Pré-Tese ao CONUNE | Pra Virar o Jogo!

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PRÉ-TESE AO 55o CONUNE

VIRAR! o JOGO

PRA

Capitalismo dá em crise! Quase uma década se passou desde que explodiu uma das maiores crises do capitalismo, em 2008. Desde então, os donos do poder fizeram de tudo para que a juventude, os trabalhadores, mulheres, negros/as, LGBTs, imigrantes, pagassem por ela. Retiraram direitos, reduziram salários, provocaram guerras, reprimiram as lutas. Aumentaram a exploração e as desigualdades em beneficio próprio. No capitalismo o lucro está acima das pessoas. Distante de resolver, toda essa selvageria só aprofundou a crise econômica, social e humanitária. Surge, então, uma nova direita com ideias radicais: Trump nos EUA, Le Pen na França, Bolsonaro no Brasil e tantos outros. Eles propagam o ultra-nacionalismo, o preconceito contra imigrantes, o racismo, o machismo e a LGTBfobia. Diante da radicalização da direita, é preciso apresentar uma saída oposta, uma saída anticapitalista. A esquerda que tentou “melhorar” o capitalismo fracassou. Por isso, é hora de retomar o projeto de ruptura com esse sistema de opressão e injustiça!

#OSRICOSQUEPAGUEMPELACRISE


DEFENDER NOSSO FUTURO

CO M AS P RO P RI AS M AO S !

A “modernização” das relações de trabalho é uma realidade mundial e por isso nossa geração é mão de obra mais escolarizada, mas vive condições de exploração nível hard. Nossos baixos salários, bolsas defasadas, “freelas” e a saída tardia da casa dos pais tem se tornado regra. Os capitalistas empreendem planos de austeridade que colocam em cheque nosso futuro. É preciso nos agarrar às mobilizações por direitos que estão rolando mundo afora! Arrancar condições justas de sobrevivência é uma tarefa da nossa geração!

E PRECISO UNIDADE

PRA VIRAR O JOGO !

A GREVE GERAL DE 28 DE ABRIL MOSTROU O CAMINHO Está claro que não temos outro caminho a não ser construir a resistência. Ocupamos tudo contra a PEC do teto em 2016, mas foi em 2017 que nossa luta ficou mais forte. Começamos o ano com a construção do 8 de março, quando o movimento feminista organizou gigantescas marchas fazendo coro com mulheres do mundo inteiro. Em seguida, organizamos os dias nacionais de Luta em 15 e 31 de março. E tudo isso culminou na grande Greve Geral do dia 28 de abril! A nossa força está em nossa unidade e na luta direta. A articulação entre as Centrais Sindicais, as Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular e todos os movimentos é a primeira condição para nossa vitória. Não podemos parar em uma só Greve Geral. Defendemos a convocação de uma nova greve geral, ainda mais forte que a do dia 28. Só assim poderemos não só barrar as reformas, mas derrubar esse governo golpista, convocando novas eleições gerais.

SÓ ATRAVÉS DE MEDIDAS ANTICAPITALISTAS QUE OS TRAB $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $

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TAXAÇÃO DO LUCRO DAS GRANDES FORTUNAS! É preciso tirar do 1% para dar saúde, educação e direitos sociais aos 99% que produzem toda a riqueza do país.

REFORMA URBANA E AGRÁRIA! Já é conhecido o fato de que nas grandes cidades, como em São Paulo, existem mais imóveis desocupados, servindo para especulação, do que pessoas sem moradia. No campo também os latifundiários se apoiam na bancada ruralista para se sobrepor aos pequenos produtores e abocanhar as terras indígenas e quilombolas. Terra e teto pra quem precisa e tem direito!

REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SAL

Hoje o desemprego é o princip e na juventude a situação é ai É necessário distribuir os em diminuindo os lucros dos grandes empresários mas não os


E PRECISO CORAGEM PRA VIRAR O JOGO !

O BRASIL PRECISA DE MUDANÇAS ESTRUTURAIS Somos um dos países com maior desigualdade social do mundo. Somos o 5o país no ranking do feminicídio, o campeão em assassinatos a LGBTs e sofremos com a herança da escravidão e um estado policial e racista nas favelas, periferias e penitenciárias. Um dos maiores exemplos disso é a prisão de Rafael Braga, preso em 20 de junho de 2013 com um pinho sol, recentemente condenado a 11 anos de prisão por ser negro e pobre! Freixo, em sua campanha a prefeito, dizia que “quem diz que governa para todos, está sempre mentindo pra alguém”. É impossível agradar quem nos oprime e nos explora e, ao mesmo tempo, garantir uma vida com direitos e oportunidades para a maioria do povo. PRA VIRAR O JOGO, precisamos neste CONUNE decidir qual deve ser o lado da entidade: defendemos um movimento estudantil de esquerda, aliado à classe trabalhadora, à luta das mulheres, negras e negros, LGBTs, imigrantes e todos os oprimidos. Que lute por uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos.

CAPITALISMO DÁ EM GOLPE! Quando falamos em retrocessos, falamos principalmente sobre conquistas sociais históricas, como é o direito à previdência social. A ameaça a esses direitos começou com o Governo Dilma que propôs as MPs 664 e 665, iniciando o ajuste “fiscal”, atacando o seguro desemprego e o auxílio doença. Além disso, o governo do PT iniciou o debate sobre a reforma da previdência. Outro exemplo foi a criminalização das lutas com a aprovação da Lei Antiterrorismo. A verdade é que os governos do PT, infelizmente, não implementaram nenhuma reforma estrutural. Apesar de mudanças concretas na vida das pessoas, com os programas de assistência e o acesso facilitado ao crédito, os pilares da desigualdade e da exploração seguiram de pé. Não se enfrentou os poderosos, ao contrário, boa parte dos golpistas estava no mesmo barco de Lula e Dilma.

Mesmo após o golpe, o PT e o PCdoB saíram em diversas eleições com o PMDB, PSDB e DEM! Seguem o mesmo caminho que levou ao golpe: governar de mãos dadas com representantes do capital. Aceitaram ser financiados por bancos e grandes empresas. Fizeram com que os movimentos baixassem a guarda e confiassem mais no governo do que em sua luta. Somos contra o golpe parlamentar e sabemos do caráter seletivo e reacionário da Lava Jato. Sabemos, também, que foi a política do PT que optou por governar junto com a velha ordem, beneficiando assim principalmente banqueiros e empreiteiras. Isso abriu espaço para o golpe da direita.

BALHADORES E A JUVENTUDE NÃO PAGARÃO PELA CRISE

A DE TRABALHO LÁRIO!

pal problema do país inda mais dramática. mpregos entre todos, salários.

CHEGA DE PAGAR JUROS AOS BANQUEIROS! Pela redução imediata dos juros e uma auditoria da dívida pública já! Essa “dívida” obriga o país a tirar dinheiro do povo em nome de um superávit primário que dê segurança aos grandes investidores. A dívida já foi paga várias vezes! Trata-se do maior esquema de corrupção legalizado do estado brasileiro.

Todos falam da corrupção, mas pouco se fala da punição aos corruptores que seguem em plena atividade. Esse é o caso de grandes empresas como a Odebrecht. É necessário, sim, punir os políticos que $ desviam dinheiro público. Mas nós também queremos reparação, exigimos o nosso dinheiro de volta! Não podemos nos iludir com a lava jato, uma operação que não atinge a raiz do problema, somente atua no cenário para favorecer os interesses de uma fração dos políticos e dos representantes do capital.


DE JUNHO DE 2013 A JUNHO DE 2017 As Jornadas de Junho de 2013 marcaram profundamente nosso país. A juventude ocupou as ruas, praças, e fez multiplicar diversos movimentos de combate às opressões, cultura, mídia ativismo, antiproibicionismo. De lá pra cá, denunciamos o papel hipócrita das UPPs na campanha “Cadê o Amarildo?” e lutamos pelo fim do genocídio da juventude negra. Gritamos “Fora Cunha!” e construímos a Primavera Feminista. Ocupamos milhares de escolas e universidades contra a PEC do Teto de Gastos e a Reforma do Ensino Médio. Os movimentos de juventude cresceram e o movimento estudantil se transformou. Por um lado, se firmou o papel protagonista dos estudantes secundas e universitários em impulsionar a luta mais geral da juventude. Por outro, ficaram mais latentes os vícios e a falta de representatividade do movimento estudantil.

REINVENTAR O MOVIMENTO ESTUDANTIL PRA VIRAR O JOGO!

A verdade é que vivemos um processo de burocratização e despolitização no movimento estudantil nos últimos anos. A tradição do “movimento estudantil raíz” das passagens em sala, piquetes e assembléias democráticas deu lugar à política praticada de cima pra baixo. O momento político exige que todos nós sejamos autocríticos: nenhum movimento ou campo está imune à acomodação. A busca por retomar os espaços de troca e confronto de idéias entre os estudantes é um esforço de alguns ativistas, que tentam construir um movimento estudantil que supere a inércia e a disputa destrutiva. Nós mulheres, LGBTs, negr@s, estamos fartas de ver nossas demandas só aparecerem da “boca pra fora”, pra que alguma idéia ou grupo ganhe audiência. A direção das entidades se institucionalizou e não absorve críticas e demandas da base, como se não quisessem “ter mais trabalho”. A maioria dos movimentos reproduz uma lógica tarefeira e despolitizada. Este quadro, somado à descrença com a política e a ofensiva do capital, abre espaço para que a direita ecoe ideias anti-organização, anti-esquerda e anti-povo.

Neste 55o CONUNE, quando a UNE completa 80 anos, é revoltante encarar como é desperdiçado o potencial da maior entidade dos estudantes brasileiros. A condução burocrática e de reprodução da velha política feita pela UJS e setores do PT, impede a entidade de cumprir um papel de organizadora das lutas. Fazem aparições midiáticas e chamados formais à mobilização, mas não fortalecem a organização democrática de base dos estudantes. Negociam nossos direitos a portas fechadas, como fizeram com a restrição da meia-entrada em troca do monópolio das carteirinhas. Apoiaram todos os projetos dos governos petistas sem qualquer crítica. Por isso, apostamos na construção da Oposição de Esquerda da UNE! É preciso uma gigantesca reviravolta dentro da entidade para que ela volte a ser um instrumento de luta, merecedor da sua história. Aqueles que assinam a tese PRA VIRAR O JOGO apostamos numa trasnformação radical do movimento estudantil. Acreditamos na ação direta e na unidade entre os ativistas, no fortalecimento dos Centros e Diretórios Acadêmicos, nos espaços de decisão democráticos, onde todos se ouçam e produzam sínteses. Em que estudantes negr@s, mulheres, LGBTs e indígenas tenham protagonismo. Precisamos retomar o gosto por lutar de forma coletiva! Só assim podemos retomar os sonhos da juventude com um mundo melhor, sem exploração e opressão! Como dizia Che Guevara, “ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição até biológica.” Utopia é acreditar que o capitalismo pode resolver os problemas da humanidade. Precisamos retomar a confiança em nossas ações organizadas. Precisamos retomar a força do movimento estudantil, que quando entra em cena, chama os trabalhadores pra ocupar as ruas, contamina toda a sociedade de esperança e constrói um novo futuro.

/oposicaodeesquerdaune pravirarojogo@gmail.com

OPOSIÇÃO DE ESQUERDA


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