Que vibração é essa? A busca pelo prazer feminino em tempos de pandemia.

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Que vibração é essa? A busca pelo prazer feminino em tempos de pandemia. Relatório Final Eduarda Guimarães Gustavo Moura Laura Barroso Mariana Brasil Thiago Ribas Victória Camargo


Problema Como a pandemia afetou a relação das mulheres com o prazer, a sexualidade e o autoconhecimento.

Justificativa Na cultura em que vivemos, falar de sexualidade, principalmente a feminina, é tabu. Por isso, assuntos como este devem ser colocados em pauta. A desmistificação da relação da mulher com seu próprio corpo é necessária. Além disso, levando em conta um cenário atípico de pandemia, devemos analisar como e onde essas mulheres têm buscado formas de satisfazer seus desejos.

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Objetivo Geral Investigar a busca pelo prazer em tempos de pandemia entre as jovens de 18/34 anos de Porto Alegre.

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Objetivos Específicos ● Caracterizar os públicos em termos demográficos e comportamentais; ● Entender a relação das mulheres com o autoconhecimento, o prazer e a masturbação; ● Investigar os motivos da diferença entre homens e mulheres em relação a sexualidade, na percepção das mulheres; ● Identificar as mudanças que a pandemia trouxe no comportamento das mulheres em relação ao prazer feminino; ● Levantar dados sobre a masturbação, o orgasmo e o uso de vibradores; ● Descrever o futuro desse tema na percepção do público-alvo.

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Fluxo de trabalho DESK RESEARCH Março 2021

PESQ. QUALITATIVA Abril/Maio 2021

PESQ. QUANTITATIVA Maio/Junho 2021

ANÁLISE E COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS Julho 2021

BUSCA DE DADOS E INFORMAÇÕES SECUNDÁRIAS PARA NORTEAR A PESQUISA 12 ENTREVISTAS: 3 JOVENS DE 18 A 24 ANOS, 2 JOVENS DE 25 A 34 ANOS E 7 ESPECIALISTAS. 591 RESPOSTAS VÁLIDAS: 488 JOVENS DE 18 A 24 ANOS E 103 JOVENS DE 25 A 34 ANOS

RELATÓRIO DE PESQUISA E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

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1. Investigação Qualitativa TÉCNICA: Entrevistas em profundidade. 7 EPs com especialistas: 1. Lais Conter, criadora do @me_lambelambe, sócia do @telapreta.app e escritora 2. Maria Cecilia, terapeuta sexual 3. Daniela Flores, psicóloga especialista em relacionamentos 4. Talita Klein, fisioterapeuta pélvica 5. Andressa Schutz, proprietária da @vulvasautonomas

6. Sandra Scalco, terapeuta sexual 7. Ana Canosa, psicóloga e educadora sexual

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5 EPs com mulheres comuns de 18/34 anos, residentes de Porto Alegre:

DISTRIBUIÇÃO MULHERES DE 18/24 ANOS RESIDENTES DE PORTO ALEGRE

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MULHERES DE 25/34 ANOS RESIDENTES DE PORTO ALEGRE

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2. Investigação Quantitativa ● 591 respondentes ● Mulheres ● 18 a 34 anos ● Porto Alegre e Grande Porto Alegre

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QUADRO AMOSTRAL PÚBLICO Mulheres de 18/24

488

Mulheres de 25/34

103

TOTAL

591

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Desk Research


A Masturbação


A masturbação pode ser uma das maneiras mais gratificantes de se sentir sexual e, para pessoas de todos os gêneros, é uma oportunidade de conhecer seu corpo e explorar seus desejos.

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Historicamente, as mulheres foram acostumadas desde cedo a acreditar que o desejo sexual é algo ruim ou perigoso.

Cerca de 40% das mulheres não se masturbam e 1 em cada 5 relatam nunca ter experimentado a prática. Já entre os homens, 82,7% relatam fazer uso da masturbação como forma de sentir prazer. Dados da pesquisa Mosaico 2.0 (2017)

https://prazerela.com.br/masturbacao-feminina/

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“Somos encorajadas a estar sexualmente disponíveis para satisfazer nossos parceiros, mas sem ter nenhum interesse ou desejo sexual próprio.”

Afirma Rowland, autora do livro The Pleasure Gap: American Women and the Unfinished Sexual Revolution, que entrevistou 120 mulheres e conversou com dezenas de especialistas sobre o tema em sua pesquisa para o livro.

https://revistagalileu.globo.com/amp/Sociedade/Comportamento/noticia/2020/03/por-que-o-orga smo-feminino-ainda-e-considerado-misterioso-e-complexo.html

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A masturbação masculina frequentemente está associada a um imaginário utilitário: pouquíssima exploratória sensorial do restante do corpo além do estímulo genital. É gozar e acabou. A masturbação masculina é praticamente um fast food do orgasmo.

https://prazerela.com.br/masturbacao-feminina/

Quando falamos de masturbação feminina, estamos nos referindo ao delicioso processo de descoberta do prazer feminino. Algo revolucionário que envolve a exploratória e as descobertas das sensações do seu corpo.

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Vibradores


Mitos x Verdades Não alteram o funcionamento nervoso. O que acontece é que, quando a mulher se acostuma com a sensação intensa que eles proporcionam, outros tipos de estimulação podem parecer menos intenso.

Vibradores não causam a perda da sensibilidade. Aplicar vibração no clitóris ou em qualquer outra parte do corpo não causa perda da sensibilidade, afirma Zoe Ligon, educadora sexual.

https://www.cosmopolitan.com/sex-love/a3368487/what-is-your-vibrator-doing-to-your-body/ https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-porcentagem-de-mulheres-no-mundo-que-tem-vibradores/

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Quantas mulheres no mundo possuem um vibrador? Cerca de 27% das mulheres têm um vibrador, segundo uma pesquisa sobre hábitos sexuais feita pela empresa Durex, uma multinacional de preservativos.

27% 73%

A pesquisa ouviu mais de 350 mil pessoas em 41 países. As mulheres do norte da Europa são as mais empolgadas: 52% das islandesas e 50% das norueguesas têm o “consolo”.

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-porcentagem-de-mulh eres-no-mundo-que-tem-vibradores/

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As brasileiras estão bem atrás, com apenas 13% de donas de vibradores, à frente apenas de países conservadores como Malásia (12%) e Vietnã (5%), o lanterninha da lista. E não são só as mulheres que usam o acessório, não: 14% dos homens admitiram ter vibradores!

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-porcentagem-de-m ulheres-no-mundo-que-tem-vibradores/

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Orgasmo


O orgasmo é um pico de prazer, marcado por uma descarga de energia pelo corpo que acontece após um bom acúmulo de tensão e carga sexual. Sua principal característica é a sensação intensa de prazer misturada com alívio e satisfação. Todos os orgasmos são clitorianos, o que muda é a região do clitóris que está sendo estimulada, acionando diferentes vias de conexão com o cérebro e consequentemente provocando sensações variadas de prazer. O clitóris, órgão com mais de 8 mil terminações nervosas, o dobro das terminações que são encontradas na glande peniana, até onde se sabe, possui a função específica de proporcionar prazer, possuindo papel central na obtenção dos orgasmos femininos.

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Os benefícios do orgasmo: O orgasmo continua agindo no corpo, mesmo após a relação sexual:

Diminui as câimbras da TPM, pois o exercício provocado pelo orgasmo no pavimento pélvico ajuda a aliviar as cólicas e câimbras que surgem durante o período pré menstrual; O orgasmo ajuda no alongamento dos músculos locais, liberando e eliminando muco cervical. Isto faz com que possíveis bactérias patogênicas que podem causar infecções vaginais sejam eliminadas com maior frequência, o que acaba por prevenir o surgimento de infecções; O orgasmo libera substâncias, como as endorfinas, que atuam no sistema nervoso e diminuem a sensibilidade à dor, relaxando a musculatura e melhorando o humor., afirma o especialista; O relaxamento que o orgasmo traz contribui para que você durma melhor, e não apenas no dias em que houver sexo. A reação tem efeito prolongado, devido a ação dos neurotransmissores que passam a agir no seu organismo com mais regularidade e numa quantidade maior. https://www.tuasaude.com/os-beneficios-da-masturbacao-para-a-saude-sexual-feminina/amp/ https://catracalivre.com.br/saude-bem-estar/o-orgasmo-continua-beneficiando-o-corpo-mesmo-apos-a-relacao-sexual/

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O que acontece no corpo da mulher durante um orgasmo: No momento do orgasmo, a mulher sente a contração de todos os órgãos pélvicos . Além de também sentir uma pulsação na entrada da vagina, a queda da pressão arterial e até redução temporária das atividades do córtex cerebral. Segundo os especialistas, todo corpo se prepara para os segundos de prazer que estão por vir. A contração na área pélvica na hora do orgasmo provoca liberação de vários hormônios, dentre eles a endorfina, responsável pela sensação de prazer. Outro hormônio chave liberado durante o sexo é a oxitocina, também conhecida como o hormônio do amor. Ele baixa nossas defesas e nos faz confiar mais nas pessoas.

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/07/31/no-dia-do-orgasmo-saiba-os-efeit os-do-prazer-na-sua-saude.htm

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Orgasmos múltiplos A resposta sexual é dividida em algumas etapas:

DESEJO

EXCITAÇÃO

ORGASMO

PERÍODO REFRATÁRIO

O período refratário é o tempo necessário para o homem conseguir excitar-se novamente e ter nova ereção, após uma relação sexual. É interessante notar que não existe período refratário na mulher; o organismo feminino pode ter vários orgasmos seguidos, sem a necessidade de intervalo – são os chamados ”orgasmos múltiplos” – sonho de muitas mulheres e desejo de muitos homens.

http://drfelipeladeira.com.br/periodo-refratario/

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Dados

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A Relação com a Pandemia e o Distanciamento Social


O período no qual houve a grande mudança da mulher na busca pelo seu prazer.

https://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br/uol_amp/2020/04/11/a-grande-mudanc a-da-mulher-na-busca-pelo-seu-prazer/

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De março a maio foram vendidos 1 milhão de vibradores no Brasil, o levantamento foi feito pelo portal MercadoErotico.Org no período de março a maio de 2020. O isolamento social prendeu solteiros sozinhos em casa, separou alguns casais em casas diferentes e condenou outros a um convívio de 24 horas por dia.

O fenômeno do crescimento do mercado erótico se repete no mundo todo e a busca não é apenas por vibradores, inclui todo tipo de itens eróticos como acessórios, cosméticos, lingeries e fantasias.

https://exame.com/casual/com-quarentena-mercado-de-brinquedos-eroticos-dispara/

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"Durante a quarentena, eu senti necessidade porque eu estou há sete anos com uma constância A diretora de marketing da Satisfyer sexual semanal, e de repente se nas Américas, Stephanie esgotou, assim. Eu estou em Trachtenberg, divulgou que a isolamento no interior, meu companhia já vendeu pelo menos 10 namorado está em São Paulo. milhões de unidades do produto, com Por isso que eu decidi comprar, e um “boom” em 2020. daí fui experimentando." “Era um crescimento esperado para os próximos anos, mas sem dúvidas a pandemia acelerou esse processo”, afirma.

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Desde que a quarentena começou, O mercado dos produtos eróticos registrou uma forte alta. Uma pesquisa do portal Mercado Erótico obtida pela CBN mostra que houve um aumento de 50% nas vendas de vibradores no país desde março de 2020.

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A busca por vibradores aumentou?

DADOS: A plataforma de comparação de preços Buscapé fez um levantamento que mostra a evolução na busca por produtos eróticos no site. Comparando os dados de janeiro e maio de 2020, a maioria dos itens teve aumento de pelo menos 30% na procura. Destaque para os jogos eróticos, que subiram 41%. Comparando apenas abril e maio, a busca por comestíveis eróticos cresceu 113%

"SEX THRU" Além do e-commerce, que virou praticamente um pré-requisito de sobrevivência, as lojas têm apostado em outras abordagens. Há o "sex thru", por exemplo, em que os clientes encomendam os produtos e passam para buscar na loja, além do próprio WhatsApp, que virou um segundo marketplace.

RELATOS: A Dona Coelha, sex shop voltada para o público feminino que opera online desde sua abertura em 2011, registrou um aumento de vendas de 475% comparando com o mesmo período do ano anterior. Natali Gutierrez, co-fundadora do negócio e especialista em sex toys, conta que normalmente recebiam 150 pedidos por dia, número que aumentou para 400 durante a pandemia.

https://www.cnnbrasil.com.br/business/2020/06/08/busca-por-sex-toys-dispara-na-quarentena-loja-o nline-aumenta-vendas-em-475

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Em território brasileiro, nos últimos 90 dias, segundo as tendências de busca do Google, houve aumento de 40% de pesquisa por “sex shop online”. A busca por “vibradores” teve aumento de 120% para o mesmo período. Vale considerar que essa tendência veio para ficar.

https://nosmulheresdaperiferia.com.br/noticias/sex-shop-online/

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Prazer, Autoconhecimento e o Primeiro Encontro


É o autoconhecimento que possibilita o prazer Contato conosco é importante demais A pele é o maior órgão do nosso corpo, e também a nossa maior zona erógena. Não é gostoso sentir o sol batendo na nossa pele num dia fresquinho? Ou um vento leve no rosto durante um dia quente? Massagear suavemente alguma parte do nosso corpo? Claro, pois o tato é um sentido muito poderoso! Nós somos humanas, desejamos sentir, tocar, sermos tocadas. É natural!

https://herself.com.br/blog/prazer-feminino-e-autoconhecimento/

A partir do momento que conseguimos fortalecer nosso amor próprio e abrimos espaço para descobrir o que gostamos ou não, vencemos, aos poucos, a barreira da vergonha em explorar nosso próprio prazer. Afinal, nem todo mundo gosta das mesmas coisas. É fundamental se conhecer e se permitir sentir, como já falamos antes. Também, se permitir fantasiar, porque o desejo sexual, primeiro passo para o prazer, não vem “do nada”. A gente precisa descobrir o que nos excita e pensar sobre isso.

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E transar no primeiro encontro? Mulheres comentam a experiência e mostram que, quanto mais conectadas ao próprio desejo, menos se preocupam com o que os outros vão pensar. Seus parceiros também não vêem motivo para adiar a transa quando os dois querem.

- Pesquisa realizada pela Universidade de Rochester, em Nova York, apontou que o sexo no primeiro encontro provoca conexões emocionais e ligações neurológicas, servindo como encorajamento para o início de uma relação duradoura. - Para um homem, querer sexo no primeiro encontro é considerado 'natural', já para uma mulher, ainda é um risco. O valor social da mulher pode ser abalado em função de seu comportamento sexual.

https://www.otempo.com.br/interessa/transar-no-primeiro-encontropode-aumentar-chances-de-relacao-duradoura-1.2377737

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Insights


● Enquanto a masturbação masculina é um assunto comum e muito comentado há décadas, a masturbação feminina ainda é um tabu. A masturbação é uma maneira gratificante de conhecer seu corpo e explorar seus desejos, mas dados recentes mostram que as mulheres, em sua maioria, não se masturbam. Observamos então que a desmistificação da relação da mulher com seu próprio corpo é necessária. Para a mulher, a masturbação e o poder de sentir prazer com ela mesma é algo revolucionário, havendo descobertas das sensações de todo o corpo. ● Junto com o tabu da masturbação, entra o tabu dos vibradores, objetos que auxiliam a mulher a chegar no clímax e proporcionam prazer.

● O clímax - ou orgasmo, é um pico de prazer marcado por uma descarga de energia pelo corpo que acontece após um bom acúmulo de tensão e carga sexual. Todos os orgasmos são clitorianos. O orgasmo continua agindo no corpo, mesmo após a relação sexual e é benéfico para o organismo. Todo corpo se prepara para os segundos de prazer que estão por vir, ocorrendo assim a liberação de dois hormônios importantes: a endorfina e a oxitocina. É interessante notar que não existe período refratário na mulher. O organismo feminino pode ter vários orgasmos seguidos, sem a necessidade de intervalo, os chamados orgasmos múltiplos. Em todas as pesquisas analisadas, o número de mulheres que atinge o orgasmo durante relações sexuais é muito baixo.

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● Durante a pandemia, houve uma grande mudança da mulher na busca pelo seu prazer.

De março a maio foram vendidos 1 milhão de vibradores no Brasil, havendo um aumento de 50% nas vendas de vibradores no país desde março de 2020.

Em território brasileiro, nos últimos 90 dias a partir de dezembro de 2020,, segundo as tendências de busca do Google, houve aumento de 40% de pesquisa por “sex shop online”. A busca por “vibradores” teve aumento de 120% para o mesmo período.

● Para um homem, querer sexo no primeiro encontro é considerado 'natural' , já para uma mulher, ainda é um risco. O valor social da mulher pode ser abalado em função de seu comportamento sexual. Analisamos, em contrapartida, que quanto mais conectadas ao próprio desejo, menos as mulheres se preocupam com o que os outros vão pensar. ● Os seres humanos, desejam sentir, tocar, serem tocados. É natural! A partir do momento que nós mulheres conseguimos fortalecer nosso amor próprio e abrimos espaço para descobrir o que gostamos ou não, vencemos, aos poucos, a barreira da vergonha em explorar nosso próprio prazer. ● É fundamental se conhecer e se permitir sentir, como já falamos antes. Precisamos descobrir o que nos excita e pensar sobre isso.

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Pesquisa Qualitativa


Conhecendo o público Mulheres de 18 a 24 anos

Mulheres de 25 a 34 anos

Especialistas

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Dr. Google As especialistas, por trabalharem em áreas diferentes, tem respostas divergentes. As das áreas da saúde, afirmam que os pacientes muitas vezes chegam com informações que buscaram na internet. Já as especialistas que trabalham com psicoterapia, afirmam que depende do tópico e que os pacientes costumam trazer as questões diretamente a elas.

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Saúde // Em relação à saúde íntima, todas as as entrevistadas afirmam ir com frequência a(o) ginecologista. // Quando o assunto é método contraceptivo, as jovens fazem uso de pílula anticoncepcional, diu de cobre, implante hormonal ou até mesmo nenhum. // Em relação aos exames de DSTS, a média foi 1x por ano, pelo menos. "Sempre pesquiso o histórico das pacientes, procuro saber por meio de uma conversa como lidam com o sexo, se costumam se tocar, os medicamentos que usam diariamente, como é a rotina e o trabalho. Toda a vida pessoal da paciente tem influência na vida sexual. - Sandra Scalco, ginecologista e terapeuta sexual

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Análise Conseguimos perceber que as entrevistadas cuidam da saúde íntima ao frequentarem ginecologista e a grande maioria faz o uso de contraceptivos, mantendo também a realização de exames referentes a DSTS Porém, a especialista Sandra Scalco evidencia que essa questão também está muito relacionada ao contexto social.

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Masturbação


// As jovens entrevistadas têm uma relação boa com a masturbação, elas trazem que passam por fases em que sentem mais ou menos vontade. // A maioria passou por algum momento de "desconstrução" e desmistificação da masturbação. // A palavra autoconhecimento foi muito utilizada na pergunta: "O que mudou em ti depois de começar a conhecer teu corpo?"

"Me dei conta que eu tinha que conhecer meu corpo para poder falar para a outra pessoa onde eu gosto de ser tocada ou como eu quero que seja feito." - Mulher hétero, 26 anos “Eu sempre me masturbei, mas após uma fala de uma professora de ciências na sétima série, que defendia a masturbação feminina, que finalmente vi o ato com outros olhos." - Mulher hétero, 26 anos

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// As especialistas trazem que a masturbação feminina está em processo de desconstrução, mas ainda é um grande tabu. Segundo elas, a causa disso é a sociedade machista e a falta de educação sexual. “Eu acho que a gente tá falando mais da masturbação feminina nos últimos anos, a masturbação masculina sempre foi mais visível, mas eu não entendo mais como um tabu não, acho que cada vez mais as mulheres têm comprado vibrador e tem experimentado esse prazer no próprio corpo e acho que isso é muito bom pra autoconhecimento e produção de prazer.” - Ana Canosa, educadora sexual

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Análise Conseguimos perceber tanto nas entrevistas das especialistas, quanto das jovens, o processo que as mulheres tem que passar para desconstrução e percepção do próprio corpo. Mesmo sendo um ato feito, muitas vezes, sozinhas, entre quatro paredes, é um autojulgamento. Segundo as especialistas isso acontece pela falta de educação sexual das mulheres, que deveriam ser ensinadas desde pequenas o que acontece naturalmente com os seus corpos, porém a sociedade trata a masturbação como um tabu. Entendemos também, pelas entrevistas, que o processo de desmistificação, mesmo lento, vem sendo percebido, as mulheres conversam muito entre si e procuram se informar sobre.

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Vibradores


// As entrevistadas citam como o prazer pode ser distinto, pois elas afirmam que há grande diferença do prazer com e sem a presença de vibradores. // A busca pelo objeto é algo que se repete com todas as entrevistadas, elas afirmam que o vibrador excita, além de poder ser usado de diferentes formas durante a relação sexual. // Visto isso, é notório que os vibradores são utilizados como complemento ao prazer da mulher e que de forma alguma são encarados como substituição de dois corpos, porque o sexo vai muito além do orgasmo, é troca de energia e pele com pele.

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// Os vibradores tem como intuito estimular as sensações que nosso corpo pode fazer, mas elas concluem que não deve se deixar viciar no objeto, afinal o prazer feminino é desenvolvido a partir do toque e do autoconhecimento da genitália. "Acho que não substitui o sexo, porque sexo é muito mais que só chegar no orgasmo, mesmo que às vezes seja melhor o vibrador." Mulher bissexual, 23 anos.

"Já usei e sim, ajudou muito, mas foi por essa dependência que parei de usar, mas pretendo voltar" Mulher bissexual, 23 anos

"Sexo é conexão, corpo no corpo, troca de energia. Não é só prazer. Sexo é sobre contato" Mulher heterossexual, 21 anos

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// As especialistas afirmam que os vibradores são ótimos para a exploração do próprio prazer e zonas erógenas do corpo. Ele é visto como um facilitador do orgasmo e até para satisfazer fantasias.

"Sim, ainda é um tabu, mas menos do que antes. Os vibradores tem que ser consequência, mas não pode ser o melhor método não. Ele é excelente, é importante ter, mas se a mulher não se conhece, é importante se tocar com as mãos, dedos, esse reconhecimento cerebral é importante". - Maria Cecília, terapeuta sexual "É uma ferramenta de produção de orgasmo muito rápida, que pode ser muito interessante." - Ana Canosa, educadora sexual

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// As especialistas dizem que os vibradores ainda carregam tabu por questões sociais e machistas, afetando a masculinidade como se o parceiro fosse substituível por um objeto. // Nos últimos anos e principalmente neste momento de pandemia, os vibradores vêm sendo cada vez mais usados, comprados e falados entre as mulheres. // As mulheres buscam maiores informações e compartilham a experiência de ter um vibrador, mas o fato do tabu ainda existir também se encontra pelo fato do objeto estar diretamente ligado a pornografia, onde surgiu a febre dos vibradores e isso causa um pré conceito entre as mulheres que preferem não trazê-lo para a relação sexual ou para a masturbação e ao utilizar, podem até existir sentimento de culpa em alguns caso, elas afirmam.

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Análise Tendo em vista que a libido é algo direcionado a energia vital e não somente ao prazer sexual, elas afirmam acreditar que os vibradores não têm relação direta com a libido, sendo um fator mais ligado à autoestima e ao psicológico da mulher do que os tipos de estímulos sexuais, é uma questão que vai muito além da posse de ter um ou mais vibradores. "Eu acho que não tem a ver uma coisa com a outra. A libido é a nossa vontade de viver, é uma coisa muito além de ter vibradores, é totalmente relacionado a nossa energia de viver, não exatamente só sexual. Quando estamos com a libido apagada, claramente estamos insatisfeitas com outros fatores da vida. Por isso acredito que não se relaciona, é totalmente psicológico." Laís Conter - Empreendedora no ramo Sexual

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É importante a análise das questões levantadas sobre autoconhecimento e autopercepção, pois assim como as entrevistadas comuns, as especialistas também frisam a importância da mulher trabalhar o prazer nas suas fantasias e se conhecer com o próprio tato, para depois partir para o uso de um objeto.

// A maioria das entrevistadas não sente vergonha da posse do objeto, ainda mais entre amigos, inclusive, pelo fato do tabu dos vibradores estar sendo quebrado, o objeto virou motivo de presentear amigas em datas especiais. // Entretanto, para a minoria das entrevistadas, caso o assunto viesse a ser descoberto/questionado por alguém da família, poderá vir a gerar desconforto e vergonha.

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"Nunca senti vergonha de saberem que tenho um vibrador!." - Mulher heterossexual, 21 anos

"Em uma roda de amigos não teria vergonha, mas no meio da família ou pessoas que não tenho intimidade, teria vergonha sim se soubessem" Mulher heterossexual, 21 anos

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Sexualidade


// Todas entrevistadas preferem ter um contato prévio com o parceiro antes do sexo. // A grande maioria entrevistadas já praticaram sexting e concluíram que desenvolve a excitação. // Todas entrevistadas já fizeram sexo no primeiro encontro, algumas se sentiram desvalorizadas por comportamentos do parceiro, outras por questões próprias e algumas não se sentiram desvalorizadas. Todas as entrevistadas consideram as preliminares essenciais, e consideram preliminares tudo aquilo que antecede o sexo.

"As preliminares são fundamentais para desenvolver tanto a libido quanto a excitação, até para lubrificação natural acontecer." - Mulher hétero, 21 anos

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// Todas entrevistadas consideram a intimidade e conversa um fator importante na hora de satisfazer os prazeres do outro e se auto descobrir também.

"Pra mim é muito importante no sentido de que não transo sem preliminares, pra mim não faz sentido as preliminares não serem importantes. É a parte principal do sexo." - Mulher Heterossexual - 21 anos

"Já e já senti sim. Fico pensando que se eu tivesse sido mais difícil, ele estaria vindo atrás de mim, mas se não tivéssemos transado, talvez ele teria desistido. É sempre uma incógnita transar no primeiro encontro." - Mulher Heterossexual - 21 anos

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// As especialistas enxergam a sexualidade além do ato sexual, segundo elas, ele se expande para todos aspectos da vida de uma mulher, é como ela se apresenta perante a sociedade e dita como se apresentará em todo tipo de relacionamento. // Os termos "poder revolucionário" e "energia vital" foram citados durante as entrevistas.

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"A sexualidade é toda a nossa forma de se expressar e se posicionar perante a sociedade. se a gente analisar, nós sempre teremos um erotismo por trás das nossas ações. - Talita Klein - Fisioterapeuta Pélvica

"Eu entendo a sexualidade de uma maneira muito ampla, então pra mim a sexualidade não tá só na genitalidade, mas atravessa identidade, afeto. Eu sempre gosto de perguntar pros meus pacientes "por que você faz sexo?" Quando a gente responde essa pergunta, a gente percebe que fazemos sexo por prazer, mas também para ser desajada, ser amada, ser aceita pelo grupo, pra provocar dor, por submissão, para provar desempenho." - Ana Canosa, educadora sexual

"Quando a vida sexual está bem, a vida está em equilíbrio." - Sandra Scalco, ginecologista

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Análise Apesar de todas as entrevistadas já terem feito sexo no primeiro encontro, analisa-se que todas as mulheres entrevistadas veem a preliminar como algo indispensável. Além do sexo oral e da masturbação, trazendo a forte importância dessa troca de mensagens, boa conversa, um encontro, entre outros, para que haja maior excitação e envolvência na hora H. A maioria das mulheres citam que o álcool não deve ser um fator determinante, porém, o mesmo torna-se um facilitador para o relaxamento e a desinibição, deixando com que a expressão corporal flua naturalmente sem pressão e pensamentos indesejados na hora do flerte pré transa. Elas afirmam que o estímulo dos desejos sexuais começa a partir de uma boa relação com o próprio corpo, o fato de se sentir bonita e desejável e ter reciprocidade do parceiro desencadeia o desejo sexual.

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Orgasmo


// A maioria das entrevistadas chega no orgasmo nas relações sexuais. // Segundo as respostas, muito mais com sexo oral do que com penetração. Todas entrevistadas já fingiram orgasmo, e sozinhas sempre chegam lá. Nenhuma das entrevistadas considera orgasmo uma obrigação, e sim uma consequência. "Várias vezes já transei e não gozei mas me senti satisfeita." - Mulher hétero, 26 anos.

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// Todas especialistas trazem que o psicológico e a autoestima estão conectados com o orgasmo. Elas também falam que por a maioria das mulheres não terem autoconhecimento e se preocuparem mais com o prazer do parceiro do que com o próprio. "A mulher pode se sentir satisfeita física e emocionalmente mesmo sem atingir o orgasmo em uma relação sexual e ficar muito satisfeita sim, o que vai acontecer é ela não descarregar a tensão sexual. Acho que nunca ter um orgasmo pode ser muito frustrante. Ficar 1, 2 ou 3x no "quase lá" não é um problema, mas isso acontecer sempre passa a ser uma frustração" - Ana Canosa, educadora sexual

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Análise Apesar de todas as entrevistadas já terem feito fingido orgasmo nas relações sexuais, analisa-se que todas as mulheres entrevistadas não veem o orgasmo como uma obrigação mas sim como uma consequência. As especialistas afirmam que o psicológico e a autoestima estão relacionados ao orgasmo. Pois ambos fazem com que a maioria das mulheres conheçam o próprio corpo e se preocupem com seu próprio prazer

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Prazer Feminino


// Todas as entrevistadas afirmam falar abertamente sobre prazer feminino na roda de amigos. O mesmo padrão de unanimidade é observando quando perguntamos se a sociedade tem alguma influência em relação a elas e o próprio prazer, na qual todas responderam que se sentem influenciadas de diversas formas. Por outro lado quando discutimos se o sentimento é um fator decisivo pa relação sexual, as respostas são divididas entre as jovens que concordam e as que discordam.

"Eu vivo quebrando os meus padrões de prazer, que eu me questiono volta e meia se fui eu que entendi que pra mim é bom, ou se a sociedade que me impos" - Mulher, bissexual, 23 anos

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// Quando o assunto é o homem não se preocupar em satisfazer a parceira durante a relação sexual, as opiniões das especialistas se dividem. Mas, quando perguntamos se isso muda em uma relação mulher com mulher, todas concordam que ocorre uma maior preocupação. // A maioria das especialistas acredita que o prazer masculino é mais permitido, e também mais fácil. Justamente pelo fato de que os homens são estimulados a se tocarem desde novos. Essa descoberta desde novos faz com que a masturbação seja mais fácil, mesmo o órgão masculino já sendo mais fácil por si só.

"Vivemos em uma sociedade machista, querendo ou não até hoje o prazer é em torno do pênis. Como se a cereja do bolo fosse o homem gozando e não a mulher." - Lais Conter, dona do @me_lambelambe e sócia do @telapreta.app

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// Enquanto grande parte das especialistas acredita que o sexo acabar quando o homem gozar é consequência da sociedade machista em que vivemos, outras concordam que é algo fisiológico, mas que eles poderiam continuar estimulando a parceira mesmo sem penetração. // As especialistas concordam que a influência da sociedade no prazer feminino vem desde antigamente, quando se achava que a mulher não deveria sentir prazer. // Todas as especialistas concordam que praticar sexting (troca de mensagens sexuais), além de ser divertido, também estimula a mente e auxilia na criação de intimidade.

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// A grande maioria das especialistas afirmam que, para lidar com a falta de desejo por sexo, é necessário autoconhecimento. Além de também ser importante buscar estímulos. // Todas as especialistas afirmam que a mulher se preocupar mais no prazer do parceiro do que no seu próprio, vem de uma construção social, uma questão cultural do machismo. // Quando o assunto é a vagina ser um tabu para as mulheres, a maioria concorda que é consequência da forma como as mulheres são criadas, algo que vem desde a infância. "Eu já tive pacientes jovens que solicitei que olhassem a vulva no espelho em casa elas ficaram apavoradas." Talita Klein, fisioterapeuta pélvica

70


// Quando questionadas sobre a importância das preliminares para as mulheres, as especialistas, em sua maioria, concordam que é essencial e que estimula a excitação.

"Então, eu tenho uma questão com a palavra preliminar, porque se a gente chama de preliminar tudo aquilo que não é penetração, a gente continua achando que o ápice da relação é a penetração e que tudo antes é um aquecimento. Então eu gosto muito mais de ver o sexo como algo mais amplo, e que a penetração não seja o centro de toda atividade sexual." - Ana Canosa, educadora sexual

71


Análise Com as entrevistas analisamos que o prazer feminino é apenas menos permitido que o prazer masculino. Para mulher, é essencial a estimulação para a excitação e alimentar o desejo sexual com a construção do autoconhecimento (para saber o que gosta ou não). Entretanto, a maioria das afirma que o assunto sobre Prazer Feminino é abordado nas rodas de amigos mas que a sociedade influencia muito no próprio prazer e na relação com elas mesmas, pois se sentem influenciadas de diversas formas. As mulheres que não possuem um autoconhecimento maior tendem a se preocupar mais no prazer do parceiro do que no seu próprio, e isso vem de uma construção social, uma questão cultural do machismo.

726


Pornografia


Em relação à pornografia, as entrevistas com pessoas comuns trazem que para relações heterossexuais afeta de alguma forma as relações e também a relação com elas mesmas. Gerando desconforto em suas relações. Já no sexo homossexual trás a sensação de liberdade e satisfação.

Já as especialistas trazem que a pornografia influencia negativamente a mulher, colocando-a em uma posição de submissa, sendo um objeto nas relações heterossexuais, e nas relações homossexuais trás o sexo como uma troca de dar e receber prazer.

74


‘’Sim, quando estava solteira. Parecia que o cara queria reproduzir as situações fantasiosa que ocorrem na pornografia.’’ Mulher, 25 anos. ‘’Já afetou sim de certa forma, mas pelo lado do meu parceiro que se comparou com um ator pornô e me perguntou sobre o corpo dele e então eu disse, que não devemos nos comparar a videos pornograficos porque aquilo lá não é real.” Mulher, 19 anos. ‘’Sim, com certeza já. A gente fica com ideias e imagens fixas na cabeça, e chega na hora e a gente se decepciona inconscientemente com o que sentimos e com as nossas reações e com a reação da pessoa, então é uma decepção. Mas as vezes podem ter saldos positivos.” Mulher, 18 anos. “No caso de relação com homens, por ser muitas vezes a maneira como eles aprendem, acham que o sexo funciona similarmente com a pornografia.” Mulher, 25 anos.

75


“A pornografia é voltada para os homens. Por isso, a visão do homem invalida o afeto entre mulheres, justamente porque o pornô ensina ao homem que o prazer é sempre voltado para ele, além de tornar o sexo irreal.” Andressa Schutz, proprietária da @vulvasautonomas ‘’O sexo homessexual tem muito essa questão de ser voltada para o prazer masculino, até pelos focos que eles fazem, a mulher é um objeto e não um ser que quer sentir prazer. De certa forma acaba dando mais ainda essa sensação de que a mulher está ali para servir. Na pornografia nunca mostra a realidade, e isso reflete diretamente a performance dos homens que acham que precisam imitar o pornô. Sobre a pornografia homo, segue o mesmo pensamento, porque a ponografia é uma coisa que não é reproduzível em nenhuma relação.’’ Laís Conter, dona do @me_lambelambe e sócia do @telapreta.app “Influencia negativamente, mas muito mais o sexo hétero do que o sexo homo, justamente por aquela questão totalmente fora da realidade e não reproduzivel. As mulheres aparecem com o corpos perfeitos e impecáveis, na maioria das vezes são mulheres brancas, isso impacta muito também a percepção da mulher e o corpo delas. Nós precisamos aprender a desligar da pornografia ou enxergar ela totalmente como algo fictício, como quando assistimos um filme de super herói, por exemplo.” Talita Klein, Fisioterapeuta Pélvica.

76


Análise Com as respostas obtidas nas entrevistas com pessoas comuns e especialistas, concluímos que as mulheres são objetificadas sexualmente por conta da pornografia, sendo usadas como objetos sexuais em relações heterossexuais. Já nas relações homossexuais não é assim, a pornografia homossexual trás o desejo de dar e receber prazer, sendo uma troca mais justa e trazendo a experiência completa do sexo para ambos envolvidos.

77


Educação Sexual


As pessoas comuns trazem que buscam informações sobre educação sexual na internet, em livros, conversas com os amigos, especialistas e algumas até mesmo em revistas.

Já as especialistas identificam que ainda falta educação sexual para os jovens, e que isso ainda os afeta diretamente, com falta de conteúdos verídicos para buscar, que se basear no que os amigos conversam nem sempre é a melhor saída, e ressaltam a importância de buscar um profissional e ter educação sexual no tempo certo. Muito se fala em cuidados para não engravidar, e pouco sobre ISTs, e o que é importante na vida sexual.

79


“Hoje em dia, eu acho que profissionais de saúde, psicólogos, fisioterapeutas, ginecologistas... Ouvir histórias de amigas é importante, essa troca de informação. Mulher, 18 anos.

“Internet, ginecologista, amigos sempre conversando..” Mulher, 20 anos. “De todas as maneiras. Inclusive estou lendo um livro nesse momento chamado “Viva vagina” escrito por 2 médicas sobre o assunto.” Mulher, 25 anos.

80


‘’Os jovens não conhecem o próprio corpo, sabem que devem usar camisinha para evitar gravidez, e esquecem que é importante para não contrair IST. É importante educação sexual, e infelizmente não temos isso. ‘’ - Maria Cecilia - Terapeuta Sexual ‘’Eu acho que nesse governo infelizmente estão sendo barradas as conquistas que tivemos sobre o assunto no último século. Acho super importante a gente fazer a educação sexual que não seja focada na prevenção das ISTS/gravidez/abuso sexual. Mas que a gnt possa falar de prazer, afeto, negociação, consentimento, corpo, estereótipo, preconceito, sexualidade. Acho muito importante essa discussão’’ - Ana Canosa - Terapeuta Sexual

81


‘’Se a gente tivesse informação sexual na escola seria confiável, informações certas. Hoje em dia tem lugares confiáveis mas tem os não confiáveis também, acho que seria bom para todo mundo. Quando eu tive aula sobre sexo foi na materia de biologia: os orgaos vaginais cheios de perebas como algo negativo, sempre fomos ensinados a ver sexo como uma coisa nojenta, suja e perigosa, entao educaco sexual seia importntissimo.” Laís Conter - Criadora do @me_lambelambe, sócia do @telapreta.app e escritora. ‘’A falta de educação sexual afeta toda a nossa vida. A educação sexual é tão falha nas escolas, vamos analisar só pelas DST`s: muita gente da minha faixa etária ainda acha que doença sexualmente transmissível só se transmite pela ejaculação então as pessoas acabam se privando muito de usar preservativo, muitas pessoas não sabem que o xixi sai pela uretra, muitos homens não gostam de usar camisinha por diversos fatores, muitas mulheres tomam anticoncepcional mas não sabem pra que exatamente que ele funciona.” Talita Klein, Fisioterapeuta Pélvica.

82


Análise Com as respostas obtidas nas entrevistas com pessoas comuns e especialistas, concluímos que ainda faltam muito para evolução da educação sexual, hoje nós temos mais meios de pesquisa de informações e também mais especialistas, mas ainda existe muita informação espalhada de forma indevida. É necessário que a educação sexual seja cada vez mais presente na vida das pessoas, não somente para evitar gravidez precoce, mas também para evitar que as pessoas não contraiam ISTs. Com a educação sexual as pessoas vão passar a entender melhor seu corpo, o motivo e como usar adequadamente preservativos e também contraceptivos. Também iniciando a vida sexual de forma certa, com todos cuidados e obtendo prazer da forma correta.

83


Relação com a Pandemia


// Todas as entrevistadas afirmaram que a pandemia do COVID-19 afetou sua exploração pelo próprio prazer. // Quando o assunto foi produtos de sex shop adquiridos nesse período, as mulheres divergem afirmações. Algumas não compraram, outras compraram, mas sem relação com a quarentena e outras compraram por influência do distanciamento social.

“Algumas amigas que já possuíam vibradores antes da quarentena estimularam outras a comprar.” - Mulher hétero, 26 anos

85


No geral, as especialistas notaram que a pandemia proporcionou um maior autoconhecimento e não somente para se conhecer a nível físico, sexual, mas também, as nossas emoções, o que desejamos para nossa vida e o que realmente é importante. Além disso, o distanciamento social também possibilitou conhecer mais o outro. Em compensação, o número de pessoas que começaram a ter vontade de ter um relacionamento sério dobrou na porcentagem. Por isso, o contexto social impediu com que a gente pudesse mascarar as coisas. ‘’Os jovens não conhecem o próprio corpo, sabem que devem usar camisinha para evitar gravidez, e esquecem que é importante para não contrair ISTs. Educação sexual é muito importante, e infelizmente não temos isso.‘’ - Maria Cecília, terapeuta texual ‘’Eu acho que nesse governo, infelizmente, estão sendo barradas as conquistas que tivemos sobre o assunto no último século. Acho super importante a gente fazer a educação sexual que não seja focada na prevenção das ISTS/gravidez/abuso sexual. Mas que a gente possa falar de prazer, afeto, negociação, consentimento, corpo, estereótipo, preconceito, sexualidade. Acho muito importante essa discussão.’’ - Ana Canosa, educadora sexual

86


Análise A pandemia afeta diretamente nossa rotina: diminuiu o tempo que passamos com “outros”, aumentando proporcionalmente o período do dia em que estamos sozinhos ou mesmo com as pessoas que convivemos em casa. Essa mudança, segundo as especialistas, proporcionou um aumento no autoconhecimento emocional e não apenas físico, acompanhado de alterações no corpo o durante o período. A constatação converge com as informações coletadas das entrevistadas comuns, confirmando que o período alterou o comportamento sem necessariamente adquirir produtos de sex shop no período.

87


Ao mesmo tempo, entrevistadas que comentaram buscar informações sobre o assunto na pandemia através de livros ou mesmo conteúdos da internet, tiveram relação em adquirir produtos de sex shop. A administração atual do governo

brasileiro,

contribui

para

a

desinformação

sobre

o

assunto,

promovendo políticas de retrocesso em relação ao prazer feminino.

O momento de instabilidade mundial e nacional, entre outros fatores, pode ser responsável por uma falsa tentativa de proteção conjugal, visto que a procura por relacionamentos aumentou, enquanto a busca pelo autoconhecimento, apesar de ter expandido, ainda seja pouco debatido.

88


O futuro


Sobre o futuro, todas as entrevistadas se mostram otimistas em relação ao assunto, acreditando que estamos caminhando para desmistificar o prazer feminino e quebrar esse tabu. "Eu gosto de ser esperançosa e dizer que sim, vamos conseguir tirar o tabu, temos muitas profissões de sexóloga e terapeuta pélvica crescendo, e daqui 5 anos acho que é um pouco cedo, precisamos mudar algumas coisas na sociedade para essa evolução." - Mulher héterossexual, 21 anos

90


Em relação ao futuro, de modo geral os especialistas acreditam que em 5 anos estaremos diferentes do que os dias de hoje, pois estamos caminhando para uma desconstrução cada vez maior. Hoje em dia temos mais visibilidade para questões que não estão apenas no campo do prazer sexual, mas também, assuntos como a violência sexual, o aborto legal, parto e outras pautas que abordam o publico feminino. “A força popular com as mídias sociais possui muita força, por isso, mesmo que as instituições ou crenças mais conservadoras tentem conter essa força, eu acredito que essa troca de informações vai fazer com que essas pequenas e grandes organizações tenham que se organizar. As mulheres precisam continuar a se legitimar sobre esses aspectos de diferentes formas para que no futuro a sexualidade tenha fluidez e reconhecimento’’ Sandra Scalco, ginecologista

91


Análise Ambos grupos de entrevistadas, tanto especialistas, quanto comuns, acreditam em uma evolução constante onde o futuro reserva uma era de informação que auxilie no processo. Ainda sim, as entrevistadas comuns demonstraram maior otimismo em relação ao futuro próximo. “nossa sociedade tem épocas que caminha para um padrão mais liberal e épocas para um padrão mais conservador” - Talita Klein, fisioterapeuta pélvica

92


Entretanto, essa preocupação também é observada pelas não-especialistas. "Não acredito que o prazer feminino vai deixar de ser um completamente um tabu. Acredito que evoluímos e vamos continuar melhorando através de luta e muito trabalho”. Mulher heterossexual, 28 anos. É um consenso dos grupos sobre a importância do assunto e sobre a necessidade do movimento para conquistar avanços não apenas em relação a masturbação, mas também sobre outros assuntos relacionados a estereótipos e preconceitos assim como relacionamentos abusivos e conquista de direitos.

93


Pesquisa Quantitativa


Perfil da Amostra


591 entrevistadas

Mulheres

Porto Alegre e Grande Porto Alegre

18 a 34 anos

62 96


Gênero

N = 591 RU

Com excessão ao gênero Cis, maioria esmagadora dos número totais, nenhum outro gênero ultrapassa a porcentagem aproximada de 1%.

97


Com qual/quais gêneros as mulheres se relacionam afetivamente

N = 591 RU

63,28% das entrevistadas se relacionam exclusivamente com o sexo masculino, seguido de um expressivo número de mulheres que se relacionam com ambos sexos.

98


Saúde e Cuidados


Frequência no ginecologista

N = 591 RU

Praticamente metade da amostra costuma frequentar a ginecologista 1 vez por ano. A outra metade se divide entre os extremos, com uma tendência maior a idas ainda mais frequentes, 2 vezes nesse período.

100


Porcentagem de mulheres que costumam fazer pesquisa prévia antes de consultar com a ginecologista

N = 591 RU

A maior parte das entrevistadas costuma pesquisar sobre o assunto antes de realizar uma consulta com a profissional.

101


Frequência de exames de DST

N = 591 RU

Um pouco mais da metade das mulheres costuma ir menos de 1 vez ao ano realizar o teste de DST. A outra metade é composta por entrevistadas que vão 1 vez ao ano. Além de um pequeno número de mulheres que realiza 2 ou mais testes por ano.

102


Uso de método contraceptivo

N = 591 RU

Três quartos das entrevistadas afirmaram usar algum método contraceptivo.

103


Métodos contraceptivos

N = 443 RM

Em relação aos métodos contraceptivos, a camisinha e pílula são as mais utilizadas, seguido de um número também expressivo do DIU.

104


Educação Sexual


Busca de informações sobre educação sexual

N = 591 RM

Amigos, internet e profissionais da área são a maior fonte de informações sobre educação sexual das entrevistadas.

106


Porcentagem de mulheres que seguem páginas nas redes sociais que abordam assuntos sobre saúde sexual N = 591 RU

63% da amostra segue páginas nas redes sociais que abordam o assunto.

107


Páginas mais citadas pelas mulheres

N = 371

108


Ei, se toca!


Masturbação

N = 591 RU

Ainda que seja tratado como tabu, principalmente em relação ao sexo feminino, 95% das mulheres afirma já ter se masturbado.

110


Os motivos das mulheres que nunca se masturbaram

N = 28 RM

Entre os motivos para nunca ter praticado o ato, a principal razão é a falta de vontade.

111


Frequência do desejo de se masturbar no dia a dia

N = 563 RU

A maior parte da amostra afirma sentir desejo de se masturbar de vez em quando.

112


Período que o desejo ocorre com mais frequência

N = 563 RM

Apesar do período fértil mostrar-se como umas das principais razões para o desejo aflorar, as outras respostas mostram que varia muito de respondente para respondente

113


a masturbação é um ato de autoconhecimento?

N = 563 RU

A esmagadora parte da amostra confirma a masturbação como um ato de autoconhecimento.

114


Com a masturbação, as mulheres chegam sempre ao orgasmo?

N = 563 RU

Ainda que algumas mulheres não alcancem o orgasmo sozinhas, independentemente da frequência, a maioria afirma chegar sempre que deseja.

115


Sexualidade


Relação sexual

Quase 96% das mulheres afirmam já ter tido relação sexual.

N = 591 RU

117


Precisa ter conversa antes do sexo?

N = 566 RU

Em relação à comunicação prévia ao sexo, apesar de um número relativamente dividido, a maioria afirma ser necessária a conversa introdutória.

118


Importância para as mulheres de ter preliminares em uma relação sexual

Nada importante

N = 566 RU

Totalmente importante

96,04% consideram que as preliminares são essenciais em uma relação sexual.

119


Porcentagem de mulheres que já fizeram sexo no primeiro encontro

N = 566 RU

Mais de dois terços das mulheres afirmar ter tido sexo no primeiro encontro.

120


Mulheres que já se sentiram desvalorizadas por transar no primeiro encontro

N = 387 RU

Apesar de representar menos da metade, um número elevado de mulheres já se sentiu desvalorizada no primeiro encontro.

121


porque isso ocorreu?

N = 167

"pressão da sociedade" "passei uma imagem de fácil"

"me senti usada"

"o(a) parceiro(a) nunca mais retornou o contato"

122


N = 591 RU

Porcentagem de mulheres que já praticaram sexting (troca de mensagens sexuais)

Porcentagem de mulheres que sentiram excitação com a prática

A maioria da amostra afirma já ter trocado mensagens sexuais e que houve excitação

123


Principais meios que as mulheres utilizam para alimentar seu desejo sexual

N = 591 RM

124


Nível de concordância com a afirmativa: "para expor suas vontades sexuais é necessário ter intimidade com o(a) parceiro(a)"

N = 591 RU

Com os dois maiores resultados concordando com a afirmação, a amostra considera necessário expor as vontade sexuais com o(a) parceiro(a).

125


Good Vibrations!


Os vibradores

N = 591 RU

Mulheres que não têm interesse em ter vibrador apresentam uma pequena parcela da pesquisa, se comparadas a quem tem ou pretende ter.

127


Acredita que o vibrador substitui o sexo?

A maioria das entrevistadas afirma não acreditar que o vibrador substitui o sexo, seguido de um relevante número que diz depender da relação.

N = 260 RU

128


Porcentagem de mulheres que já usaram vibrador durante uma relação sexual

N = 591 RU

A maior parte da amostra afirma nunca ter usado um vibrador durante uma relação sexual.

129


O vibrador ajudou na hora H?

N = 172 RU

Mais da metade das respondentes considera o vibrador um auxílio importante durante a relação sexual.

130


Orgasmo


Porcentagem de mulheres que já tiveram um orgasmo

N = 591 RU

Praticamente 9 a cada 10 entrevistadas afirmam já ter tido um orgasmo.

132


Costumam chegar ao orgasmo durante relações sexuais com parceiros(as)?

A maioria das entrevistadas afirma chegar ao orgasmo tanto com o(a) parceiro(a), quanto sozinhas.

N = 523 RU

133


Em uma relação sexual, já chegaram ao orgasmo com...

N = 523 RU

Quando questionadas em como chegar ao orgasmo, mais das metade das mulheres responderam ambos (penetração e sexo oral) ser uma das vias mais efetivas.

134


Nível de concordância com a afirmação: "O orgasmo é uma obrigação na hora do sexo"

A maioria da amostra sendo 63,73% das entrevistadas, concorda ser parte quase essencial no sexo atingir o orgasmo

N = 591 RU

135


De 1 a 5, o nível de concordância com a afirmativa: "Não chegar nunca ao orgasmo pode virar uma frustração”

N = 591 RU

Discordo totalmente

Concordo totalmente

93,08% das mulheres afirmam que não chegar ao orgasmo pode virar, a longo prazo, uma frustração.

136


Porcentagem de mulheres que já fingiram orgasmo em uma relação sexual

N = 591 RU

A grande maioria da amostra afirma já ter fingido um orgasmo durante uma relação sexual.

137


Faixa etária das entrevistadas que já fingiram orgasmo

Em ambos os grupos de faixa etária, observa-se que a maioria das mulheres já fingiu orgasmo durante as relações sexuais.

138


Prazer Feminino


Na jornada em busca do prazer, houve um momento de desconstrução/quebra de tabus?

N = 591 RU

A maioria das mulheres afirma ter passado por um momento de desconstrução ao longo da sua jornada.

140


Porcentagem de mulheres que conseguem falar abertamente sobre prazer feminino

N = 591 RU

Apesar da grande maioria conseguir falar abertamente sobre prazer, ainda praticamente um quinto diz não se sentir confortável.

141


De 1 a 5, o nível de concordância com a afirmativa: "O sentimento é um fator decisivo para ter uma relação sexual"

Discordo totalmente

N = 591 RU

Concordo totalmente

Apesar de 61,83% pensar no sentimento como algo decisivo para a relação, quase 1/4 afirma não ser tão essencial.

142


De 1 a 5, o nível de concordância com a afirmativa: "A sociedade tem alguma influência em relação ao meu próprio prazer"

Discordo totalmente

N = 591 RU

Concordo totalmente

Mais de 12% das entrevistadas afirma que a sociedade tem pouca, ou quase nenhuma, influência em relação ao próprio prazer.

143


Porcentagem de mulheres que já tiveram relações sexuais com ambos os sexos

N = 591 RU

O número de mulheres que já tiveram relações com ambos sexos foi bem menor do que apenas com um deles.

144


Sentiram mais prazer com um do que com outro?

N = 162 RU

De maneira geral, a amostra afirma sentir prazer parecido, sem maiores discrepâncias, entre sexos.

145


Durante o sexo hétero, já tiveram algum parceiro sexual que o sexo acabou quando ele gozou?

N = 591 RU

A maioria das respondentes afirmam que já tiveram uma relação sexual que terminou logo após a ejaculação do parceiro.

146


De 1 a 5, o nível de concordância com a afirmativa: "A maioria dos homens NÃO se preocupa com o prazer da mulher durante a relação"

Discordo totalmente

N = 591 RU

Concordo totalmente

76,53% afirmam que os homens de fato não se preocupam com o prazer mulher durante a relação.

147


Pornografia


Pornografia x Relação sexual

Discordo totalmente

N = 591 RU

Concordo totalmente

Para 65,93% das entrevistadas, a pornografia já afetou de algum modo uma relação sexual.

149


Pornografia x Nós mesmas

Discordo totalmente

N = 591 RU

Concordo totalmente

Assim como no momento da relação, 68,47% entrevistadas também afirmam que a pornografia pode afetar a relação com si própria.

150


A Relação com a Pandemia do Covid-19


A pandemia e a exploração por prazer e a libido

N = 591

Apesar da maioria das mulheres dizer que a pandemia influenciou seu prazer, a parcela que afirma não ter sido afetada também é grande.

RU

152


Como?

N = 361 RM

A principal razão para essa alteração no prazer foi a frequência da vida sexual, que tornou-se menos ativa durante a quarentena.

153


Orientação sexual das entrevistadas que buscaram explorar o seu prazer durante o período de pandemia

As entrevistadas bissexuais pertencem ao grupo que mais procurou buscar o seu prazer durante o período de pandemia.

154


Porcentagem de mulheres que N = 591 RU compraram algum produto erótico pela primeira vez durante a quarentena

A amostra afirma que a maioria ainda não fez a compra de produtos eróticos, tendo apenas 35% de mulheres que fizeram a compra pela primeira vez durante a quarentena

155


Quais?

N = 206 RM

Vibradores e lubrificantes são os itens mais citados pelas mulheres que compraram produtos eróticos pela primeira vez na pandemia.

156


Sex Shops


Porcentagem de mulheres já compraram em sex shop

N = 591 RU

A porcentagem de mulheres que já tiveram experiência de compra em Sexshop ficou relativamente dividido, com uma leve tendência para mulheres que já compraram.

158


Online x Loja física

N = 339 RU

O local de compra de produtos sexuais ficou relativamente dividido, com uma leve tendência para compras na internet.

159


A preferência do local de entrega comprando online

N = 248 RU

A maior parte das entrevistadas não se importam de receber os produtos comprados em casa, porém 14% preferem mandar os produtos para casa de um amigo.

160


A embalagem dos produtos

N = 248 RU

85% das mulheres se importam se a embalagem dos produtos comprados em sex shop é discreta.

161


Futuro


A porcentagem de mulheres que acreditam que, daqui a 5 anos, a masturbação feminina será mais normalizada

N = 591 RU

87% das entrevistadas acredita que a masturbação será cada vez mais normalizada pela sociedade, já 13% não tem esta perspectiva.

163


A porcentagem de mulheres que acreditam que ainda vamos viver outra revolução sexual

N = 591 RU

A porcentagem de mulheres que acreditam que não teremos uma revolução sexual é muito pequena comparada as que acreditam que com certeza ou talvez teremos.

164


Porcentagem que acredita que as N = 591 RU mulheres ainda colocam o prazer do(a) parceiro(a) em primeiro lugar

83% das respostas acreditam que as mulheres colocam o prazer do parceiro em antes do prazer próprio.

165


No futuro, as mulheres vão cada vez mais priorizar o próprio prazer?

N = 591 RU

A grande maioria das respondentes acredita que, no futuro, as mulheres irão priorizar mais o próprio prazer.

166


Considerações finais


Saúde & cuidados ● Em relação a saúde e cuidados, os métodos contraceptivos mais utilizados são a camisinha e a pílula, a grande maioria frequenta o ginecologista, com a realização de exames rotineiros pelo menos uma vez ao ano. Antes de buscar ajuda médica, costumam pesquisar sobre o assunto antes de consultar com um profissional. Mais da metade das respondentes afirma não realizar exames de DST com frequência.

Educação sexual ● Em relação a educação sexual, a internet, amigos e profissionais são a maior fonte de informações sobre prazer feminino, e a maioria das mulheres costuma seguir páginas nas redes sociais que abordam o assunto.

Masturbação ● A masturbação, por sua vez, ainda que seja tratada como tabu no sexo feminino, a maioria afirma já ter se masturbado e a porcentagem de mulheres que nunca praticou o ato tem como principal motivo a falta de vontade, vergonha. O desejo ocorre com uma frequência média e uma esmagadora parte da amostra compreende que a masturbação é um ato de autoconhecimento. Ainda que muitas mulheres não alcancem o orgasmo sozinhas, a maioria afirma chegar sempre que deseja.

168


Sexualidade ● Em relação a sexualidade, a grande maioria afirma já ter tido relação sexual e mais de dois terços afirma já ter tido sexo no primeiro encontro. Ao responderem sobre o assunto, uma significativa porcentagem de mulheres afirma já ter se sentido desvalorizada no primeiro encontro e os motivos citados foram o abandono, tabu e ‘’se sentiram fáceis’’. Os dados também se mostraram relativamente divididos entre metade das mulheres afirma a necessidade de uma conversa antes e a outra metade não precisa. As preliminares por sua vez são essenciais em uma relação sexual e uma grande maioria já praticou a troca de mensagem sexuais (sexting), a prática é uma das fontes que as mulheres utilizam para alimentar o desejo sexual, entre outros meios citados como podcasts, livros eróticos e os próprios pensamentos.

Vibradores ● Os vibradores por sua vez são de grande interesse pela maioria das mulheres e as elas acreditam que o objeto erótico não substitui o sexo. Costumam utilizá-lo sozinho e afirmam que o consideram um auxílio importante durante a relação sexual.

169


Masturbação ● Em comparação a outras pesquisas sobre o assunto, nossos números de mulheres que já se masturbaram e já chegaram ao orgasmo, é alto. A grande maioria das respondentes pensa que, nunca atingir o orgasmo pode ser uma frustração. Além disso, 78% das mulheres afirma já ter fingido um orgasmo.

Prazer feminino ● O prazer feminino é uma pauta onde as mulheres afirmam ter passado um momento longo de desconstrução e que apesar de conseguirem falar abertamente sobre o assunto ainda existe uma parcela que se sente desconfortável em relação ao tema. O sentimento em relação ao outro é um fator decisivo mas não essencial para prática sexual e apenas 10% das entrevistadas sentem que a sociedade não tem influência em relação ao próprio prazer. O número de mulheres que já teve relações sexuais com ambos sexos é menor do que apenas com um deles e os dados afirmam que de maneira geral, sentem prazer parecido e sem maiores discrepâncias entre os sexos, Em compensação, a maioria das mulheres afirmou que em relações héterossexuais a relação terminou logo após a ejaculação do parceiro e que do ponto de vista feminino, os homens não se preocupam com o prazer da mulher durante a relação.

170


Pornografia ● A pornografia, segundo as entrevistas, é algo que afeta a relação com elas mesmas e que, de maneira geral, já afetou alguma de suas relações sexuais.

Relação com a pandemia do Covid-19 ● 61% das mulheres diz ter tido sua exploração por prazer e sua libido afetada pela pandemia do Covid-19, além de 35% afirmarem terem adquirido algum produto erótico pela primeira vez durante esse período.

Sex shops ● Em relação às sex shops, o local de compra de produtos sexuais ficou relativamente dividido, com uma leve tendência a compras na internet. A maioria das entrevistadas não se importa de receber os produtos em casa, porém, consideram de extrema relevância que a embalagem do produto seja discreta.

Futuro ● No futuro, a maioria das mulheres acredita que a masturbação será cada vez mais normalizada na sociedade e que ainda vamos viver outra revolução sexual, priorizando cada vez mais o prazer feminino.

171


Apêndice Roteiro das entrevistas qualitativas

Formulário do questionário quantitativo

Link de acesso ao roteiro

Link de acesso ao formulário

172


Obrigadx


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