Imobiliário sexta-feira, 29 de julho 2016
Gustavo Soares, da Sotheby’s, considera
Mercado das casas de luxo recuperou mas não se vende tudo a qualquer preço págs. IV e V
Para Filipe Santos, diretor da divisão do Porto da Aguirre Newman
“O processo de reabilitação da baixa portuense deveria inspirar pág. V o país” Na opinião de Miguel Poisson, diretor-geral da ERA Portugal
“O ‘Brexit’ deve ser visto como uma janela de oportunidade para o imobiliário português” pág. VI
Investimento de 200 mil euros
Alameda Shop & Spot prepara novidades para surpreender os clientes pág. VIII
Consultores imobiliários
A sua casa... ... o seu mundo.
www.fox-properties.com.pt
II | Imobiliário |sexta-feira, 29 de julho 2016
Opinião
José de Matos Secretário-geral da APCMC – Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção
A culpa é do mercado?
O
interesse que o imobiliário português tem vindo a suscitar junto dos investidores estrangeiros e a dinâmica da reabilitação urbana nos centros históricos de Lisboa e Porto, sustentada pelo crescimento do turismo, estão a transformar um enorme e antigo problema num caso de sucesso. Importa, sobretudo, sublinhar que, não obstante o acerto das políticas públicas dos últimos anos, especificamente a reforma do Regime do Arrendamento Urbano e os incentivos fiscais dirigidos à reabilitação, a maioria dos investimentos tem natureza privada e o crédito bancário tem uma presença inferior a 40% dos montantes envolvidos. Ora isto é exatamente aquilo que as boas políticas públicas devem ter por objetivo: garantir que o mercado funcione. Não obstante, começam a levantar-se algumas vozes de alerta para eventuais movimentos especulativos e para distorções
inaceitáveis na tipologia da oferta. Mais concretamente e para além das queixas de que já “há turistas a mais” nas nossas cidades e que perturbam a vida dos que cá vivem, surgiu a contestação à proliferação de estabelecimentos hoteleiros de todos os tipos e ao crescimento do número de imóveis destinados ao “alojamento local”. Na verdade, a rentabilidade de muitas operações de reabilitação nas zonas históricas é claramente melhor assegurada se o uso do prédio for alterado de comércio para hotelaria, ou de arrendamento habitacional tradicional para o regime de arrendamento local. Mas não nos enganemos, pois tudo dependerá do prédio concreto em causa, da sua localização e, naturalmente, dos usos dos prédios na sua vizinhança. É perfeitamente natural que, por exemplo, os comerciantes afetados reclamem. Mas invocar que são tudo lojas históricas será certamente excessivo. Por outro
lado, percebe-se que haja naturais preocupações das entidades públicas com o que poderá vir a ser um crescimento avassalador de prédios destinados ao alojamento local, com prejuízo da oferta destinada ao arrendamento tradicional. Tudo isto é verdade, mas não se podem culpar proprietários e investidores por responderem às oportunidades e por procurarem as utilizações com maior rentabilidade. Sem isso, não haveria sequer reabilitação. Por isso, qualquer intervenção corretiva, caso venha a mostrarse necessária, deverá sempre evitar o recurso a medidas de agravamento fiscal (que afetam sobretudo os que já estão e minam a confiança de futuros investidores) e a medidas protecionistas discricionárias que interfiram com o valor dos imóveis. A experiência e o bom senso aconselham, naquelas situações em que o mercado parece não responder na medida pretendida,
Consultório Jurídico
a ir por caminhos diferentes: criar incentivos específicos para a tipologia de oferta pretendida ou recorrer à promoção pública. Em todo o caso, devemos dar algum tempo para ver se de facto o mercado a funcionar livremente não será capaz de resolver, por si, as diversas situações. Recordemo-nos que, quando o mercado de arrendamento despertou, a primeira opção, para a maior parte dos proprietários, foi o arrendamento habitacional tradicional. Hoje vivemos uma situação um pouco diferente, com taxas de juro negativas e com um “boom” do turismo. Aquelas que são hoje as prioridades dos investidores poderão voltar a alterar-se em breve, não só devido à saturação previsível de hotéis e similares, mas também porque entretanto o próprio crescimento do turismo gera novas necessidades e oportunidades no setor imobiliário. A pressa nestas coisas é, quase sempre, má conselheira.
Cristina C. Serrazina
As vantagens da opção pelo sistema fracional na sua casa de férias
Associada Sénior da PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados
Pretende adquirir uma casa de férias?
A
dquirir uma casa de férias pode envolver um investimento que por vezes se torna difícil de justificar se a propriedade é utilizada apenas ocasionalmente. Existe no entanto uma alternativa que tem vindo a ter grande adesão no mercado imobiliário – o “fracional”. O sistema “fracional” divide a propriedade de uma fração em várias quotas-partes indivisas. Cada quota-parte corresponderá a períodos temporais de ocupação alternados ao longo do ano, durante os quais os comproprietários podem usufruir da sua casa de férias em total exclusividade, reduzindo-se significativamente o preço de aquisição, ajustando-o ao período que cada comproprietário pretenda usufruir da sua casa de férias. As frações são comercializadas em regime de compropriedade, sendo que, tal como em qualquer outro caso de transmissão da propriedade plena, a aquisição da quota-parte da fração é titulada
por escritura pública e registada em nome do proprietário, junto da Conservatória do Registo Predial, na proporção da quotaparte adquirida. Neste sistema “fracional”, os períodos de ocupação são desenhados para se adequarem às necessidades e preferências de cada comproprietário, uma vez que em regra permitem a utilização da fração por um período mínimo de duas semanas seguidas durante as férias de verão e períodos alternados de uma semana repartidos ao longo do resto do ano, consoante a quota-parte que for adquirida, sendo que a utilização das frações afetas a esta modalidade se encontra previamente definida na data da aquisição. Acresce que esta modalidade afasta-se por completo do timesharing. Ora o “fracional” pressupõe uma forma de aquisição de propriedade plena, em regime de compropriedade, sendo que existe compropriedade
quando duas ou mais pessoas são simultaneamente titulares do direito de propriedade sobre a mesma coisa. Já no que concerne ao uso da coisa comum, os comproprietários podem livremente servir-se da moradia ou apartamento, desde que a não empreguem para fim diferente daquele a que a coisa se destina e não privem os outros comproprietários do uso a que igualmente têm direito, dentro dos limites do previsto no Titulo Constitutivo e do Contrato de Prestação de Serviços, sendo que, entre esses direitos, assiste a cada comproprietário a possibilidade de vender a sua quota-parte na fração, gerando ganhos potenciais sobre o investimento inicial. Por outro lado, o time-sharing confere apenas o direito de utilização de uma unidade durante um período específico no ano, estando ainda limitado no seu prazo de duração, não se transmitindo a propriedade do imóvel. Ao adquirir uma propriedade
através deste sistema, cada comproprietário reduzirá consideravelmente os custos relativamente à qualidade de proprietário pleno, uma vez que estes são repartidos em partes iguais, e corresponderão à quotaparte adquirida. Este sistema tem ainda outras vantagens, uma vez que o comproprietário poderá ceder livremente a utilização do seu período de ocupação a familiares ou amigos, desde que disso dê conhecimento à Entidade Exploradora, mas poderá também entregar esses períodos para exploração turística, beneficiando do rendimento que venha a ser gerado. De salientar, por último, que a gestão da propriedade será assegurada pela Entidade Exploradora do Empreendimento Turístico em que a fração se insira, que assumirá também a gestão das relações entre os comproprietários, cumprimento das datas de chegada, ocupações e exploração turística a terceiros.
Ficha Técnica: Edição e coordenação: Elisabete Soares | Paginação: Célia César e Flávia Leitão | Periodicidade: Quinzenal
NESTE VERÃO FECHE UM BOM NEGÓCIO CAMPANHA DE IMÓVEIS PARA HABITAÇÃO 1 DE JULHO A 31 DE AGOSTO DE 2016 MILLENNIUM. AQUI CONSIGO.
5% DE DESCONTO SOBRE O PREÇO DE CATÁLOGO NOS IMÓVEIS ESCRITURADOS ATÉ 30 DE SETEMBRO DE 2016
707 91 20 20
ATENDIMENTO PERSONALIZADO 24H CUSTO MÁXIMO POR MINUTO: 0,10€ POR CHAMADAS A PARTIR DA REDE FIXA E 0,25€ PARA CHAMADAS A PARTIR DA REDE MÓVEL. ACRESCE IVA.
www.millenniumbcp.pt
Os estrangeiros representam cerca de 50% das transações realizadas com imobiliário de luxo. Contudo, o aumento da procura deste segmento de mercado por parte dos clientes nacionais é uma realidade, verificando-se uma procura cada vez maior. Na opinião do responsável da Sotheby’s, a procura por parte destes clientes situa-se em valores entre os 500 e os 800 mil euros. Uma procura específica que levou a Sotheby’s a abrir novos escritórios para captar este
multiplicam os 6 a 7 mil euros, por m2, pela área do imóvel, fazem as contas e pedem valores absurdos, sem ter em conta os outros fatores”, alerta. Procura nacional aumenta
Gustavo Soares destaca que a Sotheby’s tem em carteira a maior oferta relacionada com o mercado residencial de luxo, sendo que 75% dos imóveis apresentam preços acima dos 500 mil euros.
mercado de habitação de luxo está em crescimento, sendo visível um aumento da procura por parte de estrangeiros, mas também dos nacionais. Contudo, Gustavo Soares, managing diretor da Portugal Sotheby’s International Realty, considera que “é uma realidade que o mercado recuperou, embora estejamos apenas agora perto de atingir o patamar das vendas que foi visível no período anterior à crise do setor”. Na sua opinião, é importante colocar algum travão na ideia de que tudo se vende e a qualquer valor, o que faz com que os preços estejam a disparar, de forma muito acentuada, no centro da cidade de Lisboa, mas que também começa a notar-se no caso do Porto. Acrescenta que é necessário haver ponderação e ter a noção de que o preço depende de vários fatores, como é o caso da localização, da lei da oferta e da procura. Embora, neste momento, “o peso da procura seja bastante significativo, mesmo assim a variável preço não depende só da vontade individual dos proprietários”, alerta. Gustavo Soares destaca que “há clientes a comprar um apartamento T1 por 400 a 450 mil euros”. Contudo, “estamos a falar de coisas muito especiais”. No caso dos imóveis usados, onde esta situação é ainda mais visível, considera que “há proprietários q u e
O
elisabetesoares@vidaeconomica.pt
Elisabete Soares
pelos imóveis da banca e de grandes promotores. Contudo, este mercado não deve ser considerado de luxo, não sendo também este um dos segmentos onde atua a Sotheby’s. Gustavo Soares considera que a oferta para o mercado de luxo está localizada nas zonas tradicionais de Lisboa e do Algarve, contudo, existem agora outras regiões onde começa a aparecer oferta vocacionada para
A consultora tem atualmente sete escritórios, distribuídos por Lisboa, Estoril, Oeiras, Porto e Algarve. Contudo, o objetivo, segundo o gestor, é alargar esta presença a outros locais através da abertura de mais cinco escritórios nos próximos dois anos. Os locais já estão escolhidos, sendo que o Algarve vai ser reforçado em duas novas localizações, estando prevista também a abertura do primeiro escritório na Madeira. O Porto e a zona de Sintra são as outras duas localizações. O plano de expansão implica um investimento total de um milhão de euros e a integração de mais 120 colaboradores. O plano de investimento inicial de abertura dos escritórios foi acompanhado pelo projeto 7 Escritórios 7 Arquitetos, que permitiu “criar escritórios diferenciados, tornando cada espaço único, como uma peça de arte”. Simultaneamente, cada espaço está ligado à sua envolvente. É o caso do escritório do Porto, localizado na Avenida da Boavista, num edifício projetado por Souto Moura, o que levou a pedir a este arquiteto que assinasse também o projeto de decoração do novo espaço. Cada escritório é constituído em média por uma equipa comercial de 30 colaboradores, e cerca de 10 elementos afetos a outras funções, tendo à sua frente um “partner office man”. O modelo da Sotheby’s, presente em mais de 60 países e com mais de 800 escritórios, assenta numa empresa filiada, liderada em Portugal por Gustavo Soares.
Sotheby’s alarga presença a novas zonas
mercado. É o caso do novo escritório que abriu em Maio, no Parque das Nações, o sétimo até este momento, com o objetivo de captar um mercado de Lisboa Oriental procurado por estrangeiros, mas também por muitos nacionais. Em relação à procura externa, o mercado imobiliário tem sido muito impulsionado pelos clientes do golden visa, que é satisfeita muitas vezes
Numa altura em que os promotores equacionam avançar com novos projetos de habitação para as cidades, Gustavo Soares considera que a Sothbey’s é o parceiro ideal para transmitir o “know-how” sobre o que os clientes querem atualmente. “É importante que os promotores olhem os mediadores como parceiros”. Na sua opinião, a construção de habitação nova deve ser trabalhada de forma diferenciada, e nem sempre isso aconteceu. O objetivo é que os mediadores acompanhem a promoção desde a sua génese para que o produto final seja aquilo que o mercado quer e vai comprar.
Transmitir “know-how” aos promotores
este segmento, o que leva a consultora a acompanhar essa tendência com a abertura de novos escritórios. A Sotheby’s, tem em carteira a maior oferta relacionada com o mercado residencial de luxo, sendo que 75% dos imóveis apresentam preços acima dos 500 mil euros. O portfólio abrange as áreas geográficas do Algarve (36%), Linha de Cascais (23%), Lisboa (23%) e Porto (18%).
Os estrangeiros representam cerca de 50% das transações realizadas com imobiliário de luxo. Contudo, o aumento da procura deste segmento de mercado por parte dos clientes nacionais é uma realidade, verificando-se uma procura cada vez maior
Mercado das casas de luxo recuperou mas não se deve pensar que tudo se vende a qualquer preço
Gustavo Soares, da Sotheby’s, considera
Notícias
IV | Imobiliário | sexta-feira, 29 de julho 2016
Entrevista
| Imobiliário | V
No caso do mercado de escritórios, pode-se dizer que esta é uma boa altura para avançar com a promoção de projetos, novos ou reabilitados? Em que zonas da cidade? Começa a ser bastante díficil encontrar espaços recentes, com áreas acima dos 1000 m2, localizados nas
Qual é a sua opinião sobre a evolução do mercado de escritórios, comercial e industrial? De um modo geral, o imobiliário na cidade do Porto regista uma interessante taxa de crescimento, em todas as suas vertentes. No setor de escritórios, assistimos nos últimos anos, à abertura de vários espaços de call center e de TI, que não só ocupam áreas generosas para aquilo a que estávamos habituados no Porto, como vieram atrair também jovens para o centro da cidade e dinamizar todo este mercado. Com este crescimento e com o “boom” turístico, assistimos, igualmente, a um aumento de procura dos espaços comerciais e industriais, sendo a demonstração clara dessa realidade a escassez de espaços no centro da cidade.
Em que áreas tem sido solicitada a atuação da Aguirre Newman que levou à abertura do novo escritório no Porto? O Porto está indiscutivelmente no radar dos investidores nacionais e internacionais, chegando diariamente aos nossos escritórios pedidos de colaboração para áreas diversificadas como indústria, escritórios, retalho e hospitality. Aliadas a esta intensa procura, surgiram, durante o ano de 2015, solicitações para avaliações, consultoria e asset management, como seja a gestão do ativo sobre o edifício Arrábida Lake Towers, localizado em Vila Nova de Gaia, bem como a sua comercialização em exclusivo, onde no espaço de um ano se registou uma taxa de ocupação de 80%. Desta forma, sentimos necessidade de abrir este escritório, permitindo assim a aproximação da Aguirre Newman com os clientes da região Norte do País.
elisabetesoares@vidaeconomica.pt
Elisabete Soares
Em entrevista, Filipe Santos considera que estamos a falar de um trabalho exemplar iniciado pela anterior direção do município, mas que teve nos últimos anos, e com a ajuda do crescimento do turismo, um enorme desenvolvimento, transformando a cidade num enorme museu ao ar livre, onde se circula em segurança e onde se consegue trabalhar e viver com qualidade.
Qual é a sua opinião sobre o processo de reabilitação que é visível especialmente na baixa do Porto? O processo de reabilitação da baixa portuense deveria inspirar o País. Nada ou quase nada tem sido desvirtuado e ou deixado ao acaso e o trabalho realizado pela Câmara Municipal do Porto e pela Porto Vivo SRU é um trabalho exemplar iniciado pela anterior direcção do município, mas que teve nos últimos anos, e com a ajuda do crescimento do turismo, um enorme desenvolvimento, transformando a cidade num enorme museu ao ar livre, onde se circula em segurança e onde se consegue trabalhar e viver com qualidade.
Nova de Gaia. No entanto, como é comum, é na Baixa, Santa Catarina, Clérigos e Galerias, Rua das Flores, Mouzinho da Silveira, que esse crescimento é mais notório, assistindo todos os dias ao nascer de novos projetos, novas ideias que têm dado à cidade um colorido, uma vida e uma animação ímpares.
Em que zonas da cidade é visível o aumento do arrendamento de espaços comerciais? O aumento de operações de arrendamento em espaços comerciais é visível de uma forma geral em toda a cidade e inclusive nas cidades da zona metropolitana, como, por exemplo, Maia, Matosinhos e Vila
lidade, uma vez que os mesmo tem mercado e não existe oferta na cidade. Em alternativa, existe a possibilidade de investir em edificios de escritórios com alguns anos, devolutos, desatualizados e inadaptados mas em localizações priveligiadas, necessitando muitas vezes de algumas intervenções que visam adaptar e dotar esses espaços de características de ordem técnica e funcional, consideradas como fundamentais pelos futuros ocupantes.
Qual é, neste momento, a situação em relação à procura de espaços por parte das empresas para a transformação de antigas unidades empresariais e industriais? Começa a existir alguma recetividade por parte dos investidores e das empresas para o reaproveitamento e transformação de antigas unidades empresariais e industriais. Como previsto, os investidores procuram, numa fase inicial, edifícios emblemáticos, históricos e mediáticos da cidade e agora que esse mercado está com uma enorme escassez de oferta começam a olhar para outras alternativas e vislumbra-se, a médio prazo, o renascer de alguns desses edifícios que fazem parte da história da cidade. Nesse sentido vamos certamente assistir à reabilitação de muitas dessas unidades, com novas utilidades e completamente reinventadas.
Licenciado em relações públicas, Filipe Santos conta com 20 anos de experiência no ramo imobiliário, tendo passado por empresas como o grupo Empril e LasKasas/Dom Kapa.
zonas nobres da cidade, com fácil acesso e bem servidas de transportes públicos, sendo estas as principais premissas das empresas nacionais e internacionais que atualmente veem nesta cidade o presente e o futuro. Diria que o momento é perfeito para o investimento neste mercado, pois os números a que temos acesso apontam para um défice de oferta e um sustentado aumento de procura atual. Desta forma, será fácil constatar que os promotores imobiliários nacionais e a banca, têm neste mercado uma excelente oportunidade para poder dar uso aos ativos que têm em património, desenvolvimento de projetos de qua-
O setor imobiliário no Porto tem conseguido passar um pouco ao lado do que foram as grandes difiuldades nos últimos anos, fruto de um crescimento repentino, mas sustentado, do turismo e de um surpreendente interesse na reabilitação urbana
“O processo de reabilitação da baixa portuense deveria inspirar o país”
Filipe Santos, diretor da divisão do Porto da Aguirre Newman considera
sexta-feira, 29 de julho 2016
VI | Imobiliário | sexta-feira, 29 de julho 2016
Entrevista Miguel Poisson, diretor-geral da ERA Portugal, considera
“O “Brexit” deve ser visto como uma janela de oportunidade para o imobiliário português” A curto prazo, o espetro da desvalorização da libra faz com que muitos britânicos queiram investir no imobiliário como forma de refúgio para a suas poupanças (antes de a libra começar a desvalorizar ainda mais). Este efeito já começa a sentir-se, refere, em entrevista, Miguel Poisson. Elisabete Soares elisabetesoares@vidaeconomica.pt
Na sua opinião, qual vai ser o efeito para o investimento imobiliário em Portugal da saída da Inglaterra da União Europeia? Considero que o “Brexit” deve ser visto como uma janela de oportunidade para o imobiliário português e que os ingleses irão continuar a comprar em Portugal. Primeiro, porque os ingleses poderão investir em imobiliário nacional, adotando uma estratégia de diversificação do risco ao investir as suas poupanças num mercado da zona Euro, salvaguardando eventuais desvalorizações da libra. Em segundo lugar, alguns investidores da antiga Commonwealth (ex: Índia, África do Sul, etc.) e do Médio Oriente, que tradicionalmente investem muito em Inglaterra, poderão agora ser tentados a escolher outros destinos na União Europeia, podendo Portugal ser uma boa solução de entrada na zona Euro. O mesmo é válido para a elevada fatia de chineses que investem em Londres e que poderão optar por outras capitais na zona Euro. E, como Lisboa está na moda, vislumbra-se uma oportunidade. Os “golden visa” terão também aqui um
tral e do Sul). Ainda assim, há três aspetos que não podemos esquecer. São eles: a incerteza nos mercados (que acaba por retrair os investimentos imobiliários); eventuais subidas da taxa de juro que poderão dificultar o acesso das famílias ao crédito à habitação; e a desvalorização da libra, que é menos relevante porque o custo do imobiliário em Inglaterra é muito mais elevado do que em Portugal. Acha que a velha aliança entre Portugal e a Grão-Bretanha poderá ser importante para que os britânicos continuem a investir em Portugal? Sim. Existe, há muitos anos, uma forte presença de britânicos em Portugal, que procuram o nosso país por várias razões: clima, hospitalidade, baixo custo de vida, segurança, boas infraestruturas (aeroportos, hospitais, estradas), gastronomia, por exemplo. Os ingleses sempre foram a nacionalidade que mais casas compraram em Portugal (somente este ano começou a ser disputado o primeiro lugar com os franceses) e o facto de já existirem muitos ingleses em Portugal faz com que uns atraiam outros (familiares, amigos, etc.), perspetivando-se que a comunidade inglesa continue a ser muito relevante no nosso país. Neste momento, já há sinais que apontem no sentido de haver mais interesse da sua parte em recorrer ao “golden visa”? Sim, é um facto. Com a saída da União Europeia os britânicos passam a ser considerados como cida-
Mais de 90% das compras de casas efetuadas por cidadãos britânicos, através das agências da ERA, têm lugar no Algarve. Habitualmente, são procuradas zonas mais movimentadas e próximas da praia (Albufeira, Portimão, por exemplo) papel importante. Por outro lado, a aliança diplomática mais antiga do mundo, a aliança luso-inglesa, não pode ser esquecida. Portugal continua como porta de entrada na Europa e algumas empresas sediadas na Grã-Bretanha poderão querer transferir a sua sede para a zona Euro, tendo não só Portugal uma boa localização geográfica como a sua vocação mais atlântica (que pode ser importante nas relações com os EUA e América Cen-
dãos extracomunitários e poderão (mediante as negociações que irão ser levadas a cabo) beneficiar deste regime, tal como o fazem os chineses, os brasileiros ou os russos, por exemplo. Um eventual fenómeno de forte aumento de procura do golden visa por parte de cidadão britânicos até poderá contribuir para devolver credibilidade a este importante regime que foi beliscado pelos acontecimentos que todos conhecem. O “golden visa”
Miguel Poisson destaca que nos últimos meses a ERA tem registado mais perguntas sobre o regime dos “golden visa” por parte de britânicos.
passará a fazer todo o sentido para que os britânicos mantenham a sua forte presença no Espaço Schengen, salvaguardando mais facilmente os negócios que desenvolvem atualmente com os países da União Europeia. Temos registado mais perguntas sobre este regime por parte de britânicos, mas ainda é cedo e temos de acompanhar este processo para verificar se estas questões se materializam em compras de imóveis. Os riscos da desvalorização da libra e do aumento das taxas de juro podem ser impeditivos na concretização dos investimentos imobiliários? A curto prazo, o espetro da desvalorização da libra faz com que muitos britânicos queiram investir no imobiliário como forma de refúgio para a suas poupanças (antes de a libra começar a desvalorizar ainda mais). Este efeito já começa a sentir-se. A longo prazo, se a libra vier a desvalorizar muito, isto significa que o imobiliário em Portugal se torna mais caro para os britânicos, o que teoricamente não é positivo. No entanto, a diferença de preços dos imóveis entre Portugal e a Grã-Bretanha é tão elevada que, mesmo com uma desvalorização da libra, o imobiliário português continuará a ser atrativo para os britânicos.
Quanto ao aumento da taxa de juro, ainda é cedo para perceber o real impacto do “Brexit” nos mercados financeiros e os efeitos na taxa de juro. Como é sabido, o mercado imobiliário beneficia muito, no curto prazo, da manutenção das taxas de juro a um nível baixo. O crédito torna-se mais barato (quer em financiamento a taxa fixa, quer em taxa variável, que, atualmente, beneficia de “spreads” competitivos), o que mais facilmente permite às famílias portugueses comprar ou mudar de casa. O Banco Central Europeu tem um papel fundamental neste âmbito, sendo que todos sabemos que o que se passa com as taxas de juro nos Estados Unidos mais tarde ou mais cedo afetará a Europa. Para já, tudo indica que as taxas de juro irão manter-se baixas nos próximos tempos. Mas ninguém tem uma bola de cristal …. Atualmente, os britânicos investem especialmente em que zonas do país e que tipo de imóveis, preços e características procuram? Mais de 90% das compras de casas efetuadas por cidadãos britânicos, através das agências da ERA, têm lugar no Algarve. Habitualmente, são procuradas zonas mais movimentadas e próximas da praia (Albufeira, Portimão, por exemplo.).
sexta-feira, 29 de julho 2016
| Imobiliário | VII
Notícia Prédio é constituído por 13 frações e 80% já estão vendidas
Jorge Leite Imobiliária promove novo edifício de habitação em Braga A Jorge Leite Imobiliária está a construir um edifício de habitação no loteamento da Gandarela, Rua do Passal, em Fraião, Braga. O novo empreendimento residencial, que resulta de uma parceria com o Banco Santander Totta, chamar-se-á edifício Paula Isabel. De acordo com o promotor, a nível de arquitetura, o edifício em construção apresenta-se como uma continuidade dos prédios já existentes e que foram construídos pela Jorge Leite Imobiliária. Ou seja, “uma arquitetura baseada num conceito moderno, com acabamentos da alta qualidade e do mais recente que existe”, destaca Jorge Leite. “É um edifico multifamiliar, com sete pisos, sendo dois de garagem e cinco pisos de habitação. Cada piso tem três apartamentos (exceto o rés-do-chão) ”, destaca. Assim, o edifício Paula Isabel é constituído por 13 frações, com garagem individual incluída, sendo quatro T2 e nove T3, com 125 m2 e 150 m2, respetivamente. De acordo com Jorge Leite, o novo edifício encontra-se na fase da estrutura, estando, atualmente, a ser executadas as divisões em alvenaria. A previsão de entrega dos apartamentos é de Julho de 2017. Neste momento já comercializaram cerca de 80% das frações do edifício residencial. Os preços variam de acordo com a tipologia. Assim, os T2 vão de 152.500 euros até 167.500 euros e os T3 vão de 177.500 euros até 197.500 euros. Uma mais-valia para os clientes “A parceria que temos com o
A nível de arquitetura, o edifício em construção apresenta-se como uma continuidade dos prédios já existentes e que foram construídos pela Jorge Leite Imobiliária.
Banco Santander Totta é uma mais-valia porque dá mais confiança e conforto ao nosso cliente no momento de realizar o negócio,
sabendo que o banco está connosco”, destaca Jorge Leite. Esta parceria permite também que os clientes usufruam dos descontos e
Procura de imóveis novos aumentou bastante “Temos tido muita procura e teríamos vendido muito mais se o imóvel já estivesse em fase de acabamentos”, destaca o promotor. Na sua opinião, este edifício encontra-se numa zona calma e bem localizada, um bom lugar para viver. Jorge Leite destaca que, neste momento, não há imóveis novos, em fase de entrega, com qualidade, em Braga. Por isso, “os nossos apartamentos estão a ser muito procurados”, destaca. Acrescenta que “está a haver uma abertura muito boa, estamos a vender bem e perspetivo que no próximo projeto continuemos a vender da mesma forma. Somos procurados porque já temos nome no mercado, devido à qualidade visível nos empreendimentos anteriores e na confiança que os clientes depositam na empresa”. A Jorge Leite Imobiliária vai iniciar, em breve, outro bloco, com 15 frações, que incluirá quatro apartamentos T4, seis T3 e cincoT2. Ficará localizado no mesmo loteamento, junto ao atual edifício.
vantagens, ao nível de spreads, no crédito à habitação. Em relação à certificação, o promotor está apostado em atingir o patamar de classificação máxima, ou seja a classificação A+. “Dizem os técnicos avalistas que é o melhor que se fez cá em Braga”, destaca. A nível de acabamentos, o exterior do edifício Paula Isabel terá uma fachada ventilada, em chapa de painel compósito. A caixilharia será em alumínio, com rutura térmica, série 24.000 e 14.200, com vidro duplo, também térmico. As cozinhas serão equipadas com eletrodomésticos de encastrar, armários lacados a branco e bancadas em pedra. Os WC terão móveis lacados brancos. Terá aspiração central e ar condicionado através da colocação de condutas no teto. Terá ainda painéis solares com acumuladores de 300 litros.
Conforama instala-se na Quinta da Marquesa em Palmela A Conforma vai instalar-se num armazém na Quinta da Marquesa, em Palmela. Um processo mediado pela CBRE que representou o Santander Asset Management, proprietário do imóvel. O armazém possui uma área de 4000 m2 e terá como função apoiar, logisticamente, a mais recente loja da marca em Corroios, com abertura prevista para 15 de agosto. A Conforama, que atua na área do mobiliário e decoração, pertence ao grupo sul-africano Steinhoff e encontra-se em expansão em território nacional.
Nuno Pereira da Silva, diretor da agência de Industrial & Logística da CBRE, destaca que “estamos muito satisfeitos com a rapidez com que esta operação foi concretizada e com a disponibilidade do proprietário em interpretar as necessidades técnicas da Conforama e apoio na adaptação do edifício. A Conforama ficou com um espaço flexível, essencial para a realização da sua atividade. Este processo acabou por ser uma excelente oportunidade tanto para a marca como para o proprietário”.
VIII | Imobiliário | sexta-feira, 29 de julho 2016
Entrevista Investimento de 200 mil euros
Alameda Shop & Spot prepara novidades para surpreender os clientes Elisabete Soares elisabetesoares@vidaeconomica.pt
A
indústria dos centros comerciais não escapou à crise financeira que afetou o país nos últimos anos. É o caso dos centros comerciais Dolce Vita, propriedade da espanhola Chamartín, que agora pertencem ao Deutsche Asset Management, e que, para além da alteração do nome, estão a ser sujeitos a um conjunto de investimentos que pretendem tornar estes shoppings mais apelativos, de forma a atraírem os clientes. Um desses exemplos é o Dolce Vita Porto, localizado junto ao Estádio do Dragão, e agora designado de Alameda Shop & Spot. Mas a alteração do nome é apenas o início de um processo mais abrangente, considera, em entrevista, Juan Ferreira, diretor do centro comercial. A criação do conceito Alameda Shop & Spot surge da necessidade de reforçar o posicionamento de pertença à Cidade do Porto. “Queremos um centro com personalidade própria e única que reflita a nova vida que se quer para o espaço, onde compras e lazer estarão sempre de mãos dadas. Alameda é uma palavra portuguesa e que representa um espaço amplo, nobre e onde as pessoas gostam de estar, e acreditamos que este
“Queremos um centro com personalidade própria e única que reflita a nova vida que se quer para o espaço, onde compras e lazer estarão sempre de mãos dadas”, destaca Juan Ferreira.
responda, cada vez mais, às exigências dos clientes e visitantes. “Queremos inovar nos serviços que prestamos, no tipo de eventos e na utilização de plataformas digitais, de forma a ir ao encontro
Além do “rebranding” está programado para os próximos meses o “refurbishment” (remodelação) de algumas partes do centro e estamos a trabalhar exaustivamente na busca de novos conceitos de lojas, de forma a melhorar o “mix” comercial
espaço comercial tem essas características”, destaca. Na sua opinião, a localização do centro comercial é o ponto de partida para esta mudança. “A nova marca apela à identidade e ao orgulho nesta zona da cidade, ao seu contexto e às características que a tornam única, direcionando-a para um contexto contemporâneo e apetecível. É nossa convicção que esta marca irá também ajudar na valorização do local onde se insere, que é a zona das Antas, e ser mais um ponto que pode fazer a diferença”. Em relação às iniciativas que vão ser tomadas para atrair mais visitantes a este espaço, Juan Ferreira destaca que estão a trabalhar todos os dias para que este novo shopping seja cada vez melhor e
timento de cerca de 200 000 euros”, destaca o gestor. Juan Ferreira acrescenta que “as mudanças não vão ser visíveis de um dia para o outro, mas será todo um processo que implica a nossa atuação nas diversas áreas do centro comercial”. Acredita que o cliente vai sentir o centro com uma nova vida. Na sua opinião, uma das prioridades reside na procura de novos conceitos, que em breve serão conhecidos. “Estamos, neste momento, empenhados em novas propostas que
Acrescenta que estão também a trabalhar em novos formatos de eventos e atividades para os clientes, de forma a surpreendê-los na sua visita ao Alameda Shop & Spot. “Estes projetos podem afetar a forma como vemos, neste momento, o centro comercial, onde áreas como restauração, casas de banho e serviços terão prioridade. E mais não podemos revelar”, pelo menos por agora, termina o gestor. Sob gestão da CBRE, o Alameda Shop & Spot tem cerca de 120 lojas, distribuídas por cinco pisos e 38 mil m2 de Área Bruta Locá-
sejam novidade no centro comercial, tanto ao nível da sua oferta comercial e de serviços como dos espaços de lazer e restauração. Aos poucos, as melhorias irão sendo implementadas e as mudanças irão surgir de uma forma faseada”.
vel. Possui um parque de estacionamento coberto e gratuito com cerca de 1700 lugares. Integra um hipermercado e sete salas de cinema, para além de uma oferta diversificada de espaços de lazer e atividades para as famílias.
das necessidades e estilos de vida atuais. Além do “rebranding”, temos programado, para os próximos meses, o “refurbishment” (remodelação) de algumas partes do centro e estamos a trabalhar exaustivamente na busca de novos conceitos de lojas, de forma a melhorar o “mix” comercial”, destaca. Investimento de 200 mil euros Desde o final do ano passado que o centro comercial tem um novo proprietário e em abril a consultora CBRE assumiu a sua gestão. “Iniciámos, assim, uma nova fase, com uma nova visão de futuro. As mudanças no que respeita ao nome, logótipo, imagem já foram feitas e só para o “rebranding “estamos a falar de um inves-