Viajar Magazine - Fevereiro 2018

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pestana Anuncia novo CR7 Lifestyle Hotel em Marraquexe

MAGAZINE PARA PROFISSIONAIS Nº 369 - 2ª série - Preço 2,00 €

BTL 2018

"Players" do setor antecipam novidades hotelaria

AHP prevê abertura de 61 novos hotéis em 2018 entrevista

Cláudia Monteiro de Aguiar, deputada no Parlamento Europeu

Investimento em formação e big Data para um turismo mais sustentável Zurab Pololikashvili secretário geral da OMT

“As minhas prioridades são a criação de emprego, inovação e sustentabilidade”

Um mundo de soluções de mobilidade para o ajudar a servir melhor os seus clientes

europcar.pt

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AVIAÇÃO COMERCIAL E TURISMO FEVEREIRO 2018

costa cruzeiros Aumenta oferta em Lisboa



viajar 2018 / FEVEREIRO

Em foco

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Observação Aí está ela, uma vez mais… a BTL dos portugueses Chegada, uma vez mais, a BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, nada melhor que falar com os players que lá irão marcar presença para saber as novidades que tencionam apresentar no certame deste ano e quais as suas perspetivas para aquela que é a maior feira do Turismo em Portugal, sobretudo numa altura em que o setor cresce como nunca antes visto e é reconhecido até pelas mais elevadas entidades internacionais, como foi o caso em Dezembro dos World Travel Awards, em que arrecadou o galardão de Melhor Destino Turístico do Mundo. Como grande entrevista temos a eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar, que nos dá conta das ações que tem promovido em prol do Turismo nacional na Europa, assim como estivemos à conversa com o novo secretário-geral da Organização Mundial de Turismo, Zurab Pololikashvili, que escolheu Portugal para a sua primeira visita oficial. Deixe-se encantar pelo novíssimo WC Beautique Hotel, localizado em pleno coração de Lisboa, e que deixará os hóspedes encantados por poderem literalmente dormir numa casa de banho de luxo. Estas são apenas algumas das novidades que a VIAJAR irá levar até si nesta edição de fevereiro. Boas leituras sempre a VIAJAR!

Turismo de Portugal apoia 100 empreendedores em 2018

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Turismo de Portugal apoia 100 empreendedores nas edições 2018 do programa de aceleração Tourism Creative Factory, que arrancou no início do ano com roadshows e bootcamps de empreendedorismo. Alargado a todo o território nacional (excetuando as Regiões Autónomas) e às 12 escolas do Turismo de Portugal, o programa está subordinado ao tema “Push 4 Tourism”, permitindo a aceleração de 50 micro-negócios em cada uma das edições a decorrer este ano. No total das duas edições, prevê-se a abertura de 40 novas empresas, distribuídas pelas diversas regiões do país. Gastronomia e restauração, alojamento local e rural, enoturismo, saúde e bemestar, turismo inclusivo e turismo religioso são alguns exemplos do tipo de projetos pretendidos pelo Tourism Creative Factory que disponibiliza um bootcamp intensivo, uma rede de mentores, um plano de formação e tourism labs, num programa com a duração de quatro meses. Ao contrário da primeira edição, que teve apenas uma fase nacional, a edição “Push4Tourism” decorrerá em quatro localizações (Algarve, Grande Lisboa, Centro e Grande Porto) envolvendo diversos parceiros institucionais, como a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. “Portugal tem conseguido aumentar, de ano para ano, o número de turistas, assim como, a duração média da sua estadia e o gasto médio de cada uma. Mas ainda não estamos satisfeitos, queremos mais e

Diretor Francisco Duarte Chefe de Redação Sílvia Guimarães redação Sandra Martins Pereira Editor SR Editores, Lda direção, redação e publicidade Rua Jaime Batalha Reis, nº 1C- r/c C 1500-679 Lisboa Telfs.: 21 7543190 • e-mail: viajar@sreditores.pt

melhores turistas. Para isso, temos de ter uma oferta de experiências, de norte a sul do país, que permita satisfazer os diferentes gostos e costumes. Nesse sentido, o Tourism Creative Factory complementa a restante oferta de programas de aceleração na área do turismo - com foco principal nas ideias de base tecnológica -, dando espaço aos micro-negócios de base local, que pretendam contribuir para a cadeia de valor da região onde estão inseridos”, refere Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal. O Tourism Creative Factory é uma das iniciativas que integra o projeto formativo do Turismo de Portugal, denominado Tourism Training Talent, recentemente reconhecido em termos internacionais pela Organização Mundial do Turismo, como um exemplo de capacitação das futuras gerações de recursos humanos do setor. “Não obstante a elevada empregabilidade da Rede de Escolas do Turismo de Portugal, torna-se imperioso disponibilizar, não só aos alunos, mas também à restante comunidade, o conhecimento acumulado, por uma rede de profissionais que trabalha há dezenas de anos no setor, ao serviço da criação de mais e melhores empresas na área do turismo”, acrescenta o presidente do Turismo de Portugal. O apoio ao empreendedorismo e à inovação é uma das linhas prioritárias da atuação do Turismo de Portugal para atingir os objetivos delineados na Estratégia Turismo 2027, que pretendem posicionar Portugal como um polo de referência internacional neste domínio.

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Opinião

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viajar 2018 / FEVereiro

Não há realidades eternas

H Miguel Quintas n Diretor

Geral Parcela Já

Para competir no presente e mais ainda num futuro próximo, as pessoas e empresários têm que se atualizar à velocidade dos interesses da sociedade e da economia. Isto não é novidade. Mas a questão que se coloca é: qual a capacidade humana de se adaptar e de se querer adaptar?

oje li em algum sítio, não sei precisar onde, mas recordo-me que o texto vinha de uma empresa brasileira de marketing e comunicação, que afirmava que o primeiro email foi enviado em 1971. De seguida a frase que me captou a atenção acabava com: “email marketing já é coisa do século passado.” Achei curioso, sorri porque o achei genuíno e verdadeiro e fiquei apreensivo (mais uma vez) por cumprir-se a mesma máxima sobre a velocidade vertiginosa com que o mundo avança. Não quero cair nos lugares comuns, mas costumo dar como exemplo que, quando entrei na universidade, os planos económicos de empresas eram feitos a 10 anos. Quando saí, os planos eram feitos a 5 anos. Hoje em dia, quem quiser acertar num plano a 3 anos, está muito perto de fazer futurologia. Falando de negócios, para competir no presente e mais ainda num futuro próximo, as pessoas e empresários têm que se atualizar à velocidade dos interesses da sociedade e da economia. Isto não é novidade. Mas a questão que se coloca é: qual a capacidade humana de se adaptar e de se querer adaptar? Quanta energia é necessário para lá chegar? A Geração “Millennial” (nascidos entre 1981 e 1997) serão a maior força de trabalho em 2020. Esta é primeira geração que começou a ser “socializada” e educada na internet e que, com esse processo, passou também a ser a primeira geração do “quero aqui e agora”. O nível de exigência e expetativas que têm para quem os serve é muito superior ao das gerações anteriores. Veja-se, por exemplo, a relação que têm com o trabalho: 44% daquela geração prevê apenas estar 2 anos no seu

posto de trabalho, pois têm como grande objetivo a sua formação profissional. Ou mesmo outro exemplo: 74% daquela geração acha inaceitável esperar mais de 10 minutos por um voo. Com a capacidade financeira associada à maior força de trabalho em 2020, esta Geração “Millennial” vai exigir muito mais do setor do turismo (e dos demais). E quando não encontrar, procurará outros canais alternativos que lhe supram as aspirações. Ao mesmo tempo, teremos ainda em concorrência as gerações anteriores (X e Y) que aí estarão para conviver profissionalmente, nomeadamente no que diz respeito a servir e ser servido. O certo é que as tendências não enganam e o nosso sector está a ser moldado para ambientes recentemente não imaginados e quem não apanhar o comboio ficará para trás. Há dias, na FITUR em Madrid, os temas sobre Big Data, robotização, desenvolvimento tecnológico massivo ou experiência individual do cliente, que eram abordados há 3 anos como longínquo futuro, deixaram de o ser. Hoje, já são práticas reais e investe-se profundamente nestes temas. Como empresário, preocupa-me a capacidade financeira e know-how das PMEs para se adaptarem a este futuro, pois haverá casos em que, mesmo querendo, dificilmente serão capazes face ao enorme investimento dos grandes grupos económicos ou dos mais ágeis tecnológica e socialmente. Como membro da Geração X (início de 1960 a início de 80) estimula-me e fascina-me, ao mesmo tempo, este novo ciclo de geração a chegar e que parece que não aceitar fazer “parar” o tempo.



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Players do Turismo com presença bastante interveniente na BTL Com mais uma edição da BTL à porta, a Viajar decidiu falar com alguns players do setor para saber quais serão as novidades que irão levar àquela que é a maior feira do Turismo a nível nacional. Embora o segredo seja a alma do negócio, vários foram os que deixaram cair um pouco o pano e revelaram o que de maior interesse irão levar ao certame. todos consideram a BTL como fundamental para se promoverem e estarem em contacto com todos os intervenientes do setor, tanto a nível nacional como internacional.

Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT

APAVT prevê dinâmica e crescimento com aumento dos associados presentes

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APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo vai estar presente, uma vez mais, na BTL com o maior stand da feira. Este ano, aquele que ganhou já, segundo Pedro Costa Ferreira, “um estatuto de «ponto de encontro» dos profissionais”, terá ao todo 972 m2. O presidente da associação acredita que este será um estatuto que “se consolidará com toda a certeza este ano” e, além disso, vê no “crescimento de associados presentes” uma “dinâmica de crescimento” que, conforme indica “é para continuar”. O dirigente associativo adiantou à Viajar que “o stand «vestirá» diferentes vestes, ao logo dos di-

ferentes dias da feira. “Incoming, operadores turísticos e parceiros tecnológicos estarão até final de sexta, numa lógica de b2b. Na noite de sexta e fim de semana, o stand vestirá a pele do b2c e aí será a altura das agências de outgoing”, disse, revelando que “no b2b, estarão presentes cerca de 50 empresas, correspondendo a 9% de crescimento relativamente ao ano passado”, ao passo que “no b2c serão cerca de 53 postos de venda, 14 marcas e 38 empresas, realidade que representará um crescimento de cerca de 36%. “Realmente, passámos, em seis anos, de um stand meramente institucional, para o maior

stand privado da BTL, fruto de um investimento da parte dos nossos associados, em três áreas diferentes – o incoming, os operadores turísticos e o outgoing. Evidentemente, para toda esta solidez, foi essencial a existência da parceria com a Travelport. Não teria sido possível atingir esta dimensão sem um parceiro forte, e perfeita conjugação de esforços”, enalteceu. Na edição deste ano, Pedro Costa Ferreira afirma que seguirão a organização de anos anteriores, mas irão contar com “inúmeras surpresas e inovações”, que acredita virem a permitir “ainda maior atração de parceiros e consumidores finais”.

Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve

Turismo do Algarve apresenta-se com novo stand promocional

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Região de Turismo do Algarve irá apresentar-se este ano na BTL com um novo stand promocional de 702m2. Desidério Silva, presidente da entidade, avançou, à Viajar, que o design do novo stande “representa as icónicas falésias e grutas algarvias, integrando 16 módulos de destino para os municípios da região e 20 módulos de negócio”. Durante o certame, a RTA vai apresentar ainda algumas novidades, entre as quais “o novo site promocional do Algarve (www.visitalgarve.pt), a quarta edição da Algarve Nature Week

– que irá decorrer de 13 a 22 de abril com experiências ao ar livre a preços muito acessíveis – e os resultados do projeto Cycling & Walking, que tem no Algarve a sua região-piloto e que visa aumentar o número de turistas que viajam para este destino com a motivação direta de praticar caminhadas e ciclismo fora da época alta”, referiu. “Destaco ainda os vários momentos gastronómicos organizados em parceria com a Tertúlia Algarvia, no âmbito do projeto Algarve Cooking Vacations, um concerto de música de câmara com a Orquestra Clássica do Sul e

a apresentação da segunda temporada da novela Paixão da SIC, com a presença do elenco no stand do Algarve, região que serve de cenário à rodagem”, acrescentou o responsável. O Turismo de Natureza, a Gastronomia e Vinhos e o Turismo Cultural são assim as fortes apostas do Turismo do Algarve para esta edição da BTL. Quanto a perspetivas, Desidério Silva afirma que “são sempre positivas”, até porque “a BTL é o salão de referência para a indústria do turismo nacional e internacional”, e depois porque, “neste momento, Portugal está

no centro das atenções a nível turístico, pelo que acreditamos que a edição deste ano da BTL também vá refletir o crescimento do setor. Esta é sempre uma ótima oportunidade para ouvir o mercado, fazer negócio e contactar com o público, apresentando os atrativos da região de uma forma original”.


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Pedro machado, presidente da Turismo Centro de Portugal

Centro de Portugal é destino nacional convidado...

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sta é uma distinção que “muito gratifica” a Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal e que na sua opinião “constitui uma oportunidade de ouro para que o Centro de Portugal mostre o que tem de melhor e que faz desta região verdadeiramente única na sua diversidade”. Pedro Machado adiantou que, este ano, “a área de exposição ao dispor da região é significativamente superior à do ano passado, com um total de 702m2” e que a presença da entidade irá “assentar sobretudo em experiências e em produtos, com especial destaque às empresas dos territórios afetados pelos incêndios no ano passado”. “O nosso stand vai apresentar elementos de animação e de ativação de alguns produtos-âncora do Centro de Portugal, de que são exemplos o turismo cultural e patrimonial, com os Lugares Património Mundial do Centro (Mosteiro da Batalha, Mosteiro de Alcobaça, Universidade de Coimbra, Alta e Sofia e Convento de Cristo de Tomar); o turismo ativo e desportivo, com o surf, o golfe ou o cycling”, referiu. Por outro lado, enquanto destino convidado da BTL, irão dispor de “espaços de comunicação próprios em lugares estratégicos da cidade de Lisboa, acordados com a Câmara Municipal, para promoção e comunicação do Centro de Portugal”. Pedro Machado vê este convite por parte da direção de feira como “um excelente cartão de visita e uma porta de entrada privilegiada, para os muitos visitantes que vão ter a curiosidade de visitar o espaço do Centro de Portugal”. “Há alguns anos que adotámos estratégias tendentes a fazer aumentar a visibilidade da marca Turismo Centro de Portugal, estratégias essas que têm alcançado resultados francamente muito bons. Esta região é a que mais tem crescido nos últimos anos. Os números mais recentes, relativos a novembro, dão conta de uma subida de 20% nas dormidas, face a novembro de 2016. Sermos o destino convidado da BTL em 2018 é o reconhecimento desse trabalho. Mas não estamos satisfeitos. Queremos continuar a levar a cada vez mais pessoas, e cada vez mais longe, a marca e os produtos do destino Centro de Portugal. Dessa forma, granjeamos igualmente reconhecimento para o esforço dos nossos parceiros: os empresários que têm sabido dar a volta a situações muito difíceis, e até dramáticas, como foram os incêndios do ano passado. Pertence-lhes grande parte do sucesso alcançado”, evidenciou o profissional. Pedro Machado concluiu a afirmar que pretende “aproveitar a mediatização que vai decorrer por ocasião da BTL para dizer ao mercado que o Centro de Portugal foi atingido, sim, mas continua um destino maravilhoso, com equipamentos e produtos diversificados, e está em perfeitas condições para poder continuar a afirmar-se como um destino turístico de exceção”.

Abdellatif Achachi, diretor do Turismo de Marrocos para Portugal

… e Marrocos o destino internacional convidado

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endo em conta que, no final do ano passado, a TAP começou a operar um voo direto entre Lisboa e Fez, o Turismo de Marrocos irá trazer esta novidade em destaque para a BTL. “O Turismo de Marrocos, enquanto parceiro da companhia aérea nacional portuguesa, está a apoiar todo o empenho desenvolvido pela companhia para o destino Marrocos há já 5 anos. O destino Fez já registou um aumento de 50% das chegadas e quase 50% de crescimento das dormidas num prazo de apenas um mês”, disse Abdellatif Achachi, à Viajar, diretor do Turismo de Marrocos para Portugal. Saïdia, o destino preferido dos portugueses em Marrocos, também estará em grande destaque, dado que “os portugueses são o primeiro e mais importante mercado desta estância balnear nos últimos quatro anos”. Já o destino Agadir “ganhou destaque mais uma vez e captou o interesse de vários operadores turísticos que programaram fortemente este produto como comprova o crescimento de 99% das chegadas e de 44 % das dormidas” e, por isso, também estará presente no certame. No que respeita a ter sido o país internacional convidado da BTL deste ano, Abdellatif Achachi confirma ter “muita honra” e vê aqui uma “excelente oportunidade para fortalecer a posição do Turismo de Marrocos perante os profissionais portugueses e sobretudo perante os diversos parceiros”. Também, “os profissionais marroquinos que estarão ao nosso lado enquanto co-expositores irão explorar esta oportunidade para concretizar seus negócios com mais força e dinamismo”, explicou. Para o diretor daquele país do norte de África, “a BTL é uma das feiras internacionais do turismo incontornáveis”, sobretudo porque, hoje em dia, “Portugal conhece uma expansão do turismo, a prova é ter sido eleito melhor destino do Mundo em 2017. Basta ver o crescimento do RevPar, da taxa de ocupação dos hotéis, do volume das chegadas nos diversos aeroportos e do desempenho em geral deste setor vital para Portugal”. No entanto, Abdellatif Achachi deixa claro que “a BTL tem de fortalecer-se mais para atrair mais países e mais profissionais internacionais”.


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Paulo Menezes, presidente da SATA

Azores Airlines dá a conhecer novo A321 Neo e programa Stopover Azores

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Azores Airlines vai ser a primeira companhia aérea portuguesa a receber o novo Airbus A321 Neo e esse será um dos seus grandes destaques na BTL de 2018. Paulo Menezes, presidente da companhia aérea açoriana, disse à Viajar que este novo aparelho de nova geração irá “assegurar as ligações entre Ponta Delgada e Lisboa a Boston”, oferecendo “mais conforto e fiabilidade” aos passageiros. Outro dos destaques passará pelo Stopover Azores. “Este produto permite aos nossos passageiros, ao voarem entre os Estados Unidos (Boston), Canadá (Toronto) e Portugal (Lisboa, Porto e Funchal), que conheçam os Açores. Terão a possibilidade de permanecer nos Açores entre 24 horas e até 7 dias, sem qualquer custo adicional no preço do bilhete. Passageiros que viagem entre Portugal e a América do Norte também terão a possibi-

lidade de usufruir deste programa. O Stopover Azores permitirá também que os nossos passageiros tenham descontos em hotéis, restaurantes e em várias experiencias que só os Açores proporcionam”, explicou. Para terminar a nível de novidades, a Azores Airlines irá aproveitar a oportunidade da BTL para apresentar a sua operação para o Verão, “com voos diretos para Lisboa à partida de São Miguel, Terceira, Santa Maria, Faial e Pico, assim como voos diretos todos os dias entre São Miguel e Porto”. Paulo Menezes, tendo em conta todas estas novidades, assegura que a “Azores Airlines apresentase como a companhia aérea dos Açores ligando verdadeiramente os Açores a Portugal Continental e a mais antiga de Portugal”.

Para esta edição da BTL irão estar presentes com: “um stand que se foca em contar a nossa história, quem somos, até onde chegámos e, mais importante, para onde vamos, o nosso futuro… sem esquecer valores que nos trouxeram até aqui: Fiabilidade, Inovação e Simpatia”.

Por outro lado, Paulo Menezes vê o certame português como “uma oportunidade de mostrar os Açores ao mundo, sendo que o stand está desenhado para apresentar a quem o visita as maravilhas de cada ilha, mostrando que a Azores Airlines tem um posicionamento único no desvendar as maravilhas de todas e de cada uma das ilhas dos Açores”. A escolha de uma nova data para a realização desta edição da BTL permite, segundo o profissional, “um reforço” da ação comercial da companhia junto do trade e dos turistas nacionais em geral. “Permite-nos igualmente avaliar o desempenho do Verão IATA 2018, assim como a começar a trabalhar quanto ao potencial do Inverno 2018/2019, apresentando tarifas e projetos de marketing antecipados, permitindo assim alinhar estratégias conjuntas com os nossos parceiros”.

Nuno Barjona, Mobility & Marketing da EUROPCAR

Mobilidade elétrica será o grande enfoque da Europcar Portugal

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participação da Europcar Portugal na edição de 2018 da BTL terá como enfoque e temática a mobilidade elétrica, integrado no stand da APAVT/Travelport. Segundo Nuno Barjona, head of Mobility & Marketing da empresa de rent-a-car em Portugal, “a preocupação da Europcar Portugal com o meio ambiente é uma constante, adotando e desenvolvendo medidas e ações preventivas sempre que necessário”. Neste âmbito, irão contar com uma dinâmica que “consiste num passatempo que é um pequeno gesto de incentivo à mobilidade elétrica e alternativa e que permitirá aos participantes do setor do turismo habilitarem-se a ganhar uma bicicleta elétrica”. No entanto, o responsável garante que este passatempo é apenas uma das atividades que “usualmente” criam para “surpreender os parceiros, clientes, media, entre outras” e que terão a oportunidade de desvendar a quem visitar o espaço Europcar na BTL. “Os clientes estão atentos a estas questões

e nós procuramos sempre dar resposta às suas necessidades. Fomos, aliás, «Escolha do Consumidor 2018», um reconhecimento que nos deixa muito orgulhosos e que comprova a forma como temos evoluído a nossa

oferta, precisamente, no sentido de dar uma resposta inclusiva e plural tanto para a mobilidade dos clientes particulares como dos clientes empresariais”, evidenciou. Nuno Barjona referiu ainda que a “Europcar foi a pioneira na introdução de diversos serviços no mercado nacional”, facto que pretendem “destacar” durante a feira. A título de exemplo apontou o facto de terem sido “a primeira empresa de rent-a-car a posicionarse como prestadora de serviços de mobilidade no mercado nacional, assim como a primeira a ser certificada pela ISO 14001 em 30/4/2010, além do certificado de qualidade ISO9002 em 2008”. As perspetivas para esta edição “são sempre positivas” e para o profissional “a BTL é já uma tradição para a Europcar Portugal”. “O Turismo é, naturalmente, uma área de negócio fundamental e temos parceiros muito importantes com os quais mantemos uma relação próxima, com frequentes trocas de ideias e de propostas, e esta é mais uma


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Ângelo Grilo, “tour coordinator” da Nortravel

Nortravel com muitas novidades na programação Miguel Quintas, diretor geral da Parcela já

Parcela Já apresenta pagamentos com cartão de crédito direto

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mbora este ano estejam apenas presentes na BTL na ótica de visitas a clientes, a Parcela Já irá, durante a feira, “apresentar uma solução que permite, para além de pagamentos parcelados até 12 meses, pagamentos com cartão de crédito direto nos seus terminais, a taxas muito competitivas”. A novidade foi avançada à Viajar pelo seu diretor-geral, Miguel Quintas. O objetivo da empresa passa por “alargar o espectro de agências de viagens que usam o sistema de parcelamento e compras a crédito da Parcela Já”. Embora sem stand próprio, Miguel Quintas vê na BTL “uma excelente montra de exposição”.

oportunidade para o fazer. A BTL é precisamente um local de encontros e de reencontros, em que aproveitamos para estar com clientes, parceiros e imprensa, de forma pessoal e personalizada. Trata-se de uma presença institucional que se consubstancia num networking intenso, troca de contactos, onde sentimos o pulsar do mercado e em que frequentemente surgem propostas que são reavaliadas e concretizadas ao longo do ano”, explicou.

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Nortravel vai estar este ano presente na BTL com bastantes novidades e Ângelo Grilo, “tour coordinator” do operador, afirma que as expetativas em relação ao certame “são positivas”, dado que “existem índices de crescimento da economia portuguesa, bem como de estabilidade política. O último relatório publicado em 2017 pelo Instituto para a Economia e Paz indica Portugal como o 3º país mais seguro do mundo, apenas precedido por Islândia e Nova Zelândia, e isso é também um trunfo para uma cada vez maior afirmação da marca Portugal, como destino de férias ou de residência”. Para o responsável é “muito positiva” a antecipação da BTL para um mês antes, dado que “o mercado português já interiorizou que os fluxos de turismo no mundo inteiro estão em processo de crescimento e que se queremos determinado destino, hotel ou serviço, temos de fazer reservas atempadamente. Desde o aparecimento da Nortravel que a sua brochura de referência vai para a distribuição em Fevereiro, e desde 2017 lançamos uma outra em Novembro com produto de inverno mas também muitas propostas para todo o ano seguinte”. Ângelo Grilo adiantou à Viajar que no que respeita à programação terão cerca de uma dezena as novidades que irão levar à BTL. “Na Madeira, para além do nosso circuito de 5 dias/4 noites, vamos ter um circuito de 4 dias/3 noites, com a mesma qualidade de sempre, visitando os locais imperdíveis mas com um preço mais competitivo para aquele cliente que tem com menos disponibilidade para dias de férias e que pretende fazer apenas uma pequena escapadela”, referiu. Já para Cabo Verde irão propor “uma viagem com o ADN da Nortravel”, ou seja, um circuito com componente cultural, em regime de tudo incluído, para visita às Ilhas de Santiago, São Vicente e Santo Antão, em voos TAP, voo interno Binter e ligações em ferry. Nas Grandes Viagens, irão ter “Bangkok e Myanmar com saídas de Junho a Outubro de 2018 e duas datas já para 2019”. No entanto, dado o facto de estarem

“constantemente a receber pedidos de viagens em Portugal e Espanha”, decidiram “apresentar dois produtos, de 6 e 9 dias, em autocarro, com guia Nortravel, com muito conteúdo cultural e em regime de tudo incluído. No resto da Europa, no formato tradicional de 8 dias/7 noites, em tudo incluído, vão apresentar “Croácia, Bósnia e Sérvia”, em que o eixo Dubrovnik, Mostar, Sarajevo e Belgrado constituem a coluna vertebral da viagem. Por outro lado, Ângelo Grilo deixou presente que decidiram mudar um pouco “um dos clássicos Nortravel” passando agora a chamar-lhe «França, História e Tradição», além de terem feito um “lifting” a dois produtos que resultaram no produto «Áustria Encantadora e Alemanha Romântica». Ainda na Europa, a Nortravel irá dar a conhecer aos seus clientes, sobretudo no fim de semana da feira, “o produto Islândia, de 5 dias/4 noites, para duas datas específicas na Primavera”. Para terminar, no produto cruzeiros irão passar a apresentar o produto com guia acompanhante, visitas incluídas e voos desde Portugal, tendo o mar do Cabo Norte e a Islândia, operados pelo MSC Meraviglia, como grande novidade.


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Eduardo Cabrita, diretor geral para Portugal da MSC CRUZEIROS

MSC com novidades e promoções

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Catarina Pádua, diretora de marketing da Vila Galé

Vila Galé apresenta novos hotéis

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s novos Vila Galé Sintra, Vila Galé Collection Braga e o resort de Touros, no Brasil, serão os principais destaque da Vila Galé, além do assinalar do 30º aniversário da abertura do primeiro hotel do grupo, hoje Vila Galé Atlântico. Mas, Catarina Pádua, diretora de marketing da Vila garante que as novidades não ficarão por aqui. “Não esquecemos os restantes 28 hotéis da rede e a mais recente unidade, o Vila Galé Porto Ribeira, aberta desde outubro”, enalteceu. A par da divulgação de toda a rede, “vamos comunicar serviços como a realização de eventos, casamentos e festas de aniversário para crianças, as iniciativas gastronómicas e as experiências de enoturismo, ecoturismo, turismo equestre ou culturais”. Paralelamente, e como já é habitual, “estarão expostos os azeites e vinhos Santa Vitória – e as diferentes gamas: Versátil, Santa Vitória, Monocastas, Inevitável – e nos dias exclusivos para profissionais haverá provas”. Por outro lado, “teremos também jogos que permitem ganhar descontos aliciantes para estadias nos hotéis Vila Galé”, avançou. Para a diretora de marketing “a BTL é um evento importante para divulgar os projetos e as marcas do grupo, ou seja, não apenas a Vila Galé, mas também as pizzarias Massa Fina, o clube NEP, os spas Satsanga, os vinhos e azeites Santa Vitória. É fundamental para partilhar novidades e contactar com o trade e com os parceiros de negócio da Vila Galé. E, por outro lado, também contribui para incentivar as reservas antecipadas por parte do cliente final, nos dias em que o evento é aberto ao público. Por isso, temos sempre boas perspetivas, até porque o mercado nacional continua a ser o que tem mais peso nos hotéis da rede em Portugal”.

semelhança dos anos anteriores, “são muitas as novidades” que a MSC Cruzeiros irá ter disponíveis nesta edição da BTL, “no que respeita aos destinos e novos navios, para além de algumas promoções bastante atrativas que os clientes terão acesso durante a feira”, assegura Eduardo Cabrita, diretor geral para Portugal da companhia de cruzeiros italiana. “Iremos fazer um follow-up da promoção atual com a oferta de pacotes Bebidas Incluídas agora para novas reservas em cerca 500 cruzeiros em destinos como Mediterrâneo, Norte da Europa, Cuba e Caraíbas”, adiantou ainda. Presente na maior feira portuguesa dedicada ao Turismo desde que abriu escritórios em Portugal, Eduardo Cabrita justifica esta aposta “determinante” para o posicionamento da MSC enquanto marca de cruzeiros a crescer no mercado português. “É bastante importante e fundamental termos a possibilidade de esclarecer todas as questões sobre este tipo de férias cada vez mais procurado pelos portugueses, bem como beneficiar de todas as trocas e contactos que se proporcionam neste evento seja com os nossos parceiros agentes de viagens ou com os nossos clientes finais”, evidenciou.



Centro de Portugal

Destino Convidado BTL 2018

Almourol

Aveiro

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ão é por acaso que se diz que o Centro de Portugal é “um país dentro do país”. A riqueza e diversidade cultural e histórica da região centro de Portugal tornam este território num destino turístico cada vez mais procurado. No Oeste viaje até à pitoresca vila amuralhada de Óbidos e aproveite para relaxar “corpo e alma” na belíssima praia de Santa Cruz, em Torres Vedras. Se é amante de desportos de aventura, é imperdível uma visita a Peniche e à Nazaré, famosas pelas suas icónicas ondas, que tornam este destino num dos melhores do mundo para fazer surf. Na Lourinhã poderá encontrar o recém-inaugurado Parque Jurássico, com 120 exemplares em tamanho real. Siga depois até à Região de Leiria,

destacam cultura e sabores regionais, e onde “Mar e Serra” se misturam em doces combinações. (Re) descubra a história de Portugal nos castelos de Pombal e de Leiria ou no Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota. Embrenhe-se no fabuloso mundo subterrâneo das Grutas e conheça a arte vidreira na Marinha Grande. Na cidade de Leiria deixe-se surpreender pelas instalações de arte urbana que espalham a criatividade pela cidade. Se preferir os ares da montanha, suba até ao ponto mais alto de Portugal Continental, a região das Beiras e Serra da Estrela. Deixe-se envolver pelo silêncio intenso dos seus vales, perca-se nas míticas Aldeias Históricas, de Xisto e de Montanha, e deixe-se tentar com a riqueza da sua gastronomia.

Buçaco

Se é amante de natureza, de cultura e de sabores, “desça” à região da Beira Baixa, e experiencie “3 dias, 3 experiências: “Do Tejo ao Zêzere”, “Rota dos Museus e Monumentos” e a “Rota do Azeite”. Em Coimbra, a “Cidade dos Estudantes”, sinta-se parte da História através de monumentos deslumbrantes e lugares mágicos. Siga para as ruínas de Conímbriga ou enverede na magia do verde da Mata Nacional do Buçaco. Termine o seu dia à beira mar com o inesquecível pôr-do-sol das praias de Mira ou da Figueira da Foz. Imperdível a visita à região da Bairrada, terra de serra e mar, termas e vinhos, gastronomia e desporto e aceite o convite para descobrir este território através dos cinco sentidos. Saboreie o irresistível leitão da Bairrada, acompanhado por


Vale Glaciar do Zêzere

Grutas

Piodão

Nazaré

Tomar

Serra da Estrela

um dos mais premiados espumantes nacionais. Na região do Médio Tejo, é imperdível a visita à Barragem de Castelo de Bode, reconhecida pelo seu cenário idílico, a pureza das suas águas e a beleza de toda a região. Uma autêntica estância, que une desporto e turismo. Aproveite para fazer a Rota dos Castelos do Tejo, ou a rota do turismo religioso mobilizado em torno de Fátima e de Tomar. Se procura uma experiência de enoturismo, uma das opções é deslocar-se às quintas e solares da região de Viseu Dão Lafões. E não deixe de visitar Viseu, uma cidade vibrante, que lhe dará as boas-vindas com o seu património histórico e cultural único. Por fim, deixe-se levar pelo “mar” de

experiências que pode encontrar na região de Aveiro. Conhecida pela sua incrível biodiversidade, é hoje o espelho de tradições locais, refletindo a cor dos barcos moliceiros e das casas Arte Nova, que encantam cada vez mais turistas. Não termine a viagem sem antes provar os deliciosos ovos-moles. 2018 é o Ano Europeu do Património Cultural, pelo que deixamos a sugestão de que se reencontre, com amigos e/ou em família, com os Lugares Património Mundial do Centro: o Convento de Cristo em Tomar, o Mosteiro de Alcobaça, o Mosteiro da Batalha e a Universidade de Coimbra - Alta e Sofia, um roteiro que se assume como uma expressão de uma oferta de experiências culturais e criativas únicas e inesquecíveis.

Oeste

Porto de Mós


Entrevista Cláudia Monteiro de Aguiar, deputada no Parlamento Europeu

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“Não podemos diabolizar o Turismo”

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deputada no Parlamento Europeu pelo Partido Popular Europeu e tem como comissões as áreas dos Transportes, Turismo, Pescas e Assuntos Marítimos. Acredita que Portugal está no bom caminho, mas tem de investir na formação e no Big Data para encontrar um turismo mais sustentável. A Viajar esteve à conversa com Cláudia Monteiro de Aguiar para analisar o futuro do setor. Viajar – O Turismo de Portugal foi distinguido na Fitur com o 1.º lugar na categoria “Inovação nas Políticas Públicas e Governança” da Organização Mundial de Turismo, com o projeto formativo das Escolas do TP (Tourism, Training, Talent). Pensa que Portugal possa ser um exemplo para outros países? Cláudia Monteiro de Aguiar – Recebemos prémios na formação e nas empresas ligadas à tecnologia, julgo que é fundamental enunciarmos e elevarmos a área empresarial que se tem desenvolvido e esforçado para dar resposta aos desafios que o Turismo enfrenta. Relativamente à formação, obviamente que temos boas escolas de formação, temos vindo a crescer e devemos ser exemplo em muitas coisas, mas também devemos olhar para os bons exemplos, para as boas práticas que acontecem noutros estados-membros e noutros países e daí retirar aquilo que é bom. Portugal, além deste mérito que tem das suas escolas e do meio académico, tem de continuar a evoluir na formação, tendo em consideração o quê? O turista e a procura alteraram-se, as pesquisas são todas feitas à distância de um clique, as novas tecnologias estão aí, não há forma de dar a volta e, portanto, todo o setor, formação inclusive tem de saber se adaptar e evoluir, no sentido de dar resposta àquilo que o turista procura. A formação e as qualificações dos recursos humanos são o grande desafio para os próximos tempos. Eu até definiria duas grandes áreas: formação e qualificação e o Big Data.

FORMAÇÃO E MÃO DE OBRA QUALIFICADA V - A área de formação e falta de mão de obra qualificada têm sido apontadas como os grandes desafios no futuro, porque os alunos que saem das escolas são poucos para dar resposta à procura do mercado. Ir buscar profissionais a outros setores é uma das ideias avançadas pela


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Entrevista

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secretária de Estado do Turismo. Pensa que poderá ser uma resposta? CM - A senhora secretária de Estado do Turismo tem feito um trabalho positivo no sentido de, e é uma coisa que o setor clama há muito, dar continuidade às políticas que são feitas. Existem muitas áreas e muitas coisas que já estão a ser seguidas por aquilo que já vinha sendo feito pelo Governo anterior e isso julgo que é de louvar até certo ponto. Penso que falta este diálogo estrutural, falta saber quais são as necessidades reais do mercado para depois podermos adaptar a formação. Fazendo essa adaptação através das escolas hoteleiras e mesmo das universidades, as pessoas também se sentem mais motivadas. É preciso tornar o Turismo como uma carreira, não como uma segunda ou terceira opção. E é preciso no conjunto formativo saber se estamos realmente a dar essas respostas. Se vamos buscar a uma indústria ou a outra, eventualmente poderá ser uma solução, mas é preciso saber ouvir o setor, os hoteleiros, a restauração, saber as reais necessidades e aí sim, penso que o processo será mais fácil. V - Uma das causas apontadas para a falta de mão de obra qualificada são os baixos salários. O que é que se pode fazer para estes salários não serem tão baixos? CM - É preciso valorizar e tornar o Turismo como um projeto de carreira, obviamente que está implícito a melhoria das condições salariais e de trabalho. Não estamos, na escala europeia num nível baixo em termos salariais no Turismo, não somos dos piores, é preciso valorizar de alguma forma, mas há todo um trabalho do Governo que tem de valorizar o salário mínimo nacional, portanto, não é do setor em concreto. Tem de haver aqui um trabalho de melhoria da economia, de melhoria de condições das próprias empresas para puderem trabalhar melhor a parte da fiscalidade. Temos de esperar que a economia dê frutos para que os salários possam também melhorar. V - Alguns hoteleiros começam a apostar na formação “dentro de portas”. Pensa que este poderá ser o caminho? CM - Valorizo, é uma aposta clara de quem tem esse desafio em mãos e podendo fazêlo julgo que é sempre uma mais valia para a empresa e obviamente que motiva, cativa e permite que esse recurso humano progrida e fique também nesta empresa. Vê-se um pouco por toda a Europa, nas empresas

que são um bocadinho mais visionárias, que acabam por promover formação aos seus recursos humanos e isso é valorização das competências, mas é também uma questão de estima e de autoestima e que permite o colaborador da empresa estar mais motivado para o trabalho.

UM PROBLEMA A NÍVEL EUROPEU

cidades. Vamos aproveitar este fluxo que está a chegar e vamos encontrar políticas públicas, parcerias público-privadas para dispersar a nossa oferta e para retirar dos grandes centros como Lisboa e Porto, mas aproveitar isto - e aqui o Turismo tem um papel fulcral e os empresários têm de ter apoios neste sentido - que é de valorizar e desenvolver o nosso interior. Temos produto fantástico para dar e promover e precisamos deste desenvolvimento do interior, portanto não diabolizar e aproveitar este fluxo para fazer crescer o Turismo no interior.

A nível europeu este é um problema que se coloca só em Portugal ou há outros países a atravessar as mesmas dificuldades? CM - Não, esta é uma situação enunciada V - Existem fundos europeus que as emem vários documentos, em vários estudos presas possam utilizar na formação? que temos, obviamente que existem países, CM - Existem pequenos programas que têm sobretudo os de Leste que estão a crescer de ser adaptados, mas esse é um trabalho também no Turismo e a desenvolver-se enque o Governo atual tem de encontrar a quanto país e estado-membro (como aconresposta. teceu connosco há uns anos), e, portanto, há também esta necessidade que V - Mas as empresas já sabem se sente um pouco por toda que existem ou ainda há a Europa. Agora o que peum grande desconheci“Temos vindo dimos? Que se peguem mento? a crescer e devemos nas boas práticas, que CM - Cada vez sabem exista um guia, um mais, lembro-me que ser exemplo em muitas alinhamento, para que há três anos quando coisas, mas também devemos as boas práticas que comecei esta onda do olhar para os bons exemplos, são seguidas e que meu Trends & Dinatêm dado resultados mics foi precisamente para as boas práticas que sejam partilhadas porque senti junto de acontecem noutros estacom os outros países e algumas escolas ou dos-membros” que eles possam assim conferências em que me desenvolver e criar novas convidavam para falar um políticas públicas que deem bocadinho da Europa, que resposta a este desafio. Portanto existia algum desconhecimené geral, é europeu, penso que estamos bem to do próprio Erasmus Mais, do Garantia posicionados, mas que devemos olhar para Jovem, de programas que a União Europeia o futuro e querer melhorar. disponibiliza para os cidadãos europeus e o mesmo aconteceu com as empresas ligadas V - As escolas incentivam os alunos a ao Turismo com o setor. terminarem os cursos e irem para outros As instituições europeias também têm culpa países ganharem experiência. Por outro porque não canalizam a informação toda lado, em alguns meses do ano não é num só local. As pessoas e as empresas necessária tanta mão de obra. Como estão mais informadas, agora com o Plano podemos equilibrar esta demanda? Juncker, com estes novos financiamentos, CM - É um desafio enorme, é preciso saber que o setor reclama e com razão, que são equilibrar e arranjar formas de quebrar essa apenas garantias bancárias, que os montansazonalidade. Sei que a hotelaria tem esse tes são elevados para atingir. Eu compredesafio em mãos, são empregos que têm endo, mas uma vez mais pego naquilo que uma maior procura em alguns meses do ano já foi feito noutros estados-membros, que e esta parte da formação pode ajudar nesse criaram uma plataforma. Têm de encontrar sentido. Em termos de sazonalidade, uma alguém que seja o responsável por gerir esta das questões em que falamos ultimamente plataforma, e através desta encontrar uma em termos europeus, mas que aqui também ou duas áreas que sejam comuns ao setor. já está a ganhar um bocadinho de lastro Portanto, penso que Portugal encontrando é a diabolização do Turismo. Os grandes quem queira gerir esta plataforma, público e fluxos turísticos que chegam às grandes privado unidos, pode conseguir estes finan-


Entrevista

ciamentos. Se for na formação perfeito, se for na digitalização, na questão da eficiência energética também, penso que é possível criar esta plataforma.

ALOJAMENTO LOCAL V - O crescimento do alojamento local tem levado à deslocação dos habitantes para outras zonas fora dos bairros históricos. O que se pode fazer para não diabolizar o Turismo? CM - Primeiro há uma questão fulcral que tem de ser resolvida rapidamente e que se tem arrastado a nível da Assembleia da República durante algum tempo, é a questão de encontrarmos um quadro legal para estes novos modelos de negócio, tanto na área do alojamento como na área dos transportes. É preciso encontrar aqui um quadro normativo que permita primeiro trabalharem, existirem e coexistirem com o tradicional para que possa haver um equilíbrio e isso já acalma-

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ria, seguramente, muito deste rebuliço que existe em torno destas duas questões. Não se pode diabolizar o Turismo. Não se pode entrar neste afastamento, é verdade que existe este pico que está a influenciar o imobiliário, mas lembremo-nos do que eram alguns bairros que estavam ao abandono, degradados em que já não existiam lá pessoas ou tinham idosos em condições mínimas. O facto é que a reabilitação urbana aconteceu, os turistas têm procurado mais Lisboa e os números são demonstrativos disso, as estadias têm sido city breaks mas aproveitam para querer saber se há outros locais e é aqui que temos de aproveitar. A promoção tem de ser feita cada vez mais de uma forma diversificada para não deixarmos concentrar-se tudo nas grandes cidades. Fátima, por exemplo, tem um potencial maravilhoso em termos de Turismo Religioso, falta crescer aí, falta promover, ajudar a hotelaria na reabilitação, em tornar a cidade melhor preparada para receber os turistas.

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SETOR UNIDO PODE “RENDER” MAIS RESULTADOS

V - Sente que o setor está mais unido? CM - Queria enaltecer o trabalho que a Confederação do Turismo Português (CTP) tem feito em termos de trazer mais associados e uma representatividade maior do setor. No ano passado convidei através do presidente da CTP, Francisco Calheiros, uma comitiva a ir a Bruxelas, tivemos uma série de reuniões, com o Comité das Regiões, com o próprio comissário Carlos Moedas, para que a Confederação tenha conhecimento e acesso àquilo que é feito em termos europeus. As estâncias europeias e toda Bruxelas funciona através do lobby, é oficial, que é praticado e permitido e Portugal tem de fazer um trabalho nesse sentido. A CTP tem feito umas chamadas de atenção junto do Governo e dos parceiros sociais, porque é necessário termos vozes ativas nas várias frentes das instituições europeias, porque lá são definidas muitas políticas e o financiamento para algumas áreas. Temos lutado por uma linha de financiamento próprio para o Turismo como têm outras indústrias e áreas. Este ano, pela primeira vez dou o meu “É preciso valorizar mandato quase como garantido, ou e tornar pelo menos saio satisfeita, é que o Turismo como pela primeira vez, nos documentos oficiais do Partido Popular Europeu um projeto de carreira” - o grupo a que eu pertenço - para o próximo quadro financeiro plurianual, ou seja, para a próxima definição de verbas (pós 2020), já existe como prioridade esta linha de financiamento para o Turismo. Pela primeira vez vejo escrito, num documento oficial que essa será uma prioridade. Há todo um caminho que tem de ser feito, não é que não exista financiamento, que já existem vários programas como o COSME, o LIFE, que são apoios específicos para a área do Turismo, mas haver uma linha em concreto que permita políticas mais acertadas e financiamento mais acertado para esta indústria é fundamental. V - À margem da Conferência Internacional que realizou em Portugal, defendia que as associações portuguesas deviam trabalhar em conjunto para aproveitarem esses benefícios da UE. Ainda continua a defender esta ideia? CM - Defendo sempre mais e melhor diálogo, sei que atualmente as associações já têm um melhor entendimento e trocam algumas ideias, mas penso que posso deixar esta crítica sem ofender ninguém do setor, nem nenhuma associação em particular, mas nós somos um país de associações,



Entrevista

estamos muito subdivididos. Quando eu falo neste maior e melhor diálogo é neste sentido, termos alguém ou uma plataforma, que represente efetivamente o setor na sua globalidade em Portugal e que permita depois aceder àquilo que existe na Europa, beneficiando a todos, público e privado. Temos de nos deixar deste jogo de “capelinhas” e pensar um bocadinho macro e de que forma encontramos aqui um chapéu que acabe por beneficiar todos.

BIG DATA V - Defende que deve haver mais e melhor informação sobre os dados estatísticos do Turismo para impedir um Turismo de massas. De que forma pensa que isso poderá ser trabalhado? CM - Quando falamos na importância deste Big Data da informação é muito a questão estatística qualitativa e quantitativa, porque

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se tivermos de forma trabalhada a informação de quem nos procura, porque é que nos procura, o que é que quer encontrar? Temos a resposta adequada a esta procura. Obviamente que existe o Eurostat, existe o INE, mas é preciso entrecruzar ou criar plataformas que tenham dados concretos, porque isto permite-nos trabalhar melhor o Turismo de massas, canalizar a oferta para outros destinos, fidelizar um cliente, ajudar os destinos na sua maturidade. Permite tornar naquilo que é o futuro e que são as smart destinations, tornar um destino inteligente, aliado às novas tecnologias como já falámos, mas com base em dados concretos e isto tem de ser um trabalho que devia ser começado há 10 anos.

O MELHOR DESTINO DO MUNDO V - Portugal foi eleito o Melhor Destino do Mundo, isto é positivo para o país, mas

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não significa que fiquemos de braços cruzados. CM - Temos vindo a ganhar imensos prémios ao longo dos anos, mesmo a hotelaria tem recebido prémios extraordinários que são positivos para o país. Penso que devemos estar orgulhosos não apenas no futebol e no Cristiano Ronaldo, mas nestes pequenos “cristianos ronaldos” que temos no país, que promovem emprego e que são pequenas portas de entrada para Portugal. Permitem-nos a promoção lá fora dos melhores destinos, dos melhores hotéis e isso é sem dúvida meritório daquilo que tem sido feito muito pela parte dos empresários e isso tem de ser mencionado. Sim todos os prémios são bem-vindos, meritórios pelo trabalho que foi feito. Agora de que forma é que vamos manter o crescimento sustentado e sustentável para os próximos anos? Eu penso que esta estratégia tem de ser já definida para a próxima década. Uma estratégia concreta com planos de ação concretos para que não baixemos o nível e as nossas qualidades.

“Pela primeira vez vejo escrito, como prioridade num documento oficial, esta linha de financiamento para o Turismo”

4.º TRENDS & DINAMICS

V - O ano passado realizou em Lisboa a 3.ª Conferência Internacional do Turismo com temas como a digitalização, recursos humanos, financiamento, entre outros. Já sabe o tema para a 4ª Conferência e localização? CM - A localização será certamente em Portugal, estou a ponderar fazê-lo este ano na Madeira, sei as implicações que tem esta descentralização, porque o meu objetivo é congregar nestas conferências o maior número de pessoas ligadas ao setor, de associações que possam ter acesso também à informação dos convidados que trago, quer sejam representantes das instituições europeias ou mundiais. Gostava de convidar algum orador do The World Travel & Tourism Council (WTTC), o ano passado tivemos o então secretáriogeral da OMT, Taleb Rifai, mas nesta edição gostaria de trazer alguém que dê uma perspetiva daquilo que está a ser feito, dos estudos que promovem em conjunto com algumas consultoras e que são excecionais. Em termos de temáticas, voltar à digitalização, ao Big Data. Depois, se calhar abordar outros pequenos segmentos de Turismo para valorizá-los mais, como o Turismo gastronómico ou dos grandes Chefs. Quanto à data da realização, penso que será no final de novembro.



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Entrevista a Zurab Pololikashvili, secretário-geral da Organização Mundial de Turismo

“As minhas prioridades são a criação de

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o novo secretário-geral da Organização Mundial de Turismo para o quadriénio 2018-2021. É natural da Geórgia e escolheu Portugal para a sua primeira visita oficial. Mesmo antes de sabermos da sua passagem pelo País, a Viajar endereçou-lhe algumas questões. Viajar - Assumiu recentemente o cargo de secretário-geral da OMT, quais são as suas prioridades para o quadriénio 2018-2021? Zurab Pololikashvili - Como secretáriogeral chego disposto a ouvir todas as partes e a tentar dar respostas às necessidades dos membros da OMT. Estou convencido de que o nosso papel como agência especializada das Nações Unidas num setor tão relevante como o do Turismo sustentável para o desenvolvimento, consiste em criar pontes entre o público e o privado. As minhas prioridades são a criação de emprego, a inovação e a sustentabilidade. V - O que é que mais o preo“A OMT é cupa enquanto representante o único órgão que a correta, deveda Organização Mundial de pode fazer com que mos continuar a Turismo? construir sobre os ZP - Operamos num setor que ambas as partes se senêxitos acumulados. supera os outros regularmente, tem à mesa para criar Quero destacar que, crescemos e o Turismo entrou alianças em benefícomo agência da na órbita do desenvolvimento ONU, somos quase sustentável, ao defender este cio de todos” única já que os nossos setor no seio das Nações Unidas. membros de pleno direito No entanto, a nossa rota não se deve são os países, através dos seus desviar dos objetivos do Desenvolvimento ministérios ou entidades responsáveis pelo Sustentável, a chamada Agenda 2030, acorTurismo, e contamos ainda com centenas dada a nível mundial. Portanto, o desafio de membros do setor privado, aqueles que para a OMT não é só crescer, mas sim “fazem Turismo” ao nível da implementação crescer melhor. como negócio. A OMT é o único órgão que pode fazer com DESAFIOS DO ANO INTERNACIONAL que ambas as partes se sentem à mesa para NÃO ACABARAM criar alianças em benefício de todos. Nesse sentido, quero colocar uma especial atenção V - A Organização das Nações Unidas nas alianças público-privadas, para fomenproclamou 2017 como o Ano Internatar a geração de oportunidades de emprego, cional do Turismo Sustentável para o avançar na utilização das novas tecnologias Desenvolvimento, em reconhecimento ao e da inovação, melhorar a sustentabilidade e grande potencial da indústria do Turismo, a luta contra as alterações climáticas. que responde por cerca de 10% da atividade económica mundial. Qual é o baV - A segurança e as alterações climátilanço que faz desta proclamação? O que cas foram duas das preocupações assié necessário fazermos, na sua opinião, naladas na sua mensagem de Ano Novo. para conseguirmos essa sustentabilidade Como pode o turismo contorná-las? no Turismo? ZP - Para enfrentar este desafio devemos ZP - Os desafios do Ano Internacional não continuar a consciencializar tanto o setor acabaram no passado dia 31 de dezembro. turístico como os próprios turistas de que as É só o início e creio que a direção iniciada é

alterações climáticas são transversais a tudo o que fazemos. A sustentabilidade ambiental faz parte das três variáveis fundamentais da equação de desenvolvimento para caminhar para a Agenda 2030, à qual se soma a sustentabilidade social e económica. Não contemplar o desafio das alterações climáticas não só é um mau negócio – cada vez mais os turistas o exigem e estão conscientes de que o ambiente se respeita não só em casa mas também durante as viagens – como uma grave irresponsabilidade. Como um setor económico que representa 10% da economia mundial temos a obrigação social de dar o nosso contributo, da mesma forma que podemos estar na primeira linha para gerar consciência sobre este e outros desafios que nos afetam.

2017 FOI O ANO DE MAIOR CRESCIMENTO DESDE 2010 V - Pode fazer-me um balanço do ano turístico a nível mundial em 2017? Quais foram os países que mais cresceram a nível turístico? ZP - Apesar de todos os desafios, o turismo internacional continua a crescer e os resultados estão em sintonia com as melhorias económicas em muitas partes do mundo. Isto mostra, mais uma vez, que o turismo está estreitamente ligado ao nosso dia-a-dia.


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emprego, inovação e sustentabilidade” Portanto, estamos muito bem posicionados para cumprir a nossa responsabilidade enquanto agência especializada das Nações Unidas. 2017 foi o ano de maior crescimento desde 2010, com mais 7% de turistas internacionais, para 1.320 milhões. De destacar os muito bons resultados da Europa e a recuperação de África e Médio Oriente. A Europa liderou o crescimento mundial com 8%, impulsionada por destinos do Sul do Mediterrâneo. Africa também cresceu 8% e consolidou a sua recuperação de 2016. Seguiu-se a região Ásia Pacífico (6%), impulsionada pela Ásia do Sul; Médio Oriente (5%), tendo recuperado da queda de 2016, e as Américas (3%), com 8% na América do Sul face a 1% na América do Norte. V - Falemos de Portugal. Fomos eleitos pela primeira vez, nos World Travel Awards, como o Melhor Destino do Mundo. Muitas pessoas dizem que “Portugal está na moda”. Concorda com esta afirmação ou pensa que realmente Portugal encontrou o seu caminho? ZP - É verdade e os dados da chegada de turistas e de gastos em Portugal confirmam esta afirmação.

FORMAÇÃO E A EDUCAÇÃO V - O problema que se coloca agora é a falta de mão de obra qualificada para dar resposta a esta procura turística em Portugal. Tendo em conta a sua experiência, qual pensa que seria o melhor caminho a seguir? Abertura de mais escolas hoteleiras? Aposta na formação contínua no local de trabalho? ZP - A formação e a educação são prioridades do meu mandato já que são chave para a criação de emprego de qualidade. Portugal é um exemplo nesta área, como demonstra a última edição dos Prémios OMT, na Inovação em Políticas Públicas, entregues em janeiro de 2018, que recaiu no programa de formação do Turismo de Portugal. Portugal tem planos importantes para avançar nesta questão, como tive a oportunidade de comprovar na minha recente visita ao país. Acredito que este trabalho em colaboração com o setor privado irá continuar a dar bons resultados. V - Outra crítica que tem sido feita no nosso país tem a ver com o excesso de turistas em cidades como Lisboa e Porto e alguma desertificação por parte dos

seus habitantes locais, para dar lugar isto, esperamos que 2018 também seja um a alojamento turístico. Na sua opinião, ano muito bom, com taxas entre os 4 e os como é que as grandes cidades podem 5%. Se se confirmar este número, estaremos equilibrar esta questão? novamente acima da tendência a longo prazo ZP - Este é um tema recorrente em muitos que estimámos até 2020, que é de 3,8%. destinos, mas não diria que há excesso de turistas por exemplo, no V - A digitalização pode ser Porto ou Lisboa. Há muitas uma ameaça para os operaestratégias para diversificar dores e agentes turísticos “2017 foi a procura, por exemplo, ou pelo contrário, das o ano de maior trabalhando para superar ameaças se podem crescimento desde a sazonalidade tal como fazer oportunidades? Portugal está a fazer, ZP - A tecnologia está a 2010, com mais 7% de além de diversificar a mudar o setor, mas não turistas internacionais, procura com novos destipode ser vista como uma para 1.320 milhões” nos no interior do país. ameaça, mas sim como uma oportunidade para BOAS PERSPETIVAS todos de criar um setor mais PARA 2018 competitivo e sustentável. V - Quais as perspetivas para 2018? Que mercados podem surgir este ano e quais as tendências? ZP - Os resultados de 2017 são bons antecedentes. O ano começou agora e devemos ver em detalhe as expetativas específicas. Dito

V - Que mensagem gostaria de deixar aos agentes envolvidos no setor do Turismo em Portugal? ZP - Que continuem comprometidos com o setor como estão agora e que continuem a trabalhar juntos.

“Melhor Destino do Mundo” mostra estratégia Esteve na sua primeira visita oficial em Portugal, a 22 e 23 de janeiro, para conhecer a estratégia que faz do “Melhor Destino do Mundo” um case study internacional. Visitou Lisboa e o Alentejo, conversou com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e com o primeiro ministro António Costa e inteirou-se do projeto formativo do Turismo de Portugal – Tourism Traning Talent – durante uma visita à Escola do Turismo de Portugal // Lisboa, que recentemente recebeu um prémio na Fitur, em Madrid. Mas a visita não se ficou por aqui, o novo secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, teve ainda tempo para assistir a uma sessão de apresentação do ambiente empreendedor nacional, com a presença de algumas das Startups de Turismo que participam ou já participaram num dos vários programas de apoio à inovação e ao empreendedorismo do Turismo de Portugal. Uma aposta que vai ao encontro dos desígnios da Estratégia Turismo 2027, de potenciar Portugal como um país de referência na produção de bens e serviços para a atividade turística à escala mundial. Tempo ainda para a integração do Observatório de Turismo Sustentável do Alentejo na rede internacional de observatórios da OMT.


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Uruguai promove-se em Portugal e quer aprender com Estratégia Turismo 2027

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romover o país junto do mercado dos operadores turísticos e agentes de viagens e retirar o que de melhor tem a Estratégia Turismo 2027 traçada pelo Governo português são os principais objetivos de Benjamín Liberoff, vice-ministro do Turismo do Uruguai, que em meados de janeiro visitou Portugal e falou sobre este pequeno país da América do Sul, apelidado da "Suíça da América".

Dos quatro milhões de turistas que o país recebeu em 2017, apenas 5.000 são portugueses. Um número que segundo o mesmo responsável gostava de ver aumentado com as ações de promoção previstas e que incluem press e fam trips para jornalistas e agentes de viagens a pensar já em 2019. "Se houver agências e operadores portugueses com interesse no mercado uruguaio também podemos melhorar o intercâmbio entre ambos os lados", disse ainda o vice-ministro do Turismo, que delineou em traços gerais as capacidades económicas do seu país, com 3,3 milhões de habitantes e que ocupa os lugares cimeiros em vários rankings, tornando-o no país mais estável da América do Sul.

Portugueses atraídos pela cultura e história No que diz respeito às preferências dos portugueses que os visitam, Benjamín Liberoff refere que a componente cultural e histórica é a principal razão, uma vez que a fundação da Colónia do Sacramento lhes é familiar. "Penso que a primeira vez que chegam ao Uruguai o fazem como complemento de outra viagem, por exemplo quem vai até Portalegre, no Brasil, acaba por visitar o nosso

país e claro está a capital, Montevidéu. Mas há também que venha pela gastronomia e o vinho, ou não fossemos conhecidos por ter a melhor carne e depois temos alguns produtos que são iguais aos que encontram no Algarve, como por e x e m p l o Punta del Este, que tem a praia sul-americana de maior prestígio", 5.000 sublinha.

portugueses estiveram no Uruguai em 2017

Questionado sobre possíveis investidores portugueses no Uruguai, o governante aponta o Grupo Pestana, que detém uma sede de Jockey Club e que em breve poderá ser transformada em pousada ou hotel. Para já o projeto está "em apreciação e as negociações estão avançadas para iniciarem as obras", revela ainda.

Aprender com Portugal Quanto à Estratégia de Turismo 2027 traçada para Portugal e que ensinamentos pode o Uruguai retirar daqui o vice-

ministro explica, que tal como o mercado português, o seu país tem sazonalidade e muitas vezes oferta concentrada em alguns polos turísticos e que deve ser expandida a todo o território. "Outra área passa pelo Turismo Fluvial desenvolvido que vocês têm e que nós ainda não possuímos. Mas também na inovação, no turismo de acessibilidades e no turismo social", conclui. Quanto às ligações aéreas para o Uruguai, Benjamín Liberoff pensa que os voos diretos a partir de Madrid na Ibéria, ou as ligações através de São Paulo (Brasil) pela TAP ou a TAM são suficientes.



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Festa Magica na Disneyland®Paris com a Solférias

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Festa Mágica é a próxima campanha de vendas para a Disneyland®Paris e uma das mais fantásticas do ano. Disponível para reservas a partir de 7 de Fevereiro, a Solférias vai disponibilizar a todas as agências de viagem do País o acesso a mais uma oportunidade de proporcionarem aos seus Clientes a visita à Disneyland ®Paris, ainda em plenos festejos do 25º Aniversário. Com novas e fantásticas atrações, com semanas temáticas dando as boas vindas aos Heróis da Marvel, para além das personagens de Star Wars ou de todo o Universo Disney, este é o momento para decidir a próxima viagem. Na Campanha Festa Mágica os Clientes poderão usufruir até 2 dias e 2 noites

completamente grátis, bem como descontos nas refeições, nas excursões a Paris e no Jantar Espectáculo Buffalo Bill´s Wild West Show...com o Mickey e os seus Amigos! na 2ª categoria. Como a disponibilidade a nível de inventário de quartos é limitada, aconselhamos a que assegure as suas reservas logo nos primeiros dias de campanha, a fim de garantir o melhor preço e a melhor disponibilidade. Mais detalhes desta campanha serão divulgados pela Solférias no próximo dia 7 de Fevereiro, de uma forma diferente do habitual, mais rápida e dinâmica, procurando chegar ao mesmo tempo a todos os Agentes de Viagem, e contribuindo com as melhores ferramentas para proporcionar melhores vendas.

Grupo Abreu lança Abreu Events A

Abreu Events é a nova marca do Grupo Abreu para eventos corporativos, congressos, reuniões/incentivos de empresas e lançamentos de produtos, cujo posicionamento reflete a evolução natural de um negócio muito dinâmico e a sua especialização. Com um portefólio cada vez mais valorizado pelos clientes dos setores da banca/seguros, indústria farmacêutica e automóvel, designadamente, a Abreu Events apresenta-se nos mercados nacional e internacional agregando três áreas de competência: Abreu Events – Meetings & Incentives, Abreu Events – Congresses e Abreu Events – Destination Management. Em todos estes segmentos de negócio, a Abreu Events dispõe de equipas dedicadas, muito experientes e altamente especializadas, cuja missão é potenciar a competitividade de uma oferta de soluções criativas e inovadoras, acrescentando valor aos seus clientes e aos destinos onde ativamente operam. A geografia Abreu Events envolve cinco escritórios em Portugal, dois em Espanha, dois no Brasil e um nos Estados Unidos.

TopAtlântico abre 3 novas lojas com novo conceito da agência de viagens A TopAtlântico continua a renovar a imagem das suas lojas e inaugura 3 novas lojas. Lisboa e Guimaraes foram as cidades comtempladas com a nova imagem da marca. Após ter inaugurado no passado dia 9 de Setembro de 2017 no Centro Comercial do Colombo a sua loja piloto com uma imagem renovada mais moderna e apelativa, a TopAtlântico inaugurou no final de 2017 mais duas novas lojas com o mesmo conceito. As novas lojas localizam-se na Avenida Mouzinho da Silveira nº24, 1250-167 Lisboa e no Centro Comercial do Lumiar - Alameda das Linhas de Torres, 236 A, Loja 31, 1750-151 Lisboa. A nova imagem chega agora também a Guimarães com a inauguração da nova loja na Rua de Santo António, 73 R/C, 4800-162 Guimarães. Esta nova imagem irá continuar a ser replicada em mais lojas da rede TopAtlântico em Portugal Continental e Ilhas com o intuito de tornar as agências mais atrativas e confortáveis para os seus clientes. A renovação destas lojas surge no contexto de renovação e modernização da marca TopAtlântico iniciado em 2017. Esta atualização e modernização das lojas acompanharam o lançamento do novo website (www.topatlantico.pt), onde os clientes podem fazer as suas compras online com facilidade, rapidez e preços muito competitivos.



Agências & Operadores

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Tomada de Posse dos novos Órgãos Sociais da APAVT

Três anos desafiadores suportados por estratégia de diálogo positivo e “S

erão três anos desafiadores, com processos tão difíceis como a gestão da nova diretiva europeia sobre viagens organizadas, o novo regulamento de proteção de dados, a assunção de uma decisão para o estrangulamento aeroportuário, ou ainda a gestão da coabitação entre turistas e residentes, nas nossas maiores cidades… e outros com que nem ainda sonhamos”, disse Pedro Costa Ferreira, presidente da Direção da APAVT para o triénio 2018-2020, durante a Tomada de Posse dos novos Órgãos Sociais, que teve lugar em Lisboa no início de janeiro. Perante uma plateia com alguns dos principais atores do setor do Turismo em Portugal, mas também de representantes de diversos países, e dirigentes políticos, Pedro Costa Ferreira, que inicia assim o seu terceiro mandato à frente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo começou por sublinhar que existiu apenas uma lista candidata, mas nem por isso deixou de haver um processo eleitoral.

PROCESSO ELEITORAL EXISTIU “O processo eleitoral existiu, não apenas nos bastidores e nos corredores, mas também em conferências de imprensa, em entrevistas a meios de comunicação generalistas e especializados, e em candidaturas oficialmente apresentadas ao setor. Estiveram em presença visões diferentes, com candidatos diferentes e com apoios diferentes. E, tendo havido um processo eleitoral, com ideias diferentes, candidatos diferentes e apoios diversos, houve uma visão e um conjunto de candidatos que ganhou, de forma esmagadora e, por isso mesmo, clarificadora”, reforçou o mesmo responsável. Pedro Costa Ferreira aproveitou ainda o momento para cumprimentar o presidente da Mesa da Assembleia Geral da APAVT, Tiago Raiano, sublinhando que o mesmo é “a personificação de que é possível aspirar a novas abordagens no futuro, sem que tal signifique a incineração de tudo o que de bom foi feito no passado”. O mesmo dirigente relembrou que há muito trabalho pela frente, nomeadamente a “desigualdade fiscal internacional continua

a debilitar o crescimento dos eventos em Portugal; as medidas de restrição à operação turística em Lisboa continuam a colocar em dúvida um ambiente cosmopolita; o estrangulamento do aeroporto representa o estrangulamento do nosso negócio; o novo regulamento europeu de proteção de dados, que tem tantas coimas como abstrações; a degradação das condições de venda das passagens aéreas, consequência de uma relação menos fácil com as companhias aéreas em geral e com a IATA, facto que não deixa ninguém indiferente e, mais do que isso, não deixa ninguém tranquilo; a imperiosa necessidade de criarmos e acompanharmos estatísticas que nos ajudem a gerir o curto prazo e a traçar estratégias de longo prazo; as preocupações relativas à formação; a necessidade de espelhar na economia e no País a importância do turismo, bem como a importâncias das agências de viagens enquanto motores da internacionalização e de um país mais cosmopolita. E, acima de todos, a necessidade de acompanharmos a implementação da nova diretiva europeia relativa às viagens organizadas, naquilo que poderá ser o grande tema associativo dos próximos anos, face ao brutal aumento das responsabilidades com que passaremos a conviver a partir de julho deste ano”. O diálogo construtivo e trabalho sério suportarão assim a linha estratégica da APAVT para os próximos três anos, como

frisou Pedro Costa Ferreira, acrescentando ser vontade da associação continuar a “desenvolver trabalho conjunto, quer com as ARPTs, quer com as ERTs, quer ainda com as regiões de turismo da Madeira e dos Açores”, mas também “a disponibilidade “para nos integrarmos de forma sã e mente aberta nos trabalhos da CTP”. O presidente da APAVT deixou ainda uma nota aos agentes de viagens, “única razão da sua existência”, de que em breve será editado o estudo encomendado ao Professor Augusto Mateus.

“TODOS TEMOS RAZÃO PARA VER UM COPO MEIO CHEIO E NÃO UM COPO MEIO VAZIO” Presente na cerimónia esteve a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que começou a traçar de forma geral a atual importância do Turismo para Portugal, sublinhando que “todos temos razão para ver neste momento um copo meio cheio e não um copo meio vazio. Nunca o Turismo foi um tema tão reconhecido… e isso é fruto do trabalho de todos e que bom é vermos aqui hoje sentados os responsáveis públicos e privados por este desenvolvimento turístico que aconteceu em Portugal nas últimas décadas e que o permite hoje ser aquilo que todos elegeram no final de 2017 como o Melhor Destino do Mundo. Temos motivos fundamentados para sentir o copo a encher


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“O processo eleitoral existiu, não apenas nos bastidores e nos corredores, mas também em conferências de imprensa, em entrevistas (…) e em candidaturas oficialmente apresentadas ao setor”

trabalho sério

“Não nos podemos esquecer que 50% das empresas de animação turística que temos em Portugal surgiram em 2016 e 2017. 50% das unidades de alojamento local em Portugal, registaram-se em 2016 e 2017. Surgiram 80 novos hotéis nos últimos dois anos e a perspetiva continua a ser de crescimento nos próximos anos”, relembrou ainda, acrescentando que “a isto não é alheio o facto de Portugal ter cada vez mais notoriedade internacional, um indicador interessante é verificar que em 2015 tivemos cerca de 14 mil publicações/referências internacionais sobre o país, em 2017 e só temos o número contabilizado até outubro, tivemos 30 mil.” A secretária de Estado do Turismo deixou ainda um repto às agências de viagens para

cada vez mais, nomeadamente com os dados que foram divulgados com a Conta Satélite este ano em que o Turismo em Portugal já representa 12,5% do PIB ou 17% das exportações, com o crescimento das receitas turísticas em 2017, só comparável com o ano da Expo 98 de cerca de 19,4% e um crescimento que está a acontecer durante todo o ano.” A governante referiu ainda o facto de o crescimento das receitas se verificar também na época baixa, o que significa “que o Turismo está a acontecer durante todo o ano, permitindo cada vez mais uma atividade sustentável e está a ser uma realidade em todo o território, está a derramar para todo o território e deixar de ser uma atividade exclusiva

de alguns pontos de entrada do destino mais tradicionais”, acrescentando que a atividade foi responsável pela criação de 53 mil novos postos de trabalho”.

DINAMISMO ASSOCIATIVO Números que segundo Ana Mendes Godinho só foram possíveis pelo “dinamismo associativo que temos vivido e sentido e a grande capacidade que as associações têm tido, empresariais, sindicais, de influenciar decisões, de proporem medidas e de serem proativas para encontrarmos de uma forma construtiva caminhos alternativos que têm mostrado esta capacidade de invertermos uma tendência que parecia ditada e inevitável para Portugal”.

que “sejam também, cada vez mais, nossos instrumentos de exportação e dinamizadoras deste aumento das exportações, trazendo cada vez mais pessoas para dentro de Portugal e sendo montras daquilo que se vive em Portugal”.

Conselho de Ministros aprova transposição da diretiva europeia referente às Viagens Organizadas O Conselho de Ministros aprovou, a 25 de janeiro, a transposição para a ordem jurídica interna da diretiva europeia referente às viagens organizadas. A legislação agora transposta é relativa ao “estabelecimento do regime de acesso e de exercício da atividade das agências de viagens e turismo” provindo da “Diretiva UE 2015/2302 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Novembro de 2015”, lê-se em comunicado. Este diploma reforça “o direito à informação pré-contratual dos viajantes que pretendem adquirir serviços de viagem organizada, prevendo-se a obrigação de a agência fornecer informação normalizada que, de uma forma

clara, compreensível e bem visível descreva informações essenciais sobre a viagem” e acrescenta: “Prevê-se, ainda, a proteção do viajante em caso de insolvência do prestador de serviços, detalhando-se as regras relativas ao não cumprimento do contrato de viagem e à responsabilidade das agências pelo mesmo”. O Governo indica ainda que vai proceder à adaptação das regras aplicáveis ao Fundo de Garantia de Viagens e Turismo, por forma a reforçar a proteção do viajante. Recorde-se que este diploma entrará em vigor a partir de 1 de julho deste ano.


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WC Beautique Hotel

Dormir numa casa de banho gigante e cheirosa A

briu as portas no passado mês de outubro em plena Avenida Almirante Reis, em Lisboa, o hotel que este mês lhe falamos. Com um conceito único, inspirado numa enorme casa de banho, o WC Beautique Hotel tem causado a curiosidade do público em geral e poderá vir a alargar o número de quartos num futuro próximo, como revelou à Viajar, Karim Rajabali, um dos responsáveis do grupo Beautique Hotels. A ideia é que os atuais 41 quartos, que a unidade hoteleira disponibiliza, nos seis andares do número 35 da conhecida avenida lisboeta, possa totalizar 83 quartos e ainda um Spa. Para já, o projeto ainda irá entrar na Câmara Municipal de Lisboa para ser analisado, conforme adiantou o mesmo responsável, acrescentando, que este aumento será feito através do prédio contíguo ao WC Beautique Hotel e que foi adquirido pelo grupo.

Projeto de arquitetura e decoração Mas voltemos ao WC Beautique Hotel, que tivemos oportunidade de visitar. Com um projeto de arquitetura a cargo do gabinete Nuno Leónidas Arquitectos, Lda e decoração pelo Atelier Nini Andrade Silva, esta unidade hoteleira com classificação de quatro estrelas superior conta, entre os 41 quartos disponíveis, com uma suite principal no 6.º andar e cinco suites ovais. Com uma predominância do tom azul-água, que inunda o espaço e o verde, em alusão aos sedimentos no fundo das fontes, chafarizes ou nascentes de água que antigamente afloravam a esta zona da cidade, o WC Beautique Hotel consegue associar o charme, hospitalidade e qualidade superior à arte. Aqui tudo se inspira num enorme WC, por isso não estranhe, que logo na receção se depare com duas enormes banheiras, e nem os candeeiros foram descurados. Tratam-se de dois enormes chuveiros que caem do teto.

Pormenores como prateleiras com enormes frascos de perfume, das mais inúmeras marcas, chinelos de quarto, papel higiénico, sabonetes, entre outros elementos que costumamos encontrar nas casas de banho, decoram a entrada do hotel. Subindo ao sexto andar encontramos a suite principal. Espaçosa, também em tons azul-água e verde, divide o espaço com uma banheira ao fundo da cama. O cheiro a rosas que emana cada quarto transporta-nos a uma casa de banho limpa e asseada, como tantos de nós gostamos de encontrar. Para além da suite principal, visitamos ainda uma suite oval. Uma suite mais pequena que a primeira, com uma cama oval e um espaço próprio para a toilette. Já os quartos standard, um pouco mais pequenos, são uma grande casa de banho, onde até o televisor passa despercebido, como se de um enorme espelho se tratasse.


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29 O WC Beautique Hotel poderá ser ampliado para um total de 83 quartos

Áreas públicas Mas se os quartos, por si só, já justificam uma noite no hotel, as áreas públicas, como o bar, o restaurante ou até mesmo o rooftop, que em abril abrirá ao público para eventos, festas particulares ou simplesmente para tomar uma bebida e apreciar a vista, convidam a uma visita. O bar e restaurante, ambos com o nome Banho, ou não fosse de um WC que falamos, são geridos pelo grupo Sacramento, que em Lisboa já disponibiliza mais de uma dezena de restaurantes. O Chef Hugo Landeiro está aos comandos, mas é a Chef Viviane quem

Para além do bar e o restaurante, o WC Hotel Beautique tem ainda uma esplanada, onde os clientes poderão desfrutar de uma refeição ou de uma bebida.

Objetivo do primeiro ano Karim Rajabali acredita que no primeiro ano de operação, o WC Beautique Hotel poderá chegar aos 80% de taxa de ocupação. A avaliar pelos primeiros meses a funcionar, ainda que em época baixa, a unidade tem registado uma taxa de ocupação de 65%, como nos revelou. Franceses, brasileiros e russos são alguns dos mercados que os têm procurado. O mesmo responsável diz que o grupo, detentor também do Figueira Beautique Hotel, na Praça da Figueira, pretende atingir “o preço médio por quarto de 135€”. Para já, a performance do WC Beautique Hotel parece estar a dar frutos, com o mesmo a ser nomeado pela revista “design et al” para os International Hotel & Property Awards 2018, para a categoria de “Hotel Under 50 Rooms”. “Estamos na short list. Já em 2013 tínhamos ganho este prémio, com o Figueira Beautique Hotel. Teremos de esperar até 29 de junho, onde serão anunciados os vencedores no Grand Hotel Quisisana, em Capri, na Itália”, explica.

Novos projetos e internacionalização faz chegar à mesa dos comensais, todos os pratos ali confecionados. A gastronomia é a portuguesa, mas com um toque de modernidade, como nos garantiu Hugo Landeiro, portanto é mais que normal que encontre no menu pratos como o Cabrito com chalotas confitadas, castanhas e cogumelos salteados, a Barriga de leitão com puré de funcho e couve portuguesa ou o Bife da vazia “Angus” com migas de feijão frade nas carnes. No peixe, o destaque vai para o Polvo no forno com batata doce e legumes assados, a Caldeirada do mar com laranja do Algarve ou o Bacalhau assado com três pimentos. Nas sobremesas, o Pudim abade de Priscos ou o Cheesecake assado de requeijão desconstruído são apenas algumas das opções. Durante a semana e aos almoços, o restaurante Banho serve ainda um menu executivo, com entrada, prato principal, sobremesa, bebida e café por pouco mais de 10€.

Quando a decoradora madeirense, Nini Andrade Silva lhes apresentou o conceito para o WC Beautique Hotels, a primeira reação do grupo foi de surpresa, mas como é na diversificação de temáticas e no serviço de excelência que se querem posicionar, acederam, até porque já conheciam o trabalho da famosa decoradora no Figueira Beautique Hotel, como nos avançou Karim Rajabali. Mas o grupo hoteleiro português, criado há cinco anos, não quer ficar por aqui. Nos planos de expansão estão ainda as aberturas de mais dois hotéis, o Madalena Beautique Hotel, na rua da Madalena, em Lisboa, que será uma homenagem à mulher portuguesa. Com abertura prevista em dezembro deste ano, a unidade hoteleira também com classificação de quatro estrelas, terá 38 quartos, um bar/ restaurante e um logradouro. A decoração, que mais uma vez estará a cargo de Nini Andrade Silva.

Karim Rajabali sublinha que a proximidade dos hotéis proporciona ao cliente a hipótese de poder usufruir dos vários serviços, nomeadamente o Spa e ginásio no Figueira Beautique Hotel. Na calha está também o Dos Reis Beautique Hotel, mesmo em frente ao WC Beautique Hotel, na Avenida Almirante Reis e que terá 55 quartos e ginásio. Este 4 estrelas superior tem a sua abertura prevista para 2020. “No total dos quatro hotéis que abriremos até 2020 investimos 60 milhões de euros e acreditamos que nos próximos 10 anos poderemos abrir mais quatro hotéis”, revela Karim Rajabali, acrescentando estarem neste momento a ver outras possibilidades fora de Lisboa: “Já fizemos um estudo no Porto, onde talvez possamos abrir duas novas unidades, mas estamos abertos a outros destinos em Portugal, como Braga, Algarve, entre outros”. Na mira do grupo The Beautique Hotels está também a internacionalização e aqui as preferências recaem nas grandes capitais europeias, nomeadamente “Paris, Londres, Berlim, Roma e Bruxelas”. Porém, o mesmo responsável assegura que a ideia “é avançar cuidadosamente, sem grandes euforias, consolidando as unidades existentes”. Questionado sobre a alegada falta de mão de obra qualificada na hotelaria e restauração, Karim Rajabali concorda com a dificuldade, mas explica que as “vantagens dadas pelo grupo aos trabalhadores faz com que tenhamos pessoas a trabalharem connosco desde sempre e pretendemos apostar na formação interna”.


Hotelaria

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AHP prevê abertura de 61 novos hotéis em 2018

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elo menos 61 novos hotéis deverão abrir portas este ano de 2018 em todo o país, segundo as previsões da Associação da Hotelaria de Portugal. A estes juntar-se-ão 23 remodelações/reaberturas. Lisboa, Porto e Norte, Centro e Madeira são as regiões onde se assistirá ao maior número de aberturas. Números, que ainda assim e segundo a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, "são equilibrados e vão ao encontro do aumento das taxas de ocupação que se têm vindo a verificar". A mesma responsável sublinha que "se olharmos na perspetiva de mais longo prazo há um claro abrandamento", uma vez que em 2012 se abriram 115 unidades, em 2013 foram 51, em 2014 foram 82, no ano seguinte 43, em 2016 foram 73 e o ano passado estavam previstos abrir 51 novos hotéis e abriram 29. "Apesar de tudo há aqui algum ajustamento na taxa de crescimento médio anual", refere.

NOVOS INVESTIDORES INTERNACIONAIS Alguns grupos hoteleiros nacionais têm vindo a anunciar a abertura de algumas unidades hoteleiras este ano, como o Grupo Pestana, que prevê abrir o Pestana A Brasileira (março), o Pestana TróiaEco Village, o Pestana Amoreira e Alvor Pousada de Óbidos ou ainda o Grupo Turim Hotéis com as aberturas do Turim Boulevard, em Lisboa e do Turim Santa Maria Hotel, no Funchal. Também o grupo Vila Galé já fez saber que em 2018 irá inaugurar o Vila Galé

Sintra e o Vila Galé Collection Braga. Já o grupo Beautique Hotels abrirá no final do ano, o Madalena Beautique Hotel, na rua da Madalena, em Lisboa. Ao todo, a AHP revela serem 37 os investidores nacionais com aberturas previstas para este ano, mas também os há internacionais. São pelo menos 6 os investidores internacionais de 10 dos hotéis previstos para 2018. Dois deles vão apostar pela

primeira vez no nosso país, são eles o EasyGroup que pertence à EasyJet e o The Student Hotels. O EasyGroup terá uma unidade de 101 quartos em Lisboa, enquanto o The Student Hotels abrirá na cidade do Porto, aquele que será "um dos maiores hotéis nos próximos tempos em Portugal", conforme nos adiantou Cristina Siza Vieira e que terá 350 quartos.

Alojamento local registado já ultrapassa número de As juntas de freguesia do centro histórico de Lisboa - Misericórdia, Santa Maria Maior e São Vicente – promoveram recentemente um estudo sobre as novas dinâmicas urbanas no Centro Histórico de Lisboa, realizado por uma equipa da Quaternaire Portugal, Consultoria para o Desenvolvimento, SA, por forma a conferir uma “sustentação técnica para uma melhor ação política de base local, tentando responder a questões urgentes e de impacto muito significativo e evitando soluções de curto prazo, casuísticas e não fundamentadas”. O estudo teve como principais objetivos, aprofundar o conhecimento sobre as tendências sociais, económicas e urbanísticas, compreendendo as suas causas e antecipando as possíveis trajetórias futuras; Avaliar os efeitos destas dinâmicas em termos de qualidade de vida dos residentes e da sustentabilidade urbana, social e económica do centro histórico; Identificar e avaliar medidas e iniciativas públicas que permi-

tam mitigar ou compensar os efeitos negativos e acentuar os efeitos positivos destas dinâmicas. O estudo propõe seis linhas de intervenção e integra 17 medidas concretas associadas a cada uma destas linhas. Planeamento e monitorização; Promoção de uma cidade diversa e multifuncional (promover a vizinhança entre residentes antigos e novos e a cultura e valores locais junto dos visitantes; Desenvolver um programa de urbanismo); Reforço e qualificação dos serviços públicos; Revisão da política municipal de habitação e reabilitação urbana; Reforço financeiro das autoridades locais para responder às novas exigências; Participação ativa no processo de revisão do enquadramento jurídico do alojamento local são as linhas de intervenção propostas por este estudo. Questionada sobre o teor do estudo, Cristina Siza Vieira diz não se mostrar surpreendida e que este não é mais do que uma atualização ao estudo apresentado pela AHP e a Universidade Nova de


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Hotelaria

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"Penso que estes sete investidores internacionais no nosso país são um indicador interessante e demonstrativo de que, neste momento, em que o investimento é mais curto dadas as taxas de ocupação e o preço médio, já nos torna mais atrativos para o investimento internacional", esclarece, acrescentando: "Assim o aeroporto de Lisboa continue a conseguir debitar o volume de turistas internacionais, porque é aí que o mercado cresce mais obviamente, e que nos permita distribuir no território e no tempo previsto". Para além destes dois novos investidores internacionais, a presidente executiva da AHP frisa ainda o grupo Hotusa, que em 2017 abriu três unidades em Portugal (2 no Porto e 1 em Cascais). "O grupo Intercontinental também deverá abrir uma nova unidade em Lisboa", revela.

Grupo DST Constrói Madalena Beautique Hotel em Lisboa

OS NÚMEROS E REGIÕES PREVISTAS Dos 61 hotéis previstos para abrirem em 2018, 14 surgirão na Região Porto e Norte, sendo que destes, seis serão na cidade do Porto. Para a Região Centro e Madeira estão previstas 8 novas unidades em cada, enquanto a Região de Lisboa contará com 29 novos hotéis. Destes, 25 serão na capital portuguesa. O Alentejo e o Algarve serão contemplados com a abertura de uma unidade cada. No que diz respeito às remodelações/ reaberturas, o País contará com 23 novas, sendo que a região Porto e Norte terão 6, a região de Lisboa outras 6, o Centro terá 3, o Algarve 5, os Açores 1 e a Madeira 2.

unidades hoteleiras Lisboa: Há aqui uma necessidade de revisão do enquadramento jurídico do alojamento local, no nosso caso da AHP pensamos que é necessário que o alojamento coletivo tenha um tratamento igual a um empreendimento turístico, continuamos a considerar que não faz sentido meter no mesmo saco quartos e apartamentos, com hostels e blocos de apartamentos com serviços, portanto há aqui necessidade de intervenção. Estas situações que são mais agudas nas juntas de freguesias que encomendaram o estudo, obviamente que exigem um reforço de instrumentos estratégicos do próprio município para ir percebendo como é que vai fazendo este equilíbrio . Segundo a mesma responsável, do alojamento local registado, e sublinho, do registado, só no Concelho de Lisboa são 52% as camas em alojamento local contra 48% em hotéis. E em Faro 70% das camas registadas são alojamento local contra 30% em hotéis.

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construtora DST, sa, empresa do grupo DST, está a construir o Madalena Beautique Hotel, em Lisboa, uma unidade quatro estrelas do Grupo The Beautique Hotels, que nascerá em finais de 2018 da reabilitação de um edifício existente na baixa Pombalina. A empreitada representa um volume de negócios superior a três milhões de euros e representa uma oferta de mais 38 quartos à atual capacidade hoteleira existente na capital. O projeto conta com assinatura do arquiteto Miguel Saraiva e a decoração será da responsabilidade de Nini Andrade Silva. A reabilitação do edificado será realizada em cinco pisos acima do solo, prevendo ainda o alargamento da cave existente destinados à futura área técnica. No piso 0 estará localizado o lobby, o restaurante/bar e diversos espaços técnicos. Os restantes quatro pisos estão exclusivamente destinados aos 38 quartos duplos que reforçarão a oferta hoteleira na cidade de Lisboa, cujo fluxo turístico não para de aumentar. A DST sa será responsável pelos trabalhos de demolição, betão armado, estrutura metálica de reforço, especialidades e acabamentos deste projeto hoteleiro, no qual a tgeotecnia, também do grupo DST, terá a seu cargo a realização de microestacas que permitirá a execução em segurança dos trabalhos de escavação e betão armado previstos. Para José Teixeira, presidente do Conselho de Administração do grupo DST, esta empreitada “é muito importante para a valorização do trabalho que a DST,sa, tem vindo a desenvolver na área da reabilitação urbana, assente num know-how ímpar que lhe permite encontrar as melhores soluções quando as intervenções se centram no património edificado”, sublinhando ainda que “este é também um investimento que reforça a aposta no turismo, uma das grandes alavancas da economia nacional”. Nos últimos três anos, o grupo DST faturou mais de 60 milhões de euros com a construção e reabilitação de mais de uma dezena de unidades hoteleiras no coração da cidade de Lisboa, algumas das quais ainda em execução e cujas aberturas estão previstas para o corrente ano. A experiência do grupo DST na intervenção de equipamentos hoteleiros estende-se a outras regiões, nomeadamente Braga e Porto, onde se encontra a construir um hotel.


“Taking four stars star to another level” A

apenas 12 minutos a pé da praia, no coração do Algarve. Rodeado pelos melhores campos de golfe da Europa, uma extensão de areal a perder de vista, a premiada Marina de Vilamoura e 200 hectares de Parque Natural. Este é o enquadramento do Vilamoura Garden Hotel. Abriu ao público no dia 1 de Julho de 2016, destinado a clientes que queiram usufruir de férias num ambiente vibrante e acolhedor. Desde o primeiro dia que se posicionou num patamar mais elevado dos restantes hotéis das mesma categoria, através da assinatura “taking four stars to another level”.

Gestão de sustentabilidade ambiental, corporativa e social Segundo o Diretor Geral, Dinis Pires, esta nova unidade entra no mercado com a missão de “ser a primeira escolha em Vilamoura e uma referência no Algarve, elevando as quatro estrelas a um nível superior”, bem como garantir “uma gestão

de sustentabilidade ambiental, corporativa e social”. O Vilamoura Garden Hotel está situado na Rua de França e é o resultado de uma completa recuperação de um edifício dos anos 90. Apresenta uma decoração moderna, inspirada pelos aspetos típicos da região, onde pontuam espécies autóctones como o rosmaninho e o alecrim.

Uma experiência marcante O hotel oferece 59 quartos, piscina exterior, ginásio com equipamentos “state-ofthe-art”, um “a la carte bistro” e um “tapas lounge bar” liderados pelo Chef André Simões. O restaurante e o bar são facilidades muito elogiadas pelos hóspedes que visitam o Vilamoura Garden Hotel. As cartas são de base portuguesa e mediterrânica, mas também é possível encontrar alguns clássicos internacionais. O Chef explica que “foram cartas pensadas como se estivéssemos na pele do cliente”, de forma a podermos entregar o que realmente apetece aos nossos hóspedes.


Os hóspedes podem desfrutar ainda do kids club, spa e golf próximos do hotel. As comodidades e serviços do Vilamoura Garden Hotel prometem oferecer aos clientes e visitantes uma experiência marcante, onde o mais importante é vivenciar do melhor que a região tem para oferecer.

Variedade de públicos Para este ano o mais recente hotel de quatro estrelas de Vilamoura garante uma oferta especial para cada “bucket list”. Seguindo a sua linha diferenciadora, apresenta uma oferta variada, que se adapta a diferentes públicos, como ofertas de spa, golf, fit lovers e familiares. A variedade de ofertas prende-se com a variedade de públicos que se adaptam ao Vilamoura Garden Hotel, ou seja, é um hotel versátil que tanto pode ser agradável para uma família, um casal ou para estadias de negócios. Para todas as ofertas, o hotel garante ainda, gratuitamente, WiFi gratuito, o fitness center aberto 24/7, shuttle para a marina e campos de golf e uma equipa disponível 24h por dia para satisfazer os pedidos dos hóspedes. O Vilamoura Garden Hotel está disponível para reservas a partir do site oficial www.vilamouragardenhotel.com, do endereço de email reservations@vilamouragardenhotel.com e telefone +351 289304333.


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Grupo Pestana

anuncia novo CR7 Lifestyle Hotels em Marraquexe

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abertura de uma unidade Pestana CR7 Lifestyle Hotels em Marraquexe, dentro de 18 meses, é a grande novidade divulgada por José Roquette, Chief Development Officer do Pestana Hotel Group, à Imprensa em meados do mês de janeiro. O mesmo responsável traçou ainda os planos de crescimento a curto e médio prazo do grupo, prevendo abrir até 2020 mais 20 novos hotéis, acrescentando assim mais 3000 novos quartos. Um investimento global que ronda os 200 milhões de euros. O grupo liderado por Dionísio Pestana tem em mãos o plano de expansão mais ambicioso de sempre, destacando-se a abertura de uma unidade Pestana CR7 Lifestyle Hotels em Marraquexe, com 164 quartos, localizado na M Avenue, entre o Four Seasons Marrakech e o W Club Marrakech. A nova unidade, propriedade de um grupo marroquino, tem um contrato de arrendamento por um período de 20 anos e segundo José Roquette, “está muito bem localizado. Já temos outro projeto na Medina, o Pestana Marrakech Medina, de 4 estrelas, que terá 224 quartos e com este CR7 Lifestyle Hotels vamos poder atrair mercados de um segmento médio e superior. Acreditamos muito em Marrocos, até porque já temos um outro projeto em Casablanca que tem sido um sucesso.” Mantendo e intensificando a aceleração dos últimos 6 anos, em que inaugurou 20 hotéis em Portugal e no estrangeiro, a maior multinacional hoteleira de origem portuguesa prevê abrir 20 novos hotéis nos próximos 3 anos.

Inovação e aposta em novos produtos “No grupo Pestana estamos constantemente a inovar e a apostar em novos produtos. Nesta fase o nosso foco centra-se na expansão e internacionalização da marca Pestana Collection Hotels e na marca Pestana CR7 Lifestyle Hotels”, sublinhou José Roquette, avançando que a marca poderá surgir noutras cidades

europeias, para além das já existentes em Lisboa e no Funchal. “Contamos que até 2019 possamos ter operacionais cinco hotéis desta marca”, disse ainda, relembrando que estão previstas as aberturas do Pestana CR7 Gran Via, em Espanha, com 164 quartos e o CR7 New York, nos EUA, com 185 quartos. Mas nem só de CR7 Lifestyle Hotels vive o grupo Pestana, pelo que no Uruguai, surgirá o Pestana Montevideu, com 100 quartos. Apesar de ainda não estar completamente decidido, esta poderá ser uma Pousada dado o valor histórico do edifício.

Expansão internacional A aposta na expansão internacional incide, também, na marca Pestana Collection Hotels. De recordar que, recentemente, o grupo anunciou o reforço da sua presença em duas das principais capitais europeias com a abertura do Pestana Amesterdam Riverside e do futuro Pestana Plaza Mayor, em Madrid, alargando e internacionalizando o portefólio da marca. A estas duas unidades junta-se o Pestana Porto – A Brasileira que abre portas em março deste ano e aumenta para sete, o número de unidades sob a marca Pestana Collection Hotels, marca premium do grupo caracterizada pela recuperação de património histórico e respetiva adaptação destes edifícios à realidade hoteleira. O Pestana Hotel Group prepara-se para alcançar o Top 25 europeu e o Top 100 mundial. O maior grupo internacional hoteleiro de origem portuguesa aposta forte em diversificar o produto hoteleiro e em inovar nos conceitos. “Mantemos uma clara ambição de crescimento conjugada com um foco muito firme nas competências do grupo, sempre com uma preocupação permanente com a sustentabilidade económica, social e ambiental dos projetos”, reforça José Roquette. O mesmo responsável sublinhou ainda que 2017 “foi o nosso melhor ano de sempre e acreditamos que 2018 será ainda melhor”.



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Grupo Vila Galé abre três unidades no ano em que comemora 30.º aniversário

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ila Galé Sintra, Vila Galé Collection Braga e Vila Galé Touros (Brasil) são as três unidades que o grupo Vila Galé abrirá em 2018, um ano que Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo hoteleiro português acredita “será positivo, mas admitimos crescimentos na ordem dos 5% em termos de receitas”. Um valor mais baixo que o registado em 2017 e que segundo o mesmo foi de 13%. O administrador, que falava aos jornalistas num encontro que teve lugar em meados de janeiro, sublinhou que 2017 “correu bem, mas sem grandes euforias”, acrescentando que “os 21 hotéis da rede em Portugal geraram vendas de 106 milhões de euros, mais 13% do que em 2016. E contabilizaram-se cerca de 965 mil quartos ocupados, traduzindo um aumento de 2,4% face ao exercício anterior”. Em termos de mercados, Gonçalo Rebelo de Almeida fez saber que “40% do público dos Vila Galé são portugueses, seguindose depois o alemão, britânico e espanhol”, destacando ainda “o forte crescimento da procura por parte de norte-americanos e brasileiros, ambos acima dos 50%. Em 2017 recebemos nas unidades em Portugal 33 mil espanhóis e 28 mil brasileiros”. Já no que diz respeito às sete unidades Vila Galé no Brasil, as receitas somaram 265 milhões de reais em 2017, evidenciando uma subida de 2%. A uma taxa de câmbio de 1€ = 3,9R$, a operação neste país representa cerca de 40% do volume de negócios global

do grupo. Os quatro resorts e os três hotéis de cidade tiveram 494 mil quartos ocupados, o que representa uma variação de -2,8% face a 2016. Aqui, 90% do mercado é interno.

30 anos em 2018 Para 2018, ano em que o grupo comemora 30 anos, estão previstas as aberturas de três novas unidades hoteleiras, com a primeira a surgir a 25 de abril, o Vila Galé Sintra, num investimento de 25 milhões de euros. Diferenciando-se pelo seu conceito inovador na área da saúde e bem-estar, pensado para famílias, o Vila Galé Sintra engloba um hotel apartamento de quatro estrelas e 10 blocos de apartamentos turísticos. Terá 77 quartos duplos, 44 T0, 15 T1, 36 T2 e 12 T3, um revival spa com várias valências médicas, opções de alimentação gourmet light e programas antienvelhecimento, para deixar de fumar ou antisstress, área de convenções, clube de crianças, piscina exterior de adultos e de crianças e dois campos de ténis. A 27 de maio será inaugurado o Vila Galé Collection Braga, com um investimento de 6 milhões de euros, e classificação de quatro estrelas. Um projeto que surge da reabilitação do complexo do antigo hospital de São Marcos e contará com 127 quartos, salão de convenções para mais de 300 pessoas, quatro salas de reuniões, dois restaurantes, bar, adega, biblioteca, piscinas exteriores para adultos e crianças, spa com piscina interior, ginásio e salas de massagens, jardim interior e estacionamento.

Vila Galé Touros abre em setembro Em setembro “ou ainda antes” como revelou Gonçalo Rebelo de Almeida será a vez da abertura do Vila Galé Touros: em plena praia de Touros, no estado brasileiro do Rio Grande do Norte. O quinto resort da Vila Galé no Brasil, com 514 quartos e um investimento de 150 milhões de reais, terá ainda cinco restaurantes, spa Satsanga, clube Nep para as crianças, centro de convenções com 1.750 m2, centro náutico, campos desportivos e três piscinas exteriores, uma das quais com escorregas para crianças. Nos planos do grupo estão ainda duas unidades em Portugal, com abertura prevista para 2019: o Vila Galé Elvas e o Vila Galé Serra da Estrela, em Manteigas. O primeiro resultará da reabilitação do antigo Convento de São Paulo, num investimento de cinco milhões de euros e o segundo aguarda um último parecer da Direção Geral de Energia e Geologia. A Vila Galé vai ainda aplicar cinco milhões de euros em renovações nas suas unidades em Portugal. Entre as novidades, é de referir a expansão das pizzarias artesanais Massa Fina. Depois da estreia, em 2017, no Estoril e na Praia da Galé (Albufeira), o conceito chega este ano aos hotéis Vila Galé Lagos e Vila Galé Ampalius (Vilamoura). Neste hotel, a maioria dos quartos vai ser renovada, passará a existir uma esplanada e serão reformuladas as piscinas exteriores de adultos e de crianças. Já no Vila Galé Cascais vai surgir uma piscina infantil.



Hotelaria

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Costa Cruzeiros aumenta oferta com partida e chegada a Lisboa

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Costa Cruzeiros vai aumentar, este ano, a sua oferta à partida e chegada a Lisboa, passando de dois para cinco cruzeiros, de 10 e 11 noites, todos durante o outono, no Costa Favolosa. As partidas estão marcadas para 27 de Setembro, 7, 17 e 27 de Outubro, e 6 de Novembro, como escalas em Valência, Barcelona, Savona, Málaga e Cádis. O Costa Favolosa irá, por outro lado, passar mais duas vezes por Lisboa durante este ano para duas “Miniexperiências no Mediterrâneo”, de cinco noites. Uma terá início em Savona, no dia 22 de Setembro, e termino em Lisboa, no dia 27 seguinte, já a outra terá partida em Lisboa, a 16 de Novembro, e chegada a Savona, no dia 21 do mesmo mês. A companhia italiana está ainda a apostar em oferecer ao mercado português voos de Lisboa para outros portos de embarque. É o caso da operação, de cinco noites, “Grécia no Coração”, com partida e chegada a Bari e escalas em Corfu, Atenas, Mykonos e Santorini. Com destino aos Fiordes Noruegueses, a Costa Cruzeiros vai lançar também uma operação charter, com 11 saídas de avião à partida de Lisboa, no Costa Favolosa, de 22 de junho a 31 de agosto. A operação é chamada de “As Terras dos Vikings” e tem embarque e desembarque em Warnemunde, com passagem por Copenhaga, Hellesylt, Geiranger, Bergen e Aarhus. Mas as apostas da Costa Cruzeiros, com partida de avião de Lisboa, não terminam por aqui. A companhia tem ainda para oferecer cruzeiros nas Baleares e Itália a bordo do Costa Victoria, as capitais Bálticas no Costa Magica e as Ilhas Gregas no Costa neoRiviera.

70° aniversário repleto de novidades

Mercado português cresce 18% em 2017 Raffaele D’Ambrósio, diretor geral da Costa Cruzeiros para Portugal e Espanha, e Jorge Carreiras, diretor geral da Line C, representante da companhia italiana em Portugal, avançaram esta manhã, em Lisboa, que “Portugal é um país estratégico” para a empresa, “com uma grande margem para crescimento”, dado que “apenas entre 45 a 50 mil portugueses é que escolhem os cruzeiros para as suas férias”. Jorge Carreira, apesar de se escusar a falar de números absolutos, adiantou que o mercado português aumentou 18% para a Costa Cruzeiros em 2017, mas segundo Raffaele D’Ambrósio este número poderá “continuar a aumentar dois dígitos”, sobretudo com o lançamento de voos à partida e chegada a Lisboa para outros portos de embarque europeus.

No ano em que a Costa Cruzeiros comemora 70 anos de existência, a empresa decidiu lançar uma plataforma digital em Portugal, o Costa Extra, que irá ajudar no trabalho dos agentes de viagens nacionais, tornandose “parceiros estratégicos e tecnológicos das agências”, de acordo com Raffaele D’Ambrósio. Disponível a partir de abril, esta será uma nova ferramenta de reservas, mais fácil, rápida e intuitiva, detentora de informações mais simples. É ainda um motor de reservas como mais funcionalidades, entre as quais com novos filtros de busca, mais facilidade em incluir serviços adicionais e com três formas diferentes de ver os resultados. Os agentes de viagens ficam ainda possibilitados de preparar um orçamento rápido só com dois clicks. É no Costa Extra que poderão aceder também ao Costa Academy, um “programa de formação que irá ajudar a desenvolver o negócio das agências de viagens”. São 10 módulos de formação sobre a Costa que irão ajudar a vender o produto. Terá conteúdos dinâmicos e divertidos para que a formação seja mais leve, além de pequenos vídeos que ajudam a entender o que a companhia tem para cada tipo de pessoa. No final, o agente de viagens receberá um diploma de certificação. Portugal é o oitavo país onde a Costa Cruzeiros vai implementar estas duas ferramentas, tendo sido pioneiras no mercado italiano, seguido dos mercados alemão, francês, austríaco, suíço, brasileiro e espanhol.

MSC Cruzeiros vence Prémio Cinco Estrelas Após vencer o prémio da “Escolha do Consumidor”, a MSC foi reconhecida como marca Cinco Estrelas 2018 na categoria cruzeiros, passando assim a integrar um grupo restrito de marcas que se destacam pela sua excelência e elevado nível de satisfação global junto dos consumidores portugueses. Num estudo de mercado dividido em 162 categorias distintas e que envolveu a opinião de 200 100 consumidores, a MSC Cruzeiros foi considerada uma marca Cinco Estrelas Entre os vários aspectos avaliados, com grande destaque para a excelente classificação obtida nos critérios Satisfação pela Experimentação e Intenção de Recomendação, que atingiram 8,41 e 9,08 pontos respectivamente (numa escala de 1 a 10), obtendo assim uma satisfação global de 81,3%.

O Prémio Cinco Estrelas é um sistema de avaliação de produtos, serviços e marcas que mede o grau de satisfação global que conferem aos seus utilizadores, tendo em conta os 5 principais critérios que influenciam a sua decisão de compra ou adesão (Satisfação pela experimentação, Relação Preço-qualidade, Intenção de compra ou recomendação, Confiança na marca e Inovação), em 3 situações distintas e complementares: Comité de Avaliação; Testes de Experimentação e Questionários de Avaliação Massificada. Utiliza a metodologia mais completa e rigorosa do mercado, aplicando diferentes técnicas de recolha de informação, de acordo com os diferentes produtos e serviços e o respetivo perfil do seu público-alvo.



Aviação

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EasyJet apresenta Airbus A320neo e critica falta de slots em Lisboa e no Porto

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companhia aérea low cost easyJet apresentou em meados do mês de janeiro, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, um dos quatro novíssimos Airbus A320neo, que estão já ao seu serviço e que vão reduzir em 15% as emissões de CO2 e 50% do ruído durante a aterragem e descolagem do avião. Nos próximos cinco anos, 100 aeronaves A320neo e A321neo serão entregues à companhia e outras 100 em opção de compra, garantiu José Lopes, diretor da easyJet para Portugal, aos jornalistas. Segundo o mesmo responsável, nos próximos meses entrarão ao serviço mais quatro A320neo e entre junho e julho será a vez do A321neo chegar também à easyJet. Uma aeronave com 235 lugares, que José Lopes sublinha ser destinada a “rotas densas e aeroportos lotados”. “Com a apresentação do novo easyJet A320 neo em Portugal queremos comemorar a possibilidade de continuarmos a contribuir para a redução de CO2 e a nossa missão de sermos mais sustentáveis na nossa operação. Estamos focados no nosso objetivo de atingir os 77 gramas por quilómetro percorrido por passageiro até 2020. Através destes novos modelos Airbus, com um desempenho bastante eficiente, foi-nos possível reduzir um terço do impacto do carbono, desde o ano de 2000 e estamos entusiasmados com o futuro”, disse ainda o diretor da companhia para Portugal. Esta diminuição torna-se consistente através da estratégia da easyJet de descarbonização, de toda a sua frota de 280 aviões, com o objetivo de obter uma gestão mais eficiente do combustível, reduzindo ainda as emissões de C02 por quilómetro percorrido por passageiros nos seus voos, esperando-se assim que as emissões sejam reduzidas para um terço, num período de 20 anos. Recorde-se que desde o ano 2000 a easyJet tem vindo a reduzir as suas emissões de

carbono por passageiro e por quilómetro para mais de 32%, sendo que o objetivo atual é conseguir reduzir 10% das emissões relativamente ao seu desempenho previsto em 2016 e até 2022. “Sendo a easyJet a 3.ª maior companhia aérea do aeroporto de Lisboa, comprometemonos com o crescimento sustentável da ANA Aeroportos Portugal. Acreditamos que dentro do limite atual ainda é possível aumentar a sua eficiência, incentivando, por exemplo, taxas de ocupação mais elevadas, assim como o uso de aviões mais eficientes e modernos, como é o caso do Airbus A320neo, o qual também tem impacto para os residentes”, garante o dirigente.

“20% de crescimento no inverno” registado o ano passado, será apenas de “3% no inverno de 2018, por falta de slots”. Um problema que se aplica a Lisboa, mas que também atinge já o Aeroporto Francisco Sá Carneiro: “Pedimos 2000 slots para o verão de 2018 e apenas conseguimos 40”. Para aquele responsável é “urgente a implementação de medidas que permitam continuar a crescer em Lisboa, até que a solução Montijo esteja implementada (2021/2022), como o fecho imediato da pista 17/35, aquisição e implementação do novo software na NAV, merge point approach, utilização de LIDAR para redução eficiente de separações; Estimular uma utilização mais eficiente da capacidade aeroportuária existente, por forma Dificuldades aeroportuárias a maximizar o tráfego, sem perder oportuniimpedem crescimento maior dades no curto prazo, impondo uma estrutura da companhia tarifária que incentive claramente a eficiência José Lopes aproveitou ainda a ocasião para com operações com aeronaves mais ecológifazer o balanço da operação da easyJet para cas e silenciosas e um maior peso nas taxas Portugal, revelando que em 2017 foram transsobre aeronave do que por passageiro, para portados seis milhões de passageiros. recompensar taxas de ocupação mais Com duas bases em Lisboa (5 elevadas”. aeronaves baseadas e 21 Questionado sobre a hipóteO Airbus rotas) e Porto (3 aeronaves se da easyJet abandonar A320neo vai reduzir baseadas e 13 rotas), o Portugal por estes constrandiretor da easyJet para gimentos aeroportuários, em 15% as emissões Portugal revela que os José Lopes responde que de CO2 e 50% do ruído essa ideia não se coloca, durante a aterragem e mas que não lhes permite descolagem do avião avançar com novas rotas à partida de Lisboa ou Porto, uma vez que os aeroportos estão lotados. Sem problemas, no entanto, estão as operações nos aeroportos do Funchal e Faro, que continuam a crescer e onde recentemente a companhia apresentou até novas rotas. O diretor da esayJet espera este ano comemorar o passageiro 50 milhões, uma vez que em 2017 registaram no total 47 milhões de passageiros transportados desde 1998, ano em que começou a operar em Portugal.


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TACV - Cabo Verde Airlines reforça voo Lisboa-Fortaleza para duas frequências semanais

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om a mudança da base operacional para a ilha do Sal, desde o dia 1 de fevereiro, a TACV – Cabo Verde Airlines reforça para duas frequências semanais os voos Lisboa-Fortaleza, com partida às terças e quintas-feiras e regresso às quartas-feiras. Já de Lisboa para o Recife irá manter-se o voo semanal a sair às quartas-feiras. Os voos serão operados com Boeing B757 com 160 lugares em económica e 22 lugares Comfort Class. Com o lançamento do programa Cabo Verde Stopover, os passageiros terão a possibilidade de fazer uma estadia de até 7 dias em Cabo Verde para conhecer as ilhas, sem custos adicionais. Este é mais um passo no processo de reestruturação da TACV - Cabo Verde Airlines que contempla um novo modelo de negócio em formato Hub & Spoke, ponto de conexão para vários destinos, a entrar em funcionamento a 1 de fevereiro. Este novo modelo

colocará o arquipélago, nomeadamente a ilha do Sal, como ligação entre os 4 continentes – América do Norte, América do Sul, África e Europa, alargando assim o mercado de atuação da companhia aérea. “Olhamos para estes voos como uma porta aberta entre a Europa e o Brasil tendo Cabo Verde como elo de ligação. Queremos que as pessoas escolham a nossa companhia onde

quer que viagem,” afirma Mário Chaves, CEO da TACV. A TACV – Cabo Verde Airlines avança também ligações a partir de Milão e Paris para Fortaleza e Recife, com conexão à ilha do Sal, a partir de fevereiro e março respetivamente. A companhia espera ainda um reforço da frota para março e novas rotas para mais mercados em 2018.

TAP cresce mais de 21% no ano transato

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TAP cresceu 21,7 por cento em 2017 face ao ano anterior no número de pessoas transportadas, chegando ao final de dezembro com um acumulado de 14 milhões e 274 mil passageiros, mais 2,55 milhões que no ano anterior. O crescimento em 2017 da taxa de ocupação dos lugares oferecidos teve também um aumento considerável de 4,3 pontos percentuais, fixando-se nos 82,9 por cento. A Ponte Aérea Lisboa Porto foi a rota na qual a TAP transportou mais passageiros em 2017, atingindo um total de 726 mil, mais oito por cento que em 2016. A nova aposta da TAP no mercado norteamericano, onde abriu em 2017 uma nova rota para Toronto e consolidou as rotas de

Boston e Nova Iorque JFK, iniciadas em junho e julho do ano anterior, traduziu-se num crescimento no número de passageiros transportados de 54,5 por cento, para um total de 729 mil, mais 257 mil que em 2016. As ligações ao Brasil registaram uma forte recuperação ao longo do ano, crescendo 14 por cento, com a TAP a transportar 1,6 milhões de passageiros. O marco de mais de um milhão de passageiros foi pela primeira vez superado nas ligações entre o continente e a Madeira e Açores, que tiveram um aumento no número de passageiros de 18,9 por cento ou mais 183 mil passageiros, atingindo um acumulado anual de 1,15 milhões. Destaque ainda para as rotas africanas, nas

quais a TAP superou, também pela primeira vez, o milhão de passageiros transportados num ano, um aumento de 233 mil, ou mais 29 por cento. Foi nas rotas europeias, no entanto, que a TAP mais aumentou o número absoluto de passageiros transportados, com mais 1,6 milhões que no ano anterior, registando um total, no acumulado dos 12 meses de 2017, de 8,7 milhões, mais 22 por cento que em 2016. Pela primeira vez, a TAP transportou num ano mais de 500 mil passageiros nas rotas Lisboa/Londres Heathrow, Lisboa/Barcelona e Lisboa/Madrid, que se juntaram assim, em 2017, às rotas Lisboa/Porto, Lisboa/Funchal e Lisboa/Paris, onde esse volume de passageiros já era superado em anos anteriores. O forte crescimento que a TAP foi registando ao longo do ano foi consolidado em dezembro, mês em que a Companhia Aérea atingiu os 1,169 milhões de passageiros, mais 18,4 por cento que no mesmo mês de 2016. Novos recordes foram também estabelecidos no transporte de carga. A TAP Cargo fechou o ano de 2017 com um total 78 mil e 500 toneladas de carga e correio, um valor que representa um crescimento de 25% quando comparado com os resultados alcançados em 2016, sendo de destacar que 80 por cento do total transportado tiveram origem nos mercados fora de Portugal.


TQ Travel Quality nomeada como responsável pela rede ITP Europeia Alexandra Henriques, diretora de Marketing da TQ Travel Quality, acaba de ser nomeada como responsável pela rede ITP Europeia, uma das maiores redes internacionais de viagens. Esta atribuição distingue as competências e o trabalho desenvolvido por Alexandra Henriques assim como a relevância do papel da TQ Travel Quality nos últimos anos.

Como responsável pela rede ITP Europeia, Alexandra Henriques tem como principais funções promover e melhorar a comunicação entre os parceiros, discutir oportunidades e soluções relacionadas com os desafios e os problemas do mercado comum, identificar as necessidades comuns e estabelecer os serviços a implementar na rede europeia, partilhar experiências, conhecimento e boas práticas entre os parceiros assim como desenvolver estratégias de cliente para angariação e manutenção de negócios através da rede de networking. Além de Portugal, a rede ITP Europeia tem como parceiros França, Dinamarca, Alemanha, Hungria, Irlanda, Israel, Itália, Cazaquistão, Letónia, Holanda, Roménia, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido. Uma das principais ações da ITP é a organização da ITP Annual Conference, que se realizou em Lisboa há três anos e que, depois do ano passado ter tido lugar em Omã, regressa novamente à Europa e vai decorrer em Madrid, de 19 a 22 de setembro.

Raquel Queiroz é a nova diretora de Operações do InterContinental Porto Após três anos como diretora de Alojamentos do Hotel Crowne Plaza Porto, Raquel Queiroz exerce, desde o final de 2017, a função de diretora de Operações do Palácio das Cardosas. Licenciada em Turismo pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, concluiu no âmbito do curso um ano de estágio em Londres. Completou ainda uma Graduação em Direção Hoteleira pela Escola de Hotelaria do Porto. Raquel Queiroz traz na bagagem dezasseis anos de experiência no setor, com início da carreira na cadeia Méridien. Em 2008, acompanhou o arranque da cadeia Tiara Hotels & Resorts e, em 2014, já com o IHG – InterContinental Hotels Group, esteve envolvida na conversão do Crowne Plaza Porto. Entre os cargos de gestão desempenhados ao longo desses anos, destaca-se a função de Chefe de Recepção no Le Méridien Park Atlantic, Front Office Manager no Hotel Tiara Park Atlantic e Diretora de Alojamentos no Crowne Plaza Porto. Em 2017 foi finalista dos Prémios de Excelência na Hotelaria 2017, atribuídos pela ADHP (Associação de Directores Hoteleiros de Portugal), na categoria de Melhor Director de Alojamentos.

Travelplan com novos contatos para o departamento Grupos Portugal A Travelplan anuncia novos contatos do seu departamento para Grupos em Portugal. Os números de telefone passam a ser 210010774 / 707212212 e o contato de email é agora portugal.grupos@ globalia.com.


COM PATROCíNIO

Alexandre Maia de Carvalho é o novo diretor-geral do Tivoli Palácio de Seteais e do Tivoli Sintra…

easyJet atribui liderança de novo departamento de Proteção de Dados a Robert Carey A easyJet anuncia mudanças na estrutura do Conselho de Gestão da companhia aérea. Robert Carey, diretor de estratégia e rede, será agora responsável pela Proteção de Dados, liderando e coordenando toda a equipa responsável pela gestão de dados da companhia aérea. A nova posição, atribuída por Johan Lundgren, CEO da easyJet, visa atestar uma maior transparência em todas as decisões-chave que a companhia adota, assim como de todos os processos adjacentes aos serviços que a easjyJet oferece aos seus clientes. “A easyjet é digitalmente avançada, existindo uma enorme geração de dados, tanto no que diz respeito ao contacto com os clientes, como nas restantes operações, o que faz com que esta nova posição seja fundamental para a eficiência da nossa operação”, refere Johan Lundgren, CEO da easyJet. Robert Carey, diretor de Estratégia e Rede, será o novo responsável pelo controlo da tarifas, pela gestão das receitas e das receitas assessórias. Esta nova posição visa melhorar a gestão dos dados da companhia aérea, o contacto prestado aos clientes, gerar receitas extra e ainda assegurar a confiabilidade operacional. O processo de recrutamento para este cargo irá decorrer em breve. “Acredito que o Robert Carey desempenhará esta função com o maior profissionalismo e com o empenho que o caracteriza. Estamos confiantes de que este será mais um passo de sucesso da companhia para respeitar a segurança e a confiança que os nossos passageiros depositam em nós”, concluiu o CEO da easyJet.

europcar.pt

A Tivoli Hotels & Resorts anuncia a nomeação de Alexandre Maia de Carvalho para o cargo de Diretor-Geral do icónico Tivoli Palácio de Seteais e do charmoso Tivoli Sintra, função que desempenha desde o início de 2018. Com uma experiência de cerca de 20 anos no setor hoteleiro nacional e internacional, Alexandre Maia de Carvalho teve o seu primeiro contacto com esta área enquanto estagiário da Tivoli Hotels & Resorts. Desde então, passou por diversas grupos portugueses e estrangeiros, como AC, Marriott, NH, Hilton e Pestana. Depois de uma passagem de dois anos, com início em 2003, enquanto Diretor de F&B dos então Tivoli Lisboa e Tivoli Jardim, retorna definitivamente ao grupo aquando da sua integração na Minor Hotels, para desempenhar a função de Resident Manager do Tivoli Avenida Liberda e do AVANI Avenida Liberdade.

“É com grande entusiasmo que inicio o desafio de liderar estas duas unidades, sendo uma honra e um privilégio enormes poder trabalhar a partir de uma das mais belas vilas de Portugal. 2018 será, certamente, um ano em grande, uma vez que teremos a inauguração do Tivoli Sintra, totalmente remodelado e com uma nova aura de sofisticação e conforto. Por outro lado, trabalharemos constantemente na afirmação do Tivoli Palácio de Sintra como um dos palace-hotel de referência em Portugal, através da história, luxo e requinte a que desde sempre habituou”, afirma Alexandre Maia de Carvalho. Transitando das unidades no coração de Lisboa, Alexandre Maia de Carvalho assume assim os comandos dos dois hotéis de Sintra, após Mário Custódio, antigo Diretor-Geral, rumar ao Algarve para liderar o Tivoli Carvoeiro. Sob a sua chancela, Alexandre Maia de Carvalho terá o desafio de relançar o Tivoli Sintra, uma vez que este se encontra em pleno processo de renovação, estando prevista a sua inauguração para Abril deste ano.

Já no Tivoli Palácio de Seteais, terá a missão de preparar o reposicionamento desta unidade enquanto palace-hotel, um plano a ser desenvolvido durante o ano. Membro do Historic Hotels Worldwide e tendo como pano de fundo a Serra de Sintra, o Tivoli Palácio de Seteais assume-se como uma sugestão única, respirando o luxo e a beleza de um palácio do século XVIII. Muito além de um simples hotel, esta unidade reúne experiências autênticas de puro requinte e romantismo. … e Mário Custódio assume a direção geral do Tivoli Carvoeiro Algarve Resort O responsável conta com uma experiência de 25 anos no setor da hotelaria, desempenhando funções de gestão hoteleira há mais de 15 anos. Passou por vários grupos portugueses, nomeadamente o Vila Galé e o Pestana. Juntou-se à Tivoli em junho de 2002, para assumir a direção de Food and Beverage do Tivoli Lagos, seguido do Tivoli Marina Portimão e Tivoli Marina Vilamoura. Mário Custódio Regressou, posteriormente, ao Tivoli Lagos como diretor-geral em 2010 e, em 2012, rumou a Vilamoura para liderar o Tivoli Victoria e o The Residences at Victoria Clube de Golfe. Após quatro anos à frente das duas unidades em Vilamoura, Mário Custódio realizou um cross-exposure pelos hotéis Minor em Oman, Qatar e Dubai, tendo, posteriormente, integrado a Direção-Geral do Tivoli Palácio de Seteais e do Tivoli Sintra. “Foi nesta unidade que finalizei o último estágio do curso de Gestão Hoteleira da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. É assim um enorme orgulho voltar a esta região magnífica e poder liderar uma unidade tão icónica e impressionante como o Tivoli Carvoeiro. É com grande expetativa que olhamos para 2018, sendo este o primeiro ano completo de atividade após uma remodelação de fundo, que veio enaltecer e potenciar a oferta do hotel, posicionando-o como uma das unidades incontornáveis do panorama turístico algarvio. Além disso, é um privilégio poder trabalhar a partir de uma localização tão deslumbrante quanto a do Tivoli Carvoeiro, tendo o oceano e as escarpas como pano de fundo”, afirma Mário Custódio. Ao comando do Tivoli Carvoeiro, Mário Custódio será responsável pelo primeiro ano completo de atividade após a renovação profunda da unidade, no valor de 11 milhões de euros, e requalificação como hotel de cinco estrelas.


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Lufthansa apresenta nova imagem institucional

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Lufthansa revelou a sua nova imagem institucional a clientes e funcionários em dois grandes espetáculos nas placas giratórias de Frankfurt e Munique, onde a alteração mais visível é a nova pintura dos aviões. Perante mais de 3.000 convidados em Frankfurt e em Munique, a Lufthansa apresentou oficialmente um Boeing 747-8 e um Airbus A321 com o novo design. Na semana passada, alguns pormenores foram sendo conhecidos tendo criados discussões interativas, especialmente nas redes sociais. A resposta à nova “cara” da Lufthansa tem sido predominantemente positiva, apesar de algumas pessoas sentirem falta do tradicional amarelo. No entanto, o amarelo não foi banido mas receberá uma função específica para orientação e diferenciação. No futuro, o amarelo encontrar-se-á em todos os cartões de embarque e em todos os balcões da Lufthansa nos aeroportos, entre outros. “A Lufthansa mudou e está mais moderna e com mais

êxito. A partir de agora, tal será visível para o público através do novo design,” referiu Carsten Spohr, CEO da Deutsche Lufthansa AG. “O grou tem estado sempre connosco e é o símbolo de altíssima qualidade, serviço excelente, competência, fiabilidade, espírito inovador e confiança”, disse. Na ocasião do 100º aniversário do grou, todos os pormenores do design foram retrabalhados – para fazer face às exigências da era digital. A nova “cara” da Lufthansa dá a cada um dos elementos uma característica nova e moderna para aumentar o seu impacto. Os designers deram grande importância em levar a tradição da marca Lufthansa para o futuro.

Tradição e futuro “A modernização da Lufthansa só é possível graças ao empenhamento de todos os nossos funcionários, que são os melhores do ramo. Na realidade são a verdadeira face da marca", continuou Carsten Spohr. O grou, criado há precisamente 100 anos pelo artista gráfico Otto Firle, uma verdadeira marca inconfundível no céu, mantém-se como o símbolo emblemático da Lufthansa. No futuro, será mais estreito e preparado para o mundo digital. Também será mantida a combinação de cores azul e amarelo da Lufthansa – mas o uso destas cores primárias irá ser redefinido. O azul, criado especialmente para a Lufthansa, é

algo mais escuro, mais elegante, tornando-se a cor dominante da marca. Significa fiabilidade, clareza e valor. Após 30 anos, os aviões da Lufthansa irão gradualmente receber a nova pintura. Na cabina, os passageiros encontrarão um design moderno nos uniformes da tripulação em novos acessórios, muitas vezes amarelos. Os artigos de bordo, como a loiça, as bolsas de higiene, os cobertores e as almofadas, também trarão no futuro o novo design. Aproximadamente 160 milhões de produtos serão trocados nos próximos dois anos.

Nova campanha de imagem institucional Abertura e curiosidade – o lançamento da nova identidade institucional da Lufthansa marcou o início da nova campanha #SayYesToTheWorld. Questiona maneiras de pensar e hábitos tradicionais. A Lufthansa abrese a todos os exploradores. Com estilo, ambição e qualidade. Com simpatia para com todos. Fiável e de confiança.

AHP celebra protocolo de cooperação com congénere brasileira A AHP - Associação da Hotelaria de Portugal celebrou em Lisboa um protocolo de cooperação com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), a maior associação de Hotelaria do Brasil, com sede em Brasília e representação em todos os estados brasileiros. O protocolo assinado entre Raul Martins, presidente da AHP, e Manoel Linhares, recém-eleito presidente da ABIH, visa promover a colaboração entre as duas entidades ao nível da partilha de conhecimento e experiências, proporcionando uma reflexão global sobre temas comuns. A propósito desta parceria, Raul Martins referiu que “As sinergias entre associações congéneres são muito importantes para dar escala

e força ao setor, aumentando a representatividade do segmento hoteleiro na economia de ambos os países”. O responsável adiantou que “Um dos objetivos desta cooperação é dar ainda mais fôlego ao compromisso da AHP de promover e incentivar as melhores práticas ao nível da responsabilidade social e sustentabilidade ambiental junto de todos os nossos pares e interlocutores”, relembrando que a AHP foi uma das primeiras entidades portuguesas a assinar o Código Mundial de Ética da Organização Mundial do Turismo, cuja promoção junto da ABIH e respetivos associados é objeto deste protocolo. Segundo Manoel Linhares, “Esse é o início de uma parceria promissora, já que poderemos promover a interlocução entre empresas hoteleiras, criando redes e parcerias comerciais de troca de experiências sobre diversos campos relacionados com o setor”. O presidente da ABIH referiu ainda que “A capacitação e qualificação profissional são pontos que ambas as entidades têm como meta”, e que o protocolo visa também “promover um intercâmbio maior entre os congressos promovidos pelas associações”, referindo-se ao Conotel, que decorre anualmente no Brasil durante o mês de maio, e ao Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, realizado em Portugal habitualmente durante o mês de novembro. De resto, o presidente da AHP vê também neste protocolo uma oportunidade para que as empresas parceiras da AHP, fornecedoras de bens e serviços para a hotelaria, se possam vir a posicionar junto dos hotéis brasileiros.



Incredible India

Karnataka

Imenso legado de arte e cultura

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om uma antiguidade que remonta ao Paleolítico, Karnataka foi o lar de alguns dos impérios mais poderosos da Índia Antiga. Com efeito, este Estado do sul da Índia carrega um imenso legado de arte e cultura. Filósofos e músicos patrocinados por dinastias ancestrais lançaram movimentos sociorreligiosos, literários e musicais que perduram até hoje. Karnataka é, por outro lado, senhora de uma beleza de fazer parar a respiração. Planícies sedosas elevam-se subitamente rumo a montanhas cobertas de neblina, antes de mergulharem no abandono descuidado de imensas cascatas, para se transformarem em rios lânguidos, que percorrem locais onde o tempo parou. A poucas centenas de quilómetros de distância entre si, encontramos metrópoles onde o tempo se apressa ao ritmo do mundo; ou povoados que escapam para a profunda quietude de densas florestas; ou, ainda, cidades que abraçam o mar. Variedade cultural e religiosa Karnataka acolheu e continua a acolher uma larga variedade de culturas. Juntamente com

os Kannadigas nativos, Kodavas, Tuluvas, Konkanis e várias seitas tribais têm, ao longo dos séculos, emprestado cor e conteúdo à cultura vibrante que o Estado reclama para si. Abriga, igualmente, a maior colónia tibetana no sul da Índia. O passado recente tem observado uma população mais inclusiva, com grandes comunidades de expatriados a fazerem de Bangalore a sua cidade de acolhimento. Jainismo, hinduísmo e islamismo são as religiões predominantemente praticadas. Mas, nos últimos tempos, o sikhismo, o cristianismo e o budismo também encontraram seu lugar e o seu povo. Na dança, no drama, nos ofícios, nas artes, na poesia e na arquitetura, Karnataka arrasta um legado de conhecimento que remonta às primeiras dinastias. Talvez seja esta a razão pela qual o Estado é, até à data, o lar de algumas das melhores instituições académicas do país.

Gastromonia que agrada a todos os paladares Em termos gastronómicos, Karnataka ofe-

rece uma variedade que agrada a todos os paladares. A cozinha tradicional é tipicamente do sul da Índia, com um pouco de doçura na medida certa. Mas isto não chega para resumir a sua cultura gastronómica, dado que as especialidades variam grandemente com as características geográficas. Até os cereais variam e consomem-se de formas imagináveis ​​e inimagináveis. Para os não iniciados, alguns dos preparativos podem parecer desconcertantes, mas não menos deliciosos. As sobremesas, delirantemente maravilhosas, são boa prova disso!

Padroeiro das artes... Karnataka continua a fazer juz ao seu título de padroeiro das artes. Poetas, músicos, dançarinos, contadores de histórias, escritores e artistas em geral floresceram nestas partes e contribuíram grandemente para o repertório multifacetado do Estado. Não admira, pois, que as mais respeitadas escolas de música da Índia tenham sido criadas e aperfeiçoadas aqui. Um grande número de artes populares


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Bangalore, a capital Bangalore é a capital deste Estado e um ponto de fusão étnica e cultural. Quase todos os seus habitantes falam inglês e, independentemente de onde são, têm imenso orgulho na cidade onde vivem. Centros comerciais, parques urbanos, teatros, cafés, galerias de arte, palácios: Bangalore fervilha em atividade. Uma cidade movimentada hoje, Bangalore recorda ainda a presença britânica: avenidas arborizadas com nomes como Richmond Town e Victoria Layout, um sinal claro do sentimentalismo em relação ao seu passado recente. O Palácio de Bangalore, o Attara Kacheri (Supremo Tribunal), a Basílica de Santa Maria, o Palácio de Tipu e o Templo do Touro evidenciam as múltiplas facetas desta cidade cosmopolita.

encontra as suas raízes em performances ritualísticas. Enquanto o Yakshagana (ou “Canção Celestial”, uma encantadora amálgama de dança, música e literatura) é indiscutivelmente o cartaz principal das formas de arte, os seus homólogos menos conhecidos são tão apaixonantes quanto variados.

...e dos festivais O encontro de milénios com a realeza deixou uma marca indelével nos festivais tradicionais de Karnataka. Aqui, nada é

subestimado: a música, a dança, a boa comida, as cores, a alegria contagiante, a espiritualidade... Destaque para o Festival de Hampi (janeiro/fevereiro), no qual se recorda o passado dinástico da Índia, com arte, música e poesia; ou para os 10 dias do Festival de Dasara (setembro/outubro), durante os quais, o descendente da Família Real, envergando vestes roxas, presta homenagem à deusa guardiã, perante uma cidade de Mysore em completo êxtase. Os muitos festivais das colheitas realizados em várias partes do Estado são celebrados

de formas maneiras diferentes: desde fazer uma oferta de amendoins à divindade local, a disparar um único tiro para convocar um deus, quase tudo é desculpa para comemorar. E depois há a celebração de todas as celebrações, realizada de 12 em 12 anos: a cerimónia religiosa maior do que a vida, de Maha Mastakabhisheka, durante a qual a estátua de 15 metros de Bahubali é banhada em leite, sândalo e especiarias. Os festivais aqui são, definitivamente, atrações turísticas ímpares.


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Tamil Nadu Muito para oferecer

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amil Nadu é um Estado com uma diversificada oferta turística. Possui desde montanhas imponentes e vegetação luxuriante, até praias de areia fina, passando por monumentos intemporais, uma vida selvagem fabulosa e um quotidiano rural reverberante. De facto, Tamil Nadu oferece de tudo e em grandes doses. Tem colinas e montanhas de grande beleza, como Ooty, Kodaikanal, Yercaud, Elagiri, Javvadhu, Kolli, Sirumalai, Valparai, Topslip, Parvathamalai e Pachamalai. Tem cascatas prateadas em Courtallam, Hogenakkal, Thiruparappu, Thirumurthi Malai, Akasa Gangai e Papanasam. Tem excelentes parques nacionais, como Guindy National Park e Anamalai National Park. Tem santuários da vida selvagem em Mudumalai, Kodiakarai, Kalakkad, Mundanthurai e Berijam. O vasto litoral de Tamil Nadu revela muitas praias de areia prateada, como são os casos de Marina, Elliots, Thiruvanmiyur, Tiruchen-

dur, Rameswaram e Kanniyakumari. A tudo isto, há que acrescentar os seus inúmeros templos, onde ecoam sons de religiosidade e espiritualidade. Tamil Nadu é o sétimo Estado mais populoso da Índia e um dos mais importantes, onde decorre uma das maiores peregrinações da religião hindu. Anualmente, mais de 100 milhões de indianos visitam a região de Tamil Nadu, em direção aos templos de Madurai e Tiruchirappalli. Por tudo isto, Tamil Nadu tem em si uma essência muito genuína, com poucos luxos para os turistas mais exigentes, mas verdadeiramente encantadora por mostrar o que há de mais verdadeiro e autêntico na Índia.

Religiosidade sempre presente Até há poucos anos chamada de Madras, Chennai é a maior cidade do Sul da Índia. A Basílica de São Tomé, uma das três igrejas do mundo que foram construídas sobre o túmulo de um Apóstolo de Cristo – pelo

“Bonjour!” Tecnicamente, Puducherry é um território especial da União e não faz parte do Tamil Nadu. Mas como se situa no meio do Estado, normalmente entra na rota de quem viaja pelo Tamil. Se Goa era a parte da Índia colonizada por portugueses, Puducherry é a Índia Francesa. Dividida em ruas retas, a cidade é muito simpática e ainda conserva os nomes franceses em alguns lugares. Hoje, pouca gente fala francês, mas não estranhe se alguma indiana vestindo um sari colorido se aproximar de si com um “Bonjour!”


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O maior centro de peregrinação a Sul Rameswaram é uma pequena ilha onde fica situado o maior centro de peregrinação do golfo de Mannar. Todos os dias, esta ilha recebe milhares de peregrinos, que aí realizam os seus rituais em homenagem aos seus antepassados. O templo Sri Ramanathaswamy, localizado junto ao mar, no lado oriental da ilha, é conhecido pela sua beleza arquitetónica de prakaras magníficos ou corredores com colunas maciças, esculpidas em ambos os lados. Conta com um corredor com 197 metros de cumprimento, que se acredita ser o mais longo do mundo.

menos segundo a versão dos católicos – é o monumento mais imponente da cidade. São Tomé estaria por estas paragens há cerca de 2000 anos, a pregar as boas novas, quando morreu. Quer se acredite ou não, a pequena comunidade cristã de Chennai garante que a Basílica é abençoada pelo santo, que teria inclusive evitado a destruição da igreja pelo tsunami de 2004. Mamallapuram, um dos destinos mais ocidentais de Tamil Nadu, tem pouco mais de 10 mil habitantes e para percorrê-la terá de

usar um bom calçado, dado que as ruas são de terra batida. Apesar do seu ar bucólico, esta foi uma importante cidade portuária durante o século VII, quando a dinastia dos Pallavas reinava na região, tendo deixado com herança dezenas de templos, estátuas e monumentos com mais de 1500 anos. Com mais de 1 milhão de habitantes, Madurai é uma das cidades mais antigas do mundo: há relatos de historiadores romanos e gregos sobre a cidade. E o grande destaque de Madurai é, como não poderia deixar de

ser, o templo de Meenakshi Amman, dedicado à deusa Parvati, o qual recebe cerca de 20 mil visitantes por dia. Porém, a estrela do turismo religioso da região de Tamil Nadu é a cidade de Tiruchirappali. A maioria dos visitantes é hindu e ainda poucos são os estrangeiros que se aventuram por lá, apesar de toda a sua beleza. Os templos hindus Rockfort, cravado no alto de uma colina, e Sri Ranganathaswamy, um dos maiores e mais bonitos templos da Índia, são um deslumbre para o olhar.


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Odisha Terra dos Deuses

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ocalizado na costa oriental da Índia, o Estado de Odisha é uma combinação única de belos locais, culturas exóticas e pessoas calorosas e amigáveis. Com uma costa de quase 500 quilómetros de de extensão, montanhas imponentes, lagos serenos e rios desafiantes, Odisha tem, certamente, algo para si. A região pode ser visitada ao longo de todo o ano, mas a época ideal, especialmente para os visitantes de climas mais frios, é de outubro a março.

Cidade dos Templos A capital, Bhubaneswar, é popularmente conhecida como a “Cidade-Templo da Índia”. Importante centro de peregrinação hindu, Bhubaneswar vangloria-se de já ter possuído mais de 2000 templos. Hoje, ainda existem várias centenas, que salpicam a paisagem da Cidade Velha. O magnífico Templo do Sol em Konark é o apogeu da arquitetura templária de Odisha e um dos mais impressionantes exemplos de arquitetura religiosa no mundo. O poeta Rabindranath Tagore disse sobre Konark que “aqui a linguagem da pedra supera a

linguagem do homem”, e é bem verdade que a experiência de Konark é impossível de traduzir em palavras. Construído pelo rei Narasimhadeva, no século XIII, como monumento de vitória, após uma campanha bem sucedida contra invasores muçulmanos, o templo inteiro foi projetado na forma de uma carroça colossal, carregando o deus do sol, Surya, através dos céus. A estrutura maciça, agora em ruínas, elevava-se a quase 70 metros de altura. Em seu redor, encontramos as 24 rodas de pedra gigantes da carruagem. Estas rodas são de tal modo requintadas que, só por si, oferecem um eloquente testemunho da tradição escultórica de Odisha.

Puri Um dos quatro famosos centros religiosos da Índia, Puri, a morada do Senhor Jagannath, dispensa apresentações. Em termos de natureza, Puri possui algumas das mais belas praias do mundo, onde assistir ao nascer do sol, por entre uma sinfonia de cores, constitui uma experiência única e maravilhosa. É, talvez por isso, uma das estâncias

balneares mais famosas da Índia, onde turistas de qualquer parte do mundo podem relaxar confortavelmente. Entre os locais a visitar em Puri, destaca-se o Templo do Senhor Jagannath, construído durante o século XII. Sendo o templo mais alto em Odisha (65 metros), é uma das peças monumentais mais grandiosas da Índia. Em frente ao portão principal, está um pilar monolítico de 16 lados (11 metros de altura), chamado Aruna Stambha, que originalmente se erguia frente ao Templo do Sol e que foi trazido para Puri durante o século XVIII da nossa era. Alguns dos outros templos importantes são Gundicha, Lokanath, Sunaragauranga, Daria Mahabir e Tota Gopinatt. Há também um bom número de lagos sagrados, como Narendra, Markandeya, Sweta Ganga e Indradyumna. Existem ainda muitos mosteiros, conhecidos localmente como Mathas, também de interesse turístico. Puri oferece uma infinidade de coloridas feiras e festivais ao longo de todo o ano. Contudo, o Ratha Yatra, o Festival da Praia de Puri, o Ganesh Puja e Jhulana Jatra estão entre os mais conhecidos.


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Virupaksha Temple - Hampi, Karnataka

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