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Figura Construções existentes e cobertura em madeira.
Projeto Arquitetônico para estaleiro Escola no Museu da Vila
Bairro Coqueiro | Luís Correia | Piauí
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Construímos ao longo destes estudos e intervenções um percurso de identificação e seleção de temas, problemas e abordagens, associados à Nova Museologia. Desde as primeiras disciplinas cursadas no PPGAPM, no início de 2018, acessamos os conceitos-chaves da museologia (DESVALLÉES; MAIRESSE, 2013) e da educação e interpretação patrimoniais, o que inclui a interpretação do patrimônio ambiental (ICMBio, 2018), os associamos à nossa formação acadêmica inicial em arquitetura e urbanismo, o que nos permitiu construir um olhar mais sensível para os usos sociais dos espaços urbanos, além de nossa experiência profissional na docência, que nos atraiu para as propostas metodológicas de educação patrimonial (TOLENTINO, 2012) e interpretação do patrimônio natural e cultural (MURTA; GOODEY, 2002; ICMBio 2018).
Em 1957, a convite do Serviço de Parques Nacionais dos Estados Unidos, o autor Freeman Tilden publicou Interpreting our Heritage. Este livro ajudou a definir e lançar a ´interpretação´ como uma profissão e afirmá-la como um componente importante na protecção e gestão de terras públicas. Desde então, os acadêmi- cos aumentaram nosso entendimento sobre interpretação eficaz e os intérpretes profissionais agora trabalham nos Estados Unidos em áreas protegidas nacionais, estaduais e locais, bem como museus, zoológicos, aquários, centros de natureza e empresas de viagens do setor privado.
Em 2007, o Brasil criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com a atribuição de implantar, na esfera federal, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Desde o início, os gestores do ICMBio entenderam a importância de conectar os brasileiros ao seu patrimônio natural e cultural e a necessidade da Instituição desenvolver e implementar um programa interpretativo para realizar esta tarefa. Em 2012, o ICMBio convidou o setor de Programas Internacionais do Serviço Florestal dos Estados Unidos para realizar um curso sobre Interpretação Ambiental, dando o primeiro passo no que seria uma incrível jornada. (p. 9)
Ao longo de 2018, a Coordenação do PPGAPM nos proporcionou a oportunidade de fazer parte da equipe de programação de três exposições, o que permitiu contatos com públicos diversos e conhecimentos sobre educação e interpretação patrimonial. As exposições foram: “Caixa de Memórias” (maio), no Centro Cultural Ministro Reis Veloso (sob a gestão do Serviço Social do Comércio - SESC Piauí), Centro Histórico de Parnaíba, cidade Patrimônio Nacional desde 2008; “Por entre rio e mar” (agosto a outubro), no Museu da Vila; e “Manguezal: raízes, lama e vida1” (agosto a outubro), no
1 Mangues são as árvores resistentes à salinidade da água das marés; a palavra Manguezal se refere aos seres vivos, às características do ambiente onde vivem e suas associações, ou seja, o ecossistema como um todo. Os manguezais são fundamentais à vida marinha, importantes berçários, reprodução, alimentação e desova para diversos animais. Nos ambientes estuarinos, as raízes de mangue, praticamente, são os únicos substratos verticais estáveis disponíveis, constituindo micro habitats únicos. Os mangues são plantas que crescem na interface entre terra e mar em latitudes tropicais e subtropicais, onde existem em condições de alta salinidade, marés, ventos fortes, altas temperaturas e solos lamacentos e anaeróbicos. Os sedimentos lodosos ou arenosos dos manguezais são ambientes ecológicos únicos que hospedam ricas espécies. O Delta do Parnaíba foi considerado pela Agência Nacional das Águas ANA como área de extrema importância, caracterizado por