece a qualidade de vida de quem sofre com a doença,


para tanto algumas situações precisam ser evitadas. Ficar em Jejum muito tempo pode causar hipoglicemia. Os níveis de açúcar variam de acordo com a alimentação, o consumo de medicamentos e também a produção de hormônios. Quando os níveis de açúcar caem muito, isso pode resultar em hipoglicemia (baixo índice de açúcar no sangue). Nessa situação, o cérebro não recebe glicose suficiente para funcionar de forma apropriada. O corpo, então, reage produzindo hormônios que liberam glicose na corrente sanguínea. Como resultado, a pressão se eleva, o que pode desencadear a enxaqueca. A desidratação também pode ser uma causa de dor de cabeça. Recomenda-se a ingestão de 2l ou mais litros de água diários ou 30 ml por kg/ peso. Para aumentar a ingestão procure aromatizar com fatias de limão, hortelã, morango,gengibre,kiwui entre outras.

A má alimentação, o hábito de pular refeições, a sensibilidade a certos tipos de alimentos e ou substâncias contidas nos produtos alimentícios que agem como promotores da cefaléia, são o fatores desencadeante da dor de cabeça e contribuem para aumentar as crises.

A má alimentação, o hábito de pular refeições, a sensibilidade a certos tipos de alimentos e ou substâncias contidas nos produtos alimentícios que agem como promotores da cefaléia, são o fatores desencadeante da dor de cabeça e contribuem para aumentar as crises. Sendo assim, para o controle faz-se necessário a adequação dos hábitos alimentares. enxaqueca dietética Os alimentos mais relacionados e que podem desencadear a cefaléia ou piorar uma crise de enxaqueca são os queijos maturados e ou envelhecidos, chocolate, produtos com cafeína , aditivos, conservantes e corantes, como adoçantes (aspartame), nitritos e nitratos, as frituras, alimentos gordurosos em geral e bebidas alcoólicas. É importante antes de excluir qualquer alimento, observar sua relação com os sintomas e procurar o nutricionista para adequação da dieta, no caso de diagnóstico de enxaqueca dietética e evitar desequilíbrios nutricionais . Entre as substancias contidas nos

alimentos que se associam à enxaqueca podemos destacar os que contêm a “Tiramina”. Trata-se de um aminoácido natural de certos alimentos. que altera e aumenta o calibre dos vasos sanguíneos do cérebro. Acredita-se que algumas pessoas sejam mais sensíveis aos efeitos da Tiramina. Os estudos ainda são inconclusivos, porém, alguns indivíduos referem alívio quando evitam alimentos que contêm a substância., como vinho tinto, cerveja, queijo curado, laticínios, frutas cítricas (principalmente laranja), nozes, soja, vinagre, produtos fermentados peixe defumado, fígado de galinha, figos. vale ressaltar que o vinho tinto, por conter mais histamina que o vinho branco, possui maior poder desencadeante de enxaqueca. Também entram na lista chocolates, nozes, frutas (abacate, banana não madura e cítricas), cebolas e produtos lácteos. Alimentos que contenham cafeína, além do próprio café, refrigerantes a base de cola, chá mate, chá preto, energéticos entre outros. Embora a cafeína esteja presente na maioria dos analgésicos destinados ao combate a dor de cabeça existe um paradoxo na sua ação, age tanto como protetora como desencadeante de crise e guarda relação com a quantidade ingerida. o uso abusivo de café e ou produtos a base de cafeína pode agravar o quadro ou até mesmo causar dependência. Estudos apontam que pessoas portadoras da enxaqueca que bebem muito café apresentam maior probabilidade de desenvolver enxaqueca crônica. O mecanismo de ação parece estar relacionado que cafeína contraia os vasos dilatados ao redor do cérebro e assim maximize a eficácia dos analgésicos. O Consumo destes alimentos estimulantes deve ser controlado. Outro ponto importante são os aditivos e conservantes utilizados em produtos alimentícios e industrializados. Eles são usados pelos fabricantes para realçar o sabor e a cor do alimento, assim como para prolongar a validade. Embora os aditivos sejam


permitidos pela legislação em quantidades seguras predefinidas, algumas pessoas são mais sensíveis a eles. Entre as substâncias relacionadas às enxaquecas estão o glutamato monossódico, nitratos e nitritos, aspartame, tartrazina, sulfitos e benzoato de sódio. Existe alta concentração de nitrito e nitrato em produtos industrializados, especialmente embutidos, como lingüiça, presunto, salame, toucinho defumado, mortadela, salsichas e carnes processadas. O glutamato monossódico, um aditivo realçador de sabor encontrado em muitos alimentos processados e ultraprocessados ), como macarrão instantâneo, caldos prontos, shoyu, molho inglês e temperos prontos. Produtos que contenham edulcorante artificiais a base de aspartame ( adoçantes, produtos dietéticos como bolos , pudins, sucos, biscoitos etc ). Criar o hábito de ler a rotulagem nutricional dos produtos industrializados é uma estratégia importante para identificar tais substâncias.. Em contra partida existe os alimentos que auxiliam na profilaxia como gengibre, pimenta, alimentos ricos em magnésio como a batata, vitaminas do complexo B – que pode ser encontrada na carne de fígado, queijo magros não curados, leite magro , espinafre, frango, peru, frutos do mar, salmão, banana, amêndoas e iogurte. Outras boas fontes de magnésio são as castanhas, sementes, abacates, feijões. Os ovos se destacam pela quantidade de vitaminas do complexo B ( B1, B2, B3, B5, B9 e B12) presentes em sua composição. A banana madura é uma boa aliada no combate às dores de cabeça por possuir grande quantidade de triptofano, um aminoácido necessário para a síntese do neurotransmissor serotonina (importante para o sono e o bom humor). Além disso, a fruta tem grande quantidade de magnésio, que também atua na modulação da serotonina e, por isso, pode ser benéfico no tratamento. Assim como os cereais integrais além dos benefícios já conhecidos pelo teor de fibras, po-

dem ser úteis na prevenção. Produtos como aveia, trigo, arroz, milho, centeio e cevada possuem não só triptofano, mas também contêm magnésio,mineral que pode combater a dor de cabeça também causada pela TPM. desta forma adicionar os grãos integrais nas refeições tem grande beneficio. Os laticínios magros ( leites , queijos, iogurtes ) devem fazer parte do cardápio, estes contém o aminoácido triptofano, vale ressaltar que versão baixa gordura auxilia na prevenção, já que a gordura é um dos fatores desencadeante das cefaléias em geral. Os Peixes de água fria, como salmão, sardinha e atum , são bons aliados, porque possuem altas concentrações de ômega-3, ácido graxo que atua no combate a inflamações e entupimentos de vasos sanguíneos, e na diminuição dos níveis de colesterol, triglicérides e da pressão arterial. A Linhaça também é uma boa fonte de deste nutrientes. Os alimentos com propriedades antioxidantes , são capazes de melhorar a circulação, reduzir a inflamação e equilibrar os níveis hormonais. boas fontes são o Azeite, as castanhas, manteiga de amendoim, óleo de canola, sementes de chia e as oleaginosas. Entre os vegetais que auxiliam na prevenção e tratamento de enxaqueca e outras doenças, destacam-se o Brócolis, agrião, rúcula, couve e outros vegetais de cor verde escura por possuírem em sua composição nutricional vitaminas do complexo B, vitamina A, C, K, ácido fólico, cálcio, ferro, fósforo, potássio e magnésio, além de seus benefícios conferidos pela ação antioxidantes e anti-inflamatórias, contribui para diminui a produção de substâncias inflamatórias no corpo, as chamadas prostaglandinas. Nesta categoria podemos incluir a cenoura rica em carotenóides que confere ação antioxidantes e o gengibre, raiz que ajuda combater náuseas e na cefaléia por conter propriedades anti-inflamatórias e anti-histamínicas, sendo benéficos na redução também destes processos inflamatórios que podem acionar as dores de cabeça.

Os alimentos mais relacionados e que podem desencadear a cefaléia ou piorar uma crise de enxaqueca são os queijos maturados e ou envelhecidos, chocolate, produtos com cafeína , aditivos, conservantes e corantes, como adoçantes (aspartame), nitritos e nitratos, as frituras, alimentos gordurosos em geral e bebidas alcoólicas.


Desta forma o consumo de chá de gengibre é recomendado, assim como o Chá de erva-cidreira ou camomila que ajudam no relaxamento do cérebro e a diminuir as chances de ter dor de cabeça.

Dra. Vilani Figuiredo Dias Nutricionista Clínica CRN-3 9748 Mestre em Ciências da Nutrição - Nefrologia Universidade Federal São Paulo - Unifesp Clinica Sementes Atendimento Nutricional informações e Agendamento (011) 3884.8984 / 3051.4932/ 99848.9437 Rua Bento de Andrade, 58D Jardim Paulista ( Ibirapuera)

Ter hábitos de vida regulares, rotina de sono (deitar e levantar na mesma hora), dieta individualizada, fracionamento e horários para as refeições, assim o organismo ficará regulado sem o estresse de sofrer alterações na sua rotina, são atitudes benéficas que diminuem as chances de dor de cabeça.

Entre as leguminosas podemos destacar a ervilha que também possui um bom índice de vitaminas do complexo B (principalmente B2, B5 e B9) e, por isso, é uma boa pedida para aqueles que desejam prevenir as dores. Além disso, a leguminosa ainda é rica em cálcio e em ferro. As frutas cítricas como laranja, limão, tangerina, kiwi, ricos em vitamina C, que fortalece a parede dos vasos sanguíneos facilitando a circulação sanguínea no cérebro, além da sua propriedade diurética que ajuda a regular a pressão alta, que pode provocar dor de cabeça precisa fazer parte deste cardápio funcional. Já os calmantes destacam-se maracujá, cerejas, alface, canela, além do Anis, erva cidreira, girassol, guaraná em pó alimentos que ajudam a acalmar e a dormir melhor, facilitam o descanso do cérebro, evitando assim a dor de cabeça. Ter hábitos de vida regulares, rotina de sono (deitar e levantar na mesma hora), dieta individualizada, fracionamento e horários para as refeições, assim o organismo ficará regulado sem o estresse de sofrer alterações na sua rotina, são atitudes benéficas que diminuem as chances de dor de cabeça. Uma alimentação equilibrada rica em verduras, legumes e frutas e estar atento aos alimentos desencadeantes é a melhor forma de prevenir e tratar as cefaléias de forma não invasiva. A presença dos alimentos calmantes e aqueles que melhoram a circulação sanguínea e alivia a pressão na cabeça são bem-vindos. É importante que o paciente que sofre de cefaléia aprenda a reconhecer quais os alimentos e os fatores que desencadeiam a sua dor, deve ser investigado junto ao médico e nutricionista, uma vez que é muito in-

dividualizado ou seja ,varia de pessoa para pessoa, deverá ser observado os sintomas que alteram o humor e presença ou não de dor de cabeça, para assim, evitá-los e poder viver com mais qualidade.

Referencias Bibliográficas GYTON, A. C. Tratado de Fisiológia Médica. 8 ed. Guanabara Koogan: Rio de janeiro, 1997. http://www.sbce.med.br/sobre.php SOCIEDADE BRASILEIRA DE CEFALEIA. Recomendações para o tratamento profilático da migrânea. Rev. AMRIGS, v. 47, n. 4, p. 304-317, 2003. COX, M.; LEHNINGER, A.; NELSON, D. Princípios de bioquímica de Lehninger. Porto Alegre:Artmed, 2011. MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP, S. Alimentos, nutrição e dietoterapia – Krause. São Paulo:Roca, 2005. CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. São Paulo: Manole, 2002. Cardoso, M. A. Nutrição e Metabolismo – Nutrição Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. PANCONESI, A. Alcohol and migraine: trigger factor, consumption, mechanisms. A review. J.Headache Pain, v. 9, n. 1, p. 692-698, 2008 https://repositorio-aberto.up.pt/ bitstream/10216/54772/3/120931_ 0839TCD39.pdf Fatores nutricionais relacionados à enxaqueca / Nutritional factors related to migraine Iglesias, Helen Corrêa Esteves; Bottura, Roseli; Naves, Maria Margareth Veloso. Comun. ciênc. saúde; 20(3): 229-239, jul.-set. 2009. tab Ahmed F et al. Chronic daily headaches. Ann Indian Acad Neurol 2012;15(Suppl 1): S40–S50. Classificação internacional de cefaleias – terceira edição (ICHD-3 beta) – Tradução portuguesa 2014. [acesso 2017 jan 13]. Disponível em: http://www.ihs- headache.org/binary_ data/2086_ichd-3-beta-versao-pt-portuguese.pdf FELIPE, M. R.; CAMPOS, A.; VECHI, G.; MARTINS, L. Implicações da alimentação e nutrição e do uso de fitoterápicos na profilaxia e tratamento sintomático da enxaqueca – uma revisão. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 35, n. 2, p. 165-179, ago. 2010.


Síndrome da Fome Oculta Para entendermos melhor, precisamos saber de certos detalhes. Síndrome (do grego “syndromé”, cujo significado é “reunião”) é um termo bastante utilizado em Medicina para caracterizar o conjunto de sinais e sintomas que definem uma determinada patologia ou condição. Agora para termos noção do que é a fome oculta, precisamos entender outros tipos de fome ou que é fome. Fome física, ou do estômago, é a fome fisiológica; nossa necessidade de reabastecimento. É a fome que sustenta a vida. Fome emocional, ou psicológica, é a fome que não tem ligação com a sustentação da vida. Implica em comer “apenas por que a comida está lá”; “porque alguém se preocupou em prepará-la”; “porque paguei pela comida”, “porque tenho pena de jogar fora”; “porque me sinto ansioso”; “porque estou triste, frustrado, feliz, etc.”. Por fim, a fome emocional é a que nos faz comer mais e mais, apesar de já estarmos satisfeitos ou até passando mal. É ela que nos faz engordar.

A Síndrome da Fome Oculta é, segundo a Organização Mundial de Saúde, a carência de determinados nutrientes no organismo. Essa carência é desenvolvida em pessoas que não fazem alimentações variadas em relação aos grupos alimentares. Dessa forma, uma pessoa pode até consumir a quantidade determinada de calorias por dia, mas se na alimentação não houver diversos nutrientes, ela não provocará saciedade e desencadeará a fome oculta. Essa síndrome está com um crescimento cada vez mais alarmante, pois é mais uma doença silenciosa, já que não provoca sintomas distintos no indivíduo, somente a necessidade de comer a todo o tempo e sinais semelhantes a diversos problemas. A alimentação vazia, pobre de vitaminas e outros nutrientes provoca problemas como contração dos músculos, câimbras, cansaço, fraqueza, irritação, obesidade, variação de humor e outros. Ela pode acontecer no nosso organismo sempre que houver uma carência de um ou mais dos micronutrientes. Essa carência poderá ser causada:

Fome emocional, ou psicológica, é a fome que não tem ligação com a sustentação da vida. Implica em comer “apenas por que a comida está lá”; “porque alguém se preocupou em prepará-la”; “porque paguei pela comida”, “porque tenho pena de jogar fora”; “porque me sinto ansioso”; “porque estou triste, frustrado, feliz, etc.”.


Nutricionista Karina Gouvêa. CRN ES10100987 Consultório próprio. Av. Nossa Senhora da Penha 699 Edificio Century Tower torre B sala 1115 Santa Lúcia - Vitória/ES. Especialista de Obesidade e Emagrecimento. Membro da Associação dos Celíacos do ES. Contato: 27-992252951 Instagram: @karina.gouvea

A fome oculta acontece quando o organismo necessita de algo para funcionar adequadamente, mas a alimentação do dia a dia não cumpre seu papel de forma eficiente.

• Alimentação não balanceada, consequentemente não fornecendo os níveis adequados de micronutrientes ao nosso organismo. • Incapacidade, por parte do organismo em absorver com eficiência os micronutrientes dos alimentos.

por exemplo, a anemia ferropênica (carência de ferro) em que as hemácias se apresentam com um tamanho menor que o normal (microcítica) e por isso apresentando também dificuldade em carrear o oxigênio para os nossos tecidos.

É importante ressaltar que a fragilidade do sistema imunitário pode provocar inúmeros problemas de saúde, pois doenças provenientes de inflamações, infecções e hospedeiros tornam-se mais fáceis de ocorrer. A fome oculta pode ser evitada a partir da ingestão balanceada de todos os alimentos. Pessoas que se alimentam apenas de massas e frituras podem correr o risco de se tornarem obesos desnutridos.

A preocupação com os micronutrientes, em geral, tem crescido na comunidade científica, tendo em vista seu importante papel na proteção à danos do DNA contra fatores endógenos e exógenos. Sabe-se que a deficiência ou o excesso de micronutrientes pode modificar a estabilidade no genoma, gerando doenças.

O estômago não ronca, não dá sinal, mas ela está lá, escondida, minando as energias do organismo. Para descobrir como funciona seu mecanismo, primeiro é preciso entender o que é fome e apetite e assim vamos perceber, várias diferenças entre ambos. Apetite é a vontade que a gente tem de comer algo, seja um churrasco, uma melancia ou um doce. Isso ocorre independentemente do organismo estar saciado. Fome é outro tipo de manifestação. Ela indica, dá sinais que o organismo precisa de algum tipo de nutriente para funcionar bem, seja para equilibrar a glicemia; concentração de glicose no sangue ou para ganhar energia. A fome oculta acontece quando o organismo necessita de algo para funcionar adequadamente, mas a alimentação do dia a dia não cumpre seu papel de forma eficiente. A carência de micronutrientes, principalmente dos chamados essenciais trazem frequentemente efeitos danosos ao nosso organismo. Por exemplo a carência de ferro poderá desencadear uma anemia, chamada ferropênica. A carência de zinco, muitas vezes, começa a se manifestar com queixas de queda de cabelo e fadiga. A falta de micronutrientes pode provocar diversas outras doenças, como

Para minimizar o quadro dessa síndrome precisamos de uma orientação nutricional adequada. Que deve ser de início:

Ferro Esse mineral é responsável pela produção de glóbulos vermelhos e pelo transporte de oxigênio. Por isso, ele contribui para a produção de energia pelo corpo. O ferro pode ser encontrado em alimentos como carne, folhas verde-escuras e grãos integrais.

Vitaminas do complexo B Elas estão relacionadas, entre outras coisas, ao melhor aproveitamento dos carboidratos e à transformação de gordura em energia. Tudo isso contribui para aumentar a resistência à fadiga. Essa turma está presente nos cereais integrais, no leite e seus derivados, nos peixes, na batata e no ovo.

Potássio Por ajudar a regular as atividades neuromusculares, o mineral encontrado na banana, na água de coco e nas oleaginosas ajuda a afastar o cansaço.

Magnésio Esse é outro nutriente que auxilia no aproveitamento da energia. Você o encontra na abobrinha, na cenoura, no espinafre e no farelo de trigo.


Esteatose Hepática A esteatose hepática, conhecida popularmente como gordura no fígado, é um distúrbio que gera um acúmulo de gordura nas células do fígado e que pode ser dividido em alcoólico (abuso na ingestão de bebidas alcoólicas) e não alcoólico (não há quantidade significativa de ingestão de bebidas alcoólicas). O normal é o fígado apresentar uma pequena quantia de gordura, que é cerca de 10% do seu peso, mas quando ultrapassa este índice é preciso repensar nos hábitos diários para evitar as consequências da esteatose. Esta doença é mais comum entre as mulheres, sendo a estimativa é de 30% da população apresente tal problema. Os sintomas da esteatose hepática dificilmente irão aparecer na fase mais leve que quer dizer que essa doença tem variações comuns como: Grau 1, Grau 2 e Grau 3. Preste atenção nos seguintes sinais: perda de apetite; cansaço; fraqueza, inchaço e dores no lado direito do abdômen. Não existe ainda um tratamento específico para gordura no fígado, porém é necessário que o portador tenha um estilo de vida saudável, alimentação equilibrada e pratique exercícios físicos. Recomendação: se você é portador deste distúrbio elimine o consumo de bebida alcoólica; beba bastante água,

coma alimentos ricos em fibras, deixe de lado alimentos calóricos, como doces, salgados e refrigerantes; diminua o consumo de frituras, manteiga e alimentos gordurosos; e comece a inserir nas suas refeições frutas de baixo índice glicêmico sendo que as que apresentam um maior nível promovem um pico de hiperglicemia, fator este desencadeante para a formação de triglicerídeos., legumes e carnes brancas. Todo cuidado com a sua saúde é importante! Não deixe para depois e já faça mudanças nos seus hábitos do dia a dia.

Nutricionista Karina Gouvêa. CRN ES10100987 Consultório próprio. Av. Nossa Senhora da Penha 699 Edificio Century Tower torre B sala 1115 Santa Lúcia - Vitória/ES. Especialista de Obesidade e Emagrecimento. Membro da Associação dos Celíacos do ES. Contato: 27-992252951 Instagram: @karina.gouvea



“ Vida saudável é uma tarefa difícil, mas não é impossível.” Entrevista com a Dentista e Modelo Fotográfico, Joelma Pereira: 1. Como você equilibra seu cotidiano de trabalho, família e academia? É cada vez mais difícil conciliar todas as nossas tarefas e os papéis que temos a desempenhar durante nossos dias. Como quase tudo nessa vida, é preciso encontrar o equilíbrio. Basta nos organizarmos. Pra mim o segredo está no planejamento. É preciso definir as prioridades de cada área de nossa vida e empregarmos nossa energia e nosso tempo exatamente nas atividades essenciais. Costumo colocar todas minhas metas, objetivos e planejamentos de vida pessoal e profissional numa agenda. Assim fica fácil cumprir o planejado! 2. O estilo de vida Fitness mudou sua vida para melhor. Nos conte como isso ocorreu e quando começou? Bem, sempre fui muito vaidosa! Então, na adolescência comecei a me preocupar com a estética corporal. Fazia dietas de revista, fazia natação, ballet, pedalava... Nunca fui gorda, mas queria

melhorar! Aos 18 anos decidi entrar numa academia. No início não era tão assídua e buscava um corpo bonito apenas para alguma ocasião. Aos 26 anos decidi ir num nutricionista. Nesta época já buscava um corpo mais definido, mas não conseguia cumprir o plano alimentar 100%. No ano passado ( 2016) decidi novamente voltar ao nutricionista e estava decidida a seguir 100% do plano proposto. Confesso que saía da dieta todos os finais de semana e não treinava da forma correta. O grande incentivador, motivador e quem mudou minha forma de pensar foi meu nutricionista Rafael Félix. Muito mais do que passar dieta, ele me condicionou a ter um estilo de vida saudável! Em toda consulta ele me incentivava e falava frases que levarei pra vida! Minha relação com a comida mudou! E o mais importante: minha cabeça mudou! Sempre fui disciplinada com tudo em minha vida, mas mudar meu estilo de vida me fez ser ainda mais disciplinada e focada em tudo!



3. Você tem cuidados com sua nutrição, alguma dieta alimentar, quais e por qual motivo? Tenho sim! Sigo um plano alimentar prescrito pelo meu nutricionista! Sigo esse plano 100%. Cada vez menos me permito sair da dieta e quando feito, é planejado! Meu objetivo é definição muscular. Os cuidados que tenho com a alimentação são: evitar industrializamos, não comer açúcar, não comer sal em excesso, não bebo refrigerante, não uso adoçante nem açúcar em nada e tento sempre comer a comida da minha casa. Levo minhas marmitas pra todos os lugares! 4. Seus objetivos são bem traçados. Você os celebra? Seja na vida pessoal ou profissional, ter bons objetivos que rejam as suas ações é algo muito importante. E, para fazer isso com destreza, nada melhor do que definir desde cedo seus objetivos e os planos concretos para alcançá-los. Mas ao alcança-los, temos que celebrar. Tanto os objetivos profissionais ou pessoais alcançados costumo celebrar com os amigos e família!


5. As redes sociais lhe motivam e inspiram, mas quais as restrições e cautelas adotadas? Passei a ter rede social há pouco tempo. E confesso que fiquei impressionada com a propagação do estilo saudável por muita gente! Como sempre falo, temos q ter equilíbrio sempre! Focar nos nossos objetivos e não nos objetivos de outras pessoas! 6. Quais são suas dicas para quem quer mudar de vida e estar nas suas condições? Além de procurar um bom nutricionista eu diria que a dica mais importante é você querer mudar! Pra mim, querer é poder! Na vida não podemos ter tudo! Pra gente conseguir atingir um objetivo vai ter que renunciar muitas coisas! Trace um objetivo e corra atrás dele! Seja persistente! Lute! Mantenha-se focado! Apareceu uma dificuldade? Contorne-a! E não desista! Só assim conseguimos realizar nossos sonhos!

7. Foco é importante mas radicalismos podem gerar frustrações e outras situações negativas. Como você trabalha estes pontos? Nunca parei pra pensar nisso! Mas ter equilíbrio e não deixar de ter uma vida social são os segredos! 8. Outras informações que quiseres acrescentar.... “O primeiro passo para conquistar seus objetivos e realizar seus sonhos, é acreditar que você pode! Inspire-se! Lembre-se, você é capaz de alcançar qualquer coisa.”




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