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Figura
Projeto Arquitetônico para estaleiro Escola no Museu da Vila
Bairro Coqueiro | Luís Correia | Piauí
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7.2.2 O Projeto Expográfico
O projeto expográfico que elaboramos especificamente para a Canoa Vovó faz parte deste Trabalho Final de Mestrado (TFM) “Estaleiro Escola do Museu da Vila”, como um dos resultados de nossa imersão no território, o que inclui pesquisa e documentação das embarcações locais, memórias, histórias, características, valor afetivo e a importância do ofício e modos de saber-fazer das artes de pesca artesanal. A embarcação é um dos objetos do acervo institucional, que faz parte da nova exposição de longa duração do Museu da Vila, “Nós do Coqueiro”, inaugurada em janeiro de 2020.
A nossa pretensão foi apresentar à comunidade local uma história desse objeto emblemático para a vila-bairro, a “Canoa Vovó”, bem como a proposta de criação do Estaleiro Escola do Museu da Vila e a importância deste trabalho para salvaguardar e ressignificar as memórias e histórias, o ofício e modos de saber-fazer associados à construção de embarcações. A Canoa é um exemplar singular, com marcas das atividades de uso, construção e reparo, que nos serviu para propor a criação de modelos de embarcações, maquetes, emblemáticas da vila-bairro Coqueiro.
7.2.2.1 A Escolha da “Canoa Vovó”
Justifica-se por ser o 1º objeto doado e parte do acervo institucional do Museu da Vila desde 2018. Segundo seu antigo proprietário e doador, Sr. Antônio da Laura, o nome que deu inicialmente à embarcação era Magnólia. Nos informa que é uma das mais antigas canoas de pesca artesanal do lugar e nos contou uma história inusitada e conhecida pelos moradores locais.
O pescador nos contou que a canoa ainda era usada no seu ofício para a pesca e sustento da família, mas por diversas razões, muitas vezes, ficava cerca de 3 a 4 dias sem ir ao mar. Em uma dessas ocasiões, um homem, na madrugada, colocou a canoa no mar, sozinho, e seguiu de mar a dentro na direção do Maranhão. O Sr. Antônio, ao constatar o desaparecimento da embarcação na manhã seguinte, quando foi à orla da praia para um dia de trabalho na pesca, ficou surpreso e buscou informações sobre o acontecido. Passaram-se muitos dias, foi uma busca intensa por cidades e vilas, por todo o litoral do Piauí, algumas cidades do Ceará e Maranhão, sem sucesso. O Sr., por onde passava, deixava seu contato, caso alguém soubesse de alguma informação sobre a canoa. A perda era grande, além da canoa, todo o equipamento de pesca fora levado, embarcação e apetrechos de pesca que garantiam o sustento da família.
Muitas informações iam e vinham e, quase sem esperanças, o Sr. Antônio resolveu fazer uma promessa a São Francisco - caso encontrasse sua canoa faria uma “canoa de metro”, um ex-voto, referindo-se a uma maquete, igual à canoa Magnólia, e a levaria para o Canindé, em devoção ao Santo. Passados