LAPIDAR LAPIDAÇÃO URBANA Projeto de revitalização Victor de Brito
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Victor Oliveira Gomes de Brito
Reurbanização da Rua Doutor Almeida Lima e do trecho da Rua Visconde de Parnaíba Trabalho Final de Graduação apresentado à Universidade Cruzeiro do Sul como requisito parcial à obtenção do grau em Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Prof. Tarsila Miyazato
São Paulo - 2020
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“
As cidades tem a capacidade de promover algo para cada um de seus habitantes, só porque e só quando, são criadas para todos. ( Jane Jacobs )
” 7
Ao meu pai Sebastião, a minha vó Meza e ao meu vô Antônio.
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Agradeço a minha família por todo o apoio, amor e compreensão. Agradeço aos meus pais, Lauzeni e Sebastião, por todo o amor que me deram, por mergulhar comigo neste sonho e fazer todo o possível para o meu melhor. Agradeço aos professores que transmitiram os ensinamentos necessários para o meu desenvolvimento profissional, em especial a Professora Tarsila Miyazato. Agradeço aos meus amigos por toda a força, aprendizagem e compreensão, durante todos estes cinco anos dividimos todo o amor, dor, lagrimas e alegrias, sem vocês seria quase impossível. Dedico este trabalho ao meu pai, minha avó e meu avô, pessoas que me acompanharam e me incentivaram no começo desta jornada de cinco anos de faculdade, porém, devido a planos maiores feitos por Deus não estão mais aqui em corpo vendo está finalização. Amo vocês. Obrigado!
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RESUMO O
Bairro do Brás sempre foi ponto de parada para aqueles que desembarcavam na capital, desde os primeiros imigrantes e migrante que chegavam e ainda chegam à região. O bairro que nasceu das grandes chácaras e hoje é um enorme polo comercial e industrial têxtil está ao lado de importantes bairros como o Bom Retiro, Pari, Sé, Belém, Mooca e Cambuci, de acordo o censo de 2010, 29.265 habitantes reside no bairro, o distrito é atendido pela Linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo e pelas linhas 10, 11 e 12 da CPTM, a mesma ferrovia que trouxe desenvolvimento e riquezas para o bairro o dividiu ao meio, formando dois bairros em um; apesar de grandes modificações arquitetônicas que ocorreram no bairro; alguns vestígios da sua arquitetura antiga ainda resiste ao tempo sobre o caos que o bairro se tornou. Prédios como o museu do imigrante e algumas casas antigas na Rua Dr. Almeida Lima são prova viva de tudo o que o bairro já viveu. Portanto, o estudo proposto, propõe a solução do grande vão urbano que existe atualmente no bairro, criando uma união entre as suas ilhas urbanas, além de conectar a sua arte e cultura, proporcionando uma maior qualidade de vida para os seus moradores e visitantes, o projeto soluciona um dos maiores problemas urbanísticos e sociais sofridos pelo bairro hoje em dia.
Palavras Chave: Imigrantes, Migrantes, Polo comercial, Polo industrial têxtil, Modificações arquitetônicas,Arquitetura antiga, Vão urbano, Ilhas urbanas, Qualidade de vida.
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ABSTRACT The
Brás neighborhood has always been a stopping point for those who disembarked in the capital, since the first immigrants and migrants who arrived and still arrive in the region. The neighborhood that was born from the large farms and today is a huge commercial and industrial textile hub is next to important neighborhoods such as Bom Retiro, Pari, Sé, Belém, Mooca and Cambuci, according to the 2010 census, 29,265 inhabitants live in the neighborhood , the district is served by Line 3-Red of the São Paulo Metro and by lines 10, 11 and 12 of CPTM, the same railway that brought development and wealth to the neighborhood divided it in half, forming two neighborhoods in one; despite major architectural changes that took place in the neighborhood; some vestiges of its ancient architecture still stand the test of time over the chaos the neighborhood has become. Buildings such as the immigrant’s museum and some old houses on Rua Dr. Almeida Lima are living proof of everything the neighborhood has ever lived. Therefore, the proposed study proposes the solution of the large urban gap that currently exists in the neighborhood, creating a union between its urban islands, in addition to connecting its art and culture, providing a higher quality of life for its residents and visitors, the project solves one of the biggest urban and social problems suffered by the neighborhood today.
Key words: Immigrants, Migrants, Commercial pole, Industrial textile pole, Architectural modifications, Ancient architecture, Urban spans, Urban islands, Quality of life.
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LISTA DE FIGURAS IMAGEM 00: Fotografia da Rua Visconde de Parnaíba,2020. Fonte:Autor. / Pg. 21. IMAGEM 01: Fotografia de uma casa histórica da Rua Dr. Almeida Lima,Fonte: Acervo do Autor. / pg. 25. IMAGEM 02: Fotocolagem da região da Rua Dr. Almeida Lima. Fonte: Acervo do Autor. /pg 27. IMAGEM 03: Desembarque de trabalhadores nacionais e familiares na estação da hospedaria. Fonte: Acervo do Autor/Pg. 32. IMAGEM 04: Vale do Anhangabau. Fonte: Dmitri Kessel. / Pg. 33. IMAGEM 05: Praça da sé. Fonte:Fundação energia e saneamento/divulgação. / Pg. 33. IMAGEM 06: Moinho Matarazzo. Fonte: Milenar. / Pg. 34. IMAGEM 07: Antiga Fabrica na Mooca. Fonte: Antigamente. / Pg.34. IMAGEM 08: Fabrica Orion S/A. Fonte: São Paulo Antiga. / Pg. 34. IMAGEM 09: Trabalhadores na Greve Geral de 1917. Fonte: lemad - USP. / Pg. 35. IMAGEM 10: Caminho do Brás em 1862. Fonte: Militão Azevedo. / Pg. 36. IMAGEM 11: Imigrantes posando para fotografia na hospedaria do imigrante em 1880. /Pg. 38. IMAGEM 12: Cartaz com anúncio convidando os italianos e imigrantes para o Brasil. Fonte: Escola educação. / pg. 39. IMAGEM 13: Os primeiros imigrantes japoneses chegando ao porto de Santo. Fonte: Aventuras na Historia. / Pg. 39. IMAGEM 14: Avenida Rangel Pestana em 1887. Fonte: Hugo P garagem. / pg. 40. IMAGEM 15: Estação norte do largo da concordia em 1942. Fonte: Pinterest. / pg. 41. IMAGEM 16: Porteira do Brás. Fonte: Engvagnerlandi. / Pg. 41. IMAGEM 17: Largo da concordia antes e depois da reurbanização que ocorreu em 2006. Fonte: Edwardoodloak. / Pg. 42. IMAGEM 18: Largo da Concórdia cheio de barracas do comércio irregular, antes da reurbanização de 2006. Fonte: eduardoodloak. / Pg. 43. IMAGEM 19: Porteira do Brás em um momento em que está aberta para o tráfego de veiculos e pedestres, ao fundo Estação Roosevelt ( atual Brás)1950. crédito: Ivo Justino. / Pg. 44. IMAGEM 20: O Theatro Colombo foi uma sala de espetáculos brasileira situada no Largo da Concórdia, destruído por um incêndio em 1966.1952.Fonte: salasdecinemadesp2. / Pg. 45. IMAGEM 21: venida Rangel Pestana entre, em 1887. Fonte: HugoP garangem. / Pg. 45. IMAGEM 22: Estação Brás. Foto: José Marques de Oliveira. / Pg. 46. IMAGEM 23: Casarão na Avenida Celso Garcia. Foto: Phillipe Souza. / Pg. 46. IMAGEM 24:Antiga Vila Operária Maria Zélia no Belenzinho, 1917. Fonte: Sao Paulo Antiga. / Pg. 47. IMAGEM 25:Vila Operaria na Rua Gomes Cardim no Brás, em 2019. Fonte: Google Earth. / Pg. 47. IMAGEM 26: Trolebuns a caminho do Largo da Concórdia nos anos 80. Fonte: omensageiro77. / Pg. 48. IMAGEM 27: Antigos trolebus da cmtc, amarelinhos.Fonte: omensageiro77. Pg/ 48. IMAGEM 28: Rua Rangel Pestana, na altura do largo do Brás, entre 1925 e 1930. Fonte: Pinterest. / Pg. 48. IMAGEM 29: Viaduto Allberto Marino, em 1968. Fonte: Diário do Transporte. / Pg. 49. IMAGEM 30: Pátio de Roosevelt.fevereiro de 1979.Foto Rudy de Sell. / Pg. 49. IMAGEM 31:Foto Aéria do Brás em 1945. Fonte: GeoSampa. / Pg. 50. IMAGEM 32:Recorte da Área de Estudo,1916. Fonte:Prefeiturade SP. / Pg. 51. IMAGEM 33: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, 14
corte do parque. 2014. Fonte:Vitruvius. / Pg. 54. IMAGEM 34: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, Modelo eletrônico. 2014. Fonte:Vitruvius. / Pg. 54. IMAGEM 35: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, Planta da praça. 2014. Fonte:Vitruvius. / Pg. 56. IMAGEM 36: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, corte praça. 2014. Fonte:Vitruvius. / Pg. 56. IMAGEM 37: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, corte praça. 2014. Fonte:Vitruvius. / Pg. 56. IMAGEM 38: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar,Ampliação de um trecho escolhido. 2014. Fonte:Vitruvius. / Pg. 57. IMAGEM 39: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, Cortes dos trechos escolhidos. 2014. Fonte:Vitruvius. / Pg. 57. IMAGEM 40: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, trecho escolhido. 2014. Fonte:Vitruvius. / Pg. 58. IMAGEM 41: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, trecho escolhido. 2014. Fonte:Vitruvius. / Pg. 58. IMAGEM 42: Centro Histório de São José, Santa Catarina,Museu Histórico de São José, 2018. Fonte:Prefeitura Municipal de São José. / Pg. 59. IMAGEM 43: Parque Público em Tultitlán, representação grafica do trecho. 2018. Fonte:Archdaily. / Pg. 60. IMAGEM 67: Parque Público em Tultitlán, representação grafica do trecho. 2018. Fonte:Archdaily. / Pg. 61. IMAGEM 44:Parque Público em Tultitlán, foto área da área. 2018. Fonte:Archdaily. / Pg. 61. IMAGEM 45: Representação da área do projeto Parque Público em Tultitlán.2018. Fonte:Archdaily. / Pg. 62. IMAGEM 46: Fotografia do projeto, bloco de concreto em destaque.2018. Fonte:Archdaily. / Pg. 63. IMAGEM 47: Fotografia do projeto, Bancos acoplados a forma oval em destaque.2018. Fonte:Archdaily. / Pg. 63. IMAGEM 48: Perspectiva 3D do projeto.2015. Fonte:Pinteres. / Pg. 64. IMAGEM 49: Fotografia do projeto,Passarela Paleisbrug.2015. Fonte:Archdaily. / Pg. 65. IMAGEM 50: Passarela Paleisbrug,corte.2015. Fonte:Archdaily. / Pg. 66. IMAGEM 51: Passarela Paleisbrug,corte.2015. Fonte:Cloudfront. / Pg. 67. IMAGEM 52: Decoração das Ruas, Umbrella Sky Project, Águedo- Portugal. 2019. Fonte:Impactplan. / Pg. 68. IMAGEM 53: Pop Brixton, Londres - Reino Unido.2019. Fonte: Pinterest. / Pg. 68. IMAGEM 54: mi casa, your casa. Atlanta - EUA.2019. Fonte: Design boom. / Pg. 68. IMAGEM 55: Faixas de pedestres criativas. Montreal - CA. Fonte:Greenme. / Pg. 68. IMAGEM 56: Avenida Centra. Fortaleza - CE.2017.Fonte: Wribrasil. / Pg. 68. IMAGEM 57: Intervenções de Urbaismo Tático, San Diego - EUA.Fonte: Thecityfixbrasil./ Pg. 68. IMAGEM 58: Herald Square. Nova York - EUA. 2018. Fonte: Wribrasil. / Pg. 68. IMAGEM 59: Passarela Simone de Beauvoir. 2018. Fonte: Pinterest/ Google Maps. / Pg. 69. IMAGEM 60: Bermondsey Work. Londres - UK. 2017. Fonte: Ansgroupglobal./ Pg. 69. IMAGEM 61: South Lake Union. Seattle - EUA. 2019. Fonte: Vulcanrealestate./ Pg. 69. IMAGEM 62: Projeto da Rua Mateus Grou. SP. Fonte: Arquitetura e Construção.70/ Pg. 69. IMAGEM 63: Foto aérea da área de implementação do projeto, 2020.Fonte: Google Earth. / Pg. 72. IMAGEM 64: Representação do relevo da Rua Doutor, 2020. Fonte: Autor com auxilia do Google 15
Earth. / Pg. 74. IMAGEM 65: Corte AA,2020.Fonte: Autor. / Pg. 74. IMAGEM 66: Mapa de geomorfologia pré-urbana da bacia hidrográfica do Rio Tamanduatei, 2010. Fonte: Moroz-Caccia Gouveia. / Pg. 75. IMAGEM 67: Demarcação Corte AA, 2020.Fonte: Autor. / Pg. 75. IMAGEM 68: Cortiço na Av. Celso Garcia. Fonte: gazetavirtua. / Pg. 76. IMAGEM 69: mapa de localização dos imigrantes bolivianos segundo distrito dedestino. censo demográficos 200 e 2010. Fonte: IBGE / Pg. 77. IMAGEM 70: Cortiço no Brás,1950. Acervo:Peter Scheier. / Pg. 77. IMAGEM 71: Mapa dos cortiços na região estudada do Brás,2020. Fonte: Autor. / Pg. 77. IMAGEM 72: Mapa de ZEIS 3 e Cortiços, 2020 Fonte: Autor. / Pg. 79. IMAGEM 73: Comércio Ilegal no Brás,2018. 2020 Fonte: Folha Uol/ Rivaldo Gomes. / Pg. 80. IMAGEM 74: Comércio Ilegal no Brás,2018. 2020 Fonte: Folha Uol/ Rivaldo Gomes. IMAGEM 04. / Pg. 80. IMAGEM 75: Mapa do Comércio na região estudada. 2020 Fonte: Autor. / Pg. 81. IMAGEM 76: Criminalidade no Brás. Fonte: SSP - Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. / Pg. 83. IMAGEM 77: Mapa das sensações de segurança no área estudada. 2020 Fonte: Autor. / Pg. 83. IMAGEM 78: Total de passageiros embarcados na linha 7 -Rubi,2020 Fonte: CPTM. / Pg. 84. IMAGEM 79: Mapa de Mobilidade da área de estudo, 2020. Fonte: Autor. / Pg. 84. IMAGEM 80: Mapa da Linha Vermelha do Metrô, 2020. Fonte: Wikipedia. / Pg. 85. IMAGEM 81: Mapa da linha 10 - Turquesa da CPTM, 2020. Fonte: Wikipedia. / Pg. 85. IMAGEM 82: Mapa da linha 11 - Coral da CPTM, 2020. Fonte: Wikipedia./ Pg. 85. IMAGEM 83: Mapa da linha 12 - Safira da CPTM, 2020. Fonte: Wikipedia / Pg. 85. IMAGEM 84: Mapa do zoneamento área de estudo, 2020. Fonte: Autor. / Pg. 86. IMAGEM 85: Mapa de Uso e Ocupação do Solo, 2020. Fonte: Autor. / Pg. 87. IMAGEM 86: Mapa do Gabarito de Altura da área de estudo, 2020. Fonte: Autor. / Pg. 88. IMAGEM 87: Mapa de áreas verdes da área de estudo, 2020. Fonte: Autor. / Pg. 89. IMAGEM 88: Mapa de equipamentos de uso coletivo na área de estudo, 2020. Fonte: Autor. / Pg. 90. IMAGEM 89: Desfile orgaizado pelo Arsenal da Esperança - Associação Assindes Sermig na Rua Dr. Almeida Limas, 2020. Fonte:Tomas Jose Padovani. / Pg. 91. IMAGEM 90: Mapa Síntese da área de estudo, 2020. Fonte:Autor. / Pg. 92. IMAGEM 91: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor. / Pg. 94. IMAGEM 92: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor. / Pg. 94. IMAGEM 93: Casas Históricas da Rua Dr. Almeida Lima. 2020. Fonte: Google Maps. / Pg. 95. IMAGEM 94: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor. / Pg. 95. IMAGEM 95: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor./ Pg. 95. IMAGEM 96: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor. / Pg. 96. IMAGEM 97: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor. / Pg. 96. IMAGEM 98: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor / Pg. 97. IMAGEM 99: Rua Doutor Almeida Lima, 2020. Fonte: Autor. / Pg. 101. IMAGEM 100: Ilustração artistica da Ponte de Pedestre. Fonte: Autor. / Pg. 103. IMAGEM 101: Rua Doutor Almeida Lima, 2020. Fonte: Autor. / Pg. 104. IMAGEM 102: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth. / Pg. 105. IMAGEM 103: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth. / Pg. 106. IMAGEM 104: Rua Doutor Almeida Lima, vista para a praça agente cícero 2019. Fonte: Google 16
Earth. / Pg. 107. IMAGEM 106: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth. / Pg. 108. IMAGEM 107: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth. / Pg. 108. IMAGEM 108: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth. / Pg. 108. IMAGEM 109: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth. / Pg. 109. IMAGEM 110: Rua Visconde de Parnaíba, 2019. Fonte: Google Earth. / Pg. 110. IMAGEM 111: Rua Visconde de Parnaíba, 2019. Fonte: Google Earth. / Pg. 110. IMAGEM 112: Situação atual Rua Dr. Almeida Lima, 2020. Fonte:Autor. / Pg. 111. IMAGEM 113: Situação atual Rua visconde de parnaíba, 2020. Fonte:Autor. / Pg. 111. IMAGEM 114: Situação atual Rua Dr. Almeida Lima, 2020. Fonte:Autor. / Pg. 112. IMAGEM 115: Situação atual da Rua Dr. Almeida Lima, no modelo em 3d podemos observar a via sendo dividida ao meio pelos trilhos do trem assim como os caminhoes estacionados em uma das suas pontas. 2019. fonte: Google Earth. / Pg. 113. IMAGEM 116: Situação atual da Rua Dr. Almeida Lima, o vao da linha do trem entre a rua está demarcado me vermelho. 2019. fonte: Google Earth. / Pg. 114. IMAGEM 117: Mapa da linha de trem da CPTM na Rua Dr. almeida lima.Fonte: Google. / Pg. 115. IMAGEM 118: Pespectiva 3d do projeto inicial da Rua Visconde de Parnaíba. Fonte: Autor. / Pg. 116. IMAGEM 119: Projeção 3D da rua visconde de parnaíba.Fonte: Autor. / Pg. 118. IMAGEM 120: Projeção 3D da rua visconde de parnaíba.Fonte: Autor. / Pg. 118. IMAGEM 123: Rua Visconde de parnaíba. 2020.Fonte: Google Maps. / Pg. 118. IMAGEM 121: Projeção 3D da Rua Dr. Almeida lima .Fonte: Autor. / Pg. 119. IMAGEM 122: Projeção 3D da Rua Dr. Almeida lima .Fonte: Autor. / Pg. 119. IMAGEM 124: Rua Dr. Almeida Lima. 2020.Fonte: Google Maps. / Pg. 120. IMAGEM 125: Foto aérea da área de implementação do projeto, 2020.Fonte: Google Earth./ Pg. 124. IMAGEM 126: Mapa de deslocamento a pé. Fonte: Autor. / Pg. 125. IMAGEM 127: Grama Esmeralda. Fonte: Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 128: Guindo. Fonte:Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 129: Jabuticabeira. Fonte:Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 130: Ipê Amarelo. Fonte: Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 131: Dasilirio. Fonte:Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 132: Quaresma Roxa. Fonte: Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 133: Julieta Fonte: Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 134: Ipezinho de Jardim : Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 135: Gailardia: Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 136: Palmeira Imperial: Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 137: grevilha anã: Google Imagens. / Pg. 135. IMAGEM 139: Aço. Fonte: Google Imagens. / Pg. 136. IMAGEM 140: aço inoxidavél cromado.Fonte: Google Imagens. / Pg. 136. IMAGEM 141: concreto armado. Fonte: Google Imagens. / Pg. 136. IMAGEM 142: chapa de alumínio.Fonte: Google Imagens. / Pg. 136. IMAGEM 143: pedra de granito serrado. Fonte: Google Imagens. / Pg. 136. IMAGEM 144: Fonte: Madeira de Carvaljo Google Imagens. / Pg. 136. IMAGEM 145: vidro sentryglas.Fonte: Google Imagens. / Pg. 136. IMAGEM 146: Prédio Histórico na Rua Dr. almeida Lima.Fonte: Autor. / Pg. 155 IMAGEM 147: Foto colagem da Rua Dr. Almeida Lima. / Pg. 159. IMAGEM 148: Linha do tempo do bairro do Brás. / Pg. 38. 17
SUMÁRIO 01 INTRODUÇÃO ...................................................................................................21 1.0 Metodologia .............................................................................................................................. 22 1.2 Justificativa.................................................................................................................................24 1.3 Resultados esperados..................................................................................................................26
02 REFERENCIAL TÉORICO..................................................................................29 2.0 História da cidade de São Paulo.................................................................................................32 2.1 História da industrialização da cidade........................................................................................34 2.2 História dos imigrantes...............................................................................................................38 2.3 A História do bairro do Brás.......................................................................................................40 2.4 Processo de urbanização do bairro do brás.................................................................................44 2.5 Arquitetura Prevalecente.............................................................................................................46 2.6 Vila Operária..............................................................................................................................47 2.7 História da Transporte no Bairro................................................................................................48 2.8 Estrutura viária do Brás..............................................................................................................49
03 REFERÊNCIAS P ROJETUAIS.........................................................................53 3.0 Requalificação urbana do centro histórico de São José - SC.....................................................54 3.1 Parque Público em Tultitlán.......................................................................................................60 3.2 Passarela Peleisbrug...................................................................................................................64 3.3 Fotos de exemplos de uso e propostas construtivas...................................................................68
04 DIAGNÓSTICO..,...............................................................................................71 4.0 Topografia e Hidrografia.............................................................................................................74 4.1 Cortiços.......................................................................................................................................76 4.2 Vulnerabilidade social X Interesse Social..................................................................................78 4.3 Centralidade Comercial..............................................................................................................80 4.4 Sensações de segurança..............................................................................................................82 4.5 Modais e meio de transporte coletivo...........................................................................................84 4.6 Macrozoneamento X Uso e ocupação........................................................................................86 4.7 Gabarito de altura X Áreas verdes..............................................................................................88 4.8 Equipamentos de uso coletivo....................................................................................................90 4.9 Especialidades Mapa Síntese.......................................................................................................92 18
4.10 Patrimônio urbano arquitetôico e transformações da região do Brás.......................................94
05 A PROPOSTA.......................................................................................................99 5.0 O partido arquitetônico projeto lapidar.....................................................................................100 5.1 Partido arquitetônico ponte de pedestre imigrante...................................................................102 5.2 Diretrizes projetuais..................................................................................................................104 5.3 Situação atual e necessidades do local......................................................................................106 5.4 Croquis - Estudo de volumetria e estudo de massa..................................................................114 5.5 Estudo sobre a reestruturação do projeto....................................................................................117 5.6 estudo de caso/ trecho da Rua visconde de parnaíba................................................................118 5.7 Estudo de caso/ trecho da Rua Dr. Almeida Lima....................................................................119
06 O PROJETO.......................................................................................................121 6.0 Reurbanização da Rua Doutor Almeida Lima e do Trecho da Rua Visconde de Parnaíba...........124 6.1 Projeto de revitalização Lapidar...............................................................................................126 6.2 Ponte de Pedestre Imigrante.....................................................................................................128 6.3 Detalhamento Construtivo Ponte de Pedestre Imigrante..........................................................130 6.4 Planta de Reforma Demarcação AA e BB...............................................................................132 6.5 Planta de Pavimentação Demarcação AA e BB........................................................................133 6.6 Implementação Temporária.......................................................................................................134 6.7 Implementação Permanente......................................................................................................135 6.8 Vegetação Utilizada..................................................................................................................137 6.9 Revestimentos e Materiais Utilizados Ponte de Pedestre.........................................................138 6.10 Semáforos de Pedestre..............................................................................................................139 6.11 Representação Gráfica e 3D do Projeto....................................................................................140
7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................154 8.0 REFERÊNCIAS................................................................................................156
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01. Introdução
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Capitulo 01
1.0 Metodologia O CAPÍTULO 01 Apresenta-se a metodologia do trabalho e a justificativa que levou a escolha do projeto, uma leve explicação sobre a caracterização da área e todos os resultados esperados com o trabalho. O CAPÍTULO 02 Apresenta um breve relato sobre a evolução urbana da cidade de São Paulo e do bairro do Brás, desde a história da industrialização da cidade, a chegada dos imigrantes e o desenvolvimento arquitetônico e urbanístico do bairro. O CAPÍTULO 03 Se analisa projetos de referências com características parecidas com a área de estudo e com os resultados esperados, levando em consideração as construções históricas, a valorização do pedestre e a locomoção entre as vias. O CAPÍTULO 04 Na seguida, fez-se um diagnostico geral do panorama urbano atual em que se encontra a região, analisando através de mapas as suas características e problemas. O CAPÍTULO 05 Apresenta a proposta de projeto e todas as suas diretrizes projetuais, o partido arquitetônico dos projetos e todos os estudos levantados antes do projeto. O CAPÍTULO 06 Apresenta-se o projeto como um todo, todo o resultado que os estudos e as analises da área levaram, as soluções apresentadas para cada uma das suas fragilidades e problemas urbanos. O CAPÍTULO 07 Apresenta as considerações finais do projeto, o resultado que o trabalho gerou e se as expectativas sobre o projeto foram obtidas. O CAPÍTULO 08 Na seguida, se apresenta todas as referências utilizadas e necessárias para a realização do projeto e de todo os seus estudos.
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1. Introdução
Imagem 00: Fotografia da Rua Visconde de Parnaíba,2020. Fonte:Autor.
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Capitulo 01
1.2 Justificativa
A
escolha do tema surgiu, primeiramente, graças a grande curiosidade em descobrir e imaginar como seria aquela região se houvesse uma intervenção urbanística que valorizasse a sua arquitetura antiga e o seu grande potencial turístico escondido sobre os galpões antigos e degradado. Além disso, o Bairro do Brás tem grandes potenciais a serem explorados, sejam de cunho urbanístico, econômico, turístico, cultural e ambiental. Tal região é caracterizada como uma área industrializada, com todos os equipamentos urbanos e toda a infraestrutura urbana básica instalada, porém com uma baixa densidade nas suas ruas, perdendo parte da sua população residente no decorrer dos últimos séculos e ficando abandonada pela população entrando em um processo de degradação urbana e ambiental. Bairro caracterizado por prédios de baixa estatura, apesar de estar localizada ao lado do centro da cidade é uma área ainda pouco valorizada, a baixa estatura dos prédios nos tempos atuais se transforma em um privilegio que o bairro tem, deixando a região com mais vistas para o horizonte e para o céu, maior circulação de ventos e conforto ambiental. Deste modo, procurou-se observar e compreender os principais desafios e necessidades existentes. A ideia seria buscar um tema que pudesse ser explorado para o beneficio da cidade, Algo que tivesse um grande retorno positivo para a cidade, seja ele econômico, cultural, social, ambiental, entre outros. Algo que se tornasse exemplo para outras cidades no Brasil e no Mundo. Para melhor contextualizar, deve-se compreender o estado atual da região e todas as atividades que acontecem nas ruas do Bairro, deve-se também compreender que o Bairro do Brás é muito além que a região de comercio de roupas próximas ao largo da concórdia, e a região a ser explorada e lapidada compreendesse das partes mais próximas ao parque dom Pedro ll até a linha de trem, que dividi e separa o bairro ao meio. O problema da região se encontra na desorganização de fluxos e usos, falta de preservação das construções existentes, fiação aparente e volumosa, pavimentação remendada e precária, falta de vegetação, poluição, entre outros problemas que geram outras adversidades, como sujeita poluição sonora e visual, complicação no fluxo de pedestres e veículos, degradação do espaço público e a escassez de uso e movimentação durante a noite,isso contribui para outros problemas como a sensação de insegurança, violência, desvalorização do bairro, falta de atrativos e de publico. A região também abriga uma grande festa tradicional italiana, a festa de Rua São Vitor Mártir. Alguns locais históricos se encontram na região, como o museu catavento, a casa das retortas, a paroquia bom Jesus, o parque dom Pedro ll, o moinho matarazzo, entre muitas outras construção com uma arquitetura histórica potencialmente atrativa para turistas.
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25 Imagem 01: Fotografia de uma casa histรณrica da Rua Dr. Almeida Lima,2020. Fonte:Autor.
Capitulo 01
1.3 Resultados esperados A proposta é reestruturar e requalificar da Rua Dr. Almeida Lima e do trecho da Rua Visconde de Parnaíba, no bairro do Brás - São Paulo – SP, através de ações de melhorias, como: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Tornar as áreas verdes existentes mais atrativas; Criar novas áreas verdes; Valorização da cultural local; Valorização da arquitetura local; Valorização do potencial turístico do local; Valorização dos galpões existentes no local; Priorização do pedestre; Garantia de uma maior acessibilidade; Aumento da arborização viária; Diminuição da poluição visual e sonora; Incentivo de uso noturno; Incentivo de uso cultural; Valorização dos prédios culturais existentes; Possibilidade de transferência de fabricas e depósitos para outros sítios; Valorização dos tijolinhos utilizados nas construções; Aterro da fiação; Troca da pavimentação existente; Instalação de ciclovia; Interligar as duas partes da Rua Dr. Almeida Lima; Interligação entre as construções históricas existentes; Transferência de uso dos comércios existentes; Gabarito de altura máximo e mínimo das construções; Uso de Food Truck.
Desse modo, está determinada região do Brás poderia ser uma região de referência para a organização, transformação urbana, cultura, diversidade, lazer e turismo para outros bairros e cidades do Brasil, aproveitando ao máximo o seu potencial utilizando a favor da população e da cidade, realizando através de medidas de planejamento e projetos realizados por meio de estudos e analises da área. O presente trabalho será dividido em três etapas: embasamento teórico-metodológico analise e diagnostico da área de intervenção e o projeto propriamente dito a ser desenvolvido posteriormente. A primeira parte se dá através da leitura e compreensão de textos, livros, dissertações e teses relacionadas à reurbanização urbana de áreas degradam em cidades, trocar de rodovias por parques urbanos, transformações de rios em atrativos turísticos urbanos, valorização da cultura e arquitetura urbana. Além disso, incluem-se pesquisas de projetos de referência que tenham uma proposta aproximada desse trabalho. O objetivo é apreender o máximo de informações para a fundamentação das seguintes etapas. A parte relacionada ao inventario e ao diagnostico da área de intervenção será obtida através de mapas, tabelas, croquis e pesquisas de campo sobre a região e a população, além de realizar o estudo da legislação vigente na região. Serão detalhados quadros de modo a distinguir problemas e potencialidades. Como os quais se pretende trabalhar. A apreensão dessas informações a cerca do local, é importante para que se possam justificar as decisões que serão tomadas posteriormente. Por fim, com o estudo e compreensão da região, será possível desenvolver o projeto para o bairro histórico do Brás.
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1. Introdução
27 Figura 02: Fotocolagem da região da Rua Dr. Almeida Lima,2020. Fonte:Autor.
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02.
Referencial Teรณrico
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HISTÓRIA DE
SÃO PAULO
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Capitulo 02
2.0 História da Cidade de São Paulo O início histórico da Cidade de São Paulo remonta à fundação do Pateo do Collegio, em 1554, pelos jesuítas. O povoado de Piratininga, que se desenvolveu em torno do Colégio, foi elevado à condição de vila, em 1558. No início do século 17, a Vila de São Paulo já contava com quase duzentas pessoas brancas, muitos mestiços e muitos índios. Era uma região selvagem, com muitos caçadores de índios. Em 1640, os paulistanos expulsaram os jesuítas do Colégio, mas eles retornaram em 1653. No início do século 18, a Vila de São Paulo tinha cerca de 1.500 pessoas. Em 1711, foi elevada à condição de cidade, 162 anos depois da fundação de Salvador, a primeira cidade do Brasil. Em 1681, São Paulo foi considerada cabeça da Capitania de São Paulo e, em 1711, a Vila foi elevada à categoria de Cidade. O grande impulso de desenvolvimento da Cidade aconteceu na segunda metade do século 19, com a chegada de imigrantes de outras partes do Brasil e do exterior. Em 1850, São Paulo era uma cidade pequena, tinha cerca de 15 mil habitantes. Saltou para 26 mil, em 1872, poucos anos após a inauguração da São Paulo Railway. Em 1886, já eram quase 75 mil habitantes. Em 1900, eram 281 mil. No entanto, a cidade de São Paulo esteve contida durante os três séculos iniciais em seu sítio original, uma pequena elevação entre o rio Tamanduateí e o ribeirão Anhangabaú. O crescimento vertiginoso da urbs iniciou-se com a instalação da ferrovia Santos-Jundiaí, na segunda metade do século XIX. A posição estratégica da cidade, como passagem obrigatória entre o porto e as rotas de escoamento do café. Na passagem do século XIX ao XX, a cidade já estava totalmente transformada. O comércio se diversificou, atraindo todo tipo de atividade, como casas de câmbio e hotéis. E a área urbanizada se espraiou para atender ao rápido aumento de população, principalmente com a vinda de imigrantes estrangeiros, em sua maioria italianos, portugueses, espanhóis, sírio-libaneses, japoneses e judeus. A industrialização se acelera após 1914 durante a Primeira Grande Guerra, mas o aumento da população e das riquezas é acompanhado pela degradação das condições de vida dos operários que sofrem com salários baixos, jornadas de trabalho longas e doenças. Só a gripe espanhola dizimou oito mil pessoas em quatro dias. A partir dos anos 30, ao atingir um milhão de habitantes, a cidade assume um perfil de metrópole industrial. Começa a verticalização da área central e a construção de vários bairros industriais e operários. A década de 40 foi marcada por uma intervenção urbanística sem precedentes na história da cidade. O prefeito Prestes Maia colocou em prática o seu “Plano de Avenidas”, com amplos investimentos no sistema viário.
Imagem 03: Desembarque de trabalhadores nacionais e familiares na estação da Hospedaria. 1940.Acervo: Museu da Imigração
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2.Referencial Teórico
Nos anos seguintes, a preocupação com o espaço urbano visava basicamente abrir caminho para os automóveis e atender aos interesses da indústria automobilística que se instalou em São Paulo em 1956. Em 1954, São Paulo comemorou o centenário de sua fundação com diversos eventos, inclusive a inauguração do Parque Ibirapuera, principal área verde da cidade, que passou a abrigar edifício diversos projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Nos anos 50, inicia-se o fenômeno de “desconcentração” do parque industrial de São Paulo que começou a se transferir para outros municípios da Região Metropolitana (ABCD, Osasco, Guarulhos, Santo Amaro) e do interior do Estado (Campinas, São José dos Campos, Sorocaba).
Imagem 04: Vale do anhangabau. 1947. Foto: Dmitri Kessel.
Imagem 05: Praça da sé. 1911. acervo: Fundação Energia e Saneamento/Divulgação.
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Capitulo 02
2.1 História da industrialização da cidade Dois fatores foram importantes para que São Paulo pudesse se projetar, a partir dos anos vinte e principalmente após a depressão econômica de 1929, como a maior concentração industrial do País: em primeiro lugar, o afluxo de imigrantes europeus, que demandou àquele estado, em boa parte fruto de uma hábil política de imigração e colonização, primeiro o qual iria propiciar o aparecimento de uma variada classe empresarial, segundo que além de um número elevado, relativamente ao resto do País, de operários qualificados que iriam ocupar as mais importantes posições no sistema produtivo da indústria; terceiro, o rápido crescimento do potencial energético, principalmente de origem hidráulica, assim como da rede de distribuição dessa energia. Juntando isso às facilidades de transportes encontradas pela indústria e que lhe foram herdadas pela economia cafeeira com um mercado local razoavelmente desenvolvido como resultado do adensamento populacional proporcionado tanto pela imigração estrangeira como pelas migrações internas, a disponibilidade de capitais que buscavam aplicação na indústria. Este processo iniciou-se entre o final do século XIX, com a instalação de algumas indústrias na cidade, em que foi intensificado entre os anos 30 até o início de 1990, em que está desenvolvendo outros pólos industriais no interior do estado de São Paulo, de Manaus e do Nordeste Brasileiro, principalmente o Ceará e Pernambuco e a Bahia. O primeiro grande projeto para a instalação industrial na cidade foi o complexo industrial das indústrias Matarazzo na Barra Funda, na avenida Francisco Matarazzo, em que poucos se expandia na Inauguração do Parque do Ibirapuera. Fonte: Resumo Fotográfico cidade, já na década de 30, os irmãos Jafet, atuando no ramo de tecidos, Rodolfo Crespi, os irmãos Puglisi Carbone e a família Klabin, que fundaria a primeira grande indústria de celulose do Brasil, a Klabin.
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Imagem 06: Moinho Matarazzo, em 1900. Fonte: Milenar
Imagem 07: Antiga Fábrica na Mooca, em 1917 Fonte: Antigamente7
Imagem 08: Fabrica Orion S/A, na rua Joaquim Carlos.1917.Fonte:São Paulo Antiga
2.Referencial Teรณrico
Imagem 09: Trabalhadores na Greve Geral de 1917. Fonte: lemad-USP
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Imagem 10:Caminho do BrĂĄs em 1862, hoje avendia Rangel Pestana. Foto:MilitĂŁo Azeved
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HISTÓRIA DO
BRÁS
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Imagem 148: Linha do tempo do Brรกs. Fonte: Autor.
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Capitulo 02
2.2 História dos imigrantes
O processo de imigração no Brasil começou a partir de 1850 com o fim do tráfico de pessoas escravizadas, a classe dominante paulista passou a incentivar a entrada maciça de imigrantes europeus sob o argumento de que havia falta de mão de obra com o fim da escravidão, querendo apagar a herança escravocrata brasileira, o governo passa a estimular a entrada de imigrantes europeus, a fim de promover o “branqueamento” da população, ocorrendo a abertura dos portos, em 1808, possibilitou a entrada de imigrantes não portugueses ao Brasil, neste momento várias expedições científicas europeias visitam e divulgam a colônia portuguesa na Europa, também se registra a instalação de profissionais liberais especialmente no Rio de Janeiro. A transição do trabalho escravo para o assalariado, ajudou os imigrantes conseguirem monopolizar amplos setores produtivos no tecido urbano de São Paulo, do Rio de Janeiro e de outras capitais menores. Muitos começavam como mascates e, reunindo algum pecúlio, abriam sua própria loja. A presença de imigrantes entre o proletariado era maciça nos dois principais centros urbanos brasileiros, o Brasil começou um processo de industrialização na década de 1890 e muitos imigrantes, em grande parte mulheres e crianças, foram empregados nas fábricas nascentes. Em 1901, 90% dos operários em São Paulo eram estrangeiros e em 1906, eles eram 44% no Rio de Janeiro, a situação de miséria vivida por esses estrangeiros era evidente nos bairros populares do Brás, Barra Funda e Bela Vista, na capital paulista, onde se concentravam os italianos, em 1904, cerca de 30% da população de São Paulo morava em cortiços, onde viviam amontoadas uma média de seis a dez pessoas, uma vez que os operários não tinham condições de arcar com os custos de outras moradias melhores, bairros habitados por europeus em São Paulo, as ruas estavam sempre cobertas de lama, o esgoto corria a céu aberto, a água consumida era frequentemente contaminada, a higiene não existia e o mau cheiro tornava o ar irrespirável.
Imagem 11: Imigrantes Posando para fotografia na Hospedaria do Imigrante, em 1880. Fonte: Wikipedia
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2.Referencial Teórico Desde o fim do tráfico de escravos, estimulavase a vinda de italianos para o Brasil a fim de substituir os africanos escravizados, o governo brasileiro pagava a passagem dos imigrantes em navios a vapor, lhes prometia salários e casas, algo que não era cumprido, nos bairros de maior concentração de imigrantes e descendentes, como Brás, Bixiga e Mooca foram fortemente mantidas, as tradições culturais e principalmente religiosas dos colonos, que mantinham sua fé e cultura através de reuniões nos clubes e festas de rua, com muita comida, bebida e música típica italiana. No Brás, é feita uma das mais tradicionais festas de imigrantes italianos de São Paulo, A Festa de Nossa Senhora de Casaluce, organizada desde de 1900 pelos italianos e descendentes da região de Napoli. Também no bairro do Brás é feita a festa de San Vito Mártir, o padroeiro da cidade de Polignano a Mare, da região da Puglia, que foi trazida para cidade de São Paulo por imigrantes vindos do sul da Itália.
Imagem 12: Cartaz com anúncio convidando os italianos a emigrarem para o Brasil (“Venham construir os seus sonhos com a família. Um país de oportunidade. Clima tropical e abundância. Riquezas minerais. No Brasil vocês poderão ter o seu castelo. O governo dá terras e utensílios a todos.”) Fonte: Escola Educação
Imagem 13: Os primeiros imigrantes japoneses chegavam ao porto de Santos a bordo do navio Kasato-Maru. Fonte: Aventuras na História
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Capitulo 02
2.3 A História do bairro do Brás No ano da proclamação da República, a capital contava com 65 mil habitantes, o desenvolvimento do bairro foi lento, até que veio a cultura do café e com ela chegaram os imigrantes, assim que os imigrantes desembarcavam em Santos eram encaminhados de trem até o Brás, onde ficavam na Hospedaria dos Imigrantes – hoje transformada no Memorial do Imigrante – e de onde partiam para as lavouras de café no interior do estado. Muitos deles, entretanto, preferiam ficar na capital, o que transformou o bairro num local onde a influência italiana se fez sentir de maneira decisiva, muitos foram para o interior, mas voltaram em seguida, pois o regime imposto pelos fazendeiros era escravocrata, as fábricas juntaram-se ao café e trouxeram um grande desenvolvimento ao bairro. Os italianos começaram a montar pequenas fábricas, e o progresso chegou depressa, vemos isso em 1886 onde Brás tinha 6 mil habitantes, e em sete anos esse número aumentou cinco vezes, sendo a grande maioria de italianos – o bairro era uma pequena Itália, em determinadas ruas a língua mais falada era o italiano, aconteceram várias brigas entre brasileiros e italianos, eram rixas nacionalistas nessa época.
Por volta de 1800, alguns fatos históricos apontam três diferentes versões para o nome do bairro, a versão mais aceita por historiadores é sobre um português chamado Benemérito José Brás, dono de terras que fez muitas benfeitorias no bairro, sendo a principal delas a construção de uma capela que recebeu o nome de Senhor Bom Jesus do Matosinhos e como era comum na época, uma comunidade foi se estabelecendo ao redor da capela. Por volta de 1860, o trem da companhia inglesa São Paulo Railway, que desde 1865 trafegava de Santos até Jundiaí, mudava a fisionomia urbana e tinha como principal função levar o café das fazendas para exportação a partir de Santos, também transformou o Brás. “Porteiras acionadas manualmente comandavam o tráfego, para grande irritação de motoristas, cocheiros, passageiros e pedestres”, escreve Roberto Pompeu de Toledo em “A Capital da Vertigem”. A primeira versão da Estação Brás surgiu em 1867. Com o surgimento da Estrada de Ferro do Norte, futura Central do Brasil, trens partiam do coração do Brás também para o Rio de Janeiro.
Imagem 14: Avenida Rangel Pestana. 1887. Fonte: HugoP Garangem
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2.Referencial Teórico
Século XX, enquanto São Paulo avançava no domínio das plantações de café, o começo do século XX viu chegarem as indústrias e os imigrantes estrangeiros, principalmente italianos. Os trilhos de trem que levavam o café de São Paulo receberam diversas fábricas ao seu lado, o que facilitava o transporte da produção. Os imigrantes trabalhavam nessas fábricas e moravam no Brás, que se tornava um bairro de operários, em sua maioria estrangeira. Década de 40, a seca no nordeste impulsionava pessoas a saírem daquela região em busca de trabalho e melhores condições de vida, foi assim que na década de 1940 que o Brás começou a receber muitos imigrantes nordestinos, muitos deles passando pela Hospedaria do Imigrante, os nordestinos também participaram de outra mudança no Brás, trabalhando como funcionários das diversas lojas que abriam no bairro ou como vendedores ambulantes nas ruas e praças, o que era o princípio do comércio popular característico hoje do Brás. Com o correr do tempo o Brás foi perdendo a característica italiana, dando lugar ao comércio nordestino de alimentos, roupas, discos. Tanto que hoje restam apenas fabricas de tecidos, onde bolivianos trabalham para coreanos que mantêm lojas no vizinho Bom Retiro.
Imagem 14: A Hospedaria de Imigrantes do Brás recebeu, entre 1887 e 1978, cerca de 2,5 milhões de pessoas, de mais de 70 nacionalidades, que ajudaram a construir São Paulo. Fonte: Museu da Imigração
Imagem 15: Estação Norte do Largo da Concórdia - SP. 1942. Fonte: Pinterest
Imagem 16: “Porteira do Brás” que por décadas foi conhecida por atrasar o progresso do bairro e da Avenida Rangel Pestana, foi substituída por um viaduto. Fotografia de Ivo Justino.1950. Fonte: engvagnerlandi
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Imagem 17: Largo da Concórdia antes e depois da reurbanização que ocorreu em 2006. Fonte: eduardoodloak.
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Imagem 18: Largo da Concórdia cheio de barracas do comércio irregular, antes da reurbanização de 2006. Fonte: eduardoodloak.
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Capitulo 02
2.4 Processo de urbanização do bairro do Brás A Várzea do Carmo, região a leste da colina histórica da cidade de São Paulo, conhecida e oficializada como distrito, bairro e região do Brás, sofreria intensas transformações entre as três últimas décadas do século XIX e os primeiros anos do século XX, por meio da atuação do poder público e de agentes privados. Chácaras foram loteadas, ruas abertas e inúmeros imóveis construídos, definindo-se uma “paisagem” que se firmou na memória coletiva e mesmo na historiografia como típica de um bairro operário, imigrante e fabril, com indústrias, linhas férreas e casas em série, visão esta construída essencialmente por cronistas do início do século XX e da historiografia da produzida particularmente entre as duas metades do 1900. Desta forma, se torna fundamental matizar a “imagem” consagrada de “bairro fabril e operário” pura e simplesmente, seu processo de urbanização e pondo luz na pluralidade de atores sociais envolvidos na trama, e nas múltiplas atividades ali existentes. O desenvolvimento da região do Brás pode ser compreendido desde finais do período colonial, quando as procissões e peregrinações dos fiéis de Nossa Senhora da Penha iam em direção à Igreja da Sé, e indiretamente beneficiavam o bairro, propiciando um estreitamento de “laços” com o centro urbano de São Paulo que só seria possível por meio da estrada da Penha.
“Exercer decisiva influência no povoamento e na valorização dos terrenos dos bairros do Brás e da Mooca, onde se instalara a maioria dos trabalhadores, atraídos pela oferta de trabalho e pelo baixo preço de terrenos considerados insalubres em virtude das inundações a que estavam sujeitos”. (TORRES, 1968, p. 105-107)
“A autora apresenta assim dados estatísticos para dar a medida do rápido crescimento da cidade desde o advento da ferrovia, comparando a população dos vários bairros a parte do último quartel do século XIX, avaliando que os quatro distritos centrais cresceram em ritmo acelerado, dada a proximidade com a ferrovia e as “paradas” ali existentes “ao contrário da Penha e de Nossa Senhora do Ó, bairros periféricos, antigos pontos de pouso de tropas e tropeiros, prejudicados pelas ferrovias que neles não fazem paradas” (TORRES, 1968, p. 112 e 113)
Imagem 19: Porteira do Brás em um momento em que está aberta para o tráfego de veiculos e pedestres, ao fundo Estação Roosevelt ( atual Brás)1950. crédito: Ivo Justino
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2.Referencial Teórico Este aumento populacional da cidade veio atrelado, segundo Torres, ao imigrante, personagem responsável pelo povoamento da cidade e do bairro do Brás, e introdutor das primeiras fábricas. Para Torres, “a imigração, trazendo o espírito de iniciativa e a necessária mão de obra à indústria, particularmente a têxtil que encontra mercado certo na produção nacional” (TORRES, 1968, p. 113), teria conferido assim ao bairro um caráter industrial, forjando-se ali uma estreita vinculação entre fábrica e residência operária. O braço imigrante seria o elemento consolidador da formação do bairro do Brás, a começar pela instalação das pequenas fabriquetas que se avolumaram com o crescimento populacional vertiginoso a partir das últimas décadas do século XIX. Imagem 20: O Theatro Colombo foi uma sala de espetáculos brasileira situada no Largo da Concórdia, destruído por um incêndio em 1966.1952.Fonte: salasdecinemadesp2
Imagem 21: venida Rangel Pestana entre, em 1887. Fonte: HugoP garangem
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Capitulo 02
2.5 Arquitetura prevalecente O Bairro mantém até hoje, em boa parte das edificações ali existentes, a tipologia típica trazida pelos italianos, sobrados e prédios de 2 ou 3 andares, multifamiliares ou com uso misto, com lojas no térreo e moradias no andar superior, a arquitetura trazida pelos italianos, dos casarões operários enfileirados e até prédios de três andares com belas portas, frisos e relevos aplicados às fachadas, construídos pela população operaria. Há também um bom exemplo de arquitetura modernista do período de industrialização, a vila operaria, grandes galpões de uso industrial também são presentes, construídos com tijolinhos aparente. A tipologia arquitetônica trazida pelos italianos. capo mastri. Capomastri eram mestres de obras 100% italianos cujo trabalho foi bastante importante na urbanização paulistana, especialmente entre 1890 e as primeiras décadas do século 20. Boa parte das residências construídas em bairros como Mooca, Brás e Bela Vista foram realizadas por eles, estima-se que cerca de 3/4 dos pedreiros da época também eram de origem italiana. Imagem 22: Estação Brás. Foto: José Marques de Oliveira
Imagem 23: Casarão na Avenida Celso Garcia. Foto: Phillipe Souza
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2.Referencial Teórico
2.6 Vila Operária A partir da década de 1910 bairros como o Brás foram escolhidos, em função das atividades industriais que ali se concentravam e se desenvolviam como local de investimento na produção de moradias operária. A vila operária consiste em um conjunto de moradias criado por empresas e indústrias para alojar seus trabalhadores. Passaram a ter sua construção estimulada pelo Estado brasileiro na virada do século 19 para o 20, como resposta ao crescimento da população trabalhadora nas fábricas e às preocupações com a salubridade e a higiene das cidades. De acordo a definição apresentada pelo Wikipédia,Vila Operária ou Company Town é: Uma company town é uma localidade onde, em sua totalidade ou parcialmente, todas as habitações e espaços comuns são de propriedade de uma empresa, que é a única entidade patronal. A empresa fornece infra-estrutura (habitação, igrejas, escolas, hospitais, lojas, transporte, esgoto e água) para permitir que os trabalhadores residam em um local relativamente salubre e próximo ao seu canteiro de obras ou local de trabalho. Tipicamente, as company town são fundadas em áreas distantes de centros urbanos, para que seus moradores sejam a ela fidelizados e não encontrem facilidade em comutar ou comprar outra propriedade. Às vezes, depois de um período de tempo, a vila atrai moradores que inicialmente não estavam ligados ao empreendimento (famílias e pequenos empresários), além de pessoal com outras ocupações (tais como funcionários públicos de correios, estrada de ferro, etc.).
Imagem 24:Antiga Vila Operária Maria Zélia no Belenzinho, 1917. Fonte: Sao Paulo Antiga
Imagem 25:Vila Operaria na Rua Gomes Cardim no Brás, em 2019. Fonte: Google Earth
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Capitulo 02
2.7 História do Transporte no bairro No final do século 19, o urbanismo técnico-setorial teve visão técnica de necessidades como saneamento, transporte e habitação e trouxe no bojo uma visão de conjuntos, priorizado as obras necessárias aos sistemas de abastecimentos de água e viários, produzindo também os primeiros códigos sanitários. Em seguida, tem lugar o urbanismo das intervenções pontuais que embelezava a cidade para a burguesia cafeeira, seguindo o modelo francês para o urbanismo e o modelo italiano para a arquitetura, o urbanismo francês e os moldes arquitetônicos italianos foram deixados de lados incorporando o jeito americano de construir cidades, os estados unidos viraram referência assim como suas grandes rodovias e avenidas No ano de 1972, o traçado viário e consequentemente o tecido urbano da região do Brás foram fortemente alterados para dar lugar a construção da Avenida Alcântara machado, trecho do conjunto radial leste, uma das artérias do plano de avenidas, 48 anos mais tarde ela se encontra saturada de automóveis em todas as direções, com a construção da radial leste a comunicação do Brás com o bairro da Mooca foi cortada, o traçado viário continuo entre os dois bairros foi interrompido, tanto para carros quanto para pedestres, como o bairro estudado tinha como limite a linha de trem, a construção da radial leste acabou partindo e isolando o bairro do restante da cidade, o que explica um pouco a suas estagnação imobiliária e o seu descaso urbano.
Imagem 26: Trolebuns a caminho do Largo da Concórdia nos anos 80. Fonte: omensageiro77
Imagem 27: Antigos trolebus da cmtc, amarelinhos.Fonte: omensageiro77
Imagem 28: Rua Rangel Pestana, na altura do largo do Brás, entre 1925 e 1930. Fonte: Pinterest
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2.Referencial Teórico
2.8 Estrutura Viária do Brás O bairro é uma área fragmentada devido a construção de grandes avenidas de alto trafego e da linha vermelho do metro, a cidade de são Paulo nas décadas de 1950 e 1980 foi marcada por planos de construções de grandes avenidas que cortam a cidade e fragmentaram os seus bairros sem considerar valor histórico, social ou ambiental apenas o deslocamento em massa e rápido da grande quantidade de pessoas que a cidade estava a ter. A Avenida Alcântara machado facilitou o deslocamento dos automóveis no sentido leste oeste porem retalhou o bairro em dois, fazendo surgir dois bairros diferentes no mesmo bairro, dificultando o livre deslocamento das pessoas pelas suas ruas, a construção da linha vermelha do metro em 1981 fez surgir grande áreas vagas graças a desapropriação causada, estes grandes terrenos vagos acarretou em paredões de concreto feito pelo alto e cumpridos murros dos condomínios do HIS que surgiram nas margens dos trilhos suspensos. Esses sistemas viários interromperam e dificultaram também os fluxos locais de veículos, indispensáveis em uma cidade cheia de veículos. As ruas do bairro em estudo ainda remetem ao tempo da sua formação, conservando o mesmo traçado e características, como largura e comprimento dos quarteirões, a história do crescimento urbano do bairro está inteiramente ligado ao crescimento viário e ferroviário, depois do surgimento da ferrovia São Paulo Railway, que desembargava na região milhares de pessoas e mercadorias todos os meses, as ruas do bairro ao redor da estação começaram a surgir, para fazer a ligação dos pedestres pelos dois lados das vidas os passageiros contavam e contam até hoje, com passarelas de metal construídas no começo da expansão ferroviária na cidade, viadutos foram contraídas ligando os dois lados destes viadutos surgem grandes avenidas que se ligam a ruas e a outras avenidas, fazendo uma conexão viária das avenidas principais com as demais avenidas da cidade.
Imagem 29: Viaduto Allberto Marino, em 1968. Fonte: Diário do Transporte
Imagem 30: Pátio de Roosevelt.fevereiro de 1979.Foto Rudy de Sell
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Imagem 31:Foto Aéria do Brás em 1945. Fonte: GeoSampa
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Figura 32:Recorte da Ă rea de Estudo,1916. Fonte:Prefeiturade SP
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03.
ReferĂŞncias Projetuais
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Capitulo 03
3.0 Requalificação urbana do centro histórico de São José - SC Concurso Nacional de Arquitetura para Requalificação Urbanística do Centro Histórico de São José / Santa Catarina • Classificação: 1º lugar • Responsável técnico: Cássio Sauer • Arquitetos: Camila Thiesen (Metropolitano Arquitetos), Cássio Sauer e Elisa Martins (arquitetura pela rua), Diogo Valls (Valls) e Jaqueline Lessa • Colaboradores: Ignacio de la Vega, Lucas Weinmann e Lucas Zimmer • Ano concurso: 2014
Figura 33: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, corte do parque. 2014. Fonte:Vitruvius.
Figura 34: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, Modelo eletrônico. 2014. Fonte:Vitruvius.
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3. Referências Projetuais
O município de São José está localizado no estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, sua população de acordo o IBGE de 2020 é de 250 181 habitantes, o seu centro histórico contem prédios com mais de 150 anos de idade, uma arquitetura rica e preservada. O projeto de requalificação desta área representa a oportunidade de discutir o crescimento e constante transformação das cidades. O projeto contempla a reurbanização do trecho norte-sul do principal eixo viário de São José, que passa por importantes edifícios históricos da cidade como igrejas, o theatro municipal, entre outros prédios, a proposta se baseia em um plano de macro intervenção a longo prazo que considera refomulações no plano diretor e adequação às diretrizes do estatuto da cidade. A diminuição do fluxos de automóveis pela região preservada através da construção de malhas de acesso a BR-101 é considerado no projeto. O principal foco do projeto é reaver a relação da cidade com a água, que foi diminuindo gradativamente devido à substituição do transporte maritimo pelo rodoviário. A ligação do Centro Histórico com o mar é enfatizada por uma passarela projetada como continuidade do circuito de caminhadas e ciclovia existente na av. Beira Mar que proporciona um novo acesso ao centro histórico. A priorização do pedestre é acentuada pela elevação da via xnas esquinas. Este espaço compartilhado entre veículos e pedestres busca, além de auxiliar na diminuição da velocidade dos veículos, proporcionar uma circulação peatonal acessível e convidativa.
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Capitulo 03
Requalificação urbana do centro histórico de São José - SC O projeto respeita o centro histórico da cidade, exaltando ainda mais a beleza das suas construções antigas, surge novamente a conexão entre a cidade e o mar, facilitando o deslocamento das pessoas entre as suas vias; Equipamentos urbanos incentivando a permamência são instalados nos principais encontros de fluxos, as praças são revitalizadas dando uma nova vida a todo o entorno. A beira mar é totalmente reformulada, locais para sentar e apreciar o mar são planejados, escadões quebra mar, uma passarela ganha espaço na orla marinha, facilitando o acesso das pessoas a praça central.
Imagem 35: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, Planta da praça. 2014. Fonte:Vitruvius.
Imagem 36: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, corte praça. 2014. Fonte:Vitruvius.
Imagem 37: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, corte praça. 2014. Fonte:Vitruvius.
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3. Referências Projetuais
A recuperação visual da da igreja com o mar e a relação entre os moradores e a orla foram reformulados no projeto,a substituição do asfalto pelo calçamento em pedra faz com que as construções históricas ao seu redor sejam mais valorizadas, concluindo jogo histórico arquitetônico e dando uma idéia de unidade, o alargamento do passeio possibilita a distribuição de mobiliário urbano, arborização e iluminação e configura um ambiente humanizado com espaços de convivência que propiciam a permanecia do frequentador no logradouro público. O reconhecimento da unidade desse espaço é evidenciado através da nova pavimentação elevada nas vias a fim de priorizar o pedestre, incentivando o percurso da área.
Imagem 38: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar,Ampliação de um trecho escolhido. 2014. Fonte:Vitruvius.
Imagem 39: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, Cortes dos trechos escolhidos. 2014. Fonte:Vitruvius.
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Capitulo 03 O mapa do trecho escolhido para a realização do projeto de requalificação urbanistica do centro histórico de São José faz a representação gráfica de todos os pontos que foram requlificados, a sua localização e como os mesmo estão integrados, desta forma fica mais facíl a compreensão de todo o projeto.
Imagem 40: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, trecho escolhido. 2014. Fonte:Vitruvius.
Imagem 41: Requalificação urbanística do centro histórico de São José, Santa Catarina, 1º lugar, trecho escolhido. 2014. Fonte:Vitruvius.
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61 Imagem 42: Centro Histório de São José, Santa Catarina,Museu Histórico de São José, 2018. Fonte:Prefeitura Municipal de São José.
Capitulo 03
3.1 Parque Público em Tultitlán • • • • • • •
Arquitetos: PRODUCTORA Área: 9800 m² Ano: 2018 Construtor: CRONOS Cliente: INFONAVIT (Instituto del Fondo Nacional de la Vivienda) Fotografias: Erick Mendez Endereço:Hogares de Castera, San Pablo de las Salinas, Méx., México
Imagem 43: Parque Público em Tultitlán, representação grafica do trecho. 2018. Fonte:Archdaily.
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3. Referências Projetuais O Parque consiste em um grande corredor de 15 m de largura por 200 m de comprimento, onde vários elementos lúdicos de concreto pigmentado são agrupados. O primeiro é um conjunto de cubos de concreto 50x50cm espalhados regularmente ao longo do corredor linear. Inspirado nas peças ‘Spill’ de Carl André, este grupo delimita o espaço interior do parque da avenida e estabelece um ponto de encontro, encontro e convivência.
Figura 67: Parque Público em Tultitlán, representação grafica do trecho. 2018. Fonte:Archdaily.
Na sequência dos sanitários pré-existentes remodelados, existe um parque infantil e um ginásio ao ar livre e um campo de voleibol. Também foram incorporados um pavilhão coberto e uma plataforma para eventos civis com mastro e duas quadras. Elementos mais lúdicos completam o corredor, como o jogo de triângulos, as arquibancadas e um dispositivo de escalada. Em frente às quadras há um circuito de jogos composto por longas vigas estrategicamente dispostas e um banco de concreto, na frente desta existe uma plataforma circular. O corredor termina no final com um muro de 6m de altura que funciona como frontenis.
Imagem 44:Parque Público em Tultitlán, foto área da área. 2018. Fonte:Archdaily.
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Capitulo 03
Parque Público em Tultitlán
Imagem 45: Representação da área do projeto Parque Público em Tultitlán.2018. Fonte:Archdaily.
O projeto faz a conexão dos dois lados da rua, facilitando o acesso dos pedestre e a maior circulação das pessoas na rua, uma área de conexão com equipamentos urbanos que gera interesse nas pessoas que ali passaram, não apenas uma passagem mas um local de lazer, conectar as pessoas e as ruas, os objetos de pós produção do projetos são ludicos e dão uma empressão artistica a passagem, os blocos de concretos, a pista de skate e a área coberta formam uma unidade e autenticam o conjunto, as cores neutras e avermelhadas que foram escolhidas para o projeto se comunicam com o entorno e com as construção ao seu redor, um projeto simples e ao mesmo tempo útil e bastante significativo a todos no seu entorno.
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3. ReferĂŞncias Projetuais
Imagem 46: Fotografia do projeto, bloco de concreto em destaque.2018. Fonte:Archdaily.
Imagem 47: Fotografia do projeto, Bancos acoplados a forma oval em destaque.2018. Fonte:Archdaily.
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Capitulo 03
3.2 Passarela Paleisbrug • • • • •
Arquitetos: Benthem Crouwel Architects Área: 2500 m² Ano: 2015 Fotografias: Jannes Linders Endereço:‘s-Hertogenbosch, Holanda
A área a oeste da ferrovia e do centro de Den Bosch foi reconstruída no Paleiskwartier, um bairro com, entre outras coisas, casas, um hospital e escritórios. A área é acessada principalmente do centro pela estação ferroviária e pelo túnel de tráfego ao norte da estação. O Paleisbrug atua como uma conexão sul entre o centro e o bairro do palácio. O Paleisbrug foi projetado para conectar o centro histórico da cidade e o Spoorzone de ‘s-Hertogenbosch, mas é mais do que isso. A ponte é um parque e uma ponte pedonal ao mesmo tempo. A ponte do parque em si não é apenas uma bela vista. A ponte também oferece uma bela vista da paisagem circundante de Bossche Broek e do Gement. O plantio preciso na ponte foi determinado por Benthem Crouwel Architects em colaboração com Piet Oudolf. Ele é o arquiteto paisagista da High Line, a famosa ponte do parque em Nova York.
Imagem 48:: Perspectiva 3D do projeto.2015. Fonte:Pinteres.
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3. Referências Projetuais A vegetação divide-se em três zonas ao longo do deck, em faixas curtas e longas. As árvores mais altas e os arbustos densos ficam principalmente perto das pontes. Apenas plantas baixas e algumas árvores foram colocadas acima dos trilhos, para não obstruir a visão. Toda a ponte é coberta com placas de aço resistente às intempéries. O aço resistente às intempéries - também conhecido como aço Cor-Ten - é um tipo de aço que, graças a uma porcentagem de cobre relativamente alta (0,2–0,5%), não sofre mais corrosão após algum tempo ao ar livre. O aço recebe uma camada externa impenetrável com a cor marrom avermelhada característica que praticamente interrompe o processo de corrosão. Dependendo da espessura da placa e do clima, o aço diminui apenas 0,5 mm de espessura a cada 100 anos. O aço resistente às intempéries também entrou na estrutura de suporte. As vigas mestras e as vigas mestras sob o tabuleiro de concreto da ponte são feitas de aço resistente às intempéries. Os quatro pilares de concreto e os suportes das pontes também são envoltos em aço resistente às intempéries.
Imagem 49: Fotografia do projeto,Passarela Paleisbrug.2015. Fonte:Archdaily.
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Capitulo 03
Passarela Paleisbrug No total, foram processadas cerca de 1.300 toneladas de aço inoxidável, com espessura variando de 5 a 60 mm. Isso se deve a Jos van den Bersselaar Construction, que, em conjunto com a empreiteira Mobilis, providenciou a estrutura e os acabamentos. Na ponte estão 85 árvores maduras, divididas em 32 banheiras. As árvores são ancoradas nas calhas, para que as forças sejam transferidas para a construção. Para dar às árvores tanto espaço quanto possível para criar raízes, um espaço extra foi criado na estrutura de suporte principal da ponte. Para o efeito, foram incluídos recessos na camada de pressão, dentro da qual foram realizadas as três banheiras. A ponte tem piso aquecido para mantê-la livre de gelo no inverno. No verão, a ponte forma um coletor solar . A energia excedente é então fornecida à vizinhança ao seu redor. Um sistema especial de irrigação também foi instalado para fornecer água às árvores e plantas. E de acordo com os tempos modernos, a ponte também está equipada com internet wireless e um elevador inclinado O projeto custou 17,6 milhões de euros . Além disso, esta mostra deveria ter sido concluída em 2014 de acordo com o planejamento original, mas no final a ponte não foi oficialmente aberta até maio de 2015. O Paleisbrug foi projetado para conectar o centro histórico da cidade e o Spoorzone de ‘s-Hertogenbosch, mas é mais do que isso. A ponte é um parque e uma ponte pedonal ao mesmo tempo. A ponte do parque em si não é apenas uma bela vista. A ponte também oferece uma bela vista da paisagem circundante de Bossche Broek e do Gement.
Imagem 50: Passarela Paleisbrug,corte.2015. Fonte:Archdaily.
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3. ReferĂŞncias Projetuais
69 Imagem 51: Passarela Paleisbrug,corte.2015. Fonte:Cloudfront.
Capitulo 03
3.3 Fotos de exemplos de uso e propostas construtivas
Imagem 52: Decoração das Ruas, Umbrella Sky Project, Águedo- Portugal. 2019. Fonte:Impactplan.
Imagem 53: Pop Brixton, Londres - Reino Unido.2019. Fonte: Pinterest
Imagem 54: mi casa, your casa. Atlanta - EUA.2019. Fonte: Design boom.
Imagem 55: Faixas de pedestres criativas. Montreal - CA. 2014. Fonte:Greenme.
70 Imagem 56: Avenida Centra. Fortaleza - CE.2017. Fonte: Wribrasil.
Imagem 57: Intervenções de Urbaismo Tático, San Diego - EUA.2014. Fonte: Thecityfixbrasil.
Imagem 58: Herald Square. Nova York EUA. 2018. Fonte: Wribrasil.
3. Referências Projetuais
Imagem 59: Passarela Simone de Beauvoir. 2018. Fonte: Pinterest/ Google Maps.
Imagem 61: South Lake Union. Seattle - EUA. 2019. Fonte: Vulcanrealestate.
71 Imagem 60: Bermondsey Work. Londres - UK. 2017. Fonte: Ansgroupglobal.
Imagem 62: Projeto da Rua Mateus Grou. São Paulo - SP. 2016. Fonte: Arquitetura e Construção.
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04. Diagnรณstico
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Imagem 63: Foto aérea da área de implementação do projeto, 2020.Fonte: Google Earth.
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Capitulo 04
4.0 Topografia e Hidrografia A topografia da região do Brás apresenta pouca mudança no relevo sendo em sua maior parte plano com um desnível de aproximadamente 15 metros de uma ponta a outra, sem grandes subidas nos arredores como a região da 25 de março. A região de estudo encontra-se na parte de planície do Brás o que facilitou a formação de suas avenidas retilíneas como, por exemplo, a rua do Gasômetro e a Av. Rangel Pestana que cortam o bairro sem muita dificuldade devido ao relevo da região, o mesmo relevo que facilitou o crescimento urbano do bairro ajudou na sua proficiência para o comercio, sem muitas ladeiras fica mais facil andar por toda a sua extensão, influênciou também na instalação das indústrias no passado, No passado este plano retilíneo era chamado de Várzea do Carmo devido as águas do Rio Tamanduateí que inundavam boa parte da área em determinada época do ano, as curvas do Rio foram modificadas em nome do progresso.
Imagem 64: Representação do relevo da Rua Doutor, 2020. Fonte: Autor com auxilia do Google Earth
Imagem 65: Corte AA,2020.Fonte: Autor.
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4. Diagnóstico
Figura 66: Mapa de geomorfologia pré-urbana da bacia hidrográfica do Rio Tamanduatei, 2010. Fonte: Moroz-Caccia Gouveia
Imagem 67: Demarcação Corte AA, 2020.Fonte: Autor.
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Capitulo 04
4.1 Cortiços Os cortiços são considerados assentamentos precários que se caracterizam como habitações coletivas precárias de aluguel, e que frequentemente apresentam instalações sanitárias compartilhadas entre vários cômodos, alta densidade de ocupação, circulação e infraestrutura precárias, acesso e uso comum dos espaços não edificados e altíssimos valores de aluguel por m² edificado. As maiores concentrações de cortiços se dão nas regiões centrais da cidade. O cortiço é algo presente no bairro desde o começo da sua industrialização, na sua enorme maioria habitados por imigrantes e a classe trabalhadora que chegavam em busca de melhores oportunidades na capital; em 1904, cerca de 30% da população de São Paulo morava em cortiços, onde viviam amontoadas uma média de seis a dez pessoas, uma vez que os operários não tinham condições de arcar com os custos de outras moradias melhores. Nos bairros habitados por europeus em São Paulo, as ruas estavam sempre cobertas de lama, o esgoto corria a céu aberto, a água consumida era frequentemente contaminada, a higiene não existia e o mau cheiro tornava o ar irrespirável. Analisando o mapa percebe-se que a maioria dos cortiços de hoje estão localizados na região central da área de estudo, entre o largo da Concordía e os trilhos do trem, é nesta mesma região que se encontra hoje em dia a maior quantidade de casarões antigos e prédios industriais sucateados, devido ao grande comércio têxtil, que é a principal forma de renda da comunidade Boliviana em São Paulo, estes cortiços na região são habitados na sua grande maioria por estes imigrantes.
Imagem 68: Cortiço na Av. Celso Garcia. Fonte: gazetavirtua.
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4. Diagnóstico
Imagem 69: mapa de localização dos imigrantes bolivianos segundo distrito dedestino. censo demográficos 200 e 2010. Fonte: IBGE
Imagem 70: Cortiço no Brás,1950. Acervo:Peter Scheier.
Cortiços
Imagem 71: Mapa dos cortiços na região estudada do Brás,2020. Fonte: Autor.
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Capitulo 04
4.2 Vulnerabilidade Social X Interesse Social Problemas A área de estudo é caracterizada pela presença de alguns zoneamentos, sendo os de maior área os Zeis - 3 na porção sul e ZDE na porção centro norte. A zona de interesse social 3 é diferente de outras zonas pela presença de cortiços, que por sua vez atende a alta demanda de imigrantes, latinos e africanos, por moradia. Sobretudo nesta área de estudo, os imigrantes estão em um contexto de disputa de território entre comércio formal e informal - ou fazem parte do comércio informal, ou são inseridos no comércio formal em condições precárias de trabalho. Outro dado social bastante alarmante é a alta taxa de suicídio do Brás que, junto com o centro velho de São Paulo, corresponde a uma das subprefeituras com maior índice na cidade. O autor Bando (2008) considerou em seu trabalho variáveis como gênero, idade, nacionalidade e escolaridade. Cortiços No gráfico abaixo temos os dados referentes a quantidade de Cortiços na Sub Prefeitura da Mooca que é bem próximo a região central da cidade de São Paulo. Os números deixam claro que o distrito onde há a maior porção da nossa Área de Estudo, que no caso é o Brás, ainda é o segundo em relação a quantidade, dentro da subprefeitura da Mooca, quanto ao número de Cortiços.
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4. Diagnรณstico
ZEIS 3 Cortiรงos
Imagem 72: Mapa de ZEIS 3 e Cortiรงos, 2020 Fonte: Autor.
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Capitulo 04
4.3 Centralidade Comercial O Largo da Concórdia, no bairro do Brás, é um dos maiores centros comerciais de vestuário da América Latina. O bairro conta com diversas lojas de fábrica, sendo 46 lojas centrais com endereço fixo em galpões registrados. No Brás há muitas lojas de fábrica, com vendas regularizadas, como também grande concentração de comércios irregulares; diversos camelôs irregulares, ocupam calçadas e vias do bairro, a maior concentração de ocupação de camelôs estão na Rua do Oriente e ruas que cruzam com ela, como; Maria Marcolina, rua Miller e rua Barão de Ladário. Os ambulantes são principalmente de países como; Nigéria, Senegal, Haiti e Bolívia. Na região há muitas lojas e industrias em funcionamento, que utilizam galpões para instalar seu comércio. Na região também encontrasse galpões abandonados ou sub-utilizados.
Imagem 73: Comércio Ilegal no Brás,2018. 2020 Fonte: Folha Uol/ Rivaldo Gomes.
Imagem 74: Comércio Ilegal no Brás,2018. 2020 Fonte: Folha Uol/ Rivaldo Gomes.
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4. Diagnóstico
Foco de concentração do comércio informal Lojas centrais em galpões
Imagem 75: Mapa do Comércio na região estudada. 2020 Fonte: Autor.
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Capitulo 04
4.4 Sensações de Segurança LOCAL COM SENSAÇÃO DE PERIGO Onde há grande movimentação de pessoas faz com que o pedestre fique atento durante a caminhada devido a possíveis furtos por estar em meio à multidão, locais com muitos comércios locais e irregulares. A rua apresenta muita movimentação durante o dia e o movimento cai bruscamente ao anoitecer com o fechamento do comercio, em alguns casos a rua possui apenas galpões ou tem aspectos de pouca circulação de pessoas é muito lixo jogado ao redor deixando o pedestre inseguro ao caminhar pelo local. A iluminação não favorece para a melhora na sensação de segurança. Ex: Rua Oriente, Rua Miller, Largo da Concordía.
LOCAL COM SENSAÇÃO DE ALERTA Ruas que estão em locais não muito movimentados tanto para carros quanto pedestres, entretanto os fluxos de pessoas podem facilitar o furto, regiões com o maior numero de residências e pouco comércio,essas vias não possuem tanto lixo nas calçadas, não possuem comércio irregular, são locais de passagem para a região mais movimentada, acabam se tornando uma região de alerta graças a grande proximidade das vidas de grande coméxrcio. Ex: Rua Doutor Almeida Lima, Rua Uruguaiana, Rua 21 de Abril.
LOCAL COM SENSAÇÃO DE SEGURANÇA Essas são vias que possuem uma circulação média a pequena de pedestres e veículos, são mais largas e com poucas obstruções na calçada não causando dificuldade ao pedestre, a iluminação ajuda a aumentar a sensação de segurança com mais postes ao longo da via e mesmo com árvores apresenta poucos pontos escuros, possuem entre lojas, residências, nestas vias você encontra mais residentes nas calçadas, o local acaba ganhando olhos e inibindo a criminalidade,as vias são mais limpas pois não tem um grande fluxo de pessoas nem o comércio irregular. por está proxima a áres de grandes comércios e circulação de pessoas acaba não sendo o foco da criminalidade. Ex: Rua Frei Gaspar, Rua Doutor Almeida Lima ( trecho da universidade), Rua do Hipódromo ( trecho dos condomínios).
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4. Diagnóstico
imagem 76: Criminalidade no Brás. Fonte: SSP - Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo
Sensação de Perigo
Sensação de alerta Sensação de Segurança
Imagem 77: Mapa das sensações de segurança no área estudada. 2020 Fonte: Autor.
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Capitulo 04
4.5 Modais e meio de transporte coletivo
Entre os principais modais de transporte coletivo que abrange o bairro do Brás está a Estação do Brás, que compreende as linhas 10, 11, 12 e 13 da CPTM e a linha 2 vermelha do metrô. Pelo Bairro do Brás, passam as linhas com mais passageiros de São Paulo. Segundo a pesquisa feita pela empresa em novembro de 2019, mais de 3 milhões passageiros são transportadas por dia, sendo: 409,5 mil na Linha 10 - Turquesa, 685,5 mil na Linha 11 - Coral, 286,6 mil na Linha 12 - Safira e 15,5 mil na Linha 13 - Jade. A área de estudo é bem beneficiada de meios de transportes, uma região de facil acesso e com varias opções de transporte.
Imagem 78: Total de passageiros embarcados na linha 7 -Rubi,2020 Fonte: CPTM.
Imagem 79: Mapa de Mobilidade da área de estudo, 2020. Fonte: Autor.
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4. Diagnóstico
Imagem 80: Mapa da Linha Vermelha do Metrô, 2020. Fonte: Wikipedia.
A Linha 3 –Vermelha do Metrô de São Paulo compreende o trecho da rede metropolitana definida entre as estações Palmeiras– Barra Funda e Corinthians–Itaquera. Antigamente chamavase Linha Leste–Oeste. A Linha 3 é a mais movimentada do sistema.
Imagem 81: Mapa da linha 10 - Turquesa da CPTM, 2020. Fonte: Wikipedia.
A Linha 10 –Turquesa da CPTM compreende o trecho da rede metropolitana definida entre as estações Brás e Rio Grande da Serra. Até março de 2008, denominava-se Linha D–Bege.
Imagem 82: Mapa da linha 11 - Coral da CPTM, 2020. Fonte: Wikipedia.
A Linha 11–Coral da CPTM compreende o trecho da rede metropolitana definida entre as estações da Luz e Estudantes. Foi conhecida como Expresso Leste no trecho de Luz a Guaianases. Em 2019, com o fim da transferência interna em Guaianases, a linha também passou a ser conhecida como Expresso Leste– Mogi. Atualmente é a linha mais saturada da região metropolitana de São Paulo.
Imagem 83: Mapa da linha 12 - Safira da CPTM, 2020. Fonte: Wikipedia.
A Linha 12 – Safira da CPTM compreende o trecho da rede metropolitana definida entre as estações Brás e Calmon Viana, . Possui integração gratuita com as linhas: 7 Rubi, 10 Turquesa, 11 Coral e 13 Jade Connect da CPTM e linha 3 Vermelha do Metrô.
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Capitulo 04
4.6 Macrozoneamento X Uso e Ocupação O Zoneamento do Brás e predominantemente comercial, as suas ruas são repletas de comércio, no passado suas vias conectavam as vilas operárias as fábricas, hoje elas sufocam uma multidão que disputam espaço com o comércio informal e a passagem de veículos. Tudo que vemos remete ao comércio, o bairro hoje em dia não é mais conhecido por outras atrações ou pelo setor cultural, e sim,pelo seu comercio de roupas, na região também existem moradias e fabricas de produção têxtil, a grande maioria destas fabricas é invisíveis ao nível da rua, estando localizadas em fundos ou dentro de imóveis com características distintas. O zoneamento do bairro é quase por sua totalidade definido pelo comércio,galpões abondonados,aciosos e os cortiços, a a grande e majoritaria fonte de renda da sua população gira em
Imagem 84: Mapa do zoneamento área de estudo, 2020. Fonte: Autor.
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4. Diagnóstico
torno do eu próprio comércio, prédios de escritório, áreas de lazer e áreas verdes não são vistas pelo bairro. As áreas de preservação de patrimônio são oucas, desconsiderando muitas áreas com grande potencial arquitetônico e cultural, como as casas antigas localizadas na Rua Doutor Almeida lima.
Imagem 85: Mapa de Uso e Ocupação do Solo, 2020. Fonte: Autor.
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Capitulo 04
4.7 Gabarito de Altura X Áreas Verdes A região estudada possui um gabarito de altura baixo em relação ao próprio centro da cidade e regiões próximas como a Mooca,os edifícios mais altos da região foram construídos na última década,por está localizado em uma bolha urbana, formada pela radial leste, avenida do estado e os trilhos da CPTM,a região acabou não sofrendo com a grande valorização imobiliária que o seu entorno passou, O Bairro é caracterizado por prédios de baixa estatura, apesar de estar localizada ao lado do centro da cidade é uma área ainda pouco valorizada, a baixa estatura dos prédios nos tempos atuais acaba se transformando em um privilegio para o bairro, deixando a região com mais vistas para o horizonte e
Imagem 86: Mapa do Gabarito de Altura da área de estudo, 2020. Fonte: Autor.
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4. Diagnóstico
para o céu, maior circulação de ventos e conforto ambiental. porém, este baixo gabarito de altura não significa que o bairro sejá um local pacato e tranquilo, os pequenos edifício são transformados em lojas e pequenas fabricas têxtil,varios empreendimentos de baixo gabarito e sem planejamento urbanistico tomam conta do bairro, mudando drasticamente a sua paisagem e atraindo um grande volume de consumidores, o que leva ao estrangulamento das suas vias e a falta de verde pelo bairro, em toda a área estudada só existe duas praças, que estão na região do largo da concórdia.
Árvores e Áreas Verdes
Imagem 87: Mapa de áreas verdes da área de estudo, 2020. Fonte: Autor.
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Capitulo 04
4.8 Equipamentos de uso coletivo Educação Apesar da oferta de escolas não ser grande, os indicadores de gestão escolar apontam que a subprefeitura da Mooca possui uma média de qualidade de ensino sempre acima das médias municipais. Vale lembrar que dentro da área de estudo fica localizada a Etec Carlos de campos (Escola Técnica) onde os alunos que lá estudam tem acesso à um ensino médio de qualidade totalmente gratuito, integrado ao ensino técnico, que por sinal possui variadas gamas de cursos, dentre eles, alguns voltados à linha textil, muito presente em seu entorno. Cultura Apesar de ser uma região com bastante história e cultura a mesma não está tão evidenciada, os únicos equipamentos culturais da região em estudo estão localizados na parte baixa do bairro, depois dos trilhos do trem e em uma pequena área na Rua Doutor Almeida Lima.
Imagem 88: Mapa de equipamentos de uso coletivo na área de estudo, 2020. Fonte: Autor.
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4. Diagnóstico Saúde Se a educação no Brás possui indicadores acima da média, a saúde não anda tão bem assim, dentre toda a subprefeitura da Mooca, o Brás é a região menos abastecida de equipamentos que possam atender a população. Evidenciando a escacez de equipamentos que se atribui ao fato de que se algum trabalhador da região ou visitante que busca o comércio precisar de pronto atendimento ou por algum motivo precisar ir em alguma unidade básica de saúde, terá que fazer um considerável deslocamento até a unidade mais próxima. Lazer O bairro é bastante pobre quando o quesito é lazer, os únicos equipamentos de lazer que existe se resume em duas praças mal preservadas, perigosas e sujas, uma academia particular e um local de eventos.
Imagem 89: Desfile orgaizado pelo Arsenal da Esperança - Associação Assindes Sermig na Rua Dr. Almeida Limas, 2020. Fonte:Tomas Jose Padovani
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Capitulo 04
4.9 Especialidades Mapa Síntese
Imagem 90: Mapa Síntese da área de estudo, 2020. Fonte:Autor.
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4. Diagnóstico
Área Predominantemente Comercial Movimento Noturno Intenso Movimento Diário Intenso Equip. Educacional – Etec Carlos de Campos Sem equipamentos de lazer Sem equipamentos de cultura Sem equipamentos de Saúde Gabarito de Altura médio -/+12m Acesso a vias importantes (Av. do Estado)
Área Predominantemente Comercial Movimento Diário Intenso Sem equipamento Educacional Equip. de Lazer – Shopping Mega Polo Sem equipamentos de Cultura Sem equipamentos de Saúde Alto índice de criminalidade Gabarito de Altura médio - +12m Local da Futura estação de Metro Pari. Área Predominantemente Comercial Movimento Diário Intenso Sem Equipamento Educacional Equip. de Lazer – Largo da Concórdia Sem equipamentos de cultura Sem equipamentos de Saúde Gabarito de Altura Alto - +18m Alto índice de Criminalidade Acesso a Estação Brás - CPTM Acesso a vias importantes (Av. Rangel Pestana/Celso Garcia/R. do Gasômetro) Área Mista Comercial e Residencial Sem Equipamento Educacional Equipamento de Lazer/Cultura – Teatro Experimental UAM Equipamento de Saúde – Centro Integrado de Saúde UAM Gabarito de Altura predominantemente médio - +12m Alto índice de Criminalidade Incidência de Cortiços Incidência de Edifícios Residenciais Acesso a vias importantes (Av. Rangel Pestana/Celso Garcia/ Rua do Gasômetro/Av. Radial Leste) Acesso a Estação Brás - CPTM Equip. Educacional – Universidade Anhembi Morumbi Equip. de Lazer/Cultura – Teatro Gamaro e Museu da Imigração do Estado de São Paulo Sem Equipamento de Saúde Gabarito de Altura predominantemente Baixo - -12m Presença de Moradias antigas consideradas Patrimonio Cultural da Região Incidência de Galpões de serviços e comercio Alto índice de lixo nas vias Acesso a vias importantes (Av. Rangel Pestana/Celso Garcia/Rua do Gasômetro/Av. Radial Leste)
O que a área necessita ? • • • • • • •
Valorização de patrimônios históricos existentes Melhoria da infraestrutura existente Melhoria da coleta de resíduos Implantação de habitações de interesse social Revisão do atual plano diretor Equipamentos de lazer, cultura, educação e saúde Melhoria da infraestrutura de segurança da região 95
Capitulo 04
4.10 Patrimônio urbano arquitetônico e transformações da região do Brás Para ilustrar e identificar os edifícios com potencial arquitetônico de transformação visual das ruas do bairro, foi realizado um levantamento fotográfico utilizando o street view do google, de cada prédio e da sua localização no bairro, exemplos de uma má utilização ou aproveitamento de uma arquitetura existente também foram considerados.
Imagem 91: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor.
Imagem 92: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor.
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4. Diagnóstico
Imagem 93: Casas Históricas da Rua Dr. Almeida Lima. 2020. Fonte:Google Maps.
Imagem 94: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor.
Imagem 95: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor.
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Capitulo 04
4.10 Patrimônio urbano arquitetônico e transformações da região do Brás
Imagem 96: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor.
Imagem 97: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor.
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4. Diagnóstico
Bens Tombados no Brás Bens arquitetônicos tombados pelos órgãos regularizadores e reconhecidos por todos, um pequeno traço do passado preservado, lembrando que o tombamento de um edifício não significa necessariamente que ele será restaurado ou conservado.
Imagem 98: Mapa de localização dos prédios históricos, 2020. Fonte:Autor.
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05. A Proposta
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Capitulo 05
5.0 Partido Arquitetônico Projeto Lapidar
O
Bairro do Brás está inteiramente ligado a história da cidade de São Paulo, desde de o começo da sua história com as chácaras de café e as suas grandes fazendas; sua linha de trem que trouxe milhares de migrantes e imigrantes até a capital e que se espalharam por todo o país; a sua industrialização e mão de obra operaria; assim como todo o seu comercio têxtil nos dias atuai, falar de São Paulo e não citar o bairro do Brás hoje é quase impossível, sobre esse enorme contexto histórico e multicultural surgem casas e casarões, museus, antigos galpões, linhas de trem que a mais de 150 anos transportam pessoas e objetos, surgem costumes e culturas que foram transportadas e anexada a cidade por décadas no últimos séculos. A Rua Doutor Almeida Lima e o pequeno trecho da Rua Visconde de Parnaíba faz parte de todo este contexto, nela podemos encontrar vestígios de mais de um século de história, seja observando os antigos trilhos dos bondes ou pelos corredores do museu da imigração, observar está historia me fez querer ver toda aquela rua revitalizada, unida e aproveitada, lapidada e transformada em algo superior. O nome Lapidar, de acordo o dicionário, significa:
‘‘polir ou esculpir cristais e pedras preciosas que se encontram em estado tosco, atribuir uma qualidade superior; tornar perfeito o que é rudimentar, tosco, bruto; aperfeiçoar.’’ Um nome perfeito para uma rua perfeita, um tesouro com um potencial artístico, cultural e social enorme. O projeto de reestruturação urbana da Rua Doutor Almeida Lima e do pequeno trecho da Rua Visconde de Parnaíba trará vida para aquela região, o uso da pavimentação em pedra, a fiação subterrânea e os novos postes combinados com a vegetação e as construção antigas trará charme para a rua, a união dos dois lados da via separados pelos trilhos do trem trará de novo as pessoas, acabando com a grande barreira urbana que existia, o poder do caminhar a pé agira na região, o verde, a arte urbana, a valorização das calçada... aumentara a harmonia entre as construções, os antigos trilhos de bonde continuaram contando a historia dos transportes da cidade, os food Trucks e os equipamentos urbanos vão ser um convite de permanecia para uma rua que antes nem de passagem servia, não iremos mais apenas no museu da imigração e sim na rua cultural, ver a arte e admirar o pôr do sol pela ponte de pedestre enquanto os trens continuaram a andar pelos trilhos centenários.
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5. A Proposta
103 Imagem 99: Rua Doutor Almeida Lima, 2020. Fonte: Autor.
Capitulo 05
5.1 Partido Arquitetônico Ponte de Pedestre Imigrante
U
m grande abismo urbano separa os dois lados da Rua Doutor Almeida Lima, os trilhos do trem trouxeram junto com o desenvolvimento uma grande cicatriz para o bairro do Brás, uma só rua dividida em duas, a falta de continuidade das vias e de acessibilidade aos dois lados do bairro transformou a região de estudo em uma grande e sombria ilha, uma região estagnada no tempo e subutilizada na atualidade, conectar os dois lados do bairro através da ponte de pedestre imigrante é um jeito mais pratico, rápido e eficiente em garantir o deslocamento, valorização e união do pedestre no bairro, peça chave para o corredor cultural que irá surgir com a revitalização da Rua Doutor Almeida Lima, conectando os todos os seus atuais e futuros prédios culturais. O desvio quilométrico entre o museu do imigrante e a estação Brás será reduzido drasticamente para o pedestre, conectamos com o continente. Uma estrutura feita em aço e concreto interliga os dois lados da Rua Doutor Almeida Lima, em meio aos galpões, casas históricas e trilhos da CPTM se erguem uma um mastro vermelho de concreto armado com mais de 35 metros de altura, avisando que ali tem passagem, a ponte se ergue a mais de 8 metros sobre os trilhos do trem, permitindo a circulação de todos os tipos de trens que possam passar nos trilhos abaixo. Ao todo são 92,30 metros de extensão por 9,60 metros de largura, uma passagem confortável, segura e agradável, não temos apenas uma ponte para pedestre e sim um local de convivência, com bancos e áreas verde, graças ao comprimento da ponte e das belas vistas sobre os trilhos do trem, apreciar a cidade ou até mesmo um belo por do sol diante do skyline de baixo gabarito do bairro se tornará algo surpreendente. Sobre a ponte, plantas, árvores, pavimentação, mobiliário e iluminação foram integrados em aço, vidro e concreto. A cor vermelha e azul da ponte e característico das linhas de trem e metrô que cortam a região, Linha vermelha do metro e linha azul da CPTM. Uma camada de pedras de granito serrado brancos reveste os elevadores, e como um abraço uma estrutura em aço inoxidável azul, fazendo o seu contorno e dando um ar de modernidade na estrutura. A estrutura metálica rompe o enorme vão de 51 metros sobre os trilhos do trem, sustentadas por astais que se amarram no mastro. Uma ponte de pedestre Estaiada no meio do bairro do Brás, o piso da ponte é feito por ripas e aço inoxidável revestidos de madeira, aos moldes da Ponte de pedestres Simone-de-Beauvoir em Paris, sobre 4 cantos da ponte um piso de vidro SetryGlas de alta resistência possibilita enxergar os trem passando em baixo, como se não existisse nada entre você e trem. O aço, que corrói cerca de 0,5 mm por 100 anos, é 1 mm mais espesso em todos os lugares que seria inicialmente necessário: afinal o aço corrói em dois lados. Com isto, a ponte possui uma vida útil de pelo menos 100 anos. Por conta da viaduto do trem que corta o bairro, foi escolhido para o lado sul da ponte um elevador vertical e escadas de aço entrelaçadas, na parte norte, devido ao espaço, um elevador funicular acompanha todos os 48 degraus da escada de concreto da ponte, 5 patamares acompanha todos os 23 metros de extensão da escada, peitoril de vidro de alta resistência de 1,77 reveste as laterais da ponte, bastões de aço inoxidável auxiliam na proteção dos pedestres. À noite, as plantas, os bancos e caminhos são iluminados por iluminação LED, o que significa que a ponte é uma área agradável, mesmo depois do sol. A configuração do piso da ponte e tubulações podem ser substituídas, se necessário, sem afetar a estrutura principal de apoio.
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5. A Proposta
Imagem 100: Ilustração artistica da Ponte de Pedestre. Fonte: Autor.
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Capitulo 05
5.2 Diretrizes Projetuais As diretrizes foram pensadas de modo a orientar um plano de ação para a área de estudo, sendo ponderadas pela síntese do quadro de problemas e potencialidades. A intervenção será de cunho urbanístico, paisagístico e arquitetônico. • Requalificar e fazer comunicação entre os espaços públicos existentes; • Criar estrutura adequada para o funcionamento de áreas gastrônomicas; • Melhorar mobilidade e a acessibilidade local; • Estimular uso diversificados ao longo do dia; • Arborização; • Dinamizar o uso e ocupação do solo; • Valorizar/ Criar áreas publicas; • Restruturação dos passeios; • Restruturação das vias; • Reforçar a identidade dos patrimônios culturais; • Diminuir a poluição presente no local; • Reforçar as vocações do local; • Viabilizar a conexão dos dois lados da via;
106 Imagem 101: Rua Doutor Almeida Lima, 2020. Fonte: Autor.
5. A Proposta CIRCULAR 1. - Implantar intervenções viárias necessárias, consolidando a característica de via prioritária para pedestre. 2. Viabilizar a conexão do pedestre entre as áreas divididas pelos trilhos do trem. 3. Transformação da ciclofaixa em ciclovia na Rua Dr. Almeida Lima. 4. Melhorar as condições de acessibilidade , conforto e segurança para os pedestres. 5. Possibilitar o uso de transportes alternativos através das ciclovias. 6. Melhorar as condições dos passeios existentes. 7. Transformar em ruas para pedestres a região sem fluxo de carros. 8. Troca pela pavimentação asfáltica por pavimentação em pedra.
PAISAGEM URBANA 1. Criar elementos que proporcione de forma fisica e visual uma valorização e um melhor aproveitamento na margens do toda a via. 2. Criar uma paisagem afim de deselvorver uma identidade própria para o local. 3. Criar uma conexão entre os bairros e viabilizar a integração dos moradores. 4. Melhorar a vegetação urbana na via de interferência. 5. Fazer o uso de vegetações que atraia o interesse turistico na rua em determinadas épocas do ano.
RECREAR- SE 1. Revitalizar espaços públicos ambientalmente degradados introduzindo atividades que promovem a diversidade socieconômica e cultural. 2. Criar espaços para atividades culturais. 3. Criar espaços para feiras, exposições e eventos. 4. Promover na área verde da Rua Visconde de Parnaíba eventos de baixo impacto ambiental de atividades que valorizem aspectos culturais, garantindo a segurança, a acessibilidade e a manutenção permanente dos seus espaços. 5. Promover ações de educação patrimonial, sanitária e urbana, envolvendo a sociedade na valorização e conservação do patrimônio cultural e arquitetônico, na manutenção da limpeza urbana e no uso adequado dos espaços e equipamentos públicos.
107 Imagem 102: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth.
Capitulo 05
5.3 Situação atual e necessidades do local O Bairro do Brás e todo o seu entorno, apesar de bastante antigo e conhecido por todos, hoje se encontra bastante degradado; as ruas do projeto não é diferente e assim como o bairro, apresenta vários problemas de cunho urbanístico, paisagístico, ambiental, comercial, habitacional e de segurança, apesar de toda a sua riqueza cultural o bairro acaba sendo esquecido por aqueles que não querem fazer comprar de roupas. A falta de outras opções transforma o bairro em um local de passagem e a falta de segurança e planejamento publico transforma as suas ruas em um enorme campo minado com o crime. O potencial que o bairro tem é deixado de lado e escondido, com a ferrovia cortando as suas ruas ao meio a região é dividida em ilhas, cercadas e isoladas do crescimento e desenvolvimento urbano e arquitetônico da cidade.
Imagem 103: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth.
Começo da Rua Doutor Almeida Lima, observa-se uma rua bastante movimentada com o comercio irregular bastante forte, vendedores com todo o tipo de produtos na rua dificultando a circulação das pessoas e dos veículos, as calçadas são ocupadas por comerciantes e pessoas que, na falta de bancos, usam o chão como assento, a fiação aparente ajuda na poluição visual da rua assim como a grande quantidade de caminhões que faz da rua um estacionamento, aumentando a sensação de insegurança, a rua é bastante suja com uma grande quantidade de lixo, a ciclofaixa para de existir neste ponto, voltando poucos metros a frente faendo um grande vão entre a conexão da ciclofaixa existente na Avenida Celso Garcia. 108
5. A Proposta
Imagem 104: Rua Doutor Almeida Lima, vista para a praça agente cícero 2019. Fonte: Google Earth.
O entorno da praça Agente Cícero é bastante degradado e poluído, falta arborização na praça e os seus canteiros estão totalmente pisoteados e destruídos por conta da circulação de pessoas por cima deles, as ruas estão sujas e obstruídas pelo comercio irregular, a circulação de pessoas é danifica pelos estacionamentos espalhados pelas rotas de circulação, ciclofaixa para de existir neste ponte, voltando apenas na Rua Doutor Almeida Lima, a poluição visual é bastante evidente graças a fiação aparente, pelos postes de concreto e pelas placas de sinalização tortas presas aos postes, não existe equipamento público para as pessoas.
I magem 105: Esquina da Rua Doutor almeida lima com a Praça Agente Cícero.2017. Fonte: Google Earth.
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Capitulo 05
Situação atual e necessidades do local
Imagem 106: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth.
Encontro da Rua Doutor Almeida Lima com Rua Cavalheiro, a rua já começa a ficar mais vazia nesta parte, porém a quantidade de entulhos jogados na rua começa a aumentar, se observa a presença de mendigos dormindo nas suas calçadas. Encontro da Rua Doutor Almeida Lima com a Rua Uruguaiana, a rua neste ponto ainda contém bastante entulho com a fiação aparente ajudando ainda mais na poluição visual, em primeiro plano se observa um galpão antigo com arquitetura relevante e subutilizad, logo após começa a sequência das 13 casas históricas que existe na rua, construções com um valor historico grande para o bairro.
Imagem 107: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth.
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5. A Proposta
Imagem 108: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth.
Último trecho da via próximo ao largo da concórdia, após este ponto a rua é cortada ao meio pelos trilhos do trem, sem acesso ao outro lado, um muro demarca a separação dos seus dois lados, este trecho é bastante degradado e perigoso, muito utilizado como estacionamento de ônibus e deposito de carros velhos. Não se observa mais pessoas circulando pelas ruas. Segundo trecho da Rua doutor almeida lima, já do outro lado da linha de trem, neste ponto da rua já se observa uma grande mudança na estética, não se observa mais uma grande quantidade de carros velhos estacionados nas ruas, a vegetação urbana já é presente, não existem mais comerciantes e ambulantes nas calçadas e vias, a rua é calma e vazia cercada por galpões de trens e prédios com condomínios, a linha do trem transformou está parte do bairro em uma grande ilha, separando do comercio intenso do Brás.
Imagem 109: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth.
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Capitulo 05
Situação atual e necessidades do local
Imagem 110: Rua Visconde de Parnaíba, 2019. Fonte: Google Earth.
Este pequeno trecho da Rua Visconde de Parnaíba se encontra em uma região com pouco movimento nas ruas, tanto de pedestres quanto de motoristas, as calçadas são estreitas e desniveladas com uma arborização bem acentuada em apenas um dos lados, é possível perceber os trilhos antigos da linha de bonde, a fiação é aparente e ajuda na poluição visual da rua, a rua é cortada pelos trilhos do trem ficando sem acesso ao outro lado, uma rua sem saída na frente do museu do imigrante. Últimos metros da Rua Doutor almeida Lima antes de chegar na radial leste, esta parte da rua tem um movimento constante de pessoas, graças a Universidade Anhembi Morumbi , e do Arsenal da Esperança - Associação Assindes Serming que ficam na rua, este treco é muito bem arborizado e com calçadas estreitas e desniveladas, ainda é possível observar os antigos trilhos dos bondes.
Imagem 111: Rua Doutor Almeida Lima, 2019. Fonte: Google Earth.
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5. A Proposta
Situação Atual Rua Dr. Almeida Lima
Situação Atual Rua Visconde de Parnaíba
Imagem 112: Situação atual Rua Dr. Almeida Lima, 2020. Fonte:Autor.
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Imagem 113: Situação atual Rua visconde de parnaíba, 2020. Fonte:Autor.
Capitulo 05
Situação Atual vão entre a Rua Dr. Almeida Lima
Imagem 114: Situação atual Rua Dr. Almeida Lima, 2020. Fonte:Autor.
A situação atual das vias a serem reurbanizadas é de abandono e subutilização, tendao características diferentes em cada lado do bairro, pois graças a linha do trem os bairros e as suas ruas se desenvolveram de formas diferentes. O desenvolvimento e a organização urbana se formaram de acordo o comercio e a demanda de vendas e espaços. Na parte da Rua doutor almeida lima mais próxima ao Largo da concórdia é possível nitidamente observar uma enorme quantidade de lixo nas ruas, comércio irregular intenso, insegurança e abandono das vias e construções, do outro lado, separado pela linha do trem se observa na mesma via um local bem arborizado, porém subutilizado e parado, com movimento apenas na região da universidade, e nítido que a linha de trem fez uma ilha entre os dois bairros e está parte do bairro mais próxima ao museu do imigrante deu uma congelada no tempo, ficando fora até da grande bolha construtiva urbana que as regiões ao lado sofreram.
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5. A Proposta
Imagem 115: Situação atual da Rua Dr. Almeida Lima, no modelo em 3d podemos observar a via sendo dividida ao meio pelos trilhos do trem assim como os caminhoes estacionados em uma das suas pontas. 2019. fonte: Google Earth.
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Capitulo 05 Capitulo 05
5.4 Croquis - Estudo de volumetria e estudo de massa
Imagem 116: Situação atual da Rua Dr. Almeida Lima, o vao da linha do trem entre a rua está demarcado me vermelho. 2019. fonte: Google Earth.
Os estudos volumétricos da ponte de pedestre se iniciaram na procura do melhor sistema estrutural para romper o vão de 48 metros sobre os trilhos da CPTM, usando como referência algumas passarelas já existentes na Holanda e um pouco do sistema estrutural da Passarela Simone de Beauvoir em Paris, a ligação dos dois vãos da Rua Doutor Almeida lima é essencial para o funcionamento de todo o projeto, a livre e fácil circulação das pessoas é a peça chave para o desenvolvimento funcional. Quando a ideia da construção da ponte de pedestre foi levantada já existia uma ideia de não apenas construir uma passarela e sim um local de convivência e mais um ponto turístico para a cidade.
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5. A Proposta
3 2 1 Imagem 117: Mapa da linha de trem da cptm que corta a rua dr. almeida lima. 2019. Fonte: Google Maps.
O 1º pensamento foi em construir uma passarela com duas escadas horizontais idênticas, mudando apenas os elevadores, pois de um lado seria um elevador de superfície e do outro um elevador vertical, porém este tipo de escada não era possível devido aos pilares do viaduto do metrô, o mastro da passarela também teria uma formato diferente e estaria localizado do lado contrario do mastro atual. A 2º ideia foi alongar o patamar central de um dos lados da passarela, possibilitando que ele passasse contornando o pilar, o elevador foi levado para mais perto da passarela, perdendo o corredor que o ligaria ao restante da estrutura. A 3º e atual opção de projeto foi retirar um dos lados das escadas horizontais e construir no local uma escada de aço sustentada por pilares no espaço de 18 metros que existe entre os trilhos da CPTM e o viaduto do Metrô, entre está estrutura surge o Mastro da ponte, que sustenta juntos com os seus astais a estrutura do tabuleiro da ponte.
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Capitulo 05
Croquis - Estudo de volumetria e estudo de massa
Imagem 118: Pespectiva 3d do projeto inicial da Rua Visconde de Parnaíba. Fonte: Autor.
Este trecho da Rua Visconde de Parnaíba foi pensado primeiramente para ter várias vagas de estacionamentos, porém, ao estudar e analisar a área a sua funcionalidade e o seu funcionamento optou-se em retirar as vagas, utilizando como referencias o urbanismo a rua passou a ter vários equipamentos urbanos, food Trucks, áreas verdes, exposições e locais para expressões artísticas, ocorreu uma humanização dentro do projeto.
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5. A Proposta
5.5 Estudo sobre a reestruturação do Projeto
Estudo sobre a implementação do projeto de reestruturação urbana da Rua Dr. Almeida Lima e do trecho da Rua Visconde de Parnaíba, considerando as situações atuais das localidades, como por exempo; a qualidade do asfalto em toda a sua extensão, qualidade das calçadas,largura dos passeios, situação do piso, arborização, segurança da cliclofaixa; entre outras coisas. 119
Capitulo 05
5.6 Estudo de Caso / Trecho da Rua Visconde de Parnaíba
Imagem 119: Projeção 3D da rua visconde de parnaíba.Fonte: Autor.
Imagem 120: Projeção 3D da rua visconde de parnaíba.Fonte: Autor.
Descritivo: Via com asfalto irregular e calçadas estreitas. Há também presença de pequenas árvores e postes da companhia elétrica em ambos os lados da via, sem faixas demarcadas na via. Condições existentes: Local frequentemente utilizado como estacionamento de veículos de grande e médio porte, via local sem saída com baixo movimento de pedestres e carros, sem nenhum apoio a permanência, trilhos antigos dos bondes do bairro. Histórico: O primeiro mapa que consta a rua visconde de Parnaíba, no Brás, Zona leste, data do ano de 1895, de acordo o site da prefeitura de São Paulo, Naquele tempo, havia uma porteira e existia o tráfego de veículos e bondes entre os dois lados do leito ferroviário, com o tempo os trilhos foram isolados e está travessias passou a ser feita com uma passarela ferroviária importada da Inglaterra no final do século 19, removida para restauro em 2017. O ultimo bonde a rodar nas ruas paulistanas ficava naquela rua e foi removida em 2011, hoje a rua e utilizada como estacionamentos para veículos e como via de acesso para o museu do imigrante e alguns galpões da CPTM, sendo pobre em vegetação, segurança e qualidade visual. Diretrizes: Aumentar as áreas verdes, qualificar os percursos a pé, melhorar o conforto e a segurança do usuário, incentivar a melhoria das relações entre a via e o entorno, implementar infraestrutura urbana, criar espaços de permanência e descanso, criar espaços de alimentação e lazer.
Imagem 123: Rua Visconde de parnaíba. 2020. Fonte: Google Maps.
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5. A Proposta
5.7 Estudo de Caso / Trecho da Rua Dr. Almeida lima
Imagem 121: Projeção 3D da Rua Dr. Almeida lima .Fonte: Autor.
Descritivo:
Imagem 122: Projeção 3D da Rua Dr. Almeida lima .Fonte: Autor.
Via de sentido único com duas pistas, uma ciclovia e uma faixa de estacionamento, calçadas estreitas e irregulares comumente ocupadas pelo comercio irregular atrapalhando a circulação, Há também presença de pequenas árvores e postes da companhia elétrica em ambos os lados da via. Condições existentes: Passeio mal cuidado, perigosos, esburacados, obstruído por postes, arvore e carros, faixas de pedestres inexistentes. As dimensões do passeio público existente não comportam o intenso fluxo de pedestres, o que faz com que o leito carroçável seja incorporado como área de fruição. A via não apresenta características de conectividade local sendo cortada ao meio pelos trilhos do trem, não tendo acesso para pedestres e motoristas para o outro lado, a fiação aparente interfere na qualidade visual, o abandono urbano da rua gera influência nas suas construções descuidadas. Histórico: Antes de se chamar Rua Doutor Almeida está via se chamava Rua da Concordia, começando na praça agende Cícero, onde se localiza a estação Brás da CPTM , e termina na avenida Alcântara machado. A via homenageia o médico e vereador municipal Augusto Gomes de Almeida Lima, nascido no Rio, a 10 de março de 1858, o primeiro mapa que consta a via data de 1895. Hoje os dois lados da rua são isolados pelos trilhos do trem, porém, antes era possível fazer a travessia de carro ou a pé, a via não apresenta características de conectividade local, na sua extensão e possível perceber vários caminhões de carga, a sensação de insegurança é frequente e a qualidade visual é ruim. Diretrizes: Conquistar mais espaços para as calçadas, tornar mais agradável o trajeto do pedestre oferecendo espaços de descanso, aumentar a área permeável do local, aumentar a qualidade ambiental da região, realizar a separação da ciclofaixa com a via, incentivar a melhoria das relações entre a via e o entorno, implementar infraestrutura urbana, criar espaços de permanência e descanso, melhorar a qualidade visual, aumentar a segurança no local.
Imagem 124: Rua Dr. Almeida Lima. 2020. Fonte: Google Maps.
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06. O Projeto
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Capitulo 06
6.0 Reurbanização da Rua Doutor Almeida Lima e do Trecho da Rua Visconde de Paraíba Localização: Rua Doutor Almeida Lima/ Rua Visconde de Parnaíba, Brás - Zona Leste / São Paulo - SP. Dimensões do Projeto: 1.401,0 km de extensão. Área: 22.922 m². Ano: 2020.
Imagem 125: Foto aérea da área de implementação do projeto, 2020.Fonte: Google Earth.
O projeto está localizado no coração do bairro do Brás, em um dos lugares mais movimentados e dinâmicos da capital paulista e uma região nacionalmente conhecida pelo seu comercio têxtil, porém, com uma péssima reputação quando o assunto é segurança pública e qualidade ambiental, urbanística e arquitetônica. A rua do projeto é uma das ruas mais antigas do bairro cortando boa parte da sua extensão de norte a sul, porém, fazer esse trajeto nos dias atuais não é mais possível graças a grande lacuna urbana formada pelos trilhos do trem, nesta rua está localizada as principais construções históricas do bairro e a sua única universidade, fazer a conexão dos dois lados do bairro foi um dos grandes desafios deste projeto.
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6. O Projeto
Figura 75: Representação gráfica do Projeto, 2020. Fonte: Autor.
A proposta de projeto se baseia em dar vida a uma região isolada da cidade, formar uma conexão que trará benefícios para a população e para o desenvolvimento econômico, social e cultural de toda a região, através da revitalização de uma das suas principais vias e possibilitando a união dos seus lados isolados. A imagem a cima representa toda essa ideia, exemplificando e localizando cada projeto urbanístico que será realizado para poder transformar toda a região em um grande corredor cultural e econômico, a importância e os benefícios que a conexão trará a todo o bairro são gigantescas, pois representa a conexão do pedestre que desce na radial leste com o movimentado bairro do Brás.
Mapa de Deslocamento 2.585,19 metros 2.543,47 metros 2.673,54 metros 1.185,24 metros
Imagem 126: Mapa de deslocamento a pé. Fonte: Autor.
Este mapa de deslocamento foi feito para exemplificar e melhor compreender a distância gasta por um pedestre que optasse em descer nos pontos de ônibus da Radial Leste e ir a pé até o largo da concórdia, dando a volta pela estação Bresser Mooca, esse trajeto teria mais de 2,5 km de distância, com ligamento dos dois lados da Rua Dr. Almeida lima este trajeto cairia para 1,1 km. Hoje em dia este trajeto não é feito por muitos pedestres devido à sua grande inviabilidade graças a grande distância. 127
Capitulo 06
6.1 Projeto de Revitalização Lapidar
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6. O Projeto
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Capitulo 06
6.2 Ponte de Pedestre Imigrante
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6. O Projeto
A Ponte de pedestre foi projetada para ser uma estrutura mista de concreto armado e estrutura metálica, a escada norte e o mastro central da ponte são feitos de concreto armado já a escada sul e a estrutura central da ponte é de estrutura metálica, como revestimento temos o vidro, a madeira de carvalho e a chapa de aço inoxidável, estais sustentam a estrutura central da ponte e permitem o grande vão de 51 metros de comprimento.
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Capitulo 06
6.3 Detalhamento Construtivo Ponte de Pedestre Imigrante
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6. O Projeto
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Capitulo 06
6.4 Planta de Reforma - Demarcação AA e BB
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6. O Projeto
6.5 Planta de Pavimentação - Demarcação AA e BB.
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Capitulo 06
6.6 Implementação Temporária
A primeira fase do projeto consiste na implementação temporária de um série de intervenções que visam proporcionar novos caminhos, locais de descanso e sensações, uma fase de testes para o projeto permamente, verificar atráves do urbanismo tático se as intervenções propostas terão um impacto significante na vida das pessoas, na sua relação com a cidade e com o bairro, para que isso sejá possivel é necessário um maior ganho de segurança na região assim como a união entre os dois lados da Rua Dr. almeida lima.
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6. O Projeto
6.7 Implementação Permanente
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Capitulo 06
Implementação Permanente
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6. O Projeto
6.8 Vegetação Utilizada
Imagem 127: Grama Esmeralda. Fonte: Google Imagens
Imagem 128: Guindo. Fonte: Google Imagens
Imagem 129: Jabuticabeira. Fonte: Google Imagens
Imagem 130: Ipê Amarelo. Fonte: Google Imagens
Imagem 131: Dasilirio. Fonte: Google Imagens
Imagem 132: Quaresma Roxa. Fonte: Google Imagens
Imagem 133: Julieta Fonte: Google Imagens
Imagem 134: Ipezinho de Jardim : Google Imagens
Imagem 135: Gailardia: Google Imagens
Imagem 136: Palmeira Imperial: Google Imagens
Imagem 137: grevilha anã: Google Imagens
Imagem 138: Pata de Vaca: Google Imagens
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Capitulo 06
6.9 Revestimentos e Materiais Utilizados Ponte de Pedestre
Imagem 139: Aço. Fonte: Google Imagens.
Imagem 141: concreto armado. Fonte: Google Imagens.
Imagem 143: pedra de granito serrado. Fonte: Google Imagens.
Imagem 145: vidro sentryglas.Fonte: Google Imagens.
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Imagem 140: aço inoxidavél cromado.Fonte: Google Imagens.
Imagem 142: chapa de alumínio.Fonte: Google Imagens.
Imagem 144: Madeira de Carvalho. Fonte: Google Imagens.
6. O Projeto
6.10 Semáforos de pedestre
Museu da Imigração
Estação Brás
Ponte de Pedestre Imigrante
Casas Históricas
Linha Férrea
Semáforos de pedestre com identidade local A região do projeto é bastante rica em história, exaltar está história através da valorização da rua, interligando as suas partes e reestruturando as suas vias é de enorme importância; a implementação dos semáforos de pedestre com identidade local ajudará ainda mais na valorização e no reconhwwwecimento das suas características marcantes, a escolha do que seria homenageado e ressaltado nos painéis dos semáforos veio através dos objetivos do projeto e o que queria que fosse valorizado no bairro, após estudos e analises foi escolhido 5 paisagens marcantes: A Ponte de pedestre, o Museu da imigração do estado de São Paulo, o Trem e os trilhos da CPTM assim como as Casas históricas da Rua Dr. Almeida Lima, em cada esquina da região dos edifícios de referência serão instalados os semáforos com a imagem do seu maior destaque. 141
Capitulo 06
6.11 Representação Gráfica e 3D do Projeto
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6. O Projeto
Proposta - Praça Agente Cícero e Rua Dr. Almeida Lima
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Capitulo 06
Representação Gráfica e 3D do Projeto
Proposta - Rua Dr. Almeida Lima
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6. O Projeto
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6. O Projeto
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6. O Projeto
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Capitulo 06
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6. O Projeto
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Capitulo 07
7.0 Considerações Finais O nosso modo de vida, de acordo cada cultura, reflete em como as nossas cidades serão formadas, o ser humano é diferente e a cidade é o nosso espelho; estamos sempre em constantes mudanças, nosso modo de pensar, nossas prioridades e concepções estão sempre em movimentos, consequentemente nossas cidades também! A cidade é homogênea e na medida em que se misturam novos povos, novas culturas e costumes uma nova cidade vai se formando, este efeito ocorreu no bairro do Brás, italianos, portugueses, nordestinos, a influência de cada um destes povos foi sentida no bairro. O Trecho do projeto faz parte de tudo isso e guarda um pedaço da história do bairro, projetar a reestruturação destas vias é valorizar a existência de cada pessoa que passou por ali, é possibilitar o ganho econômico, social e cultural de seus moradores e visitantes. Traz-se com este trabalho soluções para vários problemas do trecho como a qualidade de vida, segurança, limpeza urbana, facilidades de acesso e locomoção, o aumento de áreas verdes, a valorização cultural. Tudo foi desenvolvido através de pesquisas teóricas, análises de exemplos já realizados, referências arquitetônicas e urbanísticas, pensando na cidade e no bairro como um todo. A análise do local foi de total importância para a compreensão das reais necessidades de todos que ali frequentavam, pensando nas melhores alternativas urbanísticas que ajudasse no desenvolvimento econômico e social, pois, de acordo as necessidades do local, não adianta reestruturar sem gerar atrativos para as pessoas, sem criar um ambiente de parada para alimentação, diversão e descanso. O Projeto da ponte de Pedestre veio para interligar os dois lados da via, trazer ao continente a ilha urbana que se formou graças a separação do bairro pelos trilhos do trem, a importância desta conexão é gigantesca para o funcionamento de todo o projeto, sem ela não existe conexão, corredor cultural, comunicação ou desenvolvimento econômico da rua. O projeto atende as minhas expectativas pois graças a ele uma nova percepção de bairro foi levantada, um bairro cheio de cultura e arquitetura, um bairro carente de diversão e pontos turísticos, um bairro fragilizado e com sequelas graças ao isolamento urbano causado pelos trilhos do trem; e no meu ponto de vista, o projeto Lapidar focando na união e valorização do bairro resolverá este problema urbano.
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7. Considerações Finais
159 Imagem 146: Prédio Histórico na Rua Dr. Almeida Lima. 2020. Fonte: Autor.
Capitulo 07
8.0 Referências Biblioteca Virtual. Diponivel em: http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/temas/sao-paulo/sao-paulo-historia-de-sao-paulo.php. SP Turismo. Disponivel em: http://www.sp-turismo.com/sao-paulo/capital.htm Biblioteca Digital. Disponivel em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/viewFile/51/6215 Toda Materia. Disponivel em: https://www.todamateria.com.br/imigracao-no-brasil/ Laticinios Camanducaia. Disponivel em: https://laticinioscamanducaia.com.br/a-historia-do-bairro-do-bras-sao-paulo/ Lopes. Disponivel em: https://www.lopes.com.br/blog/conheca-seu-bairro/bairro-bras/ Encontro 2016. Disponivel em: http://www.encontro2016.sp.anpuh.org/resources/ anais/48/1475255207_ARQUIVO_Philippe_Arthur.pdf Cronologia do urbanismo. Disponivel em: http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br/tabela. php?year=1800 I patrimonio. Disponivel em: http://www.ipatrimonio.org/maps/todos/#!/map=38329&l oc=-23.550277533841815,-406.6360402107239,15 I patrimonio. Disponivel em: http://www.ipatrimonio.org/wp-content/uploads/2017/04/Moinho_Matarazzo_e_Tecelagem_Mariangela-conpresp.pdf São Paulo in foco. Disponivel em: http://www.saopauloinfoco.com.br/um-espaco-verde-abandonado-a-historia-do-parque-d-pedro-ii/ Sampa Historica. Disponivel em: https://sampahistorica.wordpress.com/ Cedem. Disponivel em: https://www.cedem.unesp.br/#!/noticia/385/casa-das-retortas-completa-130-anos/ Arqui SP. Disponivel em: http://arquisp.org.br/regiaose/paroquias/paroquia-bom-jesus/matriz-paroquial-bom-jesus Sanctuario. Disponivel em: https://sanctuaria.art/2017/03/09/igreja-do-bom-jesus-do-bras-sao-paulo-sp/ Publico. Disponivel em: https://www.publico.pt/2020/01/31/local/noticia/veja-sera-centro-lisboa-carros-1902469 Estações ferroviarias. Disponivel em: https://www.estacoesferroviarias.com.br/b/braz.htm Hago P Garagem. Disponivel em: http://www.hagopgaragem.com/sp_comparativo2.html Biblioteca Digital. Disponivel em: http://www.bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/tde_arquivos/7/TDE-2007-03-14T105857Z-1284/Publico/Anexos%20Karina%20Jorge.pdf Encontra Bras. Disponivel em: https://www.encontrabras.com.br/bras/estacao-metro-bras.shtml Associação Brasileira de Preservação Ferroviária SP. Disponivel em: http://www.abpfsp. com.br/ferrovias.htm Hago P Garagem. Disponivel em: http://www.hagopgaragem.com/pps.html Ema Klabin. Disponivel em: https://emaklabin.org.br/mulher-e-seus-saberes/mulheres-imigrantes São Paulo Antiga. Disponivel em: http://www.saopauloantiga.com.br/category/grande-saopaulo/sao-paulo-23/bras/ Estações ferroviarias. Disponivel em: http://www.estacoesferroviarias.com.br/p/pari.htm São Paulo Antiga. Disponivel em: http://www.saopauloantiga.com.br/as-porteiras-do-bras/ Ultimos segundos IG. Disponivel em: https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2013-01-24/ feira-da-madrugada-completa-12-anos-com-polemicas-e-lucro-de-400-em-sp.html?Foto1 Google Imagens. Disponivel em: https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&tab=wi&ogbl São Paulo GOV. Disponivel em: http://www.saopaulo.sp.gov.br/conhecasp/museus/memorial-
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8. Referências
-do-imigrante/ Prefeitura Municipal de São Paulo. Disponivel em: Prefeitura Municipal, Governo do Estado de São Paulo, http://www.sp-turismo.com/sao-paulo/capital.htm Capital GOV. Disponivel em: http://www.capital.sp.gov.br/ Biblioteca Digital. Disponivel em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/viewFile/51/6215 C Marqx. Disponivel em: http://www.cmarqx.com.br/noticias/detalhe/?id=31 Encontro 2016. Disponivel em: http://www.encontro2016.sp.anpuh.org/resources/ anais/48/1475255207_ARQUIVO_Philippe_Arthur.pdf Dm Tem debate. Disponivel em: http://www.dmtemdebate.com.br/o-que-sao-as-vilas-operarias-e-o-que-resta-delas-no-brasil/ Teses USP. Disponivel em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-24032010093752/publico/Tese.pdf Teses USP. Disponivel em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-03052007124202/publico/Dissertacao.pdf Cidade Cultura. Disponivel em: https://www.cidadeecultura.com/hidrografia-sao-paulo/ G1. Disponivel em: https://g1.globo.com/sao-paulo/rios-de-sao-paulo/noticia/rio-tamanduatei-perde-curvas-com-canalizacao-ao-longo-dos-anos-veja-mapas.ghtml Garoa Historica. Disponivel em: http://garoahistorica.blogspot.com/2014/07/rio-tamanduatei. html Journal S Open. Disponivel em: https://journals.openedition.org/confins/10884?lang=pt Glass Manu Facturer China. Disponivel em: https://www.glassmanufacturerchina.com/pt/products/SentryGlas-interlayer-structural-glass-SGP-toughened-laminated-glass-suppliers.html Arch Daily. Disponivel em: https://www.archdaily.com.br/br/600031/terceiro-lugar-no-concurso-para-a-requalificacao-urbana-do-centro-historico-de-sao-jose-sc?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Arch Daily. Disponivel em: https://www.archdaily.com.br/br/782132/mvrdv-divulga-novas-imagens-do-masterplan-la-grande-mosaique-em-caen?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Arch Daily. Disponivel em: https://www.archdaily.com.br/br/624697/masterplan-estrategico-para-o-centro-antigo-de-salvador-carlos-leite-e-adriana-levisky?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Arch Daily. Disponivel em: https://www.archdaily.com.br/br/779873/mvrdv-reinventa-o-hutong-chines?ad_medium=widget&ad_name=category-city-planning-article-show Arch Daily. Disponivel em: https://www.archdaily.com.br/br/601277/6-cidades-que-trocaram-suas-rodovias-por-parques-urbanos?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Arch Daily. Disponivel em: https://www.archdaily.com.br/br/794544/7-cidades-que-estao-transformando-seus-rios-em-novos-atrativos-urbanos?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Arch Daily. Disponivel em: https://www.archdaily.com.br/br/800377/sao-paulo-metropole-fluvial-eloisa-balieiro-ikeda?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Arch Daily. Disponivel em: https://www.archdaily.com.br/br/601847/the-goods-line-project-o-novo-centro-urbano-de-sydney?ad_medium=widget&ad_name=recommendation Arch Daily. Disponivel em: https://www.archdaily.com.br/br/624697/masterplan-estrategico-para-o-centro-antigo-de-salvador-carlos-leite-e-adriana-levisky?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Arch Daily. Disponivel em: https://www.archdaily.com.br/br/878493/resultado-do-3o-premio-cura-rios-urbanos?ad_medium=widget&ad_name=recommendation 161
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Imagem 147:Fotocolagem da Rua Dr. Almeida Lima. 2020. Fonte: Autor + google Maps
Diagramação: Victor de Brito Este trabalho utilizou as seguintes fontes: Times New Roman Source Code Variable ISOCT
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Projeto de revitalização Victor de Brito
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