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NEWSLETTER N.71 | MARÇO | 2016
DESTAQUE
INDICE
Take Your Moon Shot – Ideas for a Billion Dollar Startup Praveen Gupta entrevista um verdadeiro empreendedor, Naveen Jain, criador da Moon Express (http://moonexpress. com/), sobre as suas ideias de construir uma startup de biliões de dólares. PG. Como é que se constrói uma startup bilionária? NJ. Existem duas formas de criar uma empresa bilionária, quer seja por resolver um problema de 10 biliões de dólares ou através da resolução de um problema que possa ajudar um bilião de pessoas. Por outras palavras, pode-se criar uma empresa bilionária focando-se em problemas que tenham impacto em biliões de pessoas ou resolvendo um grande problema que tenha um impacto avaliado em biliões de dólares. O truque é sonhar tão alto ao ponto das pessoas acharem que é loucura e não ter medo de falhar. Como empreendedor, nunca se falha nem nunca se desiste. O empreendedorismo é um pião que continua a girar de tempos a tempos até alcançar o sucesso. Fundamentalmente, requer o mesmo tempo a construir uma pequena empresa como a construir uma grande empresa. Eu defenderia que as empresas mais pequenas são muito mais difíceis de construir porque temos de pensar pequeno e é difícil pensar pequeno. Pense tão grande que quando contar a alguém que isto é o que quer fazer, eles não percebam e digam “Você deve ser maluco!”. Quando as pessoas me perguntam o que estou a fazer, eu digo-lhes que vou minerar na Lua e eles dizem “Isso é uma loucura!”.
Opinião p. 3 O exemplo da IKEA
Editorial p. 3 Opinião p. 4 Inovação Sistemática e Metodologia TRIZ
Redes Sociais p. 6-7 • Quantas vezes é que os americanos tentam desligar-se das tecnologias • Mercado dos dispositivos portáteis liderado pela Apple • Onde os americanos se posicionam sobre a disputa entre a Apple e o FBI PG. O que é a Moon Express? NJ. A Moon Express é uma empresa de exploração de espaço que é focada em trazer recursos lunares para a terra para o benefício da Humanidade. A lua tem quatrilhiões de dólares em Hélio3, elementos terrestres raros e material com grau de platina na superfície devido a bombardeamentos constantes de asteroides durante biliões de anos. Uma pequena quantidade de Hélio3 será capaz de sustentar o planeta terra durante gerações com uma energia não poluente. A Moon Express é também a representação da “Moon Shot”. Quando começamos uma empresa, reunimos um grupo de pessoas dedicadas. Se lhes perguntarmos o que irão fazer, eles dirão que irão dali até à Lua. Depois, perguntei a mim mesmo, porque não ir literalmente até à Lua? Irei fazer precisamente isso a seguir! Para mim, a “moon shot” é o símbolo da resolução de problemas difíceis. É uma representação da
resolução de problemas a 4 minutos por milha. Pensava-se ser impossível fazer 4 minutos por milha até uma pessoa mostrar que era possível. Depois, imensas pessoas repetiram isso nos anos seguintes. “Ir à Lua” representa a possibilidade de cada um de nós poder resolver um problema que não tenha sido resolvido. Representa as possibilidades do que o ser humano pode fazer. A Moon Express é sobre ir literalmente à Lua, trazer minerais para a Terra ou recursos para o bem maior da sociedade. Sim, é um problema avaliado em triliões de dólares de Hélio que pode resolver o problema dos combustíveis. Apenas outras três grandes potências foram capazes de aterrar na Lua. Para mim, apenas aterrar já faz de nós a quarta superpotência. Somos a primeira e a única empresa que testou um “Moon Lander” no NASA Space Center e recebeu um prémio da Google de 1 milhão de dólares. No próximo ano iremos enviar para a Estação
• O Twitter falha o reacendimento do seu motor de crescimento • Os clientes da Uber no Reino Unido tendem a pagar significativamente mais pelo serviço
Notícias p. 9-10 • Start me up • Poucos países estão prontos para adotar o acesso aberto aos jornais científicos • Conselho Europeu de Inovação deve ter três papéis • Procura-se: A Cidade Humana
Financiar a Inovação p. 11
• INOVAÇÃO
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Espacial um veículo não tripulado e com carga útil com retorno à Terra. Isto nunca foi feito antes. PG. No que está a trabalhar mais para além da Moon Express? NJ. O meu mais recente empreendimento é uma empresa chamada “BlueDot”. O nome veio da fotografia do planeta terra chamada “Pale Bue Dot”, tirada pelo fotógrafo Carl Sagan. Quando vemos o planeta Terra à distancia, assemelha-se a um ponto (dot). A nossa ideia é fazer coisas das quais os biliões de pessoas do planeta beneficiem. Estamos a fazer crowdsourcing de inovações, indo à NASA, ou aos laboratórios da NASA, e Universidades onde centenas de biliões de dólares e centenas de milhares de cientistas estão a conduzir soluções admiráveis e a fundi-las com grandes empreendedores para resolver os grandes problemas que a humanidade enfrente. Por exemplo, pegar no sensor de UV do Telescópio Hubble e usá-lo para diagnosticar a infeção da bactéria. Podemos usar a mesma luz UV de fraca intensidade que irá autoflorescer as bactérias, e o sensor irá detectar um sinal fraco emitido pela luz florescente da bactéria. Um dos maiores problemas da humanidade é o uso excessivo de antibióticos. Se não resolvermos este problema, as pessoas irão estar na idade pré-penicilina. As pessoas irão morrer de infeções comuns se ficarmos resistentes aos antibióticos atuais. Estamos a trabalhar com a NASA e a JPL neste projecto, na esperança de termos um protótipo funcional nos próximos 6 meses. Outro projeto onde estou a trabalhar em parceria com a National Labs consiste na captação de energia ambiente para carregar dispositivos de saúde incorporados. Por exemplo, os pacemakers que requerem uma troca de baterias recorrentemente. O problema crescente é o maior numero de dispositivos incorporados, mais aparelhos digestivos e mais implantes no corpo humano que iremos ter. A nossa ideia é criar uma pequena antena in-
corporada capaz de criar energia através de cabos elétricos, solar, sonora, ondas RF ou fontes tipo WiFi de modo a carregar os dispositivos incorporados no corpo humano. PG. Quais são os seus objectivos ao promover o empreendedorismo? NJ. Tenho a grande convicção de que não existe problema grande o suficiente que não possa ser resolvido com inovação e empreendedorismo. Se podemos levar a tecnologia ao seu expoente, muitos dos problemas que não eram solucionáveis há uns anos atrás têm solução atualmente. Como a tecnologia nano está a evoluir, a inteligência artificial a melhorar, a robótica a ficar melhor, os sensores a ficarem mais baratos e os telemóveis a estarem constantemente ligados à cloud, grandes padrões e comportamentos podem ser analisados e muitas doenças diagnosticadas. Se combinarmos ANALYTICS com inovação e empreendedorismo podemos resolver problemas reais. A nossa saúde esta a tornar-se num problema de dados, estamos a aprender diferentes tecnologias, as suas curvas de crescimento e interseções com várias tecnologias e como podemos aplicá-las para a resolução de um problema específico. PG. O que poderia sugerir a líderes de Governo de economias em dificuldades? NJ. Se um país quer mudar a forma de fazer as coisas, tem de planear de baixo para cima, em vez de planear de cima para baixo. Para mudar a cultura devemos saber quais são os medos das pessoas. Devemos celebrar o esforço das pessoas que experimentam coisas novas. Se as pessoas não estão a falhar, não devem estar a tentar o suficiente. Vejamos os melhores jogadores de basquetebol, tais como o Michael Jordan, Kobe Bryant ou Stephen Curry. Se eles tiverem em consideração a elevada percentagem de cestos fáceis ao longo do jogo, o mais provável seria eles entrarem no
fim do jogo e marcar 6 a 10 pontos. Quando eles marcam 50 a 60 pontos, falharam outras 50 a 60 tentativas. Regras semelhantes aplicam-se na nossa vida. Se queremos viver uma vida pelo seguro, iremos marcar sempre 6 pontos no fim do jogo. Se queremos ser um jogador de 50 pontos, temos de estar confortáveis com a perda de metade das nossas tentativas. É importante num país incentivar e reconhecer o comportamento que se quer que as pessoas pratiquem e criar então exemplos de tais comportamentos. Por exemplo, no caso do Médio Oriente, se em vez de um poster de um Sheik por todo o lado, nós substituíssemos por um poster de um empreendedor, mais pessoas se sentiriam inspiradas a serem empreendedoras. Se queremos um comportamento empreendedor das nossas pessoas, teremos então de fazer dos empreendedores uns heróis. Se fizermos dos jogadores de futebol heróis, mais pessoas desejarão ser óptimos jogadores de futebol. Em tempos difíceis precisamos de criar uma cultura onde as pessoas querem pensar em grande, os Governos têm de usar o poder de convocar e o poder de pódio. Podem trazer empreendedores ao Parlamento, à Casa Branca ou reconhecê-los de diferentes formas. O Governo pode também juntar inovadores e empreendedores para resolver os grandes problemas ou criar novas oportunidades. Para completar, o estigma da falha deve ser removido por celebrar o fracasso, reconhecendo o esforço das pessoas
na resolução de problemas reais da comunidade. PG. Como decidiu quando surgiu a oportunidade para o seu primeiro empreendimento? NJ. Um dos erros que as pessoas cometem é o de pensar que conseguem começar um negócio enquanto têm um emprego sem ter risco. Se pensa que consegue construir uma empresa em part-time, na minha modesta opinião, é uma receita para o desastre. É como estar com as pernas em dois barcos que se dirigem para diferentes direções – irá cair à água. Na verdade, é mau nas duas coisas: o seu chefe atual pensa que você já não está dedicado à empresa e a sua startup não irá para a frente uma vez que ainda precisa de trabalhar para o emprego. No meu caso, despedi-me do meu emprego, e de repente tive um pensamento: “O que irei fazer agora?”. Não tendo nenhum plano, permitiu-me ir atrás do meu novo empreendimento. Quando se está com essa vontade e não se tem um plano B, ideias maravilhosas surgirão e coisas maravilhosas acontecerão. Além disso, no meu emprego tinha criado boas relações, as quais foram úteis na minha jornada, e na decisão do meu empreendimento seguinte. PG. O que aconselharia a empreendedores jovens? NJ. Eu diria o seguinte: Sonhem GRANDE. Nunca tenham medo de falhar Aproveitem a viagem de empreendedorismo.
Sobre Naveen Jain: Naveen Jain é um empreendedor e filantropo que visa resolver os maiores problemas mundiais com recurso à inovação. É fundador de diversas empresas, como a Moon Express, BlueDot, inome, Talent Wise, Intelius ou InfoSpace e contribuidor regular na Forbes, WSJ, INC e Huffington Post. Naveen Jain é ainda membro da direção e membro do “Vision Circle” na X Prize Foundation, onde se foca na procura de soluções empreendedoras para resolver desafios mundiais em áreas como a saúde, educação, pobreza, agricultura e água potável. É ainda membro da direção na Singularity University, orientador para o UK Longitude Prize e membro do Explorer Club. Naveen Jain já foi premiado por diversas vezes devido ao seu sucesso empreendedor e capacidade de liderança, recebendo distinções como “Ernst & Young Entrepeneur of the Year”, Albert Einstein Technology Medal” para pioneiros em tecnologia, “Most admired Serial Entrepreneur” da Silicon India, Humanitarian Innovation Award nas Nações Unidas, “Top 20 Entrepreneurs” e “Lifetime Achievement Award” pela liderança em tecnologia industrial e apoio aos empreendedores da Red Herring.
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OPINIÃO
EDITORIAL
O exemplo da IKEA FRANCISCO JAIME QUESADO Presidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública
Faz dez anos que a multinacional sueca IKEA decidiu fazer um grande investimento industrial em Portugal. Paços de Ferreira foi selecionada como base para um grande investimento estratégico cujos números falam por si: mais de 2000 postos de trabalho, reforço dum Cluster com empresas locais, aposta na inovação e desenvolvimento, formação qualificada de muitas pessoas. Um exemplo do que deve ser a aposta em investimento estrangeiro com forte qualidade estratégica. Vivem-se tempos de profunda crise internacional e no contexto da intensa competição entre regiões e mercados a urgência de um sentido estratégico mais do que se impõe. A manutenção e captação de Investimento Estrangeiro é fundamental para o sucesso económico do país. Por isso este exemplo da IKEA é tão importante. A IKEA não é só a
plataforma de desenvolvimento económico da região de Paços de Ferreira. É já um importante motor de um cluster estratégico ligado ao setor do mobiliário que nos últimos anos
permitiu o desenvolvimento, na base da inovação e criatividade, de competências, talentos e novas oportunidades. A dinamização da criação de valor e reforço da inovação tecnológica terá muito a ganhar com este efeito Ikea. Por isso, em tempos de crise e de aposta num novo paradigma para o futuro, a IKEA deve constituir o verdadeiro centro de uma convergência estratégica entre o Estado, a empresa e todos os que se relacionam com a sua dinâmica. A IKEA é já a referência da aposta num novo modelo de desenvolvimento estratégico para o país. O investimento direto estrangeiro desempenha um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do “IDE de Inovação” associado à captação de empresas e centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia – tecnologias de informação e comunicação, biotecnologia, automóvel e aeronáutica, entre outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por “redes ativas” de atuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas setoriais (empresas líderes, unive rs i d a d e s , centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes. O exemplo da IKEA tem por isso que ser potenciado. A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efetivo e
sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do setor industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma “economia interna” de serviços com um caráter reprodutivo limitado criou a ilusão, no final da década de 90, dum “crescimento artificial” baseado num consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projetar no futuro. Por isso importa que os atores envolvidos neste processo de construção de valor percebam o alcance destas apostas estratégicas. Não se pode querer mobilizar a região e o país para um novo paradigma de desenvolvimento, centrado numa maior equidade social e coesão territorial, sem partilhar soluções estratégicas de compromisso colaborativo. O exemplo da IKEA passa por isso. Por perceber que a aposta em projetos estratégicos como os clusters de inovação e os pólos de competitividades são caminhos que não se podem adiar mais. A guerra global pelo valor e pelos talentos está aí e quem não estiver na linha da frente não terá possibilidades de sobrevivência. Precisamos de perceber este exemplo IKEA, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. Se não houver um verdadeiro sentido de responsabilidade coletiva estratégica à volta do novo paradigma de desenvolvimento para o futuro, tudo será posto em causa. Será, acima de tudo, o principio de um fim que nunca pensámos poder vir a ter e que não se coaduna com a nossa vontade de mudança. É por isso efetivamente grande o desafio que espera agora toda a região de Paços de Ferreira neste convite à sua modernidade estratégica.
Nesta edição publicamos uma entrevista com Naveen Jain, fundador da Moon Express, uma startup que pretende desenvolver uma atividade de mineração na lua e o resultado dessa atividade ser transportado para a nossa casa – o planeta Terra. Vamos ouvindo registos das mais diversas e estranhas ideias de negocio, mas esta ultrapassa a nossa imaginação, mas não a de um verdadeiro empreendedor como Naveen Jain, que consegue demonstrar que, acreditando num determinado modelo de negócio, até aparece alguém disposto a colocar dinheiro nesse mesmo negocio. Sem nos determos no seu modelo de negócio, mesmo porque nem temos capacidade para o avaliar na sua complexidade, interessa-nos destacar o espírito empreendedor, a conquista de seguidores e apoiantes nas suas mais diversas vertentes. Este exemplo de modelo de negócio mostra-nos que não existem impossíveis quando alguém tem uma ideia clara sobre o seu negócio, sobre o seu objetivo e o seu modelo de negócio bem identificado e as vantagens que poderá trazer aos seus investidores. A cada dia que passa, somos confrontados com novos modelos de negócio, que nem estamos preparados para os entendermos, mas principalmente na sua simplicidade de criação e na forma como ficamos surpreendidos com os desenvolvimentos literalmente astronómicos em termos de crescimento de alguns negócios que são literalmente geridos por meia dúzia de pessoas. Incentivamos cada vez mais o espírito empreendedor, mas, como vemos por este exemplo, estamos verdadeiramente preparados para estes empreendedores verdadeiramente disruptivos? Boa leitura Jorgeteixeira@vidaeconomica.pt
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OPINIÃO
Inovação Sistemática e Metodologia TRIZ HELENA V. G. NAVAS Professora da Universidade Nova de Lisboa, Investigadora do UNIDEMI, Especialista em Inovação Sistemática e TRIZ
Vivemos hoje em dia num mundo altamente exigente e competitivo onde a evolução, criatividade e inovação constantes definem a sobrevivência ou o desaparecimento de determinadas indústrias e serviços e o surgimento de novos produtos e soluções. A urgência em satisfazer as necessidades específicas do mercado requer procedimentos mais ágeis e recurso a metodologias e heurísticas que explorem a sistematização relativa à criatividade e inovação. A tomada de decisão deve ser sustentada com argumentos fortes, quer a nível de implementação de novas políticas, quer a nível de desenvolvimento de novos produtos. Desta forma, o recurso e a utilização de ferramentas e metodologias que permitam a tomada de decisão de forma sustentada em bases fortes e assentes em experiência adquirida tornam-se vitais. Do mesmo modo, a inovação é hoje em dia um dos objetivos prin-
cipais de muitas organizações, sendo condição necessária em qualquer tipo de atividade. De facto, a criatividade humana pode ser vista como um fenómeno bastante antigo, sendo que as suas práticas e técnicas se diversificaram consistentemente ao longo do tempo. Igualmente, heurísticas sistemáticas para a solução de questões científicas, técnicas e artísticas não são um fenómeno do século XX mas têm vindo a ser aplicadas há séculos. Surgiu assim o conceito e ideia de que o processo criativo poderia ser considerado através de uma abordagem sistemática, contrariando a ideia de que o processo criativo não poderia ser planeado nem controlado. A criatividade é perfeitamente compatível com processos sistemáticos, caracterizados não por súbita inspiração, mas, ao invés, por resultados conhecidos e efetivos. Não interessa quantas tentativas e erro são feitas. Os problemas devem ser resolvidos através do conhecimento, não através de um grande número de tentativas. É neste âmbito que surge a metodologia TRIZ, acrónimo russo para Teorija Reschenija Izobretatel’skich Zadac, com
O método TRIZ tem vindo a ser disseminado pela Europa e Estados Unidos da América nas últimas décadas. Como método, tem vindo a ser utilizado de forma eficaz para resolver problemas, principalmente durante o processo de desenvolvimento e conceção de produtos. tradução para português como Teoria de Resolução Inventiva de Problemas. Após o final da Segunda Guerra Mundial, Genrich Altshuller em parceria com Rafael Shapiro, iniciou uma análise sistemática a milhares de patentes. Altshuller, descobriu que muitas vezes certos problemas são resolvidos em diferentes campos técnicos usando somente um pequeno número de princípios de invenção e sistematizou então as soluções descritas nos registos de patente. O método TRIZ tem vindo a ser disseminado pela Europa e Estados Unidos da América nas últimas décadas. Como método, tem vindo a ser utilizado de forma eficaz para resolver problemas, principalmente durante o processo de desenvolvimento e conceção de produtos. O TRIZ é uma metodologia especialmente
apropriada para a resolução de novos problemas nas áreas da ciência e da engenharia e tem por objetivo auxiliar a elaboração de projetos onde a simples aplicação de “boas práticas” de gestão ou engenharia não produz resultados assinaláveis. Como ciência, a metodologia TRIZ aborda o problema de determinar e categorizar todas as características e aspetos técnicos dos sistemas e tecnologia dos processos que necessitam de ser inventados ou melhorados, bem como o próprio processo inventivo. A metodologia TRIZ também se preocupa em obter a informação adequada a partir do conhecimento aplicado às ciências naturais e obtido através de experiências práticas (geralmente a partir de registos de patentes) numa forma adequada ao utilizador. PUB
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REDES SOCIAIS / TECNOLOGIA
Quantas vezes é que os americanos tentam desligar-se das tecnologias
Hoje em dia, as pessoas parecem estar ligadas cirurgicamente com seus dispositivos móveis, quer estejam a caminho do seu local de trabalho ou num pub à noite. Numa recente pesquisa efetuada pela Harris Poll, mostra que 45 por cento dos americanos pelo menos tentam desligar-se 1
ou mais vezes por semana, 16% tentam afastar-se do seu celular uma vez por dia e 67% nunca cortam a sua ligação com a tecnologia. Nesta pesquisa um dado relevante e a ter em conta é a vontade que 6 em cada 10 pessoas gostariam que os seus familiares se desligassem da tecnologia.
Mercado dos dispositivos portáteis liderado pela Apple
De acordo com as estimativas publicadas pela empresa de pesquisa de mercado IDC, a Apple vendeu 4,1 milhões de relógios no quarto trimestre de 2015. Este volume torna a Apple a
empresa a ocupar o 1º lugar do ranking de smartwatch e o 2º fornecedor de dispositivos portáteis em geral, os analistas consideram este número um verdadeiro desapontamento face ao esperado.
Onde os americanos se posicionam sobre a disputa entre a Apple e o FBI A disputa entre a Apple e o FBI sobre a recusa da Apple em desbloquear um iPhone recuperado do atirador de San Bernardino Syed Farook marca mais um capítulo na batalha em curso entre a privacidade e a segurança na era da internet. Enquanto o FBI quer que a Apple contorne o mecanismo do iPhone de “auto-apagar” após 10 tentativas frustradas de login, com uma ordem judicial para reforçar a sua alegação, a
Apple recusa-se a fazê-lo, alegando que tal software poderia servir como uma chave mestra para qualquer iPhone, se este cair nas mãos erradas. Na semana passada, o CEO da Apple, Tim Cook dirigiu-se ao público numa carta aberta defendendo a posição da sua empresa sobre o assunto, dizendo que seguir as exigências do Governo, neste caso, seria um precedente perigoso no que diz respeito à segurança dos dados pessoais.
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REDES SOCIAIS / TECNOLOGIA
O Twitter falha o reacendimento do seu motor de crescimento Quando o Twitter relatou os seus resultados do quarto trimestre, aqueles que esperavam que a empresa finalmente encontrasse uma maneira de reacender o seu crescimento através dos utilizadores, ficaram muito desapontados. Em vez de inverter a tendência e acelerando o crescimento de utilizadores o Twitter teve de admitir que sua base de utilizadores não cresceu durante os últimos três meses. Na verdade,
quando excluímos os utilizadores que usam somente o Twitter via SMS, a empresa perdeu 2 milhões de utilizadores no período estival. O Twitter tem presentemente 305 milhões de utilizadores ativos mensais, no trimestre anterior tinha 307 milhões, sendo esta a primeira queda no número de utilizadores numa base trimestral, para uma empresa que tem uma enorme necessidade de noticias positivas.
Os clientes da Uber no Reino Unido tendem a pagar significativamente mais pelo serviço Quanto custa em média um passeio através da Uber no Reino Unido? De acordo com uma análise realizada pelo “The Times”, a tarifa mais barata para um passeio de 10 minutos é mais eleva-
da na Grã-Bretanha do que nos EUA e mesmo comparativamente com a zona euro. No entanto, em Nova Iorque, o preço médio é consideravelmente maior do que em Londres. PUB
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NOTÍCIAS | ARTIGOS
START ME UP Os espaços de trabalho abertos desempenham um papel vital na economia de Londres e, em particular, nos setores criativos e de tecnologia. Mas, sem apoio, correm o risco de serem expulsos pelas exigências de espaço e aumento dos preços concorrentes. Os espaços de trabalho abertos são lugares onde as empresas e os profissionais compartilham espaço, instalações ou equipamento especializado. Ao longo dos últimos 10 anos, este novo tipo de espaço de trabalho tem
crescido em visibilidade e importância em Londres e em todo o mundo. Eles incluem espaços de coworking (escritório), incubadoras de novas empresas e
empresários, artistas, estúdios, e os chamados ‘makerspaces’, fornecendo equipamento especializado para os fabricantes e designers.
Eles variam em propósito, modelo de negócio, e como eles estão abertos a diferentes grupos. Mas juntos, eles formam um novo setor e o crescente de espaço de trabalho em Londres que espelha mudanças na forma de como e onde trabalhamos. Neste relatório são abordados diferentes papeis e desafios para estes espaços de trabalho, relativamente à pressão imobiliária existente que poderá afastar os empreendedores para fora dos centros. Algo que na nossa realidade já se verifica em termos de localização destes espaços. A ler…
Poucos países estão prontos para adotar o acesso aberto aos jornais científicos A presidência holandesa da União Europeia comprometeu-se a unir os países no acesso aberto, mas um novo estudo revela que ainda há um longo caminho a percorrer no sentido de tornar estas publicações de livre acesso. Apenas cinco países da UE querem abandonar o modelo tradicional de assinatura de revista tradicional e moverem-se para publicações com acesso aberto.
Juntamente com o Governo holandês, que está a utilizar a presidência da UE para “empurrar” o caso para o acesso aberto, apenas a Hungria, Roménia, Suécia e Reino Unido partilham a opinião de que as editoras académicas devem parar de cobrar aos leitores uma assinatura e colocar os autores a pagarem a publicação dos seus “papers” (certamente que será um tema muito quente, ndr). Leia o estudo
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Como é que é possível manter a sanidade mental nestes tempos difíceis? Como Sobreviver na Selva Empresarial, alguns segredos e técnicas básicas para a gestão feliz e com sucesso. Terá acesso a vários aforismos, algumas análises em profundidade e uma boa dose de comentários provocadores. Este livro é uma compilação de algumas táticas que poderá usar, não apenas para sobreviver, mas também para ter sucesso na selva empresarial. A sua intenção é divertir, entreter e educar. Contém algumas pérolas de sabedoria dirigidas a gestores e empresários de todas as cores, tamanhos e formas. Quer os que ainda só aspiram vir a sê-lo, quer os que já o são e até os que já estão cansados de o ser ou já se aposentaram. Autor: Ashok Kumar Bhatia | Pags.:160 | P.V.P.: €12
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NOTÍCIAS | ARTIGOS
Conselho Europeu de Inovação deve ter três papéis A perspetiva do Conselho Europeu da Inovação (EIC) deve ser uma fonte de ideias para os legisladores da UE que têm na mão o aliviar de obstáculos à inovação, de acordo com o eurodeputado belga Philippe De Backer.
AGENDA DE EVENTOS O conselho também deve encontrar uma maneira de conceder através do Horizon 2020 bolsas I&D mais rápidas. “Um novo conselho poderia encontrar formas de acelerar as coisas”, disse De Backer à “sciencebusiness”. “O processo de obtenção de fundos a partir de Bruxelas é muito demorado. Presentemente, leva em média 330 dias para os cientistas receberam o financiamento para os seus projetos a partir de Bruxelas, mas com a adoção de um novo sistema informático espera-
MARÇO
-se um corte de cerca de 100 dias na concessão de fundos, que, ainda assim, pode ser mais rápida, disse De Backer.
Procura-se: A Cidade Humana Cidades estão a crescer e a ficar mais inteligentes. Ainda podemos viver nelas? Os investigadores da ERC estão a desenvolver uma missão especifica de digitalização das megacidades para que possam ser mais habitáveis. Foi um aviso para problemas futuros. Em 2008, um estudante de 14 anos polaco invadiu o sistema elétrico em Lódz, na Polónia, para uma brincadeira: ele conseguiu reprogramar um simples controlo remoto de televisão para assumir o comando de alguns pontos chave da cidade. Conseguiu provar ser um péssimo condutor, pois provocou o descarrilamento de 4 elétricos e algumas pessoas ficaram feridas. Estava simplesmente a
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GIKA: Global Innovation and Knowledge Academy Valencia, Espanha
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33rd Annual International Battery Seminar & Exhibit Fort Lauderdale, EUA
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CBU International Conference on Innovations in Science and Education Praga, Republica Checa
ABRIL “brincar” com o sistema de trânsito da cidade como se se tratasse de um conjunto de comboios de brincar. Desde então, outros hackers urbanos fizeram as suas manchetes pelo mundo fora assinalando o quanto são vulneráveis as infraestruturas informatizadas das nossas cidades.
As cidades estão a crescer a cada dia e estima-se que, em 2050, a população residente nestes centros urbanos será de 82% da população projetada para os centros urbanos europeus, que será de 581 milhões de habitantes, de acordo com as Nações Unidas. Veja aqui
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WINIR Symposium on Property Rights Bristol, Reino Unido
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FINANCIAR A INOVAÇÃO
INOVAÇÃO Certamente que o ditado “o cliente tem sempre, ou quase sempre, razão” é cada vez mais atual. Efetivamente, os consumidores têm vindo a mudar de atitude algo radicalmente, ditando, de alguma forma, as regras, sem pruridos ou fidelidades, exigindo constantemente mais qualidade, inovação e maior diversidade, se possível tudo a preços mais baixos. A pressão do consumidor para que lhe seja proporcionado maior valor acrescentado é, sem dúvida, o grande marco impulsionador da modernização e inovação, conduzindo a uma melhor e maior organização por parte
dos agentes económicos. De facto, passou-se de um perfil de consumidor em que o serviço era orientado para o produto e o cliente um objetivo indiferenciado para um perfil de consumidor partcipante, interessado e conhecedor, aliado a um serviço diferenciado e inovador. Assim, para quem produz bens ou fornece serviços, a alternativa pas-
sa pela incessante busca de inovação inovação essa que se deve a antecipar à dos concorrentes, pois que, ao atuar deste modo, a probabilidade de sucesso é bem mais elevada. Qualquer que seja a estratégia adotada, todavia, é indispensável que a mesma tenha sempre um cunho de inovação, mesmo que uma das estatégias consis-
ta em margens baixas através do ganho das vendas. Efetivamente, atravessa-se e continuar-se-á a atravessar um período de elevada turbulência inovadora que afeta de forma indelével a sociedade em que se vive. Os desafios da globalização dos mercados, da competitividade, do ambiente, do emprego, das tecnologias de informação e da comunicação, entre outros, estão e continuarão a alterar profundamente a matriz de qualquer empresa, pelo que o foco no cliente deve, prioritariamente, centrar-se em oferecer algo de inovador e não na cópia ou preço baixo. Luís Archer – Consultor luismariaarcher@iol.pt
Triz Simplificado Nuevas aplicaciones de resolución de problemas para ingeniería y fabricación
Autores: Ellen Domb, KaleviRantanen ISBN: 978-84-8408-576-8 Páginas:292 | Preço: 28 euros (IVA incluido)* Formato: 170x240mm | Encadernação: Capa dura (*) O preço inclui despesas de envio para Portugal continental e ilhas
Índice de Capítulos: 1. ¿Por qué buscar nuevas maneras de solucionar problemas? 2. La construcción de un nuevo modelo de resolución : del problema al resultado final ideal. 3. El compromiso tras el problema. 4. Del compromiso a la contradicción inherente. 5. Búsqueda de recursos invisibles. 6. Lo imposible a menudo es posible: cómo incrementar la idealidad del sistema. 7. Cómo separar el grano de la paja: una herramienta sencilla y eficaz para la evaluación de soluciones. 8. El enriquecimiento del modelo de resolución de problemas. 9. Patrones: poderosas herramientas para el desarrollo del sistema. 10. Los principios de innovación: 40 maneras de dar con la solución correcta. 11. Evaluación del modelo de resolución de problemas. 12. Cómo mejorar el negocio con TRIZ. 13. Usar TRIZ con la Teoría de las Limitaciones. 14. Usar TRIZ con Seis Sigma y otros sistemas de mejora de la calidad. 15. Síntesis de la resolución creativa de problemas. 16. Manos a la obra.
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Coordenador: Jorge Oliveira Teixeira Colaboraram neste número: Helena Navas, Jaime Quesado, Luís Archer Tradução: Sofia Guedes Paginação: Flávia Leitão | Vida Económica Contacto: jorgeteixeira@vidaeconomica.pt