Viajar Magazine - Maio 2017

Page 1

hotelaria memmo inaugura unidade de luxo no Príncipe Real

Regiões António Costa encerra Vê Portugal

bahia

Paraíso multicolor

MAGAZINE PARA PROFISSIONAIS Nº 361 - 2ª série - Preço 2,00 €

aviação

easyJet

comemora 5 anos de base em Portugal e atinge 10 milhões de passageiros

entrevista

Luís Castanheira Lopes administrador das Pousadas de Portugal

São Tomé é o primeiro passo na internacionalização dossier termalismo & Spa's

Vila Galé aposta no Turismo Médico

Um mundo de soluções de mobilidade para o ajudar a servir melhor os seus clientes

europcar.pt

FACEBOOK Siga-nos em www.facebook.com/viajarmagazine ONLINE Descarregue a edição digital em www.viajarmagazine.com.pt

AVIAÇÃO COMERCIAL E TURISMO maio 2017



viajar 2017 / maio

Em foco

3

Observação Parabéns pelo nosso 33º aniversário! A VIAJAR comemora este mês de maio, nada mais, nada menos, do que 33 primaveras. Pois é, foi em 1984 que demos os primeiros passos e cá estamos ainda hoje a trabalhar arduamente, em prol do Turismo e das suas notícias. Por entre anos de dificuldades e outros anos de crise, temos sabendo resistir às intempéries, tudo por amor a um dos mais importantes setores da economia portuguesa. Olhando um pouco para trás, onde as tecnologias ainda estavam a dar os primeiros passos, a VIAJAR viu pequenas ou médias empresas tornarem-se em grandes grupos, outros grandes grupos a falirem com as recentes crises e destinos dos nossos sonhos a desmoronarem-se com a ameaça constante do terrorismo, sobretudo após a fatídica manhã de11 de setembro de 2001. Mas, nem apenas de mau sobreviveu o turismo. Portugal é o que é nos dias de hoje graças a este setor e por ser um dos países que mais turistas atrai atualmente na europa. Apesar de pequeninos, temos sabido aproveitar as oportunidades e crescer. Parabéns para nós e que venham, no mínimo, mais 33 anos!

AHP Tourism Monitor: Fevereiro regista os valores mais elevados de sempre

D

e acordo com os AHP Tourism Monitors o mês de fevereiro de 2017 foi positivo para as unidades hoteleiras nacionais, com todos os indicadores a registarem os valores mais elevados de sempre do Hotel Monitor. Em fevereiro de 2008, melhor mês homólogo dos últimos 10 anos, a taxa de ocupação tinha chegado aos 53%, o preço médio por quarto ocupado (ARR) ficou nos 56 euros e o Preço médio por quarto disponível (RevPAR) nos 30 euros. Em fevereiro deste ano, a taxa de ocupação por quarto atingiu os 55%, registando uma subida de 6 p.p. face a 2016, com as unidades de 5 estrelas a refletirem o maior aumento (7 p.p.). Os destinos turísticos que mais se destacaram foram Madeira (77%), Lisboa (65%) e Grande Porto (57%). Em termos de variação, os destinos turísticos com as melhores performances foram Viseu (10 p.p.), Porto (8 p.p.) e Minho (7 p.p.). Registo, também, para a performance negativa dos destinos Oeste (- 7 p.p.) e Alentejo (- 3 p.p.). No segundo mês do ano, o ARR fixou-se nos 67 euros, representando mais 8%, comparando com o ano anterior. Destaque para o crescimento de 9% nas unidades de três estrelas. O RevPar aumentou 20%, tendo-se fixado nos 37 euros. Lisboa, Madeira e Grande

Diretor Francisco Duarte Chefe de Redação Sílvia Guimarães colaboradora Sandra Silveira Editor SR Editores, Lda Assinaturas assinaturas@sreditores.pt direção, redação e publicidade Rua Jaime Batalha Reis, 1C, r/c C 1500-679 Lisboa

Porto foram os destinos turísticos com RevPar mais elevado, com 54, 46 e 37 euros, respetivamente. Já a receita média por turista registou um crescimento de 15%, face a fevereiro de 2016, fixando-se nos 114€. A estada média fixou-se nos 2 dias, valor superior em 8% ao período homólogo. Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal, afirma que “em fevereiro, as unidades hoteleiras nacionais mantiveram, em quase todos os destinos, um bom ritmo de crescimento. De destacar que este é o melhor fevereiro de sempre, a nível nacional, desde que a AHP trabalha os dados da hotelaria portuguesa (2004). No entanto, não podemos deixar de registar que dois destinos em Portugal apresentaram resultados negativos: o Oeste, com uma variação de menos 7 p.p. na taxa de ocupação e de menos 21% no RevPar, e o Alentejo, com uma variação na taxa de ocupação de menos 3 p.p. e uma quebra de 3% no RevPar. Já no primeiro mês deste ano o Alentejo tinha sofrido uma quebra importante na taxa de ocupação com reflexos no RevPar. Nestes destinos, apesar da subida do preço médio do quarto vendido, foi a quebra na taxa de ocupação que acarretou impacto direto na descida do RevPar”.

Telfs.: 21 754 31 90 • e-mail: viajar@sreditores.pt Fotografia Arquivo, Fotolia, Casa da Imagem, Rogério Sarzedo PAGINAÇÃO Catarina Lacueva Publicidade Fernando Pereira e-mail: fernando.pereira@sreditores.pt

Impressão CliobyRip www.clio.pt Tiragem: 7 000 exemplares Depósito Legal: 10 534/85 Registo no ICS: 108098 de 08/07/81 ProprietáriA: Ana de Sousa Nº Contribuinte: 214655148


Destaque

4

viajar 2017 / maio

Portugal é o destino que mais vende no Mundo Abreu

O

Mundo Abreu 2017 revelou, uma vez mais, ser um grande sucesso. José Manuel Ferraz, diretor da Abreu, disse, em declarações à VIAJAR, que “a feira esteve sempre bastante composta, sobretudo durante a primeira manhã, tendo a fila estado muito grande”. José Manuel Ferraz referiu que no início havia algum “receio”, dado a “forte antecipação de vendas que existiu entre janeiro e março”, mas a verdade é que “o balanço foi bastante positivo, com um crescimento de vendas na ordem dos 14,7%”, adiantan-

do ainda que “poderemos estar mesmo perante um crescimento do mercado”. Portugal foi o destino mais vendido durante esta edição do Mundo Abreu com “grande procura” pelo Algarve, depois pela Madeira, “muito alavancada pelo Porto Santo, uma das operações chárter mais vendidas na feira” e depois pelos Açores, “que aumenta de dia para dia”. O Top 3 de destinos mais vendidos encerrou com as Caraíbas e Ilhas Espanholas, seguindo-se, por ordem de interesse, Cabo Verde, Marrocos, Brasil, Cidades Europeias e Circuitos Europeus,

Grandes Viagens, Cruzeiros e Disneyland Paris. Segundo o diretor da Abreu, as Grandes Viagens tiveram um “desempenho notável, com maior procura pelos Estados Unidos da América e pelo Médio Oriente”. Também “o earling booking de cruzeiros tem um grande impacto nas vendas desta altura, sendo talvez o produto que mais tem crescido, com um ritmo de vendas muito interessante”. Mesmo o Mundo Abreu tendo decorrido entre duas campanhas de promoção para a Disneyland Paris e José Manuel Ferraz ter adiantado que o Mundo Abreu

“nunca ter sido o maior momento de vendas para a Disneyland, a verdade é que as vendas para este produto também aumentaram do ano passado para este”. Embora não tenha estrado no Top 10, o responsável adiantou ainda que a Tunísia, “tendo em conta todas as condicionantes, também vendeu muito bem”. O Mundo Abreu contou com mais de 200 stands e 75 pontos de venda que estiveram a funcionar a par de 90 lojas do grupo de norte e a sul do país. O produto remanescente esteve disponível nas 145 lojas Abreu até 30 de abril.


viajar 2017 / maio

Opinião

5

Um rio com 10 anos

H Miguel Quintas n Diretor

Geral Parcela Já

Hoje, quando me perguntam o que vai acontecer daqui a 5 anos digo que não me arrisco a fazer futurologia. Então se me pedirem uma opinião a 10 anos, digo que ainda não estou insano para arriscar uma simples previsão que seja. Mas a verdade é que, na última década, a essência do turismo não mudou. Os distintos atores desta indústria mostram-se tão resilientes que parece que todas as tentativas de intromissão e tomar o terreno do próximo são praticamente infrutíferas.

á dez anos atrás o

Os distintos atores desta indústria

setor do turismo

mostram-se tão resilientes que

estava frenético: A British

parece que todas as tentativas de

Airways comunicava que iria cobrar

intromissão e tomar o terreno do

às agências de viagens 3 euros

próximo são praticamente infrutífe-

por segmento. As associações das

ras. E a história repete-se:

agências de viagens inglesas, ameri-

A British Airways transformou-se

canas e alemãs gritavam em unís-

em Lufthansa e agora cobram 16

sono que apenas sobreviveriam as

euros por segmento às agências de

agências que acrescentassem valor

viagens. As associações de agên-

aos seus clientes. Os bancos deti-

cias de viagens mantêm o discurso

nham ou participavam em capital de

de “mais valor para o cliente ou

agências de viagens. E finalmente a

morrer” com o objetivo de alertar

redução das comissões e a venda

para a subsistência dos seus as-

direta dos fornecedores levava as

sociados. Os bancos, por sua vez,

agências de viagens a procurarem

deixaram as suas participações nas

outros negócios rentáveis como

agências de viagens por imposição

por exemplo, venderem seguros ou

legal, mas foram substituídos pelos

assumirem licenças de imobiliárias.

grandes grupos de distribuição

Pelo meio destes 10 anos passou-

como Carrefour, Auchan e mais

se uma crise. Uma das maiores

recentemente a LIDL. A guerra da

que há memória. Faliram compa-

queda de comissões, em particu-

nhias aéreas, agências de viagens,

lar na aviação, continua e vai estar

operadores turísticos e grupos de

para durar, assim como a tentativa

hotéis. Houve uma debandada geral

de desintermediação dos fornece-

do emprego do setor. As vendas

dores aos seus próprios clientes.

caíram a pique entre 2009 e 2011.

As agências buscam, como conse-

Ninguém escapou à hecatombe. E

quência novas formas de negócio

finalmente, surgiram novos “players”

na área tecnológica, na composição

no mercado que vieram ocupar o

de produto, na especialização, etc.

lugar daqueles que desapareceram.

Enfim, a semelhança é tanta que,

Mais eficientes. Mais capazes. Com

muito provavelmente, até o próprio

melhor tecnologia. Com melhores e

emprego no nosso setor subiu para

novas ideias.

níveis de antes 2009. Digo-o porque

Hoje, quando me perguntam o que

sinto diariamente o sobreaqueci-

vai acontecer daqui a 5 anos digo

mento na contratação.

que não me arrisco a fazer futuro-

10 anos depois a semelhança da

logia. Então se me pedirem uma

realidade do nosso setor é enorme.

opinião a 10 anos, digo que ainda

Muita coisa se passou. Mas essên-

não estou insano para arriscar uma

cia permanece. Como um rio. Ou

simples previsão que seja. Mas a

como diria Mia Couto: “nenhum rio

verdade é que, na última década,

separa, antes costura os destinos

a essência do turismo não mudou.

dos viventes”. E daqui a 10 anos?


Entrevista

6

viajar 2017 / Maio

Luís Castanheira Lopes, administrador das Pousadas de Portugal

São Tomé e Príncipe marca o pri no processo de internacionaliza As Pousadas de Portugal comemoram este ano 75 anos de existência. Agendadas ou já em curso estão já algumas ações comemorativas. A VIAJAR esteve à conversa com um dos administradores do grupo, Luís Castanheira Lopes, e ficou a saber a mais recentes novidades, entre elas o facto da aposta na internacionalização estar para breve. Por Sílvia Guimarães

VIAJAR – Como é que o produto Pousadas de Portugal se insere dentro da estratégia do Grupo Pestana? Luís Castanheira Lopes – O Grupo Pestana, desde o princípio do século, adotou uma estratégia de codificação dos seus estabelecimentos, desde logo com o adquirir do edifício e o instalar do Pestana Palace. A partir daí iniciou uma nova fase de recuperação de património para aproveitamento de fins turísticos. O mesmo aconteceu com o Pestana Porto ou, em 2005, com o Convento do Carmo, em São Salvador, no Brasil. Há aqui uma diferenciação dos produtos que temos para oferecer ao mercado e as Pousadas de Portugal estão enquadradas neste âmbito, desde setembro de 2003, altura em começámos a desenvolver a gestão de exploração destas unidades. Passámos a desenvolver uma atividade de prestação hoteleira assente em estabelecimentos com uma forte matriz cultural, diferenciados e com uma atmosfera única. Com isto, o Grupo Pestana compõe a sua multiplicidade de oferta hoteleira, com áreas que se completam. Nestes quase 14 anos de gestão das Pousadas de Portugal o grupo decidiu alienarse de várias unidades e adquirir. É vossa intenção continuarem a fazê-lo? A nossa ideia foi termos um produto mais consistente, com melhor localização e oferta. Isso significou duas coisas: a saída da rede de algumas unidades que estavam com um produto pior do que aquele que achamos ser o nosso nível de exigência e depois a entrada de pousadas novas, com melhores localizações e dimensões e, por isso, com melhor produto. Por exemplo, a Pousada de Lisboa, com 90 quartos, a Pousada de Viseu, com 84 quartos, e a Pousada de Estoi, com 63 quartos, são unidades com uma dimensão que permite, por exemplo, ter piscinas interiores, ao contrário de outras mais pequenas, até 20 quartos, que não tinham espaço de manobra, nem mesmo atividade económica, para adicionar serviços que considerávamos

Estamos já a tratar do início do processo de internacionalização das Pousadas, no âmbito do contrato que temos com a Enatur e com o Estado, em destinos por onde os portugueses passaram e em edifícios que tenham o estilo arquitetónico português.


viajar 2017 / Maio

7

meiro passo ção fundamentais. Saíram algumas e entraram outras, mas temos hoje uma rede melhor, mais consistente, mais centrada nas pousadas históricas e não tanto em pousadas regionais, tal como acontecia quando eram geridas pelo Estado.

De olhos postos no Programa Revive Tendo em conta o património que o Estado está a disponibilizar para a gestão hoteleira através do Programa Revive, estão a pensar candidatar-se a algum desses espaços para a instalação de uma nova pousada? O Revive é uma excelente ideia, dado o grande valor patrimonial que está espalhado pelo país, na maioria não nas suas melhores condições. Só restaurado é que o poderemos manter vivo. Sim, estamos a olhar para os projetos mas ainda não temos nenhuma decisão tomada em relação a um ou a outro concretamente. O primeiro ponto tem a ver com as localizações. Em lugares onde já estejamos o mais certo é não concorrermos. Mas há muitos outros onde ainda não estamos e poderemos vir a ter interesse em marcar presença. Temos que ver as razões específicas de cada projeto, nomeadamente o prazo que é dado para exploração, a renda que o Estado pede pelo imóvel, o que se pode aí fazer, quer seja a nível das Pousadas de Portugal ou no sentido mais lato do Grupo Pestana, e o investimento que isso implica. O que está previsto a nível de investimentos nas Pousadas? Concluímos recentemente um plano de investimento em todas as Pousadas do Alentejo, através de um financiamento do

Programa Jessica, superior a três milhões de euros. Neste momento estamos a fazer pontaria para um conjunto de novos projetos que vão aparecer mas que, por enquanto, não posso falar. Entre eles estão novas pousadas e ampliação de projetos. Muito em breve iremos avançar com estas novidades.

Internacionalização Para quando a internacionalização das Pousadas de Portugal? Estamos já a tratar do início do processo de internacionalização das Pousadas, no âmbito do contrato que temos com a Enatur e com o Estado, em destinos por onde os portugueses passaram e em edifícios que tenham o estilo arquitetónico português. Para desmistificar um pouco a coisa, posso dizer que estamos a trabalhar em dois projetos, um deles em São Tomé e Príncipe. Temos aí muitos edifícios de traça portuguesa que justificam a sua utilização para fins turísticos. Quais as pousadas que têm registado maior taxa de ocupação? De um modo geral, de acordo com o crescimento normal do mercado, as pousadas têm tido um crescimento contínuo, com destaque para aquelas que ficam nas localizações de maior procura turística, como é o caso de Lisboa, do Porto ou do Algarve, e depois de casos muito concretos de grande sucesso como Óbidos e Évora, locais muito procurados por estrangeiros. Quais os mercados que mais procuram as Pousadas de Portugal? Em primeiro lugar, no seu conjunto, surge em grande destaque o português, com cerca de 30%, seguido do britânico, alemão, francês, norte-americano, suíço, holandês, brasileiro e espanhol. Em modo comemorativo Este ano as Pousadas de Portugal comemoram 75 anos de existência. O que têm preparado para festejarem estas Bodas de Diamante?

Desenvolvemos um programa composto por um conjunto de atividades. A primeira, que já está em curso, é a exposição itinerante de uma blogger portuguesa, a viver nos EUA. Foi importante começarmos por aí porque tem a ver com a visão das Pousadas por alguém que nada tem a ver com as Pousadas e que as considera o melhor de Portugal, o que é fantástico. Por outro lado, temos toda uma parafernália de documentação ligada a estes 75 anos, na qual se junta um pin comemorativo, replicado pelos trabalhadores e todo o geostacionário. Estamos ainda a criar um vinho específico dos 75 Anos das Pousadas de Portugal, com a companhia José Maria da Fonseca, para ser vendido nos supermercados, mas com o símbolo dos 75 Anos das Pousadas de Portugal. Vai haver ainda um prato gastronómico que ficará em destaque em todas as pousadas para, assim, festejarmos a data, além de uma exposição itinerária das tapeçarias das Pousadas de Portugal. Em projeto estão ainda um selo e um livro, mas ainda sem formato final. No passado dia 19 de abril, que marca a data em que inaugurada a primeira pousada em Elvas, no ano de 1942, tivemos ainda uma gala dos 75 anos, no Palácio de Queluz, na qual esteve presente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.


Hotel do mês

8

viajar 2017 / maio

Pousada de Lisboa

A sofisticação de uma Pousada-Museu

no centro da capital

I

naugurada em junho de 2015, a nova Pousada de Lisboa - Praça do Comércio representa para o Grupo Pestana um projeto ambicioso de reabilitação de um espaço de elevado valor histórico e cultural numa unidade hoteleira distinta. Segundo Luís Castanheira Lopes, administrador das Pousadas de Portugal, em entrevista à VIAJAR, “as pousadas diferenciam-se da restante hotelaria por serem pequenos hotéis que aproveitam a natureza cultural e patrimonial dos edifícios, assim como dos móveis que utilizam, associadas a um serviço de qualidade”. Desta forma, “também na Pousada de Lisboa conseguimos replicar o conceito que temos tido ao longo de décadas, nos 75 anos da sua história, onde juntamos o melhor da nossa tradição com o melhor da nossa arquitetura e do nosso serviço hoteleiro”, enalteceu. Localizada num lugar privilegiado da cidade de Lisboa, em plena Praça do Comércio, a nova Pousada de Lisboa inclui 90 quartos, divididos em 5 tipologias, um Magic Spa com piscina interior, sauna, sala de tratamentos, fitness center, uma sala de reuniões e um lugar especial para eventos - o recuperado Salão Nobre. Com um ambiente sofisticado, clássico e urbano, onde se destaca a presença de inúmeras antiguidades e obras de arte, a Pousada de Lisboa - Praça do Comércio apresenta um conceito diferenciado no panorama da hotelaria em Lisboa. Recupera as características de um edifício de traça pombalina, conjugando autênticas relíquias na sua decoração contemporânea, totalmente adaptada às modernas

exigências de conforto e bem-estar, oferecendo uma experiencia única, exclusiva e genuína. A Pousada de Lisboa – Praça do Comércio integra-se no segmento Monument Hotel do Grupo Pestana Pousadas e propõe o melhor nível de oferta e de serviço, no cuidado pelo detalhe e personalização, características reconhecidas pela brand internacional “Small Luxury Hotel of the World”.

A Atmosfera e a Decoração No seu ambiente sofisticado e profundamente intimista, cada espaço da Pousada de Lisboa tem presente autênticas obras de arte. Luís Castanheira Lopes frisa que “um projeto turístico tem como elemento essencial a localização e também o edifício ao qual está associado e, no caso das pousadas, tem que estar associado ainda a um património móvel igualmente rico, sob pena de não haver consistência entre o edifício magnífico em que a pousada está instalada com o seu acervo cultural que a identifica e lhe dá alma”. No caso concreto da Pousada de Lisboa, o responsável assegura que tiveram “a sorte” de terem conseguido o “acolhimento da Câmara Municipal de Lisboa, através do Museu da Cidade”, para exporem algumas das peças das reservas do museu, nomeadamente esculturas do mestre Leopoldo de Almeida, o famoso escultor do Padrão dos Descobrimentos. “São esculturas de muita visibilidade e pelas quais temos sido muito felicitados. Juntando a estas peças o mobiliário secular das Pousadas de Portugal e a pintura mais contemporânea do

mestre Nadir Afonso, estamos perante um choque de estilos e cor que fez com que já tornasse esta unidade considerada por muitos como uma Pousada-Museu”, referiu. Foram criteriosamente selecionadas diversas peças de mobiliário, objetos e antiguidades que representam a história de Portugal e de várias épocas, tornando essa exposição das peças em espaços comuns da Pousada numa experiência única e memorável, integrando a decoração com peças contemporâneas. A junção das cores, a luz, os tecidos e toda a envolvência criada pelo arquiteto proporciona uma enorme sensação de conforto. O projeto de design de interiores e decoração da Pousada esteve a cargo do arquiteto Jaime Morais, que também colaborou com o Grupo Pestana na decoração do Palácio do Freixo, no Porto.

Lobby e a Receção O lobby e a receção são dois espaços paradigmáticos do tema da Pousada de Lisboa. Um espaço requintado para convívio e encontros, ou até mesmo para repouso, ninguém fica indiferente aos motivos da decoração que evoca os Descobrimentos. A imponente estátua de D. Nuno Álvares Pereira, um dos maiores conquistadores portugueses, é o princípio de uma viagem pela história e cultura de Portugal. Os motivos dos mapas e da rosados-ventos no teto, e o busto do poeta Luís Vaz de Camões presente para cantar a epopeia dos portugueses, todos estes elementos fazem parte de uma experiência exclusiva e memorável.


viajar 2017 / maio

Hotel do mês

9

Na receção, uma figura do Santo António dá as boas vindas aos hóspedes e na passagem pelo pátio alinham os três moldes das finalistas do concurso para eleição da figura da República, com o busto vencedor presente na Assembleia da República Portuguesa.

Pátio Amália

Um espaço agradável, cheio de luz natural e com uma cúpula amovível, o pátio foi transformado num local para usufruir do pequenoalmoço ou para organizar um cocktail. Com chão em calçada portuguesa, ostenta nas suas paredes duas réplicas dos painéis de S. Vicente, que foram usados no cortejo histórico de Lisboa em 1947, e que originalmente representam o primeiro retrato colectivo da sociedade portuguesa da época.

Salão Nobre Um dos ex-libris da Pousada. Um espaço que se manteve praticamente fiel ao original e que merece visita obrigatória pelo seu luxuoso teto, cuidadosamente restaurado e adornado com folha de ouro. O candelabro foi polido e devolvido ao seu esplendor original. Tem capacidade para 155 pessoas é o local ideal para a realização de eventos memoráveis.

Corredores Os majestosos corredores são amplos e serenos, repletos de enormes estátuas das Ninfas e dos Descobridores que adornam os mármores originais do edifício, sob uma alcatifa em tom beringela, num ambiente cénico e imponente.

Quartos e Suites

90 quartos, distribuídos por quarto pisos e divididos por cinco categorias: quartos Classic, Superior, Deluxe, Duplex e Suites. Confortáveis e elegantemente decorados num estilo clássico, têm uma incrível luz natural e

proporcionam um ambiente de sofisticação e serenidade. Alguns quartos têm tetos abobadados ou varandas com uma vista privilegiada para a Praça do Comércio, Rua Áurea, Câmara Municipal de Lisboa ou para o Castelo de São Jorge. As Suites são todas luxuriantemente decoradas num estilo clássico e tradicional, duas são forradas com madeira boiserie. As casas de banho são forradas com primorosos mármores Port Laurenne e Irish Green. Comodidades dos quartos e suites: TV plasma, telefone, secretária, cofre, ar condicionado, janelas insonorizadas, armário, minibar e serviço de despertar, duche, secador de cabelo, espelho de aumento e amenities.

Suite Dom Pérignon A Suite Dom Pérignon é espaçosa e elegante,

totalmente revista em painéis de madeira. Tem uma sala de estar, quarto com cama king-size, closet e duas janelas magníficas de onde é possível apreciar a visão da fachada que dá nome a esta Pousada, a Praça do Comércio. Confortável e decorada com um estilo único, esta Suite oferece um ambiente de grande sofisticação que pretende proporcionar aos seus hóspedes uma experiência diferenciada, exclusiva em Portugal.

Ocupação e mercados Com uma taxa de ocupação média a rondar os “75 a 80% por ano”, Luís Castanheira Lopes afirma que os mercados que mais têm mostrado interesse perla Pousada de Lisboa são os tradicionais da capital, incluindo os ingleses e os alemães, embora diga que também recebem “muitos norte-americanos, franceses, brasileiros e portugueses. O mercado nacional em menos número quando comparando com outras pousadas noutros locais do país, mas mesmo assim ainda em número considerável”.

Rib Beef & Wine já chegou a Lisboa Após se ter tornado um sucesso na Ribeira, no Porto, nas instalações do Pestana Vintage Porto, em menos de um ano da sua abertura, o Grupo Pestana decidiu importar o conceito também para a capital. O novo espaço Rib Beef & Wine Lisboa, dedicado aos amantes de uma boa carne minhota, fica situado na Praça do Comércio, na Pousada de Lisboa, embora tenha entradas autónomas tanto pela Rua Áurea como pela Rua do Arsenal. O conceito inovador e que foi caso de sucesso a Norte, pelas mãos do chef Rui Martins, recentemente eleito Chef do Ano 2016, é agora em Lisboa liderado pelas mãos do chef Luís Rodrigues. A variadíssima carta de autor tem uma notória inspiração na cultura e nas vivências da cida-

de. Um exemplo visível é o Camarão frito com Macieira e malagueta, inspirado nas icónicas cervejarias de Lisboa. Nas carnes, destaque para um vasto leque de opções de cortes com sabores e texturas definidas. É o caso do Rib Eye, do Chateaubriand ou do Tomahawk Ribeye Steak. O Grupo Pestana já pensa em replicar o conceito a outras unidades.


Hotelaria

10

viajar 2017 / maio

memmo Príncipe Real

“O mais importante deste hotel não é a vista, é o staff”

O

memmo Príncipe Real, o mais recente projeto da memmo hotels, que foi oficialmente inaugurado no dia 20 de Abril, após seis meses de soft opening, resulta de um investimento de oito milhões de euros. Localizado no nobre e aristocrata bairro do Príncipe Real, em Lisboa, com uma vista surpreendente sobre a cidade e o Castelo de São Jorge, a nova unidade hoteleiras de cinco estrelas é já um caso de sucesso, com uma taxa de ocupação a chegar aos 93% em abril. Tendo em conta o bairro em que está instalado, Rodrigo Machaz, administrador e diretor-geral do grupo, afirma que um dos principais objetivos do hotel passa por “trazer para dentro a comunidade local e as pessoas de Lisboa”, para retormar à hotelaria o ponto de encontro entre locais e turistas. “Antigamente havia hotéis que eram um ponto de encontro da sociedade e isso perdeu-se um pouco nas pessoas. Tornaram-se espaços socialmente desinteressantes.

Agora já se está a inverter novamente essa mentalidade. E aqui conseguimos que a vida de Lisboa fosse parte da vida do hotel, até porque estamos inseridos num bairro de up scape”, referiu o responsável. Neste sentido, o memmo Príncipe Real dispõe de um restaurante virado para a comunidade local, chamado Café Colonial. “Isto fez com que pensássemos neste espaço de uma forma completamente separada mas integrada no contexto do hotel”, mencionou, adiantando ainda que a ideia foi “celebrar a lusofonia, quebrando o mito do colonialismo”. Para que tudo fosse completo, o administrador disse que procurou que o seu staff fosse também uma celebração disso mesmo. “Procurei pessoas brasileiras ou cabo-verdianas, com uma carta de menu que reflita as influências que os portugueses levaram e trouxeram do mundo, sempre com uma vertente contemporânea. No entanto, não quisemos fazer um restaurante de luxo. A nossa

grande preocupação é que fosse acessível, com preços a rondarem os 40 euros, tendo em conta o mercado local”, explicou. O feedback “tem sido espetacular” e Rodrigo Machaz assegura: “não poderíamos estar mais contentes”. O mesmo sentimento é partilhado com a taxa de ocupação e os preços médios praticados. “Em Abril tivemos 93% de ocupação, a preços médios na linha do que queríamos no conceito de boutique hotel”, mencionou, tendo o principal o brasileiro sido o seu principal mercado em janeiro e fevereiro. Englobado na hotelaria premium da cidade, Rodrigo Machaz define o memmo Príncipe Real como “um produto de cinco estrelas para quem queira um luxo descontraído”. Uma unidade a “lembrar os hotéis mais clássicos, mas com peças decorativas de maior design e mais descontraídas. É um clássico contemporâneo”. Colocada de parte a dificuldade que foi construir o hotel numa colina de um bairro histórico, em que

todo o material teve que passar por um túnel – o mesmo já se tinha passado aquando da construção do memmo Alfama, nas ruas estreitas daquele bairro – Rodrigo Machaz garante que numa foi sua intenção construir uma cadeia de hotéis: “sempre quisemos que cada oferta fosse diferente uma da outra. Decidimos arriscar num cinco estrelas, com os preços lá em cima, com um produto de qualidade. O ser cinco estrelas é serviço, é proximidade… e quisemos estar 49% focados no serviço e 51% na hospitalidade”. É por isso que diz que “o mais importante deste hotel não é a vista, é o staff. Ter todos os dias uma equipa que trabalhe para receber bem o cliente”. As perspetivas para este ano “são boas”, até porque “Lisboa nunca teve num momento tão bom. Há uma série de eventos que está a fazer com que Lisboa esteja a passar um momento turístico espetacular. Foi isso que permitiu que muita gente encontrasse novos negócios e que passasse a haver mais empreendedorismo. Sem esquecer que é importante integrar as comunidades locais nos hotéis para que isto não seja só turistas e dosear a carga que a cidade aguenta”, concluiu. A inauguração contou com a presença de muitos convidados para um cocktail, entre os quais a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, e o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo.



Regiões

12

viajar 2017 / maio

António Costa encerra 4ª edição do “Vê Portugal”– Fórum Turismo Interno O

primeiro-ministro, António Costa, vai encerrar a 4ª edição do fórum “Vê Portugal”, que terá lugar de 29 a 31 de Maio, em Leiria, numa organização conjunta da Turismo do Centro e da autarquia daquela cidade. A confirmação do governo chegou ontem de manhã à Turismo do Centro, dia em que estava marcada a apresentação do programa Daquele que é o fórum do turismo interno. Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, e Gonçalo Lopes, vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria, fizeram as honras da casa e deram a conhecer aos jornalistas presentes as novidades do evento para este ano. Durante um jantar de gala, o primeiro das edições do “Vê Portugal”, que terá lugar no dia 30 de Maio no Palace Hotel Monte Real, a Turismo do Centro irá homenagear, pela primeira vez, personalidades que se tenham destacado no setor do turismo, tanto a nível nacional como regional. Ainda durante a mesma ocasião, e aproveitando o jantar, irá ser apresentado o novo vídeo promocional daquela região turística, além de virem a ser entregues os Prémios de Concurso de Empreendedorismo Turístico “José Manuel Alves”, uma iniciativa do Turismo de Portugal, que tem por objetivo apoiar projetos

inovadores no setor localizados na região centro. Novidade também é a atividade “Vê Portugal”- Conhece Leiria. Uma iniciativa que tem como objetivo potenciar o conhecimento mais profundo da cidade anfitriã do evento, bem como a vontade de revisitar e recomendar o destino. Após Viseu, Aveiro e Coimbra, a cidade de Leiria tem agora neste evento a oportunidade de “divulgar a estratégia do município na área do Turismo e da Cultura”, segundo palavras de Gonçalo Lopes, dando ainda como exemplo o facto de Leiria vir a ser a Capital da Cultura em 2027, iniciativa que irá atrair um maior número de visitantes. O “Vê Portugal” terá lugar no Teatro José Lúcio da Silva e Pedro Machado afirma poder “superar” o número de participantes do ano passado, que ultrapassou os 600.

Programa A sessão de abertura do fórum contará com a presença de Pedro Machado, de Raúl Castro, Presidente Câmara Municipal Leiria, de Javier Jamirez Utrilla, diretor geral de Turismo da Junta de Castela e Leão, e a presidir estará a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho. Nesse mesmo dia, o painel 1 será subordinado ao tema “Programas de Apoio à Valoriza-

ção e Qualificação Do Destino – Portugal 2020” e terá como moderador Carlos Abade, diretor de Departamento Turismo de Portugal. Como oradores estarão Cláudia Monteiro de Aguiar, deputada ao Parlamento Europeu, António Costa Dieb, presidente da AD&C – Agência para o Desenvolvimento e Coesão, e Jaime Serrão Andrez, presidente da Comissão Diretiva COMPETE 2020. No dia seguinte, o painel 2 fala sobre a “Valorização e Qualificação Destino – O Papel dos GAL – Grupos de Ação Local”. A moderadora será Maria João Botelho, presidente da Direção da Federação Minha Terra e os oradores Jorge Rodrigues, coordenador do GAL ADIRN – Associação de Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte, João Carlos Pinho, coordenador do GAL ADRIMAG – Associação de Desenvolvimento Integrado de Montemuro, Arada e Gralheira, Catarina Vieira, gerente do empreendimento “Chão de Rio”, e Rui Anastácio, proprietário dos empreendimentos “Casa dos Matos” e “Cooking and Nature Emotional Hotel”. De seguida será a vez de falar sobre “Mercado Interno Alargado – Parcerias Transfronteiriças”, do qual participará Francisco Martín Simón, diretor geral do Turismo Junta de Extremadura, e Ana Abrunhosa,

presidente da CCDR Centro. “A Importância das Indústrias Criativas para a Gestão de um Destino Turístico” é o painel que se segue, na manhã do último dia do fórum. Gonçalo Lopes, Vice-presidente Câmara Municipal Leiria, será o moderador, e terá como oradores Carlos Martins, da Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, Neil Peterson, diretor e fundador da Inside Track; Liverpool Capital Europeia da Cultura 2008, e Airan Berg, diretor de Projetos Internacionais, La Valetta 2018. Para terminar, o painel 5 vai dizer “Como Promover/Vender um Destino” e contará com a presença de Pedro Costa Ferreira, Presidente APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, Michael de Blust, secretáriogeral da ECTAA – Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos Europeus, e Frederico Costa, administrador do Grupo Pestana. A sessão de encerramento, para além do primeiro-ministro, conta ainda com a presença do autarca de Leiria e de Pedro Machado. A participação no Jantar Gala “Vê Portugal”, tal como no Fórum, é gratuita e limitada, com obrigatoriedade de inscrição e sujeita a confirmação, através do link: https://goo.gl/forms/ Ex6Yb3FuHUUPyDvL2



Regiões

14

viajar 2017 / maio

7 Maravilhas Aldeias de Portugal espalhado pelo país

A

Aldeia da Pena, no concelho de S. Pedro do Sul, foi o local escolhido para a apresentação das 49 pré-candidatas às 7 Maravilhas – Aldeias de Portugal. A anteceder a revelação das pré-finalistas, membros do concelho científico do projeto salientaram a importância das Aldeias de Portugal para o Turismo e património cultural. O Centro Nacional da Cultura “identifica-se com este processo e quer contribuir para valorizar cada vez mais as nossas aldeias como recurso natural, de expressão da memória histórica mas também agregadoras da criação contemporânea” disse Maria Calado, presidente do CNC salientando a forte componente que as aldeitas têm na identidade do património cultural. “Elas fazem parte da nossa história, uma história que congrega território, pessoas, património construído e património imaterial. Na sua diversidade elas distinguem-nos. É de facto o nosso país com toda a sua dimensão, com a sua diversidade, com toda a sua autenticidade que se mantém ainda em muitas delas”.

A Fundação Minha Terra, que desenvolve uma atividade com as associações que promovem o desenvolvimento local e rural também se associa uma vez que é preciso “privilegiar a vitalidade destes territórios e desenvolver a sustentabilidade geral do nosso património” defendeu Maria João Botelho, presidente da Federação Minha Terra que considera de “grande interesse e valia uma vez que associa uma atividade lúdica à defesa e promoção do nosso património. As aldeias são efetivamente os pontos nevrálgicos do território onde a ligação entre o homem, o património natural construído e toda a natureza atinge o seu esplendor.” Estes valores têm de ser identificados e promover ao seu desenvolvimento. “Percebemos o grande interesse que tem trazer para a ribalta a defesa destes valores que nos identificam tanto, e que poderão conduzir iniciativas como estas à promoção da sustentabilidade dos próprios territórios. A humanização das paisagens reflete nestas aldeias com os granitos, os xistos, e é todo este saber fazer, estas atividades, a

gastronomia, a exploração da terra nestas regiões que nos vão ajudando a prosseguir e a encontrar o desenvolvimento mais à escala humana”. Rogério Rodrigues, presidente do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas destacou os “sítios únicos, singulares, onde a relação homem natureza se estabeleceu com equilíbrio, respeito e sabedoria. Em muitos desses espaços essa relação foi tão bem conseguida que levou o próprio homem a reconhecer esses espaços naturais e a criar o que são hoje áreas protegidas, parques e reservas naturais”. Esta iniciativa permitirá “a valorização do património, o sentido de responsabilidade

individual e coletiva da sociedade de cada pessoa e de cada instituição, para o dever e gestão do território protegendo das diversas adversidades com que se confronta, apelando ao sentido de pertença e de orgulho pois a natureza e a maior parte dos bens que produz são bens de todos nós.” O Turismo de Portugal também esteve presente porque “a atividade turística pode ser também um elemento mobilizador de todo o território, pode ser também um importante contributo para esta coesão territorial que todos pretendemos e isto de facto está explícito na estratégia de Turismo que foi recentemente divulgada pela secretária de Estado do Turismo.


viajar 2017 / maio

Regiões

15

Pré-finalistas Aldeia Monumento

Almeida – Almeida (Centro) Estoi – Faro (Algarve) Evoramonte – Estremoz (Alentejo e Ribatejo) Idanha-A-Velha – Idanha-A-Nova (Centro) Monsanto – Idanha-A-Nova (Centro) Monsaraz – Reguengos De Monsaraz (Alentejo e Ribatejo)

Sortelha – Sortelha (Centro)

Aldeias De Mar

Azenhas Do Mar – Sintra (Lisboa e Vale do Tejo) Costa Nova – Ílhavo (Centro) Fajã Dos Cubres – Calheta (Açores) Ferragudo – Lagoa (Algarve) Porto Covo – Sines (Alentejo e Ribatejo) Porto Moniz – Porto Moniz (Madeira) Zambujeira Do Mar – Odemira (Alentejo e Ribatejo)

Aldeias Ribeirinhas

Aldeia Da Luz – Mourão (Alentejo e Ribatejo) Dornes – Ferreira Do Zêzere (Centro) Escaroupim – Salvaterra De Magos (Alentejo e Ribatejo)

Furnas – Povoação (Açores) Santa Clara-a-Velha – Odemira (Alentejo e Ribatejo)

Sete Cidades – Ponta Delgada (Açores) Vilarinho De Negrões – Montalegre (Norte)

Aldeia da Pena No concelho de S. Pedro do Sul, do alto da serra de S. Macário deixa-se ver no fundo do seu vale um agregado de casas de xisto e telhados de ardósia. Serpenteado por uma estrada ingreme que desafia a condução dos mais corajosos surge, após pouco mais de dois quilómetros de adrenalina a bombar, a Aldeia da Pena. Junto ao maciço da Gralheira esta aldeia que parece esquecida pelo país deixa-se encontrar, com os seus sete habitantes – dos quais duas jovens – dando uma lição de resistência, espírito de entreajuda e resiliência ao longo dos tempos. Repleta de lendas, a Aldeia da Pena é atravessada pela ribeira da Pena que serviu de meio de subsistência para os cerca de 50 habitantes que chegaram a morar naquele sopé em meados do século passado. Quis o fator emigração levar-lhe parte dos habitantes, onde alguns regressam para passar as férias, deixando os resistentes que continuam a ser o pulmão da aldeia mantendo tradições e costumes que se tendem a perder pelas novas gerações.

Com uma flora autóctone e desafiante para quem gosta de caminhadas e do contato com a natureza, a Aldeia da Pena tem um restaurante e uma loja de comércio de produtos locais e artesanais. Embora não tenha unidades de alojamento, está em projeto a recuperação de algumas casas da aldeia para fins turísticos, num acordo entre S. Pedro do Sul e a Universidade da Beira Interior. A Aldeia da Pena é uma das 49 pré-finalistas, figurando na categoria de Aldeias Remotas, nas 7 Maravilhas – Aldeias.

Aldeias Rurais

Aldeia De Paderne – Albufeira (Algarve) Alegrete – Portalegre (Alentejo e Ribatejo) Cachopo – Tavira (Algarve) Casal De S. Simão – Figueiró Dos Vinhos (Centro)

Faial – Santana (Madeira) Manhouce – S. Pedro Do Sul (Centro) Sistelo – Arcos De Valdevez (Norte)

Aldeias Remotas

Aldeia Da Pena – São Pedro Do Sul (Centro)

Branda Da Aveleira – Melgaço (Norte) Castro Laboreiro – Melgaço (Norte) Curral Das Freiras – Câmara De Lobos (Madeira)

Fajã de São João – Calheta (Açores) Gondramaz – Miranda Do Corvo (Centro) Piódão – Arganil (Centro)

Aldeias Autênticas

Aldeia Do Xisto De Cerdeira – Lousã (Centro)

Alte – Loulé (Algarve) Biscoitos – Praia Da Vitória (Açores) Castelo Rodrigo – Figueira De Castelo Rodrigo (Centro) Fontão De Loriga – Seia (Centro) Montesinho – Bragança (Norte) Podence – Macedo De Cavaleiros (Norte)

Aldeias Áreas Protegidas

Aldeia Das Salinas Da Fonte Da Bica – Rio Maior (Alentejo e Ribatejo) Bordeira – Aljezur (Algarve) Chão Da Ribeira - Porto Moniz (Madeira) Lindoso – Ponte Da Barca (Norte) Penedo – Sintra (Lisboa e Vale do Tejo) Rio De Onor – Bragança (Norte) São Lourenço – Vila Do Porto (Açores)

Esse contributo da atividade turística para juntar os territórios e dinamizar a economia local” explicou Teresa Ferreira, diretora do Turismo de Portugal uma vez que “é importante esta relevância do nosso património cultural, esta identidade que afinal descobrimos com tantas candidaturas em tão diversas categorias e que está presente em todas as regiões do país”. Amândio Torres, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural considera que “para os concelhos e regiões que podem ver distinguidas e reconhecidas neste processo de pré-selecão as suas aldeias vai ser efetivamente diferente. Trata-se de identificar as aldeias e identificar pérolas. E as pérolas são esferas que têm a capacidade de aglutinar à sua volta outros aspetos. Neste caso aglutina agricultura, aglutina a história, aglutina os modos de vida. E aglutina a resiliência para continuar a existir”. Esta iniciativa das 7 Maravilhas – Aldeias de Portugal foi louvada pelo ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Luís Capoulas Santos,

uma vez que “promove e desperta o país para a nossa identidade, que levará a muitos milhões de portugeuses realidades que eles desconhecem e que com eles estma formad ecisiva tamem para a economia desses locais”. O Ministério da Agricultura associa-se assim a esta iniciativa uma vez que se trata de um “importante contributo não só da auto-estima de todos os que optaram por viver nas aldeias mas sobretudo para o desenvolvimento do país, para a dinamização da economia, e da atividade turistica que está a atravessar um periodo de grande dinamismo”.

O processo de votação As diversas votações foram auditadas pela PWC “de modo a garantir de forma independente da organização, que os vencedores são os que recebem mais votos” explicou Jorge Costa, responsável pela auditoria desta iniciativa, onde cada um dos 49 membros do painel de especialistas votou em 7 candidatos de cada uma das 7 categorias a concurso. Este painel com representantes das sete regiões

e dois arquipélagos foi desenvolvido com a ajuda das sete entidades do concelho científico. De acordo com o regulamento, as aldeias classificadas em mais de uma categoria só podem ser pré-finalistas numa categoria, onde ficaram classificadas na categoria onde obtiveram mais votos. Em situações de empate recorreu-se ao Concelho Científico, que procedeu ao desempate. Contas feitas, chegam à pré-final 49 aldeias de 41 concelhos, com representação em “16 distritos dos 18 do continente e nas duas regiões autónomas.” Por regiões, a região Centro lidera com 14 aldeias, o Alentejo está representado por 9 Aldeias, Porto e Norte de Portugal com 8 Aldeias, Algarve e Açores com 6, Madeira, 4 e duas em Lisboa. As 7 Maravilhas estão a “preparar um grande evento de Verão com muita programação televisiva, na RTP a partir de 9 Julho no horário nobre ao domingo” com conteúdo inovador contou Luís Segadães presidente das 7 Maravilhas, sendo esta uma oportunidade para dar a conhecer “ a nossa autenticidade, aquilo que é a nossa essência.”


Centenário das Aparições de Fátima Único: assim é, o mais conhecido Santuário Mariano do Mundo

S

antuários e igrejas, capelas e ermidas, verdadeiro património cultural edificado do Centro de Portugal, remetem para o Altar do Mundo: Fátima. Onde as velas deixam um aroma de esperança nas promessas em si depositadas. Onde acorrem milhões de peregrinos movidos pela maior força do Mundo: a fé. A fé, a busca do transcendente, constituiu uma das primeiras motivações para viajar. Os cruzados e os peregrinos de Santiago são exemplos do que a Idade Média nos conta. Hoje, o mesmo apelo mantém-se.

Cerca de sete milhões de peregrinos percorrem anualmente os caminhos de Fátima para estarem mais perto do local onde três pequenos pastores afirmam ter visto a Virgem Maria. Ao longo de todo o ano, mas especialmente de maio a outubro, nos dias 13 de cada mês, filas de cruzados modernos, muitos a pé, irrompem pela região Centro de Portugal, e trilham os seus caminhos, rumo à sua fé no Invisível. Rumo a Fátima, cidade da Paz, que alva e serena, oferece reconforto a quem percorre corajosamente os seus caminhos.

A história de Fátima está permanentemente associada a Lúcia de Jesus e seus primos, Francisco e Jacinta Marto. A sua doçura e fé inocente levou-os a vislumbrar as mais santas das imagens. Um Anjo, em 1916. A Nossa Senhora, em 1917. A 13 de maio de 1917, na Cova da Iria, as crianças vislumbraram um clarão, onde agora se localiza a Capela das Aparições, primeiro local de culto construído. A Virgem pediu-lhe que rezassem muito pelo bem do mundo, e anunciou que voltaria durante os próximos meses, todos os dias 13. Agosto


foi um mês de exceção. A aparição da Virgem deu-se nos Valinhos, no dia 19. A última aparição ocorreu no mês de outubro, sendo presenciada por cerca de 70.00 peregrinos que assistiram ao Milagre do Sol. Foi há cem anos. Mas, ainda hoje, este é um dos polos de turismo religioso mais importantes do mundo. Ir a Fátima é sentir um Santuário repleto de paz e serenidade. É entrar nas Casas dos Pastorinhos, em Aljustrel. É descobrir a Loca do Anjo, nos Valinhos. É visitar museus que guardam memórias vivas das Aparições. É retemperar forças da caminhada à mesa de um restaurante com sabores da serra e de outrora. É descansar em confortáveis hotéis, onde o acolhimento é sempre caloroso. Ali rezaram os Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. Ali rezará o Papa Francisco. O dia 13 de maio de 2017 vai ser histórico.

a Aljustrel, onde poderá visitar a Casa dos Pastorinhos. O caminho não é longo e poderá desfrutar de um ambiente calmo, em comunhão com a natureza.

Casa de Francisco e Jacinta Marto Foi nesta casa do século XIX que Francisco e Jacinta nasceram. Foi também aqui que Francisco morreu de febre pneumónica. A casa conserva ainda algum mobiliário e objetos de uso doméstico dos videntes.

Casa de Lúcia junto ao monumento a João paulo II, e visite o quarto maior templo católico do mundo em capacidade.

Basílica da Santíssima Trindade

Passe pelo Pórtico que marca o Ano Jubilar do Centenário das Aparições e dirija-se ao coração do Santuário.

Visite em seguida a Igreja Paroquial de Fátima, passando primeiro pela rotunda em homenagem aos três pastorinhos. O conjunto escultórico representa as crianças caminhando sobre uma base sinuosa, associado ao caminho percorrido de suas casas em direção à Cova da Iria.

Capelinha das Aparições

Igreja Paroquial de Fátima

Suba a escadaria e antes de entrar na Basílica, admire a colunata constituída por 200 colunas e 14 altares, que representam as estações da via-sacra.

Depois desta visita, siga novamente em direção à Rotunda Sul, onde começa a Via-sacra. Pode optar por fazê-la a pé ou ir diretamente até Aljustrel, pela Avenida dos Pastorinhos.

Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima

Via-Sacra

Santuário de Fátima | www.fatima.pt

Atravesse o Santuário. Passe pela Cruz Alta,

Este local proporciona uma paisagem magnífica sobre Fátima. Siga a pé em direção

É também do século XIX a casa de Lúcia. No quintal, encontra-se o “Poço do Arneiro”, local que assinala a segunda aparição do anjo. Ao lado da Casa de Lúcia, visite a CasaMuseu de Aljustrel.


Dossier Termalismo & Spa's

18

viajar 2017 / maio

Guida Mendes, Coordenadora das Termas Centro

“A Região Centro foi visitada por cerca de 45.000 aquistas no Como e quando surgiu este projeto da Termas Centro? Qual o seu objetivo? O projeto Termas Centro, cujo promotor líder é a Associação das Termas de Portugal – Delegação Centro, é cofinanciado pelo programa Operacional Centro 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito da Estratégia de Eficiência Coletiva PROVERE. O mesmo parte de uma necessidade de promoção em rede das diversas estâncias termais da região do centro, tendo desta forma mais força quer a nível nacional quer e, principalmente, internacionalmente. O propósito das Termas Centro passa pela valorização económica das 22 estâncias termais da região centro e deste importante recurso endógeno da região – as águas minerais naturais; bem como o aumento da sua notoriedade e visibilidade. Este objetivo por si não é surpreendente, a forma como iremos atingir esse objetivo é que pode ser diferenciador…a promoção de todas as potencialidades do território da região será um

meio para atingir um fim. Hoje as pessoas (e em particular o target pretendido) valorizam a experiência como um todo, e pretendemos demostrar e divulgar que fazer termas não é apenas ter uma experiência termal, mas um conjunto de experiências enriquecedores que se complementam. As 22 estâncias termais encontram-se em fantásticos ambientes de natureza e/ou património que irão tornar a sua experiência mais enriquecedora. A conquista de novos clientes passará por dar a conhecer a riqueza cultural, de património, gastronómica e de natureza (atividades ao ar livre) que a região centro proporciona. Termas Centro é um consórcio composto atualmente por 55 consorciados (entidades públicas e privadas) e abrange 22 estâncias termais da região centro e tem como objetivo reforçar a competitividade turística dessas estâncias termais, através de uma lógica de trabalho em rede, organizado e de qualidade e com produtos adaptados a diferentes targets e que abranjam as temáticas: saúde e bem-estar, natureza, património e gastronomia.

Promoção conjunta Em que metodologia se baseia para promover as 22 estâncias termais que fazem parte deste projeto? Trabalham em conjunto com a Região de Turismo do Centro e a Agência de Promoção Regional do Centro? O horizonte pretendido é baseado na aposta em áreas de intervenção (Inovação, Animação, Comunicação e Marketing), capazes de projetar as Estâncias termais do Centro e reforçar a notoriedade da marca Termas Centro, como marca de referência no mercado nacional, e também internacional, de Turismo de Saúde e Bem-Estar. Nesta lógica, e estando este projeto ancorado nos recursos endógenos e nas comunidades locais, a ligação a entidades como o Turismo do Centro e a ARPT é e deve ser um elemento fulcral para a ampliação e consolidação da visibilidade que pretendemos alcançar através das iniciativas que visamos concretizar. Tanto o Turismo do Centro como a ARPT têm conhecimento da nossa estratégia, com o intuito de realizarmos ações cruzadas, complementares e de apoio, como é exemplo a realização de feiras em parceria e da promoção cruzada quando se vai individualmente, ou o apoio na divulgação dos produtos lançados pelas Termas Centro. Recentemente apresentaram duas das vossas iniciativas de investigação. Que iniciativas são estas e o que se pretende com as mesmas? São duas iniciativas de investigação que serão desenvolvidas no âmbito do Projeto Âncora Inovação do PROVERE Termas Centro. O projeto “Investigação Clínica em Crenoterapia, Estudos Clínicos e Moleculares – Efeitos da Inalação de Água Sulfurosa Termal em doentes com Doenças Respiratórias, Rinossinusite Crónica e Asma Brônquica”, coordenado pelo Professor Doutor Luís Taborda Barata (Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior), pretende confirmar cientificamente a eficácia dos tratamentos termais enquanto abordagem complementar nestas patologias, com vista à valorização da marca “Termas Centro” e consequente valorização das estâncias termais como setor fundamental para o Sistema Nacional de Saúde. Por sua vez, o projeto “Caraterização do Potencial


viajar 2017 / maio

Dossier Termalismo & Spa's

19

ano de 2016” Bioativo dos Recursos Hídricos Termais da Região Centro”, coordenado pela Professora Doutora Ana Palmeira (Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior) e pela Professora Doutora Maria Teresa Rosete (Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra), pretendese avaliar o potencial das diferentes águas termais da região centro, de modo a apoiar a sua inclusão em produtos de saúde do tipo dispositivo médico e enquanto ingredientes cosméticos.

A vertente de bem-estar quanto ocupa no universo geral das estâncias? A vertente de bem-estar tem vindo a ganhar cada vez mais importância para o mercado termal. Se o Termalismo Clássico apresenta ligeiros crescimentos, o Termalismo de Bem-Estar demonstra crescer a um ritmo superior, permitindo igualmente alcançar públicos de diferentes faixas etárias e com necessidades igualmente diferentes. Isso fez com que o “parque termal português” se tenha adaptado a uma nova realidade.

Estabeleceram também uma parceria com as Aldeias Históricas. Em que consiste e a quem se destina? No seguimento da estratégia delineada e olhando para o território, o estabelecimento desta parceria faz todo o sentido: aliámos a visita a uma aldeia histórica e uma experiência termal numa região onde se encontram 12 aldeias históricas e 7 estâncias termais. O lançamento destes short breaks tem como principal objetivo promover o turismo da zona centro e para isso foram criados produtos com vários agentes económicos locais na área do alojamento, restauração e animação, mas tendo como base principal a experiência termal e uma visita às aldeias históricas de Portugal. Estes produtos têm a duração de 3 dias/2 noites ou de 2 dias/1 noite e destinam-se primordialmente ao mercado nacional e espanhol. Este foi para já o primeiro short break a ser lançado, sendo que já se encontram a ser desenvolvidos outros que irão abranger outras estâncias termais.

Saúde versus bem-estar É uma vertente que ainda está aquém do que pretendem vir a alcançar? É uma vertente que ainda está aquém daquilo que pretendemos. Não querendo esquecer as bases do Termalismo e a sua história, agora no século XXI sabemos que houve alterações significativas na sociedade que obrigam os negócios a adaptarem a novos paradigmas e a novos desafios. O bem-estar é um segmento que tem ganho a sua importância na realidade atual, pelo que necessitamos de explorá-lo e de mudar o “chip” das pessoas que pensam que termas é apenas para pessoas doentes ou mais idosas. Termas é muito mais do que isso e pode perfeitamente suprir as necessidades de um público ávio de novas experiências e que pretendem viver uma vida mais saudável. Para perceber isso “bastará” que o potencial cliente visite uma das nossas 22 estâncias Termais. Os programas de bem-estar que

Ultrapassar números de 2016 No total das 22 estâncias, quantos aquistas recebeu a região Centro em 2016? Quais as perspetivas para este ano? A Região Centro foi visitada por cerca de 45.000 aquistas no ano de 2016, apresentando um crescimento ligeiro face ao ano anterior. Para 2017, esperamos que a Região Centro consiga melhorar estes números, através das várias iniciativas particulares previstas por cada Estância Termal e também, claro, as previstas neste PROVERE que terão como foco o público português, mas também internacional, principalmente de países com Espanha, França e Alemanha.

O propósito das Termas Centro passa pela valorização económica das 22 estâncias termais da região centro e deste importante recurso endógeno da região – as águas minerais naturais; bem como o aumento da sua notoriedade e visibilidade. Este objetivo por si não é surpreendente, a forma como iremos atingir esse objetivo é que pode ser diferenciador…a promoção de todas as potencialidades do território da região será um meio para atingir um fim.

estas oferecem são aliados a locais de uma enorme beleza natural, a excelente gastronomia, a património ímpar e a várias atividades ao ar livre se podem realizar: desde percursos pedestres, percursos cicláveis, etc. Considera que os aquistas ainda têm uma visão muito enraizada de que as termas são locais sobretudo de tratamento de saúde? Sim, e para mudar o “chip” das pessoas surge este PROVERE. No último quadro comunitário houve um forte investimento da qualificação de estâncias hoteleiras. Face a esta aposta, agora necessitamos de valorizar este recurso endógeno que abunda em Portugal e do produto turístico, e em especial na Região Centro, e de apostar na internacionalização das mesmas. Ainda vêm os Spas como vossos grandes concorrentes? O elemento diferenciador das Termas é as características das suas águas. Este recurso inimitável confere propriedades terapêuticas com efeitos favoráveis à saúde e bem-estar que os spas vulgares não conseguirão jamais proporcionar. Reconhecendo o crescente interesse que tem vindo a ser dedicado a hábitos de vida saudável, é natural que o turismo do bem-estar pulule e torne o mercado muito mais concorrencial. No âmbito do bem-estar são efetivamente concorrentes: temos ainda um caminho a percorrer para dar a conhecer ao potencial cliente o nosso fator diferenciador. As estâncias termais são um SPA termal que usa produtos naturais (como a água mineral natural) e não “apenas” um SPA. Existem dois motores exponenciais: a tendência que posiciona o hedonismo no coração das preocupações da população e o envelhecimento de uma população que manifesta a intenção de permanecer jovem e apta e nesse campo a “cura termal” assenta aí a sua total legitimidade.


Dossier Termalismo & Spa's

20

viajar 2017 / maio

Portugal poderá vir a entrar numa lista exclusiva de destinos de Turismo Médico

A

Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, em colaboração com entidades e empresas portuguesas setoriais, tem vindo a trabalhar no sentido de estabelecerem uma parceira para a existência de um intercâmbio e parcerias entre o Governo português e empresas alemãs especializadas no desenvolvimento do Turismo Médico em Portugal. Paulo Azevedo, diretor de Consultoria de Marcado da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, em declarações à VIAJAR, afirmou que um dos objetivos desta possível parceria passada por “criar um intercâmbio de informação para, por um lado, a Alemanha dar a conhecer como se processa todo o assunto e, por outro lado, para Portugal ter a informação de como tem que se posicionar para estar preparado para receber turistas provenientes da Alemanha em busca de Turismo Médico”. Esta é uma intenção que remonta a 2015, quando empresas alemãs do setor se deslocaram a Portugal numa missão empresarial. “Submetemos a temática seguindo a linha de abordagem do setor do turismo no sentido mais lato, agindo assim de uma forma bilateral. Agora, dando seguimento, queremos entrar nos segmentos mais específicos do Turismo”, explicou. Dando seguimento ao que foi feito há dois anos atrás, a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã tem “diversas iniciativas planeadas”, a “começarem já no segundo semestre deste ano, em colaboração com

as respetivas entidades portuguesas que tutelam este setor. Para isso, Paulo Azevedo afirma que estão a “tentar colaborar este assunto nas duas agendas de atividade para se criarem sinergias entre aquilo que está a ser preparado dos dois lados”. A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, que diz ter “submetido estes sistemas, no final de março, para apreciação dos parceiros alemães”, tenciona “no início do próximo ano fazer uma viagem à Alemanha com os stakeholders portugueses, nomeadamente os de Turismo Médico, para estes

participarem de um simpósio e ouvirem especialistas alemães a dizerem quais os critérios que Portugal tem que corresponder para ser considerado um destino para viagens médicas”. Após essas conclusões, a intenção passa por, no segundo semestre de 2018, “trazer uma missão empresarial alemã a Portugal com empresas que podem apoiar Portugal a posicionar-se da forma mais correta neste segmento de Turismo Médico e também de Wellness”. Se o projeto for adjudicado por parte dos parceiros alemães, antecipando estas duas iniciativas, no segundo semestre deste ano a Câmara de Comércio e Indústria LusoAlemã pretende “organizar, com os seus parceiros portugueses, um simpósio que irá informar os stakeholders portugueses de como deverão preparar as iniciativas do próximo ano”. Paulo Azevedo garante que o principal objetivo deste projeto é que “o Ministério da Economia alemão fomente a internacionalização das suas empresas no estrangeiro. Empresas alemãs, especialistas no ramo, quer seja no âmbito da consultoria quer seja no de produtos específicos, como por exemplo de software, que possam fornecer produtos ao mercado português para crescerem neste segmento. Montamos estas iniciativas para que Portugal e as suas entidades responsáveis tenham acesso a informação alemã e assim saibam como deverão montar o esquema para se tornar um destino de Turismo Médico”.

Vila Pouca de Aguiar tenciona investir 7 milhões em balneário termal

A

Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar vai avançar com a construção de um balneário termal para explorar as águas do Cardal. O investimento neste projeto é de sete milhões de euros e já foi apresentado ao Governo. Alberto Machado, presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, pretende que este balneário venha a tornarse “uma referência na Península Ibérica”. O edil tenciona que este venha a ser “um

balneário termal moderno e inovador, que promova o turismo e a afluência de aquistas, tornando novamente Pedras Salgadas na rainha das termas”. Para além da autarquia, o projeto envolve ainda as juntas de freguesia locais e permitirá criar dezenas de postos de trabalho na região. O município começou e demonstrar interesse em explorar as águas do Cardal quando no ano de 1991, após a execução de uma pesquisa para o reforço de

abastecimento de água à localidade de Sabroso de Aguiar, verificou que a água era gasocarbónica e não natural, como há partida pensavam. Após um pedido de estudo à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, sobre a “Promoção e Valorização do Recurso Hidromineral Gasocarbónico do Cardal”, o município defende que está “garantida a qualidade da água para fins terapêuticos ou exploração industrial”.


viajar 2017 / maio

21

Dossier Termalismo & Spa's

Vidago aposta no poder das suas águas minerais

D

esde a descoberta de águas minerais, em 1863, que a vila de Vidago possui uma forte ligação às práticas termais, tendo sido, outrora, considerado um dos balneários termais mais célebres de Portugal. Desde dessa altura, a vila termal viveu um período de esplendor. Com a ligação à linha ferroviária do Corgo em 1910, a inauguração do emblemático Vidago Palace Hotel a vila termal vivenciou nos anos seguintes o seu tempo auge como vila termal. No âmbito do quadro comunitário anterior, a vila de Vidago, foi alvo da execução do empreendimento turístico “AQUANATTUR”, da autoria do Arq.º Siza Viera, que se constituiu como projeto de interesse nacional (PIN), e no qual foi reabilitado o Vidago Palace Hotel e a sua área envolvente, o parque termal e o respetivo campo de golfe, sobre a gerência da UNICER. Congruentemente o Município de Chaves procedeu à requalificação urbanística da vila, nomeadamente com o projeto de requalificação das principais avenidas e alamedas da vila termal de Vidago e a construção do novo “Balneário pedagógico e de investigação e desenvolvimento das práticas termais”, que se encontra instalado na antiga estação ferroviária. A obra do balneário foi financiada aproximadamente a 83% pelo ON.2 no âmbito do Eixo Prioritário II – Valorização Económica de recursos Específicos, Programa de Ação ECC_PROVERE-AQUANATUR e constitui um investimento de cerca de 3 milhões de euros, substanciando uma aposta estratégica no setor do turismo por parte do Município de Chaves. O projeto da autoria do Arq.º João Paulo Loureiro encontra-se inserido nos antigos terrenos pertencentes à antiga estação ferroviária de Vidago e a sua configuração remete para a memória da ocupação efémera das antigas carruagens, as cores predominantes no espaço são o branco e o preto, traduzindo uma linguagem arquitetónica contemporânea e arrojada, assim como todo o espaço é premiado com uma iluminação natural abundante.

2016 com 500 aquistas O balneário foi inaugurado no dia 10 de Junho de 2016, e teve a frequência de aproximadamente 500 aquistas no decorrer da época termal de 2016 (Junho 2016 – Outubro 2016). Refira-se que a gestão do balneário pedagógico de Vidago está a cargo da empresa municipal, Gestão de Equipamentos do Município de Chaves, EM-SA, que gere também as Termas de Chaves. No balneário termal as terapias são baseadas num plano de tratamento integral, que inclui uma consulta de medicina hidrológica e tratamentos individuais prescritos especificamente para cada pessoa com base no seu estado de saúde. O uso da água mineral natural de Vidago tem uma longa tradição e história, e é particularmente indicada no tratamento de patologias do sistema nervoso, aparelho circulatório, aparelho respiratório, aparelho digestivo, pele, doenças reumáticas e músculoesqueléticas.

VidagusTermas No seguimento da aposta estratégica do Município de Chaves no setor do turismo, surgiu a VidagusTermas, a “Associação para a Promoção e Desenvolvimento Termal e Turístico de Vidago”, reunindo as forças do poder local da região e dos empresários da hotelaria e restauração, com o objetivo de impulsionar e dar um novo rumo à vila termal de Vidago e à região da ribeira de Oura. A missão da ViadagusTermas é posicionar a vila termal de Vidago e a região na qual se insere num novo patamar de excelência turística, que conseguirá inverter as tendências atuais, através da promoção e dinamização da sua atratividade, tendo por base o aproveitamento da localização na Euroregião Galiza-Norte de Portugal e a valorização dos seus

recursos naturais e culturais, assim como dos recursos endógenos, especialmente a água mineral natural, que constitui um elemento único e diferenciado.

Novo website Numa era na qual todos os sectores estão a convergir para o mundo digital, A VidagusTermas decidiu avançar com um website de promoção do destino Vidago. Com o lançamento do site em Março de 2017, pretendem alcançar uma maior visibilidade online, e constituir uma plataforma única no qual o turista pode obter todas as informações sobre o destino Vidago. O presidente da Direção da Associação VidagusTermas, Rui Branco, salientou o importante papel do novo site na divulgação e promoção da vila de Vidago e da região da Ribeira de Oura. “Este website disponibilizará um leque de informações a quem nos visita e facilitará conhecer melhor Vidago e a região. O espaço disponibilizará todas as oportunidades e serviços turísticos da região e divulgará o património, assim como atividades e atratividades complementares”, afirmou, adiantando que este website “permitirá descobrir o melhor de Vidago, para uma experiência plena do que temos para oferecer”.


Dossier Termalismo & Spa's

22

viajar 2017 / maio

São Pedro Do Sul investe 1,5 milhões

na reabilitação do Balneário Termal Romano

A

s Termas de São Pedro do Sul vão investir mais de 1,5 milhões de euros na reabilitação do antigo Balneário Termal Romano, valor comparticipado em 85% por fundos comunitários. Victor Leal, presidente do Conselho de Administração das Termas de São Pedro do Sul, adiantou, à VIAJAR, que “este projeto de valorização, reabilitação e conservação tem como base a recuperação do edifício das Termas Romanas com o mínimo de intervenção, procurando recuperar/restaurar os sistemas construtivos”, nomeadamente os caneletes que conduziam a água e as piscinas, trazendo para os dias de hoje como há séculos se vivia, os banhos romanos. Apesar de esta ser uma intenção dea já longa data, o responsável afirma que “avançou agora por só neste momento estarem reunidas as condições físicas e monetárias para o efeito” e as conclusões das obras estão previstas para 2019.

O edifício, que remonta ao século I D.C., fica situado numa das margens do Rio Vouga e teve diversas finalidades ao longo dos séculos. Sem as características de um balneário de banhos por ter sido construído para a finalidade de um balneário medicinal pelas propriedades das águas que lhe corriam nos caneletes. Chegou a ser hospital no tempo de D. Manuel I e terminou como escola e arrecadação de barcos. Sendo uma das estâncias termais mais procuradas a nível nacional para a realização de tratamentos de saúde, Victor Leal avança que irão “continuar a apostar nos tratamentos de saúde que fazem das Termas de S. Pedro do Sul uma referência nacional, não só pela qualidade e propriedades terapêuticas das suas águas, mas pelo vasto conjunto de tratamentos disponíveis e por ter dois balneários distintos abertos todo o ano”. Ao nível do bem-estar termal “iremos abrir um novo espaço dedicado a tratamentos e experiências termais únicas. Este espaço será uma primeira amostra do futuro Instituto Aqva, onde serão realizados tratamentos aplicando os nossos dermocosméticos, num conceito inovador e diferenciador”, reiterou.

Bem-estar é a grande aposta Em 2016 as Termas de São Pedro do Sul alcançaram um volume de negócios superior a 4,3 milhões de euros, dos quais provenientes em “73% de balneoterapia, 8% de fisioterapia, perto de 4% do bem-estar termal e 2,5% de dermocosmética”. 13.500 aquistas de termalismo clássico e cerca de 3.000 termalistas na área de bem-estar foi o total 2016 e para este ano têm como objetivo “crescer 5% no termalismo clássico e 20% no termalismo de bem-estar”.

Segundo o presidente do Conselho de Administração, o cliente tipo das Termas de São Pedro do Sul é proveniente “dos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto e zona de Leiria-Fátima, dois terços sendo mulheres e de idades com mais de 60 anos”. No entanto, refere que, ano após ano, têm vindo a verificar que a idade média dos aquistas tem vindo a baixar. “Hoje temos, cada vez mais, jovens casais a fazer termas e a procurar saúde e bem-estar no seu sentido mais lato e nobre”, referiu. A área de beleza e bem-estar “tem sido uma das áreas em maior crescimento e com um enorme potencial”. Victor Leal diz que “o público ativo e urbano cada vez procura mais destinos de saúde e bem-estar, verdadeiros retiros edílicos para refazer forças e relaxar. As Termas têm vindo a fazer um esforço imenso de modernização e resposta a estes novos conceitos, que fazem delas hoje um destino privilegiado para este público. O nosso projecto de futuro passa por uma forte aposta nesta nova oportunidade de negócio com a criação do conceito inovador que vamos implementar no Balneário Rainha D. Amélia – o Instituto Aqva”. Este ano uma das novidades passa pelo lançamento de vários programas de saúde e bem-estar. Programas médicos e com toda a credibilidade técnico-científica, que serão de 6 dias/5 noites, e que pretendem ser respostas no âmbito da saúde preventiva. “As Termas não devem ser encaradas somente na área curativa mas também nesta área cada vez em maior crescimento e que vem responder aos novos públicos que estão em franco crescimento como referi. Serão programas na área de pernas cansadas; costas e anti-stress”, concluiu.


viajar 2017 / maio

23

Dossier Termalismo & Spa's

Estância Termal da Curia poderá estar em risco

A

preocupação foi transmitida à VIAJAR pelo vereador do PSD, na autarquia de Anadia, José Manuel Ribeiro, após ter mencionado essa questão numa reunião de câmara. A situação foi levantada pela representante da Sociedade das Águas da Curia, em assembleia de credores, deixando presente que a estância termal poderá estar em risco caso os credores decidam avançar com a liquidação da empresa. José Manuel Ribeiro afirma que “há mais de sete milhões de euros aprovados por fundo comunitários para as termas que se podem perder caso a empresa entre em liquidação”. No entanto, “o Tribunal de Anadia solicitou à Sociedade das Águas da Curia que apresentasse um projeto de viabilidade” da empresa, prazo esse que terminava no final de maio, mas para o qual a empresa pediu uma prorrogação e lhe foram dados mais 60 dias. Apesar disso, o responsável garante que “o alvará de exploração das águas minerais não é transmissível e a Sociedade das Águas da Curia for declarada insolvente, e o património acabar por ser dividido, a questão reside em saber como é que as termas irão funcionar”. José Manuel Ribeiro não vê o caso com bons olhos e alerta: “Não é apenas o Curia Palace Hotel que vive das termas, existem outras unidades hoteleiras e alojamentos locais que estão a funcionar e a dar suporte às mesmas,

o que pode pôr em causa muito do trabalho e do investimento que tem sido feito na Curia, inclusive pela autarquia”. O facto de ter levantado a questão na reunião de câmara prende-se com o facto de tentar perceber “o que é que a autarquia tem feito para junto das várias entidades para tentar perceber o que se está a passar” e defende que “se o problema da empresa é falta de capital, a Câmara Municipal de Anadia pode tornar-se num stakeholder importante operante algumas empresas que demonstrem interesse em pegar no negócio e assim toda a sua envolvente volte a funcionar em pleno. Só assim se pode evitar que as Termas de Anadia venham a encerrar portas”, referiu. O vereador transmitiu ainda que existe

uma candidatura ao PROVERE – Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos, oriundo do Centro 2020, feita pela Associação das Termas de Portugal, e aprovada, no valor de “mais de sete milhões de euros, a serem aplicados nas Termas da Curia, dos quais cinco milhões a serem aplicados na ampliação do antigo balneário das termas, 1,5 milhões no parque das termas e o restante meio milhão num estudo científico de benefício da água termal”. José Manuel Ribeiro afirma que “até este valor está em risco de se perder” dado que, como frisou na reunião de câmara, “a Sociedade das Águas da Curia nem a renda tem pago” e muito menos “está em condições de poder pagar a parte que lhe cabe no âmbito do PROVERE”.


Dossier Termalismo & Spa's

24

viajar 2017 / maio

Vila Galé Sintra

abre em 2018 com aposta no Turismo Médico

O

Vila Galé Sintra Resort Hotel, Conference & Revival Spa vai abrir portas, segundo o previsto, a 25 de abril de 2018 e será uma unidade virada para o Turismo Médico, novidade no panorama da hotelaria portuguesa. Tendo como lema a vida saudável, o empreendimento será ainda uma hotel virado para a família, contando com diversas valências dedicadas aos mais novos, incluindo uma piscina com escorregas ou locais para pais e filhos poderem divertir-se, praticar desporto e dançarem juntos. Este projeto marca ainda “o regresso da Vila Galé ao mercado imobiliário”, segundo avançou à imprensa Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Conselho de Administração do Grupo. Num investimento a rondar os 25 milhões de euros, além do hotel de quatro estrelas, com 77 quartos, o empreendimento vai contar com 44 apartamentos T0, 15 T1, 36 T2 e 12 T3. Os apartamentos de tipologia T2 e T3 serão para venda a privados, com o preço de 2.500 euros por metro quadrado. Como um “padrão muito elevado” as unidades que estarão para venda têm como objetivo captar, além do mercado português, também o brasileiro e russo. Os proprietários dos apartamentos poderão vir a utilizar as facilidades do hotel com um desconto de 10% e caso queiram poderão arrendar as suas casas dando a gestão da mesma ao hotel, sem que para isso haja obrigatoriedade de rendimentos mínimos. Localizado numa área de 77.600 metros quadrados na Várzea de Sintra, com vista para o Palácio da Pena, o empreendimento contará com dois Spas: o já habitual nos hotéis Vila Galé da marca Satsanga, dedicado ao

bem-estar e aos tratamentos de estética; e a novidade será o Revival Spa, com programas de saúde de diversas áreas e acompanhamento médico especializado. Após um checkup médico integral, onde até poderão ser colhidas análises clínicas para um diagnóstico mais correto, os hóspedes poderão submeterse a diversos tipos de tratamentos (antisstress, antiaging, antitabagismo, fisioterapia, osteopatia, tratamentos capilares, estética dental e implantologia, detox e workshops de culinária). O Vila Galé Sintra deverá associar-se a um grupo de saúde neste projeto, embora o responsável tenha optado por ainda não revelar o nome do escolhido. Como complemento à vida saudável preconizada por Jorge Rebelo de Almeida no Vila Galé Sintra, a unidade terá dois restaurantes que irão ao encontro de uma alimentação de baixo teor calórico. “Não se trata só de elegância, de estética e de beleza, trata-se

de aprender a comer para melhorar a saúde com a alimentação”, explicou o responsável, adiantando que o restaurante Versátil apresentará um buffet de alimentação saudável adaptado às necessidades de cada um, ao passo que o restaurante Inevitável, já habitual nos hotéis Vila Galé, terá um conceito “gourmet light”. O Vila Galé Sintra irá ainda dispor de bar, infinity pool, 2 piscinas exteriores, piscina infantil, ginásio, área fitness, salão de jogos, centro de atividades, club infantil, biblioteca, salão de 430 metros quadrados para eventos e conferências, e três salas de reunião de 75 metros quadrados cada. Este será “um hotel familiar em que pais e filhos vão dançar juntos, fazer ginástica juntos, brincar juntos e vão comer juntos de uma forma mais saudável”, enalteceu Jorge Rebelo de Almeida. Ainda sem tema concreto pensado para o hotel, o presidente do Conselho de Administração deixou no ar que os “mitos e lendas de Sintra romântica” lhe “agradam bastante”. Quanto a mercados, Jorge Rebelo de Almeida acredita que o português deverá ser o principal, até porque como afirma: “qualquer projeto que nós fazemos em Portugal, antes de mais nada, é para portugueses”. Por outro lado, “este hotel vai ser difícil de divulgar porque é diferente, mas acredito que até nos mercados alemão, inglês e holandês vai ter êxito”, disse, deixando ainda que após o português os mercados que mais interesse poderão demonstrar pelo conceito do hotel, e por estar inserido em Sintra, serão o brasileiro e inglês. Jorge Rebelo de Almeida não põe de lado a hipótese de poder alargar este conceito a outras unidades do grupo, até mesmo no Brasil.


viajar 2017 / maio

Aviação

25

TAP passa a voar para mais um aeroporto em Londres

A

partir de hoje, já é possível reservar voos com a TAP para o aeroporto de London City, em Londres, para o qual a companhia começa a operar a partir de 29 de outubro, com dois voos diários de segunda a sexta-feira e um voo diário aos fins-de-semana. A companhia passa, assim, a servir três aeroportos em Londres, e torna-se a única operadora entre Lisboa e Londres a operar para este aeroporto, localizado no centro financeiro da cidade. A TAP reforça assim a sua posição competitiva no mercado do Reino Unido, ao operar para aqueles que são considerados os três aeroportos preferenciais de Londres, oferecendo também aos seus passageiros

mais escolha de horários e ligações mais convenientes, e aumentando a operação, em termos de frequências, em 24 pontos percentuais. As ligações diretas entre Lisboa

e Londres – London City serão operadas em Embraer 190, com capacidade para 106 passageiros, com partidas de Lisboa às 6:50 e às 16:45, e regresso de Londres às 10:00 e às 19:55, de

segunda a sexta-feira. Aos fins-de-semana, a frequência é diária. Aos sábados, com partida de Lisboa às 6:50 e de Londres às 10:00, e ao domingo, com partida de Lisboa às 16:45 e de Londres às 19:55. No primeiro trimestre de 2017, verifica-se já uma evolução de 20,3 por cento no número de passageiros transportados entre Lisboa e Londres, pelo que este reforço significa uma aposta num mercado estratégico como o do Reino Unido, para as empresas e para o turismo. A TAP conseguirá ainda tirar mais partido do seu Hub em Lisboa para ligar o Reino Unido à sua rede intercontinental, posicionando-se ainda melhor no tráfego de negócios.

Rota Lisboa-Recife da TAP comemora bodas de ouro

F

oi às duas da manhã do dia 19 de abril de 1967 que se deu início ao primeiro voo da TAP Lisboa-Recife. O CS-TBA ‘Santa Cruz’, o primeiro Boeing 707 ao serviço da Companhia, aterraria sete horas e 55 minutos após a descolagem, inaugurando uma operação que viria a ser ininterrupta entre a capital portuguesa e a capital do estado brasileiro de Pernambuco. Foi precisamente nesta altura que a TAP se assumiu como a primeira companhia aérea do mundo a operar exclusivamente com jatos. Volvido meio século, a TAP continua a atravessar o Atlântico – agora num A330, com capacidade para 263 passageiros – e a contribuir para a aproximação de povos e culturas, numa das rotas preferidas dos portugueses e dos europeus em geral. Este ano, até ao final do mês de fevereiro, as reservas de viagens para o Recife, entre abril e outubro, tinham já registado um aumento de 144% face a 2016. Nos três primeiros meses deste ano, a taxa de ocupação sofreu um aumento de 9 pontos percentuais face ao ano passado, tendo transportado aproximadamente 32 mil passageiros neste período. A companhia aérea nacional prevê ainda o reforço da oferta para o Recife com mais um voo semanal, durante o próximo verão – de

Junho a Outubro. Recorde-se que a TAP voa para 10 destinos no Brasil – Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador da Baía, Recife, Natal, Fortaleza e Belém, totalizando 73 voos por semana entre Portugal e o Brasil. Assinalando os 50 anos da rota LisboaRecife, os passageiros frequentes da TAP, membros do programa Victoria, que viajem no dia 19 de abril entre estas duas cidades vão receber o dobro das milhas correspondentes a esta viagem.

Voo inaugural – 19 de abril de 1967 O voo inaugural Lisboa-Recife teve um grande impacto na relação de proximidade entre Portugal e o Brasil, que, desde 1960, vinha já a ser reforçada com o “Voo da Amizade”, entre Lisboa e o Rio de Janeiro. Hoje, a TAP voa para 10 destinos no Brasil, chegando a operar 73 frequências semanais para este país. Mais de 50 convidados integraram a primeira lista de passageiros.


Aviação

26

viajar 2017 / maio

easyJet comemora 5 anos de base em Portugal e atinge os 10 milhões de passageiros

Com mais de 310 funcionários e cinco aviões baseados em Portugal, a easyJet tem batido todos os recordes no mercado português. A VIAJAR esteve à conversa com o diretor geral da companhia em Portugal, José Lopes, e ficou a saber um pouco mais da estratégia da empresa nas rotas nacionais. Por Sílvia Guimarães Uma das últimas decisões que a easyJet tomou em relação ao mercado português foi a de abandonar os Açores. O por quê desta decisão? A rota nunca foi rentável? A easyJet lutou durante três anos pela liberalização do mercado açoriano e foi uma das companhias impulsionadoras da liberalização deste espaço aéreo, anteriormente utilizado apenas por companhias do Estado. No dia 29 de março de 2015, a easyJet operou com orgulho o primeiro voo de Lisboa a Ponta Delgada, que contribuiu para tornar a rota mais competitiva, e para que os passageiros começassem a beneficiar de uma oferta maior de voos a tarifas mais acessíveis, tornando as ligações a partir do Continente mais fáceis e trazendo mais turistas para apoiar a economia local. O aumento da concorrência trouxe mais capacidade à rota e a easyJet decidiu rever o seu portefólio de rotas portuguesas, uma vez que não tem possibilidade de alocar a capacidade necessária para oferecer um produto comparável e que compita de forma efetiva. A rota continuará a operar até 28/10/2017 e, a partir daí, a easyJet garantirá a sua capacidade em Portugal alocando estes recursos em rotas existentes de/e para Portugal, onde há uma grande procura por parte dos passageiros, aumentando as frequências diárias para que os passageiros beneficiem de mais e melhores opções de voos. Considera que o turismo da região açoriana vai ter um impacto negativo com esta vossa decisão? Acreditamos que trabalhámos muito nos últimos três anos pelo sucesso da liberalização de um dos últimos monopólios de espaço aéreo na Europa. Contribuímos para aumentar a competitividade da rota, reduzindo de forma dramática a tarifa média que os passageiros agora pagam para o Continente, com o aumento das escolhas que têm. Que destinos irão ser reforçados tanto à partida de Lisboa como do Porto, de Faro e do Funchal? Isto corresponde a mais quan-

tos lugares e voos por semana de e para as quatro cidades? A operação em Lisboa verá reforçados os seguintes destinos, com um total de cerca de 300 voos semanais correspondendo a um aumento de 100 mil lugares: Londres Luton, que terá mais 4 rotações por semana, passando a ter dois voos diários em seis dias da semana, aumentando a oferta global da capital portuguesa para Londres (Luton e Gatwick) para 54 voos semanais, com 4 voos diários; Já Bordéus terá mais 3 rotações por semana e passa a operar todos os dias da semana, oferecendo dois voos diários à segunda e à sexta-feira de/e para a cidade francesa; Lyon fica com mais 1 rotação e passará a operar todos os dias da semana. Já no Porto a operação irá ser melhorada nos destinos abaixo mencionados, num total de 176 voos semanais de/e para a cidade, que correspondem a um aumento de 25 mil lugares: Londres Gatwick, que terá mais um rotação por semana, ficando a oferta da easyJet para Londres – Luton e Gatwick – em 18 frequências por semana; Genebra será apresentado o quarto voo diário à 2ª e ao sábado, passando a oferta semanal para 50 voos. No Funchal será reforçada a recém-lançada rota para Basileia, na Suíça, sendo que a oferta total da operação será de 48 voos semanais de/e para a Madeira, correspondendo a um aumento de 8 mil lugares: Basileia, com mais uma rotação que irá operar em dias mais vantajosos para passageiros que procuram estadias mais longas ou mais curtas. Haverá voos às 2ª e 6ª feiras, perfeito para fugas de fim-de-semana. Por fim, a sul de Portugal, Faro irá reforçar a sua oferta principalmente em destinos no Reino Unido, com um total de 118 voos por semana e um aumento de 42 mil lugares na operação: Bristol com mais uma rotação por semana, onde será acrescentado o segundo voo diário ao domingo e totalizando a 16 voos por semana; e Londres Luton terá mais duas rotações/semana, com o acrescento de um segundo voo diário.

No total, a easyJet irá reforçar a operação num aumento que corresponde a mais 175 mil lugares para Portugal. Serão cerca de 600 voos semanais de e para o país. O que vos leva a apostar mais na época baixa? A easyJet procura aproveitar Portugal como destino de Inverno para os passageiros do Centro e Norte da Europa que querem melhores condições para desfrutar esta época. Esbater a sazonalidade é um dos nossos principais objectivos. Nesta época existem acontecimentos e hábitos de viagem que queremos estimular, nomeadamente o turismo de golf, os city break e as viagens residenciais (segunda habitação). Acreditamos que o nosso país tem imenso potencial para este tipo de tráfego e, por essa razão, trabalhamos para desviar passageiros de outros países para Portugal nesta época. Para além de reforços, haverá novos destinos como Lille e Nice, ambos em França. Por que estão a apostar nestas rotas? Faz parte do nosso crescimento natural. Apostamos nestas rotas no verão e funcionaram muito bem. Dentro da nossa política de crescimento sustentado estendemos a operação ao Inverno. A easyJet procura consolidar as rotas em que opera passo a passo, neste caso em específico, de forma a esbater a sazonalidade de Faro também. Qual a importância do mercado português para a totalidade de mercados para os quais a easyJet tem operações? O crescimento da easyJet em Portugal duplicou o crescimento do turismo no país. Por outras palavras, respondemos com eficiência às necessidades dos passageiros. Em 2017 esperamos manter esta tendência de crescimento em Lisboa, Porto, Faro e Funchal, respondendo, portanto, aos desejos dos nossos passageiros e, ao mesmo tempo, apoiando o desenvolvimento da economia portuguesa. Além disso, iremos reforçar a operação em épocas de maior procura (como o Verão). Por


Aviação

passageiros voaram em 1.628 voos por toda a rede de rotas. Só em Portugal, mais de 18.000 passageiros voaram no sábado, dia 8 de abril, de ou para os aeroportos do país em 116 voos, superando o recorde do maior número de passageiros a viajar com a easyJet num só dia no período da Páscoa. Funchal, Bordéus, Genebra, Londres e Madrid estão no topo da lista de destinos favoritos, e Faro continua a ser o destino de sol de eleição. A easyJet já decidiu se irá trocar a Portela pelo Montijo? O que é necessário da ANA para que a easyJet possa considerar essa hipótese? O compromisso da easyJet é o de continuar a crescer em Portugal como um todo, otimizando e utilizando todo o espaço disponível. A solução apresentada formalmente para Lisboa é uma solução integrada de aumento de capacidade da cidade como um todo - Portela e Montijo - e irá beneficiar todos os operadores, pois permitirá que o tráfego continue a crescer. É uma solução que só será implementada em 2021/22 e, por isso, quando for revelada com maior detalhe, os operadores poderão decidir consoante as opções de crescimento de cada um. Nenhum operador será obrigado a mover-se, uma vez que todos têm direito a usufruir do espaço em que operam atualmente.

último, mas não menos importante, a easyJet é uma empresa financeiramente sólida, e por isso temos uma excelente capacidade de adaptação às mudanças do Mercado. Quantos passageiros transportaram no ano passado neste mercado e quais as perspetivas para este ano? No ano fiscal que terminou em Setembro 2016 a easyJet transportou 5,4 milhões de passageiros em rotas portuguesas, um acréscimo de 19% relativamente ao ano fiscal anterior, com uma taxa de ocupação na ordem dos 95%. Foram mais 860 mil passageiros. Além disso, a easyJet ultrapassou a fasquia dos 2 milhões de passageiros transportados em Lisboa, com 2,1 milhões de passageiros a viajarem pela easyJet na capital, um cresci-

mento de 11% no aeroporto da Portela, com uma taxa de ocupação de 96,2%. No Porto, o crescimento foi de 40% em relação ao ano fiscal anterior. Não queremos para já divulgar os dados concretos deste ano, mas podemos dizer que estamos a crescer a dois dígitos. Como correu a operação da Páscoa? Quais as rotas que registaram maior procura? Qual foi a taxa de ocupação? Quantos passageiros transportaram? A easyJet deu as boas-vindas a mais de 2,4 milhões de passageiros nos voos realizados durante as férias da Páscoa (3-18 de abril), naquela que foi a época de Páscoa mais concorrida de sempre. O número de passageiros atingiu o seu pico na sexta-feira santa, a 14 de abril, dia em que cerca de 250.000

A easyJet comemorou cinco anos de base em Portugal no passado dia 20 de abril. Curiosamente no mesmo dia atingiu o passageiro 10 milhões na rota. Qual o significado destes dois importantes marcos para a companhia? Este foi, sem dúvida, um marco histórico. Apesar de já estarmos há 19 anos a operar em Lisboa, passaram cinco anos desde que passámos a ter uma base própria e vemos o nosso esforço recompensado pela escolha das pessoas. Os passageiros escolhem voar com a easyJet pelo nosso profissionalismo, simpatia, pontualidade e preços acessíveis. É um recarregar de baterias para os próximos cinco anos, no objetivo de continuarmos a trabalhar para crescer. Lisboa tem sido uma aposta de êxito, até porque o crescimento que temos tido em Portugal nos últimos três anos tem sido acima de todas as expetativas que uma companhia poderia ter. Temos conseguido estar a crescer muito mais do que o próprio país. No ano passado, por exemplo, Portugal atingiu um número recorde ao crescer cerca de 10% a nível de Turismo e a easyJet cresceu 20%. Este ano estamos a crescer 14%, o que demostra um incremento sustentado, com índices bastante fortes e que estamos no bom caminho.


Aviação

28

viajar 2017 / maio

easyJet festeja cinco anos de terminal em Lisboa

A

easyJet celebrou esta quinta-feira o 5º aniversário da sua base em Lisboa, data que coincide com o marco de dez milhões de passageiros transportados nesta base. Em cinco anos de base própria na capital portuguesa, a easyJet transportou um número de passageiros equivalente ao número de habitantes em Portugal. A easyJet abriu base em Lisboa em abril de 2012, criando 100 novos postos de trabalho com dois aviões instalados para a operação. Hoje, em 2017 a easyJet conta com cerca de 320 colaboradores baseados em Portugal, incluindo tripulações, administrativos e quadros diretivos e tem cinco aeronaves instaladas. São oito os aviões baseados em Portugal, cinco dos quais em Lisboa. Para José Lopes, diretor geral da transportadora em Portugal, “a easyJet tem um forte compromisso com Portugal. É um território estratégico para a nossa operação. Esta data e os 10 milhões de passageiros transportados

desde a abertura da base de Lisboa são, por um lado, a prova do sucesso da nossa aposta e, por outro lado, a demonstração da simpatia e confiança que os passageiros depositam em nós. Somos conscientes da importância desta relação e, por isso, na easyJet, queremos continuar a levar Portugal mais alto e mais longe”. Ano após ano, a base de Lisboa tem aumentado a sua capacidade, respondendo à procura dos passageiros com um serviço rápido, eficaz e acessível. De 2015 para 2016 a capacidade aumentou 9%, e do ano passado para o presente ano o aumento é de 14%. Esta tendência verifica-se também a nível nacional: de 2015 para 2016 a capacidade da easyJet em Portugal aumentou 17%; e de 2016 para 2017 o aumento é de 14%. O aumento da procura foi sempre superior ao crescimento da capacidade, demonstrando uma reação positiva das pessoas à aposta feita pela easyJet.

Para assinalar o data, a easyJet ofereceu ainda um bilhete ao passageiro simbolicamente correspondente ao décimo milhão, selecionado aleatoriamente do voo EZY7681 com destino a Zurique, operado pelo avião anteriormente batizado de Pride of Lisbon. João Nunes, Diretor do Aeroporto de Lisboa, realçou a importância dos resultados obtidos com “a aposta da easyJet e da ANA – Aeroporto de Lisboa na consolidação da base operacional que há cinco anos foi inaugurada”. A easyJet assume o compromisso de levar os seus passageiros aos destinos para onde voa de forma eficiente, poupando-lhes tempo e custo nas deslocações. São mais de 130 destinos em cerca de 30 países da Europa, a preços e horários acessíveis.

Qatar Airways incorpora Lisboa na sua rede

A

Qatar Airways anunciou uma série de novidades numa das maiores feiras de viagens e turismo do Médio Oriente que decorre no Dubai, o Arabian Travel Market (ATM), até ao próximo dia 27 de abril. Na conferência de imprensa anual à margem do evento, a Qatar Airways anunciou que, a partir deste verão, será a primeira companhia aérea do Médio Oriente a lançar um serviço de banda larga de alta velocidade a bordo de seus aviões, juntamente com uma nova interface gráfica (GUI) de uso fácil, assim como um novo aplicativo móvel de acesso às várias opções de entretenimento. A Qatar Airways anunciou também que irá lançar 12 novos destinos em 2018: San Francisco, Estados Unidos; Cardiff, Reino Unido; Utapao, Tailândia; Chittagong, Bangladesh; Mykonos, Grécia; Málaga, Espanha; Accra, Ghana; Lisboa, Portugal;

Abidjan, Costa do Marfim; Praga, República Checa; Kiev, Ucrânia e Mombaça, Quênia. Esta notícia surge já depois da companhia ter anunciado a expansão de 14 novos destinos para 2017-18, que somam à rede global de mais de 150 destinos.

Acordo de codeshare com a Iberia Os novos serviços de Lisboa serão a primeira incorporação da rede, em Portugal. Desde o passado dia 03 de abril, a Qatar Airways opera em codeshare com a Iberia, oferecendo aos passageiros mais opções de voos e melhores conexões a partir de Portugal e Espanha. O codeshare aplica-se a 28 rotas operadas pela Iberia, a partir de Madrid, para destinos em Portugal (Lisboa e Porto) e Espanha, além de dois voos diários operados pela Qatar Airways entre Madrid e Doha (Aeroporto Internacional de Hamad).

Site renovado e novo aplicativo móvel gratuito "Oryx One" A Qatar Airways anunciou também o lançamento de um site renovado para o início de maio. A nova página web vai destacar os destinos e serviços da companhia aérea, e contará com mais de 2.000 imagens do destino e da frota, assim como 400 vídeos, incluindo imagens panorâmicas de 360 ​​graus. Usando um padrão nunca antes visto em viagens Premium, a tecnologia e a conectividade melhoradas serão complementadas com o novo sistema de entretenimento da companhia, Oryx One, que oferece uma interface redesenhada para facilitar a navegação e permitir a escolha de 3.000 opções de entretenimento - o suficiente para dar a volta ao mundo 94 vezes. Um sistema renovado com aplicação móvel "Oryx One", mostrando o melhor do entretenimento Qatar Airways,

reforçando a experiência de voo e permitindo que os passageiros possam navegar na grande biblioteca de conteúdos de entretenimento a partir do seu próprio dispositivo. Os passageiros podem acompanhar trailers com os últimos êxitos de Hollywood, planificar a visualização das películas a bordo antes do avião levantar voo e, inclusivamente, ter acesso a uma seleção de revistas e jornais antes de embarcarem. Estas melhorias foram anunciadas quando a companhia aérea comemora o seu vigésimo ano de operação após duas décadas de crescimento. A Qatar Airways é uma das companhias aéreas mais jovens e que mais tem crescido no mundo. Opera uma frota moderna de 195 aeronaves voando para mais de 150 destinos em seis continentes. Alguns dos novos destinos que começará a operar em 2017 incluem Nice, Chang Mai, Dublin e Skopje.


viajar 2017 / maio

Internacional

29

Turismo do Brasil aposta em oferta alternativa ao Sol e Mar

A

Embratur – Instituto Brasileiro de Turismo está procurar desenvolver outros segmentos de interesse dos visitantes portugueses no país, que não apenas o sol e mar, procurando atrair o interesse de turistas, tour operadores e agentes de viagens para as festas culturais Juninas, que decorrem por todo o Nordeste nos meses de junho a agosto. Portugal já foi o mais importante mercado estrangeiro no Brasil, com cerca de 300 mil visitantes anuais no ano 2000, mas em 2016 atingiu apenas metade desse número. Tufi Michreff Neto, Diretor de Gestão Interna da Embratur, afirmou, em entrevista à VIAJAR, que “o que sempre foi muito vendido ao mercado português foi precisamente o segmento de sol e praia, mas neste mercado surgiram muito concorrentes, como é o caso das Caraíbas, que estão a oferecer o mesmo tipo de produto”, daí terem optado agora por apresentar outro tipo de oferta “para atrair mais pessoas para a realização de circuitos por todo o país, quer seja no litoral como no interior”. O Brasil “é um país continental, que tem uma diversidade cultural e regional muito grande, até mesmo de clima, com neve na região sul e sol durante todo o ano no Nordeste. Temos muito para oferecer além do sol e praia ou até mesmo em complemento”, referiu o responsável. O Brasil Junino foi a primeira experiência nesse sentido e, segundo Tufi Neto, “superou” todas as expetativas. “Tínhamos como meta atingir os 5 mil visitantes no total dos 10 dias de mostra, mas esse número foi ultrapassado logo no primeiro fim de semana. Recebemos ao todo 15 mil visitantes o que mostra o interesse das pessoas também por este tipo de produ-

to, ainda pouco conhecido em Portugal”, acrescentou. As Festas Juninas são o segundo produto cultural brasileiro, logo a seguir ao Carnaval, e “faz todo o sentido dar a conhecêlas às pessoas”. Entre junho e agosto “milhares de visitas brasileiros visitam estas festas e o que pretendemos é demonstrar que elas estão lá para receber visitantes vindos também da europa, começando por Portugal”, explicou também. Durante o evento do Brasil Junino Tufi Neto realizou reuniões com operadores e agentes de viagens para mostrar como é que ele está estruturado, para que este possa ser comercializado e oferecido no mercado português, principalmente no produto de circuitos.

Aposta também no Turismo Religioso e de Natureza No próximo ano, o profissional adiantou que é intenção da Embratur trazer um evento idêntico pela europa a promover o Turismo Religioso brasileiro, produto que “está a ser estruturado e que já é uma referência por toda a América Latina”. “São ações como estas, mostrando um outro lado do Brasil, com possibilidade de conhecer coisas diferentes, é que vamos conseguir trazer o número de visitantes portugueses para um patamar novamente elevado”, enalteceu.

Tendo em conta que, em 2016, o Brasil foi considerado o melhor destino do mundo para a prática de Turismo de Natureza, Tufi Neto garante que este é outro segmento que está a ser trabalhado “muito afincadamente” pelo governo brasileiro. “Temos locais muito bem estruturados, como Foz do Iguaçu ou Bonito (Mato Grosso do Sul), que não são mais do que regiões em que o turismo de aventura e de natureza está a ser muito procurado. Neste sentido, temos participado de feiras do segmento e trabalhado com os operadores para chamar mais a atenção para estes produtos”, disse. Apesar da estruturação do Turismo de Natureza ainda estar a dar os primeiros passos, o especialista dá como exemplo dos Parques de Foz do Iguaçu ou da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em que o governo os concedeu para exploração privada, “facilitando a sua estruturação para a construção de hotéis e organização de reservas para visita, garantindo da melhor forma de manutenção destes espaços”. Além destes dois parques e de Fernando de Noronha, “os restantes parques brasileiros ainda estão pouco estruturados, mas com numa série de medidas que o governo está a tencionar implementar, Tufi Neto pensa que já irão “conseguir essa organização necessária nos próximos anos”.

Dobrar o turismo internacional até 2022 O turismo intrarregional é o mais forte no Brasil, com “56% dos visitantes estrangeiros a terem origem na América Latina, começando pelos argentinos, que superam a marca dos dois milhões de turistas por ano, seguindo os norte-americanos. No caso destes o governo brasileiro está em processo de facilitar a questão dos vistos para passarem a ser vistos eletrónicos, sem necessidade de se deslocarem à embaixada para o obterem. Seguem-se Chile, Paraguai, Uruguai, França, Alemanha, Itália, Inglaterra e Portugal”. No ano passado o Brasil atingiu “6,6 milhões de turistas estrangeiros”, com um “pequeno aumento de 4,5% em relação a 2015”, muito com a ajuda dos Jogos Olímpicos. O objetivo é “chegar a 2022 com cerca de 12 milhões”. Para isso “a Embratur está a trabalhar diretamente com o Presidente da República no sentido de se transformar numa Agência de Promoção e, assim, ter mais recursos para competir de uma forma mais equilibrada com os destinos concorrentes, sobretudo nos pacotes de sol e praia”. “O turismo como um todo representa em torno de 9% do PIB do país, sendo o turismo internacional o quinto item da balança de exportações brasileira, com potencial para maior crescimento”, concluiu.


Destino Top

30

viajar 2017 / maio

Bahia

Um paraíso multicolor É DOS MAIS MÁGICOS ESTADOS BRASILEIROS. E COMO CANTOU (APROXIMADAMENTE!) A PORTUGUESA CARMEN MIRANDA, A BAHIA EM TUDO COMO NINGUÉM. ENTRE O PARAÍSO SELVAGEM E AS METRÓPOLES QUE COMPÕEM A REGIÃO, O ESTADO BAHIANO É UM TESOURO QUE SE DEVE OBRIGATORIAMENTE DESCOBRIR

N

O ESTADO DA BAHIA existem sete grandes zonas turísticas, cada qual com a sua personalidade. Salvador é o cartão de visita e a porta de entrada da Baía de Todos os Santos, a maior do país, agora transformada numa vasta área de proteção ambiental. Ao longo do Litoral existe ainda a Costa dos Coqueiros, do Dendê, do Cacau, do Descobrimento e das Baleias. Por fim, em pleno coração estadual, estende-se a sétima zona turística, a Chapada Diamantina, uma das mais recentes fronteiras do ecoturismo mundial. Na Baía de Todos os Santos estão Salvador e Itaparica. Salvador é a capital do Estado e o principal destino turístico bahiano. Possui a maior variedade de atrações, com destaque para as manifestações da cultura afrobahiana, a arquitetura colonial portuguesa, a gastronomia e praias voltadas para o oceano Atlântico ou para o interior da Baía. É a terra do Carnaval de trio elétrico, da capoeira, do axé, do acarajé, dos orixás e de tantas musas sonoras como Daniela Mercury ou Ivete Sangalo. As manifestações culturais são imensas, desde o Pelourinho, zona classificada como património da Humanidade e o local mais visitado pelos turistas, o Mercado Modelo,

ponto comercial do artesanato da região, o Elevador Lacerda, que transporta os habitantes entre a cidade alta e a cidade baixa, ou a Colina Sagrada do Bonfim, famosa pelas suas pulseiras de desejos. Salvador goza de uma orla costeira de fazer inveja a grandes destinos de veraneio. As suas praias são de beleza única, mas a que se destaca é a praia de Itapuã, imortalizada na voz de Vinícius de Moraes. A sua popularidade deve-se à tranquilidade, águas cristalinas, ondas fracas e mar protegido por recifes, com jangadas e pescadores locais. Mas existem outras que merecem visita. É o caso da praia da Armação, com ondas que atraem os surfistas e os praticantes de windsurf. Outra das praias a conhecer é a do Farol da Barra; protegida por recifes, a praia possui piscinas naturais formadas por pedras e mar tranquilo. Porto Seguro, na costa do descobrimento, foi o primeiro local onde aportaram os navegantes portugueses comandados por Pedro Álvares Cabral. Foi do mais belo que alguma vez vislumbraram. A sua cidade Monumento Nacional foi instituída por decreto presidencial em 1973. Primeiro núcleo habitacional do Brasil, além de ostentar o marco do Descobrimento, de-

sempenhou papel importante nos primeiros anos da colonização. Mas também nas praias, Porto Seguro rivaliza com os mais famosos destinos de sol e mar. É um verdadeiro paraíso de águas mornas, com as suas belezas naturais e destinos charmosos e inexplorados como Arraial d'Ajuda, Trancoso, Espelho e Caraíva. São 90 quilómetros de praias, desde as mais tranquilas às mais visitadas, todas limpas e despoluídas, em que recebem animação tanto de dia, como de noite. É que em Porto Seguro, não há noite sem luau na praia ou demonstrações da cultura típica da região, como shows de capoeira e festas religiosas.


viajar 2017 / maio

Destino Top

31

O destaque da Costa do Dendê vai para o morro de São Paulo. É um paraíso tropical descoberto pelos hippies e hoje cercado por uma aura de sofisticação. Possui quase meia centena de quilómetros de praias, algumas ainda desertas, e atrações turísticas como a sua Fortaleza. Os dois monumentos mais importantes de Morro de São Paulo, o Forte e o Farol são ótimos locais de visita ao final da tarde. A partir do Farol podemos vislumbrar todas as praias da vila e do Forte, é comum ver gente sentada nas muralhas a ver o por do sol. E entre julho e Outubro, o Morro de São Paulo tem a honra de receber a visita das baleias jubarte.

Caminhada rumo ao Sol

Gastronomia divina

Um dos mais famosos programas a fazer em Morro de São Paulo é a caminhada à rústica praia da Gamboa com passeio de barco até a Ponta do Curral. Uma excelente forma de apreciar a flora da região, repleta de bromélias gigantes, e testemunhar o por do sol a bordo de uma típica embarcação.

Os pratos típicos da Bahia são das mais caprichosas iguarias mundiais. Mas não servem só para “matar a fome”. O vatapá, caruru, abará e acarajé são também oferendas aos santos famosos, como a Iemanjá, rainha e senhora da maior devoção pagã da região.

Religião por todos os poros Os nativos dizem que Salvador tem 365 igrejas, uma por cada dia do ano. Uma herança deixada pelos portugueses que convive irmãmente com o Candomblé e seus Orixás.

Atrações Salvador é uma das mais belas e visitadas cidades do Brasil. Reúne inúmeras atrações para todos os gostos: praias e belezas naturais, locais históricos, que remetem ao inicío da colonização brasileira, muita música, gastronomia típica, religiosidade, capoeira, além de possuir o maior carnaval do mundo.


Tiago Bonito é o novo Chefe Executivo do Largo do Paço O Largo do Paço, restaurante do hotel Casa da Calçada Relais & Châteaux, tem um novo chefe executivo. O chefe Tiago Bonito assume o comando da cozinha deste restaurante, detentor de uma estrela Michelin. Com 30 anos de idade, Tiago Bonito tem-se vindo a destacar no panorama da mais alta gastronomia nacional. Assumindo entusiasticamente o seu perfil criativo e inovador e a sua forte paixão pelas artes da cozinha, o chefe Tiago Bonito é considerado um afirmado talento da alta cozinha portuguesa, tendo conquistado o título de Chefe Cozinheiro do Ano em 2011, no mesmo concurso em que se distinguiu com o Troféu de Inovação. Já em 2016, com o chefe Tiago Bonito a liderar a equipa de cozinha do ‘Lisboeta’, o restaurante da Pousada de Lisboa conquistou o prémio Revelação do Ano 2016 do conceituado guia português Boa Cama Boa Mesa. Dedicado, exigente e perfeccionista, o chefe Tiago Bonito chega agora ao Largo do Paço depois de ter passado pela cozinha do Tróia Design Hotel, de onde transitou como chefe executivo para o Vilalara Thalassa Resort, e daí para o ‘Lisboeta’. Mais recentemente foi consultor de F&B do Tivoli Avenida da Liberdade.

Do seu percurso profissional destacam-se ainda os estágios realizados no restaurante Vila Joya (Algarve), no Alinea (Chicago), detentor de três estrelas Michelin, e no D.O.M (São Paulo), com duas estrelas Michelin, onde teve a oportunidade de trabalhar diretamente com alguns dos melhores chefes do mundo. O Largo do Paço, integrado no hotel de charme Casa da Calçada Relais & Châteaux, é um restaurante de referência na alta gastronomia portuguesa. Conquistou em 2005 a Estrela Michelin e desde então tem vindo a acumular sucessivos prémios nacionais e internacionais. O restaurante está aberto todos os dias, entre as 12h30 e as 15h00 e das 19h30 às 22h30.

João Gomes integra BedOnline A Bedonline, distribuidor global de alojamento e produtos complementares exclusivo para agências de viagem, anunciou a incorporação de João Gomes como novo diretor de vendas para Portugal. Com mais de 20 anos de experiência na indústria turística, João Gomes tem desempenhado funções como diretor de contas em destacadas empresas tanto em B2B como B2C, muitas delas diretamente relacionadas com tecnologia. Anteriormente à sua entrada na Bedsonline, João Gomes ocupou o cargo de gestor de inovação na GeoStar, onde foi também responsável na área de desenvolvimento de negócios e clientes. Além disso, entre 2009 e 2014 também foi diretor de contas para Portugal e Gibraltar na British Airways, empresa onde iniciou funções em 1997 como agente de vendas. Carlos Feliu, diretor de vendas a nível mundial, assinalou que "é uma honra dar as boas-vindas ao João à família de Bedsonline. A sua destacada trajetória serviu-lhe para conhecer todas as necessidades dos clientes, pelo que creio profundamente que o seu trabalho permitir-nos-á um forte crescimento em Portugal, o quarto mercado para a Bedsonline a nível europeu e o quinto a nível mundial, logo atrás de Espanha, México, França e do Reino Unido.” Feliu acrescenta: “a entrada do João está relacionada com a estratégia que temos estado a impulsionar neste último ano para assentar a liderança da Bedsonline a nível europeu, líder ao dia de hoje no sector da distribuição on-line a nível mundial. Igualmente, quero destacar que na Bedsonline fechámos o ano passado com mais 60% do seu produto de alojamento, passando de 75.000 a 120.000 propriedades, e incrementando em 15% as atividades (12.000) e em 25% (20.000) em serviços de transferes que oferecemos através de nossa plataforma on-line.”

Rembert Euling regressa ao controlo da MTS Globe O ex-maior acionista da MTS Globe, Rembert Euling, optou por recomprar as ações do grupo e continuar a mantê-lo como uma rede independente de parcerias, na sequência do anúncio de planos da GTA para se juntar ao Grupo Hotelbeds. A equipa de gestão, IT e operações da MTS Globe permanece sem alterações, com Francisco Girona e Michael Frey na liderança, como CEOs, e Rembert Euling como Presidente do Conselho de Administração. Com esta separação, a GTA continuará a construir o seu portfolio de destinos

de praia, complementando o de cidades, enquanto a MTS Globe seguirá uma estratégia destinada a torná-la no DMC líder nos destinos de mass-market de sol e praia, com uma forte posição no negócio do hotel trading. Ambas as empresas continuarão disponíveis para identificar oportunidades para uma potencial colaboração futura. Rembert Euling, o fundador e maior acionista da MTS Globe, havia cedido a sua posição à GTA, em setembro de 2016, mantendo-se, contudo, como acionista da nova joint-venture, tendo agora optado

pela recompra das mesmas ações. A MTS Globe é o maior grupo independente de Incoming na Europa, operando em 15 países, incluindo Portugal, onde o seu negócio é liderado por Raquel Oliveira. Recentemente apostou também em destinos de longo curso, através da abertura de DMCs nas Caraíbas e nos EAU. Em conjunto com a OTS Globe, a divisão de hotel trading do grupo, a MTS Globe assegurou uma forte posição no mercado dos destinos de Sol e Praia e, através da Axis Data, fornece soluções tecnológicas para parceiros em mais de 60 destinos.

europcar.pt


COM PATROCíNIO

Mário Custódio assume direção do Tivoli Palácio de Seteais e do Tivoli Sintra A Tivoli Hotels & Resorts nomeou Mário Custódio para o cargo de Diretor-Geral do icónico Tivoli Palácio de Seteais e do charmoso Tivoli Sintra, função que assumiu no início do mês de março. Mário Custódio conta com uma experiência de cerca de 30 anos no setor da hotelaria, desempenhando funções de gestão hoteleira há mais de 15 anos. Passou por vários grupos portugueses, nomeadamente o Vila Galé e o Pestana. Junta-se à Tivoli em junho de 2002, para assumir a direção de Food and Beverage no Tivoli Lagos, seguido do Tivoli Marina Portimão e Tivoli Marina Vilamoura. Regressa ao Tivoli Lagos como Diretor-Geral em 2010 e, em 2012, ruma a Vilamoura para liderar o Tivoli Victoria e o The Residences at Victoria Clube de Golfe. Depois de mais de 4 anos aos comandos das duas unidades em Vilamoura, no Algarve, Mário Custódio chega ao Tivoli Palácio de Seteais, em Sintra, com a missão de preparar o reposicionamento desta unidade enquanto palace-hotel, um plano previsto para 2018. Por sua vez, os objetivos para o Tivoli Sintra passam por garantir um crescimento do volume de negócios.

ITP nomeia novo membro para Conselho de Direção não-Executivo A ITP – International Travel Partnership, um dos consórcios de gestão de viagens com crescimento mais rápido do mundo, acaba de anunciar a entrada de Simon Dugan para o Conselho de Direção não-Executivo da rede, substituindo Paul Allan. Durante vários anos, a ITP foi coordenada por um Conselho de cinco parceiros representantes de vários mercados internacionais. Cada membro garante, num período mínimo de dois anos, que os esforços da equipa satisfaçam as expectativas comerciais de todos os parceiros e forneçam o nível adequado de apoio entre todas as infraestruturas. Atualmente, os membros do Conselho são gestores parceiros da ITP na Austrália, Alemanha, Omã, Reino Unido e Estados Unidos. Simon Dugan foi apontado pelo parceiro da ITP no Reino Unido, Ian Allan Travel, no qual assume as funções de Diretor de Vendas e Account Management. O presidente da ITP, Jean-Claude Fert, comenta a nomeação: “Simon traz para a rede uma riqueza de conhecimento e experiência em viagens de negócios. É apaixonado pela nossa indústria e pelas oportunidades que a ITP apresenta ao mercado. Simon também é bem conhecido na rede ITP e tem muitos contactos que o ajudarão a assumir suas novas responsabilidades”. A TQ Travel Quality é representante exclusiva da ITP em Portugal e irá participar no congresso anual da rede que se realizará este ano em Omã e que reúne agentes de viagens de diferentes mercados internacionais.

Stefan Kreuzpaintner nomeado Vice-presidente Vendas do Grupo Lufthansa para a região de vendas EMEA Stefan Kreuzpaintner assumiu, no dia 1 de maio, funções de vice-presidente Vendas EMEA (Europa, Médio Oriente e África) das companhias aéreas do Grupo Lufthansa. Stefan Kreuzpaintner será responsável por todas as atividades comerciais e de vendas na região EMEA que engloba 74 mercados na Europa (exceto os mercados nacionais das respetivas companhias aéreas da Áustria, Alemanha e Suíça), o Médio Oriente assim como África. A partir de Frankfurt, Stefan Kreuzpaintner dirigirá as aéreas – recentemente unidas – da Europa e do Médio Oriente/África para as companhias aéreas premium do Grupo (Austrian Airlines, Lufthansa e SWISS). Além disso, Stefan Kreuzpaintner e toda a sua equipa de vendas irão representar a Brussels Airlines em muitos desses mercados assim como apoiar as atividades de vendas da Eurowings. Nesta função, Stefan Kreuzpaintner irá reportar à sua antecessora, Heike Birlenbach, atualmente vice-presidente Sénior Vendas das Companhias Aéreas de Placa Giratória da Lufthansa e CCO (Chief Commercial Officer) da Placa Giratória de Frankfurt. Para Heike Birlenbach, “com Stefan Kreuzpaintner nomeámos um excelente gestor com uma vasta experiência dentro do Grupo Lufthansa, incluindo Planeamento da Rede, Gestão de Receitas, Distribuição e Vendas. Com a sua qualificação e dedicação iremos fortalecer a aproximação aos nossos clientes premium nesses mercados-chave. A ligação de Stefan Kreuzpaintner às nossas marcas mais fortes - Austrian, Lufthansa e SWISS – vai ao encontro da nossa estratégia comercial para aumentar a escolha e a flexibilidade dos clientes dentro do Grupo Lufthansa no futuro”. Antes de começar a trabalhar na Lufthansa, Stefan Kreuzpaintner fez uma aprendizagem no Commerzbank, tendo-se depois licenciado em Gestão Internacional na Universidade de Maastricht. Doutorou-se em 2003 pela Universidade de St. Gallen, Suíça. No mesmo ano, começou a sua carreira na Lufthansa em Frankfurt como Gestor de Rede para África e Médio Oriente. Dois anos mais tarde, passou para a equipa de Gestão de Receitas em Munique, a segunda placa giratória da Lufthansa, onde foi nomeado Director de toda a unidade de Gestão de Receitas em Munique em 2007. Em Outubro de 2012, Stefan Kreuzpaintner mudouse para a organização de vendas como diretor-geral do Grupo Lufthansa em Espanha e Portugal. Em março de 2015, mudou-se para Bruxelas para ocupar o lugar de Vice-Presidente para Preço, Gestão de Receitas & Distribuição da Brussels Airlines, onde continuou a fortalecer a competitividade e o modelo de negócio da principal companhia aérea da Bélgica, que será totalmente integrada no Grupo Eurowings nos próximos dois anos.


Últimas

34

viajar 2017 / maio

Alicante procura atrair muitos mais portugueses com nova operação da TAP

TAP Victoria conquista “Freddie Award” O programa de fidelização da Companhia aérea nacional – TAP Victoria – foi distinguido ontem, nos EUA, com mais um prémio internacional, na 27ª edição dos “Freddie Awards”. A cerimónia de entrega dos prémios “Freddie” teve lugar em Jersey City, Nova Jérsia, onde foram destacados os melhores programas de passageiro frequente de companhias aéreas de todo o mundo. Nomeado em cinco categorias e num universo de 223 programas de fidelização, o TAP Victoria foi reconhecido com o “Prémio 210” para a Europa/África, um troféu que é atribuído ao programa de fidelização que obtém as pontuações mais elevadas entre os respetivos votantes, classificando-o, desta forma, como programa em ascensão e para o qual o mercado e a indústria devem olhar. De acordo com Lígia Vieira, responsável pelo programa de fidelização da TAP, “a equipa do Victoria está muito feliz com o reconhecimento feito pelos nossos Clientes e pelo facto do esforço efetuado nos últimos anos ir ao encontro das suas aspirações e expectativas, através da oferta de novos produtos e da negociação de novas parcerias. Vamos continuar a trabalhar para posicionar o Victoria entre os melhores programas do mundo.” O programa Victoria classificou-se ainda em terceiro lugar nas categorias “Melhor Programa de Elite”, “Melhor Capacidade na Utilização de Milhas” e “Melhor Cartão de Crédito de Fidelização” e em quarto lugar nas categorias “Programa do Ano” e “Melhor Atendimento ao Cliente”. Para além do galardão conquistado

este ano, relativo ao ano de 2016, o programa Victoria conta já com seis “Freddie Awards”, entre os quais o prémio de “Programa do Ano”, atribuído em 2006. À parte dos “Freddie”, o programa tem vindo a qualificar-se de forma positiva com outros prémios, nomeadamente a medalha de prata atribuída pelo site brasileiro Melhores Destinos, em 2017, com cerca de 14 por cento dos votos, tendo sido ultrapassado apenas pelo Latampass (15 por cento dos votos), e colocando-se à frente da AAdvantage, da American Airlines. Este mesmo prémio já havia sido atribuído ao programa da TAP em 2016. A competição “Freddie Awards” surgiu em 1988 com o objetivo de dar voz ao passageiro frequente e honrar os esforços de uma indústria que conta com mais de 300 milhões de membros em todo o mundo. Os “Freddie Awards” estão abertos a todos os programas de fidelidade, sendo os vencedores selecionados por membros de programas de passageiro frequente de todo o mundo. Os eleitores podem votar no seu programa de fidelidade favorito numa das três regiões geográficas a concurso – Europa/África, Américas e Ásia/Oceânia –, residindo o critério para a escolha dos vencedores na qualidade da votação e não na quantidade, uma vez que os participantes atribuem um valor a cada um dos concorrentes na respetiva classificação. O “Prémio 210” foi atribuído ao programa Victoria da TAP numa competição que, este ano, totalizou mais de 25 milhões de votos de 4.2 milhões de passageiros frequentes oriundos de 237 países.

A cidade de Alicante poderá vir a registar um aumento significativo de portugueses com o início da operação da TAP entre Lisboa e aquela cidade espanhola da província de Costa Blanca, a partir de 10 de junho. Atualmente a ocupar o 12º lugar no ranking de mercados que chegam à cidade por ano, Eva Montesinos, vereadora de Turismo da Câmara Municipal de Alicante, afirmou à VIAJAR que o objetivo passa por os portugueses virem a ocupar a 8ª posição. A responsável está segura que a nova rota da TAP vai ajudar na “existência de maiores fluxos de procura, não só ao nível do turismo, como de outros sectores da economia, entre eles o segmento de eventos e congressos”. De forma a conseguir obter maiores frutos, o Turismo de Alicante e da Costa Blanca estiveram em Lisboa, nos últimos dias de abril, a promover uma ação de promoção na Praça D. Pedro IV, mais conhecida por Rossio, trazendo até à capital portuguesa uma mostra das típicas Festas de São João e as Hogueras, duas das principais festas de Alicante, que atraem todos os anos milhares de turistas.

CALENDÁRIO DE FEIRAS INTERNACIONAIS 03 Mai - 05 Mai 03 May - 06 Mai 05 Mai - 07 Mai 05 Mai - 07 Mai 05 Mai - 08 Mai 07 Mai - 09 Mai 07 Mai - 09 Mai 10 Mai - 12 Mai 11 Mai - 13 Mai 12 May - 13 Mai 16 Mai - 18 Mai 16 Mai - 18 Mai 01 Jun - 04 Jun 01 Jun - 04 Jun 15 Jun - 18 Jun 23 Jun - 25 Jun 07 Jul - 09 Jul 12 Jul - 13 Jul 14 Jul - 15 Jul 01 Set - 03 Set

HD Expo FITCuba Expo Mamá Travelexpo Peru Travel Market AFRAA'S GTM Germany Travel Mart EXPOTUR ARLAG Region Tour Expo IMEX Indaba KOTFA Himalayan Travel Mart ITE BITE TTF Hawaii Lodging Expo TTF TTF

Las Vegas La Habana Quito Palermo Lima Hammamet Bremen San Jose Guadalajara Trencin Frankfurt/Main Durban Seoul Kathmandu Hongkong Beijing Calcutá Honolulu Hyderabad Ahmedabad

EUA Cuba Equador Itália Peru Tunísia Alemanha Costa Rica México Eslováquia Alemanha África do Sul Coreia do Sul Nepal China China Índia EUA Índia Índia




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.