Aula 4 - Sistemas de Tratamento de Águas e Esgoto.

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Prof. Victor V Silvestre Engenheiro Sanitarista e Ambiental Mestre em Engenharia Ambiental

AULA 04: DECANTADORES, FILTRAÇÃO, DESINFECÇÃO, FLUORETAÇÃO E CASA DE QUÍMICA

1. Decantadores 1.8. Tipos de decantadores 2. Filtração 2.1. Taxa de filtração 2.2. Número de filtros e dimensões 2.3. Espessura das camadas e altura da caixa do filtro 2.4. Meio filtrantes 2.5. Camada suporte 2.6. Fundos dos filtros 2.7. Lavagem de filtros

3. Desinfecção 3.1 Bactérias 3.2 Vírus 3.3 Algas 3.4 Protozoários 3.5 Histórico 3.6 Conceitos 3.7 Teoria da desinfecção 3.8 Cloração 3.9 Outros métodos de desinfecção 4. Florestação 5. Casa de química


1. DECANTADORES Manancial

Correção de pH Alcalinizante

Água Final

Coagulação

Fluoretação

Floculação

Desinfecção

Sedimentação

Filtração


1.8 TIPOS DE DECANTADORES 1.8.1 DECANTADORES DE FLUXO HORIZONTAL (CONVENCIONAL) Após ser admitida no interior do decantador, a água floculada é distribuída em toda sua seção transversal através de uma cortina distribuidora. Em seguida, ela percorre a extensão do decantador com velocidade muito baixa, até atingir a zona de saída. Neste local, a água decantada é recolhida através de calhas coletoras ou tubulações perfuradas.


1.8 TIPOS DE DECANTADORES 1.8.1 DECANTADORES DE FLUXO HORIZONTAL (CONVENCIONAL)


1.8 TIPOS DE DECANTADORES 1.8.1 DECANTADORES DE FLUXO HORIZONTAL (CONVENCIONAL)


1.8.1.1 VANTAGENS X DESVANTAGENS VANTAGENS Ideais para vazões pequenas; Suporta variações de vazão quando projetadas adequadamente; Pode ser adaptado para funcionar como sistema de alta taxa. DESVANTAGENS O tempo de detenção da água é relativamente alto; A velocidade da água deve ser baixa para impedir o arrastamento do lodo; Pode apresentar corrente secundária que podem prejudicar a sedimentação, oriundas de: conversão térmica, gradientes de concentração de partículas suspensas, ação do vento na superfície e curtos-circuitos hidráulicos.


1.8.1.2 DIMENSIONAMENTO Nestes decantadores a velocidade crĂ­tica de sedimentação ĂŠ dada por: đ?‘„

đ?‘‰đ?‘?đ?‘ = đ??´ Onde:

Q= vazĂŁo da ETA (mÂł/s) A = ĂĄrea horizontal do decantador que tambĂŠm pode ser descrita como L*b.

Esta relação entre a VazĂŁo e a Ă rea horizontal ĂŠ tambĂŠm conhecida como taxa de escoamento superficial.


1.8.1.2 DIMENSIONAMENTO Enquanto a Velocidade longitudinal ĂŠ dada por: đ?‘‰đ?‘œ = 18đ?‘Łđ?‘?đ?‘

à rea da seção transversal ĂŠ dada por: đ?‘„

đ?‘Ž = đ?‘‰đ?‘œ đ?‘œđ?‘˘ đ?‘Ž = đ?‘? ∗ â„Ž1 E o dimensionamento deve respeitar as seguintes relaçþes:

2,25 ≤

đ??ż đ?‘?

< 10 e

đ??ż â„Ž1

=

đ??´ đ?‘Ž

≤ 18

Onde: L: Comprimento do decantador ; h1: profundidade do decantador; a: à rea da seção transversal; A: à rea da superfície


1.8.1.2 DIMENSIONAMENTO Respeitar a relação entre comprimento e largura é muito importante. Afinal, um comprimento pequeno dificulta a boa distribuição de água

Comprimentos grandes podem resultar em velocidades longitudinais elevadas, causando arrasto das partículas Em geral boa parte dos projetos, utiliza uma relação de L/b = 3 ou 4.


1.8.1.2 DIMENSIONAMENTO ďƒ˜1. Encontrar “Aâ€?

đ?‘‰đ?‘?đ?‘ =

đ?‘„ đ??´

ďƒ˜6. Encontrar “bâ€? đ??ż đ?‘?

ďƒ˜2. Encontrar “Voâ€? đ?‘‰đ?‘œ = 18đ?‘Łđ?‘?đ?‘

= đ?‘Łđ?‘Žđ?‘™đ?‘œđ?‘&#x; đ?‘Žđ?‘‘đ?‘œđ?‘Ąđ?‘Žđ?‘‘đ?‘œ đ?‘’đ?‘š 4.

ďƒ˜7. Encontrar “h1â€? đ?‘Ž = đ?‘? ∗ â„Ž1

ďƒ˜3. Encontrar “aâ€? đ?‘„

đ?‘Ž = đ?‘‰đ?‘œ

ďƒ˜8. Fazer as relaçþes e conferir, caso contrĂĄrio refazer os cĂĄlculos đ??ż

ďƒ˜4. Adotar “L/bâ€? đ??ż

2,25 ≤ đ?‘? < 10 ďƒ˜5. Encontrar “Lâ€?

đ??´ = đ?‘?∗đ??żđ?‘’

đ??ż đ?‘?

= đ?‘Łđ?‘Žđ?‘™đ?‘œđ?‘&#x; đ?‘Žđ?‘‘đ?‘œđ?‘Ąđ?‘Žđ?‘‘đ?‘œ đ?‘’đ?‘š 4.

2,25 ≤ đ?‘? < 10 đ??ż â„Ž1

đ??´

= � ≤ 18


1.8.2 DECANTADORES TUBULARES/ALTA TAXA (LAMINARES) Decantadores de Alta Taxa: são tanques com dimensões reduzidas comparadas com o decantador de fluxo horizontal, constituídos de placas inclinadas (geralmente com inclinação de 60º).


1.8.2 DECANTADORES TUBULARES/ALTA TAXA (LAMINARES)


1.8.2 DECANTADORES TUBULARES/ALTA TAXA (LAMINARES) Pode também ser composto por uma série de elementos tubulares de pequeno diâmetro (aproximadamente 5 cm) que são agrupados de forma a atuar como unidade; A inclinação das placas facilitam a remoção dos flocos em virtude da diminuição do percurso de decantação, aumentando a eficiência consideravelmente.


1.8.2 DECANTADORES TUBULARES/ALTA TAXA (LAMINARES)


1.8.2.1 VANTAGENS X DESVANTAGENS VANTAGENS Aplicação de maiores taxas de escoamento superficial com menor tamanho. Alta eficiência na separação sólido

DESVANTAGENS Dificuldade de se efetuar eventuais reparos ou trocas das placas ou tubos lamelares. Maiores custos em relação aos convencionais. Em alguns casos, de poder haver o entupimento dos canais da lamela e ser necessária sua limpeza ou desmontagem seguida de limpeza.


2. FILTRAÇÃO Manancial

Correção de pH Alcalinizante

Água Final

Coagulação

Fluoretação

Floculação

Desinfecção

Sedimentação

Filtração


2. FILTRAÇÃO Neste Processo, a água já clarificada vinda dos decantadores, ainda pode conter sólidos suspensos e dissolvidos, que devem ser retirados.

A filtração é um processo de separação de sólidos e líquidos, através da passagem do fluido por um meio poroso. A medida que a água passa pelo meio filtrante, há a deposição de flocos residuais sobre a mesma.


2. FILTRAÇÃO Há dois tipos principais de filtros:

Filtros rápidos Filtros lentos

O filtro mais utilizado é o filtro rápido, que consiste em: Uma camada de areia ou outro meio poroso menos denso (ex. antracito), colocado sobre uma camada de areia. Uma camada de pedregulho (camada suporte)


2. FILTRAÇÃO Nos filtros, segundo a NBR 12.216/1992 a camada filtrante deve ser constituída de areia, com as seguintes características: Espessura mínima, entre 0,25m e 0,9m, dependendo do tipo do filtro; Tamanho efetivo de 0,25 a 0,45 mm, dependendo do tipo do filtro; Coeficiente de uniformidade menor que 3, dependendo do tipo do filtro; O coeficiente de uniformidade é determinado em ensaio de granulometria e expresso pela equação a seguir: U=d60/d10 Onde: d60: Tamanho dos grãos abaixo do qual ficam 60% da massa do material granular d10: Tamanho dos grãos abaixo do qual ficam 10% da massa do material granular


2.1 TAXA DE FILTRAÇÃO A taxa de filtração (m³ de água/m² de filtro.dia) deve ser fixada pelo projetista

A taxa de filtração a ser adotada, e outros parâmetros, devem ser, sempre que possível, determinados por meio de filtro piloto. Não sendo possível proceder a experiência em filtro piloto, a norma da ABNT 12.216/92 estabelece os seguintes limites para a taxa de filtração: Filtros de camada simples, 180 m3/m2.dia. Filtros de camada dupla, 360 m3/m2.dia.


2.2 NÚMERO DE FILTROS E DIMENSÕES O número mínimo de unidades deve ser 3, e em caso muito particular 2.

Normalmente empregam-se 2 unidades para cada decantador. Os filtros geralmente apresentam seção quadrada ou retangular.

Em seu dimensionamento é empregada a seguinte relação: B n 1  L 2n

Onde: B = largura da câmara; L= comprimento da câmara; n = número de câmaras. Os maiores filtros geralmente não excedem 170 m². Nas duas maiores estações do brasil tem-se filtros com 141 m² e 172 m².


Parede para sustentação das calhas

(fibra de vidro)

NA máx.

2. 3 ESPESSURA DAS CAMADAS E ALTURA DA CAIXA 65cm

DO FILTRO (FILTROS RÁPIDOS)

O

4 cm

15 cm

Altura de água sobre o leito filtrante: Areia - 1,40 a 1,80 m (mais comum, 160 m). Água de lavagem Antracito e areia – 1,80 a 2,40 (mais comum, 2,20 m) Altura livre adicional: 0,25 a 0,40 m (mais comum 0,30 m); maior quanto menor o número de filtros.

20cm 40cm

70 antracito

areia

Altura do leito filtrante Camada única de areia: 0,60 a 0,80m (mais Fundo com comum 0,70 m). blocos Dupla camada: Antracito 0,45 à 0,7leopold m; Areia de 0,15 a 0,30 (mais comum 0,55 m e 0,25 m) plástico

50 cm

55 25

camada suporte

35 30 50


Parede para sustentação das calhas

(fibra de vidro)

NA máx.

2. 3 ESPESSURA DAS CAMADAS E ALTURA DA CAIXA 65cm

DO FILTRO (FILTROS RÁPIDOS)

O

4 cm

15 cm

Camada de pedregulho: 0,30 a 0,55 (mais comum 0,5m) Altura do fundo falso Em geral maior que 0,50m.

20cm

50 cm

Água de lavagem

40cm

A profundidade total do filtro é denominada altura da caixa do filtro e resulta na soma dos valores adotados: areia Altura total = altura livre + Altura do leito + altura de pedregulho + altura do fundo falso) Fundo com blocos leopold de plástico

70 antracito

55 25

camada suporte

35 30 50


2. 4 MEIOS FILTRANTES (FILTROS RÁPIDOS) Filtros de uma única camada: Espessura da camada: 0,7 m. Tamanho efetivo: 0,4 a 0,6 mm. Coeficiente de uniformidade: < 1,6 Tamanho mínimo: 0,35 mm. Tamanho máximo: 1,2 mm.

Filtros de camada dupla A granulometria do antracito depende da granulometria da areia para que não ocorra a mistura extensiva das duas camadas. Tamanho efetivo do antracito ≥ 1,8 Tamanho efetivo da areia. Tamanho efetivo do antracito ≤ 2,1 Tamanho efetivo da areia.


2. 5 CAMADA SUPORTE A transição entre a camada filtrante e o sistema de drenagem dos filtros deve ser feita através de camada suporte, salvo com sistema drenante projetado de forma a dispensá-la. Camada suporte deve ser constituída de seixos rolados, com as seguintes características: Espessura mínima não inferior a 30 cm; Material distribuído em estratos com granulometria decrescente no sentido ascendente, espessura de cada estrato, não inferior, a 5 cm;


2. 6 FUNDOS DOS FILTROS Há quatro tipos usuais de fundos Fundos falsos com bocais;

Canalizações perfuradas; Blocos Leopold®. Viga californiana


2. 6 LAVAGEM DE FILTROS Há duas condições para se determinar o momento de lavagem dos filtros: Quando o nível de água atingir certo limite com a mesma vazão; Quando há alteração da turbidez da água tratada. A lavagem dos filtros em geral ocorre contra a corrente.

Neste procedimento deve haver controle da expansão do material filtrante que deve ser entre 25% e 50%.


3. DESINFECÇÃO Manancial

Correção de pH Alcalinizante

Água Final

Coagulação

Fluoretação

Floculação

Desinfecção

Sedimentação

Filtração


3. DESINFECÇÃO O número de seres vivos nas águas naturais é enorme, representado por peixes, crustáceos, algas, bactérias, vírus, protozoários entre outros. A quantidade de organismos vivos na água é importante para avaliação da qualidade da água. Em tratamento de água, alguns grupos são os principais agentes patógenos da água e por consequência são os principais agentes a serem evitados: Bactérias; Vírus; Algas. Protozoários; Vermes;


3.1 BACTÉRIAS As bactérias estão entre os agentes patógenos mais preocupantes; Possuem tamanhos que podem variar entre 0,5 mm e 5 mm. São seres unicelulares.

Nem todas as bactérias são patógenas, aliás a grande maioria é inofensiva. Mas algumas são causadoras de doenças conhecidas: Salmonela typhi – Febre tifoide Shingella – Disenteria bacilar Vibrio cholera – Cólera Leptospira icterohaemorrahgia – Leptospirose


3.1 BACTÉRIAS Analiticamente, garantir a segurança da água contra estes agentes é praticamente impossível Na pratica o que se analisa são os coliformes. Estão sempre presentes quando o esgoto está presente. Estão sempre ausentes quando o esgoto está ausente. Se há coliforme pode haver patógenos. Sobrevivem mais tempo na água do que todas as bactérias patógenas. A analise é relativamente simples.


3.2 VÍRUS Em geral os vírus possuem tamanho de 0,025 a 0,1 µm. Consistem apenas de material genético envolto por proteína.

Os vírus dependem de uma célula para se reproduzir e após infecta-la podem manipula-la. Os vírus causam enfermidades diferentes das bactérias. A detecção de vírus em água é extremamente difícil e cara. Além disso são de difícil remoção e resistentes


3.3 ALGAS E PROTOZOÁRIOS As algas em geral não são patógenas No entanto podem causar gosto e odor nas aguas, além de reduzir a vida útil dos filtros.

Os protozoários são a mais simples espécie animal unicelular e móvel. Tamanho médio entre 0,01 mm a 0,05 mm Alguns são patógenos como: Etamoeba histolitica – Amebíase Giardia Lambia – Giardíase Em geral estes organismos são melhor retirados pela filtração


3.4 HISTÓRCO A possibilidade de contrair doenças pela água é conhecida pelo homem há muito tempo. Medidas objetivando a melhoria da qualidade de água remontam a 2000 a.C. A invenção do microscópio, (século XVII), possibilitou a descoberta de um mundo até então invisível ao homem. Contudo somente no século XIX a água foi reconhecida como meio de transmissão de doenças. Em 1849, o médico John Snow estabeleceu ser a água o meio pelo qual a cólera era transmitida ao ser humano.


3.5 CONCEITOS A desinfecção objetiva inativar os microrganismos patogênicos, através de agentes físicos e/ou químicos. Após a realização de boa parte do tratamento, há redução do numero de microrganismos mas sem ~poder ser considerada uma remoção efetiva. Isto passa a fazer mais sentido quando comparamos o tamanho das partículas envolvidas. As dimensões médias dos flocos, e alguns microrganismos geralmente variam de 2 a 4 µm; Bactérias do gênero Salmonella e coliformes totais, variam de 0,5 a 2,0 µm; Enquanto os vírus, de 0,025 a 0,1 µm.

Evolução da microbiologia x desinfecção


3.5 CONCEITOS A ação dos desinfetantes sobre os microrganismos pode se dar sob dois mecanismos diversos: Destruição ou danificação da organização estrutural da célula: Atuando sobre os constituintes da parede celular, gerando disfunções na ação da membrana semipermeável. Combinando-se com ácidos ribonucleicos, no interior do núcleo ou do citoplasma; Interferência no nível energético do metabolismo: Ocorre pela inativação de enzimas, competição com substratos de enzimas etc.; Interferência na biossíntese e crescimento devido à combinação na síntese de proteínas, ácidos nucléicos, coenzimas ou células estruturais.


3.5 CONCEITOS O desinfetante químico mais comumente utilizado na desinfecção é o cloro (Cl2), líquido ou gasoso. Empregado como desinfetante na maioria das estações.


3.5 CONCEITOS Outros desinfetantes químicos são considerados alternativos, destacando-se: Hipoclorito de sódio ou de cálcio, Ozônio (O3), Dióxido de cloro (ClO2), Permanganato de potássio (KMnO4), Ozônio/peróxido de hidrogênio (O3/H2O2), Ferrato (FeO24−), Ácido peracético (CH3COOOH) e outros agentes em fase de pesquisa e desenvolvimento, como sais de prata, sais de cobre, detergentes etc.


3.5 CONCEITOS A maioria dos desinfetantes químicos é um forte oxidante que também pode ser empregado para: Controlar o gosto e o odor, Manter os filtros mais limpos, Remover o ferro e o manganês, Controlar o crescimento bacteriano nas redes, Entre outros


3.6 CLORAÇÃO O cloro empregado na desinfecção tem sido utilizado comercialmente de três formas: Cloro líquido Gasoso, Hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio. O cloro gasoso hidrolisa rapidamente em água para formar o ácido hipocloroso, conforme segue:

O ácido hipocloroso se dissocia fracamente em hidrogênio e íons hipoclorito conforme segue: Em pH entre 6,5 a 8,5 as duas espécies, HOCl e OCl–, estão presentes em pequena concentração.


3.6 CLORAÇÃO Abaixo de pH 6,5 não ocorre dissociação de HOCl. Acima de pH 8,5 todo ácido se dissocia. Considerando que o efeito germicida de HOCl é maior do que o de OCl–, preferemse baixos pH para a desinfecção com esse agente.


3.6 CLORAÇÃO De acordo com a NBR 12.216 o consumo de cloro necessário para desinfecção da água é estimado em 5 mg/L, com o mínimo de 1 mg/L; para oxidação

Em instalações com consumo superior a 50 kg/dia (vazão de 10.000 m³/dia), deve-se prever a utilização do cloro em cilindros de 1 t e dispositivo para sua movimentação em condições de segurança. O depósito para armazenamento de cloro deve ser suficiente para atender a pelo menos dez dias de consumo máximo. Em estações com capacidade inferior a 10.000 m3/dia, deve ser previsto armazenamento para período mínimo de 30 dias.


3.6.1 CLORAÇÃO POR COMPOSTOS DE CLORO Os derivados de cloro mais empregados são: Hipoclorito de sódio Hipoclorito de cálcio O hipoclorito de cálcio tem sido comercializado na forma sólida e o hipoclorito de sódio, na forma líquida. A reação entre o hipoclorito de sódio e a água é a seguinte:


3.6.1 CLORAÇÃO POR COMPOSTOS DE CLORO Na reação entre o hipoclorito de cálcio e a água, ocorre a geração do ácido hipocloroso mas também e a formação de hidroxilas, que elevam o pH da água.


3.6.1 CLORAÇÃO POR COMPOSTOS DE CLORO DIÓXIDO DE CLORO

Dióxido de cloro é um composto químico com a fórmula ClO2. Possui excelente ação desinfetante. Vantagens: Mais eficiente que o cloro para vírus e alguns protozoários.; Oxida o ferro, o manganês, a amônia e os sulfetos; Pode melhorar os processos de clarificação;


3.6.1 CLORAÇÃO POR COMPOSTOS DE CLORO Controle de gosto e odor resultantes das algas e da vegetação em decomposição, As propriedades biocidas não são influenciadas pelo pH; O dióxido de cloro produz residual na rede.

Desvantagens Produz subprodutos, como cloritos e cloratos, cujos padrões de potabilidade brasileiros são 0,2 mg/L; Podem produzir Trihalometanos


3.7 OUTROS MÉTODOS DE DESINFECÇÃO OZÔNIO

É uma molécula composta por três átomos de oxigênio. Forma-se quando as moléculas de oxigênio (O2) se rompem devido à radiação ultravioleta. Método bastante empregado na Europa e Estados Unidos. Capaz de oxidar compostos orgânicos e inorgânicos na água. O ozônio decompõe-se na água, por meio de mecanismos que envolvem a geração de radicais livres hidroxilas e OH-, que também são muito reativos


3.7 OUTROS MÉTODOS DE DESINFECÇÃO RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

Ao contrário de outros desinfetantes, químicos, a radiação ultravioleta atua por meio físico, atingindo os ácidos nucléicos (DNA) dos microrganismos, promovendo reações fotoquímicas que inativam os vírus e as bactérias. A radiação ultravioleta é uma forma estabelecida, bastante estudada e utilizada e de crescente aplicação como alternativa aos agentes químicos tradicionais.


3.7 OUTROS MÉTODOS DE DESINFECÇÃO RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

O efeito germicida desse método foi reportado pela primeira vez por Downs & Blunt, em 1878, mas por muito tempo não foi utilizada. Posteriormente, o método de desinfecção por radiação ultravioleta começou a ganhar popularidade, principalmente nos países europeus

Um dos fatores importantes para sua popularização, é o custo, que o torna competitivo economicamente se comparado à cloração.


3.7 OUTROS MÉTODOS DE DESINFECÇÃO RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

Mecanismos de Inativação Reações fotoquímicas com os componentes fundamentais das células, devido à absorção da radiação pelas proteínas e pelos ácidos nucléicos RNA e DNA. A absorção de UV pelas proteínas presentes nas membranas celulares leva ao rompimento dessas membranas e, consequentemente, à morte da célula. Atua no rompimento das pontes de hidrogênio O DNA é constituído por uma sequência de bases nitrogenadas (adenina, citosina, guanina e timina) que são ligadas por pontes de hidrogênio.


3.7 OUTROS MÉTODOS DE DESINFECÇÃO RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

VANTAGENS Efetiva para maioria das bactérias e vírus; Mínimos riscos à saúde (em geral não há formação de subprodutos); Não confere residual; Nenhum produto químico tóxico é transportado, armazenado ou manuseado; Simplicidade e baixos custos de operação (mais simples do que os equipamentos de geração de ozônio e dióxido de cloro); Pequeno tempo de contato, (poucos segundos, comparado ao período de 10 a 60 minutos de outras tecnologias de desinfecção).


3.7 OUTROS MÉTODOS DE DESINFECÇÃO RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

DESVANTAGENS A matéria dissolvida ou em suspensão reduz a intensidade de radiação quando esta atravessa a lâmina líquida; Não confere residual à água distribuída. A desinfecção com UV é mais efetiva para águas com cor e turbidez de pequeno valor A radiação ultravioleta causa lesões nos olhos e câncer de pele.


4. FLUORETAÇÃO Manancial

Correção de pH Alcalinizante

Água Final

Coagulação

Fluoretação

Floculação

Desinfecção

Sedimentação

Filtração


4. FLUORETAÇÃO Adição de flúor na água;

Ocorre após a desinfecção; Não é um tratamento direto da água; Água usada como meio de transporte;

Acesso fácil e barato; Flúor fortalece o esmalte dos dentes; Previne das cáries;

Fluorose;


4. FLUORETAÇÃO O Fluor é o Halogênio mais comum na crosta terrestre;

 É um gás amarelo-pálido e no estado líquido possui uma cor amarelo-canário;  É corrosivo; Os Estados Unidos, em 1945, foram o primeiro país a usar o processo de fluoretação;

Baixo Guandu, no Espírito Santo, foi o primeiro município brasileiro a adicionar flúor nas águas de abastecimento no ano de 1953; Obrigatória no Brasil a partir do ano de 1975. (decreto nº 76.872, de 22 de dezembro de 1975).


4. FLUORETAÇÃO É dosado na forma de Fluossilicato de Sódio


4. FLUORETAÇÃO Grandes controvérsias e discussões, pois existem alguns estudos referentes ao mal que a pratica pode levar. Estudos mostram que a cárie dental pode até aumentar com o aumento da concentração de fluoreto na água. Outro estudos relacionam o aumento da taxa de infertilidade entre mulheres.


4. FLUORETAÇÃO Mas ainda a fluoretação da água é considerada medida de saúde pública. De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS) “para cada dólar investido em fluoretação, são economizados 50 necessários aos processos de tratamento dentário e despesas indiretas”.


5. CASA DE QUÍMICA Conjunto de dependências da ETA, que cumpre as funções auxiliares, ligadas ao processo de tratamento, necessárias à sua perfeita operação, manutenção e controle. Normalmente as casas de químicas existem, quando a água a ser tratada exige coagulação química. Quando é realizada apenas desinfecção, a casa de química não passa de um pequeno depósito para armazenar, preparar e dosar o produto químico.


5. CASA DE QUÍMICA Os componentes de uma casa de química podem ou não estar num mesmo edifício. As dependências mínimas são as seguintes: ETAs com capacidade inferior ou igual a 10.000 m3/d ( 115 L/s)  Depósito de produtos químicos;  Depósito de cloro;  Sala de dosagem;  Laboratório c/ mesa p/ serviços admnistrativos e anotações pertinentes à operação;  Instalação sanitária com chuveiro


5. CASA DE QUÍMICA ETAs com capacidade superior a 10.000 m3/d ( 115 L/s)

 Depósito de produtos químicos  Depósito de cloro;  Sala de dosagem;  Sala de dosagem de cloro;  Laboratórios;  Instalação sanitária com bacia e um lavatório;  Instalação sanitária com duas bacias e chuveiro separado, situados em área com  lavatório e armário;  Copa com área de 8m2, balcão com pia e armários e mesa para duas pessoas;  Local para manutenção de equipamentos com 15m2 de área.


5. CASA DE QUÍMICA Cloro (solução): alaranjado Flúor: verde (claro)

Cal: branco Sulfato de alumínio: cinza (claro)

Carvão ativado : marron Carbonato de sódio (Barrilha): alaranjado(claro)

Soda Cáustica: alaranjado (forte) Polieletrólitos: amarelo (claro)

Água Bruta: preto Água decantada: amarelo canário

Água tratada: verde selva Ar comprimido: azul celeste

Esgotos: marron bordeaux


5. CASA DE QUÍMICA Os depósitos devem ser cobertos; e devem ter as seguintes características mínimas: a) Ventilação natural por meio de aberturas até o piso; b) Ventilação forçada, produzida por exaustor ou insuflador de modo a renovar todo o ar do recinto no tempo máximo de 4 min; c) Interruptores devem ficar do lado de fora do recinto; d) Os cilindros devem ser protegidos da incidência direta da luz solar.


EXERCÍCIO Defina, e explique COM SUAS PALAVRAS qual a finalidade das estruturas


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