Mercados Prazo_Opções Financeiras

Page 1



MERCADOS A PRAZO Opções Financeiras



Eduardo Sá Silva

MERCADOS A PRAZO Opções Financeiras


FICHA TÉCNICA Título Mercados a Prazo – Opções Financeiras Autor Eduardo Sá Silva Editor Vida Económica - Editorial, SA R. Gonçalo Cristóvão, 14 - 2º • 4000-263 Porto www.vidaeconomica.pt • http://livraria.vidaeconomica.pt Composição e montagem Vida Económica Impressão e acabamento Uniarte Gráfica, S.A. • 4300-414 Porto Depósito Legal 403154/15 ISBN 978-989-768-200-1

Executado em janeiro de 2016

A cópia ilegal viola os direitos dos autores. Os prejudicados somos todos nós.

© Todos os direitos reservados para Vida Económica, Editorial, SA Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida, no todo ou em parte, por qualquer processo mecânico, fotográfico, eletrónico ou de gravação, ou qualquer outra forma copiada, para uso público ou privado (além do uso legal como breve citação em artigos e críticas) sem autorização prévia por escrito da Vida Económica – Editorial, S.A.

Veja no final deste livro como se registar na n/ editora e receber informação sobre lançamentos, iniciativas e promoções da Vida Económica – Editorial SA


ÍNDICE Estrutura da obra............................................................................. Introdução........................................................................................ Opções – enquadramento................................................................. Opções – conceito ........................................................................... Posições básicas ............................................................................... Outras posições ............................................................................... Determinantes do prémio................................................................ Paridade put-call............................................................................... Sistema de margens nos contratos de opções................................... Modelos de avaliação de opções....................................................... Modelo de avaliação de opções – modelo binomial......................... O modelo de Black & Scholdes........................................................ Os Gregos (greeks): medidas de sensibilidade do valor das opções... Rácio de cobertura (desenvolvimento)............................................. Regras e limites para as opções......................................................... Bibliografia.......................................................................................

5



ESTRUTURA DA OBRA Esta obra é a continuação da obra anterior, intitulada “Mercados a Prazo – 1ª parte – Futuros, Forwards e Swaps” e trata especificamente das opções. Igualmente é apresentada uma série de exemplos/ casos práticos. A obra encontra-se dividida em secções: Introdução – faz-se uma apresentação da tipologia das opções e das funções que os mercados financeiros cumprem; Opções – enquadramento – nesta seção faz-se um enquadramento geral do campo vastíssimo em que os modelos de avaliação de opções podem ser aplicados; Opções – conceito – refere-se o conceito de opção como um contrato no qual se consagra o direito, mas não a obrigação, de comprar (opção de compra) ou de vender (opção de venda) uma dada quantidade (unidade de transação) de um determinado ativo (ativo subjacente), a um preço preestabelecido (preço de exercício) e numa (opção europeia) ou até uma (opção americana) data futura (vencimento ou maturidade); Posições básicas – contratos de opções – referem-se as quatro posições básicas, apresentando-se exemplos ilustrativos; Outras posições – para além das posições básicas, existem inúmeros produtos que podem ser obtidos combinando os vários tipos de opções. Nesta secção, ilustram-se algumas dessas situações; 7


mercados a prazo

Determinantes do prémio – o prémio das opções é o preço por elas pago e representa, como em qualquer outro tipo de produto, um preço determinado pelo mercado, ou seja, pela interação entre a oferta e a procura do tipo de opção em causa. Referem-se os fatores que influenciam o valor do prémio. De entre os mais importantes podem salientar-se o preço do ativo subjacente, a taxa de juro, a volatilidade e o prazo para o vencimento; Paridade put call – no caso das opções europeias, existe uma relação muito precisa entre o preço de uma opção de compra (call) e o preço de uma opção de venda (put), com o mesmo preço de exercício e a mesma data de vencimento. Essa relação é designada por paridade put-call e tem uma implicação prática muito importante. Nesta seção é referida a relação fundamental com a apresentação de um exemplo; Sistema de margens nos contratos de opções – à semelhança dos restantes contratos de derivados transacionados em bolsa, o sistema de margens para opções é um conjunto de regras que determina o depósito de uma determinada caução para a transação de opções com vista a minimizar os riscos de incumprimento do vendedor da opção. É apresentado um exemplo proveniente do CME (Chicago Mercantile Exchange); Modelos de avaliação de opções – os modelos de avaliação mais divulgados são o modelo binomial e o modelo de Black & Scholes. Este último resultou fundamentalmente de uma adaptação do modelo binomial a mercados cujas cotações dos títulos variam de forma contínua. Estes modelos são desenvolvidos de seguida: Modelo de avaliação de opções – modelo binomial – o modelo binomial é um método de avaliação de opções em tempo discreto, proposto inicialmente por Cox, Ross e Rubinstein (1979). Representa os movimentos do ativo subjacente e da opção através de uma árvore binomial. Trata-se de um modelo simples e fácil de utilizar, com a vantagem de se 8


estrutura da obra

conseguir modelizar a evolução de ativos subjacente ao longo do tempo, por oposição a um ponto específico no tempo. São apresentados exemplos/casos elucidativos; O modelo de Black & Scholdes - O modelo de Black & Scholdes é um modelo em tempo contínuo, em que os preços das ações podem variar em cada instante. Nestas condições, o investidor terá que reajustar continuamente a sua carteira de forma a manter uma posição sem risco. Deste modo, o fundamente base deste modelo é que o valor da opção é implicitamente determinado se o ativo é transacionado. É um modelo matemático criado para uma ação, no qual o processo desta segue um processo estocástico. São apresentados dois exemplos/casos elucidativos Os Gregos (greeks): medidas de sensibilidade do valor das opções - Os Greeks constituem um conjunto de fatores de sensibilidade do valor das opções em relação a cada uma das variáveis que têm influência sobre o seu comportamento, a saber: preço do ativo subjacente, volatilidade, o tempo e a taxa de juro. Cada uma delas mede um aspeto diferente de risco. A sua compreensão ajuda os utilizadores das opções a gerir de forma mais adequada os seus riscos. São designadas por Greeks devido ao fato de quatro das cinco medidas serem representadas por letras do alfabeto grego: delta, gamma, theta e rho. Rácio de cobertura (desenvolvimento) – trata-se de saber qual o número de ativos de suporte a deter (ou vender) por cada opção vendida (ou detida), de forma a obter uma cobertura total contra os movimentos no preço do ativo. É apresentado um exemplo; Regras e limites para as opções – Merton (1973) apresentou originalmente um conjunto de regras e limites que balizam o preço da opção. O incumprimento destas regras traduz-se em oportunidades de arbitragem. São apresentadas essas regras.

9



INTRODUÇÃO No seguimento da obra anterior, “Mercados a Prazo – Futuros, Fowards e Swap”, apresenta-se agora a 2ª parte, relativa às Opções Financeiras. A opção é um instrumento financeiro que dá ao seu detentor o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um determinado ativo, num certo período de tempo, a um preço previamente definido. Entre os ativos de suporte mais vulgares salientam-se as ações, bilhetes de tesouro, certificados de depósitos, obrigações (taxas de juro), divisas, metais, mercadorias, futuros sobre qualquer destes ativos. Definem-se dois tipos básicos de opções: as call options (opções de compra) que dão ao detentor o direito de compra; as “put options” (opções de venda), que dão ao comprador o direito de venda. As transações de opções podem processar-se em bolsa (mercados organizados) ou fora de bolsa (over-the-counter). Nas transações fora de bolsa existe maior flexibilidade, já que apresentam datas, preços de exercício e montantes estabelecidos segundo as necessidades dos clientes. Porém, as transações em bolsa possuem vantagens no domínio da transparência da informação (divulgação simultânea de preço a todos os operadores), da simplicidade (estandardização de contratos e documentação), 11


mercados a prazo

segurança e anonimato (a bolsa é contraparte em todas as transações) e liquidez (fácil cancelamento de posições no mercado secundário). De acordo com Cox & Rubinstein (1985), as três funções que os mercados financeiros cumprem são as seguintes: • Servir como fonte de informação; • Servir para reafetação da riqueza das famílias; • Servir para a reafectação da riqueza das empresas. Concretamente, os mercados de derivados servem um fim económico útil, pois permitem aos agentes protegerem-se do risco de variação de preços. As opções e os futuros são contratos diferentes, mas apresentam algumas semelhanças: ambos estão intimamente relacionados com os mercados dos ativos de base, servem a mesma função económica, e ambos os mercados têm capacidade para causar problemas se não forem devidamente regulados. Esta função protetora é particularmente clara no caso das opções. De facto, a compra de uma opção pode ser entendida como o pagamento de um seguro contra variações desfavoráveis nos preços, seguro esse que só é utilizado (pelo exercício da opção) se essa variação realmente acontecer. Mas não é apenas o comprador da opção que vê o seu risco reduzido. No caso dos vendedores, quando as opções forem inseridas numa carteira, podem também reduzir o risco. Por exemplo, os vendedores de call cobertas podem utilizar o prémio para cobrir o risco de descida de preços das ações que detêm, e os vendedores de puts usam-nas para reduzir os riscos das suas vendas a descoberto. Saliente-se que a não utilização dos derivados (ou de outro instrumento de cobertura) por uma empresa obrigava-a a imobilizar enormes recursos para fazer face às variações de preços, impedindo-a assim, indiretamente, de efetuar outros investimentos.

12


INTRODUÇÃO

Uma das críticas mais acérrimas ao uso de derivados é a razão de ser dos crashes financeiros que aconteceram recentemente. Mais uma vez, a afirmação não é confirmada pela realidade; pelo contrário, o que se nota é os que os crashes vieram aumentar o interesse pelas estratégias defensivas que elas proporcionam. Assiste-se, ao invés, à existência de um elevado número de gestores de carteiras, que, tendo aprendido com as crises financeiras, passaram a recorrer aos derivados para cobrir os riscos de variações de preços. A possibilidade de um grupo de investidores agir sobre os mercados à vista (spot), manipulando-os, é, neste momento, remota. Por um lado, porque este tipo de atuação só é possível em mercados com reduzida liquidez. Em mercados com muita liquidez, esta situação não é exequível. Por outro lado, os mercados de derivados são especialmente regulados e vigiados, o que dificulta bastante qualquer atuação menos lícita.

13



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.